18
Volume 1, Número 3 ISSN 2527-0532 João Pessoa, 2017 Artigo GESTÃO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: RELATOS DE EXPERIÊNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA/PB Páginas 141 a 158 141 GESTÃO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: RELATOS DE EXPERIÊNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA/PB Maria de Lourdes da Silva Bezerra RESUMO: A pesquisa traz como tema a relação da gestão escola com a construção de uma escola inclusiva, sendo esta amparada pelo conceito da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. O lócus da pesquisa é uma escola pública da rede municipal de ensino da cidade de João Pessoa/PB, na qual a autora compõe a comunidade escolar na situação atual de gestora, e outrora como professora do Ensino Fundamental. Apontamos aqui um estudo de caso qualitativo com viés etnográfico, ancorado metodologicamente por uma análise sistemática dos dados apresentados. Nossa discussão situa-se baseada no aparato legal brasileiro que tratam sobre a inclusão dos alunos público alvo da Educação Especial dentro da perspectiva da Educação Inclusiva, articulando-os a realidade da gestão escolar. Concluímos com a percepção da necessidade de ressignificação do modelo de gestão, tornando-se cada vez mais democrática e até mesmo autônoma, para gerir com qualidade os desafios implementados por meio da realidade prática da Educação Especial, contemplando todos os sujeitos envolvidos no processo. Palavras-chave: Gestão escolar, Educação Especial/Educação Inclusiva, Escola pública ABSTRACT: The research brings as theme the relationship of school management with the construction of an inclusive school, which is supported by the concept of Special Education in the perspective of Inclusive Education. The locus of the research is a public school of the municipal teaching network of the city of João Pessoa / PB, in which the author composes the school community in the current situation of manager, and formerly as a teacher of Elementary School. We point out here a qualitative case study with ethnographic bias, methodologically anchored by a systematic analysis of the presented data. Our discussion is based on the Brazilian legal apparatus that deals with the inclusion of students targeted by Special Education within the perspective of Inclusive Education, articulating them the reality of school management. We conclude with the perception of the need to redefine the management model, becoming increasingly democratic and even

GESTÃO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA …revistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/01/1311.pdf · Palavras-chave: Gestão escolar, Educação Especial/Educação Inclusiva,

Embed Size (px)

Citation preview

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

141

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA

EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA

NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB

Maria de Lourdes da Silva Bezerra

RESUMO A pesquisa traz como tema a relaccedilatildeo da gestatildeo escola com a construccedilatildeo de

uma escola inclusiva sendo esta amparada pelo conceito da Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva O loacutecus da pesquisa eacute uma escola puacuteblica da rede

municipal de ensino da cidade de Joatildeo PessoaPB na qual a autora compotildee a comunidade

escolar na situaccedilatildeo atual de gestora e outrora como professora do Ensino Fundamental

Apontamos aqui um estudo de caso qualitativo com vieacutes etnograacutefico ancorado

metodologicamente por uma anaacutelise sistemaacutetica dos dados apresentados Nossa discussatildeo

situa-se baseada no aparato legal brasileiro que tratam sobre a inclusatildeo dos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial dentro da perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva articulando-os a

realidade da gestatildeo escolar Concluiacutemos com a percepccedilatildeo da necessidade de

ressignificaccedilatildeo do modelo de gestatildeo tornando-se cada vez mais democraacutetica e ateacute mesmo

autocircnoma para gerir com qualidade os desafios implementados por meio da realidade

praacutetica da Educaccedilatildeo Especial contemplando todos os sujeitos envolvidos no processo

Palavras-chave Gestatildeo escolar Educaccedilatildeo EspecialEducaccedilatildeo Inclusiva Escola puacuteblica

ABSTRACT The research brings as theme the relationship of school management with

the construction of an inclusive school which is supported by the concept of Special

Education in the perspective of Inclusive Education The locus of the research is a public

school of the municipal teaching network of the city of Joatildeo Pessoa PB in which the

author composes the school community in the current situation of manager and formerly

as a teacher of Elementary School We point out here a qualitative case study with

ethnographic bias methodologically anchored by a systematic analysis of the presented

data Our discussion is based on the Brazilian legal apparatus that deals with the inclusion

of students targeted by Special Education within the perspective of Inclusive Education

articulating them the reality of school management We conclude with the perception of

the need to redefine the management model becoming increasingly democratic and even

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

142

autonomous to manage with quality the challenges implemented through the practical

reality of Special Education contemplating all the subjects involved in the process

Keywords School management Special Education Inclusive Education Public School

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Na contemporaneidade o tema inclusatildeo tem ganhado espaccedilo em todos os cenaacuterios

sociais tendo destaque ainda maior no campo da educaccedilatildeo Neste sentido surge o

paradigma da Educaccedilatildeo Inclusiva tendo este suas bases numa vertente socioloacutegica e

filosoacutefica que natildeo soacute reconhece mas tambeacutem legitima e aceita a situaccedilatildeo de diversidade

nas instituiccedilotildees educacionais

A partir da afirmativa acima compreendemos que pensar a Educaccedilatildeo Inclusiva

requer sobretudo a clareza sobre quais sujeitos contemplados por este modelo de

educaccedilatildeo nos referimos Assim neste trabalho nosso olhar estaacute voltado para os aspectos

referentes agrave inclusatildeo das Pessoas com Necessidades Educativas Especiais (PNEEs)

sendo este um puacuteblico bastante especiacutefico da Educaccedilatildeo Inclusiva

Observamos tanto na literatura cientiacutefica quanto nos aparatos legais vigentes que

a inclusatildeo das PNEEs no cenaacuterio educacional formal implica uma seacuterie de

reconfiguraccedilotildees em variaacuteveis instacircncias do mesmo que vatildeo desde aos aspectos fiacutesicos

como infra-estrutura aos aspectos humanos a exemplo da formaccedilatildeo dos profissionais

que atuam na escola Eacute preciso assim uma verdadeira ressignificaccedilatildeo do modelo

educaccedilatildeo o que implica dizer que no sentido praacutetico do cotidiano escolar se faz

necessaacuterio tambeacutem uma forma adequada de gerir a escola Assim compreendemos que a

gestor escolar desempenha fundamental papel no processo de escolarizaccedilatildeo inclusivo das

PNEEs

Desta forma enquanto gestora educacional consideramos importante refletirmos

sobre os principais desafios enfrentados no processo de inclusatildeo escolar dos alunos

puacuteblico-alvo da Educaccedilatildeo Especial tendo como enfoque o aparato legal vigente e o olhar

da gestatildeo escolar Sendo assim aqui o nosso objetivo principal eacute Problematizar os

desafios enfrentados pela gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos

puacuteblico-alvo da Educaccedilatildeo Especial de uma escola puacuteblica do municiacutepio de Joatildeo Pessoa-

PB

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

143

UM PASSEIO SOBRE O APARATO HISTOacuteRICO LEGAL QUE NORTEIA A

EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL PARA A EDUCACcedilAtildeO BAacuteSICA NO BRASIL

Desta forma para melhor contextualizar os princiacutepios nos quais se firmam o

conceito de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva consideramos

pertinente apontarmos aqui os principais aparatos legais do nosso pais que versaram e

versam sobre a temaacutetica Acreditamos que seja de fundamental importacircncia para esta

discussatildeo adentrarmos no campo das poliacuteticas puacuteblicas sobre a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva haja vista a necessidade de melhor situarmos mais a

frente o terreno no qual a gestatildeo escolar tem caminhado bem como quais transformaccedilotildees

se fez e ainda se faz necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva que atenda com

qualidade a demanda deste novo puacuteblico

Ancorados na ideia de cidadania e dignidade consideramos pertinente evidenciar

o que diz a Constituiccedilatildeo Federal do Brasil (1988) sobre os aspectos que contemplam este

modelo de Educaccedilatildeo Especial Observamos em seu Art 3ordm Inc IV que um dos seus

objetivos fundamentais eacute a promoccedilatildeo do bem de todos sem preconceito de origem raccedila

sexo cor idade e quaisquer outras formas de discriminaccedilatildeo apontamos tambeacutem o que

diz o Art 5ordm deste mesmo documento o qual garante o direito a igualdade e em seu Art

205 o ldquodireito de todosrdquo agrave educaccedilatildeo objetivando o ldquopleno desenvolvimento da pessoa

seu preparo para a cidadania e sua qualificaccedilatildeo para o trabalhordquo Complementando a ideia

da educaccedilatildeo como direito de todos observamos tambeacutem que nossa Constituiccedilatildeo

contempla como um dos princiacutepios para o ensino a ldquoigualdade de condiccedilotildees de acesso e

permanecircncia na escolardquo (BRASIL 1988 Art 206 Inc I) No que tange especificamente

sobre o conceito de Educaccedilatildeo Especial podemos encontrar prescrito neste mesmo

documento que ldquoO dever do Estado com a educaccedilatildeo seraacute efetivado mediante a garantia

de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiecircncia

preferencialmente na rede regular de ensinordquo (BRASIL 1988 Art 208 Inc III)

No ano de 1994 observamos a Portaria do Ministeacuterio da EducaccedilatildeoMEC atraveacutes

da Lei nordm 1793 atraveacutes do seu Art 2ordm

Recomendar a inclusatildeo de conteuacutedos relativos aos aspectosndashEacuteticondash

Poliacuteticosndash Educacionais da Normalizaccedilatildeo e Integraccedilatildeo da Pessoa

Portadora de Necessidades Especiais nos cursos do grupo de Ciecircncia da

Sauacutede ( Educaccedilatildeo Fiacutesica Enfermagem Farmaacutecia Fisioterapia

Fonoaudioacuteloga Medicina Nutriccedilatildeo Odontologia Terapia

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

144

Ocupacional) no Curso de Serviccedilo Social e nos demais cursos

superiores de acordo com as suas especificidades

Jaacute em nossa tatildeo conhecida Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 ou Lei

Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo NacionalLDBEN observamos o direcionamento agrave

Educaccedilatildeo Especial quando a mesma declara que ldquo Entende-se por educaccedilatildeo especial para

os efeitos dessa Lei a modalidade de educaccedilatildeo escolar oferecida preferencialmente na

rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiaisrdquo (BRASIL

1996 Art 58) Neste sentindo posteriormente o Decreto nordm 3298 o qual regulamenta a

Lei ndeg 78531989 ldquodispotildees sobre a Poliacutetica Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa

Portadora de Deficiecircnciardquo estabelecendo assim a educaccedilatildeo especial como uma

modalidade transversal que perpassam todos os niacuteveis e etapas de ensino (BRASIL

1999 Art 24 Inc II) Ainda nestes direcionamentos encontramos a resoluccedilatildeo CNECEB

nordm 2 de 11 de setembro de 2001 a qual ldquoinstituiacute as Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesicardquo definindo

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves

escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com

necessidades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees

necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todos (BRASIL

2001 Art 2ordm)

Podemos tambeacutem observar que o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash PNE ou Lei nordm

10172 2001 aponta que o principal avanccedilo que a educaccedilatildeo poderia manifestar naquela

deacutecada se referia ldquoa construccedilatildeo de uma escola inclusiva que garanta o atendimento a

diversidade humanardquo (BRASIL 2001ordf item 81)

Em 2002 surge a Lei ndeg 10436 a qual dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de

SinaisLibras reconhecendo-a como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como

outros recursos de expressatildeo a ela associados Ainda neste mesmo ano o MEC lanccedila a

Portaria nordm 2678 que aprova o projeto de grafia do Sistema Braile para a Liacutengua

Portuguesa recomendando-a para uso em todo o territoacuterio nacional estabelecendo

tambeacutem diretrizes e normas para a sua utilizaccedilatildeo ensino produccedilatildeo e difusatildeo em todas as

modalidades de ensino

Neste mesmo direcionamento observamos o Decreto nordm 5626 que surge no ano

de 2005 o qual regulamenta a Lei nordm 10436 e o Art 10098 e dispotildee sobre a inclusatildeo da

Libras como disciplina curricular a formaccedilatildeo e a certificaccedilatildeo do professor instrutor

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

145

tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os

alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular

Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs

observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade

arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos

MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional

EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa

o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do

acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais

especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas

Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos

significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008

que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva

Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica

nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira

que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada

por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa

de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional

mais equacircnime

Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes

operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado

no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em

outra escola de ensino regular

No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da

garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles

o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das

Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola

Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e

compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de

recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel

Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-

inteacuterpretes de Libras

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

146

Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca

como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis

e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao

longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para

estes estudantes

Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases

da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste

documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia

deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino

No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial

na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de

Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta

deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de

acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e

recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas

o AEE

Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos

legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma

contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo

cenaacuterio educacional

SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR

Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e

consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como

a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma

que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim

tambeacutem de gestatildeo

Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola

um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou

dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute

a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as

democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

147

compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E

nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola

1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do

Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que

se faz presentemente

2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government

de sua vila ou cidade ou municiacutepio

3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-

la

4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e

rendimento do seu trabalho ordinaacuterio

5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees

de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)

Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio

educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de

qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas

anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo

Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas

caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de

qualquer outra ordem

Neste sentido Barroso afirma que

A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de

profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes

medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola

reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre

escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar

modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das

situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)

Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo

profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos

tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio

do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da

educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

148

evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica

associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes

legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar

Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva

observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo

consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em

detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo

alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de

democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros

No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade

de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de

forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da

qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de

alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)

Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira

enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e

cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o

gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar

estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um

espaccedilo cada vez mais inclusivo

Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como

acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo

de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo

dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do

municiacutepio de Joatildeo PessoaPB

CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO

O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade

de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar

juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas

investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

142

autonomous to manage with quality the challenges implemented through the practical

reality of Special Education contemplating all the subjects involved in the process

Keywords School management Special Education Inclusive Education Public School

CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS

Na contemporaneidade o tema inclusatildeo tem ganhado espaccedilo em todos os cenaacuterios

sociais tendo destaque ainda maior no campo da educaccedilatildeo Neste sentido surge o

paradigma da Educaccedilatildeo Inclusiva tendo este suas bases numa vertente socioloacutegica e

filosoacutefica que natildeo soacute reconhece mas tambeacutem legitima e aceita a situaccedilatildeo de diversidade

nas instituiccedilotildees educacionais

A partir da afirmativa acima compreendemos que pensar a Educaccedilatildeo Inclusiva

requer sobretudo a clareza sobre quais sujeitos contemplados por este modelo de

educaccedilatildeo nos referimos Assim neste trabalho nosso olhar estaacute voltado para os aspectos

referentes agrave inclusatildeo das Pessoas com Necessidades Educativas Especiais (PNEEs)

sendo este um puacuteblico bastante especiacutefico da Educaccedilatildeo Inclusiva

Observamos tanto na literatura cientiacutefica quanto nos aparatos legais vigentes que

a inclusatildeo das PNEEs no cenaacuterio educacional formal implica uma seacuterie de

reconfiguraccedilotildees em variaacuteveis instacircncias do mesmo que vatildeo desde aos aspectos fiacutesicos

como infra-estrutura aos aspectos humanos a exemplo da formaccedilatildeo dos profissionais

que atuam na escola Eacute preciso assim uma verdadeira ressignificaccedilatildeo do modelo

educaccedilatildeo o que implica dizer que no sentido praacutetico do cotidiano escolar se faz

necessaacuterio tambeacutem uma forma adequada de gerir a escola Assim compreendemos que a

gestor escolar desempenha fundamental papel no processo de escolarizaccedilatildeo inclusivo das

PNEEs

Desta forma enquanto gestora educacional consideramos importante refletirmos

sobre os principais desafios enfrentados no processo de inclusatildeo escolar dos alunos

puacuteblico-alvo da Educaccedilatildeo Especial tendo como enfoque o aparato legal vigente e o olhar

da gestatildeo escolar Sendo assim aqui o nosso objetivo principal eacute Problematizar os

desafios enfrentados pela gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos

puacuteblico-alvo da Educaccedilatildeo Especial de uma escola puacuteblica do municiacutepio de Joatildeo Pessoa-

PB

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

143

UM PASSEIO SOBRE O APARATO HISTOacuteRICO LEGAL QUE NORTEIA A

EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL PARA A EDUCACcedilAtildeO BAacuteSICA NO BRASIL

Desta forma para melhor contextualizar os princiacutepios nos quais se firmam o

conceito de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva consideramos

pertinente apontarmos aqui os principais aparatos legais do nosso pais que versaram e

versam sobre a temaacutetica Acreditamos que seja de fundamental importacircncia para esta

discussatildeo adentrarmos no campo das poliacuteticas puacuteblicas sobre a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva haja vista a necessidade de melhor situarmos mais a

frente o terreno no qual a gestatildeo escolar tem caminhado bem como quais transformaccedilotildees

se fez e ainda se faz necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva que atenda com

qualidade a demanda deste novo puacuteblico

Ancorados na ideia de cidadania e dignidade consideramos pertinente evidenciar

o que diz a Constituiccedilatildeo Federal do Brasil (1988) sobre os aspectos que contemplam este

modelo de Educaccedilatildeo Especial Observamos em seu Art 3ordm Inc IV que um dos seus

objetivos fundamentais eacute a promoccedilatildeo do bem de todos sem preconceito de origem raccedila

sexo cor idade e quaisquer outras formas de discriminaccedilatildeo apontamos tambeacutem o que

diz o Art 5ordm deste mesmo documento o qual garante o direito a igualdade e em seu Art

205 o ldquodireito de todosrdquo agrave educaccedilatildeo objetivando o ldquopleno desenvolvimento da pessoa

seu preparo para a cidadania e sua qualificaccedilatildeo para o trabalhordquo Complementando a ideia

da educaccedilatildeo como direito de todos observamos tambeacutem que nossa Constituiccedilatildeo

contempla como um dos princiacutepios para o ensino a ldquoigualdade de condiccedilotildees de acesso e

permanecircncia na escolardquo (BRASIL 1988 Art 206 Inc I) No que tange especificamente

sobre o conceito de Educaccedilatildeo Especial podemos encontrar prescrito neste mesmo

documento que ldquoO dever do Estado com a educaccedilatildeo seraacute efetivado mediante a garantia

de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiecircncia

preferencialmente na rede regular de ensinordquo (BRASIL 1988 Art 208 Inc III)

No ano de 1994 observamos a Portaria do Ministeacuterio da EducaccedilatildeoMEC atraveacutes

da Lei nordm 1793 atraveacutes do seu Art 2ordm

Recomendar a inclusatildeo de conteuacutedos relativos aos aspectosndashEacuteticondash

Poliacuteticosndash Educacionais da Normalizaccedilatildeo e Integraccedilatildeo da Pessoa

Portadora de Necessidades Especiais nos cursos do grupo de Ciecircncia da

Sauacutede ( Educaccedilatildeo Fiacutesica Enfermagem Farmaacutecia Fisioterapia

Fonoaudioacuteloga Medicina Nutriccedilatildeo Odontologia Terapia

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

144

Ocupacional) no Curso de Serviccedilo Social e nos demais cursos

superiores de acordo com as suas especificidades

Jaacute em nossa tatildeo conhecida Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 ou Lei

Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo NacionalLDBEN observamos o direcionamento agrave

Educaccedilatildeo Especial quando a mesma declara que ldquo Entende-se por educaccedilatildeo especial para

os efeitos dessa Lei a modalidade de educaccedilatildeo escolar oferecida preferencialmente na

rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiaisrdquo (BRASIL

1996 Art 58) Neste sentindo posteriormente o Decreto nordm 3298 o qual regulamenta a

Lei ndeg 78531989 ldquodispotildees sobre a Poliacutetica Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa

Portadora de Deficiecircnciardquo estabelecendo assim a educaccedilatildeo especial como uma

modalidade transversal que perpassam todos os niacuteveis e etapas de ensino (BRASIL

1999 Art 24 Inc II) Ainda nestes direcionamentos encontramos a resoluccedilatildeo CNECEB

nordm 2 de 11 de setembro de 2001 a qual ldquoinstituiacute as Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesicardquo definindo

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves

escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com

necessidades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees

necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todos (BRASIL

2001 Art 2ordm)

Podemos tambeacutem observar que o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash PNE ou Lei nordm

10172 2001 aponta que o principal avanccedilo que a educaccedilatildeo poderia manifestar naquela

deacutecada se referia ldquoa construccedilatildeo de uma escola inclusiva que garanta o atendimento a

diversidade humanardquo (BRASIL 2001ordf item 81)

Em 2002 surge a Lei ndeg 10436 a qual dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de

SinaisLibras reconhecendo-a como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como

outros recursos de expressatildeo a ela associados Ainda neste mesmo ano o MEC lanccedila a

Portaria nordm 2678 que aprova o projeto de grafia do Sistema Braile para a Liacutengua

Portuguesa recomendando-a para uso em todo o territoacuterio nacional estabelecendo

tambeacutem diretrizes e normas para a sua utilizaccedilatildeo ensino produccedilatildeo e difusatildeo em todas as

modalidades de ensino

Neste mesmo direcionamento observamos o Decreto nordm 5626 que surge no ano

de 2005 o qual regulamenta a Lei nordm 10436 e o Art 10098 e dispotildee sobre a inclusatildeo da

Libras como disciplina curricular a formaccedilatildeo e a certificaccedilatildeo do professor instrutor

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

145

tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os

alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular

Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs

observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade

arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos

MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional

EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa

o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do

acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais

especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas

Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos

significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008

que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva

Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica

nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira

que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada

por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa

de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional

mais equacircnime

Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes

operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado

no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em

outra escola de ensino regular

No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da

garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles

o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das

Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola

Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e

compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de

recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel

Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-

inteacuterpretes de Libras

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

146

Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca

como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis

e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao

longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para

estes estudantes

Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases

da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste

documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia

deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino

No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial

na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de

Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta

deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de

acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e

recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas

o AEE

Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos

legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma

contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo

cenaacuterio educacional

SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR

Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e

consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como

a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma

que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim

tambeacutem de gestatildeo

Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola

um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou

dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute

a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as

democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

147

compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E

nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola

1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do

Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que

se faz presentemente

2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government

de sua vila ou cidade ou municiacutepio

3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-

la

4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e

rendimento do seu trabalho ordinaacuterio

5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees

de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)

Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio

educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de

qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas

anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo

Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas

caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de

qualquer outra ordem

Neste sentido Barroso afirma que

A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de

profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes

medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola

reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre

escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar

modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das

situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)

Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo

profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos

tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio

do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da

educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

148

evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica

associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes

legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar

Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva

observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo

consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em

detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo

alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de

democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros

No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade

de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de

forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da

qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de

alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)

Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira

enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e

cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o

gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar

estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um

espaccedilo cada vez mais inclusivo

Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como

acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo

de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo

dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do

municiacutepio de Joatildeo PessoaPB

CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO

O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade

de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar

juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas

investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

143

UM PASSEIO SOBRE O APARATO HISTOacuteRICO LEGAL QUE NORTEIA A

EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL PARA A EDUCACcedilAtildeO BAacuteSICA NO BRASIL

Desta forma para melhor contextualizar os princiacutepios nos quais se firmam o

conceito de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva consideramos

pertinente apontarmos aqui os principais aparatos legais do nosso pais que versaram e

versam sobre a temaacutetica Acreditamos que seja de fundamental importacircncia para esta

discussatildeo adentrarmos no campo das poliacuteticas puacuteblicas sobre a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva haja vista a necessidade de melhor situarmos mais a

frente o terreno no qual a gestatildeo escolar tem caminhado bem como quais transformaccedilotildees

se fez e ainda se faz necessaacuterias para a efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva que atenda com

qualidade a demanda deste novo puacuteblico

Ancorados na ideia de cidadania e dignidade consideramos pertinente evidenciar

o que diz a Constituiccedilatildeo Federal do Brasil (1988) sobre os aspectos que contemplam este

modelo de Educaccedilatildeo Especial Observamos em seu Art 3ordm Inc IV que um dos seus

objetivos fundamentais eacute a promoccedilatildeo do bem de todos sem preconceito de origem raccedila

sexo cor idade e quaisquer outras formas de discriminaccedilatildeo apontamos tambeacutem o que

diz o Art 5ordm deste mesmo documento o qual garante o direito a igualdade e em seu Art

205 o ldquodireito de todosrdquo agrave educaccedilatildeo objetivando o ldquopleno desenvolvimento da pessoa

seu preparo para a cidadania e sua qualificaccedilatildeo para o trabalhordquo Complementando a ideia

da educaccedilatildeo como direito de todos observamos tambeacutem que nossa Constituiccedilatildeo

contempla como um dos princiacutepios para o ensino a ldquoigualdade de condiccedilotildees de acesso e

permanecircncia na escolardquo (BRASIL 1988 Art 206 Inc I) No que tange especificamente

sobre o conceito de Educaccedilatildeo Especial podemos encontrar prescrito neste mesmo

documento que ldquoO dever do Estado com a educaccedilatildeo seraacute efetivado mediante a garantia

de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiecircncia

preferencialmente na rede regular de ensinordquo (BRASIL 1988 Art 208 Inc III)

No ano de 1994 observamos a Portaria do Ministeacuterio da EducaccedilatildeoMEC atraveacutes

da Lei nordm 1793 atraveacutes do seu Art 2ordm

Recomendar a inclusatildeo de conteuacutedos relativos aos aspectosndashEacuteticondash

Poliacuteticosndash Educacionais da Normalizaccedilatildeo e Integraccedilatildeo da Pessoa

Portadora de Necessidades Especiais nos cursos do grupo de Ciecircncia da

Sauacutede ( Educaccedilatildeo Fiacutesica Enfermagem Farmaacutecia Fisioterapia

Fonoaudioacuteloga Medicina Nutriccedilatildeo Odontologia Terapia

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

144

Ocupacional) no Curso de Serviccedilo Social e nos demais cursos

superiores de acordo com as suas especificidades

Jaacute em nossa tatildeo conhecida Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 ou Lei

Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo NacionalLDBEN observamos o direcionamento agrave

Educaccedilatildeo Especial quando a mesma declara que ldquo Entende-se por educaccedilatildeo especial para

os efeitos dessa Lei a modalidade de educaccedilatildeo escolar oferecida preferencialmente na

rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiaisrdquo (BRASIL

1996 Art 58) Neste sentindo posteriormente o Decreto nordm 3298 o qual regulamenta a

Lei ndeg 78531989 ldquodispotildees sobre a Poliacutetica Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa

Portadora de Deficiecircnciardquo estabelecendo assim a educaccedilatildeo especial como uma

modalidade transversal que perpassam todos os niacuteveis e etapas de ensino (BRASIL

1999 Art 24 Inc II) Ainda nestes direcionamentos encontramos a resoluccedilatildeo CNECEB

nordm 2 de 11 de setembro de 2001 a qual ldquoinstituiacute as Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesicardquo definindo

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves

escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com

necessidades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees

necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todos (BRASIL

2001 Art 2ordm)

Podemos tambeacutem observar que o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash PNE ou Lei nordm

10172 2001 aponta que o principal avanccedilo que a educaccedilatildeo poderia manifestar naquela

deacutecada se referia ldquoa construccedilatildeo de uma escola inclusiva que garanta o atendimento a

diversidade humanardquo (BRASIL 2001ordf item 81)

Em 2002 surge a Lei ndeg 10436 a qual dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de

SinaisLibras reconhecendo-a como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como

outros recursos de expressatildeo a ela associados Ainda neste mesmo ano o MEC lanccedila a

Portaria nordm 2678 que aprova o projeto de grafia do Sistema Braile para a Liacutengua

Portuguesa recomendando-a para uso em todo o territoacuterio nacional estabelecendo

tambeacutem diretrizes e normas para a sua utilizaccedilatildeo ensino produccedilatildeo e difusatildeo em todas as

modalidades de ensino

Neste mesmo direcionamento observamos o Decreto nordm 5626 que surge no ano

de 2005 o qual regulamenta a Lei nordm 10436 e o Art 10098 e dispotildee sobre a inclusatildeo da

Libras como disciplina curricular a formaccedilatildeo e a certificaccedilatildeo do professor instrutor

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

145

tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os

alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular

Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs

observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade

arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos

MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional

EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa

o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do

acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais

especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas

Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos

significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008

que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva

Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica

nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira

que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada

por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa

de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional

mais equacircnime

Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes

operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado

no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em

outra escola de ensino regular

No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da

garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles

o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das

Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola

Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e

compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de

recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel

Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-

inteacuterpretes de Libras

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

146

Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca

como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis

e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao

longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para

estes estudantes

Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases

da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste

documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia

deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino

No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial

na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de

Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta

deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de

acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e

recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas

o AEE

Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos

legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma

contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo

cenaacuterio educacional

SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR

Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e

consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como

a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma

que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim

tambeacutem de gestatildeo

Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola

um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou

dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute

a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as

democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

147

compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E

nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola

1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do

Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que

se faz presentemente

2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government

de sua vila ou cidade ou municiacutepio

3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-

la

4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e

rendimento do seu trabalho ordinaacuterio

5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees

de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)

Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio

educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de

qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas

anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo

Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas

caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de

qualquer outra ordem

Neste sentido Barroso afirma que

A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de

profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes

medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola

reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre

escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar

modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das

situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)

Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo

profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos

tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio

do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da

educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

148

evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica

associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes

legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar

Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva

observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo

consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em

detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo

alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de

democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros

No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade

de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de

forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da

qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de

alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)

Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira

enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e

cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o

gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar

estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um

espaccedilo cada vez mais inclusivo

Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como

acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo

de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo

dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do

municiacutepio de Joatildeo PessoaPB

CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO

O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade

de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar

juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas

investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

144

Ocupacional) no Curso de Serviccedilo Social e nos demais cursos

superiores de acordo com as suas especificidades

Jaacute em nossa tatildeo conhecida Lei ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 ou Lei

Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo NacionalLDBEN observamos o direcionamento agrave

Educaccedilatildeo Especial quando a mesma declara que ldquo Entende-se por educaccedilatildeo especial para

os efeitos dessa Lei a modalidade de educaccedilatildeo escolar oferecida preferencialmente na

rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiaisrdquo (BRASIL

1996 Art 58) Neste sentindo posteriormente o Decreto nordm 3298 o qual regulamenta a

Lei ndeg 78531989 ldquodispotildees sobre a Poliacutetica Nacional para a Integraccedilatildeo da Pessoa

Portadora de Deficiecircnciardquo estabelecendo assim a educaccedilatildeo especial como uma

modalidade transversal que perpassam todos os niacuteveis e etapas de ensino (BRASIL

1999 Art 24 Inc II) Ainda nestes direcionamentos encontramos a resoluccedilatildeo CNECEB

nordm 2 de 11 de setembro de 2001 a qual ldquoinstituiacute as Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesicardquo definindo

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo agraves

escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com

necessidades educacionais especiais assegurando as condiccedilotildees

necessaacuterias para uma educaccedilatildeo de qualidade para todos (BRASIL

2001 Art 2ordm)

Podemos tambeacutem observar que o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash PNE ou Lei nordm

10172 2001 aponta que o principal avanccedilo que a educaccedilatildeo poderia manifestar naquela

deacutecada se referia ldquoa construccedilatildeo de uma escola inclusiva que garanta o atendimento a

diversidade humanardquo (BRASIL 2001ordf item 81)

Em 2002 surge a Lei ndeg 10436 a qual dispotildee sobre a Liacutengua Brasileira de

SinaisLibras reconhecendo-a como meio legal de comunicaccedilatildeo e expressatildeo bem como

outros recursos de expressatildeo a ela associados Ainda neste mesmo ano o MEC lanccedila a

Portaria nordm 2678 que aprova o projeto de grafia do Sistema Braile para a Liacutengua

Portuguesa recomendando-a para uso em todo o territoacuterio nacional estabelecendo

tambeacutem diretrizes e normas para a sua utilizaccedilatildeo ensino produccedilatildeo e difusatildeo em todas as

modalidades de ensino

Neste mesmo direcionamento observamos o Decreto nordm 5626 que surge no ano

de 2005 o qual regulamenta a Lei nordm 10436 e o Art 10098 e dispotildee sobre a inclusatildeo da

Libras como disciplina curricular a formaccedilatildeo e a certificaccedilatildeo do professor instrutor

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

145

tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os

alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular

Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs

observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade

arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos

MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional

EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa

o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do

acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais

especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas

Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos

significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008

que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva

Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica

nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira

que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada

por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa

de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional

mais equacircnime

Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes

operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado

no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em

outra escola de ensino regular

No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da

garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles

o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das

Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola

Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e

compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de

recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel

Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-

inteacuterpretes de Libras

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

146

Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca

como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis

e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao

longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para

estes estudantes

Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases

da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste

documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia

deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino

No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial

na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de

Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta

deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de

acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e

recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas

o AEE

Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos

legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma

contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo

cenaacuterio educacional

SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR

Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e

consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como

a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma

que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim

tambeacutem de gestatildeo

Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola

um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou

dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute

a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as

democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

147

compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E

nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola

1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do

Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que

se faz presentemente

2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government

de sua vila ou cidade ou municiacutepio

3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-

la

4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e

rendimento do seu trabalho ordinaacuterio

5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees

de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)

Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio

educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de

qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas

anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo

Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas

caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de

qualquer outra ordem

Neste sentido Barroso afirma que

A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de

profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes

medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola

reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre

escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar

modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das

situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)

Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo

profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos

tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio

do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da

educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

148

evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica

associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes

legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar

Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva

observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo

consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em

detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo

alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de

democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros

No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade

de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de

forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da

qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de

alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)

Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira

enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e

cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o

gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar

estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um

espaccedilo cada vez mais inclusivo

Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como

acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo

de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo

dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do

municiacutepio de Joatildeo PessoaPB

CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO

O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade

de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar

juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas

investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

145

tradutor e inteacuterprete sobre o ensino da Liacutengua Portuguesa como segunda liacutengua para os

alunos surdos e ainda sobre a organizaccedilatildeo da educaccedilatildeo biliacutenguumle no ensino regular

Correlacionado as adaptaccedilotildees necessaacuterias para a inclusatildeo dos alunos com NEEs

observamos que em 2007 o Plano Nacional da EducaccedilatildeoPNE recomenda a acessibilidade

arquitetocircnica dos preacutedios escolares a implantaccedilatildeo de Salas de Recursos

MultifuncionaisSRM e a formaccedilatildeo docente para o Atendimento Educacional

EspecializadoAEE e neste mesmo ano ainda temos o Decreto nordm 6094 que implementa

o Plano de Metas e Compromissos Todos pela Educaccedilatildeo o qual destaca a garantia do

acesso e permanecircncia no Ensino Regular e o atendimento agraves necessidades educacionais

especiais dos alunos a fim de fortalecer a inclusatildeo educacional nas escolas puacuteblicas

Mesmo diante de todo esse processo pelo qual podemos observar avanccedilos

significativos para a realidade da Educaccedilatildeo Especial Brasileira eacute somente no ano de 2008

que nasce o Plano nacional de Educaccedilatildeo Especial na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva

Este documento eacute de fundamental importacircncia haja vista que fundamenta a poliacutetica

nacional de educaccedilatildeo dando destaque ao processo de inclusatildeo educacional de maneira

que indica o ponto de partida atraveacutes da Educaccedilatildeo Especial e sugere o ponto de chegada

por meio da Educaccedilatildeo Inclusiva assim ele natildeo soacute transforma a nomenclatura que passa

de portador a pessoa com deficiecircncia mas sobretudo propotildee um modelo educacional

mais equacircnime

Em 2009 temos a Resoluccedilatildeo MEC CNECEB nordm 4 que institui as diretrizes

operacionais para o AEE na Educaccedilatildeo Baacutesica afirmando que o mesmo deve ser ofertado

no contra-turno da escolarizaccedilatildeo prioritariamente nas SRMs da proacutepria escola ou em

outra escola de ensino regular

No ano de 2011 tambeacutem observamos atraveacutes do art 3ordm do Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com DeficiecircnciaPlano Viver Sem Limites o estabelecimento da

garantia uma sistema educacional inclusivo baseado na Convenccedilatildeo Sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiecircncia Neste Plano haacute a estruturaccedilatildeo de quatro eixos sendo um deles

o educacional o qual prevecirc basicamente entre outros direcionamentos A implantaccedilatildeo das

Salas de Recursos Multifuncionais para a realizaccedilatildeo do AEE O programa Escola

Acessiacutevel para a promoccedilatildeo da acessibilidade arquitetocircnica nos preacutedios escolares e

compras de materiais e equipamentos de tecnologia assistiva atraveacutes da liberaccedilatildeo de

recursos finaceiros O Programa Caminho da Escola para a oferta do transporte acessiacutevel

Educaccedilatildeo Biliacutengue com a proposta de oferta de formaccedilatildeo de professores e tradutores-

inteacuterpretes de Libras

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

146

Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca

como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis

e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao

longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para

estes estudantes

Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases

da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste

documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia

deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino

No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial

na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de

Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta

deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de

acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e

recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas

o AEE

Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos

legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma

contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo

cenaacuterio educacional

SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR

Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e

consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como

a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma

que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim

tambeacutem de gestatildeo

Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola

um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou

dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute

a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as

democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

147

compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E

nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola

1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do

Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que

se faz presentemente

2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government

de sua vila ou cidade ou municiacutepio

3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-

la

4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e

rendimento do seu trabalho ordinaacuterio

5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees

de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)

Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio

educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de

qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas

anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo

Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas

caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de

qualquer outra ordem

Neste sentido Barroso afirma que

A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de

profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes

medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola

reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre

escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar

modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das

situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)

Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo

profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos

tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio

do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da

educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

148

evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica

associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes

legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar

Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva

observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo

consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em

detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo

alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de

democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros

No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade

de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de

forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da

qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de

alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)

Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira

enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e

cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o

gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar

estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um

espaccedilo cada vez mais inclusivo

Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como

acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo

de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo

dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do

municiacutepio de Joatildeo PessoaPB

CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO

O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade

de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar

juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas

investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

146

Atraveacutes do Decreto ndeg 7611 ainda do ano de 2011 temos a declaraccedilatildeo que coloca

como dever do Estado a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os niacuteveis

e com igualdade de oportunidades para os estudantes com deficiecircncia aprendizagem ao

longo da vida apoio necessaacuterio com o objetivo de promover a efetiva educaccedilatildeo para

estes estudantes

Em 2014 observamos o Plano Nacional de EducaccedilatildeoPNE o qual define as bases

da poliacutetica educacional brasileira para os proacuteximos dez anos Podemos destacar neste

documento a quarta meta que estabelece que a educaccedilatildeo para os alunos com deficiecircncia

deve ser oferecida preferencialmente no sistema puacuteblico de ensino

No ano de 2015 observamos um marco importantiacutessimo para a Educaccedilatildeo Especial

na Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva sendo esta a Lei ndeg 13146 ou Lei Brasileira de

Inclusatildeo da Pessoa Com Deficiecircncia No capiacutetulo IV com base na Convenccedilatildeo Sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiecircncia aborda o direito agrave educaccedilatildeo colocando que esta

deve ser inclusiva e de qualidade em todos os niacuteveis de ensino garantindo condiccedilotildees de

acesso permanecircncia participaccedilatildeo e aprendizagem atraveacutes da oferta de serviccedilos e

recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras contemplando entre outras medidas

o AEE

Desta forma finalizamos aqui a explanaccedilatildeo sobre os principais documentos

legais brasileiro a respeito da Educaccedilatildeo Especial restando-nos agora uma

contextualizaccedilatildeo sobre gestatildeo escolar e as demandas requeridas a partir deste novo

cenaacuterio educacional

SOBRE GESTAtildeO ESCOLAR

Frente a todo este cenaacuterio de transformaccedilotildees curriculares legais e

consequentemente estruturais e procedimentais sentimos a necessidade de entender como

a gestatildeo escolar tem se situado Assim aqui buscamos pontuar o papel da gestatildeo de forma

que mais a diante faremos uma articulaccedilatildeo deste novo modelo de educacional e assim

tambeacutem de gestatildeo

Tendo como base o pensamento de Aniacutesio Teixeira (1997) ao considerar a escola

um microcosmo da sociedade a qual orienta as pessoas no caminho da democracia ou

dominaccedilatildeo cooperaccedilatildeo ou submissatildeo igualdade ou diferenccedila apontando que ldquosoacute existiraacute

a democracia no Brasil no dia em que se montar no paiacutes a maacutequina que prepara as

democracias Essa maacutequina eacute a escola puacuteblicardquo (TEIXEIRA 1997 p230) eacute que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

147

compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E

nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola

1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do

Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que

se faz presentemente

2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government

de sua vila ou cidade ou municiacutepio

3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-

la

4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e

rendimento do seu trabalho ordinaacuterio

5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees

de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)

Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio

educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de

qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas

anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo

Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas

caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de

qualquer outra ordem

Neste sentido Barroso afirma que

A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de

profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes

medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola

reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre

escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar

modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das

situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)

Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo

profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos

tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio

do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da

educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

148

evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica

associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes

legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar

Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva

observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo

consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em

detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo

alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de

democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros

No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade

de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de

forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da

qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de

alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)

Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira

enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e

cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o

gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar

estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um

espaccedilo cada vez mais inclusivo

Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como

acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo

de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo

dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do

municiacutepio de Joatildeo PessoaPB

CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO

O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade

de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar

juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas

investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

147

compreendemos a gestatildeo escolar como norteadora das praacuteticas efetivadas nas escolas E

nesta perspectiva de acordo com o mesmo autor satildeo estas as funccedilotildees da escola

1 A escola deve preparar o indiviacuteduo para participar no Governo do

Estado e da Uniatildeo com maior consciecircncia e independecircncia do que

se faz presentemente

2 A escola deve preparar o indiviacuteduo para exercer o self-government

de sua vila ou cidade ou municiacutepio

3 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a cuidar de sua sauacutede e melhoraacute-

la

4 A escola deve habilitar o indiviacuteduo a progredir na eficiecircncia e

rendimento do seu trabalho ordinaacuterio

5 A escola deve cooperar para o melhoramento geral das condiccedilotildees

de vida da populaccedilatildeo (TEIXEIRA 1997 p96)

Desta forma compreendemos conforme nos aponta o autor que o maior desafio

educacional se encontra nos entraves para a promoccedilatildeo de oportunidades educativas de

qualidade para todos o que se correlaciona diretamente com as propostas apresentadas

anteriormente atraveacutes do aparato legal da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da Educaccedilatildeo

Inclusiva que como vimos deve atender a todos os alunos respeitando suas

caracteriacutesticas individuais sejam elas de caraacuteter social econocircmico fiacutesico racial ou de

qualquer outra ordem

Neste sentido Barroso afirma que

A administraccedilatildeo escolar atravessa hoje em muitos paiacuteses uma fase de

profunda transformaccedilatildeo Essa transformaccedilatildeo traduz-se em diferentes

medidas que tecircm por objetivo alargar e redefinir o conceito de escola

reconhecer e reforccedilar a sua autonomia promover a associaccedilatildeo entre

escolas e a sua integraccedilatildeo em territoacuterios educativos mais vastos adoptar

modalidades de gestatildeo especiacutefica e adaptadas agrave diversidade das

situaccedilotildees existentes (BARROSO 2003 p 11)

Assim sendo entendemos a gestatildeo escolar como um campo de atuaccedilatildeo

profissional para a promoccedilatildeo e concretizaccedilatildeo das poliacuteticas educacionais Percebemos

tambeacutem que a gestatildeo escolar une a filosofia e a poliacutetica educacional sendo esta por meio

do planejamento coordenaccedilatildeo direccedilatildeo e controle das accedilotildees propostas no acircmbito da

educaccedilatildeo conforme nos aponta Dias (2002) Portanto baseados nestes preceitos

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

148

evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica

associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes

legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar

Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva

observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo

consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em

detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo

alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de

democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros

No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade

de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de

forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da

qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de

alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)

Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira

enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e

cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o

gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar

estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um

espaccedilo cada vez mais inclusivo

Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como

acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo

de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo

dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do

municiacutepio de Joatildeo PessoaPB

CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO

O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade

de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar

juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas

investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

148

evidenciamos a figura do gestor escolar como um profissional que tem a sua praacutetica

associada agrave poliacutetica e teoria educacional de forma que constitui um elo entre as diretrizes

legais e o puacuteblico assistido por estas dentro da comunidade escolar

Buscando atender aos anseios que circundam o cenaacuterio social da escola inclusiva

observamos que o modelo atual de gestatildeo escolar baseia-se no princiacutepio da participaccedilatildeo

consciente buscando reconhecer as diferenccedilas individuais frente agrave diversidade em

detrimento do modelo burocraacutetico Essa nova perspectiva baseada na participaccedilatildeo

alimenta-se nos valores estimados pela sociedade contemporacircnea a exemplo de

democracia cidadania igualdade justiccedila alteridade e entre outros

No campo desta discussatildeo Spoacutesito (2001) aponta que natildeo existe a possibilidade

de materializaccedilatildeo do discurso democraacutetico quando as praacuteticas ainda satildeo burocraacuteticas de

forma que ldquoa gestatildeo democraacutetica poderaacute constituir um caminho real de melhoria da

qualidade de ensino se ela for concebida em profundidade como mecanismos capaz de

alterar praacuteticas pedagoacutegicasrdquo (p54)

Concordamos com Teixeira (1990) quando afirma que a gestatildeo escolar brasileira

enfatiza a interdisciplinaridade sendo capaz de articular os contextos poliacutetico social e

cultural Neste sentido constatamos que haacute uma descentralizaccedilatildeo do poder na qual o

gestor corresponde tambeacutem ao papel de educador tendo a responsabilidade de coordenar

estruturar e articular em conjunto o processo de transformaccedilatildeo da escola tornando-a um

espaccedilo cada vez mais inclusivo

Assim perante tantas transformaccedilotildees e expectativas resta-nos compreender como

acontece o a gestatildeo escolar tendo em vista as inuacutemeras demandas oriundas do processo

de inclusatildeo escolar dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo inclusiva Assim a diante nossa discussatildeo e anaacutelise se firma nesta articulaccedilatildeo

dando ecircnfase ao modelo educacional vigente e aplicado em uma escola puacuteblica do

municiacutepio de Joatildeo PessoaPB

CAMINHOS DA PESQUISA E CARAacuteTER METODOLOacuteGICO

O campo deste estudo eacute uma escola puacuteblica da rede municipal de ensino da cidade

de Joatildeo PessoaPB a qual a autora encontra-se atuando na situaccedilatildeo de gestora escolar

juntamente a mais trecircs gestoras adjuntas as quais tambeacutem se constituem como sujeitas

investigadas neste estudo Eacute importante ressaltar que a autora tambeacutem atuou nesta mesma

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

149

instituiccedilatildeo de ensino como professora da primeira fase do Ensino Fundamental

perfazendo assim um somatoacuterio de oito anos de atuaccedilatildeo no campo da pesquisa

A escola estaacute situada em um bairro perifeacuterico e atende atualmente

aproximadamente sessenta e trecircs alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial Vale ressaltar

que a escolha por este campo investigativo se deu devido ao fato desta escola ter um

histoacuterico de transformaccedilatildeo relevante relacionado ao processo de inclusatildeo escolar dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial no cenaacuterio social pessoense A mesma foi

fundada no ano de 2001 e atendendo efetivamente os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial desde o ano de 2007 inicialmente com ecircnfase no ensino aos alunos surdos sendo

nesta fase caracterizada municipalmente como escola poacutelo de inclusatildeo de alunos surdos

e posteriormente abrangendo o acesso dos demais educandos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo

Especial Dessa forma a autora participou de parte deste processo de transformaccedilatildeo

curricular da escola tendo em vista que atua na escola desde o ano de 2009

A pesquisa se configura como qualitativa que de acordo com Gonzaacutelez Rey

(2005) eacute construiacuteda a partir da interaccedilatildeo entre o pesquisador os sujeitos de pesquisa e as

informaccedilotildees obtidas no decorrer do processo A pesquisa qualitativa nos aponta aspectos

subjetivos e atinge motivaccedilotildees natildeo expliacutecitas ou mesmo conscientes de maneira

espontacircnea

Consideramos ainda que dentre os aspectos metodoloacutegicos esta pesquisa tambeacutem

se configura como um estudo de caso pois de acordo com Robert Yin

Em geral os estudos de caso representam a estrateacutegia preferida quando

se colocam questotildees do tipo como e por que quando o pesquisador

tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra em

fenocircmenos contemporacircneos inseridos em algum contexto da vida real

(YIN 1994 p11 grifo nosso)

Tambeacutem ancoramos como caracteriacutestica metodoloacutegica desta pesquisa um vieacutes

etnograacutefico tendo em vista que de acordo com Andreacute (1995) a etnografia no campo da

educaccedilatildeo preocupa-se com o processo educativo tendo os participantes da pesquisa como

sujeitos do processo e natildeo como objetos do mesmo dessa forma exige do pesquisador

uma vivecircncia duradoura e de permanecircncia no campo investigado o que certamente

acontece com a pesquisadora e a demais sujeitas deste estudo

Com relaccedilatildeo agrave anaacutelise dos dados nos respaldamos em Bogdan e Biklen (1994)

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

150

A anaacutelise dos dados eacute o processo de busca e de organizaccedilatildeo sistemaacutetico

de transcriccedilotildees de entrevistas de notas de campo e de outros materiais

que foram sendo acumulados com o objetivo de aumentar a sua proacutepria

compreensatildeo desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos

outros aquilo que encontrou (BOGDAN e BIKLEN 1994 p 205)

Assim estes constituem os principais aspectos metodoloacutegicos desta pesquisa

DESAFIOS DA GESTAtildeO ESCOLAR COM RELACcedilAtildeO Agrave EDUCACcedilAtildeO

ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A partir de agora voltamos o nosso olhar para as especificidades recorrentes as

realidade do campo investigado Como jaacute mencionamos o campo da pesquisa atende a

uma demanda bastante vasta dos alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial o que

consequentemente requer uma reestruturaccedilatildeo da forma de gestatildeo aplicada em tal

realidade Aqui nossas consideraccedilotildees tecircm como base aleacutem do aparato legal vigente em

nosso paiacutes a nossa praacutetica de gestatildeo e a proposta do Plano Municipal de Educaccedilatildeo de

Joatildeo Pessoa (2015) quando trata a respeito da Educaccedilatildeo Especial e da Gestatildeo Escolar

Atuando na gestatildeo escolar desde o ano de 2011 observamos que o papel do gestor

se faz fundamental na organizaccedilatildeo de praacuteticas que garantam o acesso e permanecircncia dos

alunos com NEEs na escola bem como o direito a um ensino de qualidade e que respeite

as especificidades de cada educando Assim consideramos pertinente elencar e discutir

os principais desafios enfrentados pela equipe de gestatildeo do campo investigado a fim de

subsidiar a possibilidade de pensarmos sobre a eficaacutecia do sistema escolar vigente frente

agrave diversidade social sendo mais especifica com relaccedilatildeo aos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial

Entendendo que a gestatildeo democraacutetica a qual considera todos os sujeitos da

comunidade escolar e garantem a eles o direito de participaccedilatildeo nas tomadas de decisotildees

no que se refere agrave rotina e realidade da escola em muito relaciona com o processo de

democratizaccedilatildeo do ensino no qual as pessoas com NEEs passaram a fazer parte do grupo

dos sujeitos de direito ao acesso e permanecircncia no sistema educacional Podemos afirmar

que tanto o conceito de gestatildeo democraacutetica quanto o de democratizaccedilatildeo do ensino satildeo

relativamente recentes de maneira que na articulaccedilatildeo entre ambos inuacutemeros satildeo os

desafios da gestatildeo escolar frente ao processo de inclusatildeo dos alunos puacuteblico alvo da

Educaccedilatildeo Especial haja vista que este processo eacute vivenciado por todas as pessoas que

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

151

compotildeem a comunidade escola poreacutem focaremos aqui em trecircs aspectos principais sendo

estes a qualificaccedilatildeo profissional articulaccedilatildeo famiacutelia e escola encaminhamentos e laudos

Em nossa vivecircncia enquanto gestora observamos durante a nossa praacutetica que os

professores que ainda natildeo haviam atuado de forma mais incisiva junto aos alunos puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial quando com estes se deparam haacute inicialmente em muitos

casos um estranhamento desta realidade educacional de maneira que natildeo acreditam que

sua praacutetica profissional natildeo seraacute capaz de alcanccedilar tais alunos Neste sentido percebemos

que o professor precisa passar por um processo de ressignificaccedilatildeo da sua praacutetica

desfazendo assim padrotildees anteriormente alimentados na ideia do aluno padratildeoideal No

campo desta discussatildeo Santos-Lima (2010) aponta que o professor precisa ultrapassar as

barreiras criadas e impostas socialmente oferecendo assim ao aluno o direito de ser

compreendido como sujeito promovendo tambeacutem sua aprendizagem de forma que esta

respeite as especificidades do educando

Neste processo de estranhamento o que a gestatildeo pode e tem promovido para que

os professores se sintam seguros e confiantes em sua praacutetica inclusiva Certamente esta

eacute uma pergunta bastante subjetiva mas nossa vivecircncia de gestatildeo aponta caminhos que

vatildeo desde ao incentivo ao aperfeiccediloamento e capacitaccedilatildeo profissional atraveacutes de

divulgaccedilatildeo de cursos e promoccedilatildeo de palestras e debates sobre os temas conflitantes e

desafiadores apontados pelos proacuteprios professores bem como a atuaccedilatildeo de forma

articulada com os profissionais professoresespecialistas que atuam na sala de no

Atendimento educacional EspecializadoAEE ateacute a sensibilidade no trato humano com

os profissionais adotando uma visatildeo holiacutestica do professor natildeo isolando a sua praacutetica

Ainda no que se refere aos profissionais que atuam diretamente no processo de

ensino e aprendizagem da escola investigada destacamos a presenccedila do inteacuterprete de

Libras que atuam mediando a comunicaccedilatildeo entre os professores e os alunos com

deficiecircncia auditiva ou surdos com intuito de sanar as barreiras comunicativas no

processo de ensino e aprendizagem e ainda a figura do profissional denominado como

cuidador educacional cuja funccedilatildeo eacute definida no Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo

Pessoa (2015) como profissionais que ldquoatuam na Educaccedilatildeo Inclusiva com a ldquoproposta de

apoio agraves salas de aulardquo sejam habilitados e qualificados na funccedilatildeo a ser exercida

monitorados pela educaccedilatildeordquo (p14)

O que enxergamos como desafiador na articulaccedilatildeo da praacutetica profissional escolar

do inteacuterprete de Libras e do cuidador educacional se refere justamente aos aspectos de

sua formaccedilatildeo haja vista que o primeiro ainda natildeo tem sua funccedilatildeo regulamentada nem tatildeo

pouco mencionada no Plano Municipal de Educaccedilatildeo o que faz com que os profissionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

152

que atuam nesta funccedilatildeo quase sempre chegam ao campo da escola com pouco ou quase

nada de conhecimentos especiacuteficos do campo da educaccedilatildeo de maneira que sua formaccedilatildeo

em sua grande maioria aconteceu por meio de cursos aligeirados e a fluecircncia na Liacutengua

de Sinais acontece atraveacutes das vivecircncias cotidianas com pessoas surdas Jaacute no caso dos

cuidadores destacamos que mesmo esta funccedilatildeo sendo definida por meio do Plano

Municipal de Educaccedilatildeo o qual sugere a habilitaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo deste profissional no

campo praacutetico a realidade mostra que estes tecircm sido de ampla forma lanccedilados na

comunidade escolar sem nenhum tipo de formaccedilatildeo adequada que lhes habilitem para a

atuaccedilatildeo com os alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

O que queremos enfatizar aqui eacute que a natildeo regulamentaccedilatildeo da funccedilatildeo do inteacuterprete

de Libras bem como a contrataccedilatildeo de forma aleatoacuteria de pessoas para atuarem como

cuidadores tecircm dificultado em muitos casos no trato da gestatildeo quanto aos

direcionamentos dados a estes profissionais quando atuando em nossa escola haja vista

que por vezes deparamo-nos com situaccedilotildees tanto de natildeo identificaccedilatildeo com a funccedilatildeo

exercida quanto de resistecircncia no apoio do processo de ensino e aprendizagem dos alunos

com NEEs

Com a regulamentaccedilatildeo da proposta da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nossa escola vivenciou um verdadeiro boom no que se refere agrave

procura por matriacuteculas para os alunos com NEEs e neste sentido nosso desafio enquanto

gestatildeo se daacute atraveacutes do seguinte questionamento como ofertar uma educaccedilatildeo de

qualidade numa sala de aula na qual as demandas satildeo tatildeo vastas e tatildeo especiacuteficas

Deparamos-nos com este desafio na medida em que os documentos oficiais

asseguram a garantia da matriacutecula para qualquer aluno poreacutem compreendemos que eacute

preciso atentar para o nuacutemero de educandos em sala de aula de forma que no caso dos

alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial as demandas no processo do ensinar satildeo

bastante especiacuteficas o que implica dizer que deve ser respeitado um nuacutemero limite de

estudantes a fim de garantir um ensino de qualidade Com relaccedilatildeo a essa problemaacutetica o

que vivenciamos se refere agrave enorme procura por matriacuteculas o que nem sempre eacute possiacutevel

na praacutetica garantir haja vista o jaacute preenchimento do quantitativo de alunos com NEEs por

sala de aula sendo este quantitativo estabelecido atraveacutes da Poliacutetica Municipal de

Educaccedilatildeo Assim o que temos realizado enquanto gestatildeo eacute direcionar as famiacutelias que nos

procuram agrave outras instituiccedilotildees de ensino da rede municipal poreacutem eacute uma realidade a

persistecircncia de diversas famiacutelias de maneira que estas recorrem ao Ministeacuterio Puacuteblico

para garantir a matriacutecula do aluno em nossa escola Quando isto acontece o nuacutemero limite

de alunos puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial natildeo eacute respeitado o que muitas vezes acarreta

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

153

na queda da qualidade do ensino pois a praacutetica do professor eacute prejudicada e ainda por

vezes o cuidador tem que se dividir nos cuidados a mais de um aluno o que tambeacutem

acontece no caso dos inteacuterpretes

Ainda no campo dos desafios observamos que eacute recorrente a existecircncia de alunos

os quais natildeo satildeo originalmente matriculados como puacuteblico alvo da Educaccedilatildeo Especial

mas no decorrer do ano letivo os professores percebem alguns entraves por parte dos

mesmos que o impedem de avanccedilar no processo educativo Eacute a partir desta percepccedilatildeo do

professor da sala de aula regular que a gestatildeo juntamente com a equipe de especialistas

sendo estes os professores do AEE psicoacutelogos e assistentes sociais atraveacutes da construccedilatildeo

de relatoacuterio pedagoacutegico no qual pontuamos os aspectos do aluno no processo de ensino

e aprendizagem e na rotina escolar encaminhamos estes educandos agraves instituiccedilotildees

cliacutenicas especializadas a fim de confirmar ou natildeo a suspeita levantada na escola e

posteriormente assegurar-lhe a dupla matriacutecula escolar sendo esta na sala de aula regular

e na Sala de Recursos Multifuncionais

Dentro deste cenaacuterio o grande entrave acontece no diaacutelogo com a famiacutelia que por

vezes se nega a procurar ajuda cliacutenica para os seus filhos Outro aspecto diz respeito ao

acesso ao sistema puacuteblico de sauacutede que se daacute de forma demorada dificultando assim na

execuccedilatildeo de exames No cotidiano da escola tais dificuldades tanto na aceitaccedilatildeo familiar

quanto na demora nos atendimentos cliacutenicos implica na execuccedilatildeo de um processo de

ensino prejudicado haja vista a necessidade de uma praacutetica direcionada que atenda as

reais necessidades do aluno

Como observamos satildeo muitos os desafios encontrados na concretizaccedilatildeo de uma

escola cuja as praacuteticas a caracterizem como de fato inclusiva Todavia concordamos com

o pensamento de Teixeira (1990) quando defende a ideia de que a escola deve valorizar

e aceitar as diferenccedilas e que na praacutetica do cotidiano escolar natildeo haacute modelos educacionais

preacute-definidos mas

Uma concepccedilatildeo ampliada de educaccedilatildeo conduz necessariamente agrave

valorizaccedilatildeo e agrave aceitaccedilatildeo da diferenccedila e da alteridade que trazem em si

a ideia de que natildeo existe uma uacutenica maneira correta de educar mas

estilos diferentes de educaccedilatildeo aos quais devem corresponder

necessariamente diferentes formas de se organizar a escola

(TEIXEIRA 1990 p 92)

Neste sentido a gestatildeo da nossa escola caracterizada como democraacutetica para

adeacutequa-se ao modelo inclusivo tem passado por reestruturaccedilotildees multidimensionais

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

154

ressignificando assim o curriacuteculo em seus mais variados aspectos Acreditamos pois que

este processo de reestruturaccedilatildeo do modelo de gestatildeo para a efetivaccedilatildeo de praacuteticas

inclusivas voltadas para os alunos com NEEs em muito tem a ver com o que nos aponta

Teixeira (1997) quando coloca que o gestor escolar antes de ser um especialista dentro

da gestatildeo deve primeiramente ser um especialista da educaccedilatildeo o que percebemos

acontecer em nossa equipe haja vista a composiccedilatildeo da mesma ser feita por trecircs

professoras da Educaccedilatildeo Baacutesica ndash sendo duas pedagogas e uma professora de artes ndash

mais uma psicoacuteloga especializada em psicologia escolar

Compreendemos que a escola precisa proporcionar um ambiente agradaacutevel no

qual natildeo seja alimentado situaccedilotildees e atitudes que reforcem o preconceito e a

discriminaccedilatildeo para que assim o processo de ensino e aprendizagem tambeacutem seja

favorecido e fortalecido A mudanccedila do cenaacuterio escolar para praacuteticas inclusivas

perpassam o sentido da reestruturaccedilatildeo arquitetocircnica que certamente satildeo

importantiacutessimas mas natildeo contemplam as inuacutemeras necessidades requeridas pelo puacuteblico

alvo da Educaccedilatildeo Especial

Eacute neste loacutecus que nos caracterizamos como uma gestatildeo que tem buscado maneiras

alternativas de gerir a escola inclusiva lidando com as dificuldades diaacuterias de forma

singular valorizando os aspectos humanos de todos que compotildeem a comunidade escolar

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Finalizamos este estudo com o pensamento voltado para a ideia de que o gestor

escolar precisa sobretudo ser antes um educador que conheccedila a praacutetica e o cotidiano

real da escola pois soacute assim poderaacute gerir de maneira mais eficaz os desafios encontrados

na efetivaccedilatildeo de uma escola inclusiva Assim a gestatildeo escolar vai aleacutem do domiacutenio

teacutecnico pois adentra no sentido do incentivo diaacutelogo discussatildeo comparaccedilotildees

observaccedilotildees erros e acertos e estes devem contemplar a todos do cenaacuterio escolar

Destacamos aqui que cada escola tem sua personalidade que deve atender as

necessidades especiacuteficas de sua comunidade enfatizamos assim na realidade investigada

a necessidade de ressignificaccedilotildees na forma de encarar e efetivar a Educaccedilatildeo Especial na

perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Neste processo apontamos tambeacutem atitudes de

engajamento adotada pela gestatildeo escolar na mediaccedilatildeo dos desafios propostos pela

Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

155

Observamos que tatildeo somente a poliacutetica da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva nem sempre datildeo base para a resoluccedilatildeo dos desafios cotidianos

encarados na escola de forma que se faz necessaacuterios buscar por vezes de forma

autocircnoma formas de agir e construir as praacuteticas inclusivas junto a comunidade escolar

Tais atitudes englobam accedilotildees eacuteticas participativas e democraacuteticas

No trabalho da gestatildeo verificamos tal estudo como uma oportunidade de repensar

e aprimorar nossa praacutetica e nos aprofundarmos no conhecimento sobre as diferenccedilas

diversidade e inclusatildeo dos educandos com NEEs Vislumbramos tambeacutem atraveacutes deste

a possibilidade de discussotildees mais aprofundadas sobre a temaacutetica a fim de

compreendermos melhor o contexto educacional da Educaccedilatildeo Especial na perspectiva da

Educaccedilatildeo Inclusiva as quais englobem questotildees como formaccedilatildeo continuada para gestores

escolares reestruturaccedilatildeo da poliacuteticas nacionais e locais vigentes entre outros

REFEREcircNCIAS

ANDREacute Marli Eliza Dalmazo Afonso de Etnografia da Praacutetica Escolar Campinas

Papirus 1995

BARROSO Joatildeo O reforccedilo da autonomia das escolas e a flexibilizaccedilatildeo da gestatildeo

escolar em Portugal In FERREIRA Naura S C Gestatildeo Democraacutetica da Educaccedilatildeo

atuais tendecircncias novos desafios 4 Ed Satildeo Paulo Cortez 2003 p11-52

BOGDAN R BIKLEN S Investigaccedilatildeo Qualitativa em Educaccedilatildeo Uma Introduccedilatildeo

agrave Teoria e aos Meacutetodos Portugal Porto Editora 1994

BRASIL Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1988

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria nordm 1793 de 27 de dezembro de 1994

Brasiacutelia SEESP 1994

______ Lei Federal ndeg 9394 de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da

Educaccedilatildeo Nacional Diaacuterio Oficial da Repuacuteblica Federativa do Brasil Brasiacutelia 1996

Disponiacutevel em httpwwwingovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 19 de

dezembro de 2017

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

156

______ Decreto nordm 3298 de 20 de dezembro de 1999 Brasiacutelia Poliacutetica Nacional para

a Integraccedilatildeo da Pessoa com Deficiecircncia Disponiacutevel em

httpwwwingovbrmp_leisleis_textoasp Acesso em 13 de dezembro de 2017

______ Conselho Nacional de Educaccedilatildeo Resoluccedilatildeo CNECEB n 22001 de 11 set

2001 Institui diretrizes nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbrseespdiretrizes1shtm Acesso em 10 de

dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10172 de 9 de janeiro de 2001 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Lei ndeg 10436 de 24 de abril de 2002 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwigovbrmp_leisleis_textosasp Acesso em 15 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portaria Nordm 2678 de 24 de setembro de 2002

Disponiacutevel em httpftpfndegovbrwebresoluccediloes_2002por2678_24092002doc

Acesso em 16 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo O Plano Nacional da Educaccedilatildeo razotildees princiacutepios e

programas Brasiacutelia MEC 2007 44p Disponiacutevel em httpportalmecgovbr Acesso

em 21 de dezembro de 2017

______ Decreto 6094 de 24 de maio de 2007 Brasiacutelia DF Disponiacutevel em Acesso

em httpwwwplanaltogovbrccivil_03_Ato2007-20102007DecretoD6094htm

Acesso em 18 de dezembro de 2017

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Poliacutetica Nacional de Educaccedilatildeo Especial na

Perspectiva da Educaccedilatildeo Inclusiva Brasiacutelia MECSECADI 2008

______ Ministeacuterio da EducaccedilatildeoCNE Resoluccedilatildeo 04 de 02 de outubro de 2009 Institui

diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educaccedilatildeo

Baacutesica modalidade Educaccedilatildeo Especial

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

157

______ Decreto nordm 7612 de 17 de novembro de 2011 Institui o Plano Nacional dos

Direitos da Pessoa com Deficiecircncia - Plano Viver sem Limite

______ Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Decreto Nordm 7611 de 17 de novembro de 2011

Dispotildee sobre a educaccedilatildeo especial o atendimento educacional especializado e daacute outras

providecircncias

______ Lei nordm 13005 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo ndash

PNE e daacute outras providecircncias

______ Lei nordm 13146 de 06 de junho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusatildeo da

Pessoa com Deficiecircncia

______ Decreto ndeg 5626 de 22 de dezembro de 2005 Brasiacutelia Disponiacutevel em

httpwwwplanaltogovbrCCIVIL_Ato2004-20062005DecretoD5626htm Acesso

em 16 de dezembro de 2017

DIAS Joseacute Augusto Gestatildeo da Escola In Estrutura e Funcionamento da Educaccedilatildeo

Baacutesica para Leituras 2ed Satildeo Paulo Pioneira 2002 p 268-282

GONZAacuteLEZ REY F L Pesquisa Qualitativa e Subjetiva e Subjetividade Os

processos de construccedilatildeo da informaccedilatildeo Traduccedilatildeo Marcel Aristides Ferrada Silva

Satildeo Paulo Pioneira Thomson Learning 2005

JOAtildeO PESSOA Plano Municipal de Educaccedilatildeo de Joatildeo Pessoa (2015-2025)

Prefeitura Municipal de Joatildeo PessoaSecretaria Municipal de EducaccedilatildeoConselho

Municipal de Educaccedilatildeo 2015 Disponiacutevel em http

httpwwwjoaopessoapbgovbrportalwpcontentuploads201505PMEVERSC3

83O-PRELIMINAR-08-05-ROGERIOpdf Acesso em 20 de dezembro de 2017

SANTOS-LIMA Helen Tatiana O papel do professor no contexto inclusivo uma

reflexatildeo a partir da teoria da subjetividade e-Revista Facitec v4 n1 Art4 jan-jul

2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010

Volume 1 Nuacutemero 3

ISSN 2527-0532 Joatildeo Pessoa 2017

Artigo

GESTAtildeO ESCOLAR E A EDUCACcedilAtildeO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

RELATOS DE EXPERIEcircNCIA EM UMA ESCOLA NO MUNICIacutePIO DE JOAtildeO PESSOAPB Paacuteginas 141 a 158

158

SPOSITO M Um breve balanccedilo da pesquisa sobre violecircncia escolar no Brasil Revista

Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo Paulo v27 n1 p87-104 2001

TEIXEIRA Aniacutesio S Educaccedilatildeo Para a Democracia Introduccedilatildeo agrave administraccedilatildeo

educacional 2 ed Rio de Jaeiro Editora UFRJ 1997

TEIXEIRA Maria Ceciacutelia Sanches Antropologia Cotidiano e Educaccedilatildeo Rio de

Janeiro Imago 1990

YIN Robert K Estudo de caso planejamento e meacutetodos 4 ed Porto Alegre

Bookman 2010