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Nº 94 Ano 8/2020 1ª Edição ATIVIDADES RECREATIVAS Ministério dos Desbravadores Igreja Adventista do Sétimo Dia FOGUEIRAS E COZINHA AO AR LIVRE AR - 020

GE Fogueiras e Cozinha ao Ar Livre · de sacrifício do cordeiro, ou quer seja para aproximar pesso - as em uma noite gelada de acampamento. E justamente por trazer este simbolismo

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Page 1: GE Fogueiras e Cozinha ao Ar Livre · de sacrifício do cordeiro, ou quer seja para aproximar pesso - as em uma noite gelada de acampamento. E justamente por trazer este simbolismo

Nº 94Ano 8/20201ª Edição

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Ministério dos DesbravadoresIgreja Adventista do Sétimo Dia

FOGUEIRAS E COZINHA AO AR LIVRE

AR - 020

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Responda rápido, quando você pensa em acampamen-to quais são as primeiras coisas que vem a sua mente? Muito provavelmente você pensou em barraca, natureza e é claro, fogo. Acampamento sem uma boa fogueira é um acampa-mento incompleto. O fogo tem sido um fenômeno presente na vida da humanidade praticamente desde o princípio da história. Quando vemos os filhos do primeiro casal utilizando o fogo como parte do ritual de adoração para queimar os holocaustos, ou como o fogo era o principal elemento no cotidiano da sociedade, seja para cozinhar, iluminar ou ainda em combate, usado para destruição, temos a certeza de que sem o fogo a humanidade jamais seria a mesma. Na maioria destes usos, percebemos que o fogo cumpre uma função de unificar, quer seja Deus com seu povo através da oferta de sacrifício do cordeiro, ou quer seja para aproximar pesso-as em uma noite gelada de acampamento.

E justamente por trazer este simbolismo de união, es-colhemos o tema desta especialidade, que sempre nos uniu como pai e filho, para celebrarmos este laço no dia dos pais. Junte-se a nós e venha encantar-se com a beleza e a arte da fogueira e da cozinha ao ar livre.

1ª Edição: Disponível emwww.mundodasespecialidades.com.br

Direção Geral: Pedro Paz, Rossalles Freitas e Victor ArielEquipe de Coordenadores:Claudio Henrique | Colunas Fábio Rezende | Publicidade Gabriel Silveira | Guias de Desbravadores Kaiio Victor | Diagramação Maira Cardoso | Linguística Português Nalva Martins | Guias de Aventureiros Neto Sputinyk | Web Ronald Vásquez | Linguística Espanhol

Revisão Linguística: Maira Cardoso Diagramação e Edição: Rossalles FreitasAutores: Neri Freitas e Rossalles Freitas CONTATO +55 81 9 9835-8482 DIREITOS RESERVADOS: A reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio, assim como a tradução ou difusão dos conteúdos do site Mundo das Especialidades fica proibida, salvo se realizada a expressa referenciação ao site e seus autores. Todos os direitos são reservados para o site Mundo das Especialidades. IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES Recife, PE, Agosto de 2020

Meu nome é Rossalles Frei-tas. Sou Líder Master Avan-çado e membro do Clube Missioneiro em Santo Ânge-lo/RS. Sou Designer Gráfico e formado em Direito. Tem muita coisa que me fascina, entre dinossauros, leitura, trekking, vôlei, artes e design, enigmas, pregar o Evangelho

e viver aventuras intensas. Meu ministério, com certe-za, é o Clube de Desbravadores e quero participar da última investidura: a da coroa da vida eterna! Você vem comigo?

Meu nome é Neri Freitas Fer-reira. Sou Líder, e atualmente participo do Clube Missionei-ro em Santo Ângelo/RS. Sou Comissário de Polícia Civil, formado em Direito e Espe-cialista em Gestão de Segu-rança Pública. Gosto muito da vida da campanha junto da natureza e de cavalos, hobby

que me levou a criar cavalos crioulos. Gosto de jogar futebol, acampar, fazer caminhadas e trilhas. Acredito que meu ministério é servir e proteger, e também ser um Desbravador. Meu objetivo é estar no Campori Ce-lestial para receber a Coroa da Vida.

mundodasespecialidades @[email protected]

EXPEDIENTE

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Muitas vezes as pessoas não conseguem mensurar a importância do fogo quando compara-do à água, uma vez que se diz que a água é fonte de vida. Porém, o fogo é uma necessidade funda-mental para prolongar a sobrevivência do Homem junto à natureza, seja em áreas de selva, deserto ou de frio extremo, sendo um valioso e indispensável recurso para aumentar e melhorar as condições de vida do ser humano.

Por meio do fogo é possível:

• Purificar a água através da fervura;

• Cozinhar;

• Secar a roupa;

• Aquecer o corpo;

• Iluminar;

• Sinalizar

• Proporcionar segurança noturna em razão da luz, calor e fumaça.

Existem vários tipos de fogueiras possíveis de serem construídas para que atendam diferentes necessidades ao ar livre. Estas variações estão liga-das a diversidade de técnicas, materiais disponíveis, facilidades e, como já dito, necessidade das circunstâncias. Va-mos aprender a seguir, alguns tipos de fogueiras, seus usos, e que técnicas e materiais são indispensáveis para cons-truí-las.

Importânciado fogo

Tipos defogueira

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Fogo do Conselho – é sem dúvidas, o fogo mais conhecido entre os desbravadores. O fogo do conselho é, inclusive, um dos sím-bolos máximos em nosso meio. Seu objetivo é grandioso, pois é ao seu redor que fazemos as principais meditações de um acampamen-to e grandes decisões são tomadas. O fogo do conselho tem formato de pirâmide, construído de forma quadrada com as madeiras de maior espessura embaixo, reduzindo o tamanho e a espessura em seu topo. O “miolo” deve conter a isca com as madeiras mais finas, de forma a entrelaçá-la entre toda a fogueira, tomando o cuidado para que o ar possa circular sem que o fogo seja abafado. Um dos erros mais comuns relacionados a esta fogueira é quanto à forma correta de acendê-la. Deve-se iniciar o fogo pelo topo da pirâmide, pois ali é onde há maior presença de oxigênio. Também assim o fogo iniciará pequeno e no auge da meditação terá chegado ao seu ápice. Outro fator importan-te é que o fogo do conselho deve se dissipar sozinho, e sua duração deve coincidir com a duração da meditação. Uma tradição antiga diz que as cinzas do fogo do conselho devem ser guardadas em um recipiente e sempre colo-cadas no próximo fogo do conselho em outro evento, simbolizando assim, que os conselhos sempre seriam renovados.

Altar de cozinha – também chamado de fogo de altar, é uma fogueira muito prática para se cozinhar, por ser construída mais alta do solo. Exige um nível de dedicação um pou-co maior, uma vez que precisa da construção de uma estrutura um pouco diferente. Seus benefícios imediatos são três: cozinhar sem precisar se agachar, não danificar o solo ao redor, e proteção contra água ou úmidade. A ideia é construir uma espécie de mesa (um al-tar) com uma estrutura de barro onde poderá se acender uma fogueira, evitando assim, fazer a fogueira no solo e impedindo que a fogueira desmorone, sendo que para isso é preciso ter suas bases de sustentação bem fixas no chão.

Se o fogo está acabando é porque você já falou demais, fica a dica! ;)

Fogo do Conselho

Altar de Cozinha

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Fogo de trincheira – este tipo de fo-gueira é bastante útil para locais e dias onde o vento possa ser um empecilho. A trinchei-ra é uma vala, cavada com não muita pro-fundidade, feita para que o vento cruze por dentro dela, sendo usado a favor da foguei-ra, impedindo a dissipação do calor. Den-tro da trincheira se coloca a isca, e entre as duas extremidades se constrói uma trempe de madeira, com galhos verdes, ou se utili-za uma pronta. Exige certo nível de esforço a mais para se confeccionar a vala e não é nem um pouco recomendado para solos muito duros, justamente em razão do nível de esforço.

Cercadura de pedra – é uma foguei-ra que tem por objetivo principal impedir que o fogo se alastre, bem como, proteger a fogueira da ação do vento, e reter o calor. Constrói-se um semicírculo ou círculo com-pleto com pedras e a isca é posta ao centro. A muralha de pedra deve ser alta o suficiente e feita com rochas sólidas para que não es-tourem com a ação do calor. O ideal é aliá-lo com o estilo de fogueira cama rápida, sendo também ótima para assar os alimentos.

Cama rápida – trata-se de uma técnica a ser aliada a outras fogueiras. A cama rápida é o nome dado a uma panela pendurada em uma vara escorada. O ideal é escorar a ma-deira em duas forquilhas cravadas ao chão do lado de fora da fogueira, uma de cada lado, ou ainda em uma única vara presa ao chão com uma pedra ou forquilha. Assim a madeira fica justamente acima das labare-das, onde se pendura uma panela, obtendo--se um efeito muito próximo ao de um fogão.

Fogo de Trincheira

Cercadura de pedra

Cama rápida com 2 forquilhas Cama rápida com

1 forquilha

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Fogo Estrela – é a melhor fogueira para ser aliada a cama rápida, uma vez que sem esta técnica, sua utilidade limita-se a aquecer ou assar utilizando as brasas. Seu maior bene-fício é não exigir uma quantidade grande de lenha, mas que sejam compridas o suficiente para irem sendo empurradas para o centro da fogueira à medida que forem queimando. A fogueira é construída com a lenha se entre-cruzando e com a isca no centro, com espaço suficiente para haver oxigênio.

Fogo de Caçador – uma das melhores e mais práticas fogueiras para se cozinhar. Seu benefício está no fato de não exigir muito es-forço em sua construção. É Necessário posi-cionar duas toras grossas de forma paralela e com espaço suficiente entre elas para montar a isca. Entre as toras o ideal é construir uma trempe de madeira ou acondicionar uma de ferro, para servir de suporte.

Fogo Refletor – a principal função desta fogueira é aquecer e não deixar que o calor se dissipe com o vento, mas seja aproveitado, podendo também ser usado para cozinhar. Muito usado para aquecer barracas, pois se cons-trói a uma distância segura e com a proteção refletora de frente para a entrada da barraca, para que assim o calor se propague para dentro dela. É importante que as madeiras utilizadas para construção da parede refletora sejam ver-des e grossas, podendo formar uma espécie de muralha, evitando que desmoronem e sejam queimadas junto.

Fogo de Buraco - a principal característica desse tipo de fogueira é que o calor do fogo pode ser muito mais aproveitado devido a sua concentração, e não se dissipa com o vento. Pode ser construída em barrancos, cupinzei-ros abandonados, e preferencialmente em terrenos com aclive acentuado, para facilitar a escavação. Quando feito em um barranco ou aclive, primeiro se escava na posição vertical, mais ou menos 50 cm. Em seguida faz um bura-co (portinhola) na posição horizontal até se encontrar com o buraco escavado na vertical, ajustando-se então na for-ma desejada. Essa portinhola é por onde será construído o fogo, e o buraco na vertical servirá como condutor do calor onde a fumaça sairá e onde pode se preparar o alimento em uma panela, com ou sem o uso de uma trempe.

Para construir a parede refletora, mede-se a espessura das madeiras que servirão para montá-la e cortam-se todas do mesmo tamanho. Em seguida, cria-se com galhos mais finos e verdes uma espécie de base de sustentação para que a parede permaneça em pé sem cair.

Fogo Estrela

Fogo Caçador Fogo Refletor

Fogo de Buraco

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Não são muitos os itens necessários para que o fogo possa ser produzido. Uma gota de orvalho, no ângulo certo, fazendo com que a luz do sol crie um feixe de calor sobre galhos secos em uma flo-resta, podem ser o suficiente para começar um grande incêndio. Em outras palavras, para que o fogo exista, são necessários somente 3 requisitos fundamentais: oxigênio, ignição e combustível.

Para construir uma fogueira, portanto, é ne-cessário controlar e fazer o uso correto destes 3 elementos. Conseguir com que cada um esteja presente na “equação” é algo que pode ser execu-tado de diferentes maneiras. O oxigênio é a parte mais fácil, uma vez que está presente em nossa at-mosfera. No entanto, ainda assim, algumas vezes conseguimos torna-lo tão escasso empilhando um monte de madeiras, gravetos e tudo que “queima”, que conseguimos fazer a façanha de eliminá-lo do processo. Tome cuidado então para não abafar o fogo. O combustível vai depender do que você tem à mão, como as madeiras disponíveis e qualquer outro item que possa ser queimado. Por fim, a ig-nição é normalmente obtida por meio da fricção. Quando riscamos um fósforo, por exemplo, esta-mos friccionado a cabeça do palito contra uma su-perfície que produza calor e faíscas, fazendo com que a substância da ponta do palito esquente até pegar fogo. O mesmo ocorre com o funcionamento de um isqueiro quando giramos sua pequena en-grenagem, ou quando riscamos uma pederneira. Tudo isso tem o objetivo de produzir calor e gerar faíscas que se alastrem pelo combustível e pro-duzam o fogo. Vejamos alguns exemplos de itens que podem ajudar a obter algum dos elementos necessários para produzir o fogo.

Equipamentosde incendiário

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IGNIÇÃO• Fósforos – o mais comum e prático entre todos.• Isqueiro – uma excelente opção.• Pederneira – usada pelos mais ousados e que desejam

usar uma técnica um pouco mais “primitiva” para iniciar o fogo.

• Lupa – usada para concentrar o feixe de calor do sol, embora seja uma técnica mais demorada.

• Arco de fricção – fazer fogo desta forma é, muito prova-velmente, a forma mais desafiadora de técnica de ignição, uma vez que o esforço é muito grande e a forma tem de ser precisa para que possa se confeccionar o fogo.

• Pedra de carbureto - muito utilizado em solda. Quando em contato com a água, o carbureto entra em combustão e acaba gerando fogo, o que faz dela um artigo proibido de ser usado em vários lugares para pescar, mas uma excelente opção para ser usada até mesmo em condições adversas do clima.

COMBUSTÍVELTodos eles funcionam perfeitamente como combustível

inicial, por queimarem rapidamente e alastrar as chamas.• Sisal – bem desfiado pode ser uma boa isca.• Bombril – tem uma propriedade muito similar ao sisal.• Papel – jornais, papel higiênico, ou qualquer outro papel,

somente deve ser utilizado quando não se puder dispor de outros combustíveis naturais por alguma razão, como a umi-dade.

• Iscas de madeira.

OXIGÊNIO• Fole – uma vez que o oxigênio é fundamental para exis-

tência do fogo e está presente no ambiente, um bom equi-pamento capaz de auxiliar em sua dispersão é o fole, que pode ser confeccionado de forma artesanal com garrafa pet, por exemplo.

Não utilize combustíveis que possam oferecer algum risco, como álcool, gasolina e similares. Estas substâncias podem até apresentar algum resultado rápido, mas se mal utilizadas farão com que você crie uma falsa confiança e sensação de segurança. Líquidos inflamáveis podem se alastrar ou ainda conduzir as chamas para o seu próprio corpo. Sem falar que a honra do desbravador está em dominar a arte do fogo, e não em utilizar qualquer tipo de atalho, uma vez que este tipo de facilidade nem sempre poderá estar disponível. Se você não aprender a fazer da forma correta e natural, poderá ter sérios problemas.

É Importante que materiais como iscas e itens de ignição, estejam protegidos da umida-de em um acampamento ou no transporte em uma mochi-la, para que funcionem ade-quadamente na hora de fazer fogo.

Dica!

Importante!

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Para que tenhamos uma fogueira de qualidade e que atenda às nossas neces-sidades em um acampamento, é extrema-mente importante fazer uma boa escolha do combustível que será utilizado. O com-bustível primário de uma fogueira é a ma-deira. O ideal é ir em busca de madeira livre de umidade, sadias e de diferentes espes-suras. Se for possível encontrar galhos que possuam algum tipo de fibras ou folha que também esteja seca, isso ajudará como isca para espalhar a chama.

As madeiras a serem usadas para uma fogueira serão cortadas de acordo com a técnica a ser utilizada, variando de acordo com o tipo de fogueira que será construída. O usual em todo tipo de fogueira, é que se tenha madeira de pelo menos quatro es-pessuras diferentes: galhos finos, médios, grandes e toras. Os galhos finos são usados para o início do fogo, junto das iscas. Os ga-lhos médios servem para encorpar o fogo e não deixar que se apague quando for ini-ciado, além de demorarem mais para quei-mar, dando tempo de que os galhos mais grossos começam a pegar fogo. Os galhos grandes e as toras serão aqueles que for-marão brasas e queimarão por mais tempo, formando o calor necessário em uma fo-gueira. As toras ainda podem ser utilizadas como sustentação em diferentes tipos de fogueiras.

Madeeeeiiiiraaaa!!!

Quando se prepara (corta) a madeira para o fogo, é importante que a pessoa que está preparando se afaste do grupo, evi-tando ferir alguém com alguma lasca que possa voar, ou mesmo com as ferramentas. É possível utilizar algum tronco ou pedra para escorar a lenha e cortá-la, utilizando as fermentas próprias para cada caso, ou colocar a lenha diretamente no chão. Os galhos finos e médios geralmente podem ser quebrados com as mãos para ajustar--se ao tamanho da fogueira, embora seja necessário tomar cuidado para não se ferir com espinhos ou pontas agudas. Algumas vezes pode ser necessário remover alguma aresta com o uso de uma faca ou canivete, sendo que nesta situação, deve-se utilizar a lâmina voltada para o lado de fora do cor-po, para evitar algum “tranco” que cause al-gum ferimento.

Gravetos finos

Gravetos médios

Gravetos grandes

Toras

Se estiver próximo de alguma mata de pinos, olhe para o chão. Provavelmente ele estará forrado de folhas secas, cascas de árvore e pinhas caídas, que são excelentes iscas para a fogueira. Sua composição possui uma espécie de resina e podem manter o fogo aceso por bastante tempo. Encha as mãos e estoque este material em abundância para ter uma fogueira viva.

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A lenha grande, por sua vez, em al-guns casos também precisa ser ajustada ao tamanho da fogueira, para que assim, ela possa ser controlada com maior preci-são. Geralmente, a madeira grande não se quebra com a força unicamente das mãos, sendo necessária alguma ferramenta para cortá-la, como serra, facão, machado ou machadinha. Qualquer uma destas ferra-mentas exige todo o cuidado ao ser utiliza-da, uma vez que são lâminas, e podem ferir ou machucar. Nunca deixe a mão de apoio próxima a parte da madeira que estará sen-do cortada ou golpeada com a lâmina, pois um erro pode custar até mesmo um dedo! Tenha cuidado também com o tipo de ma-deira, se for muito dura, trará imensas difi-culdades em ser cortada, podendo inclusi-ve cegar a lâmina da ferramenta.

Por fim, toras são as lenhas que exi-gem um maior esforço para serem corta-das, caso isso seja necessário. Geralmente, a melhor ferramenta para o corte de toras é o machado pesado, que exige força e técnica adequadas. As toras são cortadas com uma lâmina devidamente afiada que é empurrada para atravessar a madeira, utili-zando seu próprio peso. Golpeia-se a lenha com o machado, até que a lâmina fique cra-vada e firme na madeira, buscando atingi-la onde já exista uma rachadura para aprovei-tar a direção do cerne. Se a madeira não ra-char no primeiro golpe ou a lâmina não ficar cravada o suficiente para criar uma fissura, repita o processo. Em seguida, utiliza-se a força para golpear a madeira cravada em um cepo (preferencialmente) ou no próprio chão, embora isso vá lhe cansar muito mais rápido.

A boa madeira para o fogo não pode ser verde, por isso, nem pense em sair cor-tando galhos ou árvores pequenas para acender fogo. Além de um desrespeito para com a natureza, será um esforço inútil ou que produzirá algum resultado mínimo com um esforço colossal e desnecessário, uma vez que madeiras verdes possuem grande quantidade de umidade por esta-rem se nutrindo ligadas ao solo. A nature-za nos fornece, na maioria das vezes, tudo aquilo que precisamos para iniciar uma boa fogueira, portanto, olhe ao seu redor e use o que tiver disponível. Temos o costume de olhar para o chão e sair catando os gravetos que encontramos. O correto é ir em bus-ca das quatro espessuras de madeira que mencionamos, além de alguma isca, crian-do primeiro um estoque com todas elas se-paradas e organizadas, para depois montar a fogueira.

Olhe além do chão. Podem haver galhos presos em árvores, que por não estarem em contato com o solo, estarão livres da umidade.

Dica!

O inseto psychidae recolhe e serra pequenos pedaços de madeira para construir seu abrigo.

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É importante que se tenha em mente algumas regras de segurança para montar uma fogueira, que garantirão tanto a sua integridade quanto a segurança do ambiente. Devemos também observar as circunstâncias e as situações em rela-ção a necessidade de acender uma fogueira e local onde se está. Algumas das principais regras de segurança são:

• 1ª – Escolha um local adequado, de preferência 5m afastado das árvores e das barracas.

• 2ª – Faça uma breve limpeza do local, para evitar que o fogo se espalhe.

• 3ª – Em caso de utilizar pedras por alguma razão, evite usar rochas sedimentares que possam rachar e estourar com o calor.

• 4ª – Procure juntar lenha bem seca, sempre observan-do que não tenham insetos ou animais abrigados sob elas que possam causar algum tipo de acidente.

• 5ª – Faça uma vistoria do local, para assegurar-se de não haver nas proximidades algum tipo de toca de animais peçonhentos ou colmeias de abelhas, vespas ou outros inse-tos que possam sentir-se ameaçados pelo calor e pela movi-mentação.

• 6ª – Colete a lenha para a fogueira enquanto ainda houver luz do dia para evitar ser surpreendido por possíveis picadas de insetos ou animais peçonhentos.

• 7ª - Evite fazer fogueira em passarelas e trilhas de ani-mais, nem tão próximo a bebedouros ou lugares de possíveis pernoites de animais.

• 8ª – Jamais deixe material inflamável próximo ao fogo.• 9ª – Não brinque com fogo, isso pode causar sérios

problemas e iniciar um incêndio.• 10ª – Após utilizar a fogueira, certifique-se de apaga-la

e garantir que não possa reacender e espalhar-se uma vez mais. O ideal é enterrar as brasas.

• 11ª – Faça uma fogueira do tamanho que será estrita-mente necessário, assim você poupa recursos naturais e terá maior controle sobre o fogo.

• 12ª – Não fique muito perto do fogo, para evitar quei-maduras.

• 13ª – Jamais deixe a fogueira sozinha, isso evita que o fogo saia do controle. Vigie-o atentamente.

• 14ª – Sempre observe a direção do vento para escolher como e onde montar sua fogueira.

• 15ª – Tenha água por perto caso seja preciso apagar o fogo rapidamente ou controlar caso venha a se alastrar por alguma razão.

Regras desegurança

Em alguma situação de emergência, fazer ou não uma fogueira pode ser uma decisão importante a ser tomada. Fogueiras podem ser vistas de longe à noite, ou ainda sentidas (pela fumaça) a uma boa distância. Se o objetivo for não chamar a atenção, talvez a melhor decisão seja não fazer uma.

Importante!

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Tenha sempre em mente a máxima já explica-da anteriormente aqui: diferentes fogueiras exigi-rão diferentes técnicas. Porém, apesar de existirem várias possibilidades de tipos de fogueiras, alguns passos são comuns a todas elas.

• Escolha um bom local para construção da fogueira. Como já mencionamos, o ideal é obede-cer a distância de pelo menos 5m das árvores e de qualquer barraca.

• Faça uma limpeza do terreno onde a foguei-ra será construída, observando para que não haja a possibilidade do fogo se alastrar e provocar um incêndio.

• Colete toda a lenha que será necessária e organize-a de maneira a separar as diferentes es-pessuras, iscas e quaisquer outro material que esti-ver a disposição. Lembre-se, é melhor sobrar lenha do que faltar.

• Após ter todos os materiais à mão, construa a base da fogueira escolhida. Coloque uma quanti-dade de folhas e gravetos secos, juntamente com sua isca ou mecha principal, para que seja possível aumentar o poder de combustão e iniciar o fogo.

• Acrescente madeiras de maior espessura, para que o fogo aumente e se mantenha aceso, formando brasas posteriormente. O ideal é cons-truir a fogueira em forma de pirâmide, começando com a isca no miolo da fogueira e aumentando a espessura para o lado de fora.

• Tome o cuidado de permitir que o oxigênio circule entre o combustível, do contrário será im-possível acender e manter o fogo aceso.

• Inicie seu fogo com a técnica de ignição que tiver escolhido, começando pela isca principal de acendimento.

• A medida em que o fogo for se propagando, alimente-o com mais lenha, para que possa man-ter a fogueira acesa. Não se preocupe em ter sem-pre altas labaredas disponíveis. O mais importante é a intensidade de calor que o fogo produz.

Como fazeruma fogueira

A tarefa de fazer uma fogueira com apenas um palito de fósforo não é uma das mais fáceis, especialmente para aqueles que não têm experiência ou habilidade com fogueiras. O mais importante é riscá-lo bem pertinho da isca principal evitando movimentá-lo bruscamente para não apagá-lo. Também é fundamental observar a corrente de ar, pois a pequena chama gerada na fricção do fósforo é muito frágil e o vento, ou mesmo a respiração, podem apaga-la com muita facilidade. A dica para evitar a corrente de ar, é usar alguma proteção ao redor da fogueira, seja uma lona, casaco, plásticos ou até mesmo troncos e folhas disponíveis no ambiente do acampamento, ou ainda na ausência de qualquer destas, proteger com o corpo.

Apenas um fósforo

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Talvez mais difícil do que iniciar o fogo com um único palito e mantê-lo aceso, seja a árdua tarefa da classe de Pioneiro, onde é preciso fazer uma fogueira em clima chuvoso. Este desafio é re-almente problemático, uma vez que praticamente impossibilita a construção de uma fogueira, ou difi-culta em um nível absurdo. No entanto, não é uma tarefa impossível, exige apenas um esforço muito maior e uma técnica bastante refinada. Existem pelo menos três situações em que uma fogueira precisa ser pensada para clima chuvoso: quando está chovendo, quando já choveu e está tudo mo-lhado com a possibilidade de mais chuva, e ainda quando a chuva é eminente mas ainda não come-çou.

Nas três situações, é importante escolher um bom lugar para construir a fogueira, que possibilite montar um teto, ou proteção contra a chuva. Ainda assim, o maior problema com certeza não é o fenô-meno da chuva em si, mas como as coisas ficarão completamente encharcadas no solo. Quando está chovendo ou já choveu, todo o material ao redor com certeza estará molhado e, por isso, é preci-so buscar tudo aquilo que possa estar o mais seco possível, embaixo e no meio das árvores onde a água teve menos acesso (o que é muito difícil de encontrar). Ao coletar madeira, é importante esco-lher as mais grossas, rachá-las e retirar lascas bem finas de seu interior, pois a água penetra lentamen-te o cerne da madeira e, geralmente, o miolo de lenhas mais grossas estará seco.

O abrigo poderá ser construído com materiais naturais, como galhos e folhas, ou o que estiver a disposição como capas, casacos e lonas. Indepen-dente do material, é muito provável que a água ain-da assim chegará a fogueira, seja por gotejamento ou mesmo infiltração. Se utilizar galhos, escolha aqueles que apresentem uma estrutura bastante fechada e com largas folhas. Construa a proteção nem tão baixa a ponto de abafar o fogo e não con-seguir utilizá-lo, e nem tão alta a ponto da chuva conseguir apaga-lo pelas laterais. Também é im-portante fazê-lo largo e construir a fogueira bem no centro.

Fogoabaixo d’água

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Algumas dicas que podem auxiliar nes-te processo desafiador são:

• Não entre em pânico, mas mantenha o senso de urgência, uma vez que a chuva ga-nhará terreno muito rapidamente.

• Escolha o local mais seco e protegido que tiver a disposição.

• Construa o abrigo primeiro, planejando como irá construir a fogueira.

• Colete todos os materiais que conseguir. Tudo aquilo que estiver seco e não for ver-de poderá ser útil. É realmente difícil achar material seco, então lembre-se de rachar a lenha grossa e retirar a parte seca do miolo.

• Se ainda não choveu, colete o máximo de materiais possíveis e proteja-os da água.

• Tenha sempre seus materiais de ignição protegidos contra a água.

• Se conseguir, tente observar o clima e escolha o momento mais propício para tra-balhar na fogueira, afinal, tentar fazer fogo abaixo de uma tromba d’água é realmente desafiar a lógica.

Comidamateira

Assim como no dia a dia, em um acampamento a alimentação precisa ser feita com equilíbrio para que o corpo re-ceba todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento e para mantermos a saúde. Este equilíbrio nutricional está na ingestão balanceada de proteínas, gordu-ras, carboidratos, fibras e vitaminas. Dife-rentes alimentos apresentam diferentes taxas de cada uma destas propriedades, e o segredo está em conseguir alimen-tar-se com aquilo que possa se comple-mentar entre si. Fazer isso já é um desafio e tanto em nosso cotidiano, e fazer isso em um acampamento, onde a comodidade é mínima e as facilidades são poucas, exige bastante criatividade e técnica.

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Isso porque, a variedade de alimentos que são viáveis para serem levados em acampamen-tos é muito mais limitada do que encher o carro no supermercado e depois acondicionar os alimentos devidamente em casa. Um acampamento exige praticidade, com o transporte de coisas pequenas e leves, que funcionem sem precisarem de suporte de outro objeto ou utensílio, e que sejam extrema-mente funcionais. Por exemplo, você não irá levar um monte de tomates na mochila ou em caixas para fazer um molho em um acampamento, mas vai deixa-lo pronto antes de sair e transportá-lo em uma embalagem bem vedada e que ocupe o me-nor espaço e peso possível.

Este é apenas um exemplo da praticidade que se busca em acampamentos. Tudo vai de-pender sempre da estrutura que sua atividade vai exigir. Estamos tomando como base um acampa-mento rústico, onde a maior parte dos utensílios são levados pelos acampantes, e as refeições se-rão preparadas em fogo de chão, sem aparelhos elétricos e similares. Tenha em mente que quanto mais facilidades você tiver em seu acampamento, maiores serão suas opções.

A seguir veremos alguns alimentos que po-dem ser preparados em uma fogueira de acampa-mento, ou ainda alguns complementos que serão úteis em uma refeição campeira. Não daremos a você um cardápio pronto, mas diante destas su-gestões, com mais alguma pesquisa ou receita própria e tendo em mente um conhecimento nu-tricional básico, monte um cardápio balanceado e próprio para atender as suas necessidades ao co-zinhar em uma fogueira.

• Ovos – podem ser feitos de inúmeras ma-neiras diferentes, desde cozidos em uma panela com água, até cozidos dentro de uma crosta de barro. Podem também ser fritos em uma frigideira ou uma pedra, e até mesmo espetados. Seu gran-de benefício é justamente a versatilidade em mo-dos de preparo.

• Pão – é possível levar a massa pronta para ser assada na fogueira ou pode ser feito no próprio acampamento com farinha, sal e fermento.

Ingredientes: 500g de farinha de trigo;1 ovo;1 colher de sopa de sal.

Preparo: Quebre o ovo e misture com a farinha e o sal, amassando os ingredientes. Este processo pode ser feito em uma embalagem vedável. Quando der liga, basta retirá-lo e sovar mais um pouco. Em seguida, enrole-o em um espeto, e o pão de caçador estará pronto para ser assado na fogueira.

Existem diferentes receitas que acrescentam outros ingredientes, e você pode fazer experiências de acordo com seu gosto e criatividade. Esta é a receita base e a mais simples para não precisar de muitas coisas.

Pão de Caçador

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• Frutas – são importantes em razão do va-lor nutricional. Uma opção é levá-las desidratadas para poupar espaço na bagagem.

• Leite – é rico em gordura e pode ser fervido na fogueira e combinado com uma variedade de cereais e grãos.

• Massa – de diferentes formatos.• Arroz – é possível fazê-lo do zero ou com-

prar sua versão pré-cozida. O desafio é fazê-lo em uma panela de bambu.

• Feijão – procure pelo feijão pré-cozido em mercados. Depois basta acrescentar um pouco de água e sua refeição ficará muito melhor.

• Batata – doce ou inglesa, pode ser assada na brasa envolta em papel alumínio.

• Cenoura – pode ser assada na brasa envolta em papel alumínio ou ainda acrescentada a uma panela com água junto de batata, massa e sal for-mando uma deliciosa sopa.

• Milho – espetado e assado, se ficar um pou-quinho queimado fica até melhor.

• PVT e Glúten – devem ser preparados por quem sabe e de forma antecipada.

• Saladas – alface, rúcula, vagem, couve, exis-tem muitas variedades. O importante é mantê-las bem acondicionadas e frescas.

• Cebola – cebola espetada e assada ou cor-tada e usada como tempero.

• Temperos – alho, salsinha, cebolinha, man-jericão, louro... São inúmeros temperos que ocu-pam pouco espaço na bagagem e darão um sabor especial a comida.

• Abobrinha – pode ser cortada e feita à mila-nesa com farinha de rosca e ovo.

• Mandioca – pré cozida é uma excelente op-ção até mesmo para ser feita com ovos.

• Moranga – além de ser um ótimo alimento, sua casca serve até mesmo como panela.

• Cogumelos – coma somente se souber que não são venenosos ou poderão fazer algum mal.

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Cada um destes alimentos, e vários ou-tros que não foram mencionados, passam por diferentes processos de preparação sendo refogados, assados, cozidos ou fritos. É importante para um desbravador saber a diferença entre cada um destes modos de preparo, até mesmo para ampliar sua gama de conhecimento e possibilidades e jamais “se apertar” quando o assunto for comida (mesmo em casa).

Refogar é quase fritar, só que em pou-ca gordura fervente, ou seja, preparar o ali-mento em alta temperatura mas com pouca gordura (óleo, azeite, manteiga), e mexendo ele o tempo todo para misturar bem. Para saber se a quantidade de gordura está cer-ta para refogar, basta que ela molhe o ali-mento o suficiente e pronto. Já a técnica de fritar, exige uma quantidade de gordura um pouco maior, para mergulhar o alimen-to ou molhá-lo muito mais. Batatas e ovos são exemplos de alimentos que podem ser preparados fritos.

Cozinhar é uma palavra que se aplica basicamente a todo processo de preparo do alimento. De forma técnica, está mais li-gada ao ato de usar a água e o fogo para

preparar um alimento, como o arroz ou um ovo cozido, por exemplo. Por fim, a técnica de assar é aquela que praticamente não envolve gordura além daquela presente no próprio alimento. O calor é o meio utiliza-do no preparo da comida, como no caso do pão de caçador, por exemplo, ou de bata-tas e cenouras que são colocadas na brasa para assar, e ainda milhos.

Para estar bem preparado para fazer comida mateira, é importante carregar uma pequena panela com alça, que se adapte aos mais diversos tipos de fogueiras. Um caldeirãozinho é indicado quando a ideia for construir uma fogueira do tipo cama rá-pida. A panela é fundamental, porque nela o desbravador poderá preparar os alimen-tos utilizando a maior parte das técnicas. É importante no entanto, que essa panela não seja pesada demais e consiga comportar o volume do alimento que se pretende pre-parar. Ainda é possível montar uma panela improvisada com casca de coco, casca de moranga, com bambu e até mesmo fritar um ovo na casca de laranja, o que facilita bastante no reaproveitamento de alimentos e dá um “level-up” nas habilidades mateiras.

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Quando vamos para o meio da nature-za é importante tomar algumas precauções que poderão evitar uma série de incômo-dos quando o assunto é comida. Um destes cuidados é com relação a conservação. Na maioria das vezes não teremos comodida-des ou utensílios que ajudem a manter os ali-mentos frescos e fora do alcance de animais. Para suprir esta carência, algumas técnicas usando o que dispomos, poderão ajudar.

Se estivermos nas proximidades de al-gum riacho, pode-se vedar os alimentos em sacolas ou caixas adequadas, adicionar um peso dependendo do alimento, e amarrar em uma árvore ou pedra para em seguida colocá-lo na água, tomando todo o cuida-do para que a correnteza não o leve. Assim nosso alimento estará fresco e protegido da ação da maioria dos animais. Outra possibi-lidade é cavar um buraco no chão de apro-ximadamente 80cm, uma profundidade em que a umidade da terra tem uma ação iso-lante, para enterrar os alimentos, desde que bem vedados e protegidos. Após colocar o alimento dentro do buraco, deve-se prote-ger com uma barreira de madeira ou taqua-ra, cobrindo novamente com uma camada de terra. Uma terceira técnica, seria erguer os alimentos ensacados ou em uma rede, com uma corda em um galho ou varal de pioneiria. Para evitar o ataque, principalmen-te de insetos, o alho é um repelente natural que pode ser utilizado, devendo ser moído e passado por toda a corda.

Cuidados Importantescom os alimentos

Ainda uma outra forma bastante útil, que exige um pouco mais de trabalho, é a construção de pioneirias. Fazer uma pia de acampamento, uma mesa, ou um utensílio que possibilite armazenar tanto os alimen-tos quanto os equipamentos, é algo vital em acampamentos que vão exigir uma estrutura maior. Construir uma verdadeira cozinha ma-teira utilizando técnicas de pioneirias, pode não ser a tarefa mais fácil, mas com certe-za vai ajudá-lo a se organizar de uma forma muito mais precisa e segura.

Um cuidado que também envolve as panelas e equipamentos usados para cozi-nhar, é a questão da higiene. É importante em quaisquer circunstâncias e, durante um acampamento, trilha ou passeio na natureza, não poderia ser diferente. Todos os utensílios devem ser limpos antes de serem utilizados e devidamente lavados, após o uso, em água corrente e limpa. Ao fazer isso, tenha o cui-dado em utilizar itens biodegradáveis para não prejudicar o meio ambiente. Quando co-zinhamos em fogueira, estamos ao ar livre, e expostos a micro-organismos diferentes daqueles com que nosso corpo está habi-tuado, sendo possível que haja alguma re-ação adversa e negativa para nossa saúde quando não limpamos cada item de forma cuidadosa e correta. Além disso, a limpeza adequada em um acampamento evita a pro-liferação de moscas e outros insetos, e evita atrair roedores e outros animais, até mesmo os peçonhentos.

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Referências:https://www.unimed.coop.br/viver-bem/alimentacao/dez-dicas-para-uma-alimentacao-saudavel

https://www.ecodurismo.com.br/post/2018/01/04/a-arte-de-cozinhar-durante-o-acampamento

O mais completo guia de sobrevivência – ed. Catapulta

O livro perigoso para garotos – Conn e Hal Iggulden

O livro das garotas audaciosas – Andrea J. Buchannan & Miriam Peskowitz

https://www.youtube.com/watch?v=iFK0r0txNN0

http://fuiacampar.com.br/pao-de-cacador/

https://socorronacozinha.com.br/refogar/

Manual Sobrevivência na Selva – IP 21 – 80 (Instruções Provisória) - Exército Brasileiro – 2ª Edição – 1999.

1. Preparar, entre as seguir, cinco diferentes tipos de fogueiras e saber o uso específico de cada uma. Dois destes devem ser próprios para cozinhar alimentos:

a) Fogo do Conselhob) Altar de Cozinhac) Fogo de Trincheirad) Cercadura de Pedrae) Cama Rápidaf) Fogo Estrelag) Fogo de Caçadorh) Fogo Refletor2. Preparar madeira e gravetos com segurança.3. Demonstrar as técnicas corretas de começar uma fogueira.4. Começar uma fogueira com um palito de fósforo e mantê-la acesa por, no

mínimo, 10 minutos.5. Conhecer e praticar cinco regras de segurança.6. Demonstrar como cortar corretamente madeira para fogueira.7. Demonstrar habilidade para começar uma fogueira em tempo chuvoso.8. Demonstrar habilidade para refogar, cozinhar, fritar e assar alimentos. Assar um

pão num espeto e assar outro alimento em papel alumínio.9. Conhecer um método natural, além do gelo, para manter os alimentos gelados/

frios enquanto estiver acampando.10. Conhecer maneiras de manter o alimento e utensílios a salvo de ataque de

animais e insetos.11. Por que é importante manter limpos os utensílios usados para cozinhar e

comer?12. Demonstrar conhecimento da nutrição apropriada e combinação de alimentos,

fazer um cardápio completo e balanceado para seis refeições de acampamento. Incluir o seguinte:

a) Um desjejum, almoço ou jantar para um dia de caminhada, no qual a alimentação leve é importante. A refeição não deve ser cozida, pois perde muito de seus valores nutritivos.

b) As cinco refeições restantes podem ser feitas com qualquer tipo de comida: alimentos enlatados, frescos, congelados ou desidratados.

13. Fazer uma lista dos suprimentos que serão necessários para preparar as seis refeições acima.

14. Saber como preparar os alimentos com segurança, dispor do lixo adequadamente e lavar os utensílios.

Requisitosacompanhe seu desenvolvimento

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