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Indaial – 2021 FUNDAMENTOS E PRTICAS EM GESTÃO Prof. José Luciano Sobreira de Alencar 1 a Edição

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Indaial – 2021

Fundamentos e praticas em Gestão

Prof. José Luciano Sobreira de Alencar

1a Edição

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Copyright © UNIASSELVI 2021

Elaboração:

Prof. Susan Renée Klein

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri

UNIASSELVI – Indaial.

Impresso por:

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apresentaçãoPrezado (a) aluno (a)

A administração é sem dúvida uma das mais relevantes atividades humanas pois, a partir do momento que os seres humanos deram início a formação de uma sociedade organizada, houve a necessidade da concentração de esforços comuns para se alcançar metas e atingir determinados objetivos. Mas como conseguir realizar esse feito com eficiência e eficácia com a finalidade de se alcançar determinados resultados? A resposta está nos fundamentos e práticas administrativas! A administração vem sendo essencial para assegurar a coordenação dos recursos organizacionais e do desempenho individual.

Ressalta-se que o processo de administrar percorreu um longo caminho onde, no limiar da organização humana ocorreu de forma rudimentar e intuitiva mas, no entanto, durante os séculos sofreu diversas influências de diversas organizações, de filósofos, pensadores e, por fim, pesquisadores que tornaram a administração uma ciência.

A administração como ciência aplicada, teve seu início no final do século XIX, onde por meio de diversos estudos tornou-se um objeto de estudo onde preconizou o abandono de antigas práticas sem nenhum embasamento cientifico. Assim, esses estudos desenvolveram novos métodos de trabalhos, racionalizando-os com o objetivo de melhorar a utilização dos recursos das empresas e, dessa forma, maximizar seus resultados. A partir de então, diversos estudos que foram desenvolvidos pressupondo que as empresas podem melhorar seu desempenho desenvolvendo as melhores práticas.

Nesse contexto, com o estudo da disciplina de fundamentos e práticas administrativas, você conhecerá a história da administração ao longo do tempo, desde a sua prática em eras antigas, quanto a evolução do pensamento administrativo através dos séculos. Conhecerá quais foram as principais organizações e personagens que contribuíram de forma efetiva para o aprimoramento da administração.

Você compreenderá como a administração tornou-se uma ciência aplicada; Saberá também, quais as principais escolas da administração moderna, seus representantes, seus objetos de estudos, métodos, finalidades, bem como, as principais contribuições para o desenvolvimento da administração contemporânea.

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Como acadêmico de administração, vai entender porque a administração se refere ao desenvolvimento continuo das organizações, a relevância do planejamento, da organização, da coordenação e do controle para os processos decisórios nas empresas. Por fim, compreenderá que a administração, por meio da gestão, implica e abrange as habilidades gerenciais do administrador na busca constante de solução de problemas, da liderança, da gestão eficiente dos recursos organizacionais para garantir o sucesso empresarial.

Bons Estudos e Sucesso!

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Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-dades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-to em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos!

NOTA

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Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!

LEMBRETE

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sumario

UNIDADE 1 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO ............................................9TÓPICO 1 Os Legados Pensadores Modernos ..................................................................................13TÓPICO 2 A Revolução Industrial e suas influências sobre A Administração ............................17TÓPICO 3 O Pensamento Administrativo – A Administração como Ciência, Arte e Técnicas ..21TÓPICO 4 Escolas Clássicas da Administração.................................................................................23TÓPICO 5 Funções da Administração ................................................................................................41Resumo ....................................................................................................................................................52

UNIDADE 2 ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO .................................................................................53TÓPICO 1 Administração Financeira ................................................................................................61TÓPICO 2 Administração de Recursos Humanos ............................................................................69TÓPICO 3 Administração Mercadológica/Marketing ......................................................................75TÓPICO 4 Administração Estratégica .................................................................................................81TÓPICO 5 Papel do administrador .....................................................................................................87Resumo ....................................................................................................................................................93

UNIDADE 3 FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO .....................................95TÓPICO 1 Princípios da Administração ...........................................................................................103TÓPICO 2 Conceitos da Administração ...........................................................................................113TÓPICO 3 Processos da Administração ...........................................................................................121TÓPICO 4 Tendências da Administração .........................................................................................133Resumo ..................................................................................................................................................141

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

CHAMADA

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO

UNIDADE 1

Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – Os legados pensadores modernos

TÓPICO 2 – A revolução industrial e suas influências sobre a administração

TÓPICO 3 – O pensamento administrativo – a administração como ciência, arte e técnicas

TÓPICO 4 – Escolas Clássicas da Administração

TÓPICO 5 – Funções da administração

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Compreender o contexto histórico e evolutivo do pensamento administrativo;

• Conhecer quais foram as principais influências do pensamento administrativo;

• Identificar as principais teorias da administração;

• Reconhecer as principais funções administrativas.

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A habilidade de gerenciar é intrínseca ao ser humano emergindo da necessidade de tomar decisões, coordenar e executar várias tarefas. Desde os primórdios, quando o homem teve a necessidade de viver em comunidade, desenvolveu uma capacidade de coordenar atividades mais complexas que lhe permitiram alcançar um maior desenvolvimento político, econômico e social.

As civilizações antigas demonstraram suas habilidades para as atividades administrativas, desde a engenharia aplicada para edificação de templos até o desenvolvimento do comércio, como é caso do império romano, que aplicava contratos entre as elites, que concediam terras ou aluguéis, e os vassalos que deveriam restituir sua fidelidade forçada e prestar determinados serviços. De acordo com Maximiano (2007), os povos antigos deixaram diversas contribuições, como por exemplo:

a. Egípcios: com a burocracia administrativa;

b. Babilônios: diversos registros de transações comerciais e controle das mesmas;

c. Assírios: possuíam armazéns de suprimentos e colunas de transportes;

d. Gregos: implantaram a democracia participativa, planos de estratégia, conceitos de qualidade, pregação da ética e igualdade na administração;

e. Romanos: criadores dos tributos, primeiros organizadores de empresas em outro país e de associações artesanais;

f. Chineses: ensinamento de planejamento, comando, doutrina e estratégia militar.

Nesse panorama, a evolução do conceito de administração se inicia com o próprio homem pois em qualquer época histórica houve a necessidade de planejar, coordenar, tomar decisões e executar. Ao analisar a história da humanidade, encontraremos as mais diversas contribuições que povos antigos como os sumérios, gregos, romanos e egípcios desenvolveram para a arte de administrar. Além do mais, organizações como a militar e a igreja católica também influíram o aprimoramento da administração.

Assim, Jacobsen e Neto (2015, p. 13), afirmam que ao estudar a história das antigas civilizações “encontramos traços relacionados à organização do trabalho e ao dimensionamento estratégico nas relações comerciais e no estabelecimento de ordenamentos sociais e organizacionais orientados à construção do bem comum.” O Quadro 1, elenca e descreve as principais contribuições de povos e pensadores da administração através de suas determinadas épocas.

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OS LEGADOS PENSADORES MODERNOS

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Quadro 1 - Histórico do Pensamento Administrativo

CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS EVENTOS DOS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

Anos Autores Eventos

4.000 a.C. Egípcios Necessidade de Planejar, Organizar e Controlar

2.600 a.C. Egípcios Descentralização da organização

2.000 a.C. Egípcios Necessidade de ordens escritas. Uso de consultorias

1.800 a.C. Hamurabi (Babilônia) Uso de controle escrito e documental.1.491 a.C. Hebreus Conceito de Organização. Princípio escolar.

600 a.C. Nabucodonosor (Babilônia) Controle de produção. Incentivos salariais.

500 a.C. Mencius (China) Necessidade de Sistemas e padrões

400 a.C.Sócrates (Grécia) Universidade da administraçãoPlatão (Grécia) Enunciado do princípio da especialização.

175 a.C. Cato (Roma) Uso de descrição de funções284 Dioclécio (Roma) Delegação da autoridade

1436 Arsenal de Veneza Contabilidade de custos, inventários, padronização

1525 Niccoló Machiavelli (Itália)

Princípio do consenso, lideranças, táticas políticas

1767 Sir James Stuart Teoria da fonte de autoridade, automação, especilização

1776 Adam Smith Princípio de especialização dos operários, conceito de controle

1799 Eli Whitney Método científico, controle de qualidade, amplitude de comando

1800 Mathew Boulton Padronização da produção, especializações, métodos de trabalho

1810 Robert Owen Práticas de RH, Treinamento para operários, casas para operários

1832 Charles babbage Abordagem científica, divisão do trabalho, estudo do tempo

1856 Daniel C. McCallum Organograma, administração em ferrovias1886 Henry Matcalfe Arte e Ciência da administração1900 Frederick W. Taylor Princípios da administração científica

Fonte: Chiavenato (2014, p 33).

Sendo assim, destaca Carvalho (2008), os principais acontecimentos que caracterizam os primórdios da administração encontram-se nos fatos históricos, sociais, políticos e econômicos, caracterizando o panorama no qual estão inseridas as organizações dos ancestrais. Dessa forma, ao longo dos séculos observa-se que as aplicações e conceitos da administração, como estrutura formal de ação, foram sendo delineados por influências de diversas áreas do conhecimento humano (ROSSÉS, 2014).

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UNIDADE 1

O contexto histórico da administração constitui o resultado de diversas práticas empíricas, resultados das ações administrativas de diversas figuras lendárias iniciadas há mais de seis mil anos. A Administração, tal como a encontramos hoje, é o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de numerosos precursores, alguns filósofos, outros físicos, economistas, estadistas, e outros até mesmo empresários que, no decorrer dos tempos, foram, cada qual no seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando as suas obras e teorias.

Nesse contexto, Ferreira (2009, p.2), corrobora ao afirmar que “ao longo dos séculos que vão da antiguidade até o início da atividade moderna, a Filosofia concentrou-se em preocupações distanciadas dos problemas administrativos”. Segundo esse autor, apenas após as primeiras décadas do século XVII desponta René Descartes (Figura 1), filósofo, matemático e físico francês, que desenvolveu as coordenadas cartesianas impulsionando.

Figura 1 - René Descartes

Fonte: Google Imagens (2020).

TÓPICO 1

OS LEGADOS PENSADORES MODERNOS

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Assim, a matemática e a geometria desse período em que o método cartesiano apresenta quatro princípios:

a. Dúvida sistemática ou da Evidência: não se deve aceitar como verdadeiro, coisa alguma, enquanto não se souber com evidência;

b. Análise ou Decomposição: dividir um problema em partes para solucioná-lo, resolvendo as partes separadamente;

c. Síntese ou Composição: conduzir ordenadamente o raciocínio, começando pelo mais simples e fácil, passando gradativamente para os mais difíceis;

d. Enumeração ou Verificação: fazer verificações e revisões em tudo, para que nada seja omitido ou deixado de lado.

Esses quatro princípios racionais, lineares e analíticos da metodologia cartesiana, inspiraram a teoria administrativa até o final da Era Industrial. O Método Cartesiano contribuiu para diversas teorias, entre elas a divisão do trabalho, da ordem e do controle (FERREIRA, 2009, p. 2).

No entanto, durante os séculos, que vão desde a antiguidade até ao início da Idade Moderna, a filosofia estudou uma grande variedade de assuntos que não estavam relacionados com problemas administrativos. Porém, Chiavenato (2004), elenca e descreve os principais filósofos da era moderna da humanidade, bem como suas principais contribuições para o pensamento administrativo, sendo eles:

Figura 2 - Karl Marx e Friedrich Engels

Fonte: Google Imagens (2020).

a. Thomas Hobbes (1588-1679): filósofo político inglês, defende o governo absoluto em função de sua visão pessimista da humanidade. Na ausência do governo, os indivíduos tendem a viver em guerra permanente e conflito interminável para obtenção de meios de subsistência. No livro Leviatã, assinala que o povo renuncia a seus direitos naturais em favor de um governo que, investido do poder

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OS LEGADOS PENSADORES MODERNOS

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a ele conferido, impõe a ordem, organiza a vida social e garante a paz. O Estado representa um pacto social que, ao crescer alcança as dimensões de um dinossauro ameaçando a liberdade dos cidadãos;

b. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): desenvolveu a teoria do Contrato Social: o Estado surge de um acordo de vontades. Contrato social é um acordo entre os membros de uma sociedade pelo qual reconhecem a autoridade igual sobre todos de um regime político, governante ou de um conjunto de regras. Rousseau assevera que o homem é por natureza bom e afável e a vida em sociedade o deturpa;

c. Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895): Figura 2, propõem uma teoria da origem econômica do Estado. O poder político e do Estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem. O Estado vem a ser uma ordem coativa, imposta por uma classe social exploradora. No Manifesto Comunista, afirmam que a história da humanidade é uma história da luta de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos, em outras palavras exploradores e explorados, sempre mantiveram uma luta, oculta ou manifesta. Marx afirma que, os fenômenos históricos são o produto das relações econômicas entre os homens. O marxismo foi a primeira ideologia a afirmar o estudo das leis objetivas do desenvolvimento econômico da sociedade, em oposição aos ideais metafísicos.

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O contexto histórico da administração constitui o resultado de diversas práticas empíricas resultados das ações administrativas de diversas figuras lendárias iniciadas há mais de seis mil anos. A Administração, tal como a encontramos hoje, é o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de numerosos precursores, alguns filósofos, outros físicos, economistas, estadistas, e outros até mesmo empresários que, no decorrer dos tempos, foram, cada qual no seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando as suas obras e teorias.

Baseando-se nos estudos da unidade 1, elenque e descreva quais foram os principais pensadores modernos e quais foram seus legados.

AUTOATIVIDADE

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UNIDADE 1

A revolução industrial, ocorrida na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, marca um novo período de desenvolvimento produtivo e econômico, no qual transforma grande parte da sociedade, que era baseada na produção artesanal e agrária, em uma sociedade urbana e industrializada. Produtos e mercadorias que até então eram manufaturados e em pequenas quantidades, começaram a serem produzidos em larga escala nas fábricas. Essa nova forma de produção só foi possível graças ao desenvolvimento e a utilização de máquinas e técnicas da indústria têxtil, da metalurgia, com a fabricação e ferro, e de nova força motriz.

A partir de 1776, com o invento da máquina a vapor (Figura 3) por James Watt (1736-1819) e sua futura aplicação na produção industrial, uma nova concepção de trabalho transformou totalmente a estrutura social e comercial da época, originando intensas e velozes alterações econômicas, políticas e sociais que, em um período de aproximadamente um século, foram maiores do que as ocorridas no milênio anterior.

Figura 3 - Máquina a vapor

Fonte: Maestrovirtuale (2020a).

Para Chiavenato (2014, p. 39):

Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e que pode ser dividida em duas épocas distintas: a) 1780 a 1860: Primeira Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro e b) 1860 a 1914: Segunda Revolução Industrial ou revolução do aço e da eletricidade.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS INFLUÊNCIAS

SOBRE A ADMINISTRAÇÃO

TÓPICO 2

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De acordo com o autor, esse período de industrialização nasceu como uma bola de neve em aceleração crescente e atingiu todo seu ponto alto a partir do século XIX. A Primeira Revolução Industrial passou por quatro fases distintas (CHIAVENATO, 2014):

a. 1ª fase: mecanização da indústria e da agricultura, no fim do século XVIII, com a máquina de fiar (inventada pelo inglês Hargreaves em 1767), o tear hidráulico (Arkwright, em 1769), o tear mecânico (Cartwright, em 1785) e o descaroçador de algodão (Whitney, em 1792), que substituíram o trabalho do homem e a sua força motriz, do animal ou da roda de água;

b. 2ª fase: aplicação da força motriz à indústria. A força elástica do vapor, descoberta por Denis Papin no século XVII, ficou sem aplicação até 1776, quando Watt inventou a máquina a vapor;

c. 3ª fase: desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena oficina patronal desapareceram para ceder lugar ao operário e às fábricas e usinas baseadas na divisão do trabalho;

d. 4ª fase: aceleramento dos transportes e das comunicações. A navegação a vapor surgiu com Robert Fulton (1807) e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por Stephenson, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados Unidos (1829) e no Japão (1832). Esse novo meio de transporte propagou-se vertiginosamente.

Chiavenato (2014), ainda destaca que a partir de 1860, a revolução industrial iniciou sua segunda fase, impulsionada por 03 grandes acontecimentos: i) o aparecimento do processo de fabricação do aço (1856), ii) o aperfeiçoamento do dínamo (1873) e iii) a invenção do motor de combustão interna (1873) por Daimler. As principais particularidades da 2ª Revolução Industrial são as seguintes: a) substituição do ferro pelo aço como material industrial básico; b) substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes de energia; c) desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do trabalhador; d) crescente domínio da indústria pela ciência e e) Transformações radicais nos transportes e nas comunicações: as vias férreas foram ampliadas. A partir de 1880, Daimler e Benz construíram automóveis na Alemanha; Dunlop aperfeiçoou o pneumático em 1888 e Henry Ford iniciou a produção do seu modelo T em 1908 – Divisão de trabalho conforme ilustrado na Figura 4. Em 1906, Santos Dumont fez a primeira experiência com o avião;

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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS INFLUÊNCIAS SOBRE A ADMINISTRAÇÃO

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Figura 4 - Divisão de Trabalho

Uma pessoa que realiza as cinco fases necessárias na fabricação de um produto só pode fabricar uma unidade.

Cinco pessoas, cada uma delas especializada em uma das fases de fabricação, fabricam dez unidades ao mesmo tempo.

A divisão do trabalho é um princípio básico da industrialização. Na divisão do trabalho, cada trabalhador é designado para uma tarefa, ou fase, diferente no processo de fabricação, o que resulta em um aumento da produção total. Como mostra a ilustração superior, se uma pessoa realizar as cinco fases na fabricação de um produto, poderá produzir uma unidade ao dia. Cinco trabalhadores, cada um especializado em uma das cinco fases, poderão produzir 10 unidades ao mesmo tempo. Fonte: Microsoft ® Encarta ® Enciclopédia 2002. © 1993-2001 Microsoft Corporation.

Fonte: Ferreira (2009, p. 4).

Esses primeiros administradores tiveram problemas parecidos com os dos administradores modernos, e o curso do pensamento administrativo é a história de como buscamos resolver esses problemas ao longo dos anos, enquanto cresciam em tamanho e em complexidade (SILVA, 2008, p. 92).

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A revolução industrial ocorrida na Inglaterra na segunda metade do século XVIII marca um novo período de desenvolvimento produtivo e econômico no qual transforma grande parte da sociedade, que era baseada na produção artesanal e agrária, em uma sociedade urbana e industrializadas. Produtos e mercadorias que até então eram manufaturadas e em pequenas quantidades, começam a ser produzidas em larga escala nas fábricas. Essa nova forma de produção só foi possível graças ao desenvolvimento e a utilização de máquinas e técnicas da indústria têxtil, da metalurgia com a fabricação e ferro e de nova força motriz.

De acordo com o conteúdo da unidade 1 a revolução industrial passou por duas fases peculiares. Dessa forma, descreva as quatro fases distintas da Primeira Revolução Industrial.

AUTOATIVIDADE

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UNIDADE 1

Arte pode ser considerada como sendo uma prática hábil e sistematizada. Para um indivíduo corresponde a uma habilidade de uma parte de dotação natural, isto é, nata, porém a outra parte pode ser construída pelo esforço em aprender e dominar determinadas técnicas. Por muito tempo a administração foi denominada como uma arte, como foi visto nos antecedentes históricos.

Existia no passado uma máxima que afirmava que os administradores nascem e não são feitos. Essa era a razão pela qual o treinamento não tinha papel na preparação de futuros administradores. Por definição, administração nada mais é do que o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o trabalho dos membros da organização e de utilizar os recursos disponíveis da organização para atingir os objetivos estabelecidos. Porém, esta definição principal deve ser ampliada.

De acordo com Chiavenato (2014, p. 17):

a administração é muito mais que simplesmente planejar, organizar, dirigir e controlar, (...). A administração envolve um complexo de decisões e ações aplicadas a uma variedade de situações, em uma ampla diversidade de organizações.

Na concepção de Ortiz (2008), o desenvolvimento subsequente das organizações está ligado à evolução da administração, não só na sua dimensão científica, mas também na sua aplicação e caráter técnico. É necessário conhecer previamente o significado dos termos ciência, técnica e arte, a fim de avaliar o verdadeiro lugar da administração no campo acadêmico. O Quadro 2 faz essa contextualização.

Quadro 2 - Administração como Ciência, técnica e Arte

COMO CIÊNCIA

A administração tem um conjunto de conhecimentos organizados de forma sistemática que se baseia na acumulação de conhecimentos históricos e tem os seus próprios princípios. Tem um objeto de estudo que é a organização. Possui vários métodos e teorias de aplicação geral cujas conclusões são viáveis e podem ser tornadas unitárias.

COMO TÉCNICA

A administração é constituída por um conjunto de procedimentos validados por conhecimentos e experiência, e de aplicação geral ou particular. Estes procedimentos e recursos, que são moldados pela profissão de administração, requerem um exercício constante para adquirir maior perícia e habilidade na sua utilização para resolver problemas práticos.

COMO ARTE

A administração é caracterizada pela virtude, disposição e personalidade para construir um cenário favorável numa organização de seres humanos com atributos variados e complexos. A administração resgata a necessidade de usar a criatividade na solução de problemas com o avanço das estratégias e objetivos propostos. O carácter da arte está também presente na seleção de soluções simples, harmónicas e integradoras.

Fonte: Ortiz (2008).

O PENSAMENTO ADMINISTRATIVO – A ADMINISTRAÇÃO

COMO CIÊNCIA, ARTE E TÉCNICAS

TÓPICO 3

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Arte pode ser considera como sendo prática hábil e sistematizada. Para um indivíduo corresponde a uma habilidade de uma parte de dotação natural, isto é, é nata, porém a outra parte pode ser construída pelo esforço em aprender e dominar determinadas técnicas. Por muito tempo a administração foi denominada como uma arte, como foi visto nos antecedentes históricos.

É necessário conhecer previamente o significado dos termos ciência, técnica e arte a fim de avaliar o verdadeiro lugar da administração no campo acadêmico. Nesse contexto, complete o quadro abaixo.

COMO CIÊNCIA

COMO TÉCNICA

COMO ARTE

AUTOATIVIDADE

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UNIDADE 1

As escolas clássicas de administração, deram origem às teorias clássicas da administração, o que ocorreu durante a revolução industrial. Essas escolas, atualmente, são consideradas as principais teorias que buscaram a eficácia das organizações e deram origem ao pensamento administrativo moderno. Diversos autores relatam que se originaram quando novos problemas relacionados ao sistema fabril começaram a surgir.

Nesse período os gerentes não tinham certeza e convicção de como treinar funcionários ou lidar com o aumento da insatisfação no trabalho, então começaram a avaliar soluções. Como resultado, a teoria clássica da administração desenvolveu-se a partir de esforços para encontrar a melhor maneira de executar e gerenciar tarefas. Essas escolas do pensamento administrativo descrevem quatro teorias principais: a Teoria da Administração Cientifica de Taylor, a Teoria Clássica da Administração de Fayol, a Teoria das Relações Humanas de Mayo e a Teoria Burocrática de Weber.

O estudo do pensamento administrativo, desde o seu nascimento como disciplina, formou diversas teorias administrativas com a qual o administrador trabalha e analisa. No entanto, não há uma teoria definitiva em nenhuma ciência, ou seja, não há soluções para todos os tipos de problemas, mas abordagens. Na administração, as teorias são continuamente geradas como correntes de pensamentos peculiares ao seu tempo, algumas são adaptações de teorias clássicas para novos problemas. As teorias são o motor que impulsionam o crescimento do pensamento administrativo.

As teorias, também conhecidas como correntes ideológicas, agrupam os pensamentos mais seletos de uma determinada abordagem. Os autores principais, já citados, possuem determinadas características que lhes permitem agrupar-se em sua corrente de pensamento. Obviamente, não há uma abordagem igual, o que existe é uma abordagem principal, que demonstra os métodos para aquela escola, referindo-se a um determinado momento histórico e para determinadas situações.

Teoria da Administração CientÍfica

A Teoria da Administração Científica, também é conhecida por sua aplicabilidade na engenharia de produção e nos níveis mais operacionais das organizações. O maior contribuidor dessa teoria é o engenheiro norte-americano Fredrick Winslow Taylor (1856-1915), e é por esse motivo que a administração

TÓPICO 4

ESCOLAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO

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científica é frequentemente chamada de “taylorismo”. Taylor, (Figura 5) era um engenheiro mecânico que se interessava principalmente pelo tipo de trabalho feito nas fábricas e oficinas. Ele observou que os proprietários e gerentes das fábricas sabiam pouco sobre o que realmente acontecia. Taylor acreditava que o sistema poderia ser melhorado e procurou um incentivo.

Figura 5 - Frederick Winslow Taylor

Fonte: Google Imagens (2020).

De acordo com Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 56):

Frederick Winslow Taylor começou conhecido como o pai da administração cientifica, começou sua carreira na Midvale Steel Company, na Filadélfia, no ano de 1878. Enquanto lá trabalhava galgou postos, como líder de grupos, assistente de capataz, capataz, mecânico-chefe e engenheiro-chefe. Foi também responsável pela organização do gerenciamento de empresas importantes como Bethlehem Steel Company, Cramps Shipbuilding Company e Midvale Steel Company, no ano de 1900, Taylor recebeu uma medalha de ouro da Exposição em Paris, por sua invenção de processo de tratamento de ferramentas modernas de alta velocidade.

Ele decidiu, pela remuneração surgindo, na concepção de Taylor, o homo economicus, que tinha por princípio que o indivíduo busca por trabalho não porque gosta dele, mas como uma maneira de sobrevivência, que o salário pode proporcionar. Taylor acreditava que um trabalhador deveria receber “um dia de pagamento justo por um dia de trabalho justo” - nem mais, nem menos. Se o trabalhador não conseguia trabalhar pelo objetivo, então a pessoa não deveria estar trabalhando.

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ESCOLAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO

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Rodriguez (2006), afirma que Frederico W. Taylor tem sido considerado como o “pai da administração científica” por investigar sistematicamente o trabalho humano em operações de produção em empresas utilizando o método científico. Observou os operários (Figura 6), quando produziam peças metálicas ou peças para a construção de edifícios (lingotes). Nas alturas das construções, cada trabalhador fazia à sua maneira e, portanto, cada lingote era diferente na forma e no custo. Não existiam normas, que atualmente conhecemos como padronização das operações de qualidade, na produção de um objeto e/ou serviço que facilitassem a sua medição.

Figura 6 - Operários do início do século XX

Fonte: Google Imagens (2020).

Assim, Taylor afirmou:

a. Não havia um sistema de trabalho eficaz;

b. Não havia incentivos econômicos para que os trabalhadores melhorassem o seu desempenho;

c. As decisões eram tomadas militarmente e empiricamente, e não pelo conhecimento científico. Ou os trabalhadores foram contratados sem levar em consideração suas competências.

O conceito do homem econômico

É uma visão estreita da natureza humana: o homem econômico não se limitava a ver o homem como um empregado por dinheiro; via no operário da época um indivíduo limitado e mesquinho, preguiçoso e culpado pela vadiagem e desperdício das empresas e que deveria ser controlado por meio do trabalho racionalizado e do tempo-padrão.

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A administração científica constitui uma teoria de gerenciamento que busca analisar os fluxos de trabalho com o objetivo de melhorar a eficiência econômica, principalmente a produtividade do trabalhador. Esta teoria era popular nas décadas de 1880 e 1890 nas indústrias manufatureiras dos Estados Unidos. “Essa essência - que ainda perdura em muitas tecnologias administrativas contemporâneas – repousa no que Taylor chamava de administração cientifica e nos pré-requisitos básicos para sua aplicação” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005, p. 57).

Seu propósito era a redução do acaso, e a extinção da ‘regra do polegar’ do empirismo, ou seja, a experiência sem fundamentação científica no processo produtivo, bem como os fatores de personalidade na tomada de decisão, defendendo, assim, administração por sistemas e padrões. Nesse contexto, Chiavenato (2014), divide em dois períodos os estudos de Taylor, como segue:

1. O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação de seu livro Shop Management (1903), Figura 7, sobre as técnicas de racionalização do trabalho do operário, por meio do estudo de tempos e movimentos (motion-time study). Taylor começou por baixo, com os operários no nível de execução, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada trabalhador, decompondo seus movimentos e processos de trabalho para aperfeiçoá-los e racionalizá-los. Verificou que o operário médio, com o equipamento disponível, produzia muito menos do que era potencialmente capaz. Concluiu que, se o operário mais produtivo percebesse que obtinha a mesma remuneração que o seu colega menos produtivo, acabava se acomodando, perdendo o interesse e não produzindo de acordo com sua capacidade. Daí a necessidade de criar condições de pagar mais ao operário que produz mais. Em essência, Taylor diz, em Shop Management, que:

Figura 7 - Livro Shop Management

Fonte: Google Imagens (2020).

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a. O objetivo da administração é pagar salários melhores e reduzir custos unitários de produção;

b. Para realizar tal objetivo, a administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa e experimentos para formular princípios e estabelecer processos padronizados que permitam o controle das operações fabris;

c. Os empregados devem ser cientificamente selecionados e colocados em seus postos com condições de trabalho adequadas para que as normas sejam cumpridas;

d. Os empregados devem ser cientificamente treinados para aperfeiçoarem suas aptidões e executarem uma tarefa, para que a produção normal seja cumprida;

e. A administração precisa criar uma atmosfera de íntima e cordial cooperação com os trabalhadores para garantir a permanência desse ambiente psicológico.

2. Segundo período de Taylor Corresponde à publicação do seu livro The Principles of Scientific Management (1911), Figura 8, quando concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser acompanhada de uma estruturação geral para tornar coerente a aplicação dos seus princípios na empresa como um todo. A partir daí, desenvolveu seus estudos sobre a administração geral, a qual denominou Administração Científica, sem deixar de lado sua preocupação quanto à tarefa do operário. Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males:

a. Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção a cerca de 1/3 do que seria normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela gerência. Há três causas determinantes da vadiagem no trabalho:

1. O engano disseminado entre os trabalhadores de que o maior rendimento do homem e da máquina provoca desemprego.

2. O sistema defeituoso de administração que força os operários à ociosidade no trabalho, a fim de proteger seus interesses pessoais.

3. Os métodos empíricos ineficientes utilizados nas empresas, com os quais o operário desperdiça grande parte de seu esforço e tempo.

b. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização;

c. Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho.

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Figura 8 - Livro The principles of scientific management

Fonte: Google Imagens (2020).

Taylor acreditava que os operários de uma fábrica poderiam melhorar sua eficiência se realizasse um estudo científico de sua forma de trabalhar, conceito que basicamente provém da análise do tempo e dos movimentos. Era o que se denominou Organização Racional do Trabalho (ORT) conforme ilustrado na Figura 9.

Figura 9 - Organização Racional do Trabalho (ORT)

Antes do Estudo Depois do Estudo

Fonte: Google Imagens (2020).

Taylor descobriu que os operários aprenderam a executar tarefas observando os seus colegas. Ele percebeu que isto levou a diferentes métodos de execução da mesma tarefa, bem como a utilização de diversos instrumentos e ferramentas em cada operação. Uma vez que, entre os diferentes métodos e instrumentos utilizados em cada trabalho há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os outros, é possível encontrar estes últimos e aperfeiçoá-los através de análises científicas e estudo detalhado dos tempos e dos movimentos, em vez de deixar aos critérios pessoais de cada operário.

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ESCOLAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO

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A intenção de Taylor era substituir métodos empíricos e rudimentares por métodos científicos em todas as tarefas. De acordo com Chiavenato (2004), A ORT se fundamenta nos seguintes aspectos:

a. análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos;

b. estudo da fadiga humana;

c. divisão do trabalho e especialização do operário;

d. desenho de cargos e de tarefas;

e. incentivos salariais e prêmios de produção;

f. conceito de homo economicus;

g. condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto etc.;

h. padronização de métodos e de máquinas;

i. supervisão funcional.

Teoria Clássica da Administração

A teoria clássica da administração, também denominada corrente Fayolista em honra do seu criador Jules Henri Fayol (1841-1925), Figura 10, distinguiu-se pela sua abordagem sistêmica. Os seus estudos contemplam todas as áreas da organização, uma vez que se faz imprescindível para Fayol a empresa vender, produzir, financiar e segurar os ativos. Em suma, a organização e os seus componentes eram vistos como um grande sistema interdependente, como clientes internos.

Figura 10 - Jules Henri Fayol

Fonte: Maestrovirtuale (2020b).

Dos teóricos da administração, foi o primeiro a identificar a administração como um processo contínuo de avaliação. Ele se concentrava na estrutura e nas funções que uma organização deve ter para alcançar a eficiência.

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De acordo com Münch (2010), Henri Fayol inicia a escola do processo administrativo, também conhecida como teoria clássica. Postula que a administração é feita por meio de várias fases. Com o passar do tempo e a contribuição de vários autores, a Teoria Clássica deu origem à Escola Eclética, que compreende uma conjunção de ideias de correntes para a aplicação da administração.

De acordo com Rodriguez (2006): “Fayol é o autor mais reconhecido no campo da administração mundial. Seu trabalho foi regido principalmente nas regras universais que regem a administração de empresas”. O pensamento de Fayol, divulgado por meio dos seus livros, conferências e por membros da academia, como por exemplo o do Centro de Estudos Administrativos em Paris, é conhecido mundialmente como Fayolismo, constituído por princípios de gestão e processos administrativos, produtivos, comerciais e financeiros.

Tal como Taylor, Fayol considerou necessário introduzir o método científico na gestão das organizações, ou seja, observando, registrando, classificando e interpretando os fatos de maneira a conseguir regras gerais que permitiam o prognóstico das situações para as prever antes que elas acontecessem. Fayol observou que “o empirismo tem reinado na administração dos negócios. Cada gestor (gerente ou diretor) governa ou dirige à sua maneira, sem se preocupar com a existência de leis que regulem a boa gestão” (RODRIGUEZ, 2006).

Na administração, Fayol atribuiu as suas realizações à aplicação consistente e sistemática de uma série de princípios simples, eficazes e universalmente aplicáveis que a experiência humana, ao longo dos séculos, tinha alcançado e que ele tinha sintetizado e adaptado cientificamente. Abriu, assim, claramente, o caminho para uma escola inteira entre os pensamentos confusos sobre a natureza da gestão da alta gerência. A Figura 11 elenca as principais contribuições de Fayol para a administração.

Figura 11 - Principais contribuições de Henri Fayol

Processos administrativos (PA)

Criador do Centro de Estudos

Administrativos em Paris

Universalidade da Administração.

Habilidades administrativas

e gerenciais por hierarquia

Princípios Gerais da Administração

Áreas funcionais nas organizações

Fonte: Rodríguez (2006).

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Fayol organizou a gestão administrativa, enquanto Taylor deu ordem as tarefas e os seus processos. Coloquialmente falando, o primeiro organizou a cabeça, enquanto o segundo organizou os pés e as mãos. Estes autores, como todos os teóricos da administração que vamos ver, são complementares, não excludentes (RODRIGUEZ, 2006).

De acordo com Marco e Loguzzo (2016), a principal obra de Fayol é a Administration Industrielle Et Generale (Administração Industrial e Geral, Figura 12) publicada em 1916. Dela, parte a afirmação de que, o conjunto de funções realizadas por cada empresa pode ser dividido em seis grupos:

Figura 12 - Administration Industrielle Et Generale

Fonte: Google Imagens (2020).

a. Técnicas: relacionadas com a produção de bens ou serviços;

b. Comerciais: relacionadas com a compra, venda e troca;

c. Financeiras: relacionadas com a procura e administração do capital;

d. Segurança: relacionadas com a proteção e preservação de bens e pessoas;

e. Contabilísticas: relacionadas com registos, inventários, balanços, análise de custos e estatísticas;

f. Administrativas: relacionadas com a integração das outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as outras funções da empresa, e estão sempre localizadas em um nível hierárquico superior a elas.

De acordo com Silva (2008), “as funções da administração são aquelas atividades básicas que devem ser desempenhadas por administradores para alcançar os resultados determinados e/ou esperados pelas organizações”. Essas funções constituem o processo administrativo e estão descritas no Quadro 3.

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Quadro 3 - Funções da Administração

PLANEJAMENTODeterminação de objetivos e metas poro o desempenho organizacional futuro e decisão dos tarefas e recursos utilizados poro alcance desses objetivos.

ORGANIZAÇÃO Processo de designação de tarefas, de agrupamento de tarefas em departamentos e de alocação de recursos paro os departamentos.

DIREÇÃOInfluencia para que outras pessoas realizem suas tarefas de modo o alcançar os objetivos estabelecidos, envolvendo energização, ativação e persuasão dessas pessoas.

CONTROLE Função que se encarrega de comparar o desempenho atual com os padrões predeterminados, isto é, com o planejado.

Fonte: Silva (2008).

Na perspectiva de Chiavenato (2014), “Fayol define o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. As funções administrativas envolvem os elementos da administração”, isto é, as funções do administrador denominado de POCCC:

a. Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação.

b. Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa.

c. Comandar: dirigir e orientar o pessoal.

d. Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos.

e. Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

Segundo Maximiano (2000), Fayol completa sua teoria com a proposição de 14 princípios que devem ser seguidos para que a administração seja eficaz:

1. Divisão de trabalho, a designação de tarefas específicas para cada indivíduo, resultando na especialização das funções e separação dos poderes;

2. Autoridade e responsabilidade, sendo a primeira o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer, e a segunda, a sanção - recompensa ou penalidade - que acompanha o exercício do poder;

3. Disciplina, o respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus agentes;

4. Unidade de comando, de forma que cada indivíduo tenha apenas um superior;

5. Unidade de direção, um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam ao mesmo objetivo;

6. Subordinação do interesse individual ao interesse geral;

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7. Remuneração do pessoal, de forma equitativa e com base tanto em fatores externos, quanto internos;

8. Centralização, o equilíbrio entre a concentração de poderes de decisão no chefe, sua capacidade de enfrentar suas responsabilidades e a iniciativa dos subordinados;

9. Cadeia de comando (linha de autoridade), ou hierarquia, a série dos chefes, desde o primeiro, ao último escalão, dando-se aos subordinados de chefes diferentes a autonomia para estabelecer relações diretas (a ponte de Fayol);

10. Ordem, um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar;

11. Equidade, o tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo a energia e o rigor quando necessários;

12. Estabilidade do pessoal, a manutenção das equipes como forma de promover seu desenvolvimento;

13. Iniciativa, que faz aumentar o zelo e a atividade dos agentes;

14. Espírito de equipe.

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

No mundo intelectual, a importância que a maximização da produtividade exige, para que seja viável o uso de uma tecnologia que parte de concepções válidas sobre a natureza do homem, está aos poucos ganhando corpo nos negócios. As investigações estão acontecendo, e sobre seus resultados se delineia a corrente sociológica da administração.

A teoria das relações humanas nasceu nos Estados Unidos, na década de 1920 do século XX, e foi possível graças ao desenvolvimento das ciências sociais, especialmente da psicologia. Foi basicamente um movimento de reação e oposição à teoria clássica da administração.

A Teoria das Relações Humanas foi desenvolvida pelo psicólogo George Elton Mayo (1880-1949). Mayo, Figura 13, foi professor de Filosofia, Lógica e Ética na Austrália. Em 1922 emigrou para os Estados Unidos onde, imediatamente, se dedicou à pesquisa industrial. Mayo junto com seus colaboradores, Mery Perker Follet, Abraham Maslow e Douglas McGregor, realizaram uma série de estudos na Western Electric Company em Hawthorne (Illinois), iniciando a aplicação das relações humanas que, ainda hoje, são vitais para o sucesso de uma empresa.

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Figura 13 - George Elton Mayo

Fonte: Google Imagens (2020).

Na perspectiva de Chiavenato (2014), a Teoria das Relações Humanas tem suas origens nos seguintes fatos:

a. Necessidade de humanizar e democratizar a administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano. Nesse sentido, a Teoria das Relações Humanas se revelou um movimento tipicamente americano e voltado para a democratização dos conceitos administrativos;

b. Desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, bem como sua crescente influência intelectual e suas primeiras aplicações à organização industrial. As ciências humanas vieram demonstrar a inadequação dos princípios da Teoria Clássica;

c. Ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da psicologia dinâmica de Kurt Lewin fundamentais para o humanismo na administração. Elton Mayo é o fundador da escola. Dewey e Lewin também contribuíram para sua concepção, e a sociologia de Pareto foi fundamental;

d. Conclusões da Experiência de Hawthorne: realizada entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da administração.

Para Silva (2008 p. 186), Mayo foi o responsável pela coordenação e realização da “experiência de Hawthorne, que desencadeou uma série de descobertas sobre o comportamento humano no trabalho. Realizou quatro estudos importantes com relação ao comportamento e aos resultados da produtividade no trabalho, entre 1923 e 1944”, como segue abaixo:

a. O primeiro foi desenvolvido em uma fábrica de tecidos na Filadélfia, onde ocorria uma intensa troca de funcionários, que se mostravam tristes e deprimidos, o que, de acordo com Mayo, era conseqüência

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da fadiga. Mayo então estabeleceu períodos de descanso ao longo do dia, o que não provocou grande alteração na motivação. Houve significativa melhora no comportamento dos operários quando eles passaram a participar da decisão de estabelecer os períodos mais convenientes de descanso;

b. O segundo estudo desenvolvido foi a experiência na fábrica de Hawthorne, a mais famosa pesquisa sobre o relacionamento das pessoas no trabalho;

c. O terceiro estudo foi uma pesquisa que se desenvolveu em três indústrias metalúrgicas (uma cidade da costa ocidental dos Estados Unidos) onde ocorria um alto índice de absenteísmo, exceto em uma delas. Mayo descobriu que nesta última o grupo tinha sua reputação valorizada, o que foi conseqüência de treinamento dos contramestres feito muito tempo antes, a fim de preservar a dignidade pessoal do empregado, o que se mantinha até então. O treinamento dos contramestres se fundamentava em serem pacientes, atenciosos e em evitar o descontrole emocional no trato com seus subordinados;

d. A quarta pesquisa foi realizada em uma fábrica de aviões, em 1944, no sul da Califórnia, onde se constatava alta rotatividade da mão-de-obra. Mayo verificou que, dentre os tipos de comportamento dos grupos da empresa, destacava-se aquele com espírito de equipe criado pelos gerentes, que incitavam a solidariedade com os demais participantes.

Figura 14 - Western Electric Company

Fonte: Chuckman (2013).

De acordo com Ali (2014), foram realizados estudos da Hawthorne para encontrar a relação entre o ambiente físico e a produção dos trabalhadores. Foram realizadas experiências da Hawthorne na Western Electric Company em Chicago (Figura 14). Mayo foi envolvido no projeto em 1929 e 1930, e entrevistou os trabalhadores envolvidos nas experiências. Através destes estudos, Mayo concluiu que os trabalhadores se tornam mais produtivos se receberem atenção

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da direção. O resultado das suas descobertas nos estudos da Hawthorne, mais tarde deu lugar ao movimento de relações humanas. O movimento centra-se no conceito de satisfação profissional, normas de grupo e liderança, qualidade e o seu significado na melhoria da produtividade.

Teoria Burocrática

A partir do pensamento administrativo direcionados para as organizações, diversas teorias ao longo do tempo têm sido construídas sobre a organização do trabalho nas empresas. O século XX foi um manancial de correntes para a área da administração e, uma das mais significantes foi a Teoria Burocrática de Max Weber (Figura 15).

Figura 15 - Max Weber

Fonte: Rodrigues (2020).

Maximilian Karl Emil Weber (1864-1920), foi um filósofo, economista, jurista, historiador, cientista político e sociólogo alemão. Ele é considerado o fundador do estudo moderno da sociologia e da administração pública.

Conceito de homem social

Os precursores da Administração Científica se baseavam no conceito do homo economicus - pelo qual o homem é motivado e incentivado por estímulos salariais - e elaboravam planos de incentivo salarial para elevar a eficiência e baixar os custos operacionais. Para a Teoria das Relações Humanas, a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador. Para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, aprovação social e participação nas atividades dos grupos sociais nos quais convivem. Chiavenato (2014).

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Weber iniciou o estudo sistemático da burocracia. Ele desenvolveu uma série de observações a respeito e configurou as condições que contribuem para isso, com conceitos como a economia monetária, o sistema capitalista e a revolução industrial. Weber é considerado um dos pais da sociologia. “Seu trabalho mais relevante para o campo organizacional – A teoria da Organização Social Econômica – foi publicado em 1922, dois anos após sua morte” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005, p. 64).

Max Weber é considerado uma das grandes figuras intelectuais dos séculos XIX e XX. Ele manteve uma curiosidade incessante por várias disciplinas, como direito, economia e história. Sua trajetória acadêmica e intelectual o posicionou como um dos pais da sociologia. Um de seus objetivos era descobrir quais foram as condições culturais que permitiram o desenvolvimento do capitalismo. Hoje, seu pensamento continua influenciando uma infinidade de disciplinas.

De acordo com Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 65), Weber estava “interessado nos aspectos referentes a organização formal, isto é, os meios racionais utilizados para dirigir as atividades de muitos indivíduos ocupantes de cargos diferentes, visando atingir um objetivo comum”. “Uma organização é um arranjo sistemático de pessoas reunidas para alcançar um propósito comum” (ROBBINS; DECENZO, 2004, p. 4).

Basicamente a Teoria Burocrática está relacionada à estrutura e ao processo administrativo das organizações. Mas afinal, o que é burocracia? Podemos definir o termo burocracia como as regras e regulamentos, processos, procedimentos, padrões, onde, todos os processos são formulados com a finalidade de reduzir a complexidade do funcionamento da organização.

Essa teoria surgiu para resolver as limitações da teoria clássica e da teoria das relações humanas que, por outro lado, eram opostas e contraditórias entre si. Assim, Weber levantou essa teoria racionalista por meio de uma abordagem eficiente, aplicável a fábricas e diferentes formas de organização humana.

Figura 16 - The theory of social and economic organization

Fonte: Google Imagens (2020).

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Silva (2008, p. 146), relata “Os escritos de Weber sobre burocracia foram publicados em duas diferentes seções de um rascunho incompleto de Economia e sociedade”. A primeira parte foi traduzida por Parsons e M. Henderson em 1947, na seção 3 do livro The theory of social and economic organization (A teoria da organização social e econômica – Figura 16). A segunda parte apareceu no livro From Max Weber, essays in sociology (De Max Weber, ensaios em sociologia), publicado em 1946, de Hans Gerth e C. Wright Mills. De acordo com Souza (2015, p. 170), “a Teoria da Burocracia foi originada dentro da Administração por volta dos anos 1940, em função de alguns aspectos da Burocracia na Administração”.

“A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos”, segundo Chiavenato (2014, p. 258). Ainda, de acordo com o autor, Weber distingue três tipos de sociedade:

a. Tradicional: predominam características patriarcais e patrimonialistas, como família, clã, sociedade medieval, etc.;

b. Carismática: predominam características místicas, arbitrárias e personalísticas, como nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução, etc.;

c. Legal, racional ou burocrática: predominam normas impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos, nos exércitos, etc.

Na concepção de Souza (2015), na prática, a teoria da burocracia segue premissas cuja características resultam em objetivos predefinidos, conforme demonstra a Figura 17.

Figura 17 - Premissas da Burocracia

Burocracia baseada em:

• Caráter legal das normas e regula-mentos• Caráter formal das comunicações• Caráter racional e divisão do trabalho• Impessoalidade nas relações• Hierarquia da autoridade• Rotinas e procedimentos• Competência técnica e Meritocra-cia• Previsibilidade do funcionamento

Consequências Previstas:

• Previsibilidade do comportamento humano• Padronização do desempenho dos participantes.

Objetivo

• :Máxima eficiência da organização

Fonte: Souza (2015, p. 173).

Silva (2008, p. 146), afirma que do ponto de visto da perspectiva clássica, “uma organização é a estrutura de relacionamentos, poder, objetivos, papéis, atividades, comunicações e outros fatores que existem quando pessoas trabalham juntas”. Como desenvolvidas por Weber, a burocracia possui característica conforme descritas no Quadro 4.

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Quadro 4 – Característica da Burocracia

DIVISÃO DE TRABALHO

As atividades são desmembradas em tarefas simples, de tal modo que qualquer pessoa, de qualquer tipo de organização, poderia se tornar especializada em um tempo mínimo; a especialização faz a trabalho humano intercambiável, o que contribui grandemente paro a eficiência organizacional. Cada posição tem claramente definidas as responsabilidades e a delegação de autoridade competentes.

HIERARQUIA DE AUTORIDADE

Posições ou empregados são organizados de modo a formar a hierarquia (cadeia de comando) na qual a organização está estruturada. Cada posição nessa hierarquia contém responsabilidades e deveres específicos, bem como privilégios.

RACIONALIDADE

Todos os membros da organização são selecionados com base na qualificação técnico paro um desempenha adequado; as promoções ocorrem por desempenho e capacitação técnica (mérito). Um esforço consciente é feito para adequar o desempenho do trabalho às qualificações da funcionário e/ou candidato, independentemente das características de raça, sexo, religião ou classe social deste. O critério-guia deveria ser simplesmente o grau de adequação do potencial do empregado em termos de educação, treinamento, conhecimento e habilidade para desempenhar a atividade em uma organização.

REGRAS E PADRÕES

As decisões gerenciais são guiadas por regras, disciplina e controles, relacionadas à conduta dos deveres oficiais, aplicados de forma impessoal tanto aos empregados da organização como aos clientes foro dela.

COMPROMISSO PROFISSIONAL

Os administradores trabalham por solários fixos e não são os donos dos negócios que administram; os gerentes são treinados para as atividades administrativos visando a melhor qualificação para o alcance da eficiência organizacional e para a controle das atividades dos empregados nesse mesmo sentido.

REGISTROS ESCRITOS

Com o objetiva de estabelecer continuidade organizacional e com o propósito de alcançar uniformidade de ação, as burocracias mantêm registros, elaborados para detalhamento das transações da organização.

IMPESSOALIDADE

As regras e os procedimentos são aplicados de modo uniforme e imparcial; todos os funcionários são avaliados de acordo com regras objetivas, de tal modo que não se permito ao superior considerações pessoais ou emocionais poro ‘colorir’ as avaliações.

Essas são as características apresentadas pelas organizações que Weber estudou. Entretanto, mais do que a análise dessas organizações, Weber propôs um modelo analítico de

organizações.

Fonte: Silva (2008, p.147).

Segundo a teoria burocrática de Max Weber, a burocracia é a base para a formação sistemática de qualquer organização e visa garantir a eficiência e a eficácia econômica. É um modelo ideal de gestão e administração para colocar em foco a estrutura de poder de uma organização. Com essas observações, ele estabelece os princípios básicos da burocracia e enfatiza a divisão do trabalho, hierarquia, regras e relacionamento impessoal.

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UNIDADE 1

A administração tem sido considerada como sendo um processo social que abrange a responsabilidade pelo planejamento e regulamentação econômica e eficaz das operações das organizações, tendo como finalidade o cumprimento de determinados objetivos. Corresponde a um processo dinâmico que consiste em diversos elementos e atividades. O termo administração, se refere ao processo de fazer com que as coisas sejam executadas, com eficácia e eficiência, por meio de outras pessoas e com elas (ROBBINS E DECENZO, 2004).

Esse processo é caracterizado por um conjunto de funções desempenhadas pelos gestores para o cumprimento dos objetivos da organização. Dentro das empresas a administração desempenha um papel primordial para que, as metas estabelecidas, sejam atingidas. O principal objetivo das funções administrativas é atingir os objetivos organizacionais ao mesmo tempo em que utiliza os recursos organizacionais de forma mais eficaz. No contexto contemporâneo, deve-se ser aceita as atribuições mínimas das funções administrativas declarando as funções de gestão de forma simplificada, tais como planejamento, organização, direção e controle – PODC – ou seja, um modo de enunciação comumente aceite atualmente (Figura 18).

Figura 18 - As quatro funções administrativas

Recursos

• Humanos• Financeiros• Materiais• Tecnológicos• Informação

Resultados

• Desempenho• Objetivos• Produtos• Serviços• Eficiência• Eficária

Controle

Monitorar as atividades e corrigir os desvios

Organização

Modelar o trabalho, alocar recursos e coordenar atividades

Direção

Designar pessoas, dirigir seus esforços, motivá-las, liderá-las e comunicar

Planejamento

Formular objetivos e os meios para alcançá-los

Fonte: Chiavenato (2007, p. 27)

TÓPICO 5

FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO

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De acordo com Chiavenato (2004, p. 167):

quando consideradas em um todo integrado, as funções administrativas formam o processo administrativo. Quando consideradas isoladamente, o planejamento, a direção, a organização e o controle constituem funções administrativas.

Conforme ilustra a Figura 19:

Figura 19 - O processo administrativo

Planejamento

• Definir a missão• Formular objetivos• Definir os planos para alcançar os objetivos• Programar as atividades

Organização

• Dividir o trabalho• Designar as atividades• Agrupar as atividades em órgãos e cargos• Alocar recursos• Definir autoridade e responsabilidade

Direção

• Designar as pessoas• Coordenar os esforços• Comunicar• Motivar• Liderar• Orientar

Controle

• Definir os padrões• Monitorar o desempenho• Avaliar o desempenho• Ação corretiva

Fonte: Chiavenato (2007, p. 26)

Assim, conceitua-se a administração, como sendo o processo para alcançar os objetivos organizacionais. Nesse sentido, um processo representa um conjunto de atividades dinâmicas, contínuas e inter-relacionadas. Dinâmica porque as organizações sofrem constantes impactos internos e externos. Contínuo significa que as atividades não são realizadas de forma linear, passo a passo, onde a responsabilidade é passada de uma atividade para a próxima.

Em vez disso, as atividades continuam à medida que novas atividades são iniciadas. Inter-relacionado significa que os resultados de cada atividade influenciam as outras atividades e tarefas. É responsabilidade da administração zelar para que as atividades essenciais sejam realizadas com eficiência - da melhor maneira possível - e com eficácia - fazendo a coisa certa.

Planejamento

Planejar significa definir metas de desempenho para a organização e determinar quais ações e recursos são necessários para atingir as metas. Por meio do planejamento, a administração define os planos estratégicos e táticos, como deve ser o futuro da organização qual o melhor caminho a percorrer. Os planos estratégicos são de longo prazo e afetam toda a organização. Planejar preenche a lacuna entre o que uma organização é e o que ela se tornará, conforme ilustra a Figura 20.

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Figura 20 - Função de Planejar

Planejamento

Organizar Dirigir Controlar

• Definir objetivos• Verificar onde as coisas estão hoje• Desenvolver premissas sobre condições futuras (cenários)• Identificar meios para alcançar os objetivos• Implementar os planos de ação necessários

Fonte: Chiavenato (2007, p. 30).

Segundo Münch (2010), o planejamento é quando são determinados os cenários futuros e a direção da empresa, assim como a definição dos resultados que se pretende obter e as estratégias para os atingir, minimizando os riscos. Para Marco e Loguzzo (2016), é a função que inicia o ciclo administrativo (Figura 21), uma vez que estabelece os elementos e critérios gerais em que os outros se baseiam.

Figura 21 - As premissas do Planejamento

Onde estamos agora PlanejamentoOnde pretendemos

chegar

Presente Futuro

Situação atual PlanosObjetivos

pretendidos

Fonte: Chiavenato (2007, p. 28).

O planejamento consiste em determinar as bases que irão orientar a ação futura da organização. O processo de planejamento consiste em determinar os objetivos, a situação futura a alcançar e as orientações gerais das ações a levar a cabo para os atingir. Neste sentido, o planejamento consiste em determinar os objetivos a alcançar e as linhas de ação apropriadas para os atingir.

Conforme Chiavenato (2014, p. 173), “quando consideradas em um todo integrado, as funções administrativas formam o processo administrativo. Quando consideradas isoladamente, constituem funções administrativas”. Dessa forma, a sequência das funções do administrador forma o ciclo administrativo (Figura 22):

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Figura 22 - Ciclo das funções administrativas

Ciclo Administrativo

ControleMonitorar as atividades e corrigir os desvios

DireçãoDesignar as pessoas, dirigir seus esforços, motivá-las, liderá-los e comunicá-los

PlanejamentoFormular objetivos e os meios para alcançá-los

OrganizaçãoDesenhar o trabalho, alocar recursos e coordenar atividades

Fonte: Google Imagens (2020).

1. À medida que se repete o ciclo administrativo, ocorre contínua correção e ajustamento por meio da retroação. Assim, o desenvolvimento de um ciclo permite definir quais correções devem ser introduzidas no ciclo seguinte, e assim por diante. Graficamente, a representação dessas correções e ajustamentos;

2. Na realidade, as funções do administrador que formam o processo administrativo são mais do que uma sequência cíclica, pois estão intimamente relacionadas em uma interação dinâmica. O processo administrativo é cíclico, dinâmico e interativo.

O planejamento atravessa todos os níveis da organização e, por conseguinte, é planejado em diferentes realidades em cada caso, consequentemente, existem planos de natureza diferente. Podem ser estabelecidos planos sobre métodos de trabalho, podem ser relacionados com a sucessão de atividades a longo prazo, podem referir-se a comportamentos desejados ou podem ser estabelecidos em relação à atribuição de pessoas (MARCO E LOGUZZO, 2016).

Mediante o conteúdo acima pare, pense e reflita: Há na empresa em que você trabalha algum processo de planejamento? Caso sim, está sendo aplicado? Caso não, o que você faria para realizar o planejamento da empresa?

UNI

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Organização

A segunda função principal da administração (Figura 23) corresponde ao processo de organizar. Para ter sucesso nas escalas de eficácia e eficiência, a organização deve distribuir recursos, tanto humanos como materiais, de uma maneira que os alinhe para produzir o melhor resultado possível. Um dos resultados da organização é o conceito de estrutura organizacional. O agrupamento de pessoas em departamentos, unidades de trabalho ou outras entidades operacionais define essas interações, assim como a hierarquia e a estrutura de liderança necessárias para ajudar a organização a atingir seu potencial.

Figura 23 - A Função de Organizar

Planejar Dirigir Controlar

Organizar

• Dividir o trabalho• Agrupar as atividades em uma estrutura lógica• Designar as pessoas para sua execução• Alocar os recursos• Coordenar os esforços

Fonte: Chiavenato (2007, p. 34).

De acordo com Maximiano (2000, p. 27), a “organização é o processo de definir o trabalho a ser realizado e as responsabilidades pela realização; é também o processo de distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério”. Para Silva (2008, p. 9), a organização para o “processo de designação de tarefas, de agrupamento de tarefas em departamentos e de alocação de recursos para os departamentos”.

De acordo com Marco e Loguzzo (2016), a organização, neste caso, refere-se à ação da organização de uma organização, ou seja, uma entidade social, deliberadamente constituída para a prossecução de fins específicos. Chiavenato (2014), afirma que uma organização pode ser estruturada em três níveis diferentes:

a. Nível global: organização que abrange a empresa como uma totalidade. É o chamado desenho organizacional, que pode assumir três tipos: linear, funcional e linha-staff;

b. Nível departamental: abrange cada departamento da empresa. É o chamado desenho departamental ou simplesmente departamentalização.

c. Nível das tarefas e operações: focaliza cada tarefa, atividade ou operação especificamente. É o chamado desenho dos cargos ou tarefas. É feito por meio da descrição e análise dos cargos.

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d. Esta função consiste essencialmente em estruturar a organização para prosseguir os objetivos estabelecidos. Refere-se à melhor forma de dividir o trabalho e como agrupar e coordenar tarefas da forma mais eficaz, bem como ao estabelecimento de linhas de autoridade e responsabilidade, e à associação de pessoas e recursos a posições específicas (Figura 24).

Figura 24 - Os níveis da organização

PresidentesDiretores

Institucional

Intermediário

Operacional

Níveis:

Gerentes

Supervisores

Funcionários eOperários

Administração de CúpulaDefinição de objetivos

Planejamento, Organização,Direção e Controle

Execução das tarefas e operações

Administração das OperaçõesSupervisão da execução das

tarefas e operações da empresa

Fonte: Chiavenato (2007, p. 13).

Consoante o nível da organização a que nos referimos, podemos falar de diferentes tarefas de concepção organizacional. A nível operacional, a concepção consiste na análise e descrição das funções, que consiste em determinar o conjunto de tarefas que compõem cada trabalho específico, ou seja, o seu conteúdo. A nível médio, o design inclui o agrupamento de unidades com base em algum padrão homogêneo, ou seja, o agrupamento de trabalhos de acordo com algum critério racional, como por função, por produto, por cliente, por área geográfica, entre outros. Ao nível gerencial, a concepção organizacional refere-se à organização como um todo e, de acordo com os critérios acima mencionados, determina o tipo de organização com base nas características da sua estrutura (MARCO E LOGUZZO, 2016).

Segundo Chiavenato (2014, p. 181), a organização como função administrativa “é parte do processo administrativo: nesse sentido, organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer suas atribuições e as relações entre eles”. Assim, organizar consiste em:

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a. Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance dos objetivos planejados - especialização;

b. Agrupar as atividades em uma estrutura lógica - departamentalização;

c. Designar as atividades às específicas posições e pessoas - cargos e tarefas.

Direção

A direção consiste na execução de todas as fases do processo administrativo através da orientação e orientação de recursos, e do exercício da liderança. De acordo com Chiavenato (2014, p. 92), a direção (Figura 25) é “a tarefa contínua de tomar decisões e incorporá-las em ordens e instruções específicas e gerais, e ainda a de funcionar como líder da empresa”, e acrescenta que:

A direção é a terceira função. Definido o planejamento e estabelecida a organização, resta fazer as coisas andarem e acontecerem. Esse é o papel da direção: acionar e dinamizar a empresa. A direção está relacionada com a ação, com o colocar-se em marcha, e tem muito a ver com as pessoas. Ela está diretamente relacionada com a atuação sobre os recursos humanos da empresa. As pessoas precisam ser aplicadas em seus cargos e funções, treinadas, guiadas e motivadas para alcançarem os resultados que delas se esperam. A função de direção se relaciona diretamente com a maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados, por meio da atividade das pessoas que compõem a organização. Assim, a direção é a função administrativa que se refere às relações interpessoais dos administradores em todos os níveis da organização e os seus respectivos subordinados. Para que o planejamento e a organização possam ser eficazes, eles precisam ser dinamizados e complementados pela orientação dada por meio de uma adequada comunicação e habilidade de liderança e motivação. Chiavenato (2014, p. 92).

Figura 25 - A Função de Direção

Planejar Organizar Controlar

Dirigir

• Dirigir os esforços para um propósito comum• Comunicar• Liderar• Motivar• Orientar as pessoas• Impulsionar as pessoas

Fonte: Chiavenato (2007, p. 36).

Alguns autores também denominam a função de direção de liderança. No entanto, se deve compreender que a liderança é uma condição de direção. É possível liderar sem dirigir, o que não é a melhor das condições. É necessário liderar de forma eficaz e eficiente, fazendo-o com atitude e habilidade. A direção é aquele aspecto funcional inerte da administração que lida diretamente

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com a influência, orientação, supervisão, motivação dos subordinados para o cumprimento das metas organizacionais. A direção tem os seguintes elementos:

a. Supervisão: implica em supervisionar o trabalho dos subordinados por seus superiores. É o ato de observar e dirigir o trabalho e os trabalhadores;

b. Motivação: significa inspirar, estimular ou encorajar os subordinados com zelo para o trabalho. Incentivos positivos, negativos, monetários e não monetários podem ser usados para esse fim;

c. Liderança: pode ser definida como um processo pelo qual o gerente orienta e influencia o trabalho dos subordinados na direção desejada;

d. Comunicações: é o processo de passar informações, experiências, opiniões etc. de uma pessoa para outra. É uma ponte de compreensão.

É muito importante para a organização porque trata de lidar com as pessoas de tal forma que elas ajudem de todas as formas possíveis a alcançar os objetivos da organização. Para que a direção seja eficiente, é importante que a alocação dos recursos seja feita com muito critério. Os administradores que desempenham o papel de direção devem ter fortes capacidades de comunicação e ter a convicção de julgar e convencer as pessoas de uma forma positiva.

Segundo Marco e Loguzzo (2016), na estrutura organizacional, o peso relativo da função de gestão são os três níveis de direção (Quadro 5), sendo responsáveis pelos resultados alcançados pelas pessoas que estão a seu cargo. Por conseguinte, deve primeiro procurar gerar as melhores condições possíveis para que o pessoal responsável possa realizar as tarefas atribuídas e obter os resultados esperados. Para esta tarefa, competências específicas em relação a supervisão, comunicação, liderança e motivação.

Quadro 5 - Os três níveis de direção

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO

NÍVEIS DE DIREÇÃO

CARGOS ENVOLVIDOS ABRANGÊNCIA

INSTITUCIONAL Direção Diretores e altos executivos

A empresa ou áreas da empresa

INTERMEDIÁRIO Gerência Gerentes e pessoal do meio do campo

Cada departamento ou unidade da empresa

OPERACIONAL Supervisão Supervisores e encarregados

Cada grupo de pessoas ou tarefas

Fonte: Chiavenato (2007).

A direção, tal como outras funções administrativas, também atravessa toda a estrutura organizacional, uma vez que, a todos os níveis, há necessidade de endereço. A nível operacional, eles são os supervisores e encarregados; ao centro, na direção intermediária os gerentes; no nível institucional da organização os

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diretores e altos executivos. A terminologia a utilizar para chamar cada um destes atores derivará da natureza da organização e da sua estrutura.

Controle

O quarto elemento das funções administrativas é a função de controle (Figura 26), a qual implica na medição de cumprimento em relação aos padrões e correção de desvio do planejamento, caso haja, para garantir o cumprimento das metas organizacionais. O objetivo do controle é garantir que tudo ocorra em conformidade com as normas e requisitos estabelecidos. Um sistema eficiente de controle contribui para prever desvios antes que eles realmente ocorram. Controlar é o processo de verificar se o progresso adequado está sendo feito em relação aos objetivos e metas e, se necessário, agir para corrigir qualquer desvio.

Figura 26 - A função de Controlar

Planejar Organizar Dirigir

Controlar

• Definir padrões de desempenho• Monitorar o desempenho• Comparar o desem-penho com os padrões estabelecidos• Tomar a ação correti-va para corrigir desvios e assegurar o alcance dos objetivos

Fonte: Chiavenato (2007, p. 39).

Segundo Marco e Loguzzo (2016), como função da administração, o controle tem o objetivo de verificar os resultados obtidos através da ação organizacional e de os contrastar com os planos estabelecidos. O objetivo dos processos de controle é identificar os desvios existentes entre o que foi planejado e os resultados obtidos, a fim de perceber as causas do desvio e retificar o curso da ação organizacional através de ações corretivas, orientando-a para os objetivos estabelecidos. Para Chiavenato (2014), a palavra controle pode assumir vários significados em administração:

a. Como função restritiva e coercitiva: utilizado no sentido de coibir ou limitar certos tipos de desvios indesejáveis ou de comportamentos não aceitos. Nesse sentido, o controle apresenta caráter negativo e limitativo, sendo, muitas vezes, interpretado como coerção, delimitação, inibição e manipulação. É o controle social aplicado nas organizações e na sociedade para inibir o individualismo e a liberdade das pessoas;

b. Como um sistema automático de regulação: utilizado no sentido de manter automaticamente um grau constante de fluxo ou de funcionamento de um sistema. É o caso do processo de controle

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automático das refinarias de petróleo, de indústrias químicas de processamento contínuo e automático. O mecanismo de controle detecta possíveis desvios ou irregularidades e proporciona automaticamente a regulação necessária para voltar à normalidade. Quando algo está sob controle significa que está dentro do normal;

c. Como função administrativa: é o controle como parte do processo administrativo, como planejamento, organização e direção.

A função de controlar constitui na medição e correção das atividades de desempenho dos subordinados a fim de garantir que os objetivos e planos desejados da empresa sejam cumpridos. “A função que se encarrega de comparar o desempenho atual com os padrões predeterminados, isto é, com o planejado” (SILVA, 2008, p. 9). Portanto, o controle possui quatro fases conforme ilustrado na Figura 27.

Figura 27 - As quatro fases do controle

Ação corretiva

Observação dodesempenho

Estabelecimentode padrões

Comparação do desempenho com opadrão estabelecido

Fonte: Chiavenato (2007, p. 40).

O processo de planejamento está intimamente relacionado com o processo de controle, dessa forma, controlar sem basear o processo num plano não faria sentido, uma vez que não tem um parâmetro para orientar, tanto a ação organizacional, como o processo de controle (MARCO E LOGUZZO, 2016). O controle consiste em verificar se tudo ocorre de acordo com os planos adotados, instruções emitidas e princípios estabelecidos. As principais características da função administrativa de controle são:

a. O controle é uma função final: uma função que vem uma vez que as apresentações são feitas em confirmações com planos;

b. O controle é uma função generalizada: o que significa que é desempenhado por gerentes em todos os níveis e em todos os tipos de preocupações;

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c. O controle é voltado para o futuro: porque o controle eficaz não é possível sem que o passado seja controlado. O controle sempre olha para o futuro para que o acompanhamento possa ser feito sempre que necessário;

d. O controle é um processo dinâmico: uma vez que o controle requer métodos de revisão, mudanças devem ser feitas sempre que possível;

e. O controle está relacionado ao planejamento: o planejamento e o controle são duas funções inseparáveis da administração. Sem planejamento, controlar é um exercício sem sentido e sem controle, planejar é inútil. O planejamento pressupõe controlar e controlar o planejamento bem-sucedido.

O controle garante que haja uma utilização eficaz e eficiente dos recursos organizacionais para atingir os objetivos planejados. O controle mede o desvio do desempenho real do desempenho padrão, descobre as causas de tais desvios e ajuda a tomar ações corretivas. Enquanto o planejamento abre o processo administrativo, o controle serve de fechamento.

Ao mesmo tempo, as organizações mais modernas e inovadoras estabelecem estratégias de aprendizagem que lhes permitem refletir sobre a forma como desempenham as suas tarefas e resolvem os seus problemas, a fim de melhorar as tarefas e o seu desempenho. O controle é um exercício sistemático que é chamado como um processo de verificação do desempenho real em relação aos padrões ou planos com o objetivo de garantir o progresso adequado e também registrar a experiência adquirida como uma contribuição para possíveis necessidades futuras. O controle tem dois propósitos básicos, ou seja, facilita a coordenação e ajuda no planejamento.

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RESUMO

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

CHAMADA

A administração, bem como seus fundamentos e prática, pressupõe a eficiente gestão dos recursos disponíveis para uma determinada organização, seja empresas públicas ou privadas, instituições de qualquer tipo e natureza e até mesmo organizações não governamentais (ONG’s). O termo administração abrange e embasa uma longa lista de atividades, mas sempre tem como foco o uso eficiente desses recursos, na medida em que seus retornos devem ser maximizados. Sendo assim, nessa unidade:

1. Abordamos evolução do pensamento administrativo que teve seu início com o próprio homem, tendo em vista que em qualquer período da história houve a necessidade de coordenar, tomar decisões e executar. Dessa forma, ao analisar a história da humanidade, você pode encontrar as contribuições que os povos antigos, pensadores e filósofos deram ao pensamento administrativo;

2. Você compreendeu que, no entanto, a história das organizações e de sua gestão tem origem em tempos mais recentes. Que foram baseadas em diversas teorias que pregavam o pragmatismo, isto é, métodos que buscavam validar uma teoria que tinha por objetivo determinar êxito prático, como por exemplo a Teoria da Administração cientifica de Frederick W. Taylor e Teoria Clássica da Administração de Henri Fayol;

3. Contemplamos também as funções básicas da administração que são o planejamento, a organização, a direção e o controle tendo em vista que o administrador eficaz representa um valor para uma organização. Assim, o administrador se constitui no elo entre os vários departamentos de uma organização visando garantir o fluxo uniforme de informações entre os setores da empresa. Portanto, sem uma administração eficaz, uma organização não funcionaria de maneira profissional e sem problemas.

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

CHAMADA

ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO

UNIDADE 2

Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – Administração Financeira

TÓPICO 2 – Administração de Recursos Humanos

TÓPICO 3 – Administração Mercadológica/Marketing

TÓPICO 4 – Administração Estratégica

TÓPICO 5 – Papel do Administrador

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Compreender o contexto histórico e evolutivo do pensamento administrativo;

• Conhecer quais foram as principais influências do pensamento administrativo;

• Identificar as principais teorias da administração;

• Reconhecer as principais funções administrativas.

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A administração é uma ciência social aplicada que tem como objetivo principal alcançar o máximo benefício possível para uma empresa, planejando, organizando, dirigindo e controlando os recursos organizacionais à sua disposição como, por exemplo, os humanos, financeiros, tecnológicos, entre outros. A administração é, sem dúvida, uma área do conhecimento humano que tem evoluído e que tem proporcionado uma contribuição sem precedentes no mundo das organizações.

De acordo com Cardona (2009), administrar, do latim administrare, significa etimologicamente servir. Neste sentido, a administração pode ser definida como a ação de servir ao outro, de cuidar dos bens de outra pessoa, para cuidar dos negócios de outra pessoa. Por extensão, administrar significa cuidar de seus próprios assuntos. Cuidar e administrar seus próprios bens e recursos. Para Chiavenato (2014, p.8) a palavra “administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função sob o comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro”.

Administrar significa também governar. Constitui dirigir os destinos de uma empresa, uma organização, uma comunidade ou uma cidade de tal forma que seus objetivos ou propósitos e seu progresso e bem-estar sejam alcançados. Com o desenvolvimento econômico e social, e especialmente sob a influência da revolução industrial, o termo “administração” evoluiu de tal forma que hoje é considerado suas palavras equivalentes como: direção, gestão, administração.

A administração compreende as atividades de estabelecer a estratégia de uma organização e de coordenar os esforços de seus funcionários ou voluntários para atingir seus objetivos por meio da aplicação dos recursos disponíveis, tais como recursos financeiros, logísticos, tecnológicos e humanos. Nesse contexto, Chiavenato (2004, p. 2), corrobora ao afirmar que no:

MUNDO EM QUE VIVEMOS É UMA sociedade institucionalizada e composta por organizações. Todas as atividades relacionadas à produção de bens (produtos) ou prestação de serviços (atividades especializadas) são planejadas, coordenadas, dirigidas, executadas e controladas pelas organizações. Todas as organizações são constituídas por pessoas e por recursos não-humanos (como recursos físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos etc.).

Quando abordamos preceitos sobre a administração, comumente pensamos sobre negócios, comércio ou indústrias com fins lucrativos. No entanto, deve-se levar em consideração que existem outras organizações sem fins lucrativos, como ONGs, igrejas, serviços públicos, associações entre outras. Independentemente, organizações com ou sem fins lucrativos necessitam planejar, organizar, dirigir e controlar sua estrutura. Todas possuem recursos humanos, materiais, financeiros e até recursos intangíveis como, por exemplo, o valor da sua marca e patrimônios intelectuais. Todos esses elementos devem ser gerenciados da melhor maneira possível.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Assim sendo, a administração é necessária para a existência e o sucesso de todos os tipos de organizações. Internamente, as organizações/empresas possibilitam uma variedade de possibilidades (Figura 28) onde o profissional de administração poderá aplicar seus conhecimentos e habilidades, como:

Figura 28 - Áreas da Administração

Resultado da Organização

Colaboradores

Recu

rso

s H

um

ano

s

Pro

du

ção

Log

ísti

ca

Mar

keti

ng

Fin

ance

ira/C

on

táb

il

Fonte: Google Imagens (2020).

a. Administração da produção: também chamada de gerenciamento de operações, refere-se à aplicação dos princípios de gerenciamento à função de produção em uma fábrica. Ou seja, ao planejamento e controle dos processos industriais para garantir o seu bom funcionamento;

b. Administração Financeira: A gestão financeira significa planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades financeiras, como a aquisição e utilização de recursos da empresa. Significa aplicar os princípios gerais de gestão aos recursos financeiros da empresa para atingir as metas e objetivos da organização;

c. Administração de Recursos Humanos: A gestão de recursos humanos é a prática de recrutar, contratar, implantar e gerenciar os funcionários de uma organização, fornecendo orientação, conduzindo treinamento e desenvolvimento, avaliando o desempenho do funcionário, decidindo a remuneração e fornecendo benefícios, motivando os funcionários, mantendo um relacionamento adequado com os colaboradores e seus sindicatos, garantindo a segurança dos colaboradores;

d. Administração mercadológica/marketing: A gestão de mercado, também chamada de gestão de marketing, permite à organização identificar oportunidades de mercado e apresentar estratégias apropriadas para explorar essas oportunidades de forma lucrativa;

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e. Administração Geral: É um processo de definição de metas e reunião das pessoas certas para atingir as metas, planejando e organizando todos os recursos relevantes de forma eficaz e eficiente. Essencialmente, o processo de gerenciamento abrange quatro funções imperativas que incluem planejamento, organização, direção e controle.

De acordo com Koontz, Weihrich e Cannice (2012), a administração é o processo de gerenciamento pelo qual é projetado e mantido um ambiente no qual os indivíduos, trabalhando em grupo, atingem objetivos específicos de uma maneira eficaz. Uma organização constitui um grupo de pessoas trabalhando em conjunto para criar valor agregado. Já o gerenciamento é o processo pelo qual um ambiente é projetado e mantido, no qual indivíduos trabalhando em grupos atingem metas específicas de forma eficaz, onde esta definição básica precisa ser expandida:

a. Como gerentes, as pessoas desempenham as funções de gerenciamento de planejamento, organização, integração de pessoal, direção e controle.

b. A administração se aplica a qualquer tipo de organização;

c. Também se aplica aos gerentes em todos os níveis organizacionais;

d. O objetivo de todos os gerentes é o mesmo: criar valor agregado;

e. A administração se preocupa com a produtividade, o que significa eficácia e eficiência, e a soma de ambos para alcançar a efetividade.

Na obra, expõe-se de forma resumida, sobre quais os tipos de administradores especialistas o mercado está absorvendo na atualidade. Com uma linguagem leve e direta, ela envolve o leitor em uma verdadeira viagem pelo mundo da ciência da Administração. (GONÇALVES, 2020).

Figura 29 - Dica de leitura

Fonte: Ramos (2018).

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A Administração é uma área do conhecimento humano muito versátil que propõe diferentes soluções para resolver os problemas de estrutura e funcionamento de organizações com ou sem fins lucrativos. Cada organização de acordo com suas necessidades requer soluções diferentes dos ramos da administração. O profissional da administração tem a possibilidade de exercer sua profissão nos mais diversos campos de atuação.

De acordo com o Conselho Regional de Administração - Pará (2020, p. 1) “o profissional de Administração conta com várias habilidades e competências no dia a dia de uma organização, o que faz com que ele assuma diferentes responsabilidades na área”. Nesse contexto, se faz necessário identificar a trajetória a ser seguida relativa às atividades do campo de atuação que deverá ser inerente à sua vocação. Nessa perspectiva o Conselho Regional de Administração – São Paulo (2020), elenca, as áreas de atuação da administração, conforme descrito no Quadro 6.

Quadro 6 - Áreas da Administração

ADMINISTRAÇÃO E SELEÇÃO DE PESSOAL / RECURSOS HUMANOS

Cargos e Salários; Controle de Pessoal; Coordenação de Pessoal; Desenvolvimento de Pessoal; Interpretação de Performances; Locação de Mão-de-Obra; Recrutamento; Seleção; Treinamento;

ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS

Administração de Empresas; Análise de Métodos; Análise de Processos; Assessoria Administrativa; Assessoria Empresarial; Assistência Administrativa; Auditoria Administrativa; Consultoria Administrativa; Controle Administrativo; Gerência Administrativa e de Projetos; Implantação de Controle e de Projetos; Implantação de Estruturas Empresariais; Implantação de Métodos e Processos;

Implantação de Planos; Implantação de Serviços; Organização Administrativa; Organização de Empresa; Organização e Implantação de Custos; Perícias Administrativas; Planejamento Empresarial; Planos de Racionalização e Reorganização;

ORÇAMENTO Controle de Custos; Elaboração de Orçamento; Projeções e Previsões;

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL /

LOGÍSTICA

Administração de Estoque; Assessoria de Compras; Assessoria de Estoques; Assessoria de Materiais; Controle de Materiais; Planejamento de Compras; Logística;

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Análise Financeira; Assessoria Financeira; Assistência Técnica Financeira; Consultoria Técnica Financeira; Diagnóstico Financeiro; Orientação Financeira; Projeções Financeiras; Projetos Financeiros; Administração de Bens e Valores; Administração de Capitais; Controle de Custos; Levantamento de Aplicação de Recursos; Arbitragens; Controle de Bens Patrimoniais; Planejamento de Recursos; Plano de Cobrança; Projetos de Estudo para Financiamento;

ADMINISTRAÇÃO MERCADOLÓGICA /

MARKETING

Administração de Vendas; Canais de Distribuição; Consultoria Promocional; Coordenação de Promoções; Estudos de Mercado;

- Marketing; Pesquisa de Mercado; Pesquisa de Desenvolvimento de Produto; Planejamento de Vendas; Promoções; Técnica Comercial; Técnica de Varejo;

ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Controle de Produção; Pesquisa de Produção; Planejamento de Produção; Planejamento e Análise de Custo;

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DICAS

DESDOBRAMENTOS OU CONEXOS.

- Administração de Consórcio;

- Administração de Comércio Exterior;

- Administração de Cooperativas;

- Administração Hospitalar;

- Administração de Imóveis/Condomínios;

- Administração Rural;

- Administração Hoteleira;

- Factoring;

Fonte: CRASP (2020).

Especializações da administração

Nos dias de hoje, a administração revela-se como uma área do conhecimento humano repleta de complexidades e desafios. O profissional que utiliza a administração como meio de vida pode atuar nos mais variados níveis de uma organização, desde o hierárquico de supervisão elementar até o de dirigente máximo da organização. Pode atuar nas diversas especializações da administração: da produção (de bens ou serviços prestados pela organização), financeira, de recursos humanos, mercadológica ou, ainda, administração geral. Em cada nível e em cada especialização da administração, as situações são diferentes. Além disso, as organizações são diferentes. Cada organização tem seus objetivos, seu ramo de atividade, seus dirigentes e seu pessoal, seus problemas internos e externos, seu mercado, sua situação financeira, sua tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia e política de negócios etc. Chiavenato (2014).

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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AUTOATIVIDADE

Quando abordamos preceitos sobre a administração, comumente pensamos sobre negócios, comércio ou indústrias com fins lucrativos. No entanto, deve-se levar em consideração que existem outras organizações sem fins lucrativos, como ONGs, igrejas, serviços públicos, associações entre outras. Independentemente, organizações com o sem fins lucrativos necessitam planejar, organizar, dirigir e controlar sua estrutura. Todas possuem recursos humanos, materiais, financeiros e até recursos intangíveis como, por exemplo, o valor da sua marca e patrimônios intelectuais. Todos esses elementos dever ser gerenciados da melhor maneira possível.

A partir dessa contextualização e baseando-se no conteúdo estudado, descreva e relate o que são e as quais as atividades dos setores/pilares de uma empresa ilustradas na figura abaixo.

Resultado da Organização

Colaboradores

Rec

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Pro

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RECURSOS HUMANOS

PRODUÇÃO

LOGÍSTICA

MARKETING

FINANCEIRO

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UNIDADE 2

Dentre as funções administrativas internas das organizações, a administração ou gestão financeira é uma das responsabilidades mais importantes dos administradores e gerentes. Esses atores devem considerar as potenciais consequências de suas decisões de gestão sobre os lucros, o fluxo de caixa e a situação financeira da empresa. As atividades de todos os aspectos de um negócio têm um impacto no desempenho financeiro da empresa e devem ser avaliadas e controladas constantemente. Segundo Gitman (2002, p. 2-3):

Administrar um negócio, seja um modesto empreendimento ou uma grande sociedade anônima, envolvem muitas funções diferentes, funções estas imprescindíveis para a organização ter sucesso frente a seus clientes e concorrentes, mas é finanças que faz com que tudo aconteça. Sem capital que atenda às necessidades da empresa, seja para financiar seu crescimento ou para atender às operações do dia – a – dia, não podemos desenvolver e testar novos produtos, criar campanhas de marketing, comprar alimentos, manter ou construir novas empresas. O papel do administrador financeiro é assegurar que este capital esteja disponível nos momentos adequados, no momento certo e ao menor custo, se isso não ocorrer a empresa não sobreviverá.

A administração financeira significa planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades financeiras, como a aquisição e utilização de recursos da empresa. Significa aplicar os princípios gerais de gestão aos recursos financeiros da empresa para atingir as metas e objetivos da organização. A Administração Financeira de uma empresa é responsável pelas contas anuais, pelo orçamento, pelo plano financeiro e pelas tarefas com os relatórios correspondentes à economia aplicada. Os tipos de gestão financeira são:

a. Gestão financeira estratégica: refere-se ao planejamento, direção, controle do desempenho e da posição de risco da empresa, especialmente a alocação e organização do capital (estrutura de capital);

b. Gestão financeira operacional: Tem como principal função assegurar a liquidez financeira, garantindo o direcionamento dos processos de transformação operacional (plano financeiro).

Segundo Münch (2010), as principais funções da área financeira incluem contabilidade, controladoria, tesouraria, planejamento financeiro, orçamento, custos, gestão de risco, contas a receber, crédito e cobranças, investimentos, impostos e contas a pagar. A função financeira é indispensável, pois através dela são administrados os recursos da organização, além de outras atividades

TÓPICO 1

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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básicas como a obtenção e alocação de recursos, controle de custos e despesas, pagamento de obrigações e todas aquelas atividades que visam obter o máximo retorno financeiro. Na concepção de Gitman (2010), a administração financeira diz respeito às atribuições dos administradores financeiros nas empresas e que:

a. Os administradores financeiros são responsáveis pela gestão dos negócios financeiros de organizações de todos os tipos - financeiras ou não, abertas ou fechadas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos;

b. Eles realizam as mais diversas tarefas financeiras, tais como planejamento, concessão de crédito a clientes, avaliação de propostas que envolvam grandes desembolsos e captação de fundos para financiar as operações da empresa;

c. Nos últimos anos, mudanças no ambiente econômico, competitivo e regulamentador aumentaram a importância e a complexidade das tarefas desse profissional;

d. O administrador financeiro de hoje está mais ativamente envolvido com o desenvolvimento e a implementação de estratégias empresariais que têm por objetivo o crescimento da empresa e a melhoria de sua posição competitiva.

Gitman (2002, p. 588) enfatiza que o planejamento financeiro “é um aspecto importante para o funcionamento e sustentação da empresa, pois fornece roteiro para dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução de seus objetivos”. De acordo com Souza e Oliveira (2016), se pensarmos nos objetivos financeiros possíveis, chegaremos a algumas ideias como as seguintes:

a. Sobreviver: Tendo em vista que os recursos disponíveis para o departamento são finitos, orçados e aprovados antes de cada programa e no início de cada ano em nível de estrutura básica de funcionamento (pagamento de funcionários e da estrutura física, que tendo ou não trabalho é necessário ser pago), a gestão dos recursos busca garantir que não “falte dinheiro” antes do final de cada programa ou que a má utilização dele interfira negativamente no pleno funcionamento da infraestrutura básica do local;

b. Evitar problemas financeiros e falência: Em complemento ao item acima, logicamente que devido ao porte financeiro e da importância do conteúdo gerado internamente pelo departamento, um colapso financeiro seria “absolvido e resolvido” com a entrada de mais recursos financeiros não previstos. A falência em si não seria possível – no mínimo pouco imaginável – mas um descontrole financeiro local acarretaria em um desconforto para empresa como um todo;

c. Superar a concorrência: Do ponto de vista de mercado, a empresa apreciada é referência na qualidade de suas produções a nível nacional e em algum caso, também internacional, líder em audiência

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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na maioria dos horários e também em arrecadação. A gestão adequada dos recursos financeiros é um dos pilares de sustentação de toda a estrutura por trás dos números.

d. Maximizar as vendas ou a participação de mercado: Se pensado de forma mais ampla, a qualidade do que é produzido, que está diretamente ligada à gestão dos recursos financeiros, é diretamente relacionada com as vendas de espaço publicitário (que é a maior fonte de arrecadação da empresa), logo, a gestão de cada departamento tem influência direta nas vendas e na participação no mercado de produção e transmissão de conteúdo.

e. Minimizar os custos: Uma frase que é bastante vinculada internamente à empresa é a que diz: “menos é mais”. Essa postura reflete em todas as áreas da empresa, como produzir com menos, sejam recursos financeiros, mão de obra, materiais, etc., o mesmo conteúdo com a mesma qualidade de sempre. Dentro do departamento existe um compromisso firmado com cada um dos colaboradores em se realizar cada vez a um valor/ custo agregado menor. A administração financeira está intimamente envolvida nesse ponto;

f. Maximizar ganhos: O aumento dos ganhos está relacionado à maior venda de espaços publicitários, Merchand dentro de programas e novelas e no intervalo entre eles, além de outras fontes de renda de menor impacto nas finanças da empresa. Tudo isso está relacionado com o fato de fazer por menos e com cada vez mais qualidade;

g. Manter o crescimento constante dos lucros: Esse ponto tangencia todos os outros acima defendidos. A partir do momento que se produz um conteúdo com a qualidade que se espera e a um custo menor, está se aumentando o lucro.

A gestão financeira torna possível o funcionamento eficiente e eficaz da empresa, fornecendo as informações necessárias para a tomada das melhores decisões. A precisão das análises e a clareza das decisões agregam valor aos principais processos comerciais. No dia-a-dia, isto significa participar de atividades como a avaliação da viabilidade econômica de um produto inovador, assumir o planejamento financeiro, fazer projeções de resultados financeiros da marca ou analisar o desempenho de vendas de cada canal. De acordo com Cavagnari (2017), suas principais funções são:

a. Tomada de decisões que maximizem a riqueza do empreendimento;

b. Redução ao mínimo possível de risco do negócio;

c. Orientação da receita ao volume, mais do que as próprias margens de lucros;

d. Obtenção de lucros reais, variável essa, como vimos, ligada ao tempo.

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Segundo o SEBRAE (2016, p. 6):

para gerenciar com eficiência a área financeira de qualquer empresa torna-se necessário implantar alguns relatórios gerenciais, como alguns indicadores de desempenho para que se faça o acompanhamento periódico da sua performance.

Sendo assim, os principais relatórios gerenciais da área financeira são os seguintes:

a. Controle das Vendas Realizadas;

b. Apuração dos Resultados da Empresa;

c. Controle de Caixa do Movimento Realizado;

d. Fluxo de Caixa;

e. Balanço Gerencial.

Na perspectiva de Jacobsen (2013, p. 92), a administração financeira é considerada como sendo uma das funções mais complexas e delicadas dentro do contexto das organizações, tendo em vista “que trata da análise e solução de problemas associados à aquisição, conservação e uso eficientes dos seus recursos financeiros - o dinheiro”. De acordo com a mesma autora, “nessa área os gestores precisam tomar decisões de investimentos, de distribuição de lucros e de financiamento, sempre com foco nos objetivos organizacionais”. A função financeira pode ser visualizada, de acordo com o sistema apresentado na Figura 30.

Figura 30 - Função Financeira, a partir da visão sistêmica

Entrada

Informações sobre:Saída

Maximização do valor de mercado

• Planos da empresa;• Leis e regulamentos;• Mercados de capitais.

Decisões de Financiamento(Fontes de Recursos):

• Recursos de terceiros;• Recursos próprios.

Decisões de Investimento(Aplicação):

• Pagamento diversos;• Investimentos diversos.

Decisões de Distribuição(Distribuição de Resultados):

• Dividendos.

Fonte: Jacobsen (2013, p. 93).

Conforme se observa na Figura 30, para iniciar suas atividades, a administração financeira precisa conseguir informações, tanto internas como do ambiente externo, principalmente aquelas que afetam diretamente o fluxo financeiro da empresa. Assim, enfatiza Jacobsen (2013, p. 93),

devemos lembrar, então, a importância dos planos oriundos das outras áreas funcionais da organização para se fazer o planejamento financeiro, já que a maioria desses planos requer o uso de recursos financeiros para serem executados.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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Solomon (1969) lembra que a função da administração financeira é justamente rever, distribuir e redistribuir recursos financeiros para novos usos ou usos antigos. A área financeira é uma parte fundamental do desenvolvimento e da sustentabilidade de qualquer negócio. Algumas das tarefas que ela realiza são:

a. Registrar as operações contábeis e os dados financeiros: a fim de obter informações atuais e históricas sobre o negócio de forma ordenada, de modo a planejar e tomar as decisões apropriadas. Esta função é tão importante quanto as seguintes, pois o que não é registrado não é gerenciado, ou seja, o que é registrado é gerenciado;

b. Planejar, analisar e avaliar as informações registradas: Para isso, é necessário conhecer em profundidade a situação do negócio através da elaboração do orçamento, fluxo de caixa, indicadores e análise de custos. Com planejamento adequado, objetivos futuros, estratégia de pagamento, cobrança e investimentos podem ser estabelecidos, buscando o crescimento e maior rentabilidade do negócio, evitando desvios e antecipando situações desfavoráveis;

c. Procurar fontes de financiamento e selecionar a mais conveniente para o empreendimento. Existem diferentes opções de financiamento e cada empresa deve analisar qual delas se adapta melhor às suas necessidades. Entre eles, capital semente de diferentes organizações, investidores anjos, família e amigos e empréstimos bancários;

d. Procurar opções de investimento com as quais o negócio possa contar e selecionar aquela cuja rentabilidade esteja de acordo com a sua capacidade financeira. Entre as opções, há várias alternativas como a aquisição de ativos, novas máquinas, compra de títulos, ações ou ações de fundos mútuos e depósitos em contas bancárias;

e. Controlar as operações executadas e registradas a fim de, se necessário, corrigir erros ou omissões para a análise posterior de desvios em relação ao orçamento inicialmente desenvolvido, buscando a maior eficiência possível.

A gestão financeira consiste em administrar os recursos de que uma empresa dispõe para garantir que sejam suficientes para cobrir as despesas, para que possa funcionar. Em uma empresa, essa responsabilidade é mantida por uma única pessoa: o gerente financeiro. Desta forma, você pode manter um controle adequado e ordenado das receitas e despesas da empresa. Na concepção de Saalfeld (2012, p. 249), a administração financeira “caracteriza-se como uma ferramenta que é utilizada a fim de planejar e controlar o setor financeiro das empresas e organizações. Esta área da administração é vital para a manutenção dos demais setores das empresas”.

Administração Financeira tem por objetivo planejar os recursos econômicos para que sejam utilizados da melhor forma, para que a empresa consiga atender aos acordos econômicos de curto, médio e longo prazo que tenha firmado, de forma a reduzir riscos e aumentar o valor da empresa, tendo

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em conta a perseverança e o desenvolvimento no mercado. Além disso, inclui todas as decisões de investimento financeiro (financiamento, planejamento de investimento, programação e controle de projetos de investimento, política de investimento). O Quadro 7 descreve algumas abordagens relativas à administração financeira para os gestores financeiros das organizações.

Quadro 7 - Administração Financeira - Abordagens

Capital financeiro

O capital financeiro de uma empresa é o dinheiro acumulado em várias formas, captado no mercado financeiro, como lucro do exercício fiscal, ganhos de investimento de capital, vendas de títulos, que permite novos investimentos.

Quais são as decisões mais críticas da função

financeira

As três decisões mais presentes referem-se ao uso dos recursos disponíveis, investir no negócio, investir no mercado financeiro ou distribuir lucros aos investidores e proprietários. Essas são as decisões do primeiro nível; a partir do segundo nível de decisão, fica apenas a decisão de melhor mix de investimentos em função dos resultados esperados.

Como manter o equilíbrio entre as fontes e o uso dos

recursos

A melhor forma de manter a empresa financeiramente saudável é não incorrer em um endividamento pesado, principalmente nos dias de hoje, com juros altos. O uso dos recursos deve sempre ser equilibrado com a disponibilidade de capital próprio ou de baixo custo de aquisição, como os investimentos internos e as vendas de ações.

Que desafios o mercado financeiro apresenta

Para usar o mercado financeiro que não seja a Bolsa de Valo- res para lançamento de ações, é necessário ter uma boa previsão dos cenários políticos e econômicos durante o período que esse empréstimo vai durar. Se for em dólar e ele valorizar, o endividamento cresce, se for em bancos nacionais e os juros crescerem, o efeito é o mesmo. Esses empréstimos só devem ser utilizados em projetos de curto prazo e, de preferência, deve-se fazer uma combinação para não ficar tudo em um só tipo.

Que outra forma há de gerar dinheiro para

curto prazo

é muito comum a empresa solicitar recursos dando como garantia suas contas a receber, ou seja, fazer um factoring, ou antecipar os descontos dos títulos de clientes, para pagar folha de salários ou fornecedores. Em médio prazo pode-se utilizar o es- toque de produtos acabados como garantia, ou seja, vendas futuras, porém o dinheiro fica mais caro, pois o mercado consumidor oscila e nem sempre o resultado das vendas é o esperado.

Fonte: Kwasnicka (2005)

Das ferramentas para o controle e manutenção da área financeira das empresas podemos citar como as mais importantes os fluxos de caixa e o planejamento financeiro. O planejamento financeiro é um instrumento utilizado para estabelecer a maneira pela qual podem ser alcançados os objetivos de uma empresa. É, portanto, um plano que diz o que e como realizar determinada ação no futuro. Por ser uma das principais ferramentas do administrador, o planejamento financeiro deve fornecer diretrizes para atingir objetivos e traçar metas, além disso, deve coordenar as atividades empresariais e auxiliar nas tomadas de decisão. A não utilização de um sólido instrumento de planejamento financeiro pode ocasionar falta de liquidez, acarretando assim, a falência da empresa. Saalfeld (2012).

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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AUTOATIVIDADE

A administração financeira é considerada como sendo uma das funções mais complexas e delicadas dentro do contexto das organizações, tendo em vista que trata da análise e solução de problemas associados à aquisição, conservação e uso eficientes dos seus recursos financeiros - o dinheiro. Nessa área os gestores precisam tomar decisões de investimentos, de distribuição de lucros e de financiamento, sempre com foco nos objetivos organizacionais.

De maneira sistêmica a função financeira pode ser visualizada, de acordo com o sistema apresentado na figura abaixo. Nessa perspectiva, a área financeira é uma parte fundamental do desenvolvimento e da sustentabilidade de qualquer negócio. Sendo assim descrevas as tarefas que são realizadas por essa área.

Entrada

Informações sobre:Saída

Maximização do valor de mercado

• Planos da empresa;• Leis e regulamentos;• Mercados de capitais.

Decisões de Financiamento(Fontes de Recursos):

• Recursos de terceiros;• Recursos próprios.

Decisões de Investimento(Aplicação):

• Pagamento diversos;• Investimentos diversos.

Decisões de Distribuição(Distribuição de Resultados):

• Dividendos.

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UNIDADE 2

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

TÓPICO 2

A administração de recursos humanos (ARH) é o processo de empregar pessoas, treiná-las, remunerá-las, desenvolver políticas relacionadas a gestão de pessoas e desenvolver estratégias para retê-las. A partir dessa concepção trataremos, também, a administração de recursos humano como gestão de pessoas ou de RH. Sendo assim, a gestão de pessoas é a função organizacional que gerencia todas as questões relacionadas às pessoas de uma organização. Isso inclui, mas não se limita a, remuneração, recrutamento e contratação, gestão de desempenho, desenvolvimento organizacional, segurança, bem-estar, benefícios, motivação do funcionário, comunicação, administração de políticas e treinamento.

Segundo Chiavenato (2007), o termo “recursos humanos” se refere às pessoas que fazem parte das organizações e que desempenham certas funções nelas. As pessoas passam grande parte de seu tempo trabalhando nas organizações. As organizações precisam de pessoas para suas atividades e operações, assim como precisam de recursos financeiros, materiais e tecnológicos. Daí o termo recursos humanos para descrever as pessoas que trabalham em organizações. O autor ainda enfatiza que:

No mundo industrializado de hoje, a produção de bens e serviços não pode ser feita por pessoas que trabalham individualmente. Quanto mais industrializada é uma sociedade, mais ela depende das organizações para atender às suas necessidades e aspirações. Por outro lado, o efeito que têm sobre a vida e a qualidade de vida das pessoas é enorme e duradouro. A razão disto é simples: as pessoas nascem, crescem, vivem, educam, trabalham e brincam dentro dela. As organizações, quaisquer que sejam seus objetivos (lucro, educacional, religioso, político, social, filantrópico, econômico, etc.), prendem pessoas como tentáculos, que ao mesmo tempo se tornam cada vez mais dependentes da atividade organizacional. À medida que as organizações crescem e se multiplicam, elas exigem mais pessoas e a complexidade dos recursos necessários para sua sobrevivência e crescimento aumenta (CHIAVENATO, 2007, p. 19).

O contexto no qual a gestão de recursos humanos (GRH) opera é composto por organizações e pelas pessoas que fazem parte delas. As organizações são formadas por pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. Para os indivíduos, as organizações são um meio de atingir vários objetivos pessoais a um custo mínimo em termos de tempo e esforço, e com o mínimo de problemas. Muitos objetivos pessoais nunca poderiam ser alcançados através de esforços pessoais isolados.

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As organizações surgem precisamente para aproveitar a sinergia de esforços de várias pessoas que trabalham juntas de forma coordenada (CHIAVENATO, 2007). No entanto, de acordo com Chiavenato (2014, p. 7), “as organizações e pessoas buscam objetivos próprios e diferentes, que nem sempre coincidem e se ajustam mutuamente”, conforme demonstra a Figura 31.

Figura 31 - Objetivos organizacionais e objetivos individuais das pessoas

Objetivos organizacionais

Assim, o contexto em que se situa a GP é representado pelas organizações e pelas pessoas. Sem organizações e sem pessoas não haveria GP. Em resumo, as organizações são constituídas de pessoas e dependem dela para atingir objetivos e cumprir suas missões. Para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetios pessoais, com um mínimo custo de tempo, esforço e conflito. Muitos dos objetivos pessoais jamais poderiamser alcançados apenas por meio do esforço pessoal isolado.

• Sustentabilidade• Crescimento sustentável• Lucratividade• Produtividade• Qualidade nos produtos/serviços• Redução de custos• Maior participação no mercado• Novos mercados• Conquista de novos clientes• Competitividade• Imagem e reputação no mercado

• Melhores salários e ganhos• Melhores benefícios• Estabilidade no emprego• Segurança no trabalho• Qualidade de vida no trabalho• Satisfação e respeito• Oportunidades de crescimento• Liberdade para trabalhar• Liderança liberal• Orgulho da organização

Objetivos individuais

Fonte: Chiavenato (2014).

Segundo Menegon (2012, p. 88) “o que faz uma organização funcionar é a sua estrutura. A estrutura está para a organização como o esqueleto está para o corpo humano. Serve para sustentar e definir o lugar que cada indivíduo deve ocupar nela”. De acordo com Menegon (2012, p. 41): “A remuneração não é o principal fator no trabalho. Mesmo assim, ainda é um dos mais importantes, e as empresas a subestimam com frequência”.

A gestão de recursos humanos também é uma abordagem estratégica e abrangente para a gestão de pessoas e da cultura e ambiente no trabalho. Bem executado, permite que os funcionários contribuam de forma eficaz e produtiva para a direção geral da empresa e para o cumprimento das metas e objetivos da organização. Para Chiavenato (2014) A GP refere-se às políticas e às práticas necessárias para administrar o trabalho das pessoas, tais como:

a. Agregar talentos à organização;

b. Integrar e orientar talentos em uma cultura participativa, acolhedora e empreendedora;

c. Modelar o trabalho – seja individual ou em equipe – de maneira a torná-lo significativo, agradável e motivador;

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

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d. Recompensar os talentos pelo excelente desempenho e pelo alcance de resultados como reforço positivo;

e. Avaliar o desempenho humano e melhorá-lo continuamente. • Comunicar, transmitir conhecimento e proporcionar retroação intensiva;

f. Treinar e desenvolver talentos para criar uma organização de aprendizagem;

g. Proporcionar condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida no trabalho;

h. Manter excelentes relações com talentos, sindicatos e comunidade em geral;

i. Aumentar as competências dos talentos para incrementar o capital humano da organização e, consequentemente, o capital intelectual;

j. Incentivar o desenvolvimento organizacional.

De acordo com Dessler (2009, p. 32), “a gestão de recursos humanos é o processo de contratação, treinamento, avaliação e remuneração de funcionários, assim como a abordagem das relações de trabalho, saúde e segurança e questões de justiça”.

Portanto, os principais tópicos devem fornecer ao administrador/gestor os conceitos e técnicas necessárias para executar os assuntos de pessoal ou “pessoas” de sua posição gerencial. Estes incluem:

a. Realização de análise de trabalho (determinando a natureza do trabalho de cada funcionário);

b. Planejamento das necessidades de pessoal e recrutamento de candidatos para os postos;

c. Seleção de candidatos para os cargos;

d. Orientação e treinamento de novos funcionários;

e. Gestão de salários e vencimentos (remuneração de empregados);

O reconhecimento é um dos maiores agentes motivadores de trabalho. E as empresas perceberam que esse reconhecimento pode vir na forma de recompensas intrínsecas ou extrínsecas. São intrínsecas quando oferecem reconhecimento ao funcionário e extrínsecas quando vêm na forma de sistemas de compensação (MENEGON, 2012).

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f. Fornecer incentivos e benefícios;

g. Avaliação de desempenho;

h. Comunicar (entrevista, aconselhamento, disciplinar);

i. Treinar e desenvolver gerentes;

j. Criar um compromisso nos funcionários.

Os gestores de RH são parcialmente responsáveis por garantir que a organização tenha uma missão, visão e valores gerais que sejam compartilhados e forneçam uma razão abrangente para que os funcionários queiram trabalhar para sua organização. Esses elementos podem ser inspiradores e ajudar os funcionários a se sentirem parte de algo que é maior do que eles. Nesse contexto, Chiavenato (2014, p. 14) “a gestão de pessoas é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são os seguintes” (Figura 32):

Figura 32 - Processos básicos de gestão de pessoas

Gestão de pessoas

Processos de agregar

pessoas

Processos de aplicarpessoas

Processos de recompensar

pessoas

Processos de desenvolver

pessoas

Processos de manter

pessoas

Processos de monitorar

pessoas

RecrutamentoSeleção

Integração

Modelagemdo trabalho

Avaliação do desempenho

RemuneraçãoBenefíciosIncentivos

TreinamentoDesenvolvimento

AprendizagemGestão do

conhecimento

Higiene e segurançaQualidade

de vidaRelações com empregados e sindicatos

Banco dedados

Sistemas de informaçõesgerenciais

Fonte: Chiavenato (2014)

1. Processos de agregar pessoas: utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas;

2. Processos de aplicar pessoas: utilizados para desenhar as atividades que as pessoas realizarão na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho;

3. Processos de recompensar pessoas: utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas.

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ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

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Incluem recompensas, remuneração e benefícios, e serviços sociais;

4. Processos de desenvolver pessoas: utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. Envolvem treinamento e desenvolvimento das pessoas, gestão do conhecimento e gestão de competências, aprendizagem corporativa, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicações e consonância;

5. Processos de manter pessoas: utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais;

6. Processos de monitorar pessoas: utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais.

Na perspectiva de Jacobsen (2013, p 101), o administrador de recursos humanos, ao desenvolver esta função, necessita elaborar um planejamento de RH, que “deve delinear planos que definam como, onde e quando conseguir o tipo e a quantidade certa de pessoas, para o local certo no tempo certo, sempre considerando as necessidades e os objetivos da organização”. Ainda segundo a autora, o planejamento de RH é realizado em três etapas conforme descrito na Figura 33.

Figura 33 - Etapas do Planejamento de RH

Avaliação do quadro atual

• Em geral, é iniciada com uma análise de cargos, quando se coleta, informações tanto sobre deveres como sobre responsabilidade inerentes ao desempenho das funções (decrição do cargo). Após, faz-se o levanta-mento das qualificações exigidas para ocupar os cargos (especificação do cargo). Essa etapa é importante também para se definir a composição e o desenvolvimento do quadro organizacional. Além disso, serve como base para avaliar o desempenho do funcionário, matendo-o esclarecido a respeito das suas responsabilidades.

Avaliação das necessidades futuras de RH

• Observando os objetivos e estratégias da organização, além dos seus níveis de produtividade e das possibilidades de demanda por produtos/-serviços, o administrador de RH tem condições de fazer previsões de suprimento da mão de obra. Por exemplo, se a empresa consegue elevar a produtividade em função do uso de novos computadores e sistemas, é possível que haja necessidade de redução de quadro.

Programação

• Tendo em mãos os resultados das etapas anteriores, o administrador pode fazer programações para recrutar novos funcionários, realizar treinamentos e, até realizar demissões.

Fonte: Jacobsen (2013).

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Mas por que a gestão de recursos humanos é importante para os gerentes? Por que todos esses conceitos e técnicas são importantes para os gerentes? Talvez seja mais fácil responder à pergunta com uma lista dos erros de pessoal que você não quer cometer ao gerenciar, como por exemplo:

a. Contratando a pessoa errada para um cargo;

b. Ter uma alta rotatividade de funcionários (turnover);

c. Seu pessoal não faz o seu melhor;

d. Desperdício de tempo com entrevistas inúteis;

e. Sua empresa está sendo processada por ações discriminatórias.

Como prevê a Lei 4769/65, a área de RH é uma prerrogativa de atuação do administrador e que vem se desenvolvendo ao longo dos anos de forma menos mecânica e mais humanizada, com a priorização no fortalecimento do relacionamento entre funcionários e da gestão de pessoas. A área é responsável pela manutenção, suprimento e a extensão dos recursos humanos de uma empresa, além de estar voltada ao fator principal de qualquer organização – as pessoas. Mesmo desenvolvendo um trabalho interpessoal é necessário que a área seja cada vez mais tecnológica e instrutiva (CONSELHO, 2020a).

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UNIDADE 2

ADMINISTRAÇÃO MERCADOLÓGICA/MARKETING

TÓPICO 3

A administração de marketing é a área organizacional que abrange o planejamento, a implementação, a análise e o controle de programas que visam atingir os mercados-alvo por meio da aplicação de orientação, técnicas e métodos de marketing. A administração ou gestão de marketing, é também conhecida por gestão mercadológica, que permite à organização identificar oportunidades de mercado e apresentar estratégias apropriadas para explorar essas oportunidades de forma lucrativa.

Gestão é o processo de fazer as coisas de maneira organizada e eficiente. A gestão de marketing visa a operação eficiente das atividades mercadológicas. Assim, a gestão de marketing identifica oportunidades de mercado desenvolvendo estratégias adequadas para explorar essas oportunidades de forma lucrativa. Deve implementar o programa de marketing e avaliar continuamente a eficácia do mix de marketing. Deve remover as deficiências observadas na execução real dos planos, políticas e procedimentos de marketing.

Os gerentes de marketing desempenham um papel crítico no sucesso de uma empresa. Responsável por desenvolver a base de clientes da organização, um gerente de marketing desempenha um papel direto na promoção do relacionamento com os clientes. Cuida do sistema de marketing da empresa. Os profissionais de marketing possuem técnicas para estimular a demanda pelos produtos de uma empresa. Mas essa é uma visão demasiadamente simplista das atribuições dos profissionais de marketing. “[...] Gerentes de marketing procuram influenciar o nível, a velocidade e a composição da demanda para alcançar os objetivos da organização” (KOTLER, 2000, p.27).

Kotler e Armstrong (2012), fazem uma indagação, mas o que é marketing? Muitas pessoas pensam em marketing como apenas venda e publicidade. Somos bombardeados todos os dias com comerciais de TV, catálogos, chamadas de vendas e e-mails. No entanto, venda e publicidade são apenas a ponta do iceberg de marketing.

Hoje, o marketing deve ser entendido não no velho sentido de fazer uma venda - “anunciar e vender” - mas no novo sentido de satisfazer as necessidades do cliente. Se o comerciante entender as necessidades do consumidor; desenvolver produtos que forneçam valor superior ao cliente; e preços, distribuir e promovê-los efetivamente, estes produtos venderão facilmente.

De fato, de acordo com o guru da administração Peter Drucker, “O objetivo do marketing é tornar a venda desnecessária. Vendas e publicidade são

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apenas parte de um “mix de marketing” maior - ferramentas de marketing que trabalham em conjunto para satisfazer as necessidades dos clientes e construir relacionamentos com eles. Amplamente definido, o marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e organizações obtêm o que precisam e desejam através da criação e troca de valor com outros.

Em um contexto comercial mais restrito, o marketing envolve a construção de relações de troca rentáveis e valorizadas com os clientes. Assim, define-se marketing como o processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e constroem fortes relacionamentos com eles, a fim de capturar valor dos clientes em troca (KOTLER; ARMSTRONG, 2012).

Kotler, Kartajaya e Setiawan (2012, p. 16), relatam que:

ao longo dos anos, o marketing evoluiu, passando por três fases, às quais chamamos de Marketing 1.0, 2.0 e 3.0 (Quadro 8). Muitos profissionais de marketing de hoje continuam praticando Marketing 1.0, alguns praticam o Marketing 2.0 e outros ainda estão entrando na terceira fase, o Marketing 3.0.

De acordo com os autores as melhores oportunidades serão proporcionadas aos administradores que praticarem o Marketing 3.0.

Quadro 8 - Comparação entre Marketing 1.0, 2.0 e 3.0

Marketing 1.0 Marketing centrado

no produto

Marketing 2.0 Marketing voltado para o consumidor

Marketing 3.0 Marketing voltado

para os valores

Objetivo Vender produtos Satisfazer e reter os consumidores

Fazer do mundo um lugar melhor

Forças propulsora Revolução Industrial Tecnologia da Informação

Nova onda de tecnologia

Como as empresas veem o mercado

Compradores de massa, com necessidades físicas

Consumidor inteligente, dotado de coração

e mente

Ser humano pleno, com coração, mente e espírito

Conceito de marketingDesenvolvimento de

produto Diferenciação Valores

Diretrizes de marketing da empresa

Especificação do produto

Posicionamento do produto e da empresa

Missão, visão e valores da empresa

Proposição de valor Funcional Funcional e emocional Funcional, emocional e espiritual

Interação com o consumidores

Transação do tipo um-para-um

Relacionamento um-para-um

Colaboração um-para-muitos

Fonte: Kotler, Kartajaya, Setiawan (2012).

Para Kotler e Keller (2012, p. 4), “o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Uma das mais sucintas e melhores definições de marketing é a de “suprir necessidades gerando lucro”, e acrescentam que:

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ADMINISTRAÇÃO MERCADOLÓGICA/MARKETING

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1. A American Marketing Association propõe a seguinte definição: o marketing é a atividade, o conjunto de conhecimentos e os processos de criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade como um todo. Lidar com esses processos de troca exige uma boa dose de trabalho e habilidade;

2. A administração de marketing acontece quando pelo menos uma das partes em uma relação de troca potencial procura meios de obter as respostas desejadas das outras partes. Vemos, portanto, a administração de marketing como a arte e a ciência de selecionar mercados-alvo e captar, manter e fidelizar clientes por meio da criação, entrega e comunicação de um valor superior para o cliente;

3. Quem faz o marketing? Profissionais de marketing e clientes potenciais. O profissional de marketing é alguém que busca uma resposta (atenção, compra, voto, doação) de outra parte, denominada cliente potencial (prospect). Se duas partes estão buscando vender algo uma para a outra, ambas são consideradas profissionais de marketing;

4. Os profissionais de marketing estão capacitados para estimular a demanda pelos produtos de uma empresa, mas essa é uma visão muito limitada das tarefas que desempenham. Assim como os profissionais de produção e logística são responsáveis por gerenciar o suprimento, os de marketing são responsáveis por gerenciar a demanda;

5. Os gerentes de marketing buscam influenciar o nível, a oportunidade e a composição da demanda para atender aos objetivos da organização. São possíveis oito tipos de demanda:

a. Demanda negativa: os consumidores não gostam do produto e podem até mesmo pagar para evitá-lo;

b. Demanda inexistente: os consumidores não conhecem o produto ou não estão interessados nele;

c. Demanda latente: os consumidores compartilham uma forte necessidade que não pode ser satisfeita por nenhum produto existente no mercado;

d. Demanda em declínio: os consumidores passam a comprar o produto com menos frequência ou deixam de comprá-lo;

e. Demanda irregular: as compras dos consumidores podem ser sazonais ou variar de acordo com o mês, a semana, o dia ou o horário;

f. Demanda plena: os consumidores compram todos os produtos colocados no mercado;

g. Demanda excessiva: há mais consumidores interessados em comprar o produto do que produtos disponíveis;

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h. Demanda indesejada: os consumidores se sentem atraídos por produtos que têm consequências sociais indesejadas.

6. MERCADOS: Antigamente, um “mercado” era um local físico onde compradores e vendedores se reuniam para comprar e vender seus produtos. Atualmente, os economistas descrevem um mercado como um conjunto de compradores e vendedores que efetuam transações relativas a determinado produto ou classe de produto. A Figura 34, mostra cinco mercados básicos e os fluxos que os conectam. Os fabricantes recorrem aos mercados de recursos (mercados de matérias-primas, mercados de trabalho, mercados financeiros) para adquiri-los e transformá-los em bens e serviços; depois, vendem os produtos acabados a intermediários, que os vendem aos clientes finais. O governo recolhe impostos para comprar bens dos mercados de recursos, de fabricantes e de intermediários; depois, usa esses bens e serviços para fornecer serviços públicos. A economia de cada nação e a economia global consistem em conjuntos de mercados integrados e vinculados entre si por processos de troca;

Figura 34 - Estrutura de fluxos de mercados

Mercados de fabricantes

Mercados governamentais

Mercados de recursos

Recursos Recursos

Dinheiro

Dinheiro Dinheiro

Bens e serviços Bens e serviços

Serviços,dinheiro

Serviços,dinheiro

Serviços,dinheiro

ServiçosImpostos, bens

Impostos, bens

Impostos, bens

Impostos

Dinheiro

Mercados intermediário

Mercados deconsumidores

Fonte: Kotler e Keller (2012).

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ADMINISTRAÇÃO MERCADOLÓGICA/MARKETING

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7. A Figura 35 mostra o relacionamento entre setor produtivo e mercado. Vendedores e compradores se conectam por meio de quatro fluxos: os vendedores enviam bens, serviços e comunicação (propagandas, mala direta) ao mercado e, em troca, recebem dinheiro e informação (opiniões dos clientes, dados de vendas); já o fluxo interno mostra uma troca de dinheiro por bens e serviços, enquanto o externo mostra uma troca de informações.

Figura 35 - Sistema simples de marketing

Setor produtivo(um conjunto de vendedores)

Mercado(um conjunto de compradores)

Bens / Serviços

Comunicação

Informações

Dinheiro

Fonte: Kotler e Keller (2012).

De acordo com Mullins et al (2007) A importância do marketing para o sucesso de uma empresa pode ser melhor apreciada ao considerar as atividades que o marketing engloba. O marketing procura medir e antecipar as necessidades e desejos de um grupo de clientes e responde com um fluxo de satisfações e serviços. Para conseguir isso, a empresa precisa:

a. Identificar os grupos de clientes cujas necessidades estão mais de acordo com os recursos e a capacidade da empresa

b. Desenvolver produtos e/ou serviços que atendam melhor às necessidades do mercado alvo do que os concorrentes;

c. Tornar seus produtos e serviços prontamente disponíveis aos clientes potenciais;

d. Desenvolver a consciência do cliente para que ele aprecie o valor oferecido pelas ofertas da empresa;

e. Obter feedback do mercado como base para melhorar ainda mais as ofertas;

f. Trabalhar para construir relacionamentos de longo prazo com clientes satisfeitos e leais.

A característica mais importante do marketing como uma função comercial é que ele se concentra em seus clientes e em suas necessidades. Este é o foco que todos os gerentes, não apenas os vendedores, precisam adotar para garantir que suas organizações possam estabelecer e manter metas saudáveis.

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O trabalho do gerente de marketing pode ser colocado no nível tático e no nível estratégico, no nível estratégico sua principal função é definir ou ajudar a definir, dependendo do tamanho da empresa e de sua abertura ao marketing, os mercados a serem cobertos, ou pelo menos os segmentos específicos a serem abordados; ele também deve definir os produtos com os quais esses mercados ou segmentos serão cobertos. É também seu dever construir ou ajudar a construir vantagens competitivas para os produtos sob sua responsabilidade e gerar posições distintas em relação à concorrência no que é conhecido como posicionamento e, acima de tudo, construir marcas poderosas (BALLESTEROS, 2010).

UNI

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UNIDADE 2

A administração estratégica, ou como é mais conhecida, gestão estratégica, representa a gestão dos planos de ação e dos objetivos definidos para o sucesso de uma organização. Na gestão estratégica, são elaborados projetos e mudanças estratégicas, além de monitorar e gerenciar o que vem sendo implementado. É uma forma de otimizar e tornar mais eficaz a gestão de um negócio e, como o próprio termo diz, esta forma de gestão existe para gerir e dirigir um negócio seguindo estratégias que permeiam toda a estrutura da organização. Em síntese, a gestão estratégica é responsável pela execução do que foi estabelecido no planejamento estratégico.

No âmbito empresarial, é utilizada para fornecer orientação geral para uma empresa, na qual denominamos de Estratégia de Negócios, no qual inclui-se, entre outros, em estratégias financeiras, estratégias de desenvolvimento de recursos humanos ou organizacionais, em desenvolvimentos de tecnologia da informação e criação de estratégias de marketing.

De acordo com Hill e Jones (2009), uma estratégia é um conjunto de ações estruturadas que os gerentes tomam para melhorar o desempenho de sua empresa. Para a maioria, se não todas as empresas, o desafio final é superar seus concorrentes. Se as estratégias de uma empresa resultam em um desempenho superior, diz-se que ela tem uma vantagem competitiva.

Jacobsen (2013, p. 28), afirma que “podemos compreender estratégias como os caminhos que uma organização pode utilizar para atingir seus objetivos. Assim, o termo estratégia, originário da palavra grega strategos (que significa general)”, podendo ser classificado como:

a. Estratégias de ataque: usadas por uma empresa para enfrentar competidores maiores que ela, atacando os seus pontos fracos;

b. Estratégias de defesa: usadas por aquelas empresas que procuram preservar a sua posição perante o ataque das concorrentes. Empresas líderes em seu segmento de atuação fazem uso mais intenso de estratégias de defesa, baseando-se na busca contínua pela melhoria de suas operações por meio da criatividade e inovação, buscando sempre proteger as suas fraquezas (oportunidade para os concorrentes).

ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

TÓPICO 4

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Na concepção de David (2013, p. 5), “a administração estratégica é definida como a arte e a ciência de formular, implementar e avaliar decisões multidisciplinares que permitem que uma empresa atinja seus objetivos”, e enfatiza que:

a. Como esta definição sugere, a gestão estratégica se concentra na integração da gestão, marketing, finanças e contabilidade, produção e operações, pesquisa e desenvolvimento, e sistemas de informação para alcançar o sucesso organizacional;

b. A terminologia gestão estratégica pode, também, ser um sinônimo para o termo planejamento estratégico. O último é usado com mais frequência no mundo dos negócios, enquanto o primeiro é usado com mais frequência no mundo acadêmico;

c. As vezes o termo “gestão estratégica” é usado para se referir à formulação, implementação e avaliação da estratégia, e planejamento estratégico se refere apenas à formulação da estratégia.

d. O objetivo da gestão estratégica é criar e aproveitar novas e diferentes oportunidades para o futuro; em contraste, o planejamento de longo prazo procura otimizar as tendências de hoje para o futuro.

O diagnóstico com uma abordagem estratégica e proativa, onde não só o longo prazo está presente, mas o fator que atua para adaptar a organização às novas condições sem acomodar o antigo paradigma de adaptação ao ambiente, ou seja, gerar novos ambientes através de inovação e desenvolvimento, é o elemento essencial, embora não o único, para definir que um processo de direção realmente estratégico seja executado (PADILLA; HERRERA, 2010).

A respeito da liderança competitiva o termo refere-se à forma mais eficaz de gerenciar o processo de preparação da estratégia de uma empresa para criar uma vantagem competitiva. O processo de preparação da estratégia é aquele pelo qual os gerentes selecionam e depois implementam um conjunto de estratégias com o objetivo de obter uma vantagem competitiva.

Segundo Sobral e Peci (2012, p. 25), “estratégia se refere ao caminho que a organização segue para conseguir sobreviver. É a busca de um plano de ação que permite desenvolver e ajustar continuamente uma vantagem competitiva sobre os concorrentes. A formulação de estratégias é a ação de selecionar estratégias, enquanto a implementação de estratégias envolve colocar em prática as estratégias selecionadas, um processo que inclui projetar, entregar e apoiar produtos; melhorar a eficiência e eficácia das operações; e projetar a estrutura organizacional, os sistemas de controle e a cultura de uma empresa.

De acordo com Porter (1985), a concorrência está no cerne do sucesso ou do fracasso das empresas. A competição determina a adequação das atividades de uma empresa que podem contribuir para seu desempenho, tais como inovações, uma cultura coesa ou uma boa implementação. Estratégia competitiva é a busca

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ESCOLAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO

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de uma posição competitiva favorável em uma organização, a arena fundamental na qual a concorrência ocorre. A estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência da empresa.

A Figura 36 ilustra que a estratégia competitiva é uma combinação dos fins - objetivos - pelos quais a empresa está se esforçando, e os meios – políticas - pelos quais está procurando obter sucesso na sua administração estratégica. A ilustração, que pode ser denominada de “Roda da Estratégia Competitiva”, se constitui em um dispositivo para conceituar os aspectos-chave da estratégia competitiva de uma empresa (PORTER, 1998).

Figura 36 - A Roda da Estratégia Competitiva

Linhas deprodutos

Mercados-alvo

Marketing

Vendas

Distribuição

FabricaçãoMao-de-obra

Compras

Pesquisa e Desenvolvimento

Finanças e Controle

Metas

• Definição do modo como a empresa competirá

• Objetivos para o crescimento da rentabilidade, parcela de mercado, resposta social etc.

Fonte: Google Imagens (2020).

Na perspectiva de Porter (1998) sobre as influências na administração estratégica para o desenvolvimento de planos e ações, a Figura 9 ilustra que, no nível mais amplo de formulação de estratégia competitiva, envolve a consideração de quatro fatores-chave que determinam os limites do que uma empresa pode realizar com sucesso. Segundo Sobral e Peci (2012, p. 14):

Em termos de abrangência, ou seja, quantidade de pontos focados, os planos podem ser estratégicos, táticos e operacionais, de acordo com o respectivo nível organizacional. (...) O nível estratégico engloba o primeiro escalão, os administradores do topo. O nível tático é ocupado pelos gerentes de nível intermediário. E o operacional situa-se na base da organização, onde estão os supervisores, coordenadores e chefes de equipe.

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Os pontos fortes e fracos da empresa são seu perfil de ativos e habilidades em relação aos concorrentes, incluindo recursos financeiros, capacidade tecnológica, identificação de marca no mercado, dentre outros, e ainda que:

a. Os valores pessoais de uma organização são as motivações e necessidades dos principais executivos e outros funcionários que devem implementar a estratégia escolhida. Pontos fortes e fracos combinados com valores determinam os limites internos (para a empresa) à estratégia competitiva que ela pode adotar com sucesso;

b. Os limites externos são determinados por sua indústria e por seu ambiente mais amplo. As oportunidades e ameaças do setor definem o ambiente competitivo, com seus riscos correspondentes e recompensas potenciais;

c. As expectativas sociais refletem o impacto sobre a empresa de coisas como política governamental, preocupações sociais, costumes em evolução e muitas outras. Estes quatro fatores devem ser considerados antes que uma empresa possa desenvolver um conjunto realista e implementável de metas e políticas.

Figura 37 - Contexto no qual a estratégia competitiva é formulada

Valores Pessoais dos Principais

Implementadores

Pontos Fortes e Pontos Fracos da

Companhia

Expectativas mais Amplas da Sociedade

Ameaças e Oportunidades

da Indústria (Econômicas e

Técnicas)

EstratégiaCompetitiva

Fonte: Google Imagens (2020).

Para Mintzberg et al. (2007), estratégia competitiva significa ser diferente dos concorrentes. Isso consiste em desenvolver um conjunto de atividades específicas para dar suporte à posição estratégica. Defender essa posição, entretanto, depende do desenvolvimento de habilidades que os concorrentes terão dificuldade para imitar. De acordo com David (2008, p. 5-6), o processo da administração estratégica consiste em três etapas: formulação, implementação e avaliação da estratégia.

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ESCOLAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO

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a. A formulação da estratégia inclui desenvolver a visão e a missão, identificar oportunidades e ameaças externas à organização, determinar os pontos fortes e fracos internos, estabelecer objetivos de longo prazo, gerar estratégias alternativas e escolher estratégias particulares a serem seguidas. As questões de formulação de estratégias incluem decidir quais novos negócios empreender, quais abandonar, como alocar recursos, se expandir operações ou diversificar, se entrar em mercados internacionais, se fundir ou criar uma joint venture, e como evitar uma aquisição hostil;

b. A implementação da estratégia requer que a empresa estabeleça objetivos anuais, formule políticas, motive os funcionários e aloque recursos para implementar as estratégias. A implementação da estratégia envolve o desenvolvimento de uma cultura que a apoie, crie uma estrutura organizacional eficaz, redirecione esforços de marketing, orçe, desenvolva e utilize sistemas de informação, ligando a remuneração dos funcionários ao desempenho organizacional;

c. A avaliação da estratégia é a etapa final da gestão estratégica. Os gerentes precisam saber imediatamente, que certas estratégias não estão funcionando bem, e a avaliação da estratégia é o principal meio para obter essas informações. Todas as estratégias são suscetíveis à modificações futuras, já que tanto fatores externos, quanto internos, estão em constante mudança. Três atividades-chave na avaliação da estratégia são:

1. Rever os fatores externos e internos que são a base para as estratégias atuais,

2. Medir o desempenho;

3. Tomar medidas corretivas. A avaliação da estratégia é tão necessária porque o sucesso de hoje não garante o sucesso de amanhã! O sucesso sempre cria novos e diferentes problemas; organizações que se mostram indulgentes, se condenam a desaparecer.

DICAS

Em uma ocasião, dois CEO’s de empresas concorrentes, no mesmo setor, decidiram fazer uma viagem para falar sobre uma possível fusão. Eles foram para a floresta. De repente, eles se depararam com um urso pardo de pé sobre suas patas traseiras. A primeira coisa que o primeiro presidente fez foi tirar sua mochila, puxar um par de sapatos e correr. O segundo presidente disse: “Você não pode fugir mais do que aquele urso”. O primeiro presidente disse: “Talvez não, mas com certeza eu posso te superar”! Esta história capta a essência da gestão estratégica, que consiste em obter e manter uma vantagem competitiva. David (2013, p. 5).

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UNIDADE 2TÓPICO 5

PAPEL DO ADMINISTRADOR

Um administrador de empresas tem como papel principal as funções de planejar, organizar, dirigir e controlar as operações cotidianas de uma organização a qual foi criada para fornecer bens ou serviços (Figura 38).

Figura 38 - Funções do administrador

Fonte: Google Imagens (2020).

Um administrador de empresas pode trabalhar em uma variedade de ambientes, incluindo uma pequena empresa, organização sem fins lucrativos, agência governamental ou qualquer tipo de organização. A educação formal em administração de empresas cobrirá uma ampla variedade de campos de atuação como negócios, incluindo contabilidade, economia, marketing, finanças, recursos humanos, gestão estratégica, comércio internacional entre outros.

O papel de um administrador de empresas requer diversas responsabilidades relacionadas às atividades e tarefas organizacionais, operacionais e gerenciais de uma empresa ou organização. De acordo com Marco (2016), esta realidade mostra a necessidade de profissionais com amplo conhecimento no campo da gestão organizacional, que possuam conhecimentos conceituais que enriqueçam a interpretação das mudanças que ocorrem no ambiente em que a organização opera, bem como dentro dela, e que possuam, ao mesmo tempo, um conjunto de conhecimentos técnicos em torno de ferramentas complexas úteis para a gestão das organizações e com capacidades organizacionais para liderar organizações produtivas, inovadoras e comprometidas. Segundo Kwasnicka (2005, p. 7):

Administradores e executivos são responsáveis pelo uso adequado de seus conhecimentos e valores pessoais para lidar com os recursos humanos e materiais e obter sucesso organizacional. Olhando o futuro,

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estamos vendo esse homem dentro de um desenvolvimento contínuo em sua educação, aumentando confiança e, conseqüentemente, sua dependência a outros e sua liberdade de decisão, tendo mais poder sobre controles mecânicos e coercitivos.

Para Chiavenato (2014, p. 9), o papel do administrador está atrelado à função dos aspectos exclusivos de cada organização, “o administrador define estratégias, efetua diagnósticos de situações, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, resolve problemas e gera inovação e competitividade”. Ainda segundo o autor, para que possa desempenhar seu papel com eficiência e eficácia o administrador precisa possuir três principais habilidades (Figura 39) para ser bem-sucedido e alcançar a máxima excelência em seu desempenho profissional:

Figura 39 - As três habilidades de um administrador

HabilidadeConceituais

(Ideias e Conceitos abstratos)

HabilidadeHumanas

(RelacionamentoInterpessoal)

HabilidadeTécnicas

(Manuseio decoisas físicas)

Gerência

Supervisão

Alta direção

NívelIntermediário

NívelOperacional

NívelInstitucional

Execução das operações Fazer e executar

Fonte: Chiavenato (2014).

a. Habilidades técnicas: envolvem o uso de conhecimento especializado e a facilidade na execução de técnicas relacionadas ao trabalho e aos procedimentos de realização. É o caso de habilidade em contabilidade, programação de computador, engenharia, etc. As habilidades técnicas estão relacionadas ao fazer, isto é, ao trabalho com “coisas”, como processos materiais ou objetos físicos e concretos. É relativamente fácil trabalhar com coisas e com números, porque eles são estáticos e inertes, não contestam, nem resistem à ação do administrador;

b. Habilidades humanas: estão relacionadas ao trabalho com pessoas e referem-se à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais. O desenvolvimento da cooperação dentro da equipe, o encorajamento da participação, sem medos ou receios, e o envolvimento das pessoas são aspectos típicos de habilidades humanas – saber trabalhar com pessoas e por meio das pessoas;

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ESCOLAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO

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c. Habilidades conceituais: envolvem a visão da organização ou da unidade organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e abstrações. Um administrador com habilidades conceituais está apto a compreender as várias funções da organização, complementá-las entre si, entender como a organização se relaciona com seu ambiente e como as mudanças em uma parte da organização afetam o restante dela. As habilidades conceituais estão relacionadas com o pensar, o raciocinar, o diagnóstico das situações e a formulação de alternativas de solução para os problemas. Representam as capacidades cognitivas mais sofisticadas do administrador e que lhe permitem planejar o futuro, interpretar a missão, desenvolver a visão e perceber oportunidades onde ninguém enxerga nada. À medida que um administrador faz carreira e sobe na organização, ele precisa, cada vez mais, desenvolver as suas habilidades conceituais para não limitar a sua empregabilidade (capacidade de conquistar e manter um emprego, pois conquistá-lo pode até ser fácil; o mais difícil é mantê-lo a longo prazo).

Os papéis do administrador de uma empresa são de longe um trabalho ordenado, focado e linear, o trabalho diário de gestores eficientes implica no gerenciamento de situações desordenadas, imprevisíveis e caóticas, onde não é fácil distinguir o trivial, do essencial. Na realidade, o trabalho de um administrador abrange a adoção de diferentes papéis em diferentes situações, para trazer um certo grau de ordem ao caos que impera naturalmente nas organizações.

Chiavenato (2014), relata que Henry Mintzberg classificou os dez papéis peculiares do administrador divididos em três categorias: interpessoal, informacional e decisorial conforme ilustra a Figura 12. De acordo com o autor (p.12),

por papel entende-se conjunto de expectativas da organização a respeito do comportamento de uma pessoa. Cada papel representa atividades que o administrador conduz para cumprir as funções de planejar, organizar, dirigir e controlar e que serão estudadas mais adiante.

a. Papéis interpessoais: representam as relações com outras pessoas e estão relacionados às habilidades humanas. Mostram como o administrador interage com as pessoas e influencia seus subordinados. Em essência, demonstra como o administrador interage e influencia as pessoas responsáveis;

b. Papéis informacionais: descrevem as atividades para manter e desenvolver uma rede de informações. Um administrador, no nível institucional, passa em média cerca de 75% do seu tempo trocando informações com outras pessoas, dentro e fora da organização. Mostram como o administrador intercambia e processa a informação. Reúne as atividades necessárias para manter e desenvolver uma rede de informação;

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c. Papéis decisórios: envolvem eventos e situações em que o administrador deve fazer uma escolha. Esses papéis requerem, tanto habilidades humanas, como conceituais. Mostram como o administrador utiliza a informação em suas decisões.

Figura 40 - Os 10 papéis do administrador

Categoria Papel do Administrador Atividade

Interpessoal

Representação assume deveres cerimoniais e simbólicos, representa a organização,a companha visitantes, assina documento legais

Liderança Dirige e motiva pessoas, treina, aconselha, orienta e se comunica com os subordinados,

Ligação Mantém redes de comunicação dentro e dora da organizaçãom usa malotes, telefonemas e reuniões.

Infomacional

Monitoração Manda e recebe informação, lê revistas e relatórios, mantém contato pessoais.

Disseminação Envia informação para os membros de outras organizações. envia memorandos e relatórios, telefonemas e contatos.

Porta-voz Transmite informações para pessoa de fora, através de conversas, relatórios e memorandos.

Decisorial

Empreende Inicia projetos, identifica novas ideias, assume riscos, delega responsabilidades de ideias para outros,

Resolve conflitos Toma ação corretiva em disputas ou crises, resolve conflitos entre subordinados, adapta o grupo a crises e a mudanças.

Alocação de recursos

Decide a quem atribuir recursos. Programa, orça e estabelece prioridades.

Negociação Representa os interesses da organização em negociações com sindicatos, em vendas, compras ou financiamento.

Fonte: Google Imagens (2020).

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PAPEL DO ADMINISTRADOR

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DICAS

Especializações da administração

Nos dias de hoje, a administração revela-se como uma área do conhecimento humano repleta de complexidades e desafios. O profissional que utiliza a administração como meio de vida pode atuar nos mais variados níveis de uma organização, desde o hierárquico de supervisão elementar até o de dirigente máximo da organização. Pode atuar nas diversas especializações da administração: da produção (de bens ou serviços prestados pela organização), financeira, de recursos humanos, mercadológica ou, ainda, administração geral. Em cada nível e em cada especialização da administração, as situações são diferentes. Além disso, as organizações são diferentes. Cada organização tem seus objetivos, seu ramo de atividade, seus dirigentes e seu pessoal, seus problemas internos e externos, seu mercado, sua situação financeira, sua tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia e política de negócios etc. Chiavenato (2014).

Campos de atuação dos profissionais da administração

ATIVIDADES PRIVATIVAS: Atividades típicas do Administrador, outros Bacharéis e Tecnólogos em determinada área da Administração: (artigos. 2º da Lei nº 4.769/1965 e 3º do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 61.934/1967): O Administrador, assim como os demais profissionais registrados nos CRA’s exercerão a profissão como profissional liberal ou não, mediante:

a) Elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos; b) Realização de perícias, arbitragens, assessoria e consultoria em geral, pesquisas, estudos, análises, interpretações, planejamento, implantação, coordenação e controle de trabalhos; c) Exercício de funções e cargos de Administrador (somente quando for Bacharel em Administração) do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal, Autárquico, Sociedades de Economia Mista, empresas estatais, paraestatais e privadas, em que fique expresso e declarado o título do cargo abrangido; d) Exercício de funções de chefia ou direção, intermediária ou superior, assessoramento e consultoria em órgãos, ou seus compartimentos, da Administração Pública ou de entidades privadas, cujas atribuições envolvam principalmente, a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de administração; e) Magistério em matérias técnicas dos campos da Administração e Organização. Esclarecimento: Os Bacharéis e Tecnólogos em determinada área da Administração desenvolverão atividades de Administração restritas à sua formação no curso escolhido (CONSELHO, 2020a).

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AUTOATIVIDADE

O papel do administrador está atrelado a função dos aspectos exclusivos de cada organização, o administrador define estratégias, efetua diagnósticos de situações, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, resolve problemas e gera inovação e competitividade.

Para que possa desempenhar seu papel com eficiência e eficácia o administrado precisa possuir três principais habilidades para ser bem-sucedido e alcance a máxima excelência em seu desempenho profissional. Nesse contexto descreve quais são essas habilidades.

TÉCNICAS

HUMANAS

CONCEITUAIS

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RESUMO

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

CHAMADA

A administração de empresas é um campo amplo que incorpora muitos tipos de cargos e funções gerenciais. A administração representa o processo de organizar os recursos da empresa para atender às metas e objetivos de negócios. Tais processos de organização incluem diversos tipos de recursos organizacionais como por exemplo os humanos, bem como variados tipos de gestão como financeira e de marketing. Assim, nessa unidade você pode compreender e entender melhor sobre:

1. As áreas da administração, onde nas áreas de estudo a administração é uma das poucas que possui grande diversificação para um profissional atuar. Profissionais com conhecimentos adquiridos e habilidades desenvolvidas nesta área encontrarão uma grande variedade de oportunidades em empresas e organizações de todos os tipos e tamanhos, podendo atuar em todos os níveis hierárquicos, desde finanças, marketing e pessoas até produção e logística;

2. O papel do administrador onde, a princípio, o administrador era considerado um profissional que apenas supervisionava outras tarefas. Com a evolução das teorias administrativas verificou-se que, por meio fatores externos, podiam ser observados, estudados e com base nisso tomar decisões. O administrador deve possuir um domínio superior da técnica de gestão e, além disso, ser um especialista com conhecimento da situação de empresas. Ele também deve ser capaz de inovar organizações e produzir novos conhecimentos.

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

CHAMADA

FUNDAMENTOS E OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO

UNIDADE 3

Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – Princípios da administração

TÓPICO 2 – Conceitos da administração

TÓPICO 3 – Processos da administração

TÓPICO 4 – Tendências da administração

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Compreender o contexto histórico e evolutivo do pensamento administrativo;

• Conhecer quais foram as principais influências do pensamento administrativo;

• Identificar as principais teorias da administração;

• Reconhecer as principais funções administrativas.

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A administração de empresas pode ser definida como sendo o processo de planejar e manter um ambiente no qual as pessoas que trabalham em grupos efetivamente alcancem as metas determinadas. Isso se aplica a todas as organizações, independentemente do seu tamanho ou segmento de mercado. Genericamente, a administração se constitui na arte de coordenar o cotidiano da empresa, moldando as organizações em estruturas consistentes e constantes. Dessa forma, para tornar qualquer empresa ou organização um sucesso, se faz necessário conhecer os fundamentos e objetivos que embasam a administração de empresas, ou seja, da teoria à aplicação prática.

Uma empresa ou organização é constituída para satisfazer as necessidades da sociedade em geral, por meio da produção de bens ou prestação de serviços, conforme ilustrado na Figura 41. Hoje a empresa é a entidade fundamental para a humanidade, e o homem passa a ser o eixo principal das atividades a serem desenvolvidas com sucesso, devendo ser competitivo em um mundo globalizado. Assim, infere-se que uma organização ou empresa pode ser definida como o grupo social no qual, por meio da administração do capital e do trabalho, são produzidos bens e/ou serviços voltados para a satisfação das necessidades da comunidade.

Figura 41 - Processo Produtivo

Recursos de entradaa serem transformados

Processo de transformação

ConsumidoresRecursos de entrada (input)

Saídas de produtos e

serviços (output)

• Materias• Informação• Consumidores

Recursos de entradade transformação

• Instalações• Pessoal

Fonte: Google Imagens (2020).

Segundo Oliveira (2015, p. 14), vivemos em uma sociedade composta por organizações. Todos os processos e tarefas ligados à produção de bens (produtos) ou serviços (atividades especializadas) são planejados, coordenados, dirigidos, executados e controlados por elas. Atualmente, existem diferentes tipos de empresas, desde públicas a privadas, que se subdividem de acordo com a sua atividade ou linha social, origem do capital, dimensão ou de acordo com o regime jurídico, levando em consideração os seus recursos humanos, materiais, técnicos e financeiros.

No entanto, antes de desenvolver qualquer ação administrativa, é de vital importância determinar os resultados a serem alcançados, estabelecendo planos de ação específicos a serem seguidos com eficácia e eficiência. O planejamento torna-se um ponto de partida básico e essencial em todas as atividades de administração com o objetivo de definir a razão de ser do organismo social. “O sucesso de qualquer organização está diretamente ligado à forma como ela

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administra seus recursos disponíveis, sejam eles humanos ou físicos”. De acordo com Bonome (2009, p. 8):

a. Contemporaneamente a atividade administrativa não obtém correspondência direta àquela da sua definição inicial;

b. Seu principal objetivo passou a ser o de interpretar os objetivos escolhidos pelas empresas e conseguir transformá-los em atividades organizativas, utilizando-se do método de planejamento, organização, direção e controle de todas as ações desenvolvidas em todas as áreas e em todos os níveis hierárquicos da empresa, tendo em vista o alcance dos objetivos da forma mais conveniente possível;

c. Toda essa atividade deve, portanto, ser direcionada no sentido de coordenar os recursos existentes nas empresas, como pode ser visto na Figura 42.

Figura 42 - Coordenação dos recursos organizacionais

Tarefas

Organização

Pessoas

Tecnologia

Ambiente

Estrutura

Fonte: Bonome (2009).

De acordo com Gullo (2016, p. 14):

a Administração tem como objetivo aplicar suas funções à empresa para, através de recursos materiais e humanos, concretizar os processos executados em todas as suas áreas, considerando seu ambiente interno e o ambiente externo que a envolve.

Na realidade, o grande objetivo da administração é ter uma gestão eficiente e, ao mesmo tempo, eficaz dos diversos processos organizacionais (OLIVEIRA, 2015).

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Na concepção de Barreto (2017, p. 9):

A Administração passou a ser uma das áreas mais importantes da humanidade. Verifique que todos os problemas poderiam ser muito bem resolvidos se tivessem uma gestão responsável e de excelência. A tarefa básica da administração é, de maneira eficiente e eficaz, fazer as coisas por meio das pessoas. Essa ciência (…), vem sendo considerada a principal chave para a solução dos mais graves problemas que, atualmente, afligem o mundo moderno. Isso acontece pelo simples fato de não ser suficiente um avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento humano, se a qualidade da administração sobre os grupos organizacionais não permitir um investimento efetivo nos recursos humanos e materiais.

Ainda segundo Barreto (2017, p. 10), o termo administração não é recente, pois procede do “latim Administratione, assim como manejo (que corresponde ao inglês management) e gestão (que corresponde ao espanhol gestión)”. Independente da terminologia, possui o sentido: “um processo dinâmico de tomar decisões sobre a utilização de recursos, para possibilitar a realização de recursos, para possibilitar a realização de objetivos”.

Chiavenato (2007, p. 4), esclarece também que a definição da palavra administração tem sua origem no:

latim (ad, direção para, tendência e minister, comparativo de inferioridade; o sufixo ter, subordinação ou obediência, isto é, aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, aquele que presta um serviço a outro) e significa subordinação e serviço

e enfatiza que:

a. Em sua origem, a palavra administração significa desenvolver uma função sob o comando de outro, prestar um serviço a outro. Essa velha conotação de supervisionar ou de só tomar conta de algum empreendimento ou pessoas está hoje totalmente ultrapassada e obsoleta;

b. A administração cresceu e tomou-se uma ciência, uma técnica e uma arte: ela é uma ciência com princípios bem definidos e um corpo de conhecimentos científicos e devidamente codificados, uma tecnologia que produz ferramentas de utilização para obter resultados e uma arte em lidar com situações concretas e abstratas;

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c. As organizações operam em ambientes diferentes (Figura 43), rodeadas de um universo de fatores, tais como: econômicos, políticos, tecnológicos, legais, sociais, culturais e demográficos que interagem entre si e se alternam constantemente, proporcionando um campo dinâmico de forças caracterizado por uma enorme mudança e instabilidade ao redor. No fundo, as organizações recebem influências de seu meio ambiente, mas, em contrapartida, nele também provocam profundas influências.

Figura 43 - Ambientes Organizacional

Ambiente contextual(Macroambiente)

Ambiente Demográfico

Ambiente relacional

AmbienteEconômico

Agências Reguladoras

AmbientePolítico/Legal

Ambiente dosRecursos Naturais

Concorrentes

Fornecedores Clientes

AmbienteSociocultural

AmbienteTecnológico

Organização(Intenção Estratégica)

Fonte: Google Imagens (2020).

O administrador, dentro do contexto organizacional, “analisa os elementos que compõem o ambiente externo, para poder adaptar o ambiente interno de sua empresa a esse ambiente externo e, com isso, poder traçar um caminho de sucesso para a empresa”. (GULLO, 2016, p. 14). Maximiano (2006, p. 12), destaca que a “administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos de funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle”. De acordo com Asturias Corporación Universitaria (2018), a fim de alcançar o desenvolvimento eficiente do processo administrativo nas organizações, do ponto de vista gerencial, a administração deve cumprir dois objetivos principais:

a. Proporcionar eficiência nos processos: compreender a eficiência como meio, métodos, processos, procedimentos, regras e, os regulamentos sobre a forma como as diferentes atividades implícitas em cada processo empresarial devem ser desenvolvidas, e que

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todos os envolvidos no processo administrativo devem conhecê-los para aplicá-los, respeitá-los e cumpri-los ao todo, de tal forma que garantam o funcionamento ideal da empresa;

b. Proporcionar eficácia nos processos: A eficácia são as metas e os objetivos que são planejados para desenvolver e cumprir na organização, tendo em mente que cada empresa levanta seus próprios objetivos que devem ser cumpridos. A função ou tarefa da administração, consiste em interpretar as vontades organizacionais corporizadas nos objetivos, e estabelecer os mecanismos para alcançá-los através da administração, dividindo esta ação em planejamento, organização, direção e controle, o que constitui a função administrativa aplicável na empresa.

De acordo com Hernández y Rodriguez (2011), a administração se fundamenta como ciência ou técnica, se concentra no projeto interno da empresa, suas estruturas, procedimentos e sistemas de informação para planejar, organizar, dirigir e controlar seus recursos e processos. Por outro lado, a administração também envolve a compreensão do ambiente, a conceituação da função da empresa no mercado e a gestão para alcançar resultados no contexto em que ela opera ou deseja competir. Chiavenato (2014, p. 17), enfatiza que, nesse contexto pode se inferir às seguintes conclusões sobre os fundamentos da administração:

a. A administração ocorre exclusivamente dentro de organizações: ela não acontece em situações isoladas. Todas as organizações – nações, estados e municípios, empresas, indústrias, empreendimentos de todo tipo, tamanho e natureza – precisam ser administradas. Contudo, cada organização é única, singular e diferente das demais, e suas características ímpares afetam tanto o administrador como todas as pessoas a ele subordinadas. O administrador precisa necessariamente compreender cada organização;

b. A administração requer fazer as coisas por meio das pessoas: o administrador não executa, e deve saber assessorar as pessoas e desenvolver nelas capacidades e competências para que elas executem adequadamente suas atividades. Deve saber, ajustar as capacidades e competências das pessoas aos requisitos da organização e dos objetivos a serem alcançados por meio do esforço conjunto. Para isso, deve comunicar, orientar, liderar, motivar e recompensar;

c. A administração requer lidar simultaneamente com situações múltiplas e complexas, muitas vezes inesperadas e potencialmente conflitivas: é um processo complexo, que requer integração, articulação e visão de conjunto, principalmente quando as atividades são divididas, diferenciadas e fragmentadas. Isso requer consistência e flexibilidade, reflexão e ação, espírito analítico e sintético, olhar para o todo e para as partes simultaneamente. Requer perspectiva global e compreensão local do mercado, dos clientes e dos concorrentes, da sociedade, do governo e do mundo globalizado.

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DICAS

d. O administrador deve continuamente buscar, localizar e aproveitar novas oportunidades de negócios: deve possuir mente empreendedora, focada no compromisso de aprender constantemente novas habilidades, novos conhecimentos e adquirir novas competências. Deve ser um agente de mudança e de transformação das organizações.

e. O administrador precisa saber reunir simultaneamente conceitos e ação: em outras palavras, juntar teoria e prática, saber e aplicar, pensar e agir. Conceitos sem ação não levam a nada; ação sem conceitos é perda de tempo. Cada vez mais, a administração está sendo envolvida por assuntos abstratos e complexos. No seu começo, foram eficiência e eficácia. Depois vieram a produtividade e a lucratividade. Mais adiante, mercado, excelência, estratégia, competitividade, sustentabilidade e responsabilidade social. O que são esses assuntos senão conceitos abstratos e intangíveis? Pura teoria! E sem teoria o administrador não sabe exatamente o que fazer em situações abstratas e intangíveis, a menos que queira trabalhar apenas com coisas concretas e dentro de uma rotina bitolada e repetitiva, enquanto o mundo de negócios ao seu redor é dinâmico, complexo, mutável e competitivo.

As dificuldades de Roberto

Roberto é um excelente profissional, muito responsável e admirado por seus conhecimentos técnicos. Depois de diplomar-se em Administração, Roberto não parou mais de estudar e de tentar aplicar seus conhecimentos. Sabe melhor do que ninguém equacionar os problemas e definir as melhores soluções. Sua dificuldade maior é lidar com pessoas: não sabe explicar nem treinar ou argumentar, tampouco tem paciência com os subordinados. Apesar de seu excelente preparo técnico, Roberto não consegue progredir na empresa. Quer ser promovido a gestor de equipe, mas fica sempre na fila de espera. O que está acontecendo com ele? (CHIAVENATO, 2014).

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AUTOATIVIDADE

Uma empresa ou organização é constituída para satisfazer as necessidades da sociedade em geral, por meio da produção de bens ou prestação de serviços. Hoje a empresa é a entidade fundamental para a humanidade e o homem passa a ser o eixo principal das atividades a serem desenvolvidas com sucesso, devendo ser competitivo em um mundo globalizado. Assim, infere-se que uma organização ou empresa pode ser definida como o grupo social no qual, por meio da administração do capital e do trabalho, são produzidos bens e/ou serviços voltados para a satisfação das necessidades da comunidade

A partir desse contexto e baseando-se no conteúdo estudado, faça uma descrição embasando-se no processo produtivo das empresas conforme ilustra a Figura abaixo. Em complemento expresse suas considerações sobre a importância do administrador para o bom resultado e para eficiência desse processo de transformação.

Recursos de entradaa serem transformados

Processo de transformação

ConsumidoresRecursos de entrada (input)

Saídas de produtos e

serviços (output)

• Materias• Informação• Consumidores

Recursos de entradade transformação

• Instalações• Pessoal

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UNIDADE 3TÓPICO 1

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

Na ciência, podemos definir um princípio como sendo uma regra ou valor subjacente que governa a maneira como as coisas funcionam. Muitas vezes é formulado como lei universal e considerado axiomático, ou seja, autoevidente e autocomprovado. Também pode servir como um ponto de partida, de uma análise lógica, para um exame mais aprofundado, de um determinado acontecimento ou premissa. Pode ser considerado, também, como uma doutrina, uma suposição abrangente e fundamental, uma regra ou código de conduta.

Um princípio, em seu conceito mais amplo, serve de base para suposições, fundamentos ou regras das quais nascem ideologias, teorias, doutrinas, religiões e ciências. Princípio vem do latim principium, que significa origem ou começo, porém, apesar de ainda ser utilizada para se referir ao início de algo, essa terminologia é empregada principalmente em um sentido filosófico moral, ético ou científico.

Como lei científica correspondem aos preceitos da natureza que não são claramente demonstráveis, porém podem ser medidos e quantificados, observando os resultados que lhes fundamentaram. Dessa forma, os princípios da administração são um conjunto de teorias que determinam a existência e o funcionamento da administração.

De acordo com Marujo et al (2014, p.19),

a administração sempre se fez presente no desenvolvimento das sociedades. [...] A Teoria da Administração veio para integrar os conhecimentos científicos às diversas atividades práticas das organizações, pois sem essas condições jamais existiriam e sobreviveriam.

De acordo com Oliveira (2015, p. 30), os primeiros princípios da administração foram desenvolvidos por Frederick Winslow Taylor quando da criação da Teoria da Administração Cientifica (Figura 4). Segundo o autor “para Taylor, a administração deve ser tratada cientificamente. A improvisação devia ceder lugar ao planejamento, e o empirismo à ciência: a ciência da administração”, assim desenvolveu quatro princípios:

a. Princípio de planejamento: substituir o critério individual do operário, à improvisação e à atuação empírico-prática por métodos baseados em procedimentos científicos; isto é, substituir a improvisação pela ciência por meio do planejamento do método de trabalho;

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b. Princípio de preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores, de acordo com suas aptidões, prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado. Preparar máquinas e equipamentos em um arranjo físico e disposição racional;

c. Princípio do controle: controlar o trabalho para confirmar que está sendo executado de acordo com os métodos estabelecidos e segundo o plano previsto. A gerência deve garantir que a execução seja a melhor possível;

d. Princípio da execução: distribuir atribuições e responsabilidades para disciplinar a execução do trabalho. O gerente planeja, e o operário executa.

Figura 44 - Abordagem da Administração Científica

Método “the best way”

Padrão deprodução

Máxima eficiência

Maiores lucros e salários

Lei da fadiga

Seleçãocientífica

Supervisão Funcional

Condições ambiente de

trabalho

Plano deincentivo

salarial

Estudos de tempos e

movimento.

Fonte: Google Imagens (2020).

Münch (2010), ainda enfatiza que no início deste século, surgiu a administração científica, onde foi postulado cinco princípios de administração; a partir daí, vários autores se dedicaram ao estudo desta disciplina, surgindo múltiplas abordagens e teorias conhecidas como escolas de gestão (Quadro 9), uma vez que esta disciplina adquire um caráter indispensável para o funcionamento adequado de qualquer empresa.

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

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Quadro 9 - Teoria da Administração Científica: idealizadores e contribuições Idealizador Ano Principais contribuiçõesFrederick

Taylor 1903 • Criador e estudioso com atuação mais destacada nesta teoria.

Henry Gantt 1910 • Criou o gráfico de Gantt (método gráfico de acompanhar fluxos de produção).

Frank Gilbreth 1912

• Junto com a esposa Lillian, desenvolveram estudos dos movimentos nos trabalhos e as situações de fadiga; propuseram redução das horas de trabalho; interligaram administração científica e psicologia industrial.

• Em 1947, analisaram a atuação dos supervisores das organizações.

Harrigton Emerson 1912

• Aperfeiçoou e padronizou as condições de trabalho e as técnicas administrativas existentes na época.

• Considerou que as chefias devem auxiliar e orientar os trabalhos dos subordinados.

Hugo Munsterberg 1913 • Consolidou a importância da psicologia industrial nos estudos de

administração nas organizações.

Henry Ford 1914

• Consolidou a linha de montagem móvel (o produto em processo de fabricação se desloca, enquanto os operadores ficam parados) em 1910 e, em 1914, mecanizou o processo.

• Implantou o dia de 8 horas de trabalho e duplicou os salários (para os operários também comprarem seus carros).

Fonte: Oliveira (2012).

Devido à grande expansão das indústrias, Henry Ford (1863-1947) realizou a produção em massa de automóveis, ou seja, produzindo-os em grande quantidade e sem nenhuma diferenciação. Baseou-se em alguns princípios que nortearam e permitiram a produção em massa:

a) Princípio da Intensificação - menor tempo de produção mediante o emprego total de equipamentos e matéria-prima;

b) Princípio da Economicidade - menor estoque de matéria-prima, velocidade de fabricação rápida;

c) Princípio da Produtividade - especialização do trabalhador na linha de montagem aumentando a capacidade de produção. Em outras palavras, produzir em menos tempo e a um custo menor. Tanto os princípios da administração científica, como da linha de montagem, receberam enorme aceitação nas indústrias, pois permitiram uma notável expansão da atividade industrial. Oliveira (2015).

UNI

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De acordo com Oliveira (2008, p. 32), a teoria da Administração é o conjunto de “princípios e conhecimentos disseminados e comuns à prática administrativa, dentro de uma abordagem específica, quanto às atividades e funções administrativas desempenhadas pelas empresas”. Para esse autor, a administração científica de Taylor possui algumas características conforme descreve o Quadro 10.

Quadro 10 - Característica da Administração Cientifica

Razões do surgimento

• Aumento da complexidade da administração das empresas.

• Busca do maior rendimento possível proporcionado pelos recursos das empresas.

Contribuições para a prática da

administração

• Maior eficiência nos processos produtivos. Não implicou, na maior parte das vezes, em maior carga horária e em piores condições de trabalho.

• Contribuiu para a evolução das comunidades.

• Estruturação e aplicação dos princípios da administração.

• Estruturação dos objetivos a serem alcançados e dos resultados efetivos.

Instrumento administrativo

• Metodologia ou técnica estruturada que as teorias da administração proporcionam para o desenvolvimento do processo de administração e da qualidade decisória nas empresas.

Instrumentos administrativos

• Estruturação da especialização dos trabalhos.

• Análise da produção em massa.

• Estudo dos tempos e métodos.

Algumas evoluções

Consolidação da administração como algo que pode ser analisado, estruturado e aprimorado.

Foco no aprimoramento profissional dos trabalhadores.

Estudos direcionados da base para o topo da pirâmide empresarial.

Fonte: Oliveira (2008).

Segundo Silva (2011, p. 26), “juntamente com o americano Frederick Taylor, responsável pela chamada Escola da Administração Científica, outro engenheiro europeu também participou, no início do século XX, do desenvolvimento dos primeiros trabalhos sobre a administração”, onde:

a. Henri Fayol, responsável pelo desenvolvimento da chamada Teoria Clássica, cuja base era a preocupação com o aumento da eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de princípios gerais da administração em bases científicas. Na identificação das tarefas da Administração são apresentados os 14 princípios (Figura 45) que ainda são utilizados na prática administrativa.

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

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Figura 45 - 14 princípios da administração clássica

Divisão do Trabalho

Cadeia EscalarAutoridadeCentralização

Unidade de Comando

Subordinação

Remuneração Disciplina

Estabilidade

Unidade de Direção

Iniciativa Ordem

Espiríto de Equipe

Equidade

Fonte: Marujo et al (2014).

b. As ideias desses dois engenheiros são responsáveis pela formação da chamada Abordagem Clássica da Administração, que perdurou durante as quatros primeiras décadas do século XX, no que se refere à administração das organizações. Fayol, em seus princípios da administração, expõe o seguinte:

I. Divisão de trabalho: resultando na especialização das funções e na separação dos poderes;

II. Autoridade e responsabilidade: a primeira, o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer; a segunda, a sanção – recompensa ou penalidade – que acompanha o exercício do poder;

III. Disciplina: o respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus agentes;

IV. Unidade de comando: forma de cada indivíduo ter apenas um superior;

V. Unidade de direção: um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam ao mesmo objetivo;

VI. Subordinação do interesse individual ao interesse geral;

VII. Remuneração do pessoal: de forma equitativa e com base tanto em fatores externos quanto internos;

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VIII. Centralização: a concentração de poderes de decisão no chefe;

IX. Linha de autoridade ou hierarquia: a série dos chefes, dando-se aos subordinados de chefes diferentes, a autonomia para estabelecer relações diretas;

X. Ordem: um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar;

XI. Equidade: o tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo a energia e o rigor quando necessários;

XII. Estabilidade do pessoal: a manutenção das equipes como forma de promover seu desenvolvimento;

XIII. Iniciativa: faz aumentar o zelo e a atividade dos agentes; espírito de equipe.

Comparação entre Taylor e Fayol

Ambos tinham uma grande correlação com as indústrias; Taylor era adepto da Administração no chão de fábrica, já Fayol se relacionava mais com a gestão; Ambos foram criticados, tachados pelos estudiosos da Administração – Taylor em especial – por incentivarem uma visão mecanicista da organização. Fayol tinha uma visão da organização como corpo social. As regras por ele propostas pretendiam funcionar como elementos norteadores (CARPEJANI; SOUZA, 2013). Veja melhor essa comparação no Quadro 11.

Quadro 11 - Comparação entre Taylor e Fayol

TaylorAbordagem Administração Científica

Ênfase Na tarefa

Termos Mais Utilizados - Organização Racional - Divisão das tarefas - Simplificação - Especialização - Tempos e movimentos

Ótica - De baixo para cima

Destaque Taylor Gilbreth Ford

Obra Princípios da adminitração científica (1911) Origem: Estados Unidos

Teoria Clássica da

Administração

FayolAbordagem Anatomica e Fisiológica

Ênfase Na estrutura

Termos Mais Utilizados - Técnicas - Comerciais Financeira - Segurança - Contabilidade - Administrativas 1. Planejamento 2. Organização 3. Direção 4. Controle

Ótica - De cima para baixo

Destaque Fayol

Obra Adminitração Industrial e Geral (1916) Origem: França

Fonte: Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 62)

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

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De acordo com Silva (2008, p. 8), “um princípio representa um elemento básico de conhecimento que explica o relacionamento e ajuda na predição do que aconteceria se tal princípio fosse aplicado”. Ainda segundo o autor, “um princípio é uma afirmativa básica ou uma verdade fundamental que provê entendimento e orientação ao pensamento e à prática, na tomada de decisões”, e acrescenta que:

a. Os princípios são desenvolvidos para ajudar os executivos a pensar e agir. Um grupo de conceitos tem sido desenvolvido por experiência e por correspondente pesquisa. Esses princípios, como considerados por Joseph L. Massie, são somente “aproximações da generalização a partir da experiência”. Como tal, eles não deveriam ser tratados como regras rígidas e inflexíveis para o comportamento administrativo. A administração, por sua natureza, tem seus princípios, que são:

I. Dinâmicos: os princípios de administração são flexíveis por natureza e estão mudando continuamente;

II. Generalizações: os princípios de administração não podem ser estabelecidos tão rigorosamente como os das ciências físicas, porque seres humanos se comportam mais erraticamente do que fenômenos físicos;

III. Relativos: os princípios de administração são relativos, e não leis absolutas que podem ser aplicadas cegamente em todas as situações;

IV. Inexatos: os princípios de administração são relacionados ao caos e procuram trazer ordem a ele, regulando o comportamento humano em qualquer situação;

V. Universais: a maioria dos princípios administrativos podem ser aplicados em qualquer tipo de organização; em outras palavras, eles são aplicáveis a negócios, governos, universidades e outras organizações não lucrativas ao redor do mundo.

b. De acordo com George Terry, a utilidade dos princípios baseia-se na premissa de que deles provêm conduta eficiente. Por meio dos princípios da administração, um gerente pode evitar erros básicos em seu trabalho e predizer resultados de suas ações com confiança. De acordo com Koontz, Weihrich e Cannice, 2012, os princípios da administração ajudam as organizações a:

I. Aumentar a eficiência: os princípios ajudam no pensamento e na ação;

II. Cristalizar a natureza da administração: os princípios consolidam o sempre crescente conhecimento e pensamento no campo da administração;

III. Melhorar a pesquisa em administração: a administração trabalha com seres humanos, cujo comportamento é bastante

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110

DICAS

O Administrador agora dispõe de um manual elaborado e disponibilizado pelo CFA/CRA com o objetivo de orientar os Administradores nas boas práticas diárias e ser um Guia de Orientação Profissional. Nele você poderá tirar suas dúvidas de como está constituída nossa classe, nossos direitos e obrigações como profissionais devidamente regularizados.

imprevisível; os princípios ajudam pelas generalizações dos testes do comportamento, entendendo e predizendo as ocorrências futuras;

IV. Alcançar metas sociais: os princípios administrativos desempenham um papel importante na melhoria da qualidade e do padrão de vida das pessoas.

A necessidade de organização dos seres humanos é a origem da administração, que é entendida como um ato de coordenação humana individual e grupal para atingir objetivos. A administração é ciência composta de princípios, técnicas e práticas, cuja aplicação a grupos humanos permite o estabelecimento de sistemas racionais de esforço cooperativo, através dos quais podem ser alcançados objetivos comuns que individualmente não podem ser alcançados em organismos sociais (HERNANDEZ Y RODRIGUEZ, 2011).

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

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AUTOATIVIDADE

Um princípio, em seu conceito mais amplo, serve de base para suposições, fundamentos ou regras das quais nascem ideologias, teorias, doutrinas, religiões e ciências. Princípio vem do latim principium que significa origem ou começo, porém, apesar de ainda ser utilizada para se referir ao início de algo, essa terminologia é empregada principalmente em um sentido filosófico moral, ético ou científico.

Como lei científica correspondem aos preceitos da natureza que não são claramente demonstráveis, porém podem ser medidos e quantificados, observando os resultados que lhes fundamentaram. Dessa forma, os princípios de administração são um conjunto de teorias que determinam a existência e o funcionamento da administração.

Os primeiros princípios da administração foram desenvolvidos por Frederick Winslow Taylor quando da criação da Teoria da Administração Cientifica. Para Taylor, a administração deve ser tratada cientificamente. A improvisação devia ceder lugar ao planejamento, e o empirismo à ciência: a ciência da administração. Sendo assim, elenque e descreve os quatro principios da administração.

Princípio de planejamento

Princípio de preparo

Princípio do controle

Princípio da execução

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UNIDADE 3

Podemos conceituar a administração de empresas, como sendo um campo amplo da ciência social aplicada, de extrema relevância para diversos segmentos produtivos da economia, onde suas áreas se expandem para as finanças, recursos humanos, marketing, logística, sistemas de informação, gestão de serviços, gestão da produção e administração geral. Um dos principais objetivos da administração é dirigir as atividades diárias de uma organização para melhor garantir seu funcionamento de maneira uniforme, eficiente e lucrativa.

A administração de empresas é o processo de gestão e alocação dos recursos organizacionais de forma eficiente e eficaz, aplicando princípios administrativos. O objetivo é alcançar estabilidade, crescimento e rentabilidade para um negócio. Administração de empresas é uma função da estrutura organizacional, o sistema desejado de alocação de tarefas, coordenação e supervisão.

De acordo com Carvalho (2014, p.11), desde sempre e durante nosso cotidiano, até de maneira involuntária, administramos nossas vidas e rotinas (Figuras 46, 47, e 48), quer seja

o nosso tempo, dinheiro ou vida pessoal e profissional. Quando desenvolvemos planos de ação e nos articulamos entre nossos meios, coordenamos os esforços e revemos nossos processos de alcance dos objetivos, estamos praticando claramente administração.

Nesse contexto, pode-se afirmar que a administração impreterivelmente faz parte da vida.

Figura 46 - Administrar escolhas Figura 47 - Administrar o tempo Figura 48 - Relações Interpessoais

Administramos, por exemplo, quando optamospela mudança e analisamos novos rumos a seguir.

Ao decidirmos o que, como e quando fazer, estamos praticando administração.

Administramos até as nossas relaçõesinterpessoais. Ou, pelo menos, deveríamos.

Fonte: Carvalho (2014)

CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO

TÓPICO 2

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Carvalho (2014, p. 12), afirma então que, conceitualmente, a administração é, consequentemente, um grupo de práticas e funções desenvolvidas para ordenar elementos produtivos das organizações/empresas, tendo como objetivo

alcançar, de maneira eficiente, um resultado eficaz e sustentável, por meio da elaboração de planos, relatórios, projetos etc., em que é exigida a aplicação de diversos tipos de conhecimentos.

Na concepção de Silva (2008, p. 5), existem inúmeros conceitos de administração, quanto livros sobre o assunto, no entanto, na sua grande maioria conceituais sobre a administração, uma definição básica é partilhada: “a administração está relacionada com o alcance de objetivos por meio dos esforços de outras pessoas”. Segundo o autor:

1. Os múltiplos conceitos de administração podem ser convenientemente classificados em cinco categorias, a seguir:

a. Escola funcional: contém as visões de Mcfarland, Henri Fayol e George Terry, que podem ser assim consolidados: "Administração é um processo distinto, que consiste no planejamento, organização, atuação e controle, para determinar e alcançar os objetivos da organização pelo uso de pessoas e recursos";

b. Escola das relações humanas: considera a administração como um processo social, porque as ações administrativas são principalmente concernentes ao relacionamento entre pessoas, mais do que o direcionamento das atividades. Segundo L. A. Appley, "Administração é o alcance de resultados por meio dos esforços de outras pessoas;

c. Escola da tomada de decisão: contém como visão principal a dos estudiosos Peter Drucker e Stanley Vence. Segundo Drucker (1989), “Administração é simplesmente o processo de tomada de decisão e o controle sobre as ações dos indivíduos, para o expresso propósito do alcance de metas predeterminadas”;

d. Escola de sistemas: pela teoria de sistemas, as organizações são sistemas orgânicos e abertos, consistindo na interação e interdependência de portes que têm uma variedade de metas”, conforme ilustra a Figura 49;

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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO

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Figura 49 - O ambiente como um sistema aberto

• Matéria-prima;• Capital e Recursos;• Capital Humano.

AMBIENTE

Estágio de insumos

• Maquinário;• Computadores;• Habilidade Humanas.

Estágio deconversão

• Bens;• Serviços.

Estágio deprodutos

RETROALIMENTAÇÃO

Vendas de produtos permitem que a organização obtenha novos

fornecedores de insumos

Fonte: Google Imagens (2020).

e. Escola contingencial: a administração é situacional; não existe um modo melhor de projetar organizações e administrá-las; os administradores deveriam “desenhar organizações, definir as metas e formular políticas e estratégias de acordo com as condições ambientais prevalecentes”. O esboço da teoria contingencial está descrito na Figura 50.

Figura 50 - Teoria Contingencial

Ambiente Geral

O Ambiente

Ambiente de tarefaVariáveis

Tecnológicas

EntidadesReguladoras

VariáveisLegais

VariáveisEconômicas

VariáveisPolíticas

VariáveisDemográficas

Concorrentes

Fornecedores Clientes

VariáveisCulturais

Organização

Fonte: Google Imagens (2020).

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2. A administração é necessária sempre que pessoas trabalham juntas em uma organização. As funções gerenciais devem ser exercidas por qualquer pessoa que seja responsável por algum tipo de atividade organizada, funções estas desempenhadas em todos os níveis organizacionais, independentemente do tipo ou tamanho da organização. Os elementos da administração (Figura 51) são necessários em todas as atividades de qualquer tipo de organização e têm as seguintes características:

Figura 51 – Os elementos do conceito de administração.

Recursos Materias

Recursos Financeiro

Atividadesadministrativas

Utilização eficiente eeficaz dos recursos

RecursosInformacionais

RecursosHumanos

Alcance de metas

Fonte: Silva (2008, p. 7).

a. A administração é propositada: complementação de atividades com outras pessoas e por elos, com o uso adequado dos recursos disponíveis;

b. A administração é concernente com idéias, coisas e pessoas: orientação de meios e foco na ação para o alcance dos resultados administrativos/gerenciais;

c. A administração é um processo social: processo em que as ações administrativas são principalmente atinentes às relações entre pessoas.

d. A administração é uma força coordenada: coordenação de esforços de emprego de cada um, com seus próprios valores e aspirações, em um programa organizacional;

e. A administração é concernente com esforços de equipe: o alcance de certos objetivos é mais fácil por uma equipe do que por um indivíduo trabalhando sozinho;

f. A administração é uma atividade: é necessário discernimento para a distinção dos conhecimentos e habilidades exigidos para seu desempenho;

g. A administração é um processo composto: pelas funções de planejamento, organização, direção e controle, que não podem ser desempenhadas independentemente; a realização de cada uma delas interfere nas demais;

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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO

117

h. A administração age como força criativa e revigorante na organização: o resultado da atividade, em algumas situações, é maior do que o soma total dos esforços colocados pelo grupo; essa sinergia, em resumo, provê vida para a organização;

i. A administração é uma disciplina dinâmica: as funções administrativas são orientadas para o crescimento organizacional, não sendo passivas, mas de comportamento ajustável e adaptável às necessidades deste crescimento;

j. A administração é intangível: é uma força invisível, cuja presença é evidenciada pelos resultados de seus esforços, que são, por exemplo, ordenação, clima de trabalho satisfatório e satisfação pessoal dos funcionários.

Notadamente, o conceito de administração refere-se ao funcionamento, estrutura e desempenho das organizações. A administração pode ser vista como uma disciplina encarregada da gestão científica dos recursos e do direcionamento do trabalho humano, voltada para o alcance dos objetivos empresariais. A administração é analisada, por exemplo, pela teoria das organizações, que se dedica a estudar a forma como o ser humano administra seus recursos - humanos, materiais e imateriais - e como interage com o meio externo para atingir seus objetivos.

Às vezes, o termo administração é usado para se referir à ciência social conhecida como administração de empresas. Esta ciência, estuda a organização das empresas e a forma como gerem os recursos, processos e resultados das suas atividades. Na perspectiva de Chiavenato (2014), para o conceito de administração cada autor conceitua administração em sua ótica particular. Vale a pena comparar cada definição:

a. Alcançar objetivos pelo trabalho com e por intermédio de pessoas e outros recursos organizacionais;

b. Planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização e utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar objetivos organizacionais definidos;

c. Planejar, organizar, liderar e controlar o uso de recursos para alcançar objetivos de desempenho;

d. Alcançar objetivos organizacionais de maneira eficaz e eficiente graças ao planejamento, à organização, à liderança e ao controle dos recursos organizacionais;

e. Ato de trabalhar com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros.

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No entanto, a administração corresponde muito mais que meramente planejar, organizar, dirigir e controlar. A administração abrange um contexto de complexidade decisórias e atuações aplicadas a uma diversidade de circunstâncias, dentro da conjuntura diversa que são as organizações (CHIAVENATO, 2014). Devido a essa complexidade, a administração pode admitir variadas interpretações, conforme descreve o Quadro 12.

Quadro 12 - Conceituações da administração

Administração

É um processo contínuo e sistêmico que envolve uma série de atividades impulsionadoras, como

planejar, organizar, dirigir e controlar

recursos e competências para alcançar metas e

objetivos. Implica fixar objetivos a alcançar,

tomar decisões no meio desse caminho e liderar todo esse processo, a fim de alcançar os objetivos

e oferecer resultados.

Exige várias ações orientadas para

alcançar objetivos por meio de diferentes

pessoas e órgãos que trabalham conjunta e integradamente. Trata-se de uma

atividade proposital e direcionada para alvos previamente definidos, envolvendo objetivos individuais, grupais e organizacionais ou

uma combinação deles no sentido de alcançar níveis cada vez mais

elevados de excelência.

Envolve articulação e aplicação de vários conjuntos de recursos

e competências organizacionais. É

processo abrangente que envolve e apluca uma variedade de recursos: humanos, financeiros,

materiais, tecnológicos e de informação.

Envolve liderança e direcionamento de

atividades executadas por todo o conjunto

organizacional e em todos os níveis das organizações, por pessoas com

diferentes funções, intencionalmente

estrtuturadas e coordenadas para o

alcance de propósitos comuns.

Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).

Para Münch (2010, p. 22), a administração é uma atividade indispensável em qualquer organização, na verdade, é a forma mais eficaz de garantir sua competitividade. Há vários conceitos de administração onde, coloquialmente, se diz que: “administração é fazer algo através dos outros”, outro significado é o que é conhecido como a “lei de ouro da gestão”, entendida como fazer mais com menos. Para entender melhor, basta analisar em que consiste cada um dos elementos da definição acima:

a. Objetivos: A administração está sempre focada em atingir metas ou resultados; Eficiência. É obtido quando os objetivos são alcançados em tempo e com a máxima qualidade;

b. Competitividade: É a capacidade de uma organização de gerar produtos e/ou serviços com valor agregado em termos de custos, benefícios, características e qualidade, em relação aos de outras empresas com produtos similares. - Qualidade. Implica a satisfação das expectativas do cliente através do cumprimento dos requisitos;

c. Coordenação de recursos: É quando os recursos necessários são otimizados para alcançar a operação de qualquer empresa através da administração;

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CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO

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d. Produtividade: Implica a obtenção de resultados máximos com recursos mínimos. Neste sentido, a produtividade é a relação entre a quantidade de insumos necessários para produzir um determinado bem ou serviço e os resultados obtidos. É a obtenção do máximo de resultados com o mínimo de recursos, em termos de eficiência e eficácia. Desta forma, a administração é aplicada como uma disciplina.

Se os elementos acima forem analisados, é possível concluir que a administração é a ferramenta mais poderosa para a permanência e competitividade de qualquer organização. A importância da administração é indiscutível, pois ela traz múltiplas vantagens (MÜNCH, 2010). Através de suas técnicas e processos é possível alcançar maior rapidez, eficácia e simplificação do trabalho com a conseqüente economia de tempo e custo;

Dessa forma, isso afeta a produtividade, eficiência, qualidade e competitividade de qualquer organização. A administração favorece a obtenção do máximo rendimento e a permanência no mercado. A administração tem certas características que a diferenciam de outras disciplinas:

a. Universalidade: É indispensável em qualquer grupo social, seja ele uma empresa pública ou privada ou qualquer tipo de instituição;

b. Valor instrumental: Sua finalidade é eminentemente prática, sendo a administração um meio para atingir os objetivos de um grupo;

c. Multidisciplinar: Ela utiliza e aplica conhecimentos de várias ciências e técnicas. Especificidade. Embora a gestão seja auxiliada por várias ciências, seu campo de ação é específico, portanto, não pode ser confundido com outras disciplinas;

d. Versatilidade: Os princípios administrativos são flexíveis e adaptados às necessidades de cada grupo social onde eles são aplicados.

Nesse contexto, podemos inferir que administrar é

a ciência, o conjunto de técnicas e a arte de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos organizacionais, que podem ser humanos, financeiros, materiais, tecnológicos, mercadológicos, informacionais”. (CARVALHO, 2014, p. 15).

No entanto, é necessário enfatizar que a gestão e a administração estão intimamente relacionadas. A gestão, por um lado, envolve conhecer o ambiente, conceitualizá-lo e gerar diretrizes estratégicas; por sua vez, requer que a administração contribua para a organização interna. Esta conjunção de gestão e administração permite que organizações sociais produtivas façam uso eficiente de seus recursos e alcancem seus objetivos de forma eficaz (HERNÁNDEZ Y RODRÍGUEZ, 2011).

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DICAS

Após essa leitura, reflita sobre o seguinte texto:

Não que o administrador seja um herói que pretendamos consagrar, mas é ele um agente – não só de condução ou manutenção do status quo, como também de mudança e de transformação das empresas, levando-as a novos rumos, novos processos, novos objetivos, novas estratégias, novas tecnologias e novos patamares (CHIAVENATO, 2000). Nesse contexto e baseado no conteúdo apresentado sobre os conceitos da administração quais seriam os valores e a importância do administrador nas organizações? E para a empresa em que você trabalha?

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UNIDADE 3

A administração constitui as ciências sociais que buscam a satisfação dos objetivos organizacionais por meio de uma estrutura e de um esforço humano coordenado. O processo é o conjunto das fases sucessivas de um fenômeno natural ou de uma operação artificial. Sendo assim, o processo administrativo é a ferramenta que se aplica às organizações para atingir seus objetivos e satisfazer suas necessidades lucrativas e sociais.

Os processos da administração correspondem ao fluxo contínuo e inter-relacionado das atividades de planejamento, organização, direção e controle, desenvolvido com o objetivo de aproveitar os recursos organizacionais de que dispõe a organização, para torná-la eficaz, para seus stakeholders e a sociedade.

De acordo com Münch (2010), há vários critérios sobre o número de etapas que constituem o processo na administração embora, de fato, para todos os autores os elementos ou funções da administração são as mesmas. Isso representa o ciclo do processo de administração conforme ilustrado na Figura 52, onde:

Figura 52 - Etapas do Processo na Administração

CONTROLEComo isso

foi feito?

DIREÇÃOVeja se foi feito?

INTEGRAÇÃOCom quem?

ORGANIZAÇÃOComo você

faz isso?

PLANEJAMENTOO que você quer obter?

Fonte: Münch (2010).

PROCESSOS DA ADMINISTRAÇÃO

TÓPICO 3

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a. Planejamento: Isto é quando são determinados os cenários futuros e a direção que a empresa está tomando, bem como a definição dos resultados a serem obtidos e as estratégias para atingi-los, minimizando os riscos;

b. Organização: Consiste na concepção e determinação de estruturas, processos, funções e responsabilidades, assim como o estabelecimento de métodos e a aplicação de técnicas destinadas a simplificar o trabalho;

c. Integração: É a função pela qual são escolhidos e obtidos os recursos necessários para iniciar as operações;

d. Direção: Consiste na execução de todas as fases do processo administrativo através da orientação de recursos, e do exercício da liderança;

e. Controle: Esta é a fase do processo administrativo através da qual são estabelecidas normas para avaliar os resultados obtidos com o objetivo de corrigir os desvios, preveni-los e melhorar continuamente as operações.

Se os administradores ou gerentes de uma organização realizam seu trabalho adequadamente por meio de uma gestão eficiente e eficaz, a organização tem muito mais probabilidade de atingir seus objetivos. Portanto, pode-se dizer que o desempenho dos gestores ou administradores pode ser medido de acordo com o grau de cumprimento do processo administrativo. Existem duas fases no processo da administração, uma mecânica e outra dinâmica. Na primeira fase, ou seja, na fase mecânica (Figura 53), se busca estabelecer o que fazer e se prepara a estrutura necessária para fazê-lo, inclui atividades de planejamento e organização.

Figura 53 - Fase Mecânica

PLANEJAMENTO

ORGANIZAÇÃO

FASE MECÂNICA

• Filosofia• Missão• Visão• Valores• Estratégias• Políticas• Programas• Pressupostos

• Divisão dotrabalho

• Hierarquia• Departamentalização• Descrição de fundos

Fonte: Münch (2010)

A segunda fase do processo, a fase dinâmica, refere-se a como aquele organismo social, isto é, a organização/empresa, que foi estruturado é administrado e compreende as atividades de direção e controle (Figura 54).

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PROCESSOS DA ADMINISTRAÇÃO

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Figura 54 - Fase Dinâmica

INTEGRAÇÃO

DIREÇÃOFASE

DINÂMICA

• Recursos Humanos• Recursos materiais• Recursos Técnicos• Recursos financeiros

• Tomada de decisões• Integração• MotivaçãoComunicação• Liderança

CONTROLE

• Ajuste padrão• Medição• Correção• Feedback

Fonte: Münch (2010)

A administração (Figura 55) é o processo de tomada de decisões sobre objetivos e o uso de recursos. Abrange cinco tipos principais de decisões, também chamados processos ou funções: planejamento, organização, liderança, direção e controle (MAXIMIANO, 2009).

UNI

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Figura 55 – Mapa Conceitual - Processo da Administração

ADMINISTRAÇÃO

Se apoia em diversas disciplinas

CiênciasSociais

DisciplinasTécnicas

• Universalidade• Valor instrumental• Flexibilidade• Interdisciplinalidade

CiênciasExatas

PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO

A administração tem uma

metodologia básica

PROCESSOADMINISTRATIVO

Princípios, Valores e Missão

INTEGRAÇÃO DIREÇÃO CONTROLE

O que lhe conferecaracterísticas distintivas de:

Regidos por:

Fonte: Münch (2010)

De acordo com Chiavenato (2014, p. 85), o primeiro pensador a estabelecer as funções administrativas que integra o processo na administração foi Henri Fayol definindo como sendo “o ato de administrar como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar (POCCC)”, onde essas cinco funções envolvem os elementos da administração, isto é, as funções do administrador:

a. Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação;

b. Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa;

c. Comandar: dirigir e orientar o pessoal;

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PROCESSOS DA ADMINISTRAÇÃO

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d. Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos;

e. Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

No seu livro de 1916 sobre Administração Industrial e Geral, Fayol definiu as funções a exercer na gestão das organizações. Na concepção de Marco e Loguzzo (2016, p. 44), estas foram reelaboradas e atualizadas com base nos problemas e situações a que a administração foi submetida em cada período histórico. Os autores apresentam a visão de alguns administradores, que pode ser consultada no Quadro a seguir:

Quadro – Definição das funções a exercer na gestão das organizações

Autores Definição das funções

Brech e Urwick (1984) investigação, previsão, planejamento, organização, coordenação, direção e controle

Gulick planejamento, organização, administração de pessoal, direção ou comando, coordenação, informação e orçamento

Koontz e O’Donnell (1985) planejamento, organização, pessoal, direção e controle; Newman como: planejamento, organização, direção e controle

Dale planejamento, organização, direção e controle

O processo administrativo é a metodologia básica para aplicar qualquer abordagem administrativa ou gerencial. Em outras palavras, o fato de existirem novos fluxos administrativos requer a aplicação do processo administrativo para sua implementação. Na concepção de Marujo et al (2014), o processo administrativo:

a. É utilizado para que os gestores/administradores possam ter uma visão geral da realidade da empresa, fornecendo informações essenciais, sejam elas operacionais, táticas ou estratégicas, para auxiliar no processo de tomada de decisão, em qualquer nível organizacional.

b. Entender o processo administrativo é a essência do enfoque funcional da Administração.

c. O processo administrativo engloba os seguintes subprocessos ou funções administrativas: planejar, organizar, dirigir e controlar conforme a Figura 56.

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Figura 56 - O processo administrativo e o ambiente organizacional

Entradas

• Planejar• Definir• Programar

• Controlar• Avaliar• Realinhar

• Organizar• Distribuir• Alocar

• Dirigir• Liderar• Executar

Saídas

P O

C D

Ambiente Interno

Ambiente Externo

Fonte: Marujo et al (2014)

a. O processo administrativo é um elemento chave na gestão empresarial. É um conjunto estruturado de funções inter-relacionadas, interdependentes e indispensáveis que transformam as informações do ambiente de negócios em produtos ou serviços com a finalidade de atender às necessidades e expectativas dos clientes internos ou externos.

b. Planejar é definir os objetivos e escolher o melhor caminho para alcançá-los. O planejamento define onde se quer chegar, o que deve ser feito para atingir o objetivo, quando o plano (cada ação) deve ser colocado em prática (os prazos), por quem (responsabilidades), e quanto vai custar. Na prática, planejar estabelece os objetivos da empresa, especificando o caminho de como serão alcançados e os recursos necessários para isso. Parte de um cenário futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É o primeiro dos subprocessos administrativos e serve de base para todos os demais, e:

I. O planejamento é um processo permanente e contínuo. O planejamento é uma relação entre as coisas a fazer e o tempo disponível para a execução das tarefas e ações;

II. O planejamento deve ter o foco no futuro. Para alguns autores, o planejamento é muito mais uma questão de foco no futuro do que uma junção de planos e programas de ação. A razão é muito simples: o passado já se foi, e o presente está acontecendo (pouco se pode alterar), por isso, é com o futuro que o planejamento se preocupa;

III. O planejamento é uma técnica que procura definir de forma antecipada, estudada e efetiva a alocação dos recursos disponíveis da empresa ou da unidade.

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PROCESSOS DA ADMINISTRAÇÃO

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IV. O planejamento funciona como um meio de orientar o processo decisório, dando-lhe maior consistência e buscando minimizar as incertezas do ambiente competitivo, melhorando o processo de tomada de decisão; isto é, imprime maior dose de segurança e de consistência nas escolhas/ decisões a serem feitas;

V. O planejamento é sistêmico e deve levar em consideração tanto o sistema como os subsistemas que o compõem; deve observar a totalidade da empresa, da diretoria ou departamento para o qual foi feito, sem omitir os relacionamentos internos e externos entre os atores envolvidos;

VI. O planejamento é interativo. Ele envolve passos ou fases que se sucedem. É um subprocesso do macroprocesso administrativo;

VII. O planejamento possibilita, à medida que é executado, a avaliação e mensuração para novos planejamentos com informações e perspectivas mais assertivas;

VIII. O planejamento é uma função administrativa que interage e está intimamente relacionado com as demais funções administrativas, (organização, direção e controle), influenciando e sendo influenciado por todas elas a todo momento e em todos os níveis da organização;

IX. O planejamento é uma técnica de coordenação e integração. O planejamento permite a coordenação, sincronização e integração de várias atividades para o alcance dos objetivos definidos;

X. O planejamento é uma técnica de mudança e inovação. O planejamento é uma das melhores maneiras de se introduzir mudanças em uma empresa, de forma previamente definida e programada para o futuro.

c. Organização é uma palavra que vem do grego, organon, que significa “instrumento”, “utensílio” ou “aquilo com que se trabalha”. O termo organização apresenta duas referências básicas. Por um lado, a palavra é utilizada para se referir a uma espécie de ordenamento, à ação ou resultado de organizar os processos ou organizar-se. Por outro lado, designa-se com o termo de organização àquele sistema desenhado para atingir satisfatoriamente determinados objetivos ou metas e que:

I. Organização é o conjunto de atividades que, em função do planejamento formulado, estabelece a melhor disposição dos recursos das empresas. De modo geral, organização é a forma como se prepara para atingir os resultados pretendidos, em outras palavras, é “arrumar a casa, as ações e planos a serem executados”;

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II. Como subprocesso administrativo, organizar é o ato de definir melhor o trabalho a ser realizado e determinar as responsabilidades pela sua execução; é também o processo de distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério preestabelecido; é a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma, segundo o planejamento que foi estabelecido;

III. Entretanto não basta alocar recursos. É fundamental que as pessoas que fazem parte da organização se integrem (trabalhem em equipe), se comuniquem e se comprometam a atuar de forma coordenada para alcançar os resultados esperados.

d. Direção, execução e liderança: Direção é o processo de realizar atividades e utilizar recursos necessários para atingir os objetivos desejados. Dirigir faz com que os funcionários executem o que deve ser feito. A direção estabelece que as relações hierárquicas estejam claras e definidas, ou seja, que a forma como as equipes se relacionam, assim como o grau de participação e colaboração que se espera de cada um para a realização dos objetivos definidos, estejam explicitados, onde:

I. A implantação de qualquer planejamento seria inviável, ou melhor, pouco efetiva, sem uma coordenação das atitudes, tarefas e esforços de toda a empresa, para alcançar as metas estabelecidas e acordadas.

II. Para que essa coordenação seja de fato eficaz, surge a necessidade de se ter um responsável, um gestor, um líder. É relevante assinalar que o modelo de gestão tipo comando e controle adotado por boa parte das organizações modernas foi inspirado em instituições militares.

III. O chefe ou comandante tinha e exercia o papel de capataz, não admitia contestações e agia como o “senhor da verdade”. Por isso se faz necessário ressaltar algumas características essenciais da liderança moderna descrita no Quadro 13.

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PROCESSOS DA ADMINISTRAÇÃO

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Quadro 13 - Característica do Líder

Foco nos objetivos Comprometimento na busca dos objetivos individuais, da equipe e organizações.

Orientação para ação O líder põe a mão na massa e orienta a ação, a execução das tarefas.

Autoconfiança Em si e na sua equipe. Líderes inseguros acabam tornando suas equipes inseguras também.

Habilidade no relacionamento

humano

Devo saber ouvir e saber falar. Ter empatia e simpatia. Resistência à frustração. Suportar pressão da função.

Flexibilidade Atitude de abertura e receptividade. Uma constante predisposição a negociações e mudanças se forem necessárias.

Tomada de decisãoEstabelece prioridades, analisa alternativas e informações , utiliza todos os recursos disponíveis para minimizar os riscos do processo de tomada de decisão.

Busca da excelência

O líder deve ter um profundo orgulho do seu trabalho e da sua equipe. Ele cuida do negócio como se fosse sócio e está voltado para a obtenção de resultados. Não é individualista. Busca eficiência, a eficácia, a produtividade e a qualidade. Consegue se automotivar e motivar as outras pessoas pelos desafios e pelas recompensas.

Visão do futuroÉ um pioneiro. Encoraja a criatividade e a inovação. É um modelo inspirador, traz emoção para o local de trabalho, sem perder o foco nos objetivos traçados.

Fonte: Marujo et al (2014).

e. O controle é o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a necessidade de modificá-los. Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as ações executadas são as mais adequadas e estão alinhadas com o que a empresa espera e que:

I. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme o planejado, além de minimizar os riscos.

II. O controle é a função que objetiva a obtenção de informações sobre o desempenho organizacional para comparar o que foi realizado com o resultado planejado, verificar se esse resultado está sendo alcançado, identificar desvios e corrigir o rumo. Por isso, o planejamento se torna insumo da função controle, pois só se pode controlar o que foi planejado. O controle é composto de quatro grupos de atividades essenciais elencadas no Quadro 14.

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Quadro 14 - Grupos de Controle

Definição de indicadores de desempenho alinhados com os objetivos identificados no planejamento.

Medição do desempenho.

Medição entre o realizado e o previsto.

Adoção de ações corretivas dos desvios negativos identificados, assim como de ações preventivas das causas desses desvios.

Fonte: Marujo et al (2014).

f. O processo administrativo é uma função-chave na gestão empresarial. O administrador precisa entender que esse conjunto estruturado de atividades inter-relacionadas, interdependentes e indispensáveis é a melhor forma de administrar, ou seja, de gerar mais e melhores resultados;

g. Na prática corporativa, o processo administrativo é utilizado para que os gestores/administradores possam ter uma visão sistêmica da realidade da empresa, fornecendo informações essenciais, sejam elas operacionais, táticas ou estratégicas, para auxiliar no processo de tomada de decisão, em qualquer nível organizacional;

h. Esse é um dos maiores desafios do administrador do século XXI, minimizar os riscos do processo de tomada de decisão. O processo administrativo não é complexo, mas também não é simples de ser trabalhado de forma efetiva em cada momento. Uma dura crítica que se faz ao profissional brasileiro, de maneira geral, é que ele não planeja o suficiente e que improvisa demais. E o resultado é um só: perda de competitividade para as organizações e para o país.

Segundo Sobral e Peci (2012, p. 9),

enquanto os administradores de topo planejam os objetivos e a estratégia da organização, os gerentes estabelecem as atividades de seu setor, e os supervisores definem objetivos e programas para seu grupo de trabalho”.

No entendimento de Loures Júnior (2009, p. 5), “nas decisões dos processos de administrar todos os administradores realizam o mesmo conjunto de funções, eles são classificados em níveis dentro da organização”. Segundo o autor, de modo geral os administradores são encontrados em três níveis da organização (Figura 57):

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PROCESSOS DA ADMINISTRAÇÃO

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Figura 57 - Níveis Hierárquicos do Processo de Administração

Alta administração

(Diretoria)

Estabelecimento de objetivos, políticase estratégias organizacionais.

Implementação das tarefas administrativas,coordenação e solução de conflitos.

Direção e supervisão do trabalho do pessoaloperacional nos processos de produção.

Uso das habilidades técnicas para realização das várias tarefas e atividades da organização.

Médiaadministração

(Gerência)

Administração operacional(Supervisão ou Chefia)

Pessoal não administrativo(Pessoal de Operações)

Fonte: Loures Júnior (2009).

a. Alta administração: responde pelo direcionamento maior e pelas operações da organização. É de responsabilidade da diretoria, também, desenvolver políticas, estratégias e estabelecer metas para a organização como um todo. Representa também a organização perante a comunidade, governo e outras organizações;

b. Média administração: conhecida em muitas empresas como gerência de departamento ou setor. Estes gerentes tem o objetivo de planejar, organizar, dirigir e controlar outras atividades gerenciais. A administração de nível médio determina que produtos ou serviços serão providos ao mercado, decidindo que público-alvo será alcançado, que estratégias gerais e políticas serão transformadas em objetivos/metas para a atividade da administração operacional;

c. Administração operacional: É responsável diretamente pela produção de bens e serviços; Gasta a maior parte do tempo supervisionando as pessoas na execução de tarefas;

d. Além desses três níveis administrativos tem-se o pessoal não administrativo, que são os trabalhadores de linha de frente que não tem posição gerencial. Eles se reportam aos gerentes operacionais e são responsáveis pela execução das tarefas básicas decorrentes da divisão do trabalho nas organizações.

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A administração é a disciplina que estuda a eficiência, eficácia e efetividade das organizações sociais produtivas (OSP) através da aplicação do processo administrativo para planejar, organizar, integrar, dirigir e controlar. Também avalia os resultados e o desempenho da organização através de sistemas de informação e conhecimento da produção, comercialização, distribuição e finanças, assim como o uso das capacidades humanas para gerar seus produtos e serviços. Também avalia a rentabilidade necessária para que a organização cresça e o retorno justo para seus investidores ou membros, de modo a incentivar sua melhoria contínua (HERNÁNDEZ Y RODRÍGUEZ, 2011).

UNI

Os princípios da administração são verdades universais que emergem da experiência e foram devidamente testados. Eles servem para implementar a administração com uma margem de erro mínima (MÜNCH, 2010). As principais características do processo na administração são:

a. É utilizado em empresas e organizações para a correta administração e utilização dos recursos;

b. Serve para organizar procedimentos e cumprir metas e objetivos;

c. Deve estar alinhado com os objetivos da empresa e pretende-se que possa ser aplicado de forma eficaz e simples;

d. O ciclo de suas fases se repete para cada objetivo proposto. São estágios cíclicos e repetitivos;

e. Deve ser conhecido por todos os membros da empresa;

f. Pode ser aplicado em qualquer tipo ou porte de empresa;

g. Deve ser regulado pela liderança administrativa da organização.

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UNIDADE 3

Sem dúvida, a mudança é uma das características mais importantes da sociedade contemporânea. Estamos permanentemente surpreendidos e influenciados pelas mudanças que são geradas nos vários aspectos da vida social, por exemplo, na ciência, tecnologia, economia, política, cultura, etc.

Dir-se-ia então que nossas instituições e organizações devem acompanhar o ritmo dos tempos, ou seja, de acordo com o momento histórico e as principais tendências da área da administração.

É muito difícil tentar prever o futuro da administração em um contexto globalizado de mudança organizacional frenética. A maioria das organizações vislumbra e deseja alcançar os resultados desejados, ou mesmo que sejam capazes de sobreviver em um ambiente competitivo como o atual. É por isso que dedicam tanto tempo, recursos e energia pessoal para se tornarem empresas altamente eficientes. Isso, que pode ser muito necessário, não é suficiente.

As empresas que realmente têm sucesso são aquelas que também dedicam tempo, recursos e energia para preparar o futuro de sua organização. Chiavenato (2017, p. 9), relata que sobre o futuro da “administração e os desafios que ela irá enfrentar nos próximos anos tendo em vista as profundas, rápidas e inesperadas mudanças e transformações que estamos vivendo”, onde Era da Informação traz uma série de desafios à administração, tais como:

a. Conhecimento: a nova economia é uma economia do conhecimento. Apesar da inteligência artificial e da TI, o conhecimento é criado por pessoas. O conteúdo de conhecimento integrado em produtos e serviços está crescendo na forma de edifícios e casas inteligentes, carros inteligentes, rodovias inteligentes, cartões inteligentes (smartcards), smartphones, etc;

b. Digitalização: a nova economia é uma economia digital, e a nova mídia é a internet. A informação está em formato digital em bits. A TI permite trabalhar um incrível volume de informações comprimidas e transmitidas na velocidade da luz. A infoestrutura está substituindo cada vez mais a velha estrutura tradicional, trazendo big data e analytics na rasteira;

TENDÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO

TÓPICO 4

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c. Virtualização: na transformação da informação de analógica para digital, as coisas físicas podem tornar-se virtuais, como a empresa virtual, escritório virtual, emprego virtual, realidade virtual, inteligência artificial, etc;

d. Molecularização: a nova economia é uma economia molecular. A antiga corporação foi desagregada e substituída por moléculas dinâmicas e equipes de indivíduos e entidades que formam a base da atividade econômica;

e. Integração/redes interligadas: a nova economia está interligada em rede, integrando grupos que são conectados a outros para criar valor e riqueza. As novas estruturas organizacionais em rede são horizontais e conectadas pela internet. São redes de redes, rompendo as fronteiras entre empresas, fornecedores, clientes e concorrentes;

f. Desintermediação: as funções de intermediário entre produtor e consumidor estão sendo gradativamente eliminadas devido às redes digitais e ao comércio eletrônico. As informações são online onde produtores e compradores se conectam entre si dispensando intermediários.

g. Convergência: na nova economia, o setor econômico predominante deixou de ser a indústria automobilística para ser a mídia, para a qual convergem as indústrias de computação, comunicação e conteúdo baseado em computador e em telecomunicações digitais.

h. Inovação: a nova economia é uma economia baseada em inovações. Tornar os produtos rapidamente obsoletos é o lema das organizações. Os ciclos de vida dos produtos estão se tornando cada vez mais curtos.

i. Produconsumo: a distinção entre consumidor e produtor está ficando pouco nítida. Na internet, o consumidor torna-se produtor de mensagens, contribui para discussões, faz test-drives em carros ou escaneia o produto no outro lado do mundo e influencia decisivamente o processo decisório da empresa. A PwC salienta que os consumidores são mais disruptivos do que os concorrentes

j. Imediatismo: na economia baseada em bits, o imediatismo é básico para o sucesso empresarial e a nova empresa é uma empresa ágil e flexível e em tempo real. O intercâmbio eletrônico de dados (EDI = electronic data interchange) interliga sistemas de computadores entre fornecedores e clientes para proporcionar concomitância de ações e decisões.

k. Globalização: a nova economia é uma economia global e planetária. Os negócios e o conhecimento não conhecem fronteiras.

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TENDÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO

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De acordo com o Conselho Federal de Administração (2018, p. 1),

é certo que a Administração do amanhã deverá ser muito diferente daquilo que temos hoje, não só pelos avanços tecnológicos que crescem exponencialmente a cada momento, trazendo consequências disruptivas, como também pelo incrível desenvolvimento das organizações, que se tornarão comunidades humanas complexas, derivadas das transformações socioculturais que nelas ocorrem.

O Conselho Federal de Administração (2018, p. 1), ainda relata sobre a quarta revolução industrial ao afirmar que:

A quarta revolução industrial não diz respeito apenas a sistemas e máquinas inteligentes e conectadas. Seu escopo é muito mais amplo. Ondas de novas descobertas ocorrem simultaneamente em áreas que vão desde o sequenciamento genético até a nanotecnologia, das energias renováveis à computação quântica. O que torna a quarta revolução industrial fundamentalmente diferente das anteriores é a fusão dessas tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos.

“Nessa revolução as tecnologias emergentes e as inovações generalizadas são difundidas mais rápida e amplamente do que nas anteriores, as quais continuam a desdobrar-se em algumas partes do mundo” (CONSELHO, 2018, p. 1). Chiavenato (2017), ainda enfatiza que as organizações no mundo contemporâneo se caracterizam conforme exposto no Quadro 15 onde esses fatores correspondem as principais tendências da administração.

Quadro 15 - Tendências da Administração

Cadeias de comando mais curtas

A velha cadeia escalar de comando está na berlinda. A tendência é enxugar níveis hierárquicos na busca de organizações ágeis, enxutas e flexíveis. Compressão ou eliminação da hierarquia para proporcionar estruturas horizontais ou achatadas, que representam uma enorme vantagem competitiva em termos de fluidez, agilidade e flexibilidade.

Menos unidade de comando

O tradicional princípio de que toda pessoa só pode reportar-se a um único superior está sendo questionado. A ascendência vertical (subordinação ao chefe) está sendo substituída pelo relacionamento horizontal (em direção ao cliente, seja ele interno ou externo). A ênfase horizontal no processo está ocupando o lugar da hierarquia vertical. A tendência é utilizar equipes funcionais cruzadas, forças-tarefas e estruturas horizontais para aproximar ainda mais o cliente interno ou externo.

Amplitudes de controle mais amplas

As organizações estão partindo para amplitudes administrativas mais amplas, que reduzem a supervisão direta e facilitam a delegação de responsabilidade e maior autonomia às pessoas.

Mais participação e empowerment (fortalecimento/

empoderamento):

A participação é o processo de transferir responsabilidades e decisões às pessoas. Os gestores estão delegando meios para fortalecer as pessoas em todos os níveis para que elas possam tomar todas as decisões que afetam o seu trabalho. Com o empowerment, proporciona-se maior responsabilidade e autonomia às pessoas, que passam a trabalhar mais livremente com um mínimo de supervisão direta e muito coaching.

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Staff como consultor e não como executor

O staff executava serviços especializados ou assessoria na solução de problemas para a organização. A tendência é transformar o staff de prestador de serviços em consultor interno. Quem deve executar é a linha. A função do staff é assessorar e orientar a linha para que ela faça melhor o seu trabalho e não substituí-la em certas atividades.

Ênfase nas equipes de trabalho

Os antigos departamentos e divisões estão cedendo lugar a equipes de trabalho definitivas ou transitórias. Essa aparente “desorganização” do trabalho significa uma orientação rumo à flexibilidade, agilidade, fluidez, mudança e inovação para acompanhar as mudanças externas.

A organização como um sistema de

unidades de negócios interdependentes

As organizações estão se estruturando sobre unidades autônomas e autossuficientes de negócios, cada qual atuando como um centro de lucro específico, com metas e resultados a alcançar. Para tanto, torna-se necessário um sistema de informação capaz de integrar o todo organizacional em tempo real.

Infoestrutura

A nova arquitetura organizacional é interligada através da TI. A infoestrutura permite uma organização integrada sem estar concentrada em um único local. Ela dispensa a hierarquia porque a informação está disponível no formato eletrônico e é oferecida a toda a organização para tomada de decisões e ações competitivas. As pessoas podem trabalhar em qualquer tempo ou lugar. Cada equipe ou unidade de negócio funciona como cliente ou fornecedor (ou servidor) ligado em rede e trabalhando em uma estrutura molecular, ágil e flexível.

Abrandamento dos controles externos às

pessoas

As organizações estão preocupadas com os fins (alcance de metas, objetivos ou resultados) e não com os meios (comportamento cotidiano das pessoas). Os controles externos (regras, regulamentos, horário de trabalho) são substituídos por conceitos como valores organizacionais, missão, espírito empreendedor, foco no cliente e que permitem orientar (e não fiscalizar ou bitolar) o comportamento das pessoas.

Foco no negócio essencial (core business)

e eliminação do acessório, supérfluo ou

acidental

Programas de enxugamento e terceirização são realizados para eliminar as aparas e reorientar a organização para aquilo que realmente ela foi criada: seu negócio, seu cliente e demais stakeholders.

Consolidação da economia do conhecimento

É a presença do trabalho mental no qual predominam a criatividade e inovação na busca de novas soluções, produtos e processos para agregar valor à organização, ao cliente e aos demais stakeholders diretos ou indiretos. As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão-de-obra para se tornarem fornecedoras de conhecimento que agrega valor ao negócio, à organização, ao cliente e aos stakeholders.

Fonte: Chiavenato (2017).

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A administração do futuro será baseada em uma visão sistemática da organização, onde a integração com o todo é o elemento fundamental. Em outras palavras, é uma organização onde a missão e os objetivos organizacionais devem prevalecer sobre os interesses setoriais ou individuais e onde as diferentes partes que compõem a organização, assim como as decisões e ações, devem ser efetivamente integradas de acordo com essa missão e esses objetivos. Para Oliveira (2008), as tendências da administração exigidas no século XXI serão:

a. Abordagem predominantemente comportamental;

b. Consolidação da administração do conhecimento;

c. Maior interação entre os instrumentos administrativos das empresas;

d. Divisão dos sistemas e processos administrativos em partes;

e. Definição dos papéis dos profissionais das empresas;

f. Alteração de determinados cargos e funções;

g. Necessidade de maior comprometimento para com os resultados esperados;

h. Maior interação teoria versus prática;

i. Universalização da administração.

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Para Münch (2010), O século 21 assistiu a um grande boom nas escolas administrativas que tomaram novas direções; entre as mais destacadas estão:

a. Administração por valores cujo foco é o desenvolvimento e a prática de valores organizacionais e individuais voltados para a missão da organização, a fim de alcançar maior produtividade;

b. Gestão de mudanças que propõe uma série de estratégias para atuar em um ambiente de mudanças e desafios;

c. Gestão do conhecimento, que visa coletar todas as experiências, habilidades e conhecimentos do capital humano da empresa, a fim de garantir que estes permaneçam independentes do pessoal e da rotatividade da gerência;

d. Administração virtual onde, através de sistemas informáticos, a automotivação e o automonitoramento reduzem a burocracia e níveis hierárquicos, e as estruturas e tamanho das organizações são simplificados;

e. Empowerment: Empoderamento é um estilo que capacita, prepara e delega funcionários para melhorar suas capacidades.

Certamente com a evolução da sociedade e das empresas virão novas abordagens de gestão para se adaptarem a novos modos de vida. O importante é treinar e se atualizar continuamente para aplicar as escolas e metodologias administrativas mais apropriadas e para que as organizações permaneçam no mercado e sejam competitivas (Münch, 2010).

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O que fazemos no presente vai determinar o futuro. Por isso, precisamos desconstruir para construir o novo. Não basta pensar coisas novas: é importante transformá-la em realidade. É para esse caminho que o artigo de Chiavenato nos leva. Que a leitura deste paper seja o incentivo que faltava para você ser o agente de transformação que a Administração precisa (CONSELHO, 2017).

Figura 58 - Mapa conceitual: Tendências da Administração

AbordagemContemporâneas

DesenvolvimentoOrganizacional

QualidadeTotal

Excelência

Século 21Princípios

Reengenharia

VANTAGEMCOMPETITIVA

Administração do Conhecimento

Administração do Capital Intelectual

CoachingAdministração

por ValoresDesenvolvimento

Sustentável

No final do século XX, surgiram múltiplas correntes administrativas. As mais importantes são:

Com a globalização e os avanços tecnológicos, novas escolas estão surgindo:

Com a finalidade de se obter:

UNI

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AUTOATIVIDADE

É certo que a administração do amanhã deverá ser muito diferente daquilo que temos hoje, não só pelos avanços tecnológicos que crescem exponencialmente a cada momento, trazendo consequências disruptivas, como também pelo incrível desenvolvimento das organizações”, que se tornarão comunidades humanas complexas, derivado das transformações socioculturais que nelas ocorrem.

A partir desse contexto, leia a asserção abaixo:

A quarta revolução industrial não diz respeito apenas a sistemas e máquinas inteligentes e conectadas. Seu escopo é muito mais amplo. Ondas de novas descobertas ocorrem simultaneamente em áreas que vão desde o sequenciamento genético até a nanotecnologia, das energias renováveis à computação quântica. O que torna a quarta revolução industrial fundamentalmente diferente das anteriores é a fusão dessas tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos (CFA, 2018b, p. 1).

Agora faça suas considerações de como será o impacto para a administração e para o administrador no cenário da 4ª revolução industrial. Aproveite e reflita de como você poderá se preparar para essa fase de disruptura.

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RESUMO

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que

levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

CHAMADA

Conceitualmente, a administração é, antes de tudo, uma ciência social aplicada que se propõe em estudar a organização das empresas, os método e procedimentos do gerenciamento dos recursos, bem como avaliar os resultados das atividades empresariais. Nessa perspectiva torna-se responsável pelo cumprimento de todo o processo administrativo, que inclui diversas funções como planejamento, organização, direção e controle. A administração está vinculada à gestão e engloba um conjunto de preceitos, regras e práticas que buscam otimizar a utilização de recursos para que as organizações em geral alcancem seus objetivos. Sendo assim, nessa unidade você pode conhecer:

1. Os fundamentos e objetivos da administração, tendo em mente que toda organização empresarial se constitui em um sistema complexo formado por um grupo de pessoas, com uma diversidade de recursos físicos coordenados e organizados com o objetivo de obter uma determinada finalidade que, por essência, busca a produção de um ou vários produtos ou oferecem determinadas prestação de serviços;

2. Os princípios da administração que tem como objetivo principal destinar recursos de forma estratégica para atingir os objetivos de curto, médio e longo prazo de uma empresa, baseando-se nas funções básicas da administração;

3. Que o conceito de administrar baseia-se em métodos e técnica que tem como objetivo principal alcançar o máximo benefício possível para uma empresa baseando-se em sua atividade e porque foi criada buscando organizar, planejar, dirigir e controlar os recursos à sua disposição;

4. Os processos da administração que correspondem ao fluxo contínuo e inter-relacionado de suas atividades desenvolvidos com o propósito de um melhor aproveitamento dos recursos organizacionais a fim de torná-la mais competitiva;

5. As principais tendências da administração que indubitavelmente serão embasadas por visão holística e sistemática da organização, onde a conexão de todas as partes será elemento fundamental. Em suma, a missão e os objetivos organizacionais prevalecerão e que as decisões e ações, devem ser efetivamente integradas de acordo com essa missão e esses objetivos.

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