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Guia de Avaliação do Potencial Contaminação de Imoveis

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Governo do Estado de São PauloGeraldo Alckmin – Governador

Secretaria de Estado do Meio AmbienteJosé Goldemberg – Secretário

CETESB – Companhia de Tecnologia de SaneamentoAmbientalRubens Lara – Diretor Presidente

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(CETESB – Biblioteca, SP, Brasil)

CDD (21.ed. esp.) 628.55363.739 6

CDU (ed. 99 port.) 614.77 : 624.131.3

Tiragem: 5.000 exemplares

Projeto gráfico, diagramação e arte da capa:Setor de Comunicação do SindusCon-SP

Fotolito e impressão:Prol Editora Gráfica

Guia para avaliação do potencial de contaminação em imóveis / ElaboraçãoAnna Carolina M.A. da Silva ... [et al.] ; coordenação Maria Cecilia Pires. –São Paulo: CETESB: GTZ, 2003.80 p.; 20 x 22,8 cm

Disponível também em : <http://www.cetesb.sp.gov.br>Elaborado no âmbito da Câmara Ambiental da Indústria da Construção,para o Estado de São Paulo, pelo Grupo de Trabalho de ÁreasContaminadas. ISBN 85-86624-25-X

1. Águas subterrâneas – contaminação 2. Aterros 3. Construção Civil4. Imóveis – engenharia civil 5. Indústrias – contaminação 6. Meio ambiente –áreas contaminadas 7. Riscos ambientais 8. Saúde pública 9. Solo –contaminação 10. Solo – poluição I. Silva, Anna Carolina M.A. da II. Marker,Andreas III. Pires, Maria Cecilia, coord.

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Elaborado para o Estado de São Paulo no âmbito daCâmara Ambiental da Indústria da Construção peloGrupo de Trabalho de Áreas Contaminadas

Elaboração:

Anna Carolina M. A. da Silva - USPAndreas Marker - Projeto CETESB/GTZFábio Ricardo Figueirinha - PMSA - SEMASAFrancisco A. N. da Silva - PMSP - SVMAHilton A. Magri Lúcio - AESASLucila Soares - CDHULuis Enrique Sánchez - USPLuiz Eduardo de Oliveira Camargo - AELOMarcos Moliterno - SECOVIMaria Cecilia Pires - CETESBRivaldo Mello - AESASSandra Garcia Gabas - IPT

Coordenação:Maria Cecilia Pires - CETESB

Apoio:Projeto de Cooperação Técnica Brasil Alemanha,CETESB/GTZ

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A tecnologia associada à política

A CETESB – Companhia de Tecnologia de Sanea-mento Ambiental, que há 35 anos vem se notabilizandocomo uma empresa de tecnologia, tornando-se referêncianacional e internacional, somente logra colher vitórias porcausa da sua capacidade de se articular com os diferen-tes segmentos da sociedade.

O melhor exemplo dessa capacidade, que constituiuma virtude intrínseca, são as Câmaras Ambientais daAtividade Produtiva instituídas em setembro de 1995, cujomaior mérito é aproximar a instituição dos setores empre-sariais formando órgãos colegiados de caráter consultivopara subsidiar as suas ações.

Temos, hoje, seis Câmaras Ambientais em atividade,nas quais representantes dos setores do comércio dederivados de petróleo, construção, minerais não-metáli-cos, químico e petroquímico, têxtil e sucroalcooleiro,sentam-se com a CETESB e outras instituições paradiscutir questões de interesse comum e de toda asociedade, constituindo uma instância consultiva,contribuindo na elaboração de normas e procedimentosque resultem na preservação do meio ambiente.

Trata-se de um mecanismo que caracteriza uma socieda-de democrática e, portanto, digno dos maiores elogios.

O “Guia para Avaliação do Potencial de Contaminaçãoem Imóveis”, idealizado e gestado no âmbito da CâmaraAmbiental da Indústria da Construção, sob a coordenaçãotécnica da CETESB, constitui o corolário desse processo.Fruto de um desejo comum de aperfeiçoar as ações paraa melhoria da qualidade de vida, trata-se de um instru-mento fundamental para empreendedores do setorimobiliário, e mesmo o cidadão comum, oferecendo anecessária orientação na aquisição de terrenos, evitandoproblemas ambientais e legais em casos de indícios decontaminação do solo ou da água subterrânea.

Assim, a CETESB, angariando o apoio dos diversossetores da sociedade, está cumprindo o seu papelinstitucional, produzindo um ambiente mais saudável emelhor qualidade de vida.

Rubens LaraPresidente da CETESB – Companhia de Tecnologia deSaneamento Ambiental

Um instrumento de defesa ambiental

Em menos de dois anos como secretário do MeioAmbiente do Estado de São Paulo, tive a oportunidade devivenciar casos de contaminação do solo, algunsemblemáticos, envolvendo famílias que, embalados nosonho da casa própria, acabaram adquirindo imóveisassentados sobre verdadeiros coquetéis de rejeitosquímicos industriais, cujas emanações passaram a consti-tuir verdadeiras ameaças à sua saúde, transformando aantiga esperança em pesadelo.

São esqueletos antigos de indústrias, algumas jáinativas, que saíram do solo revolvido para assombrar asfamílias, tirando-lhes a paz e a tranqüilidade. A CETESB –Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental,órgão de controle e fiscalização desta Secretaria, vemdesenvolvendo um profícuo trabalho para identificar epromover a remediação de tais áreas, aplicando penalida-des e impondo exigências às empresas.

Vem, ao mesmo tempo, aperfeiçoando as suas açõespara que as empresas reduzam a geração de resíduos,especialmente os classificados como perigosos, destinan-do-os de forma adequada para que não causem impactono meio ambiente.

Mas os esqueletos são de um tempo em que a consci-ência ambiental não era, ainda, tão aguda e os empresários,nem sempre por má fé, mas por desconhecimento, acaba-ram dispondo os resíduos de forma irregular, recobrindo-oscom terra. E os anos se encarregaram de relegá-los aoesquecimento.

É por isso que considero auspiciosa a publicação daCâmara Ambiental da Indústria da Construção. Com efeito,este “Guia para Avaliação do Potencial de Contaminaçãoem Imóveis”, elaborado sob a coordenação técnica daCETESB, vai contribuir para que empreendedores imobiliá-rios, profissionais ou mesmo a pessoa física, possam tomaras devidas precauções para evitar a compra de uma áreacontaminada, que possa colocar em risco a saúde humana.

A CETESB está, assim, cumprindo o seu papel ofere-cendo à sociedade um instrumento da maior eficácia parasalvaguardar os seus direitos a um ambiente limpo eequilibrado como prescreve a nossa Constituição.

José GoldembergSecretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

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PARCERIA EXEMPLAR EM FAVOR DO MEIO AMBIENTE

É com grande satisfação que a CETESB, por meioda sua Câmara Ambiental da Indústria da ConstruçãoCivil, coloca à disposição da cadeia produtiva destesetor o “Guia para Avaliação do Potencial de Contami-nação em Imóveis”.

A publicação objetiva orientar empreendedoresimobiliários, profissionais e empresas afins sobre asprecauções e os procedimentos a serem adotadosantes da realização de uma transação imobiliária ou doinício da implantação de um empreendimento, paraverificar se a área a ser ocupada apresenta contamina-ção que coloque em risco a saúde e o meio ambiente.

Fruto de um trabalho dos profissionais da CETESBe das entidades que voluntariamente compõem aCâmara Ambiental, o guia é mais do que simplesmenteum serviço. Trata-se de uma contribuição do setor paraevitar a repetição de erros que, nos últimos anos, têmlevado à construção de edificações em terrenos conta-minados, com prejuízos para seus usuários, a saúdepública e o meio ambiente.

É de se ressaltar que este guia não tem outroobjetivo senão o de orientar sobre precauções eprocedimentos. Recomenda-se sua leitura antes daefetivação de qualquer aquisição de terreno ou início deimplementação de um empreendimento. De possedessas informações básicas, o interessado deveprocurar orientação na CETESB e em outros órgãos,sobre a condução das providências que efetivamentese fizerem eventualmente necessárias.

Nossos agradecimentos aos profissionais queviabilizaram esta publicação, numa demonstraçãoconcreta de que a parceria entre o poder público e ainiciativa privada dá excelentes frutos sempre quandoexistem identidade de propósitos e determinaçãopolítica.

Artur Quaresma FilhoCoordenador da Câmara Ambiental da Indústriada Construção Civil da CETESB e presidente doSindusCon-SP (Sindicato da Indústria daConstrução Civil do Estado de São Paulo)

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Glossário .................................................................................................................. 15

Siglas e Abreviaturas ................................................................................................ 17

1. Introdução .............................................................................................................. 192. Objetivos deste Guia ............................................................................................. 233. A Quem se Destina ................................................................................................ 274. Áreas Contaminadas e a Construção Civil: Interfaces e Conflitos ................... 31

4.1. Riscos da Execução de Obra Civil em Áreas Contaminadas.................... 334.2. Interfaces com o Poder Público ................................................................ 34

5. Levantamento de Dados sobre um Imóvel .......................................................... 355.1. Histórico de Ocupação do Imóvel e da Vizinhança .............................. 38

5.1.1. Levantamento do Histórico de Ocupação do Imóvel e da Vizinhança .............................................................. 385.1.2. Informações de Prefeituras Municipais ............................................ 405.1.3. Informações da Secretaria de Estado do Meio Ambiente ............... 415.1.4. Informações da CETESB ................................................................ 415.1.5. Informações de Diversas Fontes ..................................................... 425.1.6. Mapas e Fotografias Aéreas............................................................ 42

5.2. Inspeção de Campo ................................................................................ 435.3. Entrevistas .............................................................................................. 43

6. Questionário para Avaliação das Condições Ambientais do Imóvel ................ 456.1. Estrutura do Questionário ......................................................................... 476.2. Instruções para Preenchimento do Questionário ...................................... 476.3. Avaliação dos Resultados do Questionário ............................................... 47

7. Como proceder quando há Indícios de Contaminação ...................................... 497.1. Investigação Confirmatória ....................................................................... 517.2. Gerenciamento do Canteiro de Obras ...................................................... 527.3. Manuseio e Remoção de Entulho e Solo Escavado ................................. 537.4. Remoção de Tanques e Tubulações Subterrâneos ................................... 537.5. Segurança Ocupacional ............................................................................ 54

8. Bibliografia ............................................................................................................. 55ANEXO I - Legislação Brasileira .............................................................................. 59ANEXO II - Questionário .......................................................................................... 65

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Área contaminada (AC)Área onde há comprovadamente poluição causada por quaisquersubstâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados,armazenados, enterrados ou infiltrados, e que determina impactosnegativos sobre os bens a proteger.

Área potencialmente contaminada (AP)Área onde estão sendo desenvolvidas ou onde foram desenvolvidasatividades potencialmente contaminadoras, isto é, onde ocorre o manejode substâncias cujas características físico-químicas, biológicas etoxicológicas podem acarretar danos aos bens a proteger, caso entremem contato com os mesmos.

Bens a protegerBens que, segundo a Política Nacional do Meio Ambiente e legislaçõesdecorrentes desta, devem ser protegidos. São considerados como bensa proteger:· saúde e bem-estar da população;· fauna e flora;· qualidade do solo, das águas e do ar;· interesses de proteção à natureza/paisagem;· ordenação territorial e planejamento regional e urbano;· segurança e ordem pública.

Cadastro de Áreas Contaminadas (AC)Conjunto de operações que estabelecem o registro e o armazenamentodos dados obtidos sobre áreas potencialmente contaminadas (APs), áreassuspeitas de contaminação (ASs) e áreas contaminadas (ACs). É con-siderado o instrumento central do gerenciamento de AC, sendo compostode duas partes principais: cadastro físico e cadastro informatizado.

ContaminaçãoIntrodução no meio ambiente de organismos patogênicos, substânciastóxicas ou outros elementos, em concentrações que possam afetar asaúde humana. É um caso particular de poluição.

Foco de contaminaçãoSão os pontos, em uma AC, onde são detectadas as maioresconcentrações do(s) contaminante(s), na maioria das vezes relacionadosà fonte de contaminação.

Fonte de contaminaçãoLocal onde foi gerada a contaminação ou onde funciona ou funcionouuma atividade potencialmente contaminadora.

Gerenciamento de ACConjunto de medidas tomadas com o intuito de minimizar o risco provenienteda existência de áreas contaminadas, à população e ao meio ambiente.Essas medidas devem proporcionar os instrumentos necessários à tomadade decisão quanto às formas de intervenção mais adequadas.

Identificação de APEtapa do gerenciamento de AC em que são identificadas, dentro daregião de interesse, as áreas potencialmente contaminadas, a partirde denúncias, recla-mações e do levantamento das atividadespotencialmente contaminadoras.

Investigação confirmatóriaEtapa do gerenciamento de AC em que são feitos estudos e investigaçõescom o intuito de comprovar a existência da contaminação em uma AP ou AS.

Investigação detalhadaEtapa do gerenciamento de AC em que devem ser avaliadas as caracte-rísticas da fonte de contaminação e do meio afetado, através da determinaçãodas dimensões da área afetada, dos tipos e concentração dos contaminantespresentes e da pluma de contaminação, visando obter dados suficientespara a realização da avaliação de risco e do projeto de recuperação.

MonitoramentoMedição contínua ou periódica da qualidade ou características de um meio.

Remediação de áreas contaminadasAplicação de técnica ou conjunto de técnicas em uma área contaminada,visando à remoção ou contenção dos contaminantes presentes, de modoa assegurar uma utilização para a área, com limites aceitáveis de riscosaos bens a proteger.

Risco (referente a ACs)É a probabilidade de ocorrência de um efeito adverso aos bens a proteger emdecorrência da sua exposição aos contaminantes presentes em uma AC.

UsuárioPessoa física ou jurídica que aplica este guia, incluindo, entre outros,incorporadores, construtoras, agentes financeiros, corretores, vendedoresou compradores de imóveis.

VizinhoImóvel contíguo ao imóvel avaliado, inclusive aquele separado por uma rua,vila, linha de transmissão de energia elétrica ou qualquer faixa de servidão.

Os termos aqui definidos foram, na maioria, extraídos do Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, daCETESB, de 1999, (www.cesteb.gov.br),com a finalidade de uniformizar os conceitos utilizados na avaliação de áreascontaminadas. Alguns termos específicos para este guia foram criados pelo grupo de trabalho para facilitar acompreensão do texto.

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AELOAssociação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbanodo Estado de São Paulo

AESASAssociação Brasileira das Empresas de Diagnóstico e Remediação deSolos e Águas Subterrâneas

ANPAgência Nacional do Petróleo

ASTMAmerican Society for Testing and Materials

CDHUCompanhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado deSão Paulo

CETESBCompanhia de Tecnologia deSaneamento Ambiental

CONAMAConselho Nacional do Meio Ambiente

CNENComissão Nacional de Energia Nuclear

DAIADepartamento de Avaliação de Impacto Ambiental da Secretaria doMeio Ambiente

DAEEDepartamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo

DEPRNDepartamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais daSecretaria do Meio Ambiente

DUSMDepartamento de Uso do Solo Metropolitano da Secretaria do MeioAmbiente

EMBRAPAEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EMPLASAEmpresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A

GRAPROHABGrupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais

GTZAgência de Cooperação Técnica Alemã

IECInternational Electrotechnical Commission

IGCInstituto Geográfico e CartográficoINMETROInstituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPTInstituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

ISOInternational Organization for Standardization

NBRNorma Brasileira

PMSAPrefeitura Municipal de Santo André

PMSPPrefeitura do Município de São Paulo

SEAQUASistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental

SISNAMASistema Nacional do Meio AmbienteSVMASecretaria do Verde e de Meio Ambiente do Município de São Paulo

SECOVISindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administraçãode Imóveis Comerciais e Residenciais de São Paulo

SEMASAServiço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André

RMSPRegião Metropolitana de São Paulo

UGRHIUnidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos

USPUniversidade de São Paulo

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O processo de industrialização paulista iniciou-se no final do século XIX, tendo se intensificado apartir da década de 1950. A expansão industrial con-centrou-se na capital, na região do ABC e emCubatão, acompanhando os eixos ferroviários. Des-de 1980, houve progressiva diminuição do númerode estabelecimentos industriais instalados em algu-mas regiões do Estado, particularmente na RegiãoMetropolitana de São Paulo (RMSP). Este processotem acarretado o surgimento de um grande númerode imóveis desocupados.

Durante a década de 1980, alguns desses imó-veis foram convertidos para usos não industriais, ten-dência que desde então tem se acelerado. Este pro-cesso de transformação urbana tende a acentuar de-vido a promulgação da Lei Estadual Nº 9.999/98, quepossibilita a ocupação, nas zonas de uso predomi-nantemente industriais (ZUPI), por outros usos atéentão vetados (residencial e comercial), conforme aLei Estadual 1.817/78, sendo que para tal deverá sercomprovada, dentre outras questões, a ausência decontaminação.

É importante observar que em imóveis desta na-tureza é grande a possibilidade da presença de con-taminação no solo, ou mesmo em suas instalaçõesprediais remanescentes, o que caracteriza um dosprincipais aspectos do denominado passivo ambiental.

Dentre as áreas onde, freqüentemente, são en-contrados passivos ambientais estão certos tipos deindústrias e de estabelecimentos comerciais, locaisutilizados para deposição de resíduos domiciliares ouindustriais, ou de entulhos de construção. Todos es-tes locais podem vir a ser objeto de interesse urba-nístico, imobiliário, dentre outros.

A existência de contaminação do solo ou das pró-prias edificações em um imóvel pode ser fonte depoluição do ar, das águas superficiais e subterrâne-as, e pode representar riscos para a saúde pública epara o meio ambiente, e em condições mais críticaspode representar riscos de incêndio e de explosão,além de ser um fator que leva à sua desvalorização.Os problemas de contaminação podem dificultar oumesmo impedir a reutilização desejada ou comercia-lização dessas áreas. Entretanto, na maioria das ve-zes, a existência de contaminação no imóvel é des-conhecida dos empreendedores imobiliários, tantopúblicos como privados.

Os meios de comunicação de massa têm notici-ado, recentemente, vários casos problemáticos dereutilização de imóveis por diversos tipos de empre-endimentos. Esta situação, diante de suas conse-qüências reais ou potenciais, causa enormes trans-tornos para os agentes envolvidos: compradores, ven-dedores, incorporadores, construtores, projetistas,agentes financeiros e poder público municipal e esta-dual. Como exemplo pode ser citado um caso queteve ampla repercussão na mídia: o condomínio Ba-rão de Mauá, situado no município de Mauá, no Esta-do de São Paulo. Na ausência de qualquer levanta-mento prévio de passivo ambiental, este conjuntohabitacional foi construído sobre uma área utilizadano passado para deposição de resíduos industriais.Em abril de 2000 ocorreu uma explosão devido aoacúmulo de gases em uma cisterna, vitimando fatal-mente um operário. Posteriormente, foram divulgadasinformações sobre a presença de um número eleva-do de substâncias tóxicas no solo. O empreendedorteve que assumir a responsabilidade e o ônus de rea-lizar todos os estudos solicitados para avaliação daextensão da contaminação e executar todas as ações

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dela decorrentes para garantir a segurança e a prote-ção da saúde dos moradores.

A contaminação presente no imóvel não é o úni-co fato que pode causar transtornos na implantaçãode um empreendimento imobiliário. A contaminaçãoproveniente de um terreno vizinho ou situado nas pro-ximidades pode também causar danos ou impor ris-cos ao imóvel. Tais fatos podem suscitar inquietudese causar grandes preocupações à população. Outrosexemplos que podem ser citados e que também tive-ram grande repercussão na imprensa foram os casosdo aterro de resíduos situado no município de SantoAntônio da Posse; uma fábrica de defensivos agríco-las desativada localizada em Paulínia; e uma base dearmazenamento de combustíveis, no bairro paulistanoVila Carioca.

Ao iniciar as obras, o empreendedor pode sur-preender-se com a presença de contaminantes nosolo ou nas instalações prediais existentes, que po-dem se propagar pelo ar, águas superficiais e sub-terrâneas, colocando em risco a saúde dos própriosoperários que trabalham na construção do empre-endimento.

Desta forma, não basta analisar cuidadosamen-te todos os aspectos econômicos, financeiros emercadológicos que versam sobre o lançamento doempreendimento, se não for dada a devida atenção àpossibilidade de contaminação prévia do imóvel, ouseja, a existência de um passivo ambiental. A presen-ça deste passivo pode acarretar imensos problemasde ordem econômica, financeira e mesmo legal, tan-to ao empreendedor quanto aos demais agentes en-volvidos, além de ser danosa à imagem das empre-sas e profissionais participantes.

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Este GUIA PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIALDE CONTAMINAÇÃO EM IMÓVEIS tem como obje-tivo orientar os interessados (empreendedores imo-biliários, profissionais e empresas afins) quanto àsprecauções que devem ser tomadas e aos procedi-mentos que devem ser adotados, antes da realiza-ção de uma transação imobiliária, ou antes do inícioda implantação de um empreendimento, para verifi-car se a área a ser ocupada apresenta contamina-ção que coloque em risco a saúde humana (traba-lhadores, usuários e vizinhos do empreendimento,dentre outros) e o meio ambiente.

A observância das recomendações deste guiapermite que os empreendedores imobiliários e afinsidentifiquem a possível presença de contaminaçãoem áreas destinadas à construção civil, notada-mente em áreas que foram aterradas ou que foramocupadas por indústrias, de forma a decidir a res-peito da conveniência de sua aquisição e, no casode adquiri-la, possam tomar as providências neces-sárias para evitar problemas futuros, que podemsurgir no decorrer da execução da obra ou quandoa mesma for ocupada.

No presente guia é proposta uma metodologiapara identificar indícios de contaminação em imó-veis que receberão novos empreendimentos. Apli-cando a metodologia, o empreendedor obterá infor-mações ambientais relevantes sobre o imóvel quepretende utilizar e quais medidas devem ser toma-das no caso da presença ou da suspeita da existên-cia de contaminação.

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Este guia traz informações de interesse para vá-rios agentes envolvidos no setor imobiliário e de cons-trução civil. Entre os usuários deste guia destacam-se as empresas e os profissionais como corretores,empreendedores imobiliários, projetistas, construto-ras, incorporadoras e agentes financeiros, além deórgãos públicos ambientais, de saúde, habitacionaise de planejamento urbano. Suas recomendações po-dem ser aplicadas com relativa facilidade por diferen-tes profissionais. No entanto, deve-se salientar que,caso sejam encontrados indícios de contaminação,faz-se necessária a participação de profissionaisespecializados.

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ADVERTÊNCIA: Este guia é apenas orientadore não tem o objetivo de esgotar todos os procedi-mentos técnicos e legais a serem seguidos paraaveriguar a possibilidade da existência de contami-nação de um imóvel.

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A implantação de empreendimentos imobiliá-rios em áreas contaminadas pode causar diversosproblemas, tanto ao empreendedor quanto à popu-lação, caso não sejam tomadas providências parasaná-los antes da execução da obra.

Recomenda-se que o empreendedor imobiliáriobusque informações suficientes para avaliar a conve-niência da aquisição de um determinado imóvel. Nospreços praticados pelo mercado imobiliário, muitasvezes tem sido desconsiderada, até o momento, a ques-tão de áreas onde o solo e as edificações possam apre-sentar contaminações. A remediação das áreas conta-minadas, a remoção e destinação adequada de resí-duos industriais, assim como o desmonte e a disposi-ção dos resíduos de demolição de antigos edifícios fa-bris, que se encontram contaminados, são atividadesde alto custo. Portanto, imóveis que apresentam con-taminação do solo, das águas subterrâneas ou dasedificações podem sofrer uma desvalorização, sendoque o seu preço pode ser reduzido durante qualquertransação imobiliária em razão do montante que deve-rá ser gasto com a sua remediação para permitir umanova utilização em condições seguras.

4.1. Riscos da Execução de Obra Civil emÁreas Contaminadas

Construir ou executar obras civis (inclusive as de de-molição) em locais que apresentam contaminações repre-senta um risco para a saúde humana, para o bem-estarpúblico e para o meio ambiente, pelos seguintes fatos:

• O trabalhador da construção civil pode, semsaber, entrar em contato com contaminantes e correr

risco de saúde , inclusive com conseqüências fatais;

• O trabalho com solos, escombros e entulhoscontaminados representa risco à saúde pública e aomeio ambiente , notadamente nas circunvizinhançasda obra, pela eventual propagação de poeira ou degases provenientes da área contaminada exposta, ouainda pelo arraste de contaminantes por meio dos sis-temas de drenagem de águas superficiais;

• A deposição inadequada de solos, de escom-bros e de entulhos contaminados em “bota-foras” ouaterros de inertes caracteriza um crime ambiental eprecisa ser evitada a qualquer custo. A sua disposiçãofinal deve seguir as normas ambientais vigentes. Emmuitos casos o entulho e o solo contaminados podemser caracterizados e classificados como “resíduo peri-goso” (Classe I), de acordo com as normas vigentes.

As precauções necessárias para evitar danosà saúde humana, ao meio ambiente e à propriedadesão obrigações de todos os agentes envolvidos. Taisobrigações estão previstas na Constituição Federal,em seu Capítulo VI - Do Meio Ambiente, Artigo 225,que estabelece que “Todos têm direito ao meio ambi-ente ecologicamente equilibrado, bem de uso comumdo povo e essencial à sadia qualidade de vida, im-pondo-se ao poder público e à coletividade o deverde defendê-lo e preservá-lo para as presentes e fu-turas gerações.”

É importante destacar que a imagem da em-presa pode ser comprometida, caso ocorra divulga-ção de informações na qual o empreendedor imobi-liário e o episódio de contaminação ocorrido sejamassociados de forma negativa, no que se refere aosriscos à saúde pública e ao meio ambiente.

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4.2. Interfaces com o Poder Público

O poder público, quando constata a presençade contaminação, pode intervir na implantação dequalquer empreendimento imobiliário, inviabilizandoa execução de qualquer obra no prazo pretendido.Dentre os obstáculos que podem surgir, destacam-se os seguintes:

• Dificuldades na obtenção de novas licençase alvarás , mesmo que o imóvel deva ter um usofuturo distinto daquele em que ocorreu a contami-nação;

• O embargo ou a interdição da obra podeocorrer quando houver suspeita de risco à saúde eà segurança do trabalhador da construção civil ouaos bens e às pessoas situadas no entorno do imó-vel, segundo legislação ambiental, urbanística, sa-nitária ou de saúde do trabalhador;

• A aplicação de penalidades , de acordo comas legislações ambiental, urbanística, sanitária oude saúde do trabalhador;

• A ação do Ministério Público, ações judi-ciais e indenizações , por meio de inquéritos ouações públicas, nas esferas judiciais cíveis e cri-minais, que podem, por exemplo, ser decorrentesde possíveis acidentes durante as etapas de exe-cução das obras, ou devido ao atraso nas obras,em conseqüência das investigações da contami-nação do solo e das águas subterrâneas, por exi-gências dos órgãos ambientais e do MinistérioPúblico. Essas ações podem gerar custos não pre-vistos pelo empreendedor imobiliário e acarretarno pagamento de multas e indenizações.

O empreendedor deve ter claro que não lhebasta, ao buscar novos imóveis para seus empre-endimentos, observar apenas os tradicionais crité-rios para a sua implantação, como o seu preço, asrestrições de ocupação impostas pelo zoneamentomunicipal e a sua localização. Torna-se imprescin-dível verificar o uso anterior da área pretendida eseus possíveis passivos ambientais. Pode-se citar,como exemplo, que a simples ação de remoçãodaquela parcela de solo contaminado, durante asobras de escavação de fundações, e o seu envio aum “bota-fora” é caracterizada, na Lei de CrimesAmbientais (Lei Federal 9.605/98), como sendo oato de espalhar material contaminado, ainda quetenha sido feito de maneira não intencional.

Observa-se que em países onde a legislaçãoambiental enfatiza a responsabilidade solidária, osagentes financeiros são também responsabilizadosquando financiam um empreendimento no qual seidentifique a contaminação do solo ou da água sub-terrânea, não devendo tardar para que o uso de talprocedimento seja praticado no Brasil.

O Anexo I apresenta uma relação da legisla-ção ambiental pertinente ao assunto.

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Fluxograma paraAvaliação Ambientalde um Imóvel

O Fluxograma para Avaliação Ambiental de umImóvel, apresentado a seguir, mostra as etapas bási-cas para a avaliação do potencial de contaminaçãode um imóvel e indica as ações que devem ser toma-

das para evitar quaisquer problemas ambientais e le-gais em caso de indícios de contaminação do solo ouda água subterrânea. Cada etapa será explicada nositens abaixo descritos.

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5.1. Histórico de Ocupação do Imóvel e da Vi-zinhança

O histórico de ocupação do imóvel deve ser re-cuperado pelo levantamento de documentos existen-tes, inspeção de campo e entrevistas.

Com a finalidade de auxiliar a coleta de dados ea avaliação das informações obtidas, este guia apre-senta um questionário para avaliação das condiçõesambientais do imóvel (Anexo II).

5.1.1. Levantamento do Histórico de Ocupa-ção do Imóvel e da Vizinhança

O levantamento de informações contidas emdocumentos preexistentes visa identificar os usose as ocupações anteriores do imóvel investigadoe dos imóveis situados no seu entorno. Dentre osimóveis situados no entorno, o usuário deve obri-gatoriamente incluir os imóveis vizinhos, mas po-derá levar em consideração outros imóveis na suapesquisa, caso encontre evidências de que em al-gum deles possa ter sido realizada ou estar sen-do realizada alguma atividade potencialmentecontaminadora.

As fontes de informações são muito variadas,devendo ser pesquisados arquivos de órgãos pú-blicos e outras entidades. Mapas topográficos e fo-tografias aéreas retratam o uso do solo no momen-to em que foram produzidos e são muito úteis.

No quadro apresentado a seguir encontram-serelacionados os documentos e as informações quepodem ser úteis e estão disponíveis nos diversosórgãos e entidades.

Recomenda-se que o usuário verifique a existên-cia de informações sobre o imóvel investigado e osimóveis do entorno pelo menos nas seguintes fontes:

• Prefeituras municipais;

• Secretaria de Estado do Meio Ambiente e seusórgãos, em particular a Companhia Estadual deTecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB;

• Cartórios de registro de imóveis, juntas comer-ciais e outras fontes similares;

• Mapas e fotografias aéreas.

É importante enfatizar que a investigação devebuscar identificar todos os usos anteriores do imóvele dos imóveis do entorno, objetivando conhecer osrespectivos potenciais de contaminação.

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Órgãos ou Entidades que podem dispor de informações

Documento/Informação Órgão/Entidade

Licença Ambiental (prévia, Instalação e Operação) Órgãos Ambientais Integrantes do Sisnama

Alvará de Funcionamento Prefeitura Municipal

Outorga de Captação de Água DAEE

Cadastro de Poços Profundos para Captação de Água Instituto Geológico e DAEE

Alvará de Estabelecimentos de Serviços de Saúde Depto. Vigilância Sanitária

Licenças de Loteamento Graprohab e Prefeitura

Alvará e Auto de Vistoria Corpo de Bombeiros

Autorização para Alteração na Vegetação DEPRN e Prefeitura

Informações sobre Áreas com Ocorrência de

Deslizamentos, Erosões e Uso e Ocupação do SoloInstituto Geológico, IPT, Defesa Civil

Alvará de Licença Metropolitana/APM CETESB/DUSM

Cadastro de Atividade Industrial CAI Delegacias do Ministério do Trabalho

Plano de Prevenção de Riscos PPRA Delegacias do Ministério do Trabalho

Autorização para Estocagem de Combustíveis Agência Nacional do Petróleo

Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ Junta Comercial, Receita Federal ou Posto Fiscal

Fotos Aéreas, Imagens e Mapas Prefeituras, Embrapa, Inpe, IGC, Emplasa, Eletropaulo, etc.

Cadastro de AP, AS e AC e Depósitos de Resíduos CETESB e Prefeitura

Restrições para Área DEPRN, DUSM, CETESB e Prefeituras

Averbação de Reservas Cartórios de Registro de Imóveis

Histórico de Fornecimento de Energia Elétrica Concessionária de Energia Elétrica

Verificação em Catálogos Telefônicos Companhia Telefônica

Manipulação de Produtos Radioativos Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)

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5.1.2. Informações de Prefeituras Municipais

Quando pesquisar informações nas prefeiturasmunicipais, é importante saber o que se quer, ondeprocurar, como e o que pedir. Assim, quando há inte-resse por um terreno ou prédio, é imprescindível sa-ber como a prefeitura do município em que se insere oreferido imóvel está organizada, como funciona e quaisinformações estão disponíveis. Tais cuidados evitamque requerimento de uma informação específica per-corra diversos departamentos do órgão municipal, sema devida resposta.

Não existe uma regra tácita para a organizaçãoadministrativa dos municípios, mas há setores bási-cos de competência que podem ser encontrados. Osdepartamentos de controle do uso e ocupação do solo,de limpeza pública e de vigilância sanitária são gran-des fontes de informações. Além desses, mais recen-temente, muitos municípios constituíram órgãos degestão ambiental, que são fontes importantes, masque, normalmente, não trazem em sua estrutura ohistórico da ocupação.

Desta forma, a consulta à prefeitura não se res-tringe, na maioria das vezes, a um único departamen-to, nem mesmo a identificar somente as possíveis fon-tes de poluição, mas também os bens a proteger, comounidades de conservação, áreas de lazer, redes deinfra-estrutura, bens de interesse histórico ou ambiental,entre outros. Como toda empresa comercial ou indus-trial deve ter sua Inscrição Municipal, isto possibilita apesquisa nas prefeituras sobre este aspecto.

Os seguintes passos são recomendados:

• A consulta realizada ao cadastro mobiliário é

de extrema importância para verificar se houve emdeterminado imóvel o registro de sua utilização poralguma atividade potencialmente poluidora;

• A consulta no departamento de vigilância sa-nitária , para verificar a existência de registros de ocor-rências envolvendo procedimentos inadequados emestabelecimentos de serviços de saúde como labora-tórios, clínicas e hospitais, pode ser útil quando háenvolvimento de atividades desta natureza no rol dohistórico de uso;

• A consulta no departamento de limpeza pú-blica é de grande valia no sentido de se apurar a exis-tência de registros de ocorrências envolvendo depo-sição irregular ou clandestina de resíduos;

• A consulta nos departamentos de meio am-biente ou de planejamento urbano ou de obras éimportante por dois aspectos:

1. levantar os bens a proteger, caso constate in-dícios de contaminação;

2. levantar as atividades ou procedimentos po-tencialmente poluidores ou áreas suspeitas de con-taminação ou contaminadas.

Cabe ressaltar que nas prefeituras também po-dem ser encontradas outras informações úteis ao his-tórico, como levantamentos cartográficos, fotos aé-reas e imagens de satélite.

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5.1.3. Informações da Secretaria de Estado doMeio Ambiente

A pesquisa de informações na Secretaria de Esta-do do Meio Ambiente pode ser feita da seguinte forma:

• DAIA - Departamento de Avaliação de ImpactoAmbiental

A relação de empreendimentos cujos proje-tos foram aprovados, reprovados ou encontram-se em fase de análise , dentro da competência doDAIA, pode ser obtida por município, região adminis-trativa, ou UGRHI – Unidade de Gerenciamento dosRecursos Hídricos, sendo para tanto necessário oencaminhamento de um ofício a este departamento.

Detalhes a respeito desses empreendimentos,caso haja interesse em conhecer os projetos, poderãoser obtidos por meio de consulta aos processos. Paraisto deve ser solicitado no DAIA vistas ao processo, con-forme Resolução Nº 66 da Secretaria de Estado do MeioAmbiente, de 17/12/96, que dispõe sobre o acesso pú-blico a informações ambientais.

• DUSM - Departamento de Uso do Solo Me-tropolitano

Informações sobre empreendimentos localizadosem APM – Área de Proteção a Mananciais podem serobtidas no DUSM a partir do logradouro e por meio dascoordenadas geográficas.

Detalhes a respeito desses empreendimentos po-dem ser obtidos conforme Resolução Nº 66 da Secreta-ria de Estado do Meio Ambiente, de 17/12/96, que dis-põe sobre o acesso público a informações ambientais.

5.1.4. Informações da CETESB

A CETESB, por meio de sua página na Internet(www.cesteb.sp.gov.br), dispõe de informações a res-peito das áreas contaminadas sob investigação quese encontram cadastradas. O fato de um determinadolocal não constar do citado cadastro não significa quea área esta livre da suspeita de ser contaminada.

Informações sobre um local específico podemtambém ser obtidas nesta mesma página, sendo ne-cessário para isto o nome do logradouro, o número eo CEP. Caso existam processos administrativos, po-derá ser solicitada consulta conforme ResoluçãoNº 66 da Secretaria de Meio Ambiente do Estado deSão Paulo, de 17/12/96.

A CETESB mantém em seu cadastro informaçõesa partir de 1989. Estas informações são referentes aempreendimentos cujas atividades foram licenciadasa partir de 1976, ou oriundas das ações corretivas, ouque foram incluídas em alguns dos seus programas decontrole da poluição, tais como: controle de materialparticulado, controle de óxidos de enxofre, programade controle de resíduos, projeto Tietê, dentre outros.

É importante esclarecer que são mantidosatualizados os dados dos empreendimentos que con-tinuam em atendimento pela CETESB. Portanto, paraconsultar este cadastro, o interessado deve verificarse o nome do logradouro foi alterado ou não após 1989.Caso isto tenha ocorrido, a pesquisa deverá incluir osnomes anteriores do referido logradouro.

Nas agências ambientais da CETESB, situadasna Região Metropolitana de São Paulo, podem serconsultados mapas sobre o zoneamento industrial.

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5.1.5. Informações de Diversas Fontes

Toda atividade econômica exercida legalmente noBrasil deve ser devidamente registrada e cadastrada,para que sejam feitos o recolhimento de seus impostose preservados os seus direitos. Desta maneira, todaempresa comercial ou industrial deve ter sua InscriçãoMunicipal, Inscrição na Fazenda Estadual, Inscrição naReceita Federal, Registro na Junta Comercial, Alvaráde Corpo de Bombeiros e outros tipos de licenças oualvarás, dependendo de sua atividade. Outras entida-des, como Sindicatos e Associações, também podemmanter cadastros de empresas.

A consulta a estes órgãos é importante para ve-rificar se houve em determinado local o registro desua utilização por alguma atividade potencialmentepoluidora. Este expediente deve ser utilizado para con-firmação de informações ou até mesmo como fonteinicial, quando não há outros elementos preliminaresde verificação do histórico, como cadastros naCETESB ou em órgãos municipais.

Outras fontes que podem ser consultadas paraobtenção de informações históricas são: Delegacias doMinistério do Trabalho, Agência Nacional do Petróleo(ANP), empresas concessionárias de energia elétrica,companhias telefônicas, Comissão Nacional de Ener-gia Nuclear (CNEN) e entidades como o Ciesp – Centrodas Indústrias do Estado de São Paulo e AssociaçõesComerciais e Industriais do município ou região, poispodem possuir informações históricas do lugar.

Nos Cartórios de Registro de Imóveis são ano-tadas as transmissões de propriedade e as servidõesadministrativas, que se constituem em bons documen-tos para investigação de uso de determinada área.

5.1.6. Mapas e Fotografias Aéreas

A interpretação de fotografias aéreas, de imagensde satélites e a utilização de mapas de uma determi-nada região de interesse permite a identificação e lo-calização de áreas potencialmente contaminadas, taiscomo áreas de indústrias, de armazenamento de pro-dutos, de tratamento e de disposição de resíduos e deantigos depósitos de resíduos.

No caso específico de áreas que foram previamen-te ocupadas por indústrias ou por depósito de resídu-os, a avaliação pode ser realizada por meio de fotogra-fias aéreas ou mapas topográficos de diferentes perío-dos. No Capítulo III – Identificação de áreas potencial-mente contaminadas, Sessão 3200 – Utilização de fo-tografias aéreas para a detecção de áreas contamina-das, do Manual de Gerenciamento de Áreas Contami-nadas, da CETESB (www.cesteb.sp.gpv.br), são apre-sentadas as técnicas de interpretação de fotografiasaéreas para a identificação de áreas potenciais.

No que se refere a locais de deposição de resídu-os, a interpretação de fotografias aéreas e imagenspode trazer contribuições para determinar as condiçõesda área antes e após a deposição. Podem ser obtidasinformações quanto à localização e à extensão dosdepósitos, além de resgatar a ordem cronológica dasmudanças ocorridas nesses locais.

O uso de mapas e fotografias aéreas para es-tes estudos apresenta como principal vantagem apossibilidade de obter dados históricos de locais quenão podem mais ser resgatados devido à ausênciade registros, ou que não podem ser obtidos por meiode entrevistas, ou ainda, que não deixaram registroem documentações.

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5.2. Inspeção de Campo

A inspeção de campo deve ser feita com a finali-dade de verificar indícios de possíveis focos de con-taminação. Cabe ressaltar que devem ser também ve-rificados os imóveis no entorno, pois esses podem seconstituir em possíveis fontes de contaminação quepodem afetar o imóvel em questão.

A norma americana ASTM 1527, um guia muitousado internacionalmente para avaliações ambientaisde imóveis, fornece uma série de recomendações paraas inspeções de campo que podem ser adaptadaspara cada caso. Por outro lado, a Ficha Cadastral deÁreas Contaminadas da CETESB, integrante do Ma-nual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, apre-senta uma série de itens que devem ser verificadosem inspeções de campo.

Os mapas topográficos, embora atualizados commenor freqüência que as fotos aéreas, também podemfornecer informações importantes, a partir da compa-ração de datas diferentes. Locais com relevo alteradopodem estar indicados como “movimento de terra” oupodem estar mapeadas feições como taludes de corteou aterro, ou ainda cavas de mineração, que nos ma-pas atuais podem não existir. Alguns mapas podemapresentar informações sobre o uso do solo como cul-turas, mata, edificações, entre outros.

Existem mapas topográficos para porções daRegião Metropolitana de São Paulo desde a décadade 1930 e com freqüência maior a partir da décadade 1970.

5.3. Entrevistas

As entrevistas, quando conduzidas de formaapropriada e dentro de um clima de confiança e res-peito, são importantes fontes de informação. Antigosproprietários e vizinhos, assim como antigos funcio-nários de empresas, podem fornecer informaçõesclaras e objetivas sobre o imóvel em questão.

É recomendado que, no curso do levantamentode dados, seja entrevistada pelo menos uma pessoade cada um dos seguintes grupos:

• o proprietário do imóvel, isto é, o próprio, nocaso de pessoa física, ou o representante legal, nocaso de pessoa jurídica;

• um ocupante do imóvel, como o representantelegal do locatário, em caso de pessoa jurídica, ouantigos trabalhadores;

• os vizinhos.

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Com o objetivo de facilitar a realização de um le-vantamento de campo, orientar as entrevistas e unifor-mizar procedimentos para a avaliação das informaçõesobtidas, é apresentado no Anexo II um modelo de ques-tionário (adaptado da norma ASTM 1528), que podeser adotado tanto por um potencial comprador de umimóvel ou por um agente financeiro, quanto por órgãospúblicos, quando for necessário fazer uma avaliaçãode um imóvel em relação às questões ambientais.

Uma etapa fundamental do processo de comprae venda de propriedades para desenvolvimento imobi-liário é o levantamento dos dados ambientais relacio-nados ao imóvel. Nesse sentido, foi elaborado um ques-tionário simplificado, que tem por objetivo levantar, ain-da que de maneira preliminar, as informações am-bientais mais significativas relacionadas ao histórico econdições ambientais atuais e pretéritas da proprieda-de. Todas as perguntas do questionário devem ser res-pondidas, sendo necessária pelo menos uma visita aolocal. É importante que a pessoa que for aplicar o ques-tionário o tenha lido atentamente antes e que procuredirimir toda e qualquer dúvida antes de utilizá-lo.

6.1. Estrutura do Questionário

As perguntas do questionário foram divididas emquatro grupos principais:

· Atividades desenvolvidas no imóvel;

· Geração, Armazenamento e Deposição de Subs-tâncias Potencialmente Poluidoras;

· Vestígios de Contaminação;

· Ações Governamentais Desenvolvidas no Imóvel.

O questionário apresenta um total de 39 pergun-tas. Para cada pergunta, admitem-se três tipos de res-postas: sim, não e não sei.

Com o intuito facilitar o preenchimento do questi-onário, logo após a sua apresentação são feitos co-mentários sobre cada uma das questões.

6.2. Instruções para Preenchimento do Ques-tionário

O completo preenchimento deste questionário éum trabalho preliminar, que em alguns casos não isen-ta o usuário da necessidade de realizar outras inves-tigações para se assegurar sobre a existência ou au-sência de contaminação no imóvel. Uma vez respon-didas corretamente todas as questões, o empreen-dedor contará com uma série de informações que oauxiliarão na avaliação do estado do imóvel.

É recomendável que o questionário seja preen-chido por profissional com alguma experiência na ava-liação de passivos ambientais. No entanto, tal condi-ção não é obrigatória.

6.3. Avaliação dos Resultados do Questionário

Os resultados obtidos após a realização do ques-tionário deverão servir de subsídio para a tomada dedecisões por parte dos interessados na compra e ven-da do imóvel ou na realização de um empreendimento

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imobiliário. Não é recomendada a sua utilização de for-ma isolada, nem como elemento único para avaliaçãoambiental dessas áreas.

Foram selecionadas algumas perguntas do questio-nário, nas quais, em caso de respostas afirmativas, érecomendada a realização de avaliações ambientaisconfirmatórias, pois é grande o risco de ocorrerem pro-blemas de contaminação do solo e águas subterrâneas.Essas questões se encontram grafadas em itálico.

No caso das demais perguntas, as respostas afir-mativas podem ou não indicar a presença dessas con-taminações. Cabe nesse caso uma análise das res-postas à luz das demais informações obtidas no cursodo levantamento do potencial de contaminação.

A resposta negativa a todas as perguntas não égarantia da ausência de contaminação do imóvel, masmostra que não há indícios que sugiram a necessida-de de realizar investigações confirmatórias.

ADVERTÊNCIA: A implantação de empreen-dimentos em zonas de uso predominantemente in-dustrial – ZUPI, para atender ao disposto na LeiEstadual Nº 9.999/98, que possibilita outras formasde ocupação, tais como residencial e institucional,depende da comprovação de que a área não estácontaminada. Esta comprovação deverá ser reali-zada conforme diretrizes da CETESB.

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O empreendedor imobiliário, após avaliar o his-tórico de um imóvel, segundo o procedimento des-crito, pode optar por prosseguir as negociações paraa aquisição de um imóvel, mesmo que este apresen-te indícios ou suspeita de contaminação. Para tanto,recomenda-se que seja dada continuidade aos tra-balhos de avaliação do imóvel, por meio de uma in-vestigação confirmatória, que deverá ser realizadapor profissional especializado. Caso contrário, o em-preendedor imobiliário poderá adquirir um imóvel queapresenta contaminação e deverá arcar com todosos ônus dela decorrentes.

Na hipótese de haver indícios de contaminação,o empreendedor imobiliário, seja ele proprietário ounão do imóvel, deverá proceder da seguinte forma:

• Paralisar de imediato as atividades;

• Comunicar o fato aos órgãos ambientais esta-dual e municipal;

• Contratar profissional habilitado para a realiza-ção de Investigação Confirmatória.

7.1. Investigação Confirmatória

A investigação confirmatória tem como princi-pal objetivo confirmar ou não a existência de conta-minação, isto é, confirmar a presença ou não desubstâncias que possam causar poluição e verificara necessidade da realização de uma investigaçãodetalhada. Trata-se de um trabalho que deve ser con-duzido por profissionais habilitados e especializadosna realização deste tipo de serviço.

A metodologia utilizada para investigaçãoconfirmatória consiste, basicamente, em: elaboraçãode um plano de amostragem, execução de sonda-gens, coleta e análise de amostras e, principalmen-te, interpretação dos resultados obtidos.

O Manual de Gerenciamento de ÁreasContaminadas (CETESB, 1999) apresenta um ca-pítulo contendo orientações técnicas para a execu-ção das atividades envolvidas nesse tipo de investi-gação (Capítulo 6000).

A elaboração de um plano de trabalho que in-clua a localização dos pontos a serem amostrados,isto é, onde deverão ser executadas as sondagens ea coleta de amostras (Seções 6300 e 6400), deveconsiderar uma hipótese de distribuição doscontaminantes, a qual dependerá diretamente daqualidade das informações levantadas previamentesobre o imóvel investigado. Nessa etapa são defini-dos os meios a serem amostrados (solo, água sub-terrânea e gás do solo), o número, a profundidade ea localização dos pontos de coleta de amostras, assubstâncias a serem analisadas e os respectivosvalores limites de concentração e de detecção. Por-tanto, não se pode simplesmente estabelecer umamalha de amostragem fixando um número mínimode sondagens e de amostras a serem coletadas.

As amostras devem ser devidamente coletadas,identificadas, acondicionadas em recipientes apropriadose acompanhadas da cadeia de custódia. Os laudos deanálises devem conter informações relativas ao métodode análise empregado, ao limite de detecção do equipa-mento utilizado, às porcentagens de recuperação e aofator de diluição, de forma a garantir a qualidade e aconfiabilidade dos resultados obtidos.

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Os laudos de análises deverão ser apresentadosconforme norma da NBR ISO/IEC 17025 – Requisi-tos Gerais para a Competência de Laboratórios deEnsaio e Calibração.

ADVERTÊNCIA: Amostras extraídas de son-dagens geotécnicas não devem ser utilizadas emavaliação de contaminação ambiental, pois não sãoadequadas para a análise de parâmetros químicospara fins ambientais.

É fundamental destacar o papel importante quedesempenha o laboratório de análises, que para aten-der as exigências mencionadas necessita estar devi-damente capacitado para exercer estas funções. Umaforma de obter referências quanto a qualidade de umlaboratório é certificar-se que o mesmo é credenciadono INMETRO ou possui certificações ISO.

Os resultados das análises químicas devem seravaliados em relação aos valores de referência de quali-dade dos meios amostrados como, por exemplo, a Lis-ta de Valores Orientadores de Qualidade de Solo e ÁguaSubterrânea (CETESB, 2001) ou, quando possível, àsconcentrações naturais encontradas nos solos e águasda região do imóvel (Seção 6500 do Manual deGerenciamento de Áreas Contaminadas da CETESB).A presença de substâncias em concentrações superi-ores às estabelecidas na lista de valores orientadoresindica a presença de contaminação no imóvel.

Todas as atividades efetuadas, bem como osresultados obtidos e sua interpretação, devem serdescritos em relatório técnico, no qual deve cons-tar a equipe responsável pela sua elaboração.

Se confirmada a contaminação, deverá ser realiza-da uma investigação detalhada no imóvel, que possibili-te a obtenção de informações adicionais sobre a exten-são da contaminação e sobre o risco à saúde humanaque esta representa, para que, em seguida, possam serestabelecidas as medidas mitigadoras e corretivas aserem adotadas para a recuperação do meio degrada-do. Nestes casos, a CETESB deverá ser informada so-bre a contaminação, para que possa orientar e acom-panhar os trabalhos relativos à investigação detalhada.

ADVERTÊNCIA: Os resultados da investigaçãoconfirmatória devem ser encaminhados à CETESB.

7.2. Gerenciamento do Canteiro de Obras

Focos de contaminação podem, eventualmente,ser encontrados no canteiro de obras mesmo que naárea não tenha sido encontrada suspeita de contami-nação ou mesmo quando as investigações confirma-tória ou detalhada tenham indicado a ausência de con-taminação, embora esta possibilidade seja remota.

ADVERTÊNCIA: Quando encontrar suspeitade contaminação na obra, paralise de imediato ostrabalhos e a comunique à CETESB. Nenhum tra-balho de remoção de resíduos ou solos contami-nados deve ser feito sem a autorização da CETESB.

As orientações dadas pela CETESB são especí-ficas para cada caso e devem ser observadas paraque o problema não tome maiores proporções.

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Devem ser observadas:

· Resolução CONAMA Nº 307, de 5 de julho de2002, que dispõe sobre os resíduos da construçãocivil e estabelece as diretrizes, os critérios e os pro-cedimentos para a gestão dos resíduos da constru-ção civil, disciplinando as ações necessárias de for-ma a minimizar os impactos ambientais;

· NBR 13221:1994 – Transporte de Resíduos –Procedimentos.

ADVERTÊNCIA: Livrar-se de entulho ou desolo contaminado, depositando-os em bota-foras,lixões ou aterros sanitários caracteriza-se comocrime ambiental, conforme Lei 9.605/98 - CrimesAmbientais – Seção IV, Art. 56.

7.4. Remoção de Tanques e Tubulações Sub-terrâneos

Deve-se verificar previamente a existência detubulações ou tanques subterrâneos e abandona-dos, bem como identificar quais eram os produtosou substâncias transportados ou armazenados, paraque a remoção desses equipamentos possa ser fei-ta de forma segura.

No que se refere a tubulações ou tanques sub-terrâneos de combustíveis recomenda-se que sejamconsultadas as normas abaixo relacionadas:

NBR 13781:1997 Posto de serviço – Manuseio einstalação de tanque subterrâneo de combustíveis;

O gerenciamento do canteiro de obras deve prevera elaboração de um plano que inclua os procedimentosa serem adotados caso ocorra a exposição ou a esca-vação acidental de solo ou material contaminado. Esseplano, que não deve ser implementado sem a autoriza-ção prévia da CETESB, deve conter orientações paraque sejam adotados os seguintes procedimentos:

· Informar ao órgão ambiental competente quan-do houver suspeita da presença de material contami-nado e seguir rigorosamente suas orientações;

· Evitar a escavação do material;

· Cobrir as áreas ou o material contaminado comlona plástica para evitar a infiltração de água de chuva ea conseqüente possibilidade de contaminação de águassuperficiais ou subterrâneas, assim como a propaga-ção de poeira contaminada por ação dos ventos ou even-tuais vapores ou gases emanados deste material;

· Isolar e sinalizar as áreas suspeitas de conta-minação.

· Nunca transportar solo ou entulho suspeito decontaminação para fora do canteiro de obras semautorização prévia da CETESB.

7.3. Manuseio e Remoção de Entulho e SoloEscavado

Os solos contaminados e os resíduos da constru-ção civil, classificados como perigosos, só podem serencaminhados para locais licenciados para tratamen-to ou disposição final com a aprovação da CETESB.

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NBR 13784:1997 Detecção de vazamento empostos de serviço;

NBR 13786:2001 Seleção de equipamentos e sis-temas para instalações subterrâneas de combustíveis.

A Resolução CONAMA 273, de 2000, que dispõesobre prevenção e controle da poluição em postos decombustíveis e serviços, deve também ser observada.

7.5. Segurança Ocupacional

Em caso de remoção e manuseio de solo con-taminado, os trabalhadores poderão estar expostosa substâncias perigosas, seja pelo contato direto commaterial contaminado na forma sólida, líquida ougasosa ou pela operação de equipamentos utiliza-dos nessas atividades. Portanto, qualquer atividadedeverá ser exercida por equipe especializada queadotará os cuidados com a proteção dos trabalha-dores e com a descontaminação dos equipamentos,de acordo com as substâncias presentes.

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Para obter mais informações sobre os assuntos tratados neste guia, recomenda-se consultar:

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas,NBR 13221:1994 – Transporte de Resíduos – Proce-dimentos.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas,NBR 13781:1997 – Posto de serviço – Manuseio einstalação de tanque subterrâneo de combustíveis;

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas,NBR 13784:1997 – Detecção de vazamento em pos-tos de serviço;

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas,NBR 13786:2001 – Seleção de equipamentos e siste-mas para instalações subterrâneas de combustíveis.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas,NBR ISO/IEC 17025:1999 – Requisitos Gerais para aCompetência de Laboratórios de Ensaio e Calibração.

ASTM, American Society for Testing and Materials.Standard Practice for Environmental Site Assessments:Phase I Environmental Site Assessment Process.E-1527-00.

ASTM, American Society for Testing and Materials.Standard Practice for Environmental Site Assessments:Transaction Screen Process. E-1528-00.

CETESB, Companhia de Tecnologia de Sanea-mento Ambiental, 1999 – Manual de Gerenciamentode Áreas Contaminadas. Disponível on-line:www.ambiente.sp.gov.br

CETESB, Companhia de Tecnologia de Sanea-mento Ambiental, 2001 – Relatório de Estabeleci-mento de Valores Orientadores para Solos e ÁguasSubterrâneas no Estado de São Paulo. São Paulo,73 p. + ap. Disponível on-line: www.cetesb.sp.gov.br

Sánchez, L.E. 2001. Desengenharia: o passivoambiental na desativação de empreendimentos in-dustriais. Edusp. São Paulo, 254 p.

USEPA, Environmental Protection Agency, 2001– Technical Approaches to Characterizing andCleaning up Brownfields Sites. EPA/625/R-00/009.Washington, 65 p.

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No Brasil, ainda não existe uma legislação es-pecífica para as questões que envolvam áreas con-taminadas (AC). No entanto, a legislação ambientalexistente oferece uma certa base referindo-se indi-retamente a diferentes aspectos do problema deáreas contaminadas, tais como, os itens que abor-dam a preservação ou a recuperação da qualidadeambiental, os instrumentos legais como as políticasnacional ou estadual de meio ambiente e diretrizes enormas para o controle de poluição. Há também leisespecíficas que estabelecem instrumentos legais es-peciais com uma certa relevância para o problemade áreas contaminadas, como por exemplo, o parce-lamento do solo urbano.

De acordo com a estrutura federativa, dispõe-se legislações ambientais no âmbito federal, esta-dual e municipal que podem, tendo em vista a faltade legislação específica, ser utilizadas nas açõesdos órgãos ambientais nas questões que envolvemesse tema. Em seguida, será apresentada uma re-lação das legislações federal e estadual (exemplo:São Paulo) com relevância para o problema de áre-as contaminadas.

Os municípios detêm o poder de regulação douso do solo e geralmente possuem legislações, ain-da que não específicas sobre o assunto, que podemindiretamente ser aplicadas para o controle de áreascontaminadas, como leis de parcelamento que proí-bem ocupação de terrenos aterrados com resíduos ecódigos de obras que cuidam das condições de salu-bridade de edificações, dentre outras.

Com a crescente preocupação com o tema, mu-nicípios estão adotando legislações específicas de-vendo-se consultar sempre as respectivas prefeitu-ras. Pode ser citado como exemplo, a Prefeitura deSão Paulo, que recentemente incluiu artigos sobre oassunto em seu Plano Diretor Estratégico (Lei 13.430/2002, artigos 56, 190 e 253) e editou a Lei Municipal13.564/2003 e o Decreto 42.319/2002 que, em linhasgerais, proíbem a ocupação de áreas contaminadasou suspeitas de contaminação sem que seja realiza-da uma investigação do terreno e avaliação de riscoespecífica do local.

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Legislação Federal

Constituição Federal, de 1988, Cap. VI, Art. 225– estabelece o princípio: “todos têm direito ao meioambiente ecologicamente equilibrado”.

Lei 6.938, de 1981, regulamentada pelo De-creto 99.274/90, define a Política Nacional do MeioAmbiente.

Art. 2º, VIII – define a recuperação de áreas de-gradadas como um objetivo da Política Nacional deMeio Ambiente;

Art. 4º, VII – obriga o poluidor a recuperar e/ouindenizar os danos causados;

Art. 6º, VI e VII – define os órgãos estaduais emunicipais responsáveis e obriga os Municípios aobservar as normas estaduais.

Lei 6.766, de 1979, define as competências doEstado e do Município a respeito de parcelamentodo solo.

Art. 3º, Parágrafo Único, II e V – não permite oparcelamento do solo nas áreas poluídas.

Resolução CONAMA Nº 307, de 2002, dispõesobre os resíduos da construção civil e estabeleceas diretrizes, os critérios e os procedimentos para agestão dos resíduos da construção civil, disciplinan-do as ações necessárias de forma a minimizar osimpactos ambientais;

Resolução CONAMA 273, de 2000, dispõe sobreprevenção e controle da poluição em postos de com-bustíveis e serviços, deve também ser observada.

Legislação Estadual (São Paulo)

Constituição do Estado de São Paulo, de 1988Seção I, Art. 193 – define aspectos da Política

Ambiental, entre os quais a proteção contra poluiçãoe degradação;

Inc. XIV – coloca medidas (...) de respon-sabilização dos causadores (...);

Inc. XX – exige medidas preventivas ou corretivas.

Lei 9.509, de 1997, dispõe sobre a Política Esta-dual do Meio Ambiente.

Art. 2º, I – define a recuperação do meio ambien-te degradado como princípio;

XVII – coloca a obrigação de recuperar (...) osdanos causados pelo poluidor;

Art. 6º – estabelece os órgãos do SEAQUA.

Lei 997, de 1976, dispõe sobre o controle de po-luição da poluição ambiental.

Art. 2º – define poluição;Art. 3º – proíbe poluição;Art. 13 – autoriza o Poder Executivo a determinar

medidas de emergência a fim de evitar episódios críti-cos de poluição ambiental ou impedir sua continuidade.

Decreto Nº 8.468, de 1976, Regulamento da LeiNº 997, de 31 de maio de 1976, aprovado em 8 desetembro de 1976.

Título I, Art. 5º e 6º – estabelece a atuação daCETESB para o problema de área contaminada, con-siderando-as como um fator nocivo ao meio ambien-te, e menciona a integração na esfera municipal (Inc.I-III, VII e IX);

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Título IV é dedicado à poluição do solo (Art. 51 – 56).

Decreto Nº 47.397, de 2002, dá nova redaçãoao Título V e ao Anexo 5 e acrescenta os Anexos 9 e10, ao Regulamento da Lei Nº 997, de 31 de maiode 1976, aprovado pelo Decreto Nº 8.468, de 8 desetembro de 1976, que dispõe sobre a prevenção eo controle da poluição do meio ambiente.

Art 60º – impede o licenciamento quando hou-ver indícios ou evidências de poluição

Parágrafo 1 – exige adequação à ocupação pro-posta.

Artigo 69º - A – exige comprovação de sanea-mento da área.

Parágrafo único – a eficácia das ações de sane-amento será avaliada pela CETESB.

Artigo 69 - B – condiciona a concessão das Li-cenças à vistoria prévia do local do empreendimento.

Lei 6.134, de 1988, dispõe sobre a preservaçãodos depósitos naturais de águas subterrâneas.

Art. 4º – define poluição

Decreto 32.955, de 1991, regulamenta, a Lei6.134/88.

Art. 16 – trata dos resíduos sólidos, líquidos ougasosos;

Art. 17 – regulamento para projetos de disposi-ções de resíduos, obrigação de monitoramento e re-mediação em casos de alteração na qualidade da água.

Lei 898, 1975, disciplina o uso do solo para aproteção dos mananciais.

Lei 7.663, de 1991 – regulamenta o zoneamentoindustrial.

Lei 7.663, de 1991, dispõe sobre a Política deRecursos Hídricos.

Lei 7.750, de 1992, dispõe sobre a Política deSaneamento.

Lei 9.999, de 1998, disciplina o uso de zonasindustriais sob o critério de contaminação de solo.

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Atividades Desenvolvidas no Imóvel

1. Há uma indústria instalada no imóvel?

sim – qual?

não

2. A atividade industrial atual está relacionada com as atividades potencialmente contaminadorasdefinidas no Man ual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da CETESB?

sim – qual?

não

3. Já existiu alguma indústria neste imóvel?

sim – qual?

não

não sei

4. A atividade industrial que e xistiu neste imó vel está relacionada com as atividades potencialmentecontaminadoras definidas no Man ual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da CETESB?

sim – qual?

não

não sei

5. Existe alguma indústria vizinha ao imóvel?

sim – qual/quais?

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6. Existiu alguma indústria vizinha ao imóvel?

sim – qual/quais?

não

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7. O imó vel é usado como:

( ) posto de gasolina

( ) oficina mecânica

( ) galvanoplastia

( ) gráfica

( ) lavanderia/tinturaria

( ) bota-fora

( ) lixão

( ) ferro-velho

( ) recebimento e armazenamento de resíduos domésticos e de entulhos

( ) reciclagem de resíduos domésticos, industriais e de entulhos

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8. O imó vel já f oi usado como:

( ) posto de gasolina

( ) oficina mecânica

( ) galvanoplastia

( ) gráfica

( ) lavanderia/tinturaria

( ) bota-fora

( ) lixão

( ) ferro-velho

( ) recebimento e armazenamento de resíduos domésticos, industriais e de entulhos

( ) reciclagem de resíduos domésticos e de entulhos

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9. Algum dos imóveis vizinhos é usado como:

( ) posto de gasolina

( ) oficina mecânica

( ) galvanoplastia

( ) gráfica

( ) lavanderia/tinturaria

( ) bota-fora

( ) lixão

( ) ferro-velho

( ) recebimento e armazenamento de resíduos domésticos, industriais e de entulhos

( ) reciclagem de resíduos domésticos e de entulhos

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10. Algum dos imóveis vizinhos já foi usado como:

( ) posto de gasolina

( ) oficina mecânica

( ) galvanoplastia

( ) gráfica

( ) lavanderia/tinturaria

( ) bota-fora

( ) lixão

( ) ferro-velho

( ) recebimento e armazenamento de resíduos domésticos, industriais e de entulhos

( ) reciclagem de resíduos domésticos e de entulhos

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Geração, Deposição e Armazenamento de Substâncias Potencialmente Poluidoras

11. São ou foram gerados efluentes líquidos no imóvel?

sim – onde?

não

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12. São ou eram descar tados efluentes líquidos diretamente no solo?

sim – onde?

não

não sei

13. São ou eram descartados efluentes líquidos em sistemas de drenagem de águas pluviais ou emrede de esgotos? (não incluindo efluentes sanitários e águas de chuva)

sim – onde?

não

não sei

14. São utilizados ou armazenados no interior do imóvel:

( ) baterias automotivas ou industriais usadas

( ) derivados de petróleo

( ) pesticidas, herbicidas ou outros biocidas

( ) pneus

( ) tintas ou vernizes

( ) resíduos

( ) outros produtos químicos em recipientes individuais de mais de 20 litros ou a granel

qual/quais?

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15. Foram armazenadas ou utilizadas no interior do imóvel?

( ) baterias automotivas ou industriais usadas

( ) derivados de petróleo

( ) pesticidas, herbicidas ou outros biocidas

( ) pneus

( ) tintas ou vernizes

( ) resíduos

( ) outros produtos químicos em recipientes individuais de mais de 20 litros ou a granel

qual/quais?

não

não sei

16. Existem bombonas, tambores ou sacos de produtos químicos no imóvel ou nas suas instalações?

sim – qual?

não

17. Existiram no imóvel bombonas, tambores ou sacos de produtos químicos?

sim – qual?

não

não sei

18. Existem no imóvel transformadores, capacitores ou quaisquer equipamentos elétricos?

sim – qual?

não

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19. Existiram no imóvel transformadores, capacitores ou quaisquer equipamentos elétricos?

sim – qual?

não

não sei

20. Foi depositado resíduo industrial dentr o do imó vel?

sim – qual?

não

não sei

21. Existem atualmente no imó vel tanques de armaz enamento de comb ustíveis e/ou pr odutos químicos?

sim

( ) na superfície

( ) subsolo

não

22. Existiram no imó vel tanques de armaz enamento de comb ustíveis e/ou pr odutos químicos?

sim

( ) na superfície

( ) subsolo

não

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23. Existem respir os, bocais de enc himento ou tub ulações saindo do solo?

sim – onde?

não

24. Existiram no imó vel respir os, bocais de enc himento ou tub ulações saindo do solo?

sim – onde?

não

não sei

25. Existe dentro do imóvel algum poço, lagoa ou lago?

sim – onde?

não

26 Existiu dentro do imóvel algum poço, lagoa ou lago?

sim – onde?

não

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Vestígios de Contaminação

27. Existem ou existiram no interior do imóvel manchas localizadas em:

sim

localização

cor

dimensão

( ) solo

( ) drenos

( ) telhados

( ) pisos

( ) paredes

não

28. Existem ou existiram alterações anômalas na vegetação no interior do imóvel?

sim – onde?

não

não sei

29. Você já observou animais mortos no interior do imóvel?

sim – onde?

não

30. Ocorreu alguma explosão ou incêndio no imóvel?

sim – onde?

quando?

não

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31. Existe ou existiu algum poço, nascente ou mina d´água para abastecimento na propriedade?

sim – onde?

não

32. A água apresenta gosto/c heir o estranho ou causou algum pr oblema de saúde?

sim – qual?

não

não sei

33. A água apresentou gosto/c heir o estranho ou causou algum pr oblema de saúde?

sim – qual?

não

não sei

34. A água f oi considerada contaminada por algum ór gão ambiental ou de saúde?

sim – qual?

não

não sei

Ações Governamentais no Imóvel

35. Existe qualquer pendência jurídica ou administrativ a, ligada a um v azamento ou possibilidade de v azamentode substâncias tó xicas ou de pr odutos de petr óleo, envolvendo os pr oprietários ou ocupantes do imó vel?

sim – qual?

não

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36. Existem ou e xistiram notificações e infrações ambientais relacionadas ao imó vel ou a qualqueruma de suas instalações?

sim – qual?

não

não sei

37. Ocorreram infrações ambientais no imó vel?

sim – qual?

não

não sei

38. Foi realizada qualquer a valiação ambiental no imó vel que tenha indicado a presença de substânciastóxicas ou deriv ados de petr óleo?

sim – qual?

não

não sei

39. Existe na vizinhança do imóvel qualquer empreendimento listado no Cadastro de Áreas Contaminadasda CETESB?

sim – a que distância?

não

não sei

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Seguem abaixo as observações referentes acada uma das questões do questionário:

· Atividades Desenvolvidas no Imóvel

Questão 1As atividades industriais constituem-se em fon-

te significativa de contaminação do ar, solo, água su-perficial e subterrânea. Dessa forma, o cuidado parao desenvolvimento imobiliário nessas áreas deve serredobrado, devendo ser adotadas várias medidasantes do início de qualquer obra. Deve ser ressalta-do que não existe correspondência entre o porte daatividade industrial e a possibilidade de ocorrênciade passivos. Pequenas e médias indústrias podemproduzir grandes passivos ambientais.

Questão 2Nem toda atividade industrial é potencialmente

poluidora. No Manual de Gerenciamento de ÁreasContaminadas, a CETESB apresenta as atividadesindustriais com maior potencial poluidor.

Questão 3Valem os comentários da Questão 1, deven-

do ser ressaltado que, em áreas onde a atividadeindustrial já não é mais exercida, podem não es-tar presentes os elementos mais significativos naidentificação dessas áreas (prédios, galpões, cha-minés). Deve, portanto, ser realizada uma pesqui-sa histórica para verificação da utilização préviado terreno.

Questão 4Valem os comentários para as Questões 2 e 3.

Questão 5Em virtude da possibilidade de migração de

contaminantes no ar, no solo e nas águas subterrâ-neas, deve ser dada atenção à existência de ativida-des industriais desenvolvidas nas propriedades vizi-nhas ao imóvel.

Questão 6Valem os comentários das Questões 3 e 5.

Questão 7Algumas atividades comerciais e industriais de

pequeno e médio porte também são potencialmentepoluidoras. Nesta questão, estão listadas algumas dasatividades mais comuns que podem vir a se consti-tuir em fontes de contaminação.

Questão 8Valem os comentários da Questão 7, devendo

ser ressaltado que, em áreas onde a atividade co-mercial ou industrial já não é mais exercida, podemnão estar presentes os elementos mais significativosna identificação dessas áreas (placas, tanques en-terrados, galpões). Deve, portanto, ser realizada umapesquisa histórica para verificação da utilização pré-via do terreno.

Questão 9Em vir tude da possibilidade de migração de

contaminantes no solo e nas águas subterrâne-as, deve ser dada atenção à existência de qual-quer uma dessas atividades comerciais e indus-triais desenvolvidas nas propriedades vizinhasdo imóvel.

Questão 10Valem os comentários das Questões 8 e 9.

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· Geração, Deposição e Armazenamento deSubstâncias Potencialmente Poluidoras

Questão 11A geração de efluentes líquidos pode se tornar

uma fonte de contaminação. Deve ser verificada aexistência de manilhas, tubulações e galerias no in-terior da propriedade.

Questão 12Era prática comum no passado o descarte

desses efluentes diretamente no solo, para infil-tração. Deve ser verificada a existência de tubula-ções ou poços onde esses efluentes poderiam tersido infiltrados.

Questão 13Em alguns casos, a rede de drenagem ou de

esgotos pode carregar também efluentes industriais.Deve ser verificada a existência de manilhas, tubula-ções e galerias no interior da propriedade.

Questão 14Os itens listados nessa questão são produ-

tos e peças que podem causar ou estarem asso-ciados a possíveis contaminações do solo e daságuas subterrâneas. A análise da presença des-ses elementos deverá ser feita com critério, le-vando-se em conta o volume e a extensão da áreaocupada por eles.

Questão 15A presença pretérita desses elementos pode ser

um indicativo de possível contaminação. Deve ser res-saltado que, com o passar do tempo, elementos dis-postos na superfície podem ser aterrados, dificultan-do a sua identificação imediata.

Questão 16Os itens listados nessa questão são produtos que

podem causar ou estarem associados a possíveis con-taminações. A análise da presença desses elementosdeverá ser feita com critério, levando-se em conta ovolume e a extensão da área ocupada por eles.

Questão 17Valem os comentários da Questão 15.

Questão 18Os itens listados nessa questão são peças e equi-

pamentos que podem causar ou estarem associados apossíveis contaminações, principalmente devido a pre-sença de PCB’s (bifenilas policloradas, ascarel e outros).

Questão 19A presença pretérita dessas peças e equipamen-

tos pode ser um indicativo de possível contamina-ção, principalmente por PCB’s. Em unidades indus-triais desativadas, é muito comum o sucateamentodesses equipamentos.

Questão 20A deposição inadequada de resíduos industriais em

áreas urbanas é uma fonte significativa de contamina-ção. Essa deposição é geralmente realizada ao longode vias menos movimentadas, de acesso não controla-do. Pode ser identificada pela presença de pilhas, geral-mente com um ou dois metros de altura de materiaiscom odor e coloração característicos. Deve-se evitarconfundir esses materiais com entulho de construção.

Questão 21O armazenamento de substâncias químicas em

tanques aéreos (acima da superfície) e subterrâneostambém pode se constituir em fonte de contaminação.

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Questão 22A existência pretérita desses equipamentos pode se

constituir em fonte de contaminação. Devem ser verifica-dos, no caso dos tanques abandonados e inutilizados,os produtos armazenados e as razões de desativação.

Questão 23Esses elementos no solo do imóvel auxiliam a

identificação de equipamentos subterrâneos. Deve serdada atenção à existência de tubulações, caixas depassagem e tampas de tanques (bocais de enchi-mento). Esses últimos podem ser identificados porsuas formas (circular), dimensões padrão (nove po-legadas de diâmetro) e pela presença eventual delogotipos de empresas de petróleo.

Questão 24Valem os comentários sobre a questão 23.

Questão 25A existência de poços, lagos e lagoas permite a

coleta e análise de amostras de água, podendo serverificada a existência de problemas ambientais noimóvel ou nas proximidades.

Questão 26O aterramento de corpos d’água superficiais ou

poços pode ser indicativo de tentativas de oculta-mento de contaminações ou da inadequação daságuas desses locais para consumo humano. Deveser dada atenção especial às lagoas de tratamentode efluentes aterradas.

· Vestígios de Contaminação

Questão 27A presença de manchas localizadas no inte-

rior da área do imóvel pode se indicativa de fon-tes de contaminação. Deve ser dada atenção es-pecial à coloração, persistência e dimensões dasmanchas.

Questão 28Mudanças abruptas ou anômalas no crescimen-

to ou na coloração da vegetação podem serindicativas de presença de contaminação no solo.

Questão 29Deve ser levantada a ocorrência de mortes re-

pentinas e significativas de animais no interior da pro-priedade. Esses eventos podem estar associados àpresença de substâncias tóxicas no local. A presen-ça de animais mortos não deve ser considerada comosignificativa sem a devida investigação.

Questão 30A ocorrência de incêndios ou explosões no inte-

rior do imóvel pode estar associada à presença desubstâncias ou materiais inflamáveis no interior dapropriedade. Devem ser levadas em conta as datas,dimensões e durações desses incêndios.

Questão 31A existência de poços de abastecimento de

água para consumo humano no interior da pro-priedade deve ser levantada para verificação dasua qualidade.

Questão 32Algumas substâncias poluidoras podem apresen-

tar gosto ou odor característico. Em caso de respos-tas afirmativas, recomenda-se a realização de análi-ses para verificação da sua qualidade de acordo coma Portaria 1469/2000 do Ministério da Saúde.

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Questão 33Valem os comentários para a Questão 32.

Questão 34Deve ser levantada a documentação nos órgãos

ambiental e de saúde para verificação das causasda contaminação. Esta pode estar relacionada a fon-tes de contaminação dentro ou fora do imóvel.

· Ações Governamentais Desenvolvidas noImóvel

Questão 35A existência de pendências jurídicas envolven-

do os proprietários do imóvel pode ser indicativa deproblemas ambientais no mesmo.

Questão 36Notificações e infrações ambientais relacionadas

ao imóvel podem indicar a existência de problemasambientais. Deverá ser verificada a natureza dos fa-tos geradores dessas medidas administrativas. Essa

informação deverá ser obtida nos órgãos ambientaiscompetentes.

Questão 37Infrações ambientais relacionadas ao imóvel in-

dicam a existência de problemas ambientais. Deveráser verificada a natureza do fato gerador da infração.Essa informação deverá ser obtida nos órgãosambientais competentes.

Questão 38Deve ser verificada a existência prévia de avali-

ações ambientais que já tenham sido realizadas naárea do imóvel. Caso elas existam, os resultados de-vem ser devidamente avaliados.

Questão 39A CETESB tem disponível em seu site na Internet

(www.cetesb.sp.gov.br) uma lista com as áreas con-taminadas já identificadas no Estado de São Paulo.Deve ser levantada a distância entre essas áreas e oimóvel.

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