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Gerenciamento das Comunicações via Análise Preliminar de Risco: um

estudo de caso em Campos Belos, Goiás.

Management of communications via Preliminary Risk Analysis: a case study in Campos Belos, Goiás.

Marcelo Lima de Almeida1; Fleide Wilian Rodrigues Alves2

PALAVRAS CHAVE:

Risco;

Gerenciamento;

Prevenção;

Segurança;

Comunicação;

KEYWORDS:

Risk;

Management;

Prevention;

Safety;

Communication;

RESUMO: Na indústria da construção civil o produto passa por diversas etapas, que lhe confere característica heterogênea observada nos materiais, técnicas e recursos humanos empregados. Neste contexto, surgem os desafios da preservação da integridade dos trabalhadores, da missão, visão e valor da organização. A pesquisa, com base na compreensão do gerenciamento da comunicação em Segurança e Saúde do Trabalho (SST) disposto na indústria da construção civil, com tradições e gestão de aspectos familiares, se concretizou em virtude da detecção de incompatibilidades e divergências que afetavam as entregas em SST da construtora e que afetavam os contratos com seus clientes. Para alcançar o objetivo de buscar ações preventivas de origem na comunicação em SST, mitigar a exposição aos riscos de acidente, substanciando esta mitigação, foi primordial obter uma relação paralela com técnicas de administração em gerenciamento das comunicações, bem como técnicas como as divulgadas pelo Project Management Institute (PMI), a exemplo do Project

Management Body of Knowledge (PMBOK). Na SST as informações vieram da Análise Preliminar de Riscos (APR) na atividade e na prevenção. A metodologia utilizada segue a linha de pesquisa qualitativa, de natureza aplicada e quanto ao objeto a explicativa. O procedimento de pesquisa é o estudo de caso, com referências bibliográficas e análise de materiais de controle de produção da SST da própria empresa. O estudo possibilitou aprender, identificar, informar e integrar o processo de comunicação em Segurança, Medicina e Higiene do Trabalho (SMHT) aos projetos da construtora.

ABSTRACT: In the construction industry the product goes through several stages, which gives it a heterogeneous characteristic observed in the materials, techniques and human resources employed. In this context, the challenges of preserving the integrity of workers, the mission, vision and value of the organization arise. The research, based on the understanding of the communication management in Occupational Safety and Health (OSH) in the construction industry, with traditions and management of familiar aspects, was realized due to the detection of incompatibilities and divergences that affected the deliveries in SST of the construction company and that affected the contracts with its clients. In order to achieve the objective of seeking preventive actions of origin in the communication in OSH, to mitigate the exposure to the risks of accident, substantiating this mitigation, it was essential to obtain a parallel relation with management techniques in communications management, as well as techniques such as those published by Project Management Institute (PMI), such as the Project Management Body of Knowledge (PMBOK). At SST, the information came from the Preliminary Risk Analysis (APR) on activity and prevention. The methodology used follows the line of qualitative research, of an applied nature and as regards the explanatory object. The research procedure is the case study, with bibliographical references and analysis of the company's own SST production control materials. The study made it possible to learn, identify, inform and integrate the communication process in Safety, Medicine and Occupational Hygiene (SMHT) to the construction company's projects.

* Contato com os autores:

1 e-mail: [email protected](M. L. Almeida). Graduado em Eng.Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GO), pós-graduando em Eng. de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Goiás (UFG); pós-graduandoMBA em Gerenciamento de Projetos (FGV).Telefone: (62) 99979-3227

* Contato com o orientador: ²e-mail: [email protected](F. W. R. Alves).

ISSN: 2179-0612 © 2017 REEC - Todos os direitos reservados.

Espaço restrito aos editores de

layout da REEC.

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2 1. INTRODUÇÃO

Uma das metas que se almeja no estudo de meios para gerir as estruturas de comunicação nas empresas da construção civil é obter as informações que sejam transmitidas de forma clara e objetiva. No intuito de ampliar este entendimento, Cardoso Junior (2006) salienta a importância do papel da comunicação traçando um perfil para o profissional da segurança. Para o autor, este profissional deve ser responsável do ponto de vista ético, ser um bom comunicador e possuir conhecimentos em diversas áreas, a fim de que ele seja capaz de apreender e a lidar com as dinâmicas das técnicas aplicadas em engenharia. A busca pela habilidade de se comunicar remonta a diversos setores da sociedade, não só da segurança do trabalho, desde longa data. Chaves (2010) pontua que Aristóteles (384-322 a.C.) foi um dos primeiros a descrever um padrão, quando expõe que o processo de comunicação deve conter: o que fala, o que este tentou dizer e o que escuta.

Esta estrutura valoriza os elementos funcionais da comunicação e continua sendo um paradigma em nossos dias. Entretanto, grande parte da indústria da construção civil brasileira nega esta concepção. Isto, tendo em vista que ela refuta a formalização da governança corporativa ao propor em seu lugar procedimentos informais e não rastreáveis no que tange à segurança do trabalho. Mattos (2010) ressalta esta cultura do fazer sem se preocupar com a comunicação destacando que o excesso de informalidade atrapalha a comunicação interna nas empresas.

Neste sentido, as pequenas empresas são as mais passíveis de ter problemas com a informalidade nas comunicações, uma vez que o tamanho reduzido de suas estruturas conota uma não necessidade de formalização dos processos administrativos. Entretanto, esta concepção pode ser bastante danosa à organização, não importando o seu porte. Isto pode ser verificado analisando os dados apontados por Watson (2010), quando demonstra que um empreendimento, com uma comunicação efetiva, pode prover seus acionistas um retorno financeiro, em cinco anos, até 47 % maior, em comparação com empresas com comunicação menos efetiva. Segundo o autor, as empresas que possuem programas de comunicação menos eficazes tiveram retorno de investimentos depreciado em 17% do valor investido inicialmente. Nas empresas com comunicação moderada, houve um aumento deste retorno no investimento na ordem de 16%. No entanto, se a comunicação for mais eficaz, o montante investido teria um retorno maior, cerca de 30%.

Nacionalmente, os números são igualmente significativos, de acordo com comparativo elaborado segundo o PMI (2010) do Brasil envolvendo 460 organizações. A deficiência da gestão em comunicação representa uma das maiores preocupações das empresas, considerando que problemas com a comunicação chegam a comprometer até 53,8% dos valores empenhados nos projetos3. Citam-se algumas empresas que colaboraram com estes dados: Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV); EBM Incorporações; Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás); Furnas Centrais Elétricas; HSBC Bank Brasil; IBM Brasil; Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

Focando em informações acerca dos acidentes de trabalho do mundo, Santana (2013) relatam que, conforme Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2013), a cada ano ocorrem pelo menos 60.000 acidentes fatais na Indústria da Construção (IC) em todo o mundo, com um óbito a cada 10 minutos. Os autores também apontam dados da OIT para o Brasil onde ocorreram cerca de 18,6 óbitos para cada 100.000 trabalhadores na IC.

De posse destes indicadores, não se pode perder de vista a relação entre os problemas de comunicação e os riscos da integridade física, psicológica e social do trabalho, gerido pela SST. Problemas estes que expõem o trabalhador a acidentes laborais, devido em grande parte, a um canal de comunicação que contem barreiras, mensagens distorcidas ou inexistência de gestão. Fatores estes constatados no Sponsor da construtora e nos próprios Stakeholders internos e externos. Com o propósito de compreender as relações que estas dificuldades trazem para a realidade vivenciada na Construtora Tavares, o presente artigo consistiu no estudo da prática de gestão da comunicação em segurança do trabalho, por intermédio

3 Projeto em seu plural e singular, neste estudo de caso, tem um significado de produtos e serviços, fornecidos pela indústria da construção civil.

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3 da APR, em coexistência com as tradições e gestão de aspectos familiares característicos da empresa em estudo.

No que tange à metodologia, este estudo definiu-se pela linha de abordagem de pesquisa qualitativa, de natureza aplicada. Quanto ao objeto, a linha de abordagem foi a explicativa. Ao retratar o procedimento de pesquisa, optou-se pelo estudo de caso. Yin (2004) relaciona bem os motivos e a razões de se optar pelo estudo de caso, ao textualizar que: “[...] uma investigação científica, investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos; enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidência [...]”.

Para obter pontos de dados com maior índice de confiabilidade utilizou-se como referência o guia de comunicação disponibilizado pelo Project Management Body of Knowledge (PMBOK), contemplando o plano de comunicação e a identificação das partes interessadas. Na SST o procedimento utilizado foi absorver as variáveis contidas no documento de Análise Preliminar de Risco (APR) próprio da empresa, por se tratar de um canal comum aos diversos níveis administrativos.

2. SSTA COMUNICAÇÃO INSTRUMENTADA (APR / PMBOK).

Comunicação é algo tão trivial em nosso cotidiano que pouco ou nenhum valor lhe é atribuído, mesmo sabendo que é a mola propulsora da evolução humana. No meio empresarial, ela se apresenta como um diferencial na criação de mercados e empresas. De acordo com PMBOK (2013), a comunicação é a maior responsável por fracassos ou sucessos dos projetos. Mulcahy (2007) reforça esta visão do PMBOK, quando destaca que 90% do tempo aplicado na gestão de um projeto, se deve diretamente a área do conhecimento de comunicação. Logo, comunicar é um dos fatores críticos para o sucesso de um projeto. Surge então o questionamento de como a segurança do trabalho se comporta ou valida as comunicações. Na SST só se processa pelas vias da comunicação, pois a mesma não é geradora de produto, mas sim de serviços que compreendem a preservação da integridade do trabalhador, conferindo às corporações uma identidade social. Em suma, se instrumenta através de reuniões, palestras, informativos, relatórios, discursos, comunicados e outros meios disponibilizados pela comunicação.

2.1. UM GUIA DE BOAS PRÁTICAS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS PMBOK.

Conforme o PMI (2010) o próprio PMBOK, por definição, é um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos contendo em sua totalidade 10 áreas do conhecimento e 47 processos de gerenciamento, divididos em 05 grupos: Iniciação; Planejamento; Execução; Monitoramento e controle; Encerramento. Este trabalho utilizou uma de suas áreas do conhecimento, o gerenciamento das comunicações, que inclui os processos descritos no PMBOK (2013) como necessários para assegurar que as informações do projeto sejam planejadas, coletadas, criadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas, gerenciadas, controladas, monitoradas e finalmente dispostas de maneira oportuna e apropriada.

Mas antes de se conjecturar esta caixa de ferramentas em gestão de projetos, PMBOK, o PMI surge, historicamente, com fins de planejar e gerir projetos que envolviam valores exorbitantes e vasta rede de suprimentos, onde se pode citar a corrida espacial norte americana, ocorrida no período histórico da Guerra Fria. Bernardo (2013) comenta que em resposta aos esforços no período da Guerra Fria, se desenvolveram programas complexos que fomentavam relevantes quantidades de informações que deveriam ser estruturadas de maneira tal que pudessem permitir uma comunicação eficiente entre os envolvidos nos projetos. Surge, então, em 1969 na Pensilvânia – Estados Unidos da América (EUA) o PMI que, naquele momento possuía fins militares.

Devido aos resultados positivos obtidos na gestão do projeto, o PMI se estendeu para o mercado corporativo civil fundando suas bases de gestão administrativa e promovendo sua implantação como uma promissora resposta para as exigências crescentes de procedimentos sistematizados capazes de gerenciar grande número de dados em tempo hábil. Atualmente, o PMI agrupa estes conceitos às seguintes áreas do conhecimento: Gerenciamento da integração; escopo; tempo; custos; qualidade; recursos humanos; comunicações; riscos; aquisições e partes interessadas. Promover a organização de procedimentos que

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4 fossem aplicáveis em sua eficiência em mercados tão competitivos e diversificados ainda era uma pergunta a ser respondida pela equipe de colaboradores do PMI. Surge então um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK), publicado em 1983 que além de suas ferramentas operacionais agrega o que os voluntários do PMI chamam de Relatório especial sobre ética, padrões e credenciamento. Na atualidade o PMI mundial conta com aproximadamente 210 mil membros e está presente em 150 países. Há exemplo segundo (PMI, 2017) no Brasil empresas como Camargo Correia, Promon, Volkswagen e SEBRAE utilizam a metodologia de gestão de projetos do instituto.

Em relação ao aspecto metodológico, o guia PMBOK parte da premissa de que para estabelecer uma comunicação perdurável deve haver vínculo entre partes interessadas do projeto, Stakeholders. Segundo o guia PMBOK (2013, p. 287), “A comunicação eficaz cria uma ponte entre as diversas partes interessadas do projeto podem ter diferenças culturais e organizacionais, diferentes níveis de conhecimento, e diversas perspectivas e interesses que podem impactar ou influenciar a execução ou resultado do projeto”. Prevendo desafios como os destacados acima, o mesmo demonstra uma visão de seus processos de gerenciamento em comunicação ao:

• Planejar o gerenciamento das comunicações; gerenciar as comunicações e controlar as comunicações. Planejar passa pela concepção de um plano de trabalho, registrar as partes interessadas, considerar o ambiente corporativo e o ativo organizacional. No caso em estudo o ativo organizacional, base para administração é a APR, pois contém o conhecimento da empresa em segurança do trabalho, como o histórico das lições aprendidas, nas intervenções administrativas e operacionais;

• Gerenciar a comunicação é estabelecer o fluxo coordenado da própria comunicação, contemplando os Stakeholders e Sponsor4 de forma temporal e eficaz. Neste item a APR possui caráter burocrático e funcional, sendo o meio natural para efetivo emprego do PMBOK (2013) no criar, coletar, distribuir, armazenar, recuperar e disponibilizara comunicação final;

• Controlar as comunicações é proceder a ações preventivas e corretivas, que possibilite manter as fundações da gestão da comunicação sólidas, validando e conformando o fluxo das informações.

Como observado, a APR está intimamente inserida neste contexto de planejamento e gerenciamento da comunicação porque sua atribuição como documento de governança lhe confere a otimização dos riscos, previamente estudados e a implementação em tempo real, para que atue como agente em Segurança, Medicina e Higiene do Trabalho.

2.2. A ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR) EM SEGURANÇA, SAÚDE DO TRABALHO (SST).

A APR é uma ferramenta de validação operacional em segurança, planejamento e controle específica de cada atividade laboral e segue recomendações da SST da empresa que a aplica. Lima e Moreira (2005) valorizam o papel da APR quando destacam os fundamentos e diretrizes propostos pela OIT para a Indústria da Construção (CI) e apresentam os nove princípios gerais de prevenção: 1) Evitar perigos e fatores de risco; 2) Avaliar os perigos e fatores de risco que não podem ser evitados; 3) Combater os perigos e fatores de risco na fonte; 4) Adaptar o trabalho ao indivíduo evitando o trabalho monótono e repetitivo; 5) Adaptar o processo de trabalho ao avanço tecnológico; 6) Substituir os produtos e processos perigosos por não perigosos ou menos perigosos; 7) Desenvolver uma política de prevenção coerente geral, que cubra tecnologia, organização do trabalho, condições de trabalho, relações sociais e fatores de influência relacionados ao ambiente de trabalho; 8) Fornecer prioritariamente medidas de proteção coletivas em relação às individuais; 9) Fornecer instruções apropriadas aos trabalhadores. Para Padão (1991), as informações práticas empregadas na APR e o Planejamento Diário da Segurança são os instrumentos mais modernos e os estágios mais avançados da prevenção de acidentes de trabalho.

A APR é usada por profissionais da área de segurança do trabalho (engenheiros, Técnicos, enfermeiros etc.) para reconhecer os possíveis riscos existentes em uma tarefa a ser realizada e o emprego de medidas de controle, propiciando a gestão dos planos de prevenção de acidentes. Nestes termos, Padão (1991) retrata a importância da Análise Preliminar de Risco. Para o autor, todos os envolvidos direta ou indiretamente na produção, devem contribuir na implantação e não apenas no Serviço Especializado

4Segundo o Guia PMBOK (2013 - 555): O Patrocinador / Sponsor. Uma pessoa ou grupo que fornece os recursos e

suporte para o projeto, programa ou portfólio e é responsável pelo sucesso do mesmo.

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5 em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMAT). O documento APR é um dos instrumentos do gerenciamento de riscos que, segundo Barbosa (2007) deve ser aplicado para mitigar as formas de incidente, acidente e perdas conhecendo os motivos e consequências, para atuar preventivamente.

A origem das informações da APR na construção civil, parte da idealização e emprego do plano de segurança do trabalho que contém o projeto de implementação promovido pela SESMAT e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Este plano considera documentos como o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil (PCMAT).

A APR advém da própria organização e rastreabilidade que busca obter conforme entregas e planejamento físico (Cronograma em Segurança do Trabalho). A APR é um documento que atende ampla gama de informações coletadas no banco de dados, lições aprendidas, dados da empresa, compatibilizando os procedimentos descritos nas Normas Regulamentadoras (NR) de segurança no trabalho, normas da legislação local contidas no PPRA ou PCMAT embasados pelo PCMSO. O documento empregado possui em sua essência, informações como o tipo de tarefa a ser executada; o código da Permissão de Trabalho (PT) ou Permissão de Trabalho Especial (PTE) a que se vinculam; medidas temporais (datas e horas); colaboradores executantes do serviço(s); as tarefas e suas especificidades; as exposições a perigo(s) e acidente(s), tal quais as medidas de eliminação ou neutralização adotadas.

Desta forma, aplicar técnicas de gestão administrativas em comunicação no ambiente laboral, não se trata de uma mera formalidade, mas a definição clara de motivações de prevenção que podem diferenciar entre um acidente ou não. A não aplicação pode evidenciar a intima ligação da marca da empresa a uma falta de compromisso com a vida das partes envolvidas. Esta visão proporciona o empenho em se conciliar a gestão da comunicação instrumentada via PMBOK relacionando a análise de risco provinda do processo de SST, a denominada APR.

O documento APR, após configuração pela equipe da SESMAT é enviado aos supervisores de pessoal que junto a uma PT ou PTE é devidamente elucidado aos componentes da equipe, por meio do Diálogo Diário de Segurança (DDS). DDS este que deve ser formalizado indubitavelmente antes do início das atividades de campo ou produção expondo os assuntos relacionados aos serviços para motivar os envolvidos a expor ideias de mitigação dos riscos.

2.3. A COMUNICAÇÃO A SMHT E O VÍNCULO DA APR E PMBOK.

Com a percepção dos desafios gerados na comunicação, promover atitudes assertivas com fins de orientar, organizar a fluidez e disseminar o conhecimento, a SMHT torna a busca de métodos para a gestão da comunicação relevante. Assim, estabelecer fluxos de informações em um ambiente composto de fatores produtivos heterogêneos é um desafio com o qual a SMHT se depara todos os dias quando promove o alinhamento dos canais de comunicação oral, escrita, eletrônica ou digital. Neste instante surgem as barreiras para a comunicação que atuam distorcendo os dados entre o emissor e o receptor. Para Chaves (2010), tais barreiras podem ser de conhecimento, comportamentais, organizacionais ou técnicas. A primeira barreira se deve ao grau de escolaridade e níveis administrativos, onde o emprego do linguajar não é comum ao Sponsor e os Stakeholders. A barreira comportamental se define diretamente pelas ações dos indivíduos motivados pela insegurança, hostilidade, omissão, dentre outras peculiaridades humanas. A organizacional se baseia no emprego de processos burocráticos, tecnológicos e culturais, sendo estes perceptíveis, ao limitarem o acesso aos dados pertinentes à atividade laboral, ou seja, engessam a produção.

Para orientar, organizar a fluidez e disseminar o conhecimento na comunicação em SMHT, a demanda converge para processos de governança administrativa que validem como área do conhecimento a comunicação. Nestes termos, o guia de boas práticas PMBOK contempla os procedimentos ao identificar: as partes interessadas; planejando as comunicações; processando e distribuindo informações; gerenciando expectativas das partes Interessadas e recursos de reportagem de desempenho.

Concebida a ferramenta para compor a comunicação, o foco se volta para a base que liga a SMHT, levando a contexto, os objetos contidos em uma APR. Verifica-se que este instrumento proporciona a solidez que a gestão em comunicação busca como fundamento para o guia PMBOK. Ela possui

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6 características peculiares como identificar os riscos; orientar os colaboradores dos riscos existentes em suas atividades no trabalho; organizar a execução da atividade; estabelecer procedimentos seguros; trabalhar de maneira planejada e segura; prevenção dos acidentes de trabalho; sensibilizar e instruir os trabalhadores sobre os riscos evolvidos na execução do trabalho.

A APR, como documento em SMHT, se potencializa quando aplicado como agente do gerenciamento da comunicação compondo o sistema de trabalho sugerido pelas boas práticas advindas do PMBOK. O emprego da APR e PMBOK de forma interativa auxilia ações mitigadoras possibilitando a prevenção de acidentes na atividade laboral, considerando os parâmetros de formatação do plano de comunicação da gestão em SMHT.

3. METODOLOGIA EMPREGADA NO ESTUDO DE CASO DA CONTRUTORA TAVARES.

Os métodos de pesquisa escolhidos para este estudo foram a qualitativa, a aplicada e a explicativa. Por pesquisa qualitativa, Fantinato (2015) define como sendo aquela que não se preocupa com uma representação numérica, mas com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, organização, etc. Neste tipo de pesquisa, os dados analisados são não-métricos e as características são subjetivas. A pesquisa aplicada busca gerar conhecimentos para a aplicação prática. São dirigidos para a solução de problemas específicos envolvendo verdades e interesses locais. Por fim, a pesquisa explicativa se preocupa com a identificação dos fatores determinantes e contribuintes para a ocorrência de fatos e/ou fenômenos de determinada realidade.

Dessa maneira, foi realizado acompanhamento presencial das atividades produtivas nas frentes de serviços e mediações físicas de segurança no trabalho, por intermédio do fluxo de movimentação em comunicação e operação. Também foi analisado o fluxo visual do andamento definido pela SST da construtora, conforme a APR. Verificou-se a compatibilidade dos levantamentos das exposições aos riscos laborais emitidos pela SST da construtora, por meio da APR e as ferramentas de aplicação operacional, como a Permissões de Trabalho; Permissões para Trabalhos Especiais; Mapas de Risco e Ordem de Serviços (OS). Foi realizado um levantamento de experiências em exposição a riscos de acidentes e barreiras na comunicação, por intermédio de relatos individuais e coletivos, como conversas impessoais e oficiais, a exemplo do Diálogo Diário de Segurança. Reuniões formais entre as partes interessadas em SMHT. Foi elaborada a análise Stakeholders e o Plano de Comunicação para o estudo de caso.

3.1. COMUNICAÇÃO EM SST NA CONTRUTORA TAVARES.

A Ademir dos Santos e Cia Ltda. – Me, com nome fantasia de Construtora Tavares5, empresa componente deste estudo de caso, tem como atividade econômica a prestação de serviços em construção de edifícios, sendo estes de caráter residencial ou não, conforme descrição contida na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), código n.º 4120-400, empregado no Brasil. Possui endereço comercial no município de Campos Belos - GO, situado a cerca de 404 Km de Brasília-DF e 612 Km de Goiânia-Go. Suas atividades foram formalizadas ante aos órgãos estatais e privados em 16/09/2010. Mas o pico corporativo se deu em 2011 e 2013, coincidindo com a aplicação deste estudo de caso, quando a carteira de negócios permitiu contratos com empresas nacionais e internacionais de grande porte financeiro e logístico.

Como empresa de menor porte, sem, no entanto, estar desconexa com as tendências de mercado, a Construtora Tavares tem como foco atuar diretamente nas atividades fins e não apenas nas atividades meio. A construtora direciona seus projetos de acordo com o nicho de mercado de licitações públicas e privadas, fomento em edificações financiadas, parcerias com ramos de atividades diversificados, a exemplo mineração, consultoria técnica e fornecimento de mão de obra inerente a indústria da construção civil. Esta variedade de áreas de atuação representa uma adaptação sentida no mercado que, segundo Wille (2003), demonstra a mudança de papel das construtoras, de apenas executoras, para vendedoras e integradoras nos empreendimentos de seus clientes e colaboradores.

5 Nome fantasia da Ademir dos Santos e Cia Ltda. – Me, que em seu logotipo é representado pelas letras CT.

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A construtora, em seu período de grande produção, contemplou no seu quadro de colaboradores mais de 100 pessoas, entre gestores e executores, em áreas diversificadas da engenharia construtiva, ressaltando também a SMHT. A própria SMHT permitiu o amadurecimento técnico x operacional valorizando a governança dos níveis administrativos, convergindo para o engajamento motivacional da empresa, ou seja, sua missão, visão e valores. Seguindo este raciocínio, o estudo de caso, gerenciamento das comunicações via análise preliminar de risco, converge para estabelecer um fluxo claro e funcional dos tramites de SST servindo como alicerce na implementação futura de um projeto de gerenciamento das comunicações nas diversas áreas da empresa.

Com o advento dos contratos de serviços de construções firmados com grandes empresas, a partir de 2011 a cultura de SMHT passa a seguir padrões de qualidade e responsabilidade social gerido por programas tais como ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental); OHSAS 18001 (Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional); ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade); ISO 17025 (Requisitos Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaios e Calibração); NBR 16001 (Sistema de Gestão da Responsabilidade Social).

Houve motivação para investimentos em um plano de governança empresarial que contemplasse, em um primeiro momento, as prerrogativas da SST sem divergir dos produtos contratados. Neste intuito percebeu-se que grande parte dos esforços para atender os objetos dos contratos se frustrava pela cultura interna e externa da construtora em comunicação. Esta cultura não proporcionava um fluxo adequado das informações na pirâmide administrativa em sua escala estratégica, tática e operacional. Então buscou-se identificar a área de maior intersecção entre os projetos das partes interessadas da empresa e clientes. Neste momento, devido a relevância social e funcional optou-se em seguir a linha da segurança laboral e saúde ocupacional. Mas emergia um desafio, encontrar um canal de transmissão que retratasse as particularidades da SMHT, da administração e as dinâmicas nas frentes de serviços. Segundo Pacheco (1995), os envolvidos na gestão segurança e higiene do trabalho estão intimamente comprometidos com a qualidade para auxiliar no gerenciamento dos riscos analisados na APR.

Estava eleito o objeto de ligação. Mas ainda era necessário estruturar um sistema que permitisse a gestão dos diversos projetos iniciados, serviços e obras. Neste sentido, o PMI, via PMBOK dispõem seus métodos conforme as áreas do conhecimento permitindo a formatação dos processos de comunicação na SST e registro de lições aprendidas. Gera canais de comunicação via modelos que codificam, transmitem as mensagens, decodificam, confirmam e permitem o feedback das mensagens.

3.2. GOVERNANÇA DA COMUNICAÇÃO (PMBOK) NA SMHT (APR).

A comunicação em segurança do trabalho, na empresa Ademir dos Santos e Cia Ltda. - Me, se moldou no momento em que embasa a formalização do objeto contratual, ou seja, a identificação dos critérios em SST pertinente às partes envolvidas. As áreas que compõem os projetos se condicionam as metas contratuais firmadas entre as partes interessadas priorizando as entregas corporativas. Surge neste período a perturbação dos canais de comunicação entre estas áreas, ruídos envolvendo a administrativa e a produção. Tais conflitos provocam no Sponsor uma ação ímpar, onde o mesmo acumula todas as decisões bloqueando as comunicações, sejam elas de caráter corporativo, SMTH, técnico ou comercial. Tais atos promovem perdas potenciais nos fluxos das informações. Ação esta que se inicia na descrição das barreiras das comunicações presentes no emissor e, presentes no emissor e receptor, conforme PMBOK.

No estudo de caso da construtora observam-se barreiras nas comunicações. Os profissionais de SST são componentes da área administrativa, pois há o entendimento de que a atuação congrega o efetivo humano estando assim, naturalmente ligado ao setor de recursos humanos (RH). No entanto, é interativa no chão de fábrica e amplamente exigida na atividade fim. A SST visa basicamente a integridade física, mental e social dos trabalhadores. Contudo, uma de suas atribuições passa pela gerência de custos de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC); Equipamento de Proteção Individual (EPI) e Plano de Trabalho. Os contratos compreendem espaços geográficos amplos e diversificados em relação aos riscos, sendo a equipe de SST reduzida. A área operacional diverge da política em SMHT. Os empreendimentos têm seu startup em uma velocidade superior à disponibilidade dos treinamentos e integrações em SMHT.

Foram verificadas barreiras presentes no emissor quando o linguajar de produção destoa do administrativo em desfavor da mensagem, não ocorrendo assim, a tradução correta. Esse tipo de

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8 mensagem presume que o trabalhador tem por dever entender toda a codificação a ele direcionada. A autonomia do emissor para deflagrar paradas operacionais ou promover afastamentos como demissão imperativa gera um ambiente tenso. A aplicação de métodos de controle documental, complexos e de difícil discernimento, bem como presunção de entendimento dos processos emitidos pela SMHT sem diligência pontual também gera tensão.

As barreiras presentes no emissor/receptor são perceptíveis no baixo grau de escolaridade das equipes de campo. Dessa forma, desprestigiam o entendimento dos direitos e deveres inerentes ao trabalhador. A compreensão da exposição aos riscos se confunde com a eficiência e produtividade transformando o ambiente laboral em palco de divergências de opiniões e priorizando tarefas sem a devida orientação aos envolvidos.

Foram constatados ruídos presentes no sistema de comunicação da empresa, o que possibilitou identificar os Stakeholders, bem como seu grau de influência nas entregas dos produtos/serviços contratados e na construção civil para a implementação de métodos dirigidos de acordo com a importância e influência que cada um possui e/ou exerce na estrutura da comunicação. Partindo deste ponto, foi possível determinar as necessidades, a configuração das respostas às barreiras de comunicação detectadas em SST, assim como o grau de suas medidas para atender as partes envolvidas.

Os profissionais de segurança no trabalho iniciam suas atividades normalmente com os empreendimentos em andamento, tendo suas verbas operacionais restringidas. Mas talvez a maior barreira de comunicação se faça presente nos estudos de Pacheco (2000), que dispõem da dualidade vivida por este profissional que foca na segurança do trabalhador, mas é gerido pelo empregador. Neste campo, o PMBOK (2013) sugere o estudo do modelo básico de comunicação e as validações. Destacam-se, dessa forma:

• Modelos de emissor-receptor: A incorporação de ciclos de feedback para fornecer oportunidades de interação/participação e remover barreiras de comunicação;

• Escolha dos meios de comunicação: Situações específicas de quando comunicar por escrito ou oralmente, quando preparar um memorando informal ou um relatório formal, e quando se comunicar presencialmente ou por e-mail;

• Estilo de redação: Uso adequado da voz ativa ou passiva, estrutura das frases, e escolha das palavras;

• Técnicas de gerenciamento de reuniões: Preparação de uma agenda e administração de

conflitos;

• Técnicas de apresentação: Consciência do impacto da linguagem corporal e

desenvolvimento de recursos visuais;

• Técnicas de facilitação: Obtenção de consenso e superação de obstáculos;

• Técnicas de escuta: Escutar ativamente (confirmar, esclarecer e confirmar o entendimento)

e remover as barreiras que afetam negativamente a compreensão.

As validações orientam o entendimento da cultura da empresa, a esfera da comunicação e SMHT

que, unida a catalogação das barreiras e identificação do papel dos Stakeholders, permitiram planejar as informações, que é o terceiro passo na criação de um modelo de comunicação.

O terceiro passo é responsável pela configuração de um sistema, que possibilite a rastreabilidade dos dados e o tempo de sua disponibilização nas tarefas e entregas projetadas em SMHT. A Montagem de um quadro lógico que traga a presença dos colaboradores no evento, o comunicador, a audiência, o canal, a frequência e o retorno dimensionado. Desta forma, procederam-se as intervenções sugeridas pelo PMBOK e detectadas nas barreiras da comunicação, sistematizando os dados presentes na APR e alinhando os mesmos com as expectativas dos Stakeholders. A exemplo, as obrigações, participações, delegações e diligências pertinentes às partes envolvidas e seu papel como fomentador da comunicação em SMHT, além

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9 de elemento ativo como emissor e receptor no projeto. É importante destacar que o conhecimento dos caminhos percorridos e cadastro também fazem parte da composição do plano de comunicação em SMHT, quando são nomeadas as funções que os gestores ocupam, a escala deliberativa, fiscalização e validação, alimentando e registrando as lições aprendidas.

A figura 1 apresenta o Plano de Planejamento das Comunicações na C.T – Construtora Tavares que está especificado na documentação da comunicação SST – CT analisada no trabalho em campo.

FIGURA 1: Plano de Planejamento das comunicações (C.T. Construtora Tavares). FONTE: Documentação de gestão da comunicação SST-CT (2014).

O próximo passo se refere ao retorno, palavra-chave que detecta as expectativas condicionadas pela coleta e destruição das informações que trazem ao Sponsor x Stakeholders a realização dos esforços empreendidos, esteja em relatórios, palestras ou mesmo reuniões deliberativas.

O último tópico em gestão da comunicação diz respeito às expectativas das partes interessadas. Ela é de importância incontestável, pois o produto ou serviço realizado existe para um único fim, atender as necessidades dos envolvidos em um maior ou menor grau de valor.

3.1.1. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES INTERESSADAS.

Conhecer as expectativas desenvolvidas, suas atribuições, os impactos gerenciais em SMHT e os meios de comunicações acentuam os procedimentos de identificação das partes interessadas, sendo seu formato condicionado a cada realidade e variando conforme as contribuições no plano de comunicação. O documento que congrega estas informações promove a compreensão das responsabilidades e atribuições pertinentes a cada gestor, conforme função e entregas. Segundo Borba (2007), a análise das partes interessadas objetiva promover os meios apropriados, a fim de dispor conhecimento dos e para o Stakeholders no andamento do projeto. Carvalho (2007) ressaltam a importância de se promover a geração de uma lista dos Stakeholders e dos temas que mais lhes interessam, bem como a maneira de ordená-los.

Em conformidade com o descrito até o momento, o PMBOK sugere, por intermédio da diagramação de um fluxo de dados, embasado no processo de identificação das partes interessadas, o estabelecimento do registro dos Stakeholders conforme o plano de comunicação em SMHT. Assim, caracterizam-se as contribuições necessárias para o plano de comunicação em SMHT ao relacionar as partes interessadas

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10 validando a importância de seu papel na empresa Ademir dos Santos e Cia Ltda. Para tal validação, as prerrogativas da construtora e projeto de comunicação propõem as expertises de habilitação, envolvimento nos projetos em SMHT; influências positivas exercidas sobre os colaboradores em SMHT; comprometimento com o plano estratégico da empresa e política de SMHT.

FIGURA 2: Diagrama de fluxo de dados do processo de identificar as partes interessadas. FONTE: Guia PMBOK® - Quinta edição (2013, p.393).

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FIGURA 3: Tabela de análise dos Stakeholders (C.T. Construtora Tavares). FONTE: Documentação de gestão da comunicação SST-CT (2014).

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FIGURA 4: Tabela de análise dos Stakeholders (C.T. Construtora Tavares). FONTE: Documentação de gestão da comunicação SST-CT (2014)

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As figuras 2, 3 e 4 dizem respeito respectivamente ao diagrama de fluxo de dados do processo de identificação das partes interessadas e que consta no Guia PMBOK; as tabelas de análise dos stakeholders da empresa C.T disponíveis na documentação de gestão da comunicação SST – CT do ano de 2014.

Contempladas estas expertises, os empossados exerceram ação ativa na elaboração do plano de comunicação em SMHT, tendo como elemento básico a APR e as ferramentas de gestão de projetos o PMBOK. Buscando desta forma, respostas para perguntas relacionadas à função do projeto para a organização; o valor em sua escala deliberativa e participativa; os envolvidos em SMHT e comunicação; quem possui as informações em SMHT; quem é o responsável e pelo quê no meio de comunicação em SMHT; quem é revestido de autoridade e a que grau na SMHT; quais os melhores veículos de comunicação em SMHT; como processar a mensagem para as partes interessadas; se a APR é a fonte adequada para comunicação em SMHT, dentre outros questionamentos. Definidas as competências no plano de comunicação em SMHT, relevando-se os pontos fracos e fortes, foram identificados os meios e instrumentos compatíveis com os interesses envolvidos e que permitiram a elaboração do plano de comunicação em SMHT. Importante relatar que o próprio plano de comunicação consagrou as referências de maior relevância, que no caso é a APR, tendo em vista sua liberdade e coesão aos Stakeholders e Sponsor envolvidos.

O quadro de identificação das partes interessadas denota o ambiente funcional dos envolvidos, assim como avalia a importância que eles agregam aos projetos, descreve os interesse e motivações pertinentes. Na construtora em estudo, as partes interessadas se capacitaram no plano de comunicação da SMHT tendo o propósito de prover meios eficazes de detecção e mobilização preventiva e ativa, ao se deparar com os riscos de acidente, quase acidente e incidentes, por meio da comunicação.

No que tange à identificação dos Stakeholders, no plano de comunicação em SMHT da construtora Tavares, conforme contribuição destaca-se: Sócio proprietário Ademir Tavares dos Santos (ATS), gerente de projetos, responsável pela fomentação dos contratos e do financeiro; Marcelo Lima de Almeida (MLA), engenharia civil e gerente operacional realiza as entregas de serviços ou produtos de construção civil; Lusdalva Tavares dos Santos (DTS), gerente administrativo, recursos humanos, suprimento e comercial; Izaías Alves de Souza Ramos (IAS), técnico em Segurança do trabalho, implementa, gere e fiscaliza ações da SMHT.

3.1.2. PLANEJAMENTO DAS COMUNICAÇÕES NA SMHT.

Para melhorar o desempenho na busca de apoio, conforme Gehbauer (1998), o planejamento da comunicação é um meio eficaz e eficiente na transmissão de informações e realização dos objetivos. Por isso o diagnóstico dos entraves ao fluxo das comunicações, a identificação das necessidades e requisitos pertinentes aos Stakeholders e o comprometimento da alta gestão em prover recursos condizentes ao projeto de comunicação em SMHT, são primordiais. Dispõe aspectos adequados para se arquitetar o plano de comunicações em SMHT na construtora. O fruto do estudo é a concretização do documento que aborda a comunicação em segurança do trabalho de forma explícita para as partes interessadas.

O PMBOK, como conjunto de boas práticas em administração de projetos interage neste processo dispondo o fluxograma de orientação do gerenciamento da comunicação em benefício da fluidez das informações e qualidade das mesmas, conforme preconizado por este estudo de caso, conforme se pode observar na figura 5 abaixo.

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FIGURA 5: Diagrama de fluxo de dados do processo de planejar o gerenciamento das comunicações. FONTE: Guia PMBOK® - Quinta edição (2013, p.289).

Para a realidade da empresa, as comunicações entre os Stakeholders se processaram de forma

interativa, segundo plano de comunicação destacando-se que no canteiro, se processa via documento SMHT representada pela APR. Os informativos visuais contemplaram placas de sinalização, advertência e orientação. Estes itens são presentes em virtude da realidade da empresa e seus colaboradores. Segundo Gehbauer (1998), setores da empresa em que o grau de escolaridade é baixo, como é o caso de canteiros de obra na construção civil, a utilização da comunicação visual é mais representativa na transmissão de consciência que somente a escrita.

A figura 6 abaixo apresenta o documento de SST – APR conforme emprego da obra analisado na Construtora Tavares.

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FIGURA 6: Documento de SST – APR, conforme emprego em obra. FONTE: Empresa Construtora Tavares – 2013.

Outra técnica de muito valor e disseminada na construtora Tavares é a promoção da comunicação

oral, por intermédio da análise de risco considerando as dispersões no processo pelo DDS. A equipe de

segurança provê um vislumbre Sponsor e Stakeholders, orientando todos os dias com duração de 10

minutos, elucidando e discutindo as boas práticas em prevenção e qualidade laboral.

1.3. DISTRIBUIÇÃO DAS INFORMAÇÕES SMHT.

A distribuição definida no plano de comunicação em SMHT se baseou na própria formatação da APR e seguiu preceitos da área do conhecimento em comunicação, conforme preconiza o guia de boas práticas em gestão de projetos PMBOK. No guia, as informações têm como entrada, o plano de comunicações através da utilização de ferramentas e técnicas, tais como: habilidades de comunicação, sistemas de coleta e recuperação de informações, métodos de distribuição das informações e processo de lições aprendidas.

A Construtora Tavares, ao utilizar o PMBOK teve a possibilidade de levantar uma série de prerrogativas na concepção do plano de comunicação, antes da implantação dos canais de distribuição pertinentes às áreas operacionais, logísticas, econômicas, administrativas, comerciais, segurança do

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16 trabalho, saúde ocupacional, ambiente laboral, meio ambiente e política social, dentre outras. Neste plano se observou a APR como elemento comum para as áreas e Stakeholders impactando no plano de comunicação em SMHT. Imbuída em harmonizar e ligar, cada agente envolvido, como em uma plataforma Building Information Modeling (BIM4), a empresa em estudo optou pelo uso do canal existente da APR para a comunicação em SMHT. Não indiferente ao emprego secundário que lhe é peculiar na SST e operação da empresa, seus requisitos técnicos e sua fluência natural nos níveis administrativos5 da construtora, o evento de formulação do plano de comunicação ratificaram seus valores.

Definir a APR como meio de origem da comunicação e condicioná-la a promover a distribuição de informações sugeriu alguns caminhos e potencialidades ao exercer papéis como: formulários de controle de risco de obra preenchidos por via escrita e digital, assinados e datadas; imagens digitalizadas das fases de obras e riscos potenciais; documentos informativos de circulação de fornecedores (crachás, logotipos, códigos, etc.); comunicação via telecomunicações (rádio, telefone móvel e fixo); reuniões oficiais (DDS, planejamentos plurianuais, CIPA, vídeo conferências, SESMAT, análise de riscos em SST, dentre outras); treinamentos e integrações em segurança do trabalho, saúde e meio ambiente; documentações padronizadas (Ata de reuniões, boletins de medição, etc.) que devem ser carimbadas e assinadas, sendo entregue na matriz, em período pré-estabelecido; expositor, placas de orientação, advertência, sinalização e controle; propagação em meios de informação, como rádios, jornais, internet e televisão.

Sugeriu-se a aplicação, em primeiro momento, de alguns destes canais de distribuição conforme a APR definindo os seguintes tramites:

• A partir do objeto de contrato, idealizasse o plano de ação conforme as entregas de SMHT aplicáveis, sendo composta das partes interessadas. A reunião ocorre um mês antes dos inícios das atividades e dela se origina o planejamento das comunicações em SMHT;

• Definição das responsabilidades das áreas do conhecimento e, em particular, se estuda os riscos inerentes a SMHT contemplando o PPRA e o PCMSO da organização, além do PCMAT, quando se trata de obra. Estes originam o documento APR;

• A APR é validada pela equipe de segurança do trabalho e setores envolvidos por retratar o estudo multiprofissional dos riscos laborais e identificar causas, consequências e ações mitigadoras;

• A APR aprovada, via formulário, é encaminhada a cada equipe ou empresa parceira da área

de SMHT, sendo está responsável por relacionar os riscos laborais, gerir os conhecimentos inerentes a atividade, acompanhar fisicamente implementação e fiscalizar as não conformidades. Sendo que a não conformidade deve ser relatada e compartilhada nas observações, contidas na própria APR, compondo as lições aprendidas;

• A APR deve contemplar os envolvidos na área operacional orientando e prevenindo as

possíveis exposições aos riscos das atividades laborativas. Isto é feito por meio de reuniões antes dos serviços e geridas pelo supervisor de produção contemplando no mínimo 10 minutos de interação ativa dos integrantes. Após compreensão, destaca-se verdadeira compreensão dos riscos em SMHT, será lavrada a assinatura dos presentes;

• Na operação, a APR tem como saída a finalização da tarefa de campo, dentro do prazo e

planejamento contido na mesma. Na ocorrência de não conformidades, sejam devidos fatores externos (paradas ordenadas, intempéries, acidentes, etc.) ou internos (finalização antes do tempo, ordens de parada, acidentes, etc.) deverá ser anotada na própria APR e comunicado formal das motivações;

4O BIM (Building Information Modeling) é um processo inteligente baseado em modelo 3D que oferece aos profissionais de arquitetura, engenharia e construção (AEC) a visão e as ferramentas para planejar, projetar, construir e gerenciar edifícios e infraestrutura de forma mais eficiente. Autodesk (2017). 5 Alta direção; Administração de nível intermediário; Administração de nível supervisão.

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• Finalizada a APR segue para registro de histórico (arquivamento, relatório, estudo) na esfera da equipe de SST, sendo que as não conformidades, como conformidades devem ser repassadas para as áreas do conhecimento, para planejamento e ações cinéticas.

A APR como meio de comunicação, propicia a outras áreas do conhecimento, prover atitudes

assertivas em suas práticas de eventos em SMHT. Áreas do conhecimento definidas pelo PMBOK se beneficiam neste estudo de caso diretamente pela comunicação em SMHT, com origem na APR onde se ressalta: Integração, Escopo, Tempo, Custos, Qualidade, Recursos Humanos, Comunicações, Riscos e Aquisições.

3.1.4. GERENCIAMENTO DAS EXPECTATIVAS DOS STAKEHORDERS EM SMHT.

É o processo de comunicação e interação com as partes interessadas para atender às suas necessidades e solucionar as questões à medida que ocorrerem. O processo gerenciar as expectativas das partes interessadas no plano de comunicação em SMTH da construtora Tavares envolve as atividades de comunicação dirigidas às partes interessadas para influenciar suas expectativas, abordar suas preocupações e solucionar as questões, tais como:

• Gerenciar ativamente as expectativas das partes interessadas para aumentar a probabilidade de aceitação do emprego da APR, como agente de comunicação em SMHT negociando e influenciando seus desejos para alcançar e manter as metas do projeto;

• Abordar as preocupações que ainda não se tornaram questões, como as dúvidas dos Stakeholders, fomentadas na formulação do plano de comunicação e SMHT. Geralmente relacionadas com a prevenção de futuros problemas. Essas preocupações precisam ser reveladas e analisadas e os riscos precisam ser avaliados;

• Esclarecer e solucionar as questões que foram identificadas na comunicação da SMHT. A

solução pode resultar em uma solicitação de mudança no fluxo da APR ou pode ser tratada fora do projeto como, por exemplo, ser adiada para outro projeto ou fase.

No presente estudo, a aplicação de métricas na captação de informações, pertinentes às

expectativas das partes interessadas e andamentos do plano de comunicação, via curso da APR, seguiram diretrizes preliminares da SMHT propiciando a formulação de meios que retratam as expectativas das partes interessadas, conforme se pode observar nas figuras 7, 8, 9, 10 e 11 abaixo.

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FIGURA 7: Formulário de comunicação _ Controle APR.

FONTE: Empresa Construtora Tavares (2013).

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FIGURA 8: Formulário de comunicação _ Startup para APR. FONTE: Empresa Construtora Tavares (2013).

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FIGURA 9: Formulário de comunicação _ Controle APR.

FONTE: Empresa Construtora Tavares (2013).

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FIGURA 10: Mapa de risco setorizado e operacional. FONTE: Empresa Construtora Tavares (2013).

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FIGURA 11: Registro da Implantação do Plano de Comunicação em SMHT - APR. FONTE: Empresa Construtora Tavares (2013).

Constatou-se que os referidos documentos contemplam prescrições já estabelecidas e

pertinentes ao planejamento das comunicações e relacionam o retorno para as áreas de SMHT, administrativas, operacionais e estratégicas da construtora;

• SMHT: Por ser um elemento dinâmico de SST, sua amplitude atinge o trabalhador na frente de serviço que visualiza o risco de suas ações previamente e discute soluções de aplicação em tempo real;

• Operacional: A equipe compreende a necessidade de interação continua nas práticas

saudáveis e produtivas de SST fortalecendo o vínculo entre os membros e participando cooperativamente na comunicação;

• Administrativa: Programa efetivamente, no sentido de forjar uma identidade da SMHT,

divulgando o plano estratégico da empresa, formatar e praticaras delegações contidas no plano de comunicação em SMHT;

• Sponsor: Compromete-se com os desafios que as áreas de operação estão sujeitas quando

valida o plano de comunicação provindo APR. Por ela traduzir a preocupação com integridade do

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23 funcionário, as expectativas operacionais, a satisfação do cliente e a convergência com o plano estratégico da organização.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

O estudo permitiu em uma visão macro, referente à cultura da indústria da construção civil no Brasil, vislumbrar a natureza da atividade e o comportamento em SMHT que agrega trabalhadores com grande desigualdade educacional, cultural e econômica. Em conseqüência, constatou-se que o reflexo na etapa produtiva que relaciona as fases de elaboração, execução e entrega é a formatação de um produto ou serviço com característica heterogênea.

Diante deste histórico penoso da indústria da construção civil, a Ademir dos Santos e Cia Ltda. –

Me atuante nas atividades produtivas em edificações promoveu abertura para o estudo. Com o objetivo de

não depreciar o valor social de sua marca com acidentes. Respaldo que os ganhos na melhoria da

segurança, saúde e meio ambiente de trabalho ao aumentar a produtividade, diminuir o custo do produto

final minimizando as interrupções no processo, bem como o absenteísmo e os acidentes e/ou doenças

ocupacionais. Nota-se que a utilização de ferramentas como a APR disponibilizadas pelo SMHT e PMBOK

como guia de boas práticas em gerenciamento de projetos, empregando a área do conhecimento

comunicação possibilitam sugerir um plano de comunicação para orientação de fatores tão diversificados e

complexos como gerir pessoas em processos de riscos laborais.

Analisando o plano de comunicação via APR ficou explicita a importância que o planejamento

em comunicação tem na orientação e na correção dos parâmetros que dão origem aos ruídos na

transferência de mensagens, entre os Stakeholders, no ambiente da segurança do trabalho, saúde

ocupacional e ambiente. Estes bloqueios à informação se evidenciaram com os entes envolvidos quando

não demonstram ter conhecimento do plano estratégico da empresa e de conceitos como: planejar,

conduzir, dever, direito e acompanhar no universo da SMHT. Por essa razão, as mensagens retratadas nas

premissas do plano de comunicação substanciam esta cultura simplicista do fazer sem registrar as lições

aprendidas. Como se um grande potencial de conhecimento se perdesse ao ser contido apenas na mente

dos executores, sem anotações e limitando as histórias transmitidas oralmente, como as canções antigas. É

importante ressaltar que a mobilização das partes interessadas, algo que nunca ocorrera na empresa, a

formulação do plano de comunicação em SMHT, o aproveitamento do processo corriqueiro da APR para

subsidiar o estudo produziram na empresa ares de organização e consentimento do valor da ação

preventiva em SST. Mas a iniciativa também despertou nos Stakeholders internos a valorização da

comunicação assertiva e programada, não mais como apenas formalidade, mas essencial para atingir as

metas cotidianas e valorizar a relação humana. Ficou claro que a aplicação sistêmica, ou seja, planejar,

executar, verificar e agir, alimentando e registrando a cada passo do plano de comunicação em SMHT

proporciona naturalidade ao processo e enraíza uma nova cultura compatível com a missão, visão e valores

da Ademir dos Santos e Cia Ltda. – Me. É importante registrar que técnicas administrativas, como a 5W2H:

What (o que); Who (quem); When (quando); Where (onde);Why (por que); How (como); How Much

(quanto); o ciclo da qualidade PDCA: Plan (planejar); Do (Fazer); Check (Checar) e Action (agir) e análise de

Swot: Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças)

compuseram este estudo de caso na elaboração do plano de comunicação e gestão da APR.

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