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Hemorragia Uterina Disfuncional e Amenorréia José Oscar Alvarenga

Hemorragia Uterina Disfuncional e Amenorréia José Oscar Alvarenga Macedo

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Hemorragia Uterina Disfuncional

e Amenorréia

José Oscar Alvarenga Macedo

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Os problemas menstruais perfazem aproximadamente 50% das queixas ginecológicas, sendo que em 90 a 95% das vezes a hemor-ragia

uterina disfuncional é a grande responsável.

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Embora trate-se de um diagnóstico de exclusão, é comumente encontrada nas adolescentes, pois nos primeiros 2 anos após a me-narca os ciclos menstruais tendem a ser anovulatórios e nas pacien-tes climatéricas, quando a oferta folicular é praticamente nula.

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I-) Conceito:

A hemorragia uterina disfuncional pode ser definida como toda perda sanguínea anormal de origem uterina proveniente da descamação ou da reepitelização inapropriada do endométrio.

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II-) Nomeclatura do Desvio Menstrual:

Os distúrbios menstruais podem ser agrupados da seguinte forma: DQI

A-)Alteraçao do Padrão Físico ou Desvios Menstruais:

A-1) Alteração na Duração do Fluxo Menstrual:

Em condições normais , o fluxo menstrual possui uma duração de 3 a 7 dias.

Sendo assim, denominamos:

Hipomenorréia :o fluxo com duração inferior a 3 dias

Hipermenorréia: aquele que possui duração superior a 7 dias

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A-2) Alteração na Quantidade do Fluxo:

A quantidade de sangue perdida normalmente durante a menstruação varia entre 20 e 80 ml. Denominamos:

oligomenorréia :a diminuição da quantidade do fluxo sanguíneo e

menorragia :o seu aumento.

Frequentemente, a oligomenorréia associa-se à hipomenorréia e a menorragia a hipermenorréia, resultando em hipooligomenorréia e hipermenorragia, respecti-vamente.

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A-3) Alteração no Intervalo do Ciclo Menstrual:

O ciclo menstrual compreende o período que se estende do primeiro dia da menstruação até o dia que precede a próxima menstruação. Sua duração aproximada é de 22 a 35 dias. De forma geral, podemos considerar que mulheres que possuam ciclos com duração inferior a 22 dias ou superior a 35 dias têm baixo percentual de ovulação ou, até mesmo, não ovulem. A partir deste conceito chegaremos às seguintes definições

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Proiomenorréia: Encurtamento do ciclo menstrual de 3 a 5 dias.

Polimenorréia: Encurtamento do ciclo menstrual maior que 5 dias,podendoatingir até 12 dias.

Opsomenorréia: Atraso em 5 a 10 dias da menstruação podendo determinarciclos de até 45 dias.

Espanomenorréia: A menstruação ocorre a intervalos de 45-60 dias.

Menóstase: Suspensão brusca da menstruação antes do tempo normal do seu

término.

Metrorragia: Perda sanguínea genital atípica, ou seja, em qualquer períodocompreendido entre uma menstruação e outra.

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B-) Amenorréia:

Suspensão da menstruação por um período superior a 90 dias.

C-) Dismenorréia: Manifestações associadas ao ciclo menstrual que representam

a atividade do sistema neuroendócrino e que interferem com o bem estar biopsicossocial da mulher. A dismenorréia propriamente dita é caracterizada por manifestações que aparecem no dia anterior ou no primeiro dia do fluxo menstrual, principalmente dor pélvica em cólicas que melhora com o fim da menstruação.

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III-)Epidemiologia:

Adquire importância por ter elevada freqüência. Estima-se que a HUD seja responsável por 1/3 das causas de sangramento genital. Em função do período de evolução genital, observaremos a seguinte distri-buição:

-adolescentes (menores que 21 anos): 5-7%

-menacme( entre 21 e 40 anos): 20-30%

-climatério (maiores que 40 anos): 60-70%

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IV-)Classificação:

A HUD pode ser classificada em função do ciclo ovulatório em:

IV-1)Ovulatória:

A fase folicular do ciclo menstrual ocorre normalmente até a ovulação, porém a mulher desenvolve um quadro de insuficiência lútea com produção inadequada de progesterona. Nesta situação, o intervalo entre as menstruações costuma ser mais curto e o fluxo sanguíneo de menor intensidade.

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IV-2) Anovulatória:

Corresponde a 80-90% dos casos de HUD, sendo mais comum na adolescência (imaturidade do SHHO) e no climatério (ausência de folículos).

A disfunção esta relacionada com a fase folicular sendo que a ovulação não chega a ocorrer. Neste caso temos uma ação persistente do estrogênio resultando em proliferação excessiva do endométrio, seguida de queda dos níveis deste hormônio.

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Tal evento determina um sangramento por deprivação. Os intervalos entre as menstruações e a intensidade do fluxo sanguíneo costumam ser maiores.

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A HUD pode ainda ser classificada em aguda, esporádica ou crônica.

-Aguda: Condição caracterizada como urgência médica, sendo necessária uma conduta ativa e imediata.

-Esporádica: O sangramento ocorre 1-2 vezes por ano.

-Crônica: O sangramento ocorre 3 ou mais vezes no período de 1 ano

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V-)Diagnáotico Diferencial:

Devemos considerar como possíveis diagnósticos:

• Afecções sistêmicas: discrasias sanguíneas (púrpura trombocitopênica, síndrome de Minot von Villebrand, anemia, deficiência de plaquetas, leucemias, deficiência de protrombina e outros fatores da coagulação...).

• Mal-formações do aparelho genital, traumatismos genitais (conseqüentes, por exemplo, a abuso sexual), presença de corpo estranho.

• Cervicouterinas: pólipo cervical, câncer de colo uterino, cervicite

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• Uterinas Corpóreas:

Gestacionais (aborto, doença trofoblástica gestacional, restos placentários, infecção puerperal, prenhez ectópica,...) e

Não Gestacionais (pólipo endometrial, leiomioma, adenomiose, miohiperplasia, tuberculose genital câncer de endométrio, hiperplasia endometrial atípica, DIU,...).

• Anexiais e/ou peritoneais: endometriose, câncer de ovário, prenhez ectópica, doença inflamatória pélvica, tuberculose genital,...

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VI-) Diagnóstico:

Em primeiro lugar, não podemos nos esquecer que a HUD trata-se de um diagnóstico de exclusão. O diagnóstico é essencialmente clínico e baseia-se nos dados obtidos na anamnese, exame físico e exame ginecológico

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Na anamnese, as principais informações a serem colhidas são:

-idade,

-influência ambiental,

-medicamentos em uso (ex: hormônios exógenos, ácido acetilsalicílico, -anticoagulantes, anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos e digitáli-cos),

-antecedentes menstruais (regularidade ou não dos ciclos menstruais, dura-ção da menstruação, intensidade do fluxo.)

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O exame físico geral e ginecológico deve ser efetuado minuciosa-mente para identificarmos a presença de doenças orgânicas.

O exame clínico ainda pode revelar sinais de coagulopatias como petéquias e equimoses, endocrinopatias (hirsutismo, alterações de cabelo, virilização, bócio) que podem revelar hipo ou hipertireoidismo, hiperplasia de supra-renal, Cushing, diabete mellitus e ovários polícisticos entre outros.

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O exame pélvico pode ser realizado mesmo nas pacientes virgens com material adequado com o objetivo de encontrar outras causas de sangra-mento, como cervicites, tumores, doenças sexualmente transmissíveis, bem como complicações da gravidez.

O exame dos órgãos genitais internos geralmente revela útero aumentado de volume.

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Exames complementares poderão auxiliar na elaboração do diagnós-tico. Em uma avaliação inicial, os exames a serem solicitados irão depender da intensidade do sangramento:

1. Sangramento leve ou moderado

- Hemograma

- Ultra-sonografia pélvica/ transvaginal

- BHCG (vida sexual)

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2. Sangramento intenso ou recidivante

(além dos exames acima incluir) :

- Hemograma completo + contagem de plaquetas

- Coagulograma

- Dosagens hormonais (FSH, LH, PRL, TSH, T4)

- Provas de função hepática: transaminases e bilirrubinas

- Estudo do endométrio (Curetagem ou histeroscopia)

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Se diante de toda esta pesquisa não for identificada nenhuma causa orgânica de sangramento uterino, efetuamos o diagnóstico de HUD.

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VI-) Tratamento:

O tratamento da HUD pode ser medicamentoso ou cirúrgico, depen-dendo da intensidade do sangramento e da característica aguda ou crônica da anormalidade .

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A escolha do tratamento dependerá da intensidade do sangramento e de suas repercussoões clínicas.

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Estrogenios conjugados de 20 mg deverão ser infundidos por via endovenosa de 4/4 hs,podendo ser substituídos por 2,5 mg de 6/6 hs ,até

diminuição significativa do sangramento ou por um período de até 24 hs.

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Se não houver respsota satisfatória após estrogenioterapia endoveno-sa,o diagnóstico de HUD deve ser reavaliado e considerada a possibilidade

de dilatação e curetagem uterina, a exceção de pacientes jovens. O US é

um método complementar indicado nestes casos.

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Após o tratamento inicial de emergencia a terapia com ac.combinado oral pode ser instituída administrando-se uma pilula de 12/12 hs ou 1,25 mg

de estrogenios conjugados com 10 mg de acetato de medroxiprogesterona por 10 dias.

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O uso de antiprostaglandinas diminui o sangramento uterino por exercer sobre ação sobre a hemostasia do endometrio,reduzindo o sangramento em 30 a 50%.Acido mefenâmico,ibuprofen são muito utilizados.

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A liberação contínua sob o endométrio de levonorgestrel através do Mirena, mostrou-se eficaz.Após 12 meses 96% apresentaram redução do fluxo ,com alguma milheres amenorréicas.

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O tratamento cirurgico,a dilatação e a curetagem,devem ser reservadas aos casos em que o tratamento clínico não obteve sucesso.

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VII-) Terapia de Manutenção:

O tratamento de manutenção aplicado aos casos de HUD tem duração média de 3 meses.

Controlada a hemorragia deve -se manter o ac. oral cíclico de baixa dose pos 3 meses consecutivos.

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Hemorragia Uterina Disfuncional

com repercussão hemodinâmica sem repercussão hemodinâmica

estabilização clínica AMP 10 mg 10 a 14 dias

ou

Anticoncepcional. oral cíclico

ou

Estrogenio conjugado 1,25mg +AMP 10 mg por 10 dias

Estrogenios Conjugados 20m g 4/4 hs

Diminuição do sangramento

Tratamento de manutenção por 3 meses

Sem resposta a terapia hormonal

Correção da anemia

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I-) Introdução:

Amenorréia é a ausência do período menstrual. Podemos classificar a amenorréia em dois tipos:

Amenorréia primária: aquela que ocorre em mulheres que nunca mens-truaram.

Amenorréia secundária: aquela que ocorre em mulheres que já tiveram períodos menstruais, porém deixaram de ter. Ocorre por intervalo de tempo maior do que 3 meses

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O presente estudo é sobre amenorréia em pacientes com caracterís-ticas sexuais presentes e completas.

Dados da história e exame físico orientam para o diagnóstico, deven-do a investigação proposta ser adaptada a cada paciente.

Em qualquer situação, a gravidez deve ser descartada ou confirmada, por meio de dosagem de β-Hcg.

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Três grupos devem ser considerados, de acordo com o mecanismo

fisiopatológico básico:

-insuficiência ovariana primária,

-alterações anatômicas e

- anovulação crônica, com ou sem estrógeno presente

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Clássicamente, após descartar a gravidez, a avaliação se inicia com

a determinação do estado estrogênico da mulher e da integridade das estruturas

anatômicas envolvidas no sangramento menstrual.

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Isso pode ser feito por meio da administração de progestágeno ace-

tato de medroxiprogesterona na dose de 10mg/dia, por cinco dias consecutivos. Se a concentração de estrógeno endógeno for adequada e não houver

anormalidades anatômicas, ocorrerá sangramento, indicando que o endométrio

estava adequadamente estrogeneizado.

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Se a concentração de estrógeno endógenofor adequada e não houver anormalidades anatômicas, ocorrerá sangramento, indicando que o endomé-trio estava adequadamente estrogeneizado.

Já nas pacientes com insuficiência ovariana e defeitos anatômicos não haverá sangramento, enquanto que nas com anovulação crônica, se houver sangramento, o fluxo é mínimo.

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II-)Amenorréia Por Defeitos Anatômicos:

A amenorréia primária é regra nesse grupo.

Uma vez que o eixo gonadotrófico apresenta-se funcionalmente ínte-gro (=avaliado laboratorialmente por meio de dosagem de FSH normal ) , ocorre ovulação, podendo se manifestar através de dor abdominal ou sinto-mas pré-menstruais.

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Nas pacientes que apresentam endométrio íntegro,dor pélvica pode estar presente decorrente do refluxo da descamação do endométrio para a

cavidade pélvica.

Já nas pacientes com endométrio ausente ou pouco desenvolvido, a

dor pélvica cíclica estará ausente.

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Embora dados de história e achados no exame físico possam sugerir o diagnóstico, a presença de defeitos anatômicos deve ser confirmada com o auxílio de métodos apropriados de imagem.

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IV-) Insuficiencia Ovariana Prematura:

Consiste na ocorrência de amenorréia e hipogonadisno hipergonado-trófico antes dos 40 anos de idade.

A associação de amenorréia e FSH > 40 UI/L, em duas dosagens separadas, deve alertar para esse diagnóstico.

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Caso o processo desencadeante da insuficiência ovariana se instale antes da maturação completa do eixo gonadotrófico, teremos um quadro de amenorréiaem um paciente com características sexuais secundárias ausentes ou incompletas.

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Quando o comprometimento ovariano ocorrer após a maturação com-pleta do eixo gonadotrófico, teremos uma paciente com amenorréia secun-dária e características sexuais secundárias presentes,embora possa ocorrer, dependendo do tempo de evolução,regressão parcial das mesmas.

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Apesar de um número significativo dessas pacientes apresentar um

desaparecimento de folículos em uma velocidade acelerada sem causa aparente,

as seguintes etiologias e métodos diagnósticos devem ser considerados:

-Anormalidades cromossômicas, que podem ser detectadas em uma minoria de pacientes, especialmente 45X, 47XXY

-Secundária à quimioterapia, radioterapia ou infecções.

-Ooforite auto-imune,

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V-) Anovulação Crônica:

É a causa mais comum de amenorréia com características sexuais presentes, podendo ser subclassificada de acordo com a resposta à admi-nistração de progestágeno, em anovulação crônica com estrógeno presente (quando ocorre sangramento) ou com estrógeno ausente (sangramento míni-mo ou ausência de sangramento).

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V-I)Anovulação Crônica Com Estrogenio Presente:

-Síndrome dos ovários policísticos: Presença de 2 dos 3 requisitos:

-distúrbio menstrual,

-.hiperandrogenismo clínico (hirsutismo, acne, alopecia androgênica) ou hiperandrogenia

- ovários policísticos ao ultra-som.

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- Síndrome de Cushing: cortisol urinário elvado.

-Disfunções tireoidianas: TSH elevado(hipotireoidismo) ou suprimido

(tireotoxicose).

- Tumores virilizantes do ovário ou adrenal, estando presentes as manifestações

de hiperandrogenismo com virilização (acne, hirsutismo, alopecia androgênica,

amenorréia, clitoromegalia, hipertrofia muscular com distribuição masculina e

engrossamento da tonalidade da voz) e testosterona total > 200ng/dL

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V-II)Anovulação Crônica Com Estrogenio Ausente:

- Síndrome de Sheehan: história do início da amenorréia no período pós-parto associado a agalactia. A deficiência hormonal é múltipla, estando caracteristicamente presente a hipoprolactinemia, e o hipogonadismo é clinicamente de moderada a importante intensidade.

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Secundário à radioterapia, situação em que o hipogonadismo, assim como outras deficiências hormonais, se instala de maneira lenta e progressi-va, estando caracteristicamente ausente o diabete insípido ou trauma, com instalação súbita da amenorréia no período pós-trauma, podendo-se acom-panhar de diabetes insípido

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Deficiência isolada de gonadotrofinas ou associada a anosmia /hipos mia (Síndrome de Kallmann), podendo esta última hipótese ser confirma-da pela ressonância nuclear magnética (ausência de bulbos olfatórios).

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Secundária a hiperprolactinemia: Das diversas causas de hiperpro-lactinemia, as mais freqüentes têm por etiologia o uso de medica-ções,tumores hipofisários secretores de prolactina e idiopática.

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Secundária a distúrbio alimentar ou atividade física intensa.

-Amenorréia funcional, também denominada de amenorréia hipotalâmica funcional, sendo um diagnóstico de exclusão e responsável por

1/3 dos casos de amenorréia.