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GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado Núcleo Regional de Londrina ______________________________________________________________________________________________ Rua Capitão Pedro Rufino, nº. 605, Jardim Europa, CEP 86015-700 – Fone/fax (43) 3372-9200 – Londrina-PR EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE LONDRINA. O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, por seus agentes adiante firmados, no exercício de suas atribuições perante o GAECO – Núcleo Regional de Londrina e Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com base no incluso inquérito policial sob nº 2008.7016-2, oferecer denúncia contra: ORLANDO BONILHA SOARES PROENÇA, brasileiro, separado, comerciante, natural de Fênix-PR, nascido no dia 01/04/1964, filho de Agenor Proença e de Cecília Soares Proença, portador da cédula de identidade RG 3.853.853-3 SSP/PR, residente na Rua Álvaro Ferreira da Luz, nº 150, Jd. Luiz de Sá, Londrina; MAURO PINTO FERREIRA, brasileiro, casado, motorista, natural de Florestópolis-PR, nascido no dia 24/04/1961, filho de Mário Pinto Ferreira e de Durvalina de Souza Ferreira, portador da cédula de identidade RG 3.064.820-0 SSP/PR, residente na Rua Ieda Pesarini Ferreira, nº 130, Bloco 12, Apto. 14, Londrina;

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GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado Núcleo Regional de Londrina

______________________________________________________________________________________________ Rua Capitão Pedro Rufino, nº. 605, Jardim Europa, CEP 86015-700 – Fone/fax (43) 3372-9200 – Londrina-PR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE LONDRINA.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, por seus agentes adiante firmados, no exercício de suas atribuições perante o GAECO – Núcleo Regional de Londrina e Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com base no incluso inquérito policial sob nº 2008.7016-2, oferecer denúncia contra:

ORLANDO BONILHA SOARES PROENÇA,

brasileiro, separado, comerciante, natural de Fênix-PR, nascido no dia 01/04/1964, filho de Agenor Proença e de Cecília Soares Proença, portador da cédula de identidade RG 3.853.853-3 SSP/PR, residente na Rua Álvaro Ferreira da Luz, nº 150, Jd. Luiz de Sá, Londrina;

MAURO PINTO FERREIRA, brasileiro, casado, motorista, natural de Florestópolis-PR, nascido no dia 24/04/1961, filho de Mário Pinto Ferreira e de Durvalina de Souza Ferreira, portador da cédula de identidade RG 3.064.820-0 SSP/PR, residente na Rua Ieda Pesarini Ferreira, nº 130, Bloco 12, Apto. 14, Londrina;

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CARLOS ANTONIO MARTINELLI, brasileiro, casado, corretor, natural de Bela Vista do Paraíso-PR, nascido no dia 21/09/1959, filho de Antonio Martinelli Sobrinho e de Lourdes Martins Martinelli, portador da cédula de identidade RG 1.959.084-4 SSP/PR, residente na Rua Ernani Lacerda de Atayde, nº 1260, Bloco 11, Apto. 12, Londrina;

LUIZ CARLOS TEODORO, alcunhado “Luizinho”,

brasileiro, casado, natural de Cornélio Procópio-PR, nascido no dia 05/08/1960, filho de Aparecida Teodoro, portador da cédula de identidade RG 3.456.636-4 SSP/PR, residente na Rua Cará-Cará, nº 193, Cj. Violim, Londrina;

ANTONIO VIANA VAZ, brasileiro, casado,

funcionário público municipal, natural de Londrina-PR, nascido no dia 21/11/1966, filho de Noel Leme Vaz e de Marlene Marques Viana Vaz, portador da cédula de identidade RG 4.169.930-2 SSP/PR, residente na Rua Ieda Pesarini Ferreira, nº 130, Bloco 01, Apto. 124, Jd. Santa Cruz, Londrina;

CLAUDEMIR MENDES, brasileiro, casado, natural

de Santa Fé-PR, nascido no dia 21/12/1964, filho de Erci Mendes e Maria Aparecida da Silva, portador da cédula de identidade RG 4.274.513-8 SSP/PR, residente na Rua Antonio Piccinin, nº 55, Jd. Monte Belo, Londrina;

GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, brasileiro, casado, natural de Londrina-PR, nascido no dia 23/06/1959, filho de Geraldo Lopes da Silva e de Zulmira Severina Rodrigues da Silva, portador da cédula de identidade RG 2.212.853-1 SSP/PR, residente na Rua Canudos, nº 25, Jd. Higienópolis, Londrina;

NEIO LUCIO MARTINS BANDEIRA, brasileiro,

casado, funcionário público estadual, natural de Jaguapitã-PR, nascido no dia 04/08/1957, filho de Fortunato Martins Bandeira e de Nilda Rocha Martins, portador da cédula de identidade RG 3.037.319-7 SSP/PR, residente na Rua Ouro Preto, nº 386, Centro, Londrina;

ILSON MARCOLINO BARBOSA, brasileiro, casado, funcionário público municipal, natural de Londrina-PR, nascido no dia 07/04/1965, filho de José Pedro Barbosa e de Gerônima Maria de Jesus, portador da cédula de identidade RG 5.170.821.-0 SSP/PR, residente na Rua Café Catuaí, nº 368, Bairro Tocantins, Londrina;

GEFFERSON GUILHERME MARTINS, brasileiro,

casado, empresário, natural de Porecatu-PR, nascido no dia 29/10/1976, filho de Osmar Camassano Martins e de Tânia Leda Zanoni Martins, portador

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da cédula de identidade RG 6.270.646-5 SSP/PR, residente na Avenida Santos Dumont, nº 329, Apto. nº 01, Ibiporã-Pr;

DANIELLE EVGENIJA MARQUES AMORIM, brasileira, solteira, técnico de enfermagem, natural de Mandaguaçu-PR, nascida no dia 24/05/1965, filha de Delcio Torres Amorim e Benamil Marques borka Amorim, portadora da cédula de identidade RG 3.927.968-1 SSP/PR, residente na Rua Augusto Guerino, nº 273, Portal de Versalhes I, Londrina;

GIULIANO ANDRÉ TAVARES DORTA, brasileiro,

casado, auxiliar de enfermagem, natural de Rolandia-PR, nascido no dia 11/02/1977, filho de Iliasib Gomes Dorta e Onofra Tavares Dorta, portador da cédula de identidade RG 6.518.029-4 SSP/PR, residente na Rua Urda, nº 86, Rolandia-PR;

FATIMA REGINA MORAES DOS SANTOS

NASCIMENTO, brasileira, casada, enfermeira, natural de Rio de Janeiro-RJ, nascida no dia 15/05/1977, filha de Juarez Costa dos Santos e Shirley Moraes dos Santos, portadora da cédula de identidade RG 760485-8 SSP/RJ, residente na Rua Francisco de Assis F. Ruiz, nº 76, Cj. Luiz de Sá, Londrina-PR;

EDUARDO AFONSO SANCHES, brasileiro, casado,

motorista, natural de Cambé-PR, nascido no dia 29/05/1971, filho de Afonso Granero Sanches e Silvia Bortoto Sanches, portador da cédula de identidade RG 4.931.812-0 SSP/PR, residente na Rua Mirasselva, nº 76, Cj. Lindóia, Londrina-PR;

VALDECI PEREIRA DA SILVA, brasileiro, viúvo,

funcionário público municipal, natural de Águas Belas-PE, nascido no dia 08/04/1949, filho de Aurelino Pereira da Silva e Maria Pereira da Silva, portador da cédula de identidade RG 1.161.399 SSP/PR, residente na Rua Abílio Justiniano e Queiroz, nº 361, Cj. João Paes, Londrina-PR;

SERGIO ROBERTO FERNANDES, brasileiro,

casado, motorista funerário, natural de Londrina-PR, filho de Elias Antonio Fernandes e Neide Fernandes, portador da cédula de identidade RG 4.887.403-7 SSP/PR, residente na Rua Uganda, nº 16, Pq. Ouro Verde, Londrina-PR;

NIVALDO CASTELLANO, brasileiro, casado,

motorista, natural de Bandeirantes-PR, nascido no dia 12/10/1951, filho de Geraldo Catellano e Almerinda Ana Castellano, portador da cédula de identidade RG 889587-2 SSP/PR, residente na Rua Fernão Dias Paes Leme, nº 739,Jd. Riviera, Cambe-PR;

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ANTONIO PEREIRA DAMACENO, brasileiro, casado, motorista, natural de Londrina-PR, nascido no dia 10/03/1963, filho de Elenita Pereira Damaceno, portador da cédula de identidade RG 889587-2 SSP/PR, residente na Chácara Damaceno – Usina 03 Bocas, Londrina-PR;

WANDERLEI MILITÃO NETO, brasileiro, casado,

motorista, natural de Tamarana-PR, nascido no dia 23/01/1975, filho de Francisco Militão e Maria José Militão, portador da cédula de identidade RG 45.907.468-7 SSP/PR, residente na Rua Benjamin Jorge, nº 198, Jd. Esperança, Londrina-PR;

ZAMILTON CARVALHO BOTELHO, brasileiro,

casado, funcionário público municipal, natural de Londrina-PR, nascido no dia 05/12/1965, filho de Sillas Navarro Botelho e Maria Augusta Silva Botelho, portador da cédula de identidade RG 4.105.253-8 SSP/PR, residente na Rua das Mangueiras, nº 305, Jd. Morumbi, Londrina-PR;

OLIVIR DE JESUS BRANIAK, brasileiro, casado,

bancário, natural de Manoel Ribas-PR, nascido no dia 02/07/1961, filho de Alexandre Braniak e Maria Valdevina Braniak, portador da cédula de identidade RG 3.472.184-0 SSP/PR, residente na Rua Joaquim Teixeira Leite, nº 207, Jd. Presidente, Londrina-PR;

ADRIANO EMILIANO DOS SANTOS, brasileiro,

amasiado, motorista, natural de Borda da Mata-MG, nascido no dia 27/07/1942, filho de José Emiliano dos Santos e Maria do Carmo de Jesus, portador da cédula de identidade RG 1.030.369-9, residente na Av. dos Estudantes, nº 3600, Jd. San Rafael, Ibiporã-PR e contra;

MARA STELLA CARREIRA, brasileira, separada,

servidora pública municipal, portadora da cédula de identidade R.G. nº 1.086.541 SSP/PR, residente na Avenida Serra da Esperança, 550, Jd. Bandeirantes, Londrina;

pela prática das seguintes condutas delituosas:

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO, Núcleo Regional de Londrina, juntamente com a Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público de Londrina, atendendo denúncias diversas acerca da prestação indevida de serviços de tanatopraxia neste Município, iniciaram investigações, culminando por apurar que em data ainda imprecisa, porém certamente a partir do ano de 2005 até o início do ano de 2008, ORLANDO BONILHA SOARES PROENÇA, OSVALDO MOREIRA

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NETO, MAURO PINTO FERREIRA, CARLOS ANTONIO MARTINELLI, LUIZ CARLOS TEODORO, ANTONIO VAZ VIANA, CLAUDEMIR MENDES, ILSON MARCOLINO BARBOSA, GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, NEIO LUCIO MARTINS BANDEIRA, ANDRÉ LUIZ DA MAIA, GEFFERSON GUILHERME MARTINS e OSMAR CAMASSANO MARTINS, conscientes da ilicitude e reprovabilidade de suas condutas, associaram-se em quadrilha, entre si, e possivelmente com outros indivíduos ainda não identificados com caráter de estabilidade e permanência, para o fim de cometerem crimes diversos, sobretudo contra a Administração Pública (notadamente concussão), alguns dos quais já são objeto de Ação Penal em andamento perante esse Juízo (autos sob nº. 2008.3293-7).

Fato 1:

Assim é que, em data ainda imprecisa, porém certamente a partir do ano de 2005 até o início do ano de 2008, os ora denunciados DANIELE EVGENIJA MARQUES AMORIM, GIULIANO ANDRÉ TAVARES DORTA, FATIMA REGINA MORAES DOS SANTOS NASCIMENTO, EDUARDO AFONSO SANCHES, VALDECI PEREIRA DA SILVA, SÉRGIO ROBERTO FERNANDES, NIVALDO CASTELLANO, ANTONIO PEREIRA DAMACENO, WANDERLEI MILITÃO NETO, ZAMILTON NAVARRO BOTELHO, ADRIANO EMILIANO DOS SANTOS, OLIVIR DE JESUS BRANIAK e MARA STELLA CARREIRA, dolosamente agindo, associaram-se em quadrilha, entre si e com os indivíduos identificados na ação penal nº 2008.3293-7, com caráter de estabilidade e permanência, para o fim de cometerem crimes diversos, sobretudo contra a Administração Pública (notadamente concussão). Para tanto, OSVALDO MOREIRA NETO, Diretor-Superintendente da Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina – ACESF, com a efetiva contribuição do então vereador e ‘padrinho político’ ORLANDO BONILHA SOARES PROENÇA, e com a necessária participação dos servidores públicos municipais ora denunciados (preparadores de cadáveres, plantonistas e motoristas) daquela Autarquia, DANIELE EVGENIJA MARQUES AMORIM, GIULIANO ANDRÉ TAVARES DORTA, FATIMA REGINA MORAES DOS SANTOS NASCIMENTO, EDUARDO AFONSO SANCHES, VALDECI PEREIRA DA SILVA, SÉRGIO ROBERTO FERNANDES, NIVALDO CASTELLANO, ANTONIO

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PEREIRA DAMACENO, WANDERLEI MILITÃO NETO, ZAMILTON NAVARRO BOTELHO, ADRIANO EMILIANO DOS SANTOS, OLIVIR DE JESUS BRANIAK e MARA STELLA CARREIRA, sem prejuízo daqueles servidores já denunciados em ação diversa, estabeleceram verdadeira organização criminosa incrustada na ACESF, que tinha por objetivo a exigência de vantagens indevidas dos familiares dos falecidos que procuravam a mencionada repartição pública para obtenção da necessária autorização para velar e inumar os corpos, mediante o recebimento de ‘propina’ de ANDRÉ LUIZ DA MAIA, funcionário da empresa TANATO – Serviços de Tanatopraxia de Londrina Ltda, e de OSMAR CAMASSANO MARTINS e GEFFERSON GUILHERME MARTINS, proprietários da empresa TANATORIUM Bom Pastor, o último também denunciado. Nessa perspectiva, visando levar a cabo seus intentos delituosos, para sujeição das vítimas (familiares dos falecidos) à realização do serviço de tanatopraxia (preparação e conservação de corpos), os denunciados MAURO PINTO FERREIRA, CARLOS ANTONIO MARTINELLI, LUIZ CARLOS TEODORO, ANTONIO VAZ VIANA, CLAUDEMIR MENDES, ILSON MARCOLINO BARBOSA, GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, FATIMA REGINA MORAES, GEFFERSON GUILHERME MARTINS, DANIELL EVGENIJA MARQUES AMORIM e MARA STELLA CARREIRA, todos funcionários da Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina – ACESF, cada qual em seu horário de expediente, afirmavam às vítimas à imprescindibilidade do referido procedimento, para que o velório pudesse alongar-se até o próximo dia e/ou em período seguinte ao óbito. Caso as vítimas não aceitassem a exigência indevida (realização do serviço de preparação e conservação de corpos ‘tanatopraxia’, mediante a contraprestação pecuniária), eram psicologicamente coagidas (aproveitando o estado emocional abalado da família), mediante a afirmação que o cadáver sofreria vazamento de líquidos corporais, mau cheiro durante o velório ou mesmo que seria antecipado o sepultamento, informações estas inverídicas e que lhes geravam grande temor e desespero, levando-as a aquiescer com a realização do serviço, pagando o preço exigido. Realizado o serviço de ‘tanatopraxia’, cujo valor era muito além do preço estabelecido em outras regiões, os co-denunciados ANDRÉ LUIZ DA MAIA, funcionário da empresa TANATO – Serviço de Tanatopraxia de Londrina Ltda e OSMAR

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CAMASSANO MARTINS e GEFFERSON GUILHERME MARTINS, proprietários da empresa TANATORIUM Bom Pastor, que prestavam os serviços à ACESF alternadamente (quinze dias uma empresa; quinze dias a outra), cumpriam com o compromisso assumido na empresa delituosa, por intermédio da distribuição, ao bando, de parcela dos valores pagos pelas vítimas pelo indevido serviço de ‘tanatopraxia’ realizado. Depois de estabelecido o vínculo entre todos, os denunciados decidiram executar ações delituosas nos moldes previamente entabulados. Fato 2: Assim é que, no dia 10 de março de 2008, por volta das 14h00min, compareceu a vítima Rubens de Oldemburg de Almeida à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de sua esposa Mariana Josefa de Carvalho, falecida por volta das 12h55min daquele mesmo dia, em razão de morte súbita. Na oportunidade, a denunciada FÁTIMA REGINA MORAES DOS SANTOS NASCIMENTO, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Rubens Oldemburg de Almeida que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco do cadáver começar a vazar água e fluídos até o horário do sepultamento, previsto para às 12h00min do dia seguinte. Com tal afirmação, a denunciada FÁTIMA REGINA MORAES induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos1, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

1 Documentos de folhas 692/693

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Fato 3: Seguindo o mesmo modo e forma de agir, no dia 27 de dezembro de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Adeilza Maria de Souza à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Guiomar Souza da Silva, falecida por volta das 02h00min daquele mesmo dia, em razão de septicemia e broncopneumonia. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função) e GEFFERSON GUILHERME MARTINS, proprietário da empresa TANATORIUM BOM PASTOR, previamente ajustados e associados com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigirem vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmaram à Adeilza Maria de Souza que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco do cadáver exalar odores e vazar água e fluídos. Com tal afirmação, os denunciados MAURO e GEFFERSON induziram a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 700,00 (setecentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos2, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 4: No dia 28 de fevereiro de 2008, após o falecimento de seu cunhado, compareceu a vítima Elio Coutinho à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Demetrio Lolata, falecido por volta das 20h42min daquele mesmo dia em razão de infarto agudo do miocárdio, tabagismo e insuficiência cardíaca. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função) juntamente com terceiro ainda não identificado, previamente ajustados e associados com os demais co-denunciados, na forma estabelecida

2 Documento de folhas 696

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no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para ambos e para o grupo, afirmaram à Elio Coutinho que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de antecipar o sepultamento e lacrar o caixão com o cadáver. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA e terceiro não identificado, levaram a Elio Coutinho até a sala no interior da ACESF, onde se encontrava o corpo de Demetrio Lolata. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos3, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 5: Novamente, sempre buscando levar a cabo a empreitada da associação criminosa antes descrita, no dia 04 de fevereiro de 2008, após o falecimento de seu sogro, compareceu a vítima Ibraim Fernandes Barbosa à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Francisco Xavier dos Santos, falecido por volta das 22h47min do dia anterior, em razão de causa desconhecida, hipertensão arterial. Na oportunidade, os denunciados MAURO FERREIRA e CLAUDEMIR MENDES, no exercício das respectivas funções de plantonista e preparador de cadáver da ACESF (funcionários públicos no exercício da função), previamente ajustados e associados com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, consistente na contratação do serviço de ‘tanatopraxia’, encaminharam Ibraim até a sala no interior da ACESF, onde se encontrava o corpo de Francisco Xavier dos Santos, ocasião em que o denunciado CLAUDEMIR MENDES afirmou, com a concordância do denunciado MAURO, que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob pena do cadáver exalar odores e ocorrer sangramentos. Sentindo-se

3 Documentos de folhas 702/707

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coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos4, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 6: No dia 15 de julho de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Maria Aparecida Lara à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Maria Boava de Lara, falecida por volta de 16h25min daquele mesmo dia, em razão de falência de múltiplos órgãos, metástase lindofodal e melanoma metastático. Na oportunidade, o denunciado LUIZ CARLOS TEODORO, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Maria Aparecida Lara que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipar o sepultamento e lacrar o caixão com o cadáver. Com tal afirmação, o denunciado LUIZ CARLOS TEODORO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), entregues no ato por meio de cártula emitida por Elicéia Silveira, tudo de conformidade com o acostado nos autos5, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 7: Sempre seguindo os ditames da organização criminosa, no dia 27 de setembro de 2007, após o falecimento de seu esposo, compareceu a vítima Derci Antonio de Oliveira, acompanhada de seus filhos Sandra e Cleberson, à ACESF, neste Município e

4 Documentos de folhas 710/711 5 Documentos de folhas 714/717

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Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de João Pereira da Silva, falecido por volta de 09h30min daquele mesmo dia, em razão de tumor hepático metastatico. Na oportunidade, a denunciada MARA CARREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à filha do falecido que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no cadáver, sob risco de antecipar o sepultamento e lacrar o caixão. Para abalar as vítimas e induzi-las à aceitação da exigência indevida, a denunciado MARA levou a vítima Sandra até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de seu pai, no chão, ocasião em que a denunciada deu um tapa no rosto do falecido, movimentando o corpo deste, espirrando sangue de seu nariz. Sentindo-se ainda mais transtornada e coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos6, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 8: No dia 26 de maio de 2007, após o falecimento de seu sogro, compareceu a vítima Rosangela da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Adenir Franco, falecido por volta das 02h00min daquele mesmo dia, em razão de hipertensão intracraniana, isquemia cerebral aguda e hipertensão arterial. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à

6 Documentos de folhas 720/722

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Rosangela da Silva que o corpo de seu sogro não poderia ser velado por mais de duas horas. Para abalar a vítima e induzi-la a adquirir o serviço de ‘tanatopraxia’, o denunciado ILSON encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Adenir Franco, ocasião em que uma terceira pessoa, supostamente responsável pela preparação dos corpos afirmou que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.100,00 (hum mil e cem reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos7, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 9: No dia 19 de fevereiro de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Rosileia Bortolossi à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Alice Cassanha Bortolossi, falecida por volta das 10h00min daquele mesmo dia, em razão de insuficiência de múltiplos órgãos, carcinomatose peritoneal e tumor de endométrio. Na oportunidade, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLO, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Rolsileia Bortolossi que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de ocorrer inchaço e ocorrer vazamento de líquidos do cadáver. Com tal afirmação, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLI induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1,200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos8, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os

7 Documentos de folhas 725/731 8 Documentos de folhas 735/737

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funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 10: No dia 14 de outubro de 2007, após o falecimento de seu marido, compareceu a vítima Helena dos Santos Lima à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Joaquim Pinat, falecido por volta das 06h10min daquele mesmo dia, em razão de sepse grave, pneumonia, acidente vascular cerebral. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou a Helena dos Santos. que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, posto que o corpo estava muito inchado e teria problemas com vazamento de líquidos e fluídos. Com tal afirmação, o denunciado MAURO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1,200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos9, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

Fato 11: No dia 30 de agosto de 2007, após o falecimento de seu irmão, compareceu a vítima Rosangela Oliveira Rodrigues à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Valter da Cunha Oliveira, falecido por volta das 13h05min daquele mesmo dia, em razão da falência de múltiplos órgãos, peritonite generalizada e úlcera perfurada. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF

9 Documentos de folhas 741/742

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(funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, afirmou a Rosangela Oliveira Rodrigues que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, posto que o corpo estava muito inchado, sob risco de antecipação do sepultamento. Para abalar a vítima e induzi-la a adquirir o serviço de ‘tanatopraxia’ o denunciado MAURO encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Valter da Cunha Oliveira.

Mesmo diante da exigência do denunciado, a vítima não contratou o serviço de ‘tanatopraxia’, tendo velado seu irmão por apenas 02 (duas) horas, sepultando-o no mesmo dia, as 18h00min, sem que os familiares pudessem acompanhar o enterro. Fato 12: No dia 23 de novembro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Dulce Helena Sonssin Santos à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Waldemar Sonssin, falecido por volta das 08h30min daquele mesmo dia, em razão da falência de múltiplos órgãos, broncopneumonia, complicação tardias de trauma crânio encefálico com hemorragia cerebral. Na oportunidade, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLI, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função) previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou a Helena Sonssim Santos que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, eis que o cadáver estava minando sangue pelos poros da face, orelha e nariz, fato que inviabilizaria a realização de velório ou justificaria que o caixão fosse lacrado, sendo que, ainda assim, o corpo exalaria odores e vazaria sangue.

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Para abalar a vítima e induzi-la a adquirir o serviço de ‘tanatopraxia’ o denunciado CARLOS encaminhou o irmão da vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Waldemar Sonssim. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e cinquenta reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos10, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 13: No dia 06 de fevereiro de 2008, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Sandra Eliza de Assis à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Geraldo Felipe de Assis, falecido por volta das 04h00min daquele mesmo dia, em razão de choque séptico, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica, diabetes “mellitus” e cardiopatia. Na oportunidade, os denunciados GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR e CARLOS ANTONIO MARTINELLI, no exercício das funções de atendentes de cadáver da ACESF (funcionários públicos no exercício da função), previamente ajustados e associados com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigirem vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmaram a Sandra Eliza de Assis que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob o risco do cadáver exalar odores, fato que demandaria a antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, os denunciados GERALDO e CARLOS induziram a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos11, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

10 Documentos de folhas 750/754 11 Documentos de folhas 757/759

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Fato 14: No dia 20 de outubro de 2007, após o falecimento de seu enteado, compareceu a vítima Tânia Otacílio Romero Balbino à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Diogo da Costa Bogado, falecido por volta das 18h50min daquele mesmo dia, em razão de lesões encefálicas, ferida pérfuro contusa craniana, ferimento projétil de arma de fogo. Na oportunidade, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou a Tania Otacio Romero Balbino que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de antecipação do sepultamento. Para abalar a vítima e induzi-la a adquirir o serviço de ‘tanatopraxia’, o denunciado GERALDO encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Diogo da Costa Bogado, dentro de um saco plástico e com sangue, conforme havia sido encaminhado pelo IML. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos12, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 15: Novamente, no dia 25 de setembro de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Sandra Regina Soares à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Otilia Jesus Soares, falecida por volta das 22h45min daquele mesmo dia, em razão de sepse severa, insuficiência renal aguda, pneumonia, infecção urinária, insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio.

12 Documentos de folhas 763/764.

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Na oportunidade, o denunciado DANIELLE EVGENIJA MARQUES AMORIN, no exercício da função de preparadora de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Sandra Regina Soares que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, eis que o cadáver estava muito inchado. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, a denunciada DANIELLE encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde é feita a preparação de corpos. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos13, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 16: No dia 4 de dezembro de 2005, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Fátima Aparecida Sturion à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Tereza Busiquia Sturion, falecida por volta das 5h00min daquele mesmo dia, em razão de choque séptico, broncopneumonia, insuficiência coronariana, pós operatório tardio revascularização do miocárdio. Na oportunidade, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Fátima Aparecida Sturion que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco do cadáver não caber no caixão, por estar muito inchado.

13 Documentos de folhas 767

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Com tal afirmação, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1,100,00 (hum mil e cem reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos14, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 17: No dia 22 de janeiro de 2008, após o falecimento de seu irmão, compareceu a vítima Anthenor Bigaton à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de José Bigaton, falecido por volta das 13h20min daquele mesmo dia, em razão de aneurisma de aorta abdominal roto e hipertensão arterial. Na oportunidade, o denunciado CLAUDEMIR MENDES, no exercício da função de preparador de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Anthenor Bigaton que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado CLAUDEMIR encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de José Bigaton nu, coberto apenas com um lençol, ocasião em que um funcionário da empresa Tanatorium Bom Pastor reafirmou a necessidade de realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, a fim de evitar problemas de vazamento de líquidos e exalação de odores. Sentindo-se ainda mais coagido, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos15, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

14 Documentos de folhas 771/775 15 Documentos de folhas 779/781

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Fato 18: Agora no dia 27 de julho de 2007, após o falecimento de sua sogra, compareceu a vítima Antonio de Jesus Beraldi à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Olinda Oliveira Lourenção. Na oportunidade, a denunciada MARA CARREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Antonio de Jesus Beraldi que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipar o sepultamento. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, a denunciada MARA encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Olinda Oliveira Lourenção. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos16, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 19: No dia 29 de fevereiro de 2008, após o falecimento de sua filha, compareceu a vítima José da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Celina Maria da Silva Pereira, falecida por volta das 01h50min daquele mesmo dia, em razão de sepsis, tumor cerebral e diabetes “mellitus”. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir

16 Documentos de folhas 784/786

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vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à José da Silva que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipar o sepultamento. Com tal afirmação, o denunciado MAURO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1,100,00 (hum mil e cem reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos17, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 20: No dia 02 de dezembro de 2007, após o falecimento de sua esposa, compareceu a vítima Pedro Osmar Dena à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Luzia Montier Dena, falecida por volta das 21h00min daquele mesmo dia, em razão de atividade elétrica sem pulso, insuficiência renal aguda, choque cardiogênico, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico. Na oportunidade, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLI, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Pedro Osmar Dena que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de ocorrer vazamento de líquidos e antecipação do sepultamento. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado CARLOS encaminhou o filho da vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Luzia Montier Dena. Sentindo-se ainda mais coagido, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos18, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

17 Documentos de folhas 789/790 18 Documentos de folhas 794/796

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Fato 21: Continuando na senda criminosa, no dia 7 de abril de 2008, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Ricardo Augusto Celestino Pigatto à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Nivaldo Antonio Pigatto, falecida por volta das 22h10min daquele mesmo dia, em razão de choque cardiogênico, pós operatório de angioplastia primária e infarto agudo do miocárdio. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FEREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Ricardo Augusto Celestino Pigatto que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver começar a vazar água e fluídos e exalar odores. Com tal afirmação, o denunciado MAURO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos19, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 22: No dia 28 de dezembro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Luiz Carlos Vilarta à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de José Vilarta, falecido por volta das 10h25min daquele mesmo dia, em razão de neoplasia pulmonar, insuficiência respiratória, tabagismo e falência renal. Na oportunidade, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente

19 Documentos de folhas 799/801

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ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Luiz Carlos Vilarta que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipação do sepultamento. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado GERALDO encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de José Vilarta, ainda vestido com as roupas do hospital, com a cabeça e braços caídos fora da mesa onde estava deitado, e ainda com vazamento de sangue atrás da orelha e uma poça de sangue grande no chão. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos20, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 23: No dia 1º de abril de 2008, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Tânia Mara Prante à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Maria Galvão da Silva, falecido por volta das 18h40min daquele mesmo dia, em razão de insuficiência múltipla de órgãos e tumor de pulmão. Na oportunidade, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Tânia Mara Prante que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipação do sepultamento, eis que o corpo encontrava-se muito inchado. Com tal afirmação, o denunciado GERALDO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado

20 Documentos de folhas 805/806

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nos autos, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 24: No dia 14 de dezembro de 2006, após o falecimento de seu marido, compareceu a vítima Alice Pinat Galdini à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Wilson Galdini, falecido por volta das 23h45min daquele mesmo dia, em razão de disfunção de múltiplos órgãos, choque séptico, penumonia, enterectomia com ileostomia por angiodiplasia. Na oportunidade, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLI, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Alice Pinat Galdini que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de antecipação do sepultamento, eis que o corpo encontrava-se muito inchado. Com tal afirmação, o denunciado CARLOS induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos21, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 25: Novamente, no dia 12 de novembro de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Jair de Oliveira à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Denice Rodrigues de Oliveira, falecida por volta das 18h00min daquele mesmo dia, em razão de falência de múltiplos órgãos, septicemia, pneumonia e acidente vascular cerebral.

21 Documentos de fls. 812/813

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Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Jair de Oliveira que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos, o que inviabilizaria a ocorrência de velório. Com tal afirmação, o denunciado MAURO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos22, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 26: No dia 10 de dezembro de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Francisco Chagas de Almeida à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Aparecida Almeida, falecida por volta das 05h45min daquele mesmo dia, em razão de broncopneumonia, diabetes “mellitus” e sequela de acidente vascular cerebral. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Francisco Chagas de Almeida que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, o denunciado ILSON induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos23, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada

22 Documentos de fls. 816 23 Documentos de fls. 819/821

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entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 27:

No dia 1º de janeiro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima João Ferrarezi à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de João Ferrarezi, falecida por volta das 00h10min daquele mesmo dia, em razão de septicemia, broncopneumonia e diabetes “mellitus”. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou a João Ferrarezi que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos, o que inviabilizaria a ocorrência de velório. Com tal afirmação, o denunciado ILSON induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos24, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 28: Agora no dia 21 de setembro de 2007, após o falecimento de seu cunhado, compareceu a vítima Toshikazu Ubagay à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Minoro Shinoda, falecido por volta das 19h15min daquele mesmo dia, em razão de câncer de estômago. Na oportunidade, o denunciado LUIZ CARLOS TEODORO, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF

24 Documentos de fls. 829/830

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(funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Toshikazu Ubagay que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos, inchar e exalar odores, fato que acarretaria a necessidade de antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, o denunciado LUIZ induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.100,00 (hum mil e cem reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos25, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

Fato 29: No dia 17 de setembro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Suely de Moraes Souza Santiago à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Joaquim Mariano de Souza, falecido por volta das 00h30min daquele mesmo dia, em razão de choque séptico, pneumonia,acidente vascular cerebral isquêmico e hipertensão arterial. Na oportunidade, o denunciado LUIZ CARLOS TEODORO, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Suely de Moraes Souza Santiago que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos e exalar odores, posto que encontrava-se muito inchado. Assim, o denunciado LUIZ CARLOS TEODORO contatou a mãe de Suely de Moraes Souza Santiago a fim de que esta o autorizasse a realização do serviço de ‘tanatopraxia’.

25 Documentos de fls. 833/834

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Diante das afirmações do denunciado LUIZ, a vítima fora induzida a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos26, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 30:

No dia 31 de maio de 2006, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Maria Glória Guedes dos Santos à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Maria Conceição dos Santos, falecida por volta das 08h25min daquele mesmo dia, em razão de sepsis e pneumonia. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Maria Glória Guedes dos Santos que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos e exalar odores, fato que acarretaria a necessidade de antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, o denunciado ILSON induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos27, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 31: No dia 05 de novembro de 2006, após o falecimento de seu marido, compareceu a vítima Helena Bedin Cortez à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Oswaldo Cortez,

26 Documentos de fls. 845/846 27 Documentos de fls. 849/851

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falecido por volta das 16h45min daquele mesmo dia, em razão de parada cardiorespiratória, sepse grave, pneumonia, acidente vascular encefálico e tabagismo. Na oportunidade, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Helena Bedin Cortez que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de aumentarem as manchas roxas existentes no cadáver. Com tal afirmação, o denunciado GERALDO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos28, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 32: No dia 20 de janeiro de 2008, após o falecimento de seu marido, compareceu a vítima Elisabete Costa Lima à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Vando Alves de Lima, falecido por volta das 19h10min daquele mesmo dia, em razão de falência de múltiplos órgãos e tumor cerebral. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Elisabete Costa Lima que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, caso contrário o sepultamento deveria ser adiantado, bem como o caixão lacrado, posto que o corpo estava muito inchado, exalaria odores e ocorreria vazamento de líquidos e fluídos.

28 Documentos de fls. 854/855

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Com tal afirmação, o denunciado ILSON induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos29, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 33: No dia 7 de março de 2008, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Mauricio Pereira Barreiro à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Arno Reich, falecido por volta das 03h10min daquele mesmo dia, em razão de insuficiência respiratória aguda, câncer na laringe, desnutrição e tabagismo. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Mauricio Pereira Barreiro que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver exalar mau cheiro. Para abalar a vítima e motivá-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado MAURO encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Arno Rech. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos.30 Fato 34:

Novamente, no dia 2 de fevereiro de 2008, após o falecimento de seu irmão, compareceu a vítima Zeferina Aparecido Melhorini à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias

29 Documentos de fls. 858/861 30 Documentos de folhas 864/865

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providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de João Maria Primo, falecido por volta das 20h30min daquele mesmo dia, em razão de pneumonia, insuficiência renal, hemorragia digestiva alta e cirrose hepática. Na oportunidade, o denunciado LUIZ CARLOS TEODORO, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, encaminhou Zeferina Aparecida Melhorini até a sala de preparação de corpos, afirmando que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de lacrar o caixão. Com tal afirmação, o denunciado LUIZ induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos31, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 35:

No dia 19 de maio de 2006, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Maria Aparecida Perez à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Anna Quaglia Perez, falecida por volta das 12h35min daquele mesmo dia, em razão de acidente vascular encefálico, miocardioesclerose, pós operatório coração cirurgia fratura fêmur. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Maria Aparecida Perez que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob o risco do cadáver exalar

31 Documentos de fls. 868/869

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mau cheiro, vazar líquidos e fluídos, podendo até mesmo estourar durante a noite do velório. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado ILSON encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Anna Quaglia Perez. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos.32 Fato 36: No dia 9 de junho de 2007, após o falecimento de sua esposa, compareceu a vítima Roldão de Moraes Sarmento à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Nair Domingues da Silva Sarmento, falecida por volta das 20h30min daquele mesmo dia, em razão de choque séptico, broncopneumonia, insuficiência respiratória, tromboembolia pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão arterial sistêmica,obesidade grau III e diabetes “mellitus” tipo II. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Roldão de Moraes Sarmento que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado ILSON encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, em que se encontrava o corpo de Nair Domingues da Silva Sarmento, sobre uma maca, com líquido escorrendo pela boca. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos33, sendo uma parcela de tal quantia

32 Documentos de folhas 872/873 33 Documentos de folhas 876/878

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posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 37: No dia 6 de julho de 2006, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima José Carlos de Oliveira à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Joaquim de Oliveira, falecido por volta das 11h50min daquele mesmo dia, em razão de choque cardiogênico, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial sistêmica e diabetes “mellitus” II. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à José Carlos de Oliveira que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, o denunciado ILSON induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 900,00 (novecentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos34, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 38:

No dia 9 de dezembro de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Carlos Eduardo da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Maria Conceição Balzanelo, falecida por volta das 22h50min daquele mesmo dia, em razão de carcinomatose peritonea e câncer de ovário.

34 Documentos de fls. 885/887

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Na oportunidade, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLI, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Carlos Eduardo da Silva que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, o denunciado CARLOS induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e cinquenta reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos35, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 39: No dia 13 de fevereiro de 2008, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Carlos Wellington Silva de Almeida à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Josué Luiz de Almeida, falecido por volta das 00h10min daquele mesmo dia, em razão de síndrome do baixo débito e acidente vascular cerebral isquêmico. Na oportunidade, o denunciado LUIZ CARLOS TEODORO, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Carlos Wellington Silva de Almeida que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluidos e exalar odores. Com tal afirmação, o denunciado LUIZ induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.100,00 (hum mil e cem reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos36, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada

35 Documentos de fls. 890/892 36 Documentos de fls. 895/896

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entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 40: No dia 6 de julho de 2007, após o falecimento de sua sobrinha, compareceu a vítima José Bernardino da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Maria Cirene Takigami Pinto, falecida por volta das 20h30min daquele mesmo dia, em razão de choque séptico, peritonite, abdome agudo obstrutivo, massa tumoral intestino delgado. Na oportunidade, o denunciado ILSON MARCOLINO BARBOSA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou a José Bernardino da Silva que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipação do sepultamento. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado ILSON encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde é feita a preparação dos corpos. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos37, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 41: No dia 24 de janeiro de 2008, após o falecimento de seu ex-marido, compareceu a vítima Elisabete Sartorio Borges à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Jair da Cruz, falecido por volta das 07h40min daquele mesmo dia, em

37 Documentos de folhas 899/900

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razão de hemorragia interna e externa, ferida perfuro contusa no tórax, disparo de arma de fogo. Na oportunidade, a denunciada MARA CARREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Elisabete Sartorio Borges que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de ocorrer vazamentos do cadáver. Com tal afirmação, a denunciada MARA induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos38, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 42: No dia 30 de setembro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Alexandre Romolo Moreira Feitosa à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de José Eliacir Alves Feitosa, falecido por volta das 18h00min daquele mesmo dia, em razão de insuficiência respiratória, pneumonia, seqüela de tuberculose, fibrose pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva. Na oportunidade, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Alexandre Romolo Moreira Feitosa que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos e exalar odores.

38 Documentos de fls. 903

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Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado GERALDO encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde é feita a preparação dos corpos. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos39, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

Fato 43: No dia 28 de dezembro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima José Antonio da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Antonio Manoel da Silva, falecido por volta das 18h45min daquele mesmo dia, em razão de diabetes e outras causas. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à José Antonio da Silva que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluidos, sendo necessário lacrar o caixão. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado MAURO encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde é feita a preparação dos corpos. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.000 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos40, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

39 Documentos de folhas 907/908 40 Documentos de folhas 910/911

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Fato 44: No dia 29 de outubro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Emerson Signoberto à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Pedro Hermes Daniel, falecido por volta das 09h05min daquele mesmo dia, em razão de falência múltipla de órgãos, choque séptico, sepse grave de foco pulmonar, pneumonia e sequela de acidente vascular encefálico isquêmico. Na oportunidade, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLI, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Emerson Signoberto Daniel que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluidos e exalar odores. Com tal afirmação, o denunciado CARLOS induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.350,00 (hum mil trezentos e cinquenta reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos41, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 45: No dia 9 de novembro de 2007, após o falecimento de seu irmão, compareceu a vítima Nelson Aparecido Alexandrino à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de José Francisco Alexandrino, falecido por volta das 16h00min daquele mesmo dia, em razão de causa desconhecida. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma

41 Documentos de fls. 915/917

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estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Nelson Aparecido Alexandrino que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluidos e exalar odores. Com tal afirmação, o denunciado MAURO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos42, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 46: No dia 14 de agosto de 2005, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima João Valdir Kobzinski à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Bruno Kobzinski, falecido por volta das 19h00min daquele mesmo dia, em razão de choque séptico, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência renal aguda. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Nelson Aparecido Alexandrino que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, o denunciado MAURO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.100,00 (hum mil e cem reais)43, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

42 Documentos de fls. 921/924 43 A vítima afirmou não possuir os comprovantes de pagamento mas comprometeu-se a procurá-los.

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Fato 47:

No dia 15 de julho de 2007, após o falecimento de seu sogro, compareceu a vítima Fabio Fogaça da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Julio Liviero, falecido por volta das 07h00min daquele mesmo dia, em razão de sepse foco pulmonar, cirrose grau C e hepatite C. Na oportunidade, a denunciada MARA CARREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Fabio Fogaça da Silva que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, a denunciada MARA induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos44, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 48:

Continuando na senda criminosa, no dia 4 de junho de 2006, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Euclides Moya de Freitas à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Benedita Rosa Moya de Freitas, falecida por volta das 09h00min daquele mesmo dia, em razão de insuficiência respiratória, tromboembolismo pulmonar, senilidade, pós operatório tardio fratura fêmur. Na oportunidade, a denunciada MARA CARREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima,

44 Documentos de fls. 933/934

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para si e para o grupo, afirmou à Euclides Moya de Freitas que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida. Com tal afirmação, a denunciada MARA induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 850,00 (oitocentos e cinquenta reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos45, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 49: No dia 6 de janeiro de 2008, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Leia Maria dos Reis Vicente à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Clarinda Ferreira dos Reis, falecido por volta das 21h30min daquele mesmo dia, em razão de parada cardiorespiratória, insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas, encefalopatia hipoxica pós parada cardíaca, pós operatório cirurgia de revascularização do miocárdio e troca de válvula aortica, hipertensão arterial e diabetes. Na oportunidade, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLI, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Léia Maria dos Reis Vicente que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipar o sepultamento e lacrar o caixão. Com tal afirmação, o denunciado CARLOS induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos46, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

45 Documentos de folhas 937/938 46 Documentos de fls. 941/942

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Fato 50: No dia 12 de novembro de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Elzita Maria dos Santos à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Maria Aparecida dos Reis, falecida por volta das 21h30min daquele mesmo dia, em razão de septicemia e doença pulmonar obstrutiva crônica. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Elzita Maria dos Santos que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipar o sepultamento e lacrar o caixão. Com tal afirmação, o denunciado MAURO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.300,00 (hum mil e trezentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos47, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 51: No dia 18 de abril de 2008, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Vera Lúcia Faria de Oliveira à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Esther Candido da Silva, falecida por volta das 02h10min daquele mesmo dia, em razão de insuficiência respiratória e pneumonia. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir

47 Documentos de fls. 945/947

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vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Vera Lucia Faria de Oliveira que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado MAURO encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde é feita a preparação dos corpos, oportunidade na qual a denunciada FATIMA REGINA MORAES reafirmou ser necessária a realização da ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob o risco do cadáver vazar líquidos pela boca, nariz e ouvido. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos48, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 52: No dia 11 de maio de 2006, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima João Luiz da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Lazaro Pereira da Silva, falecido por volta das 21h00min daquele mesmo dia. Na oportunidade, o denunciado CARLOS ANTONIO MARTINELLI, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à João Luiz da Silva que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos e exalar odores, fato que demandaria a antecipação do sepultamento. Com tal afirmação, o denunciado CARLOS induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos49, sendo uma parcela de tal quantia

48 Documentos de folhas 951/954 49 Documentos de fls. 1032/1034

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posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 53: No dia 26 de abril de 2008, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Fabiana Libano à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Maria Gasparotto Libano, falecida por volta das 15h10min daquele mesmo dia, em razão de causa indeterminada, hipertensão arterial e obesidade. Na oportunidade, o denunciado ANTONIO VIANA VAZ, no exercício da função de preparador de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Fabiana Libano que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado ANTONIO encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde encontrava-se o corpo de Maria Gasparotto Líbano. Ante a negativa da vítima em contratar o serviço exigido, posteriormente, ANTONIO VIANA VAZ, ILSON MARCOLINO BARBOSA e terceiro não identificado, instaram Fabiana Líbano a comparecer à ACESF, reafirmado a necessidade de se realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipar o sepultamento e lacrar o caixão. Novamente, os denunciados encaminharam a vítima até o corpo de sua mãe, oportunidade na qual Fabiana Líbano e outros parentes constataram que o cadáver apresentava sangramento na região das narinas. Assim, o serviço exigido foi contratado pelo valor de R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos50, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

50 Documentos de folhas 1042/1044

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Fato 54: No dia 16 de março de 2008, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima José Ribeiro da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Olga Belger Ribeiro, falecida por volta das 20h30min daquele mesmo dia, em razão de parada cardirespiratória, choque séptico,celulite em membro inferior esquerdo, diabetes “mellitus” II descompensado e hipertensão arterial. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à José Ribeiro da Silva que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco de antecipação do sepultamento. Para induzir a vítima à aceitação da exigência indevida, o denunciado MAURO chamou o denunciado CLAUDEMIR MENDES, o qual reafirmou a José Ribeiro Silva a necessidade de se realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima a aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos51, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

Fato 55: No dia 15 de setembro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima João Ricardo Almirão da Silva à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Emilton Balbino da Silva, falecido por volta das 06h00min daquele mesmo dia, em razão de infarto endo cardíaco, arterosclerose severa e diabetes “mellitus”.

51 Documentos de fls. 1048/1049

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Na oportunidade, a denunciada MARA CARREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à João Ricardo Almirão da Silva que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos e exalar odores. Com tal afirmação, a denunciada MARA induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos52, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

Fato 56: No dia 15 de julho de 2007, após o falecimento de sua esposa, compareceu a vítima Luiz Carlos Martins à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Maria de Fátima Ribeiro Martins, falecida por volta das 03h55min daquele mesmo dia, em razão de assistolia, insuficiência respiratória aguda, pneumonia bacteriana, acidente vascular cerebral e diabetes “mellitus”. Na oportunidade, a denunciada MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Luiz Carlos Martins que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida, sob risco do cadáver inchar e vazar líquidos e fluídos. Com tal afirmação, o denunciado MAURO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos53, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente

52 Documentos de fls. 1054/1055 53 Documentos de fls. 1057/1064

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rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 57: No dia 30 de novembro de 2006, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Rosalia da Silva Santi à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Aristeu de Santi, falecido por volta das 18h15min daquele mesmo dia, em razão de choque cardiogênico e pós operatório cirurgia cardíaca. Na oportunidade, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Rosalia da Silva Santi que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido. Com tal afirmação, o denunciado GERALDO induziu a vítima a aceitar a realização do serviço exigido e pagar o valor de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos54, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 58: No dia 13 de novembro de 2006, após o falecimento de seu filho, compareceu a vítima José Antonio Andrade à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Antonio Paulo de Andrade, falecido por volta das 20h30min daquele mesmo dia, em razão de atropelamento. Na oportunidade, o denunciado MAURO PINTO FERREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF

54 Documentos de fls. 1067/1069

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(funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou a vítima José Antonio Andrade que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de se antecipar o sepultamento e lacrar o caixão.

Mesmo diante da exigência do denunciado MAURO, a vítima não contratou o serviço de ‘tanatopraxia’, tendo velado seu filho por apenas 05 (cinco) horas, com o caixão lacrado. Fato 59:

No dia 17 de janeiro de 2007, após o falecimento de seu genitor, compareceu a vítima Marileuza Martins à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Antonio Martins Junior, falecido por volta das 15h15min daquele mesmo dia, em razão de tumor de vias biliares, metástases pulmonares e hemorragia digestiva alta. Na oportunidade, a denunciada MARA CARREIRA, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustada e associada com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Marileuza Martins que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco de antecipação do sepultamento. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, a denunciada MARA encaminhou o primo da vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde encontrava-se o corpo de Antonio Martins Junior. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.100,00 (hum mil e cem reais)55, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

55 A empresa Tanato – Serviço de Tanatopraxia de Londrina Ltda. recusou-se a fornecer segunda via do recibo de pagamento referente ao serviço realizado o corpo de Antonio Martins Junior.

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Fato 60: No dia 16 de maio de 2007, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Dirceu Sosciarelli à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Luzia Boletim Sosciarelli, falecida por volta das 20h00min daquele mesmo dia, em razão de falência de múltiplos órgãos, choque cardiogênico refratário, insuficiência coronariana severa e hipertensão arterial. Na oportunidade, o denunciado CLAUDEMIR MENDES, no exercício da função de preparador de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, afirmou à Dirceu Sosciarelli que seria necessário realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo do falecido, sob risco do cadáver vazar líquidos e fluídos e exalar odores. Para abalar a vítima e induzi-la à aceitação da exigência indevida, o denunciado CLAUDEMIR encaminhou o primo da vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde encontrava-se o corpo de Luzia Boletim Sosciarelli. Sentindo-se ainda mais coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos56, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso. Fato 61: No dia 28 de março de 2008, após o falecimento de sua genitora, compareceu a vítima Francisco Romão Moreno à ACESF, neste Município e Comarca, para realizar as necessárias providências de preparo do corpo, velório e sepultamento de Teresa Correia Lima, falecida por volta das 21h45min daquele mesmo dia, em razão de septicemia, abdome agudo, trombose mesentérica, diabetes “mellitus” e hipertensão arterial.

56 Documentos de fls. 1098/1099

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Na oportunidade, o denunciado GERALDO LOPES DA SILVA JUNIOR, no exercício da função de atendente de cadáver da ACESF (funcionário público no exercício da função), previamente ajustado e associado com os demais co-denunciados, na forma estabelecida no Fato 1, dolosamente e com o fim de exigir vantagem indevida da vítima, para si e para o grupo, consistente na contratação do serviço de ‘tanatopraxia’, encaminhou a vítima até a sala no interior daquela Autarquia, onde encontrava-se o corpo de Teresa Correia Lima, nu, vazando sangue pelas narinas e ouvidos, ocasião em que um indivíduo não identificado afirmou a necessidade de se realizar a ‘tanatopraxia’ no corpo da falecida. Sentindo-se coagida, a vítima aceitou a realização do serviço exigido e pagou o valor de R$ 1.100,00 (hum mil e cem reais), tudo de conformidade com o acostado nos autos57, sendo uma parcela de tal quantia posteriormente rateada entre os funcionários públicos atuantes na ACESF conforme ajustado entre o bando criminoso.

Assim agindo, os denunciados ORLANDO BONILHA SOARES PROENÇA, MAURO PINTO FERREIRA, CARLOS ANTONIO MARTINELLI, LUIZ CARLOS TEODORO, ANTONIO VAZ VIANA, CLAUDEMIR MENDES, ILSON MARCOLINO BARBOSA, GERALDO LOPES DA SILVA JÚNIOR, NEIO LUCIO MARTINS BANDEIRA e GEFFERSON GUILHERME MARTINS, estão incursos nas sanções do art. 316, caput do Código Penal, por 60 vezes (fatos 02 a 61), combinados com o art. 69, do mesmo Diploma Legal.

Por seu turno, os denunciados DANIELLE

EVGENIJA MARQUES AMORIM, GIULIANO ANDRÉ TAVARES DORTA, FATIMA REGINA MORAES DOS SANTOS NASCIMENTO, EDUARDO AFONSO SANCHES, VALDECI PEREIRA DA SILVA, SÉRGIO ROBERTO FERNANDES, NIVALDO CASTELLANO, ANTONIO PEREIRA DAMACENO, WANDERLEI MILITÃO NETO, ZAMILTON NAVARRO BOTELHO, ADRIANO EMILIANO DOS SANTOS, OLIVIR DE JESUS BRANIAK e MARA STELLA CARREIRA estão incursos nas disposições do art. 288, caput, do Código Penal – com incidência das disposições previstas na Lei nº 9.034/95 - (fato 01) e nas sanções do art. 316, caput, do Código Penal, por 60 vezes (fatos 02 a 61), todos combinados com o art. 69 (concurso material) do mesmo Codex, razão pela qual se oferece a presente denúncia, requerendo, após seu recebimento, sejam os denunciados citados, interrogados e processados até final sentença, tudo com observância do rito previsto nos artigos 394/405 e 498/502 do Código de Processo Penal.

57 Documentos de fls. 1102/1105

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Requer, outrossim, a produção de prova testemunhal, arrolando desde logo as pessoas abaixo qualificadas para serem ouvidas em juízo.

Termos em que Pede recebimento. Londrina, 11 de outubro de 2011.

Cláudio Rubino Zuan Esteves Jorge Fernando Barreto da Costa Promotor de Justiça Promotor de Justiça Leila Schimiti Voltarelli Renato de Lima Castro Promotora de Justiça Promotor de Justiça

ROL DE TESTEMUNHAS: VÍTIMAS 1) RUBENS OLDEMBURG DE ALMEIDA, brasileiro, residente na Humberto

de Campos, nº 30, Jd. Dom Bosco, Londrina; 2) ADEILZA MARIA DE SOUZA, brasileira, residente na Rua João Aranda Fenoi, nº 344, Cj. São Lourenço, Londrina; 3) ELIO COUTINHO, brasileiro, residente na Rua Capivari, nº 72, Londrina; 4) IBRAHIM FERNANDES BARBOSA, brasileiro, residente na Rua Botucatu, nº 119, Jd. Champagnat, Londrina; 5) MARIA APARECIDA LARA, brasileira, residente na Rua Mato Grosso, nº 188, Londrina; 6) DERCI ANTONIO OLIVEIRA SILVA, brasileira, residente na Rua Victor Salvador, nº 225, Moradias Cabo Frio, Londrina;

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7) ROSANGELA DA SILVA, brasileira, residente na Rua Elvis Presley, nº 489, Cj. Vivi Xavier, Londrina; 8) ROSILEIA BORTOLOSSO, brasileira, residente na Rua Isaias Nunes da Silva, nº 70, bloco B1 B5, apto. 33, Jd. Bandeirantes, Londrina; 9) HELENA DOS SANTOS LIMA, brasileira, residente na Rua Francisco Xavier da Silva, nº 374, Jardim Silvino; 10) ROSANGELA OLIVEIRA RODRIGUES, brasileira, residente na Rua Novarino Geraldo Silva, nº 295, Jardim Paris, Centro; 11) DULCE HELENA SONSIN SANTOS, brasileira, residente na Rua Espírito Santos, nº 1037, apto 304, Centro; 12) SANDRA ELIZA DE ASSIS, brasileira, residente na Rua Eunilson Bezerra da Silva, nº 146, Gleba Palhano; 13) TÂNIA OTACIO ROMERO BALBINO, brasileira, residente na Rua Saturno, nº 795, Jardim do Sol; 14) SANDRA REGINA SOARES, brasileira, residente na Rua Benício Camilo, nº 433, Jardim Santa Rita V; 15) FÁTIMA APARECIDA STURION, brasileira, residente na Rua Francisco de Oliveira, nº 206, Jardim Alpes; 16) ANTHENOR BIGATON, brasileiro, residente na Rua Pirapó, nº 09, Vila Nova; 17) ANTÔNIO DE JSEUS BERALDI, brasileiro, residente na Rua Travessa Goiânia, nº 123; 18) JOSÉ DA SILVA, brasileiro, residente na Rua José Assunção, nº 88, Jardim Parigot de Souza II; 19) PEDRO OSMAR DENA, brasileiro, residente na Rua Caetés, nº 710; 20) RICARDO AUGUSTO SELESTINO PIGATTO, brasileiro, residente na Rua Raja Gabagglia, nº 1133, Quebec; 21) LUIS CARLOS VILARTA, brasileiro, residente na Rua Sítio Nossa Senhora Aperecida, Lerrovile, telefone (43)9946.8911;

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22) TÂNIA MARIA PRANTE, brasileira, residente na Avenida Santo Magrini, nº 390, Jardim Parigot de Souza I; 23) ALICE PINAT GAULDINI, brasileiro, residente na Rua Flor de Liz, nº 135, Jardim Interlagos; 24) JAIR DE OLIVEIRA, brasileiro, residente na Rua Bruno Propospero Parolari, nº 198, Conjunto dos Alpes; 25) FRANCISCO CHAGAS DE ALMEIDA, brasileiro, residente na Rua Moacir Nabor Leonel, nº 191, Conjunto Avelino Antonio Vieira; 26) JOÃO FERRAREZI, brasileiro, residente na Rua Santo Menegazzo, nº 412, Jardim Maria Lúcia; 27) TOSHIKAZU UBAGAY, brasileiro, residente na Rua Ataulfo Alves, nº 52, Conjunto Vivi Xavier; 28) SUELY MORAES SOUZA SANTIAGO, brasileira, residente na Rua dos Bombeiros, nº 31, Conjunto União da Vitória; 29) MARIA GLÓRIA GUEDES DOS SANTOS, brasileira, residente na Rua Quênia, nº 174, Parque Ouro Verde; 30) HELENA BEDIN CORTEZ, brasileira, residente na Rua Ediivaldo Contato, nº 434, Jardim Maria Lúcia; 31) ELIZABETE COSTA LIMA, brasileira, residente na Rua Duarte Coelho, nº 511, Jardim Sabará; 32) MAURICIO PEREIRA BARREIRO, brasileiro, residente na Rua José Pedro Garcia Lopes, nº 135, Conjunto Novo Amparo; 33) ZEFERINA APARECIDA MELHORINI, brasileira, residente na Avenida das Laranjeiras, nº 155, bloco 01, apto 12, Jardim Morumbi; 34) MARIA APARECIDA PEREZ, brasileira, residente na Rua Leila Diniz, nº 94, Conjunto Vivi Xavier; 35) ROLDÃO DE MORAES SORMENTO, brasileiro, residente na Rua Piquiá, nº 96, Jardim Santa Rita; 36) JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA, brasileiro, residente na Rua Cerra da Graciosa, nº 320, fundos, Jardim Bandeirantes;

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37) CARLOS EDUARDO DA SILVA, brasileiro, residente na Rua Alindo Mathias, nº 524, Jardim Maria Celina; 38) CARLOS WELLINGTON SILVA DE ALMEIDA, brasileiro, residente na Rua Alecrim, nº 312, Jardim Santa Rita; 39) JOSÉ BERNARDINO DA SILVA, brasileiro, residente na Rua Alecrim, nº 204, Jardim Santa Rita; 40) ELIZABETE SARTORIO BORGES, brasileira, residente na Rua Santa Luzia, nº 150, Jardim França; 41) ALEXANDRE ROMULO MOREIRA FEITOSA, brasileiro, residente na Rua Mato Grosso, nº 654, apto 1002, Ipiranga; 42) JOSÉ ANTONIO DA SILVA, brasileiro, residente na Rua Alberto Amaro Ferreira, nº 37, Residencial Quadra Norte; 43) EMERSON SIGNOBERTO DANIEL, brasileiro, residente na Rua Abaeté, nº 205, Conjunto Antares; 44) NELSON APARECIDO ALEXANDRINO, brasileiro, residente na Rua Laurentino Gomes, nº 390, Jardim Oscavo Gomes dos Santos; 45) JOÃO VALDIR KOBZINSKI, brasileiro, residente na Rua Neo Martins, nº 256, Parque das Industrias; 46) FÁBIO FOGAÇA DA SILVA, brasileiro, residente na Rua Madressilva, nº 184, Parque das Industrias; 47) EUCLIDES MOYA DE FREITAS, brasileiro, residente na Rua São Vicente, nº 1312, Centro; 48) LEIA MARIA DOS RESI VICENTE, brasileira, residente na Rua Joaquim Pereira, nº 185, Cafezal III; 49) ELZITA MARIA DOS SANTOS, brasileiro, residente na Rua Sebastião Carneiro Lobo, nº 92, Conjunto João Paes; 50) VERA LÚCIA FARIA DE OLIVEIRA, brasileiro, residente na Avenida Rio de Janeiro, nº 1375, apto 404, Centro; 51) JOÃO LUIZ, brasileiro, residente na Rua José Dean, nº 201, Jardim Tropical;

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52) FABIANA LIBANO, brasileira, residente na Rua Yeda Pesarini Ferreira, nº 95, bloco 23, apto 2302; 53) JOSÉ RIBEIRO DA SILVA, brasileiro, residente na Rua Maria Dolores Lopes, nº 46, Conjunto José Belinati; 54) JOÃO RICARDO ALMIRÃO DA SILVA, brasileiro, residente na Rua Silvério Campana, nº 216, Conjunto Saltinho; 55) LUIZ CARLOS MARTINS, brasileiro, residente na Rua Antônio Visitação Lopes Rúbio, nº 34, Cafezal I; 56) ROSÁLIA DA SILVA SANTI, brasileira, residente na Rua Tremenbes, nº 1573; 57) JOSÉ ANTÔNIO ANDRADE, brasileiro, residente na Rua Enoche Vieira dos Santos, nº 720, Moradias Cabo Frio; 58) MARILEUZA MARTINS, brasileira, residente na Rua Gastão Madeira, nº 48; 59) DIRCEU SOSCIARELLI, brasileiro, residente na Rua Cerra do Maracajú, nº 205, Jardim Bandeirantes; 60) FRANCISCO ROMÃO MORENO, brasileiro, residente na Rua Santa Cruz, nº 54, Jardim Boa Vista; TESTEMUNHAS 1) PEDRO DA SILVA, brasileiro, residente na Rua Jorge Velho, 814, apto. 603, Londrina; 2) LUIS FERNANDO TAROSSO, brasileiro, residente na Rua Araguaia, nº

437, apto. 05, Vila Nova, Londrina; 3) ARMANDO ORTENZI, brasileiro, residente na Rua Pará, nº 1512, 6º

andar, Londrina; 4) ELISANGELA MICHELAN POTEL, brasileira, residente na Rua das

Goiabeiras, nº 300, Jd. Interlagos, Londrina; 5) NEUZA MARIA PEREIRA, brasileira, residente na Rua Francisco de

Goes, nº 143, Cj. Maria Cecília, Londrina;

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6) ROBSON BUENO CARDOSO, brasileiro, residente na Avenida dos Pioneiros, nº 1.100, bloco 3-A, casa 12, Londrina;

7) MARIA CRISTINA DE CARVALHO, brasileira, residente na Rua Ruy

Virmond de Carnascialli, nº 151, Jardim Leonor; 8) REGINALDO RODRIGUES DOS SANTOS, brasileiro, residente na Rua

Parecis, nº 260, Jardim Tupi, Cambe; 9) MAGNO LINGER MACEDO CAMPOS, brasileiro, residente na Avenida

JK, nº 3507, centro, Londrina; 10) FLAVIO SIDNEY PILOTO, brasileiro, residente na Rua Astorga, nº 09,

zona 08, Maringá 11) JOSÉ CARLOS CINTRA, brasileiro, residente na Rua do Comércio, nº

741, Jd. Maria Luiza, Cascavel-Pr.

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Inquérito Policial nº 2011.5780-3 Juízo da 5ª Vara Criminal

Denunciados: ORLANDO BONILHA SOARES PROENÇA e outros.

Meritíssimo Juiz: 1. Com a denúncia em separado (55 laudas),

protestando-se, desde logo, pelo aditamento se assim se fizer necessário. 2. Embora a conduta delituosa descrita no fato 01

da presente denúncia diga respeito ao crime de formação de quadrilha já objeto de persecução nos autos de Ação Penal nº 2008.3293-7, em trâmite perante esse r. Juízo, tal se deu em observância à regra insculpida no art. 80 do Caderno Processual Penal, que dispõe, in verbis: “Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação”.

Àquela Ação Penal foi desencadeada já há certo

lapso de tempo, encontrando-se adiantada quanto à análise dos fatos e circunstâncias atinentes à quadrilha montada no interior da Administração de Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina – ACESF, viável pois o nascimento de nova ação penal para apurar a conduta perpetrada pelos integrantes da mesma e os novos crimes contra a administração, a fim de que não se retarde a análise dos fatos contidos na ação penal em curso.

Soma-se a tal fato o número excessivo de pessoas

lá denunciadas, bem como o número de pessoas que ora se denuncia. A grande quantidade de réus reforça a necessidade de se proceder a uma análise em separado das demandas propostas.

Neste sentido, diz a jurisprudência:

QUESTÃO DE ORDEM. CORTE ESPECIAL. DENÚNCIA CONTRA CONSELHEIRO DE TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL E EX-GOVERNADOR. AÇÃO PENAL AVOCADA DO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU NA QUAL MAIS OITO CO-AUTORES RESTARAM DENUNCIADOS POR DIVERSOS DELITOS QUE NÃO SÓ OS DESCRITOS NA PRESENTE AÇÃO PENAL. DELITO DE FORMAÇÃO DE QUADRILHA REJEITADO PELA CORTE ESPECIAL QUANTO AO

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ACUSADO DETENTOR DO FORO PRIVILEGIADO. ATUAL POSICIONAMENTO DA CORTE ESPECIAL. POSSIBILIDADE, NECESSIDADE E UTILIDADE DE DESMEMBRAMENTO DO FEITO. APLICAÇÃO DO ART. 80 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. MEDIDA QUE BUSCA GARANTIR A CELERIDADE E RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO, ALÉM DE TORNAR EXEQUÍVEL A PRÓPRIA INSTRUÇÃO CRIMINAL DE MODO A VIABILIZAR A PERSECUTIO CRIMINIS IN IUDICIO. RISCO DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA EM RELAÇÃO A ALGUNS DELITOS. ESTÁGIOS PROCESSUAIS DIVERSOS ENTRE AS AÇÕES PENAIS. OBSERVÂNCIA DA AMPLA DEFESA E DO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. DIVERSOS PRECEDENTES DA SUPREMA CORTE. INCONVENIÊNCIA DA REGRA DO SIMULTANEOUS PROCESSUS. (...) Destarte, o art. 76 do Código de Processo Penal prevê as hipóteses de conexão, verbis: "Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração." Ocorre que, em seu art. 80, o Código de Processo Penal traz expressamente hipóteses de separação de processos conexos, nos seguintes termos: "Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação". A doutrina ao tratar da possibilidade de separação dos processos leciona que: 'Será facultativa a separação, no caso do disposto no art. 80 do CPP, quando o juiz reputar conveniente por quaisquer razões que possam tumultuar ou inviabilizar a marcha processual, tal como ocorre em processos movidos contra um número excessivo de acusados, quando a celebridade processual, imposta em razão da existência de réus presos, puder também ser afetada por quaisquer razões" (in Oliveira, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 254) No mesmo sentido, entabula Guilherme de Souza Nucci em seu Código de Processo Penal Comentado que: " Separação facultativa dos processos: tendo em vista que a conexão e a continência, como já afirmado, têm por finalidade garantir a união dos processos para uma melhor apreciação da prova pelo juiz, evitando-se decisões conflituosas, pode ocorrer a inconveniência dessa junção, seja porque torna mais difícil a fase probatória, seja pelo fato de envolver muitos réus - uns presos e outros soltos - e até por razões outras que somente o caso concreto pode determinar (...) andou bem a lei ao preceituar que fica ao critério do juiz a separação dos processos, por qualquer motivo relevante, impossível de ser previsto prévia e expressamente em lei, mas que

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pode conturbar mais do que auxiliar na produção das provas (...) a decisão acerca da separação é facultativa. Pode concernir ao magistrado condutor do feito ou ao órgão colegiado, em caso de competência originária.' (in Nucci, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 241/242) Em 20.05.2009, a Corte Especial deste Tribunal, analisando questão de ordem na Ação Penal n° 549, relator Ministro Félix Fischer, entendeu que, em casos como o dos presentes autos, a separação dos processos seria não só possível como de imperiosa necessidade. (QO na APn .514/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 28/10/2010, DJe 07/12/2010).

3. Requer, outrossim, sejam certificados nos autos, os antecedentes criminais dos ora denunciados junto à essa Escrivania Criminal, junto às demais Escrivanias Criminais desta Comarca, junto às Secretarias dos Juizados Especiais Criminas desta Comarca, junto à Vara Criminal Federal de Londrina, junto à Vara de Execuções Penais de Londrina e junto ao Instituto de Identificação do Estado do Paraná.

4. Requer sejam encaminhadas cópias do inquérito

policial, desta manifestação e da denúncia agora oferecida para a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público desta Comarca, para o fim de eventual propositura de ação civil pública por ato de improbidade administrativa.

5. Requer por fim, seja oficiado à digna Autoridade

Policial que presidiu o presente caderno inquisitório, solicitando diligências buscando identificar a pessoa de “Assis”, mencionado na lista entregue por Flávio Sidney Piloto acostada às fls. 1119.

Londrina, 11 de outubro de 2011.

Cláudio Rubino Zuan Esteves Jorge Fernando Barreto da Costa Promotor de Justiça Promotor de Justiça Leila Schimiti Voltarelli Renato de Lima Castro Promotora de Justiça Promotor de Justiça