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+ Cláudia Sousa Leitão, Dra Políticas e Gestão: o desafio da sustentabilidade dos projetos culturais

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Cláudia Sousa Leitão, Dra

Políticas eGestão:

o desafio dasustentabilidade

dos projetos

culturais

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Tópico 1

Sobre a Cultura e o

Estado em tempos de

globalização.

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À guisa de introdução ou reflexão sobre ossignificados da cultura

Primeiro significado de Cultura- cultivo, cuidado com a terra, fazerbrotar, frutificar;

Século XVIII: cultura como civilização, como rompimento com anatureza;

Século. XIX: cultura como um ramo das ciências humanas: aAntropologia (uma ciência periférica à Economia e à Sociologia;

A Economia, através de sua razão instrumental, descreverá e explicaráo sistema capitalista e a importância do Mercado; A Sociologia justificaráa presença do Estado e da nova sociedade;

Para a Economia a cultura é quase sempre irrelevante (um bemeconômico qualquer ou um fator transversal de produção);

Para a Sociologia, a dimensão cultural, ou seja, a valorização dasdiferenças, perde força em nome dos princípios do universalismo e daspromessas emancipatórias do desenvolvimento humano.

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Os riscos de por o espírito diante da razão: adiversidade cultural enquanto ameaça ao

pensamento moderno A modernidade ocidental constrói um meta-modelo universal, O Modelo

Cultural com C maiúsculo para o qual todas as culturas devem convergir.

Logo:

Modernização/Ocidentalização/Globalização/Racionalização/IntegraçãoCapitalista passam a constituir conceitos indissociáveis e legitimarão todasas “missões civilizatórias”, colonialismos etc;

A ideologia moderna é monoteísta, construindo discursos políticos, sociais,econômicos e organizacionais autoreferentes (a metáfora cristã do “amar 

o outro como a si mesmo”, ou seja, “amar a si mesmo no outro”);

A razão instrumental busca, em nome de uma “epistemologia da certeza”

fundamentar-se em parâmetros quantitativos, classificáveis e planificáveis.

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Ainda sobre a modernidade e sua razão instrumental...

Ênfase na relações custo/benefício, na racionalização de estruturas,na hegemonia do conhecimento científico e tecnológico, nasistematização de quadros reguladores e normativos das relaçõessociais e de produção;

Formulação do projeto de modernização determina éticas e estéticas,

assume o evolucionismo darwinista como um dogma, construindo einstitucionalizando sua verdade como “A Verdade”!

“Torno o outro mais igual a mim para colocá-lo a meu serviço” (apalavra “converter” significa voltar a si);

Reconheço para dominar... A redução das diferenças legitima elegaliza a desigualdade;

Dentre as práticas discursivas de organização social de sentido, odiscurso do Estado/poder governamental é dos mais competentes,posto que se legitima a partir do Direito.

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Estado Brasileiro e as tentativas de reforma

-Busca de um novo modelo de reforma administrativa diante doinsucesso de inúmeras iniciativas;

Aspectos estratégicos importantes para uma reforma administrativa:orientação valorativa (filosofia), componente substantivo (o quemudará) e componente operativo (como se implantará a mudança);

-Histórico das reformas administrativas brasileiras:Concepções mecanicistas de administração, escopos imediatistas,diagnósticos enviesados, tradicionalismos, autoritarismo,formalismo;

-O que deve orientar uma reforma administrativa?

- Orientação teleológica (que prestigia as atividades-fim da Adm.Pública);- Orientação para a solução de problemas (criatividade);- Orientação valorativa (valores democráticos);- Orientação cultural (cultura de mudança para a transformaçãosocial)

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Reformas administrativas devem também levar em conta:

-Complexidade das organizações públicas (multidimensionalidade);-Relação dialógica entre atos administrativos e atos políticos;-Necessidade de promover participação, motivação, cultura deplanejamento;-Melhoria da qualidade dos serviços públicos;-Necessidade de flexibilidade organizacional;

-Transparência / controle social;

As reformas administrativas devem modernizar o Estado,combatendo na gestão pública brasileira:

- As práticas tradicionais de clientelismo, patrimonialismo eassistencialismo;

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Crises do Estado Brasileirosegundo Bresser Pereira:

Crise fiscal (dívidas)

Crise do Modelo (gestão mecanicista)

Crise do aparelho (estruturas ultrapassadas)

Crise da cultura (autoritarismo)

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Concepções do Plano Diretor da Reforma do Estadoconcebido por Bresser Pereira em 1990 (do modelo

burocrático ao modelo gerencial) Núcleo estratégico: poderes executivo (presidente, ministros,

auxiliares e assessores) legislativo, judiciário, MinistérioPúblico; só pode ser reformado por emenda constitucional

Atividades exclusivas: setor em que são prestados os serviçosque só o Estado pode realizar (cobrança de impostos,segurança, previdência, educação básica, saúde etc);

Serviços não exclusivos: setor em que o Estado atuasimultaneamente com outras organizações públicas não-estatais e privadas (atividades que envolvem os direitos

humanos fundamentais (a cultura está aí!); Produção de bens e serviços para o mercado: corresponde à

área de atuação das empresas (voltadas às atividadeslucrativas como é ocaso da infra-estrutura);

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Logo...

O Estado Gerencial passa a transferir, através de permissões e

concessões, para o privado um maior número de serviços!

Consequência:

Surgem as OS’ s e as OSCIPS’ S (leis federais de 1999)

Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito privado,sem fins lucrativos; funcionam a partir de contratos de gestãoentre o poder público e a entidade qualificada;

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Social também sãopessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que sãoregidas por estatutos; são qualificadas pelo Ministério da Justiçapodendo celebrar parcerias com o poder público;

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Somos um mercado consumidor de bens culturais e tecnologiasimportados;

O Relatório da Unesco 1980-1998 afirma que as importações de bens

culturais em nível mundial passaram de US$ 47,8 bilhões em 1980para US$ 213,7 bilhões em 1998. As exportações passaram de US$47,5 bilhões para US$ para 174 bilhões. Em 1998 só treze países eramresponsáveis por mais de 80% das importações exportações (EUA,Japão, China e países da União Européia);

Presença de forte fluxos migratórios para outros continentes queafetam e transcendem a “localização” da cultura latino-americana nomundo que reestruturam estilos de vida, desagregando imaginárioscompartilhados;(a maior cidade consumidora de bens culturaisespânicos é Miami);

Em que medida os efeitos da globalizaçãoimpactam sobre as políticas e a gestão cultural?

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E mais...

A exportação dos nossos produtos culturais (músicas,telenovelas, filmes etc) se dá através da indústriatransnacional (ex: escritores argentinos, colombianos echilenos publicam através de editoras de Madri ouBarcelona, músicos cubanos e jamaicanos gravam nos EUA,africanos gravam em Paris);

Surgem novas representações culturais em função dadesterritorialização da cultura: o que significa ser argentino,brasileiro, ou colombiano para a indústria cultural? (ausênciade força global e perda cultural das diversas nacionalidades);

Enquanto alguns produtos culturais vendem aos milhares emilhões, fecham-se teatros, cinemas, livrarias, bibliotecas.

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A expansão econômica e da mídia propiciada pelas indústrias culturaisnão beneficia equitativamente a todos os países nem regiões (AAmérica Latina não consegue se converter numa economia mundial deescala com forte capacidade exportadora);

A assimetria da globalização das indústrias culturais geradesigualdades econômicas mas também desequilíbrios históricos noacesso á comunicação, à informação e ao entretenimento;

A hegemonia das indústrias culturais, proprietárias ao mesmo tempo deredes de telecomunicações, bancos, editoras, canais de televisão,

induzem indivíduos a se tornarem consumidores de produtos culturaisde má qualidade.

Por último...

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Tópico 2

Gestão pública e

gestão cultural:

As organizações culturais diante das novas dinâmicas dosetor cultural e os significados da sustentabilidade

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O grande tema do novo milênio surge como um alerta promovido porativistas e organismos internacionais para a escassez dos recursosnaturais disponíveis no planeta diante da fúria do capitalismo global. Este,por sua vez, como se não fosse o grande responsável pela catástrofeanunciada, tomou a dianteira desse processo e ressignificou, talvez demaneira irreversível, o próprio conceito de sustentabilidade.

A demanda por desenvolvimento (agora sustentável) abriu novas frentesde exploração e especulação mercadológica, com base em créditos decarbono, carteiras de investimento e uma série incontável de produtos,que anunciam um processo de “comoditização” da sustentabilidade.

Mas quando falamos de responsabilidade ambiental ou social, referimo-nos, em última análise, a uma necessidade de mudança decomportamento e atitude em relação a nós mesmos e ao planeta em quevivemos. Uma questão cultural, portanto.

Sustentabilidade x Cultura

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Sustentabilidade x cultura

Por que o mesmo tipo de convergência das agendas sociais não seefetivou do lado da cultura? Por que o apelo do marketing e do

entretenimento sobrepõe-se às questões de relevância para o

desenvolvimento cultural? Como buscar uma afinidade temática entre

as questões ambientais e as responsabilidades social e cultural?

* Trecho do livro O Poder da Cultura .

Leonardo Brandt

Busca de sustentabilidade mas... qual sustentabilidade?

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Diante desse quadro... constituem ameaças ao desempenhodos gestores culturais:

A extrema desigualdade social brasileira;

O Estado forte e a sociedade frágil e vulnerável;

Os velhos modelos de desenvolvimento (que não prestigiam odesenvolvimento humano e sustentável);

A rigidez da administração pública;

A presença ainda pouco representativa de servidores públicosexperts ;

A necessidade de reforma administrativa urgente nãosomente no poder executivo mas também nos podereslegislativo e judiciário.

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Por outro lado.... É necessário observar asoportunidades para os gestores culturais:

A cultura se encontra cada vez mais presente nos debatesinternacionais e nas declarações universais, especialmente quandose discute desenvolvimento e suas conexões com a diversidadeplanetária;

O crescimento da economia do turismo, do lazer e da cultura;

A presença mais eficaz do Ministério da Cultura, a partir doGoverno Lula, na retomada do Estado na formulação de políticaspúblicas;

O crescimento da legislação cultural nas esferas federal, estaduaise municipais;

A maior presença da cultura nos discursos políticos (a“culturalização” da política);

O crescimento das pesquisas no campo cultural;

O crescimento de cursos de formação para o setor.

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A maior oportunidade:a emergência da transversalidade das políticas culturaisnas políticas públicas:

Tendência de uma maior presença das políticas culturais nasdemais políticas públicas setoriais:

“No tocante a políticas públicas, o importante seria saber 

não somente qual a política pública de uma Secretaria ou deum Ministério da Cultura para os teatros, a música, o

cinema, a literatura, o patrimônio cultural, os museus earquivos, o folclore, a culinária tradicional, o artesanato, olazer e os espetáculos , mas qual a dimensão cultural nas

políticas de habitação, de saúde, transportes, políticaeconômica, administrativa ou previdenciária, assim por

diante...” (Ulpiano Bezerra de Menezes)

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Gestão Pública e Gestão Cultural: a busca demodelos e o desenvolvimento de práticas.

1. Gestão descentralizada com ênfase no capital humano

• Não é mera transferência de tarefas;• Não é uma municipalização selvagem!!• Não garante a democratização da gestão (atenção àmultiplicação excessiva de conselhos municipais setoriais!!)

Descentralização é sobretudo:• redistribuição de poder;• compreensão da diversidade regional / municipal brasileira;• equilíbrio entre competências e recursos;• fomento à participação social consciente e qualificada;

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2. Gestão Estratégica...mais do que planejar pontualmente

uma organização, ela é um trabalho contínuo capaz de:

• Enfatizar cotidianamente o planejamento e a construção de cenários(macro-ambiente, mercado, valores);

• Definir objetivos claros e os recursos para atingi-los;

• Construir uma cultura de controle e avaliação;

• Produzir diagnósticos (produção de indicadores, levantamento de dadosetc);

• Pactuar metas que serão perseguidas e analisar os resultados obtidos;

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Gestão por Resultados e suas características

Menos ênfase nos processos e nos produtos e maior priorização dosresultados obtidos pelas ações governamentais ;

Prioridade ao monitoramento e à avaliação de políticas, programas eprojetos;

Racionalização do uso dos recursos públicos;

Geração de aprendizado/cidadania junto às populações;

Postura empreendedora e busca de padrões de eficiência, eficácia eefetividade, com ética e transparência;

Diálogo permanente com a sociedade (monitoramento e avaliaçãodas ações governamentais sob o ponto de vista do cidadão);

Redução e custos e de tempo nos processos;

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Fluxograma I- Gestão pública Tradicional Modelo de Organização-> Modelo de Gestão->

ProcedimentosProdutos/Serviços

Fluxograma II- Gestão pública por resultados ...Identificação do Problema-> Definição de

objetivos/metas/meios e fins->Insumos/Recursos-

>Atividades/processos->Produtos->Resultados-

>Impactos-- (retroalimentação do Processo)----

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Logo:

Fim da verticalidade do Estado que decide o que é melhor paraquem e como;

O modelo tradicional privilegia a administração, as atividades-meiona busca de criar produtos);

O modelo por resultados considera que o produto é um meio parase alcançar um fim, ou seja, para criar impactos/resultados;

Quando ocorre o impacto?

Quando há o envolvimento de sociedade e governo diante daspolíticas, dos programas e projetos (desenvolvimento comenvolvimento)

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Para quem e por quem é desenvolvida a GPR?

Quem são os grupos de interesse?

Os beneficiários diretos da ação pública (co-responsáveis pelaformulação das políticas);

Gestores e técnicos do setor público (responsáveis pela articulação

com os diversos atores sociais)

Atores indiretamente envolvidos (comunidades e grupos sociaisdiversos);

Sistema político (políticos, entidades de classe etc);

Mídia.

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A Gestão se culturaliza...

Crescimento dos estudos sobre cultura organizacional dentro dos

modelos teóricos de Administração (haveria uma cultura

organizacional brasileira?);

Gestão das organizações culturais são influenciadas pelas formas

tradicionais de gestão mas não poderíamos construir a partir da

gestão cultural novas alternativas para a gestão pública

brasileira?

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Mitos organizacionais x mitos da cultura

Mitos organizacionais/ mitos da cultura:

Cultura é tudo (somatório de todas as realizações humanas);

Cultura é saber erudito, produto das elites;

A cultura é frágil e está sempre preste a se extinguir;

A cultura rouba recursos das economias pobres (quanto

menos cultura mais recursos para o Estado);

O fomento público ou privado „a cultura necessariamente

produz dirigismo cultural ( o combate ao mecenato).

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Mitos da Cultura e do Desenvolvimento

Culturalistas | associação entre desenvolvimento e cultura equivaleria a

pregar uma doutrina de predestinação à pobreza ou á riqueza dassociedades e nações (culturas ativas abertas ao desenvolvimento xculturas passivas fechadas ao desenvolvimento, associadas ao “Terceiro

Mundo”);

PNUD | substitui os indicadores de desenvolvimento estritamente

econômicos por seu indicador de desenvolvimento humano (IDH-renda,educação e expectativa de vida); Fórum sobre Desenvolvimento eCultura em 1999 proposto pelo BID; Conferência em 1998 sobre Cultura eDesenvolvimento Sustentável proposta pelo BID e UNESCO;

James Wolfenson, presidente do BID | “Temos que respeitar as raízes 

das pessoas em seu próprio contexto social. Temos que proteger a herança do passado. Mas também temos que estimular e promover a cultura viva em todas as suas múltiplas formas ”.

Palavras de ordem | participação e capital social.

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Nova percepção da Cultura | passa a ser percebida como matrizdinâmica dos sentimentos e percepções comunitárias; protagonistaspassam a solicitar subsídios para a preservação de suas expressões

culturais; a diversidade cultural abole a representação hierarquizada dodesenvolvimento;

Novos significados para o Desenvolvimento | passa a não significarunicamente o enriquecimento econômico, as obras de infra-estrutura(saneamentos, estradas, habitação etc) ou a capacidade de

industrialização ou de modernização das cidades, mas, sobretudo, acapacidade da reação das comunidades a estas intervenções;

Combate ao desenvolvimentismo | aposta na industrialização, proteçãodo Estado a determinadas áreas econômicas (monopólios), dirigismo

econômico;

E às conseqüências do desenvolvimentismo | populações excluídasde participação, concentração de renda, endividamento do Estado,populismos etc.

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Tendência para o século XXI:

Atores culturais passam a ser reconhecidos como agentes dodesenvolvimento | patrimônio cultural percebido como capital social;

manifestações culturais e patrimônio edificado percebidos como motoresde desenvolvimento; crescimento das indústrias culturais (risco dosprodutos chamados por Ortiz de “folclore internacional popular”) e o papel

das políticas públicas:

controle dos conteúdos das indústrias culturais;

presença de políticas claras para a cultura (risco dos sistemasparalelos de governança) pois o Estado deve ser referência daspolíticas de desenvolvimento ; (municipalização da cultura)

Gestores públicos experts (quadros técnicos de qualidade)

Obstáculos/dilemas | Planos de ajuste estrutural dos Estados que levama restringir drasticamente o gasto público, especialmente às custas dosorçamentos de saúde e educação; imposições do BIRD e do BancoMundial à vinculação de recursos!

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Pressupostos de uma gestão estratégica da cultura:

Reconhecimento do ambiente externo; Reconhecimento do campo cultural Bourdieu );

Campo Intelectual (Bourdieu): Espaço estruturado a partir dasposições ocupadas pelos atores na dinâmica que estabelecem comos outros campos constitutivos da vida social. É marcado pelos jogos

de poder, por sua vinculação direta com o campo político, este últimoestruturante das posições que os intelectuais ocupam no seu próprioespaço de atuação (define hegemonias, polêmicas, ritos que afirmamou marginalizam „lugares de fala‟;

Reconhecimento dos arranjos produtivos das artes e da cultura;

Formação de profissionais para a gestão e para o campo cultural; Compreensão dos significados da criatividade e da inovação para as

organizações culturais .

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A gestão cultural deve levar em conta:

A especificidade dos bens culturais

A compreensão do caráter efêmero e aleatório da produção artística ;

A compreensão de que produtos e serviços culturais nãocorrespondem à velha lógica da oferta e da procura ,mas que os

mesmos induzem o surgimento de novos consumidores (primado daoferta sobre a procura);

A fragmentação da oferta (cada produto oferecido é único e emborase controle o processo produtivo não se pode garantir o sucesso doconsumo;

O efeito assinatura (a marca do autor e seu peso simbólico).

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Logo:

Os bens culturais é que devem formatar as bases de umagestão das organizações culturais e não a gestão deveformatar os bens culturais;

No campo da cultura trata-se de organizar a ação estratégicanão somente a partir da lógica da demanda, mas também daoferta.

Consequência:

Os produtos e serviços culturais criam uma nova demanda ounovos consumidores!!!

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Gestores culturais... Quem eram, quem são equem serão?

Primeira Geração: os intelectuais;

Segunda Geração: os autodidatas;

Terceira Geração: rumo à profissionalização;

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1. Impasse do Estado na definição das instituições que conduzamas atividades culturais:

Exemplo: Itália - atividades cinematográficas e teatrais ligadas aoMinistério do Turismo e Espetáculos; Brasil- gestão do segmento áudiovisual diluída na Casa Civil da Presidência da República, Ministério dasComunicações, MINC;

2. Os produtos culturais ao serviço das ideologias do Estado (“A

imprensa, o rádio, a literatura, a música, o cinema e o teatro são aguçadasarmas ideológicas de nosso partido. E ele faz com que estas armasestejam sempre de prontidão para a luta e que atinjam o inimigo sem errar.O partido não permitirá a ninguém cegar essas armas ou enfraquecer seusefeitos”(Nikita Kruschev) ;

3. Indefinição normativa /gestão dos subsistemas culturais ;

Principais desafios para a sustentabilidade dos projetosculturais

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Identificar áreas estratégicas do nosso desenvolvimento a partir daênfase nas pessoas, comunidades e grupos sociais e culturais (queprodutos culturais -monumentos, sítios históricos, artesanatos, línguas,tradições podem melhorar as condições de vida das populações? De

que forma poderemos utilizar nossas riquezas culturais a serviço dodesenvolvimento que desejamos?)

Identificar nosso capital social e cultural no mundo

Intermediar e facilitar as relações do Estado e da Sociedade na

formulação das políticas públicas de cultura ;

Quais seriam os papéis dos gestores públicos brasileiros nabusca de sustentabilidade dos projetos culturais?

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1. Criação de condições para o desenvolvimento da criação, da produção e datransmissão cultural e artística (investimento em formação, apoio à inovação)

2. Democratização da Cultura ( criação de infra-estrutura e da base tecnológicapara a descentralização e o acesso universal aos bens e serviços culturais);

3. Qualificação da gestão cultural necessária para a formulação, a execução, ocontrole e a avaliação das políticas culturais públicas;

4. Criação e atualização permanente de uma base de dados da cultura (criaçãode indicadores, levantamento do PIB da Cultura, conhecimento dos arranjosprodutivos da cultura, do mercado de trabalho dos profissionais da cultura);

5. Garantia da diversidade cultural, da interculturalidade e da pluralidade deconteúdos culturais e artísticos;

6. Criação de redes entre diversos atores políticos e sociais capazes de produzirsinergias e ações transversais de desenvolvimento a partir e através da

cultura;7. Criação de um leito institucional (sistemas, leis, regulamentos etc) capaz de

garantir uma base legal para o campo cultural;

8. Criação de instâncias de formulação e gestão compartilhada das políticasculturais entre Estado e Sociedade.

Políticas Públicas de Cultura: desafios e perspectivas dogestor para a sustentabilidade dos projetos culturais

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• Ainda é reduzida a atenção dada por políticos em geral e cientistassociais às políticas públicas da área cultural, sejam elas oriundas deórgãos federais, estaduais ou municipais (políticas de cultura não estãopresentes nos discursos dos candidatos ao legislativo ou ao executivo,embora todos se refiram à importância e à riqueza de nossas expressões

culturais).

• Se o país adotou alguns princípios para sua política econômica, os quaisvêm se mantendo, apesar das mudanças de governo, não temos notícia nopaís de uma política cultural capaz de manter-se ao longo do tempo econsolidar-se através de planos, indicadores, avaliação de metas eaferição de resultados.

Desafios das políticas e da gestão pública de cultura noBrasil.

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• No Brasil, as ações de cultura mantiveram-se tradicionalmente dispersasem diversos órgãos federais, estaduais e municipais, órgãos

desvinculados do Ministério e das Secretarias Estaduais e Municipais deCultura. Vale, nesse caso, ressaltar que a pobreza dos orçamentosdestinados à área cultural simboliza o desprestígio e a invisibilidade daspolíticas públicas para a cultura no país.

• Ausência de diretrizes claras sobre os limites da intervenção do Estado

na área cultural provoca, em muitos casos, ou um confronto aberto deposições radicalmente antagônicas levando à paralisia decisória, ou umacerta tendência a evitar projetos mais ousados e a privilegiar um grandenúmero de pequenas ações...

• Atuação clientelista e assistencialista das agências de fomento cultural ,

clientelista porque se restringe a atender, de maneira geralmentepassiva, as demandas da clientela própria da área artística em geral. Oobjetivo dessas demandas é sempre o mesmo: recursos financeiros paraum determinado projeto cultural; assistencialista porque tende a apoiar asatividades culturais compreendendo-as como processos de socialização.

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Tópico 3O desafio da

sustentabilidade dos

projetos culturais :

O caso das Indústrias Criativas

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Plano Nacional de Cultura

Ministério da Cultura

DimensõesCulturais

Simbólica

Cidadã

Econômica

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Programa Mais Cultura

Indicadores de exclusão

• Apenas 13% dos brasileiros freqüentam cinema alguma vez por ano;

• 92% dos brasileiros nunca freqüentaram museus;

• 93,4% dos brasileiros jamais freqüentaram alguma exposição dearte;

• 78% dos brasileiros nunca assistiram a espetáculo de dança,

embora 28,8% saiam para dançar;

• Mais de 90% dos municípios não possuem salas de cinema, teatro,museus e espaços culturais multiuso;

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• O brasileiro lê em média 1,8 livros per capita/ano (contra 2,4 na

Colômbia e 7 na França, por exemplo);

• 73% dos livros estão concentrados nas mãos de apenas 16%

da população;

• O preço médio do livro de leitura corrente é de R$ 25,00,

elevadíssimo quando se compara com a renda do brasileiro nas

classes C/D/E;

• Dos cerca de 600 municípios brasileiros que nunca receberam

uma biblioteca, 405 ficam no Nordeste, e apenas dois no Sudeste;

Programa Mais Cultura

Indicadores de exclusão

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• 82% dos brasileiros não possuem computador em casa, e 70% não

tem qualquer acesso a internet (nem no trabalho, nem na escola);

• 56,7% da população ocupada na área de cultura não têm carteira

assinada ou trabalha por conta própria;

• A média brasileira de despesa mensal com cultura por família é

de 4,4% do total de rendimentos, acima da educação (3,5%), não

variando em razão da classe social, ocupando a 6ª posição dos gastos

mensais da família brasileira.

Programa Mais Cultura

Indicadores de exclusão

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• Garantir o acesso aos bens culturais e meios necessários para aexpressão simbólica e artística;

• Promover a diversidade cultural e social, a auto-estima, o sentimento

de pertencimento, a cidadania, a liberdade dos indivíduos, o protagonismoe a emancipação social;

• Qualificar o ambiente social das cidades, ampliando a oferta deequipamentos e os espaços que permitem o acesso à produção e à

expressão cultural;

• Gerar oportunidades de emprego e renda para trabalhadores dasmicro, pequenas e médias empresas, assim como empreendimentos deeconomia solidária no mercado cultural brasileiro.

Programa Mais Cultura

Diretrizes

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Dados da Indústria Cultural

MUNIC (2006): Pesquisa do IBGE

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ESTUDOS ACERCA DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS

O que são indústrias criativas?

São os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviçosque usam criatividade e capital intelectual como insumos primários”

(UNCTAD)

A indústria criativa possui um núcleo ( que envolve a produção direta debens e serviços criativos) e as indústrias relacionadas (fornecedoras de

materiais e elementos para o funcionamento do núcleo).

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UNCTAD - Classificação das Indústrias Criativas (2008)

Sítios

Culturais

Manifestaçõe

s Tradicionais

 Artes

 Visuais

 Artes

Performáticas

Publicações

e Mídias

Impressas

 Audiovisual

DesignNovas

Mídias

Serviços

Criativos

Indústrias

Criativas

Patrimônio

Artes

Mídias

CriaçõesFuncionais

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O Creative Industries Precinct é o

primeiro local da Austrália dedicado à

experimentação e ao desenvolvimento

comercial das indústrias criativas. Eleproporciona uma oportunidade única para

designers, artistas, pesquisadores,

educadores e empreendedores para se

conectarem facilmente e colaborarem uns

com os outros para criarem novos

trabalhos, desenvolverem novas idéias e

alavancarem o setor das indústrias criativas

em Queensland.

Creative Industries PrecinctBrisbane – Queensland - Australia

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Trabalhando de forma integradacom parceiros do governo e doempresariado, a QUT – QueenslandUniversity of technology é líder

nacional no desenvolvimento dasindústrias criativas em Queenslandna Austrália e está se tornando umgrande eixo internacional deempresas criativas.

Creative Industries PrecinctUniversidade – Governo – Iniciativa Privada

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1. Incubadora de empresas2. Centro de aceleração das indústrias criativas (Kelvin Grove Urban

Village)

3. Consultoria em negócios criativos4. Fomento aos negócios criativos em estágio inicial5. Programa de conexões criativas (capacitações e outros eventos de

transferência de conhecimento)

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Kelvin Grove Urban Village éuma comunidade diversificadada cidade, associando aaprendizagem com asempresas, as indústrias

criativas com a comunidade. Oresultado é uma nova parte deBrisbane que oferece soluçõesúnicas de vida.

Creative Industries PrecinctKelvin Grove Urban Village

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1.Serviços de comunicação e marketing

2.Comunidade e Cultura

3.Novas mídias

4.Legislação, regulamentações e assessorias

5.Audiovisual

6.Mídia Impressa

7.Música e radiodifusão

http://www.brisbanemediamap.com.au/ 

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Queensland University of Technology

• Precinct – Espaço para difusão e desenvolvimento denegócios criativos.

• Creative Enterprise Australia - Incubadora

• CCI / ICI – Centros de pesquisa

• Creative Equipments – Equipamentos criativos

• QUT Law – Faculdade de direito da QUT

• Governo Local

• Brisbane City Council – Prefeitura de Brisbane

• Brisbane Marketing – Convention Bureau

• Governo do Estado

• Arts Queensland – Secretária de Cultura

Indústrias Criativas

A experiência australiana

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Indústrias Criativas:

Dados do Brasil

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Dados do Brasil

Indústrias Criativas

638.000 trabalhadores, isto é 1,8% da força de trabalho brasileira,atuam em empresas/ negócios criativos;

Arquitetura, moda e design são os principais mercados de trabalho dasindústrias criativas no Brasil;

US$ 60.2 bilhões, cerca de 2,6%, do PIB nacional é produzido poratividades das indústrias criativas;

52.300 dos negócios criativos estão registrados.

Fonte: RAIS (2006)

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Programa Nordeste Criativo

Universidade

Estadual

do Ceará

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Bacia

Cultural

Bacia

Criativa

CriativaBureau

Bureaude Negócios

Criativos

Programa Nordeste Criativo

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Programa Nordeste Criativo

Conceito de “Bacia Criativa”

Chamamos de “bacia criativa” a unidade territorial em que, a partir 

da criatividade, éticas e estéticas se entrelaçam para produzir

vivências e sobrevivências humanas, ou seja, um espaço

privilegiado de articulação entre cultura, ciência e tecnologia,

meio ambiente e desenvolvimento local/regional.

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Implementar o Programa Nordeste Criativo como estratégia de fomento às

Indústrias Criativas da região nordeste do Brasil, a partir dos seguintes

projetos: 1) o Observatório das Indústrias Criativas do Nordeste, para odesenvolvimento de pesquisas de mapeamento da oferta e do consumo relativos

à economia criativa, além da geração e difusão de conhecimento relativo aos

mercados e tendências deste segmento econômico; 2) o Birô de Negócios

Criativos, para a estruturação de ambientes de promoção e fortalecimento da

cadeia produtiva das indústrias criativas destinados a contribuir para o fomento

de empreendimentos criativos sustentáveis.

Programa Nordeste Criativo

Objetivo Geral

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Observatório das IndústriasCriativas do Nordeste

Bureau de NegóciosCriativos

Programa Nordeste Criativo

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Observatório das Indústrias Criativas

1. Estabelecer um Sistema de Informações com dados estatísticos sobreas indústrias criativas da região nordeste;

2. Realizar e difundir análises quantitativas e qualitativas sobre estesegmento econômico;

3. Articular parcerias com outros observatórios e demais instituições depesquisa voltados à economia criativa;

4. Analisar as problemáticas específicas de cada categoria de atividadesdesta economia (patrimônio, artes, novas mídias e criações funcionais);

5. Analisar a demanda e o consumo de bens e serviços criativos;

6. Realizar mapeamentos das indústrias criativas na região nordeste;

7. Realizar cartografia das “bacias criativas” da região Nordeste.

Programa Nordeste Criativo

Objetivos específicos

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1. Densidade populacional (hab/km²)

2. Densidade de produção ou circulação ou consumo de bense serviços criativos:

• Festivais ou mostras (dança, gastronomia, música, teatro, circo, artesplásticas e visuais, manifestações tradicionais, outros)

• Festas (religiosas, cívicas, culturais / artísticas)

• Feiras (artes, música, artesanato, livros, agropecuária, moda, outros)

• Sítios culturais / naturais: arqueológicas, urbanos, paisagísticos,naturais / ambientais / ecológicos / paleontológicos, arquitetônicos

• Grupos artísticos (teatro, manifestação tradicional popular, cineclube,dança, musical, orquestra, banda, coral, associação literária, capoeira,circo, escola de samba, bloco carnavalesco, desenho e pintura, artesplásticas e visuais, artesanato)

• Atividades artesanais

Observatório das IndústriasCriativas do Nordeste

Escopo Cartográfico

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• Atividades artesanais

• Número de meios de comunicação (jornal impresso, revista impressa,rádio, TV, provedor de internet)

• Equipamentos culturais (bibliotecas públicas, arquivos, museus, galerias,

teatro ou salas de espetáculos, centro cultural, estádios ou ginásiospoliesportivos, cinemas);

• Pólos criativos (gastronômicos, artesanais, religiosos, e de lazer / desportivos)

• Bens e serviços criativos associados ao Design e suas modalidades –

interior, gráfico, moda, jóias, brinquedos e produtos especiais;

• Serviços criativos relacionados à arquitetura, publicidade, pesquisa edesenvolvimento criativos, lazer, entretenimento e gastronomia;

• Produtos e serviços das novas mídias como softwares empresariais, jogos educacionais e /ou de entretenimento eletrônicos, jogos virtuais,conteúdos criativos digitais (web sites)

Observatório das IndústriasCriativas do Nordeste

Escopo Cartográfico

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3. Densidade institucional• Educação - Presença de universidades / faculdades, instituições de

formação profissional, ong‟s, centros tecnológicos, institutos de educação

tecnológica e outros;

• Experiência de governança regional – pactos de gestão compartilhadaestabelecidos entre as diversas instituições publicas, privadas esociedade civil com ações no território.

4. Densidade sócio-econômica• Quantidade e diversidade de empreendimentos privados baseados no

território

• Nível educacional médio da população• Índice do Desenvolvimento Humano – IDH dos municípios que compõem

os territórios

• Renda familiar

5. Sede de agências do BNB

Observatório das IndústriasCriativas do Nordeste

Escopo Cartográfico

TERRITÓRIOS CRIATIVOS

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TERRITÓRIOS CRIATIVOS

Cidades / Macroterritórios:Construídos a partir de grandespólos urbanos/ metropolitanos.

• São Luís• Fortaleza (*)• Recife• Salvador / Recôncavo Baiano

Sub-regiões interestaduais:Construídas a partir das sinergiasentre os Estados.

• CE/ PI/ MA• PI/ MA (Espaço Pedro II)• CE/PI/PE/PB – Araripe

• RN/PB/PE• AL/SE• PE/ BA - Pólo Petrolina eJuazeiro

(*) Projeto-piloto

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Birô de Negócios Criativos

1. Promover o desenvolvimento de competências empreendedoras eprofissionais dos agentes econômicos envolvidos com as indústrias

criativas;2. Apoiar a elaboração e o desenvolvimento de projetos de acesso à crédito e

de planos de negócios destinados a empreendimentos criativos einovadores;

3. Assessorar a implantação de novos negócios criativos;4. Democratizar o acesso a informações sobre os diversos mecanismos de

financiamento do setor;5. Promover articulações institucionais com entidades públicas e privadaspara o desenvolvimento da economia criativa do Nordeste;

Programa Nordeste Criativo

Objetivos Específicos

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Birô de Negócios Criativos

6. Apoiar a divulgação e a circulação de bens e serviços criativos;

7. Estimular o uso da internet e de novas mídias como ferramentasestratégicas para os negócios criativos;

8. Articular a integração dos elos das cadeias produtivas da economia criativado Nordeste;

9. Divulgar e disponibilizar estudos, relatórios, documentos, periódicos epublicações resultantes das pesquisas desenvolvidas pelo Observatóriodas Indústrias Criativas do Nordeste.

Programa Nordeste Criativo

Objetivos Específicos

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• Empreendedorismo Criativo

• Articulações Institucionais

• Difusão e Circulação de Produtos e Serviços Criativos

• Geração e Disseminação de Informações

Birô de Negócios Criativos

Linhas de Ação

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“No momento cultural que atravessamos, em que se sente um desejo

imperioso, uma aspiração coletiva por uma afirmação categórica de

independência política e econômica da nação, devemos produzir

estudos capazes de fundamentar políticas identificadas com asaspirações regionais de nosso povo... Política que se pressente para

os próximos dias como uma benéfica e irremovível contingência do

impulso criador de nossa cultura”

Josué de Castro (1932)