20
Elias Nunes Orgival Bezerra da Nóbrega Junior Geografia Física I DISCIPLINA A geomorfologia do Brasil Autores aula 12 VERSÃO DO PROFESSOR REVISÃO Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________________________

GEOFISAULA12

Embed Size (px)

DESCRIPTION

geo

Citation preview

  • Elias Nunes

    Orgival Bezerra da Nbrega Junior

    Geografia Fsica I D I S C I P L I N A

    A geomorfologia do Brasil

    Autores

    aula

    12

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___

    Nome:______________________________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida

    sem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

    Diviso de Servios Tcnicos

    Catalogao da publicao na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede

    Coordenadora da Produo dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco

    Coordenador de EdioAry Sergio Braga Olinisky

    Projeto GrficoIvana Lima

    Revisores de Estrutura e Linguagem

    Janio Gustavo Barbosa

    Eugenio Tavares Borges

    Thalyta Mabel Nobre Barbosa

    Revisora das Normas da ABNT

    Vernica Pinheiro da Silva

    Revisores de Lngua Portuguesa

    Flvia Anglica de Amorim Andrade

    Janaina Tomaz Capistrano

    Kaline Sampaio de Arajo

    Samuel Anderson de Oliveira Lima

    Revisoras Tipogrficas

    Adriana Rodrigues Gomes

    Margareth Pereira Dias

    Nouraide Queiroz

    Arte e Ilustrao

    Adauto Harley

    Carolina Costa

    Heinkel Hugenin

    Leonardo Feitoza

    Diagramadores

    Ivana Lima

    Johann Jean Evangelista de Melo

    Jos Antonio Bezerra Junior

    Mariana Arajo de Brito

    Vitor Gomes Pimentel

    Adaptao para Mdulo Matemtico

    Joacy Guilherme de A. F. Filho

    Governo Federal

    Presidente da RepblicaLuiz Incio Lula da Silva

    Ministro da EducaoFernando Haddad

    Secretrio de Educao a Distncia SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    ReitorJos Ivonildo do Rgo

    Vice-Reitorangela Maria Paiva Cruz

    Secretria de Educao a DistnciaVera Lcia do Amaral

    Universidade Estadual da Paraba

    ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

    Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

    Coordenadora Institucional de Programas Especiais CIPEEliane de Moura Silva

    Secretaria de Educao a Distncia SEDIS/UFRN

    VERSO DO PROFESSOR

  • Aula 12 Geografia Fsica I 1

    1

    2

    3

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzidasem a autorizao expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

    Diviso de Servios Tcnicos

    Catalogao da publicao na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede

    Coordenadora da Produo dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco

    Coordenador de EdioAry Sergio Braga Olinisky

    Projeto GrficoIvana Lima

    Revisores de Estrutura e Linguagem

    Janio Gustavo Barbosa

    Eugenio Tavares Borges

    Thalyta Mabel Nobre Barbosa

    Revisora das Normas da ABNT

    Vernica Pinheiro da Silva

    Revisores de Lngua Portuguesa

    Flvia Anglica de Amorim Andrade

    Janaina Tomaz Capistrano

    Kaline Sampaio de Arajo

    Samuel Anderson de Oliveira Lima

    Revisoras Tipogrficas

    Adriana Rodrigues Gomes

    Margareth Pereira Dias

    Nouraide Queiroz

    Arte e Ilustrao

    Adauto Harley

    Carolina Costa

    Heinkel Hugenin

    Leonardo Feitoza

    Diagramadores

    Ivana Lima

    Johann Jean Evangelista de Melo

    Jos Antonio Bezerra Junior

    Mariana Arajo de Brito

    Vitor Gomes Pimentel

    Adaptao para Mdulo Matemtico

    Joacy Guilherme de A. F. Filho

    Governo Federal

    Presidente da RepblicaLuiz Incio Lula da Silva

    Ministro da EducaoFernando Haddad

    Secretrio de Educao a Distncia SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    ReitorJos Ivonildo do Rgo

    Vice-Reitorangela Maria Paiva Cruz

    Secretria de Educao a DistnciaVera Lcia do Amaral

    Universidade Estadual da Paraba

    ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

    Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

    Coordenadora Institucional de Programas Especiais CIPEEliane de Moura Silva

    Secretaria de Educao a Distncia SEDIS/UFRN

    Apresentao

    Nesta ltima aula, voc estudar uma abordagem sobre as morfologias encontradas no territrio brasileiro que, como em qualquer outra parte da superfcie da Terra, apresentam-se sob formas variadas. Alm disso, voc estudar as modificaes ocorridas nessas morfologias e ver que elas ocorrem atravs da ao dos elementos da natureza e dos seres vivos. De forma mais precisa, voc estudar, com uma nfase maior, as mais recentes classificaes geomorfolgicas propostas pela comunidade cientfica. Bom estudo!

    ObjetivosEntender as bases cientficas da classificao do relevo brasileiro.

    Compreender as diferenas entre de morfoestrutura e morfoescultura.

    Compreender o processo de hierarquizao na classificao das formas de relevo.

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I 2 Aula 12 Geografia Fsica I

    Atividade 1

    sua

    resp

    osta

    Estudos geomorfolgicos no Brasil

    Os estudos geomorfolgicos no Brasil apresentam uma expanso durante o sculo XX com a valorizao das questes ambientais, quando a Geomorfologia brasileira conheceu um novo cenrio (a partir do final dos anos 1960 e incio dos anos 1970). Buscando o levantamento de recursos naturais, um dos maiores projetos j realizados no pas incorporou o conceito da Teoria geral de sistemas, bem como adotou idias relativas ao equilbrio dinmico. Trata-se do Projeto RADAMBRASIL, cujos relatrios e documentos cartogrficos cobrem toda a extenso territorial brasileira.

    Faa uma pesquisa, na biblioteca do seu polo ou na internet, sobre o projeto RADAMBRASIL: sua origem, sua importncia e a relao deste projeto com o desenvolvimento da Cartografia no Brasil.

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    REVISO

    VERSO DO PROFESSOR

  • Aula 12 Geografia Fsica I Aula 12 Geografia Fsica I 3

    A abordagem taxonmica

    Ao longo do tempo, vrias divises do relevo brasileiro foram propostas pelos cientistas. Elas correspondem ao estgio de conhecimento existente em suas respectivas pocas de elaborao. Quanto s metodologias utilizadas para o mapeamento geomorfolgico, salientamos que as mais recentes tm como base a ordenao dos fatos geomorfolgicos mapeados em uma taxonomia que os hierarquiza. Como exemplo, observa-se o mtodo taxonmico que engloba a hierarquizao dos domnios morfoestruturais, as regies geomorfolgicas, as unidades geomorfolgicas e os tipos de modelados.

    O txon dos domnios morfoestruturais engloba os grandes conjuntos estruturais que geram arranjos regionais de relevo, guardando relao de causa entre si. Trata-se, portanto, da maior diviso taxonmica adotada. Como exemplo, citamos as grandes cadeias dobradas e as grandes bacias sedimentares.

    Com base no que foi dito e na realizao da atividade, voc pode perceber que esse projeto constituiu um marco na abordagem da Geomorfologia no pas. Seus princpios bsicos metodolgicos se amparam em mapas e relatrios voltados ideia de se obter um quadro geral das formas de relevo do Brasil. Quase todo o relevo do territrio brasileiro tem formao antiga, e resulta principalmente da sucesso de ciclos climticos e da ao das formas internas da Terra. Essas foras determinam trs tipos especficos de formao geolgica: os escudos cristalinos, as bacias sedimentares e as cadeias orognicas, sendo que apenas os dois primeiros ocorrem no Brasil.

    Uma pequena reviso

    Como voc j viu em aulas anteriores, os escudos cristalinos correspondem s formaes mais antigas, e por isso sofreram longos perodos de eroso e se tornaram mais estveis do ponto de vista da movimentao tectnica. Neles, existem outras subdivises, como as plataformas ou crtons e os cintures orogenticos.

    J as bacias sedimentares, presentes na maior parte do territrio brasileiro, so deposies que tm origem na desagregao ou decomposio de outras rochas, podendo apresentar camadas espessas que recobrem reas de plataformas.

    Txon

    Txon (plural taxa, em latim, ou txons, aportuguesado) uma unidade taxonmica essencialmente associada a um sistema de classificao. Txons (ou taxa) podem estar em qualquer nvel de um sistema de classificao: um reino um txon, um gnero um txon, assim como uma espcie tambm um txon ou qualquer outra unidade de um sistema de classificao dos seres vivos. Fonte: . Acesso em: 16 mar. 2009.

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I 4 Aula 12 Geografia Fsica I

    Domnios de paisagens brasileiras

    Os domnios morfoestruturais so definidos pelo conjunto de fatores geomorfolgicos ligados a aspectos de carter amplo. Ocupam extensas reas que evidenciam, por vezes, grandes diferenciaes geomorfolgicas controladas por condies naturais generalizadas ou por grandes extenses de litologia homognea. Bigarella, Becker e Santos, (1994, p. 95). O territrio brasileiro apresenta quatro domnios morfoestruturais, que so:

    Domnio morfoestrutural dos depsitos inconsolidados

    Esse domnio caracteriza-se pela contribuio dos sedimentos continentais e marinhos, e correspondem s reas de plancies fluviais, s plancies flvio-lacustres e algumas reas de depresses, como as do Pantanal Mato-grossense, conforme voc pode visualizar na Figura 1.

    Figura 1 Depsitos inconsolidados do Quaternrio.

    Domnio morfoestrutural das bacias sedimentares e coberturas inconsolidadas plio-pleistocnicas

    Esse domnio abrange mais da metade da superfcie brasileira, e se divide em sete subunidades: as bacias e coberturas sedimentares litorneas, a bacia sedimentar amaznica, a bacia sedimentar do Tocantins-Araguaia, a bacia sedimentar do Meio Norte, as coberturas sedimentares da bacia do So Francisco, as bacias e coberturas sedimentares do Nordeste Oriental e a bacia sedimentar do Paran. Confira na Figura 2.

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    REVISO

    VERSO DO PROFESSOR

  • Aula 12 Geografia Fsica I Aula 12 Geografia Fsica I 5

    Atividade 2

    1

    2

    Figura 2 Bacias e coberturas sedimentares inconsolidadas plio-pleistocnicas.

    O que so domnios morfoestruturais?

    Pesquise, na biblioteca do seu polo e/ou na internet, o que caracteriza:

    a) Domnio morfoestrutural dos depsitos inconsolidados;

    b) Domnio morfoestrutural das bacias sedimentares e coberturas inconsolidadas plio-pleistocnicas.

    Domnio das faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares associadas

    Corresponde a seis subdivises, com as seguintes denominaes: as faixas de dobramentos do Brasil Central, as faixas de dobramentos do Nordeste Oriental, as faixas de dobramentos do Nordeste Ocidental, as faixas de dobramentos do Sul-Sudeste, as coberturas metassedimentares do Espinhao-Diamantina e as coberturas metassedimentares das bacias do So Francisco-Tocantins (Figura 3).

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I 6 Aula 12 Geografia Fsica I

    Figura 3 Faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares associadas.

    Domnio dos embasamentos em estilos complexos

    Esses domnios morfoestruturais apresentam as seguintes subunidades: o embasamento da Amaznia, o embasamento do Nordeste e o embasamento do Sul-Sudeste (Figura 4).

    Figura 4 Embasamentos dos estilos complexos.

    Quanto aos domnios da paisagem brasileira associados s classificaes morfoclimticas, AbSaber (apud BIGARELLA; BECKER; SANTOS, 1994, p. 98), para afirmar que os aspectos morfoclimticos ocorrem segundo complexos fatores que representam combinaes fisiogrficas regionais diferenciadas e objetivas, ou seja, os domnios morfoclimticos baseiam-se, em grande parte, nos grandes quadros da distribuio da vegetao. Ainda de acordo com AbSaber (apud BIGARELLA; BECKER; SANTOS, 1994, p. 101), existem seis domnios morfoclimticos no Brasil, os quais evidenciaremos a seguir (Figura 5):

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    REVISO

    VERSO DO PROFESSOR

  • Aula 12 Geografia Fsica I Aula 12 Geografia Fsica I 7

    Figura 5 Domnios morfoclimticos e fitogeogrficos do Brasil.

    Domnio dos chapades tropicais recobertos por cerrados e penetrados por florestas de galerias

    Esse domnio caracterizado pela existncia de duas estaes, uma chuvosa e outra seca. Apresenta superfcies de aplainamentos extensivos com relevos residuais e, via de regra, os planaltos so mantidos por lateritas, muitas vezes expostas na superfcie. Tais formaes ferruginosas atestam a vigncia regional de ambientes tropicais de clima sazonal e de vegetao de cerrado.

    Figura 6 Chapada dos Guimares.

    Lateritas

    A laterita o resultado de um longo processo de transformao no interior do solo, iniciando-se com a ao da chuva que infiltra no solo, provocando a lixiviao que a lavagem do mesmo, carreado o xido de ferro, alumnio e slica, cuja alternncia de secagem e umedecimento, provocado pelo clima tropical, provoca um endurecimento irreversvel resultando numa rocha de cor vermelha a roxa que a laterita. Fonte: . Acesso em: 16 mar. 2009.

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I 8 Aula 12 Geografia Fsica I

    Domnios das regies serranas tropicais midas ou de mares de morros extensivamente florestados

    Distribui-se de Norte a Sul, principalmente ao longo da regio atlntica. Sua morfognese caracteriza-se pela predominncia de processos qumicos de alterao e de movimentos de massa generalizados. As rochas encontram-se muito decompostas, propiciando uma cobertura intemprica bastante espessa. A vegetao primria da regio se caracteriza pela floresta pluvial tropical.

    Figura 7 Mares de morros regio sudeste

    Domnio das depresses interplanlticas semiridas do Nordeste

    Trata-se de uma regio de depresses interplanlticas marcada por nveis erosionais. Mostra-se revestida de maneira extensa por diferentes tipos de caatingas, manifestando-se num ambiente semirido. As chuvas, muito irregulares e escassas, concentram-se em poucos meses do ano.

    Figura 8 Parque Nacional Serra da Capivara/PI

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    REVISO

    VERSO DO PROFESSOR

  • Aula 12 Geografia Fsica I Aula 12 Geografia Fsica I 9

    Domnio das terras baixas equatoriais extensivamente florestadas da Amaznia

    O maior domnio morfoclimtico do pas encontra-se numa regio equatorial e subequatorial constituda de plancies de inundao e de tabuleiros extensos (ou seja, paisagem de topografia plana e de baixa altitude). Ocorrem chuvas bem distribudas durante o ano, o que faz com que todas as bacias hidrogrficas sejam perenes.

    Figura 9 Terras baixas florestadas da Amaznia

    Domnios dos planaltos de araucriaEsse domnio morfoclimtico caracteriza-se pelo clima subtropical mido, com inverno

    relativamente brando, sujeito a geadas e eventuais nevadas. So planaltos com elevaes mdias em torno de 700 a 1000 metros, sendo que tais planaltos se mostram como extensos interflvios tabuliformes e com vertentes suavemente convexas.

    Figura 10 Floresta de Araucria/PR

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I 10 Aula 12 Geografia Fsica I

    Atividade 3

    1

    3

    4

    2

    O que so domnios das faixas de dobramentos e coberturas metassedimentares associadas? Onde ocorrem?

    O que caracteriza o domnio das terras baixas equatoriais extensivamente florestadas da Amaznia?

    Qual a principal caracterstica do domnio dos planaltos de araucria?

    Explique a formao do domnio das depresses interplanlticas semiridas do Nordeste.

    Domnio dos campos das coxilhas subtropicais do Rio Grande do Sul

    Este o menor domnio morfoclimtico brasileiro. Corresponde a uma paisagem de zonas temperadas midas e submidas sujeitas a alguma estiagem de fim de ano. O conjunto paisagstico engloba o que se chama pradaria, ou seja, uma ausncia de rvores e arbustos, exceto nas depresses abrigadas ao longo dos cursos dgua. Portanto, inclui campos nas encostas suaves e florestas de galeria nas calhas fluviais.

    Figura 11 Coxilhas Morros e ondulaes suaves/RS

    Considera-se ainda o fato de que vrios domnios morfoclimticos no apresentam limites ntidos, ocorrendo uma faixa de transio de complexidade variada. Nas regies limtrofes, geralmente os vrios domnios se interpenetram e se misturam em mosaicos complexos.

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    REVISO

    VERSO DO PROFESSOR

  • Aula 12 Geografia Fsica I Aula 12 Geografia Fsica I 11

    O atual conceito analtico do relevo brasileiro

    Como voc pode perceber, o estgio de conhecimento da Geomorfologia nos leva a constatar o fato de que o relevo se constitui apenas como um dos componentes da litosfera. Alm disso, ele est intrinsecamente relacionado com as rochas que o sustentam, com o clima que o esculpe e com os solos que o recobrem. Assim, as formas diferenciadas do relevo decorrem de aes simultneas; porm, de um lado esto as atividades climticas, e do outro esto as atividades inerentes estrutura litosfrica.

    Lembremo-nos ainda do fato j constatado de que o dinamismo tanto do clima como da estrutura no se comporta sempre de forma igual, ou seja, ao longo do tempo e do espao ambos se modificam continuamente. Logo, esses elementos permitem-nos considerar que as formas superficiais do planeta e os demais componentes da natureza so dinmicos, e consequentemente esto em permanente evoluo.

    Essa concepo, referente s interaes de foras entre os componentes da atmosfera e da litosfera, implica na compreenso de que as formas de relevo terrestre so o produto da ao dos processos endgenos e exgenos.

    As foras endogenticas se manifestam na estrutura superficial do planeta por intermdio das foras ativas e passivas. Porm, enquanto as roas ativas manifestam-se pela dinmica da litosfera atravs da tectnica de placas, como j foi visto, as foras passivas se manifestam de modo desigual, em funo dos diferentes tipos de rochas e seus arranjos estruturais, oferecendo uma menor ou maior resistncia ao desgaste.

    Assim, o dinamismo exgeno se caracteriza por uma ao constante, porm em lugares diferentes, tanto no espao quanto no tempo. Essa constatao se explica pelas caractersticas climticas locais ou regionais, atuais ou passadas. Logo, como j sabemos, os processos de intemperizao esculpem e dinamizam as formas do relevo a partir do elemento motor externo, ou seja, a energia do Sol que atinge a superfcie terrestre.

    Os pressupostos aqui explicitados, intrinsecamente associados aos conceitos de morfoestrutura e morfoescultura, fornecem uma nova direo terico-metodolgica para os estudos da Geomorfologia. Baseado em tais princpios, Ross (1992) props uma classificao do relevo terrestre em trs categorias genticas que consideram os elementos da geotextura, os elementos da morfoestrutura e tambm os elementos da morfoescultura.

    Aqui, importante destacar, de acordo do Ross (1992), que no se pode confundir o conceito de morfoclimtica com o de morfoescultura, pois enquanto o primeiro refere-se aos domnios ou zonas morfoclimticas, determinadas pelas condies climticas atuais, a morfoescultura caracteriza-se pelo estado atual de um determinado ambiente ou unidade geomorfolgica cuja

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I 12 Aula 12 Geografia Fsica I

    similaridade gentica a individualiza no cenrio paisagstico. Assim, a morfoestrutura marcada por padres de fisionomias de relevo, desenvolvidas ao longo do tempo.

    Os elementos da geotextura correspondem s grandes feies da crosta terrestre, estando sempre associados s manifestaes amplas da crosta, como a deriva dos continentes por movimentao das placas tectnicas.

    J os elementos das morfoestruturas constituem-se em extenses menores, estando representados por determinadas caractersticas estruturais, litolgicas e geotectnicas que esto associadas s suas gneses. Como exemplo, temos as bacias sedimentares, os cintures orognicos e as plataformas ou crtons. Essas unidades estruturais definem, portanto, os padres de relevo que lhes so inerentes.

    Como voc pode perceber, enquanto a morfoestrutura se mostra na escala temporal, como algo mais antigo, a morfoescultura tende a ser de idade menos antiga, j que s pode ser esculpida sobre a morfoestrutura. Melhor dizendo, no possvel haver unidades morfoesculturais sem que se tenha primeiro as unidades morfoestruturais. Portanto, a morfoestrutura se constitui taxonomicamente e temporalmente diferente da morfoescultura.

    Veja voc que a proposio taxonmica de Ross (1992) estabelece uma ordem para o relevo terrestre calcada nos aspectos conceituais j explicitados. Ressalta-se que o estrutural e o escultural esto presentes em qualquer tamanho de forma, embora suas categorias de tamanho, idade, forma e gnese sejam identificadas separadamente; portanto, em categorias distintas.

    A seguir, apontamos a hierarquizao taxonmica proposta por Ross (1992) para o relevo brasileiro:

    O primeiro txon so unidades morfoestruturais representadas pelos cintures orognicos e pelas bacias sedimentares.

    O segundo txon - so unidades morfoestruturais representadas por planaltos, serras e depresses contidas em cada uma das morfoestruturas.

    O terceiro txon so unidades morfolgicas ou de padres de formas semelhantes, ou ainda tipos de relevo representados por diferentes padres de formas que so semelhantes entre si. Tais unidades so identificveis em cada uma das unidades morfoestruturais e morfoesculturais.

    O quarto txon - so formas de relevo que correspondem a cada uma das formas encontradas nas unidades dos padres de formas semelhantes. Dessa forma, se um determinado padro de rugosidade topogrfica se distingue por um conjunto de colinas onde prevalecem determinadas caractersticas morfolgicas, cronolgicas e genticas, cada uma das colinas desse conjunto corresponde a uma dimenso individualizada do todo.

    O quinto txon - so grupos, elementos ou partes de cada forma identificada e individualizada em cada conjunto de padro de forma. Portanto, aqui se encontra a representao dos tipos de vertentes como as cncavas, as convexas, as retilneas e

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    REVISO

    VERSO DO PROFESSOR

  • Aula 12 Geografia Fsica I Aula 12 Geografia Fsica I 13

    Atividade 4

    1

    3

    2

    as planas. Tal diversificao se explica pelas diferenas de declividade; assim sendo, alm de identificarmos as vertentes pelas suas morfologias, precisamos tambm identific-las pela declividade dominante.

    O sexto txon so formas menores produzidas pelos processos atuais, ou ainda as formas geradas pela ao antrpica. Tratam-se daquelas formas produzidas ao longo das vertentes, destacando-se os sulcos, ravinas, voorocas, cicatrizes de deslizamentos de terra, depsitos coluviais ou de movimentos de massa, depsitos fluviais (como bancos de areia e assoreamentos nos rios), cortes e aterros provocados pelo homem.

    Por fim, queremos deixar bem claro para voc que essa abordagem taxonmica de Ross (1992) tomou como base o j citado Projeto RADAMBRASIL, e considera, para o territrio brasileiro, a existncia de 28 unidades de relevo, divididas em planaltos, plancies e depresses. So 11 planaltos, aqui compreendidos resumidamente como formas de relevos elevados, com altitudes variveis, que oferecem maior dificuldade eroso; so 11 depresses, identificadas como reas rebaixadas em relao aos planaltos, como consequncia da eroso, localizadas entre as bacias sedimentares e os escudos cristalinos; e 6 plancies, que so unidades de relevo geologicamente muito recentes, cuja formao se d em funo da sucessiva deposio de material de origem continental ou marinha em reas planas.

    Para voc, qual o conceito de relevo analtico brasileiro?

    Com base no que foi visto na aula, defina os conceitos de morfoestrutura e morfoescultura.

    Com base em Ross (1992), descreva a hierarquizao taxonmica para o relevo brasileiro em suas vrias caractersticas.

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I 14 Aula 12 Geografia Fsica I

    Resumo

    1

    2

    Nesta ltima aula, mostramos os aspectos da Geomorfologia do Brasil a partir da perspectiva taxonmica, enfatizando o fato de que, no atual contexto analtico, a compreenso conceitual do que seja morfoestrutura e morfoescultura ocupa um lugar central na formatao das mais recentes classificaes do relevo brasileiro.

    AutoavaliaoComo se d o processo de hierarquizao na classificao das formas de relevo?

    Por que devemos atentar para as diferenas entre os conceitos de morfoclimatologia e morfoescultura?

    RefernciasBIGARELLA, Joo Jos; BECKER, Rosemari Dora; SANTOS, Gilberto Friedenreich dos. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtriopicais. Florianpolis: Editora da UFSC, 1994.

    CUNHA, Sandra Baptista da; GUERA, Antnio Jos Teixeira (Org.). Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Bertand Brasil, 1998.

    GUERRA, Antonio Jos Teixeira; CUNHA, Sandra Baptista (Org.). Geomorfologia: uma atualizao de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 1995.

    ______. Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 1996.

    ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. O registro cartogrfico dos fatos geomorfolgicos e a questo da taxonmia do relevo. Revista do Departamento de Geografia, So Paulo: FFLCH USP, n. 6, p. 17 30, 1992.

    ______. Planaltos, plancies e depresses. In: ______. Geografia do Brasil. So Paulo: Editora da USP, 1998.

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    REVISO

    VERSO DO PROFESSOR

  • Aula 12 Geografia Fsica I Aula 12 Geografia Fsica I 15

    AnotaesVERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    VERSO DO PROFESSOR

    REVISO

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

  • Aula 12 Geografia Fsica I 16

    Anotaes

    AULAS

    EMENTA

    > Elias Nunes

    > Orgival Bezerra da Nbrega Junior.

    Noes bsicas sobre a origem, idade, evoluo, principais minerais e rochas constituintes da Crosta Terrestre. Fornecer

    uma viso sobre as dinmicas internas e externas da Terra. Principais estruturas geolgicas e deformaes das rochas.

    Definio e perspectiva da geomorfologia. Sistema geomorfolgico. Teorias geomorfolgicas. Controle estrutural e

    climtico. Exemplo de caso de uso e aplicao em geomorfologia.

    Geografia Fsica I GEOGRAFIA

    AUTORES

    2 S

    emes

    tre d

    e 20

    08Im

    pres

    so p

    or: G

    rfic

    a Te

    xfor

    m

    01 Abordando o planeta

    02 A teoria unificadora

    03 O ciclo da matria

    04 Minerais e rochas

    05 Geologia fsica

    06 Geologia histrica e do Brasil

    07 A interao geossistmica

    08 Morfologias associadas aos processos endgenos

    09 Morfologias associadas aos processos exgenos

    10 Geomorfologia do quaternrio

    11 Geomorfologia ambiental

    12 A geomorfologia do Brasil

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________

    REVISO

  • Aula 12 Geografia Fsica I

    AULAS

    EMENTA

    > Elias Nunes

    > Orgival Bezerra da Nbrega Junior.

    Noes bsicas sobre a origem, idade, evoluo, principais minerais e rochas constituintes da Crosta Terrestre. Fornecer

    uma viso sobre as dinmicas internas e externas da Terra. Principais estruturas geolgicas e deformaes das rochas.

    Definio e perspectiva da geomorfologia. Sistema geomorfolgico. Teorias geomorfolgicas. Controle estrutural e

    climtico. Exemplo de caso de uso e aplicao em geomorfologia.

    Geografia Fsica I GEOGRAFIA

    AUTORES

    2 S

    emes

    tre d

    e 20

    08Im

    pres

    so p

    or: G

    rfic

    a Te

    xfor

    m

    01 Abordando o planeta

    02 A teoria unificadora

    03 O ciclo da matria

    04 Minerais e rochas

    05 Geologia fsica

    06 Geologia histrica e do Brasil

    07 A interao geossistmica

    08 Morfologias associadas aos processos endgenos

    09 Morfologias associadas aos processos exgenos

    10 Geomorfologia do quaternrio

    11 Geomorfologia ambiental

    12 A geomorfologia do Brasil

    VERSO DO PROFESSOR

    Material APROVADO (contedo e imagens) Data: ___/___/___ Nome:______________________