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 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS Henrique Silva Dias GUIA PARA ABERTURA DE EMPRESAS Porto Alegre 2010

Guia Abertura de Empresa

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instruções para abertura empresa

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAO

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS

    Henrique Silva Dias

    GUIA PARA ABERTURA DE EMPRESAS

    Porto Alegre 2010

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    Henrique Silva Dias

    GUIA PARA ABERTURA DE EMPRESAS

    Trabalho de concluso de curso de graduao apresentado ao Departamento de Cincias Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em Administrao.

    Orientador: Prof. Fernando Dias Lopes

    Porto Alegre 2010

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    Henrique Silva Dias

    GUIA PARA ABERTURA DE EMPRESAS

    Material para consulta na homepage da Biblioteca da Escola de Administrao da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, disponvel em: http://biblioteca.ea.ufrgs.br/index.asp/.Normas para Apresentao de Trabalhos Acadmicos.

    Orientador: Prof. Fernando Dias Lopes

    Conceito final: Aprovado em ........ de ..........................de..........

    BANCA EXAMINADORA

    ___________________________________

    Prof. Dr. UFRGS

    ___________________________________

    Prof. Dr. UFRGS

    ___________________________________

    Orientador Prof. Fernando Dias Lopes UFRGS

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    AGRADECIMENTOS

    Este trabalho dedicado a todos aqueles que tm o sonho de abrir o seu prprio negcio e de fornecer produtos e servios que tragam qualquer ganho de bem estar para a sociedade.

    Gostaria de agradecer aos meus pais Rogrio e Patrcia, que sempre me apoiaram em tudo o que fiz, sempre presentes, no medindo esforos para me ajudar a alcanar os meus objetivos. Ao professor Fernando, que alm de me conceder uma boa parte do seu tempo, sempre com muita pacincia me deu as melhores orientaes possveis para este trabalho, sempre de forma esclarecedora e objetiva. Agradeo minha colega Caroline pelas inmeras idias, opinies e incontveis horas de discusso sobre este trabalho.

    Um agradecimento especial a todos que trabalham no SEBRAE pelo atendimento gentil e prestativo, pelos materiais fornecidos e pelas entrevistas concedidas.

    Tambm queria agradecer aos entrevistados, que mesmo sem me conhecer abriram mo de uma parte do seu precioso tempo para responder gentilmente s perguntas que foram to importantes para a confirmao de quais informaes so realmente relevantes aos novos empreendedores. Para eles desejo todo o sucesso possvel em seus empreendimentos!

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    RESUMO

    Este guia para abertura de empresas destinado a novos empreendedores com qualquer tipo de formao e mostra detalhadamente os procedimentos para a criao de um novo negcio atravs de explicaes sobre o que deve ser feito antes, durante e aps o processo de abertura da empresa. So orientaes passo a passo para formalizar a empresa, instrues para a criao de um plano de negcios, explicaes sobre legislao aplicvel s micro e pequenas empresas, conceitos de marketing, dentre outras informaes.

    ABSTRACT

    This guide to starting a business is made for new entrepreneurs of all kinds and shows in details the procedures for creating a new business through explanations of what should be done before, during and after the process of opening a business. The guide contains step by step hints to formalize the company, instructions for creating a business plan, explanations about applicable laws to micro and small business, marketing concepts, among other information.

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 .........................................................................................................................24

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 O Composto de Marketing ............................................................................61 Figura 2 As cinco Foras de Porter .............................................................................63

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ............................................................................................................10 2 DEFINIO DO PROBLEMA......................................................................................11 3 OBJETIVOS GERAIS E ESPECFICOS .....................................................................13

    3.1. Objetivos Gerais ..................................................................................................13 3.2 Objetivos Especficos............................................................................................13

    4 JUSTIFICATIVA ..........................................................................................................14 5 FUNDAMENTAO TERICA...................................................................................15

    5.1 O Empreendedor ..................................................................................................15 5.2 O Empreendimento...............................................................................................18

    6 METODOLOGIA..........................................................................................................21 7 COLOCANDO EM PRTICA UMA GRANDE IDIA...................................................23

    7.1 Se Preparando Para Empreender ........................................................................23 7.2 Identificando a Oportunidade................................................................................25 7.3 Desenvolvendo um Plano de Negcio ..................................................................29 7.3.1 Pgina de rosto..................................................................................................30 7.3.2 Resumo executivo .............................................................................................30 7.3.3 Anlise ambiental...............................................................................................31 7.3.4 Anlise industrial................................................................................................31 7.3.5 Descrio do empreendimento ..........................................................................31 7.3.6 Plano de produo ou plano operacional...........................................................32 7.3.7 Plano de marketing ............................................................................................33 7.3.8 Plano organizacional..........................................................................................33 7.3.9 Avaliao de risco..............................................................................................33 7.3.10 Plano Financeiro..............................................................................................34 7.3.11 Anexos.............................................................................................................34 7.4 Determinando os Recursos Necessrios..............................................................35

    8 CRIANDO UMA NOVA EMPRESA .............................................................................37 8.1 Mos Obra: Criando Legalmente a Empresa.....................................................37 8.2 Aspectos Legais e Tributrios das Micro e Pequenas Empresas .........................38 8.3 Custos e Prazos Para a Criao de Uma Empresa..............................................43

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    8.4 Procedimentos para a formalizao .....................................................................45 9 ABRINDO UMA EMPRESA PASSO A PASSO...........................................................46

    9.1 18 passos para abrir uma empresa ......................................................................46 10 ESTRATGIAS DE MARKETING PARA O NOVO NEGCIO .................................60

    10.1 Revisando conceitos de marketing .....................................................................60 11 CONCLUSO............................................................................................................66 12 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..........................................................................67 ANEXOS ........................................................................................................................68

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    1 INTRODUO

    O presente estudo realizado na forma da criao de um guia para abertura de empresas tem como objetivo fornecer dados e informaes teis para quem tem o desejo de iniciar um novo negcio, ajudando desde a definio da oportunidade a ser explorada at a abertura da empresa, fornecendo dicas para maximizar as chances de sucesso do empreendimento.

    Muitas das faculdades de administrao de empresas no possuem cursos voltados ao empreendedorismo priorizando a preparao dos seus estudantes para assumirem cargos em grandes empresas j constitudas e consolidadas, deixando muitas vezes desorientados, com apenas pequenos cursos ou algumas cadeiras, aqueles que tem o desejo de abrir um negcio prprio.

    Empreendedores podem ser alunos de administrao, no entanto este guia voltado para aqueles que tm formao em quaisquer outras reas e desejam abrir uma empresa para desempenhar as suas atividades, ou at mesmo para aqueles que no tem formao, mas tem planos para abrir o seu prprio negcio.

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    2 DEFINIO DO PROBLEMA

    Abrir uma pequena ou mdia empresa pode parecer bastante simples, e uma idia cada vez mais atraente para muitas pessoas que tm o sonho do prprio negcio ou mesmo que querem investir o seu dinheiro em uma alternativa que possa dar um bom retorno com um risco aparentemente menor.

    O que a maioria das pessoas no sabe, que abrir uma empresa no to simples quanto parece, o empreendedor deve estar seguro de que o tipo de negcio que ele pretende abrir realmente necessrio, que ele vai vender produtos e servios dos quais as pessoas precisam ou ento vai ter prejuzos e ser forado a fechar suas portas em pouco tempo. Ele precisa saber como ficar atento para o surgimento de uma oportunidade, s necessidades dos seus potenciais clientes e estabelecer planos para atender a essas necessidades de forma eficiente e lucrativa.

    A criao de uma empresa exige planejamento, pois envolve muita espera, documentos importantes e registros junto a rgos pblicos, que em muitas vezes, so rgos reguladores das atividades especficas da empresa, tornando ainda mais difcil e demorado o processo de sua abertura.

    Existem estatsticas do IBGE que mostram que s no ano de 2005, 529 mil empresas com at quatro funcionrios foram extintas, o que representa 97,2% do total das que deixaram de existir naquele ano. De acordo com o IBGE, as taxas de entrada e sada das empresas no mercado tm relao inversa a seus portes, o que significa que h mais firmas pequenas entrando e saindo do mercado do que companhias de grande porte. Em mdia 60% das novas empresas no sobrevivem aos primeiros dois anos de existncia, estando tal fato relacionado falta de preparo e de orientao de seus proprietrios e gestores, m administrao e pouca identificao com o mercado onde ela est inserida. Isto ocorre por que a maioria das universidades no prepara os seus alunos para o empreendedorismo e sim para trabalhar em grandes companhias j existentes. (IBGE 2010).

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    Sendo assim, nota-se a necessidade da criao de um manual de instrues, um guia prtico para abertura de pequenos negcios e para que eles sobrevivam ao perodo inicial crtico. algo que, dessa forma, ainda no est disponvel na literatura com uma abordagem to especfica, e que pode ser de grande ajuda para muitas pessoas que tm o desejo de ter o seu prprio negcio.

    As pequenas e mdias empresas so responsveis pela maior parte dos empregos, da gerao de renda e da movimentao de dinheiro no Brasil, ou seja, so de altssima importncia para o pas, portanto merecem ser contempladas com um guia para orientar os seus criadores para obterem sucesso, ajudando a gerar riqueza e movimentar a economia. Machado (2007).

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    3 OBJETIVOS GERAIS E ESPECFICOS

    3.1. Objetivos Gerais

    Elaborao de um guia para auxiliar o empreendedor na abertura de pequenos e mdios negcios.

    3.2 Objetivos Especficos

    1- Pesquisar e relacionar todas as medidas necessrias para a abertura de uma empresa seja ela micro, pequena ou mdia, desde documentao necessria, nmero de scios, fontes de obteno de crdito e exemplos de demais requisitos que a finalidade da empresa possa exigir caso seja regulada por algum rgo especfico.

    2- Instruir o leitor do guia para que ele tenha noes e mtodos para identificar uma oportunidade de negcio seja ela uma demanda da sociedade, um avano tecnolgico ou at mesmo um mercado em expanso, juntamente com orientaes sobre locais de instalao das empresas, sua visibilidade, anlise de custos de instalao e demais fatores decisivos para qualquer empreendedor que deseja obter sucesso.

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    4 JUSTIFICATIVA

    Durante a formulao do guia para abertura de pequenas e mdias empresas pretendo fazer uma relao de todos os itens burocrticos e legais necessrios para a abertura de uma empresa, bem como a maneira correta de obt-los.

    Aps isto trabalharei um alguns conceitos de marketing, pois esta a rea que pretendo me concentrar na formulao do guia, j que entendo que uma empresa depende do seu mercado e este deve ser amplamente estudado antes de se tomar qualquer deciso. A anlise de marketing abordar questes como localizao, concorrncia (quando boa ou ruim), estratgias de preos, tipologia de produtos e servios ofertados.

    Com isto a inteno orientar aquele que l o guia para que possa aplicar o mximo de estudos possveis na hora de escolher o ramo e o local para a sua empresa, para que cada deciso seja pensada e calculada, minimizando as chances de qualquer tipo de erro e conseqentes problemas para a empresa.

    O grande desafio ser trazer conceitos tcnicos e com embasamento cientifico de uma forma simples para que possam ser compreendidos por qualquer empreendedor, at mesmo por aqueles que ainda no tenham nenhuma experincia.

    Trata-se de um guia muito til, pois vai viabilizar a insero e o sucesso de muitas pessoas que desejam abrir uma empresa, mas no sabem como faz-lo e nem quais fatores considerar. Este guia vai ajudar a todos aqueles que tem uma idia til para todos, vontade de trazer algo inovador, ou ainda algum tipo servio para a sociedade que seja de seu interesse.

    As publicaes existentes acerca do tema empreendedorismo so muito ricas, porm atualmente no existe nenhuma delas que junte fundamentao terica, conceitos de empreendedor e empreendimento, como abrir uma empresa passo a passo e conceitos de marketing na forma de um manual simplificado para abertura de negcios de fcil compreenso e que tenha todas as informaes necessrias para consultas rpidas medida que ocorre a construo de um novo empreendimento, fazendo-se necessria e importante a criao deste guia.

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    5 FUNDAMENTAO TERICA

    5.1 O Empreendedor

    A palavra empreendedor est comumente ligada a empresas e negcios e as pessoas imaginam executivos ou grandes empresrios e mal sabem que elas mesmas tambm podem empreender. Pela definio do dicionrio o empreendedor aquele que empreende, arrojado, e esta uma definio que, apesar de bastante simples, muito boa, pois necessrio ser arrojado para empreender tempo e dinheiro ao tentar algo que ningum nunca fez ou pensou antes, comeando muitas vezes sem nenhuma experincia anterior no ramo. Para isso ele deve possuir caractersticas como tomar iniciativa, organizar mecanismos sociais e econmicos para transformar recursos em algo proveitoso e aceitar os riscos inerentes sua atividade e o eventual fracasso.

    Na tica econmica, o empreendedor um sujeito que combina recursos, trabalho e materiais para multiplicar o seu valor para algo maior do que seus valores individuais somados. Do ponto de vista da psicologia uma pessoa impulsionada por motivaes como a necessidade de conseguir algo que deseja, escapando da autoridade alheia e se tornando o seu prprio chefe.

    Para outros empreendedores e homens de negcio um empreendedor pode ser visto de duas maneiras distintas e opostas, pode representar para alguns uma ameaa, um concorrente e para outros pode ser um aliado, fonte de suprimentos, um cliente e at mesmo algum que encontra melhores maneiras para a utilizao de recursos evitando desperdcios.

    Todas estas definies so de ticas distintas, mas renem caractersticas muito semelhantes como o apelo novidade, organizao de recursos, inovao, riqueza e risco. Mas mesmo assim estas caractersticas restringem em muito o amplo universo que o empreendedorismo.

    O conceito de empreendedor fica mais claro quando visto no mbito empresarial que onde em muitas vezes estas pessoas esto, mas isso restringe um pouco a sua

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    atuao, pois eles so encontrados em todas as profisses existentes o que torna bastante difcil uma classificao que rena os atributos de todos os empreendedores de todas as reas que no seja bastante genrica.

    Porm, invariavelmente um sujeito que rene duas caractersticas importantes: a primeira delas ser sonhador, no sentido de inovar, de desenvolver solues que ainda no existem ou at mesmo novas maneiras, de alguma forma melhores, para fazer as mesmas coisas mais rapidamente ou a um custo mais baixo.

    Para ser um empreendedor no basta ser apenas um sonhador. Ter boas idias no ajudam em nada um empreendedor que no capaz de aplic-las, portanto o empreendedor tambm precisa ser prtico para transformar as suas idias em realidade, tornando-se um sonhador-prtico, ou seja, aquele que tem boas idias e ao mesmo tempo disposio para aplic-las.

    Existem tambm empreendedores que no so to arrojados, ou que tm vontade de ter o seu prprio negcio mesmo no estando to dispostos a correr riscos e optam pelo comum, por entrar em mercados j existentes e de forma muito semelhante aos seus concorrentes j atuantes. Normalmente so pessoas que j tinham uma outra carreira anteriormente, que trabalhavam em outras empresas e que pelos mais variados motivos decidem se tornar empreendedores e abrir o seu prprio negcio.

    Segundo Caetano (2006), Abrir a primeira empresa como ganhar asas! Ser empreendedor voar. Quando uma pessoa se lana ao desafio de criar um negcio prprio ela est literalmente ganhando asas. Esta metfora de voar pela primeira vez ao abrir a primeira empresa foi descrita em seu livro "O Vo do Camaleo" e ilustra os desafios pelos quais iro passar os empreendedores, bem como suas recompensas pelos riscos assumidos. Pois nunca antes aquela pessoa passou pela situao de abrir um negcio e ento o estar fazendo pela primeira vez, o que acarreta em possveis erros e riscos inerentes a falta de prtica com o prprio negcio.

    Segundo Leite (2000), entre qualidades pessoais de um empreendedor, destacam-se: iniciativa, viso, coragem, firmeza, deciso, atitude de respeito humano, capacidade de organizao e direo.

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    Sabemos que muito difcil de existir tal pessoa que rena todas estas qualidades antes mencionadas, muito mais difcil ser tal pessoa. Portanto cabe ao empreendedor conhecer as suas capacidades e as suas deficincias explorando ao mximo as qualidades que possui para o empreendedorismo e minimizando o impacto dos seus pontos fracos.

    Para dar este tipo de amparo ao empreendedor, organizaes como o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) oferecem palestras, eventos, programas, servios e cursos de empreendedorismo.

    comum misturarem-se os conceitos de empreendedor e de administrador j que ambos desempenham funes muito parecidas no que diz respeito a planejamento, organizao e controle quando esto gerindo uma empresa. Porm, segundo Dornelas (2001), um empreendedor de sucesso possui caractersticas que vo alm dos atributos de um administrador, para ele estes empreendedores so visionrios que sabem implementar os seus sonhos, sabem explorar ao mximo as oportunidades, so independentes, formam equipes, dentre outras habilidades importantes. Ou seja, o empreendedor um administrador, mas com diferenas considerveis em relao aos gerentes ou executivos das organizaes tradicionais, pois os empreendedores so mais visionrios que os gerentes. Dornelas (2001 p. 30).

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    5.2 O Empreendimento

    Segundo Hisrich e Peters (2004, p. 29),

    empreendedorismo o processo dinmico de criar mais riqueza. Esta riqueza criada por indivduos que assumem os principais riscos em termos de patrimnio, tempo e comprometimento com a carreira ou que provem valor para algum produto ou servio. O produto ou servio pode no ser novo ou nico, mas o valor deve de algum modo ser infundido pelo empreendedor ao receber e localizar as habilidades e os recursos necessrios.

    Pode-se tambm definir empreendedorismo como um processo que cria algo novo e que tem valor, assumindo riscos de todos os tipos e as conseqentes recompensas provenientes destes esforos desprendidos em um certo empreendimento.

    muito comum se ouvir falar ou usar o termo empreendimento, estamos acostumados a ele sempre ligado a novas empresas, realizaes, campanhas ou at mesmo construes. Segundo a definio do dicionrio a palavra empreendimento est ligada ao Ato de empreender; empresa, e a palavra empreender est classificada como Por em execuo, procurar realizar uma tarefa, obra e neste caso a obra a empresa que se pretende abrir e fazer prosperar at alcanar o sucesso.

    Para ser bem-sucedida uma empresa deve ter um bom conhecimento do mercado onde atua. Ter um bom administrador com conhecimento da rea onde a empresa atua e, em muitos casos nos quais capitais de terceiros tem um custo elevado, fazer uso de capital prprio, so fatores considerados muito importantes para um empreendimento. Segundo Bernardi (2003) a idia para a criao de um determinado empreendimento surge da observao, da percepo e anlise de atividades, tendncias e desenvolvimentos na cultura, na sociedade, nos hbitos sociais e de consumo. As oportunidades detectadas e visualizadas, racional ou intuitivamente, das necessidades e das demandas provveis, atuais e futuras, e necessidades no atendidas definem a idia que rege empreendimento.

    A concepo de um empreendimento, por vezes, nasce de habilidades, gostos e outras caractersticas pessoais, podendo vir at mesmo de pessoas que no tiveram

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    experincia com o ramo, inovando ou criando novas formas de negcio. Um caso que traz este exemplo de maneira muito forte o de Michael Dell, fundador da Dell Computer. No incio dos anos 90 Michael era um estudante de medicina que montava computadores pessoais e vendia, ento idealizou e montou um negcio que revolucionou a indstria de computadores nos EUA e em cerca de 10 anos assumiu as primeiras posies desbancando vrias empresas tradicionais do setor. Hisrich e Peters (2004).

    Tanto empresrios de sucesso quanto aqueles que tiveram suas empresas extintas apontam para a identificao de uma oportunidade de negcio como o principal motivo para a abertura ou a entrada em um negcio. As diferenas aparecem quando se compara a segunda razo que levou os dois grupos a ingressar no mundo dos negcios. No caso das empresas em funcionamento, ter experincia anterior o fator mais apontado em todo o Brasil. J para as empresas extintas, o fato de o empreendedor ter tempo disponvel o mais citado. Tachizawa e Faria (2002)

    Existem diversas motivaes, que vo desde o recebimento de uma herana, aposentadoria, alternativa ao desemprego e claro um entusiasmo natural, que levam algum a empreender e muitas vezes estas motivaes ofuscam e interferem na anlise, o que pode tornar o trabalho excessivamente otimista e pouco realista. conveniente saber que, essencialmente est se comprando um trabalho, com recursos e economias prprias ou de terceiros, a um custo de oportunidade muitas vezes alto, o que demanda objetividade, realismo e profundo conhecimento do que se pretende realizar.

    Mirshawka (2004, p. 20), cita algumas motivaes daqueles que so empreendedores por necessidade. Ele diz que no existem mais empregos nas empresas para todos os que se formam, tambm diz que pode trazer mais felicidade e satisfao ser um destacado motorista do prprio txi do que um executivo de 5 categoria numa grande empresa j que as carreiras no progridem mais somente para o alto, mas para todas as direes o que pode frustrar muitos trabalhadores que se esforam em busca de uma promoo e por fim acrescenta que as carreiras comeam e terminam mais cedo, tornando a vida til de uma pessoa nas empresas mais curta.

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    O tipo mais comum de empreendedor o que resolve empreender ao perceber uma nova oportunidade atravs da percepo de um nicho de mercado em potencial aliada ao desejo de desenvolver algo que traga benefcios no s para si, mas para toda a sociedade e a vontade de ganhar mais dinheiro levando as suas prprias idias adiante. Farah, Cavalcanti e Marcondes (2008).

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    6 METODOLOGIA

    Este estudo consiste na elaborao de um guia para criao de novos negcios. Para a formulao do mesmo fez-se primeiramente um levantamento dos guias existentes para a montagem de planos de negcio, identificando os principais pontos elencados nessas obras e as lacunas deixadas para quem ir tom-los como referncia para abertura de seu prprio negcio. Identificou-se que na literatura existente acerca do tema empreendedorismo no existe nenhum guia que traga mtodos para a identificao de uma oportunidade de negcio, esclarecimentos sobre a legislao vigente, uma sntese das etapas para a formalizao de uma empresa e noes de marketing, de forma interligada e em um nico volume para facilitar a consulta do empreendedor. Alm dessa anlise, foram realizadas entrevistas com quatro novos empreendedores escolhidos aleatoriamente nas dependncias do SEBRAE em Porto Alegre. Os entrevistados tm entre 24 e 47 anos e pretendem abrir seus negcios em diferentes ramos como decorao, vendas de produtos e alimentos. As entrevistas foram conduzidas com o objetivo de se descobrir quais as suas dvidas respeito do inicio de um novo negcio.

    Descobriu-se que a maioria dos entrevistados tem dvidas quanto a tributao a ser aplicada ao seu negcio, ao enquadramento da empresa que pretendem abrir, ou seja, qual o faturamento mximo e mnimo para enquadrarem suas empresas em uma determinada classificao legal, eles tambm apresentaram dvidas quanto aos custos, prazos e procedimentos para realizarem a formalizao do negcio. Alguns dos entrevistados tambm mencionaram que gostariam de orientaes para obterem sucesso com suas empresas.

    Tambm foram consultados guias de instituies de apoio a pequenas e mdias empresas, manuais escritos por empresas de contabilidade e o SEBRAE.

    As informaes obtidas com a pesquisa foram apresentadas na forma de um guia explicativo, com tabelas e esquemas, e na ordem na qual sero necessrias para a consulta do empreendedor desde o momento que ele busca identificar uma

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    oportunidade de negcio at o ponto em que ele j est com o seu negcio aberto e precisa ter noes de marketing para o bom andamento da sua empresa.

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    7 COLOCANDO EM PRTICA UMA GRANDE IDIA

    7.1 Se Preparando Para Empreender

    O processo de empreender, segundo Hisrich e Peters (2004), se resume a um processo atravs do qual um novo empreendimento criado por um empreendedor e o processo de iniciar um novo empreendimento est incorporado ao processo de empreender que envolve mais do que uma simples resoluo de um problema em uma posio administrativa tpica. Um empreendedor deve encontrar, avaliar e desenvolver uma oportunidade superando as foras que resistem criao de algo novo. Este processo tem quatro fases distintas e que serviro como referncia para todo este guia para fins de organizao e delimitao das etapas do processo de abertura de um negcio.

    As quatro fases so:

    1- Identificao e avaliao da oportunidade; 2- Desenvolvimento do Plano de Negcios; 3- Determinao dos recursos necessrios; 4- Administrao da empresa resultante.

    Mesmo que essas fases ocorram em uma ordem progressiva nenhuma delas deve ser pensada de forma isolada das outras, pois diversos fatores de uma prxima fase dependem da fase anterior. Por exemplo, para identificar e avaliar bem uma oportunidade (fase 1), o empreendedor deve ter em mente o tipo de negcio desejado (fase 4) j que isto que vai nortear o tipo de negcios no qual o empreendedor estar buscando uma oportunidade para se estabelecer. Estas quatro fases tambm esto relacionadas na Tabela 1, onde est uma sntese das etapas que compem cada uma delas.

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    Tabela 1: Fases do Empreendedorismo.

    Fonte: (HISRICH, R. D. e PETERS, M. P. Empreendedorismo. Editora Bookman, 2004. pg. 55).

    Identificao e avaliao da oportunidade

    Desenvolvimento do plano de negcio

    Determinao dos recursos necessrios

    Administrao da empresa

    Criao e dimenso da oportunidade

    Ttulo Sumrio

    Recursos existentes do empreendedor

    Estilo administrativo

    Valor real e percebido da oportunidade

    Resumo executivo

    Ausncia de recursos e fornecedores disponveis

    Variveis-chave para o sucesso

    Risco e retornos da oportunidade

    1.0 Descrio do negcio

    Acesso aos recursos necessrios

    Identificao de problemas existentes e potenciais

    Oportunidade versus habilidades e objetivos pessoais

    2.0 Descrio do setor 3.0 Plano de marketing

    Implementao de sistemas de controle

    Situao competitiva

    4.0 Plano financeiro 5.0 Plano de produo 6.0 Plano de organizao 7.0 Plano operacional 8.0 Resumo Apndices (anexos)

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    7.2 Identificando a Oportunidade

    Identificar e avaliar uma oportunidade na grande maioria das vezes no to fcil como parece, um processo pelo qual um empreendedor constata a oportunidade para um novo empreendimento.

    Sendo assim algo que demanda tempo e boa observao, pois a maioria das oportunidades de negcio no aparece de repente, normalmente so fruto de uma extensa observao com muita ateno por parte do empreendedor s possibilidades de negcios existentes. Em alguns casos demanda o estabelecimento de mecanismos para que se identifiquem estas oportunidades em potencial, Hisrich e Peters (2004) do exemplos disso quando orientam o empreendedor a buscar se informar mais sobre os defeitos de produtos utilizados pelas pessoas que ele conhece ou quando ele pesquisa sobre o desempenho de produtos que elas possuem, se podem ser superados ou se so adequados aos seus propsitos. Ele est em busca de uma necessidade e conseqentemente de uma oportunidade para superar o produto existente. Outro empreendedor busca observar a utilizao de produtos em nichos especficos para tentar descobrir o que faz falta para um determinado usurio. bastante comum ver este tipo de prtica no meio esportivo onde existe uma constante busca pelas necessidades dos atletas a fim de se produzir equipamentos melhores que lhes forneam um ganho de desempenho e vantagem competitiva. Ento estes empreendedores se inserem no meio dos praticantes daquela modalidade e buscam aprender mais sobre a prtica a fim de produzir o equipamento correto e com um desempenho melhor.

    Embora a maioria dos empreendedores no empregue mecanismos formais para identificar tais oportunidades, eles freqentemente recorrem a algumas fontes que tambm so muito proveitosas: consumidores, membros do sistema de distribuio e especialistas. Uma das melhores fontes de idias para produtos e negcios resulta de comentrios tais como se houvesse um produto que fizesse isso ou aquilo.... Comentrios como estes quando percebidos por pessoas com esprito empreendedor podem resultar no surgimento de novas empresas.

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    A informao essencial para ter novas idias e estar informado o dever de um empreendedor j que atualmente a informao est ao alcance de todos atravs de diversas mdias como televiso, rdio, revistas, jornais, livros, Internet, outras pessoas, governo, compradores, entre outros. O empreendedor deve ser curioso e criativo, sempre procura de novas oportunidades e atento ao que ocorre sua volta. Dornelas (2001)

    Outra prtica bastante comum para muitos empreendedores a da identificao de uma oportunidade de negcios por meio da troca de idias com um varejista, um atacadista ou mesmo um representante de alguma indstria a fim de identificar possveis melhores em ema determinada rea.

    Quando estas oportunidades so identificadas atravs das informaes de consumidores, associados, distribuidores ou especialistas; cada uma delas deve ser cuidadosamente verificada e avaliada. Fazer esta avaliao talvez seja o elemento mais crtico de todo o processo de empreender j que permite ao empreendedor avaliar se determinado produto ou servio oferece o retorno necessrio em relao aos recursos aplicados a ele. Este processo de avaliao tambm envolve prestar ateno na criao e no alcance da oportunidade, seu valor real e seu valor percebido para o cliente, seus riscos e possibilidades de retorno e principalmente se est adequado s habilidades e metas pessoais do empreendedor bem como a vantagem diferencial no ambiente competitivo no qual est inserido o projeto.

    importante que o empreendedor entenda o porqu, os motivos que geram a oportunidade, se ela fruto de uma mudana tecnolgica, de uma modificao no mercado, a uma nova regulamentao do governo ou at mesmo concorrncia. Deve entender o que leva as pessoas a sentirem necessidade do seu produto ou servio, o que as leva a desembolsar o seu dinheiro e pagar o preo dele. Um caso abordado no documentrio Tecnologia dos Anos 80 do History Channel o que deu inicio a uma verdadeira revoluo no mundo dos vdeo games ocorrida no final da dcada de 1980 quando algumas companhias fabricantes de jogos se deram conta que o mercado estava em crise por que aquelas pessoas que jogavam os seus jogos haviam crescido e no tinham mais interesse por jogos to simples. Sendo assim para salvar o mercado

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    algumas destas empresas investiram na melhoria dos grficos e na criao de personagens que chamassem a ateno deste pblico que j estava mais velho.

    O tamanho do mercado e a durao da janela de oportunidade, que o perodo de tempo disponvel para a criao de um empreendimento sem que ele deixe de ser necessrio ou que se torne obsoleto, so as bases para a determinao dos riscos e compensaes. Os riscos englobam o mercado, a concorrncia, a tecnologia e a quantidade de capital envolvido.

    Outra questo importante para se avaliar a diversidade de produtos ou servios que se pretende oferecer j que mesmo que a empresa tenha um produto principal, tambm conhecido popularmente como carro chefe, importante que ela tambm oferea produtos relacionados a este j que estes se tornam muito importantes na hora de se expandir ou de ampliar a linha de produtos ou negcios em um determinado canal de distribuio. Grandes lojas de varejo preferem fazer negcios com empresas que possuam vrios produtos para oferecer.

    Segundo Hisrich e Peters (2004, p. 54), a oportunidade deve adequar-se s habilidades e aos objetivos pessoais do empreendedor j que algo que tambm diz respeito aos seus interesses pessoais e deste modo o empreendedor aplicar com mais entusiasmo o seu esforo pessoal para fazer o empreendimento avanar com sucesso. Muitos acreditam que este desejo pelo que se est construindo pode se desenvolver com o tempo, mas comumente ele no se realiza, destinando o empreendimento ao fracasso. O empreendedor deve acreditar na oportunidade a ponto de fazer os sacrifcios necessrios para desenvolver e administrar a organizao.

    A anlise da oportunidade que tambm conhecida como avaliao da oportunidade, no um plano de negcio, ela menor e se concentra apenas na oportunidade em si e no no empreendimento como um todo; e deve servir de base para que seja tomada a deciso de agir ou no em relao oportunidade.

    Um bom plano de anlise da oportunidade inclui os seguintes itens: uma descrio do produto ou servio, avaliao da oportunidade, avaliao do empreendedor e da equipe, especificaes de todas as atividades e recursos necessrios para transformar a oportunidade em um empreendimento vivel e a fonte

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    de capital para financiar o empreendimento inicial bem como o seu desenvolvimento que inclui o financiamento do primeiro e segundo estgios.

    Por fim, Hisrich e Peters (2004) ainda acrescentam que para que esteja completa a anlise da oportunidade, ela deve passar por uma avaliao e esta exige a resposta das seguintes perguntas:

    A que necessidade de mercado ela atende? Que observaes pessoais voc fez ou registrou quanto a essa

    necessidade de mercado? Que condio social est por trs dessa necessidade de mercado? Que dados de pesquisa de mercado podem ser utilizados para descrever

    essa necessidade de mercado? Que patentes podem estar disponveis para atender a essa necessidade? Que tipo de concorrncia existe nesse mercado? Como voc descreveria o comportamento dessa concorrncia? Como o mercado internacional? Como a concorrncia internacional? Onde est o dinheiro a ser gerado nessa atividade?

    Visto isso e identificada a existncia da oportunidade de negcio e sua real necessidade para o mercado hora do passo seguinte que o desenvolvimento de um plano de negcio.

  • 29

    7.3 Desenvolvendo um Plano de Negcio

    O desenvolvimento de um bom plano de negcio tem como um de seus objetivos explorar a oportunidade anteriormente definida. uma descrio da futura direo da empresa, de como ela vai funcionar, como espera crescer, o que pretende produzir, qual ser a sua estrutura e o seu plano financeiro, que inclui as fontes de financiamento.

    Esta uma das partes mais difceis em todo o processo de empreender, j que sempre muito complicado quando se trata de fazer previses em ambientes mutveis ou incertos. Para isto, devemos observar novamente a Tabela 1 dos anexos que mostra alguns pontos bsicos que um plano de negcio deve conter em sua estrutura.

    Um bom plano de negcio no apenas importante no desenvolvimento da oportunidade, como tambm essencial na determinao dos recursos necessrios, na obteno desses recursos e na boa administrao da empresa resultante.

    O plano de negcios deve ser redigido pelo empreendedor, porm ele pode, e deve, consultar outras fontes durante a sua preparao. So estas fontes: advogados, contadores, consultores e especialistas no mercado em questo. Com o auxilio destas fontes o empreendedor consegue englobar todos os aspectos envolvidos no inicio de um novo empreendimento.

    Funcionrios, investidores, banqueiros, investidores de risco, fornecedores, clientes, conselheiros e consultores, todos estes citados so possveis leitores do plano de negcios, por isso este deve ter uma abrangncia que satisfaa as questes e preocupaes de cada um destes da mesma forma que o produto gerado por esta empresa dever satisfazer as necessidades de diversos clientes. O plano de negcio valioso para o empreendedor, para potenciais investidores e at para os novos funcionrios, que esto tentando se familiarizar com o empreendimento, suas metas e objetivos. Segundo os autores Hisrich e Peters (2004) o plano de negcio importante para estas pessoas porque:

    Ajuda a determinar a viabilidade do empreendimento em um mercado especfico.

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    Fornece orientao ao empreendedor na organizao de suas atividades de planejamento.

    Serve como instrumento importante para auxiliar na obteno de financiamento.

    Um bom plano de negcio pode levar horas para ser preparado e deve ser abrangente o suficiente para dar ao investidor em potencial um panorama completo do empreendimento. Tambm ajudar o empreendedor a esclarecer suas idias sobre o negcio. O plano dever contar com algumas partes fundamentais que esto descritas na Tabela 2 dos anexos e aqui explicadas:

    7.3.1 Pgina de rosto

    o titulo e contm um breve resumo do plano de negcio, com uma pequena descrio de como ser a empresa, seu nome e endereo, dados do empreendedor, financiamento necessrio e importante, por segurana, conter uma declarao do carter confidencial deste relatrio.

    7.3.2 Resumo executivo

    Preparada depois que o plano redigido esta seo tem como um dos seus objetivos estimular o interesse do investidor salientando de maneira convincente os aspectos-chave de todo o plano para que ele se interesse em ler o restante. Deve mostrar a oportunidade percebida pelo empreendedor e por que ela deve ser aproveitada.

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    7.3.3 Anlise ambiental

    Anlise ambiental consiste na avaliao de variveis externas incontrolveis que podem ter algum tipo de impacto sobre o plano de negcio, so estas tendncias que possibilitam a existncia da oportunidade e conseqentemente do negcio em si. Ela deve conter todos estes aspectos incontrolveis como economia, cultura, tecnologia e legislao.

    7.3.4 Anlise industrial

    A anlise industrial verifica as tendncias industriais e estratgias competitivas especficas do setor e contm dois aspectos fundamentais que so a demanda do setor e a concorrncia.

    7.3.5 Descrio do empreendimento

    Segundo Dornelas (2001) esta seo do plano deve oferecer um resumo da organizao da empresa e de como ela se desenvolver. Descreve a natureza do negcio e o que o empreendedor espera conquistar com ele, mostrando o seu propsito e como pretende trazer um benefcio para o cliente, alm de trazer uma idia do crescimento que se espera conseguir em trs a cinco anos.

    A descrio do empreendimento dever oferecer uma viso global do produto, servios e operaes do novo empreendimento. A localizao do negcio de fundamental importncia para o seu sucesso, principalmente se for uma loja ou servio, sendo assim o empreendedor precisar avaliar fatores como estacionamento e acesso rodovias para clientes, fornecedores, distribuidores, taxas de entrega e regulamentaes urbanas ou leis regionais.

  • 32

    Para uma boa escolha necessrio fazer uma avaliao do local onde o empreendimento vai ser instalado para isto necessrio fazer algumas consideraes como:

    - Quantidade de espao necessria; - Se o espao deve ser comprado ou alugado; - O custo por metro quadrado do espao; - Se o local pode ser usado para fins comerciais; - A existncia de restries quanto a placas e vagas para estacionar; - A necessidade de reforma do prdio a ser escolhido; - Se o acesso ao trfego fcil; - A existncia de lugares para estacionar; - Se existe a possibilidade de expanso do negcio no prprio local; - A presena de mo-de-obra qualificada disposio; - Se o perfil econmico e demogrfico da rea compatvel com o negcio; - A tributao local; - Existncia de infra-estrutura (esgoto, eletricidade e gua) adequada.

    7.3.6 Plano de produo ou plano operacional

    Ser necessrio um plano de produo caso o novo empreendimento envolva a fabricao de um produto.

    Ele detalha como o produto ser fabricado, se alguma parte do processo ser subcontratada, servios terceirizados com a sua localizao e motivaes para a seleo, custos e contratos. Se a fabricao do produto, ou parte dela for desempenhada pelo empreendedor, este plano dever conter tambm informaes sobre a planta, o maquinrio, matrias-primas, fornecedores e necessidades futuras de equipamentos.

    Caso o empreendimento no envolva a produo e sim comrcio, prestao de servios ou outro tipo de negcio, esta parte do plano de negcios ir se chamar plano operacional e nesse plano sero descritas as etapas da transao comercial.

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    7.3.7 Plano de marketing

    Descreve condies de mercado e estratgias relacionadas ao modo como os produtos e servios sero distribudos, seu preo e a sua promoo. Nesta parte devem constar evidncias de marketing para embasar decises estratgicas que envolvam marketing. So feitas previses especficas sobre produtos ou servios, a fim de projetar a lucratividade do empreendimento. Este planejamento deve ser visto como algo que norteia as decises da empresa no curto prazo.

    7.3.8 Plano organizacional

    Descreve as formas de propriedade e linhas de autoridade e responsabilidade dos membros do novo empreendimento ou seja, a propriedade, a sociedade ou a corporao. No caso de uma sociedade, nele devem constar os termos dessa sociedade. importante que conste informaes a respeito das pessoas que gerem a organizao.

    7.3.9 Avaliao de risco

    Para que esteja ciente dos prejuzos em potencial importante que o empreendedor faa uma avaliao de risco que identifica tanto possveis prejuzos quanto a possibilidade de estratgias alternativas para atingir metas e objetivos do negcio. Nesta avaliao deve constar uma simulao do que aconteceria se esses riscos se tornassem realidade e estratgias para impedir ou minimizar os seus efeitos sobre o empreendimento.

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    7.3.10 Plano Financeiro

    constitudo de projees dos principais dados financeiros que determinam a viabilidade econmica e a necessidade de recursos para o empreendimento. Nele devem constar o investimento requerido, projees para o primeiro ano com um detalhamento ms a ms, previso de vendas, custo das mercadorias, despesas e um fluxo de caixa dos primeiros trs anos.

    7.3.11 Anexos

    Os anexos geralmente so compostos pelo material de consulta que no est no texto do documento. As referencias a estes itens so feitas no prprio plano.

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    7.4 Determinando os Recursos Necessrios

    Segundo Hisrich e Peters (2004), tambm deve ser feita uma determinao dos recursos necessrios para se aproveitar a oportunidade, este um processo que comea com uma apreciao dos atuais recursos que o empreendedor possui e dos recursos necessrios para a realizao do empreendimento. Quaisquer recursos fundamentais devem ento ser diferenciados daqueles que so apenas teis. Deve-se tomar um cuidado especial para no subestimar a quantidade e a variedade dos recursos necessrios, tudo deve ser planejado previamente para que sejam evitadas ao mximo as surpresas durante o percurso. Os riscos associados a recursos insuficientes ou inadequados tambm devem ser avaliados cuidadosamente pois tambm podem haver custos muito altos na hora de se desfazer de um empreendimento que no d certo, sem falar em um custo intangvel que o da perda de credibilidade que sofre um empreendedor que fracassa por no calcular exatamente os recursos necessrios para a implementao total de seu empreendimento.

    A aquisio dos recursos de modo oportuno, evitando-se ceder parte do controle da empresa, o prximo passo no processo de empreender. Muitas pessoas decidem empreender justamente para ter autonomia nas suas decises profissionais e no ter que se reportar a respeito dessas decises para outras pessoas. Sendo assim o empreendedor deve lutar para manter a sua posio de proprietrio pelo maior tempo que ele puder, especialmente no estgio inicial do empreendimento que onde ele deseja fazer as coisas ao seu modo.

    medida que o negcio se desenvolve, provavelmente sero necessrios mais recursos para financiar o crescimento da empresa, e estes recursos podem vir das mais diversas fontes de financiamento como, por exemplo, bancos e programas de incentivo do governo. Mas existe uma opo que a da admisso de um ou mais novos scios e esta deciso exige que o empreendedor ceda parte do controle que tem sobre a sua empresa. Todo empreendedor s deve ceder em sua posio de proprietrio no empreendimento depois que todas as outras opes j forem exploradas e que no haja outra sada a no ser a de recorrer a esta fonte de recursos. Devem-se identificar

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    fornecedores alternativos desses recursos, com suas necessidades e reivindicaes. Compreendendo as necessidades do fornecedor de recursos, o empreendedor pode estruturar um acordo que possibilite que os recursos sejam adquiridos ao mais baixo custo possvel e com a menor perda de controle da empresa. Hisrich e Peters (2004).

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    8 CRIANDO UMA NOVA EMPRESA

    8.1 Mos Obra: Criando Legalmente a Empresa

    Depois de identificada a oportunidade de empreendimento e uma vez redigido o plano de negcio, se inicia um momento muito importante que hora do empreendedor colocar as suas idias em prtica e abrir a empresa. Criar uma empresa legalmente exige muita pacincia e determinao para lidar com os procedimentos burocrticos exigidos por alguns rgos governamentais, segundo Jnior e Pisa (2010, p. 74), Um empreendedor de verdade no pode deixar-se abater nessa primeira fase da realizao de seu sonho.

    O intuito deste guia direcionar o empreendedor da melhor forma possvel para que ele saiba exatamente o que fazer, evitando o desperdcio de trabalho, tempo e em muitos casos dinheiro no processo de registro da sua empresa.

    Ter uma empresa devidamente registrada conforme a lei no s importante para se evitar a informalidade como tambm para o seu crescimento, quando ela cresce, se torna conhecida e ganha espao no mercado, tendo assim a oportunidade de fornecer seus produtos ou servios para grandes redes de varejo ou at mesmo participar de licitaes pblicas para ter como um de seus clientes o governo. Para isso a empresa dever ser registrada legalmente, tendo um CNPJ (cadastro nacional da pessoa jurdica).

    Outros fatores fundamentais para a abertura de uma empresa so as orientaes de um advogado para ajudar nos aspectos legais, um contador para ser responsvel pelas finanas e declaraes de impostos e dos rgos fiscais do seu municpio para que a empresa e suas instalaes estejam sempre dentro das normas exigidas.

  • 38

    8.2 Aspectos Legais e Tributrios das Micro e Pequenas Empresas

    1) Lei geral das micro e pequenas empresas: Para a regulamentao das Micro e Pequenas empresas (MPEs) existe a lei

    geral das micro e pequenas empresas que corresponde Lei Complementar n 123, de 18/12/2006, que regulamenta o Estatuto Nacional da Microempresa (ME) e da Empresa de Pequeno Porte (EPP), estabelecendo normas que do um tratamento diferenciado e favorecido para estas empresas.

    Princpios da lei geral das micro e pequenas empresas: 1. Gerao de emprego. 2. Distribuio de renda. 3. Reduo da informalidade. 4. Incentivo ao crescimento das empresas. 5. Ampliao da competitividade. 6. Desenvolvimento da economia.

    Principais objetivos da lei: 1. Estabelecer forma diferenciada, simplificada e regime nico de recolhimento

    de impostos e contribuies da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios. 2. Estimular a formao das microempresas e empresas de pequeno porte. 3. Simplificar o cumprimento de obrigaes trabalhistas. 4. Proporcionar meios de acesso ao crdito, s novas tecnologias e aos

    mercados. 5. Criar o cadastro integrado. 6. Simplificar a abertura e baixa de empresas. 7. Estimular o associativismo. 8. Estimular a utilizao de mediao e arbitragem.

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    No poder se beneficiar do tratamento jurdico diferenciado previsto na Lei das MPEs, a pessoa jurdica:

    1. De cujo capital participe outra pessoa jurdica. 2. Que seja filial, sucursal, agncia ou representao de empresas com sede no

    exterior. 3. De cujo capital participe empresrio ou scio de outra empresa que receba

    tratamento jurdico diferenciado, em que a receita bruta total ultrapasse o limite previsto para MPEs.

    4. Cujo titular ou scio participe com mais de 10% do capital de outra empresa no beneficiada pela Lei n 123 / 2006.

    5. Cujo scio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurdica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite previsto para as MPEs.

    6. Constituda sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo. 7. Que participe do capital de outra pessoa jurdica. 8. Que exera atividade de banco, de sociedade de crdito, financiamento e

    investimento ou de crdito imobilirio, de corretora, dentre outras. 9. Seja resultante ou remanescente de ciso ou qualquer outra forma de

    desmembramento de pessoa jurdica que tenha ocorrido em um dos cinco anos-calendrio anteriores.

    10. Seja constituda sob a forma de sociedade por aes.

    (JNIOR, A. e PISA, B. J. Administrando micro e pequenas empresas. Elsevier Editora, 2010. pg 75.)

    2) Sistema Simples Nacional: No Brasil existem, atualmente, trs regimes de tributao previstos pela lei e

    cabe ao empreendedor fazer a escolha de qual o melhor regime de tributao a ser adotado para o seu negcio, ou seja, ele deve escolher qual a maneira legal com que os impostos da sua empresa sero calculados. Segundo Jnior e Pisa (2010), os trs regimes de tributao so:

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    1- Lucro real: o imposto dever ser calculado com base no lucro registrado no balano.

    2- Lucro presumido: o imposto dever ser calculado com base em uma estimativa do lucro a ser alcanado pela empresa.

    3- Simples: corresponde ao regime especial e unificado de arrecadao de impostos e contribuies devidos pelas Microempresas (MP) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), institudo pela Lei Complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006 (LC 123 / 2006), vigente a partir de 1 de julho de 2007 e alteraes posteriores.

    O Simples um regime opcional e no um tributo a mais. uma forma de arrecadao mensal que unifica oito tributos, entre eles federais, estaduais e municipais, que so calculados a partir da receita bruta mensal da empresa. (Tabela 3 dos anexos).

    Porm o Simples no exclui as MPEs de contribuies como o IOF (imposto sobre operaes financeiras), II (imposto sobre a importao), IE (imposto sobre a exportao), contribuies ao FGTS, ITR (imposto sobre a propriedade territorial rural) e demais descritos na lei para cada tipo de pessoa jurdica.

    A condio para enquadramento no Simples Nacional a receita bruta anual que no caso das Microempresas (MEs) deve ser igual ou inferior a R$ 240.000,00 e no caso das Empresas de Pequeno Porte (EPPs) deve ser superior a R$ 240.000,00 e inferior a R$ 2.400.000,00. As empresas enquadradas nessas condies tero a opo de aderir ou no ao Simples, podendo inclusive optar pela tributao baseada no lucro presumido. Esta deciso s dever ser tomada aps uma consulta detalhada junto ao contador da empresa que avaliar qual deles o regime mais vantajoso.

    Segundo as leis complementares n 123 / 2006 e n 128 / 2008 as principais caractersticas do sistema Simples Nacional so:

    Ser facultativo; Ser irretratvel para todo o ano-calendrio; Apurao e recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento

    nico de arrecadao;

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    Disponibilizao s MEs e s EPPs de sistema eletrnico para a realizao do clculo do valor mensal devido;

    Apresentao de declarao nica e simplificada de informaes socioeconmicas e fiscais;

    Possibilidade de os estados adotarem sublimites de EPPs em funo da respectiva participao no PIB;

    A Lei Complementar 128/08, que ajustou a Lei do Simples Nacional permitiu o parcelamento de dbitos tributrios para empresas que estavam solicitando adeso ao sistema pela primeira vez.

    A lei do Simples Nacional em seu artigo n 17 determina que algumas atividades no esto permitidas a se enquadrar neste regime de tributao como, por exemplo: transporte intermunicipal e interestadual de passageiros; importao ou fabricao de automveis e motocicletas; produo ou venda no atacado de cigarros, armas de fogo, munies e plvoras, explosivos e detonantes; bebidas alcolicas e refrigerantes; dentre outras.

    Microempresas e Empresas de Pequeno Porte optantes pelo regime de tributao do Simples Nacional tambm devero adotar os livros de registro e controle, descritos na Tabela 4 dos anexos. Deve-se prestar ateno tambm aos livros de registros especficos de setores como o do comrcio de veculos que tem o Livro de Registro de Veculos e o do comrcio de combustveis, que tem o Livro de Movimentao de Combustveis (LMC). Este no s necessrio para fins tributrios como tambm para o credenciamento e funcionamento de um posto revendedor de combustveis junto ANP (Agncia Nacional do Petrleo), rgo do governo que regula este setor.

    A lei do Simples tambm ajuda as MEs e EPPs na simplificao das obrigaes trabalhistas, dispensando elas de:

    1. Afixao de quadro de trabalho. 2. Anotao de frias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de

    registro.

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    3. Empregar e matricular aprendizes nos cursos dos Servios Nacionais de Aprendizagem (SENAI).

    4. Posse do livro Inspeo do Trabalho. 5. Comunicaes devidas ao Ministrio do Trabalho e Emprego a exemplo

    da concesso de frias coletivas.

    3) Lei do Empreendedor individual: A Lei Complementar 128 / 2008 tambm criou a figura do empreendedor

    individual, para que este possa registrar o seu negcio e ter certos benefcios que a Lei oferece como: aposentadoria, aposentadoria por invalidez, salrio maternidade, penso por morte e auxilio recluso, acesso a servios bancrios e ao crdito, obter um CNPJ, poder emitir notas fiscais, entre outras vantagens. Esta lei tambm prev o enquadramento do empreendedor individual no Simples Nacional, possibilitando a iseno de impostos federais tais como Imposto de Renda, PIS, COFINS, IPI e CSLL.

    Segundo Jnior e Pisa (2010), para ter o seu negcio enquadrado nesta lei o empreendedor dever:

    Ter receita bruta anual de at R$ 36 mil (R$ 3 mil por ms). A comprovao se dar mediante apresentao do registro de vendas ou de prestao de servios; quanto ao conceito de receita bruta a Lei n 123/06 a descreve como o produto da venda de bens e servios pelo preo de venda, no includas as vendas canceladas e os descontos concedidos.

    Ter no mximo um funcionrio com renda de at um salrio mnimo mensal ou o piso da categoria.

    No ter filial, no ser titular, scio ou administrador de outra empresa. Exercer suas atividades no comrcio, culinria, artesanato, servios de

    esttica, servios de manuteno e reparao em geral, dentre outros.

    Do empreendedor individual dispensa-se a contabilidade formal, sendo exigindo apenas o controle das compras, das vendas e do lucro obtido.

  • 43

    8.3 Custos e Prazos Para a Criao de Uma Empresa

    Custos

    O custo da abertura de uma empresa pode variar de acordo com o municpio no qual a empresa ir se estabelecer e de acordo com as especificidades do ramo de atividade do empreendimento. As taxas cobradas pelos rgos que atuam nesse processo variam e a esse valor ainda deve ser adicionado os custos dos honorrios do contador.

    Em mdia, segundo dados do ano de 2009, os custos totais para se abrir uma empresa variam entre R$ 500,00 e R$ 1.500,00. Esse valor poder ser maior para alguns ramos de atividade em especial, nos quais h a necessidade de, por exemplo, se obter um licenciamento ambiental. Sendo assim o desembolso por parte do empreendedor para a abertura da sua empresa pode chegar em torno dos R$ 2.500,00. Jnior e Pisa (2010).

    Estes custos referem-se apenas a formalizao da empresa nos aspectos jurdicos e contbeis (pagamento de guias, emisso de notas fiscais, registro da marca, autenticaes e etc.), claro que existem muitos outros investimentos que no so de natureza legal e sim que dizem respeito compra do ponto de comrcio, o prdio, mquinas e todo o necessrio para que o negcio entre em funcionamento.

    Prazos

    O prazo para a abertura de uma empresa tambm varia de acordo com o lugar e o ramo de atividade alm de depender da documentao exigida para o setor onde ela vai atuar e da situao fiscal dos scios. De acordo com informaes divulgadas pelo SEBRAE em 2009, o prazo mdio para a abertura de uma empresa de 20 a 40 dias. No caso de alguns estados brasileiros como So Paulo este prazo j est reduzido a duas semanas.

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    Podemos dizer que houve um avano, pois em 2007 este prazo variava de 40 a 150 dias. Essa reduo no prazo deve-se Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas que desburocratizou e facilitou este processo. Porm ainda h muito o que melhorar se compararmos com dados da revista Exame de agosto de 2008, que mostra o tempo para este processo em outros pases: Austrlia: 2 dias; Blgica: 4 dias; Canad: 3 dias e Estados Unidos: 6 dias.

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    8.4 Procedimentos Para a Formalizao

    A formalizao de uma empresa exige que sejam tomadas diversas providncias e que o empreendedor entre em contato com diversos rgos e instituies as quais cada uma tem os seus prprios padres de funcionamento e prazos a serem cumpridos durante o processo de formalizao de uma empresa.

    Sendo este processo to complicado aconselhvel a contratao de um contador no apenas para a abertura de uma empresa, mas tambm para a escriturao rotineira do negcio.

    Na Tabela 5 dos anexos temos um resumo dos principais rgos a serem visitados pelo empreendedor e a sua finalidade no processo de abertura de uma empresa.

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    9 ABRINDO UMA EMPRESA PASSO A PASSO

    9.1 18 Passos para abrir uma empresa

    Abrir uma empresa pode parecer uma tarefa muito difcil para alguns novos empreendedores, mas ela pode se tornar muito mais fcil se a separarmos em etapas.

    A seguir esto 18 passos definidos por Jnior e Pisa (2010), a partir das orientaes do SEBRAE, obtidas em sua pgina na Internet (www.sebrae.com.br) que facilitam em muito este processo, desde que estes passos sejam seguidos na ordem em que se apresentam, uma vez que os documentos obtidos em um podero ser necessrios para o prximo passo:

    1) Determinao do tipo jurdico: O tipo jurdico determina o regime no qual uma empresa se enquadra, atravs

    dele o fisco tem mais controle sobre a empresa e determina os seus direitos e obrigaes.

    A opo do tipo jurdico da empresa a ser aberta deve levar em conta tanto as caractersticas do negcio quanto os objetivos do empreendedor. Algumas atividades, por determinao legal, s podero existir sob a forma de sociedade, com dois scios ou mais, a exemplo das empresas prestadoras de servios.

    Segundo o Cdigo Civil h dois tipos de sociedades: Sociedade Simples: formada por pessoas que exercem profisso de

    natureza intelectual, cientfica, artstica ou literria, mesmo sem empregados.

    Sociedade Empresarial: aquela na qual se exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo ou circulao de bens ou de servios, constituindo elemento de empresa (art. 981 do Novo Cdigo Civil).

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    Cada uma destas duas espcies tambm pode ser classificada conforme o seu setor econmico. Existem trs setores definidos para as atividades empresariais:

    Setor Primrio: empresas atuantes no setor agrcola. Setor Secundrio: empresas que atuam nas indstrias. Setor Tercirio: empresas atuantes na prestao de servios. Segundo Jnior e Pisa (2010), existem outras formas para a classificao que

    podem ser determinadas pela quantidade de scios, tamanho, fins organizao ou natureza:

    Empresa individual: quando a empresa constituda por apenas uma pessoa, que o proprietrio, neste tipo de organizao o capital particular do proprietrio se confunde com o da empresa.

    Empresa por Cotas ou de Responsabilidade Limitada: o tipo mais comum, aquela em que a responsabilidade dos scios ser medida de acordo com a quantidade de cotas que possuem. Mas todos respondem solidariamente pela integralizao do capital social. Este tambm o tipo mais utilizado pelas MPEs.

    Sociedade Annima: tem seu capital distribudo em aes e a responsabilidade de cada scio, ou acionista, correspondente a quantidade e valor das aes que ele possui.

    Sociedade em Comandita Simples: tipo de sociedade em que alm dos scios de responsabilidade ilimitada e solidria, existem aqueles que entram apenas com capital, no participando da gesto do negcio, tendo sua responsabilidade restringida ao capital subscrito.

    Sociedade em Comandita por Aes: so regidas pelas mesmas normas das sociedades annimas visto estar o seu capital dividido em aes.

    Sociedade em Nome Coletivo: deve ser constituda somente por pessoas fsicas, sendo que todos os scios respondem solidria e ilimitadamente pelas obrigaes sociais.

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    Sociedade sem Fins Lucrativos: so as organizaes onde toda a receita revertida para as atividades que elas mantm, geralmente so de carter social e humanitrio.

    Microempresa: o empresrio, pessoa jurdica, ou a ela equiparada que possua receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00 (Lei n 123 de 14/12/2006).

    Empresa de Pequeno Porte: o empresrio, pessoa jurdica, ou a ela equiparada que tenha receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000, 00 (Lei n 123 de 14/12/2006).

    Jnior e Pisa (2010), ainda acrescentam que as MPEs no precisam nem devem se organizar de forma sofisticada e cara. Segundo eles as duas melhores formas de se constiturem e atuarem legalmente so:

    1. Firma Individual: a situao na qual a empresa pertence a uma nica pessoa. 2. Sociedade Limitada: situao em que os scios tm responsabilidade limitada.

    2) Consulta comercial: A consulta comercial tem como objetivo a aprovao para o local de

    funcionamento da empresa, pela Prefeitura Municipal. importante verificar a viabilidade do local escolhido com muita antecedncia para que haja tempo de se procurar outro no caso do local no ser aprovado.

    Existem dois rgos responsveis por fornecer essa aprovao que so a Prefeitura Municipal e a Secretaria Municipal de Urbanismo. O empreendedor deve se dirigir a um desses locais portando os seguintes documentos:

    Cpia do carn de IPTU do local. Formulrio fornecido pela prefeitura, prprio para esse fim, preenchido

    com as seguintes informaes: - rea do estabelecimento medida em metros quadrados; - Endereo completo do local;

  • 49

    - Descrio da atividade a ser implantada no local.

    3) Busca de um nome comercial: Consiste em uma consulta na Junta Comercial para verificar se j existe alguma

    outra empresa registrada com o nome comercial pretendido. Esta solicitao dever ser encaminhada na forma de um formulrio fornecido pela prpria junta no qual podem ser pesquisados at trs nomes de cada vez.

    Uma vez obtida a uma resposta positiva, o registro do nome pode ser feito junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial INPI.

    Dependendo do tipo jurdico da empresa, o nome comercial pode ser de trs formas: firma individual, denominao e razo social. A firma individual refere-se ao empresrio individual enquanto as sociedades podem usar dois tipos de nome comercial, a denominao e a razo social:

    1. Firma Individual: o nome comercial ser o nome do proprietrio ao qual pode, ou no, ser acrescida a especificao da atividade:

    Henrique Silva Dias. Henrique Silva Dias Consertos de Pranchas de Surfe.

    2. Denominao: um termo criado ao qual acrescido o objetivo da empresa e o seu tipo jurdico que pode ser abreviado ou por extenso:

    Big Wave Comrcio de Pranchas de Surfe Limitada. Big Wave Comrcio de Pranchas de Surfe Ltda.

    3. Razo Social: Consiste na utilizao do nome de scios: Silva e Dias Ltda. Silva e Cia. Ltda. Irmos Silva e Cia. Ltda.

  • 50

    No caso das microempresas a expresso Microempresa ou ME deve ser acrescentada ao nome comercial:

    Henrique Silva Dias Consertos de Pranchas de Surfe ME.

    4) Arquivamento do contrato social:

    O Contrato Social o instrumento constitutivo, o item mais importante no comeo de uma empresa, como se fosse a certido de nascimento de uma pessoa jurdica, decorrendo deste ato todos os seus direitos e obrigaes, a partir dele que a empresa passa a existir para a sociedade.

    Segundo o Novo Cdigo Civil, no contrato social devero estar claramente definidos os seguintes itens:

    Interesse das partes. Finalidade e objetivo da empresa. Descrio do tipo de sociedade e de como ser a integralizao de cotas. Para todas as empresas, a exceo das MPEs que esto dispensadas desta

    apresentao, o contrato social dever conter a assinatura de um advogado para ter validade.

    Uma vez pronto o contrato social, deve-se fazer o seu registro na Junta Comercial do estado ou no Cartrio de Registros de Pessoa Jurdica. Para isto so necessrios os seguintes documentos:

    Contrato Social ou Declarao de Empresrio Individual, assinados em 3 vias.

    Cpia autenticada do RG e CPF do titular ou dos scios. Cpia autenticada da carteira da OAB do advogado (exceto para as

    MPEs). Requerimento Padro Capa da Junta Comercial. Declarao de microempresa ou empresa de pequeno porte, em 3 vias. FCN Ficha de Cadastro Nacional modelos 1 e 2.

  • 51

    Comprovante de endereo da empresa podendo ser contrato de locao do imvel, talo do IPTU ou declarao do proprietrio cedendo o imvel).

    Pagamento de taxas atravs de DARF (Documento de Arrecadao de Receitas Federais do Ministrio da Fazenda).

    Aps o registro da empresa o proprietrio obtm o NIRE - nmero de identificao do registro de empresa, que nada mais do que uma etiqueta contendo um nmero, que dever ser fixada no contrato antes que finalmente uma das vias do contrato social ou da declarao de empresrio individual seja arquivada pela junta comercial para fins de controle.

    5) Solicitao do CNPJ: Para uma empresa, ter um nmero de CNPJ significa estar includa no Cadastro

    Nacional de Pessoas Jurdicas, mas para se obter este registro necessrio estar informado sobre o enquadramento da empresa, que foi o objeto de estudo do passo 1, para assim classificar a empresa quanto a tributao e fiscalizao.

    O registro do CNPJ feito exclusivamente atravs da Internet, no endereo eletrnico: www.receita.fazenda.gov.br no qual se faz o download de um programa especfico para este fim. Os documentos exigidos podero ser entregues nas secretarias da Receita Federal ou enviados pelo correio e o comprovante do CNPJ fica disponvel na prpria pgina da Receita Federal na Internet.

    Documentao a ser enviada para a Receita Federal: DBE (documento bsico de entrada) que dever ser impresso a partir do

    formulrio eletrnico de encaminhamento e assinado pelo administrador ou responsvel perante a Receita Federal, com firma reconhecida.

    Cpia autenticada do Contrato Social ou Requerimento de Empresrio Individual, registrado na junta comercial.

    Cpia autenticada do Pedido de Enquadramento de ME ou EPP, se for o caso.

  • 52

    aconselhvel que o empreendedor procure um contador para que este possa auxili-lo neste processo, principalmente no que diz respeito a um possvel enquadramento no Simples.

    6) Alvar de licena: O alvar de licena o documento que permite o desempenho de atividades

    comerciais, industriais, agrcolas e de prestao de servios, bem como sociedades e associaes de qualquer tipo, sendo elas de pessoas fsicas ou jurdicas.

    O licenciamento representado pelo documento do alvar de licena pode ser fornecido pela Prefeitura Municipal, Administrao Regional ou pela Secretaria Municipal da Fazenda. A documentao a ser encaminhada para a solicitao do alvar :

    Formulrio fornecido pela Prefeitura, preenchido. Aprovao da consulta comercial. Cpia do CNPJ. Cpia do Contrato Social. Laudo do corpo de bombeiros, se necessrio. Laudo da vigilncia sanitria, se necessrio. Documentos especficos pedidos na consulta comercial, caso necessrio.

    7) Inscrio Estadual: o registro no Cadastro de Contribuintes do Imposto sobre Circulao de

    Mercadorias e Servios ICMS, da Receita Estadual. Qualquer empresa que desempenhe atividades que envolvam a circulao de

    mercadorias, indstria e servios de transporte intermunicipal e interestadual, assim como as empresas concessionrias dos servios de comunicao e energia, devem solicitar uma Inscrio Estadual, que feita na Secretaria da Fazenda do Estado e requer a seguinte documentao:

  • 53

    Formulrios de cadastro encontrados no endereo eletrnico da Receita Estadual, devidamente preenchidos e assinados pelo responsvel pela empresa.

    Certido Negativa para dbitos de tributos estaduais ou cpia autenticada. Instrumento constitutivo da sociedade ou declarao de empresrio,

    devidamente arquivado na Junta Comercial do Estado. Comprovante de inscrio no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica

    CNPJ. Cpia autenticada do comprovante de localizao da empresa,

    geralmente a primeira folha do carn do IPTU. Cpia autenticada do documento que comprove direito de uso do imvel,

    que poder ser o contrato de locao, de comodato ou escritura pblica. Cpia do RG e do CPF dos scios. Comprovante de endereo dos scios, pode ser cpia autenticada. Contrato de prestao de servios do contador da empresa. Certificado de regularidade profissional do contador da empresa, emitido

    pelo Conselho regional de Contabilidade. Cpia do alvar de licena. Em alguns estados a inscrio estadual

    solicitada antes do alvar de funcionamento. Enquadramento para microempresa ou empresa de pequeno porte, se for

    o caso.

    Tratando-se de uma empresa que tambm seja prestadora de servios, necessria a inscrio na Secretaria da Fazenda Municipal com a documentao a seguir:

    Fichas de cadastramento, duas vias de cada. Cpia do Instrumento Constitutivo. Cpia do CNPJ. Comprovante de contribuinte do Imposto Sobre Servios ISS. Cpia do comprovante de localizao da empresa. Cpia do comprovante de endereo dos scios. Cpia do RG e do CPF dos scios.

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    8) Alvar Sanitrio: A Licena Sanitria, ou tambm Alvar Sanitrio, deve ser solicitada por todo

    estabelecimento que produzir, manipular, comercializar, armazenar ou transportar produtos e servios que exeram influncia sobre a sade humana, como farmcias e consultrios mdicos ou odontolgicos.

    Esta licena tem como objetivo comprovar que o estabelecimento atende s exigncias da Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA.

    O Alvar Sanitrio pode ser obtido junto a Secretaria Municipal da Sade e requer a seguinte documentao:

    Cpia do Contrato Social. Cpia do CNPJ. Cpia do atestado de viabilidade, aprovado na consulta comercial.

    9) Matricula no Cadastro Especfico do INSS (CEI): Segundo a Previdncia Social, todas as pessoas, fsicas ou jurdicas,

    consideradas ou equiparadas a empresas pela legislao previdenciria, esto obrigadas matricula, que se caracteriza como ato de cadastramento para identificao do contribuinte na SRP (Secretaria da Receita Previdenciria).

    A matricula pode ser feita pela Internet ou nas agncias da Previdncia Social, ao mesmo tempo em que feita a inscrio no CNPJ ou, em um prazo de 30 dias a partir do inicio de suas atividades, perante o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), caso no haja CNPJ.

    10) Inscrio Municipal IM: o nmero de identificao do contribuinte no Cadastro Tributrio Municipal. A

    Inscrio Municipal impressa no documento do alvar de funcionamento, que deve ser fixado em local visvel na sede da empresa.

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    Segundo Jnior e Pisa (2010), no que diz respeito ao imposto sobre servios de qualquer natureza ISS, que um tributo municipal, a Inscrio Municipal tem como objetivos:

    Informar que a empresa est inscrita na prefeitura como prestadora de servios.

    Controlar o pagamento dos impostos. Autoriza as empresas a solicitar notas fiscais de servios. Qualificar a empresa a participar de concorrncias pblicas. Para obter uma Inscrio Municipal, deve-se apresentar na prefeitura as cpias

    dos seguintes documentos: Requerimento assinado. CNPJ. Instrumento Constitutivo. Contrato de locao, comodato ou escritura do imvel. RG e CPF dos scios. Guia de pagamento do IPTU desde que no tenha dbitos anteriores,

    devendo apresentar, pagas, as guias com dbitos referentes a exerccios anteriores.

    Guia do DAM (Documento de Arrecadao Municipal) comprovando o recolhimento da taxa de inscrio municipal expedido pela Secretaria Municipal de Finanas SEFIN.

    Certificado de regularidade do contador responsvel, expedido pelo Conselho Regional de Contabilidade.

    11) Autorizao da Secretaria do Meio Ambiente: Para obter o licenciamento ambiental o empreendimento dever atender a

    algumas medidas de controle e restries. Esta autorizao obrigatria para empresas que desempenham atividades potencialmente poluidoras, como indstrias, hospitais, postos de combustveis, fbricas de tecidos e demais tipos de empreendimentos previstos em lei.

  • 56

    Documentos solicitados pelos rgos ambientais para o fornecimento do licenciamento ambiental:

    Formulrio de caracterizao do empreendimento. Termo de Responsabilidade fornecido pelo rgo ambiental solicitado,

    assinado pelo representante da empresa. Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART) ou equivalente, emitida

    pelo profissional responsvel pelo gerenciamento ambiental da atividade. Declarao da prefeitura atestando que o empreendimento est de acordo

    com as normas e regulamentos municipais.

    12) Autorizao do Corpo de Bombeiros: De acordo com a atividade a ser desenvolvida as prefeituras podem exigir uma

    vistoria tcnica do estabelecimento e um Alvar de Licena do Corpo de Bombeiros atestando que as condies de segurana e proteo contra incndios so adequadas s normas de segurana. A vistoria consiste na verificao dos extintores de incndio (seu tipo e localizao), sadas de emergncia, portas corta-fogo e hidrantes. Para o requerimento da vistoria e autorizao o requerente, no caso o empreendedor, dever preencher um formulrio no qual informa inclusive a metragem da rea construda e deve fazer o pagamento da taxa junto a um banco indicado.

    13) Vistoria de higiene e segurana do trabalho: Para fazer a solicitao da vistoria de higiene e segurana basta o

    empreendedor ir Delegacia Regional do Ministrio do Trabalho e preencher um formulrio de solicitao.

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    14) Inscrio na Delegacia Regional do Trabalho DRT: No caso de admisso ou demisso de empregados, estas devero ser

    comunicadas Delegacia Regional do Trabalho, por meio do preenchimento de um formulrio l fornecido.

    15) Inscrio no Fundo de Garantia por Tempo de Servio FGTS: Para se inscrever no FGTS o responsvel pela empresa deve procurar uma

    agncia da Caixa Econmica Federal com a seguinte documentao: Cpia do Instrumento Constitutivo do empreendimento (contrato social e

    alteraes, estatuto, ata, declarao de empresrio). CNPJ. Cpias autenticadas do RG e do CPF dos responsveis. A inscrio necessria para a comprovao da situao regular da empresa

    junto ao FGTS, que permite a obteno do Certificado de regularidade Fiscal CRF, recolher FGTS e Informaes da Previdncia Social.

    16) Inscrio no sindicato patronal: A empresa dever se inscrever no sindicato patronal da atividade a qual ela

    desempenha, iniciando o recolhimento do Imposto Sindical Patronal. Esta adeso obrigatria e tem como benefcio a possibilidade de o empresrio

    participar das decises e defender os seus direitos. Para se obter informaes a respeito de para qual sindicato a empresa deve

    recolher a Contribuio Sindical deve-se procurar a Federao do Comrcio do Estado ou a Federao das Indstrias do Estado. O valor da contribuio proporcional ao capital da empresa.

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    17) Livros fiscais exigidos: Os livros fiscais devem ser autenticados antes do inicio das atividades da

    empresa ou a cada livro novo. O Ministrio da Fazenda exige que os registros das operaes das empresas sejam feitos em livros fiscais. Estes livros esto separados em trs categorias: entrada, sada e apurao.

    A maioria das empresas utiliza programas de computador para fazer os seus livros fiscais, o que simplifica a contabilidade e a fiscalizao.

    O art. 32 da Lei do Simples Nacional determina que as MPEs optantes pelo Simples, esto dispensadas de escriturao para fins fiscais, porm devem manter:

    I - Livro Caixa, no qual dever estar escriturada toda a sua movimentao financeira, inclusive bancria; II - Livro de Registro de Inventrio, no qual devero constar registrados os estoques existentes no trmino de cada ano-calendrio; III - Todos os documentos e demais papis que sirvam de base para a escriturao dos livros referidos nos incisos I e II. Pargrafo nico. O disposto neste artigo no dispensa o cumprimento por parte da microempresa e da empresa de pequeno porte, das obrigaes acessrias previstas na legislao previdenciria e trabalhista.

    18) Impresso das notas fiscais: Para dar inicio s atividades da empresa, tambm ser necessrio, alm da

    autenticao dos livros fiscais, a impresso das notas fiscais. De acordo com as atividades da empresa e a forma da comercializao de seus produtos, os tipos de notas ficais sero diferentes. Mesmo que a empresa esteja isenta do ICMS ou do ISS ela ainda assim dever emitir notas fiscais de venda de mercadorias ou de servios.

    A Autorizao para a Impresso de Documentos Fiscais AIDF emitida pela Secretaria da Fazenda Estadual, no caso de uma atividade de comrcio, ou pela Prefeitura Municipal no caso das empresas de prestao de servios. Uma vez autorizado o empresrio deve procurar uma grfica credenciada para a impresso dos blocos de notas fiscais.

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    Aps estes 18 passos a sua empresa j est pronta para abrir as portas e operar legalmente, com a certeza de que toda a sua documentao est perfeitamente dentro das normas e dos padres exigidos.

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    10 ESTRATGIAS DE MARKETING PARA O NOVO NEGCIO

    10.1 Revisando conceitos de marketing

    Uma empresa pode encerrar as suas atividades por conta de diversos fatores, alguns externos como o surgimento de uma nova tecnologia ou uma mudana no mercado que leva os produtos ou servios de uma determinada empresa a no serem mais necessrios ou simplesmente obsoletos. Contudo, segundo Machado (2007), a maioria das empresas fecha as suas portas devido a falhas internas como falta de habilidade gerencial, fraca gesto estratgica, falta de viso e falta de planejamento de marketing. Este ltimo fundamental, pois o empreendedor deve conhecer da melhor maneira possvel o mercado no qual est entrando para no acabar em um ponto de venda inadequado, errar na previso de vendas ou mesmo no ter preocupao quanto ao tratamento do cliente nas reas onde eles mais necessitam de ateno.

    Para o bom andamento de um negcio tambm interessante a anlise mais profunda de alguns conceitos de marketing, dentre eles o mais difundido o do Marketing Mix ou Composto de Marketing que formado por um conjunto de variveis controlveis que influenciam a maneira com que os consumidores respondem ao mercado. Trata-se de um conjunto de pontos de interesse para os quais as organizaes devem estar atentas se desejam perseguir os seus objetivos de marketing.

    O composto de marketing dividido em 4 sees freqentemente chamadas de "Os 4 Ps", que so: Produto, Preo, Praa (ponto de venda) e Promoo.

    Os quatro fatores do composto de marketing esto inter-relacionados, decises em uma rea afetam aes em outra. Para ilustrar, o projeto de um composto de marketing certamente afetado pelo fato de a empresa escolher competir com base no preo ou em um ou mais fatores. Quando uma empresa depende do preo como ferramenta competitiva primria, os outros fatores devem ser desenhados de uma determinada forma para dar suporte a uma estratgia de preo agressiva. Por exemplo, a campanha promocional provavelmente ser construda em torno de um tema de preos baixos, baixos. Em uma concorrncia fora da rea de preo, entretanto, as

  • 61

    estratgias de produto, distribuio e promoo vm na frente. Nesse caso, o produto deve ter caractersticas que justifiquem um preo mais alto e a promoo deve criar uma imagem de alta qualidade para o produto.

    Os 4 Ps do composto de marketing:

    Figura 1. Fonte: Google Images, disponvel em: . (Acesso em 17/05/2010).

    1- Produto: Tudo o que se refere ao produto ou servio em si, como formulao fsica, caractersticas, produo, qualidade, marca, design, embalagem, etc;

  • 62

    2- Preo: Processo de definio de um preo para o produto, incluindo descontos e financiamentos, tendo em vista o impacto no apenas econmico, mas tambm psicolgico de uma precificao. O responsvel por essa rea deve cuidar da lista de preos e passar aos vendedores os descontos por quantidades adquiridas e, principalmente, se o preo ser competitivo diante da concorrncia. Na percepo do cliente o preo deve oferecer a melhor relao entre custo e benefcio;

    3- Praa: Preocupa-se com a distribuio e refere-se aos canais atravs dos quais o produto chega aos clientes, inclui pontos de vendas, pronta-entrega, horrios e dias de atendimento e diferentes vias de compra. Essa varivel abrange o estudo dos canais de distribuio. Existem muitas formas de distribuio de um produto ou servio, mas as principais so distribuio direta e indireta. Distribuio direta quando o produtor do servio ou produto vende diretamente ao consumidor. Exemplos claros so as famosas "lojas de fabrica" e os prprios prestadores de servio que executam o servio diretamente ao consumidor, como os cabeleireiros e dentistas. A distribuio indireta quando o produtor utiliza-se de distribuidores para vender o produto ou servio ao consumidor, que so os casos de supermercados, convenincias e at as prprias livrarias.

    4- Promoo: todas as tarefas de comunicao que visam promover o consumo do produto ou servio, promoo de vendas, publicidade, fora de vendas, relaes pblicas, marketing direto, propaganda e etc. Refere-se aos diferentes mtodos de promoo do produto, marca ou empresa.

    Para a abertura de um negcio tambm importante estudar um modelo conhecido como As Cinco Foras de Porter. Este modelo foi concebido por Michael Porter em 1979 e destina-se anlise da competio entre empresas. So considerados cinco fatores, que so as "foras" competitivas, que devem ser estudados para que se possa desenvolver uma estratgia empresarial eficiente. Uma mudana em qualquer uma das foras normalmente requer uma nova pesquisa para re-avaliar o mercado.

  • 63

    Porter avalia que a estratgia competitiva de uma empresa deve aparecer a partir da abrangncia das regras da concorrncia que definem a atratividade de uma indstria.

    As Cinco Foras de Porter:

    Figura 2. Fonte: Google Images, disponvel em: . (Acesso em 17/05/2010).

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    1- Rivalidade entre os concorrentes: Para a maioria das indstrias, esse o principal determinante da competitividade

    do mercado. s vezes rivais competem agressivamente, no s em relao ao preo do produto, como tambm a inovao, marketing, etc;

    2- Poder de Barganha dos clientes: Os clientes exigem mais qualidade por um menor preo de bens e servios.

    Tambm competindo com a indstria, forando os preos para baixo. Assim jogando os concorrentes uns contra os outros. Tambm descrito como o mercado de realizaes a capacidade dos clientes de colocar a empresa sob presso;

    3- Poder de Barganha dos fornecedores: Tambm descrito como mercado de insumos. Fornecedores de matrias-primas,

    componentes e servios para a empresa podem deter uma fonte de poder. Fornecedores podem recusar-se a trabalhar com a empresa ou, por exemplo, cobrar preos excessivamente elevados para recursos nicos;

    4- Ameaa de Novos Entrantes: Muitas empresas entram no mercado com o desejo de conseguir uma fatia de

    um setor. Caso haja barreiras de entradas que possam dificultar a sua insero, fica mais difcil a sua fixao no mercado, ento dizemos que a ameaa de entrada pequena. Se o concorrente estabelecer-se pode haver perda de rentabilidade por parte de empresa. Com a ajuda de barreiras ficar muito difcil para o concorrente conseguir para ele os melhores clientes. Neste caso, se o concorrente se estabelecer no mercado, ele eventualmente vai ficar com os piores clientes, tendo mais dificuldade para conseguir entrar no novo mercado;

    5- Ameaa de produtos substitutos: A existncia de produtos (bens e servios) substitutos no mercado, que quando

    analisados, desempenham funes equivalentes ou parecidas uma condio bsica de barganha que pode afetar as empresas. Assim os substitutos estes podem limitar os

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    lucros em tempos normais, e tambm podem reduzir as fontes de riqueza que a indstria pode obter em tempos de prosperidade.

    Outro fator seria que, o produto comercializado ou produzido pela empresa possa tornar-se obsoleto com o tempo, para isso no ocorrer preciso investir em avanos tecnolgicos, produzir um derivado ou mesmo um nov