gestao do sistema unico assistencia social e LOAS

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ETAPA -2 GESTAO DO SISTEMA NICO DE ASS.SOCIAL.RESUMO Este texto analisa a proteo social brasileira, com destaque para a poltica de assistncia social no contexto da seguridade social, apontando os limites tanto da poltica social quanto da transferncia de renda no propsito de combater a pobreza, sem sobrepujar o marco da focalizao. O crescimento da assistncia social, e mais precisamente da transferncia de renda, vem sendo denominado de assistencializao, pois se pe, pela estratgia dominante, como baluarte na superao da excluso e conquista da cidadania, em detrimento de um conjunto de direitos da classe trabalhadora, sobretudo o trabalho, a previdncia e a sade. Esta anlise objetiva demonstrar que a assistncia social, na atual conjuntura, apresentase tanto como uma inovao quanto como uma resposta mitificada, no contexto de uma seguridade social esgarada, que no se efetivou conforme preceitua a Constituio. O corolrio que, h inmeros avanos registrados no processo de luta e conquistas da Seguridade Social, direitos e proteo social, mas o processo est em curso e, nele, a poltica social se pe entre a resposta do Estado questo social derivada da relao capital/trabalho e o liame de um modelo de desenvolvimento econmico, poltico e social que jamais extinguir a desigualdade, tampouco o desemprego e a pobreza deles derivadas, resultando na histrica, expressiva e crescente contingncia das condies de vida/trabalho de grande parte dos trabalhadores.PASSO-1Artigo 203 da Constituio Federal de 1988Art. 203. A assistncia social ser prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuio seguridade social, e tem por objetivos:I - a proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e velhice;II - o amparo s crianas e adolescentes carentes;III - a promoo da integrao ao mercado de trabalho;IV - a habilitao e reabilitao das pessoas portadoras de deficincia e a promoo de sua integrao vida comunitria;V - a garantia de um salrio mnimo de benefcio mensal pessoa portadora de deficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, conforme dispuser a lei.Artigo 204 da Constituio Federal de 1988Art. 204. As aes governamentais na rea da assistncia social sero realizadas com recursos do oramento da seguridade social, previstos no art. 195, alm de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:I - descentralizao poltico-administrativa, cabendo a coordenao e as normas gerais esfera federal e a coordenao e a execuo dos respectivos programas s esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistncia social;II - participao da populao, por meio de organizaes representativas, na formulao das polticas e no controle das aes em todos os nveis.Pargrafo nico. facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio incluso e promoo social at cinco dcimos por cento de sua receita tributria lquida, vedada a aplicao desses recursos no pagamento de: (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)II - servio da dvida; (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)III - qualquer outra despesa corrente no vinculada diretamente aos investimentos ou aes apoiados. (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

PASSO-2-3

A LOAS Lei Orgnica da Assistncia Social, de n 8.742, de7 de dezembro de 1993, dispe sobre aorganizao da assistncia social no Brasil. o instrumento legal que regulamenta os pressupostos constitucionais, ou seja, aquilo que est escrito na Constituio Federal, nos seus Artigos 203 e 204, quedefinem e garantem o direito assistncia social.A LOAS institui benefcios, servios, programas e projetos destinados ao enfrentamento da excluso socialdos segmentos mais vulnerabilizados da populao. Os pressupostos constitucionais de assistncia social tambm se concretizam por intermdio da Poltica Nacional de Assistncia Social. A Lei Orgnica de Assistncia Social (LOAS) contempla as Definies e Objetivos dessa poltica, conservando os constantes na Constituio Federal e referem-se proteo, famlia, infncia, adolescncia e velhice, habilitao e reabilitao da pessoa portadora de deficincia; traz os Princpios (universalizao, a dignidade e a autonomia) e Diretrizes (descentralizao, o comando nico em cada esfera de governo e a participao da populao na formulao das polticas e no controle das aes), deixando clara a primazia e a responsabilidade do Estado na conduo da referida poltica em cada esfera de governo; trata da Organizao e da Gesto da Assistncia Social (sistema descentralizado e participativo, cuja coordenao caberia ao ento Ministrio do Bem-Estar Social) alm de tratar das normas gerais para o funcionamento das entidades e organizaes da rea; define os Benefcios, Servios, Programas e Projetos, entre os quais Benefcio de Prestao Continuada (BPC), que compreende um salrio mnimo de benefcio mensal ao portador de deficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover a prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia; em seguida, define que o financiamento contar com recursos da Unio, dos Estados e dos Municpios. Define que a gesto do Fundo Nacional da Assistncia Social (FNAS) cabe ao rgo da administrao federal, responsvel pela poltica nacional de assistncia social, sob orientao e Controle do Nacional de Assistncia Social (CNAS). Finalmente, as Disposies Gerais e Transitrias, dizem respeito ao reordenamento dos rgos de assistncia social em mbito federal para a implantao da Lei (BRASIL, 1993). Disciplinado pela Lei n 8.742, Lei Orgnica da Assistncia Social, o respectivo benefcio denominado de Benefcio de prestao continuada/Amparo assistencial, embora no possua natureza previdenciria por no exigir a contribuio do beneficirio, operacionalizado pelo INSS em razo de sua estrutura prpria que abrange todo territrio nacional.O benefcio decorrente da assistncia social consiste, segundo o art. 203, V, da Constituio Federal, no pagamento mensal de um salrio mnimo, tendo como beneficirio direto o brasileiro e tambm o indgena, desde que idoso, idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos, apesar da Lei n 10.741/03 qualificar como idoso aquele que tiver 60 (sessenta) anos, e a pessoa portadora de deficincia impossibilitadas de proverem sua prpria manuteno, nem de t-la provida por sua famlia.Para a fixao da rendaper capta, entende a LOAS que compreende a famlia apenas o requerente, cnjuge/companheiro, pais, irmos e filhos/enteados e tutelados, todos, desde que habitem sob o mesmo teto.Frise-se que, o respectivo benefcio poder ser concedido para mais de um membro de uma nica famlia, devendo ser devidamente comprovadas todas as exigncias legais.Entretanto, para haver uma segunda concesso, h divergncia em um dos requisitos, pois, para uma nova concesso a membros de uma famlia de um invlido beneficirio, o valor percebido por este passa a integrar formalmente a renda famlia para fins de clculo da rendaper capta.Por inteligncia do Estatuto do Idoso, a regra aplicvel ao deficiente no se aplica ao idoso, ou seja, para a concesso do benefcio assistencial a um segundo idoso integrante do mesmo ncleo familiar, a renda percebida por outro, no serve como base para calculo da renda familiar.O mesmo entendimento deveria alcanar a situao em que sendo um casal de idosos, um receberia um beneficio assistencial e o outro, um benefcio previdencirio, desde que o valor pago a ttulo de benefcio previdencirio seja equivalente ao benefcio assistencial.O BPC possui carter personalssimo, no podendo ser transferido, extinguindo-se, portanto, com a morte do beneficirio.O auxlio tambm poder ser extinto desde que, no prazo de dois anos, o beneficirio no se submeta ao procedimento de avaliao da continuidade das condies que lhe deram origem.Ademais, integram ainda as hipteses de extino do benefcio superao das condies que lhe deram origem; morte presumida do beneficirio, declarada em juzo; ausncia declarada do beneficirio; falta de apresentao de declarao de composio do grupo e renda familiar no momento da reviso do benefcio.Questo relevante a ser discutida a concesso de BPC ao estrangeiro residente em territrio nacional, uma vez que o estrangeiro naturalizado brasileiro e domiciliado no Brasil no coberto por sistema previdencirio de seu pas de origem acobertado pela assistncia social.Sabe-se que a sade possui cobertura universal, o que tambm poderia se estender a assistncia social, uma vez que, autorizada a permanncia do estrangeiro no Brasil, este tambm poderia contribuir para o custeio do sistema.O presente tema, tambm j foi alvo de discusso na frica do Sul, ficando decidido que, o pas deve garantir aos seus habitantes o atendimento mnimo existencial, uma vez que o Estado no foi hbil em provar atravs de dados concretos, que, a incluso de estrangeiros na esteira de beneficirios da assistncia social, provocaria a falncia no sistema previdencirio.A LOAS prev ainda a concesso de eventuais pagamentos a ttulo de auxlio natalidade, morte e calamidade pblica s famlias de baixa renda, visando reduzir as necessidades oriundas de situaes excepcionais e temporrias.Importante frisar que os respectivos benefcios ainda carecem de regulamentao legal.

A assistncia social vai alm do Benefcio de Prestao continuada. Visando combater a pobreza extrema, o Governo Federal cria um programa chamado de Bolsa Famlia, consistente no pagamento de valores os beneficirios, com o objetivo maior de garantir alm de uma alimentao ao ncleo familiar, um acompanhamento de sade e educacional dos menores.O Bolsa famlia uma uniformizao de diversos outros programas, tais como o Bolsa Escola, Bolsa Alimentao, Bolsa Escola, Auxlio Gs.Apesar da atual legislao (Lei n 10.836/04) prever que para o clculo da renda mensal familiar, os rendimentos oriundos de programas oficiais de transferncia de renda esto excludos, no faz qualquer meno a respeito da acumulao de benefcios assistenciais.