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[ PORTUGUÊS ] guía de informações para pacientes com fibrose pulmonar A missão da Fundação de Fibrose Pulmonar (Pulmonary Fibrosis Foundation, ou “PFF” pelas iniciais em inglês) é ajudar a encontrar a cura para a fibrose pulmonar idiopática, atuar em defesa da comunidade de fibrose pulmonar, promover a conscientização sobre a doença e proporcionar um ambiente humanizado para os pacientes e seus familiares. BRASIL

Guia Para Utentes Com Fibrose Pulmonar

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[PORTUGUÊS]

guía de informações para pacientes com fibrose pulmonar

A missão da Fundação de Fibrose Pulmonar (Pulmonary

Fibrosis Foundation, ou “PFF” pelas

iniciais em inglês) é ajudar a encontrar

a cura para a fibrose pulmonar idiopática,

atuar em defesa da comunidade

de fibrose pulmonar, promover

a conscientização sobre a doença e

proporcionar um ambiente humanizado

para os pacientes e seus familiares.

BRASIL

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Índice   2     Sobre  este  Guia     3     Definição  de  fibrose  pulmonar     4     Prevalência  e  incidência     5     Causas     8     Sintomas     9     Exames  diagnósticos  e  avaliações       12     Tratamento     16     Monitoramento       16     Cuidados  paliativos  e  para  pacientes  terminais       17     Mudanças  no  estilo  de  vida     18     Manutenção  do  tratamento     20     Perguntas  a  serem  feitas  aos  profissionais  de  saúde     21     Sobre  a  Fundação  de  Fibrose  Pulmonar     23     Glossário     25     Referências      

ESTE GUIA INFORMATIVO É OFERECIDO PELA FUNDAÇÃO DE FIBROSE PULMONAR COMO UM

SERVIÇO PARA NOSSA COMUNIDADE DE PACIENTES.

 Como  uma  organização  filantrópica  sem  fins  lucrativos,  de  acordo  com  a  seção  501(c)(3)  do  código  tributário  dos  Estados  Unidos,  a  PFF  fornece  gratuitamente  informações  para  as  comunidades  de  fibrose  pulmonar  nacionais  e  internacionais;  contamos  com  o  apoio  do  público  para  fornecer  esses  valiosos  recursos.  Se  acredita  na  importância  do  nosso  trabalho,  considere  fazer  uma  doação  para  a  PFF.  As  doações  permitem  que  nossa  fundação  seja  uma  fonte  de  apoio  humanizado  para  os  pacientes  e  seus  familiares  e  também  ajuda  a  financiar  pesquisas  para  encontrar  a  cura  para  essa  doença.  ©  2012  Pulmonary  Fibrosis  Foundation.  Todos  os  direitos  reservados.    

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Sobre este Guia PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM FIBROSE PULMONAR OU FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA  e  seus  familiares  frequentemente  se  sentem  confusos,  preocupados  e  arrasados.  Os  pacientes  podem  se  sentir  frustrados  pela  falta  de  informações  disponíveis.  Os  médicos  geralmente  não  dispõem  de  tempo  ou  recursos  necessários  para  explicar  os  detalhes  da  doença  a  seus  pacientes  ou  para  ajudá-­‐los  a  lidar  com  o  trauma  de  receber  a  notícia  de  que  sofremde  uma  doença  incurável.        A  Fundação  de  Fibrose  Pulmonar  está  muito  ciente  dessas  preocupações.  Esforçamo-­‐nos  para  oferecer  os  recursos  necessários  para  que  os  pacientes,  os  membros  de  suas  famílias  e  profissionais  de  saúde  compreendam  a  fibrose  pulmonar  e  a  fibrose  pulmonar  idiopática  de  forma  mais  abrangente.  Também  nos  esforçamos  para  fornecer  as  ferramentas  necessárias  para  que  essas  pessoas  vivam  com  a  doença  e  melhorem  a  qualidade  de  vida.  É  importante  observar  que  a  fibrose  pulmonar  ou  a  fibrose  pulmonar  idiopática  são  individualizadas  e  que  a  progressão  da  doença  varia  muito  entre  os  pacientes  —  seu  médico  pode  ter  discutido  essas  dificuldades  com  você.  Portanto,  é  importante  que  os  pacientes  entendam  a  doença  e  façam  perguntas  importantes  aos  seus  médicos  para  garantir  que  sejam  tratados  de  maneira  adequada  com  base  em  seus  sintomas  individuais.  O  objetivo  deste  folheto  é  ajudar  os  pacientes  a  atingir  esta  meta.    Lembre-­‐se  de  que  estas  informações  se  destinam  a  fornecer  um  resumo  geral  apenas  para  fins  de  conhecimento  e  não  a  substituir  a  orientação  médica  profissional.  Consulte  sempre  seu  médico  pessoal  ou  profissional  de  saúde  para  esclarecer  dúvidas  sobre  sua  condição  médica  específica.    Também  é  importante  que  você  saiba  que  estamos  aqui  para  ajudá-­‐lo.  Entre  em  contato  com  a  Fundação  de  Fibrose  Pulmonar  para  falar  sobre  quaisquer  dúvidas  ou  preocupações  relacionadas  à  fibrose  pulmonar  durante  o  decorrer  de  seu  tratamento.  Para  entrar  em  contato  com  a  nossa  equipe,  ligue  para  888.733.6741  ou  envie  um  e-­‐mail  para  [email protected].    

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Definição de fibrose pulmonar A FIBROSE PULMONAR É UMA DOENÇA  na  qual  ocorre  espessamento,  rigidez  e  cicatrização  do  tecido  pulmonar.1  O  termo  médico  utilizado  para  descrever  a  cicatrização  do  tecido  do  pulmão  é  fibrose.  Os  pulmões  e  os  vasos  sanguíneos  dos  pulmões  são  responsáveis  pelo  suprimento  de  oxigênio  para  o  cérebro,  o  coração  e  outros  órgãos  do  corpo.  Todas  as  funções  do  corpo  dependem  do  suprimento  regular  de  oxigênio.  À  medida  que  os  tecidos  pulmonares  cicatrizam  e  ficam  mais  espessos,  fica  mais  difícil  transferir  o  oxigênio  para  a  corrente  sanguínea.  Consequentemente,  o  cérebro,  o  coração  e  outros  órgãos  não  recebem  oxigênio  necessário  para  funcionar  corretamente.1  Em  alguns  casos,  os  médicos  podem  determinar  a  causa  da  fibrose  (cicatrização),  mas  em  alguns  casos,  as  causas  permanecem  desconhecidas.  Quando  a  causa  do  desenvolvimento  da  fibrose  pulmonar  é  desconhecida  (e  determinados  critérios  radiológicos  e/ou  patológicos  são  atendidos),  a  doença  é  chamada  de  fibrose  pulmonar  idiopática.  Mais  especificamente,  as  diretrizes  de  tratamento  determinadas  em  consenso  pelas  sociedades  internacionais  de  pulmão  definem  a  fibrose  pulmonar  idiopática  como  uma  “forma  específica  de  pneumonia  intersticial  fibrosante  progressiva  crônica  de  causa  não  determinada  que  ocorre  principalmente  em  adultos  mais  idosos,  limitada  aos  pulmões  e  associada  a  um  padrão  histopatológico  e/ou  radiológico  de  pneumonia  intersticial  usual  [PIU]”.2    Existem  mais  de  200  doenças  conhecidas  relacionadas  às  doenças  intersticiais  pulmonares  (DIP),  que  também  são  conhecidas  como  doenças  pulmonares  parenquimatosas  difusas  (DPPD).  Como  essas  doenças  afetam  o  interstício  —  o  espaço  ao  redor  dos  alvéolos  —  as  DIPs  são  classificadas  em  grupo.  No  entanto,  as  DIPs  também  podem  afetar  outras  partes  dos  pulmões.  Muitas  DIPs  possuem  características  semelhantes  às  da  fibrose  pulmonar  idiopática  e  a  maioria  resulta  em  fibrose  pulmonar.      Existe  um  subgrupo  de  doenças  intersticiais  pulmonares  chamadas  pneumonias  intersticiais  idiopáticas  (PII),  nas  quais  o  tecido  pulmonar  fica  inflamado  e  pode,  também,  ocorrer  cicatrização.  O  termo  pneumonia  é  utilizado  para  descrever  inflamação  e  não  infecção  como  a  pneumonia  bacteriana.  As  pneumonias  intersticiais  idiopáticas  são  ainda  divididas  em  vários  subtipos  patológicos.  Esses  subtipos  incluem  a  pneumonia  intersticial  usual  (PIU),  pneumonia  intersticial  inespecífica,  pneumonia  intersticial  descamativa,  doença  pulmonar  intersticial  associada  com  bronquiolite  respiratória,  pneumonia  intersticial  aguda  (PIA),  pneumonia  organizante  criptogênica  (POC)  e  pneumonia  intersticial  linfocítica  (PIL).2  A  fibrose  pulmonar  idiopática  é  um  subtipo  da  pneumonia  intersticial  idiopática,  o  padrão  patológico  observado  na  fibrose  pulmonar  idiopática  é  pneumonia  intersticial  usual.  É  importante  que  os  profissionais  de  saúde  diferenciem  o  subtipo  específico  da  doença  intersticial,  já  que  o  tratamento,  o  controle  e  o  prognóstico  podem  variar  bastante.    Se  houver  uma  associação  clara  com  outra  doença  ou  se  a  cicatrização  do  pulmão  (fibrose)  for  consequência  de  um  efeito  colateral  de  um  medicamento  ou  exposição  a  um  agente  que  cause  fibrose  pulmonar,  a  causa  da  doença  não  será  mais  considerada  idiopática.  A  fibrose  pulmonar  claramente  associada  com  outra  doença,  como  esclerodermia  ou  artrite  reumatoide,  é  denominada  fibrose  pulmonar  secundária  ao  escleroderma  ou  secundária  à  artrite  reumatoide.  A  terminologia  poderá  mudar  à  medida  que  aprendemos  mais  sobre  doenças  intersticiais  pulmonares.        

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Prevalência e incidência POSSIVELMENTE DEVIDO AO GRANDE NÚMERO DE DOENÇAS  que  podem  surgir  sob  essa  denominação,  não  existem  dados  confiáveis  para  determinar  o  número  de  pessoas  afetadas  por  fibrose  pulmonar.  No  entanto,  um  estudo  recente  estimou  a  prevalência  de  todas  as  doenças  intersticiais  pulmonares  nos  Estados  Unidos  (EUA)  em  cerca  de  500.000,  sendo  a  fibrose  pulmonar  idiopática  a  mais  comum.3  Nos  EUA,  a  fibrose  pulmonar  idiopática  afeta  entre  132.000  e  200.000  pessoas.4  Aproximadamente  50.000  novos  casos  são  diagnosticados  a  cada  ano  e  até  40.000  mortes  de  americanos  ocorrem  por  ano  em  consequência  da  fibrose  pulmonar  idiopática.4  São  limitadas  as  informações  sobre  a  prevalência  da  fibrose  pulmonar  idiopática  na  União  Europeia  (UE)  e  em  outros  países,  mas  a  estimativa  atual  da  incidência  de  fibrose  pulmonar  idiopática  no  Reino  Unido  é  de  4,6  por  100.000,  o  que  indica  que  mais  de  5.000  novos  casos  de  fibrose  pulmonar  idiopática  são  diagnosticados  por  ano.5  E  o  mais  importante  é  que  a  previsão  do  número  de  indivíduos  com  diagnóstico  de  fibrose  pulmonar  idiopática  continue  a  aumentar.  Esse  aumento  provavelmente  se  deve  ao  fato  de  as  pessoas  viverem  mais,  da  melhor  compreensão  clínica  sobre  a  fibrose  pulmonar  idiopática  e  do  diagnóstico  mais  precoce  e  mais  preciso.6    A  fibrose  pulmonar  idiopática  não  pode  ser  inserida  em  um  perfil  demográfico  específico;  é  encontrada  em  proporções  iguais  em  ambientes  urbanos  e  rurais.  História  de  tabagismo  e  determinados  fatores  genéticos  têm  sido  associados  ao  aumento  do  risco  de  fibrose  pulmonar  idiopática  e  vários  estudos  publicados  indicaram  que  cerca  de  dois  terços  dos  indivíduos  com  fibrose  pulmonar  idiopática  apresentam  história  de  tabagismo  (consulte  Causas).7  A  fibrose  pulmonar  idiopática  é  mais  comum  em  homens  do  que  em  mulheres  e  frequentemente  ocorre  entre  a  quinta  e  a  sétima  décadas  de  vida.  A  idade  mediana  por  ocasião  do  diagnóstico  é  de  aproximadamente  63  anos  de  acordo  com  vários  estudos  publicados;  no  entanto,  a  fibrose  pulmonar  idiopática  foi  diagnosticada  em  pessoas  desde  o  início  da  fase  adulta  até  o  final  dos  80  anos  de  idade.6  Está  claro  que  a  idade  é  um  fator  de  risco  significativo  para  o  desenvolvimento  de  fibrose  pulmonar.6                                            

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Causas A FIBROSE PULMONAR PODE TER VÁRIAS CAUSAS.  Conforme  mostrado  na  figura  abaixo,  existem  quatro  categorias  gerais  baseadas  na  causa  que  podem  levar  ao  desenvolvimento  de  doenças  fibróticas  do  pulmão:  doenças  de  causa  desconhecida  ou  não  determinada  (roxo),  associadas  à  doença  sistêmica  autoimune  (cinza),  associadas  à  exposição  a  um  agente  que  cause  a  fibrose  pulmonar  (verde),  e  as  doenças  com  componente  herdado  ou  genético  (cinza  escuro).      CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS INTERSTICIAIS PULMONARES MAIS FREQUENTES

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As  doenças  sistêmicas  autoimunes  formam  um  grupo  de  distúrbios  imunológicos  que  podem  causar  o  desenvolvimento  de  pneumonia  intersticial  idiopática.  Esses  distúrbios  incluem  as  doenças  do  tecido  conjuntivo  (DTC)  como  a  artrite  reumatoide  (AR),  lúpus  eritematoso  (lúpus),  escleroderma,  polimiosite/dermatomiosite,  vasculite  sistêmica,  como  poliangeite  associada  ao  ANCA  (+)  (também  chamada  granulomatose  de  Wegener)  e  síndrome  de  Churg-­‐Strauss.  O  tipo  específico  de  doença  pulmonar  que  esses  distúrbios  causam  é  baseado  na  doença  subjacente  autoimune.8  As  doenças  sistêmicas  autoimunes  mais  frequentes  que  podem  provocar  o  desenvolvimento  de  fibrose  pulmonar  são  escleroderma,  artrite  reumatoide  e  lúpus.  Os  pacientes  com  doenças  do  tecido  conjuntivo  apresentam  maior  probabilidade  de  desenvolver  hipertensão  pulmonar  (pressão  alta  nas  artérias  pulmonares).  Recomenda-­‐se  enfaticamente  que  pacientes  com  doença  do  tecido  conjuntivo  e  sintomas  de  doença  pulmonar  sejam  avaliados  e  acompanhados  respectivamente  por  um  reumatologistae  um  pneumologista.      A  fibrose  pulmonar  também  pode  se  desenvolver  por  meio  da  exposição  a  agentes  ambientais  e  ocupacionais.  A  exposição  a  poeiras  inorgânicas  (asbestos,  sílica,  berílio,  poeira  de  metais  pesados),  poeiras  orgânicas  (proteínas  de  origem  animal,  bactérias,  mofo,  fungo),  ou  gases  e  fumaças  podem  contribuir  para  o  desenvolvimento  da  fibrose  pulmonar.  Algumas  das  formas  mais  comuns  de  fibrose  ocupacional  são  a  asbestose  e  a  silicose.  As  pessoas  que  trabalham  ou  passam  longos  períodos  de  tempo  em  locais  com  altos  níveis  de  poeiras  orgânicas  podem  desenvolver  pneumonite  por  hipersensibilidade  (PH).  Os  dois  tipos  mais  comuns  de  doença  causada  por  poeiras  orgânicas  são  o  “pulmão  dos  criadores  de  aves”  e  o  “pulmão  de  fazendeiro”.  A  exposição  a  alguns  medicamentos,  altas  doses  de  radiação  e  radioterapia  também  pode  causar  o  desenvolvimento  de  fibrose  pulmonar.  Medicamentos,  como  antibióticos  (nitrofurantoína,  sulfasalazina),  antiarrítmicos  (amiodarona,  propranolol),  anticonvulsivantes  (fenitoína)  e  agentes  quimioterápicos  (metotrexato,  bleomicina,  oxaliplatina)  também  foram  associados  com  o  desenvolvimento  de  fibrose  pulmonar.    Temos  grande  conhecimento  sobre  como  as  doenças  intersticiais  pulmonares  afetam  os  pacientes,  mas  frequentemente  a  causa  não  é  identificada.  Como  o  nome  sugere,  a  origem  e  o  desenvolvimento  das  pneumonias  intersticiais  idiopáticas  e  outras  doenças  idiopáticas,  como  sarcoidose,  não  são  ainda  totalmente  compreendidos.  A  forma  mais  comum  de  pneumonia  intersticial  idiopática  é  a  fibrose  pulmonar  idiopática.  Atualmente,  acredita-­‐se  que  ocorra  uma  reação  anômala  a  uma  lesão  que  por  fim  provoca  cicatrização  do  pulmão.  Também  existe  a  hipótese  de  que  determinados  fatores  ambientais  e  genéticos  possam  contribuir  para  o  desenvolvimento  da  fibrose  pulmonar  idiopática;  à  medida  que  esses  fatores  são  definidos  com  maior  clareza,  o  processo  da  doença  deverá  ser  melhor  compreendido,  o  que,  consequentemente,  permitirá  o  desenvolvimento  de  tratamentos  novos  e  eficazes.    Estima-­‐se  que  aproximadamente  10%  a  15%  dos  pacientes  com  fibrose  pulmonar  idiopática  apresentem  uma  forma  de  fibrose  pulmonar  que  ocorre  na  família.  Essa  forma  é  chamada  de  fibrose  pulmonar  familiar  (FPF)  ou  pneumonite  intersticial  familiar  (PIF).  Em  algumas  famílias  com  FPF/PIF,  nem  todos  os  membros  da  família  afetados  apresenta  a  mesma  forma  de  pneumonia  intersticial  idiopática.  Em  cerca  de  metade  das  famílias  com  fibrose  pulmonar  familiar,  um  ou  mais  membros  apresentam  fibrose  pulmonar  idiopática  e  os  outros  uma  forma  diferente  de  pneumonia  intersticial  idiopática.  Outras  formas  podem  incluir  pneumonia  intersticial  inespecífica,  pneumonia  intersticial  descamativa,  pneumonia  intersticial  associada  com  bronquiolite  respiratória  e  pneumonia  organizante  criptogênica.  

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 Outra  forma  rara  de  fibrose  pulmonar  familiar  ou  genética  é  a  síndrome  de  Hermansky-­‐Pudlak  (SHP).  Existem  diferentes  tipos  de  síndrome  de  Hermansky-­‐Pudlak  que  podem  ser  distinguidos  pelos  sinais  e  sintomas  e  pela  causa  genética  subjacente;  os  tipos  1,  2  e  4  são  os  associados  com  o  desenvolvimento  de  fibrose  pulmonar.    Conforme  sugerido  pela  fibrose  pulmonar  familiar/pneumonite  intersticial  familiar,  existem  evidências  cada  vez  maiores  que  sugerem  que  os  genes  ou  as  variantes  genéticas  podem  predispor  determinados  indivíduos  ao  desenvolvimento  de  fibrose  pulmonar  ou  fibrose  pulmonar  idiopática.    

• Os  resultados  dos  estudos  demonstraram  que  algumas  famílias  com  história  de  um  ou  mais  casos  de  fibrose  pulmonar  idiopática  apresentam  uma  mutação  no  gene  que  codifica  a  proteína  surfactante  C  (SP-­‐C),  que  normalmente  ajuda  os  pulmões  a  funcionarem  corretamente.9  

 • Outro  estudo  sugere  que  a  presença  de  genes  específicos  pode  predizer  quais  

pacientes  com  fibrose  pulmonar  idiopática  apresentarão  a  forma  mais  grave  e  de  progressão  mais  rápida  da  doença.10    

 • Os  telômeros  curtos,  que  protegem  as  extremidades  frágeis  dos  cromossomos  

contra  deterioração,  podem  ser  a  causa  de  fibrose  pulmonar  em  determinados  pacientes  à  medida  que  estes  envelhecem.  Mutações  nos  genes  TERT  e  TERC  causam  telômeros  curtos  e  parecem  predispor  determinados  indivíduos  à  fibrose  pulmonar.11,  12    

 • Indivíduos  com  variações  no  gene  MUC5B,  que  codifica  uma  proteína  do  muco,  

podem  apresentar  risco  6  a  22  vezes  maior  de  desenvolver  fibrose  pulmonar  dependendo  da  história  familiar.13    

 As  consequências  clínicas  da  identificação  das  variações  genéticas  associadas  à  fibrose  pulmonar  não  foram  esclarecidas,  já  que  não  existem  tratamentos  específicos  direcionados  a  fatores  genéticos  da  fibrose  pulmonar.  A  disponibilidade  de  exames  genéticos  para  identificação  dos  genes  que  podem  contribuir  para  a  fibrose  pulmonar  ou  fibrose  pulmonar  idiopática  também  é  limitada.  Portanto,  é  importante  que  os  pacientes  discutam  a  possível  utilidade  e  os  possíveis  riscos  de  um  exame  genético  com  um  conselheiro  genético  e  com  seu  profissional  de  saúde.    FATORES ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO DE FIBROSE PULMONAR

• Tabagismo  • Exposição  prolongada  a  contaminantes  ou  poeiras  ocupacionais  ou  ambientais  • Infecções  pulmonares  virais  ou  bacterianas  • Alguns  medicamentos,  como  antibióticos,  antiarrítmicos,  anticonvulsivantes,  quimioterápicos  ou  

radioterapia  • Doença  do  refluxo  gastroesofágico  (DRGE)  • Predisposição  genética    

 

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Sintomas OS SINTOMAS NEM SEMPRE ESTÃO PRESENTES no  início  da  fibrose  pulmonar  ou  da  fibrose  pulmonar  idiopática  e  só  podem  aparecer  bem  depois  que  a  doença  tenha  progredido.  A  maioria  dos  pacientes  apresenta  agravamento  gradual  da  função  pulmonar  com  o  passar  do  tempo,  embora  alguns  permaneçam  estáveis.  Alguns  pacientes  podem  apresentar  episódios  de  agravamento  agudo  da  função  pulmonar  sem  infecção  ou  outra  causa  clinicamente  aparente;  esses  episódios  de  agravamento  agudo  são  chamados  “exacerbações  agudas”.      O  sintoma  mais  comum  é  falta  de  ar,  também  conhecido  como  dispneia,  que  muitos  pacientes  descrevem  como  dificuldade  para  respirar.  Alguns  pacientes,  principalmente  pacientes  mais  idosos,  frequentemente  ignoram  a  dificuldade  ocasional  para  respirar  e  atribuem  essa  dificuldade  ao  fato  de  estarem  envelhecendo  ou  fora  de  forma.  À  medida  que  a  doença  evolui  e  os  danos  aos  pulmões  se  tornam  mais  graves,  o  paciente  pode  sentir  falta  de  ar  com  atividades  físicas  leves,  como  tomar  banho  e  se  vestir.  Falar  ao  telefone  e  comer  também  podem  causar  falta  de  ar  em  casos  de  doença  avançada.  Cerca  de  50%  dos  pacientes  com  fibrose  pulmonar  idiopática  pode  apresentar  baqueteamento  digital,  deformação  da  extremidade  dos  dedos  devido  à  falta  de  oxigênio  no  sangue.  Ocorre  espessamento  da  carne  sob  as  unhas,  fazendo  com  que  os  dedos  se  curvem  para  baixo.  A  deformação  nas  extremidades  dos  dedos  não  é  específica  da  fibrose  pulmonar  idiopática  e  pode  ocorrer  em  outras  doenças  pulmonares,  cardíacas  e  hepáticas  e  também  pode  estar  presente  no  parto.    Outros  sintomas  comuns  são:  

• Tosse  seca  e  crônica    • Fadiga  e  fraqueza  • Aperto  no  peito  • Perda  de  apetite  • Perda  inexplicável  de  peso  

 

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Exames diagnósticos e avaliações A FALTA DE CONHECIMENTO CLÍNICO SOBRE A FIBROSE PULMONAR  continua  sendo  uma  preocupação  da  comunidade  médica  em  geral.  Essa  falta  de  conhecimento  se  complica  pelo  fato  de  existirem  mais  de  200  tipos  diferentes  de  doenças  intersticiais  pulmonares.  O  conhecimento  limitado  sobre  as  causas  e  a  compreensão  inadequada  sobre  a  progressão  da  doença  têm  causado  diagnósticos  incorretos  de  muitas  doenças  intersticiais  pulmonares.  Na  verdade,  um  estudo  realizado  recentemente  mostrou  que  mais  de  50%  dos  pacientes  com  fibrose  pulmonar  idiopática  foram  incorretamente  diagnosticados  no  início.7      Foi  somente  em  1999  que  a  American  Thoracic  Society  (ATS)  e  a  European  Respiratory  Society  (ERS),  em  colaboração  com  o  American  College  of  Chest  Physicians  (ACCP),  descreveram  as  características  patológicas  da  fibrose  pulmonar  idiopática.14  Em  2011,  a  ATS,  ERS,  Japanese  Respiratory  Society  (JRS),  e  a  Latin  American  Thoracic  Society  (ALAT)  definiram  diretrizes  baseadas  em  evidências  para  o  diagnóstico  e  controle  da  fibrose  pulmonar  idiopática,  ajudando  a  padronizar  o  diagnóstico  e  o  tratamento  da  doença.2  Em  geral,  o  diagnóstico  da  fibrose  pulmonar  idiopática  é  baseado  em  três  fatores:14  

1. Exclusão  de  outras  causas  conhecidas  de  doenças  intersticiais  pulmonares.  

2. Presença  de  um  padrão  de  pneumonia  intersticial  usual  pela  tomografia  computadorizada  de  alta  resolução  em  pacientes  não  submetidos  à  biópsia  cirúrgica  de  pulmão.  

3. Combinações  específicas  de  padrões  na  tomografia  computadorizada  de  alta  

resolução  e  biópsia  cirúrgica  de  pulmão  em  pacientes  submetidos  à  biópsia  cirúrgica  de  pulmão.  

 O  profissional  de  saúde  utilizará  uma  série  de  exames  diagnósticos  e  avaliações  para  ajudar  a  determinar  se  você  tem  fibrose  pulmonar.  Pode  ser  necessário  realizar  vários  exames  para  determinar  se  você  tem  fibrose  pulmonar  e  o  tipo  de  fibrose  pulmonar.  A  exclusão  das  causas  conhecidas  de  doenças  fibróticas  do  pulmão  também  pode  requerer  um  exame  físico  minucioso  e  uma  história  clínica  enfocada  nas  comorbidades,  uso  de  medicamentos,  exposições  ambientais  e  história  familiar.    Médicos  de  várias  especialidades,  como  pneumologistas,  radiologistas,  reumatologistas  e  patologistas  podem  ajudar  a  determinar  o  diagnóstico.  Médicos  com  experiência  no  diagnóstico  de  fibrose  pulmonar  podem  ser  mais  precisos  na  determinação  do  diagnóstico.  Para  encontrar  um  centro  médico  próximo  a  você  com  experiência  específica  em  fibrose  pulmonar,  ligue  para  888.733.6741  ou  acesse  www.pulmonaryfibrosis.org/medicalcenters.    Os  exames  relacionados  a  seguir  podem  ser  utilizados  para  o  diagnóstico  de  fibrose  pulmonar.  Caso  já  tiver  recebido  o  diagnóstico  de  fibrose  pulmonar,  muitos  desses  exames  poderão  ser  utilizados  para  monitorar  a  saúde  dos  pulmões.    

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EXAMES DIAGNÓSTICOS E AVALIAÇÕES

História clínica e

exame físico

História  clínica  detalhada  e  exame  físico  para  descobrir  se  fatores  ambientais,  ocupacionais,  familiares  ou  outras  doenças  podem  ter  contribuído  ou  predisposto  uma  pessoa  ao  desenvolvimento  da  doença.  Ao  auscultar  os  pulmões  com  um  estetoscópio,  o  médico  poderá  ouvir  “crepitações”  ou  sons  parecidos  com  o  de  velcro.  Esses  são  sons  de  “abertura”  produzidos  pelas  pequenas  vias  aéreas  durante  a  inspiração.  

Radiografia de tórax Um  exame  de  raios  X  de  rotina  poderá  ser  utilizado  no  exame  de  triagem.  No  entanto,  entre  5%  e15%  dos  pacientes  com  cicatrização  significativa  apresentarão  raios  X  normais  e  não  será  possível  diagnosticar  a  fibrose  pulmonar  idiopática  somente  com  o  uso  da  radiografia.  

Tomografia

computadorizada de

alta resolução (TCAR)

Imagens  detalhadas  dos  pulmões  que  ajudam  os  médicos  a  identificar  com  maior  clareza  determinados  padrões  radiológicos  nos  tecidos  pulmonares  que  podem  indicar  a  doença.  O  radiologista  pode  identificar  um  padrão  de  “colmeia”  que  sugere  cicatrização  pulmonar  e  danos  nos  sacos  alveolares,  ou  “opacidade  em  vidro  fosco”,  que  se  refere  ao  aspecto  opaco  do  tecido  pulmonar  mais  associado  com  inflamação.  

Testes de função

pulmonar

Os  testes  respiratórios  medem  a  quantidade  total  de  ar  nos  pulmões  e  avaliam  o  fluxo  de  ar  que  entra  e  sai  dos  pulmões.  Existem  dois  componentes  importantes  nas  avaliações  da  função  pulmonar:  (1)  a  espirometria,  que  mede  os  volumes  inspirados  e  expirados  pelos  pulmões  e  a  taxa  com  que  isso  ocorre  e  (2)  a  capacidade  de  difusão,  ou  DLCO,  que  mede  a  capacidade  de  difusão  do  oxigênio  na  corrente  sanguínea.  Essas  avaliações  são  geralmente  realizadas  em  um  hospital  ou  laboratório  clínico  e  consistem  em  respirar  em  um  espirômetro;  esses  testes  são,  algumas  vezes,  realizados  com  o  paciente  sentado  dentro  de  uma  grande  cabine  de  plástico  que  parece  uma  cabine  de  telefone.    

Oxímetro de pulso Um  dispositivo  colocado  no  dedo  ou  no  lobo  da  orelha  que  mostra  o  volume  de  saturação  de  oxigênio  no  sangue.  Os  intervalos  normais  são  de  95%  a  100%  em  ar  ambiente.  A  oximetria  de  pulso  não  mede  os  níveis  de  dióxido  de  carbono,  portanto,  pode  ser  necessário  avaliar  o  nível  de  gases  sanguíneos  em  alguns  pacientes.  

Gasometria arterial Realizada  por  punção  arterial  direta  para  medir  o  pH,  a  saturação  de  oxigênio  (PaO2)  e  o  teor  de  dióxido  de  carbono  (PCO2).  O  sangue  arterial  é  oxigenado  pelos  pulmões  e  indica  o  volume  de  oxigênio  disponível  para  o  corpo.    

Broncoscopia Exame  das  principais  vias  áreas  dos  pulmões  por  meio  do  uso  de  um  tubo  pequeno  e  flexível  chamado  broncoscópio.  A  broncoscopia  ajuda  a  avaliar  problemas  e  bloqueios  nos  pulmões  e  oferece  uma  maneira  de  coletar  amostras  de  tecido  ou  líquidos.  Infelizmente,  as  amostras  de  tecido  do  pulmão  obtidas  por  meio  da  broncoscopia  são  pequenas  e,  em  geral,  inadequadas  para  um  diagnóstico  definitivo.  

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Lavado broncoalveolar Uma  maneira  de  remover  minúsculas  amostras  de  células  do  trato  respiratório  inferior  é  com  o  uso  do  broncoscópio.  Uma  pequena  quantidade  de  soro  fisiológico  é  injetada  através  do  broncoscópio  que,  quando  retirada,  remove  uma  amostra  de  células  do  trato  respiratório.  Em  geral,  esse  exame  não  é  útil  para  o  diagnóstico  de  fibrose  pulmonar  idiopática,  mas  pode  ser  útil  em  outras  situações  clínicas.  

Biópsia cirúrgica do

pulmão

A  biópsia  cirúrgica  do  pulmão  pode  ser  uma  ferramenta  diagnóstica  importante  para  a  avaliação  de  pacientes  com  suspeita  de  uma  doença  fibrótica  do  pulmão  e  geralmente  é  considerada  o  “padrão  ouro”  para  o  diagnóstico.  A  biópsia  de  pulmão  em  conjunto  com  a  TCAR  também  pode  ajudar  a  determinar  o  grau  de  progressão  da  doença.  Geralmente,  a  biópsia  pode  ser  realizada  em  um  procedimento  minimamente  invasivo  com  o  uso  de  cirurgia  torácica  vídeo-­‐assistida  (CTVA).  A  CTVA  é,  em  geral,  bem  tolerada,  mas  pode  não  ser  recomendada  para  algumas  pessoas.  

Teste de exercício Um  teste  realizado  para  avaliar  a  função  pulmonar  durante  o  esforço.  Os  métodos  variam  de  hospital  para  hospital,  mas,  em  geral,  incluem  o  uso  de  uma  bicicleta  ergométrica  ou  de  uma  esteira.  O  método  mais  comum  do  teste  de  exercício  é  a  caminhada  de  seis  minutos,  no  qual  é  medida  a  distância  caminhada  em  6  minutos  pelo  paciente.  A  pressão  arterial,  o  eletrocardiograma  e  os  níveis  de  saturação  de  oxigênio  são  monitorados  durante  o  teste  de  exercício.  

Esofagografia Um  exame  por  raios  X  do  esôfago  (o  tubo  que  transporta  o  alimento  para  o  estômago).  Esse  exame  ajudará  a  determinar  se  há  a  doença  do  refluxo  gastroesofágico.  

Ecocardiograma

(ECO)

Um  exame  que  utiliza  ondas  sonoras  para  criar  uma  imagem  do  coração  e  fornece  informações  sobre  a  função  cardíaca  e  detecta  a  presença  de  hipertensão  pulmonar.    

 

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Tratamento O CURSO CLÍNICO DA FIBROSE PULMONAR É MUITO VARIÁVEL  e  pode  ser  difícil  de  prever.  Consequentemente,  as  estratégias  de  tratamento  da  fibrose  pulmonar  são  bastante  individualizadas  e  baseadas  na  história  clínica  e  outras  condições  do  paciente.  Embora  não  haja  cura  ou  tratamentos  aprovados  pelo  FDA  para  a  fibrose  pulmonar  idiopática  nos  Estados  Unidos,  e  existam  opções  limitadas  de  tratamento  na  União  Europeia  e  na  Ásia,  existem  várias  opções  terapêuticas  para  ajudar  os  pacientes  a  controlar  a  doença  e  manter  a  qualidade  de  vida  e  as  atividades  da  vida  diária.  Os  padrões  típicos  de  tratamento  podem  incluir  tratamentos  prescritos,  complementação  de  oxigênio,  reabilitação  pulmonar,  transplante  de  pulmão  e/ou  encaminhamento  para  participação  em  um  estudo  clínico.  O  transplante  de  pulmão  permanece  sendo  o  curso  de  tratamento  mais  viável  para  prolongar  a  vida  de  pessoas  com  fibrose  pulmonar  idiopática;  essa  opção  deve  ser  discutida  com  seu  médico.    Para  alguns  pacientes,  dependendo  do  tipo  específico  de  fibrose  pulmonar,  os  medicamentos  podem  estabilizar  a  doença  e  oferecer  benefícios  com  a  continuação  do  uso.  Alguns  desses  medicamentos  podem  ser  prescritos  para  controlar  os  sintomas  quando  o  paciente  apresentar  exacerbação  aguda  ou  períodos  de  agravamento.  Os  medicamentos  podem  ser  usados  sozinhos  ou  juntamente  com  outros  medicamentos.      É  importante  observar  que  os  pacientes  com  fibrose  pulmonar  idiopática  tratados  com  “tratamento  combinado  triplo”  com  corticosteroides,  azatioprina  e  N-­‐acetilcisteína  (NAC),  ou  que  tenham  recebido  prescrição  desse  tratamento,  devem  conversar  com  seus  médicos  sobre  os  riscos  e  os  benefícios  desse  tratamento  combinado.15    As  diretrizes  internacionais  de  fibrose  pulmonar  idiopática  indicam  que  alguns  agentes  podem  oferecer  possíveis  benefícios  para  alguns  pacientes  e  os  médicos  devem  estar  preparados  para  ajudar  os  pacientes  a  decidir  se  uma  determinada  opção  de  tratamento  é  adequada.  Como  ocorre  com  todos  os  medicamentos  para  qualquer  doença,  os  pacientes  devem  discutir  as  opções  específicas  de  tratamento  diretamente  com  o  médico  para  determinar  a  melhor  abordagem  para  seu  caso.    Os  medicamentos  a  seguir  podem  ser  prescritos  para  o  tratamento  de  fibrose  pulmonar:    OPÇÕES DE TRATAMENTO FARMACOLÓGICOS

Corticosteroides

(prednisona)

A  prednisona  é  utilizada  para  suprimir  o  sistema  imunológico  e  a  inflamação.  A  forma  de  ação  é  semelhante  à  do  cortisol  que  é  produzido  pelas  glândulas  adrenais.  Dependendo  da  dose,  o  tratamento  prolongado  pode  fazer  com  que  as  glândulas  adrenais  parem  de  produzir  cortisol.  Por  esse  motivo,  quando  o  tratamento  com  prednisona  for  descontinuado,  é  necessário  reduzir  a  dose  gradualmente  para  permitir  que  as  glândulas  adrenais  se  recuperem.  Como  suprime  o  sistema  imunológico,  a  prednisona  pode  aumentar  a  frequência  e  a  gravidade  das  infecções.  A  prednisona  apresenta  muitos  efeitos  colaterais,  portanto,  indivíduos  submetidos  a  tratamento  prolongado  ou  a  doses  altas  devem  ser  cuidadosamente  monitorados.  

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Ciclofosfamida

(Cytoxan®)

Cytoxan®  é  um  medicamento  para  o  tratamento  de  câncer  frequentemente  administrado  sozinho  ou  em  associação  com  prednisona  .  Em  geral,  o  medicamento  é  administrado  por  via  oral,  mas,  em  algumas  circunstâncias,  também  pode  ser  administrado  por  via  intravenosa.  

Azatioprina (Imuran®) Imuran®  é  utilizado  para  suprimir  o  sistema  imunológico  e  é  frequentemente  usado  para  tratar  doenças  autoimunes,  como  artrite  reumatoide.  O  medicamento  também  é  utilizado  para  impedir  que  o  organismo  rejeite  órgãos  após  o  transplante.  Embora  tenha  havido  casos  de  sucesso  em  um  pequeno  número  de  indivíduos,  a  eficácia  de  Imuran®  no  tratamento  de  fibrose  pulmonar  idiopática  não  foi  confirmada  até  o  presente  momento  em  estudos  clínicos  randomizados.    

N-acetilcisteína (NAC) A  NAC  é  um  antioxidante  que  ocorre  naturalmente.  Pode  ser  administrada  por  via  oral  e,  teoricamente,  poderia  prevenir  algumas  lesões  oxidativas  que  precedem  um  aumento  da  fibroproliferação.  Em  um  estudo  não  randomizado  de  pequeno  porte  foi  demonstrado  a  melhora  na  função  pulmonar  de  pacientes  com  fibrose  pulmonar  idiopática.  Vários  estudos  estão  sendo  realizados  para  investigar  a  eficácia  da  NAC  em  associação  com  outros  medicamentos  para  o  tratamento  de  fibrose  pulmonar  idiopática.  

Pirfenidona (Esbriet®,

Pirfenex®, Pirespa®)

A  pirfenidona  é  um  antifibrótico  e  anti-­‐inflamatório  aprovada  para  o  tratamento  da  fibrose  pulmonar  idiopática  leve  a  moderada  na  União  Europeia  e  em  alguns  países  da  Ásia.  Em  outros  países,  inclusive  nos  EUA,  a  pirfenidona  ainda  é  considerada  um  “tratamento  experimental”.  Estudos  clínicos  continuam  sendo  realizados  nesses  países  para  investigar  a  eficácia  da  pirfenidona  para  o  tratamento  da  fibrose  pulmonar  idiopática  com  o  objetivo  de  atender  as  exigências  regulatórias.  

Oxigenoterapia

complementar

Como  a  fibrose  inibe  a  transferência  adequada  de  oxigênio  para  a  corrente  sanguínea,  alguns  pacientes  podem  necessitar  de  oxigênio  complementar.  Essa  terapia  ajuda  a  reduzir  a  falta  de  ar  e  permite  que  o  paciente  permaneça  mais  ativo.  Alguns  pacientes  podem  necessitar  de  oxigenoterapia  o  tempo  todo,  enquanto  outros  podem  precisar  somente  durante  o  sono  ou  realização  de  exercícios.  O  médico  pode  determinar  se  um  paciente  necessita  de  oxigênio  complementar  por  meio  de  um  exame  para  avaliação  da  saturação  de  oxigênio  na  corrente  sanguínea.      Se  o  médico  tiver  prescrito  oxigênio  complementar,  é  importante  seguir  o  tratamento  conforme  indicado.  Muitos  pacientes  têm  medo  de  ficarem  “viciados”  e  dependentes  do  oxigênio  complementar.  É  importante  saber  que  o  oxigênio  complementar  não  causa  dependência.  É  preciso  manter  a  quantidade  adequada  de  oxigênio  na  corrente  sanguínea  para  manter  as  funções  normais  do  organismo.  Baixos  níveis  de  oxigênio  no  sangue  podem  causar  outros  problemas  de  saúde.  

 

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Além  dos  tratamentos  farmacológicos,  também  existem  opções  de  tratamentos  não  medicamentosos  para  os  pacientes  com  fibrose  pulmonar:      OPÇÕES DE TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICOS

Reabilitação pulmonar A  reabilitação  pulmonar  inclui  condicionamento;  treinamento  com  exercícios  e  exercícios  respiratórios;  controle  da  ansiedade,  do  estresse  e  da  depressão;  orientação  nutricional;  informações  e  outros  componentes.  O  objetivo  da  reabilitação  pulmonar  é  restaurar  a  capacidade  do  paciente  de  desempenhar  suas  funções  sem  falta  de  ar  extrema.  Esse  tratamento  se  tornou  padrão  para  pessoas  com  doença  pulmonar  crônica  e  estudos  recentes  demonstraram  melhorias  tanto  na  capacidade  de  exercícios  quanto  na  qualidade  de  vida  relacionada  à  saúde  de  pacientes  com  fibrose  pulmonar  idiopática.16  Esses  programas  oferecem  vários  serviços  e  podem  ser  realizados  em  pacientes  hospitalizados,  em  ambulatório  e  na  residência/comunidade.  Esses  programas  são  multidisciplinares,  o  que  significa  que  a  equipe  é  formada  por  enfermeiros,  terapeutas  respiratórios,  fisioterapeutas,  assistentes  sociais,  nutricionistas  e  outros  profissionais.  

Transplante de pulmão A  fibrose  pulmonar  idiopática  é  a  principal  causa  para  indicação  de  transplante  de  pulmão  em  muitos  grandes  centros  de  transplante.  O  transplante  pode  melhorar  tanto  a  longevidade  quanto  a  qualidade  de  vida  em  pacientes  selecionados  que  não  apresentem  outros  problemas  de  saúde  significativos.  Anteriormente,  era  incomum  que  pessoas  com  mais  de  65  anos  de  idade  recebessem  transplantes.  No  entanto,  como  as  técnicas  de  cirurgia  e  os  resultados  melhoraram,  um  número  maior  de  centros  está  realizando  transplantes  em  indivíduos  com  mais  de  65  anos.      Até  recentemente,  era  essencial  encaminhar  o  paciente  o  quanto  antes  devido  aos  longos  períodos  de  espera  para  o  transplante.  Felizmente,  com  o  novo  sistema  de  alocação  de  pulmão  (LAS)  usado  pela  United  Network  for  Organ  Sharing  (UNOS,  www.unos.org),  os  candidatos  a  transplante  são  avaliados  com  base  na  gravidade  da  doença.  Consequentemente,  o  tempo  de  espera  por  um  transplante  caiu  drasticamente.      O  transplante  é  um  procedimento  que  envolve  riscos;  os  pacientes  devem  conversar  com  seus  médicos  sobre  todos  os  possíveis  riscos  e  benefícios  do  transplante  de  pulmão.  

 TRATAMENTO DAS EXACERBAÇÕES AGUDAS E COMORBIDADES

 Os  pacientes  com  fibrose  pulmonar  podem  apresentar  períodos  de  agravamento  chamados  “exacerbações  agudas”.  O  tratamento  desses  episódios  é  geralmente  feito  com  altas  doses  de  prednisona.2  O  médico  poderá  administrar  prednisona  ou  outros  tratamentos  caso  tenha  uma  exacerbação  aguda.    

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Pacientes  com  fibrose  pulmonar  frequentemente  apresentam  também  outras  doenças  associadas,  chamadas  “comorbidades”.  Essas  comorbidades  podem  incluir  hipertensão  pulmonar,  doença  do  refluxo  gastroesofágico,  obesidade,  enfisema  e  apneia  obstrutiva  do  sono.  O  plano  de  tratamento  provavelmente  incluirá  tratamento  direcionado  para  fibrose  pulmonar  e  tratamento  para  as  comorbidades.  Os  profissionais  de  saúde  o  ajudarão  a  determinar  como  as  comorbidades  devem  ser  tratadas.    ESTUDOS CLÍNICOS

 Como  atualmente  não  existem  tratamentos  para  a  fibrose  pulmonar  idiopática  aprovados  pelo  FDA  nos  Estados  Unidos  e  as  opções  de  tratamento  são  limitadas  na  União  Europeia  e  na  Ásia,  muitos  pacientes  optam  por  participar  de  estudos  clínicos  após  consultarem  seus  médicos.  A  eficácia  de  tratamentos  novos  e  experimentais  é  avaliada  em  estudos  clínicos.    A  comunidade  de  pesquisa  está  atuando  ativamente  na  investigação  de  novos  tratamentos  para  todas  as  formas  de  fibrose  pulmonar.  Embora  o  objetivo  de  longo  prazo  das  pesquisas  seja  prevenir  e  curar  a  doença,  as  abordagens  terapêuticas  atuais  consistem  em  tentativas  de  desacelerar  a  progressão  da  doença  e  aumentar  a  expectativa  de  vida  de  pacientes  com  fibrose  pulmonar.  Alguns  estudos  estão  em  estágios  avançados  de  desenvolvimento,  mas  outros  ainda  estão  em  estágios  muito  mais  iniciais.  Existem  vários  estudos  clínicos  que  buscam  ativamente  a  participação  de  pacientes.  Algumas  das  abordagens  terapêuticas  que  estão  atualmente  sendo  estudadas  incluem:  

• Vasodilatadores  pulmonares  (como  sildenafil),  que  podem  ajudar  a  processar  o  oxigênio  com  maior  eficiência.  

• Tratamentos  antifibróticos,  que  podem  ajudar  a  desacelerar  ou  inibir  a  cicatrização  

do  tecido  (fibrose)  • Inibidores  da  angiogênese  tumoral,  que  bloqueiam  a  via  de  sinalização  de  proteínas  

que  promovem  a  proliferação  fibrótica.    

• Inibidores  de  proteínas  do  “fator  de  crescimento”,  que  bloqueiam  proteínas  que  podem  contribuir  para  a  formação  de  fibrose.  

• Pesquisa  genética  para  identificar  genes  e  variações  genéticas  que  possam  estar  

associadas  ao  desenvolvimento  e  à  progressão  de  fibrose  pulmonar,  

• Pesquisa  de  biomarcadores  para  procurar  moléculas  biológicas  no  sangue,  em  tecidos  ou  outros  líquidos  orgânicos  que  possam  predizer  o  desenvolvimento  de  fibrose  pulmonar,  a  taxa  de  progressão  da  doença  ou  a  eficácia  de  uma  intervenção  terapêutica.  

 É muito importante que os pacientes conversem com seus médicos por ocasião do

diagnóstico sobre a possibilidade de participar de um estudo clínico. A cura para a

doença será encontrada por meio de estudos clínicos. Acesse a seção de pesquisa de

nosso site no endereço www.pulmonaryfibrosis.org/research para saber mais sobre estudos

clínicos.

 

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Monitoramento O MONITORAMENTO CONTÍNUO DA FIBROSE PULMONAR  é  uma  parte  muito  importante  da  manutenção  de  sua  saúde.  Através  do  monitoramento,  você  e  os  profissionais  da  saúde  poderão  determinar  como  você  está  reagindo  ao  tratamento,  se  a  doença  está  estável  e  as  etapas  seguintes  a  serem  adotadas.  O  contato  regular  com  esses  profissionais  também  ajudará  a  garantir  que  você  receba  os  melhores  e  mais  atualizados  tratamentos  disponíveis  para  a  fibrose  pulmonar.      O  padrão  de  monitoramento  clínico  variará  de  acordo  com  o  tipo  específico  de  fibrose  pulmonar.  Independentemente  da  causa  subjacente  da  fibrose  pulmonar,  o  monitoramento  contínuo  é  um  componente  vital  do  tratamento.  Converse  com  os  profissionais  da  saúde  sobre  a  frequência  com  que  as  consultas  devem  ser  realizadas  e  quais  medidas  precisam  ser  adotadas  para  garantir  que  a  doença  seja  devidamente  tratada.    

Cuidados paliativos e para pacientes

terminais O PRINCIPAL OBJETIVO DOS CUIDADOS PALIATIVOS É MANTER O PACIENTE CONFORTÁVEL.  Os  cuidados  paliativos  não  se  destinam  especificamente  a  tratar  a  fibrose  pulmonar,  mas  sim  a  melhorar  a  qualidade  de  vida  para  pacientes  com  doença  crônica.  Portanto,  é  adequado  para  todos  os  pacientes  que  sentem  desconforto  devido  à  fibrose  pulmonar.    Cuidados paliativos

 Utilizando  uma  abordagem  multidisciplinar,  os  cuidados  paliativos  podem  envolver  fatores  físicos,  psicossociais  e  espirituais  na  abordagem  do  tratamento.  As  equipes  podem  ser  compostas  de  médicos,  farmacêuticos,  enfermeiros,  líderes  religiosos,  assistentes  sociais,  psicólogos  e  outros  profissionais  ligados  à  assistência  médica.  Em  pacientes  com  fibrose  pulmonar,  essas  equipes  se  concentram  em  metas  concretas,  como  alívio  da  dor  e  de  outros  sintomas  que  causam  sofrimento,  atendimento  espiritual,  desenvolvimento  de  sistemas  de  apoio  e  incentivo  a  um  estilo  de  vida  ativo.    Cuidados para pacientes terminais

 Os  cuidados  para  pacientes  terminais  destinam-­‐se  a  pacientes  no  fim  da  vida  e  seu  objetivo  é  ajudar  pacientes  terminais  a  ter  paz,  conforto  e  dignidade.  Esses  cuidados  são  reservados  para  pacientes  com  menos  de  6  meses  de  vida.  Eles  recebem  tratamento  para  controlar  a  dor  e  outros  sintomas  e  manter  seu  conforto.  Os  cuidados  para  pacientes  terminais  também  incluem  o  apoio  para  as  famílias.  O  atendimento  a  esses  pacientes  pode  ser  oferecido  em  uma  instituição  especial  para  esse  fim,  mas  também  em  instituições  para  idosos,  em  hospitais  ou  na  casa  do  paciente.    

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Mudanças no estilo de vida OS PACIENTES PODEM FAZER MUITAS COISAS  para  manter  ou  melhorar  a  qualidade  de  vida  com  fibrose  pulmonar.  O  National  Institutes  of  Health  (www.nih.gov)  e  a  Mayo  Clinic  (www.mayoclinic.org)  oferecem  diversas  recomendações  para  pacientes,  algumas  das  quais  apresentamos  abaixo.  

Manter a forma.  Uma  das  piores  consequências  da  doença  pulmonar  e  da  sensação  de  falta  de  ar  é  o  desenvolvimento  de  um  estilo  de  vida  inativo.  Para  muito  pacientes,  atividades  comuns  da  vida  diária,  como  tomar  banho  e  se  vestir,  podem  produzir  um  cansaço  terrível.  O  “desespero  para  respirar”  pode  gerar  crises  de  pânico  e  produzir  efeitos  psicológicos  negativos.  Algumas  vezes,  pessoas  com  problemas  respiratórios  crônicos  restringem  suas  atividades  físicas  para  tentar  evitar  a  falta  de  ar.  A  falta  de  exercícios  físicos  faz  mal  para  você;  a  inatividade  enfraquece  os  músculos  e  estes  se  tornam  menos  eficientes.  A  falta  de  condicionamento  físico  pode  tornar  difíceis  as  tarefas  mais  simples  da  vida.  A  prática  regular  de  exercícios  fortalece  os  músculos  e  os  tornam  mais  resistentes  à  fadiga.  Com  a  prática  e  o  treinamento,  é  possível  aprender  a  realizar  as  tarefas  de  uma  maneira  mais  eficiente.  E  com  mais  eficiência,  precisará  de  menos  oxigênio  para  realizar  a  mesma  quantidade  de  trabalho.  Consequentemente,  poderá  descobrir  que  tem  mais  energia  para  as  tarefas  diárias  e  que  sente  menos  falta  de  ar.  Um  programa  formal  de  reabilitação  (reabilitação  pulmonar)  é  preferível  porque  permite  a  observação  durante  os  exercícios  e  que  estes  sejam  adaptados  para  suas  necessidades  específicas.    

 Boa alimentação.  Uma  dieta  saudável  deve  incluir  variedade  de  frutas,  vegetais  e  grãos  integrais.  Também  deve  incluir  carnes  magras,  aves,  peixe  e  feijão,  além  de  produtos  desnatados  ou  semidesnatados  derivados  do  leite.  Uma  dieta  saudável  deve  ser  pobre  em  gorduras  saturadas,  gorduras  trans,  colesterol,  sódio  (sal)  e  açúcar  refinado.  Consumir  refeições  menores  com  maior  frequência  pode  prevenir  a  sensação  de  estômago  cheio  que  pode  dificultar  a  respiração.  Caso  necessite  de  ajuda  com  a  dieta,  peça  ao  médico  para  encaminhá-­‐lo  a  um  nutricionista.  É  essencial  consumir  uma  dieta  rica  em  nutrientes  e  com  a  quantidade  adequada  de  calorias.  Um  nutricionista  pode  dar  mais  orientações  sobre  uma  alimentação  saudável.    

 Descansar bastante.  Obter  descanso  de  qualidade,  pelo  menos,  por  oito  horas  todas  as  noites  pode  reforçar  o  seu  sistema  imunológico  e  a  sensação  de  bem-­‐estar.      

 Parar de fumar.  Evitar  irritantes  ambientais,  como  a  fumaça  de  cigarro,  é  uma  boa  maneira  de  prevenir  outros  danos  aos  pulmões.  Se  ainda  fuma,  o  mais  importante  a  fazer  é  parar  de  fumar.  Como  fumar  causa  dependência,  pode  ser  uma  tarefa  difícil.  Procure  a  ajuda  de  seu  médico  para  encontrar  cursos  que  ensinam  como  parar  de  fumar  ou  outros  métodos  benéficos.  Um  fumante  passivo  pode  correr  o  mesmo  risco  de  um  fumante.  Peça  para  as  pessoas  da  família  e  amigos  não  fumar  perto  de  você.  

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Manutenção do tratamento VOCÊ É O CENTRO DE SEU TRATAMENTO.  Embora  os  médicos,  enfermeiros  e  outros  profissionais  de  saúde  o  ajudem  no  tratamento  de  sua  doença,  você  é  a  parte  mais  importante  no  cuidado  de  sua  saúde.  As  pessoas  que  assumem  um  papel  ativo  em  seu  próprio  tratamento  obtêm  resultados  melhores  com  o  passar  do  tempo.  Apresentamos  a  seguir  algumas  atitudes  que  você  pode  tomar  para  melhorar  o  tratamento:    Expresse suas ideias.  Converse  com  os  profissionais  de  saúde  se  tiver  alguma  preocupação  relacionada  ao  tratamento  ou  se  não  entender  algum  ponto  sobre  a  doença.  O  objetivo  desses  profissionais  é  manter  sua  saúde  e  eles  o  ajudarão  com  esses  problemas.    Prepare-se para as consultas.  É  importante  fazer  consultas  regulares  com  os  profissionais  que  cuidam  de  sua  saúde.  Leve  uma  lista  de  perguntas  ou  preocupações.      

 

 Aprender e praticar técnicas de relaxamento.  O  relaxamento  físico  e  emocional  evita  o  consumo  excessivo  de  oxigênio  causado  pela  tensão  muscular.  Aprender  técnicas  de  relaxamento  também  pode  ajudar  a  controlar  o  pânico  que  frequentemente  acompanha  a  falta  de  ar.  Participar  de  um  grupo  e/ou  procurar  orientação  profissional  pode  ajudar  a  lidar  com  seus  sentimentos  e  com  a  ansiedade  e  depressão  que  são  comuns  em  pessoas  com  distúrbios  respiratórios  crônicos;  esses  sentimentos  podem  agravar  a  doença  subjacente.  Muitas  pessoas  têm  medo  de  perder  a  capacidade  de  desenvolver  suas  atividades  sozinhas  e  de  ficarem  dependentes  de  outras  pessoas.  A  restrição  da  atividade  devido  à  falta  de  ar  pode  levar  ao  isolamento  da  família  e  dos  amigos,  o  que  pode  agravar  a  depressão.    

 Participar de um grupo de apoio.  O  simples  fato  de  saber  que  existem  outras  pessoas  que  sabem  como  se  sente  pode  ser  reconfortante.  Compartilhe  ideias,  medos  e  alegrias.  Uma  lista  detalhada  de  grupos  de  apoio  locais  e  on-­‐line  pode  ser  encontrada  no  site  www.pulmonaryfibrosis.org/supportgroups.    

 Participar de seu tratamento.  Lembre-­‐se  de  que  você  faz  parte  da  equipe  que  cuida  de  sua  saúde  que  inclui  médicos  e  enfermeiros.  Esses  profissionais  farão  muitas  perguntas.  Como  membro  dessa  equipe,  você  tem  a  responsabilidade  de  fazer  sua  parte.  Prepare-­‐se  para  fazer  suas  próprias  perguntas.  Seja  participativo.  Leve  alguém  com  você  nas  consultas  e  prepare  uma  lista  de  perguntas  às  quais  gostaria  que  seu  médico  respondesse.    

 Ajudar outras pessoas com fibrose pulmonar.  Pense  na  possibilidade  de  participar  do  programa  de  defesa  de  pacientes  da  Fundação  de  Fibrose  Pulmonar  (PFF).  Você  poderá  se  fortalecer  por  saber  que  está  ajudando  futuros  pacientes  e  pesquisadores  por  meio  da  sua  atuação  em  defesa  da  comunidade  de  fibrose  pulmonar.    

 Manter uma atitude positiva.  A  participação  ativa  no  controle  de  sua  doença  é  altamente  reforçada  por  uma  atitude  positiva.  A  atitude  positiva  pode  ajudar  você  ou  as  pessoas  amadas  a  lidar  melhor  com  a  doença.    

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Faça perguntas para os profissionais de saúde.  Para  isso  é  necessário  comunicar-­‐se  com  profissionais  de  saúde  e  preparar-­‐se.  Não  é  possível  ajudar  o  processo  de  decisão  se  não  compreender  os  fatores  envolvidos.    Faça anotações. É  provável  que  obtenha  muitas  informações  durante  as  consultas  e  isso  pode  gerar  confusão.  Não  tenha  medo  de  fazer  anotações  para  ajudá-­‐lo  a  lembrar  de  questões  importantes  sobre  seu  tratamento  mais  tarde.    Deixe que sua família e seus amigos o ajudem. O  apoio  emocional  é  tão  importante  quanto  os  outros  tratamentos.  Você  pode  pedir  que  alguém  o  acompanhe  nas  consultas.  Manter  a  saúde  também  será  muito  mais  fácil  se  puder  contar  com  o  apoio  de  alguém.  Isso  é  especialmente  verdadeiro  se  estiver  tentando  modificar  seu  estilo  de  vida.  É  difícil  parar  de  fumar,  fazer  mais  exercícios,  ou  mudar  a  dieta;  deixe  que  as  pessoas  que  gostam  de  você  o  ajudem  a  atingir  suas  metas.  

Entre em contato com grupos de apoio ou que atuam em defesa de pacientes.  Entre  em  contato  com  grupos  nacionais  ou  da  comunidade  destinados  a  ajudar  pessoas  com  fibrose  pulmonar.  Descobrir  como  outras  pessoas  controlam  suas  doenças  pode  ser  muito  útil  para  você.  Essas  pessoas  podem  dar  dicas  ou  ideias  inestimáveis  que  podem  ajudar  a  controlar  a  doença  com  maior  facilidade.  É  possível  também  dar  dicas  para  outras  pessoas  e  ajudar  no  apoio  à  comunidade.    Mantenha-se informado!  Continue  buscando  informações  sobre  fibrose  pulmonar.  Quanto  mais  souber,  mais  capacitado  ficará  para  controlar  a  doença  e  reconhecer  quando  necessita  procurar  atendimento  nos  serviços  de  saúde.  É  importante  estar  ciente  de  que  existem  informações  incorretas  na  internet;  acesse  somente  fontes  confiáveis  de  informação,  como  os  grupos  que  atuam  em  defesa  de  pacientes  e  fontes  médicas  ou  científicas  respeitadas.     SUA EQUIPE DE ATENDIMENTO

 

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Perguntas a serem feitas aos

profissionais de saúde OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SÃO SEUS PARCEIROS  no  tratamento  de  fibrose  pulmonar.  É  importante  compreender  bem  sua  doença  e  como  você  deve  cuidar  de  sua  saúde.  Peça  aos  profissionais  de  saúde  que  esclareçam  todas  as  dúvidas  que  possa  ter  sobre  o  tratamento.  Apresentamos  a  seguir  algumas  perguntas  que  podem  ajudar  a  controlar  o  tratamento:    Qual será o impacto da fibrose pulmonar em minha vida e o que eu não posso fazer?

Você  provavelmente  já  sabe  os  limites  do  que  pode  e  não  pode  fazer  em  sua  vida  diária.  Algumas  atividades  que  não  realiza  regularmente  podem  sofrer  o  impacto  da  fibrose  pulmonar.  Essas  atividades  incluem  viagens  áreas  ou  visitas  a  locais  situados  em  grandes  altitudes.  O  médico  poderá  ajudá-­‐lo  a  identificar  as  atividades  que  podem  apresentar  dificuldades.    O que devo fazer e com quem devo entrar em contato se tiver problemas com a

fibrose pulmonar?

É  essencial  que  qualquer  pessoa  com  uma  doença  crônica  tenha  um  plano  de  ação  definido  em  caso  de  problemas.  Obtenha  informações  sobre  onde  ir,  para  quem  ligar  e  o  que  fazer  durante  as  noites  e  finais  de  semana  se  tiver  problemas  com  fibrose  pulmonar.  Também  é  necessário  saber  com  quem  entrar  em  contato  em  caso  de  dúvidas  ou  preocupações  com  o  tratamento  atual.    Qual é o momento certo de iniciar ou mudar de tratamento?

A  decisão  de  iniciar  o  tratamento  depende  do  seu  estado  de  saúde  e  da  sua  vontade.  A  decisão  deve  ser  tomada  juntamente  com  profissionais  de  saúde  e  com  as  pessoas  que  o  apoiam,  como  família  e  amigos.  Pode  haver  necessidade  de  mudar  o  tratamento  à  medida  que  a  doença  e  as  necessidades  mudam.  Obviamente,  deve-­‐se  discutir  outras  opções  de  tratamento  se  o  tratamento  não  estiver  funcionando  adequadamente.  No  entanto,  mesmo  quando  o  tratamento  estiver  funcionando  bem,  pode  haver  opções  melhores  para  suas  necessidades.  Pesquisar  as  opções  disponíveis  é  uma  boa  maneira  de  descobrir  quais  mudanças  estão  ocorrendo  no  tratamento  para  fibrose  pulmonar  e  ajudar  a  garantir  que  você  obtenha  o  melhor  tratamento  para  a  doença  e  para  seu  estilo  de  vida.    O meu tratamento interferirá com outros medicamentos que tomo?

É  muito  importante  que  os  profissionais  de  saúde  saibam  todos  os  medicamentos  que  toma  regularmente  —  tanto  os  medicamentos  prescritos  quanto  os  medicamentos  de  venda  livre,  além  de  vitaminas  e  outros  suplementos  nutricionais.  Pedir  informações  sobre  interações  medicamentosas  ao  seu  médico  ajuda  a  garantir  que  todos  seus  medicamentos  sejam  reavaliados  quanto  a  interações  medicamentosas  potencialmente  perigosas.    Existem outros recursos que podem me ajudar a ter um estilo de vida mais saudável?

Melhorar  o  estilo  de  vida  é  um  componente  essencial  para  melhorar  a  qualidade  de  vida.  No  entanto,  pode  ser  muito  difícil  mudar  coisas  como  fazer  exercícios,  dieta  ou  parar  de  fumar.  Os  profissionais  de  saúde  podem  encaminhá-­‐lo  para  outros  profissionais/instituições  que  possam  ajudá-­‐lo  a  mudar  seu  estilo  de  vida  e  adotar  comportamentos  mais  saudáveis,  como  grupos  de  apoio,  nutricionistas  e  personal  trainers.  Ter  interesse  em  adotar  um  comportamento  mais  saudável  é  o  primeiro  passo  para  conseguir  essas  mudanças.      

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Participar de um estudo clínico é adequado para mim?

Os  estudos  clínicos  podem  ser  um  recurso  para  pacientes  que  não  disponham  de  boas  opções  de  tratamento.  No  entanto,  muitos  fatores  devem  ser  analisados  antes  que  se  inscreva  para  participar  em  um  estudo  clínico,  como  por  exemplo,  quais  estudos  estão  sendo  realizados,  sua  disposição  em  participar  e  seu  estado  de  saúde  no  momento.  Se  tiver  interesse  em  participar  de  um  estudo  clínico,  converse  com  os  profissionais  de  saúde  sobre  as  opções;  esses  profissionais  o  ajudarão  a  determinar  se  a  participação  em  um  estudo  clínico  é  adequada  para  você.      

Sobre a Fundação de Fibrose Pulmonar A MISSÃO DA FUNDAÇÃO DE FIBROSE PULMONAR (PFF)  é  ajudar  a  encontrar  a  cura  para  a  fibrose  pulmonar  idiopática,  atuar  em  defesa  da  comunidade  de  fibrose  pulmonar,  promover  a  conscientização  sobre  a  doença  e  proporcionar  um  ambiente  humanizado  para  os  pacientes  e  seus  familiares.    Os  objetivos  da  PFF  são  ambiciosos  e  incluem:  

• Aumentar  consideravelmente  o  financiamento  para  pesquisa  de  fibrose  pulmonar  e  ajudar  a  criar  parcerias  entre  a  comunidade  de  pesquisa  acadêmica  e  a  indústria  de  biotecnologia.  

• Criar  um  registro  nacional  de  pacientes  com  fibrose  pulmonar  e  uma  rede  de  

atendimento  clínico.  

• Promover  a  colaboração  e  a  inovação  em  nossa  conferência  bienal  internacional  de  assistência  à  saúde  –  Conferência  de  cúpula  da  PFF:  Do  laboratório  à  prática  clínica  –  para  médicos,  pesquisadores,  enfermeiros  especialistas,  profissionais  da  área  de  saúde,  pacientes  e  cuidadores.  Saiba  mais  em  www.pffsummit.org.  

• Expandir  nossa  rede  de  grupos  de  apoio  e  incluir  a  comunidade  internacional  de  

fibrose  pulmonar,  prestar  assistência  no  desenvolvimento  de  grupos  de  apoio  locais  e  melhorar  o  acesso  aos  grupos  de  apoio  da  PFF  on-­‐line.  

• Implementar  programas  de  informações  para  novos  pacientes  e  de  conscientização  

sobre  a  doença  por  meio  de  webinars,  serviços  de  suporte  on-­‐line  e  plataformas  de  mídias  sociais.  

• Representar  as  necessidades  de  nossos  membros  e  atuar  em  sua  defesa.  

• Buscar  ativamente  aumentar  a  conscientização  do  público  por  meio  de  anúncios  de  

serviços  públicos,  sites  de  redes  sociais  e  exposição  na  mídia  tradicional.    Nossa  equipe  está  sempre  disponível  para  conversar  sobre  suas  necessidades  individuais.  Caso  conheça  um  paciente  ou  uma  família  que  esteja  precisando  de  nossa  ajuda,  forneça-­‐lhe  nossas  informações  de  contato.      

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PULMONARY FIBROSIS FOUNDATION

811  West  Evergreen  Avenue  Suite  204    Chicago,  Illinois  60642-­‐2642    888.733.6741Telefone  866.587.9158  Fax  [email protected]    www.pulmonaryfibrosis.org      PARTICIPE DA COMUNIDADE DA PFF

 Precisamos  de  sua  ajuda!  A  inscrição  na  Fundação  de  Fibrose  Pulmonar  (PFF)  é  gratuita  e  o  ajudará  a  conectar-­‐se  com  a  comunidade  de  fibrose  pulmonar  em  nossa  luta  para  encontrar  a  cura  para  essa  doença  devastadora.  Os  benefícios  incluem:    

• Convites  para  eventos  educacionais  patrocinados  pela  PFF,  incluindo  seminários  pela  internet  

• Participação  em  nossas  comunidades  on-­‐line  e  em  grupos  de  apoio    • Nosso  boletim  eletrônico  mensal  e  boletim  semestral  Breathe  Bulletin    • E-­‐mails  com  atualizações  importantes  para  a  comunidade  de  fibrose  pulmonar  

− Anúncios  para  grupos  de  apoio  − Anúncios  sobre  estudos  clínicos  importantes  − Anúncios  sobre  levantamento  de  fundos  e  convites  

• Participação  nos  esforços  da  PFF  em  defesa  dos  pacientes    Como  pode  contribuir  para  ajudar  a  encontrar  a  cura  para  a  fibrose  pulmonar  idiopática?  

• Faça  uma  doação  monetária  • Faça  uma  doação  em  ações  comercializáveis    • Compre  a  pulseira  "Breathe"  (respirar)  e  outros  produtos  da  PFF    • Coloque  a  PFF  em  seu  testamento    • Estabeleça  uma  contribuição  anual  em  benefício  da  PFF  • Torne-­‐se  um  voluntário  

 Ligue para 888.733.6741 ou acesse o site www.pulmonaryfibrosis.org para fazer uma

doação ou para entrar para a comunidade da PFF.

   

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Glossário Alvéolos  —  Minúsculos  sacos  de  ar  nos  pulmões  onde  o  dióxido  de  carbono  sai  da  corrente  sanguínea  e  o  oxigênio  entra  na  corrente  sanguínea.      Broncoscópio  —  Dispositivo  utilizado  para  examinar  a  parte  interna  dos  pulmões.    Capacidade de difusão (DLCO)  —  Medida  da  capacidade  de  difusão  do  oxigênio  na  corrente  sanguínea.    Capacidade Vital Forçada (CVF)  —  O  volume  máximo  de  ar  exalado  pelos  pulmões.  Medido  por  espirometria.    Comorbidade  —  Doença  ou  outro  problema  que  ocorre  simultaneamente  com  a  fibrose  pulmonar.  

Cuidados paliativos  —  Tratamento  não  curativo  para  tratamentos  dos  sintomas  e  concentrado  em  melhorar  a  qualidade  de  vida.  Pode  ser  administrado  concomitantemente  ao  tratamento  curativo.    Cuidados para pacientes terminais  —  Cuidados  paliativos  para  pacientes  no  fim  da  vida.    Dispneia  —  Dificuldade  para  respirar  ou  falta  de  ar.    Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)  —  Regurgitação  de  ácidos  estomacais  para  o  esôfago  e  a  garganta,  causando  azia,  indigestão  ácida  e  possível  lesão  na  mucosa  da  garganta.  Também  chamado  de  refluxo  ácido.    Doenças intersticiais pulmonares (DIP)  —  Uma  ampla  categoria  que  engloba  mais  de  200  doenças  pulmonares  que  afetam  o  interstício  pulmonar.    Doenças pulmonares parenquimatosas difusas (DPDP)  —  Outro  nome  para  doenças  intersticiais  pulmonares.    Espirometria  —  Teste  para  avaliar  o  volume  de  ar  inalado  e  exalado  em  um  período  de  tempo.    Exacerbação aguda  —  Episódio  de  declínio  rápido  ou  de  surgimento  de  sintomas.    Fibroproliferação  —  Pertencente  ou  relativo  ao  crescimento  de  fibroblastos,  umas  das  células  básicas  que  constituem  o  tecido  conjuntivo.    Fibrose —  Aumento  do  tecido  fibroso  cicatricial.    Hipertensão pulmonar  —  Pressão  alta  em  artérias  pulmonares.      Idiopático  —  De  causa  não  determinada.    Interstício  —  O  espaço  ao  redor  dos  alvéolos.    

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Patologista  —  Médico  especialista  em  alterações  associadas  à  doença  em  tecidos  e  órgãos.  Os  patologistas  auxiliam  no  diagnóstico  médico.    Pneumologista  —  Médico  especialista  em  pulmões.    Pneumonia intersticial usual (PIU)  —  Um  padrão  específico  alterado  em  exame  radiológico  ou  patológico.    Pneumonias intersticiais idiopáticas (PII)  —  Um  tipo  de  doença  intersticial  do  pulmão.  A  fibrose  pulmonar  idiopática  é  um  tipo  de  PII.    Pulmonar  —  Relativo  aos  pulmões.    Radiologista  —  Médico  especialista  no  uso  de  exames  radiológicos  (ex:  raios  X)  para  diagnosticar  doenças.    Reumatologista  —  Um  médico  especialista  em  doenças  reumáticas,  que  podem  incluir  artrite,  doenças  autoimunes  e  doenças  das  articulações.    Volume expiratório forçado (FEV1)  —  O  volume  máximo  de  ar  exalado  em  um  segundo.  Medido  por  espirometria.    

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As traduções deste Guia de informações para pacientes

com fibrose pulmonar foram possíveis graças ao

patrocínio da Boehringer Ingelheim, na categoria

Platinum, e da InterMune, na categoria Bronze.