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    ADMINISTRAO DAS OPERAES DE MANUFATURAS E SERVIOS 1/36LCFG 2008/09-AOMS-03-1

    O ENFOQUE SISTMICO

    Abordagem Sistmica das Organizaes

    Na abordagem sistmica as organizaes de uma forma geral e as empresariais, emparticular, so consideradas como organismos vivos que esto presentes, vivem, interagem noECOSSISTEMA. Uma EMPRESA, qualquer que seja sua natureza, dimenso, ramo de atividadeetc., pode ser entendida como um SISTEMA, inserida num sistema maior, chamadoECOSSISTEMA.

    Sua existncia e sobrevivncia, esto na razo direta de sua adequabilidade, capacidadede adaptao, eficcia e eficincia no atendimento s necessidades do ECOSSISTEMA. Nesseuniverso maior alm dela, empresa, pertencem todas as entidades que com a mesma interagem(proprietrios, funcionrios, clientes, fornecedores, financiadores e etc.)os stakeholders1.

    Uma infinidade de fatores determinam seu sucesso e sobrevivncia, como: produzir e fornecer os produtos/servios que o meio necessita; oferecer produtos e/ou servios a preos e qualidade que o mercado admita; operar com custos e na escala, no mnimo, suficiente para que tenha lucros, no s

    como fator de sua sade econmico/financeira, mas tambm como, se essa for adoutrina, alavanca de sua expanso para acompanhar ou ampliar sua participao nomercado;

    satisfazer as expectativas de retorno de seus scios; e entre muitas outras mais; satisfazer seus fornecedores, funcionrios, financiados, colaboradores e etc.Na viso orgnica, adicionalmente, os fatores contingenciais so de extrema importncia,

    uma vez que, a todo o momento, por motivos das mais diversas naturezas inclusive por aesda prpria organizao, o ambiente sofre modificaes e as organizaes, para garantir sua

    sobrevivncia, necessitam desenvolver os ajustamentos necessrios, seja adequando-se aoambiente ou tentando interferir e desenvolver modificaes no ECOSSISTEMA que faam comque este se torne mais favorvel para a organizao.

    SISTEMA

    AMBIENTEou

    ECOSSISTEMAAMBIENTE

    ouECOSSISTEMA

    ENTRADA

    RETROAO

    SADA

    Figura 1 Representao esquemtica de um sistema

    1 STAKEHOLDERS So os agentes que tem interesse de forma direta ou indireta na sobrevivncia de umaempresa, como os acionistas, os bancos, os fornecedores, os clientes, a mo-de-obra, o governo etc.

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    ECOSSISTEMA

    EMPRESA

    interaesdo meio(Ecossistema)com a Empresae vice-versa

    Figura 2 Representao das interaes de uma empresa com o ecossistema

    Por exemplo:

    DO ECOSSISTEMA PARA A EMPRESA:

    Capital dos scios quotistas; Mo de obra; Tecnologia/conhecimento; Recursos financeiros do faturamento; Polticas e Diretrizes governamentais, Legislao; Retorno financeiro de aplicaes; e etc.DA EMPRESA PARA O ECOSSISTEMA: Produtos/servios; Salrios; Recursos financeiros fornecedores; Lucros para scios quotistas; Impostos; Atendimento Legislao;

    Recursos financeiros para aplicaes; e etc.

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    Graficamente:

    EMPRESA

    Produtos eFaturamento. Prod./servios

    Recursos p/ Aplic. Financeira

    Retorno Financ. Aplicaes

    Conhecimento/Tecnologia

    Impostos e Taxas

    Capital

    Dividendos

    Mo de Obra

    Salrios/Benefcios

    Mat.Prima/ Equipamentos

    Pagam. a Fornecedores

    Emprstimos para Giro

    Remun. dos Emprstimos

    Produtos e servios

    Infra-estrutura

    Figura 3 Representao dos tipos de trocas existentes entre o sistema empresa e oecossistema

    Abordagem Sistmica na Gesto dos Recursos Materiais ePatrimoniais

    A revoluo conceitual por que passa a Administrao tem modificado,substancialmente, velhos conceitos de organizao. A moderna empresa est deixando de seruma estrutura funcional esttica - representvel por um conjunto de rgos setoriais, cada umcom atribuies e responsabilidades rigidamente definidas - passando a ser considerada comoum SISTEMA, de natureza dinmica, onde as atividades funcionais interagemindependentemente de sua posio estrutural.

    Em face da contnua especializao em todos os campos de atividade gerencial, as

    empresas tm se tomado organismos extremamente complexos. Tal situao exige daadministrao uma grande habilidade quanto integrao e sntese, atravs de executivos quesaibam planejar, analisar e controlar, de maneira integrada, operaes complexas.

    Esse , a nosso ver, o problema central da moderna organizao, onde as relaesdefinidas no organograma so profundamente distintas daquelas que, efetivamente, contribuempara a operacionalizao dos seus objetivos. Tais relaes constituem-se no conjunto deinformaes que fluem dentro das organizaes atravs de diferentes nveis de formalizao,podendo ou no constituir-se em Sistema de Informao.

    A tarefa principal reside, portanto, na resoluo do problema informao, emergenteprincipalmente em funo de trs fatores:

    o volume de informaes geradas cresce exponencialmente em relao ao tempo; a velocidade que necessria imprimir informao, decises e aes para atender

    as atuais tendncias, onde esto presentes a globalizao e a competitividade. a crescente especializao em todos os campos, a que j nos referimos, tende a

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    subdividir o conjunto de informaes. Isto cria dificuldades para o especialista deuma determinada rea quanto ao entendimento do que est ocorrendo em outras. Narealidade, a maior parte da informao de interesse interdisciplinar; grande parte dainformao produzida em determinado setor da organizao necessria para atomada de decises em outros setores desvinculados hierarquicamente daquele.

    A soluo encontrada para o tratamento cientifico da informao gerencial tem sido aadoo do enfoque sistmico, aplicado s diversas atividades de uma organizao.O emprego deste mtodo permite a visualizao da organizao como um todo,

    considerando os fatores ambientais internos e externos, tomando possvel definir, com preciso,o papel, atribuies e o comportamento de cada funo integrante do sistema.

    Assim, a empresa considerada como um Sistema Aberto, isto , que mantm umaconstante interao com o meio ambiente, influenciando-o e sendo influenciado por ele. Nafigura 4 mostramos a configurao bsica do Sistema-Empresa e seu relacionamento ambientalmais comum.

    O Sistema-Empresa constitui-se de um conjunto de recursos em dinheiro, pessoal,material, mquinas, equipamentos, conhecimentos tcnicos, facilidades etc., distribudos em

    subsistemas especficos, que so sistemas em si mesmos.Deste modo, podemos identificar em uma empresa, correspondendo as suas grandes

    funes, dentre outros, os seguintes sistemas (subsistemas do Sistema-Empresa2):1. Sistema Financeiro2. Sistema de Recursos Humanos3. Sistema de Suprimentos4. Sistema de Produo5. Sistema de Marketing

    2 Todo sistema composto por subsistemas e todo sistema subsistema de um sistema maior.

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    Figura 4 Configurao bsica do Sistema-Empresa e seu relacionamento ambiental

    Utilizando-nos da definio presente em Maximiniano (2000, pg. 91) Um sistema umtodo complexo e organizado, formado de partes ou elementos que interagem, para a realizao

    de um objetivo explcito podemos vislumbrar que o Sistema-Empresa composto por umconjunto de outros subsistemas que esto intimamente relacionados entre si. Assim, no admissvel supor que as diversas funes ou subsistemas empresariais tenham aes

    independentes uma das outras. Na realidade, a organizao tem seu tecido constitudo de formanica, exemplo de um organismo vivo, e todas as suas partes atuam (ou devem atuar) de formaa contribuir para a sobrevivncia e bem estar da organizao, cada uma usando os recursos desua especialidade mas, contnua e constantemente, em sintonia com todas as outras, comobjetivos subordinados (sempre) aos da organizao.

    De acordo com as perspectivas acima, vamos tratar a Gesto dos Recursos Materiais ePatrimoniais utilizando-nos da abordagem Sistmica. O Sistema de Suprimentos envolve asprincipais questes da gesto da aquisio, guarda, manipulao, transporte etc. dos bensmatrias e patrimoniais e as relacionadas a custo e tratamento contbil/fiscal envolvem outrossistemas, como o Sistema Financeiro.

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    O SISTEMA SUPRIMENTOS

    O fluxo de materiais e o fluxo de informaes

    Na abordagem sistmica, o organismo empresa desenvolve trocas com o ecossistema e,tambm, entre os seus diversos subsistemas. Essas trocas so de naturezas diversas, como derecursos financeiros, conhecimento, informaes, materiais etc. Em se tratando de Suprimentos,a nossa preocupao central estar mais voltada, neste momento, ao fluxo de materiais e ao seucorrespondente fluxo de informaes.

    Para entender melhor esses fluxos, fazemos uso da figura 5, abaixo, que, entre outrascoisas, nos sugere a existncia de subsistemas de Suprimentos, com importantes funes naorganizao.

    Figura 5 Fluxo de materiais e de informaes

    O Sistema de Administrao de Suprimentos

    AQUISIO

    (COMPRAS)

    FORNECEDOR TRANSPORTECLIENTES

    CLASSIFICAODE

    MATERIAL

    CONTROLEDE

    QUALIDADE

    MANUSEIO EMOVIMENTAO

    DEMATERIAL

    ARMAZENAMENTO

    GERNCIA DEESTOQUES

    PRODUO VENDAS CONTROLEDE

    EXCEDENTESE INSERVVEIS

    Legenda:Fluxo de Materiais:Fluxo de informaes:

    Direo do fluxo dada pela ponta das setas

    Destacamos o Sistema de Administrao de Suprimentos (ou de Material) umsistema aberto que mantm interao constante com os demais sistemas da empresa, emdiferentes nveis de intensidade.

    Conceituamos o Sistema de Administrao de Suprimentos como um conjunto de funes contnuas, correlatas e interdependentes, operacionalizveis atravs de normas,procedimentos e tcnicas especficas e apoiadas em uma estrutura organizacional integrada,

    com o objetivo de atender, nas melhores condies tcnicas, econmicas e comerciais snecessidades em material de uma empresa.As funes (ou subsistemas) componentes de um Sistema de Administrao de

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    Suprimentos ou Sistema de AM (Administrao de Material) variam de empresa para empresa,dependendo do tamanho e das caractersticas desta. Destacamos, no entanto, as seguintesfunes:

    Classificao de Material; Gerncia de Estoques; Aquisio; Armazenamento; Manuseio de Material; Movimentao de Estoques; Transporte de Material; Controle dos Materiais Excedentes, Obsoletos e Inservveis (Material

    Disponvel); Controle de Qualidade.Na figura 6 imaginamos graficamente o conceito - de Sistema de Suprimentos,

    representando, principalmente, a interdependncia entre as funes. Dentro desse princpio nopodemos hierarquizar funes; todas so igualmente importantes para a eficincia do Sistema deSuprimentos. Pode-se mesmo afirmar que o menor nvel de eficincia encontrado emdeterminada funo equivale eficincia do sistema como um todo. Portanto, no prticaadequada desenvolver demais as atividades de uma funo em detrimento de outra. O conjuntodeve ser "pilotado" como um todo, buscando-se um produto sinrgico, isto , maior do que asoma pura e simples dos resultados de cada funo.

    Figura 6 Sistema de Suprimentos ou Sistema de Administrao de Material Sistema de AM

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    Sinergia um importante conceito presente na administrao e, conforme Silva (1981:18), utilizando-se de Hoperman3

    "O conceito de sinergia particularmente importante na empresa comercial. Em sistemas deengenharia comum medir-se a eficincia de um sistema em termos da razo de sadas sobre entradas.Devido s perdas causadas por frico e calor, na operao de sistemas de engenharia essa razo resultacaracteristicamente em algo menor que a razo de um para um. Em empresas comerciais, contudo, se a

    empresa quiser sobreviver e crescer, o valor das sadas deve exceder o valor das entradas. Essa medida desinergia , em geral, o lucro, embora como veremos mais tarde, possa ser medida de outras maneiras teis.A sinergia em sistemas comerciais no apenas importante - essencial".

    ANLISE DAS PRINCIPAIS FUNES DAADMINISTRAO DE MATERIAL

    No sentido de introduzir uma conceituao terica e abrangente sobre as principaisfunes desempenhadas de forma integrada pela AM, apresentamos, a seguir, um resumo dosaspectos fundamentais daquelas funes. Procuraremos, sempre que possvel, focalizar osaspectos de inter-relacionamento funcional, a fim de orientar a formulao de um Sistema deAM, que tambm chamamos de Suprimentos.

    Classificao de Material

    De um modo geral, nas entidades - pblicas ou privadas - o controle sobre a existncia emovimentao dos materiais exige a adoo de critrios racionais, que tomem o seu exerccioeficaz e economicamente satisfatrio.

    Os mtodos para o controle fsico e contbil dos materiais so apoiados em

    processamento de dados, de naturezas manual, mecnica ou, principalmente nos dias de hoje,eletrnica (computador).A principal exigncia para a execuo dos controles, qualquer que seja a natureza do

    processamento adotado, a disponibilidade de uma linguagem simblica que permitarepresentar de forma simples, lgica e econmica cada item de material existente e/ou passvelde movimentao (compra, recebimento, fornecimento, venda, transferncia etc.).

    Se considerarmos o caso particular do processamento eletrnico de dados, cujo emprego dominante nas empresas, a linguagem simblica a que nos referimos condio indispensvele fundamental para a utilizao tima de sistemas computadorizados, dos mais simples aoscomplexos e sofisticados.

    A funo responsvel pela criao, implantao e desenvolvimento de tal linguagem a

    Classificao de Material, denominada erroneamente por muitos de Codificao de Material.Ela compreende a identificao, codificao e catalogao de todos os itens necessrios produo, venda, consumo ou movimentao de bens e servios de uma empresa.

    Os objetivos da Classificao de Material so alcanados atravs do estabelecimento denormas, procedimentos e parmetros que, reunidos, constituem a base do que geralmente denominado Subsistema ou Sistema de Classificao de Material (SCM), integrante doSistema de Administrao de Suprimentos.

    O produto bsico da Classificao de Material, que serve de ponto de partida para oprocessamento das informaes, o chamado cdigo de estoque ou de material, conhecidotambm como nmero de estoque, nmero de pea ou nmero de parte (traduo do ingls part-number). Os termos mais conhecidos so: cdigo de material e cdigo de estoque. Este cdigo

    poder ter uma composio alfabtica, numrica ou alfanumrica. Atualmente, so empregados,

    3 HOPERMAN, Richard J. Anlise de Sistemas e Gerncia de Operaes. Petrpolis: Editora Vozes, 1974.

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    na maior parte dos casos, cdigos numricos, em virtude de proporcionarem maior facilidade deprocessamento por meio de computadores.

    A configurao do cdigo numrico nos modernos SCM obedece aos princpios daClassificao Decimal de Dewey, universalmente conhecida pela sua utilizao nas bibliotecas.

    A Classificao Decimal aplicada codificao dos materiais, a partir da estratificao

    do universo de material em grandes grupos ou famlias, respeitadas as afinidades que soavaliadas sob os mais diversos aspectos. A seguir, cada grupo dividido em diversos subgrupos,onde cada um abrange materiais de caractersticas ainda mais especficas.

    Alguns SCM, por convenincias diversas, chegam ao terceiro nvel de classificao,estratificando subgrupos.

    Para maior entendimento, mostramos, a seguir, um exemplo de aplicao do princpio deClassificao Decimal at 3 nvel.

    l - Grupo Matria-Prima (l nvel)10 - Subgrupo Matria-Prima Primria (2 nvel)

    22 - Famlia Produtos Qumicos (3 nvel)001 - Identificao Individual do Item

    0 - Dgito Verificador (Dgito de Controle)

    l-10-22-001-0 Cdigo de Material

    Interpretao: Estearato de Sdio da Famlia de Produtos Qumicos e do Subgrupo Matria-Prima

    Primria do Grupo Matria-Prima

    Como vimos, o cdigo apresentado de natureza altamente simblica, proporcionandoao usurio uma informao bastante ampla e racional quanto s caractersticas do material querepresenta.

    Nas empresas de servios que utilizem grande quantidade de equipamentos para odesempenho de suas atividades-fim, a Classificao de Material funo de alta relevncia,Nelas, a variedade de itens muito grande, e a maior parte deles refere-se a peas de reposio(spare parts), que exigem um cuidado especial quanto sua identificao; muitas vezes, s possvel identific-las com o emprego de Catlogos de Peas dos Fabricantes. A pesquisa edeterminao da equivalncia ou da permutabilidade entre peas fator influente na qualidadedo servio prestado pela Classificao de Material nestas empresas.

    Em conseqncia, em tais organizaes, a estrutura tcnico-administrativa para oexerccio da Classificao de Material deve ser bastante experiente e atualizada com relao aosequipamentos empregados na produo dos servios.

    Consideremos, como exemplo, empresas de aviao, de telecomunicaes, de gerao,transmisso e distribuio de energia eltrica.Em todas elas, a diversificao e complexidade dos equipamentos operados uma

    constante. Cada tipo de aeronave carrega atrs de si um complexo esquema logsticorepresentado fisicamente por milhares de componentes passveis de substituio. O mesmoacontece com usinas hidreltricas e termoeltricas (convencionais ou nucleares) e com osdiferentes sistemas de telecomunicaes.

    Nas empresas industriais ou comerciais igualmente significativa a participao daClassificao de Material. Em tais empresas, o custo de material direto atinge, na maioria doscasos, a mais de 50 por cento do custo do produto fabricado ou vendido. Nesta situao, agerncia necessita de informaes precisas e atualizadas sobre os nveis dos estoques, bem como

    sobre a tendncia do consumo.Tais informaes dependem, de forma primria, do processamento dos dados relativosaos itens de materiais estocados, em processo de aquisio ou de demanda futura que, para tanto,

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    devero estar corretamente codificados.Dessa forma, poder o gerente responsvel formular polticas e implementar

    procedimentos para otimizar os nveis dos estoques, atravs da manuteno de quantidadescompatveis com o consumo previsto, com a criticidade operacional e com o nvel departicipao financeira na composio do custo de produo ou de venda para cada item de

    material.Em resumo, verifica-se que a Classificao de Material, por ser a linguagem comum ecompreensvel por todas as demais funes, o ponto de partida para o estabelecimento de umSistema de Administrao de Material,

    Cdigo de BarrasEmbora no se constituindo propriamente em Classificao de Material, atualmente

    existem diversas opes para a entrada de dados nos sistemas informatizados, entre elas temos:reconhecimento ptico, digitao, tarjas magnticas, sensores de marca e, o mais conhecido, ocdigo de barras.

    Sua escolha tem como benefcios: baixo custo e menor tempo de implantao; fcil utilizao; uso de equipamentos compactos; alta velocidade de captura dos dados.Quando estivermos analisando com mais detalhes a Classificao de Materiais, veremos

    como se constitui o denominado cdigo de barras e, na medida em que tende a seruniversalizado, como se estabelecem as regras da codificao.

    Gerncia de Estoques

    Esta a funo responsvel pelapreviso, registro, controle e anlise da movimentao

    dos materiais de uma empresa.

    A Gerncia de Estoques o principal parmetro de aferio da eficincia do Sistema deAdministrao de Matrias. Particularmente em empresas comerciais ou industriais, onde ocusto dos materiais relevante, as decises tomadas pela Gerncia de Estoques afetamdiretamente os comportamentos operacional e financeiro das mesmas.

    Em conseqncia, os benefcios proporcionados pela AM em uma empresa seroreflexos diretos das decises que forem tomadas com base nas informaes da Gerncia deEstoques.

    Apesar de no contriburem em grande escala para o custo de produo, os estoques dasempresas de servios devem sofrer uma gesto criteriosa, pois a segurana e qualidade dasoperaes dependem diretamente dos materiais, que devem estar permanentemente disposiodos utilizadores.

    Para efeito de identificao e controle, os estoques podem ser classificados de diversasformas, sendo uma das mais comuns a seguinte:

    Estoque para Produo (matrias-primas, componentes, embalagens etc) Estoque MRO (Manuteno, Reparo e Operao) Estoque de Produtos em Elaborao Estoque de Produtos Acabados Estoque de Materiais Administrativos

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    A Gerncia de Estoques tem como principais atribuies formular e implantar umaPoltica de Estoques para a empresa, de tal modo que possam ser respondidas questes do tipo:

    Quais os itens que devem ser mantidos em estoque e quais os que devem seradquiridos quando solicitados?

    Quanto deve ser adquirido? Quando deve ser feita a aquisio? Quais os itens de maior e de menor rentabilidade? Qual o Coeficiente de Rotao ideal para os principais itens do estoque (em valor)? Quais os critrios para a determinao dos estoques de segurana para os itens

    principais e secundrios (em valor)? At que quantidade se pode adquirir a mais para se obter benefcios de frete e

    descontos? Quanto se deve adquirir de um determinado item, diante de um previsvel aumento

    de preo? Quais os itens excedentes e passveis de alienao? Qual o preo mnimo para venda dos excedentes?A primeira providncia para se controlar a existncia e movimentao dos estoques

    efetuar o Inventrio Fsico, que o arrolamento das quantidades de material existentes com osrespectivos custos unitrios. Convm lembrar que, para a execuo do Inventrio Fsico, osmateriais devero estar codificados de acordo com os procedimentos de Classificao deMaterial.

    A partir da realizao do inventrio inicial, todas as movimentaes de entrada e sadadevero ser registradas por meio de documentao apropriada, de tal forma que, a qualquer

    momento, uma consulta ao registro (tela de computador, relatrio de computador ou ficha)indicar o saldo existente do item de material, sem necessidade de uma contagem fsica. Noentanto, periodicamente, devero ser realizados Inventrios Fsicos para a verificao daconsistncia entre os saldos constantes dos registros e a existncia fsica. Nesta ocasio, soapuradas as divergncias e suas causas, e feita a respectiva conciliao (ajuste).

    Verifica-se, portanto, que o Inventrio Fsico o instrumento que mantm o nvel dequalidade das informaes do controle de estoques.

    Este , portanto, o processo mais elementar de controle dos materiais existentes emovimentados, sendo ponto de partida para a execuo integral da funo Gerncia de Estoques.

    Ao longo dos registros das movimentaes, so adicionados dados informativos defornecedores, dos tempos de demora na entrega, do consumo mdio, do custo unitrio etc.Assim, depois de certo tempo, podero ser extradas novas informaes que possibilitem aformulao de uma Poltica de Estoques adequada s necessidades reais.

    Aquisio de Material

    A funo Aquisio de Material ou simplesmente Aquisio abrange umconjunto de atividades relacionadas procura e obteno dos materiais (e servios, em algumas organizaes) necessrios s operaes de uma empresa, nas melhores condies dequalidade, preo e nvel de servio. Estes trs parmetros so indissociveis no julgamento deum processo de licitao, ou seja, um funo do outro. Assim sendo, cabe ao compradorestabelecer a ponderao que cada um vai ter no julgamento das propostas de fornecimento.

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    A Aquisio extremamente dependente da Gerncia de Estoques, visto que esta funo a responsvel inicial pelas quantidades de material que devem ser adquiridas para reposio,assim como pela poca em que tais aquisies devem ser feitas.

    Por sua vez, os nveis de estoques dependem, em grande parte, do tempo de demora das

    aquisies. Desta forma, os esforos para a reduo dos prazos de entrega so uma substancialcontribuio da Aquisio para a eficincia e eficcia da gesto dos estoques.

    Em termos gerais, existem dois tipos de aquisio de materiais:

    A aquisio para revenda (empresas comerciais) e a aquisio para consumo outransformao (empresas de servios e industriais).

    A aquisio para revenda o tipo mais antigo, visto que a atividade comercial precedeu,em muito, a atividade industrial. O principal objetivo deste tipo de aquisio o de adquirirmateriais na qualidade e servios exigidos plos clientes, a custos que permitam a adio de um

    certo lucro sem que o preo final de venda deixe de ser competitivo.Em sntese, a aquisio para revenda tem como parmetro fundamental o comportamento

    do consumidor. Este, em ltima instncia, decideo queequantodeve ser adquirido.

    Por seu lado, a aquisio para consumo ou transformao possui outros parmetros, anosso ver bem mais complexos, e que exigem da funo Aquisio todo o desenvolvimentotcnico que atualmente possui.

    O rgo comprador de uma empresa industrial ou de servios defronta-se com problemasbem mais complexos que o seu congnere comercial. Na indstria, a participao da Aquisioatinge a determinao dos produtos que devem ser fabricados, as peas ou componentes quedevem ser produzidos internamente e aqueles que devem ser adquiridos externamente. Almdisso, a atuao da Aquisio relaciona-se s previses de vendas e aos programas de produo.Outra grande responsabilidade do Setor de Aquisio refere-se seleo das fontes defornecimento que garantam continuidade operacional e custos competitivos no mercado.

    Os principais objetivos da funo Aquisio so:

    Manter um fluxo contnuo de material que atenda s necessidades operacionais deuma empresa.

    Comprar de forma competitiva e rentvel, isto , a custo e qualidade compatveiscom o mercado e com as especificaes exigidas para o material. Estabelecer fontes alternativas de suprimento, de modo a assegurar o fornecimentoe a competio.

    Desenvolver boas e permanentes relaes com os fornecedores. Obter a mxima integrao com as outras reas da organizao.Quanto s atribuies, podemos considerar como fundamentais as seguintes:

    Seleo das fontes de fornecimento Anlise de coletas e propostas em geral Julgamento do processo de licitao (seleo) Negociao com fornecedores Emisso de ordem de compra Diligenciamento

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    Manuteno do cadastro de fornecedores Desenvolvimento de novas fontes de fornecimento Manuteno de biblioteca de catlogos de fornecedores Promoo de estudos de reduo de custos (Anlise de Valor)O ciclo de aquisio iniciado com as tarefas de Determinao, Descrio e

    Comunicao da Necessidade de Material. Essas tarefas ocorrem normalmente nos rgos delinha (produo, operao ou venda) ou no rgo de gerncia centralizada dos estoques.

    Os processos mais comuns para se efetuar a descrio dos materiais so:

    Por marca comercial (referncia, part number etc) Por descrio detalhada das caractersticas fsicas do item Por desenhos ou plantas Por amostra Por combinao das formas anterioresAs principais formas de comunicao das necessidades so:

    Atravs de uma requisio formal Atravs da Lista de Material (oriunda normalmente da rea de projetos)A etapa seguinte do ciclo aquisitivo a Procura e Seleo do Melhor Fornecedoratravs

    de um processo de licitao.

    Escolhido o fornecedor, emitida uma Ordem de Compra a ser atendida dentro de um

    certo prazo, cujo cumprimento controlado pela atividade de Diligenciamento.Por ocasio da emisso da Ordem de Compra e, quando for o caso, indicado o tipo de

    Inspeo a que est sujeito o material. Esta inspeo poder ser efetuada durante a fase defabricao, por ocasio da entrega (na fbrica) ou no Recebimento do Material, quando emitido um documento formal de recebimento que promover o Encerramento do Processo deCompra junto ao rgo de Compras e proporcionar, juntamente com uma cpia da Nota Fiscal,o Processamento da Fatura, o Pagamento e a Contabilizao da Compra.

    Em sntese, o ciclo de aquisio constitudo das seguintes etapas bsicas:

    Determinao, Descrio e Comunicao da Necessidade de Material Procura e Seleo do Melhor Fornecedor

    Emisso da Ordem de Compra Diligenciamento Inspeo e Recebimento do Material Encerramento do Processo de Aquisio Processamento da Fatura, Pagamento e Contabilizao da AquisioA contribuio da funo Aquisio, como um todo, fundamental para a rentabilidade

    de uma empresa. Cerca de 50 por cento (mdia) das receitas operacionais de uma empresacomercial ou industrial so manipulados pelo rgo de compras para a gerao de novas

    receitas; Este um ponto que deve ficar bem claro para os responsveis pela administrao dasempresas em geral.

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    Armazenamento

    Em qualquer tipo de empresa, a funo Armazenamento se apresenta como umcomponente crtico e influente para a obteno dos benefcios desejados na implantao de umSistema de Suprimentos.

    A funo Armazenamento um dos principais componentes do sistema fsico demateriais, atuando como instrumento de compensao entre as diferentes fontes demovimentao (fornecedores, produo, vendas, usurio etc.).

    O Armazenamento compreende a guarda, localizao, segurana e preservao dosmateriais adquiridos, produzidos e movimentados por uma empresa, a fim de satisfazer suasnecessidades operacionais, sejam estas de consumo, revenda ou transformao.

    De um modo geral, so dois os sistemas adotados para o armazenamento de materiais: osistema aberto e o sistema fechado,

    O sistema aberto aquele que no utiliza instalaes especficas para estocar materiais.Seu maior emprego em manufaturas altamente repetitivas, onde haja um fluxo contnuo eprevisvel de materiais.

    Nas empresas onde empregado o sistema aberto, os materiais so estocados o maisprximo possvel dos pontos de consumo, com o emprego de caixas, estantes, estrados (pallets),armaes etc. Desta forma, o armazenamento pulverizado ao longo do centro de produo e oacesso aos materiais estocados livre a qualquer usurio.

    Este tipo de armazenamento aplicvel s reas de produo, onde haja alta rotatividade

    e baixa deteriorao ou obsolescncia. Ao mesmo tempo, pode-se concluir que h poucaconsiderao com os aspectos de segurana dos materiais.

    Um bom exemplo da aplicao do sistema aberto seria em linhas de montagem deautomveis. Nesta situao, a produo diria elevada e os componentes adquiridos e partessemi-acabadas fluem constantemente atravs da montagem. Alm disso, a entrega dos itens decusto elevado programada com alta freqncia, de modo que o estoque mdio bastantereduzido em relao aos produtos acabados.

    No sistema aberto, o controle contbil dos estoques tambm minimizado, visto que osmateriais so aplicados na produo, sem necessidade de se emitir requisio ou qualquer outro

    documento de controle. No so mantidos registros permanentes dos estoques. Para se calcular oconsumo durante um certo perodo necessrio realizar Inventrio Fsico no incio e no fim domesmo, aplicando a seguinte frmula:

    MC=EI+MA-EF

    onde:MC = Material consumido;EI = Estoque Inicial;MA = Material adquirido durante o perodo eEF = Estoque Final

    Deste modo, o controle realizado sobre o material consumido e o custeio feito,geralmente, atravs do emprego de custo-padro.

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    Voltamos a frisar que o sistema aberto aplicvel a atividades de produo constantes erepetitivas, onde o produto final seja padronizado.

    No entanto, convm observar que os materiais estocados neste sistema no devem serpassveis de desvio nem facilmente danificveis, o que implicaria no emprego do sistema

    fechado.O sistema fechado aquele no qual os materiais so estocados em uma ou mais

    instalaes de armazenamento destinadas especificamente para tal fim.

    O acesso aos materiais estocados permitido exclusivamente ao pessoal doArmazenamento; toda e qualquer movimentao de material coberta por um documento hbil(requisio).

    O sistema fechado destinado a fornecer a mxima segurana contra desvios, sinistros,avarias e deteriorao, alm de proporcionar um rgido controle contbil e um rigoroso custeio.

    Este o sistema mais empregado, principalmente por empresas comerciais, de serviosou industriais de processamento.

    A estocagem completamente separada dos controles da movimentao, que so feitaspela Gerncia de Estoques. Periodicamente so realizados Inventrios Fsicos para manter aconsistncia entre o material estocado e o respectivo registro (manual ou mecanizado).

    O sistema fechado de estocagem o objeto principal da funo Armazenamento.

    As vantagens esperadas da boa organizao do Armazenamento (arranjo fsico e mtodosde estocagem) so:

    pronto acesso aos principais itens, permitindo servio eficiente aos usurios, alto grau de flexibilidade do arranjo fsico, eficiente utilizao de espao, reduzida necessidade de equipamentos de manuseio de material, minimizao da deteriorao do material, eliminao ou reduo do desvio de material e facilidade para a realizao de inventrios fsicos.O ponto de partida para a organizao do Armazenamento o levantamento das

    informaes disponveis sobre cada item de material a ser estocado. Algumas das perguntas quedevero ser respondidas so:

    Qual o espao requerido para estocar adequadamente o item? Quantas unidades so requisitadas normalmente de cada vez? Dever o item ser estocado em unidades, pares, dzias, centenas etc.? Qual o nmero mximo de unidades de fornecimento a ser armazenado de uma nica

    vez? Qual o tipo de instalao de armazenamento mais adequado para o item

    (considerando caractersticas de composio, de peso, de forma, de dimenses e demanuseio)?

    Qual o equipamento de manuseio necessrio para o transporte do item? Qual a freqncia de requisio do item?

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    Nas operaes de produo, onde o item mais frequentemente empregado? Quais os tipos de embalagem empregados para o item? Quais as caractersticas de perecibilidade e de fragilidade do item? Qual o grau de incompatibilidade do item em relao a outros materiais? Quais as caractersticas de segurana exigidas para o armazenamento?Uma das principais questes a ser resolvida refere-se definio, para cada item de

    material, das instalaes de armazenamento adequadas tcnica e economicamente.

    Em face disto, dever ser feito o planejamento das instalaes a serem empregadas para oarmazenamento dos materiais, com base nas respostas obtidas s questes que acabamos deformular.

    Instalaes de Armazenamento so locais sob controle e responsabilidade definidos, edestinados ao recebimento, conferncia, guarda, preservao e fornecimento de materiais.

    Os tipos fundamentais de Instalaes de Armazenamento so:

    ArmazmEdificao dotada de piso, cobertura e paredes de fechamento frontal e lateral, com seu

    espao til dividido em reas de administrao, de servio e de estocagem. A principal rea, a deestocagem, destina-se ao armazenamento de materiais em estantes, engradados, estrados, caixas,armaes etc., podendo tambm ser ocupada por unidades de estocagem situadas em zonasfechadas, com refrigerao, aquecimento, controle de umidade etc.

    GalpoEdificao dotada de piso, cobertura e, em alguns casos, cercas de fechamento frontal e

    lateral, com seu espao til dividido em reas de servio e de estocagem.

    rea Descoberta ou PtioSuperfcie descoberta, dotada de piso nivelado, compactado (em alguns casos

    pavimentados) e com rede de drenagem. Quando necessrio, pode se apresentar com cercasfrontais e laterais, tendo o seu espao til como rea de estocagem.

    Para maior compreenso, definimos:

    rea de AdministraoParte de um Armazm destinada execuo de servios administrativos (escritrio) e s

    facilidades para o pessoal (instalaes sanitrias, vestirio e copa).

    rea de ServioParte de um Armazm ou Galpo compreendendo plataformas, rampas, escadas e locais

    de recebimento, conferncia e despacho.

    rea de EstocagemParte de uma instalao de armazenamento destinada guarda, localizao e manuseio de

    materiais estocados, compreendendo: Circulao Principal, Circulaes Secundrias, Corredoresde Acesso, Corredores de Segurana e Zonas de Estoque.

    Para a elaborao de projetos e construo das Instalaes de Armazenamento, deveroser considerados diversos fatores de planejamento, de acordo com o tipo de instalao desejado,como por exemplo:

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    ADMINISTRAO DAS OPERAES DE MANUFATURAS E SERVIOS 17/36LCFG 2008/10-Oper-03-1

    Condies topogrficas (levantamento planialtimtrico do local, com vistas a umpossvel aproveitamento das condies naturais ou parte delas, para efeito deconstruo de plataformas, rampas, vias de acesso etc.).

    Condies metereolgicas (regime de ventos, de chuvas, variao trmica,caractersticas sazonais etc)

    Sentido solar (nascente/poente) Quantidade, dimenses e peso dos materiais previstos para estocagem. Peso e dimenses das unidades de estocagem (estantes, armaes, engradados etc.). Capacidade, dimenses, peso e raios mnimos de curvatura dos equipamentos de

    manuseio de material.

    Necessidades e posicionamento das reas de administrao, de servio e deestocagem. Esquematizao do sistema de comunicaes, de acordo com as caractersticas da

    instalao e do uso a ser feito.

    Esquematizao do sistema de preveno contra incndios. Definio das dimenses da instalao (em base modular, de preferncia 5 ou 10

    metros por mdulo).

    Determinao do p-direito adequado aos fatores anteriormente apresentados(condies metereolgicas, tipo de estocagem etc.). Determinao da resistncia para o piso, que deve ser do tipo industrial. Definio das dimenses de portas frontais e laterais (de preferncia, com largura

    equivalente s das circulaes principal e secundria, respectivamente).

    Definio das plataformas (normalmente com altura de 1,0m e largura mnima de2,5m).

    Determinao dos nveis de iluminamento adequados atividade do local (consultarnorma ABNT especfica).Planejadas, projetadas e construdas as Instalaes de Armazenamento, a etapa seguinte

    corresponde elaborao de um plano esquemtico das reas de estocagem, com a definio dasdiversas unidades de estocagem, seu posicionamento e o sistema de localizao dos itens aserem armazenados.

    O sistema de localizao mais empregado o de coordenadas alfanumricas, cujacomposio alterna nmeros e letras, iniciando o Cdigo de Localizao com um nmero que

    identifica a instalao (Armazm, Galpo ou Ptio), e terminando com um nmero ou letraindicativo da menor unidade de estocagem para aquela instalao (escaninho, subescaninho,gaveta, coluna etc.).

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    ADMINISTRAO DAS OPERAES DE MANUFATURAS E SERVIOS 18/36LCFG 2008/10-Oper-03-1

    Exemplo:

    3 B 6 D 5 Escaninho 5 (quinto, da Circulao Principal para a parede lateral)

    Estante 6 (terceira direita no sentido frente/ fundo)

    Armazm 3

    Zona de Estoque B (primeira direita, no sentido frente/fundo)

    Prateleira D (quarta, de baixo para cima da estante)

    Com um bom sistema de localizao implantado, pode-se planejar a automatizao doArmazenamento, incluindo o sofisticado esquema de armazenamento aleatrio. Neste, medidaque os itens vo sendo liberados pelo recebimento e conferncia, so armazenados nas unidadesde estocagem disponveis e adequadas para cada um, independentemente de j haver itemequivalente em outra unidade de estocagem. Este esquema de armazenamento ainda poucoempregado, principalmente por estar vinculado mecanizao total e tambm por se adaptarapenas s condies peculiares (produo contnua, consumo previsvel, alta rotatividade,embalagens padronizadas etc.).

    Manuseio de Material (Material Handling)

    Esta funo Suprimentos compreende o deslocamento fsico interno dos itens de material

    recebidos, estocados, fornecidos, transferidos ou sujeitos a qualquer outro tipo demovimentao. O Manuseio de Material poder ser realizado de forma manual ou mecnica.

    O papel do Manuseio de Material poder ser avaliado se considerarmos a estimativa deque a produo responsvel por apenas 20 por cento do tempo total em que um item passa nosistema manufatureiro; os 80 por cento restantes so consumidos na manipulao do referidoitem4

    A funo Manuseio de Material, da mesma forma que o Armazenamento, a quem estintimamente vinculada, integra o sistema fsico de material, sendo o conduto atravs do qualbusca-se a mxima racionalizao com o mnimo custo, cujo objetivo geral : transportar

    materiais de um ponto a outro sem retrocesso, com um mnimo de transferncia, enviando-ospara os locais certos de trabalho ou centros de processamento, evitando congestionamentos,atrasos e manuseies desnecessrios.

    O planejamento das atividades de Manuseio de Material dever considerar parmetros eprincpios j consagrados por especialistas da matria.

    Dentre os parmetros, citamos:

    Avaliao do Materialo quanto forma de apresentao (unitria, granel, lquida, gasosa etc).o quanto s caractersticas de forma, dimenses, perecibilidade, peso etc.

    4 SILVA, Renaud B. da.Administrao de Material. Rio de Janeiro : ABAM, 1981, p. 35.

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    o quanto s quantidades a serem movimentadas durante perodospreestabelecidos

    Anlise da Movimentaoo quanto origem e destino do material a ser manuseadoo quanto aos meios de transporte externos e internos

    Anlise dos Mtodos a serem utilizadoso quanto ao tratamento unitrio da carga por sustentaoo quanto ao emprego de cargas unitrias (pallets, containeres, caixas etc.)o quanto aos custos (empregando estudos de custo x benefcio) relativos a

    equipamentos, utenslios e mo-de-obra.

    Avaliao das Restries Fsicaso quanto rea livre disponvelo quanto ao p-direitoo quanto s colunas existenteso quanto resistncia do pisoo quanto s dimenses das sadaso quanto ao acesso etc.

    Abaixo destacamos alguns princpios que devem ser observados, na movimentao demateriais, em conjunto com os parmetros anteriormente apresentados:

    Princpio do Sistema GlobalDever ser feito o planejamento integrado das atividades de Manuseio de Material, assim

    como a coordenao da totalidade das operaes de manuseio. Cada atividade deve serconsiderada como parte de um Sistema.

    Princpio do Fluxo de MateriaisDever ser feito o levantamento da seqncia das operaes, a fim de otimizar o fluxo de

    materiais.

    Princpio da SimplificaoReduza ou elimine movimentos e/ou equipamentos desnecessrios.

    Princpio da Lei de GravidadeUtilize, sempre que possvel, a fora da gravidade no manuseio de materiais.

    Princpio da Carga UnitriaEm geral, o manuseio de grandes unidades reduz o custo por unidade movida.

    Princpio da Seleo de EquipamentosDevem ser feitas consideraes especiais sobre o aspecto global do problema,

    relacionando-o ao material a ser manuseado, ao tipo de manuseio a ser feito e ao mtodo a serempregado.

    Princpio da Segurana no TrabalhoDeve ser associado escolha do equipamento empregado a fim de ser atendido um dos

    objetivos do Manuseio de Material: a segurana nos locais de trabalho.

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    Princpio da FlexibilidadeOs equipamentos devem ter multiaplicao, a fim de serem mais bem aproveitados.

    No mbito da funo Manuseio de Material, um marco significativo e de ocorrncia

    relativamente nova foi a efetiva introduo do principio da carga unitria, isto , o manuseio deunidades mltiplas em lugar de unidades simples. O emprego da carga unitria reduz custosoperacionais, em face de exigir um menor nmero de movimentaes. A reduo desses custosoperacionais tambm obtida pelo uso intensivo da estocagem vertical, que aumenta aprodutividade das instalaes de armazenamento.

    Dentro da concepo de sistema fsico integrado e global de distribuio de material,largamente empregada em AM, a carga unitria representa sua base e pode ser definida comosendo uma carga constituda de itens embalados ou no, arranjados ou acondicionados, de modoa possibilitar o seu manuseio, transporte e armazenamento por meios mecnicos e como umaunidade.

    A carga unitria pode ser classificada, segundo sua forma de apresentao, nas seguintesvariaes:

    Embalagens e recipientes Pallets (estrados), caixas e engradados Containers (cofres de carga) rgidos e flexveisUm dos grandes problemas encontrados para a obteno da mxima eficcia com o

    emprego da carga unitria a padronizao dimensional para os seus diversos tipos.

    A ISO - International Standardization Organization, estabeleceu normas (reeditadas pelaABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas) sobre as dimenses inter e correlacionadasde containers, pallets, embalagens, equipamentos de manuseio e de transporte, baseados em umsistema modular, projetado para o transporte internacional dos materiais de interesse de todos ospases.

    Os estudos de normalizao de cargas unitrias conduziram ao formato 1100 mm x 1100mm, obtido atravs de programao de computador. Esta programao utilizou lgicamatemtica, critrios operacionais e fatores regionais e mundiais relativos s dimenses doselementos fsicos da cadeia de distribuio de bens acondicionados.

    Em sntese, a carga unitria 1100 mm x 1100 mm a soluo racional para o sistemaintegrado e global de distribuio de materiais acondicionados. Ela permite maior nmero deopes para formatos de acondicionamento e possibilita o manuseio mais simples e eficienteatravs de meios mecnicos.

    A partir da utilizao das cargas unitrias, os equipamentos de manuseio de materialtornaram-se instrumentos crticos nos sistemas fsicos de material.

    O equipamento que sofreu maior expanso neste setor foi a empilhadeira motorizada, nassuas diversas verses aplicadas s diferentes necessidades e caractersticas de manuseio dematerial.

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    Outros equipamentos destinados ao manuseio de material so:

    Carros de trao manual Empilhadeiras manuais Guindastes automotores Carros-Prtico Tratores de Armazm Talhas Pontes rolantes e Prticos Elevadores de carga Transportadores de rodzio

    A seleo dos equipamentos de manuseio de material dever considerar, com o maiorrigor possvel, os parmetros e os princpios definidos anteriormente neste captulo.

    No Sistema de AM h um inter-relacionamento direto entre a funo que acabamos dedescrever e as de Armazenamento, Transporte e Movimentao de Estoques.

    Controle dos Materiais Disponveis (Excedentes, Obsoletos eInservveis)

    A terminologia brasileira de AM ainda no possui um termo nico que possa representaro conjunto de materiais que, por algum motivo, no mais interesse s operaes de umaempresa.

    A nomenclatura inglesa utiliza a palavra surplus para representar materiais excedentes,obsoletos e inservveis. Estes materiais, que a partir de agora denominaremos "disponveis",podem ser classificados em:

    Excedenteso de estoqueso de equipamentos

    Obsoletoso de estoqueso de equipamentos

    Avariadoso de estoqueso de equipamentos

    SucataO problema da disponibilidade de material nem sempre tratado como influente nos

    resultados operacionais de uma empresa. A maior parte dos gerentes costuma generalizar taismateriais sob a denominao de "sucata".

    No entanto, devemos considerar a disponibilidade de materiais sob dois aspectosdistintos: o da empresa industrial de transformao e o das demais empresas - particularmente as

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    de servio ou servios industriais de utilidade pblica.

    Na produo, a disponibilidade de materiais sob a forma de sucata (ou refugo) inevitvel, visto que muitas das matrias-primas sofrem variadas transformaes at seconverterem em produtos acabados. Em conseqncia, o material inicialmente introduzido no

    processo no inteiramente consumido; inevitvel a existncia de uma sobra. Estamparias soexemplos tpicos da ocorrncia deste tipo de sobra de material.

    Neste caso, a grande preocupao da gerncia minimizar os nveis de sucata (refugo)atravs de um rigoroso planejamento e controle da produo.

    Esta forma de disponibilidade tambm poder ocorrer em empresas de servios ou deservios industriais de utilidade pblica. Consideremos, por exemplo, o caso de uma empresa deenergia eltrica que constri e opera usinas, subestaes e linhas de transmisso. Situemo-nos naconstruo de linhas. Os cabos condutores de alumnio com alma de ao so fornecidos embobinas com cerca de 2000 metros cada. Aps o lanamento dos cabos, inevitvel a sobra de

    pontas com tamanhos variveis, dependendo dos vos ocupados. Estas pontas, em vez de setransformarem em sucata comum, so fundidas. Aps a fundio, a alma retirada, havendo umaproveitamento, em termos de alumnio a 99,7 por cento, de cerca de 60 por cento em mdia. Aalma de ao galvanizado destinada sucata. Com este procedimento, a empresa transforma asobra de material em uma atividade rentvel, pois, ao encomendar novos cabos condutores,inclui na transao o fornecimento da matria-prima bsica (e cara), sob a forma de lingotes dealumnio com alto grau de pureza (99,7 por cento) - necessrio em termos de condutividadeeltrica. O custo incorrido na transformao das pontas em lingotes altamente compensadopela economia produzida na aquisio de novos cabos.

    A disponibilidade de materiais, sob a forma de excedentes, tambm resultante, em

    muitas situaes, de falhas decorrentes de projeto, de engenharia do produto ou de compras (naespecificao de qualidade em requisies ou listas de material). Esta situao mais encontradaem empresas com responsabilidade s de construo, onde, aps a execuo de uma certa obra(fbrica, unidade industrial, refinaria de petrleo, usina hidro ou termoeltrica, linha detransmisso etc.) comum a sobra de quantidades ponderveis de materiais ou equipamentosmal comprados, principalmente por falhas ou alteraes casusticas de projeto. preciso atentarpara o fato de que, neste caso, no h possibilidade de se obter rentabilidade na disposio dosexcedentes; poder-se-, no mximo, reduzir-se o prejuzo causado pela compra indevida.

    Por isto mesmo, um alto e constante faturamento gerado por alienaes, em vez designificar bons negcios para a empresa, representa, na maior parte dos casos, o resultado de m

    administrao dos materiais, em diferentes nveis de responsabilidade. A manuteno de umfaturamento crescente ao longo de exerccios sucessivos um claro sintoma do agravamento dasituao, que s se resolver com a erradicao ou minimizao das causas.

    Deste modo, um bom ndice de avaliao da gesto dos materiais o acompanhamento,perodo a perodo, da relao faturamento por alienaes/compras efetuadas. A tendncia parazero positiva, enquanto o afastamento negativo, salvo se por motivos circunstanciais,

    Quanto aos equipamentos colocados em disponibilidade, h condies de se tornaremeconomicamente vantajosas sua colocao e posterior venda, principalmente em se tratando deveculos de transporte pessoal ou de carga.

    Devemos considerar que os equipamentos tm sua vida til classificada sob as seguintesformas:

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    ADMINISTRAO DAS OPERAES DE MANUFATURAS E SERVIOS 23/36LCFG 2008/10-Oper-03-1

    Vida de Servio Vida Tecnolgica Vida EconmicaA Vida de Servio de um equipamento vem a ser o tempo total em que o mesmo

    continua operando, at se tomar completamente inservvel.

    A Vida Tecnolgica de um equipamento pode resultar de duas causas:

    1. Novo equipamento desenvolvido tornando o existente obsoleto por ser mais rpido,mais barato, mais eficiente ou mais fcil de operar.

    2. Por ampliao do mercado, que exige equipamento de maior rendimento naproduo.

    A Vida Econmica pode ser definida como o perodo de vida til de um equipamento,aps o qual se toma mais oneroso continuar a possu-lo e oper-lo, do que troc-lo por novo.

    A poca mais vantajosa para se alienar um equipamento ao fim de sua VidaEconmica. A menos vantajosa ao fim de sua Vida de Servio, quando, na maioria dos casos,transforma-se em sucata.

    No caso de obsolescncia, a Vida Tecnolgica equivale Vida Econmica doEquipamento.

    Quando o material colocado em disponibilidade, o rgo responsvel dever tomar umadas seguintes providncias (ou ambas), adequadas a cada caso:

    Divulgar em toda a empresa uma listagem dos materiais disponveis, com vistas aoseu reaproveitamento.

    Executar a alienao, que vem a ser a cesso ou extino do material consideradodisponvel.

    Normalmente, so definidas as seguintes modalidades de alienao:

    Alienao por VendaRealizada, sempre que possvel, com base no princpio de licitao, atravs deConcorrncia, Leilo ou Coleta de Preos.

    Alienao por PermutaRealizada com empresas congneres ou do mesmo setor governamental ou comfornecedores de materiais necessrios empresa.

    Alienao por DoaoRealizada quando houver interesse particular da empresa ou quando no for possvela alienao por venda ou permuta. A doao deve ser feita, sempre que possvel, aentidades de carter educacional, assistencial ou religioso.

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    ADMINISTRAO DAS OPERAES DE MANUFATURAS E SERVIOS 24/36LCFG 2008/10-Oper-03-1

    Alienao por ExtinoRealizada como alternativa final para os materiais impossibilitados de seremvendidos, permutados ou doados.

    Controle de Qualidade

    O atual conceito de Qualidade produto da era tecnolgica em que vivemos. Aps aRevoluo Industrial, a qualidade de um produto ou a manuteno de um padro era obtidaatravs da inspeo que, na poca, tinha um carter policial. Eventualmente, os resultados dainspeo eram empregados para a melhoria dos processos de produo.

    Nos dias atuais, no entanto, o Controle de Qualidade age no apenas como inspetor, mas,principalmente, como agente explorador das causas que provocam resultados no-desejados nos

    processos de fabricao e, tambm, procurando fazer com que os agentes envolvidos naproduo incorporem em seus procedimentos posturas ativas pr-qualidade.

    Segundo W. P. Famsworth5 o Controle de Qualidade est emergindo, gradualmente,como uma espcie de servomecanismo, atravs do qual os sinais so transmitidos em ida e volta,por meio de um sistema complexo que envolve as atividades de fabricantes e compradores.

    Esta afirmativa, feita h mais de 50 anos, foi uma espcie de previso do que iriaacontecer nos dias atuais, quando a Administrao de Material, sendo parte do sistema complexoreferido no artigo de Famsworth, participa ativamente do programa de qualidade assegurada naempresa.

    De um modo geral, podemos dizer que Qualidade significa adequao ao uso. Assimsendo, uma empresa est interessada em produzir e vender, lucrativamente, um produto quedesempenhe uma determinada funo com boa margem de confiana. Deste modo, h umapreocupao quanto ao custo total da qualidade do produto, que influenciado pelo projeto deengenharia, plos mtodos de produo e pelo suprimento de material.

    A qualidade de um produto no garantida pelas especificaes em si ou pela inspeorealizada; ela deve ser parte integrante do produto, e cabe ao rgo competente de AM aindicao dos fornecedores que possuam competncia, motivao e informaes adequadas paraproduzir o material na qualidade desejada.

    Lamar Lee Jr. e Dobler6 recomendam quatro fatores determinantes para a obteno deum nvel de qualidade sistemtico para os materiais adquiridos. Estes fatores so:

    1. Criao de especificaes completas e adequadas para a qualidade desejada.2. Seleo de fornecedores que possuam condies tcnicas e capacidade de produo

    para o atendimento da qualidade desejada a custo competitivo.

    5 FARNSWORTH, W.P. "Tendncias no Controle da Qualidade" in: ASQC Proceedings. AssociaoAmericana de Controle de Qualidade, 1955

    6LEE, Lamar Jr. & DQBLER, Donald W.Purchasing and Materiais Management. New York: McGraw-HillBook Company, 1971.

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    3. Desenvolvimento de um entendimento realstico com fornecedores sobre osrequisitos de qualidade e criao da motivao para obt-los convenientemente.

    4. Avaliao da performance de custo/qualidade dos fornecedores e implantao docontrole apropriado.

    A AM est diretamente envolvida na implementao e direo dos fatores l a 3, eparticipa, ainda, dos programas relativos avaliao da performance custo/qualidade.

    A especificao da qualidade poder ser feita atravs de vrios mtodos, dos quaisdestacamos:

    Por desenhosAplicveis principalmente por indstrias metalrgicas, de construo civil ou demesma natureza, cujos materiais sejam caracterizados por limites dimensionais. Os

    desenhos so produzidos pelos prprios requisitantes (engenharia ou produo) ouobtidos em um arquivo tcnico que poder ser mantido pelo rgo de compras.

    Por norma tcnicaAlguns materiais atendem a um fim especfico de certo nmero de indstrias ougrupos de indstrias, e tm sua qualidade expressa por meio de um padro industrialde aceitao geral. Estes padres, denominados "normas tcnicas" so, na maioria doscasos, detalhados e exatos o suficiente para se constiturem como parte daespecificao de qualidade para efeito de compra. As normas tcnicas podem atendera uma determinada regio, a um pas ou a grupos de pases. No Brasil, a ABNT -

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas o rgo que o centraliza e oficializa asNormas Tcnicas mas em certas circunstancias so usadas normas estrangeiras.Destacamos, a seguir, algumas entidades responsveis por essas normas: DIN(Alems), BS (Britnicas), AFNOR (Francesas), MS, ASME, ASTM, NEMA, SAE,USP e Federal and State Specifcations (Americanas). Em termos pan-americanos einternacionais, citamos, respectivamente, a COPANT e a ISO.

    Por marcaEsta forma de especificao de qualidade extremamente simples, emboraprejudicial ao carter competitivo que desejvel para a aquisio de materiais, pois

    limita a fonte de fornecimento. Entretanto, bastante indicada na aquisio desobressalentes para equipamentos, porque grande parte desses sobressalentes so defontes especficas.

    Por caractersticas fsicas ou qumicasEsta forma de especificar qualidade aplicvel a materiais que possam ser descritosintegralmente por meio de parmetros fsicos ou qumicos, como por exemplo,materiais eltricos comuns ou produtos qumicos em geral.

    Por amostraAplicvel quando alguns detalhes (cor, por exemplo) no podem ser perfeitamentedeterminados por descrio ou desenho.

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    Por combinao de especificaesQuando, isoladamente, nenhuma das formas de especificao da qualidade descrevecom exatido o que se deseja adquirir, pode ser usada, com vantagem, umacombinao de duas ou mais formas j apresentadas.

    Estabelecida a qualidade desejada e selecionados os fornecedores aprovados para atend-la, o prximo aspecto fundamental do Controle de Qualidade refere-se Inspeo de Material.Esta tem por objetivo assegurar que o material fornecido capaz de atender aos limites dequalidade e est dentro das exigncias de uso.

    Para materiais comprados, destacamos os seguintes tipos de inspeo:

    Inspeo no RecebimentoPoder ser realizada, no estabelecimento do fornecedor, por ocasio da entrega ouaps a chegada do material ao Almoxarifado Recebedor. Esta forma de inspeoaplica-se principalmente a materiais de uso corrente e com caractersticaspadronizadas.

    Inspeo na FabricaoRealizada, em diferentes estgios de fabricao, nas dependncias do fornecedor,atravs de inspetores prprios ou contratados.

    Para a execuo de inspees, o rgo competente baseia-se, dentre outros, nos seguintesdocumentos:

    Cpias das ordens de compra Especificaes do material Normas Tcnicas Procedimentos de inspeo e de ensaios Documentos para registro das ocorrncias de inspeo.Quanto forma de realizar inspeo, destacamos:

    Inspeo 100 por centoTem como caracterstica o custo elevado e, apesar do ttulo, no fornece 100 porcento de garantia (o ndice mdio 85 por cento), devido, principalmente, fadiga doinspetor. aplicvel a materiais de natureza vital (equipamentos para controle de vo, porexemplo) e tambm quando no so empregados testes destrutivos.

    Inspeo por amostragemAplicvel quando se pode correr o risco de uma deciso errada ao se aceitar

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    determinado lote de material.Igualmente aplicvel a materiais cuja inspeo exige o emprego de testes destrutivos.So utilizada na inspeo por amostragem as Normas ABNT - Plano de Amostrageme Procedimentos na Inspeo por atributos - NBR 5426 - Jan/1985 e a a que trataInspeo por variveis - NBR 5429 Jan/1985, que foram baseadas nas normas

    americanas do Military Standard- MILJSTD 105-D para inspeo por atributos eMIL.STD 414 para inspeo por variveis.

    O plano de amostragem com base nas tabelas da NBR prev a definio do tamanho daamostra e dos nmeros de aceitao correspondentes, em funo do lote recebido e do NQA -Nvel de Qualidade Aceitvel.

    Na NBR 5426 o Nvel de Qualidade Aceitvel varia de 0,01 por cento at 10 por cento.Na definio do tamanho da amostra so considerados os nveis de inspeo, que podem ser:

    Atenuado (nvel I) - para itens de pequeno valor Normal (nvel II) - para itens de valor intermedirio Rigoroso (nvel III) - para itens de grande valor.Quanto mais elevado for o nvel, maior ser a amostra.

    De maneira apenas geral, procuramos dar uma noo sobre Inspeo de Material - partedo Controle de Qualidade que representa uma boa parcela dos custos de aquisio de material e,

    por isso mesmo, fator de alta considerao no Sistema de Administrao de Material de qualquerempresa.

    ORGANIZAO ESTRUTURAL-FUNCIONAL DESUPRIMENTOS

    Fundamentos

    Peter Drucker afirma que uma boa organizao, por si mesma, no geradora de uma

    boa performance, assim como uma boa Constituio no proporciona, por si s, grandespresidentes, leis ou uma sociedade perfeita. No entanto, uma estrutura organizacional deficientetorna impossvel uma boa performance da empresa, independente da qualidade individual deseus administradores.

    A organizao estrutural-funcional de uma empresa estabelece autoridade,responsabilidade, atribuies e os canais bsicos de comunicao para cada rgo.

    Na rea de Suprimentos, esses elementos devem estar centralizados em um nico rgo,qualquer que seja o nvel do mesmo (Diretoria, Superintendncia, Departamento, Diviso etc.).A principal razo desta orientao reside na interdependncia existente entre as funes de AM

    (Suprimentos), conforme detalhamos anteriormente.

    No entanto, nem todas as empresas tm adotado este comportamento. Em conseqncia,

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    ADMINISTRAO DAS OPERAES DE MANUFATURAS E SERVIOS 28/36LCFG 2008/10-Oper-03-1

    obteno de melhores resultados financeiros pata as empresas industriais ou comerciais, e de

    encontramos dois tipos de estrutura de AM: a integrada e a no-integrada. Ambas, no entanto,possuem, no todo, idnticas responsabilidades e atribuies, diferenciando-se quanto autoridade, que pulverizada nas estruturas no-integradas, provocando, na maior parte doscasos, disfunes e diluio de esforos.

    Na figura 7 apresentamos uma estrutura integrada (totalmente integrada), na qual osmateriais adquiridos so administrados em conjunto com os materiais destinados venda.

    DIREOSUPERIOR

    MARKETING PRODUO SUPRIMENTOS RECURSOSHUMANOS

    FINANAS

    COMPRAS ALMOXARIFADOSMAT. PRIMAM. R. O.PROD. ACAB.

    GERNCIADE

    ESTOQUES

    TRANSPORTEE

    MANUSEIO DEMATERIAL

    Fig. 7

    Em outra situao, possvel que se obtenha uma organizao eficiente sem a integraototal das diversas funes de AM, separando-se a gerncia dos materiais adquiridos da gernciados materiais vendidos.

    Podemos observar esta ltima situao no organograma constante da figura 8

    DIREOSUPERIOR

    PRODUO OUTROSRGOS

    MARKETINGVENDAS

    COMPRAS ALMOXARIFADOSMAT. PRIMAM. R. O.

    FABRICAO DISTRIBUIO ALMOXARIFADOPROD. ACAB. OUTRASREAS

    Fig. 8Convm lembrar, porm, que a integrao das funes de AM fator relevante para a

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    A organizao estrutural-funcional da funo Suprimentos deve considerar duassitua

    Empresa com um nico estabelecimentoesma cidade, no mesmo

    estrutura mostrada na figura 9 representa uma concepo geral da AM, onde

    identifi

    Fig. 9

    De assessoramentooControle de Qualidade (posicionado no estafe por atuar indistintamente junto ao envolvida em conjunto com a rea financeira)

    oComprase Estoques

    melhor servio para aquelas onde o custo do material no altamente significativo para asoperaes sociais.

    es distintas:

    Empresa com diversos estabelecimentos localizados na mEstado ou em diferentes Estados.

    ORGANIZAO ESTRUTURAL-FUNCIONAL PARAEMPRESAS DE UM S ESTABELECIMENTO

    A

    camos as seguintes atividades funcionais:

    SUPRIMENTOS

    INVENTRIOFSICO

    CONTROLEDE QUALIDADE

    CONTROLE DEDISPONIBILIDADES

    GERNCIA DEESTOQUES

    TRANSPORTE DEMATERIALCOMPRAS

    ALMOXARIFADOS

    Compras, Almoxarifados e Transporte)

    Controle das Disponibilidadeso Inventrio Fsico (atividade desDe Linha

    oGerncia doTransporte de MaterialoAlmoxarifados

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    rincipais atribuies dos rgos de assessoramento

    Do Controle de Qualidadeefinio da Poltica de Qualidade da empresa em relao

    ontrole de qualidade

    material;dos componentes;

    ealizao de

    Do Inventrio Fsicoo de inventrios fsicos legais (obrigatrios) em conjunto

    s saldos do controle de

    Do Controle de Disponibilidadeso tratamento dos materiais colocados em

    locados em

    Estrutura e principais atribuies dos rgos de linha

    Comprasna figura 10 uma estrutura bsica para Compras, na qual consideramos oprincp

    P

    oPromover estudos para a da materiais e fornecedores;oExecutar a qualificao tcnica dos fornecedores de material;oElaborar, adaptar e interpretar normas tcnicas aplicveis ao c

    da empresa;oPromover programas de padronizao de materiais;oElaborar padres para especificao da qualidade deoParticipar dos programas de anlise de valor ou nacionalizaooEstabelecer os procedimentos para inspeo dos materiais;

    material;oDefinir a sistemtica de contratao de firmas inspetoras deoManter cadastro atualizado dos laboratrios credenciados para a r

    ensaios e testes;oExecutar a inspeo de material com pessoal prprio ou supervisionar a inspeo

    contratada.

    oProgramar a realizacom o rgo de controle contbil;

    oProgramar a realizao de inventrios para controle interno, usando, sempre quepossvel, parte da programao do inventrio obrigatrio;

    oProceder realizao dos inventrios fsicos, atravs de equipes especialmenterecrutadas em diferentes rgos da AM e da Contabilidade;

    oProceder, quando necessrio, realizao de reinventrios;oPreparar relatrios de diferenas de inventrio;

    ooPromover a conciliao dos saldos fsicos existentes comestoques e do controle contbil, atravs da emisso dos documentos de ajuste;

    oLevantar e avaliar fisicamente os materiais inativos, com vistas ao seuaproveitamento em outros locais (remanejamento) ou sua alienao.

    oEstabelecer as regras paradisponibilidade;

    oPromover estudos para a determinao da vida til dos equipamentos;oAvaliar a convenincia de recuperar ou alienar equipamentos co

    disponibilidade;oPromover a realizao de alienao de materiais colocados em disponibilidade.

    Apresentamosio de especializao para a execuo de compras. Assim sendo, o rgo de execuo dividido em tantos grupos quantas forem as especialidades de significao para a empresa. Asatividades de apoio tcnico, administrativo e sobre importaes so desempenhadas por um

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    s principais atribuies de Compras so:

    ecimento de material;oManter cadastro atualizado de fornecedores aprovados tcnica e comercialmente;

    nto;

    s, adaptando-os,

    s de qualidade, preo e servio;

    o seu limite de competncia;tabelecidas no

    ilar;

    onais do mercado;

    rgos envolvidos, conforme a

    portaes;

    de seguro de transporte martimo e areo para os

    Gerncia de Estoquesda a estrutura de um rgo administrador de estoques,

    abrangendo, basicamente, as atividades de Classificao de Material, de Previso e de Controle

    grupo de assessoramento ou por rgos especficos (Controle de Compras e Importao).

    COMPRAS

    CONTROLE DECOMPRAS

    IMPORTAOEXECUO DECOMPRAS

    Fig. 10

    PROD. QUMICOSBORRACHA, PLSTICOS E VIDROM. R. O.

    APOIO ADMINISTRATIVOCADASTRODILIGENCIAMENTO

    LICENCIAMENTOCMBIODESEMBARAO ALFANDEGRIO

    A

    oPromover a seleo das fontes de fornoPesquisar, sistematicamente, fontes alternativas de fornecimeoParticipar de programas de anlise de valor;oPromover a elaborao de normas e procedimentos de compra

    sempre que necessrio, legislao vigente;oProceder s licitaes nas diversas formas estabelecidas pela administrao da

    empresa;oEfetuar a anlise e o julgamento das propostas oferecidas, com base nos

    parmetrooNegociar contratos de compra em aberto ou com entrega parcelada;

    Emitir e aprovar ordens de compra dentro dooPromover o diligenciamento das compras dentro das condies prees

    documento de aquisio;oNegociar com os rgos requisitantes a substituio de itens de difcil aquisio

    por outros de natureza simoPropor administrao superior um programa de compras dos principais produtos,

    com base nas oportunidades sazoProcessar os pedidos de fatura pr-forma para materiais importados;oProceder ao licenciamento de importao junto aoslegislao em vigor;oEmitir as ordens de compra no exterior (Purchase Order) e proceder ao seu

    diligenciamento;oProvidenciar, em conjunto com o rgo financeiro, os contratos de cmbio para

    pagamento das imoPromover o desembarao alfandegrio do material importado;

    Providenciar as averbaesomateriais adquiridos no Pas ou no exterior.

    Na figura 11 apresenta

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    dos Es

    resentada apenas um modelo geral, que poder ser

    modificado no atendimento das convenincias e caractersticas de cada empresa.

    s principais atribuies da Gerncia de Estoques so:

    ovimentados pela empresa;oEmitir Catlogos de Materiais contendo elementos de identificao e codificao,

    dos

    s para a racionalizao dos mtodos de controle dos estoques,

    s para a reduo das variedades de itens em estoque;nalisando-o em conjunto com o

    a existncia fsica dos materiais, incluindo seu manuseio e

    movim ntao, realizado pelo rgo de Almoxarifados, cuja estrutura apresentamos na figura12. Em

    toques. A funo Classificao de Material poder se constituir em rgo parte, namedida em que o volume e a responsabilidade de suas tarefas assim o exijam (por exemplo, emservios industriais de utilidade pblica).

    De qualquer modo, a estrutura ap

    GERNCIADE

    ESTOQUES

    Fig. 11

    PREVISODE

    ESTOQUES

    CLASSIFICAODE

    MATERIAIS

    CONTROLE DE ESTOQUES

    A

    o Identificar e codificar todos os itens de material mordenados de modo a orientar a movimentao e respectivos controlesestoques;

    oDeterminar os materiais que devem ser objeto de estoque e estabelecer osrespectivos nveis quantitativos iniciais;

    oAnalisar o consumo de material visando ao estabelecimento de nveis de estoqueadequados, recorrendo, sempre que necessrio, aos usurios interessados;

    oEfetuar o controle quantitativo dos estoques, atravs do registro sistemtico de suamovimentao;

    oEmitir as requisies para ressuprimento de estoques;oPromover estudo

    com base em critrios seletivos tipo ABC;oExecutar o remanejamento de estoques, atravs de transferncias entre

    almoxarifados;oEstabelecer os Lotes Econmicos para aquisio;oPromover estudooProceder ao levantamento do material inativo, a

    rgo de disponibilidade de material, a fim de orientar sua destinao;oAnalisar as variaes anormais do consumo de material, propondo medidas

    corretivas;oEstabelecer, se for o caso, escales de suprimento de material (estoques

    reguladores), a fim de reduzir a freqncia de movimentao ou de aquisio.

    Almoxarifados

    O controle sobreepregamos o princpio de especializao para estabelecer as diversas instalaes de

    armazenamento. Assim, definimos instalaes distintas para Matria-Prima, M.R.O. e ProdutosAcabados, podendo haver outras modalidades, de acordo com as caractersticas da organizao

    que se analisar.

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    ALMOXARIFADOS

    MATRIAPRIMA

    M. R. O. PRODUTOSACABADOS

    PLANEJAMENTO DOMANUSEIO E DA

    ARMAZENAGEM DEMATERIAL

    RECEBIMENTO E

    EXPEDI O

    Fig. 12

    Alm disso, criamos um grupo destinado a planejar e orientar a execuo de todas asatividades relativas ao manuseio e armazenagem dos materiais. Tais atividades incluem odimensionamento das instalaes e das unidades de estocagem, a escolha dos equipamentos de

    manuseio e os estudos e procedimentos para a preservao dos materiais estocados.As principais atribuies do rgo de Almoxarifados so:

    oPromover estudos para a definio de instalaes de armazenamento compatveiscom as necessidades a serem atendidas;

    oEstabelecer o arranjo fsico das instalaes de armazenamento, definindo reas deestocagem, de servio e de administrao;

    oDefinir critrios para a aquisio dos equipamentos de manuseio de material,inclusive implementos para carga unitria;

    oReceber e conferir, em tempo hbil, o material entregue ao Almoxarifado;oRelatar as divergncias verificadas no recebimento, que orientaro as providncias

    a serem tomadas pelo rgo de compras;oSolicitar, quando necessrio, o parecer do rgo de inspeo para a liberao do

    material recebido;oGuardar o material conferido e aceito, segundo os procedimentos de estocagem,

    segurana e preservao;oManter atualizados os registros de localizao dos itens estocados;oTomar as providncias necessrias ao ajuste dos registros fsicos-fmanceiros para

    os materiais avariados, quebrados ou deteriorados;oManter controle sobre os equipamentos e instalaes de segurana industrial

    mantidos nas reas de armazenamento;oPromover programas sistemticos de preservao dos materiais estocados;oFornecer o material requisitado promovendo sua entrega, sempre que necessrio,

    nos locais de utilizao;oProvidenciar junto ao rgo de transporte a expedio dos materiais transferidos ou

    enviados para terceiros;oEfetuar a embalagem e/ou acondicionamento dos materiais expedidos.

    Transporte de MaterialEm muitas empresas, este rgo est subordinado ao setor de Compras. Porm, na

    medida em que a atividade passa a representar um papel de realce na organizao,principalmente quanto adustos, seu posicionamento poder ser do tipo que estamosapresentando, cujos detalhes podero ser observados na figura 13.

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    ADMINISTRAO DAS OPERAES DE MANUFATURAS E SERVIOS 34/36LCFG 2008/10-Oper-03-1

    TRANSPORTEDE

    MATERIAL

    CONTROLECADASTRODILIGENCIAMENTO

    PLANEJAMENTOEPROGRAMAO

    EXECUODOTRANSPORTE

    Fig. 13

    As principais atribuies do rgo de Transporte de Material so:

    oPesquisar e selecionar firmas transportadoras de material para todos os nveis deservio (leve, intermedirio e pesado);

    oManter cadastro atualizado das firmas transportadoras;oDesenvolver estudos sistemticos sobre as principais vias de transporte do

    interesse da empresa e estabelecer roteiros alternativos;oPromover estudos para a definio da Poltica de Contratao de transportes;oPlanejar e programar a execuo de transportes especiais;oProceder avaliao dos equipamentos de transportes colocados em

    disponibilidade, para efeito do estabelecimento de preo mnimo para venda;oProcessar a licitao para a escolha de transportador contratado;oExecutar os transportes de sua competncia e supervisionar os servios

    contratados;oProvidenciar a averbao na aplice de transporte terrestre da empresa dos valores

    relativos aos materiais transportados sob sua responsabilidade.

    ORGANIZAO ESTRUTURAL-FUNCIONAL PARAEMPRESAS COM VRIOS ESTABELECIMENTOS

    O grande desafio imposto a uma empresa com diversas unidades espalhadas pelo Estado,pelo Pas ou at pelo mundo quanto forma de organizao estrutural-funcional que a mesmadeve ter.

    Diante disso, cabe levantar um aspecto da Administrao de Material at ento mantidofora de nossas consideraes. Trata-se do problema centralizao-descentralizao doscomponentes de atribuies, competncia e responsabilidade.

    Quando uma empresa ainda pequena e atua dentro de limites geogrficos, relativamentemodestos, no h qualquer problema, pois a organizao centralizada satisfaz plenamente, etodas as atividades podem ser perfeitamente integradas. Admitindo-se que a empresa cresa e seexpanda, ainda possvel manter uma estrutura centralizada, bastando para isso executar umapoltica de delegao vertical. No entanto, essa delegao tem seus limites estabelecidos, medida que a organizao se toma burocrtica pela lentido do processo decisrio e peloacmulo crescente da presso dos usurios, mesmo para as transaes mais simples.

    Neste ponto, a soluo a ser imposta justamente a descentralizao administrativa, quesignifica a diviso da empresa em um nmero de rgos menores, cada um dos quais operando

    de forma semi-independente.

    A descentralizao traz muitas vantagens: ela mantm os gerentes perto dos objetivos de

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    ADMINISTRAO DAS OPERAES DE MANUFATURAS E SERVIOS 35/36LCFG 2008/10-Oper-03-1

    suas reas, permite um estrito controle de custos e propicia ambiente para treinamento de futurosexecutivos. Alm disso, ela estimula o melhoramento de produtos e mtodos de trabalho. Porm,a descentralizao completa um dos grandes problemas da Administrao de Material, poisreduz o poder de compra.

    Uma das vantagens da grande sobre a pequena empresa justamente seu poder denegociao ao adquirir elevadas quantidades de material. Em alguns casos, grandes compradoresadquirem a maior parte, ou mesmo, a totalidade da produo de alguns fabricantes. Com estepoder de compra, eles podem obter grandes concesses no preo e, ao mesmo tempo, osfornecedores podero proporcionar melhor-qualidade, servio e prazo de entrega menor.

    Com a descentralizao, a direo da empresa fica diante de um dilema: deverdescentralizar apenas parcialmente e conservar o poder de compra para a maior parte dasaquisies, ou descentralizar completamente as atividades de material?

    Se optar pela primeira alternativa, o poder de compra ficar preservado. Caso a segunda

    alternativa seja aplicada, os gerentes dos rgos descentralizados possuiro autoridade paraconduzir integralmente os negcios sob sua responsabilidade, inclusive sobre Administrao deMaterial. Esta segunda hiptese vem de encontro ao princpio usualmente aceito emAdministrao, de que um gerente no pode ser responsvel plos resultados obtidos, sem quepossua autoridade sobre todas as fases de sua operao.

    Normalmente, apenas poucas empresas dispersas geograficamente optam, de formaradical, por uma ou outra soluo.

    O procedimento mais utilizado nas empresas que possuem materiais de consumo eaplicao comuns a diversos locais o de manter um certo poder centralizado de compras. Por

    exemplo, muitas empresas mantm um rgo de compras centralizado para adquirir os materiaismais significativos quanto a valor/ volume. Assim sendo, tentam obter as vantagens de ambos ossistemas (centralizado e descentralizado), atravs da estrutura linha - estafe. No nvel superiorestaria o estafe da empresa, geralmente dirigido por um diretor ou gerente de materiais (ou desuprimentos). Neste nvel, a diviso de responsabilidades por funo. O gerente ou diretor demateriais reporta-se diretamente ao presidente, sendo responsvel por toda a Poltica deAdministrao de Material da empresa, no tendo porm, responsabilidade direta pela primeiralinha de atividades da AM, ou seja, pela execuo. A exceo regra corre por conta dasgrandes aquisies, ou por uma ou outra funo (ou parte dela), cuja centralizao traga reaisbenefcios para a organizao como um todo.

    Na estrutura linha - estafe, os responsveis pelas atividades de execuo da Poltica deAM so os gerentes locais de materiais (fbricas ou rgos descentralizados), que se reportamdiretamente a cada direo local. No entanto, para assuntos de AM, subordinam-se orientaofuncional do rgo de estafe, particularmente quanto aos Procedimentos, Normas e interpretaoda Poltica de Administrao de Material.

    O tipo de estrutura centralizada-descentralizada consistente com aquele princpio, quej citamos, de que o gerente local deva ser responsvel por cada fase de seu trabalho.

    Com a organizao linha - estafe, muitas das vantagens das compras centralizadas somantidas e at ampliadas. O rgo de compras do estafe poder consolidar as aquisies comuns

    aos diversos rgos locais, a fim de obter melhor preo e qualidade.

    Em algumas empresas, a Gerncia de Estoques tambm poder ser centralizada,

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    principalmente quando se desejar manter uma atuao sistemtica no remanejamento deexcedentes, temporrios ou no.

    Quanto as demais funes, o papel das mesmas normativo e de controle, havendo sobreos rgos locais apenas a autoridade funcional.

    As atribuies dos rgos centrais e locais podem ser extradas daquelas j descritas paraa empresa de um s estabelecimento, desde que feitas as necessrias adaptaes.

    BIBLIOGRAFIA:

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