61
ADRIANA LINDA ABDO Efeitos do treinamento com cicloergômetro na força muscular de quadríceps de pacientes em hemodiálise SÃO PAULO 2016 Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Mestra em Ciências da Saúde.

ADRIANA LINDA ABDO - fcmscsp.edu.br · fibrose e hipertensão pulmonar(22), assim é comum o achado de obstrução na prova de função pulmonar justificando a queixa recorrente de

Embed Size (px)

Citation preview

ADRIANA LINDA ABDO

Efeitos do treinamento com cicloergômetro na força muscular de quadríceps

de pacientes em hemodiálise

SÃO PAULO

2016

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Mestra em Ciências da Saúde.

ADRIANA LINDA ABDO

Efeitos do treinamento com cicloergômetro na força muscular de quadríceps

de pacientes em hemodiálise

SÃO PAULO

2016

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Mestra em Ciências da Saúde. Área de concentração: Ciências da Saúde Orientadora: Profa. Dra. Yvoty Alves dos Santos Sens Coorientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia dos Santos Alves

FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Abdo, Adriana Linda

Efeitos do treinamento com cicloergômetro na força muscular de quadríceps de pacientes com hemodiálise./ Adriana Linda Abdo. São Paulo, 2016.

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

Área de Concentração: Ciências da Saúde

Orientadora: Yvoty Alves dos Santos Sens

Coorientadora: Vera Lúcia dos Santos Alves

1. Força muscular 2. Dinamômetro de Força Muscular 3.

Insuficiência Renal Crônica 4. Exercício físico 5. Fisioterapia

BC-FCMSCSP/46-16

DEDICATÓRIA

Ao meu amado pai José, que mesmo não estando presente sei que continuará

sempre ao meu lado.

À minha amada mãe Dolir, sempre presente em todas as etapas da minha vida,

sendo fundamental em todas elas.

"Quem não sabe o que procura, não sabe interpretar o que acha."

Claude Bernard

AGRADECIMENTOS

À Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na pessoa do Provedor

Dr. José Luiz Egydio Setúbal.

À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na

pessoa do Diretor Prof. Dr. Valdir Golin.

À Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, na pessoa do Presidente Dr. José Cândido

de Freitas Júnior.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), na

pessoa do Dr. Carlos Afonso Nobre.

À Clínica de Nefrologia do Departamento de Medicina e Unidade de Diálise da Santa

Casa de Misericórdia de São Paulo, na pessoa do Prof. Dr. Luiz Antônio Miorin.

À minha orientadora, Profa. Dra. Yvoty Alves dos Santos Sens, pela possibilidade da

realização deste trabalho.

Ao Serviço de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Metabólica, na pessoa da Profa.

Dra. Vera Lúcia dos Santos Alves, minha coorientadora, sem o qual nada disso seria

possível.

A todo o grupo de Pesquisa em Fisioterapia da Santa Casa de São Paulo, em

especial a Vivian Bertoni Xavier, pela colaboração em todas as fases do estudo.

As estatísticas Ting e Érica e todos da secretaria da Pós-graduação pela

disponibilidade e assessoria sempre que necessário.

Aos meus pacientes, que são o motivo maior da realização deste estudo.

ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CVF capacidade vital forçada

DRC doença renal crônica

DPOC doença pulmonar obstrutiva crônica

f frequência respiratória

FC frequência cardíaca

FEF25/75% fluxo expiratório forçado entre 25 e 75%

HD hemodiálise

IC Insuficiência cardíaca

IMC índice de massa corpórea

Kt/V (K) depuração de ureia do dialisador, multiplicada pelo tempo de

tratamento (t) e dividida pelo volume de distribuição de ureia do

paciente

PA pressão arterial

PAD pressão arterial diastólica

PAS pressão arterial sistólica

Pemáx pressão expiratória máxima

PFE pico de fluxo

PFP prova de função pulmonar

Pimáx pressão inspiratória máxima

SpO2 saturação periférica de oxigênio

TC6’ teste da caminhada dos seis minutos

1RM uma repetição máxima

VEF1 volume expiratório forçado no primeiro segundo

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 01

1.1 Revisão da literatura 04

2. OBJETIVO 09

3. CASUÍSTICA E MÉTODO 11

3.1 Dinamometria 15

3.2 Acompanhamento do Grupo Controle 17

3.3 Protocolo para o Grupo Intervenção 18

3.4 Análise estatística 19

4. RESULTADOS 20

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 36

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

7. ANEXOS 43

8. APÊNDICES 47

1. INTRODUÇÃO

2

A doença renal crônica (DRC) consiste na diminuição progressiva até a

perda irreversível da função dos rins em consequência de diversos

mecanismos de injúria das estruturas renais. Em sua fase mais avançada os

pacientes têm indicação de terapia renal substitutiva (hemodiálise) ou

transplante renal(1).

A hemodiálise (HD) consiste na substituição da função dos rins, contudo,

pacientes submetidos a esse tipo de tratamento apresentam diversos sintomas

e sinais(2,3).

A DRC, especialmente na fase mais avançada afeta praticamente todos

os sistemas orgânicos entre eles o pulmonar, com a presença de pleurites,

calcificações e hipóxia, o cardiovascular com hipertensão arterial e insuficiência

cardíaca e o musculoesquelético com as miopatias e hipotrofia muscular(2,3).

Os relatos na literatura(4-8) mostram que a disfunção muscular em

pacientes com DRC sob HD está associada a alterações de múltiplos sistemas

e origina o descondicionamento e baixa tolerância ao exercício, porém os

mecanismos fisiopatológicos dessas alterações não são totalmente

compreendidos.

Há evidências, porém, que há atrofia muscular associada a miopatia

progressiva ao longo do tratamento dialítico e má nutrição nesses pacientes.

Além disso, 75% da população sob HD realiza o procedimento por um longo

período e cursa concomitantemente com alterações espirométricas de caráter

restritivo que podem intensificar os sintomas de fadiga e dispneia(6,8).

Diante desse quadro diversos estudos foram realizados com o objetivo

de estudar os benefícios dos exercícios físicos em pacientes que realizam

HD(1-6,8).

3

A maioria relata que exercícios aeróbios e de resistência melhoram a

força muscular e o condicionamento físico global após programas de

treinamento supervisionado realizado tanto no período intradialítico quanto no

período em que o paciente se encontra nos intervalos da diálise(1-6,8).

Diversos estudos descrevem os recursos para obter tal êxito. Um dos

recursos, o cicloergômetro, tem sido um equipamento de destaque por ser de

baixo custo, manejo simples e permitir o transporte com a execução de

exercício padronizado no momento intradialítico. A hipótese é de que os

pacientes que realizam a atividade com o cicloergômetro apresentam

incremento da força muscular e do condicionamento cardiovascular(9-11).

Esse tipo de treinamento com o cicloergômetro já é utilizado em

pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e insuficiência

cardíaca (IC). Os resultados obtidos mostram melhora da capacidade funcional,

alterações no perfil metabólico das fibras musculares, induzindo o crescimento

capilar com o aumento da densidade oxidativa e resistência à fadiga muscular,

o que pode promover consequentemente, o aumento da força e melhora do

quadro cardiorrespiratório(12,13).

Não foi encontrado na literatura estudos que quantifiquem este ganho de

força muscular em grandes grupos musculares, com medidas que permitam a

reprodução e sejam capazes de comprovar a efetividade dos programas de

reabilitação para o ganho da força muscular.

4

1.1 Revisão de literatura

A DRC pode ser definida como perda progressiva e irreversível das

funções do sistema renal com taxa de filtração glomerular (TFG) menor que

60mL/min/1,73 m2, por período igual ou superior a três meses(14,15).

Quando a TFG é inferior a 15mL/min/1.73m2 caracteriza-se o estágio

cinco da evolução da DRC e tipicamente a terapia de escolha é a substitutiva

com a HD sendo uma das opções de tratamento(16,17).

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2015 havia

cerca de 10 milhões de brasileiros com algum tipo de disfunção renal e destes,

mais de 120 mil realizavam a HD, com 33 mil novos casos a cada ano(18).

Esse problema de saúde pública é agravado pela diminuição da

habilidade física em pacientes com DRC submetidos a HD, tanto associada à

diminuição da massa muscular, quanto à presença da uremia que por si só

prejudica a função muscular(13).

Os rins têm papel fundamental para o controle hidroeletrolítico, o

equilíbrio do sistema ácido-básico e ainda, participam de controle de funções

hormonais com a regulação da pressão arterial. Assim a disfunção muscular

nesses pacientes tipicamente tem origem na doença e se agrava ao longo dos

anos de tratamento com a inatividade relacionada a essa população(14-16).

Diversos autores apontam ainda que o acúmulo de ureia e outros

elementos tóxicos intensifica a disfunção muscular nos pacientes em diálise,

além da hipoatividade gerando miopatias ou ainda a distrofia muscular(2,3,19).

Uma das formas de avaliar a disfunção musculoesquelética nos

pacientes que realizam a HD é a análise de exames como a espirometria(1,4,6),

5

o teste da caminhada dos seis minutos (TC6´)(10,11) ou ainda avaliações

específicas e menos comuns como a dinamometria(20).

A espirometria é o exame de escolha para o acompanhamento dos

volumes e capacidades pulmonares e é realizado periodicamente, o que

permite a medida da evolução do impacto da DRC sobre o sistema

pulmonar(21).

O exame avalia a capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório

forçado no primeiro segundo (VEF1) e ainda a análise da relação entre a

VEF1/CVF, classificando os pacientes após prova broncodilatadora de acordo

com a normalidade ou anormalidade com a sub classificação de doença

obstrutiva, restritiva ou mista pulmonar(1,4).

O controle espirométrico na DRC torna-se relevante pois tipicamente a

doença cursa com edema pulmonar e derrame pleural, além da presença de

fibrose e hipertensão pulmonar(22), assim é comum o achado de obstrução na

prova de função pulmonar justificando a queixa recorrente de dispneia e fadiga

nesses pacientes. Existem ainda relatos de que mesmo os que não possuem

obstrução apresentam a queixa recorrente de dispneia sob pequenos

esforços(1,4).

Xavier et al em 2015(23) investigam um protocolo com o uso da

ventilação não invasiva na modalidade com pressão positiva contínua nas vias

aéreas (CPAP) e observam que há aumento da capacidade funcional após o

uso de 30 minutos do suporte ventilatório em 24 sessões de HD. Foi

constatada que a pressurização do sistema ventilatório dada pelo CPAP

proporcionaria melhora no edema na periferia pulmonar, permitindo o

recrutamento de maior quantidade de tecido alveolar e da relação entre a

6

ventilação e a perfusão (observada indiretamente pela medida da VEF1), e

diminuição da percepção de esforço mensurada por meio da escala de Borg

após um teste de esforço submáximo(23).

O déficit ventilatório decorrente das alterações associadas à DRC

podem ser tanto mecânicas como hemodinâmicas com o comprometimento da

capacidade pulmonar(10,16,17).

O desenvolvimento do distúrbio ventilatório restritivo pode ocorrer em

pacientes que realizam HD por um longo período e sua presença pode ser

devida a diversos fatores que geram sobrecarga de volume e ocasionam

calcificações ou fibrose do tecido parenquimatoso(7,10).

Essas modificações nos volumes e capacidade impactam negativamente

na capacidade funcional, podendo surgir a redução de mais de 60% do

consumo máximo de oxigênio (VO2máx) quando comparamos indivíduos

doentes com sadios considerando o mesmo nível de atividade física e faixa

etária(24).

Uma das formas de avaliarmos a capacidade funcional e indiretamente a

VO2máx é dada com o TC6´. O teste vem sendo utilizado com ênfase

principalmente em pneumopatas ou cardiopatas crônicos, mas é recomendado

para diversas populações, incluindo os pacientes com DRC sob HD(25,26).

Os indicadores avaliados no teste fornecem medidas importantes, sendo

preditores de capacidade funcional quando utilizado no acompanhamento da

evolução do paciente no decorrer da doença e também permitem a análise da

efetividade dos benefícios de programas de reabilitação desenvolvidos nestes

indivíduos(2,16,24).

Reboredo et al em 2007 avaliam a correlação da distância percorrida

7

obtida após o TC6´ e a VO2máx em pacientes com DRC sob HD e concluem que

o teste pode ser utilizado com segurança para avaliação da capacidade

funcional(24).

Assim os programas de reabilitação propostos para essa população

podem ser analisados objetivamente e demonstrar o impacto clínico na vida

dos pacientes em hemodiálise melhorando a qualidade e capacidade contrátil

da musculatura periférica, indiretamente avaliada pelo aumento da distância

percorrida no teste, após período de tratamento(23).

Diesel et al em 1990, ainda demonstram que há correlação positiva

entre os índices de força muscular e a capacidade de realizar algum tipo de

exercício(27), denotando a importância da criação de medidas mais objetivas da

força muscular periférica nessa população.

Roxo et al em 2016(28) objetivam avaliar a capacidade funcional e a força

muscular em pacientes sob HD após um programa de treinamento físico com

uso de corrente elétrica de baixa voltagem chamado de estimulação elétrica

neuromuscular (NMES). Os autores avaliam 20 pacientes submetidos ao

protocolo e observam que houve aumento da força muscular aferida pelo teste

de uma repetição máxima (1RM). Porém, este teste ainda necessita de

comprovação cientifica com a sua reprodutibilidade sendo questionada pois o

exame é dependente do avaliador(28).

A avaliação da força muscular de forma fidedigna pode fornecer critérios

de normalidade para comparação das respostas ao treinamento em pacientes

com DRC submetidos à reabilitação ou ainda permitir entendimento mais amplo

sobre a inabilidade física na HD com comparação da força entre indivíduos

doentes e sadios(29).

8

Uma das formas de padronização da avaliação da força muscular é

suportada pelo uso da dinamometria sendo que os dispositivos manuais e

isocinéticos são os mais amplamente estudados(30).

O dinamômetro manual mensura a força muscular isométrica máxima, já

o isocinético, mensura a contração muscular em que a velocidade é controlada

durante toda a amplitude de movimento(30,31).

Estudos comparando os dinamômetros isocinéticos e manuais já foram

realizados e demonstram resultados similares, apontando a confiabilidade do

método. Além disso, a dinamômetria manual utilizada para avaliar o ganho de

força em músculos lesionados demonstram a capacidade da técnica em

analisar o torque muscular dos membros inferiores, podendo ser usado em

diversas situações onde o avaliador tem o objetivo de verificar a força

muscular(32).

A confiabilidade do método depende do posicionamento do paciente,

compensações e da fixação do dinamômetro com o suporte dado por cintos

rígidos e uso de ventosas com características de resistência comprovados,

além da calibragem frequente do aparelho(31,33,34).

A dinamometria manual quando realizada com padronização pode se

transformar em uma ferramenta de avaliação da força muscular, onde fatores

como baixo custo, agilidade no manuseio, portabilidade e menor tempo de

aprendizado para aplicação do recurso fazem com que esta seja de utilização

clínica diária(20,30,33,34).

Não encontramos na literatura estudo que padronizem a técnica e

observem os efeitos de um protocolo de reabilitação realizado com o

cicloergômetro na força do quadríceps em pacientes com DRC sob HD.

2. OBJETIVO

10

Analisar os efeitos do treinamento com o cicloergômetro na força

muscular do quadríceps de pacientes com doença renal crônica em

hemodiálise.

3. CASUÍSTICA E MÉTODO

12

Foi realizado um estudo prospectivo e randomizado, com 42 pacientes

diagnosticados com DRC e submetidos a HD, de ambos os gêneros, com idade

maior ou igual a 18 anos, acompanhados pelo Unidade de Diálise da Santa

Casa de Misericórdia de São Paulo, no período de junho de 2015 a janeiro de

2016 após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da mesma instituição

com CAEE nº 41799915.5.0000.5479 (Apêndice 1) e registro no Clinical Trials

NCT nº 02834026 (Apêndice 2).

Critérios de inclusão: pacientes com idade igual ou superior a 18 anos,

realizando HD há mais de seis meses, estáveis clinicamente, sem diagnóstico

de doença pulmonar, mioarticular ou neurológica prévia ou atual e que

concordaram em participar da pesquisa assinando termo de consentimento

livre e esclarecido (Anexo 1).

Critérios de exclusão: foram excluídos pacientes que necessitaram de

alguma intervenção cirúrgica de urgência ou eletiva seis meses antes ou

durante a realização do protocolo, aqueles que apresentaram qualquer

descompensação cardíaca, tais como, arritmias descompensadas ou dor pré-

cordial, os que utilizavam oxigênio contínuo ou noturno ou ainda aqueles que

necessitavam de dispositivos de marcha ou órtese de membros inferiores.

O sigilo de alocação dos grupos desta pesquisa foi realizado por meio de

envelopes selados, lacrados e opacos, que continham a sequência de

randomização numérica dada por um software que dividiu os pacientes em dois

grupos:

- Grupo intervenção = 23 pacientes que foram submetidos ao protocolo de

treinamento com o cicloergômetro;

- Grupo controle = 23 pacientes que não realizaram o protocolo.

13

A alocação e seguimento de todos os participantes da pesquisa segue

apresentada no fluxograma conforme o modelo sugerido pelo Consolidated

Standards of Reporting Trials - CONSORT (2010)(35) (Fig. 1).

FIGURA 1. Fluxograma representando o recrutamento dos participantes da

pesquisa, distribuição amostral, divisão de grupos para tratamento e análise de

dados (Consort, 2010).

Em relação à HD todos os pacientes realizavam o mesmo protocolo por

14

um período de quatro horas, três vezes por semana, utilizando capilar com

membrana de polisulfona (Fresenius®) e solução de diálise de bicarbonato

padrão (sódio: 138,0mEq/L; potássio: 2,0mEq/L; cálcio: 2,5mEq/L; magnésio:

1,0mEq/L; cloreto: 108,5mEq/L; acetato: 3,0mEq/L; bicarbonato: 32,0mEq/L).

A avaliação e reavaliação de todos os pacientes seguiram ficha padrão

(Anexo 2), havendo a coleta de dados demográficos na avaliação, tais como,

idade (anos), altura (m) e peso (kg), com a altura e peso sendo utilizados para

cálculo do índice de massa corporal (IMC, kg/m2), valores de hemoglobina

(g/dL), albumina sérica (g/dL), creatinina (mg/dL), ureia (mg/dL), Kt/V e o tempo

(anos) que estes pacientes estavam sob tratamento hemodialítico.

O Kt/V é usado para quantificar a adequação do tratamento

hemodialítico. É mensurado utilizando fórmulas onde o (K) é a depuração de

ureia do dialisador multiplicada pelo tempo de tratamento (t) e dividido pelo

volume de distribuição de ureia do paciente (V)(36).

Toda avaliação foi realizada antes do início da sessão de HD, nunca

sendo feita na primeira sessão semanal de diálise para que não houvesse mais

de dois dias interdialíticos.

A altura e o peso foram colhidos por meio de medida realizada em uma

balança mecânica com régua antropométrica da marca Welmy®. Todos, no

momento das avaliações, estavam sem sapatos, trajando roupas leves,

posicionados com os dois pés sobre a balança, distribuindo seu peso

igualmente sobre as duas pernas e com o olhar no horizonte.

Os exames laboratoriais, como o hemoglobina, albumina, creatinina e

ureia, foram anotados a partir do prontuário dos pacientes, assim como o valor

de Kt/V.

15

Quanto à avaliação do lado dominante, era solicitado que o paciente

estivesse de pé, com apoio bipodal e que ele mostrasse ao examinador qual

era a perna que ele chutaria uma bola. O lado utilizado para o gesto era o

anotado como dominante na ficha de avaliação.

Todos os pacientes foram avaliados e reavaliados com a dinamometria

por um mesmo examinador e este era cego quanto ao objetivo da pesquisa,

mas seguia a padronização do teste e possuía experiência para a execução da

técnica descrita a seguir:

3.1 Dinamometria

A avaliação da força muscular foi realizada em uma sala de avaliação

clínica. Foi utilizado um dinamômetro manual, uma maca para exame, um

cinto de fixação e uma ventosa dupla de sucção.

O dinamômetro manual (MICROFET 2, Draper® - USA) foi fixado ao

membro testado por meio de um cinto rígido preso por uma ventosa no chão

de acordo com o grupo muscular avaliado (quadríceps) (Fig. 2).

16

FIGURA 2. Figura ilustrativa do posicionamento do dinamômetro e dos

pacientes para os testes de extensão de quadríceps realizado com a

dinamometria na avaliação e reavaliação de todos os pacientes incluídos no

estudo.

Fonte: Arquivo da Fisioterapia Cardiorrespiratória - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Após a fixação do dinamômetro, o avaliador explicava o procedimento e

orientava a sua execução demonstrando ao paciente o gesto a ser realizado.

O posicionamento do paciente e do dinamômetro utilizado nesta

pesquisa foi descrito por Thorborg et al em 2010(20) (Tab. 1).

17

TABELA 1. Local para posicionamento do dinamômetro de acordo com

superfície anatômica em cada paciente testado no grupo intervenção e

controle na avaliação e reavaliação.

Movimento solicitado Posicionamento do dinamômetro

Extensão em posição sentada Cinco cm acima da articulaçao do tornozelo

Legenda: cm = centímetros

3.2 Acompanhamento do Grupo Controle

O grupo controle (n= 20) foi avaliado seguindo a ficha padrão (Anexo 2)

e permaneceu com as orientações de rotina da equipe da Unidade de Diálise

até a reavaliação que ocorreu após dois meses.

No serviço de Diálise os pacientes recebem orientação de médicos e

enfermeiros quanto à alimentação, cuidados com a fístula, higiene pessoal e

medidas de prevenção de infecções, sendo encorajados desde o princípio do

acompanhamento no serviço a manter uma rotina de atividades diárias dentro

da normalidade. Ou seja, os pacientes podem trabalhar, estudar e realizar

atividades rotineiras de vida diária com essas indicações podendo mudar a

cada avaliação que acontece em todos os dias que o paciente comparece à

diálise.

Os pacientes ainda são orientados a caminhar observando a falta de ar

e cansaço, não havendo, porém, um manual fixo de orientações quanto à

rotina de atividades físicas.

18

3.3 Protocolo para o Grupo de Intervenção

O protocolo de exercício físico foi executado em 22 pacientes, com

todas as sessões sendo inciadas após uma hora do início da HD com os

pacientes apresentando estabilidade clínica.

As sessões de treinamento eram realizadas durante a HD e duravam

50 minutos sendo realizadas três vezes por semana, durante oito semanas

consecutivas, totalizando 24 sessões.

Antes de iniciarem o protocolo de exercício físico foram mensurados

pressão arterial (PA, mmHg), frequência cardíaca (FC, bpm), frequência

respiratória (f, rpm) e saturação periférica de oxigênio (SpO2, %).

Os pacientes eram monitorizados com o oxímetro de pulso e

frequencímetro (POLAR®, modelo RS800) que permitia ao examinador o

acompanhamento da estabilidade da FC dentro da faixa de treinamento que

era estabelecida na avaliação e mantida ao longo de todas as sessões.

Quanto às sessões, os pacientes eram submetidos a aquecimento por

dez minutos com exercícios de alongamento de membros superiores e

inferiores e exercicios metabólicos por meio de plantiflexão e dorsiflexão de

tornozelos, iniciando a sequência do exercício aeróbio(22).

O exercício aeróbio foi realizado durante 30 minutos, utilizando-se um

cicloergômetro portátil, sem carga e manual, sendo acompanhados sempre

com a monitoração da FC e SpO2.

O cicloergômetro da marca ACTE® (Mini Bike com monitor de LCD) foi

posicionado no chão em frente à cadeira do paciente (que permanecia

sentado) e executava a pedalada com uma flexão de joelho e quadril no

19

máximo de 90º.

A intensidade do movimento foi determinada pela frequência cardíaca

máxima (FCmáx) que deveria permanecer durante os 30 minutos de treino

aeróbio entre 50% a 70% da FCmáx. A FCmáx foi calculada pela fórmula de

Karvonen et al(37)(FCmáx = 220 – idade (anos).

O desaquecimento foi composto de dez minutos com a diminuição

gradativa da rotação do cicloergômetro, até que a FC e a PA se normalizassem

retornando a parâmetros próximos aos observados na avaliação inicial da

sessão(22).

Todos os pacientes (grupo controle e intervenção) foram reavaliados

após dois meses da avaliação inicial. Os pacientes do grupo intervenção

foram avaliados dois dias antes do início da aplicação do protocolo e dois dias

após o término do período de tratamento.

3.4 Análise estatística

Para análise estatística do conjunto de dados foi utilizado o programa

Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 13.1.

As variáveis qualitativas foram avaliadas com o teste de Qui-quadrado.

Para as quantitativas foi utilizado o t-test nas medidas paramétricas intra grupo

e o teste de Mann-Whitney para as não paramétricas, assim para a análise

entre grupos. O nível de significância utilizado foi de 0,05.

4. RESULTADOS

21

Efeitos do treinamento com cicloergômetro na força muscular do

quadríceps nos pacientes em hemodiálise

Adriana Linda Abdo1, Yvoty Alves dos Santos Sens2, Luiz Antonio Miorin3,

Vivian Bertoni Xavier4, Antonio Olival5, Vera Lúcia dos Santos Alves6

1Fisioterapeuta, Professora Convidada da Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de São Paulo.

2Médico, PhD. Professora Adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa

Casa de São Paulo.

3Médico, PhD. Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa

Casa de São Paulo.

4Fisioterapeuta, Msc. Professora Convidada da Faculdade de Ciências Médicas

da Santa Casa de São Paulo.

5Fisioterapeuta, Professor Convidado da Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de São Paulo.

6Fisioterapeuta, PhD. Professora Adjunta da Faculdade de Ciências Médicas

da Santa Casa de São Paulo e da Universidade de Mogi das Cruzes. Chefe do

Serviço de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Metabólica da Santa Casa de São

Paulo.

Autor correspondente:

Vera Lúcia dos Santos Alves

Email: [email protected]

Av. Dr. Arnaldo, 2088

Sumare – SP, 01255-000

22

Fone/Fax: +55 11 3872-1966

Fone: +55 11 3801-4401

Resumo

Introdução: A força muscular pode ser avaliada pelo dinamômetro, porém não

localizamos na literatura o estudo dessa técnica em quadríceps de pacientes

com doença renal crônica sob hemodiálise. Objetivo: Analisar os efeitos do

treinamento com o cicloergômetro na força muscular do quadríceps de

pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. Casuística e método:

Este estudo foi prospectivo e randomizado com inclusão de 46 pacientes

acompanhados pela unidade de diálise de um hospital universitário, acima de

18 anos, de ambos os gêneros que realizavam hemodiálise a mais de seis

meses e assinassem o termo de consentimento livre e esclarecido. Os

pacientes foram alocados em dois grupos: intervenção (n= 22) e controle (n=

20). Todos foram avaliados quanto a dados demográficos e a força muscular

de quadríceps dada pela padronização da técnica, com o uso de cinto rígido e

ventosas. O grupo controle foi reavaliado após dois meses da avaliação inicial,

já o intervenção realizou dois meses de treinamento intradialítico de um

protocolo fisioterápico com o cicloergômetro. Resultados: Houve aumento

significante da força muscular de quadríceps em membro inferior direito e

esquerdo no grupo intervenção quando comparado ao controle. Conclusão:

Houve melhora da força muscular após o treinamento realizado com o

cicloergômetro na força muscular do quadríceps de pacientes com doença

renal crônica em hemodiálise.

Palavras-chave: Força Muscular (Muscle Strength), Dinamômetro de Força

23

Muscular (Muscle Strength Dynamometer), Insuficiência Renal Crônica (Renal

Insufficiency, Chronic), Exercício físico (Exercise), Fisioterapia (Physical

therapy modalities).

Introdução

A incapacidade funcional é caracteristica em pacientes com doença

renal crônica (DRC) sendo prevalente naqueles que necessitam de algum tipo

de terapia substitutiva como a hemodiálise (HD)(1). Diversos estudos(2-5)

evidenciam menor capacidade nas atividades de vida diária e performance em

testes de esforço máximo ou submáximo nessa população.

A explicação fisiopatológica para esse quadro é a evolução da síndrome

urêmica que ocasiona alterações de diversos sistemas incluindo o

cardiorrespiratório e muscular(2,5). Assim, a queixa de cansaço, fadiga

generalizada e dispneia deve ser observada com indicação desses pacientes a

reabilitação(5,6).

A literatura aponta programas de reabilitação no período pré, intra ou

pós diálitico, porém a adesão e efetividade dos protocolos quanto ao impacto

na qualidade de vida, capacidade funcional e recuperação da força muscular

ainda são vagos quanto a sua reprodutibilidade(5-8).

Essa controvérsia deriva de uma série de testes de avaliação de força

muscular periférica, não havendo porém a técnica que seja “padrão-ouro”(8).

Sendo assim o estudo e desenvolvimento da análise da força muscular dada

pela dinamometria, pode apontar melhor relação entre efetividade e

reprodutibilidade em pacientes com DRC sob HD.

Analisar os efeitos do treinamento com o cicloergômetro na força

muscular do quadríceps de pacientes com doença renal crônica em

24

hemodiálise

Casuística e Método

Sujeitos

Foram avaliados 46 pacientes sob tratamento hemodialítico do setor de

Diálise de um hospital público e universitário da cidade de São Paulo de

junho/2015 a janeiro/2016 após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

com CAEE nº 41799915.5.0000.5479 e registro no Clinical Trials NCT nº

02834026 (Apêndices)..

Foram incluídos pacientes com idade ≥ 18 anos, realizando HD há mais

de seis meses, estáveis clinicamente, sem doença pulmonar, mioarticular ou

neurológica prévia ou atual e que concordaram em participar assinando termo

de consentimento livre e esclarecido.

Foram excluídos os que necessitaram de intervenção cirúrgica seis

meses antes ou durante a realização do protocolo, os que apresentaram

qualquer descompensação cardíaca, utilizassem oxigênio contínuo, noturno ou

dispositivo de marcha e órtese de membros inferiores.

Todos os pacientes realizavam o mesmo protocolo de HD por quatro

horas, três vezes por semana, utilizando membrana de polisulfona (Fresenius®)

e solução de bicarbonato padrão (sódio: 138,0mEq/L; potássio: 2,0mEq/L;

cálcio: 2,5mEq/L; magnésio: 1,0mEq/L; cloreto: 108,5mEq/L; acetato:

3,0mEq/L; bicarbonato: 32,0mEq/L).

Todos foram avaliados por um mesmo examinador, cego quanto aos

objetivos da pesquisa, com a coleta de dados como IMC, idade, gênero, tempo

de HD, etiologia da doença e lado dominante para membro inferior.

25

Exames laboratoriais como creatinina (mg/dL) e ureia (mg/dL), foram

anotados a partir do prontuário dos pacientes, assim como o valor de Kt/V.

Após a avaliação os pacientes foram alocados no grupo intervenção (n=

23) ou controle (n= 23) com o sigilo realizado por meio de envelopes selados,

lacrados e opacos, que continham a sequência de randomização numérica

dada pelo software java.util.

Dinamometria

A avaliação e reavaliação da força muscular do quadríceps de todos os

pacientes dos dois grupos foi realizada por meio do dinamômetro manual

(MICROFET 2, Draper® - USA) fixado ao membro testado por cinto rígido preso

por ventosa em um ponto fixo com o paciente sentado. Todas as medidas

foram realizadas do lado direito e esquerdo, sendo realizada a extensão de

joelho testado conforme descrito por Thorborg et al em 2010(8).

Protocolo de treinamento

Os pacientes do grupo controle foram avaliados e reavaliados com um

intervalo de dois meses e seguiram a rotina da unidade de Diálise que incluía a

orientação quanto a cuidados com a fístula, alimentação e manutenção de

atividades de atividade diária.

O grupo intervenção realizou 24 sessões de treinamento, três vezes por

semana, durante oito semanas consecutivas no período intradialítico.

O treinamento era iniciado após uma hora do início da HD e monitorado

com um frequencímetro sendo constituído por 10 minutos de aquecimento com

exercícios ativos de membros inferiores e superiores na posição sentada, 30

minutos de atividade em cicloergômetro (ACTE®, Mini Bike) posicionado a

frente da cadeira do paciente e 10 minutos de desaquecimento com diminuição

26

gradativa da rotação do ergômetro até que a FC e a pressão arterial (PA,

mmHg) retornassem a parâmetros próximos aos iniciais(5).

O movimento realizado no ergômetro tinha a intensidade necessária

para manutenção da frequência cardíaca (FC, bpm) entre 50% a 70% da

frequência cardíaca máxima (FCmáx). Essa foi calculada pela fórmula de

Karvonen et al(9) = (FCmáx = 220 – idade (anos)) na avaliação e mantida ao

longo de todo o protocolo.

Análise estatística

Para análise estatística do conjunto de dados foi utilizado o programa

Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 13.1. As variáveis

qualitativas foram avaliadas com o teste de Qui-quadrado. Para as

quantitativas foi utilizado o t-test nas medidas paramétricas intra grupo e o teste

de Mann-Whitney para as não paramétricas, assim como para as comparações

entre grupos (intervenção e controle). O nível de significância utilizado foi de

0,05.

Resultados

A amostra deste estudo foi composta por 46 pacientes randomizados em

grupo intervenção (n= 23) e controle (n= 23).

A alocação e seguimento de todos os participantes da pesquisa seguiu o

fluxograma sugerido como modelo pelo Consolidated Standards of Reporting

Trials - CONSORT (2010)(10) (Fig. 1).

27

FIGURA 1. Fluxograma representando o recrutamento dos participantes da

pesquisa, distribuição amostral, divisão de grupos para tratamento e análise de

dados.

28

Quanto à idade, IMC, tempo de HD, Kt/V, creatinina e ureia os dois

grupos apresentaram homogeneidade para comparação na avaliação

(Tabela1).

TABELA 1. Comparação das variávies antropométricas e laboratoriais na

avaliação dos pacientes do grupo intervenção (I) e controle (II).

Quanto à distribuição de gênero haviam 12 mulheres no grupo

intervenção e 11 no controle com p de 0,976 para comparação entre os grupos.

Para o lado dominante dos membros inferiores houve predominância do lado

direito com 16 pacientes no grupo intervenção e 14 no controle com p= 0,845

para comparação de homogeneidade entre os grupos.

A nefropatia hipertensiva foi responsável por 54,6% das causas

Variáveis Grupos N Mediana Minimo Máximo p

Idade (anos) I 22 40,50 28,00 62,00 0,488

II 20 40,00 30,00 61,00

IMC (kg/m2) I 22 22,80 18,42 28,44 0,061

II 20 22,28 19,20 25,72

Tempo de HD (anos) I 22 5,00 2,00 17,00 0,279

II 20 6,00 3,00 16,00

Kt/V I 22 1,42 0,98 1,91 0,405

II 20 1,21 0,98 1,83

Creatinina (mg/dL) I 22 9,98 6,20 18,20 0,659

II 20 10,61 6,10 18,20

Ureia (mg/dL) I 22 146,05 61,00 243,00 0,724

II 20 150,30 93,00 215,00

29

etiológicas para a DRC no grupo intervenção, já no controle alcançou

prevalência de 55%.

A média de força do quadríceps na avaliação dos grupos intervenção e

controle foi de respectivamente de 22,63kg(DP1,04) e 23,37kg(DP1,66) com p

de 0,970 para homogeneidade entre grupos. No momento da reavaliação a

força de quadríceps alcançou valores respectivamente de 24,26kg(DP5,18) e

23,32kg(DP7,35) com p de 0,000 demonstrando o incremento de força no

grupo intervenção.

A Fig. 2 apresenta a evolução da força muscular de quadríceps do lado

dominante entre os momentos de avaliação e reavaliação considerando os

valores em porcentagem nos grupos intervenção e controle.

FIGURA 2. Evolução dos grupos intervenção (n=22) e controle (n=20) após o

treinamento realizado no grupo intervenção e período de acompanhamento do

grupo controle.

30

Na comparação dos dois grupos levando-se em consideração a soma

dos valores de força de quadríceps alcançados nos dois lados (direito e

esquerdo) foi encontrado novamente a significância estatistica para o grupo

que fez a intervenção de acordo com tabela 2.

TABELA 2. Comparação da soma dos valores encontrados (nº de articulações)

nos dois lados (direito e esquerdo) nos grupos intervenção (I) e controle (II).

Variável Grupos nº de

articulações

mediana mínimo maximo p

Força (kg) I 44 1,62 -0,40 3,80 0,001

II 40 -0,20 -0,80 1,10

Discussão

A avaliação objetiva da força muscular de quadríceps em pacientes com

DRC submetidos a HD pode ampliar as formas de avaliação dos protocolos de

reabilitação utilizados nessa população. Nesta amostra foi observado que após

dois meses de treinamento intradiálitico com o cicloergômetro os pacientes

apresentaram aumento significante da força muscular tanto em membro inferior

direito quanto esquerdo.

O perfil inicial da amostra incluiu pacientes em média na quarta década

de vida e de ambos os gêneros(2,5). Essas observações ampliam o potencial

desse estudo, já que sabemos que esses pacientes poderiam estar em plena

fase produtiva, tanto pessoal quanto profissional e têm uma limitação funcional

que os impede mesmo com o tratamento de HD.

Não avaliamos a qualidade de vida ou a capacidade funcional do grupo

de pacientes pesquisados, porém observamos que a inatividade que

31

inicialmente acomete a habilidade funcional se torna um ciclo vicioso, onde a

limitação cria o ambiente adequado para o aumento da inatividade(1-6,11,12).

Nesta pesquisa foi observado que houve uma distribuição equiparada de

indíviduos do gênero feminino e masculino entre os grupos, demonstrando o

aumento da incidência da DRC em mulheres, assim como em outros ensaios

epidemiológicos e de revisão sistemática sobre essa população(2,5,13).

Nesta amostra foram incluídos pacientes com diversas etiologias para a

DRC. Essa caracteristica corrobora com dados nacionais(14) que evidenciam a

diversidade de fatores causais e ainda a alta prevalência da hipertensão como

causa inicial para a DRC e posterior terapia substitutiva dada pela HD.

Observamos ainda no perfil inicial a gravidade da alteração metabólica

de nosso grupo de pacientes, assim como dessa população em geral(12,15,16)

devida aos altos indices de creatinina e uréia desses doentes(1,2).

Na evolução de nossa linha de pesquisa em pacientes com DRC sob HD

observamos que a reabilitação tem impacto positivo em diversos protocolos,

tais como, os realizados com uso de pressão positiva intermitente(13) ou ainda

os com eletroestimulação neuromuscular(15), encontravamos porém a limitação

dos achados quanto ao ganho da força muscular pois há uma grande

diversidade de formas de avaliação e pouco reprodutibilidade com as técnicas

até então propostas(8).

A avaliação dada pela dinamometria tem evoluído ao longo dos anos e

hoje com o advento de formas de fixar o equipamento de medida(8), como em

nosso estudo, com o uso de cinto rígido e ventosa, retiramos o vies da

presença do examinador(17) que anteriormente segurava em suas mãos o

dinamômetro e precisava resistir contra o movimento do paciente. Essa

32

caracteristica fazia com que o teste fosse considerado subjetivo, pois a

diferença de força entre os avaliadores(8) dificultava a efetividade da medida da

força dada pelo recurso.

Com a padronização da técnica de avaliação foi observado nesse estudo

que pacientes com DRC sob HD após realizarem um protocolo de reabilitação

aeróbia com o uso do cicloergômetro apresentaram maiores valores de força

muscular de quadríceps tando no membro inferior dominante quanto no contra-

lateral.

Foi creditado o incremento da força muscular ao movimento gerado pelo

exercício aeróbio alcançado com o uso do ergômetro de forma sistematizada. É

sabido o potencial da atividade aeróbia em pacientes com diversas doenças

crônicas, incluindo a DRC(18-21).

O ganho de força pode ser um efeito colateral a atividade aeróbia(19,21),

já que não houve em nosso protocolo a utilização de nenhum exercício com

carga, porém o movimento de pedalar gerado pela movimentação do

ergômetro, pode alterar o metabolismo das fibras musculares dos músculos

exigidos para manutenção do movimento(19-21), gerando indiretamente o ganho

da resistência e força muscular observado no quadríceps de nossa população.

Este estudo limitou-se a análise da força somente de quadríceps

portanto é desconhecido o efeito do treinamento em outros grupos musculares

de membros inferiores, o potencial deste tipo de reabilitação com o

cicloergômetro na capacidade funcional ou ainda o impato desse na qualidade

de vida ou laboral na amostra analisada.

Também não avaliamos o impacto da intensidade proposta neste

protocolo, já que foi mantido uma faixa de treinamento baseada na frequência

33

máxima(10). Existe a hipótese de que com intensidade maior e a prescrição

dessa intensidade dada pela avaliação de testes de esforço máximo ou

submáximo(2,5) poderemos encontrar respostas diferentes em futuros trabalhos

de nosso grupo de pesquisa.

Salientamos porém que mesmo com uma faixa de treinamento

conservadora e um período de somente dois meses de protocolo não

observamos eventos adversos durante as sessões e observamos o impacto

positivo deste protocolo na força muscular de pacientes com DRC sob

tratamento hemodiálitico.

Conclusão

Houve melhora da força muscular após o treinamento realizado com o

cicloergômetro na força muscular do quadríceps de pacientes com doença

renal crônica em hemodiálise.

Referências

1. Pierson DJ. Respiratory considerations in patients with renal failure. Respir

Care 2006; 51(4):413-22.

2. Segura-Ortí E. Ejercicio en pacientes en hemodiálisis: revisión sistemática de

la literatura. Revista Nefrologiá 2010; 30: 336-46.

3. Marcus RL, LaStayo PC, Ikizler TA, Wei G, Giri A, Chen X et al. Low Physical

function in maintenance hemodialysis patients is independent of muscle mass

and comorbidity. Journal of Renal Nutrition 2015; 25(4):371-75.

4. Herrero JA, Alvarez-Sala JL, Coronel F et al. Pulmonary diffusing capacity in

chronic dialysis patients. Respir Med 2002;96:487-92.

5. Heiwe S, Jacobson SH. Exercise training in adults with CKD: a systematic

review and meta-analysis. Am J Kidney Dis 2014;64:383-93.

6. Campistol JM. Uremic myopathy. Kidney Int 2002;62:1901-13.

7. Weiner P, Zidan F, Zonder HB. Hemodialysis treatment may improve

inspiratory muscle strength and endurance. Isr J Med Sci 1997; 33(2):134-8.

8. Thorborg K, Bandholm T, Holmich P. Hip-and knee-strength assessments

34

using a hand-held dynamometer with external belt-fixation are inter-tester

reliable. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc 2013; 21(3):550-5.

9. Karvonen JJ, Kentala E, Mustala O. The effects of training on heart rate: a

longitudinal study. Ann Med Exp Biol Fenn. 1957; 35:307-15.

10. Schulz KF, Altman DG, Moher D for the CONSORT Group. CONSORT 2010

Statement: updated guidelines for reporting parallel group randomised

trials. Trials 2010;11:32-39.

11. Headley S, Germain M, Mailloux P et al. Resistance training improves

strength and functional measures in patients with end-stage renal disease. Am J

Kidney Dis 2002;40:355-64.

12. Adams GR, Vaziri ND. Skeletal muscle dysfunction in chronic renal failure:

effects of exercise. Am J Physiol Renal Physiol 2006;290:F753-61.

13. Xavier VB, Roxo RS, Miorin LA et al. Impact of continuous positive airway

pressure (CPAP) on the respiratory capacity of chronic kidney disease patients

under hemodialysis treatment. Int Urol Nephrol 2015; 47:1011-6.

14. Miranda CCV, Silva RCR, Monteiro HL, Yen LS, Fahur BS et al. Functional

evaluation pre and post physical exercise program for patients in hemodialysis.

Medicina (Ribeirão Preto) 2013; 46:24-35.

15. Roxo R, Xavier VB, Guimaraes A, Miorin A, Santos YA, Santos VLS. Impact

of neuromuscular electrical stimulation on functional capacity of patients with

chronic kidney disease on hemodialysis. J Bras Nefrol. 2016; 38(3):14-20.

16. Howden EJ, Leano R, Petchey W, Coombes JS, Isbel NM, Marwick TH.

Effects of exercise and lifestyle intervention on cardiovascular function in CKD.

Clin J Am Soc Nephrol. 2013; 8(9):1494-501.

17. Diesel W, Noakes TD, Swanepoel C, Lambert M. Isokinetic muscle strength

predicts maximum exercise tolerance in renal patients on chronic hemodialysis.

Am J Kidney Dis. 1990; 16:109-14.

18. Gierat-Haponiuk K, Haponiuk I, Szalewska D, Chojnicki M, Jaworski R,

Niedoszytko P et al. Effect of complex cardiac rehabilitation on physical activity

and quality of life during long-term follow-up after surgical correction of

congenital heart disease. Kardiol Pol. 2015; 73(4):267-73.

19. Paglialonga F, Lopopolo A, Scarfia RV, Consolo S, Galli MA, Salera S et al.

Intradialytic cycling in children and young adults on chronic hemodialysis.

Pediatr Nephrol. 2014; 29(3):431-8.

35

20. Bohm C, Stewart K, Onyskie-Marcus J, Esliger D, Kriellaars D, Rigatto C.

Effects of intradialytic cycling compared with pedometry on physical function in

chronic outpatient hemodialysis: a prospective randomized trial. Nephrol Dial

Transplant. 2014; 29(10):1947-55.

21. Sheng K, Zhang P, Chen L, Cheng J, Wu C, Chen J. Intradialytic exercise in

hemodialysis patients: a systematic review and meta-analysis. Am J Nephrol.

2014; 40(5):478-90.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

37

A DRC possuí caráter evolutivo e afeta o sistema musculoesquelético,

seja pela alteração do equílibrio metabólico sistêmico, seja pelo processo de

inatividade associado a pacientes com doenças crônicas(1-5).

Com a evolução da DRC a tendência é que o paciente permaneça por

longo período com indicação da terapia substitutiva que pode ser dada pela

HD(6,9). Isso acarreta tipicamente na evolução do processo degenerativo de

diversos sistemas orgânicos, incluindo o cardiorrespiratório e o muscular(1,2,38).

No tempo em que o paciente permanece sob a HD, muitas vezes

aguardando o transplante renal, a perda da força muscular pode impedi-lo de

executar atividades de vida diária e profissional(10,17,27). Sendo assim, o

acompanhamento dessa população e indicação para a reabilitação(4,19,22) passa

a ser um item que não pode ser ignorado pela equipe que assiste esses

pacientes.

Em nossa linha de pesquisa com doentes renais crônicos sob tratamento

em HD, já observamos que protocolos de reabilitação fisioterápica pode ter

impacto positivo na capacidade funcional e espirometria de pacientes que

realizam atividade física no período intradiálitico avaliada respectivamente pelo

teste da caminhada dos seis minutos e por espirometria(23,28).

Apesar de não termos dados que comprovem a manutenção desses

achados a longo prazo, observamos que os pacientes ganham força muscular

após a execução de em média dois meses de fisioterapia(23,28).

Isso porque quando avaliamos em nosso grupo a força muscular pela

técnica de uma repetição máxima observamos incremento de força pós-período

de treinamento(28) porém essa técnica é questionada na literatura e encontra

limitação quanto a sua reprodutibilidade(20).

38

Assim buscamos a evolução de nossa avaliação e passamos a utilizar o

teste de avaliação de força dado pelo dinamômetro com a padronização de

pontos fixos de posicionamento do paciente, do dinamômetro e dos cintos que

fixam esse equipamento ao paciente no momento do teste, seguindo uma

técnica já evidenciada pela literaura(20).

Obtivemos assim uma evidência mais acurada do incremento de força

de quadríceps após o programa de reabilitação proposto neste estudo.

Essa evolução da técnica poderá nos auxiliar no desenvolvimento de

nossa linha de pesquisa e posssibilitará que mostremos com mais

fidedignidade a resposta de nossos pacientes aos protocolos propostos durante

o tratamento hemodiálitico investigando inclusive diferenças entre gêneros,

individualizando assim os protocolos.

Realizamos a análise de subgrupo nesse estudo considerando a divisão

entre o gênero feminino e masculino já que há diferenças de constituição de

fibra muscular quando estratificamos os pacientes(8,12,27). Em nossa amostra

porém, não houve diferença quando comparamos o ganho de força após a

intervenção entre homens e mulheres.

O teste de força também poderá ser utilizado no acompanhamento a

longo prazo dos efeitos dos programas, já que com uma técnica padrão,

podemos avaliar todos os pacientes periodicamente incluindo esse teste na

rotina de avaliações de nossos pacientes.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

40

1. Prezant DJ. Effect of uremia and its treatment on pulmonary function. Lung 1990; 168(1):1-14. 2. Magalhães HG. Análise do atendimento fisioterapêutico em pacientes com doença renal crônica em hemodiálise. Anais do II Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Disponível em: http//:www.ufmg.br/congrext/saúde/saude19.p df. Acesso em: 10 fev. 2008. 3. Siafakas NM, Argyrakopoulos T, Andreopoulos K, Tsoukalas G, Tzanakis N, Bouros D. Respiratory muscle strength during continuous ambulatory peritoneal dialysis (CAPD). Eur Respir J 1995; 8(1):109-13. 4. Pierson DJ. Respiratory considerations in patients with renal failure. Respir Care 2006; 51(4):413-22. 5. Gómez-Fernández P, Sánchez Agudo L, Calatrava JM, Escuin F, Selgas R, Martínez ME et al. Respiratory muscle weakness in uremic patients under continuous ambulatory peritoneal dialysis. Nephron 1984; 36(4):219-23. 6. Paul K, Mavridis G, Bronzel KE, Shärer K. Pulmonary function in children with chronic renal failure. Eur J Pediatr 1991; 150(11):808-12. 7. Weiner P, Zidan F, Zonder HB. Hemodialysis treatment may improve inspiratory muscle strength and endurance. Isr J Med Sci 1997; 33(2):134-8. 8. Sala E, Noyszewski EA, Campistol JM, Marrades RM, Dreha S, Torregrossa JV et al. Impaired muscle oxygen transfer in patients with chronic renal failure. Am J Physiol Regulatory Integrative Comp Physiol 2001; 280(4):R1240-8. 9. Sostena Neto JR, Figueiredo e Castro LM, Oliveira FS, Silva AM, Reis LM, Quirino APA et al. Comparison between two physiotherapy protocols for patients with chronic kidney disease on dialysis. J Phys Ther Sci 2016; 28(5): 1644–1650. 10. Segura-Ortí E. Ejercicio en pacientes en hemodiálisis: revisión sistemática de la literatura. Revista Nefrologiá 2010; 30(2):336-46. 11. Viana J, Kosmadakis GC, Watson EL, Bevington A, Feehally J, Bishop NC et al. Evidence for Anti-Inflammatory Effects of Exercise in CKD. J Am Soc Nephrol 2014; 25(9):1-10. 12. Marcus RL, LaStayo PC, Ikizler TA, Wei G, Giri A, Chen X et al. Low physical function in maintenance hemodialysis patients is independent of muscle mass and comorbidity. Journal of Renal Nutrition 2015; 25(4):371-75. 13. Quittan M, Sochor A, Wiesinger GF, Kollmitzer J, Sturm B, Pacher R et al. Strength Improvement of Knee Extensor Muscle in Patients with Chronic Heart Failure by Neuromuscular Electrical Stimulation. Artif Organs 1999; 23(5):432-5. 14. Bastos MG, Bregman R, Kirsztajn. Doença renal crônica: frequente e grave,

41

mas também prevenível e tratável. Rev Assoc Med Bras. 2010; 56(2):248-53. 15. Bastos MG, Carmo WB, Abrita RR, Almeida EC, Mafra D, Costa DMN et al. Doença Renal Crônica: Problemas e Soluções. J Bras Nefrol 2004; 26(4):202-15. 16. Cury JL, Brunetto AF, Aydos RD. Efeitos negativos da insuficiência renal crônica sobre a função pulmonar e a capacidade funcional. Rev Bras Fisioter 2010; 14(2):91-8. 17. K/DOQI Clinical practice guidelines for chronic kidney disease: evaluation, classification and stratification. Am J Kidney Dis 2002; 39(2 Suppl 1):S1-S246. 18. Moreira PR, Barros E. Atualização em fisiologia e fisiopatologia renal: bases fisiopatológicas da miopatia na insuficiência renal crônica. J Bras Nefrol 2000; 22(1):34-8. 19. Adams GR, Vaziri ND. Skeletal muscle dysfunction in chronic renal failure: effects of exercise. Am J Physiol Renal Physiol 2006; 290(4):F753-61. 20. Thorborg K, Bandholm T, Holmich P. Hip-and knee-strength assessments using a hand-held dynamometer with external belt-fixation are inter-tester reliable. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc 2013; 21(3):550-5. 21. Pereira CAC, Barreto SP, Simões JG, Pereira FWL, Gerstler JG, Nakatani J. Valores de referência para a espirometria em uma amostra da população brasileira adulta. J Pneumol 1992; 18(1):10-22. 22. Heiwe S, Jacobson SH. Exercise training in adults with CKD: a systematic review and meta-analysis. Am J Kidney Dis 2014; 64(3):383-93.

23. Xavier VB, Roxo RS, Miorin LA, Dos Santos Alves VL, Dos Santos Sens YA. Impact of continuous positive airway pressure (CPAP) on the respiratory capacity of chronic kidney disease patients under hemodialysis treatment. Int Urol Nephrol 2015; 47(6):1011-6.

24. Reboredo MM, Henrique DM, Faria RS, Bergamini BC, Bastos MG, Paula RB. Correlação entre a distância obtida no teste de caminhada de seis minutos e o pico de consumo de oxigênio em pacientes portadores de doença renal crônica em hemodiálise. J Bras Nefrol 2007; 29(2):85-9. 25. American Thoracic Society. ATS Statement: guidelines for the six-minute walk test. Am J Respr Crit Care Med 2002; 166(1):111-7. 26. Enright PL, McBurnie MA, Bitter V, Tracy RP, McNamara, Arnold A et al. The 6-min walk test. Chest 2003; 123(2):387-98. 27. Diesel W, Noakes TD, Swanepoel C, Lambert M. Isokinetic muscle strength predicts maximum exercise tolerance in renal patients on chronic hemodialysis. Am J Kidney Dis 1990; 16(2):109-14.

42

28. Roxo R, Xavier VB, Guimaraes A, Miorin A, Santos YA, Santos VLS. Impact of neuromuscular electrical stimulation on functional capacity of patients with chronic kidney disease on hemodialysis. J Bras Nefrol. 2016; 38(3):14-20.

29. Howden EJ, Leano R, Petchey W, Coombes JS, Isbel NM, Marwick TH. Effects of exercise and lifestyle intervention on cardiovascular function in CKD. Clin J Am Soc Nephrol 2013; 8(9):1494-501. 30. Guimarães RM, Batista LA, Pereira JS, Scianni CA. Dinamômetro manual adaptado: medição de força muscular do membro inferior. Fitness e Performance Journal 2005; 4(3):145-149. 31. Lamontagne A, Malouin F, Richards CL, Dumas F. Evaluation of reflex- and nonreflex-induced muscle resistance to stretch in adults with spinal cord injury using hand-held and isokinetic dynamometry. Phys Ther 1998; 78(9):964-75. 32. Kim CM, Janice JE. The Relationship of Lower-Extremity Muscle Torque to Locomotor Performance in People With Stroke. Phys Ther 2003; 83(1):49-57. 33. Taylor NF, Dodd KJ, Graham HK. Test-retest reliability of handheld dynamometric strength testing in young people with cerebral palsy. Arch Phys Med Rehabil 2004; 85(1):77–80. 34. Bohannon RW. Hand-held dynamometry: factors influencing reliability and validity. Clin Rehabil 1997; 11(3):263–264. 35. Schulz KF, Altman DG, Moher D for the CONSORT Group. CONSORT 2010 Statement: updated guidelines for reporting parallel group randomised trials. Trials 2010;11:32-39. 36. Daugirdas JT, Blake PG, Todd S. Prescrição de hemodiálise crônica: uma abordagem da cinética da ureia. In: Daugirdas JT, Ing TS. Manual de diálise. 3a ed. Rio de Janeiro: Medsi; 2003. Cap. 9. 37. Karvonen JJ, Kentala E, Mustala O. The effects os training on heart rate: a longitudinal study. Ann Med Exp Biol Fenn 1957; 35(8):307-15. 38. Sheng K, Zhang P, Chen L, Cheng J, Wu C, Chen J. Intradialytic exercise in hemodialysis patients: a systematic review and meta-analysis. Am J Nephrol 2014; 40(5):478-90.

7. ANEXOS

44

Anexo 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

1. Título do projeto: Efeitos do treinamento com cicloergômetro na força

muscular do quadríceps nos pacientes em hemodiálise.

2. Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária

neste estudo, que visa analisar sua capacidade respiratória e sua força nas

pernas.

3. Você realizará o exame de dinamometria, onde fará força nas pernas contra

um aparelho para medirmos a sua força.

4. Após os exames, você realizará, durante dois meses, nas suas sessões no

setor de hemodiálise três vezes/semana por 50 minutos, exercícios com um

aparelho que parece uma bicicleta.

5. Ao término dos dois meses todos os exames iniciais serão repetidos.

6. Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais

responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O

principal investigador é a fisioterapeuta Adriana Linda Abdo, que pode ser

encontrada no endereço: Av. Dr. Arnaldo, 2088, São Paulo, tel. (11) 3872-1966.

Se você ou seu responsável tiver alguma dúvida sobre a ética da pesquisa,

entre em contato com o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) – R. Santa Isabel,

305, tel. (11) 21767000, ramal: 8061.

7. É garantida a liberdade da retirada de consentimento e a qualquer momento

deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu

tratamento na Instituição.

8. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros pacientes,

não sendo divulgada a identificação de nenhum paciente.

9. Você e/ou seu responsável será mantido atualizado sobre os resultados

45

parciais da pesquisa.

10. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo.

Também não há compensação financeira relacionada à sua participação.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li

ou que foram lidas para mim, e explicadas verbalmente, descrevendo o estudo

“Efeitos do treinamento com cicloergômetro na força muscular de quadríceps

de pacientes em hemodiálise”.

Eu discuti com a fisioterapeuta Adriana Linda Abdo, sobre a minha decisão em

participar neste estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do

estudo, os procedimentos a serem realizados, as garantias de

confidencialidade e de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento

hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste

estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou

durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício

que possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

_______________________________ Data_____/_____/_____

Assinatura do paciente

46

Anexo 2. Ficha de avaliação para coleta de dados

Nome: Data da avaliação:

Data de nascimento: Gênero:

Altura: Peso:

Diagnóstico:

Etiologia da DRC:

Tempo em hemodiálise:

Kt/V: Creatinina: Uréia:

Lado dominante:

Dados da dinamometria

Primeiro teste Segundo teste

Direita/Esquerda Direita/Esquerda

Avaliação

Reavaliação

8. APÊNDICES

48

Apêndice 1. Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa

49

50

51

Apêndice 2. Registro no Clinical Trials