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Mercados: Em todo o mundo como as empresas encaram a retomada Técnico: O efeito Sandelin na Galvanização Distribuição de aço: O que andou e o que parou durante a pandemia! A revista de negócios do aço Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 EM ALTA EM BAIXA QUEM GANHOU E QUEM PERDEU COM A PANDEMIA Política Industrial: É hora de mudar

Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 QUEM GANHOU E

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Page 1: Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 QUEM GANHOU E

Mercados: Em todo o mundo como as empresas encaram a retomada

Técnico: O efeito Sandelin na Galvanização

Distribuição de aço: O que

andou e o que parou durante a

pandemia!

A revista de negócios do aço

Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020

EM ALTA

EM BAIXA

QUEM GANHOU E QUEM PERDEU COM A PANDEMIA

Política Industrial:

É hora de mudar

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EDITORIAL

ANUNCIANTES

ESTATÍSTICAS

ESTRATÉGIA É hora de mudar!

ARTIGO TÉCNICO O efeito Sandelin na Galvanização

PLANEJAMENTOOtimismo dos empresários

do mundo é colocado em xeque

VITRINE

CENÁRIOS Em busca de uma política

Industrial de verdade

MERCADOS Recuperação aparece

antes do esperado

ÍNDICE DE MATÉRIAS

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Page 3: Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 QUEM GANHOU E

Os novos líderes, Ano 21 – nº 138 – julho 2020

Siderurgia Brasil é de propriedade da Grips Marketing e Negócios Ltda. com registro definitivo arquivado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial sob nº 823.755.339.

Diretoria: Henrique Isliker PátriaMaria da Glória Bernardo Isliker

Coordenação de TI:Versão DigitalVicente [email protected]

Coordenação jurídica: Marcia V. Vinci - OAB/SP [email protected]

Produção:Editor Responsável Henrique Isliker Pátria - MTb-SP 37.567 Reportagens EspeciaisMarcus Frediani - MTb 13.953Coordenação logísticaMaria da Glória Bernardo Isliker

Comercial:[email protected]@grips.com.br

Projeto Editorial:Grips Editora

Projeto gráfico e Edição de Arte / DTP: Ana Carolina Ermel de Araujo

Capa: Criação: André Siqueira Montagem com fotos do Shutterstock e fotos de divulgação

Divulgação:Através do portal: https://siderurgiabrasil.com.br

Observações:A opinião expressada em artigos técnicos ou pelos entrevistados são de sua total responsabilidade e não refletem necessariamente a opinião dos editores.TODOS OS DIREITOS RESERVADOS:Grips Marketing e Negócios Ltda.Rua Cardeal Arcoverde 1745 – conj. 113 São Paulo/SP – CEP 05407-002 Tel.: +55 11 3811-8822 - www.siderurgiabrasil.com.br Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou qualquer meio, sem prévia autorização.

as novas cabeças e as novas ideias

FFelizes são aqueles que já entenderam que a vida é um ciclo. Na vida pessoal: quem foi adolescente ontem, tornou-se pai ou mãe de família, e, hoje, é avô ou avó. É a vida que segue. E o mesmo deve e precisa aconte-cer nas empresas e instituições, quer sejam elas públicas, quer sejam privadas. Então, se quisermos deixar de ser o “País do Fu-turo” para nos transformarmos no “País do Presente” temos que pisar fundo no ace-lerador para que essa reinvenção (leia-se “mudanças”) realmente aconteça.

E aí, é preciso abrir um parênteses. Não é segredo para ninguém que o maior exem-plo e a maior conquista dos tempos mo-dernos para o Brasil é o Agronegócio. Com o apoio dos empresários e por meio de uma medida acertada, diga-se de passa-gem, tomada pelo então presidente Emílio Garrastazu Médici, em 1972, foi criada a Em-presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa), que se tornou a bem-sucedida agência de desenvolvimento tecnológico e operacional que é hoje. Ela está sempre quebrando paradigmas em busca de pro-dutividade e lucratividade – e com o apoio de vários planos de financiamento condi-zentes, é importante dizer – sua contribui-ção, sem dúvida alguma, foi de vital impor-tância para colocar o Brasil na posição de liderança mundial absoluta que ocupa na comercialização de vários produtos agríco-las e pecuários nos dias atuais.

E a indústria brasileira? Bem, a matemá-tica e as estatísticas não mentem: a partici-pação dela no PIB, que já foi acima de 30%, hoje orbita a modesta faixa de 11% a 13%. Como reverter este quadro?

Para respondê-la, saímos em busca das ideias e do pensamento de algumas “no-vas lideranças”, que, nas matérias exclusi-vas que você vai ler nesta edição da revista Siderurgia Brasil, dão inúmeras pistas de como, por meio de seus modelos de de-sempenho, pretendem atuar para vencer os desafios do “Novo Normal da Indústria

Brasileira”, que, torcemos, chegue para to-dos nós em velocidade supersônica no ce-nário do pós-pandemia. Mais do que análi-ses valiosas, nessas reportagens esses novos líderes apresentam propostas precisas e de-talhadas que seguramente podem ajudar muito o Brasil a tornar a indústria nacional tão competitiva quanto aquelas dos países mais desenvolvidos do planeta.

E a Distribuição de Aço: como se compor-tou em tempos de COVID, e quais são suas perspectivas para o pós-pandemia? Além da análise do mais recente relatório mensal do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA), em reportagem especial, mais uma vez fomos buscar opiniões e demos a palavra às novas lideranças do setor.

Complementarmente, trazemos em nos-sas páginas um levantamento realizado por uma grande consultoria internacional sobre as expectativas de empresários de todo o mundo – incluindo do Brasil, para o período do pós-COVID, e apresentamos ainda um importante trabalho no campo dos reves-timentos de produtos siderúrgicos, que é a galvanização a fogo. E, claro, as estatísticas e principais notícias do nosso setor também estão aqui. Temos certeza de que você vai gostar de todo esse conteúdo.

Finalmente, estamos muito curiosos em saber como você está recebendo as novas edições da revista Siderurgia Brasil, agora exclusivamente no formato digital. Por fa-vor, conte para a gente, OK?

Um forte abraço e boa leitura!

HENRIQUE ISLIKER PÁTRIA

EDITOR RESPONSÁVEL

Siderurgia Brasil | Julho/20204

EDITORIAL EDITORIALEXPEDIENTE

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Depois de conquistar um expressivo 6º lugar no segundo semes-tre de 2019 no ranking global da Grant Thornton – uma das maio-res empresas de auditoria, tributos, consultoria, transações e BPS, com presença em mais de 140 países –, o Brasil caiu dez posições, indo para o 16° lugar nessa pesquisa que mede o grau de confian-ça dos empresários quanto aos próximos 12 meses da economia global. O estudo, realizado agora em meio à crise sanitária e eco-nômica que o mundo atravessa por conta da pandemia de CO-

Brasil recua para 16ª posição entre países mais otimistas, de acordo com o mais recente estudo

Internacional Business Report (IBR) da Grant Thornton, que ouviu cerca de 5 mil empresários

em 29 países, incluindo o Brasil.

Marcus Frediani

Julho/2020 | Siderurgia Brasil 7

PLANEJAMENTO

Siderurgia Brasil | Julho/20206

PLANEJAMENTO

Otimismo dos empresários

do mundo é colocado em xeque

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VID-19, ouviu e mensurou as impressões de cerca de 5 mil empresários em 29 paí-ses, incluindo o Brasil.

O fato é que agora, segundo o Inter-nacional Business Report (IBR) da Grant Thornton, apenas 40% dos empresários brasileiros estão otimistas com o futuro da economia brasileira. Na edição anterior do ranking global da Grant Thornton, 69% dos empresários brasileiros se declaravam oti-mistas. Paralelamente, a média mundial

no quesito também despencou, registran-do uma queda de 15 pontos percentuais, de 59% na edição anterior para 43%.

Dessa forma, o resultado do Brasil con-trasta com as expectativas de alguns paí-ses, digamos, no mínimo “interessantes”, nos quais o otimismo em relação ao fu-turo é bem maior, tais como os Emirados Árabes, líderes no ranking (com 69%), se-guido na vice-liderança pelo Vietnã (65%) e China (65%) e, subsequentes, da Nigé-

ria (64%) e Índia (63%). E o Bra-sil ficou atrás ainda de países como Argentina (41%), México

(41%) e empatado com Turquia, também com 40%.

Para entender melhor o que está acontecendo, a revista Side-rurgia Brasil conversou com Da-

niel Maranhão, CEO da Grant Thorn-ton Brasil. Confira!

Siderurgia Brasil: Daniel, como se ex-plica essa queda alarmante nos índices de otimismo do empresariado brasilei-ro e das economias mundiais? Pode-mos colocar isso na conta da COVID-19?

Daniel Maranhão: Sem dúvida, expres-siva parte dessa queda pode ser justifica-da pelo novo coronavírus. Contudo, não foi só por isso: nessa conta podemos colocar também a piora em alguns cenários po-líticos. As agências de risco, como a Fich, esperam uma queda de 4,6% no PIB mun-dial. Mas, para o Brasil, a queda esperada

pode ser maior do que 7%. Na edição an-terior do estudo do Internacional Busi-ness Report (IBR) da Grant Thornton, o Brasil tinha acabado de aprovar a reforma da Previdência, e já falava em aprovação das reformas Tributária e Administrativa. Agora, passados seis meses, aumentamos muito o nosso déficit fiscal com os gastos necessários para ajudar as famílias e as empresas durante a pandemia. Contudo, não andamos com nenhuma das duas im-portantes reformas. O período também foi marcado por um cenário turbulento entre o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF) e pela aproximação das eleições mu-nicipais. Já no âmbito internacional, a ree-leição do Trump, que era dada como certa nos Estados Unidos antes da pandemia, já não é uma certeza. Isso gerou desequilí-brio e, como se sabe, nem o mercado de capitais e nem os empresários gostam de trabalhar com incertezas. Porém, a partir do momento em que esses cenários co-meçarem a ficar mais claros e as reformas e medidas econômicas – como algumas privatizações no Brasil – andarem em rit-mo mais acelerado, certamente o otimis-mo do empresariado vai voltar.

OK! Então, independentemente da pandemia, podemos dizer pelo menos que no final de 2019, estávamos no ca-minho certo?

Sim, estávamos. Naquela época, o otimis-mo estava, em boa parte, relacionado com

o momento. Tínhamos acabado de aprovar uma reforma importante, sem maiores da-nos, sem grandes manifestações sindicais e, com grande apoio da população. Além disso, víamos de pouco tempo de uma elei-ção que buscava uma mudança drástica na direção da economia, agora rumo ao li-beralismo econômico, que de forma geral, é muito bem aceita pelos empresários. Se a gente já tivesse andando com uma das duas reformas que estão por vir, em espe-cial a Tributária, com algumas privatizações importantes, como Correios e outra grande estatal, e com algumas medidas microeco-nômicas, como pontos dentro do marco re-gulatório de infraestrutura – a mudança na legislação sobre debentures de infraestru-tura é um exemplo –, nós estaríamos muito mais atrativos aos investimentos interna-cionais do que estamos hoje.

Ou seja, por conta de problemas como esses, o Brasil já não trilha mais um ca-minho tão virtuoso.

Creio que, no final do ano passado, es-távamos no caminho correto, apesar das turbulências políticas permanecerem. O problema é que hoje, com a crise mun-dial de COVID-19 afetando diretamente dezenas de países, o cenário é diferente para todos, e não só para o Brasil, porque antes havia menos concorrência por in-vestimentos internacionais. Hoje, a con-corrência é muito maior, e o Brasil tem

FONTE: Internacional Business Report | Grant Thornton

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Emirados ÁrabesUnidosVietnãChina

NigériaÍndia

IndonésiaFilipinas

Estados Unidos (EUA)África do Sul

AustráliaMalásiaCanadáMéxico

ArgentinaTurquiaBrasilIrlandaGrécia

FrançaCingapura

Reino UnidoAlemanha

TailândiaEspanha

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Coreia do SulJapão

Siderurgia Brasil | Julho/2020 Julho/2020 | Siderurgia Brasil8 9

PLANEJAMENTO PLANEJAMENTO

Ranking global do otimismo (%)

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uma legislação atrasada para competir. Precisamos rapidamente andar com a melhora de nossa legislação Tributária, e Administrativa, entre outras, e correr com as aprovações dos marcos regula-tórios necessários, como fizemos com o Marco do Saneamento. Ou seja, preci-samos criar condições para o investidor internacional rapidamente trazer divisas ao Brasil. Em suma, agora precisamos de mais velocidade nas medidas.

Mas tendo em mãos informações como aquelas que vocês compartilha-ram nesse último IBR da Grant Thorn-ton, no qual caímos dez posições no grau de confiança dos empresários, não vai ficar ainda mais difícil o Brasil atrair capital estrangeiro?

O ranking é mais um ponto em que os investidores internacionais ficam aten-tos. Hoje, o investidor internacional ava-lia o Brasil através de diversos prismas. Se

por um lado, evidentemente, andamos bastante com a aprovação da reforma da Previdência, entre outras coisas, por outro o Brasil piorou muito sua imagem inter-nacional em assuntos sensíveis, como o cuidado com o meio ambiente, o com-bate à COVID-19, os embates entre os po-

deres públicos, como o executivo e a mais alta Corte do Judiciário. Com isso, volta a preocupação com a capacidade do gover-no em aprovar as reformas fundamentais para o Brasil, como a Tributária e a Admi-nistrativa. E tudo isso é avaliado pelo inves-tidor internacional. Hoje, para esse inves-tidor, o problema do Brasil é que ele não consegue ter uma perspectiva e confiança de como o Brasil vai caminhar daqui para frente. E, como eu disse aí atrás, o investi-dor, seja na economia real, seja no merca-do de capitais, detesta as incertezas. Mas, não podemos esquecer que ainda conti-nuamos com um público consumidor de cerca de 210 milhões de pessoas. E isso é importante para as empresas.

E, pelo que dá para entender, o confu-so cenário político brasileiro atual está “contaminando” os índices de otimismo e confiança da economia brasileira não só aos olhos dos investidores internacio-nais, como também àquele empresaria-do nacional.

Bastante. Além dos constantes embates entre os Poderes – às vezes entre o Execu-tivo e o Judiciário, outras entre o Executivo e Legislativo –, é nítido que o governo vem perdendo a luta da comunicação. Ou seja, o governo não se comunica bem.

E há solução para esse imbróglio, ao menos no médio prazo?

Diversas medidas no cenário econômico estão sendo tomadas para preparar o Bra-sil para um longo período de crescimen-to, mas o governo coloca muito esforço e perde tempo também com debates ideo-lógicos e, com isso, não foca na comunica-ção positiva. Para aqueles menos atentos a tudo que acontece, podem chegar no exte-rior apenas as notícias negativas e, tudo de bom que está sendo feito no âmbito econô-mico fica minimizado. As pautas irrelevan-tes devem ser deixadas de lado, e o Poder Executivo precisa se comunicar melhor.

Voltando à pesquisa, a queda no oti-mismo registrada no levantamento de vocês destoa de algumas pesquisas, como a recente Prévia Extraordinária

O ranking é mais um ponto em que os investidores internacionais ficam atentos.

Hoje, o investidor internacional avalia o Brasil através de diversos prismas.

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Daniel Maranhão, CEO da Grand Thornton Brasil

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das Sondagens realizadas pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Ge-túlio Vargas (Ibre/FGV), sinalizando uma recuperação nos índices de confiança, tanto empresarial quanto do consumi-dor. Qual a razão dessa dissonância?

O ranking do IBR da Grant Thornton é feito por meio de uma pesquisa com em-presários ao redor do mundo. Desses, 250 são do Brasil. É um recorte e, num perí-odo entre seis e seis meses. Os dados le-vantados agora durante a pandemia são comparados com os dados levantados em dezembro de 2019, e divulgados em janeiro de 2020, quando vínhamos no Brasil de uma aprovação da reforma da Previdência e perspectivas de aceleração

do crescimento e da atividade econômi-ca. Já os dados de confiança de outros institutos como os da Fundação Getú-lio Vagas são feitos mês a mês, e em ou-tra amostra de recorte. Ou seja, o índice de confiança da FGV de julho melhorou em relação a junho, enquanto em nosso ranking de otimismo o Brasil piorou, mas em comparação com janeiro. São amos-tragens diferentes, em que a comparação não cabe, pois são realizadas a partir de bases e períodos distintos.

Uma boa notícia nessa história toda é que, apesar da queda no otimismo, nesse último ranking da Grant Thorn-ton ainda estamos na frente de países importantes no cenário mundial, tais

como França, Reino Unido, Alemanha, Coreia do Sul e Japão. De que forma isso pode ser “bom” para o nosso lado? Ou será que o empresariado brasileiro está deixando de ver algo importante no ce-nário internacional que essas outras na-ções estão vendo?

A resposta tem correlação direta com nossa cultura. O brasileiro geralmente é menos pragmático e tende a ser, por es-sência, um povo otimista. Essa caracterís-tica é bem diferente do que se observa no japonês, no inglês e no alemão, que, em geral, são mais pragmáticos ao olhar os ín-dices e números de sua economia. O Bra-sil possui um mercado interno enorme, o setor de Agronegócio tem crescido signi-ficativamente e impulsionado as exporta-ções, e há boas oportunidades no setor de Saneamento e Infraestrutura.

Um dado que parece positivo nesse último IBR diz respeito à “Empregabili-dade”, que revela que 46% dos entrevis-tados acreditam no aumento do empre-go, o que coloca o Brasil em 6º lugar no ranking, acima da média global, que é de apenas 28%. Contudo, num país onde já se fala em mais de 36,6 milhões de de-sempregados isso não é contraditório?

Não. Devemos lembrar que o ranking prevê os próximos 12 meses. A nossa lei-tura é que as empresas respondentes do questionário do IBR já adaptaram seus

quadros de colaboradores à queda da de-manda advinda por conta da pandemia. Agora, a previsão de demissão é menor, e os empresários podem voltar a contratar.

Para finalizar, como você avalia o ce-nário do otimismo no período de pós--pandemia para a economia brasileira? Ele será propicio, por exemplo, à dinâmi-ca de fusões e aquisições?

O mercado de fusões e aquisições con-tinuou aquecido durante a crise, e deve aumentar após crise. Contudo, devemos olhar alguns detalhes. Por um lado, a pandemia certamente reduziu bastante o potencial de caixa de algumas empre-sas, exceto alguns setores específicos que mantiveram o mesmo ritmo ou cresceram em suas operações. Entretanto, algumas empresas que antes não viam no seu hori-zonte serem vendidas ou participarem de uma fusão podem ter mudado sua estra-tégia devido aos efeitos negativos em suas operações e, consequentemente, no seu fluxo de caixa e ou nível de endividamen-to. É necessário esperar um pouco mais para ter mais transparência em como cada empresa vai sair de 2020. Adicional-mente, teremos um aumento no processo de pedidos de recuperação judicial, bem como um número significativo de empre-sas fazendo IPO, uma vez que o mercado de renda fixa não está mais atrativo. Como eu disse, é preciso esperar para ver.

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PLANEJAMENTO PLANEJAMENTO

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AA crise da COVID-19 quebrou todas as melhores expectativas de retomada da economia alimentadas no final de 2019. Mas, independentemente da famigerada pandemia do novo coro-navírus, a Indústria brasileira continua firme em sua trajetória de “voos de galinha”, sem conseguir decolar de verdade, alter-nando nos últimos anos momentos ruins (muitos) com alguns

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ESTRATÉGIA ESTRATÉGIA

É hora de mudar!

Do jeito que está, não dá mais. Se temos amplo conhecimento dos obstáculos que se interpõem ao nosso pleno desenvolvimento como nação, precisamos ter a coragem de criar soluções inteligentes para transformar

nosso eterno “país do futuro” em nosso “país do presente”. E nesse novo cenário, a Indústria

brasileira tem tudo para desempenhar seu honroso e merecido papel de protagonista.

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(poucos) relativamente razoáveis, num continuum que gera muito mais calor do que luz, performando sucessivos de-sequilíbrios na velha e boa equação de produtividade e competitividade.

“Lamentavelmente, esse é o quadro atu-al da nossa Indústria, que, ao longo dos úl-timos anos, vem perdendo gradativos índi-ces de participação no PIB brasileiro, bem como representatividade na economia glo-bal”, sublinha Ricardo Martins, presidente da Associação Brasileira da Indústria Pro-cessadora de Aço (ABIMETAL) e do Sindi-cato Nacional das Indústrias de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos (SICETEL), ambas as entidades com sede no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista.

Constatações como essas não deixam de ser estranhamente paradoxais. Afinal de contas, a Indústria, que sempre aparece como locomotiva do desenvolvimento de qualquer nação de Primeiro Mundo, está longe de ter esse status no Brasil. Ao con-trário, por aqui ela se parece mais o “pati-nho feio” da história, sendo sempre tratada como tal na ordem dos setores produtivos do país, tais como o de Agronegócio, o de Serviços o Comércio, o que é realmente algo inconcebível.

Previsibilidade com repetibilidadeMas por que tudo isso acontece? Bem,

parte do problema tem a ver com a falta de

uma Política Industrial estável, que permi-ta aos operadores fazer um planejamento razoável no médio e longo prazos. E essa é a razão pela qual a Indústria brasileira tam-bém não consegue se preparar de forma adequada para enfrentar todos os cená-rios que são avessos aos investimentos e ao crescimento, como é o caso da crise atual ocasionada pela pandemia do novo coro-navírus. “Em síntese, a grande dificuldade

que a gente tem é a falta de repetibilidade de uma situação constante e favorável ao desenvolvimento da nossa Indústria, perío-do que a gente não vive já faz muito tempo. E isso tudo, somado aos inúmeros proble-mas que temos com relação ao famigera-do Custo Brasil, cria um cenário contínuo de ‘tempestade perfeita’, no âmbito de um ciclo nada virtuoso, do qual não consegui-mos sair”, pontua Martins.

Precisamos de mudanças no que tange à organização de nossa Economia e, ao

mesmo tempo, da definição de uma Política Industrial produtiva, segura e transparente, para avançarmos como nação desenvolvida

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ESTRATÉGIA

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Ricardo Martins, presidente da ABIMETAL e SICETEL

ESTRATÉGIA

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E, a cada dia que passa, o estabeleci-mento de um saudável clima de previsi-bilidade parece cada vez mais distante, malgrado até mesmo as aprovações das reformas Trabalhista e Previdenciária, que, ao que tudo indica, estão longe de apon-tar uma luz no fim do túnel para a Indús-tria. E o que é pior é que nem a aprova-ção da ansiada reforma Tributária deverá fazer isso. Segundo o presidente da ABI-METAL/SICETEL, dificilmente os termos dela, que estão sendo negociados agora no Congresso, irão favorecer de maneira adequada o setor industrial, que é quem, vale enfatizar, é aquele que paga mais im-postos atualmente no Brasil.

“Se você analisar, o setor de Serviços – que corresponde a 70% do PIB nacio-nal e tem feito um lobby fortíssimo para aprovação ou reprovação das regras para a reforma Tributária –, paga muito pouco de impostos. E o Agro-negócio paga mui-to pouco também. Mas aí você diz: o Brasil vive da agri-cultura. Perfeito! Só que a situação é a seguinte: paga pouco imposto e, diferentemente da indústria, gera poucos

empregos, a maioria deles subvaloriza-dos. Então, se a coisa continuar assim, o Brasil vai acabar virando uma colônia agrícola, e não um país industrializa-do capaz de gerar riqueza e desenvolvi-mento de verdade. Em outras palavras, estamos na contramão da trajetória das nações desenvolvidas do planeta, todas donas de uma indústria forte”, pondera Ricardo Martins.

Exportações: cenário complicadoE aí vem aquela pergunta de sempre:

cadê a veia empreendedora da indús-tria? Bem, vamos pegar um exemplo emblemático para tentar explicar isso, que é o da nossa Indústria Automobilís-tica. Embora seja indiscutível que esse

setor produtivo tenha um peso muito grande no

desenvolvimento da Indústria nacional,

além de se confi-gurar como um dos principais clientes da Side-rurgia brasileira,

o que acontece é que ele tem tam-

bém uma forte par-ticipação mundial in-

tegrada às cadeias de valor.

Na prática, então, isso envolve uma ques-tão muito simples: ou os fornecedores lo-cais fazem o preço que o setor Automobi-lístico quer, ou seus players vão importar. E o caso clássico de segmentos como o de parafusos e de elementos de fixação, cuja importação já supera volumes entre 60%-65% do consumo aparente brasileiro, mesmo agora com o dólar acima de R$ 5,20. E essa é uma realidade generalizada, que se observa em várias outras cadeias produtivas.

Do outro lado, o das exportações, a coi-sa também anda bastante complicada, principalmente em função do câmbio, cuja tendência de alta está longe de ser estável: hoje o dólar está sobrevaloriza-do em relação ao real, mas, amanhã, nin-guém pode afirmar com segurança o que pode acontecer. Em outras palavras, se um operador nacional tira um pedido de um cliente estrangeiro em situação de alta do dólar e, quando vai faturar a nota encontra uma situação de baixa da moe-da, é prejuízo na certa.

E quando se fala em pedidos para expor-tação, temos que lembrar que os clientes vão fazer uma comparação dos nossos preços com aqueles dos outros países, como a China, que tem um dólar bem mais barato do que a gente. Além disso, não podemos esquecer que cada vez que

fazemos uma apreciação em dólar, exis-te uma correção também dos preços das matérias-primas básicas, em função, por exemplo, do repasse dos aumentos re-presados que a Indústria Siderúrgica tem que fazer para compensar os aumentos de preços que ela teve também, como os de energia elétrica e de insumos que compra no mercado global.

“Isso tudo faz com que o fornecedor na-cional sofra perdas e não consiga manter sempre o mesmo preço lá fora, porque, se de um lado ele tem que reduzir seu pre-ço porque o dólar aumentou, do outro ele tem que aumentar seu preço porque a matéria-prima subiu. E, assim, ficam elas por elas. Então, quem exporta e opera com dólar tem sempre que trabalhar com precaução. Claro, fazemos de tudo para que os associados de nossas entidades entrem no comércio internacional. Mas, se logo em seguida vem uma queda do dólar, todos os planos vão por água abai-xo. Lamentavelmente é isso que se passa hoje no Brasil”, contextualiza o presidente da ABIMETAL/SICETEL.

Uma política industrial de verdadeE essa percepção se agrava ainda mais

quando se tem a impressão, fundamen-tada por algumas constatações básicas preocupantes, de que o governo brasilei-ro não se deu conta dos reais problemas Fo

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ESTRATÉGIA ESTRATÉGIA

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atravessados pela Indústria nacional, fa-zendo muito pouco, ou mesmo nada, para virar esse quadro a favor do país. Exemplo claro disso é o grande rebaixa-mento que ele está promovendo, na ca-lada da noite, nas alíquotas e impostos de importação.

“Temos que frear esse tipo de coisa. Pre-cisamos de mudanças no que tange à or-ganização de nossa Economia e, ao mesmo tempo, da definição de uma Política Indus-trial produtiva, segura e transparente, para avançarmos como nação desenvolvida, porque a Indústria brasileira está perdendo cada vez mais representatividade não só no mercado interno, como também em nível internacional. E precisamos de mudanças

também no que diz respeito à representa-tividade de nossa Indústria frente ao gover-no brasileiro, porque se o modelo que está aí não nos trouxe nenhum tipo de vanta-gem nos últimos 20 anos, não existe expli-cação ou justificativa para ele permanecer como está. Em outras palavras, a gente não pode se contentar ou achar que pelo sim-ples fato de termos conseguido pequenas vitórias – muitas vezes apenas contra atos burocráticos ou contra legislações abusi-vas – está tudo bem. Precisamos de muito, muito mais. Afinal, a gente está defenden-do não só a sobrevivência, como também o desenvolvimento e o futuro da Indústria brasileira”, finaliza Ricardo Martins.

Siderurgia Brasil | Julho/202020

ESTRATÉGIA

Page 12: Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 QUEM GANHOU E

A revisão e a renovação dos paradigmas da Indústria brasileira é absolutamente

necessária para a conquista de melhores níveis de competitividade. E estamos perdendo um tempo precioso ao não

acelerarmos esses processos.

Marcus Frediani

Em busca de uma política industrial

de verdade

ÉÉ uma questão de Física pura. A terceira lei de Newton afirma que a toda ação corresponde a uma reação de igual intensi-dade, mas que atua no sentido oposto. Pois é, o Brasil se aco-modou, principalmente entre os anos de 2000 e 2008, com o boom das commodities. A ação: em função da abundância de nossos recursos naturais – somada ao seu protagonismo nes-se período no mercado internacional do Agronegócio – o país acabou “gostando” de vender produtos de baixo valor agrega-do. A reação: por conta disso, o Brasil deixou de dar a importân-Fo

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CENÁRIOS CENÁRIOS

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maiores quando comprados aos países da Organização para a Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OCDE)”, pontua José Ricardo Roriz Coelho, vice-presiden-te da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo/ Centro das Indústrias do Es-tado de São Paulo (FIESP/CIESP) e diretor titular do Departamento de Economia, Competitividade e Tecnologia de ambas as entidades.

Outro resultado deletério dessa histó-ria, segundo Roriz, foi que, durante um longo período de dólar subvalorizado, abriu-se a oportunidade para uma guer-ra cambial, com a invasão de produtos estrangeiros em nosso mercado, à qual

a Indústria brasileira não conseguiu es-boçar oposição, por conta da falta de iso-nomia no ambiente de negócios, o que também acabou gerando pouco retorno no âmbito de nossas exportações.

“Tanto que, hoje, no cenário internacio-nal, o Brasil tem uma participação nelas que não passa de 2,3% de tudo que é ex-portado, uma cifra mui-to inferior ao potencial da nossa economia. Não tive-mos condições de compe-tir com o produto importa-do, não tivemos condição de exportar e, além disso, convivemos com uma pe-sada carga tributária e um longo período com juros al-tíssimos, os mais elevados do planeta, o que afastou os investimentos. E nesse imbróglio, a Indústria brasileira, responsá-vel por 27% de tudo que o setor privado in-veste no país, foi específica e duramente penalizada”, destaca o vice-presidente da FIESP/CIESP.

Prioridades básicasPassando a régua no que já foi dito, a

constatação que é algo bem simples e já amplamente sabido: os sucessivos gover-nos brasileiros não compreendem exata-mente a real dimensão e o papel que a Indústria tem na nossa economia, num

crescendo que, além de combalir sua pro-dutividade e competitividade, abalou se-riamente a confiança do empresariado em seus entes públicos, circunstâncias essas, aliás, colocadas especialmente a nu nestes complicados tempos de COVID-19. E o “antídoto” para essa situação de enve-nenamento sistemático é um só: a criação

de uma Política Industrial voltada para agregação de valor aqui no país e à am-pliação dos investimentos.

Porém, como tudo que acontece no Brasil, o ca-minho das pedras para a construção dela é longo e tortuoso, e depende da conjunção de alguns fa-tores fundamentais, cujo ponto de partida seria, obri-gatoriamente, o estabele-

cimento de uma grande convergência no setor industrial para pleitear urgência na aprovação da reforma Tributária, em mol-des objetivos para incentivar a produção e ganhar espaço no mercado internacional.

“Atualmente, além de pagarmos muitos impostos – eles são, no mínimo, 10% maio-res daqueles pagos pelos países que com-petem com a gente –, existem muitos en-traves burocráticos que criam um cenário de insegurança jurídica, que inibe investi-mentos, tanto locais quanto internacionais, bem como dificuldades de ordem técnica

cia que deveria ter sido dada para manter a competitividade da Indústria nacional, penalizando-a, ainda por cima, com uma pesada carga tributária, que conduziram a uma situação de descalabro. E o mais grave subproduto da reação: além de per-der expressivos pontos percentuais em termos de composição do PIB brasileiro (hoje reduzida a ínfimos 11%), ela paga, paradoxalmente, quase 28% dos impos-tos no Brasil.

“Esse percentual é absurdamente des-proporcional ao que é pago pelos ou-tros setores da economia. Paralelamente, os custos de se produzir atualmente no Brasil são cerca de US$ 1,5 trilhão ao ano

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Hoje, no cenário internacional, o Brasil tem uma

participação que não passa de 2,3%

de tudo que é exportado

José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da FIESP/CIESP

Siderurgia Brasil | Julho/2020 Julho/2020 | Siderurgia Brasil24 25

CENÁRIOS CENÁRIOS

Page 14: Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 QUEM GANHOU E

que impedem nossa Indústria de alcançar velocidade de cruzeiro. Por exemplo, temos uma infraestrutura defasada, que encare-ce o custo de movimentação de produtos. E isso deixa mais do que claro que a gente deveria ter uma representação industrial convergindo para que esses assuntos se-jam analisados rapidamente pelo governo, com políticas públicas voltadas a resolver esses problemas”, sublinha Roriz.

Complementarmente, o executivo ain-da cita outro obstáculo clássico ao de-senvolvimento do nosso setor industrial, a dificuldade para obtenção de financia-mentos, problema que atinge de forma muito dura uma expressiva e específica massa de operadores. “Hoje, no Brasil, temos uma concentração muito grande de agentes de crédito: são apenas cinco bancos, responsáveis por 82% do crédito constituído no Brasil, que, por razões di-versas, acaba não chegando às pequenas e médias empresas. Em outras palavras, na prática, eles emprestam dinheiro para

quem não precisa, que são, geralmente, os grandes conglomerados que estão no mercado de capitais industriais. E quando as pequenas e médias conseguem, têm que arcar com taxas de empréstimo altís-simas, muito acima do que seria razoável para elas se manterem competitivas. Isso também tem que mudar”, resume.

Retomada lentaAs prioridades alinhadas por Roriz, re-

mete, também à busca da resposta para as perguntas de U$ 1 trilhão que mais se ouve no mundo: Quanto tempo vai demo-rar para acontecer e como será o cenário econômico e o da indústria na retomada do pós-COVID? De saída, o VP da FIESP/CIESP lamenta informar que acredita que ela não será tão rápida. E expõe os fatos que justificam sua argumentação: “O Brasil já vinha de uma crise desde 2014, quando, por exemplo, o consumo de energia caiu 10%, e a produção da Indústria voltou aos níveis de dez anos antes. Então, na melhor

das hipóteses, podemos até ter índices de recuperação relativamente altos: contudo, eles vão ter como base o ano de 2014, o que implica dizer que o processo vai se es-tender por muito tempo, porque a Indús-tria brasileira está produzindo hoje o que produzia há mais de 15 anos”, pondera, dei-xando ainda claro que mesmo depois de a crise do coronavírus passar, o Brasil não vai conseguir crescer de 4% a 4,5%, cifras que seriam a nossa necessidade ideal. “OK, o Agronegócio está batendo recordes. Mas, precisamos cada vez mais passar a vender produtos que passem por processos in-dustriais. Ou seja, nossa Indústria precisa se sofisticar e agregar valor, porque assim ela vai conseguir pagar melhores salários e aumentar a renda. E, com o aumento da renda, somado a uma urgente e positiva definição da reforma Tributária – leia-se menores impostos para a Indústria –, você fecha o ciclo, alimentando o aumento do volume de produção”, complementa.

Para que isso aconteça também, a tal con-vergência entre Indústria e governo citada aí atrás naturalmente aparece como me-lhor combustível para acelerar o processo no médio e longo prazos, no âmbito de uma agenda de competitividade que permita que a Indústria nacional seja competitiva não só no mercado interno, frente às impor-tações, mas que também permita ao Brasil operar de maneira mais eficiente também no mercado internacional.

Novas cabeçasMas, não é só isso. Para Roriz, o setor In-

dustrial no Brasil precisa de uma reno-vação em sua representatividade junto ao governo, por meio de uma dinâmi-ca que favoreça a alternância em suas lideranças. Então, ainda segundo ele, o que falta hoje no Brasil são novas ideias e propostas levadas por novos líderes, a f im de parar de fazer o mesmo o que foi feito no passado para se ter uma In-dústria mais competitiva, e acabou não dando certo.

“Temos que nos renovar. E, para isso, a solução é ter alternância das lideranças das entidades que representam a nos-sa Indústria e trazer novas cabeças para dentro delas. Não podemos mais conviver com as enormes concentrações de poder nas mãos de presidentes. As decisões pre-cisam ser compartilhadas. Quantas vezes, por exemplo, as maiores empresas nacio-nais e multinacionais instaladas no Brasil trocaram de CEOs nos últimos 20 anos, enquanto nas entidades representativas da Indústria nacional continuamos com os mesmos personagens na Presidência? Sem essa alternância de posições, dificil-mente teremos uma Indústria nacional forte e competitiva, capaz de atrair inves-timentos e tudo mais. E essa alternância, vale dizer, nada mais é do que um pro-cesso natural”, finaliza José Ricardo Roriz Coelho, da FIESP.

Temos que nos renovar. E, para isso, a solução é ter alternância das lideranças das

entidades que representam a nossa Indústria e trazer novas cabeças para dentro delas.Fo

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José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente e diretor titular do Departamento de Economia, Competitividade e Tecnologia da FIESP/CIESP

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CENÁRIOS CENÁRIOS

Page 15: Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 QUEM GANHOU E

AResumoA maioria dos aços podem ser satisfatoriamente galvani-

zados. Entretanto, elementos reativos no aço podem afe-tar a galvanização, em particular, o silício (Si) e o fósforo (P). Neste artigo vamos mostrar a influência destes elementos, reagindo com o zinco fundido no processo da galvanização por imersão a quente.

DesenvolvimentoAços carbono não ligados como o EN 10025, aços de

grãos f inos como o EN 10113, aços temperados e revenidos como o EN 10137-2, seções ocas – acabamento a quente

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ARTIGO TÉCNICO

29Siderurgia Brasil | Julho/2020

ARTIGO TÉCNICO

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O Efeito Sandelin na galvanização

O conhecimento da composição química do aço aumenta a qualidade

da galvanização por imersão a quente, proporcionando espessuras de zinco

adequadas ao projeto.Ricardo Suplicy Goes*

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como o EN 10210-1, seções ocas – acaba-mento a frio como o EN 10219-1 e ferro fundido cinzento como o EN 1561 e fer-ro fundido maleável como o EN 1562 são em geral apropriados para galvanização por imersão a quente. Quando outros metais ferrosos deverão ser galvaniza-dos, informação adequada ou amostras

deverão ser fornecidas pelo comprador ao galvanizador para se decidir se es-tes aços podem ser satisfatoriamente galvanizados. Aços de corte rápido com teores de enxofre normalmente são ina-dequados, impróprios.

A maioria dos aços podem ser satis-fatoriamente galvanizados. Entretanto,

elementos reativos no aço po-dem afetar a galvanização, em particular, o silício (Si) e o fós-foro (P). A composição quími-ca dos aços [SI e P somente] mais comum que se encontra para produção, mais estável é a qualidade dos revestimen-tos galvanizados.

A composição química da superfície do aço tem o efeito considerável sobre sua reativi-dade quando imerso no zinco fundido. Espessura do revesti-mento e aparência produzida, pela Galvanização por Imer-são a Quente às temperaturas normais entre 445 a 455°C, são influenciadas pelo silício e, em determinadas circunstâncias, mas menos frequentemente, pelo teor de fósforo do aço. É também possível que o silício e o fósforo ajam em combinação, podendo assim resultar num aço carbono muito reativo.

Consequentemente determinadas com-posições da superfície do aço podem conseguir uma qualidade mais consis- tente de revestimento no que diz respeito a aparência, espessura e rugosidade. No processo de fabricação do aço ao alu-mínio ou ao silício, estes elementos são usados para remover o oxigênio e os contaminantes do aço. Isto é def inido como “aço acalmado ao alumínio” ou “aço acalmado ao silício”. O efeito é que o aço acalmado ao alumínio terá baixo teor de silício e mais alumínio. Com aço acalmado ao silício o inverso aplica-se. O

aço acalmado ao alumínio (Si entre 0,01% a 0,04%) tende a ser menos reativo quan-do imerso no zinco fundido. O aço acal-mado ao silício, Si >0,05% é mais reativo e, portanto, deverá ser controlado pela forma de especif icação do aço. O alumí-nio no aço tem pouco efeito na reativida-de com zinco fundido.

Fósforo na composição química da su-perfície de aço também tem um efeito so-bre sua reatividade com o zinco fundido. Em ordem, para controle deste aspecto e limitar o efeito no revestimento, fósforo de-verá ser <0,02% e se possível <0,01%. Exces-

Figura 1: Curva Sandelin - Efeitos da temperatura e teor de

silício no aço sobre a espessura do revestimento

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ARTIGO TÉCNICO

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Page 17: Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 QUEM GANHOU E

so de fósforo resulta num revestimento frágil / quebradiço (> 300µm) que estará sujeito a danos mecânicos. Um certifica-do de análise química do aço deveria ser obtido do fornecedor, ou a composição

química (silício e fósforo) do aço deveria ser especificada, principalmente quando grandes quantidades de material forem galvanizadas.

Proteção contra corrosão de revestimentos galvanizados por imersão a quenteO zinco é “um material de sacrif ício”

que retarda a taxa da corrosão. Conse-qüentemente para camada de zinco mais espessa mais longa será a vida útil da estrutura. No caso do aço acalmado ao “alumínio” a vida útil é menor do que aquele do aço acalmado ao “silicio”. De qualquer forma para um revestimento demasiadamente espesso (>200µm) há um grande potencial para danos mecâni-

cos. É aconselhável, particularmente em grandes contratos, especificar a análise química (silício e fósforo) do aço.

Uma especificação da análise química ideal de aço deve ser indicada como segue;

• Para aço acalmado ao alumínio: Si de 0,01% a 0,04%; P < 0,15%. (espessura do zinco entre 60 a 80µm, acabamento brilhante passando pa- ra cinza fosco a curto prazo e mais flexível).

• Aço acalmado ao silício: Si de 0,15% a 0,25%; P < 0,01% (preferível). P não ex-ceder a 0,02%. (espessura do zinco maior que 120µm, mas tende a ser frágil e um acabamen-to de superfície cinza fosco).

As taxas de corrosão e a máxima vida útil de estruturas de aço carbono galvani-zadas são não somente dependentes da espessura do revestimento de zinco, mas as circunstâncias ambientais em que uma estrutura está localizada. A Longevidade das estruturas não é um assunto coberto por esta folha de informação.

Em circunstâncias especiais, o especifi-cador e o galvanizador podem concordar com os critérios de composição do aço que estejam fora das faixas de silício e fós-foro a fim de produzir revestimentos de aparências diferentes ou de espessuras diferentes para finalidades específicas.

É possível, para um galvanizador, reduzir o crescimento do revestimento quando galvanizar aços reativos por galvanização por imersão a quente, como:

• Galvanizar uma amostra do aço;• Tempo de imersão mais curto;• Temperatura do zinco mais baixa

(440°C);• Adição de pequenas quantidades de

Níquel no zinco fundido (0,04%).

Na prática, não é possível para um gal-vanizador monitorar a análise de aço do material fornecida para o galvanizador e na maioria dos casos esta informação não é fornecida.

Quando a análise de aço não está de-f inida e nem especif icada no estágio

Figura 4: Tubo de aço reativo soldado em tubo de

aço não reativo

Classificação Silício em % Fósforo em % Reatividade do Aço Carbono

Aparência do Revestimento

1 0 a 0,035 0 a 0,025

Geralmente normal, mas

ocasionalmente baixa

Poucos defeitos. Ocasionalmente estão abaixo do

especificado.

Tabela 1: Classificação do aço de acordo com os critérios da ABNT NBR 6323:2016

Figura 2: Estrutura típica de revestimento

galvanizado “aço acalmado ao alumínio” (silício

< 0,04% e temperatura de 450°C do zinco) ± 200x

de ampliação.

Espessuras do revestimento variando entre

60µm a 80µm

Figura 3: A estrutura preferida de revestimento do

galvanizado de “aço acalmado ao silício” em uma

faixa de silício de 0,15% a 0,25% e a temperatura

de 450°C de zinco fundido. Espessuras de

revestimento entre 120µm a 200µm.

(Ampliação ± 200x)

Siderurgia Brasil | Julho/2020 Julho/2020 | Siderurgia Brasil

ARTIGO TÉCNICO ARTIGO TÉCNICO

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Page 18: Grips Editora – Ano 21 – Nº 138 julho 2020 QUEM GANHOU E

de projeto, o galvanizador não pode ser responsabilizado por espessuras in-consistentes do revestimento acima do mínimo especif icado, assim como um possível acabamento de superf ície não uniforme.

A norma ABNT NBR 6323:2016 – Galva-nização por imersão a quente de produ-tos de aço e ferro fundido – Especificação, ressalta no item 6 – Critérios de Aceitação, subitem 6.1.2, descrito abaixo, os cuidados da composição química do aço.

6.1.2 - A composição química do aço carbono interfere nas características do revestimento de zinco, sobretudo no to-cante ao brilho, à espessura e à rugosida-de. Por exemplo, a presença de elemen-tos como silício (Si) e fósforo (P) prolonga

a reação entre o ferro e o zinco fundido, durante o processo de galvanização por imersão a quente. Isso, por sua vez, pode provocar desuniformidade no brilho e na rugosidade do revestimento, conforme Anexo B, que classifica o aço em 08 clas-ses, conforme exemplo na Tabela 1.

É recomendado a aquisição da norma no site da ABNT, abntcatalogo.com.br.

O ICZ – Instituto de Metais Não Ferrosos se coloca à disposição para mais informações sobre o efeito Sandelin na Galvanização por Imersão a Quente pelo e-mail [email protected] e em seu site www.icz.org.br.

*Ricardo Suplicy Goes é Gerente Exe-cutivo do ICZ – Instituto de Metais não Ferrosos

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Recuperação aparece antes

do esperado

No dia 21 de julho, o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA) divulgou os dados do setor para o mês de junho, celebrados com otimismo pela entidade. E os dados foram considerados “bons” em termos de recuperação pelo presidente executivo do INDA, Car-los Jorge Loureiro. “No geral, o desempenho da Distribuição de Aço no Brasil em junho de 2020 apresentou números superiores àque-les computados no mesmo mês do ano passado”, comemora ele.

Por um lado, essa performance foi muito influenciada pela dimi-nuição de oferta das usinas, como resultado da grande queda que elas tiveram em março e abril, com o subsequente anúncio anteci-pado feito pelas siderúrgicas de que haveria aumento dos preços

Os resultados estatísticos de junho de 2020 do INDA atestam a recuperação acelerada do setor

de Distribuição de Aço no Brasil.

Marcus Frediani

Siderurgia Brasil | Julho/2020 Julho/2020 | Siderurgia Brasil36 37

MERCADOS MERCADOS

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do aço, o que realmente se concretizou nos primeiros dias de julho. “E assim, sem grandes pressões para colocar o material de qualquer maneira no mercado, ambos os fatores, é claro, acabaram criando um clima positivo para os negócios dos distri-buidores”, explica Loureiro.

Nesse cenário, ainda segundo o presi-dente executivo do INDA, outro fator que contribuiu para os bons resultados de junho de 2020 foi a variação do câmbio do dólar e os preços do aço no mercado global, que estão em vetor de alta, o que fez com que os preços dos produtos im-portados ficassem até 15% mais caros, de-pendendo do tipo de aço. “E vale repetir, como sempre fazemos, que o INDA não consome absolutamente nada: ele repre-senta a revenda e participa dessa forma

da oferta. Então, o que regula a compila-ção de nossos dados tem muito a ver com o consumo aparente”, complementa.

Distribuição por setoresEntretanto, a boa evolução dos resulta-

dos da Distribuição de Aço em junho re-velada pelo INDA não foi generalizada. En-quanto setores ligados à Construção Civil, ao Agronegócio, à Energia Eólica e Solar, bem como ao de Bens de Capital venham se recuperado razoavelmente bem – e, por conta disso, turbinado grande parte do crescimento dos distribuidores do produ-to –, a Indústria Automotiva continua não dando sinais consistentes de reação.

“Assim, embora segmentos como o de Caminhões e de Implementos Rodoviá-rios estejam conseguindo fazer isso, o de

Automóveis ainda está amargando sérios percalços. E, logicamente, o desempenho dos distribuidores de aço está atrelado a essa equação. No caso emblemático da Construção Civil, que está caminhando para normalidade, outros índices ratificam essa realidade, como é o caso da Indústria de Cimento, que, pelos dados prelimina-res, cresceu 24% em relação a julho do ano passado, e cerca de 5% em relação ao 1º se-mestre de 2019, Na prática, ela sofreu mui-to pouco, em que pese o fato de que, nos dois primeiros meses de 2020, essa Indús-tria tenha registrado uma leve queda em

suas operações”, destaca Carlos Loureiro.De maneira geral, no entanto, a Distri-

buição de Aço não passou incólume aos impactos da COVID-19. Houve certo “enco-lhimento” nas operações, muito mais fo-cado em adequações estratégicas de téc-nicas e de gestão, do que propriamente em ações como dispensa de pessoal, que foram relativamente pequenas e trocadas por férias, reduções de salários, diminuição de turnos e soluções como o home-office para o pessoal administrativo. “E nosso se-tor não sofreu sequer com aumentos dig-nos de nota no que diz respeito à inadim-

Evolução de Compras - por produtoCOMPRAS Jun./20 Mai./20 M/M Jun./19 A/ATOTAL 297,2 198,5 49,7% 230,1 29,2%Chapas Grossas/Placas 30,3 16,1 88,2% 14,9 103,4%Laminados a Quente 146,2 102,6 42,5% 116,7 25,3%Laminados a Frio / F. Metálicas 45,8 30,9 48,2% 50,1 -8,6%Zincados 74,9 48,9 53,2% 48,4 54,8%

Alta de 49,7% no mês

Perspectivas para Distribuição AssociadaDias úteis

Mês Compras MoM Vendas MoM Estoques MoMMeses em Estoque

22 Jan-19 289,7 47,1% 265,3 40,7% 963,7 2,6% 3,620 Fev-19 299,5 -17,3% 309,8 16,8% 893,4 -7,3% 2,920 Mar-19 273,4 14,2% 312,9 1% 853,9 -4,4% 2,721 Abr-19 226,3 -17,2% 266 -15% 814,2 -4,6% 3,122 Mai-19 246 8,7% 269,1 1,2% 791,1 -2,8% 2,920 Jun-19 230,1 -6,5% 247,5 -8% 773,7 -2,2% 3,123 Jul-19 276,6 20,2% 288 16,4% 762,3 -1,5% 2,622 Ago-19 279,7 1,1% 279,9 -2,8% 762,1 0% 2,721 Set-19 245,1 -12,4% 290 3,6% 717,2 -5,9% 2,523 Out-19 299 22% 317,7 9,6% 698,5 -2,6% 2,220 Nov-19 280 -6,4% 293,2 -7,7% 762,1 9,1% 2,619 Dez-19 291,2 4% 253,2 -13,6% 800,1 5% 3,222 Jan-20 297,3 2,1% 279,4 10,3% 818 2,2% 2,918 Fev-20 306,2 3% 284,6 1,9% 839,6 2,6 322 Mar-20 272,5 -11% 265,3 -6,8% 846,8 0,9% 3,219 Abr-20 179,1 -34,3% 165,9 -37,5% 860 1,6% 5,217 Mai-20 198,5 10,8% 209,8 26,5% 848,7 -1,3% 422 Jun-20 297,2 49,7% 290,5 38,5% 855,4 0,8% 2,923 Jul-20* 341,8 15% 334,1 15% 863,1 0,9% 2,6

* Projeção

Evolução das Vendas - por produtoCOMPRAS Jun./20 Mai./20 M/M Jun./19 A/ATOTAL 290,5 209,8 38,5% 247,5 17,4%Chapas Grossas/Placas 25,9 19,3 34,2% 16,0 61,8%Laminados a Quente 143,2 107,1 33,7% 126,7 13%Laminados a Frio / F. Metálicas 47,8 33,4 43,1% 44,2 8,1%Zincados 73,6 50 47,2% 60,6 21,5%

Alta de 38,5% no mêsSiderurgia Brasil | Julho/2020 Julho/2020 | Siderurgia Brasil38 39

MERCADOS MERCADOS

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Nplência, que, como se sabe, foi um ‘medo’ e um problema sério para muitos outros”, faz questão de registrar o presidente exe-cutivo do INDA.

Percepção dos operadoresAliás, as opiniões de quem está à fren-

te do negócio da Distribuição de Aço, com menor ou maior impacto e graus de oti-mismo em relação ao futuro, deixam claro que os danos causados pela pandemia do novo coronavírus deixaram marcas pro-fundas em suas organizações.

Isso fica claro, por exemplo, no depoi-mento de Paulo Zacharias, diretor comer-cial da Multiaços, empresa com matriz localizada em Mauá, na Região do ABC Paulista, e que atua no fornecimento de aço e alumínio para praticamente todos os segmentos da Indústria. “Falando com sinceridade, tivemos uma queda significa-tiva no nosso faturamento, generalizada por todos os clientes que atendemos. Tra-balho na área comercial desde 1978, e nun-ca passei por algo semelhante. Estamos retomando à normalidade bem devagar, torcendo para que não haja uma segunda onda da pandemia, porque, se isso acon-tecer, a distribuição terá sérios problemas, até mesmo de sobrevivência”, pontua.

“Sentimos os maiores impactos em nos-sas vendas no mês de abril. Mas, já há partir de maio observamos uma leve tendência de retomada, que vem crescendo gradu-

Na composição do levantamento dos re-sultados de junho de 2020, realizado pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA), as compras registraram alta de 49,7% perante maio, com volume to-tal de 297,2 mil toneladas contra 198,5 mil. Frente a junho do ano passado (230,1 mil ton.), apresentaram alta de 29,2%. Já as vendas de aços planos no mês conta-bilizaram alta de 38,5% quando compa-radas a maio, atingindo o montante de 290,5 toneladas contra 209,8 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando fo-ram vendidas 247,5 mil toneladas, regis-trou alta de 17,4%.

Por sua vez, em números absolutos, os estoques de junho registraram alta de 0,8% em relação ao mês anterior, atingin-do o montante de 855,5 mil toneladas, sendo que o giro de estoque fechou em queda com 2,9 meses. Enquanto isso, as importações – incluindo Chapas Grossas, Laminados a Quente, Laminados a Frio, Chapas Zincadas a Quente, Chapas Ele-tro-Galvanizadas, Chapas Pré-Pintadas e Galvalume – encerraram o mês com alta de 38,4% em relação a maio, com volu-me total de 103,6 mil toneladas. Compa-rando-se ao mesmo mês do ano anterior (64,7 mil toneladas), as importações re-gistraram alta de 60%.

almente: junho foi melhor que maio, e ju-lho está sendo melhor do que junho. Mes-mo assim, acredito que não deveremos voltar ao normal até o final de 2020. No máximo, os resultados deste ano atingirão 80% do faturamento que registramos em 2019”, projeta, por sua vez, João Luís Gro-th, diretor da Nacional Tubos, de Limeira, no interior de São Paulo, que trabalha com uma vasta gama de produtos de aço baixo carbono de altíssima resistência, cada vez mais usados pelos fabricantes de imple-mentos agrícolas, e toda linha de materiais de fina frio e fina quente e que, a exemplo de Multiaços, já calcula uma queda de 20% de seus negócios em 2020.

O mês de abril também foi bastante ruim para os negócios da Paulifer, em-presa com sede em Itapecerica da Serra, município localizado na Região Metro-politana de São Paulo, e forte atuação no fornecimento de laminados de aço car-bono e chapas grossas para uma ampla gama de segmentos, entre os quais os de Agroindústria, Sucroalcooleiro, Constru-ção Civil, Energia, Metalúrgico, Naval e Pe-tróleo & Gás, além de inúmeras indústrias de base e de bens de capital. “Contudo, também estamos sentindo uma retoma-da mês a mês desde de maio, processo que, esperamos, poderá reconduzir nosso patamar de vendas à normalidade já no 1º semestre de 2021”, pondera Antônio Gur-gel Neto, diretor comercial da Paulifer.

Embora as incertezas no cenário eco-nômico atual, tangidas pela COVID-19, ainda não permitam estabelecer o que seria um marco de perspectivas segu-ro no âmbito da retomada da economia brasileira no médio e longo prazos, para julho de 2020, a expectativa da rede as-sociada ao INDA é de que compra e ven-da tenham uma alta de 15% em relação a junho. “Mesmo com essa perspectiva, o setor de Distribuição de Aço ainda deve-rá fechar o 1º semestre de 2020 com um resultado abaixo de dois dígitos, algo em torno de 9% ante aos resultados do ano passado. Ou seja, em face a todos os pro-blemas que estamos passando no Brasil, essa queda vai ser bem menor do que a gente imaginava em abril, por exemplo, quando os dados eram muito mais preo-cupantes”, analisa Carlos Jorge Loureiro, presidente executivo do INDA.

Porém ainda segundo ele, em 2021, a entidade mantém expectativa de cres-cimento para o setor da Distribuição de Aço. “Não acredito em explosão de con-sumo, até porque a retomada vai ser feita aos poucos. Mas, se a economia crescer 3,5%, como foi divulgado no último Rela-tório Focus, provavelmente a gente vai ter uma evolução nos negócios da ordem de 7% a 8%, portanto, duas vezes maior do que o PIB”, conclui Loureiro, sem escon-der sinais de animação.

Junho de 2020 teve resultados melhores do que Junho de 2019

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MERCADOS MERCADOS

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Conforme o esperado, a reação chegouOs distribuidores de aços planos estão mostrando um forte poder de reação pois as vendas de junho 2020 foram superiores àquelas

registradas em junho 2019.

No mês passado, quando divulgamos as estatísticas da distribuição de aços planos, o presidente do Inda nos confidenciou que esperava para este mês de junho uma forte reação. Ele levava em conta que o mês de junho em 2019, não tinha apresentado um bom desempenho e que abria espaço para este ano mostrar uma boa reação até por conta da demanda re-primida dos últimos meses.

Nós divulgamos estas expectativas em nossos informativos (Portal, Blog, Revista) e elas realmente se confirmaram.

No mês de junho de 2020 as vendas de aços planos apresentaram alta de 38,5% quando comparada a maio, atingindo o montante de 290,5 toneladas contra 209,8 mil. E em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 247,5 mil toneladas, registrou-se alta de 17,4%.

As compras por sua vez também apresen-taram alta de 49,7% em relação a maio, com volume total de 297,2 mil toneladas contra 198,5 mil. Já considerando o mês de junho do ano passado quando foram adquiridas 230,1 mil ton. tivemos uma alta de 29,2%.

Com este movimento os estoques apre-

sentaram variação para cima de 0,8% em relação ao mês anterior, atingindo o mon-tante de 855,5 mil toneladas. O giro de es-

toque fechou em queda com 2,9 meses. Este número é consi-derado bem perto do ideal, se-

gundo antigos estudos. Com respeito às importações houve alta

de 38,4% em relação ao mês anterior, com volume total de 103,6 mil toneladas. Com-parando-se ao mesmo mês do ano anterior (64,7 mil ton.), as importações registraram alta de 60%. Aliás, esta é uma das preocupa-ções principalmente dos dirigentes da Ala-cero, que dizem que a América do Sul está sob forte pressão principalmente da China, mesmo se considerarmos a desvalorização cambial. (Veja em Estatísticas Alacero).

Quanto às previsões em outra parte de nossa edição temos uma excelente maté-ria feita com o presidente do Inda e vários distribuidores sobre o que se espera para o segundo semestre. Pessoalmente tenho ouvido de várias fontes que há muitos em-presários com o firme propósito de tirar a di-ferença, ou seja, fazer no segundo semestre o equivalente ao ano todo. Vamos conferir. www.inda.org.br

Venda de veículos novos apresenta recuperação

Os emplacamentos de veículos novos registram aumento de 93,5%. Caminhões e Implementos agrícolas lideram as pesquisas

com excelentes performances.

Segundo a Fenabrave - Federação Na-cional da Distribuição de Veículos Auto-motores, que congrega 7.300 concessionárias de veículos em todo o Brasil, foram ven-didos 194.354 veículos em junho/2020, contra 100.422 unidades em maio, com um aumento de 93,5%.

Porém, em relação a junho de 2019, os emplacamentos ficaram 38,58% abaixo das 316.453 unidades comercializadas no ano passado.

Ao considerarmos o primeiro semestre de 2020, foram emplacados 1.225.663 veícu-los, entre automóveis, comerciais leves, ca-minhões, ônibus, motocicletas, implemen-tos rodoviários e outros, o que representou queda de 36,13%, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram emplacadas 1.918.977 unidades.

Por segmentos os desempenhos foram estes:

Automóveis e Comerciais Leves: Foram comercializados 122.772 unidades, contra

56.635 em maio deste ano, e se comparado a junho de 2019 (213.416 unidades), houve queda de 42,47%.

Caminhões, Ônibus e Implementos Ro-doviários: Em junho, os 8.762 caminhões emplacados ficaram 12,28% acima do vo-lume no mesmo mês de 2019 (7.804 uni-dades), e 85,05% acima das vendas de maio de 2020 (4.735 unidades). Excelente resultado.

Tratores e Máquinas Agrícolas: Na com-paração entre os meses de maio/2020 e maio/2019, houve expansão de 16,1% este ano, totalizando 3.673 unidades, contra 3.164, em maio do ano passado.

Motocicletas: Em junho, foram licencia-das 45.893 motos, 42,66% a menos do que em igual mês do ano passado, que regis-trou 80.040 motos emplacadas.www.fenabrave.org

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ALACERO alerta para crise do aço na América Latina

Para que a região surja mais forte da crise, é necessário o esforço conjunto de governos e indústrias.

Segundo nota recebida da assessoria da Alacero que é a entidade em nível lati-noamericana que trata dos as-suntos ligados a siderurgia “A América Latina enfrenta a maior crise de sua história moderna e está em um período de tran-sição com sinais de recuperação econô-mica, mas ao mesmo tempo com dificul-dades em controlar a pandemia”.

No entanto, um dos indicadores da re-cuperação é a produção de aço bruto em maio, que, embora tenha caído 29% em relação a maio do ano passado, subiu 8% em relação a abril deste ano, basicamen-te graças ao Brasil. Em maio, a produção de aço bruto caiu 17% no acumulado do ano ( janeiro a maio).

Comparativamente, a indústria side-rúrgica mundial reduziu sua produção de aço bruto em 5,2% até maio de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019, enquanto na China subiu 1,8%. Em relação ao mês passado, o mundo registrou um aumento de 9,1%, impulsio-

nado pela China, que teve um aumento de 8,5% em sua produção.

Estamos entrando em um estágio de transição, no qual a di-reção de curto prazo ainda não está clara, pois vemos

alguns sinais positivos, mas os negativos permanecem. Devido à contração eco-nômica, estima-se que a demanda mun-dial por aço diminua 6,4% em 2020 e recupere 3,8% em 2021. Essa redução de-ve-se principalmente à queda geral em todos os países, com exceção da China, que crescerá 1% em 2020.

Importações: Durante o primeiro trimes-tre, as importações como porcentagem do consumo alcançaram 35%, enquanto em abril aumentaram para 41%. A produção local no primeiro trimestre, entretanto, re-presentou 81% do consumo, mas em abril foi de apenas 74%. Essa substituição da produção por importações nas atuais con-dições de crise deve ser um alerta para os governos enfrentarem esse problema.www.alacero.org

Conforme publicação no Diário Oficial da União do dia 16 de julho o presidente Jair Bolsonaro as-sinou decreto que qualifica o Aeroporto Interna-cional de Viracopos, localizado no município de Campinas (SP), para relicitação no âmbito do Pro-grama de Parcerias de Investimentos (PPI).

Com esta atitude o governo continua o seu programa de desestatização, passando para a ini-ciativa privada, mediante leilões públicos, deter-

minados empreendimentos. Neste caso a primeira tentativa não foi bem sucedida, uma vez que o consórcio ganhador, tornou-se inapto para prosseguir na administração de tão importante terminal aeroportuário. Fonte: Agência Brasil

A Vale inaugurou no último dia 14 de julho em Minas Gerais, uma planta-piloto de concen-tração magnética de minérios de baixo teor de ferro, sem utilizar água.

A tecnologia brasileira, conhecida pela sigla em inglês FDMS (Fines Dry Magnetic Separa-tion), é única no mundo e foi desenvolvida pela New Steel, empresa comprada no fim de 2018.

Esta planta-piloto, que custou US$ 3 milhões, é o primeiro passo para a construção de uma unidade industrial, que terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano. O investimento no projeto é de aproxima-damente US$ 100 milhões e o start up da planta comercial está previsto para 2022.www.vale.com

Aeroporto de Viracopos na lista das privatizações

Vale está mudando os processos de mineração para torná-los mais sustentáveis

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Na retomada dos negócios o Instituto, agora cinquentenário, se mostra pronto para os novos desafios.

Criado em 1970 com o objetivo de representar e defender os in-teresses das empresas que atuavam na distribuição do aço. Este leque se ampliou e hoje além dos distribuidores existem as empre-sas de beneficiamento e comercialização de produtos siderúrgicos

e toda uma constelação de empresas interessadas que também participam da entida-de em todo o território nacional.

Neste momento, além das atribuições definidas em sua criação, o Instituto vem acompa-nhando de perto o avanço das inovações não só tecnológicas, como também nos campos da gestão e empreendedorismo. Afinal há uma intensa disputa pelo mercado e a cada dia as empresas precisam estar mais bem informadas, com dados e informações confiáveis, com seu pessoal treinado e apto para interagir e defender a sua posição no mercado.

A revista Siderurgia Brasil estará dando a sua contribuição a esta data tão significativa para todos os distribuidores e processadores de aço e apresentará na edição de setem-bro uma matéria especial sobre os 50 anos muito bem vividos do Inda. www.inda.org.br

Aniversário do INDA – 50 anos de história

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Grips Editora – Ano 21 – Nº 137 junho 2020

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Amazônia e as riquezas minerais

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A revista de negócios do aço

Grips Editora – Ano 20 – Nº 136 novembro/dezembro 2019

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