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GUIA A oficina e o meio ambiente Produtividade e responsabilidade ambiental: uma boa combinação para a oficina Recomendações para áreas de funilaria, pintura e mecânica Saiba como transformar sua oficina em uma “oficina verde” Revisão técnica: Realização:

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GUIAA oficina e omeio ambiente

Produtividade e responsabilidade ambiental: uma boa combinação para a oficina

Recomendações para áreas de funilaria, pintura e mecânica

Saiba como transformar sua oficina em uma “oficina verde”

Revisão técnica:Realização:

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GUIAA oficina e o meio ambiente

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Editorial

Conselho editorial:José Aurelio Ramalho, Sergio Ricardo Fabiano, Eduardo Augusto dos Santos, Eduardo Magrini e Alexandre Carvalho dos Santos.

Editores:Alexandre Carvalho dos Santos (MTB: 44.252), Fátima Lima (Grupo MAPFRE).

Redatora: Viviane Vilar da Costa.

Revisão técnica: Jacqueline Annita Dadian (ITSEMAP do Brasil) e Grupo MAPFRE.

Fotos: Luís Porto, Alexandre Carvalho dos Santos, Alexandre Martins Xavier.

Direção de arte: Yes!Brasil Comunicação.

Colaboração: Eduardo Fernandes (oficina CESVI), Emerson Feliciano (Pesquisa & Desenvolvimento).

Impressão: Ipsis Gráfica e Editora Ltda.

Redação e publicidade: Av. Amador Aguiar, 700 City Empresarial Jaraguá CEP 02998-020 – São Paulo (SP)Tel.: (11) 3948-4845 - Fax: (11) 3948-4848E-mail: [email protected]

Não está autorizada nenhuma reprodução dos artigos e referências publicados neste Guia sem prévia autorização deste conselho editorial.

Os espaços publicitários deste Guia são pagos. O CESVI BRASIL não se responsabiliza pelos anúncios aqui publicados, já que conteúdo, informações técnicas (natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço) e quaisquer outros dados sobre os produtos e serviços anunciados são fornecidos com exclusividade pelos nossos anunciantes.

Não são poucos os que consideram o tema “preocupação ambiental” como um possível recurso para melhorar a imagem da empresa, sem, no entanto, a verdadeira intenção de levar seus conceitos para a prática. Embora seja positivo do ponto de vista institucional, nem sempre é uma prioridade para as empresas.

Esta situação já mudou em alguns setores. As evidências do desequilíbrio ambiental em todo o planeta, com efeitos que já estão prejudicando a economia mundial, têm feito com que os países criem legislações que exigem a implantação de processos de trabalho ecologicamente responsáveis. E o segmento

automotivo está entre os que mais receberam restrições e orientações nos últimos anos, por estar entre os mais poluentes. Os carros agora têm dispositivos para reduzir a emissão de poluentes na atmosfera, as engenharias das montadoras buscam tecnologias mais avançadas, os governos buscam alternativas de combustíveis que agridam menos a atmosfera. E quando este carro chega à oficina de funilaria e pintura? Esta preocupação se estende à reparação?

Infelizmente, ainda não. Muitos empresários entendem a preocupação ambiental apenas como uma obrigação, deixando de explorar as oportunidades de visibilidade diante do cliente e de economia

proporcionadas pelas atividades ecologicamente corretas.

Analise as recomendações desse guia e veja o que pode ser implantado agora mesmo na sua oficina. Divulgue ao seu cliente que a sua oficina é diferenciada, que ele está deixando seu carro numa empresa que zela pelo nosso meio ambiente, demonstre que o futuro já chegou na sua oficina.

A adoção desses processos, cedo ou tarde, passarão a ser obrigatórios, tanto por exigência do consumidor, cada vez mais consciente, quanto pela legislação, cada vez mais severa contra as práticas nocivas à natureza.

CESVI BRASIL

Expediente

A natureza pede socorro Adotar práticas para ajudar a salvar o planeta é mais fácil do que parece. Veja aqui como o Grupo MAPFRE já está fazendo a sua parte

Os desastres ambientais cada vez mais constantes fazem

com que a responsabilidade que temos pela preservação do nosso planeta seja cada vez maior. Cada um passa a ser responsável por pequenas ou grandes ações que possam contribuir com a manutenção da biodiversidade e dos recursos naturais. As empresas também passaram a ser mais cobradas pela preservação dos recursos ambientais, de forma a diminuir os impactos da atividade humana sobre o meio ambiente. Sempre há uma maneira mais eficiente, que gere menos desperdício de recursos naturais e que contribua para a formação da cidadania. E isso é possível no dia-a-dia de qualquer pessoa ou nas atividades de qualquer empresa em todos os segmentos de negócios e deve ser buscado por todos nós.

Nas oficinas, por exemplo, já é possível optar pelas tintas “verdes”, ou seja, aquelas que são à base de água e têm baixo teor de compostos orgânicos voláteis, e usar o reciclador de solventes, equipamento que limpa o thinner utilizado, permitindo o reaproveitamento do material e a economia da oficina.

O Grupo MAPFRE desenvolveu, em 2007, o ECOMAPFRE, conjunto de mecanismos

ecoeficientes que garante o melhor uso de recursos naturais no dia-a-dia das empresas do Grupo.

Mudanças do cotidiano

Cabe a todos rever os processos e buscar implantar melhorias. Um exemplo de um procedimento muito simples que pode ser adotado em todas as empresas e domicílios – e que faz bem ao meio ambiente e ao seu bolso – é a reciclagem. Assim, vidro, plástico e metal utilizados nas oficinas devem ser destinados à coleta seletiva. Outro material que merece atenção é o óleo. Ele pode causar um belo estrago na rede de esgoto pública e no encanamento do seu estabelecimento.

A MAPFRE também se empenha para que o seu dia-a-dia seja menos nocivo à natureza. Parte da frota de carros da MAPFRE foi trocada por carros movidos a gás natural, que é mais limpo e menos intensivo em carbono. Além disso, todos os papéis e documentos descartados são enviados para empresas de reciclagem e todos os computadores, quando em condição de uso, são doados a instituições assistenciais e, quando apresentam más condições, são encaminhados a empresas de reciclagem especializadas em receber equipamentos que contêm

peças prejudiciais ao meio ambiente. Outra iniciativa da MAPFRE pelo bem-estar da população e pela preservação da natureza é o investimento no “Projeto POMAR”, que está transformando os canteiros da Marginal do Pinheiros em um jardim, com o plantio e manutenção de árvores e arbustos.

Para alcançar mudanças efetivas na sociedade, a MAPFRE acredita que é necessário percorrer um caminho que começa pela informação, passa pela discussão e pela reflexão até envolver definitivamente os agentes relevantes para a realização de mudanças. Por isso, a MAPFRE promove iniciativas que têm como objetivo fomentar um amplo fórum de discussão técnico-empresarial sobre temas relevantes para as empresas e para a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento econômico responsável e seguro de toda a sociedade.

INFORME PUBLICITÁRIO

Apoio institucional:

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O CESVI BRASIL já trouxe ao mer-cado uma sugestão de “desman-che legal” que, entre seus muitos benefícios, tem a preocupação ecológica como alicerce. Trata-se da criação de um centro de tra-tamento de veículos fora de uso, como existem modelos semelhan-tes na Espanha e na Argentina. Com o reaproveitamento de peças

em bom estado, provenientes de veículos que não poderão mais circular, diminui-se o descarte de peças. Neste centro, as peças que não podem ser reutilizadas vão para a reciclagem. Todas as peças passam por postos de desconta-minação, onde são retirados ele-mentos como combustíveis, óleos, baterias e catalisadores.

A preocupação com as questões ambien-tais nunca esteve tão em primeiro plano quanto neste começo de novo século. A principal razão é a proximidade que as previsões têm dado às conseqüências de nossas ações. Não se fala mais em “daqui a cem anos...”. A previsão para a escas-sez de água potável, para ficar num dos exemplos mais alarmantes, é para daqui duas décadas. Ou seja, fala de um futuro próximo, do qual seremos testemunhas e vítimas. E de onde vêm os destratos com o planeta? Vêm dos escapamentos dos nossos carros, de seus aparelhos de ar-condicionado, seus carburadores, do descarte impróprio de insumos químicos, da relutância em reciclar materiais. O que isso tem a ver com o setor automotivo? Os exemplos falam por si. Tudo.Por isso, os países do Primeiro Mun-do finalmente tomaram a iniciativa de criar legislações severas contra o crime ambiental, regulamentando também a emissão de poluentes e alertando para a necessidade do descarte responsável e da reciclagem de materiais. O meio automo-tivo é um dos mais visados, e as monta-doras já se dedicam a produzir modelos cada vez mais ecologicamente corretos. Agora, chegou a vez do setor de repara-ção. Estamos falando numa atividade que envolve uma série de materiais e insumos que poluem tanto o ar quanto a água e o solo: tintas, solventes, peças plásticas, baterias, etc. Está na hora do setor se conscientizar quanto à forma de lidar com esses diversos elementos, desenvol-vendo suas atividades sem agredir o meio ambiente. Além disso, as reparadoras precisam descobrir como a opção pelo trabalho ecologicamente responsável também é economicamente interessante.

Preocupação ambiental chega às oficinasPor Alexandre Carvalho dos SantosEditor

Processo ecológico terá destaque no critério da classificação de oficinas do CESVI

Uma das atividades mais defendi-das pelas entidades relacionadas à proteção do meio ambiente é a reciclagem. Com ela, reduzimos a quantidade de material descarta-do, reduzimos o consumo de novos materiais retirados da natureza e também estimulamos a economia e a geração de empregos. Trata-se de uma atividade que, diferentemente de outras voltadas em prol da na-tureza, tem seu valor econômico já devidamente reconhecido. Ain-da assim, é atitude que precisa ser mais estimulada tanto nas oficinas quanto em nossas próprias casas.Para se ter uma idéia da força desta atividade, o setor de reciclagem é o segundo maior do mercado am-biental brasileiro, com faturamento anual estimado na ordem de US$ 1 bilhão. Só na área de excedentes industriais perigosos, o País faturou em 2000 cerca de US$ 240 milhões com os trabalhos de tratamento, disposição final e consultoria sobre reciclagem. Os metais são pratica-mente 100% recicláveis, com exce-

ção dos técnicos ou especiais, cuja combinação, de composições espe-ciais, inviabiliza o processo. O Brasil é um dos países que mais se destacam quando o assunto é reciclagem. Temos índices de 72% para o papelão e 78% para latinhas de alumínio.Ao diminuir o descarte dos mais di-versos materiais, a reciclagem tam-bém ajuda a diminuir o problema das áreas contaminadas pela dispo-sição inadequada de produtos. De um modo geral, a descontamina-ção dessas áreas é extremamente custosa. O registro pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Am-biental (Cetesb) de áreas contami-nadas vem sendo constantemente atualizado.Para se ter uma idéia do quan-to isto pesa nos nossos bolsos, os custos ecológicos relacionados a problemas no solo da Alemanha foram calculados recente-mente em cerca de US$ 50 bilhões.

Saltando aos olhos do clienteSe a responsabilidade

ambiental e a consciência quanto ao seu papel no mundo não bastarem para que o reparador opte por processos recomendáveis do ponto de vista ecológico, um outro lado desta questão deverá influenciá-lo neste sentido. Hoje, mais do que nunca, o consumidor dá preferência a empresas que demonstram preocupação com o meio ambiente. A classificação de oficinas desenvolvida pelo CESVI já chama a atenção dos gestores das empresas de reparação, desde 2000, para o cuidado com os processos não-agressivos ao meio. Por enquanto, são apenas recomendações. Mas, para 2008, a classificação já visa a tornar a preocupação ecológica um dos critérios exigidos para uma boa classificação, além de diferenciar as oficinas ecologicamente responsáveis de forma a lhes dar maior visibilidade diante dos proprietários de veículos. Será a criação de um “selo verde” para as oficinas, que já está em estudo na área de Certificação do CESVI BRASIL.

Você sabia?Desmanche legal

Você sabia?Brasil está entre os que mais reciclam

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FunilariaProcesso de soldagem Mig/MagA funilaria é a parte da oficina cujos processos têm menores chances de agredir o meio ambiente. O maior risco está ligado à soldagem e ao descarte de peças. No que se refere à soldagem, caso a atividade seja realizada em uma superfície impregnada de graxa ou solvente, é possível que sejam produzidos vapores tóxicos. Para evitar, então, que a soldagem seja prejudicial tanto à natureza quanto à saúde do funileiro, basta que o profissional limpe bem a chapa que será soldada.

Descarte responsávelSucatas metálicas não contaminadas, vidros, plásticos... Todos esses materiais podem ser enviados para a reciclagem, proporcionando receita para a concessionária e evitando o descarte impróprio.

Reparo de pára-brisaA possibilidade do reparo de pára-brisa também é um processo ecologicamente responsável, pois minimiza a substituição da peça, economizando vidro e gerando economia também para o cliente, já que um pára-brisa novo custa muito mais que o processo de reparo. No caso da substituição ser necessária, vale a informação de que vidro laminado não é material reciclável.

Coleta das sobrasQuando se trata de resíduos não recuperáveis, a medida mais ecologicamente correta a tomar é contar com empresas especializadas na coleta desses materiais e posterior aproveitamento ou descarte responsável.

Preço do material reciclável* Papelão Papel

brancoLatas de aço

Alumínio Vidro incolor

Vidro colorido

Plástico rígido

PET Plástico filme

Longa vida

Ceará

Nova Olinda 170PL 350PL 200PL 2.700PL - - 550PL 600PL 400PL -

Espírito Santo

Guarapari 220PL 180PL 150PL 3.000Pl - - 700L 800PL 500PL -

Mato Grosso do Sul

Barsilândia 180PL 140PL 200PL 3.000PL - - 350L 500PL 350PL 100PL

Paraná

Londrina 310PL 380L 210L 3.400PL 40 40 850L 750PL 600L 220PL

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

350PL 450PL 180PL 3.000PL 130PL 110PL 560PL 1.200PL 500PL 170PL

São Paulo

Caçapava 300PL 150PL 300PL 3.100PL - 80 110PL 800PL 200PL 50PL

S. B. do Campo

540PL 530PL 330PL 3.300PL 120 90 800P 1.050P 600P 300P

SP/Coopere 540P 500P 330 3.500 220 100 900P 1.100PL 600P 280P

SP/Granja Julieta

540PL 250PL 280PL 3.300PL 120 100 300PL 1.000PL 1.000PL 300PL

SP/São Mateus

300 470 340 3.300 150 90 450 800 - 200

Produtos & Processos verdes

Soldagem Mig/Mag: é fácil evitar a produção de gases tóxicos no processo

P=prensado L=limpo I=inteiro Un=unidade / *preço da tonelada em real / Fonte: Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem). Data: 02/04/2008.Estes preços de venda dos recicláveis são praticados por programas de coleta seletiva, sendo a informação de sua inteira responsabilidade.

Processo Certo ErradoProcesso de soldagem MIG/MAG. Limpar bem a chapa a ser soldada para

evitar vapores tóxicos.Realizar a soldagem em superfície impreg-nada de graxa ou solvente.

Descarte de materiais não contaminados (metal, plástico, vidros).

Envio à reciclagem. Descarte impróprio.

Solvente utilizado na repintura. Reciclagem com o uso do reciclador de solventes.

Descarte do solvente contaminado diretamente na rede de esgotos ou meio ambiente.

Lavagem de pistolas de pintura. Utilização de um lavador de pistolas. Lançar os resíduos diretamente na rede comum de esgotos.

Aplicação de fundos e tintas. Utilização da cabine de pintura e plano aspirante com filtros adequados.

Não utilização de cabine e plano aspi-rante, acarretando a emissão de material particulado.

Lixamento. Lixamento a seco. Lixamento a água.

Remoção do sistema de ar-condicionado (condensador).

Utilização de um reciclador de gás. Abertura da válvula de escape do gás até que ele se esgote.

Lavagem de peças. Utilização da máquina lavadora de peças. Lavagem das peças, descartando os resídu-os na rede de esgotos.

O preço médio, no Brasil, cobrado pela coleta é de R$ 500. Algumas empresas cobram valor semelhante de forma fixa, independentemente da quantidade a ser recolhida. Por isso, vale a pena esperar o acúmulo de uma quantidade maior ou fazer acordos com oficinas próximas, para juntar os resíduos de todas e dividir o pagamento.

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RepinturaReciclador de solventesÉ um equipamento utilizado para limpar (reciclar) o thinner utilizado na área de repintura da oficina, permitindo o reaproveitamento do material, a economia da oficina e a diminuição da poluição ambiental causada pelos restos de tinta.Com o reciclador, é possível reaproveitar até 85% do líquido. Os resíduos, também chamados de borras, devem ser entregues a empresas especializadas.Dicas para o uso do thinner reciclado:

Mantenha separadas as sobras de •tinta do resíduo de thinner.O thinner reciclado só deve •ser utilizado para limpeza dos utensílios; não deve ser utilizado para diluição de tinta ou outra atividade.Não recicle thinner com resíduo •de wash-primer. Como o ativador de wash-primer tem base de ácido fosfórico, o solvente se tornará mais agressivo nos casos de contato com o produtivo.O thinner pode se tornar mais •ácido a cada reciclagem e, conseqüentemente, mais agressivo para a pele. Uso de luvas, óculos e máscara com filtro de carvão ativado é fundamental.

Lavador de pistolasTrata-se de um equipamento que retém os resíduos do processo de pintura, impedindo que sejam lançados na rede comum de esgotos. Além de ecologicamente correto, este equipamento reduz o tempo de limpeza em comparação com o processo manual, trazendo maior produtividade à oficina.

Utilização de pistola HVLPEste modelo de pistola já é recomendado pela área de Certificação do CESVI BRASIL, em sua classificação de oficinas, pela economia de tinta que o sistema por Lixamento a seco: economia de água, maior limpeza, rapidez e qualidade

gravidade proporciona, e também pela maior produtividade obtida. Esta pistola faz o mesmo trabalho da convencional com metade da tinta necessária. Além disso, o fato da HVLP possuir um maior índice de transferência (superior a 65%) faz com que a pintura gere uma névoa menor e, conseqüentemente, uma menor poluição ambiental. Também aumenta a vida útil dos filtros da cabine.

Pintura à base de águaEste moderno processo de pintura vem crescendo dentro das montadoras e também na área de reparação, justamente pela preocupação relacionada à preservação do meio ambiente. Produtos à base de água foram desenvolvidos para que estivessem de acordo com os requisitos estabelecidos pelos comitês de controle de emissões na Europa e nos Estados Unidos. As tintas à base de água têm baixo teor de VOC, que são compostos orgânicos voláteis, solventes orgânicos. Isto porque possui água desmineralizada em sua composição, em substituição a uma boa parte de solventes de uma tinta convencional. Segundo a Glasurit, que produz uma linha de tinta à base de água, esta opção reduz em até 90% a emissão de VOC na repintura.

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Cabine de pintura e plano aspiranteDesde que bem utilizados, contando com manutenção periódica de seus filtros, a cabine de pintura e o plano aspirante evitam a emissão de material particulado para a atmosfera. O uso de filtro de carvão ativado na cabine de pintura já é exigido pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).

Lixamento a secoSendo realizado em área apropriada, o lixamento a seco reduz a contaminação do ambiente de trabalho, pois elimina a sujeira freqüentemente observada no processo de lixamento a água. Também evita que água com resíduos chegue aos esgotos da rede pública, sendo assim um processo que, além de produtivo para a oficina, é ecologicamente recomendado. E, é claro, economiza água. Um processo de lixamento a água para um único carro chega a consumir até 30 litros de água. Uma oficina de porte médio que repare cerca de 100 carros por mês, trabalhando com o lixamento a seco, evita o desperdício de 3 mil litros de água.

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lubrificante são elementos perigosos por sua toxicidade. O que aponta para um correto gerenciamento desses resíduos.O local de armazenamento das embalagens plásticas deve ter piso impermeável, isento de materiais combustíveis e com dique de contenção para o caso de vazamento. Numa eventualidade de vazamento, este óleo não deve ser direcionado para sistemas de drenagem pública, mas encaminhado para sistemas de tratamento água-óleo.Obs.: O gerenciamento adequado dos resíduos compreende a correta segregação, acondicionamento, armazenamento temporário, transporte externo, tratamento/destino final e treinamento. Caixa de retençãode areia e óleoO Sindirepa-SP faz recomendações sobre o tratamento de efluentes na oficina, com destaque para a retenção de areia e óleo. Por efluente líquido, entende-se a água usada para a lavagem de peças contaminadas com graxa, óleo ou querosene.

O processo se baseia no recebimento da água contaminada com hidrocarbonetos e materiais sólidos que, por meio de uma tubulação, chegam a uma caixa de retenção. Num primeiro estágio, o material sólido (areia, por exemplo) precipita e fica retido no fundo.Num segundo estágio, a água entra contaminada com hidrocarbonetos (óleo, solvente, etc.) que, por sua densidade mais leve, permanecem na superfície. Sugere-se um desnível de 10 centímetros entre a entrada e a saída da água, o que faz com que o óleo na superfície seja desviado para uma caixa de retenção, podendo ser vendido para um novo processo de refinamento.A água precisa passar por uma abertura de 20 centímetros por baixo de uma placa de cimento que divide o segundo estágio. Assim, mesmo que um pouco de hidrocarboneto consiga passar, ficará retido na superfície, e a água irá para a rede de esgotos por meio de um sifão mergulhado a uma profundidade de 30 centímetros, ficando portando isenta de contaminantes.

MecânicaAnalisador de gasesUma forma de exercer controle sobre os gases lançados na atmosfera é contar com um analisador de gases. Trata-se de um equipamento utilizado para a verificação e regulagem dos gases emitidos na queima do combustível de motores a gasolina, a álcool ou diesel, utilizado para garantir que o veículo volte às ruas em plenas condições.

Reciclador de gás do ar-condicionadoDe maneira geral, no momento de remover o condensador para a realização de um reparo, as oficinas costumam abrir a válvula de escape do ar até que ele se esgote. Trata-se de um ar contaminado, que agride o meio ambiente. Contando com o reciclador, é possível evitar esta contaminação, além da economia de gás, já que uma carga de gás custa entre R$ 100,00 e R$ 150,00 (dados de agosto de 2007).

Máquina lavadora de peçasEste equipamento, utilizado para a lavagem de peças em geral, permite a reutilização do solvente por diversas vezes. Desta forma, gera economia para a oficina e diminui a quantidade de solvente a ser descartado, além de contribuir para evitar o descarte no esgoto.

Descarte de embalagens plásticas O uso racional dos materiais utilizados no trabalho de reparação passa, necessariamente, pelo cuidado com as embalagens. De modo geral, nas oficinas brasileiras, as embalagens plásticas são descartadas no lixo comum, contendo óleo residual ou outros tipos de aditivos. Segundo a norma 10.004 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a respeito da classificação de resíduos sólidos, embalagens plásticas e baldes contendo resíduos de óleo

Confira um exemplo do quanto sua oficina pode economizar por mês adotando procedimentos ecologi-camente responsáveis (volume mé-dio de 50 veículos):

O reciclador de solventes recicla em •média 85% do solvente utilizado. A oficina gasta em torno de R$ 600,00 com a compra de solventes. Com a utilização do reciclador, a oficina terá uma economia de aproximadamente R$ 480,00/mês.A cada veículo reparado com •lixamento a água, a oficina gas-ta em média 50 litros de água. Com este processo gastará em torno de 2.500 litros de água ou 2,5 m³, além de uma hora para limpeza e secagem.

A tarifa por m³ cobrado pela Sabesp é igual a R$ 9,31/m³. Custo do lixamento a água = R$ 9,31 x 2,5 = R$ 24,00.Uma oficina que repara 50 car-•ros por mês, em seu processo de pintura, gasta em média R$ 12.000,00 com wash pri-mer, primer, tinta e verniz. Partindo de que a utilização de pistola HVLP garante uma eco-nomia de 20% com relação à pistola convencional por sucção, podemos chegar a um valor em reais de R$ 2.400,00/mês.

Pelas estimativas acima, com a uti-lização destes três itens, a econo-mia mensal chega a R$ 2.904,00 (R$ 34.848,00 por ano).

Veja a economia real

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