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G U I A D E E S TU D OS - mundocm.org · composta por todos os membros, conforme explícito no artigo 4 do Estatuto do ECOSOCC. A Assembleia Geral envia pareceres e relatórios, além

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GUIA DE ESTUDOS: CONSELHO ECONÔMICO, 

SOCIAL E CULTURAL DA 

UNIÃO AFRICANA  

 

 

Gabrielle Alves 

José Matheus 

Maria Grazielle 

Thiago Vieira 

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ÍNDICE 

CARTA DE APRESENTAÇÃO DOS DIRETORES; 5 

ESCOPO DO COMITÊ 7 

BREVE RESUMO DO TEMA 8 

QUESTÕES A SEREM DEBATIDAS 9 

POSICIONAMENTOS 10 

REFERÊNCIAS 34 

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1. CARTA DE APRESENTAÇÃO DOS DIRETORES;

Meu nome é Maria Grazielle, tenho o sonho de cursar Direito na Universidade de Brasília e já participei da organização de várias simulações, como delegada e diretora. Acredito que a arte de simular é extremamente importante pelo poder de impacto na vida de todos os participantes, além do desenvolvimento profissional e acadêmico, visto que proporciona uma visão de mundo mais fundamentada. Tenho grandes expectativas com a Mundo CM, principalmente pela proposta dessa edição e pelo poder de impacto do ECOSOCC, que traz como temática a corrupção no continente africano para o centro do debate. Deste forma, eu espero que as delegadas e delegados possam expandir seus horizontes em relação a África e desta forma, uma visão mais crítica sobre o tema e o continente africano, e todo o conhecimento adquirido na leitura do artigo e guia de estudos possa servir de instrumento e aprendizado para a vida.

Meu nome é Gabrielle Alves, tenho 20 anos, sou canceriana e estou no 6º semestre de Ciência Política da Universidade de Brasília. Já participei de algumas simulações, como a AMUN, fui uma das delegadas brasileiras da Youth Assembly 2018 realizada nas Nações Unidas de Nova Iorque e ano que vem estarei na Sorbonne Nouvelle, realizando estudos sobre a América Latina. Vejo os estudos de combate à corrupção como essenciais para a formação dos cidadãos, que podem passar a enxergar o espaço público com um olhar mais crítico e atento, e no caso do nosso comitê, uma oportunidade de ter um novo olhar sobre os países africanos, quebrando as visões estereotipadas que impedem, muitas vezes, o pleno entendimento da realidade da

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União Africana. Espero que os delegados possam aproveitar essa experiência.

Meu nome é José Matheus e sou graduando do curso de Relações Internacionais na Universidade de Brasília. Tenho interesses em áreas específicas do meu curso tais como Segurança Internacional, Direitos Humanos, Ciência Política e Economia. Além disso, acredito que projetos de extensão acadêmicos possuem grande importância para o desenvolvimento das delegadas e diretoras, dado que as questões que tais eventos trazem são fundamentais para a construção de um pensamento mais crítico e, sobretudo, para o próprio desenvolvimento pessoal. Diante disso, me sinto enormemente entusiasmado para os dias da simulação na Mundo CM. Por fim, agradeço à todas e todos, delegadas e delegados, por terem aceito o desafio de discutir uma questão tão complexa que é a corrupção no continente africano.

Sou Thiago Vieira, tenho 21 anos, e estou cursando o sexto

semestre do curso de Direito na Universidade Federal da Bahia. Durante o ensino médio me apaixonei pelo universo das simulações, o que me levou a ajudar a fundar o Clube de Relações Internacionais do Colégio Militar de Salvador - onde estudei - assumindo o cargo de Diretor Acadêmico. Estagio em um escritório de advocacia criminal e lido diariamente com processos envolvendo crimes econômicos e contra a administração pública. Além disso, pesquiso, a partir do marco teórico decolonial, criminologia crítica e o papel de um processo penal garantista para a democracia, motivos pelos quais me sinto compelido a trazer essas discussões para o âmbito das simulações de ensino médio.

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2. ESCOPO DO COMITÊ: O Comitê Econômico, Social e Cultural da União Africana

(ECOSOCC-UA) foi estabelecido em julho de 2004 pelo Ato Constitutivo da União Africana, como estabelecido por seus artigos 5 e 22. Seus estatutos, adotados pela Assembleia Geral da União Africana, o definem como um órgão consultivo composto por membros de diversas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) relevantes para os países membros da União Africana, advindos de diversos estratos profissionais e sociais. A primeira Assembleia Geral do Conselho aconteceu em 9 de setembro de 2008 na cidade de Dar es Salaam, a mais populosa da Tanzânia, e cujo nome significa, em Árabe, “A Casa da Paz”. É designado para servir como uma interface de desenvolvimento de políticas que catalisem a expertise da sociedade civil para o trabalho dos vários departamentos do Conselho e, através disso, para a UA. A função principal do ECOSOCC, de acordo com o contido no artigo 7 de seu estatuto, é “contribui, mediante assessoria, na tradução efectiva dos objectivos, dos princípios e das políticas da União em programas concretos, bem como na avaliação desses programas ” (UA, 2004, p. 8). Seu principal veículo de ação são os Sectoral Cluster Committees (em tradução livre, Comitês de Grupos Setoriais), que aproximam os diferentes departamentos das comissões da União Africana cujos propósitos dialogam entre si continuamente, com o intuito de produzir opiniões recomendatórias sobre políticas e planos de metas. Sua maior instância decisória é a Assembleia Geral, que é composta por todos os membros, conforme explícito no artigo 4 do Estatuto do ECOSOCC. A Assembleia Geral envia pareceres e relatórios, além de propostas sobre orçamentos e atividades; aprova e emenda o Código de Ética e Conduta desenvolvido para

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Organizações da Sociedade Civil afiliados à UA ou trabalhando com a UA; e revê atividades do ECOSOCC, efetuando recomendações.

O mandato do ECOSOCC inclui: ● Contribuir, através de aconselhamento, para a tradução efetiva dos objetivos, princípios e políticas da União em programas concretos e também avaliar tais programas; ● Conduzir estudos recomendados por outros órgãos da União e submeter as recomendações julgadas necessárias; ● Contribuir para a promoção da democratização, participação popular e partilha de expertises para a realização da visão e dos objetivos da União; ● Contribuir para a promoção dos direitos humanos, da boa governança, dos princípio democráticos, da igualdade de gênero e dos direitos das crianças; Promover e apoiar os esforços de instituições engajadas na construção de um futuro para a África e consolidar valores pan-africanos visando aperfeiçoar um modelo social e modo de vida africanos; ● Adotar e consolidar parcerias entre a União e Organizações da Sociedade Civil através de esclarecimento público, mobilização e feedback das atividades da União. 3. BREVE RESUMO DO TEMA: A corrupção no atual cenário do continente africano é fruto de uma estruturação política historicamente enraizada, que teve origem no imperialismo (abordado no tópico 2.1). Desta forma, abriu brechas para diversos obstáculos no continente africano, entre eles a corrupção. As nações africanas vêm adotando diversas medidas no combate, como, a Convenção da União Africana e a agenda de 2063, que leva em conta as

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particularidades, os obstáculos e busca principalmente a união das nações de acordo com a União Africana (2015):

"Uma África integrada, próspera e em paz, comandada pelos seus próprios cidadãos e representando uma força dinâmica na arena internacional” (UA, 2015, p.1).

A Convenção da União Africana (UA, 2003), busca prevenir e combater a corrupção dentro e fora do âmbito público, aprovada pelos chefes de Estado e Governo da União Africana em 12 julho de 2015 e apresenta uma definição ampla e consistente em seu artigo 4. Entretanto, mesmo com a Agenda de 2063 e a Convenção, pouquíssimas nações têm seguido as recomendações. Atualmente, existem vários chefes de Estados envolvidos em grandes escândalos e a existência de elites (abordada no tópico 2.1 do artigo) que dominam o poder e o sistema administrativos das nações (abordado no tópico 2.1.4 do artigo). Sendo assim, poucas medidas adotadas são colocadas realmente em prática, perpetuando o sistema corruptivo africano. Diante disso, há diversas barreiras estruturais que precisam ser combatidas com mais eficiência nos Estados africanos para que alcancem os melhores resultados no combate a corrupção entre os membros da União Africana. No artigo foi abordado pilares para a discussão da problemática no ECOSOCC, nesta edição da MundoCM, que tem como intuito engajar os delegados e delegadas, rumo a argumentos consistentes que viabilizem soluções para a corrupção, que atualmente gera inúmeros percalços para a instabilidade das nações africana.

4. QUESTÕES A SEREM DEBATIDAS: 

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● Quais medidas podem ser adotadas pelos próprios agentes

africanos no combate a corrupção?

● Quais fatores, afinal, propiciam o crescente quadro de corrupção institucional nos Estados africanos?

● Que medidas podem ser adotadas para solucionar estes problemas e quais os vícios têm sido empregados pela comunidade internacional e pelos próprios Estados africanos?

● Como a colonização pode ser associada à corrupção sistêmica em territórios africanos?

5. POSICIONAMENTOS 

Angola:

A corrupção em Angola, fomentada pela falta de freios e contrapesos democráticos entre os poderes, prejudica a eficiência e o desenvolvimento das instituições do país, nos âmbitos público e privado. Tudo isso tem provocado pressões internas e externas pelo combate à criminalidade econômico-financeira e contra a administração pública no país, que culminaram na adoção de uma série de políticas públicas e escolhas legislativas denominadas “cruzada contra a corrupção”. Entre as mudanças mais recentes na administração e na legislação do país, estão a criação da Direção de Combate aos Crimes de Corrupção, um novo serviço executivo do Serviço de Investigação Criminal - SIC (órgão policial coordenado diretamente pelo Ministério do Interior), e a criação

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de programas de leniência e de colaboração internacional visando a repatriação de capitais.

Boa parte dessas medidas, entretanto, têm sido reputadas pelos especialistas como ineficazes e meramente paliativas, pela necessidade de mudanças estruturais na cultura de corrupção que se estabeleceu no seio da administração pública angolana e na instituição de entidades autônomas, sem ligações com o aparato político-partidário do país para dar efetividades a essas medidas. Argélia:

Segundo o Portal Business Anti-Corruption, a corrupção é um grande empecilho às empresas em operação ou que querem investir na Argélia (BUSINESS ANTI-CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2016). No que se refere à legislação do país acerca da punição da prática de crimes corruptos, o país é ineficiente em implementar leis anticorrupção. O Código penal argelino e a Lei Anticorrupção criminalizam o suborno passivo e ativo, pagamentos de facilitação, enriquecimento ilícito, abuso de poder, propinas e tráfico de influência no país. (BUSINESS ANTI-CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2016).

A Argélia já assinou tratados importantes sobre a mitigação da corrupção em seu país. O Estado ratificou a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção e a Convenção da União Africana sobre Prevenção e Combate à Corrupção. Além disso, a Argélia também é membro da Força-Tarefa de Ação Financeira do Oriente Médio e Norte da África (MENAFATF, na sigla em inglês), a qual combate lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. (BUSINESS ANTI-CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2016).

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Botswana: Sendo o país com menor corrupção do continente Africano,

Botswana já não vê as práticas corruptas como risco para os seus negócios, dado que a corrupção predominante do país é a corrupção branca, comum no cotidiano.

O governo adota atualmente uma postura de “tolerância zero” com quaisquer práticas corruptas. O Código Penal de Botswana criminaliza suborno ativo e passivo dos setores público e privado, abuso de poder e os whistleblowers têm seu anonimato garantido. Vale destacar o papel do Directorate of Corruption and Economic Crime (DCEC), criado em 1994, cujos trabalhos de investigação, prevenção e educação foram fundamentais para o progresso do país.

Os líderes do país exercem papel importante no desenvolvimento e progresso pacífico dos seus cidadãos. O Kgotla (espaço de encontro do grupo) continua tendo papel central em proporcionar aos membros da comunidade uma plataforma de exercerem seus direitos democráticos, proporcionando um espaço de diálogo para resolução de conflitos. (MOUMAKWA, 2010) Burundi:

Burundi não foi poupado da praga da corrupção no continente africano, sendo considerado por muitos anos um dos países mais corruptos do mundo de acordo com o Corruption Perception Index da Transparência Internacional (em 2016, ocupou a 159ª posição entre os 175 países pesquisados). Tais achados são confirmados pelos relatórios de muitas instituições ao redor do globo que investigam a incidência da corrupção; por exemplo, a Transparência Internacional declarou Burundi como o país mais corrupto da África Ocidental, de acordo com o seu mais recente relatório sobre a África. Conforme relatado pela Human

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Rights Watch em muitos de seus relatórios, a polícia nacional e o Judiciário tem as maiores taxas de suborno. Muitos burundeses destacam o fato de que policiais aceitam subornos ou dinheiro para prender pessoas inocentes ou libertar presidiários que foram condenados por crimes graves. Dentro do Judiciário, a corrupção pode ser evidenciada por oficiais da Corte e juízes influenciando veredictos, antecipando certos julgamentos, libertando presos ou não executando determinadas sentenças.

Em 2006, o Ministro da Justiça e Procurador Geral da República pessoalmente reconheceu tais acusações como verdadeiras. Após sua declaração, medidas legislativas, tais quais a criação de uma corte e uma brigada anti-corrupção foram tomadas para combater a corrupção endêmica no setor público e privado. Entretanto, em 2016 o novo Ministro da Justiça admitiu que não houve mudanças na incidência da corrupção judicial. De acordo com o Ministro, os principais culpados são os magistrados dos tribunais administrativos, do trabalho e, ironicamente, os da corte anticorrupção.

Outro fator agravante é a falta de transparência no setor público, impactada diretamente pela guerra civil que durou de 1993 a 2005, também responsável por enfraquecer a economia e o sistema legal do Burundi. Também há prevalência da corrupção no supracitado setor, sendo dado indicativo a tendência das oportunidades de empregos públicos serem ditadas por questões políticas ao invés de competitivas, como concursos públicos. Cabo Verde:

Cabo Verde apresenta altos níveis de desemprego e pobreza em razão da ausência de oportunidades de crescimento

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econômico e escassez de recursos (GLOBAL SECURITY). O país mostra baixos níveis de corrupção. Entretanto, ainda há dados que mostram relatos de corrupção em áreas privadas e dentro do próprio governo cabo-verdiano. Contudo, o Estado se mostra eficiente em reforçar as instituições governamentais no sentido de fazer com que a administração do governo seja mais transparente (CALDWELL, 2017).

Segundo a Transparência Internacional, Cabo Verde é o país da África que possui um dos menores índices de corrupção na região, ocupando o terceiro lugar ao nível do continente (SANTIAGO MAGAZINE, 2018). O país insular assinou e ratificou a Convenção Anticorrupção das Nações Unidas (GLOBAL SECURITY). A corrupção no país é considerada com sendo um crime suscetível de punição por lei. Apesar dos aspectos positivos sobre a luta contra a corrupção no Estado Cabo Verdiano, houve aumentos de práticas corruptas no país em relação aos últimos anos (INFORPRESS, 2018). Camarões:

O nível de corrupção em Camarões é alto. Segundo a BBC Brasil, a Corrupção faz parte do cotidiano no país (FIGUEIRÓ, 2002). A Transparência Internacional (2017) classificou Camarões na posição 153 dos países mais corruptos do mundo – a lista possui 180 países.

Não há legislação específica acerca do crime de corrupção. Entretanto, o Código Penal do país criminaliza certos tipos de corrupção, como o suborno ativo e passivo, extorsão, lavagem de dinheiro, dentre outros. Sendo assim, a implementação da legislação anticorrupção é insuficiente em razão da carência de leis específicas para este tipo de crime. Além disso, os cidadãos de Camarões consideram a Instituição da Polícia como a mais

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corrupta dentro do governo, havendo subornos e outros tipos de corrupção em diversos casos dentro da Instituição Policial. O judiciário do país carece de conhecimentos e leis específicas para julgar os infratores. À vista disso, os processos judiciais não são julgados de forma rápida, o que aumenta a impunidade no Estado (BUSINESS ANTI-CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2017).

A República dos Camarões ratificou a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção e assinou, mas ainda não ratificou a Convenção da União Africana sobre Prevenção e Combate à Corrupção. Congo:

Apesar do governo já ter declarado comprometimento em combater a corrupção, a agenda anticorrupção ainda é manipulada por razões políticas. A elite da República Democrática do Congo utiliza-se da lógica de “caçador de renda” e possui uma enorme teia de patronagem política, composta por um gabinete com representação exacerbada de membros que apoiam o governo.

Criada em 2009, a Unidade Nacional de Inteligência Financeira (CENAREF) é responsável por coletar e analisar informações, conduzir investigações relativas à lavagem de dinheiro e financiamento de práticas terroristas, e aconselha o governo em como combatê-los. Na prática, a limitação de recursos humanos e financeiros dificultam as ações governamentais e aplicação das regulações. Costa do Marfim:

Durante seu primeiro mandato, o presidente Alassane Ouattara seguiu suas promessas de campanha e aprovou uma lei

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que propõe prevenção e repressão aos atos de corrupção, estabeleceu uma autoridade de anticorrupção nacional e buscou acordos com algumas iniciativas internacionais, como a Iniciativa de Transparência das Indústrias de Extração.

Muitas empresas citam que os problemas atuais de corrupção nos setores público e privado estão entre os maiores obstáculos para realizar investimentos e crescimento econômico no país.

A Costa do Marfim conta com uma extensa rede de tráfico de marfim, que é muitas vezes utilizado como moeda de suborno entre membros da esfera pública, podendo também servir para corromper membros oficiais de fiscalização ambiental, que podem aceitar subornos para ignorar monitoramentos, permitindo o tráfico (BENNETT, 2014). Democracy Development: O Programa para o Desenvolvimento da Democracia (do original Democracy Development Programme - DDP) foi estabelecido em 1993 com o objetivo de apoiar e aprofundar a fugaz democracia da África do Sul. Desde sua criação, a DDP é comprometida com a promoção dos princípios de democracia sustentável e boa governança, consciência política e participação civil, tolerância e valorização dos direitos humanos e defesa de um governo descentralizado e plural. A visão da DDP para a África do Sul é a de uma cidadania ativa que responsabiliza seus governantes e uma sociedade em que a Declaração de Direitos nacional propicie benefícios tangíveis para todos, incluindo os marginalizados. Para isso, a DDP trabalha para fortalecer e apoiar a sociedade civil através de iniciativas de capacitação e criação de parcerias estratégicas para promover a luta anti-corrupção e compartilhar conhecimentos. A DDP trabalha com estações de rádio comunitárias em três províncias da

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África do Sul como meios de difundir princípios sobre a prática de democracia representativa e participativa e direitos humanos, além de proporcionar uma plataforma para engajamento dos cidadãos com autoridades governamentais. O movimento também promove fóruns públicos regulares em Durban e Cidade do Cabo, possibilitando amplo debate sobre questões políticas atuais. Uma das principais estratégias do Programa para o Desenvolvimento da Democracia é o desenvolvimento centrado no cidadão, que tem como princípio a rejeição de soluções ocidentais para questões africanas e o afrocentrismo. Seus principais eixos de atuação são: realização de discussões públicas sobre governança, responsabilização governamental, justiça econômica e social e construção da nação; e empoderamento e acompanhamento de comunidades através de workshops de capacitação e produção de materiais educacionais que podem ser distribuídos às comunidades para informar e educar sobre questões críticas de cidadania ativa. Egito: No Egito, a corrupção se instala no governo e nos setores públicos da sociedade através de subornos, adulteração de documentos, taxas alfandegárias, serviços públicos e leis que nunca foram aplicadas em relação ao combate à corrupção, mesmo havendo penalidades criminais para a corrupção oficial (GLOBALSECURITY, 2018). No governo do ex-presidente do Egito, Mubarak, houve diversos protestos contra o sistema de corrupção. A população obteve o êxito e retirou o líder político do poder, porém a agitação popular possibilitou manobras políticas e militares que fez uso da repressão contra os cidadãos. Desta forma, houve a intensa

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violação dos direitos humanos e censura por parte das forças de segurança (GLOBALSECURITY, 2018).

Atualmente, de acordo com a organização Transparência Internacional, o nível de corrupção no Egito é duvidoso, em razão de sua constante oscilação, porém é admitido que a corrupção tem grande papel na política. Mesmo com a ratificação da convenção das Nações Unidas contra a corrupção, o governo egípcio demonstrou inconsistência desde a revolução de 2011. Desta forma, o país não faz parte da convenção Anti-Suborno ou da Convenção da União Africana sobre a Prevenção e Combate à corrupção. Mesmo dotado de uma forte estrutura contra o combate à corrupção, o problema mais importante está na legislação sendo ausência de uma lei efetiva (TRANSPARENCY INTERNATIONAL, 2015). Etiópia:

Atualmente, há uma alta de corrupção corrupção na Etiópia, que desencadeia problemas para a paz e à estabilidade do país, como admitido pelo atual primeiro-ministro do país Haile Mariam Desalegn (SCHADOMSKY; KRIENGER, 2012). Existem diversas denúncias de que a corrupção é usada por aqueles que estão no poder para silenciar os que têm opiniões divergentes, o que ocorreu durante todo governo do ex-primeiro ministro, Meles Zenawi (AYELE, 2017).

De acordo com o pesquisador da Universidade de Addis Abeba Zemelak Ayele (2017), a repressão no país ficou cada vez maior após os protestos públicos contra a corrupção entre 2015 e 2016, em diferentes partes da Etiópia. O governo admite que a corrupção é um problema administrativo, mas em suma não retido somente a esse setor, mas ao constitucional também. A prevalência da corrupção no país é, em parte, resultado da ineficácia do sistema administrativo diante de suas funções, como

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prevenir, investigar e processar a corrupção. Isso ocorre devido à carência das instituições anticorrupção de proteção constitucional e portanto, a independência institucional que necessitam.

Além disso, há ausência de uma democracia multipartidária e várias partes restritivas na legislação tornam a mídia e as organizações da sociedade civil ineficazes em termos de desempenhar um papel significativo nos esforços de combate à corrupção (AYELE, 2017). Este e diversos outros fatores levaram a Etiópia a ocupar a 103ª posição no ranking da revista Exame depaíses mais corruptos do mundo (EXAME, 2016).

De acordo com a Embaixada da Etiópia, o governo vem adotando diversas medidas de combate a corrupção, como melhor fiscalização dos funcionários públicos, campanhas de anticorrupção e prisão de agentes que tenham envolvimento com a corrupção, o que ocasionou recentemente na prisão de 48 funcionários do governo, empresários e corretores suspeitos de corrupção e medidas contra o abuso de poder nos diferentes níveis de toda a administração (EMBAIXADA DA ETIÓPIA, 2017). Gana:

Em relação aos outros países do continente africano - e, inclusive, alguns países da América Latina e da Europa - os índices de corrupção em Gana são moderados. Não obstante, a corrupção é um dos motivos mais frequentemente citados pelos empresários do país como um empecilho aos negócios.

É possível afirmar que a forma mais frequente de corrupção no país consiste em pequenos subornos no âmbito das agências policiais e judiciais, bem como em relação às autoridades

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aduaneiras, o que costuma-se relacionar aos recursos escassos e à baixa remuneração dos funcionários públicos.

O combate à corrupção no país está pautada quase exclusivamente pelo código penal, que proíbe corrupção ativa e passiva, peculato, entre outras condutas consideradas corruptas, mas, assim como na maioria dos outros países do continente, há sérios problemas de efetivação das normas - sem mencionar a questão da eficácia de normas penais para o combate à corrupção. A sociedade civil, apesar do direito constitucional à liberdade de expressão - e os esforços das autoridades na proteção desses direitos - enfrenta dificuldades para denunciar atos de corrupção. A violência contra jornalistas, por exemplo, raramente é investigada e coibida, o que leva à autocensura dos veículos de imprensa. Guiné-bissau:

A Guiné-Bissau, um dos países mais pobres do mundo, é caracterizada por uma longa história de instabilidade política. Mortes, golpes de Estado e guerras civis interromperam o mandato de todos os presidentes eleitos nos 40 anos desde a independência do país.

Muito da corrupção em Guiné-Bissau relaciona-se com a questão do tráfico de drogas internacional, que exerce tamanha influência sobre a vida política e econômica da nação a ponto de ser considerado, em 2013, o primeiro narco-Estado africano. Como consequência, surge um aumento da prevalência de pessoas em situação de pobreza, colapso estatal, falta de recursos e corrupção endêmica. As operações fiscais do Governo são caracterizadas por falta de transparência e controle orçamentário, além de coalizões entre o Governo e políticos-chave e influência externa sobre os gastos públicos.

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Há uma cultura de impunidade, e os cidadãos não possuem direitos de acesso a informação, de acordo com a Heritage Foundation. A corrupção estatal consiste, basicamente, de envolvimento com o tráfico de narcóticos que, de acordo com a Transparência Internacional, superou sistemas patrimonalistas no controle do Estado. As tentativas de implementação de medidas anticorrupção, incluindo controle do tráfico de drogas, são impedidas pela falta de infraestrutura que possibilite vigilância das fronteiras, além de um mecanismo de defesa estatal que seja funcional. Há ausência de instituições e leis dedicadas ao combate anticorrupção e mesmo os gabinetes já existentes, como o Ministério da Justiça, sofrem de problemas estruturais graves, como falta de luz elétrica.

A grande autoridade política conferida ao presidente pela constituição, incluindo poder sobre o Legislativo e Judiciário, contribui para a sistemática inviabilização de iniciativas pró-transparência e aumenta a impunidade dos altos oficiais públicos. O Poder Judiciário, em especial, carece de recursos adequados, de treinamento e de independência. Não há registros no país acerca de processos legais contra pessoas acusadas de lavagem de dinheiro.

O Comitê Contra Corrupção, criado em 1995, pretendia combater e prevenir atos de corrupção dentro do governo. A Corte de Contas, que é a maior instituição nacional de audição fiscal, foi criada em 2006 para auditar as contas e orçamento do Ministério da Economia e Finanças. Guiné-Bissau também ratificou uma série de convenções das Nações Unidas dedicadas ao combate anti-corrupção, além da Convenção sobre a Corrupção da União Africana. A despeito desses esforços, a Transparência Internacional acredita que as redes criminosas

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organizadas envolvidas no comércio ilícito de drogas tenham infiltrado todos os níveis do aparelho estatal, e ano após ano o país apresenta desempenho ruim nos índices globais que versam sobre corrupção (Corruption Perception Index, Corruption Bank do TradingEconomics e dados da própria Transparência Internacional).

Em 2011, o país esboçou um plano que envolvia uma série de reformas anticorrupção. Entretanto, após o golpe militar de 2012, tais esforços reformistas foram extintos. Moçambique:

A corrupção em Moçambique está na maioria dos setores e pequenos subornos a sistemas clientelistas extremamente enraizados (INTEGRITY, 2016). A corrupção em Moçambique é fruto dos contratos públicos, das administrações fiscais, aduaneiras no qual é o setor mais corrupto do país e o alfandegário, que movimenta cerca de US$108 milhões por ano, afetando diretamente a economia (CMI, 2016).

O que ainda facilita o sistema corruptivo são as lacunas no constitucional – por exemplo, a Lei Anticorrupção que não cobre todas as formas de corrupção, como o peculato . O setor judiciário 1

é também bastante corruptivo, sendo sujeito à influência política, impedindo a efetiva aplicação da lei (INTEGRITY, 2016). O setor público que carece de transparência, recrutamento e além dos subornos e pagamentos irregulares que o afeta diretamente; na polícia baixos salários, pouco treinamento e a cultura geral de

1 O peculato se caracteriza por crime praticado por funcionário público contra a própria administração pública.

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corrupção contribuem para a sua perpetuação (INTEGRITY, 2016).

Diante disso, Moçambique vem adotando diversas medidas no combate a corrupção, como, a ratificação da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC) e a Convenção da União Africana sobre a prevenção e o combate a corrupção (INTEGRITY, 2016). Mas apesar de todas as medidas, Moçambique continua em uma posição 112° lugar nos países mais corrupção do mundo, de acordo com a revista Exame (2016). Nigéria:

De acordo com a Transparência Internacional, a República Federal da Nigéria está na posição 148 entre os países mais corruptos do mundo (a lista possui 180 países). (TRANSPARENCY INTERNATIONAL, 2017). A corrupção na Nigéria deixa lastros de graves consequências aos serviços básicos do país africano. A Human Rights Watch afirma que a ausência do governo em lidar com os problemas da corrupção viola a obrigação do país em fornecer serviços básicos a seus cidadãos (HUMAN RIGHTS WATCH, 2007).

Membros de alto escalão do governo nigeriano são alvos de investigação junto à empresa multinacional petrolífera anglo-holandesa Shell por pagamentos de propinas para a obtenção de um campo de petróleo no país. Segundo fontes, o próprio ex-presidente do país nigeriano, Goodluck Jonathan, é investigado por repasses que o teriam favorecido (NOZAKI, 2017).

Apesar de ser uma das maiores economias do continente africano, a Nigéria não possui distribuição de renda satisfatória. A corrupção está ligada diretamente com esse problema da má

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distribuição de renda per capita. Além disso, entre os anos de 1960 e 1999, mais de 400 bilhões de dólares foram desviados ou apropriados do tesouro nacional por autoridades do país (ROMANO, 2017). Publish What You Pay: A Publish What You PAY (PWYP) é um grupo de organizações da sociedade civil que trabalha mundialmente em prol de transparência e prestação de contas das indústrias extrativistas. Através de transparência fiscal, os cidadãos podem lutar contra corrupção, responsabilizar os governantes e assegurar que os benefícios da extração de recursos naturais sejam distribuídos justamente.

A PWYP trabalha conscientizando o público sobre a importância do engajamento da sociedade civil nos espaços deliberativos que regulamentam as indústrias extrativistas, envolvendo coalizões de comunidades locais e pressionando os Estados visando taxações mais adequadas e maior transparência acerca da alocação dos recursos oriundos dos royalties. A PWYP é uma das coalizões mais bem sucedidas da última década, evoluindo de 6 organizações britânicas a um movimento global consistindo de 680 membros, abrangendo 59 países e 39 coalizões. Especialmente em seu início, era considerada uma campanha de nicho, dedicada a colocar transparência das receitas da indústrias extrativas na agenda internacional. Agora, a PWYP almeja que as taxas beneficiem as comunidades locais e sejam investidas em serviços públicos.

Um dos focos de ação da PWYP é através das estratégias da Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativistas (do original Extractive Industries Transparency Initiative - EITI), que

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encoraja adoção de leis que incluam divulgação obrigatória dos valores pagos pelas indústrias aos Estados cujos recursos elas exploram, incluindo licenças de exploração, contratos, royalties e impostos. Para atingir esse fim, há o monitoramento dos desenvolvimentos legais onde tais legislações ainda não existem ou não foram implementadas e através da participação na melhoria de leis pré-existentes em países onde companhias extrativistas são registradas. Infelizmente, tais esforços ainda não deram frutos em solo africano.

Na África, a PWYP possui organizações membras nos seguintes países: Iêmen, Uganda, África do Sul, Madagascar, Zimbábue, Zâmbia, Malaui, Moçambique, Tanzânia, República Democrática do Congo, Congo, Camarões, Nigéria, Niger, Chade, Mali, Burkina Faso, Togo, Gana, Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Senegal, Guiné, Mauritânia e Tunísia, além de coalizões nacionais filiadas na Botswana, Quênia e Ruanda. Quênia:

Philip Kinisu, antigo presidente da Comissão Anti-corrupção do Quênia, afirmou que um terço do orçamento do Estado queniano, aproximadamente $6 bilhões, é anualmente comprometido pela corrupção no país. Metade dos cidadãos do país que passou por um encontro com as autoridades policiais relatou a exigência de propinas, e a polícia queniana é reputada pela população como a instituição mais corrupta do país.

As altas penas pecuniárias e privativas de liberdade adotadas pelo direito penal queniano tem se mostrado extremamente ineficazes, na medida que não impedem as práticas proibidas, como a exigência e o oferecimento de propina, o

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peculato, etc. A mídia do país são consideradas “moderadamente livres”, e a sociedade civil frequentemente contribui para a denúncia de casos de corrupção através de veículos independentes, como blogs e panfletos.

República Centro Africana:

A República Centro-Africana é instável desde a sua independência da França em 1960. No que tange às práticas corruptas, a corrupção permeia instituições governamentais no país. O Estado ratificou a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção. Contudo, os esforços para reduzir a corrupção são mínimos. Além disso, a impunidade no país para este tipo de crime é muito alta (BUSINESS ANTI CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2016).

De acordo com a Transparência Internacional, o país está na posição 156º de países mais corruptos do mundo (de 180 países analisados pela organização) (TRANSPARENCY INTERNATIONAL, 2017). O caos na República Centro-Africana aumenta cada vez mais desde que rebeldes da coalizão Seleka expulsaram François Bozize do poder, e assim, aumentaram os riscos de segurança e enfraqueceram a economia do país. (KINDZEKA, 2013). Ruanda:

Apesar do seu passado frágil, cujo genocídio em 1994 deixou marcas na sociedade até os dias atuais, Ruanda obteve progresso no que concerne o controle da corrupção. Entre 1997 e 2004, medidas anticorrupção foram tomadas com um ênfase especial no fortalecimento do seu quadro legal e institucional. Sua

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postura de tolerância zero permitiu, em 2004, que 503 membros do judiciário de Ruanda fossem demitidos, acusados de corrupção e incompetência de assuntos relacionados.

Em 2006, o presidente do gabinete do provedor de justiça de Ruanda, atribuiu o sucesso do país no combate à corrupção graças a remoção de líderes corruptos nos últimos anos e à adição de monitoramento na esfera pública. Senegal:

Conforme o Código Penal do Senegal, o país criminaliza atividades corruptas como a extorsão, suborno ativo e passivo e lavagem de dinheiro. De acordo com o Portal Business Anti-Corruption, subornos em meio a decisões judiciais são comuns em Senegal. Para além, a maior parte dos cidadãos senegaleses afirmam que os tribunais do país são as fontes de maior problema de corrupção. O Poder Judiciário de Senegal é independente dos outros poderes. Entretanto, na prática, o poder executivo influencia o judiciário acerca de decisões políticas e econômicas que possuem importância no cenário do país (BUSINESS ANTI CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2017).

Em meio a tantas práticas corruptas, Senegal vem tentando publicamente minimizar esta atividade criminosa. Novas estratégias de combate à corrupção foram adotadas com a chegada do presidente Macky Sall ao poder em 2012 – principalmente no que se refere à transparência de órgãos estatais. No entanto, a aplicação das leis ainda é ineficiente e fraca, tendo em vista a fragilidade do poder judiciário em punir pessoas ou grupos criminosos nos quais participam de atividades como a corrupção no Estado Senegalês (BUSINESS ANTI CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2017).

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Nos últimos anos, o país aumentou a sua posição de 36 para 45 na pontuação feita pela Transparência Internacional (quando 100, significa que não existe práticas corruptas no país. Quando a pontuação se aproxima de 0, significa que há extremos índices de corrupção) (Transparency International, 2017). Ademais, Senegal ratificou a Convenção da União Africana sobre Prevenção e Combate à Corrupção e a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC). Serra Leoa:

Falta de direitos humanos, corrupção e pobreza são elementos que intensificam a guerra civil em Serra Leoa e constituem obstáculos profundos para a reconstrução do país. Diplomatas afirmam que a corrupção ainda é um grande obstáculo para o país e para investimentos estrangeiros, o que piora e alimenta o desemprego no país, mesmo com Serra Leoa sendo uma grande produtora de diamantes (JOHNSON, 2004).

Uma pesquisa realizada em 2013 pelo Transparency International mostrou que Serra Leoa é o país com as maiores taxas de suborno do mundo. Cerca de 84% dos habitantes entrevistados, relataram algum caso de pagamentos de propina para autoridades e servidores. A corrupção é disseminada e naturaliza e o que acaba por constituir um grande obstáculo de combate (NOTÍCIA&OPINIÃO, 2016).

As medidas tomadas pelo país para combater a corrupção são variadas desde criação de aplicativos para a denúncias até medidas adotadas pelo governo investigações bem apuradas em todos os setores afetados.

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Somália:

A Somália é considerada por diversos organismos internacionais, mais notoriamente a Transparência Internacional, como o país mais corrupto da comunidade internacional. A organização considera que esses índices alarmantes resultem do longo período de guerra civil e colapso institucional no país, se manifestando como obstáculo típico para governos pós-conflituais. Os mecanismos de combate à corrupção do país se fundam quase tão somente nas previsões constitucionais de criminalização do abuso de poder, do suborno, peculato e tráfico de influência. Esses dispositivos, contudo, não tem qualquer tipo de efetividade. Isto porque o judiciário somali é extremamente suscetível à interferência política, e o governo simplesmente não tem controle sobre o aparato policial do Estado. Via de regra, as autoridades do país se recusam a cumprir decisões judiciais, de caráter liminar ou definitivo.

Assim, do ponto de vista da resolução de conflitos, as instituições que detém mais eficácia são as organizações populares locais, de caráter preponderantemente costumeiro e que, ainda assim, dependem, para exercer sua autoridade, da aprovação dos clãs que detém o poder político regional.

As organizações da sociedade civil são numerosas, mas a constante violação de seus direitos constitucionais, como a liberdade de expressão, figura como obstáculo determinante para sua atuação no combate à corrupção, tornando suas ações e proposições muitas vezes infrutíferas.

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Sudão: A corrupção no Sudão, dar-se principalmente por meio do funcionalismo público, através de subornos, extorsão e peculato principalmente entre parcerias público/privada. Os funcionários são flagrados frequentemente em práticas corruptas e com a certeza da impunidade. A ausência de transparência também é uma barreira contra no combate a corrupção no Sudão (BUSINESS ANTI CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2016). As legislações de combate a corrupção não são abrangentes, havendo várias barreiras para aplicações, tal que funcionários e suspeitos de corrupção não são investigados ou punidos. Algumas medidas são adotadas voltadas principalmente para funcionários do alto escalão – por exemplo, a transparência de seus rendimentos –, mas as punições para os funcionários que não seguem a lei são raramente aplicadas. As pessoas que denunciam práticas corruptas no Sudão são em teoria amparados, porém na prática essas medidas de proteção são raramente adotadas, principalmente se o acusado possuir ligações políticas (BUSINESS ANTI CORRUPTION; GAN INTEGRITY, 2016). Sudão do Sul:

Considerado o país mais jovem do mundo, o Sudão do Sul tem sua economia intensamente prejudicada pela cleptocracia 2

estabelecida pelas elites locais, que controlam praticamente todos os aspectos da produção no país, desde a agricultura até as

2 Cleptocracia é um governo do qual, todos os membros do governo do Estado são corruptos. Em tradução literal do grego “governo de ladrões”.

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indústrias de petróleo e gás. As forças armadas do país também foram inteiramente aparelhadas pela corrupção, se tornando um dos principais focos de desvio de verbas e de finalidade do orçamento público.

Desde o final da década passada, o país tem tentado desenvolver um aparato de combate à corrupção, perpassando uma reforma legislativa (2008) e o estabelecimento de uma Comissão Anti-corrupção (2009), prevista pela Constituição do país. A efetividade dessas medidas, contudo, é quase nula. A nova legislação não é aplicada e, entre seu ano de fundação e o final de 2011, a Comissão Anti-corrupção havia apresentado tão somente seis casos perante o judiciário local, sem que nenhum desses tivesse sido julgado (TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL, 2013). Transparência Internacional:

A Transparência Internacional é uma organização internacional não governamental sediada em Berlim e fundada em 1993 cujo propósito é o combate contra a corrupção global e a prevenção das atividades criminais derivadas da corrupção. É composta por 100 capítulos nacionais e 350 organizações não governamentais membras. Os referidos capítulos são a unidade básica estrutural da Transparência Internacional e consistem de organizações localmente estabelecidas e independentes, que lidam com corrupção em seus respectivos países. O trabalho dos capítulos abrange desde visitação de comunidades rurais para prover suporte legal gratuito a aconselhamento governamental acerca de reformas políticas.

A Transparência Internacional trabalha com experts de empresas, universidades e outras ONGs para criar ferramentas

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apropriadas a uma gama de situações em muitos setores da sociedade, abrangendo do monitoramento de processos de procuração pública à orientação concreta sobre redução de subornos e proteção contra extorsão para empresas; e diagnóstico, avaliação e mapeamento da corrupção. Entre essas ferramentas citam-se: para o setor privado, os Princípios Empresariais para Combater o Suborno; para o setor público, os Pactos da Integridade; e para ativistas, educadores e restante da sociedade civil, o Toolkit para combatentes da corrupção. Entre as conquistas do trabalho da Transparência Internacional, destaca-se a classificação de suborno de oficiais estrangeiros como crime internacional em 1997, após pressão pela criação da Convenção Anti-Suborno da OCDE. Seu extenso trabalho de pesquisa abrange o Barômetro da Corrupção Global, o Índice de Percepção da Corrupção e o Relatório da Corrupção Global, além de uma série de outros relatórios publicados anualmente. Uganda:

A corrupção em Uganda é um dos grandes obstáculos para o desenvolvimento econômico do país. A baixa separação entre as esferas pública e privada, somada a cultura de impunidade, afeta áreas importantes como a de educação. Resultado de uma instituição instável, vinda de um país que teve anos de conflito, líderes do atual partido utilizam de seu poder político para comprar apoio, e o quadro de financiamento político legal carece de transparência e accountability.

O governo já se posicionou contra as práticas de corrupção e uma série de leis e políticas voltadas para reduzir as práticas corruptas no país já foram estabelecidas, porém a carência de implementação e monitoramento levantam dúvidas acerca da seriedade dos esforços do governo e da vontade política de

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realmente mudar a situação do país (TRANSPARENCY INTERNATIONAL, 2013, p. 6).

O país é signatário da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC) e da Convenção da União Africana de Prevenção e Combate à Corrupção desde 2004, mas ainda deve melhorar sua estrutura legal para se adaptar a ambas. No âmbito nacional, o Código Penal de 2009 estabelece punições àquele que subornar oficiais públicos, praticar nepotismo ou realizar tráfico de influência.

Desde 2010, o Whistleblowers Protection Act proporciona mecanismos que encorajam os indivíduos a denunciar casos de corrupção, incluindo incentivos monetários e garantia de proteção dos denunciantes. Apesar de mecanismos inovadores como esse, o país é conhecido por restringir o espaço da mídia, principalmente quando são reportadas críticas ao atual sistema político. Zâmbia:

As áreas mais afetadas pela corrupção na Zâmbia são as relacionadas à saúde, educação e, cada vez mais frequentemente, entre agentes da polícia, com altos índices de suborno.

Quem introduziu o combate a corrupção como prioridade na agenda do país foi o presidente Mwanasawa, contribuindo para a criação da Força Tarefa Contra a Corrupção em 2002.

A Comissão Anticorrupção (ACC) é a responsável por liderar a luta contra corrupção no país, encarregada de investigar e processar os casos, administrar campanhas de conscientização e educação pública e possuir uma linha direta para que os cidadãos reportem casos suspeitos de corrupção.

Diversas ONG’s organizadas pela sociedade civil também estão engajadas no combate, como a TI Zambia, envolvida em

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atividades de conscientização, defesa de direitos, monitoramento e capacitação. Zimbábue:

A corrupção é muito comum nos setores de base do país, de acordo com a Transparência Internacional em Zimbábue. A maioria dos funcionários do Estado, policiais e empresários estão envolvidos com alguma espécie de irregularidade no país (REUTERS, 2017).

Ainda de acordo com a ONG, a corrupção está entrelaçada em todos os setores de Zimbábue. Atualmente, há um risco grande das empresas que operam no país entrarem no esquema, o que acaba afetando diretamente na economia do país – perdendo em torno de 1 bilhão de dólares por ano por conta das práticas corruptas (TIZ, 2016).

Os envolvidos são enquadrados e responsabilizados criminalmente, com punição máxima de 20 anos de prisão e multas. Mesmo com a Lei de Prevenção à Corrupção, proibir o suborno presente em pagamentos e facilitação nos setores público e privado, a prática de suborno ainda é muito comum (Business Anti-Corruption; GAN Integrity, 2016). 7. REFERÊNCIAS: 

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