Gestão de Leis Ambientais Manguinhos

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Estudo de Impacto Ambiental e Viabilidade de Construo de Conjunto Habitacional em Terreno da Antiga Refinaria de ManguinhosGesto e Legislao Ambiental

Prof. Robson Batista do CarmoAlunos:Carlos Alberto do CarmoAna Carolina RibeiroJoo Gama e SilvaJos Lino

ndiceObjetivo..................................................................................................... 4Conceituao de reas Contaminadas..................................................... 4Breve Relato.............................................................................................. 4Refinaria de Manguinhos.......................................................................... 5Metodologia e Estrutura de Trabalho ...................................................... 7Principais Impactos Observados................................................................ 7A Legislao Brasileira...............................................................................11A Legislao Ambiental Brasileira ............................................................11A Legislao Ambiental Federal ............................................................... 11A Legislao Ambiental do Estado Do Rio de Janeiro ...................................................................................... 13Sobre a Atividade de Monitoramento Ambiental .................................................................................................. 17Biomarcadores .......................................................................................... 18Metodologia de Monitoramento ...............................................................18Levantamento de Dados Balano HdricoAuditoria Hdrica Caracterizao das Correntes.........................................................19Coleta e Anlise ............................................................................. 20Estudo de Viabilidades Tcnicas .................................................... 20Concluso.................................................................................................... 21Referencias de Pesquisa ............................................................................ 23

ObjetivoEste trabalho tem por objetivo analisar os impactos ambientais negativos da atividade do refino de petrleo na regio da refinaria de Manguinhos, Rio de Janeiro, dando nfase ao problema da poluio causada pelas operaes que constituram a mesma. Objetiva, tambm, aplicar aes atravs de estudos do impacto ambiental e medidas de monitoramento como elementos atenuantes dos impactos sobre o meio ambiente resultantes do processo de refino da citada empresa ao longo dos anos e que agora tem como plano do governo ceder seu espao fsico para a construo de conjunto habitacional.Conceituao de reas ContaminadasUma rea contaminada pode ser definida como uma regio, local ou terreno onde h comprovadamente poluio ou contaminao causada pela introduo de quaisquer substncias ou resduos que nela tenham sido depositados, acumulados,armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou at mesmo natural. Desta forma, regies onde ocorre ou ocorreu o manejo de substncias cujas caractersticas fsico-qumicas, biolgicas e toxicolgicas podem causar danos e/ou riscos aos bens a proteger so denominadas reas potencialmente contaminadas. Desde que a poluio de origem industrial comeou a se manifestar, a qualidade do solo foi afetada negativamente (SILVA, 2007). Snchez (2001) afirma que as substncias nocivas introduzidas no solo ali permanecem, podendo poluir lenis de gua subterrnea, ou mesmo mananciais superficiais, alm de afetar a biota. De fato,os poluentes ou contaminantes de uma rea podem ser transportados por diferentes vias, como o ar, o prprio solo, as guas subterrneas e superficiais, alterando suas caractersticas naturais de qualidade e determinando impactos negativos e/ou riscos sobre os bens a proteger, localizados na prpria rea ou em seus arredores.A quantificao e o exato dimensionamento do dano ambiental resultante da contaminao de reas com resduos slidos ou semi-lquidos perigosos ou efluentes industriais um dos mais tormentosos problemas atinentes responsabilizao civil por danos ambientais. Isso porque tais impactos afetam o ecossistema como um todo, partindo-se da viso sistmica de meio ambiente, que abrange no apenas os recursos naturais, artificiais e culturais, mas todas as demais condies e influncias que regem e abrigam a vida em todas as suas formas (STEIGLEDER, 2008).Assim, para eliminar ou reduzir os impactos ambientais decorrentes de contaminaes, fundamental que haja o reconhecimento da contaminao, a avaliao dos seus riscos ao homem e ao meio ambiente, e, finalmente, o controle da situao, atravs da remediao e monitoramento da contaminao. Esses procedimentos devem ser tomados a fim de sanar o problema da poluio de solos e guas. Quanto mais cedo forem tomadas as devidas providncias, maiores as chances de recuperao dos terrenos (VASQUES & MENDES, 2006).No Estado do Rio de Janeiro, o problema das reas contaminadas no tratado de maneira sistematizada pelos dispositivos legais (SILVA, 2007). Algumas das regulamentaes do Estado relacionadas de forma geral s reas contaminadas esto descritasao final deste trabalho.

Breve Relato:A importncia do petrleo em nossa sociedade, tal como est atualmente organizada, extensa e fundamental. O petrleo no apenas uma das principais fontes de energia utilizadas pela humanidade. Alm de sua importncia como fornecedor de energia, os seus derivados so a matria-prima para a manufatura de inmeros bens de consumo, e, deste modo, tm um papel cada dia mais presente e relevante na vida das pessoas.A concepo de um mundo sem as comodidades e benefcios oferecidos pelo petrleo implicaria na necessidade de uma total mudana de mentalidade e hbitos por parte da populao, numa total reformulao da maneira como a nossa sociedade funciona.Nesse contexto, a etapa de refino o corao da indstria de petrleo, pois sem a separao em seus diversos componentes, o petrleo em si, possui pouco ou nenhum valor prtico e comercial.A importncia do refino dentro de toda a cadeia produtiva do petrleo no se resume apenas ao ponto de vista estratgico. Do ponto de vista ambiental, as refinarias so grandes geradoras de poluio. Elas consomem grandes quantidades de gua e de energia, produzem grandes quantidades de despejos lquidos, liberam diversos gases nocivos para a atmosfera e produzem resduos slidos de difcil tratamento e disposio.Em decorrncia de tais fatos, a indstria de refino de petrleo, pode ser, e muitas vezes , uma grande degradadora do meio ambiente, pois tem potencial para afet-lo em todos os nveis: ar, gua, solo e, consequentemente, a todos os seres vivos que habitam nosso planeta.Apesar dos avanos tecnolgicos que ocorreram neste ltimo sculo,infelizmente, vrios dos equipamentos e tcnicas de refino utilizados por muitas refinarias ao redor do mundo so relativamente primrios, no tendo mudado muito ao longo das ltimas dcadas.Entretanto, sabemos que o petrleo no deixar de apresentar a importncia que possui ao longo dos prximos anos, a menos que haja alguma incrvel e revolucionria descoberta de algum substituto a altura. Deste modo, podemos admitir que as refinarias iro continuar a existir, pelo menos enquanto as reservas de petrleo continuarem a ser exploradas e continuarem a produzir.Assim sendo, faz-se necessria a integrao da varivel ambiental no planejamento, na concepo, e, acima de tudo, na operao das refinarias. A soluo para o problema da poluio certamente no fechar as refinarias ou reduzir os nveis de produo, um pensamento totalmente invivel do ponto de vista prtico.A questo da poluio, no apenas aquela provocada pelas refinarias de petrleo, mas a produzida pela indstria de um modo geral, constitui no apenas um problema, mas tambm em um desafio para a gerncia das empresas, que precisam se posicionar de maneira efetiva e eficaz perante a situao, abandonando, de uma vez por todas, a tendncia de minimizar a questo, ou at mesmo fingir que a mesma no existe.Um bom exemplo da gravidade do problema a poluio da Baa da Guanabara, atualmente em processo de despoluio. Segundo a FEEMA (Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), a REDUC despeja diariamente seis toneladas de resduos de petrleo nas guas da Baa de Guanabara, alm de manter cerca de oitenta mil toneladas de resduos de tanques e unidades de produo estocados em terreno reservado da refinaria, incluindo cerca de oito mil tambores com borras, que podem alcanar o lenol fretico da regio, assim como a prpria Baa da Guanabara.Infelizmente, o que se observa na maior parte das refinarias brasileiras que ainda no existe a cultura da preveno poluio, estando a gesto ambiental das mesmas direcionada para o cumprimento das exigncias dos rgos governamentais de controle ambiental, refletindo a cultura empresarial do tipo Controle de Fim de Linha e gesto ambiental do tipo reativa.

Refinaria de Manguinhos

A Refinaria de Manguinho entrou em operao em 1954, contando apenas com as unidades de destilao atmosfrica, craqueamento termico e viscoreduo, com capacidade de processamento de 10000 bpd. Ela atendia ao mercado do Rio de Janeiro tendo como clientes todas as companhias distribuidoras que operam no estado. Seu perfil de produo est no quadro abaixo:

Este estudo trata da regio em que se localizava a j desativada Refinaria de Petrleo de Manguinhos, cercada pelas comunidades do Complexo de Manguinhos e pelos bairros da Mar, Caju e Benfica.Em seu terreno, o governo pretende implantar um projeto habitacional para a populao de baixa renda. No entanto, segundo o Departamento de Saneamento e Sade Ambiental (DSSA/Ensp), impossvel descontaminar ou tratar a rea industrial da antiga refinaria para que se torne propcia para o assentamento humano.A pesquisa est na fase de anlise dos contaminantes, enfocando na investigao de trs classes de compostos: BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), HPAs (hidrocarbonetos policclicos aromticos) e os metais pesados (chumbo, cdmio e zinco). Os responsveis por esse diagnstico so pesquisadores do DSSA.Esses poluentes so caractersticos de uma indstria que refina petrleo e estoca combustveis, o que gera uma srie de problemas para a sade da populao

Metodologia Utilizada e Estrutura do Trabalho

A elaborao do presente trabalho baseia-se numa extensa e exaustiva reviso bibliogrfica, na busca de informaes em diversas pginas da Internet (Petrobras, EPA Environmental Protection Agency, Ministrio do Meio Ambiente e Ministrio das Minas e Energia, entre outros) O presente estudo no aborda o transporte de petrleo e de derivados que chegam e/ou saem das refinarias (dutos). Preocupou-se apenas com o levantamento das consequncias ambientais da operao das unidades de processamento de petrleo e de seus derivados.

Principais Impactos Observados

1.- Contaminao hdrica devido ao lanamento de efluentes, guas de lavagem, guas de resfriamento e lixiviao das reas de depsitos de materiais ou rejeitos.Volumes relativamente grandes de gua so usados pela indstria de refino de petrleo. Basicamente, quatro tipos de efluentes so produzidos em uma refinaria: guas contaminadas coletadas a cu aberto, guas de refrigerao, guas de processo, e efluentes sanitrios.As guas contaminadas coletadas a cu aberto so intermitentes e iro conter os constituintes dos eventuais derramamentos para as superfcies, dos vazamentos dos equipamentos, alm de quaisquer materiais que possam ser coletados pelos drenos e canaletas desse sistema de drenagem. Essas guas tambm incluem as guas coletadas nas canaletas dos tanques de estocagem tanto do leo cru quanto dos derivados, assim como as guas pluviais das reas de produo.A gua usada para resfriamento frequentemente contm aditivos qumicos tais como cromatos, fosfatos e biocidas, que tm como funo evitar a corroso dos canos e o crescimento biolgico. Por razes ambientais, muitas refinarias no usam mais o cromato para esses fins.A gua usada nas diversas operaes de processamento tambm contribui significativamente para a gerao de efluentes. Tais efluentes so gerados nos processos de dessalinizao do leo cru, retificao com vapor, purga das caldeiras, etc.As guas de processo frequentemente entram em contato direto com o leo das correntes de processo, sendo, por esse motivo, normalmente muito contaminadas.

2.- Contaminao do solo e/ou de guas superficiais ou subterrneas pela disposio inadequada de resduos slidos resultantes dos processos da indstria de refino, nos quais se incluem tambm os lodos de tratamento de efluentes hdricos e gasosos e partculas slidas dos coletores de poeira, potencialmente perigosos presentes na regio como passivo ambiental. Os resduos slidos so gerados em muitos dos processos de refino e em operaes de manuseio do petrleo, assim como na etapa do tratamento de efluentes.Tanto resduos perigosos quanto no perigosos so gerados, tratados e dispostos. Tais resduos normalmente so gerados sob a forma de lamas, catalisadores de processo exaustos, cinzas de incineradores e borras de filtrao. O tratamento desses resduos deveria incluir incinerao, neutralizao, fixao qumica e disposio em aterros sanitrios, que podem estar situados dentro ou fora das refinarias. Tais materiais incluem cdmio, cromo, cobre, chumbo, nquel, fenol, sulfetos e Zinco e outros materiais.

3.- Odores provenientes do passivo ambiental. Apesar do fato de que odores desagradveis podem causar sintomas em alguns indivduos, o problema do odor ocasionado pelo passivo ambiental bem como gases formados no subterrneo destes terrenos vem sendo um incmodo. Geralmente, o odor, do ponto de vista da regulamentao ambiental, visto como um fator de perda de bem estar e no de prejuzo sade.Alm do incmodo provocado pelo mau cheiro, a presena de uma fonte contnua de emisso pode provocar um decrscimo nos valores das propriedades das vizinhanas, pois as pessoas podem no querer se mudar para uma regio onde existe um problema de mau cheiro.Por todos os fatores descritos acima, razovel se supor que fenmenos tais exercem uma influncia nociva sobre o bem estar mental, emocional e psicolgico das pessoas. Os efeitos de se viver em uma regio lgubre so desumanizantes e deprimentes e, certamente, constituem uma das bases principais dos protestos contra a poluio atmosfrica, e o valor da perda desse bem estar no tem como ser mensurado.

A Legislao Ambiental Brasileira

De um modo geral, pode-se dizer que a histria da legislao ambiental brasileira teve incio no dia 31 de agosto de 1981, com a criao da Lei 6.938, que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulao e aplicao.Antes da publicao dessa lei, no havia no direito brasileiro uma preocupao sistemtica com a tutela ambiental e, o que mais importante, a preocupao com a defesa do meio ambiente era sempre uma preocupao secundria da legislao [68].A nvel federal, o SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente, constitudo pelos rgos e entidades da unio e pelas fundaes mantidas e institudas pelo poder pblico, responsveis pela proteo e melhoria da qualidade ambiental.Os rgos ambientais que tomam parte na gesto ambiental das atividades Industriais so,nesse nvel: MMA Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal o rgo central do Sistema Nacional de Meio Ambiente e tem como competncia o planejamento, coordenao, superviso e controle; formulao e execuo da poltica nacional de meio ambiente; preservao, conservao e uso racional dos recursos e implementao de acordos internacionais. CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente O CONAMA um rgo consultivo e deliberativo, que tem como finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de polticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no mbito de sua competncia, sobre normas e padres compatveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial sadia qualidade de vida. O CONAMA faz parte do MMA.(segundo a Lei n 6.938, de 21 de agosto de 1981).IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renovveis O IBAMA o rgo executor, que tem como finalidade de executar e fazer executar, como rgo federal, a poltica e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. (segundo a Lei n 6.938, de 21 de agosto de 1981). o CONAMA, que, atravs da publicao das suas resolues, dispe, a nvel federal, sobre a maneira como as atividades industriais em geral podero ser conduzidas em obedincia poltica ambiental vigente no pas, a nvel federal.

A Legislao Ambiental Federal

A legislao ambiental para as atividades industriais, nas quais a atividade de refino de petrleo est includa brevemente comentada a seguir [14], [39]. Constituio Federal, promulgada em 05/10/1988 Art. 228 Todos tm direito aomeio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico o dever de defend-lo e coletividade o de preserv-lo para presentes e futuras geraes. Decreto-Lei n 1.413 de 14/08/1975 Dispe sobre o controle da poluio do meio ambiente provocada por atividades industriais. Art. 1 As indstrias instaladas ou a se instalarem em territrio nacional so obrigadas a promover as medidas necessrias a prevenir ou corrigir os inconvenientes e prejuzos da poluio e da contaminao do meio ambiente. Lei n 6938, de 31.08.1981 Dispe sobre a Poltica Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulao e aplicao, e d outras providncias. Entre outros assuntos, visar imposio ao poluidor e ao predador, da obrigao de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usurio, da contribuio pela utilizao dos recursos ambientais com fins econmicos. Decreto-lei n 88.351, de 01/06/1983 Regulamenta a Lei n 6.938, de 31/08/1981. Portaria MINTER n 231, de 27/04/1976 Estabelece padres de qualidade do ar e doutras providncias. XV Todos os estabelecimentos industriais que causem ou possam a usar poluio do ar devem comunicar, anualmente, sob pena de sanes cabveis, o tipo de suas emisses gasosas ou particulados e o equipamento antipoluidor existente ao rgo poluidor competente, (...) Resoluo CONAMA 001 de 23/01/1986 Dispe sobre a Avaliao de Impactos Ambientais. Esta resoluo estabelece os critrios bsicos e as diretrizes gerais para a elaborao do RIMA Relatrio de Impacto Ambiental. Resoluo CONAMA 020 de 18/06/1986 Estabelece a classificao das guas doces salobras e salinas, segundo o seu uso preponderante e estabelece padres de emisso para efluentes hdricos. Tambm estabelece, para cada caso, os teores mximos de substncias potencialmente prejudiciais, alm de cor, turbidez, pH, entre outros. Resoluo CONAMA 006 de 15/06/1988 Dispe sobre o licenciamento ambiental de atividades industriais geradoras de resduos perigosos. Nesta Resoluo so determinadas quais indstrias devero apresentar ao rgo ambiental competente,informaes sobre a gerao, caractersticas e destino final de seus resduos. Entre elas esto includas as refinarias de petrleo. Resoluo CONAMA 005 de 15/06/1989 Institui o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar PRONAR e d outras providncias. Esta Resoluo institui o PRONAR como um dos instrumentos bsicos da gesto ambiental, e limita os nveis de emisso de poluentes por fontes de poluio atmosfrica. Determina limites mximos de emisso e Padres de Qualidade do Ar, entre outros instrumentos. Resoluo CONAMA 001 de 08/03/1990 Dispe sobre a emisso de rudos em decorrncia de quaisquer atividades industriais e outras. Determina critrios e diretrizes para a emisso de rudos decorrentes, entre outras, das atividades industriais. Tal diretriz obedece aos nveis de rudo considerados aceitveis pela norma tcnica 10.152, da ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. Resoluo CONAMA 002 de 08/03/1990 Institui o Programa Silncio. O Programa Silncio, tem, entre outros objetivos, incentivar o uso de mquinas,motores, equipamentos e dispositivos com menor intensidade de rudo, quando da sua utilizao na indstria. Resoluo CONAMA 003 de 28/06/1990 Esta resoluo amplia o nmero de poluentes atmosfricos passveis de monitoramento e controle no pas, e estabelece novos padres de qualidade do ar. D a definio legal dos conceitos de Poluente, Qualidade do Ar, Padro Primrio de Qualidade do Ar e Padro Secundrio de Qualidade do Ar. Tambm fornece os valores estabelecidos para tais padres, para os seguintes poluentes atmosfricos: Partculas Totais em Suspenso, Fumaa, Dixido de Enxofre, Monxido de Carbono e Dixido de Nitrognio. Estabelece quais mtodos de amostragem e de anlise devero ser utilizados, e fixa as condies de referncia em 25 C e 1 atm. Atribui o monitoramento da qualidade do ar aos estados e estabelece os Nveis da Qualidade do Ar para a elaborao do Plano de Emergncia para Episdios Crticos de Poluio do Ar, entre outras disposies. Resoluo CONAMA 006 de 17/10/1990 Dispe sobre a obrigatoriedade de registro e de prvia avaliao pelo IBAMA, dos dispersantes qumicos empregados nas aes de combate aos derrames de petrleo. Tal Resoluo se aplica s refinarias pois estas podem ocasionar derrames durante o transporte de petrleo e derivados nos dutos. Resoluo CONAMA 008 de 06/12/1990 Estabelece limites mximos de emisso de poluentes do ar em nvel nacional. Os limites fixados so para os seguintes poluentes: partculas totais e dixido de enxofre, para processos de combusto externa em novas fontes fixas de poluio com potncias nominais de at 70 MW e superiores. Resoluo CONAMA 237 de 19/12/1997 Dispe sobre o Licenciamento Ambiental. Esta resoluo define o Licenciamento Ambiental como sendo procedimento administrativo pelo qual o rgo ambiental competente licencia a localizao, instalao, ampliao de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental, levando-se em considerao as disposies legais e regulamentares e as normas tcnicas aplicveis ao caso. Tambm define os empreendimentos e as atividades que estaro sujeitas ao Licenciamento Ambiental. O refino de petrleo est entre tais atividades. Resoluo CONAMA 235 de 07/01/1998 Dispe sobre a classificao de resduos slidos. Esta resoluo descreve os tipos de resduos slidos, e classifica-os em trs classes, a saber: Classe I Resduos Perigosos de Importao Proibida, Classe II Resduos No Inertes Controlados pelo IBAMA e Classe III Resduos Inertes de Importao Proibida. Lei 9.605 de 20.02.1998 Esta Lei dispe sobre os crimes ambientais, caracterizando-os, assim como sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e d outras providncias. caracterizado como crime ambiental causar poluio de qualquer natureza em nveis tais que resultem ou possam resultar em danos sade humana ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruio significativa da flora. Tambm so considerados crimes ambientais causar poluio atmosfrica que provoque a retirada, ainda que momentnea, dos habitantes das reas afetadas, ou que cause danos diretos sade da populao, causar poluio hdrica que torne necessria a interrupo do abastecimento pblico de gua de uma comunidade e ocorrer por lanamento de resduos slidos, lquidos ou gasosos, ou detritos, leos ou substncias oleosas, em desacordo com as exigncias estabelecidas em leis ou regulamentos(Artigo 54). Os eventos anteriormente descritos so todos passveis de ocorrer naatividade de refino de petrleo. Normas Tcnicas da ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas - NBR 10004/87 Classificao de resduos slidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e sade pblica, indicando quais resduos devem Ter manuseio e destino rigidamente controlados.- NBR 10152 Normas Regulamentadoras da ABPA Associao Brasileira de Preveno de Acidentes :- NR-05 Comisso Interna de Preveno de Acidentes;- NR-06 Equipamento de Proteo Individual, EPI;- NR-09 Programa de Preveno de Riscos Ambientais;- NR-13 Caldeiras e vasos de presso;- NR-24 Condies Sanitrias dos Locais de Trabalho; - NR-25 Resduos Industriais.

Portaria da ANP n0 80 de 30 de Abril de 1999 : Dispe sobre os teores mximos de enxofre permitidos no leo combustvel.

A Legislao Ambiental do Estado do Rio de Janeiro

Segundo a legislao federal vigente, os Estados, na esfera das suas competncias, e nas reas de sua jurisdio, elaboraro normas supletivas e complementares e padres relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA (Lei n 6.938). Isto significa que os estados podem ser apenas igualmente ou mais rigorosos do que a federao.A nvel estadual vrios rgos tomam parte da gesto ambiental das atividades industriais (entre as quais se inclui a atividade de refino de petrleo), cada um com determinada atribuio. So eles: CECA Comisso Estadual de Controle Ambiental A CECA um rgo ambiental colegiado, integrante da estrutura bsica da Secretaria de estado do Meio Ambiente. Tem por finalidade exercer a superviso e o controle da utilizao racional do meio ambiente no territrio do estado do Rio de Janeiro, competindo-lhe:I exercer o poder de polcia inerente ao controle da poluio e proteo ambiental;II proceder ao licenciamento ambiental das atividades real ou potencialmente poluidoras;III regulamentar o funcionamento do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, mediante a edio de Deliberaes aprovando as necessrias instrues, Normas e Diretrizes, bem com outros atos complementares que se fizerem necessrios; IV aprovar e propor ao Secretrio de Estado de Meio Ambiente as medidas necessrias ao controle da poluio e proteo ambiental, que extrapolem seu mbito de competncia; V funcionar como rgo consultivo da secretaria de estado de meio ambiente nas matrias que lhe forem submetidas pelo secretrio de Estado.(segundo a Resoluo SEMA n 101, de 21 de maro de 1995, Captulo 1,artigo 1). CONEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente O CONEMA um rgo ambiental deliberativo e normativo encarregado de estabelecer as diretrizes da Poltica Estadual de Controle Ambiental e de orientar o Governo do Estado na defesa do meio ambiente, na preservao dos bens naturais e na formulao de providncias para a melhoria da qualidade de vida da populao. A CECA, em suas deliberaes deve atender s diretrizes gerais determinadas pelo CONEMA. (segundo o Decreto n 9.991, de 05 de junho de 1987). FEEMA Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente A FEEMA tem por objetivos a pesquisa, controle ambiental, estabelecimento de normas e padres, treinamento de pessoal e prestao de servios, visando utilizao racional do meio ambiente. (segundo o Decreto-Lei n 39, de 24 de maro de 1975). A atualizao dos seus estatutos determina-lhe as seguintes atribuies:I medir, conhecer e controlar a poluio ambiental, tomando as medidas compatveis para o seu equacionamento e limitao;II planejar, coordenar, supervisionar e executar atividades de combate a vetores animados transmissores de doenas;III sugerir Comisso Estadual de Controle Ambiental CECA, medidas necessrias ao controle de poluio e proteo ambiental;IV prestar servios tcnicos s entidades pblicas e privadas, nacionais,estrangeiras e internacionais, no mbito da proteo ambiental;V desenvolver programas de treinamento para formao, especializao e aperfeioamento de pessoal;VI promover pesquisas e estudos tcnicos no domnio da proteo ambiental, concorrendo para o desenvolvimento da tecnologia nacional;VII desenvolver programas educativos que concorram para a melhor compreenso ambiental dos problemas ambientais;VIII constituir-se em centro de documentao para sistematizar e divulgar conhecimentos tcnicos;IX promover contatos, visando a coordenao de esforos, entre as entidades pblicas e privadas cujas atividades tenham relao direta ou indireta com os seus objetivos. (segundo o Decreto n 8.134, de 05 de junho de 1985).A legislao ambiental do Estado do Rio de Janeiro de interesse das atividades industriais sucintamente descrita a seguir [5]. Lei n 1.898, de 26.11.91 Dispe sobre a realizao de auditorias ambientais. Esta lei determina que as empresas e atividades de elevado potencial poluidor devero,obrigatoriamente, realizar auditorias ambientais peridicas. Incluem-se neste caso asrefinarias, oleodutos e terminais de petrleo e seus derivados. A Lei tambm define o conceito de Auditoria Ambiental, fornece diretrizes para a realizao de tais auditorias e d outras providncias. Deliberao CECA n 2.555, de 26.11.91 Estabelece as auditorias como parte do licenciamento de atividades poluidoras sujeitas ao EIA-RIMA. Esta deliberao regulamenta a realizao das audincias pblicas como parte do processo de licenciamento das atividades poluidoras sujeitas apresentao de EIA RIMA e d outras providncias. Deliberao CECA n 3.427, de 14.11.95 Fornece a diretriz para a realizao da auditoria. Essa deliberao tem como objetivo estabelecer a abrangncia, as responsabilidades, os procedimentos e os critrios tcnicos para a realizao das Auditorias Ambientais, como instrumento do Sistema de Licenciamento das Atividades Poluidoras SLAP. Lei n 1.346, de 03.10.1988 Dispe sobre os procedimentos para a elaborao, anlise e aprovao dos Estudos de Impacto Ambiental. Esta Lei determina todos os empreendimentos que dependero da elaborao e aprovao do EIA RIMA, a fim de obterem o seu licenciamento de implantao e/ou ampliao, e d outras providncias. Deliberao CECA n 1.078, de 25.06.1987 Dispe sobre a implantao do EIA RIMA. Esta deliberao determina a abrangncia, os procedimentos e os critrios para a elaborao do Estudo de Impacto Ambiental EIA e respectivo Relatrio de Impacto Ambiental RIMA, como parte integrante do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras SLAP, assim como para planos e programas de ao, no sujeitos a esse sistema. Deliberao CECA n 1.173, de 19.10.1987 Dispe sobre a participao a acompanhamento da comunidade na avaliao de impacto. Esta deliberao estabelece os procedimentos para a participao e o acompanhamento da comunidade do processo de Avaliao de Impacto Ambiental (AIA) da atividade sujeita a licenciamento. Deliberao CECA n 2.117, de 21.11.1990 Dispe sobre a implantao do EIA RIMA. Esta deliberao fornece as definies dos conceitos de Avaliao de Impacto Ambiental, Impactos Ambientais e d outras providncias. Deliberao CECA/CN n 3.329, de 29.11.1994 Dispe sobre o pedido, recebimento e anlise do EIA RIMA. Esta deliberao estabelece os procedimentos internos FEEMA, para pedido, recebimento e anlise de estudos e relatrios de impacto ambiental, conforme estabelecido na legislao em vigor, como parte integrante do SLAP. Deliberao CECA/CN n 3.426, de 14.11.1995 Dispe sobre a realizao do EIA.Esta deliberao fornece as diretrizes para a elaborao do EIA e de seu respectivo RIMA. Deliberao CECA/CN n 3.663, de 28.08.1997 Dispe sobre a realizao do EIA.Aprova e manda publicar a diretriz para a implementao do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do respectivo Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA). Decreto-Lei n 134, de 16.07.1975 Dispe sobre o controle e a preveno da poluio. Este decreto define o conceito de poluio, institui a Poltica Estadual de Controle Ambiental, d as atribuies dos rgos de preveno e controle da poluio, estabelece critrios para a instalao de atividades poluidoras no estado, institui penalidades como instrumento de poltica ambiental, entre outras providncias. Decreto n 1.633, de 21.12.1977 Cria o Sistema de Licenciamento de AtividadesPoluidoras SLAP. Este decreto tambm determina os seus objetivos, e sua forma de implantao. Determina como instrumentos de controle do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras a Licena Prvia (LP), a Licena de Instalao (LI) e a Licena de Operao (LO). Deliberao CECA n 03, de 28.12.1977 Dispe sobre o SLAP, instituindo-o. Decreto-Lei n 134, de 16.07.1975 Dispe sobre a preveno e o controle da poluio e institui penalidades como instrumento de poltica ambiental. Decreto n 8.974, de 15.05.1986 Regulamenta as penalidades previstas no Decreto-Lei n 134. Este Decreto estabelece os critrios para a aplicao das penalidades de multa e interdio, determina os valores de tais multas e d outras providncias. Deliberao CECA/CN n 3.425, de 14.11.1995 Dispe sobre a suspenso de atividade real ou potencialmente causadora de dano ambiental. Esta deliberao regulamenta a suspenso da atividade que possa causar risco de significativa poluio ou de outra forma de dano ou degradao ambiental grave. Deliberao CECA n 39, de 23.11.1978 Dispe sobre a implantao do PROCON Programa de autocontrole. Esta deliberao tem por objetivo estabelecer as diretrizes gerais para a implantao do Programa de Autocontrole PROCON, no qual os responsveis pelas atividades poluidoras informam regularmente FEEMA, por intermdio do relatrio de Acompanhamento de Efluentes, as caractersticas qualitativas e quantitativas de seus efluentes, como parte integrante do SLAP. Lei n 1.476, de 23.10.1967 Dispe sobre o despejo de leo e lixo na Baa de Guanabara. Esta lei probe o despejo de leo, lixo e outros detritos na Baa da Guanabara e estabelece penalidades na forma de multas. Decreto n 779, de 30.01.1967 Dispe sobre o controle da poluio atmosfrica. Esta Lei aprova o Regulamento do Controle da Poluio Atmosfrica no Estado e fornece o seu regulamento. Deliberao CECA n 1.079, de 25.06.1987 Dispe sobre o controle dos efluentes lquidos industriais. Esta deliberao tem por objetivo definir a filosofia de controle de efluentes lquidos industriais que orienta o estabelecimento de padres por tipologia e as aes de controle da FEEMA e da CECA, como parte integrante do SLAP. Deliberao CECA n 2.491, de 24.10.1991 Aprova e manda publicar o documento DZ-205.R-5 Diretriz de Controle de Carga Orgnica em Efluentes Lquidos de Origem Industrial. Esta diretriz determina que as atividades poluidoras com carga de DBO igual ou superior a 100 Kg/dia, devero atingir remoo de DBO de no mnimo 90 %, e que os efluentes de qualquer fonte poluidora somente podero ser lanados, direta ou indiretamente nos corpos dgua desde que obedeam aos limites de Demanda Qumica de Oxignio. Lei n 2.011, de 10.07.1992 Dispe sobre a implementao do Programa de Reduo de Resduos. Esta lei estabelece a obrigatoriedade da implantao deste programa e define os conceitos de Resduos e de Reduo de Resduos. Lei n 1.361, de 06.10.1988 Dispe sobre a estocagem, processamento e disposiofinal de resduos industriais txicos. Esta Lei probe a estocagem, o processamento e a disposio final de resduos industriais perigosos ou txicos provenientes de outros pases, exceto aqueles que sero utilizados como matrias-primas. Deliberao CECA n 307, de 17.07.1982 Dispe sobre a implantao de bolsas deresduos. Esta deliberao tem por objetivo estabelecer a metodologia para participao de atividades poluidoras em programa de reciclagem de rejeitos sob a forma de uma Bolsa de Resduos, a ser administrada pela FEEMA, como parte integrante do SLAP. Deliberao CECA n 673, de 27.06.1985 Dispe sobre a implantao do sistema de manifesto de resduos industriais. Esta deliberao tem por objetivo estabelecer a metodologia do Sistema de Manifesto de Resduos Industriais, implantado pela FEEMA, e que contribui para o controle dos resduos industriais gerados no Estado, desde a sua origem at a sua destinao final, como parte integrante do SLAP. Deliberao CECA n 3.327, de 29.11.1994 Dispe sobre a destinao de resduos e d diretrizes. Aprova e manda publicar a Diretriz de Destinao de Resduos. Lei n 2.389, de 04.04.1995 Dispe sobre a proibio de combustveis derivados depetrleo com a adio de chumbo, em todo o territrio do Estado do Rio de Janeiro. Esta Lei muito importante no que concerne s refinarias cariocas, que a partir de sua publicao precisam parar de utilizar o chumbo-tetraetila como aditivo antidetonante. Lei n 2.803, de 07.10.1997 Dispe sobre a proibio de depsitos subterrneos etubulaes metlicas para armazenamento ou transporte de combustveis ou substncias perigosas, sem proteo contra a corroso. Esta Lei tambm define o conceito de proteo efetiva contra corroso, fixa penalidades no caso de seu no cumprimento e estabelece prazos para a adequao das instalaes. Lei n 466, de 21.10.1981 Dispe sobre o zoneamento industrial no Rio de Janeiro.Esta Lei estabelece as atividades industriais que podem ser implantadas em cada uma das zonas anteriormente definidas. Lei n 1.804, de 26.03.1991 Dispe sobre a sinalizao das indstrias do Estado doRio de Janeiro Esta Lei determina que as indstrias sediadas no Estado do Rio de Janeiro afixem, em locais visveis, placas que indiquem a natureza dos produtos ali produzidos e d outras providncias.

Sobre a atividade de monitoramento ambiental

O monitoramento ambiental uma importante ferramenta para a administrao dos recursos naturais. Este oferece conhecimento e informaes bsicas para avaliar a presena de contaminantes, para compreender os sistemas ambientais e para dar suporte as polticas ambientais.O monitoramento consiste em observaes repetidas de uma substncia qumica ou mudana biolgica, com um propsito definido de acordo com um planejamento prvio ao longo do tempo e espao, utilizando mtodos comparveis e padronizados. Estudos apresentam pelo menos cinco mtodos de monitoramento ambiental que devem ser seguidos para avaliar o risco de contaminantes para os organismos e classificar a qualidade ambiental dos ecossistemas so:

- monitoramento qumico avalia a exposio medindo os nveis de contaminantes bem conhecidos nos compartimentos ambientais;- monitoramento da bio acumulao avalia a exposio medindo os nveis de contaminantes na biota ou determinando a dose crtica no local de interesse (bio acumulao);- monitoramento do efeito biolgico avalia a exposio e o efeito determinando as primeiras alteraes adversas que so parcial ou totalmente reversveis (bio marcadores);- monitoramento da sade avalia o efeito atravs do exame da ocorrncia de doenas irreversveis ou danos no tecido dos organismos;- monitoramento dos ecossistemas avalia a integridade de um ecossistema atravs de um inventrio de composio, densidade e diversidade das espcies, entre outros.

Quando organismos vivos so usados no monitoramento ambiental para avaliar mudanas no meio ambiente ou na qualidade da gua o monitoramento chamado de monitoramento biolgico ou bio monitoramento. Para que um bio monitoramento seja bem sucedido importante a escolha do bio monitor que atenda as seguintes caractersticas (Figueira, 2006):

capacidade de acumulao mensurvel da substncia qumica de interesse; distribuio generalizada na rea de estudo; ausncia de variaes sazonais na quantidade disponvel para amostragem; capacidade de acumulao diferenciada do poluente, relacionando a intensidade de exposio ao fator ambiental. Esta relao deve poder ser descrita de uma forma quantitativa ou semi-quantitativa; ausncia de variaes sazonais na capacidade de acumulao; acumulao da substncia qumica apenas pela via que se quer avaliar; identificao taxonmica fcil; que tenha sua fisiologia, ecologia e morfologia suficientemente estudada.

Assim, durante o bio monitoramento so utilizados bio marcadores (celulares, tecido, fluidos corporais, mudanas bioqumicas, entre outros) para indicar a presena de poluentes ou como sistema de aviso de efeitos iminentes.

BiomarcadoresO bio marcador uma caracterstica que pode ser: bioqumica, fisiolgica, morfolgica ou histolgica, utilizada para indicar a exposio ou o(s) efeito(s) de uma substncia sobre o organismo de um ser vivo. A qualidade de um bio marcador est relacionada a capacidade de uma mudana ser medida antes que alguma consequncia adversa significativa ocorra no organismo de interesse. Um bio marcador ideal deve ser especfico para um composto ou classe de compostos, podendo ser utilizado em diferentes espcies (IPCS,1993).Convm salientar que necessrio que o sistema envolvido seja bem conhecido para que se possa interpretar a influncia que o meio ambiente exerce sobre ele.A ordem seqencial de resposta ao estresse causado por um poluente em um sistema biolgico visualizado na Figura 9. O efeito em nvel hierrquico superior sempre precedido por mudanas no processo biolgico. Desta forma, o bio marcador utilizado como um sinal prvio refletindo a resposta biolgica causada por uma toxina.

Representao esquemtica da ordem sequencial de respostas ao estresse causado por poluentes em um sistema biolgico (adaptado de van der Oost et al., 2003).

Metodologia de Monitoramento

1. LEVANTAMENTO DE DADOS

O levantamento de dados histricos dever ser realizado com o objetivo de fornecer consistncia aos dados do balano hdrico, assim como para estabelecer itens de controle para monitoramento do programa de Minimizao de Efluentes Lquidos da petroqumica. Nesta etapa do trabalho, importante identificar todos os registros de medio das principais correntes aquosas que alimentam o processo e todos os efluentes lquidos gerados. recomendvel uma especial ateno quanto ao grau de confiabilidade dos dados existentes. Adicionalmente, o levantamento de dados histricos permite a identificao de variveis importantes do processo (paradas, partidas, mudanas de campanha, etc.) e o impacto destas no consumo de gua e gerao de efluentes lquidos na unidade em estudo.

2. BALANO HDRICO

O Balano Hdrico realizado a partir de dados de projetos, com o objetivo de identificar e quantificar os pontos de consumo de gua, assim como as fontes de gerao de efluentes lquidos, permitindo assim o estudo de oportunidades de reduo, reuso e reciclo de efluentes. Quanto mais detalhado for o balano hdrico, mais eficiente ser o processo de identificao de oportunidades de melhorias, agilizando assim a implantao das modificaes necessrias para racionalizao no uso dos recursos hdricos. O balano hdrico dever ser elaborado a partir de uma cuidadosa investigao e anlise da planta, considerando registros existentes, medies de contaminantes slidos por ultra-som (ou equivalente), ou ainda a partir de clculos de engenharia.

3. AUDITORIA HDRICA

Esta, que provavelmente uma das mais importantes etapas do programa, consiste em realizar visitas, com uma equipe multidisciplinar, nas diversas unidades da fbrica, identificando: Pontos de lanamento de efluentes lquidos; Origem destas correntes (gua desmineralizada, condensado, gua potvel, gua clarificada, etc.); Caracterizao preliminar das correntes; Quantificao dos custos que podem ser evitados com a sua eliminao; Classificao das correntes a partir de critrios previamente estabelecidos para a sua minimizao: Estudo para REUSO e Estudo para RECICLO

4. CARACTERIZAO DAS CORRENTES

Antes do incio do estudo de oportunidades de reduo, reuso e reciclo de efluentes necessrio caracterizar as correntes identificando os possveis contaminantes presentes. Este trabalho desenvolvido em duas etapas:

A. CARACTERIZAO PRELIMINAR

Nesta etapa, devero ser coletadas amostras das diversas correntes estudadas, para uma indicao prvia do nvel de contaminao em todas os pontos que apresentem oportunidade de minimizao, reuso e reciclo. Normalmente esta etapa envolve um nmero elevado de amostras e determinaes analticas, portanto, para racionalizar recursos, um programa analtico mnimo poder ser aplicado realizando as seguintes determinaes em todas as amostras coletadas:

1 pH 2 Condutividade 3 Cloretos 4 Ferro total 5 DQO 6 Slidos Suspensos 7 Slidos Totais Dissolvidos8 Amostras de contaminantes descritos na tab V4

B. CARACTERIZAO FINAL

Com base no conhecimento do processo e nos resultados obtidos anteriormente, deve-se selecionar as correntes contaminadas que sero analisadas nesta fase, para posterior estudo de reuso e reciclo. Nesta etapa, trabalha-se com um nmero reduzido de amostras, e um estudo bastante criterioso desenvolvido, visando a identificao de todos os possveis contaminantes presentes em cada uma das correntes selecionadas. Na Tabela 2 apresentada a seguir, um programa analtico que poder ser aplicado nesta fase final de caracterizao das correntes. ATENO:

O conhecimento do processo, a origem da corrente e as possveis oportunidades de reutilizao devero orientar a rotina a ser implantada para cada ponto de amostragem; A definio dos componentes orgnicos a serem pesquisados dependem das caractersticas especficas do processo. Em todas as etapas da caracterizao, realizar pelo menos 3 amostragens (em dias diferentes) para cada corrente em estudo; Caso seja observada em alguma corrente, uma grande variabilidade nos resultados analticos, proceder a um maior nmero de determinaes para aumentar a confiabilidade dos resultados.

5. COLETA E ANLISE Esta etapa do projeto se estende ao longo de todo o trabalho, e consiste em coletar de forma sistemtica elementos de amostra de partes do terreno em observao para anlise de contedo. O histrico do processo so passos importantes para reduo dos contaminantes e do passivo ambiental. Mtodos para modificaes so especficos, portanto devem ser desenvolvidos a partir do conhecimento e experincia de pesquisadores e analistas do monitoramento.

6. ESTUDOS DE VIABILIDADE TCNICA

Nesta etapa so estudadas as diversas possibilidades de minimizao dos efluentes, buscando a identificao das melhores oportunidades, respeitando a seguinte seqncia: Esgotar todas as possibilidades de minimizao da vazo de efluentes e carga poluidora na fonte de gerao; ( Questo que j no est operante pela desativao do plo)

Introduo de procedimentos de separao sistemtica (segregao) dos efluentes de acordo com suas as caractersticas fsico-qumicas; Para remoo de contaminantes e reciclagem dos efluentes, exemplificamos alguns processos de tratamento que podem ser utilizados: Processos para remoo de Slidos em Suspenso: Filtrao Precipitao Qumica Processos para condicionamento de Resduos Oleosos: Separao Mecnica Flotao Processos para remoo de Slidos Dissolvidos: Insolubilizao Qumica Osmose Reversa Troca Inica

CONCLUSO FINALA construo em cima de material contaminado pode gerar intoxicaes por conta dos gases gerados pelos compostos qumicos que se acumularam no solo. A descontaminao cara e trabalhosa e, na pior das hipteses, deve ser feita a remoo de todo o solo.O parecer em relao proposta do ex governador Srgio Cabral, de construir casas populares na rea antes ocupada pela Refinaria de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, de Jaques Sherique, vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea). No ideal, sintetizou. Segundo Sherique, as experincias que tivemos com plantas desativadas acabaram gerando algum tipo de problema futuro.O representante do Crea cita casos passados, como o terreno contaminado pela Shell em Paulnia, So Paulo, que resultou na intoxicao dos ocupantes e vizinhos do terreno. preciso um tratamento perfeito at que no haja mais hidrocarbonetos. A simples limpeza e remoo dos tanques no significa a descontaminao de toda a rea, que vai desde a superfcie at o lenol fretico, lembra.Juntando ao parecer do CREA, temos tambm como resultado de pesquisas e observaes cientficas pela Fundao Oswaldo Cruz, vizinha da rea em estudo, apontou que crianas e adolescentes do bairro tm quinhentas vezes mais chances de desenvolvercncere deficincias neurolgicas por exposio aochumbo, especialmente pela proximidade com a rea da antiga refinaria, do que crianas e adolescentes de outros bairros.Segundo especialistas da FIOCRUZ e de acordo com dados de planejamento urbano, a AP3 apresenta indicadores que a caracterizam como a de pior qualidade de vida em relao cobertura vegetal no municpio, com apenas 0,43m2de rea verde por habitante, aqum da mdia municipal de 2,38m2/hab e muito longe dos 10,3m2/hab das zonas litornea e central.Por outro lado, a descontaminao do terreno da Refinaria de Petrleo de Manguinhos para uso habitacional uma meta inatingvel. O alerta, uma ducha de gua fria nas pretenses do governo do estado, vem de recente pesquisa do Departamento de Saneamento e Sade Ambiental da Escola Nacional de Sade Pblica Srgio Arouca, da Fundao Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz). De acordo com a engenheira qumica e pesquisadora Roslia Maria de Oliveira, coordenadora do estudo, j foi detectada na rea a presena de poluentes acima dos parmetros tolerveis para um empreendimento residencial. O que significa colocar centenas de pessoas em risco.Pesquisando documentos e argumentaes tcnicas a respeito do assunto, no O Globo de 24 de Fevereiro de 2013, foi publicada a seguinte nota: No h como mensurar o custo de remediao da rea. O terreno concentra contaminantes gravssimos, e no h um caso sequer no mundo em que tenha havido construo de casas numa refinaria. Esperamos que o governo no faa a maldade e a insensatez de colocar pessoas morando numa bomba-relgio afirma Roslia.Crianas contaminadas por chumbo. Embora as anlises conclusivas s fiquem prontas em 2014, a equipe responsvel pelo Diagnstico Socioambiental de Manguinhos j tem elementos para sugerir ao governador Srgio Cabral que abandone o plano de erguer unidades residenciais no terreno de 500 mil metros quadrados. O anncio do futuro bairro-modelo, com apartamentos, reas de lazer, escolas e postos de sade na rea da refinaria de Manguinhos foi feito pelo governador h exatos quatro meses, logo aps a ocupao das favelas da regio pela Polcia Militar.De 2011 a outubro de 2012, foram coletadas amostras superficiais de solo em 81 pontos de 15 favelas do Complexo de Manguinhos. Os resultados preliminares apontam concentrao elevada de elementos carcinognicos (causadores de diversos tipos de cncer) e biocumulativos, ou seja, incapazes de serem eliminados pelo organismo. Os pesquisadores ressaltam que os poluentes so de origens diversas, e que o prprio trfego de veculos da regio libera esses compostos. As anlises esto comeando a ser feitas, mas j detectamos poluentes tpicos de regies com atividade de refino e estoque de petrleo. Chumbo e cdmio j esto com concentraes acima do recomendado para empreendimento residencial, em anlise feita em um nico ponto de coleta. O mesmo acontece com hidrocarbonetos. H tambm benzenos e toluenos, associados ao desenvolvimento de cncer de diversos tipos, e efeitos nocivos a mdio e longo prazo. Para ser usada futuramente como rea residencial, ela deveria ter concentraes residuais extremamente baixas. O terreno de Manguinhos argiloso, acumulam poluentes. O governo vai gastar um dinheiro infindvel (para descontaminar)? invivel afirma Roslia.Historiador e tambm coordenador da pesquisa da ENSP/Fiocruz, Paulo Roberto Bruno acrescenta que os pesquisadores j detectaram contaminao por chumbo em 5% das crianas do Parque Joo Goulart, uma das favelas do complexo. O diagnstico foi feito pelo Centro de Estudos em Sade do Trabalhador e Ecologia Humana da ENSP, em 2010. A regio tem uma srie de passivos ambientais de anos e anos que no se resolvem de uma hora para a outra. Nosso objetivo suscitar discusso, levar informaes aos moradores. Esperamos ao menos que o estado tenha a sensatez de no construir nada ali na refinaria diz.A inadequao da rea para empreendimentos residenciais caracterstica j conhecida pelos rgos pblicos. Um relatrio da prefeitura elaborado em 2004 j apontava fatores de restrio ocupao de Manguinhos: os riscos de alagamentos provocados pelos rios Jacar, Faria-Timb e pelo prprio Canal do Cunha; a linha de transmisso de alta tenso; o domnio das linhas frreas e as adutoras que cortam a comunidade.

APENDICEReportagem do Jornal O Globo de 03/06/2014 destaca a suspenso pelo STF da desapropriao da rea em estudo, devolvendo aos seus antigos donos a posse da mesma, considerando a rea imprpria para o fim a qual o Governo do Estado do Rio de Janeiro havia proposto. REFERENCIAS DE PESQUISA

http://oglobo.globo.com/rio/fiocruz-projeto-de-construcao-de-casas-em-manguinhos-inviavel-7659857#ixzz2Lpu2Weulhttp://www.rio.rj.gov.br/web/szn/exibeConteudo?article-id=95026 http://archive.is/20120927201933/http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/arquivoshttp://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/index.php?matid=1107&saibamais=3116Tabela 1172 - ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), por ordem de IDH, segundo os bairros ou grupo de bairros - 2000http://www.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1081&sid=194Crianas e jovens de favela do Rio esto expostos a chumbo-Folha de S.Paulo, 12 de maro de 2010 (visitado em 12-3-2010)]http://bohr.quimica.ufpr.br/Servicos/Seguranca/toxicolo.html http://www.anp.gov.br http://www.cetesb.sp.org http://www.epa.gov http://www.feema.rj.org http://www.ibp.org.br http://www.mma.gov.br http://www.mme.gov.br http://www.petrobras.com.br MOTA, S., Introduo Engenharia Ambiental, 1 ed. Rio de Janeiro, ABES, 1997. PIRAS, P. R. F., Tratamento Biolgico de Efluentes de Refinaria de Petrleo em Lagoas Aeradas em Srie, Tese de M.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1993.