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GEAEL – Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica 1 489. Há Espíritos que se ligam a um indivíduo em parti- cular para protegê-lo? – Sim, o irmão espiritual; é o que chamais de bom Espí- rito ou gênio bom. 490. Que se deve entender por anjo de guarda? – O Espírito protetor de uma ordem elevada. 491. Qual é a missão do Espírito protetor? – A de um pai com relação aos filhos: guiar seu pro- tegido no caminho do bem, ajudá-lo com seus conselhos, consolá-lo em suas aflições, encorajá-lo nas provas da vida. 492. O Espírito protetor se apega ao indivíduo desde o nascimento? – Desde o nascimento até a morte, e muitas vezes o segue após a morte, na vida espírita, e mesmo em várias existências corporais, pois essas existências nada mais são do que fases bem curtas se comparadas à vida do Espírito. 493. A missão do Espírito protetor é voluntária ou obri- gatória? – O Espírito é abrigado a velar por vós porque aceitou essa tarefa, mas ele pode escolher seres que lhe são simpáti- cos. Para uns é um prazer, para outros, uma missão ou um dever. 493a. Ao ligar-se a uma pessoa, o Espírito deixa de proteger outros indi- víduos? – Não, mas o faz menos exclusiva- mente. 494. O Espírito protetor fica inevi- tavelmente ligado ao ser confiado à sua guarda? – É comum ocorrer que alguns Es- píritos deixem sua posição para reali- zar diversas missões, mas, nesse caso, são substituídos. 495. Às vezes o Espírito protetor abandona seu protegido quando este não aceita seus conselhos? – Ele se afasta quando vê que seus conselhos são inúteis e a vontade de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores é mais forte; Mas não o aban- dona completamente e sempre se faz ouvir. Só que o homem tapa os ouvidos. Se for chamado, o protetor volta. Por seu encanto e doçura, a dou- trina dos anjos de guarda deveria con- verter os mais incrédulos. Pensar que Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Conhecendo a Doutrina Espírita – 3 Estudos doutrinários do GEAEL GEAEL Os anjos guardiães

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GEAEL – Escola de Aprendizes do Evangelho - Aliança Espírita Evangélica 1

489. Há Espíritos que se ligam a um indivíduo em parti-cular para protegê-lo?

– Sim, o irmão espiritual; é o que chamais de bom Espí-rito ou gênio bom.

490. Que se deve entender por anjo de guarda?– O Espírito protetor de uma ordem elevada.

491. Qual é a missão do Espírito protetor?– A de um pai com relação aos filhos: guiar seu pro-

tegido no caminho do bem, ajudá-lo com seus conselhos,

consolá-lo em suas aflições, encorajá-lo nas provas da vida.

492. O Espírito protetor se apega ao indivíduo desde o nascimento?

– Desde o nascimento até a morte, e muitas vezes o segue após a morte, na vida espírita, e mesmo em várias existências corporais, pois essas existências nada mais são do que fases bem curtas se comparadas à vida do Espírito.

493. A missão do Espírito protetor é voluntária ou obri-gatória?

– O Espírito é abrigado a velar por vós porque aceitou essa tarefa, mas ele pode escolher seres que lhe são simpáti-cos. Para uns é um prazer, para outros, uma missão ou um dever.

493a. Ao ligar-se a uma pessoa, o Espírito deixa de proteger outros indi-víduos?

– Não, mas o faz menos exclusiva-mente.

494. O Espírito protetor fica inevi-tavelmente ligado ao ser confiado à sua guarda?

– É comum ocorrer que alguns Es-píritos deixem sua posição para reali-zar diversas missões, mas, nesse caso, são substituídos.

495. Às vezes o Espírito protetor abandona seu protegido quando este não aceita seus conselhos?

– Ele se afasta quando vê que seus conselhos são inúteis e a vontade de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores é mais forte; Mas não o aban-dona completamente e sempre se faz ouvir. Só que o homem tapa os ouvidos. Se for chamado, o protetor volta.

Por seu encanto e doçura, a dou-trina dos anjos de guarda deveria con-verter os mais incrédulos. Pensar que

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraConhecendo a Doutrina Espírita – 3

Estudos doutrinários do GEAELGEAEL

• Os anjos guardiães

2 Conhecendo a Doutrina EspíritaSolicite a versão eletrônica pelo e-mail: [email protected]

tendes sempre ao vosso lado seres que são superiores a vós, que estão sempre prontos a aconselhar-vos, amparar-vos, ajudar-vos a galgar a íngreme montanha do bem, que são amigos mais devotados e fiéis do que as mais íntimas rela-ções que se possa ter na terra, não é uma idéia muito conso-ladora? Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi Ele quem os pôs ao vosso lado, estão aí por amor a Deus, e junto a vós desempenham uma bela, porém difícil missão. Sim, onde quer que estiverdes, vosso protetor está convosco: prisões, hospitais, antros de libertinagem, solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas de quem vossa alma percebe os mais leves impulsos e ouve os sábios conselhos.

Por que não conheceis melhor esta verdade! Quantas ve-zes vos ajudaria nos momentos de crise, quantas vezes vos livraria dos maus Espíritos! Durante o dia, porém, muitas vezes esse anjo do bem terá que vos dizer: “Não te aconselhei isto? E não o fizeste. Não te mostrei o abismo? E nele te preci-pitaste. Não fiz ecoar na tua consciência a voz da verdade? E não seguiste os conselhos da mentira?” Ah! Consultai vossos anjos de guarda; estabelecei entre eles e vós a terna intimi-dade que reina entre os melhores amigos. Não penseis em esconder-lhes nada, porque eles têm o olhar de Deus, e não podeis enganá-los. Pensai no futuro; procurai avançar nes-ta vida, vossas provas serão mais breves, vossas existências, mais felizes. Vamos, homens corajosos! De uma vez por todas, lançai para longe de vós preconceitos e segundas intenções; entrai no novo caminho que se abre à vossa frente. Cami-nhai! Tendes guias, segui-os: não podeis deixar de alcançar a meta, porque essa meta é o próprio Deus.

Aos que pensarem que é impossível que Espíritos verda-deiramente elevados se sujeitem a uma tarefa tão árdua e ininterrupta, diremos que nós influenciamos vossas almas mesmo estando milhões de léguas distantes de vós: para nós, o espaço nada significa, e, embora vivendo em outro mundo, nossos Espíritos mantêm sua ligação com o vosso. Possuímos propriedades que não podeis compreender, mas tende certeza de que Deus não nos impôs uma tarefa além das nossas forças e de que Ele não vos abandonou sozinhos na terra, sem amigos e desamparados. Cada anjo de guarda tem seu protegido, pelo qual vela, como um pai vela por seu filho; fica feliz quando o vê no bom caminho; sofre quando seus conselhos são desprezados.

Não tenhais medo de cansar-nos com vossas perguntas. Ao contrário, ficai sempre em contato conosco: sereis mais fortes e mais felizes. São essas comunicações de cada homem com seu Espírito familiar que fazem de todos os homens mé-diuns, médiuns hoje ignorados, mas que mais tarde se ma-nifestarão e se espalharão como um oceano incontido para rechaçar e incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento, educai vossos irmãos. Não imagi-nais que obra realizais assim: é a obra do Cristo, a obra que Deus vos impôs. Por que Deus vos deu a inteligência e o saber, senão para os repartirdes com vossos irmãos, para fazê-los progredir no caminho da prosperidade e da felicidade eterna?

São Luís, Santo Agostinho

A doutrina dos anjos de guarda velando por seus protegi-dos, apesar da distância que separa os mundos, nada tem que deva surpreender; é, ao contrário, grandiosa e sublime. Não vemos na terra um pai, embora estando longe do filho, velar por ele, ajudá-lo com seus conselhos por correspondência? En-tão, que haveria de estranho no fato de os Espíritos poderem guiar, de um mundo ao outro, quem tomam sob sua proteção, uma vez que para eles a distância que separa os mundos é me-nor do que a que, na terra, separa os continentes? Além disso, eles não têm o fluido universal, veículo imenso da transmissão dos pensamentos, como o ar é para nós o veículo da transmis-são do som, que une todos os mundos, tornando-os solidários?

496. O Espírito que abandona seu protegido, não lhe fazendo mais bem, pode fazer-lhe mal?

– Os bons Espíritos nunca fazem mal; deixam que os que tomam seu lugar o façam. Então, culpais a sorte pelas desgraças que vos oprimem, quando a culpa é vossa.

497. O Espírito protetor pode deixar seu protegido à mercê de um Espírito que poderia desejar-lhe o mal?

– Os maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons; mas se o protegido quiser, devolverá toda energia ao seu bom Espírito. Talvez o bom Espírito encontre, em al-gum lugar, alguém de boa vontade a ser ajudado; aproveita a ocasião para isso, enquanto aguarda seu retorno para junto do seu protegido.

498. Quando o Espírito protetor deixa seu protegido de-sencaminhar-se na vida, significa que não pode lutar contra outros Espíritos maléficos?

– Não é porque não pode, mas porque não quer; para que seu protegido saia das provas mais perfeito e mais ins-truído. Assiste-o com seus conselhos, através dos bons pen-samentos que lhe sugere e que, infelizmente, nem sempre são ouvidos. Só a fraqueza, a negligência ou o orgulho do homem dão força aos maus Espíritos; seu poder sobre vós deve-se ao fato de não lhes opordes resistência.

499. O Espírito protetor está constantemente com seu protegido? Não há alguma situação em que, sem abandoná--lo, ele o perca de vista?

– Há circunstâncias em que a presença do Espírito pro-tetor não é necessária junto ao seu protegido.

500. Chega uma hora em que o Espírito não precisa mais de um anjo de guarda?

– Sim, quando atinge o ponto de poder governar-se so-zinho, como chega um momento em que o estudante não precisa mais de mestre. Mas isso não acontece na terra.

501. Por que a ação dos Espíritos sobre nossa existência é oculta, e por que, quando nos protegem, não o fazem de modo explícito?

– Se contásseis com seu apoio, não agiríeis por iniciativa

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própria, e vosso Espírito não progrediria. Para que ele possa avançar, precisa de experiência, e muitas vezes deve adquiri-la às suas custas; é necessário que exercite suas forças, sem isso seria como uma criança que não deixam que ande sozinha. A ação dos Espíritos que desejam vosso bem sempre é plantada de forma a deixar-vos vosso livre-arbítrio, pois se não tivésseis responsabilidade, não avançaríeis no caminho que deve con-duzir-vos a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem confia em suas próprias forças. No entanto, seu guia vela por ele e, de tempos em tempos, lhe diz que fique atento ao perigo.

502. O Espírito protetor que consegue levar seu protegi-do ao bom caminho, tira disso algum proveito?

– É um mérito que lhe é levado em conta, seja para seu progresso, seja para sua felicidade. Fica feliz quando vê seus cuidados coroados de sucesso; comemora, como um educa-dor comemora os sucessos do seu aluno.

502a. Ele é responsável se não tiver êxito?– Não, pois fez o que dependia dele.

503. O Espírito protetor sofre quando vê seu protegido seguir um mau caminho, apesar dos seus conselhos? E isso não é uma causa de perturbação da sua felicidade?

– Sofre com os erros dele, e lamenta-os. Mas essa aflição não tem as angústias da paternidade terrestre, porque sabe que há remédio para o mal, e que o que não se fez hoje, amanhã se fará.

504. Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito protetor ou anjo de guarda?

– Como quereis saber nomes que não existem para vós? Então, pensais que só haja entre os Espíritos aqueles que conheceis?

504a. Como invocá-lo, então, se não o conhecemos?– Dai-lhe o nome que quiserdes, o de um Espírito supe-

rior por quem tendes simpatia ou veneração; vosso Espírito protetor atenderá ao chamado, pois todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem mutuamente.

505. Os Espíritos protetores que tomam nomes conhecidos são sempre, realmente, os das pessoas que tinham esses nomes?

– Não; podem ser Espíritos que têm afinidade com os daquelas pessoas, e que muitas vezes vêm a seu pedido. Pre-cisais de nomes; então eles adotam um que vos inspire con-fiança. Quando não podeis desempenhar pessoalmente uma missão, mandais um representante que age em vosso nome.

506. Quando estivermos na vida espírita, reconhecere-mos nosso Espírito protetor?

– Sim. Muitas vezes o conhecíeis antes de encarnardes.

507. Todos os Espíritos protetores pertencem à classe dos Espíritos superiores? Podem encontrar-se entre os da

classe média? Um pai, por exemplo, pode tornar-se Espírito protetor do seu filho?

– Pode, mas a proteção pressupõe um certo grau de ele-vação, e um poder ou uma virtude a mais concedidos por Deus. O pai que protege seu filho pode, por sua vez, ser assis-tido por um Espírito mais elevado.

508. Os Espíritos que deixam a terra em boas condições sempre podem proteger os que amam e que lhes sobrevivem?

– Seu poder é mais ou menos restrito. A situação em que se encontram nem sempre lhes permite total liberdade de ação.

509. Quando no estado selvagem ou de inferioridade moral, os homens têm igualmente seus Espíritos protetores; esses Espíritos são, nesse caso, de uma ordem tão elevada quanto a dos protetores dos homens muito avançados?

– Cada homem tem um Espírito que vela por ele, mas as missões têm relação com seu objetivo. Não dais um pro-fessor de filosofia a uma criança que está aprendendo a ler. O progresso do Espírito familiar acompanha o do Espírito protegido. Tendo um Espírito superior velando por vós, po-deis, também, tornar-vos protetor de um Espírito que vos seja inferior, e os progressos que o ajudardes a fazer contri-buirão para o vosso adiantamento. Deus não pede ao Espí-rito nada além do que sua natureza e o grau de elevação a que chegou possam suportar.

510. Quando o pai que vela pelo filho reencarna, conti-nua a velar por ele?

4 Conhecendo a Doutrina EspíritaSolicite a versão eletrônica pelo e-mail: [email protected]

– É mais difícil; porém, num momento de desprendi-mento, ele pede a um Espírito com quem tem afinidade que o assista nessa missão. Além do mais, os Espíritos só acei-tam missões que possam desempenhar até o fim.

O Espírito encarnado, principalmente em mundos em que a existência é material, se acha demasiadamente subor-dinado ao corpo para poder dedicar-se inteiramente a outro, isto é, para assisti-lo pessoalmente. Eis por que os que não são suficientemente elevados são eles próprios assistidos por Es-píritos que lhes são superiores, de tal forma que, se por uma causa qualquer um vem a faltar, é substituído por outro.

511. Além do Espírito protetor, há um mau Espírito li-gado a cada indivíduo visando a induzi-lo ao mal e propor-cionar-lhe uma oportunidade de lutar entre o bem e o mal?

– Ligado não é o termo. É bem verdade que os maus Es-píritos procuram desviar o homem do bom caminho quando têm ocasião de fazê-lo; porém, quando um desses Espíritos se liga a um indivíduo, ele o faz por conta própria, porque acha que será ouvido. Acontece, então, a luta entre o bom e o mau, e vence aquele por quem o homem se deixa influenciar.

512. Podemos ter vários Espíritos protetores?– Todo homem sempre encontra Espíritos mais ou me-

nos elevados com os quais tem afinidade, que lhe querem bem e se interessam por ele, como encontra também os que o assistem no mal.

513. Os Espíritos que simpatizam conosco agem incum-bidos de uma missão?

– Às vezes podem ter uma missão temporária. Na maio-ria dos casos, porém, são atraídos pela semelhança de pen-samentos e sentimentos, tanto para o bem como para o mal.

513a. Parece que disso se pode concluir que os Espíritos que têm afinidade conosco podem ser bons ou maus?

– Sim, o homem sempre encontra Espíritos que simpati-zam com ele, seja qual for seu caráter.

514. Espíritos familiares, Espíritos simpáticos e Espíritos protetores são a mesma coisa?

– Há muitos matizes na proteção e na simpatia; dai--lhes os nomes que quiserdes. O Espírito familiar é, acima de tudo, o amigo da casa.

Das explicações acima e das observações feitas a respei-to da natureza dos Espíritos que se ligam ao homem, pode-se deduzir o seguinte:

O Espírito protetor, anjo de guarda ou bom gênio é o que tem por missão seguir o homem na vida e ajudá-lo a progredir. Com relação à sua natureza, é sempre superior à do protegido.

Os Espíritos familiares se ligam a determinadas pessoas por laços mais ou menos duradouros, com o intuito de ser--lhes úteis, na medida da sua capacidade, muitas vezes bas-tante limitada. São bons, mas às vezes pouco adiantados e até

meio levianos; ocupam-se de bom grado com detalhes da vida íntima e só agem por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.

Os Espíritos afins são os que se sentem atraídos por nossas afeições particulares e por uma certa semelhança de gostos e sentimentos, tanto para o bem como para o mal. A duração de suas relações está quase sempre subordinada às circunstâncias.

O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso que se liga ao homem para desviá-lo do bem; age, porém, por conta própria e não no desempenho de uma missão. Sua obstinação é proporcional à maior ou menor facilidade de acesso que en-contre. O homem continua livre para ouvir sua voz ou repeli-la.

515. Que se deve pensar das pessoas que parecem ligar--se a certos indivíduos para levá-los fatalmente à perdição, ou para guiá-los no bom caminho?

– Realmente, certas pessoas exercem sobre outras uma espécie de fascínio que parece irresistível. Quando isso acon-tece para o mal, são maus Espíritos de que outros maus Espíritos se servem para melhor subjugar. Deus o permite para vos pôr à prova.

516. Nossos gênios, o bom e o mau, poderiam encarnar para acompanhar-nos na vida de maneira mais direta?

– Às vezes isso acontece; mas também, frequentemente, encarregam dessa missão outros Espíritos encarnados com os quais simpatizam.

517. Há Espíritos que se ligam a uma família inteira para protegê-la?

– Alguns Espíritos se ligam aos membros de uma mesma família, que vivem juntos e são unidos pela afeição, mas não acrediteis em Espíritos protetores do orgulho das estirpes.

518. Assim como são atraídos para os indivíduos por suas simpatias, os Espíritos são igualmente atraídos para as reuni-ões de indivíduos por motivos particulares?

– Os Espíritos vão de preferência aonde estão seus se-melhantes; lá, sentem-se à vontade e têm mais certeza de serem ouvidos. Por suas tendências, o homem atrai os Espí-ritos, quer esteja só ou fazendo parte de uma coletividade, como uma sociedade, uma cidade ou um povo. Portanto, há sociedades, cidades e povos que são assistidos por Espíritos mais ou menos elevados, conforme o caráter e as paixões que neles predominem. Os Espíritos imperfeitos se afastam de quem os rejeita. Consequentemente, o aperfeiçoamento moral das coletividades, como o dos indivíduos, tende a afastar os maus Espíritos e a atrair os bons, que estimulam e alimentam o sentimento do bem nas massas, como outros podem insuflar-lhes más paixões.

O Livro dos EspíritosAllan Kardec

Cap. IX “Intervenção dos Espíritos no mundo corporal”Editora do ConhECimEnto

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Influência do exercício da mediunidade sobre a saúde, sobre o cérebro e sobre as crianças

221. I. A faculdade mediúnica é indício de um esta-do patológico qualquer, ou de um estado simplesmente anômalo?

— Às vezes anômalo, mas não patológico; há mé-diuns de saúde vigorosa; os que são doentes, o são por outras causas.

II. O exercício da faculdade mediúnica pode cau-sar fadiga?

— O exercício muito prolongado de qualquer fa-culdade leva à fadiga; a mediunidade está no mesmo caso, principalmente a que se aplica aos efeitos físicos; ela ocasiona inevitavelmente um dispêndio de fluido, que provoca cansaço, mas que com repouso se repara.

III. Por si só, sem levar em conta o abuso, o exer-cício da mediunidade pode ter inconvenientes no to-cante à saúde?

— Há casos em que é prudente, necessário mes-mo, abster-se, ou pelo menos moderar-lhe o uso; tudo depende do estado físico e psicológico do médium. Ge-ralmente, aliás, o médium o percebe, e quando se sente cansado deve abster-se.

IV. Há pessoas para quem esse exercício tenha mais inconvenientes do que para outras?

— Já disse que tudo depende do estado físico e psi-cológico do médium. Há pessoas com relação às quais devem evitar-se quaisquer causas de superexcitação, e o exercício da mediunidade é uma delas. (Números 188 e 194.)

V. A mediunidade poderia gerar a loucura?— Não mais do que outra coisa qualquer, se não houver

predisposição devido à fraqueza do cérebro. A mediunidade não provocará loucura, se não existir propensão; caso exista, porém, o que é fácil perceber pelo estado mental, diz o bom senso que se deve tomar precauções sob todos os aspectos, porque qualquer motivo de abalo pode ser prejudicial.

VI. Há algum inconveniente em desenvolver a mediuni-dade em crianças?

— Certamente, e afirmo que é muito perigoso, pois esses organismos frágeis e delicados ficariam muito abalados com isso, e sua tenra imaginação ficaria demasiado superexcita-da. Assim, os pais sensatos deverão afastá-las dessas idéias, ou, pelo menos, deverão falar-lhes de mediunidade somente do ponto de vista das conseqüências morais.

VII. No entanto, há crianças que são naturalmente mé-diuns, quer para efeitos físicos, quer para a escrita e para as visões. Isto tem o mesmo inconveniente?

— Não; quando a faculdade é espontânea numa criança, é porque faz parte da sua natureza e porque sua constituição admite isso. O mesmo não acontece quando é provocada e vivamente excitada. Notai que a criança que tem visões ge-ralmente pouco se impressiona com elas, pois lhe parecem algo muito natural, a que quase não dá atenção, e que muitas vezes esquece. Mais tarde o fato lhe volta à memória e, se ela

conhece o espiritismo, facilmente o explica.VIII. Qual é a idade em que se pode, sem inconvenientes,

dedicar-se à mediunidade?— Não há uma idade exata, tudo depende exclusivamen-

te do desenvolvimento físico, e mais ainda do desenvolvimen-to mental. Há crianças de doze anos que são menos afetadas por ela do que alguns adultos. Falo de mediunidade em geral, mas a que se aplica aos efeitos físicos é corporalmente mais cansativa; a escrita tem outro inconveniente, que tem a ver com a inexperiência da criança, caso pretenda ocupar-se dela sozinha, transformando-a numa brincadeira.

222. A prática do espiritismo, como veremos mais tar-de, exige muito tato para frustrar as artimanhas dos Espí-ritos enganadores; se homens feitos são logrados por eles, a infância e a juventude, por inexperiência, ficam ainda mais expostas às suas ciladas. Além disso, sabe-se que o recolhi-mento é uma condição sem a qual não é possível comunicar--se com Espíritos sérios; as evocações feitas irrefletidamente e por diversão são uma verdadeira profanação, que dá fácil acesso aos Espíritos zombeteiros ou maldosos; como não se pode esperar de uma criança a seriedade indispensável a um ato como esse, seria de temer que ela fizesse disso um passa-tempo, caso ficasse entregue a si mesma. Até nas condições mais favoráveis, é desejável que uma criança dotada de fa-

Crianças médiuns

6 Conhecendo a Doutrina EspíritaSolicite a versão eletrônica pelo e-mail: [email protected]

culdade mediúnica só a exerça sob a supervisão de pessoas experientes que, por seu exemplo, lhe ensinarão o respeito que se deve às almas dos que viveram. A partir disso, vê-se que a questão da idade está subordinada a alguns requisi-tos, tanto de temperamento como de caráter. No entanto, o que se destaca claramente nas respostas acima é que não se deve forçar o desenvolvimento dessa faculdade em crian-ças, quando esta não é espontânea; que, em todos os casos, deve-se proceder com grande prudência, e que tampouco se deve excitá-la, nem encorajá-la em pessoas débeis. Deve-se dissuadir, por todos os meios possíveis, as que apresentem os mínimos sintomas de excentricidade nas idéias, ou de en-fraquecimento das faculdades mentais, porque há nelas uma evidente predisposição para a loucura, que qualquer motivo de exaltação pode desencadear. Quanto a isso, as idéias es-píritas não têm maior influência, mas, vindo a declarar-se, a loucura assumiria o caráter da preocupação dominante, como assumiria um caráter religioso se a pessoa se entre-gasse exageradamente às práticas da devoção, e diriam que o espiritismo foi responsável por ela. O que de melhor se tem a fazer com qualquer indivíduo que mostre uma tendência a uma idéia fixa, é dirigir-lhe a preocupação para outras coi-sas, a fim de proporcionar repouso aos órgãos enfraquecidos.

Com relação ao assunto, chamamos a atenção dos nossos leitores para o parágrafo XII da introdução de O Livro dos Espíritos.

O Livro dos MédiunsAllan Kardec

Cap. XVIII “Inconvenientes e riscos da mediunidade”Editora do ConhECimEnto

Embora jovem, Jesus já tinha o aspecto grave e austero próprio do homem idoso. Mas era de porte imponente e seus olhos serenos, penetrantes e profundos, malgrado refletissem a melancolia que o dominava desde a infância, eram plenos de uma ternura quase feminina. Atingira os dezenove anos e já sofria imensamente ao verificar que entre os seus próprios familiares e conterrâneos, não era compreendido no seu Ideal messiânico, comprovando-se, mais uma vez, o velho ditado de que “ninguém é profeta nem faz milagres em sua terra.” Tomado por incessante ebulição interior e devotado somente às coisas definitivas como os bens do espírito, era um moço indiferente aos anseios das hebréias formosas que desejavam desposá-lo.

Tentara diversos empregos, os mais variados, tanto em Nazaré como em Jerusalém, no intento de cooperar com o orçamento de sua modesta família. Porém, não conseguia ajustar o seu espírito cósmico nas tricas do trabalho huma-no, nem suportava a imobilidade de concentrar-se exclusi-vamente num objeto que, de início, já reconhecia fugaz e transitório. Não era defeito de um jovem ocioso e avesso ao labor comum e às obrigações de todo ser humano, mas a impossibilidade de controlar e enfeixar a força fabulosa que lhe descia sobre o cérebro, exigindo-lhe a expansivida-de das idéias e o desafogo da alma.

O Sublime PeregrinoRamatís / Hercílio Maes

Editora do ConhECimEnto

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O QUE COMEIS

Os seres humanos, mesmo com o suprimento que têm em mãos, no que tange à alimentação, co-mem erradamente. Disse o Divino Mestre: “Buscai e achareis”. E a consciência em Cristo nos diz: “De-veis saber buscar”.

Ao alcance das nossas mãos estão todos os recursos para a aquisição da nossa felicidade. A chave de tudo está dentro de nós, à espera do toque que a Sabedoria e o Amor podem dar.

O germe vegetal guarda o energismo da plan-ta como tesouro que a Natureza oferta ao espírito em viagem na carne e este, por ignorância, esquece de aproveitá-lo, para seu próprio equilíbrio. Den-tro dos grãos esplende a luz do reino vegetal que deve ser extraída com os recursos da boca, onde os dentes e as glândulas têm um papel de suma importância. O corpo humano deve ter uma reser-va de forças, para o momento em que o desgaste ultrapassar os limites traçados pela ordem natural e, para tanto, deveis respeitar as leis da natureza.

O homem de bem deve saber o que comer, ali-mentando-se para viver, sem se deixar levar pelos excessos. Com o correr dos milênios, notar-se-á o quanto mudou o modo de se alimentar e a escolha dos alimentos. O corpo físico obedece ao empuxo evolutivo da alma e esta requer um aparelho mais perfeito e mais sensível para o seu empenho. A ali-mentação grosseira já não é mais a ideal para esta geração e espíritos de alta linhagem espiritual des-cem à Terra para aprimorarem a alimentação dos homens, moldando um futuro de maior alcance, onde tudo viceja o aprimoramento, tanto da alma quanto do corpo.

Eis o momento de voltardes as vistas para os alimentos integrais, extraindo totalmente a energia acumulada nas sementes, nas folhas, nos tubérculos e nos frutos, sem esquecerdes da educação da men-

te, no momento do repasto. Hora sagrada, dentre as horas que respeitais, ao comerdes em torno de uma mesa ou onde quer que estejais, cuidai de que o assunto porventura existente, não seja negativo. Certamente, o que comeis é altamente influenciado pelas formas-pensamento. A mente cria o que os sentimentos desejam e, neste caso, o alimento físico recebe uma carga do alimento mental, em um processo de simbiose que ainda não podeis constatar.

Meu irmão, se quereis vos iniciar na luz da sabedoria espiritual, abri uma escola de auto-educação e disciplina dos vossos pensamentos e, aprendendo a pensar, dai vôo à vossa força mental, com a dignidade que o Evangelho nos ensina, pelos trilhos de Jesus.

Aprendei a pensar, aprendei a falar e aprendei a comer. A saúde gera alegria e a alegria pura é o amor irradiando-se do co-ração para o centro de vossa própria vida.

No dia em que estiverdes inquieto e que o nervosismo alterar o vosso modo de ser, suspendei a alimentação, até que a paz volte de novo ao vosso ser. Comer contrariado é alimentar-se de energia deficiente e pobre de luz. O que comeis é sensível ao que pensais e o que falais carrega com muita nitidez os vossos sentimentos.

A porção de alimento que colocardes em vossa boca deve ser bem triturada, pois, para uma digestão normal e eficiente é indis-pensável a ação da saliva na preparação do bolo alimentar. Futuramente, a medicina irá se preocupar mais com os alimentos do que com o próprio medicamento, pois os remédios são usados, atualmente, mais para corrigir os estragos feitos pela ignorância.

Quando a boca sabe comer, o corpo é saudável. Quando a mente sabe pensar, a alma é feliz. Quando as mãos sabem ajudar, o coração é alegre.

Se quereis saber o que comer, meditai, pensai na natureza e observai a vida. Pedi a Deus, que a orientação não faltará. Feliz-mente, já se conta com uma vasta literatura em todo o mundo, valorizando as coisas naturais.

Lembrai-vos do que disse o Amigo Maior: “Pedi e obtereis”.Saúde

Miramez / João Nunes MaiaEditora Fonte Viva

8 Conhecendo a Doutrina EspíritaSolicite a versão eletrônica pelo e-mail: [email protected]

11. É inútil alegar que o esquecimento constitui um obs-táculo ao proveito que se poderia tirar das experiências de en-carnações anteriores. Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso deve ser útil. Realmente, a lembrança de vidas passadas teria inconvenientes muito graves. Em certos casos, poderia nos humilhar ou então excitar nosso orgulho, e com isso atrapalhar nosso livre-arbítrio. Seja como for, provocaria uma inevitável perturbação nas relações sociais.

Muitas vezes, o espírito renasce no mesmo meio em que um dia viveu e acha-se relacionado com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez. Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio voltasse a despertar e, em qualquer hipó-tese, seria humilhado diante das pessoas a quem tivesse ofen-dido. Assim, Deus nos dá exatamente o que é necessário para nosso aperfeiçoamento: a voz da consciência e nossas tendên-cias instintivas, afastando de nós o que poderia nos prejudicar.

Ao nascer, o homem traz consigo aquilo que adquiriu. Cada existência é para ele um novo ponto de partida, pouco lhe importando saber quem foi. Se está sendo punido, é por-que praticou o mal. Suas más tendências atuais indicam o que deve corrigir em si mesmo, e é nisso que deve concentrar toda a sua atenção, pois o que for completamente corrigido nenhum traço deixará. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência que o adverte quanto ao que é certo ou errado, e dá-lhe forças para resistir às más tentações.

Aliás, o esquecimento só ocorre durante a vida corpórea. De volta à vida espiritual, o espírito recupera a lembrança do passado. Há, portanto, apenas uma interrupção temporária, tal como acontece na vida terrena, durante o sono, que não nos impede de lembrar, no dia seguinte, o que fizemos na véspera ou nos dias anteriores.

Mas não é apenas depois da morte que o espírito recupe-ra a lembrança do seu passado. Pode-se dizer que ele jamais a perde, pois a experiência prova que quando encarnado, du-rante o sono do corpo físico, ele goza de relativa liberdade e tem consciência de seus atos anteriores. Então, sabe por que sofre, e que o sofrimento tem razão de ser. A lembrança só se apaga durante a vida terrena. Contudo, não havendo uma lembrança exata, o que poderia ser-lhe penoso e prejudicar--lhe as relações sociais, ele extrai novas forças desses instan-tes de emancipação da alma, se souber aproveitá-los.

É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra;faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.