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Gui e o Natal Verde no Planeta Azul História e ilustração (adaptada) - Sandra Serra

Gui e o Natal Verde no Planeta Azul

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Page 1: Gui e o Natal Verde no Planeta Azul

Gui e o Natal Verde no Planeta Azul

História e ilustração (adaptada) - Sandra Serra

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A noite estava fria e o céu mais estrelado do que

nunca. Da cozinha vinham os cheiros e os sons dos

preparativos para a ceia de Natal.

O Gui olhava distraído pela janela. Os efeitos das

luzes de Natal, que piscavam em quase todas as

casas, faziam a própria aldeia parecer uma árvore de

Natal.

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Como de costume gostava de estar à janela a

imaginar o que cada uma das crianças da aldeia

iria receber naquela noite. Pensava se existiria

mesmo o Pai Natal ou se haveria outra

explicação para as prendas aparecerem nas

árvores de Natal todos os anos.

Esse era um assunto que o intrigava…

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De repente, a voz estridente da avó interrompeu os

seus pensamentos…

- Guiiiii! Vai lá fora levar o lixo!

O Gui correu para a cozinha e pegou orgulhoso no

grande saco de lixo. Lá em casa, era ele quem tinha

essa missão e adorava cumpri-la.

Pode parecer um pouco estranho gostar de ir deitar

fora o lixo, mas aqueles três grandes caixotes

coloridos faziam a imaginação do Gui galopar em

aventuras.

A avó do Gui era de outros tempos, como ela própria

dizia, e, por isso mesmo, não tinha muita preocupação

em separar os vários tipos de lixo.

- Isso não são coisas para a minha idade! – costumava

ela dizer.

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Mas o Gui sabia que, se fosse

insistindo, a avó também acabaria

por entender tudo o que ele tinha

aprendido na escola com a sua

professora:

“É muito importante e todos temos

que separar o lixo, para que depois

possa ser reciclado”.

E uma prova disso é que a avó pelo

menos já separava o lixo orgânico

do restante.

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Qualquer menino sabe que é

preciso reciclar, até os daquela

aldeia .

E o Gui levava a sua tarefa muito

a sério, para garantir que era

devidamente executada, apesar

da resmunguice da avó.

Quer dizer… não era assim tão a

sério, pois ele aproveitava sempre

a ocasião para brincar com os

seus 3 grandes amigos:

Vidrão, o amigo verde,

Embalão, o amigo amarelo e

Papelão, o amigo azul.

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-Eles são muito gulosos – pensava o Gui – e é preciso alimentá-los

diariamente.

Por isso, abria o saco do lixo e escolhia cuidadosamente o que cada

um mais gostava. Para o amigo verde, as garrafas e os frascos de

vidro. Para o amigo amarelo, os plásticos, as latas e outras

embalagens. Para o amigo azul, os papéis, cartões e jornais.

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Mas naquela noite de véspera de Natal, o Gui teve uma grande

surpresa. Quando chegou à praça onde ficava o ecoponto, ao

lado dos seus três velhos amigos estava um novo caixote. Era

tão grande como os outros, mas todo enfeitado. Parecia mesmo

um embrulho de Natal gigante.

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Preso ao grande embrulho

estava um envelope dourado

com o seu nome escrito.

Ele não queria acreditar!

Estaria a sonhar?

Seria uma partida de algum dos

seus amigos?

Cauteloso, tocou no grande

caixote, mas nada aconteceu.

Decidiu então abrir o envelope

e desvendar quem lhe teria

feito aquela partida.

Era uma carta que dizia:

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O Gui não sabia o que pensar,

muito menos o que fazer. Tinha

sido escolhido pelo Pai Natal

para cumprir uma missão muito

importante, e sentia um enorme

frio na barriga perante tamanha

responsabilidade. Não podia

desiludir o Pai Natal nem os

meninos que esperavam

receber aqueles presentes.

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- Mãos à obra! – disse ele já a correr para a casa do Quim, o seu

melhor amigo.

Explicou o que se passava, e de imediato o Quinzinho acedeu ao seu

pedido. Foi buscar um livro de histórias que adorava, mas que já

tinha lido mais de 500 vezes. Saíram os dois para o colocar no

Brinquedão, e de caminho passaram pela casa de outros meninos.

A mensagem do Pai Natal depressa se espalhou por toda a aldeia.

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De repente começaram a ouvir um … tlim,

tlim, tlim …, que parecia vir das estrelas.

Aquele som metálico, compassado, fazia-se

ouvir cada vez mais alto, até que finalmente

perceberam que era o som dos guizos das

renas do Pai Natal.

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Estáticos de espanto e emoção ficaram todos a olhar fixamente para

o céu. O bater acelerado de cada coração parecia misturar-se com o

tilintar dos guizos que se aproximava. De repente, veloz como uma

estrela cadente, surgiu no seu trenó vermelho e dourado, e no meio

de uma exclamação geral:

- O Pai Natal!!!

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As crianças estavam pasmadas, quase nem conseguiam respirar.

– Meus queridos! Sabia que podia contar convosco! – disse o Pai Natal

com o olhar mais feliz e carinhoso que alguém podia ter.

Já estavam outros meninos na carruagem da frente, e outros

Brinquedões nas carruagens atreladas.

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– Vamos Gui, a tua missão ainda não terminou! Temos de entregar

todos estes brinquedos! – exclamou o Pai Natal, estendendo a mão ao

Gui, que, ainda sem acreditar no que lhe estava a acontecer, não

hesitou em saltar para o trenó.

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– Obrigado a todos e um Feliz Natal! Adeus, meninos! HO! HO! HO! –

acenou o Pai Natal, enquanto dava sinal de partida às suas 8 renas.

Num instante o trenó levantou voo e o Gui viu os seus amigos lá em

baixo a acenarem. Enquanto o trenó subia, a aldeia ia ficando tão

pequenina que parecia caber na sua mão.

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– Onde vamos distribuir estes

brinquedos todos? – perguntou

Gui a outra criança, falando

baixinho para não distrair o Pai

Natal, que conduzia a toda

velocidade por entre nuvens e

montanhas.

– Vamos distribuí-los por todo o

concelho. Tenho aqui a lista dos

lugares. Queres ver?

– Sim! – respondeu o Gui

entusiasmado.

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E assim fizeram. Atravessando rios, vales e montes, foram deixando em

cada lugar um Brinquedão cheio de presentes maravilhosos, que fariam

brilhar os olhos de muitas crianças naquele Natal.

O Gui estava estafado, mas aquele velhote gorducho parecia não se

cansar nunca. Sempre com ternura e boa disposição, foi deixando cada

um dos seus “ajudantes” nas respectivas aldeias até chegar à vez do

Gui.

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O Pai Natal deu-lhe um grande abraço.

– Foste muito corajoso e solidário. Hoje foste o campeão das boas

acções. Ajudaste-me a deixar muitas crianças mais felizes e ainda

fizeste com que o Natal ficasse mais verde, tornando o teu planeta

mais azul.

– Ajudei o planeta … como?! – perguntou o Gui.

– Ao ofereceres a outras crianças brinquedos usados, estavas a dar-

lhes uma nova utilização e, por isso, a “reciclá-los” – explicou o Pai

Natal.

– Pois é! Não tinha pensado nisso! – disse o Gui,

ainda mais orgulhoso e feliz por ter ajudado

não só as crianças, mas também todos

os que querem viver num

planeta melhor.

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- Guiiii! Guilherme! – ouviu-se da porta da casa do Gui.

Era a avó que o chamava.

- Vai, corre para casa! É noite de Natal e deves passá-la com quem

mais gostas.

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O Gui correu para casa.

- Onde te meteste?! – perguntou a avó. – Já estava

preocupada com tanta demora! – acrescentou.

- Avó! Avô! Nem vão acreditar no que me aconteceu…

- Espera! – interrompeu o avô. – Antes de começares com as

tuas histórias, vai ver aquele embrulho que deixaram para ti.

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O Gui olhou para o pinheiro enfeitado e viu uma caixa

igualzinha ao Brinquedão que estava na praça, mas pequenina.

Lá dentro estava um rebento de um pinheirinho e um bilhete:

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Para ti, que és um menino

muito especial, reservei

este pinheiro mágico.

Planta-o e cuida bem

dele, pois todos os anos

terás à sua volta os

presentes que desejares.

Muito obrigado!

Pai Natal