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ELIANE FARIA DE BRITO GUIMARÃES OAB/GO 17.720 ___________________________________________________________ ___________ EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL DA 1ª SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS. MARIA RODRIGUES DE SOUSA BARROS, brasileira, casada, do lar, nascida aos 11/12/1949, portadora de RG nº. 12354/SPTC-GO, inscrita no CPF/MF sob o nº. 010.237.000-00, residente e domiciliada à Rua Q-23 Quadra 01 Lote 70 – Residencial Macaúbas, Goiânia – Goiás, CEP 74000-000, (docs. 01/02), por intermédio de sua procuradora constituída, que esta subscreve (m.j. doc. 03), com escritório profissional à Rua X nº 25, Sala 1001, Setor ______________________________________________________________________ _______________

PETIÇÃO PARA CONCESSÃO DE LOAS

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ELIANE FARIA DE BRITO GUIMARÃES

OAB/GO 17.720______________________________________________________________________EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL DA

1ª SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE GOIÁS.

MARIA RODRIGUES DE SOUSA BARROS, brasileira, casada,

do lar, nascida aos 11/12/1949, portadora de RG nº. 12354/SPTC-GO, inscrita

no CPF/MF sob o nº. 010.237.000-00, residente e domiciliada à Rua Q-23

Quadra 01 Lote 70 – Residencial Macaúbas, Goiânia – Goiás, CEP 74000-000,

(docs. 01/02), por intermédio de sua procuradora constituída, que esta

subscreve (m.j. doc. 03), com escritório profissional à Rua X nº 25, Sala 1001,

Setor Oeste, Goiânia - Goiás, CEP 74000-000 onde recebe notificações e

intimações de praxe, vem, mui respeitosamente, ante a presença de Vossa

Excelência, com fulcro no art. 203, V, da Constituição Federal, c/c Art. 20 da

Lei 8.742/93 para propor AÇÃO DE CONCESSÃO DE AMPARO

ASSISTENCIAL em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO

SOCIAL-INSS, pessoa jurídica de direito público, com procuradoria regional

nesta capital, pelos fatos e fundamentos adiante aduzidos.

I - DA JUSTIÇA GRATUITA

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A Requerente é pessoa pobre, não tendo condições de arcar com

custas e despesas processuais, posto que requer os benefícios da Justiça

Gratuita, nos termos da Lei nº. 1060/50.

II. DO TERMO DE RENÚNCIA

Em decorrência da exigibilidade legal, o Autor junta à inicial

TERMO DE RENÚNCIA (doc. 04), para que se proceda ao normal andamento

da presente.

III. DOS FATOS

A Autora, na data de 22/06/2006, protocolou Requerimento de

Benefício por Incapacidade junto ao INSS sob o nº 60741240 (doc. 05), que

culminou na realização de perícia médica realizada em 27/06/2006.

Em que pese a situação de incapacidade demonstrada pela

mesma e pela documentação juntada ao requerimento, o INSS indeferiu o

pedido sob a vaga alegação de que a Autora não possuía direito ao benefício

por não ter, a perícia, constatado a incapacidade para o trabalho e para a vida

independente (doc. 06), contrariando o Atestado apresentado ao INSS por

ocasião do Requerimento Administrativo, de lavra do Dr. Samir Samaan,

médico cardiologista (CRM-GO 4939) e datado de 02/06/2006, que, à época,

já declarava a Autora sem condições de trabalhar, como se demonstra por

meio dos documentos acostados aos Autos (doc. 07).

Ocorre, Excelência, que a Autora, naquela ocasião, já era

portadora de Doença de Chagas com Marcapasso Artificial, Hipertensão

Arterial Sistêmica (CID-10 I.10), Insuficiência Cardíaca Congestiva (CID-10

50.0) e Arritmia Cardíaca (CID-10 49.9), conforme demonstra o Atestado

juntado ao Requerimento Administrativo àquela data (doc. 08).

Portanto, há mais de uma década convive com todos esses

problemas, que se agravaram nos últimos anos e há cerca de 7 (sete) anos

sobrevive com auxílio de Marcapasso Cardíaco Definitivo. Sua saúde só tem se _____________________________________________________________________________________

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OAB/GO 17.720______________________________________________________________________agravado, conforme demonstra o Relatório Médico datado de 24/01/2011 e

juntado aos Autos (doc. 09), por meio do qual o Dr. Marcos Vargas Aleixo

(CRM-GO 5745) relata ser a Autora “portadora de Miocardiopatia com

Marcapasso Definitivo há mais ou menos 7 anos, apresentando Hipotireoidismo

e um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico há mais ou menos 60 dias, não

podendo trabalhar”, informando os seguintes CID-10: I-25.1 (Doença

Aterosclerótica do Coração); I-50.1 (Insuficiência Ventricular Esquerda) e

I-44.2 (Bloqueio Atrioventricular Total).

A Requerente vive sob constante tratamento médico e passa por

internações recorrentes em razão de todas as doenças arroladas, como se

pode depreender das cópias de Prontuários Médicos acostados os autos (doc.

10). Esteve, inclusive, internada entre os dias 29 de abril e 08 de maio do

corrente ano, em meio a sérias complicações cardíacas, com diagnóstico inicial

de comprometimento cardíaco na doença de chagas (CID B-57.2), que lhe

levaram à internação de urgência em UTI e culminaram na substituição do

marcapasso, sem o qual não consegue se sobreviver (doc. 11).

Os fatos narrados, somados à nenhuma qualificação profissional

de seu cônjuge, que também é analfabeto e apenas “desenha” o nome, o

impossibilitam de trabalhar em emprego fixo, forçando-o a laborar

eventualmente em serviços braçais, como capina de lotes e manutenção de

jardins, não auferindo valores suficientes para subsistência, compra de

medicamentos e pagamento de aluguel, o que os leva a morar com a filha

Vanéria Vieira Barros, em modesta casa onde vive com a filha, neta da Autora.

Sendo oriundos da zona rural, e vivendo em Goiânia há mais de

10 anos, o cônjuge da Autora não conseguiu a devida colocação no mercado

de trabalho pelas razões já declinadas, tendo sua carteira de trabalho assinada

apenas uma vez entre os dias 01/08/2008 e 13/03/2010, conforme prova que

se faz com a cópia de sua Carteira de Trabalho (doc. 12).

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Assim, não restou outra alternativa à Autora, senão bater às

portas do Poder Judiciário para ter garantido seu direito ao benefício de

prestação continuada, e ver assegurada a garantia de 1 (um) salário mínimo

mensal, que lhe permita a sobrevivência com um mínimo de dignidade, vez que

desfruta de situação econômica precária, e goza de péssimas condições de

saúde.

IV. DO DIREITO

Dispõe a Constituição Federal, na seção destinada à Assistência

Social, mais precisamente em seu Artigo 203, inciso V:

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:(...)V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

A Carta Constitucional de 1988 trouxe, por meio do dispositivo

acima, importante instrumento para proteção daquelas pessoas que estão

afastadas do mercado de trabalho, seja em razão da doença ou da velhice, e

não possuem nenhuma fonte financeira ou cuja fonte não é suficiente à sua

sobrevivência.

Sendo a referida norma constitucional de eficácia limitada,

somente pôde ter uma incidência total com a normatividade posterior que lhe

foi conferida com a edição da Lei 8.742/93. Essa Lei, por seu turno, em sua

função regulamentadora, dispõe, em seu Artigo 20, com redação dada pela Lei

12.435/2011:

Art. 20.  O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (...)§ 2o  Para efeito de concessão deste benefício, considera-se:  I - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em

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interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas;  II - impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.§ 3o  Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.

A decisão do INSS, ao negar o pedido de Benefício por

Incapacidade, fere frontalmente os fins a que a Lei se destina, exigindo que a

Autora, para fazer jus ao benefício, levasse uma vida totalmente dependente.

Não foi esse o intuito do legislador, como bem demonstrado nos Acórdãos

emanados de nossos Tribunais, inclusive do STJ, cujos teores transcrevemos,

com grifos nossos:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. ARTS. 203, V, DA CF/88, 20, DA LEI 8.742/93 E 34, DA LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO). RENDA MÍNIMA. INCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE. (...)4 – A vida independente de que trata o art. 20, § 2º da LOAS deve ser considerada sob a perspectiva da capacidade financeira, tanto que no dispositivo citado do parágrafo anterior foi inserido o conceito-chave ‘autonomia’, a indicar que ao portador de necessidade especial não pode ser exigido que abra mão da sua individualidade para alcançar a mercê em questão, como que devendo depender de forma permanente de terceiros no seu dia-a-dia.' TRF 4ª Região, 6ª Turma, AC – 200171050004381/RS, Rel. Des. Fed. VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS, por unanimidade, DJ 21/07/2004, pág: 774).

“CONSTITUCIONAL - PREVIDENCIÁRIO - ASSISTÊNCIA SOCIAL – CF/88, ART. 203, CAPUT E INC. IV – LEI 8.742/93 – COMPROVADA A INCAPACIDADE PARCIAL PARA A ATIVIDADE LABORATIVA E PARA OS ATOS DA VIDA INDEPENDENTE - COMPROMETIMENTO DE ATIVIDADES QUE EXIJAM APENAS DOTES FÍSICOS - LESÕES DECORRENTES DE PICADA DE COBRA VENENOSA - INTERPRETAÇÃO EM CONSONÂNCIA COM A DIGNIDADE HUMANA E OS FINS SOCIAIS DA LEI – ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DO CONTEXTO SOCIAL DA RECORRIDA. INAPTIDÃO PARA ATIVIDADES QUE GARANTAM A SUBSISTÊNCIA PRÓPRIA E DA PROLE NUMEROSA. SENTENÇA CONFIRMADA. MANUTENÇÃO DO BENEFÍCIO. RECURSO DESPROVIDO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.(...)3. A interpretação dos requisitos legais para concessão do benefício assistencial deve estar em consonância com a dignidade da pessoa humana e os fins sociais da lei, devendo-se atribuir à incapacidade para o trabalho e para os atos da vida

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independente sentido mais amplo do que a total incapacidade para os atos da vida cotidiana. (...)6. Confirmada a sentença concessiva do benefício. 7. Apelação e remessa oficial, tida por interposta, desprovidas.8. Condenação do apelante em honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor das prestações vencidas até a prolação da sentença (Súmula nº 111/STJ)” AC 1999.43.00.001755-9/TO, Primeira Turma, Rel. Convocado Juiz Federal Itelmar Raydan Evangelista, DJ II de 21/11/2005, pág. 16.

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ART. 20, § 2º DA LEI 8.742/93. PORTADOR DO VÍRUS HIV. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA PROVER O PRÓPRIO SUSTENTO OU DE TÊ-LO PROVIDO PELA FAMÍLIA. LAUDO PERICIAL QUE ATESTA A CAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE BASEADO APENAS NAS ATIVIDADES ROTINEIRAS DO SER HUMANO. IMPROPRIEDADE DO ÓBICE À PERCEPÇÃO DO BENEFÍCIO. RECURSO DESPROVIDO.(...)II - O laudo pericial que atesta a incapacidade para a vida laboral e a capacidade para a vida independente, pelo simples fato da pessoa não necessitar da ajuda de outros para se alimentar, fazer sua higiene ou se vestir, não pode obstar a percepção do benefício, pois, se esta fosse a conceituação de vida independente, o benefício de prestação continuada só seria devido aos portadores de deficiência tal, que suprimisse a capacidade de locomoção do indivíduo - o que não parece ser o intuito do legislador.III - Recurso desprovido.BRASÍLIA, STJ, 5ª Turma. REsp 360.202/AL, Rel. Ministro GILSON DIPP, julgado em 04.06.2002, DJ 01.07.2002, p. 377.

Ademais, o art. 6º da Lei 9.099/95, de aplicação subsidiária no

que não se conflitar com a Lei 10.259/01, prescreve que “o juiz adotará em

cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins

sociais da lei e às exigências do bem comum”, o que tem sido largamente

aplicado pelos juízes e tribunais. 

A Lei 8.742/93, em seu artigo 20, § 2º, com a redação que lhe foi

conferida pela Lei 12.435/2011, ao definir pessoa com deficiência, assim

considera aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física,

intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem

obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas,

sendo tais impedimentos aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência

para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.

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A Autora, como já demonstrado, padece de enfermidades que a

incapacitam já há mais tempo que o exigido pela lei, mesmo em se

considerando a data em que o benefício foi requerido junto ao INSS. Ainda que

assim não fosse, àquela época não havia justificativa para que o INSS negasse

o benefício, tendo em vista que a lei não exigia, àquela época, esse prazo

mínimo de incapacidade para a vida independente e para o trabalho.

Ao contrário do que decidiu o INSS ao negar o benefício

requerido pela Autora, os Tribunais têm se manifestado, de forma reiterada,

pelo reconhecimento de que as enfermidades das quais a Autora padece,

ainda que de forma isolada, se enquadram perfeitamente no conceito de

pessoa com deficiência, senão vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. E PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. PORTADORA DE DEFICIÊNCIA (CARDIOPATIA CONGÊNITA DE CARÁTER PROGRESSIVO). LAUDO PERICIAL FAVORÁVEL. ART. 203, V, DA CF/88 C/C ART. 20 E SEGS. DA LEI Nº 8.742/93. REQUISITOS PRESENTES.1. Hipótese de ação ordinária em que se pleiteia a concessão do beneficio assistencial, com fundamento na Lei nº 8.742/93.(...)3. Restou comprovado pelo laudo da perícia judicial acostado aos autos que a autora, ora apelada é portadora de deficiência (cardiopatia congênita) a qual lhe incapacita para o trabalho e para a vida independente, preenchendo, portanto, um dos requisitos para a obtenção do benefício. (...)9. Apelação improvida.TRF-5 – Apelação Cível Nº 402786/PB (2002.82.01.004134-0)PREVIDENCIÁRIO - BENEFÍCIO ASSISTENCIAL - ART. 203, V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ART. 20, DA LEI Nº 8.742, DE 1993 (LOAS) - DECRETO Nº 1.744, DE 1993 - REQUISITOS LEGAIS - PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA OU IDOSA - COMPROVAÇÃO DA IMPOSSIBILIDADE DE PROVER A SUA PRÓPRIA MANUTENÇÃO OU TÊ-LA PROVIDA POR SUA FAMÍLIA - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA - HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA - CONCEITO DE FAMÍLIA - RENDA PER CAPITA INFERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO - PRESUNÇÃO LEGAL - CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE - PORTADOR DE MIOCARDIOPATIA CHAGÁSICA - BENEFÍCIO A PARTIR DA CITAÇÃO - CORREÇÃO MONETÁRIA - JUROS DE MORA.(...)2. A característica da deficiência, nos termos do § 2º, do art. 20, da Lei nº 8.742/93, é a impossibilidade para a vida independente. Tal circunstância vai além da simples limitação física, mormente quando se considera a dura realidade da vida brasileira, que já apresenta inúmeras dificuldades para obtenção de emprego.

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3. Em observância ao princípio da dignidade da pessoa humana, ainda que o indivíduo não possua extrema dificuldade para a vida diária, ele pode ser considerado não apto para o mercado de trabalho, por não conseguir se sustentar, se a deficiência, mesmo que parcial, o impossibilita de garantir a sua subsistência. Precedentes (TRF/1ª Região - AC 1999.43.00.001755-9/TO, Primeira Turma, Rel. Convocado Juiz Federal Itelmar Raydan Evangelista, DJ II de 21/11/2005, pág. 16; AC 2004.01.99.013506-8/GO, Segunda Turma, Rel. Des. Federal Carlos Eduardo Moreira Alves, DJ II de 16/03/2006, pág. 52; STJ - REsp 360202/AL, Rel. Min. GILSON DIPP, RSTJ 168/508).(...)7. O autor está incapacitado para o trabalho, pois é portador de miocardiopatia chagásica (laudo médico - fls. 20 e 22).(...)

13. Apelação e Remessa Oficial desprovidas.ACÓRDÃO nº 2005.01.99.028845-8 – TRF-1, 1ª Turma, 08/11/2006.

LOAS. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. PORTADOR DE DEFICIÊNCIA FISICA. INCAPACIDADE. COMPROVAÇÃO. JUROS.PERCENTUAL1.   Caso em que a perícia médica judicial diagnosticou bloqueio atrioventricular total - BAVT (CID - I.44.2) e doença de chagas (CID B.57.2), concluindo pela incapacidade parcial permanente, "sem condições de ser readaptado". (...)4.   Estando satisfeitos os requisitos para a implementação do benefício de amparo assistencial, deve ele ser deferido. (...)6.   Sentença mantida pelos próprios fundamentos. (...)PROC. 2008.43.00.901423-4  Juíza Federal ANA PAULA MARTINI TREMARIN - Primeira Turma - TO DJ-TO 07/04/2009 Data de Julgamento: 13/03/2009.

SEGURIDADE. AMPARO SOCIAL. ART. 20, § 3º, LEI 8.742/93. AUTORA. APRESENTA DOENÇAS SISTÊMICAS COMO PROBLEMAS, HIPERTENSÃO, CARDIOPATIA E LABIRINTITE. LAUDO MÉDICO PERICIAL CONFIRMANDO A INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA O TRABALHO. CONDIÇÕES DE HABITAÇÃO MODESTAS. INCAPACIDADE LABORAL DEFINITIVA EM RAZÃO DAS CONDIÇÕES PESSOAIS DA AUTORA. BENEFÍCIO DEVIDO. 1. Estando a Autora com idade já considerada avançada pelos níveis de condição de vida dos brasileiros, 59 anos, e aliando-se a isso as condições pessoais da Autora, tais como ter apenas condições de desenvolver trabalhos que exijam esforço físico, é de ser a ela concedido o benefício do amparo social. (...)3. Recurso provido. PROC. 2005.36.00.701974-5 Juiz Federal JOSÉ PIRES DA CUNHA Primeira Turma - MT DJ-MT 31/10/2005

PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. ART. 20 DA LEI Nº 8.742/93. INCAPACIDADE

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PARA O TRABALHO. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE. IRRELEVÂNCIA. SÚMULA N. 29 DA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. REQUISITOS PREENCHIDOS. JUROS DE MORA. ART. 406, CC. TAXA SELIC. BENEFÍCIO DEVIDO. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. TUTELA ANTECIPADA.(...)2. Consoante a Súmula 29, da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, “para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8742, de 1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas também a que impossibilita de prover ao próprio sustento”.3. A perícia médica judicial (fl. 40) foi conclusiva acerca da incapacidade da recorrente para o trabalho, ao afirmar que “A autora encontra-se incapaz para o trabalho, mas é capaz para a vida independente. É portadora de Miocardiopatia Crônica Chagásica em fase avançada (fração de ejeção cardíaca de 40%) que limita a sua capacidade funcional, pois não pode ser submetida a esforços físicos de médias ou altas intensidades; sente falta de ar ao subir ladeira, carregando peso e andando médias distâncias. A incapacidade é total e permanente”.(...)7. Recurso provido. Sentença reformada, para condenar o INSS a conceder o benefício pleiteado.8. Sem condenação em honorários advocatícios, por se tratar de recorrente vencedor.RECURSO Nº 2005.33.00.766262-52ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal Cível da Seção Judiciária do Estado da Bahia.

Também decisão em Recurso Contra Sentença Cível Nº

020083300708793-4, da 1ª Tuma Recursal do Juizado Especial Federal Cível

da Seção Judiciária do Estado da Bahia, em que foi Relator o Juiz Federal

Antônio Oswaldo Scarpa:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. ART. 20 DA LEI Nº 8.742/93. PESSOA PORTADORA DE CARDIOPATIA GRAVE. REQUISITOS. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE. HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. COMPROVAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.(...)2. A sentença apresenta-se escorreita, eis que, conforme perícia médica judicial apresentada às fls. 17, a parte autora é portadora de grave cardiopatia isquêmica, decorrente das lesões obstrutivas intra-coronárias progressivas, apresentando sintomas como dor no peito, falta de ar, palpitações, taquicardia etc. para realizar mínimos esforços. Consta, ainda, que a incapacidade é total e definitiva para quaisquer atividades.(...)5. Recurso desprovido. Sentença que se mantém pelos seus próprios fundamentos.(...)

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E ainda:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE AMPARO ASSISTENCIAL. LEI Nº 8.742/93. ART. 203 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. MISERABILIDADE COMPROVADA. RECURSO PROVIDO. (...)2. Segundo laudo pericial (fls. 18/19), a autora possui arritmia cardíaca (fibrilação atrial) e insuficiência cardíaca congestiva (coração dilatado). Informa ainda que a requerente não possui condições para o labor, sendo a incapacidade total e definitiva. (...)10. Do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso para conceder benefício assistencial em favor de ELZA MARIA CAITANO a partir do requerimento administrativo (30.05.2006 - fls. 10), acrescendo-se às parcelas devidas juros de mora de 1% (um por cento) ao mês a partir da citação (18.05.2007 - fls. 22) e correção monetária de acordo com o Manual de Cálculos da Justiça Federal. 11. Sem condenação em honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9.099/95).(PROC. 2008.35.00.702943-0  JUIZ FEDERAL CARLOS AUGUSTO TÔRRES NOBRE PRIMEIRA TURMA - GO  DJ-GO 20/01/2009 DECISÃO 17/12/2008.)

Sendo assim, muito mais razão assiste à Autora, uma vez que

não sofre de apenas uma, mas diversas das doenças consideradas

incapacitantes, o que a torna inapta ao trabalho e à vida independente e lhe

assegura o direito ao benefício pleiteado.

No tocante à subsistência, a Autora é extremamente pobre, não

podendo contar com ajuda de seus familiares por estarem na mesma situação

de pobreza, sendo que seu cônjuge não possui emprego fixo, como exposto

anteriormente, não possuindo condições nem mesmo de adquirir os

medicamentos de uso contínuo de que a Autora necessita para se sobreviver,

já que a renda que aufere com os trabalhos braçais e informais não é

suficiente, não lhes proporcionando condições de vida com um mínimo de

dignidade.

Excelência, para sobreviver, a Autora conta com a comiseração

de pessoas solidárias para garantia de sua subsistência, e vive de favor na

casa da filha, Vanéria Vieira Barros, divorciada, juntamente com sua neta Lara _____________________________________________________________________________________

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OAB/GO 17.720______________________________________________________________________Fábia Vieira da Silva, além de seu cônjuge Valdecir Marcelino Vieira Barros, e

seu filho menor Ezequias Rodrigues Vieira Barros.

Como se sabe, a jurisprudência pátria tem tornado a LOAS um

sistema maleável, repensando o assistencialismo no Brasil, a fim de atender ao

interesse máximo da Constituição: o direito social do cidadão à dignidade

humana.

Portanto, como demonstrado, a pretensão da Autora está

perfeitamente amparada pela lei, ou seja, preenche todos os requisitos legais,

uma vez que presente a falta de meios de prover à própria manutenção ou de

tê-la provida por sua família, ocasionada pelas inúmeras enfermidades de que

é portadora, consideradas por nossos tribunais como deficiências físicas

ensejadoras da concessão do benefício, tornando-a incapacitada para a vida

independente e para o trabalho. Requisito perfeitamente atendido,

especialmente analisando-se essa incapacidade sob a perspectiva da Súmula

29 da TNU, que interpreta os requisitos da lei primando pela dignidade da

pessoa humana, princípio garantido no art. 1º, inc. III, da Constituição da

República, ao afirmar que “para os efeitos do art. 20, § 2º, da Lei n. 8742, de

1993, incapacidade para a vida independente não é só aquela que impede

as atividades mais elementares da pessoa, mas também a que

impossibilita de prover ao próprio sustento” (grifamos).

Também o requisito de renda mensal per capita inferior a 1/4 (um

quarto) do salário mínimo é atendido, considerando sua total incapacidade para

o trabalho e que seu cônjuge não aufere renda fixa contínua, vivendo de

serviços braçais esporádicos em razão da falta de qualificação profissional e da

necessidade de assistência e acompanhamento contínuos à Autora.

A filha, com a qual residem, não possui emprego fixo e vive de

pequenos serviços de costura, não auferindo renda suficiente para seu

sustento e de sua filha, de sorte que o que recebem juntos pelos serviços

prestados, raramente alcança o valor de um salário mínimo, que é insuficiente

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ELIANE FARIA DE BRITO GUIMARÃES

OAB/GO 17.720______________________________________________________________________para arcarem com as despesas relativas a alimentação, saúde, aluguel, talão

de luz e demais necessidades básicas e viver com um mínimo de dignidade.

Esse fato, em conjunto com a deficiência da Autora, obstrui sua participação

plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas, adequando-se

perfeitamente aos preceitos do art. 20, § 2º, inc. I da LOAS.

Assim, diante das circunstâncias elencadas, das robustas provas

juntadas aos autos, e após depoimento da Autora a ser prestado em juízo,

corroborado pela realização de perícia médica judicial, caso seja julgada

necessária, restarão comprovadas de forma hialina a Vossa Excelência, sua

precária condição de saúde e a situação de miserabilidade capazes de garantir

o direito ao benefício pleiteado, especialmente se considerando a realidade

brasileira em que a colocação no mercado de trabalho se torna cada vez mais

difícil, até mesmo para aqueles que dispõem de qualificação profissional e

gozam de boa saúde física.

DO TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO

Tendo em vista a não concessão do benefício pelo INSS quando

do requerimento administrativo, uma vez que àquela ocasião já fazia jus ao

benefício, assiste à Autora o direito de receber o benefício de forma retroativa,

desde a data em que o requereu, e com valores devidamente corrigidos. Nesse

sentido tem sido as decisões das Turmas Recursais dos Juizados Especiais

Federais, bem como do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, senão

vejamos:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. ART. 20 DA LEI 8.742/93. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO COM A CITAÇÃO, NA FALTA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO, E TENDO A PERÍCIA CONSTATADO QUE A INCAPACIDADE DO AUTOR VEM DESDE O NASCIMENTO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.(...)3. O termo inicial do benefício é a data do requerimento administrativo indevidamente negado e, na falta desse, a data da citação, quando se perfaz a relação processual, e não do ajuizamento da ação, como posto em sentença, nem, tampouco, da perícia judicial, tendo em vista a precedência da incapacidade, reconhecida no laudo (fls. 25).

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4. Recurso parcialmente provido. Mantida a antecipação de tutela, ante a presença de seus requisitos autorizadores.5. Sem honorários advocatícios, face à sucumbência recíproca.(RECURSO Nº 2006.33.00.701577-6 – TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA BAHIA. DATA DO JULGAMENTO: 13/09/2006).

PREVIDENCIÁRIO. AMPARO ASSISTENCIAL. PESSOA PORTADORORA DE DEFICIÊNCIA. LEI Nº 8.742/93.   ARTIGOS 1º E 8º DO DECRETO Nº 6.214/2007.ARTIGO 20 DA LEI Nº 8.742/93.   REQUISITOS PREENCHIDOS. TERMO INICIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA: REQUISITOS PREENCHIDOS. AGRAVO RETIDO NÃO CONHECIDO. (...)7. Considerando que o benefício assistencial foi requerido administrativamente, o termo inicial do benefício deve ser fixado a partir da data do requerimento na esfera administrativa. 8. A correção monetária deve ser calculada nos termos da Lei nº 6.899/81, a partir do vencimento de cada parcela (Súmulas nºs 43 e 148 do STJ), utilizando os índices constantes do manual de cálculos da justiça federal. 9. Os juros moratórios nos benefícios previdenciários em atraso são devidos no percentual de 1% (um por cento) ao mês, a partir da citação, em face de sua natureza alimentar (STJ, 5ª turma, RESP 502.276/CE, Rel. Ministro José Arnaldo da Fonseca, DJ 07.11.2005, p. 331). 10. Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença (Súmula nº 111 do STJ). 11. Apelação do INSS, remessa oficial e recurso adesivo da autora a que se dá parcial provimento.(TRF 1ª R.; AP-RN 0027842-62.2005.4.01.9199; MG; PRIMEIRA TURMA; RELª DESª FED. ÂNGELA CATÃO; JULG. 13/10/2010; DJF1 18/01/2011; PÁG. 15)

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE AMPARO SOCIAL REQUERIDO NA INICIAL. SENTENÇA ULTRA OU EXTRA PETITA. ALEGAÇÃO AFASTADA. INCAPACITAÇÃO TOTAL E PERMANENTE PARA O TRABALHO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. ART. 203, V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ART. 20, DA LEI Nº 8.742, DE 1993 (LOAS). DECRETO Nº 1.744, DE 1993. REQUISITOS LEGAIS. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO. CORREÇÃO MONETÁRIA . JUROS DE MORA.(...)8. Devido o benefício desde o indeferimento administrativo, à míngua de recurso da parte autora.9. As verbas em atraso devem ser corrigidas monetariamente a partir do vencimento de cada parcela, observando-se, contudo, os índices legais de correção.10. Juros devidos à razão de 1% ao mês, a partir da citação, considerada a natureza alimentar da dívida. (RESP 314181/AL, Quinta Turma, Rel. Min. Felix Fischer, DJ I de 05/11/2001, pág. 133; AGRESP 289543/RS, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ I de 19/11/2001, pág. 307).

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11. Mantidos os honorários advocatícios fixados em R$ 1.000,00 (hum mil reais).12. Apelação desprovida e Remessa Oficial parcialmente provida.(BRASÍLIA, TRF1, 1ª TURMA. AC 2005.01.99.061551-0/MG, REL. DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ GONZAGA BARBOSA MOREIRA, E-DJF1, P.368 DE 11/03/2008.)

No mesmo sentido, decisão da Turma Nacional de Uniformização

da Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, em Pedido de

Uniformização da Jurisprudência, no processo 2004.61.85.02.1131-7:

PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. DIVERGÊNCIA ENTRE TURMAS RECURSAIS. CONTRARIEDADE À JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. EFEITOS RETROATIVOS À DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. LAUDO PERICIAL. 1. A Turma de origem manteve a sentença, que julgou procedente o pedido de concessão de benefício assistencial, mas com efeitos retroativos à data da elaboração do laudo pericial, diante do período transcorrido a partir da data do requerimento administrativo. 2. Ocorre que, no caso concreto, o laudo foi categórico ao reconhecer que a autora, surdo-muda desde o nascimento, sempre foi incapaz para o exercício de atividade laborativa, portanto, já apresentava tal quadro quando do aludido requerimento. 3. Nestas circunstâncias, conforme os arestos trazidos como paradigma, os efeitos da concessão do benefício em razão da incapacidade devem retroagir à data do requerimento administrativo, quando, efetivamente, já havia a aludida incapacidade. 4. Pedido de uniformização conhecido e provido.

V. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência: 

a) Seja concedido à parte Autora o benefício da justiça gratuita,

tendo em vista que a mesma não dispõe de recursos para pagar as custas do

processo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, nos termos das Leis

1.060/50 e 7.510/86;

b) A citação do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -

INSS na pessoa de seu representante legal, nos termos do parágrafo único do

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OAB/GO 17.720______________________________________________________________________art. 7º da Lei 10.259/01 para, querendo, contestar os termos da presente ação,

sob pena de revelia, nos termos da lei;

c) A produção de todas as provas em direito admitidas, sem

exceção de nenhuma, especialmente a pericial que deverá ser realizada por

médico da confiança deste juízo.

d) Que, ao final, seja julgada totalmente procedente a presente

ação, condenando a autarquia ré a conceder o benefício de Amparo

Assistencial;

e) Que seja, ainda, condenada a autarquia ré a pagar as

diferenças desde a data em que foi requerido o benefício na via administrativa,

com a devida correção monetária e juros legais, respeitado o limite dos

Juizados Especiais Federais.

Dá-se à presente causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 100,00

(cem reais).

Nesses termos, pede deferimento.

Goiânia, 18 de agosto de 2011.

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