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ISCTE-IUL 2015/2016 3ºAno 1ºSemestre Arquitectura V Matilde Aresta Branco
Savransky, C. (2006). El usuário como eslabón. Entre la arquitectura y la ciência social.
Sarquis, Jorge (eds) (2006) Arquitetura y modos de habitar. Nobuko, p.105-118.
Habitar como modo de ser no Mundo
Todo o indivíduo vive num mundo que lhe é próprio. Isto significa que todas
as vivências e práticas, tanto em relação a si próprio como a outro, são
consequentes daquilo que é como indivíduo e de como funciona o seu mundo.
No entanto, para que seja possível cada pessoa ter o seu mundo próprio, é
necessário existir um mundo comum que permita a coexistência de todas
estas individualidades. Assim antes da criação individual existe uma base
social. O Mundo é uma diversidade na sua unidade.
o que cada cultura cria como seu mundo é um
habitat onde estão inseridas as condições e
possibilidades para diversos modos de
habitar. Dentro da unidade histórica e
cultural a que chamamos “mundo” existe
uma diversidade de classes, grupos,
etnias, tradições, necessidades, hábitos e
um infinito número de aspetos e
características que ditam a pluralidade de
modos de vida. Através de épocas, estilos
e materializações de diferentes maneiras de
viver damos origem a obras arquitetónicas.
A obra como significado
Um arquiteto como indivíduo social tem duas hipóteses na perspetiva de
intervenção:
A primeira é ignorar o mundo dos outros e impor o seu próprio mundo
significativo dominado por uma fascinação narcisista.
A segunda tem como base entender e abrir-se a outras vivências que não a
sua própria. Entender que constrói para a sociedade e que deve por isso
tornar o mundo criado por si flexível a outros indivíduos, para os quais
projeta. Para isso é necessário perceber a individualidade de cada um e
estabelecer pontos de interesse comuns.
Arquiteto Outro Arquiteto Outro ≠
ISCTE-IUL 2015/2016 3ºAno 1ºSemestre Arquitectura V Matilde Aresta Branco
Entre a singularidade e a universalidade
A diversidade é um produto de condições meramente subjetivas e ideológicas
que são em si mesmas aleatórias.
Na busca de encontrar uma ordem universal é necessário acabar com as
particularidades subjetivas e ingressar nas condições universais de habitar.
Condições essas que precisam de ser entendidas como funcionais porque só
as necessidades humanas objetivas se mantêm constantes.
Se a universalidade genérica do mundo pressupõe a distinção de uma
diversidade de modos possíveis de habitá-lo haverá formas que expressem a
diversidade em todos os mundos singulares dentro do “mundo geral”.
O lugar de Intervenção
Numa intervenção urbana, por exemplo, em espaço público é essencial a
investigação do local de intervenção.
Pode dizer-se que todos os sítios contêm uma história vivida e dimensionada
pela subjetividade dos seus utilizadores. Há, portanto, dois modos de
entender a história de um mesmo sítio.
- Um é através da história que se recupera com a leitura de livros e
documentos que nos dão uma perspetiva de um passado sem sofrermos uma
experiência vivida.
- Outro caminho é pelo estudo do passado ativo. Passado que se mantem
vivo através dos atos do presente. São estas vivências cheias de significado
que levam aos utilizadores a opor-se às transformações no cenário urbano
que retirarão o significado histórico, estético e formal que é atribuído pelos
moradores. Não se trata de uma oposição ao progresso, mas sim a tentativa
de preservar o sentido familiar do lugar.
O arquiteto e o imaginário do utilizador
O que existe pode querer ser mantido pelo utilizador, conservado dentro do
novo mesmo que a intervenção o transforme. Para isso nada como reeditar
o que já é. É necessário começar pela investigação das necessidades e
desejos para projetá-los na obra.
Prenzlauer Berg, Berlim
Arquiteto: BARarchitektenAno do Projeto: 2009Ano da Obra: 2009-2011Área/habitante: Espaço Residencial 30 até 128m2 Espaço comercial 5 até 54m2 20
Volume piso 4 - Apartamento tipo 3
Volume piso 3 - Apartamento tipo 2Volume piso 2 - Apartamento tipo 1Volume piso 1 - AteliersVolume piso 0 - Espaços comerciais
COrtes com indicação de distribuição
ORDERBERGER STRASSE 56 20
SOCIEDADE CIDADETIPOS DE FAMÍLIAS
ACESSOS
MODOS DE HABITAR
SITUAÇÃO URBANA
VALORES DE PROXIMIDADE
RELAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO
RELAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO
ESPAÇOS INTERMÉDIOS
SISTEMA CONSTRUTIVO
SISTEMA ESTRUTURAL
DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS HÚMIDAS
ADAPTABILIDADE / FLEXIBILIDADE
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Este projecto caracteriza-se pela solução da organização espacial. No interior de um edifício típico, do tipo bloco, desenvolvem-se diferentes volumes não por pisos como seria de prever, mas através de uma sequência de espaços e entre-espaços distribuídos por patamares que criam uma dinâmica e um movimento propício à socialização e partilha entre utilizadores e residentes. Ao relacionar todos os espaços entre si os arquitectos transportam a dinâmica da rua para dentro do complexo habitacional. A complexidade da estrutura interi-or reflecte a complexidade da cidade em redor.Outra das particularidades deste projecto é a de articular a casa com o trabalho. A variedade de volumes criados pelos diferentes patamares permite uma flexi-bilidade aos espaços e ao uso dos mesmos. Ao nível do piso térreo desenrolam-se diversas actividades comerciais com o objectivo de estimular o movimento da rua. Mais uma vez contribuindo para o desenvolvimento urbano da cidade.
http://www.bararchitekten.de/architecture/m3_oderberger.html#http://www.bauwelt.de/themen/bauten/Oderberger-Strasse-56-2159360.htmlhttp://bda-preis-berlin.de/38-mischen-possible-oderberger-strasse-56/http://www.bundesstiftung-baukultur.de/beispiele/oderberger-strasse-56-berlin
TECNOLOGIA
- +
- Lajes e pilares em betão armado
- Paredes com blocos de betão- Escadas e pavimentos em madeira
- +
Materiais recicláveis
coMponentes pré-fabricadas
sisteMas inteligentes
Relações visuais
Actividades no piso térreo
Geração de espaço público
Planta piso 0 Planta piso 1
Planta piso 2
Planta piso 3
Planta piso 4
Planta piso 0 Planta piso 1
Planta piso 2
Planta piso 3
Planta piso 2
Volume piso 4 - Apartamento tipo 3
Salgueiros, Porto
Arquiteto: AVAarchitectsAno do Projeto: 2002Ano da Obra: 2002-2007Área/habitante: 5848.27 m2 41
Planta de Implantação do Projecto Cortes Longitunial e Transversais
TRAVESSA DE SALGUEIROS41
SOCIEDADE CIDADETIPOS DE FAMÍLIAS
ACESSOS
MODOS DE HABITAR
SITUAÇÃO URBANA
VALORES DE PROXIMIDADE
RELAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO
RELAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO
ESPAÇOS INTERMÉDIOS
SISTEMA CONSTRUTIVO
SISTEMA ESTRUTURAL
DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS HÚMIDAS
ADAPTABILIDADE / FLEXIBILIDADE
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Este projecto tem como base uma preocupação urbana. A sua posição e ligação com a envolvente é crucial no desenvolvimento do projecto com o objectivo de que este pertença à estrutura urbana onde se insere e a influencie positivamente. Os arquitectos acreditam que a resolução do problema não passa unicamente por resolver o programa habitacional, mas também a problemática de um núcleo urbano cheio de história e significado mas fragmentado. Esta intervenção baseia-se, portanto, numa adaptação à forma urbana pré-existente. No entanto existe também uma clara vontade de se distinguir no lugar o que concede ao projecto uma interdependência curiosa.O edifício pela sua forma pouco aprofundada funciona segundo um esquema esquerdo-direito com excepção nos pontos de viragem do volume onde os acessos e tipologias adquirem formas mais expressionistas e adaptadas. Os acessos ao edifício têm constante relação com os arruamentos envolventes, uma vez que se encontram nos limites do projecto e desenvolvem zonas/espaços de estar como o pátio público. A organização e distribuição interior é feita através de corre-dores que respeitam a lógica do tecido urbano. A orientação das divisões é feita segundo uma escala de privacidade. Os quartos (mais privados) estão orienta-dos para o pátio, e as zonas de serviço para os arruamentos tirando partido da diferença de cotas.
http://www.archdaily.com/75961/salgueiros-social-housing-ava-architects
TECNOLOGIA
- +
- Lajes e pilares em betão armado
- Paredes com blocos de betão- Pavimentos em madeira
- +
Materiais recicláveis
coMponentes pré-fabricadas
sisteMas inteligentes
Relações visuais
Actividades no piso térreo
Geração de espaço público
Planta tipo piso 1
Plantas tipo piso 2
Planta tipo piso 3
Planta piso 4
Planta tipo piso de Garagem
Planta tipo piso 1
Plantas tipo piso 2
Plantas tipo piso 3
Planta piso 4
Planta tipo piso de Garagem
Planta tipo piso 3