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Gerenciamento de Projetos

Gerenciamento de Projetos - conversandosobregestao.mg.gov.br · 4 Gerir através da metodologia de projetos pode fazer com que mais e melhores serviços sejam prestados pelo ente

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Gerenciamento

de

Projetos

1

Sumário

1 Introdução/Contextualização ................................................................................ 3

2 Motivação ............................................................................................................. 3

3 Objetivos ............................................................................................................... 4

4 Resultados Esperados .......................................................................................... 4

5 Conceitos Relevantes ........................................................................................... 4

5.1 O que é um projeto......................................................................................... 4

5.2 O que é gerenciamento de projetos ............................................................... 6

5.3 O contexto do gerenciamento de projetos ...................................................... 8

5.3.1 Relações interpessoais que o gerente deve apresentar: ......................... 9

6 Metodologia ........................................................................................................ 11

7 Passo a passo para implantação ........................................................................ 11

7.1 Iniciação ....................................................................................................... 11

7.1.1 Desenvolvimento do Termo de Abertura do projeto .............................. 11

7.1.2 Termo de abertura – setor público ......................................................... 12

7.2 Planejamento ............................................................................................... 14

7.2.1 Plano de Gerenciamento do Projeto ...................................................... 14

7.3 Plano de Projeto – Setor Público ................................................................. 16

7.4 Planejamento do Escopo, definição do escopo e criar EAP ......................... 16

7.5 Estimativa de custos e orçamentação: ......................................................... 19

7.6 Planejamento de recursos humanos ............................................................ 20

7.7 Planejamento das comunicações ................................................................. 21

7.8 Planejamento do Gerenciamento de Riscos, identificação dos riscos, análise

qualitativa e quantitativa de riscos, plano de resposta a riscos .............................. 22

7.9 Planejamento de compras, aquisições e contratações ................................ 25

2

8 Principais entregas e indicadores .......................... Erro! Indicador não definido.

9 Experiência de Minas.......................................................................................... 26

10 Dificuldades e lições aprendidas ..................................................................... 27

11 Dicas ou sugestões ......................................................................................... 28

12 Considerações Finais ...................................................................................... 28

13 Legislação pertinente ...................................................................................... 30

3

1 Introdução/Contextualização

Planejar constitui um processo desenvolvido visando o alcance de uma situação

desejada de maneira mais efetiva, eficiente e eficaz, mediante a melhor

concentração de esforços e de recursos disponíveis.

O desdobramento das estratégias de governo (planejamento de longo prazo) em

uma carteira de Projetos tem como principal objetivo transformar a visão de futuro

em resultados concretos. Dessa forma, estes podem ser caracterizados como

empreendimentos temporários, conduzidos para criar um produto ou serviço,

sinalizando as mudanças desejadas para a sociedade.

Gerenciar projetos, por sua vez, consiste na aplicação de conhecimentos,

habilidades, ferramentas e técnicas às suas atividades, com o principal objetivo de

atingir e exceder as necessidades e expectativas das partes envolvidas.

Nesse sentido, a incorporação de uma metodologia diferenciada no planejamento e

gestão de projetos tem-se mostrado favorável ao aumentar a clareza na definição de

objetivos, eficiência na alocação de recursos, eficácia na destinação de benefícios

diretos à população, promover alinhamento de setores do governo e, principalmente,

prover suporte técnico preciso na tomada de decisões estratégicas.

2 Motivação

Gerir por projetos o planejamento e orçamento público é motivado por um desejo do

gestor público de fazer acontecer de forma transparente e profissional as entregas a

que ele se propôs. A gestão de projetos pode fazer com que a prefeitura possa se

planejar melhor e principalmente, executar melhor e mais rápido, todos os produtos

e serviços que são prestados à população. Permite que o gestor municipal antecipe

problemas, e enxergue soluções no desenvolvimento das diversas políticas públicas

municipais, de forma articulada.

4

Gerir através da metodologia de projetos pode fazer com que mais e melhores

serviços sejam prestados pelo ente municipal, gerando mais benefícios reais aos

cidadãos e consequentemente, maior aprovação do gestor público.

3 Objetivos

A presente Cartilha de Gestão de Projetos tem por objetivo auxiliar os gestores

públicos municipais a conhecer a metodologia de gestão de projetos, orientando-os

na condução de todas as etapas do trabalho de planejamento, execução,

monitoramento e avaliação. A principal referência para a construção da cartilha foi o

guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge), que contém um conjunto de

práticas em gestão de projetos publicado pelo Project Management Institute (PMI) e

constitui a base do conhecimento em gerência de projetos do PMI por tratar-se de

um referencial internacional dos processos e procedimentos aplicados à área.

4 Resultados Esperados

Espera-se com esta cartilha, desenvolver no gestor municipal o desejo de aplicar

esta moderna ferramenta de gestão nos diversos recursos aplicados pela Prefeitura,

sempre no intuito de fazer mais com menos, de forma eficiente e eficaz.

A partir deste desejo, desenvolvemos a seguir o raciocínio de como funciona a

metodologia de gestão de projetos, evidenciando sempre que possível, através de

figuras, diversos documentos hoje utilizados que podem ser aplicados pelo gestor.

Será possível verificar que o custo de implantação da gestão de projetos é irrisório,

pois o custo ferramental pode ser muito baixo, uma vez que pode-se gerir através de

planilhas. O custo maior é de treinamento e capacitação da equipe gestora do

projeto ou da equipe responsável por implementar a ferramenta na prefeitura.

5 Conceitos Relevantes

5.1 O que é um projeto

5

Em uma organização, um trabalho geralmente é realizado através de um projeto ou

atividade continuada, também conhecida como processo

Projeto é um esforço temporário empreendido com o objetivo de criar um produto,

serviço ou resultado único (PMBOK). Para que algum produto ou serviço seja

monitorado por esta metodologia, ele deve ser novo, diferente daquilo que já é feito

pela prefeitura. Pode ser uma obra, um novo serviço prestado, uma reforma numa

escola municipal, mas tem que ser único.

Temporário - significa que cada projeto tem um começo e um fim bem

definidos.

Único - significa que o produto ou serviço produzido é de alguma forma

diferente de todos os outros produtos ou serviços semelhantes.

Projetos são desenvolvidos em todos os níveis da organização. Podem envolver

uma pessoa ou milhares delas.

Exemplos de projetos:

Desenvolvimento de um novo produto ou serviço

Efetuar uma mudança de estrutura, de pessoal ou de estilo de uma

organização

Desenvolvimento ou aquisição de um sistema de informações novo ou

modificado

Construção de um prédio ou instalação

Construção de um sistema de abastecimento de água para uma comunidade

Implementação de um novo procedimento ou processo de negócios

Desenvolver um sistema

Um serviço é um esforço contínuo e repetitivo. Serviços continuados e projetos

possuem características comuns:

São executados por pessoas

Restringidos por recursos limitados

Planejados, executados e controlados

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5.2 O que é gerenciamento de projetos

O gerenciamento visa transformar as intenções planejadas e pactuadas em

resultados. O gerente do projeto deve gerenciar diversos fatores, internos e

externos, que influenciam a execução do projeto. Esses fatores compõem as

dimensões do gerenciamento e estão detalhados a seguir.

Quadro 1. Dimensões do Gerenciamento

Dimensões do Gerenciamento de projeto

■ Integração

■ Escopo

■ Tempo

■ Custos

■ Qualidade

■ Pessoas

■ Comunicação

■ Riscos

■ Suprimento

■ Encerramento do projeto

■ Integração – gerenciar a integração do projeto estratégico é como montar um

quebra-cabeça, de modo que cada peça esteja em seu lugar, de maneira

coerente e consistente, a fim de se obter o resultado final esperado. Assim, o

gerenciamento busca assegurar que os diversos participantes do projeto

estejam adequadamente coordenados entre si na busca dos resultados.

As perguntas que o gerente precisa responder são: meu projeto está

evoluindo de forma coerente e consistente com os resultados desejados?

Estou conseguindo ter a participação efetiva e integrada de todas as

organizações e equipes executantes das ações do projeto? Tenho uma visão

de conjunto do projeto, suas ações, seus executantes?

■ Escopo – gerenciar o escopo é assegurar que o projeto contemple todo o

trabalho requerido, e nada mais que o trabalho requerido, para atingir com

sucesso os resultados almejados. Ao longo da execução do projeto, o gerente

deve se perguntar constantemente: Será que estamos executando os

subprojetos que realmente vão produzir os resultados? Os subprojetos têm a

intensidade adequada para gerar os resultados especificados? Há lacunas a

preencher?

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O escopo do projeto pode ser aperfeiçoado ao longo de sua implantação, a

partir das informações geradas pelos processos de monitoramento e de

avaliação.

■ Tempo – gerenciar o tempo é assegurar que o projeto termine dentro do

prazo previsto, acompanhando a realização do cronograma de trabalho e

tendo sempre presente em que momento cada subprojeto deve ser iniciado e

concluído. A capacidade de antecipar problemas e de mobilizar soluções e

alternativas é fundamental para tornar mais efetivo o cumprimento dos

prazos.

■ Custos - gerenciar os custos do projeto é assegurar que ele seja concluído

cumprindo o orçamento previsto. O dimensionamento dos custos na etapa de

planejamento e nas revisões do projeto deve ser o mais realista possível.

O gerente, principal responsável pela gestão de custos, deve dispor de

informações confiáveis da realização financeira do projeto e acompanhar e

participar da elaboração de seus orçamentos.

■ Qualidade - o gerenciamento da qualidade visa garantir que o projeto irá

satisfazer as necessidades para as quais foi planejado. Deve abranger tanto a

qualidade do produto final como da execução dos subprojetos e de seus

produtos específicos, e é responsabilidade do gerente do projeto, apoiado

pelos coordenadores dos subprojetos.

O cumprimento dos requisitos de qualidade, em qualquer uma das partes do

projeto, é indispensável para assegurar o alcance dos resultados.

■ Pessoas – o gerenciamento das pessoas é função essencial e insubstituível

do gerente de projeto. Visa a formação e o desenvolvimento da equipe,

considerando as competências e habilidades requeridas.

Sua função primordial é “fazer fazer”, administrando conflitos, construindo

consensos, mantendo todos motivados e informados sobre o projeto e o seu

andamento e, sobretudo, alinhando-os na direção dos resultados desejados.

■ Comunicação – o gerenciamento da comunicação visa assegurar a tomada

de decisão em tempo hábil e a integração e mobilização das equipes, público-

alvo e partes interessadas. Abrange a geração, coleta, divulgação,

armazenamento e disposição de forma adequada e no tempo certo das

informações do projeto, em todas as suas fases.

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É tarefa do gerente, com o apoio dos demais integrantes da linha gerencial do

projeto, mapear as necessidades de comunicação, identificar os pontos

críticos e elaborar um plano de comunicação atualizado permanentemente,

que inclua a divulgação externa do projeto e de seus resultados.

■ Riscos – o gerenciamento de riscos é o processo sistemático de identificar,

analisar e responder, em tempo hábil, as ameaças externas ou internas à

execução do projeto, que podem interferir nas variáveis de custo, prazo e

qualidade e no alcance dos resultados desejados.

A postura do gerente deve ser a de atuar preventivamente, antecipando os

potenciais riscos, e de adotar alternativas para redução do seu impacto no

projeto.

Os riscos internos ao projeto dizem respeito a mudanças no ambiente

organizacional, à adequação e suficiência dos recursos alocados, ao

cumprimento de compromissos e contratos, à qualidade dos processos de

planejamento e gerenciamento, entre outros. Os riscos externos estão

relacionados às variáveis que estão fora do controle do gerente e dos

coordenadores dos subprojetos do projeto.

■ Suprimentos – o gerenciamento de suprimentos visa assegurar o

fornecimento de insumos, produtos e serviços necessários a execução do

projeto, segundo os requisitos de custo, prazo e qualidade. Envolve os

processos necessários para obter bens e serviços fora da organização e

parceiros, define qual tipo de contrato ou convênio é mais adequado e a

gestão dos compromissos assumidos.

■ Encerramento do projeto – o projeto é um empreendimento com início e fim

determinados e seu encerramento demanda a atuação planejada e intensa da

equipe gerencial. O gerente do projeto deverá arquivar todos os registros do

projeto, assim como as lições aprendidas, encerrar contratos, dispensar a

equipe do projeto etc.

5.3 O contexto do gerenciamento de projetos

3.3.1 Envolvidos com o Projeto

As partes envolvidas em um projeto (stakeholders) são as pessoas e organizações

que trabalham com o projeto, e ainda aqueles cujos interesses podem ser afetados

9

no decorrer do projeto ou após sua conclusão. A gerência do projeto deve identificar

as partes envolvidas, conhecer suas necessidades e expectativas e, então,

gerenciá-las e influenciá-las de forma a garantir o sucesso do projeto. Na maioria

dos projetos são identificados os seguintes envolvidos:

Gerente do projeto - indivíduo responsável pela gerência do projeto.

Um gerente de projetos deve responsabilizar-se por tudo que acontece no projeto.

As habilidades principais requeridas para gerenciar projetos exigem capacidades de

comunicação, motivação, negociação e resolução de conflitos a partir de uma

posição de influência.

5.3.1 Relações interpessoais que o gerente deve apresentar:

Comunicação eficaz - troca de informações

Influência sobre a organização - capacidade de “fazer com que as coisas

aconteçam”

Liderança - Desenvolver uma visão e uma estratégia e motivar as pessoas

para que alcancem essa visão e essa estratégia

Motivação - Estimular as pessoas para que alcancem altos níveis de

desempenho e superem as barreiras que impedem as mudanças

Negociação e gerenciamento de conflitos - Conversar com outras pessoas

para chegar a um entendimento ou um acordo

Resolução de problemas - A combinação entre definição do problema,

identificação e análise de alternativas e tomada de decisões.

3.3.3 Características e habilidades de um gerente de projetos:

tentar novas idéias

pró-ativo

perseverante

orientado a objetivos

comunicativo

motivador

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organizado

planejar bem

decisivo

ter auto-confiança

ter poder de persuadir

entusiasta

criativo

saber delegar, etc.

O gerente de projetos deverá estar atento também às muitas diferenças existentes

entre as Áreas Públicas e Privadas no tocante ao gerenciamento de projetos,

conforme quadro abaixo:

Quadro 2 – Principais diferenças entre as áreas Pública e Privada quanto ao

Gerenciamento de Projetos

ÁREA PRIVADA ÁREA PÚBLICA

Faz o que a lei não proíbe Faz o que a lei permite

Salários compatíveis ao mercado Salários inadequados

Maior disponibilidade de pessoal qualificado Dificuldade de obtenção de pessoal

qualificado

Possível implantar política de incentivo Difícil implantar política de incentivo

A estrutura poder formal é próxima do informal Maior distorção entre o poder formal e o

informal

Organização voltada para objetivos Maior incidência de pessoas e segmentos da

organização em desacordo com os objetivos

Alta administração sofre cobrança

permanente quanto a objetivos e metas a

serem atingidos

A cobrança da sociedade é de caráter mais

subjetivo e geral

Continuidade administrativa mais permanente Maior risco quanto à quebra da continuidade

administrativa

Pouco freqüente a paralisação de programas

e projetos por falta de recursos

Freqüentemente ocorrem paralisação de

programas e projetos por falta de recursos

Decisão quanto aos objetivos centrados em

poucos órgãos

Maior dispersão quanto à tomada de decisão

Familiaridade com as ferramentas de

planejamento e controle

Pouca tradição no uso das ferramentas de

planejamento e controle

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Impulsionada pela competitividade Baixo grau de consciência quanto à realidade

da competição

Pouca burocracia Presença marcante da burocracia

Voltada para a qualidade Conceito de qualidade ainda incipiente

Fonte: Ricardo Viana Vargas, PMP

6 Metodologia

O Gerenciamento de Projetos (GP) é um ramo da Ciência da Administração que

trata do planejamento, execução, controle e avaliação de projetos. O Gerenciamento

de Projetos auxilia as organizações a atenderem as necessidades dos clientes

padronizando as tarefas e assim assegurando que os recursos disponíveis sejam

alocados da maneira mais eficiente e eficaz, permitindo o conhecimento e controle

do projeto.

Em agosto de 1987, o Project Management Institute – PMI – publicou um documento

denominado “The Project Management Body of Knowledge”- PMBOK. Este

documento foi revisado e apresentou novas versões em 1996, 2000, 2004 e 2008.

Esse guia reflete 30 anos de experiência obtidos em gerenciamento de projetos.

A metodologia adotada pelo Governo do Estado de Minas Gerais, desenvolvida

internamente, foi derivada e inspirada a partir do conhecimento acumulado pelo PMI.

É esta metodologia que iremos apresentar a seguir.

7 Passo a passo para implantação

7.1 Iniciação

Os dois processos pertencentes a este grupo permitem formalizar o projeto a ser

desenvolvido e apresentá-lo para a empresa. Estes processos estão associados à

área de conhecimento Integração do Projeto e são os seguintes:

7.1.1 Desenvolvimento do Termo de Abertura do projeto

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Este processo trata principalmente da autorização formal do projeto. É o processo

necessário para documentação das necessidades de negócios e do novo produto,

serviço ou outro resultado que deve satisfazer esses requisitos.

A elaboração desse termo de abertura liga o projeto ao trabalho em andamento da

organização e autoriza o projeto.

Como os gerentes de projeto devem ser identificados o mais cedo possível no

projeto, é no termo de abertura que ele é designado. Neste documento devem ser

apresentados itens que já podem ser percebidos inicialmente como premissas

(hipóteses, itens que são necessários para atender o projeto da melhor forma) e/ou

restrições (itens que limitam o projeto).

Itens que podem compor o termo de abertura (não são obrigatórios):

Requisitos que satisfazem as necessidades, desejos e expectativas do cliente,

do patrocinador e de outras partes interessadas

Necessidades de negócios, descrição de alto nível do projeto ou requisitos do

produto para o qual o projeto é realizado

Objetivo ou justificativa do projeto

Gerente de projetos designado e nível de autoridade atribuída

Cronograma de marcos sumarizado

Influência das partes interessadas

Organizações funcionais e sua participação

Premissas organizacionais, ambientais e externas

Restrições organizacionais, ambientais e externas

Caso de negócios justificando o projeto, incluindo o retorno sobre o investimento

Orçamento disponível

7.1.2 Termo de abertura – setor público

Como supracitado, este é o documento inicial do projeto. Inclui também a declaração

preliminar do escopo. Os termos de abertura são documentos que autorizam

formalmente um projeto, no qual se encontram inseridas as primeiras informações

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sobre o mesmo, possibilitando o nivelamento de toda a equipe envolvida. Trata-se

de um documento sujeito a poucas alterações e com baixo dinamismo, pois é

elaborado nas reuniões iniciais (Kick Off) e aprimorado em reuniões intermediárias.

Deverá ser consultado sempre que informações iniciais dos projetos se fizerem

necessárias. Este documento deve conter:

Data de aprovação do termo de abertura

Nome do Projeto

Nome do gerente do projeto e seus contatos

Desafio do projeto, que é a justificativa para a criação do projeto

Objetivo: Expressa a transformação da situação que o programa se propõe

modificar. Nessa perspectiva, o resultado se relaciona às mudanças e benefícios

esperados com a implementação de suas ações, refletindo a efetividade

esperada no alcance do objetivo proposto, ou seja, a transformação ou mudança

em uma realidade concreta a qual o programa se propôs modificar.

Escopo do projeto, que segundo o PMBOK é “O trabalho que deve ser realizado

para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções

especificadas”.

Valor total do projeto: crédito constante da Lei Orçamentária Anual

Prazo de duração do projeto.

Detalhamento do escopo: subdivisão dos principais produtos do projeto em

componentes menores, mais manejáveis, para que possam suportar o

desenvolvimento das atividades do projeto. Este detalhamento será estruturado

conforme a estrutura do projeto no Plano Plurianual de Ação Governamental –

PPA.

Produtos de cada etapa do projeto: identificação do produto de cada ação do

projeto;

Matriz de responsabilidade: identificação dos responsáveis por cada atividade do

projeto;

Aprovação: assinatura de validação do termo de abertura pelo gerente, que é o

responsável pelas informações contidas neste documento;

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Quadro 3 – Termo de Abertura do Projeto

7.2 Planejamento

Concluída a etapa de iniciação, começa-se o planejamento do projeto através da

área de conhecimento Escopo. O escopo do projeto inclui os processos necessários

para garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e somente ele, para

terminar o projeto com sucesso. O gerenciamento do escopo do projeto trata

principalmente da definição e controle do que está e do que não está incluído no

projeto.

7.2.1 Plano de Gerenciamento do Projeto

Documenta os seguintes itens:

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Os processos de gerenciamento de projetos selecionados pela equipe de

gerenciamento de projetos

O nível de implementação de cada processo selecionado

As descrições das ferramentas e técnicas que serão usadas para realizar esses

processos

Como os processos selecionados serão usados para gerenciar o projeto

específico, inclusive as dependências e interações entre esses processos e as

entradas e saídas essenciais.

Como o trabalho será executado para realizar os objetivos do projeto

Como as mudanças serão monitoradas e controladas

Como o gerenciamento de configuração será realizado

Como a integridade das linhas de base da medição de desempenho será

mantida e utilizada

A necessidade e as técnicas de comunicação entre as partes interessadas

O ciclo de vida do projeto selecionado e, para projetos com várias fases, as fases

associadas do projeto

As principais revisões de gerenciamento em relação a conteúdo, extensão e

tempo para facilitar a abordagem de problemas em aberto e de decisões

pendentes.

O plano de gerenciamento do projeto pode ser sumarizado ou detalhado e pode ser

constituído por um ou mais planos auxiliares e outros componentes.

Cada um dos planos auxiliares e componentes é detalhado até o nível necessário

para o projeto específico. Esses planos auxiliares incluem, mas não se limitam a:

Plano de gerenciamento do escopo do projeto

Plano de gerenciamento do cronograma

Plano de gerenciamento de custos

Plano de gerenciamento da qualidade

Plano de melhorias no processo

Plano de gerenciamento de pessoal

Plano de gerenciamento das comunicações

Plano de gerenciamento de riscos

Plano de gerenciamento de aquisições

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7.3 Plano de Projeto – Setor Público

Consiste em documento derivado do Termo de Abertura inicialmente elaborado.

Caracteriza-se como documento descritivo, preparado pelo gerente do projeto e por

sua equipe, conjuntamente com a equipe da Secretaria Municipal de Planejamento.

Apresenta informações mais detalhadas e pormenorizadas dos projetos referentes

aos seguintes itens:

Objetivo, escopo e detalhamento do escopo

Premissas e Estrutura Analítica de Projeto, com metas quadrienais

Matriz de Responsabilidade

Indicadores de Projeto

Planejamento dos Custos

Planejamento de Convênios e Suprimentos

Gerenciamento das Restrições

Plano de Comunicação e de Mudanças

7.4 Planejamento do Escopo, definição do escopo e criar EAP

A criação de um plano de gerenciamento do escopo do projeto documenta como o

escopo do projeto será definido, verificado e controlado e como a estrutura analítica

do projeto (EAP) será criada e definida. A definição do escopo abrange o

desenvolvimento de uma declaração do escopo detalhada do projeto como a base

para futuras decisões do projeto. A preparação de uma declaração do escopo

detalhada do projeto é essencial para o sucesso do projeto e é desenvolvida a partir

das principais entregas, premissas e restrições, que são documentadas durante a

iniciação do projeto, na declaração do escopo preliminar do projeto. Durante o

planejamento, o escopo do projeto é definido e descrito mais especificamente

porque se conhecem mais informações sobre o projeto. Necessidades, desejos e

expectativas das partes interessadas são analisados e convertidos em requisitos. As

premissas e restrições são analisadas para garantir que estejam completas,

17

adicionando-se mais premissas e restrições conforme necessário. Um documento

detalhado do escopo pode conter:

Restrições do projeto. São imposições do projeto como datas limites, custos,

tecnologias etc. que limitam as opções da equipe. Por exemplo, são incluídos um

orçamento predefinido ou datas impostas (marcos do cronograma) divulgadas

pelo cliente ou pela organização executora. Quando um projeto for realizado sob

contrato, em geral as cláusulas contratuais se constituirão em restrições.

Exemplos:

A implantação do produto se dará em 06 meses

Utilizar até R$ 50.000,00 do orçamento do corrente ano

Processo de seleção deve ser rigoroso para encontrar mão-de-obra capacitada

no mercado para desenvolvimento do projeto.

O retorno financeiro deverá ocorrer em até 05 anos.

Premissas do projeto. Premissas são fatores que serão considerados

verdadeiros, reais ou certos. São hipóteses que se não forem confirmadas trarão

impactos para o projeto.

Exemplos:

Será disponibilizado pessoal full time da área de marketing, logística e

distribuição para desenvolvimento do projeto.

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Quadro 4 - Declaração de escopo do Projeto

Criação da EAP – subdivisão das principais entregas do projeto e do trabalho

do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis.

EAP - Estrutura análitica do projeto = WBS - Work Breakdown Structure

A EAP é uma decomposição hierárquica orientada à entrega do trabalho a ser

executado pela equipe do projeto, para atingir os objetivos do projeto e criar as

entregas necessárias. A EAP organiza e define o escopo total do projeto. A EAP

subdivide o trabalho do projeto em partes menores e mais facilmente gerenciáveis,

em que cada nível descendente da EAP representa uma definição cada vez mais

detalhada do trabalho do projeto. É possível agendar, estimar custos, monitorar e

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controlar o trabalho planejado contido nos componentes de nível mais baixo da EAP,

denominados pacotes de trabalho (não se subdividem mais).

A EAP representa o trabalho especificado na declaração do escopo do projeto atual

aprovada. Os componentes da EAP auxiliam as partes interessadas a visualizar as

entregas do projeto. A EAP é uma representação gráfica do projeto. Pode ser

apresentada também através de itens.

Quadro 5 - Exemplo de Estrutura Analítica de Projeto (EAP)

7.5 Estimativa de custos e orçamentação:

Desenvolvimento de uma estimativa dos custos dos recursos necessários para

terminar as atividades do projeto. E agregação dos custos estimados de atividades

individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos.

A estimativa de custos da atividade do cronograma envolve o desenvolvimento de

uma aproximação dos custos dos recursos necessários para terminar cada atividade

do cronograma. Na aproximação dos custos, o avaliador considera as possíveis

causas de variação das estimativas de custos, inclusive os riscos.

A orçamentação envolve a agregação dos custos estimados de atividades do

cronograma individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base

20

dos custos totais para a medição do desempenho do projeto. A declaração do

escopo do projeto fornece o orçamento sumarizado. No entanto, as estimativas de

custos da atividade do cronograma ou do pacote de trabalho são preparadas antes

das solicitações de orçamento detalhado e da autorização do trabalho.

Quadro 6 - Plano de Projeto Setor Público - Planejamento de Custos

Data:

Nome do Projeto:

Gerente do Projeto:

GFP 2007 2008 2009 2010 2011 TOTAL

GFP 1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE 4º TRIMESTRE VALOR TOTAL

PLANEJAMENTO DE CUSTOS 2007-2011

NOME AÇÃO

PLANEJAMENTO DE CUSTOS

NOME AÇÃO

PLANEJAMENTO DE CUSTOS 2007

7.6 Planejamento de recursos humanos

O planejamento de recursos humanos determina funções, responsabilidades e

relações hierárquicas do projeto e cria o plano de gerenciamento de pessoal. As

funções do projeto podem ser designadas para pessoas ou grupos. Essas pessoas

ou grupos podem ser internos ou externos à organização que executa o projeto.

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O plano de gerenciamento de pessoal pode incluir informações de como e quando

os membros da equipe do projeto serão contratados ou mobilizados, os critérios

para sua liberação do projeto, a identificação das necessidades de treinamento, os

planos de reconhecimento e premiação, as considerações sobre conformidade, os

problemas de segurança e o impacto do plano de gerenciamento de pessoal na

organização.

Quadro 7 - Plano de Projeto Setor Público – Matriz de Responsabilidade

Setor/Órgão Nome Responsabilidades E-mail Telefone/Celular

MATRIZ DE RESPONSABILIDADES

7.7 Planejamento das comunicações

O processo Planejamento das comunicações determina as necessidades de

informações e comunicações das partes interessadas; por exemplo, quem precisa

de qual informação, quando precisarão dela, como ela será fornecida e por quem.

Embora todos os projetos compartilhem a necessidade de comunicar as informações

sobre o projeto, as necessidades de informações e os métodos de distribuição

variam muito. Um fator importante para o sucesso do projeto é identificar as

necessidades de informações das partes interessadas e determinar uma maneira

adequada para atender a essas necessidades.

22

Quadro 8 - Plano de Projeto Setor Público – Planejamento das Comunicações

7.8 Planejamento do Gerenciamento de Riscos, identificação dos riscos,

análise qualitativa e quantitativa de riscos, plano de resposta a riscos

Um planejamento cuidadoso e explícito aumenta a possibilidade de sucesso dos

outros cinco processos de gerenciamento de riscos. O planejamento do

gerenciamento de riscos é o processo de decidir como abordar e executar as

atividades de gerenciamento de riscos de um projeto. É importante para garantir que

o nível, tipo e visibilidade do gerenciamento de riscos estejam de acordo com o risco

e a importância do projeto em relação à organização, para fornecer tempo e

recursos suficientes para as atividades de gerenciamento de riscos e para

estabelecer uma base acordada de avaliação de riscos. O processo Planejamento

do gerenciamento de riscos deve ser terminado já no início do planejamento do

projeto, pois ele é essencial para executar com sucesso os outros processos

descritos neste capítulo.

A identificação de riscos determina os riscos que podem afetar o projeto e

documenta suas características. Os participantes das atividades de identificação de

23

riscos podem incluir os seguintes, quando adequado: gerente de projetos, membros

da equipe do projeto, equipe de gerenciamento de riscos (se designada),

especialistas no assunto de fora da equipe do projeto, clientes, usuários finais,

outros gerentes de projetos, partes interessadas e especialistas em gerenciamento

de riscos. Embora esse pessoal seja muitas vezes constituído pelos principais

participantes da identificação de riscos, todo o pessoal do projeto deve ser

incentivado a identificar riscos.

A identificação de riscos é um processo interativo porque novos riscos podem ser

conhecidos conforme o projeto se desenvolve durante todo o seu ciclo de vida. A

freqüência de iteração e quem participa de cada ciclo irão variar de caso para caso.

A equipe do projeto deve ser envolvida no processo de forma que possa

desenvolver e manter um sentimento de propriedade e de responsabilidade em

relação aos riscos e às ações de respostas a riscos associadas. As partes

interessadas fora da equipe do projeto podem fornecer informações adicionais sobre

objetivo. O processo Identificação de riscos normalmente conduz ao processo

Análise qualitativa de riscos. Alternativamente, também pode conduzir diretamente

ao processo Análise quantitativa de riscos quando realizado por um gerente de

riscos experiente. Em alguns casos, a simples identificação de um risco pode sugerir

sua resposta e esses casos devem ser registrados para análise e implementação

adicionais no processo Planejamento de respostas a riscos.

A análise qualitativa de riscos inclui métodos de priorização dos riscos identificados

para ação adicional, como análise quantitativa de riscos ou planejamento de

respostas a riscos. As organizações podem melhorar o desempenho do projeto de

modo eficaz se concentrando nos riscos de alta prioridade. A análise qualitativa de

riscos avalia a prioridade dos riscos identificados usando a probabilidade deles

ocorrerem, o impacto correspondente nos objetivos do projeto se os riscos

realmente ocorrerem, além de outros fatores, como o prazo e tolerância a risco das

restrições de custo, cronograma, escopo e qualidade do projeto.

A análise quantitativa de riscos é realizada nos riscos que foram priorizados pelo

processo Análise qualitativa de riscos por afetarem potencial e significativamente as

demandas conflitantes do projeto. O processo Análise quantitativa de riscos analisa

24

o efeito desses eventos de risco e atribui uma classificação numérica a esses riscos.

Ela também apresenta uma abordagem quantitativa para a tomada de decisões na

presença da incerteza. Este processo usa técnicas como a simulação de Monte

Carlo e a análise da árvore de decisão para:

Quantificar os possíveis resultados do projeto e suas probabilidades

Avaliar a probabilidade de atingir objetivos específicos do projeto

Identificar os riscos que exigem mais atenção quantificando sua contribuição

relativa para o risco total do projeto.

Identificar metas realistas e alcançáveis de custo, cronograma ou escopo,

quando fornecidos os riscos do projeto

Determinar a melhor decisão de gerenciamento de projetos quando algumas

condições ou resultados forem incertos.

O planejamento de respostas a riscos é o processo de desenvolver opções e

determinar ações para aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças aos

objetivos do projeto. Ele vem após os processos Análise qualitativa de riscos e

Análise quantitativa de riscos. Inclui a identificação e designação de uma ou mais

pessoas (o(s) “proprietário(s) das respostas a riscos”) que irão assumir a

responsabilidade sobre cada resposta a riscos acordada e financiada. O

planejamento de respostas a riscos aborda os riscos de acordo com a sua

prioridade, inserindo recursos e atividades no orçamento, cronograma e plano de

gerenciamento do projeto, conforme necessário.

As respostas a riscos planejadas precisam ser adequadas à importância do risco,

econômicas ao enfrentar o desafio, rápidas, realistas dentro do contexto do projeto,

acordadas por todas as partes envolvidas, e ser de propriedade de uma pessoa

específica. É freqüentemente necessário selecionar a melhor resposta a riscos a

partir de diversas opções.

A seção Planejamento de respostas a riscos apresenta abordagens comumente

usadas para planejar respostas aos riscos. Os riscos incluem as ameaças e

oportunidades que podem afetar o sucesso do projeto e são discutidas respostas

para cada uma delas.

Quadro 9 - Planejamento de Riscos, Dificuldades e Oportunidades – Setor Público

25

Data:

Nome do Projeto:

Gerente do Projeto:

De: Até:Contramedidas

GERENCIAMENTO DOS RISCOS, DIFICULDADES E OPORTUNIDADES

PLANEJAMENTO DE RISCOS, DIFICULDADES E OPORTUNIDADES

Risco /

Dificuldades /

Oportunidades

PROBABILIDADE Responsável Observações

Prazo

Causa EfeitoGRAU DO

IMPACTOPONTUAÇÃO

QUALIFICAÇ

ÃO

7.9 Planejamento de compras, aquisições e contratações

O processo Planejar compras e aquisições identifica quais necessidades do projeto

podem ser melhor atendidas pela compra ou aquisição de produtos, serviços ou

resultados fora da organização do projeto e quais necessidades do projeto podem

ser realizadas pela equipe do projeto durante a execução do projeto. Esse processo

envolve a consideração de como, o que, quanto, se e quando adquirir.

O processo Planejar contratações prepara os documentos necessários para dar

suporte ao processo Solicitar respostas de fornecedores e ao processo Selecionar

Fornecedores.

26

Quadro 10 - Plano de Projeto – Planejamento de Aquisições

No caso do Planejamento de Aquisições no setor público é preciso se atentar para

os parâmetros e regras previstas na lei 8.666, conforme esquematizado abaixo.

8 Experiência de Minas

O escritório de projetos do Governo de Minas, conhecido como GERAES, foi

implantado ainda em 2003 com a responsabilidade de melhorar a implementação

dos Projetos Estruturadores do Governo, por meio do gerenciamento diferenciado e

intensivo e ainda da manutenção dos investimentos estratégicos nestes projetos.

A implantação do escritório de projetos central do governo, que monitoraria um

portfólio de programas, nomeados Projetos Estruturadores, que deveriam ter

potencial de estruturar o futuro almejado e de multiplicar os benefícios para os

cidadãos de Minas Gerais, foi a principal medida adotada pelo governo mineiro, em

sua agenda de desenvolvimento de médio e longo prazo, voltada para investimentos

que impulsionassem a construção de um futuro de desenvolvimento social e

econômico.

27

Oito anos depois o GERAES encontra-se institucionalizado, sendo

responsável em 2011 pela gestão de mais de 60% dos recursos estaduais. Isto é um

demonstrativo claro de que a gestão de projetos está institucionalizada e valorizada

dentro do Governo de Minas.

9 Dificuldades encontradas e lições aprendidas

9.1 Dificuldades encontradas

As principais dificuldades encontradas pelo Poder Público no desenvolvimento da

metodologia de gerenciamento de projetos, bem como na consolidação de uma

estrutura de monitoramente (Escritório de Projetos), perpassam diversos aspectos,

desde dos de ordem política até os de ordem mais técnica.

Apresentam-se a seguir, as 12 principais dificuldades encontradas na efetiva

aplicação dos trabalhos de Gestão de Projetos Governamentais:

1. Ausência de definição estratégica: alocação de ações do órgão dentro do projeto

que não se interligam para o alcance das metas do projeto, ao invés do projeto

determinar as ações;

2. Falta de foco nos resultados: vários produtos concorrendo inclusive com o

orçamento;

3. Falta de definição clara do projeto: os resultados (finalísticos) que se esperam

alcançar com a execução projeto;

4. Problemas com gerentes de projeto ruins;

5. Falta de comprometimento com os prazos e metas estabelecidos;

6. Condições de trabalho: ausência de boas práticas, estrutura tecnológica e infra-

estrutura dentro do órgão;

7. Falta de detalhamento do escopo em ações claramente definidas;

8. Definição das metas sem análise da capacidade operacional de implementação;

9. Baixo envolvimento do Secretário no(s) projeto(s);

10. Ações estratégicas de prioridade do órgão não coincidem com o Projeto;

28

11. Ações de rotina do órgão consomem o esforço da equipe sem haver priorização

das ações dos Projetos;

12. Falta de integração e envolvimento entre órgãos na fase inicial de implementação

dos projetos.

9.2 Lições aprendidas

Depois de 8 anos gerindo projetos, de 2003 a 2011, é possível observar que deve-se

redobrar os cuidados na gestão de projetos, tomando-se sempre o cuidado para

manter os pressupostos metodológicos para geri-los. É importante observar que o

projeto tem ciclo de vida, que não necessariamente deverá coincidir com o prazo do

plano do plurianual, que projetos uma vez finalizados devem sair da carteira de

projetos monitorados já que se tornam processos. Outro ponto interessante de ser

mencionado é que os projetos estruturadores têm seus recursos liberados para

execução mediante controle da execução física e programática do projeto, isto gera

credibilidade para o monitoramento.

10 Dicas ou sugestões

Uma dica importante para que a gestão de projetos funcione no município é envolver

e ter o apoio incondicional do prefeito municipal, uma vez que ele deverá ser

responsável por manter a credibilidade do monitoramento e gestão de projetos. Criar

um mecanismo de governança com participação periódica dele para tomada de

decisões é muito importante para que o processo seja internalizado pelos servidores

municipais.

11 Considerações Finais

Adotar a prática do Gerenciamento de Projetos no setor público significa dar

viabilidade e operacionalização às principais ações governamentais. Nesse sentido,

torna-se fundamental a seleção de uma carteira de projetos, ou programas, que

passam a carregar consigo a característica de programas prioritários e estratégicos.

29

Para uma melhor aplicação das ferramentas de Gestão de Projetos, é necessária a

criação de uma estrutura de monitoramento dos projetos, que chamamos de

Escritório de Projetos. Os trabalhos desenvolvidos pelo Escritório de Projetos têm

como pontos fundamentais o apoio ao estabelecimento das metas do projeto, a

definição das tarefas necessárias para o atingimento das metas, o acompanhamento

da execução das tarefas, o monitoramento dos resultados obtidos, a análise dos

desvios encontrados e o estabelecimento de ações corretivas necessárias.

Com destaque para as ações de planejamento e coordenação, devem sobretudo

serem elaborados os relatórios de situação dos Projetos, contendo, dentre outras

questões, o objetivo do projeto, as metas físico-financeiras, os indicadores para

avaliação do projeto, os recursos utilizados, os custos e os riscos e contramedidas.

Assim, pode-se observar qual o Plano Executivo de cada projeto, fornecendo uma

linha de base de referência, para o posterior processo de monitoramento

pormenorizado da evolução de cada projeto. Ademais, outros instrumentos e

métodos gerenciais puderam aqui serem verificados quando da organização,

centralização e compartilhamento das informações extraídas dos projetos, as quais

subsidiam as decisões do chamado núcleo estratégico de governo (secretariado).

O presente Manual de Gestão de Projetos Governamentais possibilita a confirmação

da importância de se ter uma estrutura operacional que presta apoio e incentivo

executivo. Em que pese parecer uma mera simplificação a discussão a respeito dos

benefícios de se trabalhar com um escritório de gerenciamento de projetos, vale,

sobretudo, ressaltar que não mencionamos esse escritório individualmente, em uma

organização singular. Estamos lançando luz no aprendizado de uma instituição

secularmente tão complexa quanto o é o Estado, essa estrutura multifacetária, que

está fragmentado em seus diversos órgãos, e, por isso mesmo, vê-se mergulhado

em interesses difusos, e ao mesmo tempo vigora-se como a legítima representação

dos conflitos da sociedade.

É, portanto, destaque dessa análise, a aplicação da metodologia de Gestão de

Projetos no vazio existente entre a política e a gestão, entre o técnico e a política.

Permitindo que órgãos, gerentes e equipes de trabalho de cada projeto se apropriem

de seu trabalho e dos resultados do mesmo, a metodologia de Gestão de Projetos

30

cria, por fim, uma circunstância favorável à extinção das irresponsabilidades técnicas

das iniciativas políticas e/ou das irresponsabilidades políticas das iniciativas

técnicas.

12 Legislação pertinente

LEIS:

NÚMERO DATA ASSUNTO

LEI

DELEGA

DA 112

25/1/20

07

DISPÕE SOBRE A ORGANIZAÇÃO E A ESTRUTURA DA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO E

DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

LEI

DELEGA

DA 126

25/1/20

07

DISPÕE SOBRE A ESTRUTURA ORGÂNICA BÁSICA DA SECRETARIA

DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO E DÁ OUTRAS

PROVIDÊNCIAS

16.919

6/8/200

7

DISPÕE SOBRE AS DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA LEI

ORÇAMENTÁRIA PARA O EXERCÍCIO FINANCEIRO DE 2008 E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS

DECRETOS:

NÚMERO DATA ASSUNTO

43.378

16/6/20

03

INSTITUI A FUNÇÃO DE GERENTE EXECUTIVO DE PROJETO E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS

43.554

28/8/20

03

ALTERA DISPOSITIVOS DO DECRETO Nº 43.244, DE 1º DE ABRIL DE

2003, QUE REGULAMENTA O § 1º, DO ART. 3º, DA LEI DELEGADA Nº 63,

DE 29 DE JANEIRO DE 2003, QUE DISPÕE SOBRE A SECRETARIA DE

ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS

43.574 8/9/200 MODIFICA A CARTEIRA DE PROJETOS ESTRUTURADORES DO

31

3 GOVERNO DE MINAS GERAIS E DESIGNA NOVOS GERENTES

EXECUTIVOS

44.490

21/3/20

07

REGULAMENTA O PROCESSO DE PRÉ-QUALIFICAÇÃO PARA

PROVIMENTO DOS CARGOS EM COMISSÃO DE RECRUTAMENTO

AMPLO DE EMPREENDEDOR PÚBLICO

44.616

17/9/20

07

DESIGNA OS GERENTES EXECUTIVOS DOS PROJETOS

ESTRUTURADORES, INSTITUI A FUNÇÃO DE GERENTE DA AGENDA

SETORIAL DO CHOQUE DE GESTÃO E DESIGNA SEUS AGENTES

44.716

8/2/200

8

DISPÕE SOBRE A PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

DO ESTADO DE MINAS GERAIS PARA O EXERCÍCIO DE 2008 E DÁ

OUTRAS PROVIDÊNCIAS

44.817

21/5/20

08

DISPÕE SOBRE A ORGANIZAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE

PLANEJAMENTO E GESTÃO - SEPLAG

44.820

28/5/20

08

DISPÕE SOBRE A DESIGNAÇÃO DE GERENTE EXECUTIVO E

GERENTE ADJUNTO DOS PROJETOS ESTRUTURADORES DO

GOVERNO DO ESTADO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS