Upload
vuongkhue
View
223
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
141
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA
NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB
Maria de Lourdes da Silva Bezerra
RESUMO A pesquisa traz como tema a relaccedilatildeo da gestatildeo escola com a construccedilatildeo de
uma escola inclusiva sendo esta amparada pelo conceito da Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva O loacutecus da pesquisa eacute uma escola puacuteblica da rede
municipal de ensino da cidade de Joatildeo PessoaPB na qual a autora compotildee a comunidade
escolar na situaccedilatildeo atual de gestora e outrora como professora do Ensino Fundamental
Apontamos aqui um estudo de caso qualitativo com vieacutes etnograacutefico ancorado
metodologicamente por uma anaacutelise sistemaacutetica dos dados apresentados Nossa discussatildeo
situa-se baseada no aparato legal brasileiro que tratam sobre a inclusatildeo dos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial dentro da perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva articulando-os a
realidade da gestatildeo escolar Concluiacutemos com a percepccedilatildeo da necessidade de
ressignificaccedilatildeo do modelo de gestatildeo tornando-se cada vez mais democraacutetica e ateacute mesmo
autocircnoma para gerir com qualidade os desafios implementados por meio da realidade
praacutetica da Educaccedilatildeo Especial contemplando todos os sujeitos envolvidos no processo
Palavras-chave Gestatildeo escolar Educaccedilatildeo EspecialEducaccedilatildeo Inclusiva Escola puacuteblica
ABSTRACT The research brings as theme the relationship of school management with
the construction of an inclusive school which is supported by the concept of Special
Education in the perspective of Inclusive Education The locus of the research is a public
school of the municipal teaching network of the city of Joatildeo Pessoa PB in which the
author composes the school community in the current situation of manager and formerly
as a teacher of Elementary School We point out here a qualitative case study with
ethnographic bias methodologically anchored by a systematic analysis of the presented
data Our discussion is based on the Brazilian legal apparatus that deals with the inclusion
of students targeted by Special Education within the perspective of Inclusive Education
articulating them the reality of school management We conclude with the perception of
the need to redefine the management model becoming increasingly democratic and even
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
142
autonomous to manage with quality the challenges implemented through the practical
reality of Special Education contemplating all the subjects involved in the process
Keywords School management Special Education Inclusive Education Public School
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Na contemporaneidade o tema inclusatildeo tem ganhado espaccedilo em todos os cenaacuterios
sociais tendo destaque ainda maior no campo da educaccedilatildeo Neste sentido surge o
paradigma da Educaccedilatildeo Inclusiva tendo este suas bases numa vertente socioloacutegica e
filosoacutefica que natildeo soacute reconhece mas tambeacutem legitima e aceita a situaccedilatildeo de diversidade
nas instituiccedilotildees educacionais
A partir da afirmativa acima compreendemos que pensar a Educaccedilatildeo Inclusiva
requer sobretudo a clareza sobre quais sujeitos contemplados por este modelo de
educaccedilatildeo nos referimos Assim neste trabalho nosso olhar estaacute voltado para os aspectos
referentes agrave inclusatildeo das Pessoas com Necessidades Educativas Especiais (PNEEs)
sendo este um puacuteblico bastante especiacutefico da Educaccedilatildeo Inclusiva
Observamos tanto na literatura cientiacutefica quanto nos aparatos legais vigentes que
a inclusatildeo das PNEEs no cenaacuterio educacional formal implica uma seacuterie de
reconfiguraccedilotildees em variaacuteveis instacircncias do mesmo que vatildeo desde aos aspectos fiacutesicos
como infra-estrutura aos aspectos humanos a exemplo da formaccedilatildeo dos profissionais
que atuam na escola Eacute preciso assim uma verdadeira ressignificaccedilatildeo do modelo
educaccedilatildeo o que implica dizer que no sentido praacutetico do cotidiano escolar se faz
necessaacuterio tambeacutem uma forma adequada de gerir a escola Assim compreendemos que a
gestor escolar desempenha fundamental papel no processo de escolarizaccedilatildeo inclusivo das
PNEEs
Desta forma enquanto gestora educacional consideramos importante refletirmos
sobre os principais desafios enfrentados no processo de inclusatildeo escolar dos alunos
puacuteblico-alvo da Educaccedilatildeo Especial tendo como enfoque o aparato legal vigente e o olhar
da gestatildeo escolar Sendo assim aqui o nosso objetivo principal eacute Problematizar os
desafios enfrentados pela gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos
puacuteblico-alvo da Educaccedilatildeo Especial de uma escola puacuteblica do municiacutepio de Joatildeo Pessoa-
PB
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
143
UM PASSEIO SOBRE O APARATO HISTOacuteRICO LEGAL QUE NORTEIA A
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL PARA A EDUCACcedilAtildeO BAacuteSICA NO BRASIL
Desta forma para melhor contextualizar os princiacutepios nos quais se firmam o
conceito de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva consideramos
pertinente apontarmos aqui os principais aparatos legais do nosso pais que versaram e
versam sobre a temaacutetica Acreditamos que seja de fundamental importacircncia para esta
discussatildeo adentrarmos no campo das poliacuteticas puacuteblicas sobre a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva haja vista a necessidade de melhor situarmos mais a
frente o terreno no qual a gestatildeo escolar tem caminhado bem como quais transformaccedilotildees
se fez e ainda se faz necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva que atenda com
qualidade a demanda deste novo puacuteblico
Ancorados na ideia de cidadania e dignidade consideramos pertinente evidenciar
o que diz a Constituiccedilatildeo Federal do Brasil (1988) sobre os aspectos que contemplam este
modelo de Educaccedilatildeo Especial Observamos em seu Art 3ordm Inc IV que um dos seus
objetivos fundamentais eacute a promoccedilatildeo do bem de todos sem preconceito de origem raccedila
sexo cor idade e quaisquer outras formas de discriminaccedilatildeo apontamos tambeacutem o que
diz o Art 5ordm deste mesmo documento o qual garante o direito a igualdade e em seu Art
205 o ldquodireito de todosrdquo agrave educaccedilatildeo objetivando o ldquopleno desenvolvimento da pessoa
seu preparo para a cidadania e sua qualificaccedilatildeo para o trabalhordquo Complementando a ideia
da educaccedilatildeo como direito de todos observamos tambeacutem que nossa Constituiccedilatildeo
contempla como um dos princiacutepios para o ensino a ldquoigualdade de condiccedilotildees de acesso e
permanecircncia na escolardquo (BRASIL 1988 Art 206 Inc I) No que tange especificamente
sobre o conceito de Educaccedilatildeo Especial podemos encontrar prescrito neste mesmo
documento que ldquoO dever do Estado com a educaccedilatildeo seraacute efetivado mediante a garantia
de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiecircncia
preferencialmente na rede regular de ensinordquo (BRASIL 1988 Art 208 Inc III)
No ano de 1994 observamos a Portaria do Ministeacuterio da EducaccedilatildeoMEC atraveacutes
da Lei nordm 1793 atraveacutes do seu Art 2ordm
Recomendar a inclusatildeo de conteuacutedos relativos aos aspectosndashEacuteticondash
Poliacuteticosndash Educacionais da Normalizaccedilatildeo e Integraccedilatildeo da Pessoa
Portadora de Necessidades Especiais nos cursos do grupo de Ciecircncia da
Sauacutede ( Educaccedilatildeo Fiacutesica Enfermagem Farmaacutecia Fisioterapia
Fonoaudioacuteloga Medicina Nutriccedilatildeo Odontologia Terapia
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
144
Ocupacional) no Curso de Serviccedilo Social e nos demais cursos
superiores de acordo com as suas especificidades
Jaacute em nossa tatildeo conhecida Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 ou Lei
Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo NacionalLDBEN observamos o direcionamento agrave
Educaccedilatildeo Especial quando a mesma declara que ldquo Entende-se por educaccedilatildeo especial para
os efeitos dessa Lei a modalidade de educaccedilatildeo escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiaisrdquo (BRASIL
1996 Art 58) Neste sentindo posteriormente o Decreto nordm 3298 o qual regulamenta a
Lei ndeg 78531989 ldquodispotildees sobre a Poliacutetica Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa
Portadora de Deficiecircnciardquo estabelecendo assim a educaccedilatildeo especial como uma
modalidade transversal que perpassam todos os niacuteveis e etapas de ensino (BRASIL
1999 Art 24 Inc II) Ainda nestes direcionamentos encontramos a resoluccedilatildeo CNECEB
nordm 2 de 11 de setembro de 2001 a qual ldquoinstituiacute as Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo
Especial na Educaccedilatildeo Baacutesicardquo definindo
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves
escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees
necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todos (BRASIL
2001 Art 2ordm)
Podemos tambeacutem observar que o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash PNE ou Lei nordm
10172 2001 aponta que o principal avanccedilo que a educaccedilatildeo poderia manifestar naquela
deacutecada se referia ldquoa construccedilatildeo de uma escola inclusiva que garanta o atendimento a
diversidade humanardquo (BRASIL 2001ordf item 81)
Em 2002 surge a Lei ndeg 10436 a qual dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de
SinaisLibras reconhecendo-a como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como
outros recursos de expressatildeo a ela associados Ainda neste mesmo ano o MEC lanccedila a
Portaria nordm 2678 que aprova o projeto de grafia do Sistema Braile para a Liacutengua
Portuguesa recomendando-a para uso em todo o territoacuterio nacional estabelecendo
tambeacutem diretrizes e normas para a sua utilizaccedilatildeo ensino produccedilatildeo e difusatildeo em todas as
modalidades de ensino
Neste mesmo direcionamento observamos o Decreto nordm 5626 que surge no ano
de 2005 o qual regulamenta a Lei nordm 10436 e o Art 10098 e dispotildee sobre a inclusatildeo da
Libras como disciplina curricular a formaccedilatildeo e a certificaccedilatildeo do professor instrutor
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
145
tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os
alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular
Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs
observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade
arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos
MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional
EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa
o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do
acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas
Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos
significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008
que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva
Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica
nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira
que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada
por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa
de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional
mais equacircnime
Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes
operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado
no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em
outra escola de ensino regular
No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da
garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles
o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das
Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola
Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e
compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de
recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel
Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-
inteacuterpretes de Libras
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
146
Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca
como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis
e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao
longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para
estes estudantes
Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases
da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste
documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia
deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino
No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial
na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de
Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta
deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de
acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas
o AEE
Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos
legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma
contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo
cenaacuterio educacional
SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR
Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e
consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como
a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma
que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim
tambeacutem de gestatildeo
Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola
um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou
dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute
a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as
democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
147
compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E
nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola
1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do
Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que
se faz presentemente
2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government
de sua vila ou cidade ou municiacutepio
3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-
la
4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e
rendimento do seu trabalho ordinaacuterio
5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees
de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)
Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio
educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de
qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas
anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo
Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas
caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de
qualquer outra ordem
Neste sentido Barroso afirma que
A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de
profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes
medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola
reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre
escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar
modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das
situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)
Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo
profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos
tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio
do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da
educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
148
evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica
associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes
legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar
Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva
observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo
consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em
detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo
alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de
democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros
No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade
de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de
forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da
qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de
alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)
Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira
enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e
cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o
gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar
estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um
espaccedilo cada vez mais inclusivo
Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como
acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo
de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo
dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do
municiacutepio de Joatildeo PessoaPB
CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO
O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade
de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar
juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas
investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
142
autonomous to manage with quality the challenges implemented through the practical
reality of Special Education contemplating all the subjects involved in the process
Keywords School management Special Education Inclusive Education Public School
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
Na contemporaneidade o tema inclusatildeo tem ganhado espaccedilo em todos os cenaacuterios
sociais tendo destaque ainda maior no campo da educaccedilatildeo Neste sentido surge o
paradigma da Educaccedilatildeo Inclusiva tendo este suas bases numa vertente socioloacutegica e
filosoacutefica que natildeo soacute reconhece mas tambeacutem legitima e aceita a situaccedilatildeo de diversidade
nas instituiccedilotildees educacionais
A partir da afirmativa acima compreendemos que pensar a Educaccedilatildeo Inclusiva
requer sobretudo a clareza sobre quais sujeitos contemplados por este modelo de
educaccedilatildeo nos referimos Assim neste trabalho nosso olhar estaacute voltado para os aspectos
referentes agrave inclusatildeo das Pessoas com Necessidades Educativas Especiais (PNEEs)
sendo este um puacuteblico bastante especiacutefico da Educaccedilatildeo Inclusiva
Observamos tanto na literatura cientiacutefica quanto nos aparatos legais vigentes que
a inclusatildeo das PNEEs no cenaacuterio educacional formal implica uma seacuterie de
reconfiguraccedilotildees em variaacuteveis instacircncias do mesmo que vatildeo desde aos aspectos fiacutesicos
como infra-estrutura aos aspectos humanos a exemplo da formaccedilatildeo dos profissionais
que atuam na escola Eacute preciso assim uma verdadeira ressignificaccedilatildeo do modelo
educaccedilatildeo o que implica dizer que no sentido praacutetico do cotidiano escolar se faz
necessaacuterio tambeacutem uma forma adequada de gerir a escola Assim compreendemos que a
gestor escolar desempenha fundamental papel no processo de escolarizaccedilatildeo inclusivo das
PNEEs
Desta forma enquanto gestora educacional consideramos importante refletirmos
sobre os principais desafios enfrentados no processo de inclusatildeo escolar dos alunos
puacuteblico-alvo da Educaccedilatildeo Especial tendo como enfoque o aparato legal vigente e o olhar
da gestatildeo escolar Sendo assim aqui o nosso objetivo principal eacute Problematizar os
desafios enfrentados pela gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos
puacuteblico-alvo da Educaccedilatildeo Especial de uma escola puacuteblica do municiacutepio de Joatildeo Pessoa-
PB
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
143
UM PASSEIO SOBRE O APARATO HISTOacuteRICO LEGAL QUE NORTEIA A
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL PARA A EDUCACcedilAtildeO BAacuteSICA NO BRASIL
Desta forma para melhor contextualizar os princiacutepios nos quais se firmam o
conceito de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva consideramos
pertinente apontarmos aqui os principais aparatos legais do nosso pais que versaram e
versam sobre a temaacutetica Acreditamos que seja de fundamental importacircncia para esta
discussatildeo adentrarmos no campo das poliacuteticas puacuteblicas sobre a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva haja vista a necessidade de melhor situarmos mais a
frente o terreno no qual a gestatildeo escolar tem caminhado bem como quais transformaccedilotildees
se fez e ainda se faz necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva que atenda com
qualidade a demanda deste novo puacuteblico
Ancorados na ideia de cidadania e dignidade consideramos pertinente evidenciar
o que diz a Constituiccedilatildeo Federal do Brasil (1988) sobre os aspectos que contemplam este
modelo de Educaccedilatildeo Especial Observamos em seu Art 3ordm Inc IV que um dos seus
objetivos fundamentais eacute a promoccedilatildeo do bem de todos sem preconceito de origem raccedila
sexo cor idade e quaisquer outras formas de discriminaccedilatildeo apontamos tambeacutem o que
diz o Art 5ordm deste mesmo documento o qual garante o direito a igualdade e em seu Art
205 o ldquodireito de todosrdquo agrave educaccedilatildeo objetivando o ldquopleno desenvolvimento da pessoa
seu preparo para a cidadania e sua qualificaccedilatildeo para o trabalhordquo Complementando a ideia
da educaccedilatildeo como direito de todos observamos tambeacutem que nossa Constituiccedilatildeo
contempla como um dos princiacutepios para o ensino a ldquoigualdade de condiccedilotildees de acesso e
permanecircncia na escolardquo (BRASIL 1988 Art 206 Inc I) No que tange especificamente
sobre o conceito de Educaccedilatildeo Especial podemos encontrar prescrito neste mesmo
documento que ldquoO dever do Estado com a educaccedilatildeo seraacute efetivado mediante a garantia
de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiecircncia
preferencialmente na rede regular de ensinordquo (BRASIL 1988 Art 208 Inc III)
No ano de 1994 observamos a Portaria do Ministeacuterio da EducaccedilatildeoMEC atraveacutes
da Lei nordm 1793 atraveacutes do seu Art 2ordm
Recomendar a inclusatildeo de conteuacutedos relativos aos aspectosndashEacuteticondash
Poliacuteticosndash Educacionais da Normalizaccedilatildeo e Integraccedilatildeo da Pessoa
Portadora de Necessidades Especiais nos cursos do grupo de Ciecircncia da
Sauacutede ( Educaccedilatildeo Fiacutesica Enfermagem Farmaacutecia Fisioterapia
Fonoaudioacuteloga Medicina Nutriccedilatildeo Odontologia Terapia
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
144
Ocupacional) no Curso de Serviccedilo Social e nos demais cursos
superiores de acordo com as suas especificidades
Jaacute em nossa tatildeo conhecida Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 ou Lei
Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo NacionalLDBEN observamos o direcionamento agrave
Educaccedilatildeo Especial quando a mesma declara que ldquo Entende-se por educaccedilatildeo especial para
os efeitos dessa Lei a modalidade de educaccedilatildeo escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiaisrdquo (BRASIL
1996 Art 58) Neste sentindo posteriormente o Decreto nordm 3298 o qual regulamenta a
Lei ndeg 78531989 ldquodispotildees sobre a Poliacutetica Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa
Portadora de Deficiecircnciardquo estabelecendo assim a educaccedilatildeo especial como uma
modalidade transversal que perpassam todos os niacuteveis e etapas de ensino (BRASIL
1999 Art 24 Inc II) Ainda nestes direcionamentos encontramos a resoluccedilatildeo CNECEB
nordm 2 de 11 de setembro de 2001 a qual ldquoinstituiacute as Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo
Especial na Educaccedilatildeo Baacutesicardquo definindo
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves
escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees
necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todos (BRASIL
2001 Art 2ordm)
Podemos tambeacutem observar que o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash PNE ou Lei nordm
10172 2001 aponta que o principal avanccedilo que a educaccedilatildeo poderia manifestar naquela
deacutecada se referia ldquoa construccedilatildeo de uma escola inclusiva que garanta o atendimento a
diversidade humanardquo (BRASIL 2001ordf item 81)
Em 2002 surge a Lei ndeg 10436 a qual dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de
SinaisLibras reconhecendo-a como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como
outros recursos de expressatildeo a ela associados Ainda neste mesmo ano o MEC lanccedila a
Portaria nordm 2678 que aprova o projeto de grafia do Sistema Braile para a Liacutengua
Portuguesa recomendando-a para uso em todo o territoacuterio nacional estabelecendo
tambeacutem diretrizes e normas para a sua utilizaccedilatildeo ensino produccedilatildeo e difusatildeo em todas as
modalidades de ensino
Neste mesmo direcionamento observamos o Decreto nordm 5626 que surge no ano
de 2005 o qual regulamenta a Lei nordm 10436 e o Art 10098 e dispotildee sobre a inclusatildeo da
Libras como disciplina curricular a formaccedilatildeo e a certificaccedilatildeo do professor instrutor
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
145
tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os
alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular
Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs
observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade
arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos
MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional
EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa
o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do
acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas
Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos
significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008
que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva
Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica
nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira
que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada
por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa
de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional
mais equacircnime
Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes
operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado
no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em
outra escola de ensino regular
No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da
garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles
o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das
Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola
Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e
compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de
recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel
Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-
inteacuterpretes de Libras
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
146
Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca
como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis
e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao
longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para
estes estudantes
Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases
da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste
documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia
deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino
No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial
na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de
Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta
deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de
acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas
o AEE
Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos
legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma
contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo
cenaacuterio educacional
SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR
Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e
consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como
a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma
que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim
tambeacutem de gestatildeo
Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola
um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou
dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute
a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as
democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
147
compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E
nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola
1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do
Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que
se faz presentemente
2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government
de sua vila ou cidade ou municiacutepio
3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-
la
4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e
rendimento do seu trabalho ordinaacuterio
5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees
de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)
Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio
educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de
qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas
anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo
Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas
caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de
qualquer outra ordem
Neste sentido Barroso afirma que
A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de
profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes
medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola
reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre
escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar
modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das
situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)
Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo
profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos
tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio
do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da
educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
148
evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica
associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes
legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar
Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva
observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo
consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em
detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo
alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de
democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros
No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade
de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de
forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da
qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de
alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)
Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira
enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e
cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o
gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar
estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um
espaccedilo cada vez mais inclusivo
Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como
acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo
de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo
dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do
municiacutepio de Joatildeo PessoaPB
CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO
O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade
de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar
juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas
investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
143
UM PASSEIO SOBRE O APARATO HISTOacuteRICO LEGAL QUE NORTEIA A
EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL PARA A EDUCACcedilAtildeO BAacuteSICA NO BRASIL
Desta forma para melhor contextualizar os princiacutepios nos quais se firmam o
conceito de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva consideramos
pertinente apontarmos aqui os principais aparatos legais do nosso pais que versaram e
versam sobre a temaacutetica Acreditamos que seja de fundamental importacircncia para esta
discussatildeo adentrarmos no campo das poliacuteticas puacuteblicas sobre a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva haja vista a necessidade de melhor situarmos mais a
frente o terreno no qual a gestatildeo escolar tem caminhado bem como quais transformaccedilotildees
se fez e ainda se faz necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva que atenda com
qualidade a demanda deste novo puacuteblico
Ancorados na ideia de cidadania e dignidade consideramos pertinente evidenciar
o que diz a Constituiccedilatildeo Federal do Brasil (1988) sobre os aspectos que contemplam este
modelo de Educaccedilatildeo Especial Observamos em seu Art 3ordm Inc IV que um dos seus
objetivos fundamentais eacute a promoccedilatildeo do bem de todos sem preconceito de origem raccedila
sexo cor idade e quaisquer outras formas de discriminaccedilatildeo apontamos tambeacutem o que
diz o Art 5ordm deste mesmo documento o qual garante o direito a igualdade e em seu Art
205 o ldquodireito de todosrdquo agrave educaccedilatildeo objetivando o ldquopleno desenvolvimento da pessoa
seu preparo para a cidadania e sua qualificaccedilatildeo para o trabalhordquo Complementando a ideia
da educaccedilatildeo como direito de todos observamos tambeacutem que nossa Constituiccedilatildeo
contempla como um dos princiacutepios para o ensino a ldquoigualdade de condiccedilotildees de acesso e
permanecircncia na escolardquo (BRASIL 1988 Art 206 Inc I) No que tange especificamente
sobre o conceito de Educaccedilatildeo Especial podemos encontrar prescrito neste mesmo
documento que ldquoO dever do Estado com a educaccedilatildeo seraacute efetivado mediante a garantia
de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiecircncia
preferencialmente na rede regular de ensinordquo (BRASIL 1988 Art 208 Inc III)
No ano de 1994 observamos a Portaria do Ministeacuterio da EducaccedilatildeoMEC atraveacutes
da Lei nordm 1793 atraveacutes do seu Art 2ordm
Recomendar a inclusatildeo de conteuacutedos relativos aos aspectosndashEacuteticondash
Poliacuteticosndash Educacionais da Normalizaccedilatildeo e Integraccedilatildeo da Pessoa
Portadora de Necessidades Especiais nos cursos do grupo de Ciecircncia da
Sauacutede ( Educaccedilatildeo Fiacutesica Enfermagem Farmaacutecia Fisioterapia
Fonoaudioacuteloga Medicina Nutriccedilatildeo Odontologia Terapia
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
144
Ocupacional) no Curso de Serviccedilo Social e nos demais cursos
superiores de acordo com as suas especificidades
Jaacute em nossa tatildeo conhecida Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 ou Lei
Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo NacionalLDBEN observamos o direcionamento agrave
Educaccedilatildeo Especial quando a mesma declara que ldquo Entende-se por educaccedilatildeo especial para
os efeitos dessa Lei a modalidade de educaccedilatildeo escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiaisrdquo (BRASIL
1996 Art 58) Neste sentindo posteriormente o Decreto nordm 3298 o qual regulamenta a
Lei ndeg 78531989 ldquodispotildees sobre a Poliacutetica Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa
Portadora de Deficiecircnciardquo estabelecendo assim a educaccedilatildeo especial como uma
modalidade transversal que perpassam todos os niacuteveis e etapas de ensino (BRASIL
1999 Art 24 Inc II) Ainda nestes direcionamentos encontramos a resoluccedilatildeo CNECEB
nordm 2 de 11 de setembro de 2001 a qual ldquoinstituiacute as Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo
Especial na Educaccedilatildeo Baacutesicardquo definindo
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves
escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees
necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todos (BRASIL
2001 Art 2ordm)
Podemos tambeacutem observar que o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash PNE ou Lei nordm
10172 2001 aponta que o principal avanccedilo que a educaccedilatildeo poderia manifestar naquela
deacutecada se referia ldquoa construccedilatildeo de uma escola inclusiva que garanta o atendimento a
diversidade humanardquo (BRASIL 2001ordf item 81)
Em 2002 surge a Lei ndeg 10436 a qual dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de
SinaisLibras reconhecendo-a como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como
outros recursos de expressatildeo a ela associados Ainda neste mesmo ano o MEC lanccedila a
Portaria nordm 2678 que aprova o projeto de grafia do Sistema Braile para a Liacutengua
Portuguesa recomendando-a para uso em todo o territoacuterio nacional estabelecendo
tambeacutem diretrizes e normas para a sua utilizaccedilatildeo ensino produccedilatildeo e difusatildeo em todas as
modalidades de ensino
Neste mesmo direcionamento observamos o Decreto nordm 5626 que surge no ano
de 2005 o qual regulamenta a Lei nordm 10436 e o Art 10098 e dispotildee sobre a inclusatildeo da
Libras como disciplina curricular a formaccedilatildeo e a certificaccedilatildeo do professor instrutor
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
145
tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os
alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular
Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs
observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade
arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos
MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional
EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa
o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do
acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas
Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos
significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008
que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva
Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica
nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira
que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada
por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa
de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional
mais equacircnime
Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes
operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado
no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em
outra escola de ensino regular
No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da
garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles
o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das
Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola
Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e
compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de
recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel
Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-
inteacuterpretes de Libras
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
146
Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca
como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis
e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao
longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para
estes estudantes
Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases
da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste
documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia
deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino
No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial
na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de
Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta
deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de
acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas
o AEE
Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos
legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma
contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo
cenaacuterio educacional
SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR
Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e
consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como
a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma
que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim
tambeacutem de gestatildeo
Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola
um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou
dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute
a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as
democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
147
compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E
nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola
1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do
Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que
se faz presentemente
2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government
de sua vila ou cidade ou municiacutepio
3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-
la
4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e
rendimento do seu trabalho ordinaacuterio
5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees
de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)
Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio
educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de
qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas
anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo
Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas
caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de
qualquer outra ordem
Neste sentido Barroso afirma que
A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de
profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes
medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola
reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre
escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar
modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das
situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)
Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo
profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos
tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio
do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da
educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
148
evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica
associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes
legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar
Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva
observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo
consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em
detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo
alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de
democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros
No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade
de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de
forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da
qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de
alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)
Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira
enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e
cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o
gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar
estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um
espaccedilo cada vez mais inclusivo
Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como
acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo
de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo
dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do
municiacutepio de Joatildeo PessoaPB
CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO
O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade
de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar
juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas
investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
144
Ocupacional) no Curso de Serviccedilo Social e nos demais cursos
superiores de acordo com as suas especificidades
Jaacute em nossa tatildeo conhecida Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 ou Lei
Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo NacionalLDBEN observamos o direcionamento agrave
Educaccedilatildeo Especial quando a mesma declara que ldquo Entende-se por educaccedilatildeo especial para
os efeitos dessa Lei a modalidade de educaccedilatildeo escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiaisrdquo (BRASIL
1996 Art 58) Neste sentindo posteriormente o Decreto nordm 3298 o qual regulamenta a
Lei ndeg 78531989 ldquodispotildees sobre a Poliacutetica Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa
Portadora de Deficiecircnciardquo estabelecendo assim a educaccedilatildeo especial como uma
modalidade transversal que perpassam todos os niacuteveis e etapas de ensino (BRASIL
1999 Art 24 Inc II) Ainda nestes direcionamentos encontramos a resoluccedilatildeo CNECEB
nordm 2 de 11 de setembro de 2001 a qual ldquoinstituiacute as Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo
Especial na Educaccedilatildeo Baacutesicardquo definindo
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves
escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees
necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todos (BRASIL
2001 Art 2ordm)
Podemos tambeacutem observar que o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash PNE ou Lei nordm
10172 2001 aponta que o principal avanccedilo que a educaccedilatildeo poderia manifestar naquela
deacutecada se referia ldquoa construccedilatildeo de uma escola inclusiva que garanta o atendimento a
diversidade humanardquo (BRASIL 2001ordf item 81)
Em 2002 surge a Lei ndeg 10436 a qual dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de
SinaisLibras reconhecendo-a como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como
outros recursos de expressatildeo a ela associados Ainda neste mesmo ano o MEC lanccedila a
Portaria nordm 2678 que aprova o projeto de grafia do Sistema Braile para a Liacutengua
Portuguesa recomendando-a para uso em todo o territoacuterio nacional estabelecendo
tambeacutem diretrizes e normas para a sua utilizaccedilatildeo ensino produccedilatildeo e difusatildeo em todas as
modalidades de ensino
Neste mesmo direcionamento observamos o Decreto nordm 5626 que surge no ano
de 2005 o qual regulamenta a Lei nordm 10436 e o Art 10098 e dispotildee sobre a inclusatildeo da
Libras como disciplina curricular a formaccedilatildeo e a certificaccedilatildeo do professor instrutor
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
145
tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os
alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular
Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs
observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade
arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos
MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional
EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa
o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do
acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas
Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos
significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008
que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva
Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica
nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira
que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada
por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa
de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional
mais equacircnime
Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes
operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado
no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em
outra escola de ensino regular
No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da
garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles
o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das
Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola
Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e
compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de
recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel
Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-
inteacuterpretes de Libras
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
146
Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca
como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis
e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao
longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para
estes estudantes
Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases
da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste
documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia
deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino
No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial
na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de
Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta
deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de
acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas
o AEE
Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos
legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma
contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo
cenaacuterio educacional
SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR
Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e
consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como
a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma
que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim
tambeacutem de gestatildeo
Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola
um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou
dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute
a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as
democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
147
compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E
nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola
1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do
Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que
se faz presentemente
2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government
de sua vila ou cidade ou municiacutepio
3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-
la
4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e
rendimento do seu trabalho ordinaacuterio
5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees
de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)
Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio
educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de
qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas
anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo
Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas
caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de
qualquer outra ordem
Neste sentido Barroso afirma que
A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de
profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes
medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola
reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre
escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar
modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das
situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)
Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo
profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos
tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio
do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da
educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
148
evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica
associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes
legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar
Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva
observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo
consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em
detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo
alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de
democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros
No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade
de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de
forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da
qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de
alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)
Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira
enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e
cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o
gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar
estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um
espaccedilo cada vez mais inclusivo
Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como
acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo
de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo
dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do
municiacutepio de Joatildeo PessoaPB
CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO
O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade
de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar
juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas
investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
145
tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os
alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular
Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs
observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade
arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos
MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional
EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa
o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do
acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais
especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas
Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos
significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008
que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva
Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica
nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira
que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada
por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa
de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional
mais equacircnime
Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes
operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado
no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em
outra escola de ensino regular
No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da
garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles
o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das
Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola
Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e
compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de
recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel
Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-
inteacuterpretes de Libras
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
146
Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca
como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis
e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao
longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para
estes estudantes
Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases
da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste
documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia
deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino
No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial
na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de
Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta
deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de
acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas
o AEE
Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos
legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma
contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo
cenaacuterio educacional
SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR
Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e
consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como
a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma
que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim
tambeacutem de gestatildeo
Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola
um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou
dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute
a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as
democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
147
compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E
nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola
1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do
Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que
se faz presentemente
2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government
de sua vila ou cidade ou municiacutepio
3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-
la
4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e
rendimento do seu trabalho ordinaacuterio
5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees
de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)
Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio
educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de
qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas
anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo
Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas
caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de
qualquer outra ordem
Neste sentido Barroso afirma que
A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de
profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes
medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola
reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre
escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar
modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das
situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)
Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo
profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos
tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio
do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da
educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
148
evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica
associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes
legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar
Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva
observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo
consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em
detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo
alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de
democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros
No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade
de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de
forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da
qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de
alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)
Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira
enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e
cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o
gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar
estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um
espaccedilo cada vez mais inclusivo
Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como
acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo
de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo
dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do
municiacutepio de Joatildeo PessoaPB
CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO
O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade
de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar
juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas
investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
146
Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca
como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis
e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao
longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para
estes estudantes
Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases
da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste
documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia
deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino
No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial
na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de
Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta
deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de
acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas
o AEE
Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos
legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma
contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo
cenaacuterio educacional
SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR
Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e
consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como
a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma
que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim
tambeacutem de gestatildeo
Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola
um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou
dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute
a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as
democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
147
compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E
nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola
1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do
Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que
se faz presentemente
2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government
de sua vila ou cidade ou municiacutepio
3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-
la
4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e
rendimento do seu trabalho ordinaacuterio
5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees
de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)
Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio
educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de
qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas
anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo
Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas
caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de
qualquer outra ordem
Neste sentido Barroso afirma que
A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de
profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes
medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola
reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre
escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar
modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das
situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)
Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo
profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos
tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio
do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da
educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
148
evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica
associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes
legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar
Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva
observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo
consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em
detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo
alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de
democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros
No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade
de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de
forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da
qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de
alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)
Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira
enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e
cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o
gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar
estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um
espaccedilo cada vez mais inclusivo
Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como
acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo
de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo
dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do
municiacutepio de Joatildeo PessoaPB
CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO
O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade
de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar
juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas
investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
147
compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E
nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola
1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do
Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que
se faz presentemente
2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government
de sua vila ou cidade ou municiacutepio
3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-
la
4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e
rendimento do seu trabalho ordinaacuterio
5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees
de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)
Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio
educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de
qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas
anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo
Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas
caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de
qualquer outra ordem
Neste sentido Barroso afirma que
A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de
profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes
medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola
reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre
escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar
modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das
situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)
Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo
profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos
tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio
do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da
educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
148
evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica
associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes
legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar
Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva
observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo
consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em
detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo
alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de
democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros
No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade
de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de
forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da
qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de
alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)
Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira
enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e
cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o
gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar
estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um
espaccedilo cada vez mais inclusivo
Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como
acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo
de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo
dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do
municiacutepio de Joatildeo PessoaPB
CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO
O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade
de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar
juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas
investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
148
evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica
associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes
legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar
Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva
observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo
consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em
detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo
alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de
democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros
No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade
de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de
forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da
qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de
alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)
Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira
enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e
cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o
gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar
estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um
espaccedilo cada vez mais inclusivo
Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como
acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo
de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo
dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do
municiacutepio de Joatildeo PessoaPB
CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO
O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade
de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar
juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas
investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
149
instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental
perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa
A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente
aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar
que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um
histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi
fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo
nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos
e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo
Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo
curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009
A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey
(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as
informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos
subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira
espontacircnea
Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem
se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin
Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando
se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em
fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real
(YIN 1994 p11 grifo nosso)
Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes
etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da
educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como
sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador
uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente
acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo
Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
150
A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico
de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais
que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria
compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos
outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)
Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa
DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as
realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a
uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que
consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal
realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em
nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de
Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar
Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor
se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos
alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite
as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir
os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de
subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente
agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial
Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da
comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees
no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de
democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo
dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar
que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo
relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os
desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da
Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
151
compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo
estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos
Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os
professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos
casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que
sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos
que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica
desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No
campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as
barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser
compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta
respeite as especificidades do educando
Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que
os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta
eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que
vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de
divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e
desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma
articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no
Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com
os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica
Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de
ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de
Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com
deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no
processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como
cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo
Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de
apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida
monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)
O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar
do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de
sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo
pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
152
que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase
nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo
em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua
de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos
cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano
Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no
campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na
comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a
atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete
de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como
cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos
direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista
que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo
exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos
com NEEs
Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave
procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto
gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de
qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas
Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais
asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute
preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos
alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo
bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de
estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o
que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel
na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por
sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de
Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos
procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a
persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico
para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite
de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
153
na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por
vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem
acontece no caso dos inteacuterpretes
Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos
os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial
mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos
mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do
professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas
sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo
de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino
e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees
cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e
posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular
e na Sala de Recursos Multifuncionais
Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por
vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao
acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na
execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar
quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de
ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as
reais necessidades do aluno
Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma
escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com
o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar
e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais
preacute-definidos mas
Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave
valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si
a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas
estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder
necessariamente diferentes formas de se organizar a escola
(TEIXEIRA 1990 p 92)
Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para
adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
154
ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que
este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas
inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta
Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro
da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos
acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs
professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash
mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar
Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no
qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a
discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja
favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas
perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo
importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico
alvo da Educaccedilatildeo Especial
Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras
alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma
singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor
escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano
real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados
na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio
teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees
observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar
Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as
necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada
a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na
perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de
engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela
Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
155
Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos
encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma
autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar
Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas
No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar
e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas
diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste
a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de
compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da
Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores
escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros
REFEREcircNCIAS
ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas
Papirus 1995
BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo
escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo
atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52
BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo
agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994
BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994
Brasiacutelia SEESP 1994
______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da
Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996
Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de
dezembro de 2017
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
156
______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para
a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em
httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017
______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set
2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo
Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de
dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002
Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc
Acesso em 16 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e
programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso
em 21 de dezembro de 2017
______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso
em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm
Acesso em 18 de dezembro de 2017
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na
Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008
______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui
diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo
Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
157
______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite
______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011
Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras
providecircncias
______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash
PNE e daacute outras providecircncias
______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da
Pessoa com Deficiecircncia
______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em
httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso
em 16 de dezembro de 2017
DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo
Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282
GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os
processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva
Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005
JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)
Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho
Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http
httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3
83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017
SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma
reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul
2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010
Volume 1 Nuacutemero 3
ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017
Artigo
GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA
RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158
158
SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista
Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001
TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo
educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997
TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de
Janeiro Imago 1990
YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre
Bookman 2010