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AULA 1 GESTÃO E EMPREENDEDORISMO Empreendedorismo apresenta as definições e o histórico do e discute as competências e comportamentos dos empreendedores de suc diferenças existentes entre o empreendedorismo de start-up e o empreendedorismo corporativo. Plano de negócios – apresenta a principal ferramenta do empreendedor, d ele é, quais são suas finalidades e qual sua estrutura; Modelode gestão – apresenta uma introdução aos conceitos de modelagem organizacional de classe mundial: BSC (Balance Score Card) e o Modelo de Excelência do PNQ. INTRODUÇÃO Ao contrário dos EUA; no qual o conceito de empreendedorismo já é utilizado há vários anos, no Brasil sua intensificação foi a parti Fatores: • Preocupação com empresas duradouras; • Diminuição da taxa de mortalidade das empresas; • Aumento de competitividade; • Redução de custos; • Sobrevivência; GLOBALIZAÇÃO Esta situação GLOBALIZAÇÃO , trouxe conseqüências muito significantes. desemprego. SOBREVIVÊNCIA Para seusustento, muitos ex funcionários buscaram e buscam novas formas de sobrevivência, muitas vezes iniciando novos negócios, sem possuir utilizando-se das economias pessoais. O processo de criação de novos negócios foi também intensificado c da internet, se constituindo no que hoje em dia é chamado de nova Além desses ainda existem os que herdam negócios familiares e dão empresas criadas há décadas. Uma grande parte das empresas estão sujeitas ás ameaças externas proveniente a mudanças nos padrões de concorrência de mercados em que a econômicos que as cercam. O sucesso de empresas familiares pequena ligado aos vários estágios da sua vida e da sua gestão relativamen determinantes, tais como: a sua gestão, continuidade, o acesso uti gestão dos recursos humanos. 1

GESTÃO E EMPREENDEDORISMO

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AULA 1 GESTO E EMPREENDEDORISMO Empreendedorismo apresenta as definies e o histrico do empreendedorismo, discute as competncias e comportamentos dos empreendedores de sucesso e trata das diferenas existentes entre o empreendedorismo de start-up e o empreendedorismo corporativo. Plano de negcios apresenta a principal ferramenta do empreendedor, discutindo o que ele , quais so suas finalidades e qual sua estrutura; Modelo de gesto apresenta uma introduo aos conceitos de modelagem organizacional de classe mundial: BSC (Balance Score Card) e o Modelo de Excelncia do PNQ. INTRODUO Ao contrrio dos EUA; no qual o conceito de empreendedorismo j conhecido e utilizado h vrios anos, no Brasil sua intensificao foi a partir dos anos 90. Fatores: Preocupao com empresas duradouras; Diminuio da taxa de mortalidade das empresas; Aumento de competitividade; Reduo de custos; Sobrevivncia; GLOBALIZAO Esta situao GLOBALIZAO, trouxe conseqncias muito significantes. desemprego. SOBREVIVNCIA Para seu sustento, muitos ex funcionrios buscaram e buscam novas formas de sobrevivncia, muitas vezes iniciando novos negcios, sem possuir experincia no ramo e utilizando-se das economias pessoais. O processo de criao de novos negcios foi tambm intensificado com a popularizao da internet, se constituindo no que hoje em dia chamado de nova economia. Alm desses ainda existem os que herdam negcios familiares e do continuidade a empresas criadas h dcadas. Uma grande parte das empresas esto sujeitas s ameaas externas proveniente a mudanas nos padres de concorrncia de mercados em que atuam e nos regimes econmicos que as cercam. O sucesso de empresas familiares pequenas e mdias est ligado aos vrios estgios da sua vida e da sua gesto relativamente a algumas variveis determinantes, tais como: a sua gesto, continuidade, o acesso utilizao do capital e, gesto dos recursos humanos.

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Este sucesso por sua vez esta muito ligada ao dos seus fundadores que nem sempre conseguem tomar as decises mais corretas em todas as vertentes, face evoluo acelerada do mercado e da tecnologia, maior qualidade dos produtos exigidos pelos clientes e ao da concorrncia. O proprietrio de empresas familiar independentemente do porte deve estar consciente de que o planejamento das organizaes um dos fatores importantes para a sustentabilidade e sua gesto eficiente, pois atravs do planejamento estratgicos podem-se determinar os objetivos a serem atingidos assim como, determinar prazos e ampliar novos empreendimentos a fim de preparar a empresa, familiares e gestores para as crises inesperadas na economia que eventualmente podem atingir o negcio GESTO E EMPREENDEDORISMO Este conjunto de fatores incentivou a discusso a respeito do empreendedorismo no Brasil, com nfase em: Pesquisas acadmicas sobre o assunto Criao de programas especficos para o pblico empreendedor. IMPORTNCIA DAS MICROS, PEQUNAS E MDIAS EMPRESAS NA ECONOMIA 50% do PIB brasileiro esta associado a micros, pequenas e mdias empresas. No Brasil, em 2003, a participao dessas empresas no PIB era da ordem de 25%. (Dolabela 2006, pg.125) REVOLUO DO EMPREENDEDORISMO Estilo de vida das pessoas Fatores: Inovaes de algo indito Novas formas de utilizar coisas j existentes EMPREENDEDORES Ao longo do tempo, alguns conceitos administrativos predominaram, em virtudes de contextos scio-polticos, culturais, desenvolvimento tecnolgico, desenvolvimento e consolidao do capitalismo, entre outros. A figura 1 abaixo apresenta quais foram os conceitos mais determinantes em cada poca.

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E OU D S E RA A M IS R T O V L O A T O I S D IN T A IV S 13 90 14 90 15 90 16 90

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M v e t d R c n liz o o imno a a io a a d t a a o f c n g r n ia o r b lh : o o a e c a m isr t a d in t aiv M v e t d sR la s o imno a e e h mn s f c n spo e s s u a a: o o o r c s o M v e t d f n io a m o imno o u c n lis o e t uua f c n g r n iap r sr t r l: o o a e c o o jeiv s bt o M v e t d sS t ms o imno o ise a a et s f c n p n ja e t b r o : o o o la e mno e t a ic sr t g o M v e t d sc nin c s o imno a o t g n ia a b na :f c n m ie t is o o a c m eit id d o p t iv a e N os t m m o imno e e u mv e t pe o in ne msh c d v z r dm at , a aa e misof c n p p l d a oo o a e o e pe n e o c m g r d rd m r e d d r o o ea o e r u z p r as c d d iq e a aa o ie a e

F u 1 E o oh t ad ste ria a m is tiv s ig ra : v lu is ric a o s d in tra a F n : D rn la , 2 0 o te o e s 0 1

REVOLUO DO EMPREENDEDORISMO Dada sua importncia para o desenvolvimento da economia, o empreendedorismo tem sido centro de polticas pblicas em diversos pases, conforme relacionado nos exemplos abaixo: Reino Unido: Em 1998 publicou um relatrio a respeito do seu futuro competitivo, o qual enfatizava a necessidade de se desenvolver uma srie de iniciativas para intensificar o empreendedorismo na regio; Alemanha: Tem estabelecido vrios programas que destinam recursos financeiros, e apoio na criao de novas empresas. Na dcada de 90, aproximadamente 200 centros de inovao foram criados, provendo espao e outros recursos para empresas start-ups; Finlndia: Em 1995, o decnio do empreendedorismo foi lanado na Finlndia com vistas a criar uma sociedade empreendedora, promover o empreendedorismo como uma fonte de gerao de emprego e incentivar a criao de novas empresas; Israel: Programa de Incubadoras Tecnolgicas (+ de 500 negcios j foram criados nas 26 incubadoras do projeto). Houve ainda uma avalanche de investimento de capital de risco nas empresas israelenses, sendo que mais de 100 empresas criadas em Israel encontram-se com suas aes na NASDAQ (Bolsa de aes de empresas de tecnologia e Internet, nos EUA). Frana: Iniciativas para promover o ensino de empreendedorismo nas universidades, particularmente para engajar os estudantes. Incubadoras baseadas nas universidades esto sendo criadas; uma competio nacional para novas empresas de tecnologia foi lanada; e uma fundao de ensino do empreendedorismo foi estabelecida.

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EMPREENDEDORISMO NO BRASIL O desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil se deu a partir da dcada de 90 com a criao de entidades como o SEBRAE e SOFTEX. Antes deste perodo, o ambiente poltico e econmico do pas no eram propcios e os empreendedores no encontrava informaes suficientes no desenvolvimento de seus negcios. No Brasil, o tema empreendedorismo passou a tomar forma com os programas desenvolvidos no mbito da SOFTEX, principalmente em incubadoras de empresas e em universidades/cursos de cincia da computao. Atualmente, acredita-se que o pas entrar no novo milnio em condies de desenvolver um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo do mundo, comparvel ao que acontece nos E.U.A. Algumas iniciativas de suporte ao empreendedorismo no Brasil so listadas abaixo: Softex (Genesis) Empretec (SEBRAE) Brasil Empreendedor Projeto REUNE (CNI/IEL) Comea a haver a figura do capitalista de risco, crescimento das incubadoras de empresas tradicionais, tecnolgicas e mistas. Ensino de empreendedorismo nas universidades, entidades de apoio (Sebrae, Endeavor, Instituto Empreendedor do Ano da Ernst & Young...) Alternativas de financiamento: Fapesp, Finep, Angels, VCs... Crescimento de franquias ANLISE HISTRICA DO SURGIMENTO DO EMPREENDEDORISMO A palavra Empreendedor tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e comea algo novo. Uma anlise histrica do desenvolvimento do empreendedorismo proposta por Hisrish (1986): Primeiro uso do termo O primeiro exemplo de definio de empreendedorismo pode ser creditado a Marco Plo, que tentou estabelecer uma rota comercial com o oriente. Neste caso o empreendedor corria os riscos fsicos e emocionais, enquanto o capitalista assumia os riscos de forma passiva. Idade Mdia O termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produo. No assumia riscos e gerenciava projetos com recursos disponibilizados geralmente pelo governo. Sculo XVII Primeiros indcios da relao entre assumir riscos e empreendedorismo. Relao entre empreendedor e governo, onde o primeiro assumia a responsabilidade por prestar algum servio ou fornecer produtos ao governo, por meio de um contrato estabelecido entre as partes. Nesses contratos geralmente os preos eram pr-fixados, sendo que qualquer lucro ou prejuzo que viesse a ocorrer era de inteira responsabilidade do empreendedor. Neste perodo, Richard Cantillon, foi um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (que assume os riscos) do capitalista (que fornece o capital necessrio).

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Sculo XVIII Neste perodo o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, devido provavelmente ao incio da industrializao que ocorria no mundo. (Exemplo: Thomas Edison). Sculos XIX e XX Neste perodo os empreendedores foram freqentemente confundidos com os gerentes ou administradores, sendo analisados como aqueles que organizam, planejam, dirigem e controlam as aes desenvolvidas na organizao, a servio do capitalista. DEFINIES E CONCEITOS LIGADOS AO EMPREENDEDORISMO E O PROCESSO EMPREENDEDOR O empreendedor aquele que destri a ordem econmica existente pela introduo de novos produtos e servios, pela criao de novas formas de organizao ou pela explorao de novos recursos e materiais (Schumpeter, 1949) Kirzner (1973) - O empreendedor aquele que cria equilbrio, encontrando uma posio clara e positiva em um ambiente de caos e turbulncia, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente; Harvard Business School - Empreendedorismo a identificao de novas oportunidades de negcio, independentemente dos recursos que se apresentam disponveis ao empreendedor; Babson College - define o termo de forma ainda mais abrangente: empreendedorismo uma maneira holstica de pensar e de agir, sempre com obsesso por oportunidades, e balanceada por uma lderana. O ato de empreender est relacionado identificao, anlise e implementao de oportunidades de negcio, tendo como foco a inovao e a criao de valor. Isto pode ocorrer atravs da criao de novas empresas, mas tambm ocorre em empresas j estabelecidas, organizaes com enfoque social, entidades de natureza governamental etc. Por trs destes negcios esto indivduos diferenciados, conhecidos por empreendedores. O empreendedor aquele que detecta uma oportunidade e cria um negcio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. Os seguintes aspectos referentes ao empreendedor, so encontrados em qualquer definio de Empreendedorismo: Iniciativa para criar um novo negcio e paixo pelo que faz; Utiliza os recursos disponveis de forma criativa transformando o ambiente social e econmico onde vive; Aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar. O processo empreendedor inicia-se quando fatores externos, ambientais e sociais aliados s aptides pessoais do empreendedor surgem, possibilitando o incio de um novo negcio. A Figura 2 apresenta os fatores que influenciam no processo empreendedor.

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Fa to re s a m b ie n ta is e p e s s o a isfatores sociologicos networking fatores pessoais, realizao fatores pessoais, assumir riscos, fatores organizacionais equipe equipes influencia dos pais fatores pessoais empreendedor pessoal, assumir riscos, valores insatisfao com o trabalho, ser estrategia estrutura cultura e familia modelos (pessoais) delider gerente viso pessoais, educao, experincia demitido, educao, idade produtos sucesso

inovao

evento incial

implementao

crescimento

ambiente oportunidade criatividade modelos (pessoais) de sucesso

ambiente competidores clientes ambiente competio recursos incubaras polticas fornecedores investidores pblicas bancos advogados recursos politicas pblicas

F ig u ra 2 : F a to re s q u e in f lu e n c ia m o p ro c e s s o e m p re e n d e d o r F o n te : D o rn e la s , 2 0 0 1

O PROCESSO EMPREENDEDOR Quando se fala em inovao, a semente do processo empreendedor, remete-se naturalmente ao termo de inovao tecnolgica como o principal diferencial do desenvolvimento econmico mundial. O Desenvolvimento econmico dependente de quatro fatores crticos, que devem ser analisados para ento entender o processo empreendedor, so eles: Talento - Pessoas; Tecnologia - Idias; Capital - Recursos; Know-how - Conhecimento. Fases do Processo Empreendedor As fases do Processo Empreendedor so (i) identificao e avaliao de oportunidades; (ii) Desenvolvimento do Plano de Negcios; (iii) Determinao e captao dos recursos necessrios; e (iv) Gerenciamento da empresa criada.

O processo empreendedorID NTIF AREAV IARA E IC AL OP TUNID E OR AD criao e abrangencia da oportunidade valores percebidos e reais da oportunidade riscos e retorno da oportunidade, oportunidade versus habilidades e metas pessoais situao dos competidores D E OL E O P ANO D NE ES NV V R L E GOC IO 1- sumrio executivo 2 - o conceito do negcio 3 - equipe de gesto 4- m ercado e competidores 5 - marketing e vendas 6 - estrutura e operao 7 - anlise estratgia 8 - plano financeiro D TE MINAREC TAROS E R AP R UR OSNE E S IOS EC S C S R recursos pessoas recursos de amigos e parentes capitalistas de risco bancos governos incubadores GE E IARO NE R NC GC IO estilo de gesto fatores criticos de sucesso identificar problemas atuais e potenciais im plem entar um sistema de controle profissionalizar a gesto entrar em novos m ercados

Figura 3: Fases do Processo Empreendedor Fonte: Dornelas, 2001

Figura 3: Fases do Processo Empreendedor 6

FASES DO PROCESSO EMPREENDEDOR Embora sejam apresentadas de forma seqencial, nenhuma delas precisa ser totalmente concluda para que se inicie a seguinte. Por exemplo, ao se identificar e avaliar uma oportunidade, o empreendedor deve ter em mente o tipo de negcio que deseja criar. Muitas vezes ocorre ainda um outro ciclo de fases antes de se concluir o processo completo. o caso em que o empreendedor elabora o seu primeiro plano de negcios e, em seguida, apresenta-o para um capitalista de risco, que faz vrias crticas e sugere ao empreendedor mudar a concepo da empresa antes de vir procur-lo de novo. Nesse caso, o processo chegou at a fase 3 e voltou novamente para a fase 1, recomeando um novo ciclo sem ter concludo o anterior. O empreendedor no deve se desanimar diante dessa situao, que muito freqente. Competncias e comportamentos do empreendedor de sucesso Esprito Empreendedor Trs caractersticas bsicas identificam o esprito empreendedor, so elas: Necessidade de realizao; Disposio para assumir riscos; Autoconfiana. Alm dessas caractersticas bsicas, David McClelland (1961) desenvolveu uma teoria a respeito dos empreendedores baseado em um estudo realizado em 34 pases, no qual foram identificadas as seguintes caractersticas em um empreendedor bem sucedido: 1-Iniciativa e busca de oportunidades; 2Perseverana; 3-Comprometimento; 4-Busca de qualidade e eficincia; 5-Fixao de metas e objetivos; 6-Busca de informaes; 7-Planejamento e monitorao sistemticos; 8-Tomar decises. 9-Independncia autonomia e auto-controle; 10-Vontade de trabalhar duro; 11-Ser auto-propulsionador; 12-Assumir responsabilidades e desafios; 13-Ter orgulho do que faz; 14-Capacidade de persuaso e de estabelecer redes de contatos; EMPREENDEDORES REFUGIADOS Para Russel M. Knight, 1980, nem todo empreendedor busca um novo objetivo em sua vida, existem pessoas que entram em negcios para escapar de algum fator ambiental. Segundo Knight, existem alguns fatores ambientais que encorajam ou impulsionam as pessoas a iniciar novos negcios e rotulou tais empreendedores de refugiados. Segundo este autor, existem os seguintes: Refugiado estrangeiro; Refugiado corporativo; Refugiado dos pais; Refugiado do lar; Refugiada feminista; Refugiado social; Refugiado educacional.

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Empreendedor Arteso, que inicia um negcio basicamente com habilidades tcnicas e pequeno conhecimento de gesto de negcios. Empreendedor Oportunista, com educao tcnica suplementada por estudos de assuntos mais amplos, como administrao, economia, legislao ou lnguas. VARIAO DE ESTILOS DE FAZER NEGCIOS O processo decisrio do Empreendedor Arteso se caracteriza por: Orientao de curto prazo; Paternalismo; Centralizao; Poucas fontes de capital na abertura da empresa; Estratgias de marketing definidas em termos de preo tradicional, da qualidade e reputao da empresa; O PROCESSO DECISRIO DO EMPREENDEDOR OPORTUNISTA SE CARACTERIZA POR: Evitar o paternalismo; Delegar autoridade s pessoas; Empregar estratgias de marketing e esforos de venda mais variados; Obter capitalizao original de vrias fontes; Planejar o crescimento futuro do negcio; Utilizar sistemas de registro e controle, oramento apropriado, oferta precisa e pesquisa sistemtica de mercado. FATORES CRTICOS DE UM NEGCIO BEM SUCEDIDO A deciso de tocar seu prprio negcio deve ser muito clara. Voc deve estar profundamente comprometido com ela, enfrentar todas as dificuldades e derrubar os obstculos que certamente no faltaro. Se o negcio falhar - e esse um risco que realmente existe -, isso no deve derrubar seu orgulho pessoal e nem sacrificar seus bens pessoais. Tudo deve ser bem pensado e ponderado para garantir o mximo de sucesso e o mnimo de dores de cabea. Os fatores crticos de um negcio bem sucedido envolvem as seguintes questes: Qual ser o novo negcio: produto/servio/mercado; Qual ser o tipo de cliente a ser atendido; Qual ser a forma legal de sociedade mais adequada; Quais sero as necessidades financeiras do novo negcio; Qual ser o local adequado para o novo negcio; Como administrar as operaes cotidianas do novo negcio; Como produzir bens e servios dentro de um padro de qualidade e de custo; Como obter os conhecimentos profundos sobre o mercado e, principalmente, sobre a concorrncia; Como dominar o mercado fornecedor; Como vender e promover os produtos/servios; Como encantar o cliente.

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AULA 2 COMPETNCIAS SUCESSO E COMPORTAMENTOS DO EMPREENDEDOR DE

Diferenas e semelhanas entre o empreendedor e o administrador O TRABALHO DO ADMINISTRADOR O administrador tem sido objeto de estudo h muito mais tempo que o empreendedor, e mesmo assim, ainda persistem dvidas sobre o que o administrador realmente faz. As anlises efetuadas por Hampton (1991) sobre o trabalho do administrador e a proposio desse autor de um modelo geral para interpretar esse trabalho talvez resumam as principais abordagens existentes para se entender o trabalho do administrador ao longo dos anos. Abordagem Clssica - Foco na impessoalidade, na organizao e hierarquia. O trabalho do administrador concentra-se nos atos de planejar,organizar, dirigir e controlar.; Abordagem de Stewart (1982) - trabalho do administrador semelhante ao do empreendedor, tendo como caractersticas principais as demandas, as restries e as alternativas; Abordagem de Kotler (1982) - estudo sobre as caractersticas dos gerentes gerais, capazes de criar e modificar agendas, incluir metas e planos para sua organizao e desenvolver redes de relacionamento cooperativos para implement-los; Abordagem de Mintzberg (1986) - Trata da atividade do trabalho gerencial, focando os papis dos gerentes em interpessoais, informacionais e decisrios. O TRABALHO DO EMPREENDEDOR Ao analisar os estudos sobre o papel e as funes do administrador, efetuados por Mintzberg, Kotter, Stewart, pode-se dizer que existem muitos pontos em comum entre o administrador e o empreendedor. O empreendedor um administrador, mas com diferenas considerveis em relao aos gerentes ou executivos de organizaes tradicionais, pois os empreendedores so mais visionrios que os gerentes, se preocupando mais com os aspectos estratgicos. O trabalho do Empreendedor As diferenas entre os domnios empreendedor e administrativo podem ser comparadas em cinco dimenses distintas de negcio: Orientao estratgica, Anlise de oportunidades, Comprometimento de recursos, Controle dos recursos e Estrutura gerencial.

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COMPARAO DOS DOMNIOS EMPREENDEDOR E ADMINSTRATIVO

COMPETNCIAS SUCESSO

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COMPORTAMENTOS

DO

EMPREENDEDOR

DE

IDENTIFICAO DE OPORTUNIDADES DIFERENCIANDO IDIAS DE OPORTUNIDADES Talvez um dos maiores mitos a respeito de novas idias de negcios que elas devam ser nicas. O fato de uma idia ser ou no nica no importa. O que importa como o empreendedor utiliza sua idia, indita ou no, de forma a transform-la em um produto ou servio que faa sua empresa crescer. As oportunidades que geralmente so nicas, pois o empreendedor pode ficar vrios anos sem observar e aproveitar uma oportunidade de desenvolver um novo produto, ganhar um novo mercado e estabelecer uma parceria que o diferencie de seus concorrentes. Uma idia sozinha no vale nada. Em empreendedorismo, elas surgem diariamente. O que importa saber desenvolve-las, implement-las e construir um negcio de sucesso. Quando um empreendedor tem uma idia que acredita ser interessante, alguns questionamentos devero ser feitos para determinar se essa idia pode vir a ser uma boa oportunidade de negcios. Segundo Dornelas (2001) as perguntas pertinentes neste caso so as seguintes: Quais so os clientes que compraro o produto ou servio de sua empresa? Qual o tamanho atual do mercado em reais e em nmero de clientes? O mercado est em crescimento, estvel ou estagnado? Quem so os seus concorrentes? Alm dessas perguntas bsicas, so tambm importantes questes ligadas ao timing da idia (momento em que a idia foi gerada) e a experincia do empreendedor no ramo de negcios em que pretende atuar.

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FONTE DE NOVAS IDIAS Informao a base de novas idias. Estar bem informado o dever de qualquer empreendedor. Atualmente, a informao est ao alcance de qualquer pessoa, em diversas formas e veculos diferentes: Televiso, rdio, revistas, jornais, livros, internet, outras pessoas, a prpria empresa, fornecedores, compradores, entidades de classe, governo, entre outros. S no se informa quem no quer. O difcil selecionar a informao relevante, que realmente importa. As pessoas tendem a dar mais importncia quilo de que mais gostam, excluindo ou no notando potenciais oportunidades em sees de jornais que no lem, programas de televiso que no assistem, sites que no acessam...isso natural. Mas o empreendedor curioso e criativo sempre est procura de novas oportunidades e atento ao que ocorre sua volta. Algumas dicas importantes na identificao de novas oportunidades e gerao de novas idias envolvem utilizar: Tcnicas de brainstorming; conversar com pessoas de todos os nveis sociais e de idade, sobre diversos temas; Pesquisar novas patentes e produtos na rea em que o empreendedor pretende atuar; Estar atento aos acontecimentos sociais de sua regio; Visitar institutos de pesquisa, universidades, feiras de negcios etc.; participar de conferncias e congressos da rea, ir a reunies e eventos de entidades de classe e associaes. AVALIAO DE OPORTUNIDADES Antes de desenvolver um plano de negcios, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem em mos, para evitar despender tempo e recursos em uma idia que talvez no agregue tanto valor ao negcio nascente ou j criado. Qualquer oportunidade deve ser avaliada, pelo menos, sob os seguintes aspectos: Mercado Analise econmica Vantagens competitivas Equipe gerencial Critrios pessoais Mercado - necessidades dos clientes, valor gerado aos usurios, ciclo de vida do produto, estrutura, tamanho, taxa de crescimento e participao possvel; Anlise econmica - Lucros depois dos impostos, tempo para ponto de equilbrio e fluxo de caixa positivo, retorno sobre o investimento, necessidade de capital inicial;

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Vantagens competitivas - Custos de produo, marketing e distribuio, grau de controle, barreiras de entrada; Equipe gerencial - Pessoas da equipe, formao das pessoas, envolvimento com o negcio. Critrios pessoais - disposio para encarar o desafio, viso de futuro (voc se v neste ramo de negcios daqui a 10 ou 15 anos?), apoio familiar, disposio para investir os bens pessoais etc. PLANO DE NEGCIOS O Plano de Negcios um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negcios que sustenta a empresa. Sua elaborao envolve o processo de aprendizagem e autoconhecimento, e, ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negcios. As sees que compem um Plano de Negcios geralmente so padronizadas para facilitar o entendimento. Cada uma das sees do plano tem um propsito especfico. No desenvolvimento do Plano de Negcios, alguns aspectos chave devem ser focados, so eles: Em que negcio voc est? O que voc vende? Qual o mercado alvo? Alm dessas questes principais, com a utilizao de um Plano de Negcios o empreendedor ter a possibilidade de: Entender e estabelecer diretrizes para o negcio; Gerenciar de forma eficaz e tomar decises acertadas; Monitorar o dia-a-dia da empresa; Conseguir financiamentos; Identificar oportunidades e transform-las em diferencial competitivo; Estabelecer comunicao interna eficaz e convencer o pblico externo. Ao contrrio do que se pensa inicialmente, o Plano de Negcios no se destina exclusivamente busca de financiamento junto a bancos e investidores, este pode ter como pblico alvo as seguintes entidades: Incubadoras; Parceiros; Bancos; Investidores; Fornecedores; A empresa internamente; Clientes; Scios.

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ESTRUTURA DO PLANO DE NEGCIOS No existe uma estrutura rgida e especfica para se escrever um Plano de Negcios, pois cada negcio tem particularidades e semelhanas, sendo impossvel definir um modelo padro que seja universal e aplicvel a qualquer negcio. Porm, qualquer Plano de Negcios deve possuir um mnimo de sees as quais proporcionaro um entendimento completo do negcio. Capa; Sumrio; Sumrio executivo; Anlise estratgica; Descrio da empresa; Produtos e servios; Plano Operacional; Plano de Recursos Humanos; Anlise de mercado; Estratgia de marketing; Plano financeiro; Anexos. Um bom Plano de Negcios deve mostrar claramente a competncia da equipe, o potencial do mercado-alvo e uma idia realmente inovadora; culminando em um negcio economicamente vivel, com projees financeiras realistas (Dornelas, 2001) CARACTERIZAO DO EMPREENDIMENTO Na caracterizao da empresa deve-se apresentar um breve resumo da organizao da empresa, sua histria e status atual. Nesta descrio importante mostrar o porqu de sua criao, qual seu propsito, a natureza dos servios ou produtos fornecidos, como ela se desenvolveu ou se desenvolver, qual seu modelo de negcios e os seus diferenciais. O aspecto mais importante da descrio do negcio mostrar que a empresa possui pessoas qualificadas e comprovadamente experientes nos nveis de comando. A equipe de gesto o principal foco dos investidores quando analisam um Plano de Negcios. Outros aspectos so importantes na caracterizao do empreendimento e, portanto, devero ser apresentados. So eles: Equipe Gerencial; Organograma funcional da empresa; Estrutura Legal; Localizao e infra-estrutura; Manuteno de registros; Seguro; Segurana; Terceiros; Parceiros Estratgicos. DEFINIO DA ESTRATGIA Todo negcio deve ter uma misso para cumprir. Deve ter uma viso do futuro que o norteie. Deve definir os valores que pretendem consagrar. Tudo isso precisa ser muito claro para que todos os parceiros saibam exatamente o que fazer, como, quando e onde. O termo estratgia muito utilizado pelos empreendedores para definir como agir numa negociao, fechar uma parceria, entrar em um novo mercado, lanar um novo produto, mas sempre de maneira subjetiva, no processual.

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DEFINIO DA MISSO DO NEGCIO Misso significa a razo de ser do prprio negcio. Por que ele foi criado. Para que ele existe. A misso da empresa est voltada para a definio do negcio e do cliente, a fim de saber o que fazer (produto/servio), como fazer (tecnologia a ser utilizada) e para quem fazer (mercado). Alguns exemplos de misso de uma organizao so citados abaixo: Servir alimentos de qualidade com rapidez e simpatia, em um ambiente limpo e agradvel (McDonalds); Viver a alegria do avano e usar a tecnologia em benefcio do pblico (Nike); Promover a melhoria contnua da qualidade de vida da sociedade por meio da intermediao de recursos financeiros. (Caixa Econmica Federal); DEFINIO DA VISO DE FUTURO Enquanto a misso se refere essncia do negcio e da sua prpria razo de ser e de existir, a viso esta focada no futuro e no destino. A viso a imagem que o empreendedor tem a respeito do futuro do seu negcio. o que ele pretende que o negcio seja dentro de um certo horizonte de tempo. a viso que permite ao empreendedor estabelecer objetivos e metas, indicadores de desempenho e mensuradores de resultados futuros para saber se est ou no alcanando aquilo que projetou. DEFINIO DOS OBJETIVOS GLOBAIS DO NEGCIO Do conceito de viso organizacional decorrem os objetivos globais da empresa. Comumente, o mercado fala em objetivos, metas e resultados. H uma certa confuso em relao a esses termos, que so utilizados de maneira indiscriminada. Objetivos so estados desejveis que se pretende alcanar e realizar. Enquanto o objetivo no alcanado, constitui um alvo, uma meta; quando atingido, deixa de ser algo desejvel para se tornar uma realidade e, ento, deve-se definir outro objetivo, provavelmente mais desafiador e complexo que o anterior. Os objetivos bsicos de um negcio podem ser assim expressos: O lucro a fora motivadora do empreendedor; O servio ao cliente e a oferta de valores econmicos desejados (bens ou servios) justificam a existncia do negcio; Existe a responsabilidade social e acordo com os cdigos ticos e morais estabelecidos pela sociedade na qual a empresa opera. Todo objetivo deve ser formulado de maneira abrangente para estimular a criatividade e, ao mesmo tempo, de maneira restrita para oferecer uma direo ao negcio. Na prtica, toda empresa tem uma variedade de objetivos: financeiros, comerciais, administrativos, tecnolgicos, sociais, comunitrios etc. Para colocar as coisas em ordem, muitas empresas definem hierarquias de objetivos de acordo com as suas prioridades e importncias relativas. Geralmente, as empresas definem trs tipos de objetivos:

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Objetivos globais ou estratgicos; Objetivos tticos ou departamentais; Objetivos operacionais. DEFINIO DA ESTRATGIA DO NEGCIO Definida a misso organizacional, a viso de futuro, os valores fundamentais e os objetivos, o passo seguinte definir a estratgia capaz de conduzir ao alcance do sucesso planejado. Assim, a estratgia o meio para chegar l, ou seja, para transformar os objetivos em realidade. A formulao da estratgia empresarial feita por meio de vrias e diferentes anlises. Na verdade, a formulao faz parte de um todo maior que denominamos gesto estratgica. ANLISE SWOT A anlise SWOT tem por objetivo analisar o ambiente externo e o ambiente interno do negcio, geralmente representada por um retngulo dividido em quatro partes, onde as foras e fraquezas, oportunidades e ameaas so colocadas separadamente em cada parte. Em relao anlise do ambiente externo (oportunidades e ameaas), a inteno identificar e monitorar as tendncias que afetaro o seu negcio, e as Em relao ao ambiente interno (pontos fracos e pontos fortes), muito importante que o empreendedor seja honesto consigo mesmo ao efetuar essa anlise, no tendo medo de expor os pontos fracos de sua empresa. Meio ambiente interno Foras Nvel de Rentabilidade Parque tecnolgico atualizado Qualidade dos servios prestados Equipes mdica altamente qualificadas Experincia de mercado Debilidades Concentrao de receita Dependncia de algumas operadoras Fluxo financeiro prejudicado endividamento com fornecedores Alto custo operacional Falta de poltica e ao de marketing especfico para o negcio. Ausncia de equipe de cardiologia e/ou dor torcica no PS adulto. Endividamento de impostos fiscais (pagamento em 2010) Meio ambiente externo Oportunidades

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Operadoras de planos de sade que no mantm parceria atualmente com o servio Envelhecimento da populao com conseqente aumento de pacientes com doenas cardio/vasculares Interesse de outra equipe em assumir o servio de cardiologia em urgncia, emergncia e direcionamento Ameaas Riscos Fiscais pelo atual sistema de faturamento centralizado Competitividade com novos sistemas de diagnstico no invasivos Angiotomografias / outros Aumento do nmero de servios de hemodinmica Busca incessante das operadoras por baixo custo em detrimento qualidade concorrncia com equipamentos mais simples e com equipes iniciantes Verticalizao das operadoras Pouca condio de competitividade devido aos custos de repasse FORMULAO DA ESTRATGIA Em virtude das foras e fraquezas da empresa e de oportunidades e ameaas do ambiente externo, procura-se o melhor caminho para alcanar os objetivos globais para aproveitar ao mximo as foras internas e as oportunidades externas e neutralizar as fraquezas internas e as ameaas externas. Trata-se de esgueirar entre as vantagens e as restries, tanto internas quanto externas. IMPLEMENTAO DA ESTRATGIA Implementar uma estratgia to importante e fundamental quanto formul-la. Implementar significa explicar a todos os parceiros como tudo vai funcionar, comunicar a misso, a viso, os valores, os objetivos globais e quais os caminhos escolhidos para alcan-los. AVALIAO DA ESTRATGIA Consiste em acompanhar os resultados da estratgia empresarial e promover os ajustes e as correes necessrios para adequ-la s mudanas que acontecem no meio do caminho. Todo planejamento feito antes dos eventos ocorrerem e nada mais natural do que adequ-lo e ajust-lo continuamente s mudanas que acontecem interna e externamente durante sua consecuo. Captulo 1 Foco - Como dizer no salvou a Apple at a pagina 21 A queda da Apple Entra o iCEO O levantamento de Steve Os ativos da Apple Ser stevado Dr.No Foco pessoal Manter o foco

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Identificar as caractersticas de Job Por que foco? O que ativo para Job? Delegar ou centralizar? Qual a funo do planejamento na sua viso. Captulo 2 Despotismo - O grupo de foco de um s homem da Apple - at a pagina 29 Depois da NeXT? Vocs so um bando de idiotas No h detalhe pequeno demais Simplificando a UI Apresentando o OS X O processo de design de Jobs Simplicidade enganosa Porque a compra da Next? Como foi depois da compra da Next? Por que Jobs manifesta tanta irritao? Vocs so um bando de idiotas Na sua concepo as pessoas precisam ser ordenadas para motivar-se a pensar? Vocs so um bando de idiotas Identifique outra caracterstica de Jobs no h detalhe pequeno demais Por que to importante conhecer o produto? Diante da dificuldade de aceitao prevista por Jobs junto aos fornecedores externos de softwers qual foi a estratgia de Jobs? Apresentandp OS X Por que as vezes necessrio mudar o time? Identifique mais uma caracaterstica de Jobs. Simplicidade enganosa O que Jobs quer dizer centrado no cliente simplicidade enganosa

AULA 3 Aulas ministradas Comportamento de um lder e de um empreendedor

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Diferenciao de ideias e oportunidades Plano de negocio Estrutura do plano de negocio Definio da estratgia Viso Misso Objetivos Globais Analise Swot ESTRUTURA DO PLANO DE NEGCIOS: PRODUTOS E SERVIOS Na elaborao do Plano de Negcios, importante especificar: Quais so os produtos e servios de sua empresa, Por que ela capaz de fornec-los e como eles so fornecidos, Quais as caractersticas da equipe de produo e em quais aspectos seu produto/servio difere dos da concorrncia. Se voc tem tanto um produto quanto um servio, no deixe de mencionar isso em seu plano de negcios. Diga onde voc obter os suprimentos e por que estes fornecedores foram escolhidos. Liste os produtos ou servios futuros que voc planeja fornecer quando sua empresa crescer. Especifique os direitos autorais, patentes ou registros de marcas nesta seo. DICAS PARA UM FABRICANTE OU ATACADISTA: Descrever detalhadamente o desenvolvimento do produto a partir do recebimento da matria-prima, at o produto acabado; Descrever as necessidades de matria-prima, suas caractersticas, custos, fornecedores, sazonalidade, fornecedores ou matria-prima alternativos (se houver) e previso de compra; Descrever quais equipamentos so utilizados no processo produtivo, custos de manuteno, operrios necessrios, turnos de trabalho, ndices de refugo etc. Descrever os produtos ou famlias de produtos vendidos e quais os fornecedores, por que foram escolhidos, onde se localizam e o prazo de recebimento; Controle de estoques, margens praticadas nas vendas. CICLO DE VIDA DO PRODUTO Normalmente os produtos possuem um ciclo de vida, passando por quatro etapas clssicas de desenvolvimento, e possuindo caractersticas especficas em cada uma delas. As etapas do Ciclo de Vida dos Produtos so as seguintes: Introduo ou nascimento; Crescimento; Maturao; Declnio. importante especificar em qual estgio do ciclo de vida encontram-se os produtos da sua empresa.

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Dependendo do estgio em que se encontram, a empresa adotar diferentes estratgias de marketing.

ESTRATGIA DO PRODUTO A empresa deve especificar as maneiras que utiliza para determinar os produtos futuros em funo do desempenho dos atuais e, assim, projetar novas maneiras de desenvolv-los, produzi-los e distribu-los aos clientes. A descrio do produto no plano de negcios deve destacar suas caractersticas e benefcios. Deve ficar claro para o empreendedor as diferenas entre estes dois atributos e, se possvel, deve-se fazer uma comparao com os atributos dos produtos da concorrncia. ANLISE DA CARTEIRA DE PRODUTOS (MATRIZ BCG) interessante que se faa uma boa anlise da situao atual da carteira de produtos da empresa, bem como suas perspectivas no mercado em que esto inseridos. Uma tcnica bastante utilizada em marketing, que pode ajudar o empreendedor neste trabalho, a tcnica denominada matriz BCG, que analisa a carteira de produtos com base em dois grandes fatores: CRESCIMENTO MERCADO. MATRIZ BCG Dependendo da situao em relao aos dois fatores, os produtos podem ser definidos como: Dvida; Estrela; Vaca Leiteira; Abacaxi. DE MERCADO E PARTICIPAO RELATIVA DE

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A Matriz BCG uma ferramenta desenvolvida na dcada de 1970 por Bruce Henderson para o Boston Consulting Group para analisar o posicionamento e possibilidades de cada unidade de negcios de uma empresa. A matriz composta por 4 quadrantes localizados em um diagrama com o eixo "X" representando a participao relativa de mercado da Unidade de Negcios (da maior para a menor) em relao ao principal concorrente e o eixo "Y" com a taxa de crescimento do mercado em que a unidade atua.

No h necessidade de inserir a matriz BCG no interior do Plano de Negcios, mas pode estar contida na seo Anexos. A utilizao deste recurso pode ajudar o empreendedor a entender melhor a situao atual da sua linha de produtos em relao concorrncia, dando-lhe os subsdios para definir uma estratgia mais eficaz de desenvolvimento de novos produtos, ou de aperfeioamento dos atuais. a) Produtos ou Servios com alta participao Relativa de Mercado em um mercado de baixo crescimento so Vacas Leiteiras. b) Produtos ou Servios com baixa participao relativa de mercado em um mercado de baixo crescimento so Abacaxis, ou Cachorros. c) Produtos ou Servios com baixa participao relativa de mercado em um mercado de alto crescimento so oportunidades. d) Produtos ou servios com alta participao relativa de mercado em um mercado com alto crescimento so estrelas. A denominao acaba sendo facilmente entendida ao se analisar os extremos: sem dvida um produto posicionado em um mercado crescente com alta participao nesse mercado, s pode ser uma "estrela". J um produto com participao baixa em um mercado estagnado na realidade um "abacaxi". OS QUATRO QUADRANTES O quadrante da Estrela o cenrio onde h a situao ideal de alto crescimento e alta participao, um produto ou empresa nesta situao requer um investimento maior devido ao crescimento contnuo.

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O Quadrante da Vaca Leiteira lida com baixo crescimento e alta participao. Este cenrio requer um baixo investimento, mas o crescimento muito lento. O Quadrante do Abacaxi ou Cachorro a situao onde o crescimento baixo e a participao de mercado baixa, esta uma das piores situaes que uma empresa ou produto pode enfrentar. Nesta situao, se os produtos no esto gerando lucro, o melhor descontinuar. O ltimo quadrante da matriz representa as Oportunidades ou a Interrogao. o ponto em que o crescimento do mercado alta, mas a participao baixa. Nesta situao h uma demanda alta, mas baixo retorno. melhor tentar aumentar a participao de mercado. TECNOLOGIA Se a empresa detentora da tecnologia isso deve ser enfatizado no plano de negcios como um diferencial competitivo em relao concorrncia. Por outro lado, se a empresa depende de fornecedores ou parceiros tecnolgicos, dever demonstrar como far para diminuir ou eliminar essa dependncia. Se isso no for possvel, deve estabelecer estratgias que garantam maior segurana e menor suscetibilidade aos eventos externos. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Qualquer empresa que comercialize produtos de base tecnolgica, necessariamente, deve possuir uma poltica interna de pesquisa e desenvolvimento. Empresas de pequeno porte geralmente no possuem recursos para instalar laboratrios de pesquisa e desenvolvimento dentro da prpria empresa, mas podem recorrer a parceiros como institutos de pesquisa e universidades. preciso que o oramento dessas empresas preveja uma parcela significativa para pesquisa e desenvolvimento. PRODUO E DISTRIBUIO Fatores como o processo de produo da empresa, os recursos utilizados (matria prima, funcionrios, fornecedores, mquinas etc.), a composio dos custos do produto final, distribuio e os custos envolvidos neste processo entre outros, devem ser expostos de forma objetiva no plano de negcios. ANLISE DE MERCADO A anlise de mercado considerada por muitos uma das mais importantes sees do plano de negcios, e tambm a mais difcil de se fazer, pois toda a estratgia de negcio depende de como a empresa abordar ser mercado consumidor, sempre procurando se diferenciar da concorrncia, agregando maior valor aos seus produtos/servios, com o intuito de conquistar seus clientes continuamente. importante que a empresa conhea muito bem o mercado onde atua ou pretende atuar, pois s assim conseguir estabelecer uma estratgia de marketing vencedora.

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importante que o empreendedor considere fatores como a concorrncia direta e indireta, segmentao do mercado, tendncias do setor, tendncias de consumo, novos ingressantes no mercado, produtos/servios substitutos, os fornecedores etc. no momento de realizar a anlise de mercado. Para tanto, Dornelas (2005, p. 143) sugere um roteiro composto, conforme exposto: ROTEIRO PARA ANLISE DE MERCADO: Identificar as tendncias ambientais ao redor do negcio; Descrever o setor onde seu negcio est inserido; Analisar os principais competidores; Efetuar comparaes com os competidores. ANLISE DA INDSTRIA/SETOR Deve ser feito um breve histrico desse mercado nos ltimos anos e a anlise das tendncias do setor para os prximos anos. Procure responder s seguintes perguntas antes de colocar as informaes de mercado no plano de negcios: Quais fatores esto influenciando as projees de mercado? Por que o mercado se mostra promissor? Qual o tamanho do mercado em reais, nmero de clientes e competidores? Como o mercado est estruturado e segmentado? Quais as oportunidades e ameaas desse mercado? DESCRIO DO SEGMENTO DE MERCADO Aps uma anlise macro do setor, voc deve partir para uma anlise particular do segmento de mercado de sua empresa. Voc deve procurar mostrar o que est acontecendo com o setor e quais so as perspectivas para sua empresa dentro desse setor. O empreendedor deve saber coletar informaes e selecionar as informaes que sero lhe sero teis para conhecer melhor o mercado especfico onde estar entrando. Estas informaes podem ser obtidas por duas fontes: Fontes secundrias; Fontes primrias. As Fontes secundrias podem incluem pesquisas j prontas, dados dispersos, grficos, tabelas, banco de dados entre outros, que podem ser providas por instituies ou empresas. As pesquisas primrias devem ser feitas de forma objetiva, com poucas questes, de preferncia de mltipla escolha e que consigam atingir o objetivo definido pelo empreendedor. Antes de partir para a pesquisa de mercado, o empreendedor deve saber com quais clientes em potencial a pesquisa deve ser feita, ou seja, qual ser o seu mercado-alvo e como ele est segmentado. Isso permite intensificar esforos e definir o foco da pesquisa.

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Quando se define um segmento de mercado, est-se definindo um grupo de pessoas com caractersticas similares, necessidades e desejos comuns, que sero o foco das vendas. Conhecendo os hbitos de consumo, os estilos de vida e onde vivem, fica mais fcil segmentar os grupos de consumidores para o seu produto ou servio. Tente identificar os seguintes aspectos: Geografia (onde os consumidores moram?) Perfil (como eles so?) Estilo de vida (como vivem e o que fazem?) A personalidade (como eles agem?) ANLISE DA CONCORRNCIA Conhecer a concorrncia dever de qualquer empreendedor que queira competir e vencer no mercado. A importncia de uma anlise criteriosa dos principais concorrentes fica evidente quando uma empresa precisa estabelecer uma estratgia de marketing e conhecer quais alternativas de produtos/servios existem no mercado onde sua empresa atua e, ainda, por que seus clientes-alvo optam por outro produto. Esta anlise deve ser feita de forma comparativa, em que os atributos de sua empresa so avaliados tendo como referncia os competidores principais. Entre esses atributos encontram-se: diferenciais e benefcios do produto, participao em vendas, canais de venda utilizados, qualidade, preo, localizao, eficcia da publicidade, tempo de entrega, competncia dos funcionrios, mtodos de produo etc. Naturalmente, existem mercados em que competem vrias empresas entre si, e outros que a quantidade de empresas menor. Ento a seleo de quais concorrentes devero ser analisados com mais detalhes depende de qual a participao de sua empresa no mercado e a participao daquelas empresas com as quais voc disputa. ESTRATGIA DE MARKETING A palavra marketing vem do ingls market, que significa mercado. O marketing corresponde a todas as atividades da empresa que visam a colocao de produtos/servios no mercado consumidor. Assim, o marketing est voltado completamente para o mercado e para o cliente. Sua funo fazer com que os produtos/servios da empresa cheguem da melhor forma possvel ao consumidor final. A palavra marketing tem sido traduzida por alguns autores como mercadologia. As estratgias de marketing so os meios e mtodos que a empresa dever utilizar para atingir seus objetivos. Essas estratgias geralmente se referem ao composto de marketing, ou os 4Ps (quatro ps). A empresa pode adotar estratgias especficas, atuando sobre o composto de marketing, de forma a obter melhor resultado sobre seus competidores. A projeo de vendas est diretamente ligada estratgia de marketing estabelecida, pois depende de como o produto ser posicionado no mercado, qual ser sua poltica de preos, as promoes e os canais de venda que sero utilizados e, ainda, como o produto chegar ao cliente.

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O COMPOSTO DE MARKETING (MARKETING MIX) FORMADO PELOS 4 PS, QUAIS SEJAM, Produto, Preo, Praa e Promoo. A seguir, cada um dos componentes do marketing mix ser discutida separadamente.

AULA 4 Aulas ministradas Estrutura do Plano de Negcios: Produtos e Servios

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Ciclo de vida do produto Anlise da Carteira de Produtos (Matriz BCG) Pesquisa e Desenvolvimento Produo e Distribuio Anlise de mercado Descrio do Segmento de Mercado Estratgia de Marketing PRODUTO Posicionar o produto no mercado significa direcionar o produto para atender s necessidades e expectativas do cliente-alvo escolhido, no segmento de mercado definido. Com isso a empresa estabelece uma imagem do produto junto aos clientes, tentando se diferenciar se alguma forma da concorrncia. Isto pode ser feito pela criao de variaes do produto, opcionais, acessrios, kit completo, peas individuais etc. Dentre as questes a serem consideradas, incluem-se: Variedade de mercadorias; Seleo de produtos; Servios a oferecer; Desenho da loja; Atmosfera; Marca; Embalagem; Etc. ESTRATGIAS DE PRODUTO As estratgias de produto/servio declaram as necessidades de mercado que devem ser atendidas pela oferta de diferentes produtos. Deve-se considerar: a) quais so os produtos/servios do negcio; b) avaliar os produtos/servios da empresa; c) entender a percepo do consumidor com relao a um produto/servio ser comparado ao da concorrncia; d) identificar a caracterstica que faz de seu produto/servio ser nico; e) identificar as vantagens competitivas que seu produto/servio apresentam; f) identificar os benefcios que os consumidores obtero do seu produto/servio. Posicionamento de produtos - ao introduzir uma marca no mercado; Reposicionamento de produtos - visualizar a situao atual do produto e descobrir novo posicionamento que parea funcionar melhor; Novo produto - introduo de novos produtos para satisfazer a novas necessidades e continuar exercendo presso competitiva nos produtos existentes. Marketing de valor agregado - cumpre promessas feitas pelo produto/servio. Estratgia direcionada satisfao total do consumidor (qualidade, servio ao consumidor, compromisso de tempo). PREO

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O preo talvez seja a maneira mais tangvel de se agir no mercado, pois pela poltica de preos a empresa pode criar demanda para o produto, segmentar o mercado, definir a lucratividade da empresa, mudar a penetrao do produto no mercado, sempre tendo como referncia o valor que o consumidor v no produto e no o preo que a empresa acha que ele deva ter. Dentre as questes a serem consideradas, incluem-se: Nveis de preo; Planos de credirio oferecidos; Cartes de crdito aceitos; Etc. ESTRATGIAS DE PREO Esto ligadas determinao do preo de um produto/servio. Os quatro fatores importantes para se chegar a um preo so: Objetivos da poltica de preos, Custos, Concorrncia Demanda. PRODUTOS NOVOS Desnatao de mercado (skimming) - Estabelecer um preo alto durante a fase inicial de vida do produto; Penetrao - Estabelecer um preo baixo durante a fase inicial da vida do produto e fazer grandes promoes para ganhar participao de mercado. PRODUTOS ESTABELECIDOS Manuteno de preo - poltica de preos que mantm a posio de mercado e consolida a imagem pblica do produto; Reduo de preo - Cortar o preo para igualar ao da concorrncia ou ser mais baixo; Aumento de preo - para segmentar o mercado atual atendido e obter vantagens das diferenas entre produtos. FLEXIBILIDADE DE PREOS Um s preo - cobrar o mesmo preo de todos os clientes, baseado em mesmas condies e quantidades; ajuda a simplificar as decises de preo e manter boas relaes com os clientes; Preo flexvel - cobrar preos diferentes de clientes diferentes baseado em mesmas condies e quantidades; o preo baseado no valor do cliente para o negcio. PRAA (CANAIS DE DISTRIBUIO)

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Os canais de distribuio envolvem diferentes maneiras que a empresa pode adotar para levar o produto at o consumidor. Referem-se aos canais de marketing, distribuio fsica e aos servios ao cliente. A empresa pode vender seus produtos diretamente ao consumidor final ou usar atacadistas ou distribuidores para faz-lo. Caractersticas ligadas armazenagem, localizao de depsitos e lojas, meios de transporte utilizados para levar o produto at o cliente e embalagem do produto devem ser considerados para definir os canais de distribuio mais adequados. ESTRATGIAS DE DISTRIBUIO As caractersticas do produto/servio interferem diretamente nos canais de distribuio que podem e devem ser adotados pela empresa. Bens de consumo imediato geralmente so disponibilizados ao consumidor via varejistas ou distribuidores e atacadistas. J os bens de capital de grande porte, os bens de maior valor agregado, utilizam venda direta por meio de equipes de vendas. Pode-se ainda mesclar vrios canais de distribuio para um mesmo tipo de produto, como o caso de bens de consumo durveis, insumos industriais bsicos, bens de capital de pequeno porte etc. Dentre as estratgias de distribuio citam-se: Estrutura de canal - processo pelo qual se utiliza intermedirios para a venda ao consumidor final; a distribuio pode ser direta ou indireta; alcana o maior nmero de consumidores o mais rpido possvel, com baixos custos, porm ainda mantendo o controle. Canal mltiplo - quando existem dois ou mais canais diferentes de distribuio de produtos e servios; obtm grandes acesso a cada segmento de mercado para aumentar o negcio. PROMOO (PROPAGANDA/COMUNICAO) Trs fatores devem ser considerados no plano de promoo de propaganda/comunicao da empresa: o pessoal envolvido, a propaganda e as promoes. A quantidade de pessoas e suas qualificaes vo depender dos canais de distribuio que foram escolhidos. A propaganda pode ser feita por meio de diversos veculos de comunicao. A escolha de cada um depende do pblico que se deseja atingir. Os veculos de comunicao mais usados so a televiso, o rdio, mala direta, outdoors, distribuio de panfletos e brindes, patrocnios a eventos, internet, displays em pontos de venda, anncios em listas telefnicas, guias setoriais, jornais, participao em feiras etc. Fazer propaganda geralmente custa caro, e a escolha dos veculos adequados, a quantidade e periodicidade da propaganda so fundamentais para que a empresa otimize o capital investido. As promoes de vendas tambm ajudam tambm ajudam a estimular a venda de produtos, resume-se em oferecer uma vantagem adicional ao cliente, como desconto no

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preo, brinde, produto extra, entre outros. As palavras mais utilizadas na campanha sero: ganhe, economize, grtis, imperdvel, pechincha, loucura, aproveite e outras similares. ESTRATGIAS DE PROMOO Tem por finalidade criar conscincia a respeito do produto, fazendo o consumidor comprar e explicando como um produto/servio pode satisfazer as necessidades do comprador. Dentre as estratgias de promoo citam-se: Seleo de mdia - escolha dos canais por meio dos quais as mensagens do produto/servio sero transmitidas ao consumidor e que fazem com que o consumidor seja motivado a comprar o produto. Propaganda - Criao da campanha de publicidade para comunicar as qualidades do produto/servio para o consumidor potencial. Vendas - no processo de tomada de deciso, leva o consumidor a comprar por meio do contato pessoal. PLANO OPERACIONAL As condies de mercado atuais, em razo do acirramento competitivo e da globalizao dos mercados, em que qualidade, eficincia, flexibilidade, excelncia e a veloz taxa de mudanas so fatos incontestveis, sugerem que o grande diferencial estratgico da empresa concentra-se na rea de operaes, mais especificamente na manufatura. De fato, pelas novas condies necessrias e diferenciais das empresas, quem viabiliza e propicia condies competitivas nesse ambiente a manufatura, com o aumento de produtividade, reduo de tempos de fabricao, qualidade do produto e, sobretudo, velocidade de desenvolvimento de novos produtos. A atividade industrial tem como objetivo primordial a transformao de materiais, mediante a agregao de mo-de-obra, recursos tecnolgicos e equipamentos, em produtos acabados. A atividade de transformao pode dar-se basicamente de trs formas operacionais: Produo seriada - a empresa industrial produz para estoques e vendas de maneira contnua em funo de caractersticas do produto, graus de padronizao e similaridades no processo, considerando, basicamente, a demanda esperada de mercado, a participao de mercado desejada e as caractersticas do processo de fabricao; Produo por encomenda - a empresa industrial, mediante encomenda ou demanda especfica, projeto ou design exclusivo da encomenda, produz apenas para atender ao pedido. Os produtos no so padronizados e possuem particularidades tcnicas e operacionais prprias, que inviabilizam uma produo contnua ou formao de estoques; Produo hbrida - a empresa industrial, por organizao do processo produtivo ou especificidades do produto ou linha de produtos, utiliza o processo de produo seriada, para determinados produtos, partes ou linhas especficas, e o processo de produo por encomenda. Planos de controle Pontos de controle Produo seriada

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Como nessa modalidade de produo planeja-se e operacionaliza-se em funo da demanda esperada, participao de mercado desejada e perspectivas de consumo, torna-se crtico monitorar os seguintes pontos: Dimensionamento da produo e dos recursos disponveis em funo do volume estimado de vendas; Mensurao do mercado, concorrncia e participao desejada; Nveis de atividade econmica e setorial; Poltica de estoques praticada e ideal; Escoamento da produo e polticas de distribuio; Revises freqentes de oramento de vendas. PLANO DE CONTROLE PRODUO POR ENCOMENDA Neste tipo de produo so vlidos os pontos de controle da produo seriada, mas existe um fator diferencial que se refere ao projeto e necessidade especfica do comprador. Como cada produto elaborado atende a uma demanda especfica, e cada produto a ser fabricado diferente dos demais, com caractersticas prprias e peculiares, um ponto de controle vital passa a ser o projeto que originar o produto. Trata-se de uma atividade crucial, pois, por vezes, sequer h experincia anterior como parmetro de produo e custos, o que torna o processo ainda mais arriscado. Em processo de produo por encomenda, duas situaes ocorrem: Cliente que no especifica tecnicamente; Cliente que especifica tecnicamente. PLANEJAMENTO DA PRODUO O planejamento da produo, bem como o dimensionamento de recursos necessrios, definido pela funo da administrao da produo que toma por base um plano de vendas, uma poltica de estoques e administrao de materiais e um projeto de produto. Para um planejamento de produo completo, a avaliao dos seguintes aspectos imprescindvel: Projeto do produto; Mtodo de fabricao; Dimensionamento de recursos; Cronograma de recursos; Avaliao de ajustes na programao; Programa de produo. CONTROLE DA PRODUO Como visto anteriormente, o primeiro real atendimento ao mercado d-se na fbrica. Uma vez planejados a produo, os recursos e todos os fatores, devem-se considerar: O controle dos pedidos a cumprir na produo;

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O controle da produo e do fluxo produtivo; O controle dos custos. PLANO DE RECURSOS HUMANOS So as pessoas que fazem o negcio. Embora a empresa seja dotada de mquinas, equipamentos, prdios, instalaes, tecnologia e uma poro de outros recursos fsicos, na realidade, esses elementos concretos sozinhos no a fazem funcionar nem atingir seus objetivos. Todos os recursos fsicos e financeiros que a empresa rene precisam ser ativados para que se consigam operar e proporcionar resultados. E isso feito pelas pessoas. So elas que do vida, inteligncia, emoo e ao para a empresa. So elas que garantem a dinmica do negcio. So as pessoas que proporcionam a excelncia, a qualidade, a produtividade e a competitividade da empresa. Da sua importncia vital para o sucesso do negcio. Hoje as pessoas no mais trabalham sozinhas e isoladas; ao contrrio, as empresas bem-sucedidas esto juntando as pessoas. O conceito de cargo est sendo substitudo pelo de equipe. Gerenciar equipes uma das tarefas mais importantes para o empreendedor, principalmente porque cada pessoa nica, com sua individualidade, sua personalidade, sua histria e suas experincias, assim como seus objetivos pessoais, suas habilidades etc. Segundo Chiavenato (2002), para construir uma equipe, so necessrias as seguintes aes: Escolha da equipe; Desenho das atividades; Treinamento; Liderana; Motivao; Remunerao; Avaliao de Desempenho. A empresa como um sistema scio-tcnico. As empresas esto envolvidas em um processo de transformao de recursos em produtos/servios. Como toda empresa constituda de pessoas, ela , na realidade, um sistema social. Ao analisar o trabalho empresarial como uma totalidade, alguns autores salientam a existncia de um sistema scio-tcnico: Toda organizao consiste em uma combinao administrada de tecnologia e pessoas, de tal forma que ambos os lados esto intimamente inter-relacionados. Assim, o sistema scio-tcnico constitudo de dois sistemas principais: Subsistema tcnico; Subsistema social. Esses dois subsistemas precisam ser devidamente integrados e coordenados para que funcionem em constante interao. Esse o papel do Sistema Gerencial: Proporcionar um elo estreito entre o subsistema social e tcnico. A integrao desses dois subsistemas provoca um efeito multiplicador, que denominado sinergia ou efeito sinergtico. Em outros termos, quando

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adequadamente integrados, cada sistema auxilia o outro e alavanca seus resultados provocando uma influncia recproca e positiva. ADMINISTRAO PARTICIPATIVA O empreendedor deve fazer com que sua equipe no fique limitada ou confinada em cargos isolados e super-especializados, com tarefas repetitivas e montonas. Ao contrrio, deve fazer com que cada tarefa seja um evento grupal, um trabalho de equipe e de cooperao entre as pessoas envolvidas. O empreendedor precisa fazer com que a preocupao e resistncia das pessoas com relao mudanas sejam totalmente substitudas por cooperao, interesse e desejo de mudar. A ADMINISTRAO FUNDAMENTAIS: PARTICIPATIVA EXIGE TRS ASPECTOS

Envolvimento mental e emocional das pessoas; Motivao para contribuir; Aceitao da responsabilidade. A administrao participativa, baseada nas pessoas, tem sido apontada como a alavanca para o progresso. Ela representa o envolvimento das pessoas na gesto do negcio, alm de uma evoluo do processo democrtico (democracia do consenso). EMPORWERMENT Emporwerment significa a participao, a delegao, a responsabilidade por metas e resultados, a liberdade, a autonomia, a auto-avaliao do desempenho. Para tanto, o empreendedor precisa utilizar quatro alavancadores para proporcionar emporwerment sua equipe: Autoridade; Informao; Recompensas; Competncias.

LIDERANA E MOTIVAO As pessoas so capazes de realizar feitos incrveis. Mas preciso saber conduzi-las e estimul-las por meio de liderana e motivao. Liderana e motivao constituem as bases da administrao participativa das pessoas. A liderana um tipo de influncia pessoal por meio da qual o empreendedor influencia o comportamento dos subordinados para direcion-lo rumo aos objetivos que se pretende atingir. EXISTEM TRS TIPOS DE LIDERANA: A AUTOCRTICA, A LIBERAL E A DEMOCRTICA.

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A primeira caracteriza-se pela conduo coercitiva e impositiva das pessoas: o lder d ordens e espera o seu cumprimento. A segunda caracteriza-se pela extrema liberalidade com relao s pessoas: o lder apenas sugere e no tem qualquer ascendncia sobre as pessoas. O ideal a terceira opo, a liderana democrtica, na qual o lder expe a situao atual e os objetivos pretendidos, delineia as alternativas e discute com a equipe os melhores cursos de ao. Os subordinados tem plenas condies de participar ativamente das decises a respeito do seu trabalho, mas dentro da panormica traada pelo lder. MOTIVAO A motivao diz respeito dinmica do comportamento das pessoas. Motivar significa estimular as pessoas a fazer algo ou a se comportar rumo a determinada direo. A motivao est intimamente relacionada com as necessidades pessoais. Assim, as necessidades direcionam o comportamento daqueles que procuram satisfazer carncias pessoais. As necessidades humanas podem ser representadas em uma hierarquia que lembra uma pirmide. As necessidades que esto na base da pirmide so as mais emergentes. As pessoas precisam comer, dormir, vestir-se, enfim, satisfazer as suas necessidades cotidianas. Uma vez que essas necessidades atingem um certo grau de satisfao garantida, as necessidades de segurana afloram no comportamento das pessoas. Nesse instante as pessoas passam a se preocupar com a proteo contra o perigo (real ou potencial), a segurana no trabalho, a estabilidade emocional. Quando este nvel esta relativamente sob controle, emergem as necessidades sociais: a busca por amizades, amor, afeto, relacionamento humano, reconhecimento alheio, contato com pessoas. Quando essas esto satisfeitas, surgem as necessidades de estima: a autoapreciao, a autoconfiana, o auto-conceito, a maneira como cada pessoa se v e se avalia. E, finalmente, quando todas as demais necessidades esto relativamente satisfeitas, emerge a necessidade de auto-realizao: a necessidade de realizar todo o potencial individual para crescer, criar, gerar conquistar. Cada pessoa tende a desenvolver um tipo de necessidade prioritria sobre as demais. Cabe ao empreendedor descobrir e localizar em cada pessoa as necessidades que lhe so mais importantes e leva-las satisfao por meio do trabalho.

PLANO FINANCEIRO TRADICIONALMENTE A FUNO FINANCEIRA RESUME-SE A TRS DECISES: Investir, financiar e distribuir dividendos. Essas decises, aliadas aos controles, tem como nico objetivo aumentar o valor da empresa e, assim, justificar os investimentos e o retorno. A deciso de investir, de forma

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prtica, abrange o estudo de projetos e de sua viabilidade econmica. Esses investimentos so feitos em ativos permanentes e capital de giro. A deciso de financiar refere-se estrutura que a empresa utilizar para captao de recursos no mercado, prprios ou de terceiros, a fim de possibilitar a viabilizao do investimento, garantindo a liquidez da empresa. A deciso de distribuir dividendos relaciona-se ao resultado global das operaes da empresa e sua situao de liquidez, o que, afinal, reflete-se no valor da empresa, uma vez que conseqncia do fluxo de caixa esperado como retorno ao acionista, usualmente na forma de dividendos ou reinvesti mentos. No que se refere ao Plano de Negcios, os principais demonstrativos a serem apresentados so: Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado do Exerccio e Demonstrao do Fluxo de caixa, Todos projetados com um horizonte mnimo de trs anos, sendo que o usual normalmente um perodo de cinco anos. No caso do fluxo de caixa, deve ser detalhado mensalmente. GERENCIANDO AS FINANAS O gerenciamento financeiro a rea da empresa que cuida dos recursos financeiros, preocupando-se com dois aspectos importantes: Rentabilidade e Liquidez. Isso significa que gerenciar as finanas tentar fazer com que os recursos financeiros sejam lucrativos e lquidos ao mesmo tempo. Na realidade, estes so os dois objetivos principais das finanas: o melhor retorno possvel do investimento e a sua rpida converso em dinheiro. Tendo esses dois objetivos em mente, o empreendedor pode tocar tranquilamente suas finanas. BALANO PATRIMONIAL O balano patrimonial reflete a posio financeira da empresa em um determinado momento. constitudo por duas colunas, a do ativo e a do passivo e patrimnio lquido. O ativo corresponde a todos os bens e direitos de uma empresa. O passivo uma obrigao, ou a parcela de financiamento obtido de terceiros. O patrimnio lquido corresponde aos recursos dos proprietrios aplicados na empresa. O ativo da empresa representa as aplicaes de recursos que se dividem em circulantes, de longo prazo e permanentes. O passivo, assim como o patrimnio lquido, representa as origens de recursos. Portanto, o Balano Patrimonial, ou o equilbrio entre origens e aplicaes, representado pela seguinte equao: ATIVO = PASSIVO + PATRIMONIO LIQUIDO DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO A Demonstrao do Resultado uma classificao ordenada e resumida das receitas e das despesas da empresa em determinado perodo.

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Da receita total obtida devem ser subtrados os impostos, abatimentos e devolues concedidas, resultando na receita lquida. Desta receita lquida, deduzem-se os custos dos produtos vendidos (comrcio), dos produtos fabricados (indstria), ou dos servios prestados (servios), para se chegar ao lucro bruto. Em seguida, subtraem-se do lucro bruto as despesas operacionais. Essa denominao de despesas operacionais se d pelo fato de representarem os gastos necessrios para que as receitas sejam alcanadas. Como uma empresa pode obter receita ou ter despesa que no so provenientes de suas operaes, conveno separ-las das atividades operacionais. Finalmente, calculado o valor do imposto de renda, contabilizando-se no final a soma dos lucros ou prejuzos que, se no forem distribudos aos scios, sero incorporados ao patrimnio lquido, alterando por conseqncia o prprio balano. ESTRUTURA DO DRE Receita Bruta (-) Dedues da Receita = Receita Lquida (-) Custos das Vendas = Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais = Lucro Operacional (-) Despesas no Operacionais + Receitas no Operacionais = Lucro FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa a principal ferramenta de planejamento financeiro do empreendedor. As principais preocupaes devem estar em honrar os compromissos com os fornecedores, credores, gastos com pessoal, impostos etc., e definir as melhores formas de venda do produto/servio, visando a obter a receita necessria para que a empresa no fique com o caixa negativo e no precise recorrer a emprstimos bancrios continuamente. Assim, ao analisar o fluxo de caixa de sua empresa, o empresrio poder saber se vivel vender os produtos a prazo, dar descontos ou eliminar estoques para fazer caixa, por exemplo. Trata-se de uma ferramenta estratgica que auxilia o empreendedor no gerenciamento e no planejamento das aes que sero tomadas no dia-a-dia e no futuro da empresa. CAPITAL DE GIRO Uma empresa, comprando, vendendo, produzindo, pagando e recebendo, est operacionalmente envolvida em dois ciclos: ciclo econmico e ciclo financeiro. O ciclo econmico o prazo decorrente entre a aquisio dos recursos e a venda do produto, mercadoria ou servio. O ciclo financeiro o prazo decorrente entre o pagamento dos recursos adquiridos e o recebimento das vendas. So importantes a conceituao, entendimento e clculo do ciclo financeiro mdia da empresa, uma vez que os pagamentos usualmente ocorrem antes dos recebimentos, gerando-se uma necessidade de financiamento permanente de capital de giro.

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No caso, o ciclo completo de operao deve ser financiado pela empresa, uma vez que, no perodo decorrido entre a aquisio dos recursos, processamento e venda, os recursos adquiridos so pagos antes do recebimento das vendas. Se a empresa no possui uma estrutura de capital prprio e de financiamento adequadas para suportar o giro de 27 dias, dever recorrer a emprstimos de curto prazo, muito provavelmente experimentando crises e liquidez constantes. PONTO DE EQUILIBRIO No ponto de equilbrio no lucro nem prejuzo. o ponto no qual a receita proveniente das vendas equivale soma dos custos fixos e variveis. de grande utilidade, pois possibilita ao empresrio saber em que momento sem empreendimento comea a obter lucro e, assim, torna-se uma importante ferramenta gerencial. PE = custo fixo 1 - (custo varivel/receita total) Para obter o PE em quantidade de produtos, basta dividir o resultado anterior pelo preo de venda unitrio do produto. NDICES FINANCEIROS Os ndices financeiros indicam como est a situao financeira da empresa, e a capacidade de honrar seus compromissos no prazo. Existem quatro grupos bsicos de indicadores: Liquidez - mostra se a empresa capaz de saldar suas dvidas; Atividade - o giro do estoque demonstra a velocidade em que o estoque renovado em determinado perodo. O giro do ativo permite medir a eficincia com que a empresa capaz de usar seus ativos para gerar vendas; Endividamento - demonstra quando do total de ativos e financiado pelos credores da empresa e o total de recursos que so fornecidos pelos credores e pelos proprietrios; Lucratividade - mostra o quanto a empresa atrativa do Empreendedorismo corporativo

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