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República DemocráƟca de Timor-Leste Ministério da Educação Guia do Professor HISTÓRIA 12.ǡ ano de escolaridade

História 12º - Guia do Professor

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Autores: Benedicta Duque Vieira, Clarisse Mendes, Maria Eugénia Neves. Conceção e elaboração: Universidade de Aveiro. / Coordenação geral do Projeto: Isabel P. Martins e Ângelo Ferreira. / Cooperação entre o Ministério da Educação de Timor-Leste, o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Universidade de Aveiro. / Financiamento do Fundo da Língua Portuguesa.

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República Democrá ca de Timor-LesteMinistério da Educação

Guia do ProfessorHISTÓRIA12. ano de escolaridade

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Projeto - Reestruturação Curricular do Ensino Secundário Geral em Timor-Leste

Cooperação entre:Ministério da Educação de Timor-Leste | Camões - Instituto da Cooperação e da Língua | Fundação Calouste Gulbenkian | Universidade de Aveiro

Financiamento do Fundo da Língua Portuguesa

Guia do ProfessorHISTÓRIA12.o ano de escolaridade

Page 4: História 12º - Guia do Professor

Este guia de professor é propriedade do Ministério da Educação da República Democrática de Timor-Leste, estando proibida a sua utilização para fins comerciais.

Os sítios da Internet referidos ao longo deste livro encontram-se ativos à data de publicação. Considerando a existência de alguma volatilidade na Internet, o seu conteúdo e acessibilidade poderão sofrer eventuais alterações. Caso tenha sido inadvertidamente esquecido o pedido de autorização de uso de algum material protegido por copyright, agradece-se que seja comunicado, a fim de serem tomadas as providências adequadas.

TítuloHistória - Guia do Professor

Ano de escolaridade12.o Ano

AutorasBenedicta Duque VieiraClarisse MendesMaria Eugénia Neves

Coordenador de disciplinaManuel Ferreira Rodrigues

Consultor científicoJosé Mattoso

Colaboração das equipas técnicas timorenses da disciplina Este guia foi elaborado com a colaboração de equipas técnicas timorenses da disciplina,sob a supervisão do Ministério da Educação de Timor-Leste.

IlustraçãoJoana SantosMariana Rei

Design e PaginaçãoEsfera Crítica Unipessoal, Lda.Mariana Rei

1ª Edição

Conceção e elaboraçãoUniversidade de Aveiro

Coordenação geral do ProjetoIsabel P. MartinsÂngelo Ferreira

Ministério da Educação de Timor-Leste

2014

ISBN978 - 989 - 753 - 128 - 6

Impressão e AcabamentoCreativa Design Consultant, Lda.

Tiragem300 exemplares

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Índice

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1.1. Objectivos

1.2. Estrutura

2.1. Finalidades

2.2. Competências a desenvolver pelos alunos

4. 1. Recursos e atividades

4.1.1. Documentos escritos - o texto 4.1.2. Documentos iconográficos 4.1.3. Elementos estatísticos 4.1.4. Mapas históricos 4.1.5. Cronologias 4.1.6. História oral 4.1.7. A utilização da Web 4.1.8. Debate 4.1.9. Biografias4.1.10. Trabalhos de síntese

4.2. Avaliação

APRESENTAÇÃO

FINALIDADES E COMPETÊNCIAS

MANUAL DO ALUNO DO 12.º ANO - PÁGINA DE APRESENTAÇÃO

ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA GERAL

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OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA – EXPLORAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS

BIBLIOGRAFIA E OUTROS RECURSOS

5.1. Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial

5.1.1. Subtema 1 – A reconstrução num mundo dividido5.1.2. Subtema 2 – A ascensão do “Terceiro Mundo” e o despertar da consciência mundial5.1.3. Subtema 3 – Timor Leste de 1945 aos inícios da década de 1970

5.2. Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX

5.2.1. Subtema 1 – Reconfiguração da cena internacional5.2.2. Subtema 2 – Áreas de conflito e novos pólos de equilíbrio5.2.3. Subtema 3 – A civilização do século XX5.2.4. Subtema 4 – Timor-Leste: A viragem de 1974; os anos de 1975 a 1999

5.3. Unidade Temática 9 – Timor-Leste no limiar do novo milénio

5.3.1. Subtema 1 – A formação do Estado. A opção constitucional5.3.2. Subtema 2 – Unidade e desafios transnacionais

5.4. Cronologias de apoio

5.4.1. Unidade Temática 75.4.2. Unidade Temática 8 5.4.3. Unidade Temática 9

6.1. Ensino/Aprendizagem

6.2. Atlas e cronologias

6.3. Dicionários

6.4. Obras de Caráter Geral

6.5. Obras sobre Timor

6.6. Endereços de Museus e de Projetos de índole cultural

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1.1. Objetivos

O Guia do Professor tem como primeiro objetivo

constituir um apoio à transposição, para a sala da aula,

daquilo que o Programa prescreve nos domínios das

metodologias, dos conteúdos científicos e da avaliação

das aprendizagens efetuadas, tendo em conta as Fina-

lidades e as Competências estabelecidas.

Como segundo objetivo, o Guia pretende acompa-

nhar o Professor, sugerindo formas de exploração dos

recur sos apresentados no Manual do Aluno, para cada

uma das Unidades Temáticas do Programa.

1.2. Estrutura

Em função dos objetivos indicados, o Guia do Pro-

fessor apresenta a seguinte estrutura.

Primeiramente, transcreve-se o enunciado de Finali-

dades e de Competências estabelecidas no Programa.

Com efeito, esse enunciado deve ser a principal orien-

tação do ensino, uma vez que indica o contributo da

disciplina de História para a formação do aluno.

Seguidamente, o Guia transcreve a página de apre-

sentação do Manual do Aluno. Com ela pretende-se

eviden ciar os recursos que o Manual apresenta: do-

cumentos para exploração na sala de aula, em diver-

sas modalida des de trabalho; propostas de atividades,

em articulação com os documentos; texto explicativo,

essencialmen te concebido para apoiar o aluno no seu

estudo para consolidação das aprendizagens; notas

esclarecedoras de termos e noções introduzidos no

texto explicativo; glossário final, relativo aos conceitos

indicados no Programa, em cada Unidade Temática, e

integrados no texto do Manual.

Uma terceira secção do Guia centra-se em aspetos

gerais de metodologia. Esta secção inclui: orientações

metodológicas de base que devem guiar a didática da

disciplina, tendo em conta a especificidade da sua fun-

ção formativa; exemplos práticos, concretizando as

orientações apresentadas; indicações sobre os preceitos

e instru mentos de avaliação considerados oportunos.

A última secção contém sugestões práticas de ope-

racionalização do Programa, relativamente à explora-

ção das Unidades Temáticas que o constituem. Para

cada Unidade Temática, o Guia apresenta:

• a indicação do número de tempos letivos previs-

tos para a lecionação de cada Subtema;

• um texto introdutório explicativo das opções em

que se baseou a seleção de conteúdos da Unidade;

• o enunciado das Metas de Aprendizagem, por

Subtema;

• sugestões de Atividades de Aprendizagem, cor-

respondentes às rubricas e aos conceitos essen-

ciais de cada Subtema.

Apresentação

Page 8: História 12º - Guia do Professor

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2.1. Finalidades

Pretende-se que os alunos possam:

• Aprofundar o conhecimento das fases essenciais

da história de Timor-Leste, em articulação com

outros espa ços civilizacionais, consciencializando

relações entre o passado e o presente.

• Compreender as interações entre os diversos cam-

pos da História – económico, social, político, ins-

titucional, cultural e de mentalidades – e entre a

multiplicidade de fatores que condicionam a evo-

lução das sociedades.

• Desenvolver capacidades de investigação do pas-

sado e de crítica a interpretações já formuladas.

• Desenvolver, no estudo de sociedades historica-

mente situadas, a sensibilidade estética e um sis-

tema de valo res democráticos aberto à diversida-

de cultural.

• Desenvolver capacidades de reflexão e de juízo

crítico, favoráveis à construção da autonomia pes-

soal e de respostas fundamentadas aos desafios

de Timor-Leste.

2.2. Competências a desenvolver pelos alunos

Competências gerais transversais

Pretende-se que os alunos sejam capazes de:

• Pesquisar e selecionar, em diversos suportes, in-

formação relevante para temas em estudo.

• Organizar, segundo critérios de pertinência, a in-

formação selecionada.

• Utilizar, com sentido crítico e como instrumento

de trabalho, tecnologias de informação e comuni-

cação.

• Elaborar sínteses, comunicando com correção, oral-

mente e por escrito.

• Participar em trabalhos de equipa, fundamentan-

do as suas opiniões e respeitando as dos outros.

Competências específicas

Pretende-se que os alunos sejam capazes de:

• Analisar documentos de natureza diversa, inter-

pretando-os e extraindo conclusões.

• Situar, cronológica e espacialmente, eventos e pro-

cessos da história de Timor-Leste e de outros povos

e civili zações, relacionando-os com os contextos

em que ocorreram.

• Identificar a diversidade de fatores condicionantes

de acontecimentos circunscritos no tempo e no

espaço.

• Identificar, nos processos históricos, a importância

da ação dos indivíduos e dos grupos.

• Distinguir, na dinâmica histórica, mudanças, per-

manências e ritmos de desenvolvimento.

• Aplicar adequadamente conceitos e vocabulário

específicos da História.

• Identificar diferentes interpretações do processo

histórico, questionando a sua validade face aos

instrumen tos disponíveis.

• Utilizar o conhecimento histórico e a compreen-

são histórica para intervir na resolução de proble-

mas da comunidade.

Finalidades e Competências

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Manual do Aluno do 12.º ano - página de apresentação

O Manual é constituído pelas três Unidades Temáticas

do Programa do 12º ano.

Cada Unidade Temática divide-se em Subtemas.

Cada Subtema é iniciado por uma dupla página, onde

constam:

Cada página contém:

No final do Manual, encontram-se um planisfério físico

e um planisfério político.

uma barra cronológica correspondente ao período estudado

as Metas de Aprendizagem,orientadoras do estudo

na parte superior ou nas margens,documentos

na margem, sugestões de atividades e pequenas notas que explicam palavras assinaladas a negrito

na parte inferior, o texto explicativo, que tem por finalidade o estudo extra-aula e a consequente consolidação das aprendizagens.

palavras assinaladas com cor;remetem para o glossário,no final do Manual

pancasila

Page 10: História 12º - Guia do Professor

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Orientação metodológica geral

As orientações metodológicas que a seguir se apre-

sentam respeitam a um trabalho a desenvolver ao lon-

go de todo o ciclo de estudos, já iniciado nos Guias dos

10.º e 11.º anos. O professor aplicará, no 12. º ano, os

aspetos que considere mais adequados às característi-

cas dos alunos.

As fontes históricas

O trabalho com as fontes históricas proporciona ao

aluno um contacto mais direto com os testemunhos

do passado. Progressivamente, a interpretação de pe-

quenos documentos, de tipos diversos, sempre refe-

ridos a situações localizadas no tempo e no espaço e

articulados com outros, permite que a construção do

conhecimento histórico seja, cada vez mais, obra sua.

Para que isto aconteça, os documentos apresenta-

dos no Manual, no cimo ou na margem da página a

fim de serem trabalha dos facilmente, não podem ser

encarados como mera ilustração. Todos eles têm uma

razão de estar e a sua inter pretação cuidada é o ca-

minho para um trabalho posterior, mais exigente, de

análise ou de comentário de fontes.

Nesse processo, é fundamental a ação do professor.

Esta ação desenvolve-se em três vertentes: auxiliar

a interrogação e interpretação das fontes; comple-

mentar a informação, tendo em vista a aquisição de

conheci mentos; promover sínteses que consolidem a

compreensão dos assuntos estudados.

Importante também é a orientação bibliográfica,

em papel ou na Web (caso haja recursos disponíveis),

que o professor proporciona ao aluno, em cada caso

específico.

O tempo e o espaço

A História é uma ciência do tempo, mas também

uma ciência do concreto, logo, ancorada num espa-

ço. Começa pois, para o aluno, com a apreensão cla-

ra da cronologia e da área geográfica que vai estudar.

No caso do programa do 12.º ano de escolaridade, é

abrangido um período que decorre do pós Segunda

Guerra Mundial a 2002. A esse período correspondem

três unidades temáticas; nas duas primeiras consi-

deram, quanto ao espaço, duas escalas de análise, a

mundial e a que se refere ao espaço específico de Ti-

mor; a terceira é inteiramente dedicada a Timor-Leste.

Os conteúdos de cada unidade são organizados em

subtemas, apresentados no Manual por uma dupla pá-

gina, em que é importante que o professor se detenha.

Essa página apresenta uma imagem e uma barra cro-

nológica. Com a imagem pretende-se, de uma forma

sintética, chamar a atenção para a área de conteúdos

considerada no subtema. A barra cronológica baliza o

período abrangido, assinalando acontecimentos rele-

vantes, relativamente ao espaço em foco.

A barra cronológica apresentada no Manual deve-

rá ser um estímulo para, desde logo, o aluno iniciar

o traçado de uma outra, onde registará, ao longo do

ano, os acontecimentos relevantes que acompanham

a progressão do estudo, permitindo, a todo o momen-

to, uma consulta fácil. No plano da formação histórica,

é uma sensibilização para os fenómenos da sincronia

e da diacronia.

4. 1. Recursos e atividades

4.1.1. Documentos escritos - o texto

O documento, de qualquer natureza que seja, é a

matéria-prima da história; a sua explicação tem por

fim iden tificar toda a matéria histórica, isto é, retirar

toda a informação que ele possa fornecer para o co-

nhecimento do passado. O tipo de documento mais

frequente no trabalho em aula, ao nível do ensino se-

cundário, é o texto, o documento escrito.

O primeiro passo para a exploração de um docu-

mento escrito é a sua prévia leitura e interpretação.

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Orientação Metodológica Geral | 9

ra lógica, que é mais complexa mas mais completa. Po-

dem resumir-se as ideias de vários parágrafos e agru-

pá-las. Também tem de se chegar a uma conclusão

sobre a ideia ou tema principal. A modalidade mais

adequada a este nível esco lar será uma combinação

dos dois métodos, seguindo a ordem do próprio texto,

mas reagrupando logo os assuntos.

Comentário

O aluno já tem a compreensão integral do texto que

interpretou. Sem o abandonar, vai relacionar o docu-

mento com o seu contexto histórico. Porém, não pode

entender-se esta operação como uma exposição geral

sobre matérias indiretamente relacionadas com ele e

que em nada o ampliam ou esclarecem.

Apresentação

Deve ser feita sempre de forma cuidada, quer se tra-

duza numa exposição oral quer num texto escrito.

No 10.º e no 11.º anos, os exemplos apresentados

referiam-se a fontes primárias.

Julga-se oportuno apresentar, agora, um exemplo

referente a um texto historiográfico.

Leitura

A primeira operação deve ser uma leitura atenta do

documento, sublinhando as expressões de maior inte-

resse, os nomes, as datas, etc. e procurando, num di-

cionário, numa enciclopédia ou na Web, o significado

de vocábulos, ou algumas informações sobre o que se

desconhece.

Classificação

A segunda operação é perceber, a partir da leitura e

dos elementos disponíveis (autor, título, datas), a na-

tureza do documento e o seu contexto. O aluno distin-

gue se é uma fonte primária ou se se trata de uma fon-

te secundária (por exemplo, um texto historiográfico)

e pode tentar perceber se é um documento oficial, se

é literário, se é simplesmente um documento informal

ou circunstancial. Sobretudo, pelo seu conteúdo, o

alu no tem de avaliar os aspetos que predominam (po-

líticos, sociais, económicos, culturais ou religiosos).

Aos dados recolhidos deve juntar-se alguma outra

informação que o próprio documento sugere (sobre

o autor, sobre a região, sobre o período cronológico,

etc.), que vai depois enriquecer o comentário.

Análise e interpretação

Uma vez situado o documento, é conveniente uma

nova leitura, mais pormenoriza da, para se poderem

resumir as ideias principais. A análise é, à partida, o

exercício-tipo do estudante de Histó ria. Diz-se mesmo

que, depois deste trabalho, se o documento que foi

objeto de análise desaparecesse, deveria ser quase

possível reconstituí-lo a partir da análise feita. Na aná-

lise do documento escrito, o aluno nunca pode limitar-

-se a copiar o que sublinhou, mas tem de procurar um

sentido para a informação contida no documento.

As opções para a análise podem ser uma leitura lite-

ral, por parágrafos, e extrair de cada um deles a ideia

que expressa, detetando depois a ideia global exposta

ao longo do documento. Também pode ser uma leitu-

EXEMPLO: Análise e comentário de um excerto da obra de José Mattoso, A Dignidade - Konis Santana e a Resistência Timorense, publicado em 2005 pela editora Temas e Debates.

O conteúdo da obra relaciona-se principalmente com o subtema 4 da Unidade Temática 8.

Em 2012, foi publicada a tradução em Tétum, pela Difel.

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10 | História - Guia do Professor

“[Xanana Gusmão] foi preso na madrugada do dia 20 de novembro de 1992 [...]. Mais tarde,

houve quem pensasse que tinha sido o próprio Xanana a provocar a captura [...].

Para o historiador, porém, o carácter voluntário ou involuntário do acontecimento não acrescenta

grande coisa à interpretação que deve dar-lhe. A resposta à questão apenas nos diria alguma coisa

sobre a consciência que o seu protagonista principal tinha acerca da sua capacidade para orientar

o curso da história. O seu papel histórico é a resultante de todas as ações anteriores e posteriores,

propositadas ou fruto do acaso. Neste sentido, a narrativa do que se passou só pode pôr em relevo

a genialidade que define a ação de Xanana, isto é, o seu caráter singular. Este caráter tinha vindo a

revelar-se pelo menos desde a retirada do Matebian, em 1979, e não deixou nunca de se acentuar.

Mostrou-se nas qualidades de liderança que lhe permitiram reunir os combatentes dispersos; na ha-

bilidade com que conjugou a resistência clandestina com a luta armada; na capacidade para persuadir

antigos soldados tornados saka ou hansip a colaborarem com a guerrilha ou a revoltarem-se com as

suas armas; no contínuo desenvolvimento do seu pensamento e das suas instruções acerca da teoria

e da prática, tanto em matéria militar como em matéria política; na firmeza das suas convicções; na

sua capacidade de resistência às privações, ao cansaço e ao desaparecimento de antigos companhei-

ros; na habilidade para transformar as derrotas em ensinamentos para novos combates; na lucidez

com que rebateu todas as manobras do inimigo e até as tentativas de desvio de muitos colaboradores

para não prejudicar a causa que defendia; na elevação com que redigiu os seus textos, quer se tratas-

se de mensagens populares, de cartas a altos dignitários civis ou eclesiásticos, de instruções aos seus

companheiros, de respostas aos jornalistas e mesmo de argumentos polémicos em discussões com

os seus próprios companheiros ou contra dissidentes; para não falar já de outras qualidades pessoais

que só de maneira indireta influenciaram a sua missão como líder da Resistência timorense.

Não se trata aqui, é claro, de fazer a apologia de Xanana. Para tornar credível o discurso histórico,

é preciso explicar a sucessão dos acontecimentos em termos racionais, ou seja, procurar descobrir

porque é que eles se orientaram em certo sentido e se sucederam segundo uma ordem causal lógica

e concreta. Nesse sentido, a história procura integrar a ação voluntária individual, os movimentos

de massa determinados por razões sociais ou económicas e a conjugação puramente fortuita dos

fatores determinantes mas aleatórios; só exclui a intervenção sobrenatural, porque essa é, por defi-

nição, ilógica – implica a consideração de um plano inacessível à demonstração racional. Todavia, a

noção de normalidade que rege o comportamento humano habitual obriga a admitir o papel singu-

lar dos heróis ou dos génios, cuja influência pessoal sobre os acontecimentos tem de se considerar

excecional. Até ao fim do século XVIII, a explicação histórica tendia a reduzir a memória do passado

ao relato das ações dos grandes homens. O determinismo, que a pouco e pouco lhe sucedeu, pro-

pendeu para o pólo oposto da historiografia, fazendo tudo depender das leis históricas baseadas em

fatores socioeconómicos e em observações estatísticas. Mais tarde, procurou-se corrigir a unilate-

ralidade desta explicação, acrescentando-lhe a influência das estruturas mentais. Mas uma atenção

mais demorada sobre o limitado âmbito destas motivações, obrigou a considerar com mais atenção

o papel da ação individual e da conjugação fortuita de fatores imprevisíveis. Temos hoje de reco-

nhecer que certos indivíduos influenciaram decisivamente o curso dos factos, quer tivessem agido

em plena consciência, quer por intuição. Sem reduzir a história às suas intervenções é preciso, pois,

reconhecer o papel que os génios nela desempenharam [...].

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Orientação Metodológica Geral | 11

é secundária. Verdadeiramente importante na inter-

pretação do processo histórico é a relação entre o epi-

sódio e a sequência temporal dos acontecimentos. O

historiador enuncia então as capacidades de Xanana e

as situações em que o líder timorense interveio, situa-

ções que evidenciam aquilo a que o historiador chama

a “genialidade da sua ação”.

A partir dessa exposição, o autor desenvolve uma

reflexão sobre a função do historiador na interpreta-

ção das relações entre a ação individual – do génio ou

do herói –, os movimentos de massa e as circunstân-

cias aleatórias. O autor esclarece que, até ao século

XVIII, a explicação historiográfica destacava sobretudo

a ação individual. Que, posteriormente, se anulou esse

aspeto para se dar relevo, principalmente, a fatores

socioeconómicos e estatísticos, numa perspetiva de

“leis históricas”. Mais recentemente, voltou a ser con-

siderada a ação individual, integrada no contexto das

mentalidades coletivas, e até as circunstâncias ocasio-

nais. O autor alerta, contudo, que a consideração do

fortuito não é, de modo nenhum, admitir a interven-

ção do sobrenatural na explicação historiográfica.

Por último, José Mattoso releva o papel fundamen-

tal do povo timorense na Resistência, acentuando o

significado do termo “maubere”.

Do texto ressalta, portanto, a necessidade de cons-

truir a explicação historiográfica como um processo ló-

gico e numa perspetiva globalizante, considerando a re-

levância da ação individual, mas articulada com fatores

de ordem diversa. Ressalta, no exemplo concreto, o pa-

pel extraordinário desempenhado por Xanana Gusmão

na Resistência, em conjunto com o povo timorense.

Leitura e Classificação

Uma primeira leitura, genérica, do documento situa o

assunto: trata-se do episódio da captura do principal lí-

der da resistência timorense, Xanana Gusmão, em 1992,

pelas forças indonésias que ocupavam Timor-Leste.

O texto faz parte de uma obra historiográfica sobre

a Resistência timorense, contextualizando o percurso

de um dos seus líderes, Konis Santana.

Uma pesquisa sobre o autor do texto permite co-

nhecer que se trata de um dos mais importantes histo-

riadores contemporâneos, com uma vasta obra sobre

a construção do discurso histórico e sobre a História

de Portugal. A pesquisa permite ainda verificar que,

em Timor, o historiador organizou o Arquivo da Resis-

tência Timorense, tendo, portanto, acesso privilegia-

do à documentação da Resistência.

Análise e interpretação

O texto pode considerar-se dividido em quatro par-

tes. Na primeira, José Mattoso, partindo da dúvida so-

bre se Xanana facilitou a sua captura, esclarece que,

para a interpretação da importância do protagonista

no desenrolar dos acontecimentos, esse aspeto não é

relevante. Na segunda, acentua o papel excecional de

Xanana na Resistência timorense. Na terceira, reflete

sobre a importância da ação individual, no desenvol-

vimento do processo histórico e na interpretação his-

toriográfica. Na quarta, estende ao povo de Timor a

heroicidade da Resistência.

As frases sublinhadas destacam a posição do autor:

a História é interpretação de um processo. Logo, a in-

tencionalidade do protagonista de um acontecimento

O papel extraordinário de Xanana tem, porém, um pano de fundo ainda mais admirável, que é a

determinação do povo de Timor, que o peso esmagador da ocupação e da crueldade dos Indonésios

nunca conseguiu vencer. Esta resistência é verdadeiramente “maubere”, isto é, uma resistência po-

bre, impotente, sem recursos, e, todavia, inquebrantável, por isso capaz de superar os desgastes do

tempo.” [págs. 187/190]

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12 | História - Guia do Professor

4.1.2. Documentos iconográficos

Tal como no documento escrito, a interpretação do

documento iconográfico possibilita o conhecimento

histó rico.

Caso o documento em análise tenha dimensão artís-

tica, ele proporciona informação que requer uma dupla

leitura. Por um lado, tendo um valor plástico intrínse-

co, evidencia as formas artísticas da época e desperta

no observador uma emoção estética relacionada com

a capacidade deste para captar e recriar a mensagem

que a obra veicula. Por outro lado, para lá da dimensão

plástica, o documento iconográfico permite obter in-

formações sobre acontecimentos, indivíduos, institui-

ções, movimentos culturais e mentalidade da época.

A fotografia é também um documento iconográfico.

A análise de uma fotografia, tal como qualquer ou-

tra imagem, requer o mesmo método crítico que as

outras fontes históricas, sejam escritas, gráficas, mate-

riais ou imateriais. Há primeiro que proceder à identifi-

cação da totalidade dos elementos internos e externos

que com ela se relacionem, antes de a interpretar e ao

seu contexto.

É fundamental conhecer a sua origem (autoria e cre-

dibilidade do autor); confirmar a autenticidade e fia-

bilidade do documento (pela crítica e recurso a outras

fontes em suporte diferente – ou no mesmo, se registar

outro instante – e pela verificação de possíveis manipu-

lações técnicas, uma vez que, quer as fotografias ana-

lógicas quer as digitais, podem ser trabalhadas); iden-

tificar a situação retratada (data, local, personagens).

No Guia do Professor para o 10.º ano, apresentou-

-se um exemplo do campo de arquitetura; no 11.º ano,

um exemplo de pintura. Para o 12.º ano, optou-se pela

fotografia.

Análise e interpretação

As duas fotografias retratam os presidentes dos Es-

tados Unidos – a figura central em cada uma delas –

como mediadores, promotores e fiadores dos acordos

de paz assinados entre os representantes dos mundos

árabe e judaico. São uma presença que comprova co-

nhecimentos prévios dos alunos: a preponderância

dos EUA nas relações internacionais e o seu interesse

na resolução da questão palestiniana, e a minimização

da ação da ONU na cena mundial.

As imagens refletem dois momentos importantíssi-

mos, que os sucessivos impasses no estabelecimento de

uma paz definitiva não podem desvalorizar, e testemu-

nham o grande progresso nas negociações entre a pri-

meira e a segunda conferência, em que se assina o acordo

sob o signo de ”A paz em troca da devolução de terras”.

EXEMPLO: Análise e comentário de duas fotografias, reproduzidas no manual do Aluno (Doc. 11, pág. 86).

Encontros de paz (1978 e 1993)Em cima, Camp David 1978, da direita para a esquerda, Presidentes Begin de Israel, Carter dos EUA e Sadate do Egito.Em baixo, Washington 1993, da direita para a esquerda, Presidentes Arafat da OLP, Clinton dos EUA e Rabin de Israel.

Page 15: História 12º - Guia do Professor

Orientação Metodológica Geral | 13

Leitura

O aluno deve começar pelo título da tabela que

identifica o fenómeno que se pretende traduzir em nú-

meros, bem como a unidade de medida indicada – va-

lor absoluto, percentagem ou índice. Seguidamente, o

aluno deve observar onde estão indicados os períodos

ou datas, e os outros elementos a considerar – regiões,

países, produtos, etc. No caso das tabelas, as datas

tanto podem estar indicadas nas entradas horizontais,

como nas verticais.

A leitura de uma tabela permite, também, efetuar

cruzamento de elementos que correspondem a cada

uma das células que a compõem.

Análise e interpetação

A análise de uma tabela possibilita uma comparação

de dados, que pode ser realizada relativamente a um

mesmo fenómeno na sua evolução temporal, ou rela-

tivamente a outros fenómenos, no mesmo período de

tempo.

A análise pode ser efetuada, sublinhando valores

extremos de uma série, e diferenças, em relação a um

valor médio, permitindo destacar uma evolução entre

duas datas, ou fases consideradas mais significativas.

Em seguida, deve procurar explicar-se os dados,

integrando-os num contexto mais geral, antes de

abordar casos particulares ou específicos. A consulta

de uma cronologia permitirá que o aluno encontre

relações entre os fenómenos assinalados na tabela e

factos históricos contemporâneos.

Conclusão

Concluída a interpretação dos dados, o aluno pode

realçar o valor e o interesse do documento para a ma-

téria em estudo.

Na reunião de 1978, 30 anos depois do começo das

hostilidades, sela-se o estabelecimento de relações di-

plomáticas entre o Estado de Israel e o Egito, o Estado

árabe que representava os interesses do povo pales-

tiniano. Na fotografia de 1993, os atores em cena são

dois, Isaac Rabin, presidente israelita, e Yasser Arafat,

o líder da OLP “em transição” para presidente da Au-

toridade Palestiniana.

Reconhecendo a relevância do acontecimento de

1978, foi atribuído aos seus participantes, no ano se-

guinte, o Prémio Nobel da Paz. No ato de assinatura

dos acordos de 1993, ressalta a nova dignidade de

Y. Arafat, investido presidente da Autoridade Palesti-

niana, a designação que consagra o estatuto interna-

cional dos territórios da Palestina. O que se acordou,

propriamente, foi o reconhecimento mútuo das duas

partes, a renúncia da Organização de Libertação da

Palestina (OLP) à luta armada, a constituição de uma

Autoridade Nacional Palestiniana e a passagem pro-

gressiva do controlo dos territórios ocupados com co-

lonatos israelitas para a administração palestiniana.

São duas fotografias distanciadas quinze anos, que

registam episódios de momentos de distensão do con-

flito israelo-árabe e que, por si só, demonstram a len-

tidão do processo de paz no Médio Oriente.

4.1.3. Elementos estatísticos

Um gráfico, um quadro ou uma tabela de dados nu-

méricos são documentos que condensam informação.

São o resultado do trabalho do historiador sobre fon-

tes históricas que têm em comum serem quantificá-

veis. A partir da recolha de dados estatísticos, é pos-

sível efetuar uma representação gráfica, organizá-los

num quadro ou tabela e, a partir deles, tirar conclu-

sões de natureza económica, social ou outra.

No 10.º e no 11.º anos, foram apresentados exemplos

de gráficos. Para o Guia do 12.º ano optou-se por exem-

plificar a utilização de uma tabela de dados estatísticos.

Page 16: História 12º - Guia do Professor

14 | História - Guia do Professor

Leitura

A tabela apresenta a produção industrial, em países

com economia de mercado, traduzida em milhões de

dólares. O nome dos países (EUA, Reino Unido, Alema-

nha, França, Itália e Japão) está inserido nas entradas

verticais da esquerda; o cabeçalho das entradas hori-

zontais contém datas (1947, 1950, 1972) a que se refe-

rem os dados (produção industrial).

Análise e interpetação

Numa primeira análise, os alunos podem observar

que todos os países apresentam um crescimento da

produção industrial, destacando a importância dos

EUA, em qualquer das datas, bem como o ponto de

partida muito baixo do Japão, em 1947.

A tabela permite, depois, analisar a evolução de

cada um dos países, no período considerado, e, ainda,

comparar a situação relativa de cada um deles.

Além de poderem verificar o crescimento da produ-

ção industrial dos Estados Unidos, sempre muito su-

perior à dos outros países, podem também constatar

que, neste período, o Japão e a Alemanha apresentam

um crescimento mais significativo; para a Alemanha,

não se dispõe de elementos respeitantes a 1947, ra-

zão por que a respetiva célula está vazia. Quanto aos

restantes países, o crescimento é menos acentuado.

Com os conhecimentos já adquiridos, os alunos de-

vem situar esta tabela, do ponto de vista cronológico,

no período de reconstrução do pós Segunda Guerra

Mundial e de prosperidade do mundo capitalista, que

levou à atribuição da designação de “Trinta Gloriosos”.

Devem ainda relacionar com o Plano Marshall, a aju-

da financeira americana, que impulsionou a recupera-

ção económica dos países destruídos ou atingidos pelo

conflito. De assinalar que, em 1972, a Alemanha e o

Japão, derrotados na guerra, se posicionam em 2.º e

3.º lugares, quanto à produção industrial.

Conclusão

Considerando que a produção industrial constitui

um indicador relevante de desenvolvimento econó-

mico, os alunos podem concluir: que, entre o final da

Segunda Guerra e início dos anos 1970, os EUA eram a

maior potência económica no mundo capitalista; que

a ajuda financeira do Plano Marshall contribuiu para

o crescimento dos outros países; que na Alemanha e

no Japão se verificou um ritmo mais acelerado de re-

cuperação; que a economia americana foi a principal

beneficiária deste desenvolvimento.

NOTA: Os dados numéricos de uma tabela podem ser

representadas em gráficos, por exemplo, de barras, que

permitem uma visualização mais imediata da tendência

que os dados revelam.

A tabela em análise pode ser assim representada,

num gráfico de barras.

EXEMPLO: Análise e interpretação da tabela incluída no Manual (Doc.13, pág.14)

País 1947 1950 1972EUA 86 910 93 170 289 027Reino Unido 15 630 20 255 45 621

Alemanha -- 10 560 75 671França 6 760 8 775 66 060Itália 3 460 4 560 30 863Japão 2 450 4 780 73 763

Produção industrial em países com economia de mercado (em milhões de dólares)

0

50 000

100 000

150 000

200 000

250 000

300 000

350 000

EUA ReinoUnido

Alemanha França Itália Japão

194719501972

Produção industrial em países com economia de mercado (em milhões de dólares)

Page 17: História 12º - Guia do Professor

Orientação Metodológica Geral | 15

estrangeiros e o destaque a Hong-Kong e a Macau; à

economia de leitura social – os valores do PIB per ca-

pita. Por outro lado, a leitura genérica do mapa reve-

la de imediato uma diferença de desenvolvimento e

de riqueza entre a região interior e a região litoral da

China. De facto, desde logo, na legenda, encontra-se

a referência explícita a zonas e a cidades com estatu-

tos económicos especiais, e a indicação de diferenças

de rendimentos no território. Passando à análise do

mapa, há que ter em conta os dados quantitativos

apresentados.

Análise e interpretação

Para atribuir sentido aos elementos representados

no mapa, são indispensáveis as referências históricas

que clarificam o contexto. Consultando as barras cro-

nológicas (Manual págs. 80 e 81), as balizas temporais

do mapa, 1983-1997, remetem para o período poste-

rior à revolução cultural na China e à morte de Mao

Zedong, em que a responsabilidade governativa per-

tencia a Deng Xiaoping. Procurando informações sig-

nificativas complementares, encontramos datas sobre

a industrialização da China, a abertura ao mercado ex-

terior, a adesão à Organização Mundial do Comércio, a

integração dos últimos territórios chineses com admi-

nistração estrangeira (inglesa e portuguesa).

A interpretação final constrói-se com o cruzamen-

to dos dados da geografia com os da história, intro-

duzindo o elemento humano, coletivo e individual.

Cruzamento que permite identificar ritmos e opções e

seus agentes. No caso do documento, a personalidade

fundamental, já foi sugerido, é Deng Xiaoping. São-lhe

atribuídas a determinação das prioridades económi-

cas e a divisão da China em duas áreas geográficas, o

interior rural descoletivizado, e pontuado por cidades

com autonomia alargada mas fechado ao exterior, e

o litoral aberto ao capital estrangeiro e integrado no

mercado internacional.

4.1.4. Mapas históricos

Os mapas são fontes secundárias que requerem a

mesma atenção que os gráficos. São também cons-

truções de historiadores, a partir de informação que

agregam e transmitem cartograficamente.

Leitura

Num mapa, o aluno observa a escala, a orientação,

o título, a data e a legenda. É a partir desta que ana lisa

e interpreta o documento.

Análise e interpretação

A legenda indica o significado de cada símbolo con-

vencional. De posse dessa informa ção, o aluno inter-

preta o mapa como qualquer outro documento. Pede-

-se-lhe uma observação fina sobre cada um dos

elementos que são apresentados no mapa porque,

tratando-se de uma construção, certamente todos

eles têm significado e importância.

O mapa representa a modernização da China nas úl-

timas duas décadas do século XX.

Leitura

Numa observação geral, verificamos que os dados

cartografados dizem respeito: à economia real – os

símbolos na legenda indicam recursos e a produção

industrial; à economia financeira – os investimentos

EXEMPLO: Análise e comentário do mapa incluído no Manual (Doc. 22, pág. 93)

Page 18: História 12º - Guia do Professor

16 | História - Guia do Professor

4.1.5. Cronologias

A história é uma ciência do tempo e, por essa ra-

zão, torna-se indispensável a localização cronológica

dos acon tecimentos. Mas o conceito de tempo histó-

rico respeita não só à sucessão linear como também à

simultaneida de de acontecimentos no mesmo ou em

espaços diferentes. À sucessão sequencial, linear, dá-

-se a designação de diacronia; os acontecimentos que

ocorrem num mesmo tempo são designados como

sincrónicos.

Há ainda a considerar três planos de análise dos

acontecimentos: os que se situam num tempo breve,

que respeita a factos ocorridos num determinado dia,

mês ou ano, por exemplo, o início ou fim de um rei-

nado, uma batalha; os que podem corresponder a um

período de uma ou mais dezenas de anos, por exem-

plo, uma revolu ção, um movimento de resistência;

num terceiro plano, os que se situam numa duração

de séculos, por exem plo, a expansão de uma religião.

A aquisição de referências cronológicas, além de

permitir que os alunos localizem os acontecimentos

no tem po, contribui igualmente para a compreensão

dos assuntos a estudar.

As referências cronológicas podem ser utilizadas

como ponto de partida para o estudo de um determi-

nado assunto; podem ainda ser utilizadas no decorrer

do estudo, a propósito de uma pesquisa pontual, ou

de enrique cimento, ou ainda para estruturar informa-

ções no final de um tema ou de um subtema.

O Manual do aluno contém diversas referências cro-

nológicas. Estas encontram-se na dupla página que

serve de abertura aos subtemas, registadas em bar-

ras onde predominam acontecimentos de média e de

curta duração; encontram-se, também, ao longo de

todo o texto explicativo. Encontram-se ainda no final

do Guia do Professor. Contudo, a consolidação de refe-

rentes temporais é mais eficaz, se cada aluno construir

para seu uso pessoal, barras cronológicas onde vai re-

gistando, quer eventos já assinalados no Manual, quer

outros resultantes das pesquisas que for realizando.

Há diversas formas e meios de representação da lo-

calização dos acontecimentos no tempo mas, no 12.º

ano, será conveniente trabalhar com barras cronológi-

cas e, também, com tabelas.

A fim de auxiliar os alunos a construirem as barras

cronológicas, o professor deverá indicar-lhes alguns

proce dimentos.

A primeira tarefa consiste em traçar linhas horizon-

tais paralelas, de acordo com os temas ou tipos de

eventos que irão registar.

Em seguida deverão dividir as linhas, deixando igual

espaço para as unidades de tempo a introduzir; por

exem plo, por séculos, décadas ou anos (este proce-

dimento nem sempre foi possível seguir no Manual,

por razões que se prendem com o facto de, simulta-

neamente, em cada subtema, se contemplarem, na

mesma barra, períodos longos, tempo médio e tempo

breve). Será conveniente que esses espaços não sejam

reduzidos, de modo a que o aluno possa introduzir

factos novos que, ao longo do estudo dos subtemas,

considerar relevantes.

Os alunos poderão também construir tabelas que,

em alguns casos, permitam relacionar dados cronoló-

gicos relativos a diferentes espaços ou aspetos de na-

tureza diversa – tabelas comparadas.

Page 19: História 12º - Guia do Professor

Orientação Metodológica Geral | 17

narrativas de acontecimentos do passado, canções, fá-

bulas, normas aceites como leis, e costumes. Em Timor,

os textos da tradição oral são conservados e transmiti-

dos pelos lia-na’in (senhores da palavra) que, em prosa

ou em verso, narram as ai-cnanoic ou seja, as memó-

rias. Estas narrativas referem-se às origens míticas do

mundo e de instituições; à evolução de aspetos da na-

tureza; a episódios históricos, mais ou menos alterados.

Os testemunhos orais constituem fontes históricas,

provenientes de quem viveu diretamente um deter-

minado acontecimento. Por vezes, são testemunhos

prestados por pessoas que, embora não tenham vi-

4.1.6. História oral

As memórias dos mais velhos podem ser uma impor-

tante fonte de informação sobre acontecimentos do

passado. A memória alimenta-se de recordações, reco-

nhece hábitos, evoca situações e conserva vivências e

costumes. Quando se fixam ou se repetem, acabam por

constituir a tradição, a memória coletiva. Temos, assim,

de distinguir entre tradição oral e testemunho oral.

A tradição oral é transmitida de gerações em gera-

ções. É a mais antiga forma de história, nascida em

sociedades sem escrita, constituída por genealogias,

EXEMPLO: Tabela cronológica comparada (1981-2000)

1981

1985

1986

1990

1991

1995

TIMOR ÁSIA EUROPA MUNDO

1981 – Criação do CRRN 1981 – Áreas económicas especiais na China

1982 – ONU aprova Resol. 37/30

1985 – Retoma de conversações Portugal - Indonésia sobre Timor

1985 – Descoberta do “buraco de ozono” sobre a Antártida

1985 – Gorbachov eleito secretário geral do PC da URSS

– Perestroika

1982 – Portugal cria Comissão de Acompanhamento da Situação em Timor-Leste

1986 – Convergência Nacionalista Timorense

– Universidade em Díli

1986 – Adesão de Portugal à CEE

1992 – Prisão de Xanana Gusmão

1993 – Acordo israelo-palestiniano1993 – Julgamento de Xanana Gusmão – Konis Santana assume o Comando da Luta

1989 – D. Ximenes Belo pede referendo à ONU

– Visita do Papa João Paulo II a Díli– Acordo Timor GAP Indonésia/ Austrália

1987 – Tratado EUA/URSS para a redução de armas nucleares

1989 – Fim da Guerra Fria

1992 – Cimeira da Terra, Rio de Janeiro

1991– Constituição da WWW

1994 – Fundação da OMC – Nelson Mandela, 1.º presidente negro sul-africano

1988 – Benazir Bhuto, 1.ª ministra do Paquistão

1989 – Manifestações na Praça Tiananmen

1990 – Invasão do Koweit 1.ª Guerra do Golfo

1990 – Começo da eliminação do apartheid

1991 – Desintegração da URSS. Criação da CEI

1995 – Instituição da União Europeia

1991 – Massacre de Sta Cruz 1991 – Desintegração da URSS. Criação da CEI

1989 – Queda do Muro de Berlim

1996

2000

1997/98 – Crise económica asiática1998 – Habibie presidente da Indonésia

1998 – 1.ª Convenção Nacional Timorense na Diáspora

1999 – Transferência de Macau para a China

1999 – Habibie admite separação de Timor-Leste

2000 – 1.º Governo de Transição

– Criação do CNRT

– Acordo de Nova Iorque – Criação da UNAMET

2000 – Adesão da China à OMC– Referendo

1999 – Guerra do Kosovo 1999 – 1.º Fórum Social Mundial

2000 – ONU lança Objetivos de Desenvolvimento do Milénio

1996 – Fundação da CPLP 1996 – Fundação da CPLP– Genocídio no Ruanda

1997- Transferência de Hong-Kong para a China

1984 – Assassinato de Indira Gandhi, 1.ª ministra indiana

1983 – Cessar-fogo temporário– D. Ximenes Belo administrador apostólico de Díli

1981 – Nave espacial chega a Saturno– Início de políticas neoliberais

1996 – D. Ximenes Belo e Ramos- -Horta recebem o Nobel da Paz

1988 – Criação do CNRM

Page 20: História 12º - Guia do Professor

18 | História - Guia do Professor

vido o acontecimento objeto do relato, tiveram dele

conhecimento indireto, através de narrativas de fami-

liares ou de outras pessoas que o viveram.

A história oral recorre intencionalmente a estas fon-

tes, para conhecer melhor alguns factos que ocorreram

em tempos relativamente recentes, ou para preencher

a falta de outras fontes, escritas ou materiais. Aliás a

memória é também um elemento essencial daquilo

que costuma chamar-se identidade, seja ela a nível in-

dividual ou coletivo.

Importa, contudo, considerar que o testemunho oral

contém sempre a marca de quem percecionou o acon-

tecimento, transmitindo, portanto, ainda que involun-

tariamente, não o acontecimento mas a interpretação

do mesmo. Por isso, é fundamental compará-lo com

outros, ou com fontes de outro tipo, quando existam.

Afinal, cuidados essenciais ao trabalho do historiador

– nenhuma fonte é neutra e o nosso olhar é sempre

parcial.

No Manual é sugerido, em várias atividades, que os

alunos interroguem familiares ou amigos mais velhos,

relativamente a alguns costumes ou factos da história

timorense. Convém, no entanto, esclarecer que não

se pretende transformar os alunos em historiadores;

a intenção é pedagógica. Com as atividades sugeridas

procura-se, sobretudo, proporcionar aos alunos uma

forma de compreenderem os cuidados a ter com a

recolha e tratamento de fontes, e uma oportunidade

para valorizarem a preservação da memória histórica

da comunidade de que fazem parte. Além disso, reco-

lher testemunhos orais é também uma ocasião para

tomarem consciência dos preconceitos, ou de convic-

ções não fundamentadas, quer de quem presta o tes-

temunho quer de quem o recolhe.

Ouvir os testemunhos orais supõe a realização de

entrevistas. Mas a recolha dos testemunhos, sendo

uma forma muito interessante de conhecer o passado,

requer cuidados especiais e uma preparação refletida.

Preparação das entrevistas

Antes de mais, os alunos devem conhecer bem o

tema sobre o qual vão realizar as entrevistas, pelo que

existirá o cuidado de recorrerem ao máximo de infor-

mações já disponíveis.

Naturalmente, terão de selecionar as pessoas que

vão entrevistar, e contactá-las previamente, para sa-

ber da sua disponibilidade em prestarem testemunho,

para as esclarecer dos fins a que o mesmo se destina,

e do modo como será arquivado. Terão de se informar

se são testemunhas presenciais, ou então, de quem

ouviram os relatos de factos da época a estudar. É pre-

ferível, caso seja possível, escolher quem tenha vivido

esses acontecimentos.

Será conveniente que os alunos possam entrevistar

mais do que uma pessoa, sobre o mesmo assunto, a

fim de confrontarem as suas memórias. Como se re-

feriu, cada pessoa tem a sua perspetiva dos aconteci-

mentos e, além disso, ao guardar a sua recordação dos

acontecimentos vividos, pode lembrar-se de aspetos

que não foram importantes para outros. Há também a

ter em consideração, que quanto mais tempo passou,

mais fácil é ter esquecido pormenores que poderiam

ser importantes. É, pois, um processo muito marcado

pela subjetividade, pelo que os testemunhos devem

ser utilizados com a consciência desse caráter.

Selecionadas as pessoas a entrevistar, é necessário

elaborar um guião com as questões que vão ser colo-

cadas.

Convém que as perguntas permitam aos entrevista-

dos descrever situações (perguntas de resposta aberta).

Estes aspetos poderão beneficiar de tratamento articu-

lado, com as disciplinas de Português e de Tetum, ou de

outras línguas que façam parte do currículo da escola.

Por outro lado, convém que a lista de perguntas não

seja muito rígida, para não limitar o testemunho a re-

colher.

Page 21: História 12º - Guia do Professor

Orientação Metodológica Geral | 19

4.1.7. A utilização da Web

A internet, ou World Wide Web, é, hoje em dia, um

recurso importante para qualquer área do saber, facto

que também se aplica ao ensino da História.

No Manual do aluno e no Guia do professor sugere-

-se, algumas vezes, a utilização da Internet, sobretu-

do para pesquisas complementares, ou realização de

trabalhos. Trata-se de uma ferramenta que os alunos

poderão dominar com facilidade, considerando que a

disciplina de Tecnologias Multimédia faz parte do pla-

no de estudos do Ensino Secundário.

No que respeita à disciplina de História, são apresen-

tadas, no Programa aprovado, algumas indicações de

sítios (sites), sobretudo de museus e de projetos de ín-

dole cultural, que possibilitam a realização de visitas vir-

tuais a esses museus ou a lugares de interesse histórico.

Contudo, as potencialidades deste recurso são as

mais diversas, desde sítios onde é possível encontrar

informação de natureza enciclopédica sobre os mais

diferentes assuntos e, até, por exemplo, imagens, ma-

pas, documentários filmados, documentos digitaliza-

dos existentes em arquivos.

Realização das entrevistas

Elaborado o guião e selecionadas as pessoas a en-

trevistar, passa-se ao trabalho de campo. A forma

ideal de registo das entrevistas é utilizar um grava-

dor de som, ou de som e imagem e, posteriormente,

transcrever as respostas. Se a escola não dispuser des-

te recurso, os alunos devem registar, com cuidado e

por escrito, as respostas dos entrevistados.

Antes de iniciar a entrevista o aluno deve fazer o

registo rigoroso da identidade do entrevistado, bem

como a identificação do espaço onde esta vai decorrer.

É indispensável que o entrevistador assuma uma

atitude de respeito por quem se dispôs a prestar o

testemunho, e que mantenha uma atitude de ouvinte

atento, não interrompendo o discurso de quem fala.

Além disso, pode acontecer que o entrevistado

preste, por sua iniciativa, um testemunho tão rico que

dispense grande parte das perguntas do guião, facto a

que o entrevistador deve estar atento.

Conclusões

Analisadas as respostas, os alunos tiram as suas

conclusões, podendo documentá-las com frases ou

narrativas dos entrevistados.

A apresentação dos resultados à turma pode ser efe-

tuada de diferentes formas, como, por exemplo, num

texto escrito, ou num jornal de parede. Caso existam

recursos audio-visuais, será vantajosa a sua utilização.

EXEMPLO DE GUIÃO OU ROTEIRO (a utilizar em entrevista)

Assunto: A diáspora timorense – testemunhos

1. Em que data saiu de Timor e que idade tinha então?

2. Como e com quem é que saiu? Para onde foi?

3. Até regressar a Timor, viveu sempre no mesmo país?

4. Quais foram os motivos que o levaram a emigrar?

5. Quer contar-nos como vivia, no estrangeiro?

6. Havia outros timorenses perto de si? Conviviam? Mantinham costumes timorenses?

7. Quando se encontrava no estrangeiro, participou em atividades tendo em vista Timor-Leste independente? Quer explicar-nos?

8. Mantinha contactos com Timor-Leste? De que forma?

Page 22: História 12º - Guia do Professor

20 | História - Guia do Professor

A pesquisa

Por vezes dispomos já de endereços para a pesqui-

sa a realizar. Porém, caso não tenhamos indicações, se

utilizarmos um motor de busca, é suficiente escrever

um nome, ou duas a três palavras referentes ao as-

sunto, para que surjam no monitor uma série de sítios

onde é possível obter as informações necessárias. Há,

contudo, de ter cuidado em selecionar os sítios que

ofereçam garantia de qualidade, já que, uma parte da

informação disponível pode não ser proveniente de

estudos sérios sobre os temas que se pretende conhe-

cer. Convém, por isso, que se proceda a uma compara-

ção relativamente à informação disponibilizada, para

avaliar a sua qualidade e atualização.

Compete ao professor auxiliar os alunos nas pesqui-

sas a realizar, de modo a que o recurso à Internet seja

útil e adequado. Deve, também, habituar os alunos a

citarem a fonte da informação obtida, indicando o sí-

tio, ou a ligação (link), bem como a data da consulta.

No caso da pesquisa conduzir ao visionamento, por

exemplo, de um filme ou de um documentário, será

conveniente que o professor faculte aos alunos um

guião de análise, que os oriente quanto aos aspetos

a observar.

EXEMPLO: O documentário

Um exemplo de utilização da Internet como recur-

so didático pode ser o visionamento do Documentário

Timor-Leste – 1975, construído a partir das crónicas-

-reportagem realizadas por Adelino Gomes, e a sua

equipa, em Timor-Leste, em Outubro de 1975, para a

Radiotelevisão Portuguesa.

O documentário, dividido em duas partes, é antece-

dido por um diálogo entre Adelino Gomes, e o apre-

sentador da RDP, Paulo Dentinho, com o objetivo de

contextualizar as reportagens.

A ligação para o documentário encontra-se na pág.

128 do Manual, nas atividades propostas, e em relação

com os assuntos tratados nas págs, 126- 133.

Preparação

O professor deverá visionar, previamente, o docu-

mentário e assinalar os aspetos mais importantes das

reportagens que lhe serviram de base. Deve procurar,

também, informação complementar sobre o autor, so-

bre as circunstâncias em que filmou, caso seja possível.

É importante ter em conta que, embora as reporta-

gens tenham sido realizadas em território timorense,

se trata de um documentário, pelo que as imagens fo-

ram posteriormente organizadas em sequência narra-

tiva, com o objetivo de informar. Ou seja, a partir de

filmagens no terreno que constituem uma fonte pri-

mária, foi construído um documentário, apresentado

com diálogos interpretativos.

O professor deverá indicar, numa ficha a entregar

aos alunos no início da atividade, e de que se junta

um modelo possível, breve informação sobre o autor,

data e local da realização, contexto histórico em que o

documentário foi filmado, duração e língua utilizada.

Deve, também, incluir na ficha um roteiro que oriente

o visionamento do documentário, e posterior registo

de notas.

No final, o professor deve promover um pequeno

debate, baseado nas apreciações dos alunos, sendo

importante que registem as conclusões a que chega-

rem, quer quanto à intencionalidade do documento

quer quanto à sua importância como fonte histórica.

Page 23: História 12º - Guia do Professor

Orientação Metodológica Geral | 21

4.1.8. Debate

O debate que, por diversas vezes, é sugerido no

Manual do Aluno e no Guia do Professor, é uma ati-

vidade que possibilita o desenvolvimento de várias

competências, quer transversais, quer específicas.

Entre essas competências releva-se, nomeadamente:

organizar a informação selecionada; elaborar sínteses,

comunicando oralmente com correção; participar em

trabalhos de equipa, fundamentando as suas posições

e respeitando as dos outros; identificar diferentes in-

terpretações do processo histórico, questionando a

sua validade face aos instrumentos disponíveis.

A partir de um tema mais circunscrito que suscite

opiniões diversas, pode organizar-se um pequeno de-

bate, a realizar numa aula. Contudo, para um debate

mais aprofundado em torno de problemas ou de te-

mas de maior importância e complexidade, relaciona-

dos com a história mundial ou nacional, é necessário

dispor de mais tempo.

Em qualquer das situações, o debate requer prepa-

ração cuidada por parte do professor, e dos alunos, de

modo a ser útil e conduzir a uma discussão fundamen-

tada.

Assim, o debate pressupõe, além da preparação, o

desenvolvimento, bem como a avaliação da atividade.

Preparação

Selecionado o tema, os objetivos a atingir, e o núme-

ro de aulas para a realização da atividade, devem ser

definidas as regras, tais como o tempo para cada inter-

venção, quem deve ser o moderador, se será um debate

aberto a todos ou apenas aos porta-vozes dos grupos.

Em seguida, passa-se à constituição de pequenos

grupos, aos quais o professor deve entregar um conjun-

to de documentos, que apresentem opiniões diversas

ou opostas sobre o tema. Além disso, os grupos devem

receber questões orientadoras da análise dos docu-

Visionamento do documentário Timor-Leste – 1975, integrado no programa À Roda do Mundo, da Radiotelevisão Portuguesa

1. Ficha técnica

Título: Timor-Leste – 1975

Autor: Adelino Gomes, em conjunto com Herlander Mendes, Jorge Teófilo, Manuel Patrício, equipa da RTP.

Data da realização: Reportagens de Adelino Gomes – Outubro de 1975; Documentário construído a partir das reportagens – 1995.

Duração: 1ª parte – 50m ; 2ª parte – 50m

Cor: Reportagens – Preto e branco; Apresentação – cor

Língua utilizada: Português e Tétum

Local: Timor-Leste; 1ª parte: Ataúro, Díli, Atabai; 2ª parte: Maliana, Balibó, Batugadé, Cailaco

Intervenientes: Repórter de imagem Adelino Gomes e timorenses, alguns deles líderes políticos.

Contexto histórico: Guerra civil em Timor-Leste, desde agosto de 1975, durante o processo de descolonização; agressões armadas da Indonésia na fronteira timorense, comprovadamente desde setembro, precedendo a invasão de 7 de dezembro de 1975 e a ocupação subsequente.

2. Roteiro de análise

Apresentação e comentários do autor:

Locais e datas de filmagem:

Quotidiano dos intervenientes:

Motivações, ideologia e recursos da FRETILIN e dos seus apoiantes:

Relação entre os aderentes do MAC e a Indonésia:

Atitude dos timorenses relativamente a Portugal:

Provas da agressão indonésia anteriormente a dezembro de 1975:

Comentários de Lemos Pires, Hélio Pina, Aquiles Soares, Francisco Xavier do Amaral, Nicolau Lobato, Rogério Lobato:

3. Apreciação

Intencionalidade das reportagens e do documentário:

Importância como fonte histórica:

Page 24: História 12º - Guia do Professor

22 | História - Guia do Professor

mentos, que podem servir de base para o debate. Cada

grupo deve escolher um porta-voz, que irá transmitir as

conclusões a que o grupo chegou, o que não exclui que

outros alunos possam intervir no debate, se assim o soli-

citarem e estiver contemplado nas regras estabelecidas.

Analisados os documentos e registadas as conclu-

sões pelos pequenos grupos, passa-se ao debate com

o grupo-turma.

Desenvolvimento

O papel de moderador pode ser desempenhado

pelo professor ou por um aluno.

Cabe ao moderador iniciar o debate, apresentando

o tema, bem como as questões que se colocam e vão

orientar a discussão. Deve recordar as regras e dar a

palavra aos porta-vozes dos grupos, e a outros alunos

que queiram intervir. O moderador deve controlar o

tempo previsto para cada intervenção, animar o deba-

te, e elaborar sínteses parciais.

No final deve ser realizado um balanço com as con-

clusões.

Avaliação

De acordo com as competências selecionadas para o

debate, o professor procede à avaliação da participa-

ção dos alunos.

Preparação

Após o estudo das subrubricas 4.2 e 4.3, que fina-

lizam o Subtema 3, da UT7, inteiramente dedicado à

história de Timor, o professor deve seguir os passos

acima indicados para preparação do debate.

Constituídos os grupos, além dos documentos 35 a

44 do Manual (págs. 59 a 63), os alunos devem dispor

dos textos que se encontram nas págs. 47 a 50 deste

EXEMPLO: Viqueque – origem e significado

Os conteúdos do Programa do 12º ano, relacionados

com este tema, encontram-se tratados no Manual,

nas págs. 59 a 63.

Guia, ou de outros textos que o professor considere

significativos de opiniões diferentes sobre o tema.

Como questões orientadoras do debate, sugere-se

que se utilize o excerto do texto de Ernest Chamber-

lain, The 1959 Rebellion in East Timor: Unresolved Ten-

sions and an Unwritten History, também transcrito no

Guia, na pág. 48, que coloca questões pertinentes

acerca dos acontecimentos de 1959. Podem, contudo,

ser selecionadas e adaptadas algumas dessas ques-

tões, conforme se exemplifica:

O professor deve acompanhar o trabalho dos gru-

pos, verificando se necessitam de ajuda e se todos os

alunos estão a participar ativamente.

Para esta fase, sugere-se que sejam utilizados três

tempos letivos.

Desenvolvimento

O moderador inicia o debate, fazendo uma breve

narrativa dos acontecimentos de 1959, e enuncian-

do as questões colocadas aos grupos. Seguidamente

dará tempo a que cada grupo apresente as conclusões,

abrindo-se depois o diálogo e a permuta de ideias.

Caberá ao moderador, com o apoio do professor, se

necessário, elaborar as conclusões a que chegarem.

Para esta fase, sugere-se que seja utilizado um tem-

po letivo.

Avaliação

O professor, ao proceder à avaliação da participação

dos alunos no debate, deve considerar, por exemplo,

• Os abusos e injustiças do regime português

justificavam a revolta?

• Jakarta incentivou a revolta ou tratou-se de uma

ação independente, encorajada pelo Cônsul da

Indonésia?

• A revolta pode ser interpretada como um passo

no caminho para a independência de Timor-

-Leste?

Page 25: História 12º - Guia do Professor

Orientação Metodológica Geral | 23

a informação que, de facto, seja importante para o tra-

tamento do tema.

Plano

Com a pesquisa terminada, há que estabelecer o

plano a que o desenvolvimento do trabalho vai obede-

cer. Isto é, o aluno tem de ordenar as ideias e os ele-

mentos que recolheu, e decidir como vai incluí-los nas

várias partes, para não haver repetições. O plano pode

ser organizado para o estudo de uma questão entre

tal e tal data (plano cronológico), para o estudo de um

acontecimento, suas causas e consequências (plano

explicativo), e pode pretender abordar um determina-

do assunto ou situação (plano temático).

O ponto inicial do plano será sempre a introdução,

onde se dirá com clareza o interesse e a importância

do assunto e como se pensa tratá-lo. Segue-se o de-

senvolvimento, onde o tema será tratado estruturada-

mente, em parágrafos adequados. Por fim, a conclu-

são, onde o aluno-autor apresentará, em brevíssimo

resumo, o que pre tendeu demonstrar. Nesta conclu-

são, pode indicar pistas para nova pesquisa sobre o

mesmo assunto.

O texto assim elaborado pode servir de base para as

outras formas de apresentação referidas.

4.2. Avaliação

Tal como se indica no Programa, são as Metas de

Aprendizagem que constituem a referência essencial

para a avaliação dos alunos. Elas enunciam, relativa-

mente a cada unidade temática, as aprendizagens es-

senciais que se espera que os alunos realizem, tendo

em conta o enunciado genérico de competências e o

conjunto de conteú dos específicos, identificados no

Programa da Disciplina de História. A complexidade

deste processo exige algu ma reflexão.

Há algumas décadas, estudos pedagógicos orienta-

dos para a resolução do problema da eficácia do en-

sino, sis tematizaram um conjunto de procedimentos

se as intervenções são fundamentadas e oportunas,

se são ordeiras e sem interrupção dos colegas, se res-

peitam a opinião dos colegas, se a expressão oral é

clara e correta.

4.1.9. Biografias

Fazer uma biografia é, na verdade, elaborar um tra-

balho de síntese, com a particularidade de o tema ser

uma pessoa real. Pede-se ao aluno que estude a vida,

personalidade e obra de alguém, para se conhecer

melhor e averiguar, por exemplo, de que modo é um

produto da sua época ou como influenciou o seu tem-

po ou épocas futuras. Na pesquisa, o aluno deve pro-

curar, em livros ou na Web, dados gerais, tais como:

data e lugar de nascimento e de morte; quem era a

sua família; que obra concreta realizou; se possível,

como era a sua personalidade.

A biografia tem de incidir sobre a pessoa que está a

ser estudada. O contexto da época, que é necessário

intro duzir, não pode abafar a personagem, tornar-se

o objeto da pesquisa e tomar o lugar do biografado.

4.1.10. Trabalhos de síntese

Um trabalho de síntese pode ser apresentado de di-

versas formas: em texto escrito, em cartaz, em supor-

te multimédia, entre outros.

Na maioria dos casos, a síntese é pedida ao aluno

sob a forma de texto escrito. Convém que o professor

lhe dê alguma orientação metodológica.

Pesquisa

No caso do trabalho de síntese, a operação preli-

minar é a procura de informação sobre o tema. Para

lá da informação que lhe foi proporcionada pelo pro-

fessor, o aluno poderá sempre dispor de alguma mais,

no seu Manual. Caso existam outros recursos, deverá

ser-lhe indicada bibliografia complementar (pequena

enciclopé dia, dicionário, um capítulo de alguma obra

específica, sítios na Web). Deve procurar respostas

para os proble mas que o tema levanta e usar apenas

Page 26: História 12º - Guia do Professor

24 | História - Guia do Professor

que auxiliariam o professor a controlar o processo de

ensino e de aprendizagem.

De acordo com as sugestões desses estudos, o pro-

fessor, antes de iniciar o processo de ensino de uma

deter minada unidade temática, deveria pôr em práti-

ca uma avaliação diagnóstica. Essa fase do trabalho

seria centrada na identificação do saber e saber-fazer

apresentado pelo aluno, num momento inicial; e a sua

função seria orien tar o professor sobre o caminho a

seguir. Iniciada a formação, e relativamente a cada uni-

dade de ensino, desenvolver-se-ia uma avaliação for-

mativa, centrada no processo de realização das apren-

dizagens, por parte do aluno. A função desta fase seria

essencialmente reguladora, fornecendo ao professor e

ao aluno informação sobre as cor reções a introduzir.

Por último, o professor estaria em condições de aplicar

uma avaliação sumativa, centrada nos produtos apre-

sentados pelos alunos, neste caso, para produzir uma

classificação e, no limite, uma certificação.

Embora seja importante o esforço no sentido de dis-

tinguir estas “fases” e “funções”, no processo de ensi-

no e de aprendizagem, a atenção é colocada, muitas

vezes quase exclusivamente, nos produtos esperados

e o proces so tende, em consequência, a tornar-se

“mecanicista”. Muitos professores contentam-se em

efetuar um enun ciado minucioso dos saberes que o

aluno deve apresentar, julgados suscetíveis de serem

apreciados através de um igualmente minucioso enun-

ciado de objetivos comportamentais. Neste caso, todo

o processo de avaliação se desenvolve, portanto, no

sentido de verificar se são “atingidos” tais objetivos,

numa ilusão de controlo do pro cesso. Como, de qual-

quer modo, a escola tem uma função social de certifi-

cação das aprendizagens, a avaliação pode acabar por

ser, para o professor, apenas “verificar” a consecução

dos objetivos inicialmente esta belecidos, transforman-

do o que se considerava ser a objetividade do processo

de avaliação, numa prática forma lista. Quanto ao alu-

no, por vezes nem chega a compreender as razões do

seu sucesso ou insucesso.

Mais recentemente, novos estudos vieram chamar

a atenção para a necessidade de pôr a tónica não

apenas no desempenho observável do aluno, mas na

forma como este constrói o conhecimento e realiza a

tarefa que lhe é pedida. Esta visão construtivista as-

senta, assim, na noção de competência, considerada

como um conjun to de capacidades, de conhecimentos

e de práticas, organizados para a realização de uma

tarefa complexa ou a resolução de um conjunto de si-

tuações-problema. E, nesta perspetiva, o processo de

avaliação passa a basear-se numa lógica de integração,

preferindo-se então a noção de avaliação formadora

(Hadji, 1994), e pedindo-se ao professor que considere

a globalidade do processo de formação dos alunos.

Desta conceção decorre a conveniência de se esta-

belecer, para cada disciplina do currículo, metas de

aprendi zagem, em termos amplos; e, para o profes-

sor, resulta a necessidade de definir as experiências de

aprendizagem adequadas à disciplina, bem como os

critérios de realização e de sucesso.

No caso da disciplina de História, identificaram-se,

no Programa e no presente Guia, a metodologia e os

ins trumentos essenciais à construção da educação his-

tórica. É relativamente a essa linha de orientação, e à

sua prá tica, que o processo de ensino e de aprendiza-

gem deve ser desenvolvido e que a avaliação deve ser

encarada.

Nos casos concretos relativos às unidades temáticas

do Programa, o professor terá o cuidado de proporcio-

nar aos alunos experiências de aprendizagem significati-

vas – à semelhança das que são apresentadas/sugeridas

no Guia, relativamente a todos os subtemas. No que

respeita à avaliação, e tendo em conta as referidas situa-

ções de aprendizagem em que o aluno participou, o pro-

fessor decidirá os momentos e os processos adequados.

Page 27: História 12º - Guia do Professor

Orientação Metodológica Geral | 25

Os descritores assim estabelecidos serão depois orga-

nizados em função de uma escala que parte do mí-

nimo exigido – ex: identifica a ideia central do docu-

mento – para o máximo esperado – ex: identifica, não

apenas a ideia principal, mas ain da as acessórias (por

exemplo, três, entre quatro).

O quadro assim constituído é trabalhado com o alu-

no, de modo a que saiba quais os critérios de avaliação

da tarefa que se lhe vai pedir e se prepare para ela con-

venientemente – porque só com a avaliação conduzida

corretamente o alu no aprenderá.

Afirmou-se, por exemplo (pág. 8), que o documento

mais frequente no trabalho em sala de aula, no ensino

secundário, é o documento escrito (o texto) e foram

minuciosamente explicados os processos necessários

à sua análise. Durante o tratamento de uma unidade,

torna-se então indispensável que o professor ava-

lie se as técnicas de análise do documento escrito, a

compreensão do seu conteúdo, e a utilização deste

(demonstrando interiori zação de conhecimento) são

processos dominados pelo aluno. Para este efeito,

o professor deve identificar quais as competências

transversais em causa – por exemplo, redigir de forma

clara e com ortografia correta – e quais as competên-

cias específicas da disciplina – por exemplo, relacionar

um evento com o contexto em que ocorreu.

Numa perspetiva de avaliação formadora, a forma de

o professor avaliar o aluno e lhe proporcionar, simulta-

neamente, elementos para se autoavaliar – e de progre-

dir – é definir os critérios de desempenho, de sucesso e

de realização, para o que deverá elaborar os respetivos

descritores, indicando o nível de desempenho mais ele-

vado esperado, o nível intermédio e o nível mínimo.

Se a tarefa pedida for, por exemplo, um texto de sín-

tese, a partir dos dados fornecidos pela análise de um

documento escrito, os descritores de desempenho

poderão considerar, relativamente ao texto produzido

pelo aluno, os seguintes elementos.

• Competência transversal: escrita legível; ausên-

cia de erros de ortografia; agrupamento, num

mesmo parágrafo, das informações relativas a

um mesmo assunto, etc.

• Competência específica da disciplina: resposta

efetiva à questão colocada, não se limitando a

resumir o documento; exploração de todas as

informações contidas no documento; evocação

do contexto adequado aos eventos /situações re-

feridas no documento; ausência de erros graves

de confusão causa/consequência, ou de incoe-

rências cronológicas.

Page 28: História 12º - Guia do Professor

26

Operacionalização do Programa - Exploração das Unidades Temáticas

5.1. Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial

Caraterização da Unidade

A Unidade Temática 7 organiza-se em três subte-

mas. O período cronológico decorre do imediato pós

Segunda Guerra Mundial – 1945 – à crise de início dos

anos de 1970.

No Subtema 1 desta Unidade Temática, A reconstru-

ção num mundo dividido, são abordadas as dinâmicas

de reconstrução do pós-guerra, a constituição de orga-

nismos internacionais de regulação e a afirmação de

dois blocos antagónicos, num quadro de “Guerra Fria”.

No Subtema 2, A ascensão do “Terceiro Mundo”e

o despertar da consciência mundial, a temática in-

cide sobre as vagas de descolonização e decorrentes

independências políticas de novos Estados, na Ásia e

em África, bem como as tentativas de superação do

bipolarismo.

O Subtema 3, Timor-Leste de 1945 ao início da

década de 1970, estuda, pois, a história de Timor, a

restauração da soberania portuguesa e os efeitos das

medidas de desenvolvimento promovidas nesta épo-

ca, destacando as transformações ocorridas a partir da

década de 1960.

Orientação geral

A Unidade Temática 7, no que respeita ao Subtema

1, deve ser orientada no sentido de conduzir a uma

reflexão sobre a procura de uma paz duradoura, de-

pois dos dois grandes conflitos da primeira metade do

século XX, e dos condicionalismos que conduziram à

afirmação das duas grandes potências e consequente

expansão das ideologias.

O Subtema 2 deve relevar a ascensão dos novos Es-

tados saídos das descolonizações, da sua crescente in-

fluência internacional, quer pela formação de organis-

mos próprios, quer pela presença na ONU, apesar das

debilidades sociais e políticas e dependência económi-

ca. Deve, ainda, ser orientada para a reflexão sobre a

importância dos movimentos cívicos.

O estudo da história de Timor deverá ser orientado

no sentido de analisar: as dificuldades da reconstru-

ção do pós-guerra; a permanência da organização so-

cial tradicional, no quadro de algumas alterações da

administração colonial e da tendência de urbanização

da população timorense; da formação de elites e seu

papel na afirmação de ações anticoloniais.

Page 29: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 27

Metas de aprendizagem estabelecidas para a Unidade Temática 7

Subtema 1

O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza, no tempo e no espaço, os eventos estu-

dados.

• Identifica os organismos internacionais criados no

quadro do pós Segunda Guerra Mundial, indican-

do os seus objetivos.

• Explica os condicionalismos que contribuíram

para a formação de blocos ideológicos antagóni-

cos, delimitando as suas áreas de influência e zo-

nas de conflito.

• Integra a formação da NATO e do Pacto de Varsó-

via no quadro de um mundo bipolar.

• Avalia a importância e implicações do auxílio ame-

ricano para as reconstruções do pós-guerra.

• Carateriza as políticas económicas dos diferentes

sistemas políticos, relacionando-as com as ideolo-

gias que as suportavam.

Subtema 2O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza, no tempo e no espaço, os eventos estu-

dados.

• Explica os condicionalismos que conduziram às

descolonizações em meados do século XX.

• Identifica os principais problemas políticos, eco-

nómicos e socioculturais dos novos Estados inde-

pendentes.

• Relaciona o neocolonialismo com a economia de

mercado, avaliando o seu impacto nos antigos ter-

ritórios coloniais.

• Justifica a eclosão de movimentos de contestação

e de luta por direitos cívicos.

• Carateriza os regimes políticos e os sistemas eco-

nómicos dos países do Sudeste asiático, identifi-

cando as diferentes opções políticas.

• Identifica os objetivos do Movimento dos Não Ali-

nhados, reconhecendo a diversidade de contextos

dos países que o constituiram.

Subtema 3

O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza, no tempo e no espaço, os eventos estu-

dados.

• Indica as consequências da ocupação e dos bom-

bardeamentos em Timor, durante a Segunda

Guerra Mundial.

• Analisa as medidas tomadas pelo Estado portu-

guês para a reconstrução de Timor, e as dificulda-

des da sua consecução.

• Avalia o impacto dos planos de fomento na evolu-

ção da economia timorense, identificando novos

setores de desenvolvimento.

• Explica a evolução da sociedade e o investimento

na educação, relevando a formação de elites.

• Analisa a tendência de urbanização timorense e a

permanência de estruturas tradicionais.

• Avalia o interesse crescente pelo conhecimento

das realidades de Timor, manifestado pelos estu-

dos científicos realizados no território.

• Discute a origem da revolta de Viqueque, inte-

grando a sua eclosão no contexto da situação po-

lítica do Sudeste asiático.

Page 30: História 12º - Guia do Professor

28 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

5.1.1. Subtema 1 – A reconstrução num mundo dividido

TEMPO PREVISTO: 8 AULAS

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

À semelhança do que foi indicado para os 10.º e 11.º anos, deve ser proposta aos alunos, em todos os subtemas, a construção de uma barra cronológica onde registarão, ao longo da lecionação, os marcos considerados mais significativos. No processo de aprendi-zagem, o professor deve estimular o recurso às barras cronológi-cas inseridas no Manual, de modo a proporcionar a construção de referentes temporais.

É igualmente relevante a perceção do espaço e o professor deve insistir na observação atenta dos mapas inseridos em cada rubri-ca. Os elementos geográficos gerais identificativos são apenas os que se considerou indispensáveis à localização das áreas. Para uso comparativo e um mais preciso conhecimento do espaço, o Ma-nual inclui nas páginas finais um planisfério físico e um planisfério político atualizado.

O programa do 12.º ano inicia-se com um tema que, cronologica-mente, corresponde ao período entre o termo da Segunda Guerra Mundial e o início dos anos 1970, mais precisamente a crise eco-nómica de 1973.

1. Mapa político do imediato pós-guerra; Criação de organismos internacionais; a Organização das Nações Unidas

Desnazificação

O primeiro subtema deve iniciar-se pela análise e exploração do mapa (Doc. 1, pág. 8). Esta atividade permitirá que os alunos identi-fiquem as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial, as re-giões do mundo ainda sob domínio colonial, bem como os Estados de que essas regiões dependiam; com recurso ao texto explicativo e ao mapa político do final do Manual (págs. 180-181), o professor deve orientar os alunos para localizarem os países que foram ocupa-dos pelas potências vencedoras, trabalhar a noção de desnazifica-ção e, ainda, o que tal processo significou para os países ocupados.

1.1. Conferências de paz e reconstrução

Com a leitura e análise dos documentos 3 e 4 (pág. 9) pretende-se que os alunos reconheçam que, após a Segunda Guerra Mundial, houve a preocupação de estabelecer uma nova ordem económica, além da redefinição de fronteiras e de áreas de influência das po-tências vencedoras, fatores determinantes para a posterior evolu-ção da situação política, à escala mundial.

A atividade proposta aos alunos no Manual pode, com vantagem, ser realizada em pares ou pequenos grupos, devendo ser regista-das as conclusões.

1.2. A ONU – ob-jetivos e estrutura

Na abordagem da subrubrica respeitante à ONU, sua formação e objetivos, o professor pode partir de aprendizagens dos alunos obtidas, no 10.º ano, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento

Page 31: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 29

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Direito de veto

Social. Para tal, pode efetuar um levantamento dessas aprendizagens para, em seguida, desenvolver o assunto, na perspetiva da história, ou seja, contextualizá-las no quadro do grande conflito mundial.

O professor deve acentuar o significado da criação da ONU, salien-tando a esperança na manutenção de uma paz duradoura, após uma guerra de tão graves consequências.

Em seguida, poderá, com o grupo-turma proceder à leitura do Preâmbulo da Carta das Nações Unidas (Doc. 5, pág. 10), e anali-sar o seu conteúdo. A observação do documento 6 permitirá aos alunos comprovarem a solenidade da cerimónia de assinatura da Carta, identificando os elementos que o demonstram.

Com os dados de que dispõem, pode propor-se aos alunos que comparem o caráter democrático da composição e do funciona-mento da Assembleia Geral (onde cada Estado- membro tem di-reito a um voto), com a possibilidade de direito de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. O professor deverá explicitar o significado deste direito e os seus efeitos.

Portugal, candidato a entrar na ONU desde 1946, só em 1955 foi admitido com um conjunto de outros países, na sequência de ne-gociações entre os EUA e a URSS. O facto de o regime português não ser democrático fez com que o processo de adesão se tivesse arrastado, tendo sido resolvido na sequência de acordos, no qua-dro da Guerra Fria.

O documento 7 possibilita conhecer a evolução do número de Es-tados que foram integrando a ONU, desde a sua formação, em 1945, aos finais do século XX. Ao realizarem a atividade proposta no Manual, podem verificar que os dois períodos em que mais Es-tados passaram a fazer parte da ONU, além do grupo da fundação, foram 1945-1956 e 1956-1967; podem, ainda, concluir que, nos nossos dias, quase todos os Estados independentes são membros de pleno direito desta organização internacional.

Se a escola dispuser de acesso à Internet, os alunos podem con-sultar o sítio da ONU – http://www.un.org. Aí é possível obter informações sobre os seus organismos, funcionamento, Estados membros e outros elementos de natureza diversa.

A leitura e análise do excerto da Declaração Universal dos Direitos do Homem (Doc. 8, pág. 11) poderá conduzir à organização de um debate, já proposto no Manual. O professor deverá mobilizar co-nhecimentos dos alunos, resultantes de aprendizagens de outras disciplinas. Pode, ainda, promover-se uma comparação com a De-claração de Independência dos Estados Unidos (1773) e a Declara-ção dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), estudadas no 11.º ano. No final, devem ser registadas as conclusões a que chegarem.

Page 32: História 12º - Guia do Professor

30 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

2. Blocos ideológicos e áreas de influência

2.1. Da Guerra Fria ao desanuviamento

SuperpotênciaPlano MarshallNATOPacto de VarsóviaPartição da AlemanhaGuerra da CoreiaQuestão palestinianaCrise dos mísseis de Cuba

Democracia popularCoexistência pacífica

O professor pode iniciar o estudo da rubrica 2, referente ao início da Guerra Fria e do estabelecimento de um mundo bipolar, pela constituição de pequenos grupos que analisem os dois documen-tos escritos (9 e 10, pág. 12) – metade dos grupos trata a posição de Truman (Doc. 9) e a outra metade a de Jdanov (Doc. 10); na rea-lização desta atividade, os alunos devem ter presentes os concei-tos de totalitarismo, de democracia, de imperialismo, bem como as noções de liberdade e de mundo livre; no final, comparam as posições apresentadas e registam as conclusões.

A observação do mapa (Doc. 11, pág. 13), a leitura das notas e do texto explicativo devem conduzir à consolidação do conceito de superpotência e à localização das áreas de influência dos EUA e da URSS. A consulta e a construção da barra cronológica, permi-tem situar no tempo a formação das organizações que constituem manifestações da Guerra Fria, que o mundo viveu no período que decorreu desde 1947 até à queda do muro de Berlim (1989). Con-vém que os alunos leiam, com atenção, as notas que esclarecem o significado dos episódios da bipolarização, em que direta ou indi-retamente esiveram envolvidas as duas superpotências. A desarti-culação deste sistema mundial será estudada na UT 8, Subtema 1.

No final do estudo desta rubrica, o professor deverá verificar se os alunos entenderam os conceitos de democracia popular e de coexistência pacífica. A consulta do Glossário, no final do Manual, contribui para a consolidação desses conhecimentos, mas não se pretende que os alunos se limitem a memorizá-los.

3. Políticas económicas no quadro da Guerra Fria3.1. As democracias ocidentais

Economia de mercado

Com a abordagem da rubrica 3 procura-se caraterizar sistemas po-lítico-económicos das democracias parlamentares de tipo ociden-tal e compará-los com as economias planificadas da URSS e das chamadas democracias populares dos países do Leste da Europa.

Assim, o professor poderá, em primeiro lugar, analisar com os alu-nos a tabela (Doc. 13, pág. 14) que apresenta a evolução da produ-ção industrial, em alguns países capitalistas, no período em estudo.

A análise e comentário desta tabela constitui o exemplo de utili-zação de elementos estatísticos, apresentado no texto inicial do Guia, nas páginas 13 e 14.

Em seguida, pode propor o comentário dos textos que constam do documento 12, sobre a predominância da economia e sobre os processos para aumentar a produtividade.

Com a análise dos documentos 14 e 15 (pág. 15), e a consulta do Glossário do final do Manual, os alunos podem integrar mais ele-mentos para compreenderem o que significa uma economia de mercado e quais os seus efeitos.

Page 33: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 31

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

SocialdemocraciaDemocracia cristã

Os conceitos de socialdemocracia e de democracia cristã podem ser trabalhados, pedindo aos alunos que indiquem caraterísticas que já conheçam sobre estas correntes políticas. Pode proceder--se ao registo destes contributos e, no final, consultar o Glossário para consolidar as aprendizagens.

3.2. Política económica dos países socialistas

Economia planificada

A análise da tabela (Doc. 17, pág. 16) possibilita comparar o cres-cimento industrial, nos países socialistas da Europa de Leste e na URSS. A partir do documento 16, e do texto explicativo, o profes-sor deve dirigir os alunos para a compreensão do conceito de eco-nomia planificada, bem como as suas caraterísticas.

No final, os alunos devem aplicar as suas aprendizagens, na ela-boração de um texto ou de uma tabela comparativa sobre os dois sistemas económicos.

Devem, ainda, entendê-los na perspetiva de um mundo bipolar que se reflete, também, nas políticas económicas.

3.3. China e Japão: duas políticas na Ásia

O estudo da subrubrica 3.3. permite, não só conhecer a evolução política da China e do Japão, após 1945, como também estabele-cer a comparação entre uma economia de tipo socialista (China) com uma economia de tipo capitalista (Japão).

Maoísmo

No que respeita à China, é necessário recuperar aprendizagens do 11.º ano, sobre o marxismo-leninismo e os primeiros tempos do Partido Comunista Chinês (ver Manual do 11.º ano, págs. 68-69, e 117-118). Deste modo, os alunos podem compreender a adapta-ção daquele pensamento político à realidade da China, que cons-titui o que se designa por maoísmo.

No documento 18, Mao Zedong refere o papel que atribuía às “massas populares”, em especial aos camponeses e a sua ligação com o Partido Comunista.

O professor poderá destacar que as primeiras medidas seguidas após a proclamação da República Popular da China, de 1949 até cer-ca de 1957, deram resultados positivos nos planos social e económi-co, e permitiram a reorganização do país, destruído pelas guerras.

A observação e análise do documento 19 (pág. 17) deve levar os alunos a identificarem os elementos definidores das “comunas po-pulares”: campos cultivados, fumo das fábricas, milícias popula-res, cantina coletiva, escola, centro para os mais idosos.

O professor deve propor aos alunos que reflitam sobre a viabili-dade de um projeto em que, em unidades de grande dimensão, se procurava associar a agricultura à indústria: recursos, meios técnicos, produtividade, circulação de produtos. Esta reflexão é importante para que os alunos possam compreender o desastre económico que representou e “grande salto em frente”.

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32 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

O estudo da Revolução Cultural pode ser realizado em trabalho de pares ou de pequenos grupos. Partindo dos documentos 20 e 22 (pág. 18), os alunos devem confrontar os objetivos deste movi-mento com as opiniões transcritas no documento 21. Pretende-se, também, que os alunos distingam fontes primárias (Docs. 20 e 22) de fontes secundárias (Doc. 21), neste caso historiográficas.

Há, ainda, um outro aspeto que deve ser destacado pelo professor – que os alunos distingam o facto histórico (neste caso, a Revolução Cultural) de interpretação que historiadores fazem sobre esse facto.

No final, deve ser elaborado um registo com as conclusões a que os alunos chegarem.

O ponto de partida para o estudo do Japão deverá ser a observa-ção da imagem (Doc. 23, pág. 19), que representa a plena aceita-ção do Japão, como membro da ONU. Deverá ser comentado o significado deste facto, por se tratar de um país que, derrotado na guerra, tinha estado sob administração americana.

A análise do gráfico (Doc. 24, pág. 19) permite que os alunos com-parem o crescimento económico verificado no Japão com outros países de economia capitalista. O documento 25 (pág. 19) ilustra bem o desenvolvimento da indústria pesada japonesa.

O professor pode, em seguida, traçar a evolução da situação políti-ca e económica japonesa do imediato pós-guerra, e os resultados alcançados.

Se a escola dispuser de acesso à Internet, o professor deve incen-tivar os alunos a realizarem pesquisas para aprofundarem estes temas, salvaguardando sempre os cuidados devidos sobre a fiabi-lidade dos artigos consultados.

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Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 33

5.1.2. Subtema 2 – A ascensão do “Terceiro Mundo” e o despertar da consciência mundial

TEMPO PREVISTO: 12 AULASCONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Como em todos os subtemas, deve ser proposta aos alunos a construção de uma barra cronológica onde registarão, ao longo da lecionação, os marcos considerados mais significativos. No pro-cesso de aprendizagem, o professor deve estimular o recurso às barras cronológicas inseridas no manual, de modo a proporcionar a construção de referentes temporais.

No Manual do Aluno, a barra cronológica relativa a este Subtema é bastante sucinta. Não havia espaço para incluir um número tão elevado de datas de acesso de novos Estados à independência, razão por que apenas estão assinaladas fases das descolonizações. Nas páginas finais do Guia, o professor encontra uma cronologia mais desenvolvida podendo, assim, facultar esses elementos aos alunos.

É igualmente relevante a perceção do espaço e o professor deve insistir na observação atenta dos mapas inseridos em cada rubri-ca. Os elementos geográficos gerais identificativos são só os in-dispensáveis à localização das áreas. Para uso comparativo e um mais preciso conhecimento do espaço, deve ser consultado o pla-nisfério físico e o planisfério político atualizado, nas páginas finais do Manual.

1. As descolo-nizações; incer-tezas e desafios dos estados pós--coloniais

O estudo desta rubrica deve ser antecedido por um diagnóstico de aprendizagens sobre “Movimentos autonomistas em África e na Ásia” (UT6, Subt.1, págs. 130-132 do Manual do 11.º ano). Caso se torne necessário, o professor deve auxiliar os alunos a relembra-rem essas aprendizagens.

1.1. As independências asiáticas

DescolonizaçãoCommonwealthProtetorado

Pode, então, iniciar a abordagem da subrubrica 1.1 pela análise e exploração do mapa (Doc. 1, pág.22). Os alunos identificam e lo-calizam os novos Estados que, na Ásia, acederam à independência. Esta atividade deve ser complementada com a construção da bar-ra cronológica, inserindo os nomes dos países e verificando que, neste continente, se situa a 1. ª vaga de descolonizações. O profes-sor deve trabalhar com os alunos os conceitos de descolonização e Commonwealth, a partir da consulta do Glossário.

O comentário do documento 2 permite ao professor trabalhar de novo com um texto de opinião. Há a acentuar que a autora é uma historiadora indiana que se pronuncia sobre a divisão da Índia. Se a escola dispuser de aceso à Internet, os alunos podem apro-fundar esta questão, consultando sítios que informem sobre os problemas que ainda permanecem nos nossos dias entre a União Indiana e o Paquistão.

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34 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

O documento 3 (pág.23) ilustra, com a fotografia, a leitura do bre-víssimo texto da “Declaração de Independência da Indonésia”. Na atividade proposta no Manual pede-se que os alunos justifiquem a razão para um texto tão curto. O professor deve chamar a atenção para a data – 17 de agostode 1945, dois dias depois da capitulação do Japão. Deve, ainda, referir que se trata de uma proclamação unilateral que só quatro anos depois foi reconhecida pela Holanda.

A leitura e análise do documento 4 (pág. 24) pode ser realizada em pares, ou com toda a turma; no final deve efetuar-se o registo dos comentários dos alunos.

Na observação da fotografia (Doc. 5, pág. 25) o professor deve orientar os alunos no sentido de interpretarem as expressões dos soldados do Vietmin e de procurarem explicar as razões para o contentamento que manifestam.

1.2. As independências africanas

A abordagem da subrubrica 1.2. pode iniciar-se pela leitura do documento 7 (pág. 25). O professor pode propor aos alunos que comparem as afirmações de Sekou Touré com as de Ho-Chi-Min (Doc.4), que já tinham analisado. Deve acentuar-se, a partir das notas biográficas, que se trata de líderes independentistas, com pensamento semelhante em relação aos colonizadores.

Em seguida, o professor pode passar para a análise do mapa (Doc. 6, pág. 25), acompanhada pela elaboração da barra cronológica. Esta atividade permite que os alunos verifiquem que a maioria das independências africanas ocorrem, no final dos anos 1950, mais tarde do que as primeiras independências asiáticas, e correspon-dem a uma 2.ª vaga de descolonizações. O ano de 1960 é, por muitos, designado como “ano africano”, considerando o número significativo de novos Estados, neste continente.

Caso seja possível, deve comparar-se o mapa (Doc.6) com o da partilha de África, no século XIX (Doc. 42, pág. 84, do Manual do 11.ºano). Pode também comparar-se com o planisfério político do final do Manual, verificando a existência de Estados que, em Áfri-ca, acederam à independência mais recentemente.

A atividade proposta no Manual, de elaboração de biografias de líderes nacionalistas, tem como objetivo alargar os conhecimen-tos sobre esta temática, uma vez que não era possível incluir ou mesmo referir os nomes de todos. Sugere-se que o professor, de acordo com os alunos, distribua as biografias, levando depois à apresentação dos trabalhos realizados a toda a turma.

1.3. Portugal e os movimentos de libertação

A análise dos documentos 8 e 9 (pág. 26) permite iniciar o estu-do da situação das colónias portuguesas, em África (Guiné, An-gola e Moçambique) e do pensamento dos principais líderes dos movimentos de libertação. Em continuidade das atividades

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Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 35

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Autodeterminação

realizadas anteriormente com textos de líderes nacionalistas asiá-ticos e africanos, os alunos podem comprovar as semelhanças ideológicas quanto à afirmação do direito à autodeterminação dos povos colonizados; este conceito deve ser trabalhado e contextuali-zado no quadro internacional de ação da ONU (já estudado no Sub-tema 1) e do Movimento dos Não Alinhados, a estudar em seguida.

Os alunos podem, desde que haja disponibilidade na escola, reali-zar trabalhos de pesquisa sobre os principais movimentos de liber-tação das colónias portuguesas, bem como sobre o pensamento e ação dos seus líderes.

O texto de Marcelo Caetano (Doc. 10, pág. 27) é muito significa-tivo de alguns aspetos da política portuguesa, de finais dos anos 1960, nomeadamente da política colonial. A sua análise permite reconhecer a continuidade dos princípios do Estado Novo, pelo sucessor de Salazar como presidente do Conselho de Ministros; permite, ainda, conhecer a sua intenção de realizar algumas refor-mas, inviabilizadas pelos condicionalismos internos e pelo isola-mento internacional de Portugal.

No sítio www.guerracolonial.org é possível encontrar diversos tex-tos informativos, biografias, dados estatísticos, cronologias, vídeos e imagens por temas, não só sobre a guerra colonial, mas também sobre a situação em Portugal e contexto internacional; embora o âmbito cronológico esteja centrado no período entre 1961 e 1974, remete também para a época do pós Segunda Guerra Mundial.

1.4. Realidades dos novos países

Neocolonialismo

Terceiro MundoSubdesenvolvimento

O documento 11 (pág. 28) apresenta, de uma forma muito clara, o que um dos líderes das independências africanas, Nkrumah, já re-ferido anteriormente no Manual, entende por neocolonialismo. A partir da leitura do texto, o professor pode pedir aos alunos que se pronunciem sobre o neocolonialismo ou apresentem factos que refletem a sua prática, na atualidade.

Deve, também, mobilizar aprendizagens de outras disciplinas e conduzir um diálogo sobre a noção de “Terceiro Mundo” e o con-ceito de subdesenvolvimento.

Relativamente ao termo “Terceiro Mundo”, aplicado aos países em desenvolvimento, o geógrafo Alfred Sauvy utilizou-o pela primeira vez em 1952, por analogia com a situação do Terceiro Estado, do Antigo Regime europeu, assunto que foi tratado no ano anterior (ver Manual do 11.º ano, pág. 38).

Os alunos devem referir os principais problemas com que se deba-tiam os Estados saídos da dominação colonial.

Algumas das questões suscitadas nesta subrubrica serão comple-mentadas com o estudo do Subtema 2 da UT8.

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36 | Operacionalização do Programa - Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

2. Sucessos e dificuldades da política de não alinhamento

O estudo das duas subrubricas, 2.1 e 2.2., pode ser realizado em trabalho de pares, ou de pequenos grupos.

O professor propõe aos alunos que analisem e comparem os dois documentos (12 e 13, págs. 29 e 30), identificando as semelhan-ças. Devem, depois, registar os princípios fundamentais do Movi-mento dos Não Alinhados.

2.1. A Conferência de Bandung

2.2. Criação e evolução do Movimento dos Não Alinhados

O professor deve chamar a atenção para a importância do Mo-vimento dos Não Alinhados, no quadro da Guerra Fria e de um mundo bipolar. Deve, ainda, levar os alunos a relacionar este Mo-vimento com a descolonização e as independências nas décadas de 1950 e de 1960.

Os alunos podem localizar no mapa mundo político, do final do Manual, os países que participaram na Conferência de Bandung e que foram os seguintes:

• asiáticos: Afeganistão, Arábia Saudita, Birmânia, Camboja, Ceilão, Filipinas, Iémen, Índia, Indonésia, Irão, Iraque, Israel, Japão, Jordânia, Laos, Líbano, Nepal Paquistão, República Democrática do Vietname, República Popular da China, Síria, Tailândia, Turquia, Vietname do Sul;

• africanos: Etiópia, Líbia, Libéria, Egito, Sudão.Atualmente, fazem parte do Movimento dos Não Alinhados 120 Estados; a última cimeira realizou-se em Teerão, em 2012.

Para possível consulta, na Internet, o sítio do Movimento dos Não Alinhados é o seguinte: www.nam.gov.za

3. O quadro po-lítico-económico do Sudeste Asiá-tico; o caso da Indonésia

3.1. Regimes políticos e problemas do desenvolvimento

O mapa (Doc. 14, pág. 31) apresenta um quadro do Sudeste Asiá-tico, quanto a regimes políticos, no período de 1945 a 1965. Como a guerra do Vietname e a evolução política na Indonésia serão objeto de estudo mais desenvolvido, em subrubricas específicas, os alunos devem analisar em particular os elementos relativos a outros Estados da região (Filipinas, Malásia, Tailândia, Birmânia (Myanmar) Camboja e Laos). Se houver possibilidade, será dese-jável que aprofundem o estudo da evolução política, económica e social destes países, no período considerado.

Relativamente à ASEAN, cuja sede é em Jakarta, podem obter mais elementos sobre esta organização no sítio - www.asean.org

3. 2. A guerra do Vietname

O estudo da subrubrica 3.2. deve ser articulado com as aprendiza-gens da subrubrica 1.1. deste Subtema (Manual, pág. 24). Pode, en-tão, proceder-se à leitura e análise do texto (Doc. 15, pág. 32), em que o antigo comissário francês prevê a continuação do conflito, na se-quência da divisão do Vietname. Os alunos devem localizar no mapa (Doc. 16, pág. 32) os territórios do Vietname do Norte e do Vietname do Sul, bem como as respetivas capitais. A análise do mapa permite, ainda, a localização das bases do Vietcong, no Vietname do Sul, e das fronteiras com o Laos, Camboja e República Popular da China.

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Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 37

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

O professor deve orientar os alunos para a explicação das razões que levaram a que a guerra do Vietname se integre no quadro da Guerra Fria, como um dos conflitos localizados já referidos no Subtema 1.

A análise das afirmações do presidente americano (Doc. 18, pág. 33) confirma a posição dos Estados Unidos relativamente ao Viet-name; deve ser acompanhada por uma nova observação do mapa (Doc. 16), que possibilita localizar a via Ho-Chi-Min e outras en-tradas por onde os guerrilheiros do Vietcong (Doc. 17, pág. 33) recebiam apoio para a sua causa. A observação do documento 17 comprova as difíceis condições da luta do Vietcong, bem como a determinação com que os guerrilheiros combatiam.

Os alunos devem procurar, no texto explicativo, as razões da luta do Vietcong e as condições que levaram ao termo da guerra; na barra cronológica, podem localizar no tempo a duração deste conflito.

Se tiverem acesso à Internet, poderá ser proposto um trabalho de pesquisa; há um número elevado de fotografias, de vídeos e de diversos tipos de informação sobre a guerra do Vietname.

3.3. A Indonésia – da democracia à “Ordem Nova”

Pancasila

À semelhança do que foi sugerido para a subrubrica 3.2, o pro-fessor deve, também, recuperar aprendizagens da subrubrica 1.1., antes de iniciar o estudo sobre a evolução política da Indonésia, após a proclamação da sua independência, em 1945.

A descrição de Sukarno sobre o seu regresso a Jakarta (Doc. 19, pág. 34) revela o entusiasmo dos manifestantes relativamente ao reconhecimento da independência, por parte da Holanda, tal como a observação da fotografia (Doc. 20, pág. 34) comprova a determinação de luta dos javaneses, apesar dos meios precários de que dispunham.

Com recurso ao texto explicativo, os alunos ficam a conhecer as dificuldades com que se defrontou o novo Estado e as razões des-sa situação.

A consulta do Glossário permite aos alunos esclarecerem o sen-tido e princípios dos Pancasila, e do seu significado, ao procurar conciliar diferentes ideologias; partindo da afirmação da crença na existência de um Deus supremo, correspondia às diferentes re-ligiões existentes na Indonésia – islamismo, cristianismo, hinduís-mo e budismo, com exeção do animismo.

Contudo, os líderes muçulmanos pretendiam que esse princípio ti-vesse a seguinte redação, proposta e aprovada na Carta de Jacar-ta (1945): “Crença num deus, com obrigação, para os aderentes do islão, de implementar a lei islâmica (shariah)”.

Os alunos devem observar a imagem (Doc. 21, pág. 35) e ana-lisar os resultados das eleições de 1955 (Doc. 22, pág. 35), que constituem provas da existência de um regime democrático, nos

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38 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

primeiros tempos da independência da Indonésia, alicerçado no pluriparidarismo e liberdade de expressão; provam, ainda, as fra-gilidades da democracia parlamentar – formação de coligações governativas, peso do PKI (Partido Comunista) e dos partidos islâ-mico, ação dos militares – que levaram à “democracia dirigida” de Sukarno e, em 1965, à “Ordem Nova” de Suharto.

Os resultados das eleições de 1971 e da constituição do parlamento indonésio (Docs. 23 e 24, pág. 36) manifestam a predominância e supremacia do Golkar. O professor pode pedir aos alunos que reali-zem a atividade proposta no Manual e comparem os resultados das duas eleições, tirando as conclusões evidenciadas pelos gráficos.

A instituição da ditadura de Suharto fez pender a Indonésia para a órbita dos EUA, num período em que decorria a guerra do Vietna-me. O contexto político do Sudeste Asiático, no quadro da Guerra Fria, pode explicar o anti-comunismo dos governos suhartistas.

Os alunos devem completar a barra cronológica, e verificarem a sincronia de acontecimentos, como a guerra do Vietname e a evo-lução política da Indonésia.

Se na escola dispuserem de acesso à Internet, os alunos podem visionar um pequeno filme que apresenta alguns aspetos do quo-tidiano na Indonésia, em 1955.

A ligação para o filme é: http://www.youtube.com/watch?v=e8k-gGJC0Ljw - Indonesia, the nation under President Sukarno in 1955

O professor deve preparar previamente esta atividade, de prefe-rência com o colega da disciplina de Inglês, uma vez que o vídeo não está legendado em língua portuguesa.

Deve elaborar um guião e, no final, promover um pequeno debate, seguindo a metodologia indicada nas páginas 21 e 22 deste Guia.

4. Eclosão de mo-vimentos cívicos

A temática da rubrica 4 do Subtema 2 diz respeito a alguns dos movimentos por direitos cívicos, que tiveram impacto no mundo, nas décadas de 1950, 1960 e 1970.

4.1. Lutas contra a segregação racial

Ao iniciar o estudo da subrubrica 4.1, o professor pode pedir aos alunos que observem as imagens (Docs. 25 e 26, pág. 37), que as descrevam e refiram as opiniões que suscitam. Em seguida, pode promover um breve debate e registo de conclusões.

O documento 25 está redigido em inglês e afrikânder, as línguas dos colonizadores da África do Sul. O afrikânder deriva do holan-dês do século XVII. Na atualidade, o país tem onze línguas oficiais (o inglês, o africânder; as outras são de origem africana).

A partir desta atividade, os alunos devem localizar os aconteci-mentos no espaço (África do Sul), no mapa político do final do Manual, e no tempo (política de apartheid, e massacre de Sharpe-ville), na barra cronológica.

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Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 39

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

SegregacionismoApartheid

Em Joanesburgo está instalado o Apartheid Museum, cujo sítio na Internet é: http://www.apartheidmuseum.org

Será interessante realizarem uma visita virtual a este museu.

A consulta do Glossário irá clarificar os conceitos de segregacio-nismo e de apartheid, que os alunos devem compreender e ser capazes de aplicar corretamente.

Multiculturalismo

A leitura do texto de Martin Luther King (Doc. 28, pág. 38) possibi-lita analisar a realidade da situação da população negra, nos EUA e os objetivos da luta contra a segregação racial.

O professor deve aprofundar o conceito de multiculturalismo, tendo em conta a sociedade norte-americana, mas aplicável a muitos outros países.

A observação da fotografia da Marcha sobre Washington (Doc. 27, pág. 38), em que Luther King pronunciou o discurso de que os alu-nos leram um excerto, deve ser orientada para refletirem sobre a dinâmica popular que conduziu ao reconhecimento da igualdade de direitos dos negros. Na barra cronológica, estão assinaladas algumas das conquistas obtidas na sequência da luta travada nesse sentido.

Se a escola dispuser de recursos, o professor pode propor aos alunos que realizem pesquisas que permitam aprofundar esta te-mática. O edifício onde Luther King foi assassinado, na cidade de Memphis, é atualmente o National Civil Rights Museum (Museu Nacional dos Direitos Cívicos), cujo sítio na Internet é o seguinte http://www.civilrightsmuseum.org/, o que possibilita, também, uma visita virtual.

4.2. Movimentos da juventude

As fotografias (Docs. 29 e 30, pág. 39) ilustram alguns dos movi-mentos juvenis de contestação, nestes casos, nos EUA e em Fran-ça. O professor deve pedir aos alunos que, em pares ou em pe-quenos grupos, analisem as imagens e o que representavam em termos de contestação ao poder instituído.

Relativamente a “Maio de 68”, em França, os alunos podem arti-cular com aprendizagens da subrubrica 3.3, do Subtema 1, da UT7 (pág. 17), do Manual do aluno, quanto à influência do maoísmo na formação de movimentos ou de partidos de extrema-esquerda, em países do Ocidente.

Hippies No que respeita ao movimento hippie, é possível obter mais in-formação na Internet e, em www.youtube.com, vídeos com ima-gens e músicas tocadas no 1.º festival de Woodstock, realizado em 1969.

Em 1968, um outro movimento de contestação, de natureza mais marcadamente política, foi a “Primavera de Praga”; dirigentes do Partido Comunista da Checoslováquia, apoiados por intelectuais, procuraram introduzir reformas no regime vigente.

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40 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

5.1.3. Subtema 3 – Timor-Leste de 1945 aos inícios da década de 1970

TEMPO PREVISTO: 18 AULASCONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Como em todos os subtemas, deve ser proposta aos alunos a construção de uma barra cronológica onde registarão, ao longo da lecionação, os marcos considerados mais significativos. No pro-cesso de aprendizagem, o professor deve estimular o recurso às barras cronológicas inseridas no manual, de modo a proporcionar a construção de referentes temporais.

Essas barras constituem um ponto de partida para que os alunos construam as suas próprias, incluindo, neste subtema, factos da história local, em ligação com a história de Timor.

No 12.º ano, o estudo da história de Timor inicia-se com o sub-tema 3 da UT7 e abrange o período de todo o tema (1945-1973). Considerando a sequência cronológica, convém que o professor proceda, com os alunos, a um diagnóstico das aprendizagens do Subtema 2 da UT6, do 11.ºano, de modo a possibilitar uma melhor compreensão deste Subtema.

1. Fim da ocu-pação japonesa e reposição da administração portuguesa

1.1. Restauração da soberania portuguesa

A análise do documento 1 (pág. 44), realizada com todo o grupo--turma, ou em pares, permite que os alunos fiquem com uma ideia sobre a destruição de que o território foi alvo, o que é com-plementado com a imagem das ruínas da Câmara Municipal de Díli. Possibilita, ainda, demonstrar a preocupação das autorida-des portuguesas em organizar uma cerimónia que comprovasse o apoio das populações timorenses.

O professor deve chamar a atenção para o facto de se tratar do te-legrama do Governador Ferreira de Carvalho, um documento oficial que um jornal de Lisboa publicou na 1.ª página, em 2 de outubro de 1945, com o seguinte título: “A chegada dos primeiros contingentes de tropas portuguesas a Díli foi festejada entusiasticamente pela população europeia e indígena da capital de Timor. Uma receção impressionante nas ruínas da Câmara Municipal”. O título da notícia reflete, assim, a posição do regime sobre este acontecimento.

A fotografia das ruínas da Câmara Municipal de Díli de Norberto Be-nigno, foi tirada pelo pai que fazia parte do Corpo Expedicionário Português, chegado em setembro de 1945.

Em continuidade do trabalho com fontes históricas, já iniciado no 10.º e 11.º anos, deve referir-se sempre a proveniência e intencio-nalidade dos documentos.

A leitura do texto de Marcelo Caetano, o ministro das Colónias em 1945, (Doc. 2, pág. 43) revela de uma forma muito clara que, além de se procurar acorrer às necessidades mais urgentes de Timor, a expedição tinha uma clara intenção política de demonstrar o po-der de Portugal, após o período da dominação japonesa, em que a sua imagem e prestígio tinham ficado muito abalados.

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Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 41

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

As condecorações e condenações que se seguiram à restauração da soberania portuguesa podem constituir o ponto de partida para um debate sobre a questão da situação de vencedores e de vencidos. Os timorenses e portugueses agraciados foram-no por terem sido considerados leais às autoridades portuguesas, e os condenados por suspeitas de terem apoiado os japoneses.

Há alguns autores que enquadram as ações de timorenses contra portugueses, durante a guerra, como manifestação de sentimen-tos anticoloniais, e a data de 5 de setembro, como um símbolo de sujeição. Também estabelecem a ligação dos ressentimentos dos deportados para Ataúro com os acontecimentos de 1959 (Revolta de Viqueque) e até de 1974/1975.

1.2. Os difíceis anos do pós-guerra

A leitura do documento 3 (pág. 44) constitui um contributo para o conhecimento das dificuldades das populações timorenses nos difíceis anos do pós-guerra.

Também neste caso o professor pode chamar a atenção para o tipo de documento, que não é oficial. O interesse deste testemu-nho do poeta Ruy Cinatti, na época, funcionário colonial, além da informação que transmite, reside no facto de não esconder exces-sos da administração portuguesa.

O professor pode realçar, ainda, o sentido da última frase do docu-mento em que o autor refere a passagem de uma fase de exalta-ção, no período imediato à restauração da soberania portuguesa,

à fase do desalento e de agravamento da situação dos timorenses.

Os dois documentos (n.ºs 4 e 5, pág. 45) apresentam duas perspe-tivas sobre a situação de Timor, em 1952.

O professor pode organizar a turma em pequenos grupos; metade dos grupos analisa o documento 4, e a outra metade o documento 5. Após este trabalho, podem confrontar as opiniões, não esque-cendo que a opinião do ministro do Ultramar é oficial e que a po-sição da comunidade chinesa representa outra perspetiva sobre a situação. Há que acentuar, contudo, que esta comunidade não era, de modo algum, a mais penalizada, uma vez que dominava, por todo o território, a rede do pequeno comércio. As condições de vida da maioria dos timorenses estão descritas no documento 3, analisado anteriormente.

Sugere-se, no Manual, se a escola dispuser de acesso à Internet, o visionamento de pequenos filmes relativos à reconstruçãode Ti-mor, após a guerra. Esses filmes são disponibilizados no sítio do Instituto de Investigação Científica Tropical que sucedeu à Junta de Investigação do Ultramar.

Encontram-se em: http://www2.iict.pt/?idc=21&idi=12990

Trata-se de trabalhos realizados por missões científicas oficiais.

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42 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

São documentos que, tal como outros, apresentam a perspetiva do regime político da época. A sua análise implica, pois, que o pro-fessor chame a atenção para a origem desses filmes e para a crítica que deve ser feita relativamente às fontes da história.

2. Reconstrução e evolução económica

2.1. A evolução político-adminis-trativa de Timor

Com a subrubrica 2.1. pretende-se que os alunos conheçam, de forma abreviada, a evolução da política colonial portuguesa, de-corrente da situação internacional, que os alunos estudaram nos subtemas 1 e 2, da Unidade Temática 7.

Os alunos devem relacionar a substituição da designação de “co-lónia” por “província ultramarina”, de “colonial” por “ultramarino” e das alterações na Lei Orgânica do Ultramar, com as Resoluções das Nações Unidas sobre territórios não autónomos, no contexto da afirmação do Movimento dos Países Não Alinhados.

Assimilacionismo

O Palácio das Repartições (Doc. 6, pág. 46), cuja construção foi iniciada na década de 1950, reunia os serviços oficiais e tinha esta designação para o distinguir da residência do governador, em Lahane. A observação da imagem pode constituir um ponto de partida, chamando o professor a atenção para a imponência do edifício, numa pequena cidade como era Díli.

No portal http://www.hpip.org (Património de Influência Portu-guesa), é possível encontrar mais informações sobre o Palácio das Repartições, bem como sobre outros edifícios de Timor, construí-dos durante o período da colonização portuguesa.

A leitura do documento 7 (pág. 46) deve servir para uma reflexão sobre a questão da formação de uma identidade timorense, per-cetível pelas autoridades coloniais, apesar da atribuição da cida-dania portuguesa, em 1953.

O mapa (Doc. 9) e a fotografia (Doc. 10, pág. 47) documentam informações contidas no texto explicativo, sobre a situação admi-nistrativa de Timor, no início da década de 1970.

O mapa de Timor, que apresenta a organização administrativa, em 1970 (Doc. 9), bem como outros mapas respeitantes aos concelhos em que o território estava dividido, podem ser visionados em: http://www.tvciencia.pt/tvccat, inserindo em pesquisa a palavra Timor.

2.2. A economia e os planos de fomento

Ao iniciar a subrubrica 2.2., o professor pode partir da leitura do documento 10 (pág. 48), que apresenta a opinião de Ramos-Horta sobre a reconstrução de Timor, que se processava a um ritmo len-to. Apesar das verbas atribuídas, as obras realizadas não eram su-ficientes, nem notadas pela grande maioria da população.

Foi, efetivamente, a partir da década de 1960, que a aplicação das verbas dos planos de fomento tiveram resultados mais evidentes. A análise da tabela (Doc. 11, pág. 48), permite que os alunos verifi-quem quais as áreas prioritárias previstas no 3.º Plano de Fomento.

Page 45: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 43

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

O professor pode propor que se debatam essas opções, e que im-plicações poderiam ter para o desenvolvimento do território.

Relativamente aos novos edifícios construídos, em Díli, a nota na margem enumera os mais importantes.

A análise dos documentos 12, 13 e 14 (pág. 49) pode ser realizada em pares ou pequenos grupos, apresentando os alunos as conclu-sões a que chegarem sobre os principais produtos exportados, as origens das importações e o destino das exportações.

O professor deve chamar a atenção para a importância dos liurais produtores de café, conforme exempos indicados na nota da mar-gem. Pode, ainda, informar os alunos que, segundo estimativas australianas, em 1948, nas propriedades da SAPT e da SOTA tra-balhavam 50 a 150 timorenses, em cada uma delas; nas pequenas indústrias trabalhavam 2 700 timorenses.

A tabela (Doc. 15, pág. 50) apresenta alguns indicadores que os alunos devem analisar, em pares ou pequenos grupos, registando as conclusões a que chegarem.

No final da atividade, devem debater os resultados com o grupo--turma.

Podem, ainda, a partir das informações do texto explicativo, incluir no debate as razões da existência de projetos estrangeiros, pre-vistos nos primeiros anos da década de 1970, nomeadamente no que se refere ao petróleo.

Deve, contudo, acentuar-se o predomínio da economia de subsis-tência da grande maioria das populações timorenses, bem como a persistência das indústrias tradicionais (Docs.16 e 17, pág. 50).

3. A sociedade e a cultura; formação de elites

3.1. Sociedade tradicional e sociedade colonial

O estudo da subrubrica 3.1. pode iniciar-se pela análise do gráfico (Doc. 20, pág. 51), onde está representada a evolução da popula-ção, em Timor, entre 1946 e 1970.

Se fôr possível, será desejável compararem os dados deste docu-mento com os do gráfico respeitante ao período de 1960 a 1945 (Manual do 11.º ano, Doc. 8, pág. 141).

O professor pode informar quais os grupos étnicos existentes em Timor, segundo o Censo de 1970, de que se apresenta os resulta-dos na seguinte tabela:

Europeus Chineses Mestiços Timorenses Outros TOTAL1 463 6 120 1 939 599 891 64 609 477

Pode, ainda, propor aos alunos que traduzam estes dados num gráfico, ou em percentagens, aplicando competências desenvolvi-das na disciplina de Economia e Métodos Quantitativos.

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44 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Os documentos 18 e 19 (pág. 51) devem constituir o ponto de par-tida para a atividade proposta no Manual, para recolha de teste-munhos orais sobre a sociedade tradicional, nos anos 1950 e 1960. Será, também, uma oportunidade de complementar com a histó-ria local, o estudo da história de Timor, que é necessariamente generalista e não pode ter em conta as especificidades regionais.

O professor orientará os alunos para conhecerem os diferentes grupos que constituíam a sociedade colonial. Deverá acentuar o crescimento e importância de Díli, e a atração que exercia sobre o número crescente de letrados, que aí encontravam mais possibili-dades de ingresso nos quadros do funcionalismo público.

Pela análise da tabela e do gráfico (Doc. 22, pág. 52) pode verifi-car-se a baixa percentagem de população ativa no concelho de Díli e, ainda, que predominava o setor primário.

Os alunos devem enumerar os traços mais marcantes de vida urba-na, em Díli, nas décadas de 1960 e início de 1970. No caso da escola se situar no concelho de Díli, os alunos podem localizar vestígios materiais que permanecem, alguns deles reconstruídos, e que constituem manifestações do crescimento de Díli, naquele período.

Se tiverem acesso à Internet, podem observar a planta de Díli, em 1966, em http://www.tvciencia.pt/tvccat/pagcat/tvccat02.asp?varcota=CDI-2329-1966

O documento 23 (pág. 53), um testemunho da época, comprova como a revista católica Seara possibilitava a publicação de artigos que contribuíam para a difusão de ideias anticoloniais, o que le-vou à sua suspensão pela PIDE, a polícia política da época. Criada em 1949, a revista Seara era, inicialmente, destinada aos missio-nários e tinha como objetivo a partilha de experiências no campo da evangelização, mas foi alargando os temas a questões de or-dem antropológica. A partir de 1970, apesar da vigilância da cen-sura, a revista passou a publicar artigos de opinião e de análise da realidade política e social.

Seria interessante que os alunos pudessem recolher, junto de ami-gos ou de familiares mais velhos, testemunhos sobre a revista Seara.

3.2. As medidas na educação e seu impacto

A subrubrica 3.2. incide sobre a situação da educação e do ensino, bem como sobre a sua evolução, em particular nas décadas de 1960 e início da década de 1970.

O texto do Manual está organizado por níveis de ensino (primário e secundário). Assim, deve começar-se por analisar as condições em que se desenvolvia o ensino primário, a partir dos documentos 24 e 25 (pág. 54). O texto de Artur de Sá explicita os objetivos do ensino destinado aos timorenses das regiões rurais, que se pre-tendia ter um caráter mais prático e elementar. Este documento deve ser complementado com o testemunho de Konis Santana.

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Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 45

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

A análise das tabelas e do mapa (Docs. 26 e 27, pág. 55) pode-rá ser realizada em pares ou pequenos grupos; os alunos devem responder às questões sugeridas nas Atividades, da mesma pági-na, registando as conclusões. Relativamente ao documento 26, os alunos devem estabelecer comparações quanto à frequência nos diferentes estabelecimentos de ensino, oficiais e particulares. Há que acentuar a importância da frequência das escolas das missões e até das militares.

A fotografia (Doc. 28, pág. 55) ilustra a frequência de uma escola primária, neste caso a Escola de Venilale, edifício dos anos 1930, já referenciada e documentada no Manual do 11.º ano, pág. 143.

No que respeita ao ensino secundário oficial, o Colégio-Liceu pas-sou a Liceu Dr. Francisco Machado, em 1952 (Doc. 29, pág. 56). A leitura do texto (Doc. 30, pág. 56) remete também para o ensino no Seminário de Dare, comparando-o com o do Liceu. O professor deve acentuar que muitos dos líderes que vieram a ter importân-cia na vida política de Timor-Leste frequentaram o Seminário.

A tabela (Doc. 30, pág. 56) apresenta a evolução do ensino liceal, na década de 1960; o número de alunos vai aumentando, mas a abertura da Escola Técnica explica a diminuição de frequência, a partir de 1967/68.

Apesar do crescimento do número de alunos, a percentagem era muito reduzida, considerando que, no censo de 1970, a população ultrapassava as 600 mil pessoas.

O número de bolsas para continuação de estudos fora de Timor (Doc. 32, pág. 56) evidencia a baixíssima possibilidade de frequên-cia de cursos pós-secundários. No início da década de 1970, au-mentou o número de bolsas atribuídas, muito embora fosse mani-festamente insuficiente.

3.3. Missões científicas

O tema da subrubrica 3.3. respeita as missões científicas, quer oficiais, quer particulares, organizadas tendo em vista um melhor conhecimento das caraterísticas do território de Timor, dos seus povos e costumes, entre outros aspetos.

No espaço de um Manual era impossível enumerar todos os estu-dos realizados. Parte-se de um excerto de uma das obras de Ruy Cinatti (Doc. 33, pág. 57) sobre os motivos artísticos timorenses. Entre muitos estudos, pode destacar-se os que respeitam a etno-grafia e a antropologia.

Nas atividades sugeridas aos alunos propõe-se a recolha de teste-munhos orais ou vestígios materiais, dando-se relevo à história local.

Desde que haja meios, a proposta do visionamento de um conjun-to de pequenos filmes realizados pelo Professor António de Almei-da deve ser preparada com cuidado pelo professor. É necessário

Page 48: História 12º - Guia do Professor

46 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

ter em conta que os filmes decorrem de recolhas realizadas num contexto político de colonização (no início dos anos 1950), em que os timorenses são observados pela perspetiva do colonizador. Constituem registos muito interessantes sobre o quotidiano, as artes e ofícios, a caça e a pesca, as danças. Seria vantajoso que esta atividade fosse realizada conjuntamente com o professor de Sociologia, considerando interesse não só histórico, mas também do domínio da antropologia.

A ligação para acesso a estes filmes é: http://www2.iict.pt/?idc=21&idt=2

4. Reflexos em Timor das alterações políticas do Sudeste asiático; a revolta de Viqueque4.1. Rebeliões regionais na Indonésia

Com a subrubrica 4.1. pretende-se contextualizar, no quadro do Sudeste asiático, os acontecimentos de 1959, em Timor.

Convém que o professor proceda à articulação com a subrubrica 3.3., do Subtema 2 (págs. 34-36, do Manual), que respeita à situa-ção da Indonésia, após a independência.

Observando o mapa (Doc. 34, pág. 58), os alunos podem localizar no espaço e no tempo os movimentos separatistas que, na década de 1950, se desencadearam nas “ilhas exteriores da Indonésia”.

Relacionando com a situação política na Indonésia, devem expli-car as razões desses movimentos. Se tiverem acesso à Internet, podem procurar mais informações sobre este tema.

4.2. A revolta de Viqueque – os acontecimentos

A revolta de Viqueque deve ser objeto, tanto quanto possível, de um estudo mais aprofundado pela importância que tem na histó-ria recente de Timor, ainda sob administração colonial.

O professor poderá propor que os alunos recolham, na região em que a escola se encontra, em especial nos distritos mais orientais de Timor-Leste (Lautém, Baucau, Viqueque), em Díli e em Ataúro, testemunhos orais sobre os acontecimentos de 1959.

O estudo da subrubrica 4.2., descrição dos acontecimentos, deve ser acompanhada pela análise e comentário dos documentos es-critos (Docs. 35, 36, 37 e 38, págs. 59 e 60). O texto explicativo do Manual segue o relato do governador Themudo Barata, fonte escrita mais utilizada pelos estudiosos destes acontecimentos.

Além da obra do governador Themudo Barata, publicada em 1993, o professor pode encontrar estudos vários sobre este período, in-dicados na bibliografia deste Guia.

Os alunos devem elaborar uma barra cronológica correspondente ao desenrolar dos factos nos meses de maio, junho, julho até ou-tubro de 1959.

Os documentos 39 e 40 (pág. 61) são testemunhos diretos e, por-tanto, fontes primárias sobre a repressão e tratamento dos pre-sos. Quanto aos mortos, as estimativas variam. Algumas publica-ções oficiais indonésias referem centenas e mesmo milhares de

Page 49: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 47

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM

mortos. Em abril de 1960, o líder dos revoltosos, deportados em Angola, considerava terem sido mais de 500 mas, em 1995, para o Conselho Nacional da Resistência Maubere teriam sido 150.

4.3. Viqueque – significado

Os documentos 41, 42, 43 e 44 devem constituir um ponto de partida para uma reflexão sobre o significado de Viqueque, bem como os seus reflexos nas ações de caráter anticolonial e afirma-ção de movimentos nacionalistas.

Sugere-se que, no final do estudo das subrubricas 4.2 e 4.3, o pro-fessor promova um debate sobre esta temática.

Para tal, deve organizar um trabalho de grupo orientado, que cons-titui a preparação dos alunos. No sentido de facilitar a tarefa do pro-fessor, caso não disponha de bibliografia suficiente, poderá recorrer aos textos que se encontram no Guia, no final deste Subtema.

A utilização do debate está exemplificada, precisamente utilizando a revolta de Viqueque, na pág. 22 do Guia.

ARAÚJO, Abílio (1977). Os Loricos voltaram a cantar. Lisboa: Edição do Autor

Podemos assim afirmar que até aos fins da década de cinquenta [1950] não tinha surgido em

Timor-Leste a classe dirigente do movimento de libertação nacional facto que motivou o isolamento da

colónia em relação ao movimeno anti-colonial que, ao tempo, sacudia a Ásia do Sudeste com a inclusão

da Indonésia de Sukarno.

Somente quando alguns separatistas indonésios que foram derrotados pelas forças sukarnoístas che-

garam, em 1958, a Timor-Leste onde beneficiaram de asilo político por parte das autoridades colonial-

-fascistas portuguesas, se pôde avaliar do movimento anti-colonial. Deste encontro estimularam-se os

ânimos dos patriotas timores cuja visão política da panorâmica mundial era quase nula a não ser o de-

sejo profundo de se libertarem da dominação, opressão e exploração coloniais. Aqueles patriotas num

ato de pura abnegação quebraram o silêncio da resistência passiva para em 11 de Maio [sic] de 1959,

desencadearem a sua revolta imediatamente afogada em rios de sangue como foram os massacres de

Uato Lari e Uato Carbau na região de Viqueque.

A revolta de 1959 foi um marco de grande importância na História da resistência anti-colonial do

Povo de Timor. A partir de então, desde 1961, viu-se a proliferação de escolas pré-primárias cuja quan-

tidade não era acompanhada de qualidade técnica (ausência de professores e livros) desse ensino,

para não nos referirmos ao seu carácter mistificador e ideológico. Mas, se, por um lado, a revolta de

1959 obrigou o colonialismo a fazer concessões, por outro lado, forçou-o a refinar os seus métodos de

repressão. Pela primeira vez se destacaram para Timor-Leste unidades militares constituídas por forças

portuguesas das especialidades de Caçadores Epeciais e Polícia Militar. Simultaneamente criou-se em

Timor-Leste uma delegação da polícia política portuguesa – a PIDE – para reforçar o aparelho repressi-

vo e policial já existente pois Timor-Leste era colónia. (pp. 181, 182)

VIQUEQUE – 1959 Testemunhos e interpretações

Page 50: História 12º - Guia do Professor

48 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

BARATA, Filipe Themudo (1998). Timor contemporâneo, da primeira ameaça da Indonésia

ao nascer de uma nação. Lisboa. Equilíbrio Editorial

Fica […] uma pergunta ainda sem resposta: quem foi na realidade o mentor desta sublevação? É

evidente que não disponho de elementos seguros para responder.

O instrutor do processo pensa que foi tudo de iniciativa do próprio consul Nazwar Jacub, solidário

com rebeldes de Sumatra, que via no êxito da sublevação em Timor um esforço para o seu partido.

Talvez isto tenha uma grande parcela de verdade, mas o facto é que o novo cônsul (Teng Ku Hussim)

continuou a dar apoio aos implicados e, inclusive, a sugerir-lhes o recurso ao asilo político. E mais

ainda. As ameaças da Indonésia não pararam. As atividades suspeitas do novo cônsul prosseguiram e,

poucas semanas após o meu regresso à Metrópole [em abril de 1963], na fronteira terrestre (região

de Cova Lima), há mesmo infiltrações declaradas de grupos de cerca de 200 indonésios acompanhados

de polícias com pistolas metralhadoras e espingardas, que deram origem a sérios confrontos e a firme

reação das nossas tropas de “2.ª linha”.

Altos escalões de Jakarta não poderiam estar alheios a tudo o que ocorreu. (pp. 73,74)

CHAMBERLAIN, Ernest, The 1959 Rebellion in East Timor: Unresolved Tensions and an Unwritten

History. http://tlstudies.org/pdfs/chp_29.pdf (consulta em 28.09.2012)

Algumas questões

Alguns aspectos pendentes e ainda controversos da Revolta requerem mais estudos – incluindo:

Será que os abusos e as injustiças do regime português justificavam a revolta?

Será que os rebeldes pretendiam uma revolta violenta, como foi alegado pelas autoridades portu-

guesas?

BELO, D. Carlos Ximenes (2009). A revolta de 1959 em Viqueque, Watolari e Watocarbau,

http://forum-haksesuk.blogspot.com/2009/06/revolta-de-1959-em-viqueque-watolari-e.html

(consulta em 28.09.2012)

Em consequência da “Revolta de Viqueque”, o Governo reforçou a segurança, abrindo companhias

de soldados da primeira linha em Baucau, Lospalos e Ossu. A partir desse período entrou-se em diver-

sas fases de desenvolvimento do território. Mas as sementes de vingança e de revolta iam nascendo

e criando raízes nos corações e nas cabeças de alguns timorenses. A “Associação Popular Democrática

para a Integração de Timor na Indonésia”, não apareceu por acaso e não caiu do céu…O aparecimento

do partido Apodeti teve as suas causas remotas nos acontecimentos de 1959. A Apodeti tornou-se o “lu-

gar apropriado”, onde muitos dos descendentes dos “revoltosos” de 1959, puderam concretizar as suas

aspirações pela liberdade, justiça, respeito e, em certo sentido, independência ou “kemerdakaan”…

A todos aqueles que perderam a vida por causa da assim chamada “Revolta de 1959”, eu, como timo-

rense que testemunhou a violência física e psíquica a que foram submetidos, na minha vila de Baucau,

porque os meus olhos viram e os meus ouvidos ouviram, inclino a minha cabeça, em sinal de respeito

e de solidariedade.

Porto, 5 de junho de 2009

Page 51: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 7 – A ordem internacional após a Segunda Guerra Mundial | 49

Jakarta esteve envolvida em incentivar a revolta – ou tratou-se de uma ação independente de

encorajamento do perturbado Cônsul da Indonésia?

Quantos timorenses foram mortos nas Circunscrições de Viqueque e de Baucau (as estimativas va-

riam entre 50 [pessoas] e 40 mil)?

Os rebeldes e seus apoiantes foram tratados injustamente – e as reparações foram apropriadas?

A Revolta pode ser interpretada como um passo legítimo no caminho para a independência de

Timor-Leste – como é sugerido pelo artigo de Dom Ximenes Belo, de 5 de Junho de 2009?

Como deve ser tratada a revolta na história de Timor-Leste – incluindo nos currículos de ensino para

as escolas? […]

Estas são apenas algumas perguntas – e é conveniente que estas – e outras questões sejam aborda-

das pelo povo timorense.

DUARTE, José Manuel, Memorandum sobre o acontecimento em Timor em 1959, Arquivo Na-

cional da Torre do Tombo AOS/UL-32 A-2 (Documento digitalizado - http://digitarq.dgarq.gov.pt/

viewer?id=3895965)

Os funcionários timorenses de várias Repartições Públicas, que são transferidos […] para várias partes

do interior, moram nas palhotas imundas, feitas de bambu e cobertas de folhas de palapeira, feitas qua-

se sempre com o dinheiro da algibeira deles, enquanto os europeus […] se abrigam nas casas de alvena-

ria, construídas pelo estado […]. Só eles, os europeus, são portugueses? Só eles são filhos de Portugal?

Os europeus que apenas sabem fazer as suas assinaturas, ou a bem dizer analfabetos, são todos

nomeados encarregados de Posto de 3.ª e 2.ª classes, lugares que muitos timorenses com 4.ª classe e

2.º ano de liceu queriam ocupar, mas foram-lhes sempre negados […].

Com a criação do diploma legislativo n.º 470 todos os timorenses são hoje cidadãos livres portu-

gueses. Até hoje ainda não conhecemos o que são a liberdade, igualdade e fraternidade, pois somos

tratados como escravos, isto é, não gozamos ainda os direitos de um cidadão português […].

Em Timor ainda hoje existe o uso de palmatórias e chicote nas secretarias das Circunscrições e Postos

Administrativos […].

Até à presente época que é o século das luzes – Século da Civilização –, Timor ainda tem noventa e

nove por cento da sua população por civilizar e por ensinar a ler e escrever […].

Todos estes maus tratos e abusos praticados pelos mandantes de Timor, à sombra da sua autoridade,

levaram-nos à cabeça a ideia de planear a revolta para reclamar os nossos direitos de cidadãos livres.

Colónia Penal do Bié, 31 de agosto de 1960, a) José Manuel Duarte

FIGUEIREDO, Fernando (2008). Timor-Leste, A presença portuguesa desde a reocupação à invasão

indonésia (1945-1975), Lisboa (obra não editada)

As modificações políticas operadas, relativamente às colónias portuguesas, no início da década de

1950, foram mais de caráter formal do que real, não havendo provocado em Timor alterações dignas

de nota no relacionamento com os naturais. Já nas duas décadas seguintes, a pressão internacional

para descolonizar originou reformas que foram numa direção mais descentralizadora para as províncias

ultramarinas, em geral, mas que em caso algum supunham autodeterminação.

Page 52: História 12º - Guia do Professor

50 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

GUNN, Geoffrey C. (2006) Revisiting the Viqueque (East Timor) Rebellion of 1959, in Diversidade

cultural na construção da Nação e do Estado em Timor Leste. Porto. Universidade Fernando Pessoa

No que respeita à memória, pensamos que a revolta de 1959 é significativamente útil tanto para

história nacionalista como para a pró-integracionista. Sem dúvida, os pró-integracionistas utilizaram a

revolta como propaganda, no contexto de intensas negociações sobre o futuro estatuto de Timor-Leste,

durante o final dos anos 1990.

Embora possamos compreender que a Fretilin tenha incorporado a revolta numa narrativa naciona-

lista, juntamente com outros eventos como a revolta de Boaventura, temos de esperar pelos resultados

de uma nova historiografia de Timor-Leste - empresa coletiva de historiadores e de escritores timoren-

ses - assim que o novo Estado desenvolva estas capacidades e os seus recursos educativos. De qual-

quer modo, a revolta de 1959 serviu de inspiração aos políticos quando surgiram na década de 1970,

[…]. Não há dúvida, também, que foi a memória de tais acontecimentos passados e da revolta heróica

que deram coragem aos timorenses, durante as décadas de adversidade sob o domínio da Indonésia,

assim como lhes revelou a importância da luta para a conquista da sua liberdade. (p.53)

Na evolução interna de Timor Português merecem destaque os “acontecimentos de Viqueque”,

relacionados sobretudo com uma ação empreendida por elementos indonésios, que contaram com

o apoio do cônsul do seu País. Mas longa seria a saga, entre Timor, Angola e a Metrópole, dos que se

empenharam ou deixaram envolver em tal movimento, então seriamente reprimido, mas com alguns

reflexos futuros. Por sua vez, o aparecimento e ação da URT [União da Reública de Timor-Dily], a partir

do exterior, revelariam como um movimento independentista vindo de fora não despertava adesão dos

naturais, jogando também em seu desfavor o facto de não dispor do apoio institucional necessário da

Indonésia, cujos propósitos não eram coincidentes. (p. 553)

FIGUEIREDO, Fernando (2008). Timor-Leste, A presença portuguesa desde a reocupação à inva-

são indonésia (1945-1975), Lisboa (obra não editada)

As modificações políticas operadas, relativamente às colónias portuguesas, no início da década de

1950, foram mais de caráter formal do que real, não havendo provocado em Timor alterações dignas

de nota no relacionamento com os naturais. Já nas duas décadas seguintes, a pressão internacional

para descolonizar originou reformas que foram numa direção mais descentralizadora para as províncias

ultramarinas, em geral, mas que em caso algum supunham autodeterminação.

Na evolução interna de Timor Português merecem destaque os “acontecimentos de Viqueque”, re-

lacionados sobretudo com uma ação empreendida por elementos indonésios, que contaram com o

apoio do cônsul do seu País. Mas longa seria a saga, entre Timor, Angola e a Metrópole, dos que se

empenharam ou deixaram envolver em tal movimento, então seriamente reprimido, mas com alguns

reflexos futuros. Por sua vez, o aparecimento e ação da URT [União da República de Timor-Dily], a partir

do exterior, revelariam como um movimento independentista vindo de fora não despertava adesão dos

naturais, jogando também em seu desfavor o facto de não dispor do apoio institucional necessário da

Indonésia, cujos propósitos não eram coincidentes. (p. 553)

Page 53: História 12º - Guia do Professor

51

5.2. Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX

Caraterização da Unidade

A Unidade Temática 8 corresponde ao termo de uma

evolução que, genericamente, começou no século XV

com o chamado primeiro estádio de globalização e que,

nas décadas de viragem do Milénio, com a revolução dos

modernos meios de comunicação e de informação, per-

corre a última etapa desse processo de Globalização. A

Unidade encerra o estudo da História Geral, remete para

os trinta anos finais do século XX e aborda as temáticas

e os problemas que persistem no nosso tempo. É neste

período que começa verdadeiramente a história de Ti-

mor-Leste independente, a que se dá particular ênfase.

No Subtema 1 da Unidade, Reconfiguração da cena

internacional, estuda-se, no quadro da crise da década

de 1970, o colapso do bipolarismo e o fim da Guerra

Fria; a urgência na adoção de medidas internacionais

e a afirmação de uma única superpotência, os Estados

Unidos da América, que assim condiciona e lidera a

Nova Ordem política e económica mundial.

No Subtema 2 da Unidade, Áreas de conflito e novos

pólos de equilíbrio, caracterizam-se as áreas geográfi-

co-culturais em que se divide o planeta e o quadro geral

em que evoluem as relações internacionais. Abordam-

-se os antagonismos políticos e militares, de natureza

étnica, nacionalista ou económica; o vigor do sentimen-

to nacional que oferece significado e sentido de per-

tença aos povos; as condições de desigualdade entre as

nações e a capacidade destas traçarem o seu destino.

No Subtema 3 da Unidade, A civilização do século XX,

analisam-se as consequências do estádio de globalização

do Mundo. Assim, o objeto de estudo é “a civilização” do-

minante em todo o planeta. Na abordagem setorial dos

complexos processos de natureza demográfica, social e

técnico-cultural que lhe dão forma salientam-se os limi-

tes e os riscos de uma uniformização e hegemonização.

No subtema 4 da Unidade, Timor-Leste: a viragem de

1974; os anos de 1975 a 1999, estudam-se as transfor-

mações da vida política e social no período em causa, e

caracterizam-se as fases da luta da Resistência timoren-

se contra a ocupação indonésia e contra a imobilidade

e obstrução da comunidade internacional. Perspetiva-

-se uma evolução em que intervenções individuais e

coletivas permitiram ultrapassar o quadro colonial e

criar condições para a afirmação da independência.

Orientação geralNo Subtema 1 da Unidade Temática 8, deve perspeti-

var-se a reconversão técnico-económica e a nova estru-

tura comercial e financeira – globalizada - do capitalismo

neoliberal, desde meados da década de 1980, como se-

quelas da crise petrolífera e do fim da Guerra Fria. Deve

enfatizar-se a explosão de Estados-Nação e de novas

democracias integradas num quadro jurídico universal.

No Subtema 2 deve salientar-se o acelerado ritmo das

mudanças políticas verificadas neste período em que à

divisão Este-Leste, se sobrepôs a divisão Norte-Sul e se

desliza para a consolidação da área do “arco do Pacífi-

co”. Subtema dominado pela geografia regional, deve

enfatizar-se a perceção de que num mundo sincroniza-

do e globalizado, as condições e as dimensões do de-

senvolvimento não são as mesmas em todo ele.

No Subtema 3 deve salientar-se que os fenómenos

de natureza cultural, científica e mental se inserem na

longa duração e que a civilização em estudo, a partir da

década de 1970, radica nas transformações do pós Se-

gunda Guerra Mundial. Neste início do século XXI, deve

fazer-se a necessária pedagogia sobre a condição femi-

nina, o ambiente, a segurança; a bioética, a religião, a

mobilização da sociedade civil, o papel do Estado e das

organizações supranacionais no espaço planetário.

No subtema 4, o estudo da história de Timor deve ser

articulado com os contextos de história geral estudados

nos anteriores subtemas, de forma a evidenciar condicio-

nalismos favoráveis ou adversos e a destacar os fatores

que criaram condições para unir os timorenses, em torno

de um projeto de afirmação da identidade nacional.

Page 54: História 12º - Guia do Professor

52 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

Metas de aprendizagem estabelecidas para a Unidade Temática 8

Subtema 1

O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza,notempoenoespaço,oseventosestu-

dados.

• Identificaamultiplicidadedefatoresque,nadé-

cadade1970,determinaramofimdocrescimen-

to do mundo desenvolvido, iniciado no pós 2.a

guerra mundial.

• Explicaaadoçãodepolíticasneoliberaisnadéca-

dade1980eosseusefeitosnasgrandesecono-

mias mundiais.

• Compreendeaexistênciadepóloseconómicose

esclareceasuaevolução.

• Justificaavagadedemocratizações,iniciadacom

a revoluçãoportuguesade25deAbril de1974,

eaproliferaçãodeEstadosindependentesnode-

curso do período em estudo.

• Reconheceosfatoresqueconduziramaofimdo

bipolarismopolíticointernacional.

Subtema 2

O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza,notempoenoespaço,oseventosestu-

dados.

• Problematiza as disparidades Norte-Sul no con-

textodasrelaçõesinternacionais.

• Analisa o renascimento do nacionalismo num

mundo global, associando-o às aspirações inde-

pendentistas.

• Explicaadificuldadedomundoislâmicoindepen-

denteemsemodernizarnosplanoseconómicoe

político.

• IdentificaonovolugardaÁfricanoquadrogeoes-

tratégicoeconómicoepolíticomundial.

• Justificaaclassificaçãodepólodedesenvolvimen-

to mundial aplicada, nos anos 1990, aos países do

«arcodoPacífico»,reconhecendoagravidadeda

criseverificadaemfinaisdoséculo.

• Destaca a modernização industrial da China e da

Índiaeasuaintegraçãonossistemasfinanceiroe

económicointernacionais.

• AnalisaasdinâmicasdetransformaçãodaEuropa,

identificandoosimpassesnaconstruçãodeuma

Europapolítica.

• Carateriza os diversos regimes políticos latino-

-americanos.

• Discute a hegemonia político-militar dos EUA,

numquadrodepodereconómicomultipolar.

Subtema 3

O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza,notempoenoespaço,oseventosestu-

dados.

• Identifica,napassagemdomilénio,acomplexida-

dedeprocessoscivilizacionaisdenaturezademo-

gráfica,socialetécnico-cultural.

• Associaofenómenodaglobalização,definaisdo

séculoXX,aodesenvolvimentodasmodernastec-

nologiasdeinformaçãoedecomunicação.

Subtema 4 O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza,notempoenoespaço,oseventosestu-

dados.

• Identificaaorientação ideológicaeabasesocial

deapoiodasformaçõespolíticassurgidasemTi-

mor-Lesteem1974.

• Identificaosfatoresinternoseexternosquecon-

Page 55: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 53

duziramàdegradaçãodavidapolíticatimorense

em1974e1975.

• Explicaaconfluênciadosinteressesdosgovernos

da Indonésia,EUAeAustráliaqueviabilizarama

invasãodeTimor-LestepelaIndonésia,em1975.

• Relaciona a evolução da política do governo in-

donésiofaceàquestãodeTimor,nasdécadasde

1970e1980,comosproblemasinternosdesepa-

ratismoecontestação,ecomaalteraçãodoqua-

dropolíticodoSudesteasiáticoapartirde1975.

• Carateriza a dominação colonialista indonésia,

identificandoassuasconsequências.

• AnalisaasfasesdaResistênciaTimorense,identi-

ficandoobjetivos, protagonistas e formas deor-

ganização.

• Explica a importância da ação da Igreja católica

deTimorcomoobstáculoà«javanizaçãocultural»

dostimorensesecomoalertaparaacomunidade

internacional.

• Justificaarejeiçãodomodelo indonésiopela ju-

ventudetimorenseeoseuimpactonalibertação

deTimor-Leste.

• Analisaoscondicionalismosquetornarampossí-

vel,apartirdadécadade1990,aalteraçãodos

objetivos políticos internacionais relativamente

aoproblemadeTimor.

• Valoriza, na atuação timorense, os esforços de

convergênciaqueviabilizaramo caminhoparaa

autodeterminação.

Page 56: História 12º - Guia do Professor

54 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

5.2.1. Subtema 1 – Reconfiguração da cena internacional

TEMPOPREVISTO:10AULAS

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

OProgramadeanosanteriorespropôsoestudodoperíodoquetemsidodenominadodeprimeiroestádiodeglobalizaçãoequesedesenrolouentreosséculosXVefinaisdoXVIII (UnidadeTe-mática4);abordaram-se,assim,asdinâmicasqueiniciaramein-tensificaramaexpansãoeuropeiaecompletaramoconhecimen-todoMundo.NasUT5e6foramestudadososnovosmeiosdecomunicação,eodesenvolvimentodocapitalismointernacional,queacentuaramaaberturadoMundo.Foramaindaestudadososfenómenospolíticos,sociaisetecnológicosquetiveramimpactoàescalaplanetáriaeosquepermitiramcomunicaregeneralizarainformaçãoaoconjuntodoglobo.AUT8doProgramaretomaoconceito-chavede“Globalização”,mascomumaconotação,maisamplaeprofunda,alicerçadanaideiadequeosmodernosmeiosde comunicação revolucionaramas relações entre as diferentespartesdoMundo,agorasemfronteiras.Poroutrolado,aUT8,quevemdadécadade1970atéaosnossosdias, fechaoestudodaHistóriaGeral,einiciaaqui,nosubtema4,oestudoaprofundadodaHistóriadeTimor-Lesteindependente.

Comoanteriormente,deveserpropostoaosalunosaconstruçãodeumabarra cronológicaonde registarão,ao longoda leciona-ção,osmarcosconsideradosmaissignificativos.Noprocessodeaprendizagem,repete-se,oprofessordeveestimularorecursoàsbarrascronológicasinseridasnomanual,demodoaproporcionaraconstruçãodereferentestemporais.

Éigualmenterelevanteaperceçãodoespaçoeoprofessordeveinsistirnaobservaçãoatentadosmapasincluídosemcadarubrica.

1. A perturbação da ordem econó-mica mundial na década de 1970

Aprimeirarubricadosubtema1incidenareconfiguraçãodacenainternacionalnoquadrodacrisedadécadade1970.Seráoportu-noreavivarnosalunosaconsciênciadaimportânciadosestudosdasconjunturaspolítico-económicas.

OPEP

Osdocumentosqueiniciamosubtema(Docs.1a4,págs.66-67)situamoalunonacrisequeeclodiuem1973eserepetiuem1979.Constituemumblocoemqueummapa(Doc.1),assinalaosflu-xospetrolíferosmundiaisem1973,evidenciandoaimportânciadoMédioOrientenadistribuição,aautosuficênciadosEUAedaURSSeadependênciadaEuropaOcidental,deixandoperceberoimpac-tonaseconomias industrializadas semrecursospetrolíferos,dasvariaçõesdepreço(Doc.3)impostaspelospaísesprodutores.Umtexto(Doc.2),queremeteparaacriaçãodaOPEP,enunciaosobje-tivosdecoordenaçãodaOrganização,tendoemvistaavalorização

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Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 55

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

EstagflaçãoEuropadosNove

doproduto,osinteressesdosprodutoreseopropósitodeutilizaros recursos da OPEP para dominar o mercado dos preços, pers-petivando-secomoumaameaçaparaaspotênciasinternacionaisque, até então, condicionavam a exploração, No pós-segundaguerra,osacordos internacionaistinham impostoodólar comounidade monetária mundial (Doc. 3) e os negócios dos paísesprodutoreseram-lhe imputados (petrodólares).Oúltimográfico(Doc. 4) apresenta indicadores sociais europeus que facilitam acompreensão do fenómeno da estagflação: quebra económica,abaixamentodospreços, inflaçãoartificial,desemprego,depres-são e crise generalizada.

2. Alterações geopolíicas e económicas – as mutações dos centros de poder

Os alunos serão sensibilizados para a gravidadeda situação so-cioeconómicamundial pela decisão daONU, em 1974, de cha-marasi(Doc.5,pág.68)atarefadeinstauraruma“novaordemeconómicainternacional”,maisjusta,equitativaedecolaboraçãoentretodososEstados-membros.Deformainédita,aAssembleia--Geral (secretário-geral,oaustríacoKurtWaldheim,1971-1981),emnomedosprincípioseobjetivosquejustificaramacriaçãodaONUeemclimaderespeitopelasdiferençasdossistemaseconó-micosesociaisdosEstadossoberanos,reuniu,pelaprimeiravez,paratratardoproblemasdaexploraçãodosrecursosmundiais.AintençãoeraJakartacontribuirparaatenuaradesigualdadeentreospaísesdesenvolvidoseosqueseencontravamemviasdede-senvolvimento.

Os alunos, que conhecem o peso do setor industrial nas eco-nomias desenvolvidas nos três quartos do século XX, perante a“agonia”do setor (Doc. 6, pág. 69), serão levados aperceber aurgênciaqueasNaçõesUnidascolocaramnaadoçãodemedidasinternacionais (pág.68).ANovaOrdemvaicontudovigorar sobumnovoquadro,jápercetívelnadécadade1980(Doc.6).Éestequadroqueosalunosdeverãoterpresenteparadiscutiremseareconversão técnico-económica e a nova estrutura organizativa,sepodeconsiderarbenéficaparaaaproximaçãoentresociedadescomníveisdedesenvolvimentodíspares.Seoentender,oprofes-sorpoderáorientarosalunosnosentidodeobservaremosmapas(Docs.8e10,págs.71e72),parafundamentaremasuaopinião.

NeoliberalismoOdocumento7(pág.70),podeserutilizadopeloprofessorparasalientarqueháoutrasabordagensparaaresoluçãodestacrisedocapitalismo,refletindocomosalunosaideiadacomplexidadedadecisãopolítica.NaperspetivadopresidentedosEUA(assimcomoeranada1ªministradaGrã-Bretanha,MargaretThatcher(1979-1990)seriacomumapolíticaeconómicaliberal,inspiradanosvalo-resevirtudesancestrais,quesepoderiasuperarasituação.Esses

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56 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

valores–iniciativaprivada,serviçogratuitoesolidárionacomuni-dadeeempreendorismo–enformamoindividualismosobrequeassentaoneoliberalismo, “a livre iniciativa”, queReagandefen-dia.OsalunosencontramnodiscursodeFevereirode1981(Doc.7) traçossignificativosdo liberalismoeconómico:a limitaçãodopapeldoEstadopelaviadocontrolodadespesapúblicaedadi-minuição das receitas; a intervenção do Estado na dinamizaçãoeconómica,apenaspelaexecuçãodeumprogramafiscalfavorávelatrabalhadoresepatronato;asubalternizaçãodaspreocupaçõessociaisfaceaosobjetivospredominantes:animaraeconomia,re-construiraindústria,aumentaraproduçãoecriarnovosempre-gos.Podepedir-se-lhesquerecuperemaideiadeliberdadeindi-vidualeavisãootimistaacercadovalordoscidadãos,nodiscursodejulhode1980(Doc.7).

GlobalizaçãoÉticaempresarial

Paraainterpretaçãododocumento9(pág.71)deveserchamadaaatençãodosalunosparaastransformaçõestécnicasreferidasnodocumento6(pág.69),eparaosignificadodosintensosfluxosco-merciaisassociadosaoenfraquecimentoda indústria tradicional(Doc.8,pág.70).Serãoassimlevadosacompreenderqueagloba-lização tornou necessária a criação de um organismo regulador do comérciomundial.Esteteriacomoobjetivoarbitrar,nummercadoglobal,autilizaçãomáximadosrecursosnaturais,masdeformasustentáveleresponsável,egarantirosinteressesparticularesderegiõesemestádioseconómicosdiferentes(Doc.10).AOrganiza-çãoMundialdeComércio(OMC)pretendeeliminarosobstáculosàlivrecirculaçãodemercadoriaseasdistinçõesnegativasnasre-laçõescomerciaisinternacionais,recorrendoaacordosmultilate-rais,vantajososparatodasaspartes(Doc.9).Oprofessorpoderápediraosalunosqueidentifiquem,nosmapas(págs.70e71),osgrandespólosdedesenvolvimentoeconómicoequeesclareçamarelaçãodestescomoincrementodocomérciointernacional.

2.1.Anovaordempolíticamundial

Tendosidoestudadooquadroeconómicomundialdematrizcapi-talista,queseconsolidounosanosde1980e1990,osalunoses-tarãoemcondiçõesdecompreenderemoscondicionalismosqueconduziramao reforçodopapel políticodos EstadosUnidos nadécadafinaldoséculoXX.Seráconvenientequeoprofessor,emclasseouemtrabalhoindividual,reaviveamemóriadoperíodode40anos,pósSegundaGuerraMundial,emquedominouosistemabipolar, socialista/capitalista.Aobservaçãodabarra cronológica(pág.65)eaanálisedodiscursodopresidenteGeorgeBush(pai),sucessordeRonaldReagan(Doc.11,pág.72),introduzemdefor-mabreveeeficazasprofundasalteraçõesverificadasnosequilí-briosgeoestratégicosvigentes.Semaprofundaremotema,osalu-nospoderãoassinalaroanode1989comoodofimdaGuerraFria

Page 59: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 57

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

(simultaneamente,odosurgimentodeumfocodetensãomilitarpermanentenoMédioOriente),eodaafirmaçãodeumanovaordempolíticamundiallideradapelosEUA,masescudadanaONU(Doc.11),aorganizaçãomundialporexcelência.

Sugere-sequeosalunossejamorientadosparaperceberemaim-portânciadoanúnciodaproeminênciadaONUnasrelaçõesinter-nacionaisequeoprofessor lembreaexemplaridadedomodelodemocráticoamericanonocontextomundial.OsestudosdocasoportuguêsedocasodaURSS,sãoexemplificativosdaatraçãopelomodelodemocrático.

2.2.Portugal,do“marcelismo”àRevoluçãode25deabrilde1974

Marcelismo

MFAJuntadeSalvaçãoNacional

Sugere-sequeoestudodarubricaseiniciecomaobservaçãodocartazalusivoàsituaçãopolíticadesencadeadaem25deAbrilde1974(Doc.12,pág.73).Osalunospoderãoidentificarosprotago-nistasdoperíodorevolucionárioqueseseguiuaogolpedeEstado:as forçaspopulareseas forçasarmadas.Asforçasarmadas,des-gastadaspelaguerracolonialepelofracassodasreformasmarce-listasquejáestudaram(UT7,subtema2págs.26/27),queseor-ganizaramnoMovimentodasForçasArmadas,oMFA (“sentinela”/vanguardadoPovo),quevaiconduziresteàdemocracia.Oprofes-sorpoderá,seoentender,pediraosalunosaanáliseeelaboraçãodeumpequenotrabalhodecontextualizaçãodosdoisartigosdaConstituiçãode1976apresentados(Doc.13),emquejustifiquema co-participaçãodoMFAno exercício da soberania, que aquelalheatribui.Podeesclarecerqueessaco-participaçãoseprocessa-vaatravésdoConselhodaRevoluçãoque,naorganizaçãodopo-derpolíticoportuguêsfoi,até1982,umórgãodesoberaniacomfunçõesdeConselhodoPresidentedaRepúblicaedegarantedoregularfuncionamentodasinstituiçõesdemocráticas,fiscalizandoocumprimentodaConstituiçãoeafidelidadeaoespíritodarevo-luçãodeAbril.

Seráfácilaosalunosperceberemaarticulaçãoentreaquedadoregimeautoritárioportuguêseomovimentodedescolonizaçãoqueseseguiudeimediato.Apropósitodasreferências,notexto,aoreconhecimentoporPortugaldodireitodospovosàautodeter-minaçãoeàindependência,oprofessordeveráreferiraposiçãoportuguesa relativamenteaTimor, assumidanaConstituiçãode1976:Artº307–1.Portugalcontinuavinculadoàsresponsabilida-desquelheincumbem,deharmoniacomodireitointernacional,depromoveregarantirodireitoàindependênciadeTimor-Leste.2.CompeteaoPresidentedaRepública,assistidopeloConselhodaRevolução,eaoGovernopraticartodososatosnecessáriosàrealizaçãodosobjetivosexpressosnonúmeroanterior.

Page 60: História 12º - Guia do Professor

58 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Lusofonia

NainterpretaçãodotextodeAgostinhoNeto(Doc.14,pág.74),édedestacaraassimilação,queopresidentefaz,da”causa”dospo-voscolonizadosàdopovoportuguês.Narespostaàquestãosobreoimpactogeopolíticodadescolonizaçãoportuguesadevesalien-tar-se, na Europa, a restrição do espaço português e o alargamento dademocraciapolítica,emcoerênciacomosvaloreseodiscursodaesferaocidental;emÁfrica,odesaparecimentododomínioeu-ropeucolonial,apaznaÁfricaAustraleoisolamentodosregimesdediscriminaçãoracial.Complementandooalcancedasalteraçõesquedecorreramda revoluçãoportuguesaoprofessor pode arti-culá-lascomoaspetoculturalqueopresidentesenegalêssalienta(Doc.15,pág.75),odomerecimentointernacionaldalusofonia.

2.3.Adesagregação do blococomunista

Perestroika

Glasnost

OManualpropõedoisdocumentos(Doc.16e17,págs.76e77)paraaabordagemdamaiortransformaçãogeoestratégicaegeopo-líticadefinaisdoséculoXX:adapassagemdeummundobipolarsocialista/capitalistaaummundomonopolar(maistarde,navira-gemparaoséculoXXI,multipolar),globalizadoeliberal.Sugere-sequeaaulaseiniciecomoreconhecimentodoautordotexto(pág.76),Gorbachov,queosalunosjáidentificaramanteriormente(pág.72).Pretende-sequeosalunosentendamasreformasencetadas,a perestroika, comoumprojetoconsistentequepartiadosanea-mentoradicaldoEstadoSoviético,edeumnovoenquadramentoparaapolíticaexternaeparaoestatutodospovosquecompunhamaURSS.Propunha-seusardamaiorisenção,aglasnost,etinhaemvistaamodernizaçãodoEstado,dasociedadeedaeconomia. NainterpretaçãododocumentoosalunosdevemsersensíveisàideiadequeGorbachovconsideravaqueoseuprojetoeatitudetinhammerecidooapreçodacomunidade internacional,equeavia re-formistaescolhidaeraoúnico”caminhopacífico”(doc.16)paraacriaçãodoverdadeiropoderdopovo(ademocracia),eparagaran-tirainstauraçãodeumautênticoEstadodedireito(aglasnost).Ob-servandoodocumento18(pág.77)osalunosserãoalertadosparaalinhademocratizadoraplanetária,iniciadacomarevoluçãopor-tuguesaequeculminoucomadesagregaçãodoblococomunista.

OmapadaConfederaçãodeEstadosIndependentes(Doc.17,pág.77)mostraaconcretizaçãodoprojetoexpressoporGorbachovdetransformaçãodaURSS,deumEstadocentralizadonumEstadofederado(Doc.16),epatenteiaaimportânciaregionalemundialqueaRússiamantém.Amodalidadeescolhida,aconfederação,insere-senatendênciageralindependentistadasegundametadedoséculoXX.Odocumento18(pág.77)evidencia-aaoregistaroaumentoespetaculardenovospaísesreconhecidosinternacional-mente.Napequenapesquisasugerida,osalunosencontrarãooMontenegroe,jáem2012,oSudãodoSul.Em2002,mesesantesdeTimor,tinhasidoaSuíça.

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Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 59

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

3. Papel das grandes organizações mundiais

Interculturalidade

Osalunosdeverãosersensibilizadosparaaproliferaçãodegrandesorganizaçõesqueresultaramdanecessidadedacooperaçãotrans-nacionalnummundoprogressivamentemaisglobalizado.Podemsergovernamentaisoudebasemeramenteparticular,voluntáriae semfins lucrativos,ou seremdevocaçãopolítica,económica,humanitária ou cultural, ou ainda de âmbito universal, interna-cionalouinter-regional.Omapa(Doc.20,pág.78)representaasmaisantigaseestruturantesorganizaçõespolíticasregionaisque,desdemeadosdoséculoXX,procuramconciliarumtrabalhoaoníveldacooperaçãointernacionalcomorespeitopelassoberaniasnacionais.AintençãoéconseguirematenuarastensõesentreosEstadosdeummesmoespaçoefortalecerem,anívelmundial,aposiçãodaregiãoqueaglutinam.Oprofessorpoderáfrisaraim-portânciaacrescida,nasúltimasdécadasdoséculoXX,dasorgani-zaçõesinternacionaisregionaisdevocaçãoeconómicaequeserãoreferidasaolongodosubtema2.

Odocumento21(pág.79)pretendeproporcionaraosalunosoca-siãoparaumareflexãosobreamaisantiga,universaleemblemáti-cadasONGdeobjetivohumanitário,denominadaCruzVermelha,Crescente Vermelho ou Estrela (deDavid) Vermelha, de acordocom a realidade religioso-cultural onde exerce a sua ação. Para se desempenharemdaatividadepropostasugere-se,sepossível,orecursoàInternet.

Sítiosaconsultar:CruzVermelha:www.icrc.org;CrescenteVerme-lho: www.redcrescent.org;EstreladeDavid:www.mdauk.org;In-ternationalFederationofRedCrossandRedCrescenthttp://www.ifrc.org/

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60 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

5.2.2. Subtema 2 – Áreas de conflito e novos pólos de equilíbrio

TEMPOPREVISTO:18AULAS

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Nestesubtema,dominadopelageografiaregional,oprofessoren-fatizará a perceçãodeque se abordaumperíodohistórico, emque, nummundo sincronizado e globalizado, as condições e asdimensões do conhecimento e do desenvolvimento não são asmesmas.Oestudo incidesobreacaracterizaçãoeasalteraçõesverificadasnasáreasgeográfico-culturaisemquesedivideopla-neta,noquartofinaldoséculoXXeviragemparaoséculoXXI.Estedirecionamentotornaindispensávelaconsultadosmapasinseri-dosnoManual,quenestesubtemasãoodocumentoprivilegiado.

Parausocomparativoeummaisprecisoconhecimentodoespa-ço,oalunodeveráconsultarosplanisfériosincluídosnaspáginasfinaisdoManual.

As balizas cronológicas são as adotadas em toda a UT8 (1973-2002),masagoraenquadrandoosaspetospolítico-económicosregionais.Osalunosdeverãoenriquecerabarra,inseridanapági-na81,comnovosdados.

1. Conflitos, nacionalismo, relações Norte/SuL

Paramelhorseatingiremasmetasdeaprendizagemoptou-seporincluirnoManualumaprimeirarubricaquesinteticamenteintro-duzaoquadrogeralemqueevoluemasrelações internacionais(págs. 82/83). Selecionaram-se seis documentos que ajudam acapacitarosalunosparaaproblematizaçãodasdisparidadesNor-te-Sulnocontextodasrelaçõesinternacionais,consideradaumameta de aprendizagem. Dois documentos salientam os antagonis-mospolíticosemilitares(Doc.1,pág.82),eaforçadosentimen-tonacionalquesesobrepôsàsclassessociaiseàreligiãoequeoferecesignificadoesentidodepertençaaospovos(Doc.2);ou-trosdoisapontamagrandedesigualdadeentreblocosgeográficos(Docs.3,pag.82e4,pág.83),queoselementosestatísticosapre-sentadosajudamaexplicar(Docs.5e6,pág.83).Para informa-çãodosalunos,oprofessorpoderáquantificar:ofossoeconómicocavadoentrepaísesricosepobres,duplicouentre1960e1994.

Monarquia Sugere-sequeoestudodarubricaseiniciecomumaanálisemaisaprofundadadomapa(Doc.1,pág.82),queindicaosmúltiplosfa-toresdeperturbaçãodapazmundial.Oprofessordeveráexplorá--lonaaulaeosalunospoderãorecorreràsinformaçõesquedá,aolongodaaprendizagemdosubtema.

NaabordagemdodiscursodeDengXiaopingnaONU,em1974(Doc.3),serápositivoqueosalunosestejamrecordadosdoconcei-

todeTerceiroMundoquejáconhecem(pág.28).Nestecaso,

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Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 61

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

a expressão é recuperada, com orgulho, pelo líder chinês, atri-buindoaospovosqueassimsãoreferidosumatarefahistórica,dequesairãovencedores,anulandoadivisãoentreostrêsmundos,queidentificou.

2. O Médio Oriente e o nacionalismo pan-árabe; a renovação do Islão

PróximoeMédioOriente

Emtermosdeduraçãoedeconsequênciasmundiais,osproble-mas doMédio Oriente ocupam lugar de destaque nas relaçõesinternacionaisdosegundopósguerra(págs.84/87).Oprofessorpode,seoentender,iniciaroestudodasubrubricacomaobserva-çãodomapa(Doc.7,pág.84)quelocalizaospaísesquecompõemoMédioOriente.Emrigor,éavastazonadoMagrebe(onortedeÁfrica, semoEgitomas comaMauritânia), onordesteafricanoatravessadopelorioNilo(oEgitoeoSudão;aEritreiaeaSomália),eoMédioOrienteePenínsulaArábica(oLíbano,Síria,Palestina,Jordânia,Iraque,Irão,ArábiaSaudita,EmiradosÁrabesUnidoseospequenosEstadosdoGolfo).Osalunosdevemigualmenteobser-varabarracronológica(pág.81).Asualeituraevidenciaagrandepresençadaregiãonasdisputasqueensombramonossotempo.Zonainstável,ariquezapetrolíferaeoavançodalutafundamen-talistavieramalterarascoordenadasdaspolíticasinternacionais.

2.1.Onacionalismo pan-árabe

VoltandoaomapaquerepresentaospaísesdaLigaÁrabe(Doc.7),osalunosobservarãoaextensão,asriquezaseonúmerodeEstados-membros,masserãosensibilizadosparaastensõesqueosafetam.Essas tensõesafirmaram-sequerno interiordaLiga,dadasasambiçõesgeopolíticasdemuitosdeles(Doc.7),quercomospovosvizinhos– islâmicos, sunitasouxiitasmasnãoárabes,comooIrão,dadasasdiferençasétnicas.

Aanálisequesepropõesobreopan-arabismo,comofilosofiaeprogramapolítico(Doc.8),deveserorientadaportrêspistasqueotextoabre:oressentimentocontrao“imperialismo”(odiscursoéproferidonoEgito,paísqueaGrã-Bretanhaocupoudesde1882,protetoradoem1914,independenteem1922,equecontinuouasuportarodomíniodaspotênciasocidentaissobreaposiçãoes-tratégicadoSuez); a repulsa contraa violaçãodoespaçoárabecomafundaçãodoEstadodeIsrael;aideologiaterceiromundistaindiciadapelo autor,Nasser, umdos líderesdoMovimentodosNãoAlinhados(pág.29-30).

PartilhadaPalestina Intifada

Onacionalismoárabecomprometetodosospaísesárabes(Doc.8)nascampanhasmilitarescontraoEstadodeIsrael.Ématériaqueoprofessornãodeveaprofundarmasaconselha-se,paraareflexãoquesepedesobreanaturezadosconflitosnoMédioOrienteeso-brequaloladoquetemrazão(Atividadesdapág.85),queosalu-nosseinformem,comoésugerido,equeconheçamalgunsaspetos:queonascimentodeIsraeltornourealidadeosonho

Page 64: História 12º - Guia do Professor

62 | Operacionalização do Programa - Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

InterminávelconflitoGuerradoGolfo

Terrorismo

judaico (sionismo)masdeuorigemaumconflito semfim, compicossangrentos.Asguerrasde1948/49, logoquefoidivididaaPalestina e que trouxe aos judeus um território de 1300 kms.2e112povoaçõesquepertenciamaosárabespalestinianos(Doc.9,pág.85).Aguerrade1956,uma retaliaçãoegípciadepoisdanacionalizaçãodoSuez.Ade1967,aguerrarelâmpagodos“SeisDias”,nasequênciadobombeardaáguadoJordãoporIsraelparairrigaçãododesertonaregiãosul,queenvolveuaparticipaçãodamaioriadospaísesárabesepossibilitouaanexaçãodeamploster-ritórios,nomeadamentedeJerusalémoriental,porIsrael(Doc.9).Finalmente,ade1973,oataquesurpresadaSíriaedoEgitonodiadafestajudiadeYomKippur,oDiadaExpiação,querestabeleceuoorgulhoárabeequeacabouporfazerdescobrirumanovaarma,opetróleo.Paracompreenderasrazõesqueassistemaambososbeligerantesedarrespostaàsquestõescolocadas(pág.85),osalu-nosdeverãoponderarasresponsabilidadesinternacionais(desdea partilha à instrumentalização durante a Guerra Fria), o podermilitar envolvido,o terrorismo de parte a parte, a anexação de territórioseaexpulsãodaspopulações,adisputadeJerusalém(o1ºlugarsagradodojudaísmoeo3.ºdoslugaressantosdoIslão).

Apartirdoscenáriosdeguerraoprofessorpoderáorientarodiálo-goparaoprocessodepaz(Doc.11,pág.86).Asfotografiasforamescolhidasparafigurarcomoexemplodeanálisede imagensnocapítulodemetodologiadesteGuiadoProfessor(Verpágs.12-13).

2.2.Arenovaçãodo Islão

Fundamentalismo

AiatolaRepúblicaIslâmica

Irmandade Muçulmana

Aabordagemdoconceitodefundamentalismo,implícitonotítu-lodacenarepresentadanapág.87(Doc.12),exigesubtilezaporpartedoprofessor.Porum lado, impõe-sea referênciaa factosmarcantes como, por exemplo, nos anos de 1980, a captura do pessoal diplomático norteamericano, tornado refém na própriaembaixadadeTeerão,oumais recentemente, as ações terroris-tasnoEgito,desencadeadaspela IrmandadeMuçulmana,dirigi-dascontraforçaspoliciais,intelectuaisegovernantesmoderadosegípcios, e contra interesses ocidentais e turistas estrangeiros. Por outro,oprofessorpoderásuscitarareflexãosobreacondenaçãodoIslão,porventuraexcessiva.EstaopiniãonegativaexistedesdequeoIslãofoiconsideradooprincipalobstáculoaoprocessodepaznoMédioOriente;pordefenderoregressoàspráticassociaisepolíticasdefinidasnoslivrossagrados,temtambémsidoacusa-docomoinimigodademocraciaedacivilizaçãoocidental.

3. Fatores de instabilidade em África e fragilida-de dos Estados

O continente africano é atualmente a região do globo quemaispreocupaçãosuscitaàcomunidadeinternacional.Oprofessorde-verá sensibilizaros alunosparaos fatoresque contribuíramparaesteestadodecoisas.Asubrubrica3.2.QuefuturoparaaÁfrica?

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Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 63

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

(págs.89/91),facultainformaçãofactualsobrecadaumadassubre-giõesemquesedivideocontinente,oquecontribuiráparaumavi-sãomaisesclarecidasobrearealidadeafricana,porpartedosalunos.

3.1.Instabilidadepolíticaedificuldadeseconómicas

Sugere-sequeoprofessorinicieoestudodarubricacomaobser-vaçãodomapahistórico(Doc.13,pág.88)elaboradoporalturasdareuniãodaspotênciaseuropeiasemBerlim(1884).Reuniramparadividirementresioterritório,então,àexceçãodoNortedeÁfrica,banhadopeloMediterrâneo,edeumaestreitafaixalitoral,torneandoaÁfricaAustral,quasedesconhecidodoseuropeus.FoinesseúltimoquarteldoséculoXIX,queaexploraçãocientíficaeas ambições políticas proporcionaram ummaior conhecimentodosváriosgruposhumanosedosterritóriosquehabitavam(Doc.13).NoséculoXIX,ocontactoeintegraçãonosmodernosEstadoseuropeus,quecontinuaramaservirdereferênciaaosmovimen-tosindependentistasnosegundopósguerra,emnadafavoreceuodesenvolvimentoeaevoluçãopacíficadocontinenteafricano.Aorganizaçãosociopolíticadebasetribaleasrivalidadestribaisancestrais,queaindapermanecem–equedificultamaformaçãodeidentidadesnacionaisefacilitamasexplosõesdeviolência–,opassadocolonial,aposiçãogeoestratégica(Doc.17,pág.90),osinteressespolíticosinternacionais,ariquezaemmatérias-primasestratégicas eminerais preciosos (Doc. 16, pág. 89), explicamaconflitualidadelatenteemÁfrica.

Países da linha dafrente

OprofessorfaránotarqueaposiçãorelativadaÁfricaatornaape-tecívele,porventura,destinadaaumfuturomaispromissor.Elaé,simultaneamente,umobstáculo,o“continente-barreira”naligaçãodastrêsregiõesestrategicamentemais importantesdoglobo,ouseja,doMédioOriente,daÁsiaOrientaledaEuropa,eo“continen-te-charneira”pelaspassagensqueoferece(Doc.17,pág.90).Paraaquelaevoluçãoconta,certamente,aconclusãodadescolonizaçãoeaindependênciadetodooterritório.Em1975,libertaram-seasantigascolóniasportuguesase,jánoperíodopós-descolonização,tornaram-seindependentesaNamíbia,aEritreia,oDjibutieoSu-dãodoSul.OprocessodedescolonizaçãodesenroladonaÁfricaAustralfoilento,esóseencerrouquandoaNamíbiaeoZimbabuésetornaramindependentes,respectivamente,docolonialismosul--africanoedoracismovigentenaantigaRodésiadosul.

3.2.QuefuturoparaaÁfrica?

Potênciaeconómica

Produtores depetróleoCornodeÁfrica

Observandoa imagemdaCidadedoCabo(Doc.18,pág.90),osalunosserãosensíveisaoselementosdemodernidadeedepoten-cialeconómicoligadoàsatividadesportuáriaseàposiçãoestraté-gicadacidadesul-africana.Tambémaimagemdeumcampoderefugiados(Doc.19,pág.91),lhesmostraráoresultadodainstabi-lidade,provocadapelaconflitualidadecivilouinternacional,pelas

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

ameaçasdoambientenatural,peladesigualdadededesenvolvi-mentoederiquezaentreospaíses,pelaausênciade liderançasedepólosaglutinadoresregionais.Imagenscontrastantesdeumcontinentedecontrastes.

4. As áreas asiáticas: vulnerabilidades e relações de força

Sikh

Ocontinenteasiáticoapresenta-se,napassagemdomilénio,nasi-tuaçãoinversadaestudadasobreaÁfrica,eéocontinenteondeTimor-Lesteseinsereeaqueoprofessordevedaramaioratenção.Seoentender,podesuscitarareflexãodosalunosemtornodapro-fundamudançanaorientaçãodaspolíticaseconómicasverificada,emváriospaíses,noperíodopósocupaçãomilitar,pósdescoloniza-çãoepósGuerraFria.Essareflexãodeveconduzirosalunosàcons-tataçãodequeosprocessosforamgraduais,queaproveitaramex-periênciasexternasanterioresequeapostaramnamodernização,masque,também,mesmonoscasosdemaiorsucessointernacio-nal,odospaísesqueseapresentamcomoNovosPaísesIndustria-lizados,oêxitoéinternamenteaindaparcial,equepermanecemporresolvergravesproblemasdenatureza,política,económicaesocial.OprofessorpoderáevocaroexemplodaÍndia(pág.92).

4.1.AChina

Modernização da China

Sugere-sequeasubrubricainicial,sobreaChina,sejaestudadaapartirdos trêsmapasedográficodisponibilizadosnoManual(pás.92/94).Comelespretende-semostrarocontextogeopolíti-coregionaldaChina–incluindoavertenteexpansionistamilitar(Doc.20,pág.92),eavertenteexpansionistaeconómica(Doc.21,pág.93)–,darumapanorâmicadaeconomiachinesanatransiçãodomilénio (Doc.22,pág.93),eapresentarprevisõesqueante-vêem,embrevetempo,umlugarcimeiroparaaChina,entreasgrandespotênciasmundiais(Doc.24,pág.94).Osalunosdeverãoestarconscientesdaimportância,paraestedesfecho,doesforçodelongoprazodoregimecomunistaque,desdemeadosdoséculoXX,controloutodooterritóriocontinentaldaChina(pág.17-18),levandoaqueopaísfosseadmitidonaONUepassasse,em1971,aintegraroConselhodeSegurança.Oprofessordaráainforma-çãonecessáriasobreaaberturapolíticapropiciadaporDengXiao-ping,anormalizaçãodasrelaçõesdiplomáticoscomoJapãoecomosEUA,aintegraçãodopaísnoscircuitoseconómicosmundiais,aderindoaoFundoMonetário Internacional,aoBancoMundial,aoGATTe,jánesteséculo,àOMC.

Iniciandoaaulacomaanálisedomapadapág.92,osalunosde-vemnotaravastidãodaatualRepúblicaPopulardaChina,aquecorrespondeumgigantismodemográfico(1,3milharesdemilhõesdehabitantes).Omaiorexércitodomundo,eumpodernuclearapreciável,suportamosconflitosqueodocumentoregista.Aten-tarãotambémnasdatasqueindicamoperíodoemqueamaiorpartedoslitígiosocorreu,arelativaestabilização,noúltimoquartel

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Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 65

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

doséculoXX,e,antesdofimdoséculo,ocompletardafronteiracontinentalcomaintegraçãodeHong-KongeMacau.

OsdadossobreadiásporachinesanoSudesteAsiático(Doc.22,pág.93),umfenómenoestrutural,comorigemnoancestralcen-tralismoefechamentoimperial–que,destemodo,permitiamacomunicaçãocomoexteriorepermutasbilateraisparticularmen-teimportantes–documentamapersistênciadainstalaçãochine-sanestaregião.Documentamaindaodinamismodemográficoeeconómicodaregiãocosteiradeondesãoorigináriososemigran-teschineses(Doc.22).Namesmapágina(Doc.23),osalunosen-contramainformaçãoquedemonstraque,semmudarderegimepolítico,aChinaseabriuaocapitalismo(Veranálisedomapanapágina15doGuiadoProfessor).Oprofessorpoderáfundirnumasó,masmaisampla,asduasatividadespropostas–adolugardaChinanocontextoregionaleadocomentárioàfrase“Umpaís,doissistemas”–eincitaraturmaarealizarapesquisaquelheper-mitiráummaiorconhecimentodacomunidadechinesaemTimor--Leste(Atividades,pág.93).

ComoexemplodosNPI,oprofessortemoportunidadeparaes-timularnosalunosumaatitudedeconfiançanoprogressoenamodernizaçãodoseupaís,sendoqueestesassentamnoaprovei-tamento dos recursos naturais e humanos, no empenho dos cida-dãoseemopçõespolíticasadequadas.Asensibilizaçãodosalunospoderáserconseguidaapartirdasatividadesquesepropõemnaspáginas95e96.

TigresoudragõesASEANArcodoPacífico

OsalunosnotarãootriunfalismodotextodebalançodaatividadedaASEAN,apresentadonareuniãodeKualaLumpur(Doc.26,pág.95).Asatisfaçãoéjustificadapelosbonsresultadosobtidospelaas-sociaçãonoplanoeconómico,políticoesocial–temummercadopoderoso,estabilidadeediminuíuapobreza–,epelaperspetivadealargamentofuturo.Nodocumentoaesperançadeconsolidaçãodaassociaçãoapoia-seemvínculosimateriais:entreosváriospaí-sesdoSudesteAsiáticohálaçoshistóricoseumaherançaculturaleumaidentidaderegionalcomuns.Comosconhecimentosadqui-ridosemaulaenodocumentoseráfácilenunciarascondiçõesdosucessodosEstadosreferidosnaatividade(pág.96).Omapaqueosrepresenta(Doc.27),ésugestivosobreointeressedespertadoporestasubregiãodefuturo,adosEstadosdoarcodoPacífico,aquetodosospaísessequeremassociar.Aonúcleoinicial,doquesecomeçoupordesignaroespaçoeconómicodaÁsia-Pacífico(Japãoequatro“dragões”),juntaram-se,nadécadade70,osmembrosdaASEANearegiãocomeçouacrescerdeformamaisintegradaalterandoabalançadaeconomiamundial.Nopresente,aproxi-mam-se tambémospaísesdo “arcodoPacífico sul-americano“,

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

passando a designação Estados do arco do Pacífico a agregar oChile,México,EUA,Canadá,NovaZelândia,Austrália,Papua,NovaGuiné,Singapura,Malásia,Filipinas,Tailândia,HongKong,CoreiadoSul,Japão,RússiaePeru.

4.3.AevoluçãodaIndonésia

Êxitosócio-económico

AtentandonadatadaquelareuniãodaASEAN,ootimismosurgecomoirónicoemvésperasdodeflagrardagrandecriseasiáticadefinaisdadécadade1990,quecondicionoufortementeaevoluçãopolítico-económicadaIndonésia.Oprofessorfarárefletirosalu-nossobreocarátercíclicoegeraldascriseseintegraráaevoluçãodaIndonésianoquadroregionaldescrito.

5. A Europa e o crescimento do nacionalismo; a expansão da União Europeia

Comamemóriatimorensepresente,seráfácilaoprofessorfazera transiçãoparaa subrubricaqueabordaaEuropa,a regiãodogloboonde,noséculoXIX,comoliberalismo,surgiuomovimentodasnacionalidadeseonde,naúltimadécadadoséculoXX,violen-tosepisódiosmancharamonascimentodenovosEstados-nação(págs.97e98).Oprofessorlembrarácasosantigosmalresolvidos–aEspanhaeaIrlanda,ondeonacionalismoseparatistaérespon-sávelpelapersistênciadeumterrorismolatente–,eadesagrega-çãodoimpériosoviéticoquedesencadeouumsurtonacionalistanoCáucaso,noBálticoenosBalcãs.

5.1.Movimentosnacionalistas e tensõesétnicas

Estados independentes

Opontodepartidapara abordaros acontecimentosnosBalcãspodeseraanálisedaresoluçãocondenatóriadaSérviapelaComis-sãodosDireitosdoHomemdaONU(Doc.30,pág.97),motivadapelonacionalismoeconfrontospolítico-religiososnosterritóriosdaantigaJugoslávia.Oproblemaradicanosonhoimperialsérvio(que remontaaofimdaPrimeiraGuerraMundiale seconcreti-zoudepoisdaSegunda)deuniros“eslavosdoSul”,oqueveioaacontecercomaFederaçãoJugoslava,umaentidadeartificialqueagregavadiferentesnacionalidades, línguasereligiões.TentativadaSérviaemsubmeterasdiversasnaçõesda regiãoparacons-truira“GrandeSérvia”,cometendoatrocidadeseprocedendoaoperaçõesdelimpezaétnica.ComodramáticoapelodaComissãoosalunosentenderãoagravidadedoscrimescometidosnaBósniae, no final do século, na região do Kosovo. A Comissão exige acondenaçãodaSérviapelogenocídiodecroatasmuçulmanoseal-baneses,ofimimediatodaguerra,ojulgamentodosresponsáveissérviosnoTribunalPenalInternacional,aproteçãoeajudahuma-nitáriainternacionalásvítimas(Doc.30).Fácilsetornaperceberanecessidadedeintegraçãodasnovasnacionalidadesbalcânicasemorganizaçõessupranacionaisdeâmbitoregional(Doc.31).

5.2.AexpansãodaUniãoEuropeia

Osalunosjásabemcomo,emmeadosdoséculoXX,eaindanafasedereconstruçãodaEuropanosegundopósGuerra,seconstituíu,comseispaísesdocentro-europeu,umaassociaçãodefinalidade

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económica.O professor poderá pedir-lhes que identifiquem, nacartadefundaçãodaComunidade(Doc.32pág.98),asrazõespe-lasquaisaadesãoàComunidadeEconómica(CEE),instituídaem1957peloTratadodeRoma(Doc.32),pareceuatrativaamaisdevintepaísesquese lhe juntaramposteriormente.Oprocessodealargamento(Doc.33,pág.99),acompanhouoprocessodeapro-fundamentoqueteveummomentoaltoem1992,comaassina-turadoTratadodeMaastricht(Doc.35,pág.100),queconsagrouumanovafaseeumanovadesignação,aUniãoEuropeia(UE).

Instituiçõeseuropeias

Oprofessorestimularáos alunosaassinalaremnabarra crono-lógicaosmarcosmaissignificativosdaevoluçãoCEE/EU:auniãoaduaneira(1968),ainstituiçãodomercadoúnicoeuropeu,afun-daçãodoBancoCentralEuropeu,quedefineapolíticamonetáriadaUnião,aadoçãodeumamoedaúnica,completandoaintegra-ção das economias europeias. Devem também refletir sobre arelutânciadosEstados-membrosemaceitaremmecanismoslimi-tadoresdassoberaniasnacionais.Aanálisedodiscursodopresi-dentedaComissãoEuropeia(Doc.34,pág.99)ajudaráaperceberaestruturaabertadaComunidadeeolugarcimeiroqueoblocoeuropeudetémnocomérciomundial.

O exercício pedido aos alunos na página 99 implica o reconheci-mentodeumnúcleocentraldepaísesfundadoreseoalargamentogeográfico-cronológicoprogressivo.Aadesãoficoucondicionadaapaísesdotadosdeinstituiçõesdemocráticas,comumaeconomiademercadodesenvolvida,equeaceitassemtodosos textosco-munitários.Pelaobservaçãodomapa(Doc.33,pág.99),osalunosconcluirãoqueaCEE/UEsealargouporfaseseporregiões:paraNoroeste(1973),paraSul(décadade1980),paraaEscandinávia(anosde1990),eparaLeste(iníciosdoséculo).

6. O continente americano: fatores de conflito na área latino-americana; a hegemonia norte-americana

Aabordagemdarubricadedicadaaocontinenteamericanoterádeterpresenteacomplexidadedaconjunturaatualnaquelaáreadoglobo.Osalunosdevemsersensibilizadosparaareconfigura-çãomundialqueseanuncia,parabreve,comoum“reequilíbrioglobalsemprecedentes”,emtermosdedesenvolvimentohumanoede crescimentoe revitalizaçãodaeconomia. SãoasprevisõesotimistassobreaAméricadoSul,emquealgunspaísesocupamjáumlugardestacadonocrescimentoeconómicoglobaleondeseassisteaumarápidamudançadascondiçõesdevidadaspopu-lações.ÉaAméricadoNorte,hegemonizadapelosEUA,aúnicasuperpotêncianummundomonopolarmasondeemergemnovospólosdepoderederiqueza.

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

6.1.Osfatoresdeconflitonaárealatino-americana

OsalunospoderãoexploraramensagemdosbisposdaAméricaLatinaquedenunciouaindignidadedascondiçõesdevidadospo-vosdaquela região (Doc.36,pág.101).Numsegundo tempo,apropostaéqueanalisemomapadosrecursosnaturaisdetodooterritório(Doc.37,pág.101)equereflitamsobreacontradiçãoentreopotencialderiquezaeodiagnósticodepobrezamaterialemoral apresentado.

Sugere-sequeoprofessor,apartirdoquadrodescritoem1973,orienteaturma,recorrendoábarracronológicaeaotextoexpli-cativo,nosentidodeestabelecerlinhasdecontinuidadeedemu-dançanastrêsdécadasemestudo.Deveráacentuaradificuldade,mesmocomregimesdemocráticosecomestabilidadepolítica,emsecombateraherançadasclivagenssociais,dacorrupção,davio-lênciaoudonarcotráfico.

Poderátambémsuscitarumdebateentreosalunossobreasop-çõesdepolíticaeconómicaqueseapresentamnaregião:omode-locubanoeomodelodaÁsia-Pacífico(pág.101).

6.2.Ahegemonianorte-americana Mercosul

FidelCastro

Seoentender,oprofessorpoderáarticularosproblemasdede-pendência externa, económica e financeira, da América do Sul(temsidoo subcontinentemaisendividadodomundo), comaspreocupaçõesdecontrolomilitardosEUA(Doc.38,pág.102).Aanálisedomapapermiteesclareceraexpressãofiguradade“quin-taldosEUA”.

Asatividadespropostaspedemapenasainterpretaçãodeexpres-sõescorrentes,masmuitoincisivas,referidasaosEstadosUnidos(págs.102e103).“Ilhacontinente”,paraindicarodistanciamen-to,adimensãoeumaposiçãodominante;“omundonãoseráomesmodepoisdo11deSetembro”,paraindicarotraumasentidopelaAméricaepelomundocomoato terroristaquemudouasrelações internacionais; eparafinalizar ”o séculoXX foi o sécu-loamericano”,paraindicarasupremacianorteamericana,ganhacomoenfraquecimentodaEuropa,apósaGrandeGuerra.Sãoafraseeomapa (Doc.40,pág.103)–que representaaAméricaemposição central equemostraoespaçoeconómicomundial,enquadradopor acordos e organizações liderados pelos EUA–quemelhorsimbolizamopoderdahiperpotência,cujaascensãoacompanharam(págs.11-13).

Pós-industrial Terminadoosubtema,oprofessorpoderáconcretizaraatividadepropostanoPrograma:organizaçãodeumdebateemaulasobre”Mundos divididos, problemáticas diferentes – da divisão Este--LesteàdivisãoNorte-Sul”comrecursoaaquisiçõesefetuadasnostemas da unidade.

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5.2.3. Subtema 3 – A civilização do século XX

TEMPOPREVISTO:8AULAS

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Osubtema3daUT8propõeumareflexãosobreoestádiodeglo-balizaçãodoMundo alcançadonoúltimoquartel do século XX.Assim,oobjetodeestudoé“acivilização”,globalmenteconside-radacomodominanteemtodooplaneta.Contudo,devesemprechamar-seaatençãodosalunosparadoisaspetos:queháclarei-rascomlargasparcelasdaHumanidadequepermanecemlongedeusufruíremdessacivilização,equeocomércioeacomunicaçãoglobal ameaçamuniformizar e homogeneizar, perigosamente, adiversidadedeestilosdevidaedeculturasnoplaneta.Nodecur-sodalecionação,osprofessoresdeverãoalertarosalunosparaomelindre de uma e da outra situação.

As atividades propostas aos alunos são várias vezes apenas umalertaparaumareflexãosobreosproblemasatuais.

Aconstruçãodebarrascronológicasdetalhadasjustifica-secomoelementoimportanteparaaconsciencializaçãodosalunossobreaaceleraçãodahistórianaépocaqueéasua.

1. Os dinamismos socioculturais1.1.Movimentossociais e sociedadecivil

Sociedadecivil

Osubtema inicia-secomoenunciadodas revoluçõescivilizacio-naisaqueseassistiunasduasdécadasdefinaisdoséculoXX,masquetêmassuasraízesnosegundopós-guerrae,particularmen-te,nadécadade1960quandoemergiram(pág.106).Oprofessordeverásensibilizarosalunosparaacomplexidadedosprocessosdenaturezademográfica,socialetécnico-culturalquelhesderamforma.Sugere-sequerecuperemosconhecimentos(pág.37-39)sobreosmovimentosquenosanosde1960,umpoucoportodooladoenosmaisvariadossetores,aspiraramàmudançaecriarama atitude necessária à prossecução desse objetivo. O professorpoderá,apartirdodocumento1(pág.106),suscitarumdebateentreosalunossobrea importânciadamobilizaçãodasocieda-decivilnatransformaçãopolíticaesocialepedir-lhesque iden-tifiquemcamposprivilegiadosdeintervenção(Doc.1).SeráumamaneiradeintroduziraquestãofundamentaldopapeldoEstadonummundoplanetárioquecolocaemquestãoovaloreosentidodas fronteirasnacionais.OEstadoperdeospoderesdedecisão,nãocontrolaosfluxosmigratórios,asagressõesambientais,asre-desterroristas,ousequerasempresaseoscapitais.

Aanálisedotexto(Doc.2,pág.107)develevarosalunosareco-nheceremqueatransformaçãoradicalnosdomíniosdapolíticaedaeconomia,queoautoranuncia,éapassagemdestasáreas,doquadronacional,ondesempreestiveram,paraotransnacional.Oautorsustenta(Doc.2)queocampomaterial-economia,ciência,

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

tecnologias-seglobalizainevitavelmente,masqueocampocul-tural–sentimentonacional,pertençaidentitária–permanecesó-lido.Defendetambém(Doc.2),queoargumentomaisforteparaamanutençãodasnações éque a estas competepreservar eempenhar-senacoesãoentrecidadãosnacionaisque,peloscrité-riosseletivosdaeconomiaglobal,sãodiscriminados.

1.2.Asquestõestransnacionais

Ativista

Comoosalunosjáestudaram,otriunfodo“espaçoglobal”afetouasrelaçõesinternacionaisepatenteouacontradiçãoentrecresci-mentoeconómicoeprogressosocial.Éumamatériafulcralqueoprofessorirátrabalhandocomoentender,demodoa,nofinaldosubtema,poder realizara tarefaqueéproposta (Atividadepág.115).Os textos (Docs. 3 e 4, pág. 108), sensibilizarãoos alunosparaadiferençaentreoambientedareuniãodeDavos–comvigi-lânciaapertada,caráteroficial,convivênciadeinteressespolíticoseeconómicos,epoderefectivodosparticipantes(Doc.3),eadi-mensãovoluntaristadaorganizaçãodePortoAlegre–comoseucaráterutópico,festivoecomunitário,comimpactopelaforçadeumamultidão livreecombativa(Doc.4).Contrastarãotambém,umprogramaformaldealcancemundial,deregulaçãodocomér-cio,dosconflitosabertosedasquestõesambientais,comumpro-jetovisionáriodetransformaçãodoplanetanummundomelhor,depazedejustiça(pág.108).

Atabela(Doc.5,pág.109),ofereceaosalunosdadossobreaevo-lução do trabalho nomundo desenvolvido. Deverão verificar oenfraquecimentodossetoresdasatividadesprodutivaseacon-centraçãodoempregonosetordosserviços.Oprofessorpoderáfazernotarque,nadistribuição internacionaldo trabalho,estesdadossão indicativosdomenosprezoaque foivotadaaprodu-ção,deixadaaospaísesmenosdesenvolvidos,edavalorizaçãodoinvestimentonossetoresmaisexigentesemtecnologiaemãodeobra,afastandotambémassimapopulaçãomenosqualificada.In-sistiránosignificadopreocupantedosdados,namedidaemqueadesigualdadedeoportunidadesfomentaodesempregoeaemi-gração,epotenciaaadesãoaatividadescriminosas.

Aanálisedomapa,doiníciodoséculoXXI(Doc.7,pág.110),per-mitirá ao aluno constatar que se intensificaram osmovimentosmigratóriosorientadosparaosmesmospólosdeatracãodosé-culoXIXe iníciosdoséculoXX–as regiõesdoglobo ricas, comlargosespaçosepoucopovoadas,ouas regiõeseuropeiasmaisdesenvolvidas–masquetambémseobservaumoutropólo,noMédioOriente,ligadoàeconomiadopetróleo.Quantoàemigra-ção,permaneceprincipalmenteligadaàsituaçãodepobreza,querdospaísesquerdaspopulações.Calcula-sequehá,naprimeira

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Xenofobia

décadadoséculoXXI,150milhõesdepessoas foradoseupaís,por razões económicas, e 20milhões de refugiados, por razõespolíticas.No Sul há vastos fluxosmigratórios enquantoomaiornúmerode imigrantesaindaseconcentranoNortemas,noge-ral, a composição da população migrante mudou: há mulheres, trabalhadoresqualificadoseparte considerávelé temporária.Oprofessorpoderáabordarasreaçõescomplexasqueofenómenosuscita nos países de acolhimento.

Osdocumentos8e9(pág.111),referem-seàcondiçãodamulheremfinaisdoséculoXX.Sugere-sequeoprofessorutilizeosdocu-mentosfazendoanecessáriapedagogiasobreopapeldamulhernoespaçopúblicoenaeconomia.Ográfico(Doc.8)éelucidativodadesigualdadehomem/mulhernosdoisindicadoresdotrabalho(menorsalário,maiordesemprego),emtodosospaísesassinala-dos.Quantoàtabela(Doc.9),oprofessororientaráosalunosnacompreensãodasmaioresdificuldadesdaparticipação femininanapolíticadoquenavidaprofissional.PoderáressaltarocasodaSuécia,umpaísdonortedaEuropa,comumapresençade33,5%demulheresnoparlamento,oqueé indicativodeumapolíticadediscriminaçãopositivatornandoobrigatóriauma“quota”femi-ninaemfunçõespúblicas.ComoexemploopostopoderáindicaroZaire,oEstadoafricanoquesóseaproxima,noquerespeitaàrepresentaçãoparlamentar,dosul-americanoEquador.

1.3.O“regresso”do religioso

Teologiadalibertação

Sugere-sequeoprofessorinicieaaulacomaobservaçãodomapa(Doc.10,pág.112)identificando,emalgunsdosconflitosassinala-doscomode“raizreligiosa”(Doc.10),asmotivaçõesdenaturezaétnica,nacionalistaoueconómicas,propíciasaoexacerbamentodosentimentoreligioso,estimulandoareflexãodosalunossobreaexpressão“choquedecivilizações”.Oprofessorpoderádebaterasquestõesrelacionadascomasegurança,tornadaumapreocu-pação à escala planetária, acompanhando a escalada terroristadepoisdoataquede2001,emNovaIorque,porumaredeterro-rista.Serátambémoportunoreferirareligião,comomanifestaçãoculturalsuperioreelementoidentitáriomuitopoderoso.

2. As dimensões da ciência e da cultura no contex-to da globalização PIB

Internet

Oprofessorpoderápediraosalunos,alémdosexercíciospropos-tos(Docs.11e12,pág.113),queprocedamáleituradosdadosestatísticoseexpliquemapartirdelesassituaçõesconcretasdedesenvolvimentodealgunsdospaísesqueestudaramnasrubricasdoSubtema2.

BiotecnologiaClonagem

Emcomplementodasnoções gerais sobre a revolução genéticaqueoManualapresenta(pág.114),serádetodoointeresseparaosalunossaberemqueTimor-LesteestámuitoavançadonoquerespeitaaoconhecimentodeADNdapopulaçãotimorense.

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72 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

UmaequipadaUniversidadedeAveiro, lideradaporLuísSouto,desenvolveu umprojeto de investigação científica apoiado pelaFCT (FundaçãoPortuguesaparaaCiênciaeTecnologia) eCOM-PETE (programadaUniãoEuropeia),projetoTIMOR-POP,oqualrealizou ao longode trêsmissões científicasaTimor-Leste,umprogramaderecolhadeamostrasdesalivadapopulaçãotimoren-setendoemvistaaanálisedoADNparacaracterizaçãogenéticaecomparaçãocomoutraspopulaçõescomafinidadeshistóricasegeográficas.OprojetoenvolveuaparticipaçãodaUNTL,Univer-sidadeNacional deTimor-LoroSae: foramrealizadossemináriosdedivulgaçãoeinformaçãoemDílieestudantesdauniversidadederamoseu“consentimentoinformado”constituindoogrupodevoluntáriosparaesteestudo,contribuindoassimparaalgorele-vantedopatrimóniodeTimor-Leste,oconhecimentodo“mapagenético” do seu povo. O professor poderá desenvolver algumprojetoemarticulaçãocomoscolegasdeBiologiaoudeSociolo-giaou,seforpossível,incentivaràconsultanaWebdositeGeno-graphic,cominformaçãosobreoADNnaAntropologia.

Ambientalismo

Osdocumentos14e15 (pág.115), remetemparaaspreocupa-çõeseos interessesque convergemnoambientalismo,omovi-mentosocialqueprocurachamaraatençãoparaosefeitoscatas-tróficosdousodesregradodos recursosnaturais,nosentidodeseremadotadasmedidasdepreservaçãodossistemasnaturaisedesustentabilidadeparaasobrevivênciadasfuturasgerações.OsprincípiosenunciadosnaCimeiradaTerra(Doc.15)sãoarespostaoficialaoproblema.

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Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 73

5.2.4. Subtema 4 – Timor-Leste: A viragem de 1974; os anos de 1975 a 1999

TEMPOPREVISTO:26AULAS

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

A análise e a elaboração pelos alunos, de barras ou de tabelascronológicaspermanecematividadesindispensáveis,emcontinui-dadecomotrabalhodesenvolvidonosanterioressubtemas.As-sim,orecursoaosdadosincluídosnoManualeoapoiodadopeloprofessor a essas tarefas são fundamentais para que os alunosconstruamreferentescronológicos.Noqueserefereaopresentesubtema,seexistirorecursoàInternet,serámuitovantajoso,queoprofessorestimuleaconsultapelosalunosdatabelacronológicadisponibilizadanosítiodoArquivoeMuseudaResistênciaTimo-rense(AMRT):http://amrtimor.org/.

Acrescenta-se,aliás,queparatodoosubtema,avastadocumen-taçãoemtextoescrito,imagemesom,disponibilizadapeloAMRT,éumrecursoinsubstituível.ViaInternet,osalunospoderãoace-deradocumentosautênticos,algunsdelesreproduzidosnoMa-nualdo12ºano.

AimagemcomqueabreosubtemapertenceaoespóliodoAMRT,documentando uma pausa na atividade dos guerrilheiros dasFALINTIL, durante o cessar-fogo de 1983. A análise da imagempermitirá iniciar uma reflexão sobre a importância da guerrilhanaafirmação,peranteacomunidadeinternacional,dodesejodeindependência,mastambémsobreavirageminiciadanessepe-ríodo,quantoànecessidadedeumaconvergênciadeesforçosdetodosostimorenses.

1. Impacto da revolução portuguesa

DescolonizaçãoOsubtema4teminíciocomarubricaqueserefereaoimpactodarevoluçãoportuguesanaaberturadoprocessodedescolonizaçãodeTimor.Propõe-se,porisso,queosalunoscomecemporsecen-trarnasrelaçõesentreahistóriadeTimor-Lesteeahistóriageral.NaUT7,subtema2,foramestudadososprocessosdedescoloniza-çãonoscontinentesasiáticoeafricano;agora,torna-serelevanteque,dessesprocessos,setenhampresentes,particularmente,oscasosdaIndonésiaedascolóniasportuguesasemÁfrica.Sugere--sequesejamrevistos,sucintamente,aquelesassuntos,comre-cursoàreleituradabarracronológicaedosmapasexistentesnoManual (págs. 20/21,22e25). Será conveniente, também,queserevejaoconceitodedescolonização, incluídonoglossáriodefinaldoManual.Areflexãopermitiráconcluirque,naperspetivadospovoscolonizados,oscasosdaIndonésiaedascolóniaspor-tuguesasdeÁfrica,apesardedesfasadosnotempo,apresentamsemelhançasquantoàsfasesdoprocessodedescolonizaçãode-senvolvido.AreflexãolevarátambémaquesecoloqueaquestãodesaberseasmesmasfasesocorreramemTimor-Leste.

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Regime autoritárioRegimedemocrático

Socialismo

QuantoàarticulaçãoentreahistóriadePortugaleahistóriadeTimor, sugere-sequesepartadaobservaçãodabalizacronológicadeiníciodosubtema(pág.116/117),conjugadacomainterpreta-çãodaimagem-símbolodoMovimentodasForçasArmadaspor-tuguesas(Doc.1,pág.118).Aimagempermitirárelembraraspe-tosjáreferidosnosubtema1daUT8:aimportânciadarevoluçãoportuguesade25deabrilde1974naquedadoregimeautoritárioportuguês,paradarlugaraumregimedemocrático;mastambémagravidadedaagitaçãopolíticavividaemPortugal,nosanosde1974e1975,emtornodaopçãopolítico-ideológicadesecons-truiruma“viaparaosocialismo”.

Autodeterminação

Aanálisecomparativadosdocumentos2e3(pág.118),necessáriaparaarespostaàatividade1.dapág.118,conduziráàcompreen-sãodeque,emcercadetrêsmeses,aresoluçãodaquestãocolo-nialportuguesaevoluiu,jáque,enquantonoProgramadoMFA,talcomofoidivulgadoem25deabrilde1974(Doc.2),sereconheciaanecessidadedepôrfimàguerracolonial,masaindaseadmitiaumPortugal “ultramarino”, provavelmente num sistema neocolonial,naLei7/74,de27dejulho(Doc.3),Portugalreconheceufinalmen-tequeaaceitaçãodoprincípiodaautodeterminaçãodospovos,im-plicavaaaceitaçãodaindependênciadestes.Era,porisso,umnovoquadroinstitucionalque,repentinamente,seapresentavaaTimor.

2. Problemas de organização da vida política

NoestudodanovaorganizaçãodavidapolíticaemTimor,éoportu-noquesedestaquequantoasituaçãofoiúnica.Comoosalunoses-tudaram,nosubtema3daUT7,aspopulaçõesdoentão“Timorpor-tuguês”nãotinhamsidoabaladaspeloprocessodedescolonizaçãodomundoasiático,apósaSegundaGuerraMundial.Arevoltade1959tinhasidorapidamentesufocadae,nosanos1960,tempodasguerrascoloniaisafricanas,osentimentoanticolonialdetendêncianacionalistamanifestara-se,emTimor,principalmenteemalgumaselitesurbanas.Timornãoexperimentou,portanto,umprocessodeconsciencialização generalizado, nem conheceu, nessa década, alutaarmada.DaíqueseconsiderequeadescolonizaçãodeTimorteveinícioporaquiloquesecostumadesignarcomoa3.ªfasedosprocessosdedescolonização:a fasede transferênciadepoderes.ALeiportuguesan.º7/74precipitou,portanto,osacontecimentos.

2.1.Aformaçãodepartidospolíticos

Acentua-seanecessidadedeoprofessorconduzirainterpretaçãodosdocumentosquerespeitamàhistóriarecentedeTimor,nãoàluzdaépocaemqueosalunosvivem,masemfunçãodoscontextosemqueosdocumentosforamproduzidos.Alémdisso,oprofessordevetambémterpresentequeosdocumentos inseridosnoMa-nual são excertos, tendo-se selecionado as passagens consideradas maisrelevantesparafinsdidáticos,massendoadimensãodasmes-mascondicionadapeloreduzidonúmerodepáginasdoManual.

74 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

De jure / De facto

NaanálisedoDoc.4,erelativamenteàperguntacolocadanapág.119,deveter-seemcontaqueaUDTfoioprimeiropartidopolíticoaconstituir-seemTimor(11demaiode1974),nummomentoemqueoregimeportuguêsnãodefiniraverdadeiramenteasuaopção.Deve tambémconsiderar-sequeabasesocialdeapoiodonovopartidoassentava,emgrandeparte,nofuncionalismopúblicoque,alémdeprovavelmentetemerumfuturosemligaçãoaPortugal,comomuitasvezesseaponta,tinha,pelasfunçõesquedesempe-nhava,consciênciadasdificuldadesqueoconjuntodopovotimo-renseteriaemassumir,deimediato,umanovaperspetivapolítica.

ODoc.5(pág.120)evidenciajáumasituaçãoposteriornotempo(setembrode1974),adocomeçoderadicalizaçãodasposiçõesda FRETILIN e, tal como relativamente aoManifesto da UDT, éimportante considerar a base social de apoiodopartido.Nestecaso,érelevanteapresençadejovensestudantes,influenciadospeloscontactoscomelementosdosmovimentosdeindependên-ciadascolóniasportuguesasdeÁfrica,visívelnaexpressão“lutapela libertação”.Na resposta às perguntas colocadas, os alunostomarãoconsciênciadeque,sehárealismoemconsiderarqueaindependência“defacto”nãopodeserimediata,noentanto,háextremismodopartidoemafirmar-secomo“oúnicorepresentan-telegítimodoPovo”eo“únicointerlocutor”parao“ProcessodeTransferênciadePoderes”,dandolugar,porisso,àhostilidadedosoutrospartidos.

Também na interpretação do Doc. 6 (pág. 121) é indispensávelconsiderarosapoiosdaAPODETI,sendorelevantesosdeelemen-toscomligaçõesàrevoltade1959,eosinteressesnarelaçãocomaIndonésia(independentedesde1945-49).Unseoutrossãovisí-veisnodocumento,nosargumentosapresentados:“fracasso”daaçãocolonialportuguesae“imaturidadepolíticaeeconómicadeTimor”;“místicatradicionaltimorense”,unindoaspopulaçõesdailha;viabilidadeinternacionaldauniãocomaIndonésia.

UmavezqueoManual,pelafaltadeespaçojáapontada,nãoincluidocumentosqueatestemaevoluçãodecadapartido,cabeaopro-fessoresclarecerqueaFRETILIN,jánoseuprimeiromanifesto(Maio,1974)defendiaaindependênciaequeaUDT,apósaLein.º7/74,passouadefendê-la;aAPODETIdefendeusempreaintegração.

Poderáconcluir-seque,emsetembrode1974severificavaaexis-tênciadeduaslinhaspolíticasclaramenteantagónicas:aintegra-cionista,apoiadapelaIndonésia,eaindependentistaradical,coma exigência de se reconhecer umúnicopartido comoo interlo-cutordoprocessodedescolonização.Existiaaindaumaterceiralinha que, embora defendesse a independência, o fazia numaperspetivaplural.

Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 75

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

2.2.Oesboçodedescolonização

Osdocumentos7,8e9(págs.,122a123),poderãoservirdesu-porteparaoprofessorabordaracomplexidadedaevoluçãopolí-ticadasituaçãodeTimor,atéaofinaldoanode1974.Noplanointernacional,aprogressivaconjugaçãodasposiçõesdaAustráliaedaIndonésiaeaduplicidadedesta.NoplanodaligaçãocomPor-tugal,ashesitaçõeseindefiniçõesdogovernoportuguês,abraçoscomadescolonizaçãodascolóniasafricanasecomumaperturba-dasituaçãopolíticainterna.EmTimor,apesardasdificuldadesdeentendimentoentreospartidospolíticostimorenses,umamaiorconsciênciadanecessidadedeumapelonacionalistae,sobretu-doporpartedaFRETILIN,umadeliberadaaçãodepolitizaçãodopovo,atravésdecampanhasdealfabetização,nalinhadoativismodosmovimentospolíticosdeorientaçãomarxista.

Timorização

AanálisedoexcertodadeclaraçãodeColigaçãoentreaUDTeaFRETILIN(Doc.10,pág.124)permitecompreenderoesforçofeitopelasduasformaçõespolíticas,nosentidodeumentendimento,tendoemvistaaindependência,faceaosmeiospostosempráticapelaIndonésia(Manual,nota,pág.125).Otextorevela,contudo,umaradicalizaçãodelinguagememquesereconhecealinhapo-líticadaFRETILIN.

AanálisedosDocs.11e12revelaaadesãodaspopulaçõesàmo-bilizaçãopolíticaeoprofessorpoderárefletircomosalunosso-breimportantesconsequênciasdaColigação,obtendoelementospararesponderàpergunta1dapág.124.Nomeadamente:nopla-nosocial,aColigaçãoviabilizoueleições locaisecontribuiuparaprogressosnatentativadereformadoensino;noplanopolítico,afirmouclaramenteaopçãoconjuntapelaindependênciaeaopo-siçãoàintegraçãonaIndonésia,comrepúdiodaAPODETI.Porém,estesaspetospositivostiveram,também,comoconsequênciane-gativa,oendurecimentodaaçãodaIndonésia.

Oprofessorpoderá recuperaro trabalho feitono iníciodo sub-tema, em torno do conceito de descolonização, para acentuar a inserçãodosaspetosreferidosnoprocessodepreparaçãoparaatransferênciadepoderes,emquetambémseinseriua“timoriza-ção”dasforçasarmadas.

OresumoquesepededasmedidascontidasnaLeideDescolo-nizaçãodeTimor(Doc.13),temcomoobjetivoverificaroquadrolegal estabelecido constitucionalmente para o processo de des-colonizaçãoeparaatomadadedecisãosobreofuturoestatutopolíticodoterritório,antesdosgravesacontecimentosdeagostode1975.Umresumosatisfatóriodeveconteraindicaçãodosprin-cípiosorientadoresdalei,dosórgãosgovernativosestabelecidosedosprazosprevistosparaofuncionamentodestes.

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

3. A declaração de independência em 28 de novembro de 1975

Os acontecimentosocorridosemTimor,definaisdejulhoainíciosdedezembrode1975,sobreosquaisexistemrelatosoficiaisetam-bémtestemunhosde intervenientes,sãoassuntocomplexo,pelasua contemporaneidade e pelas consequências que tiveram. Aoprofessorcompeteprocurarumajustamedidanotratamentodosassuntos,explicitandooscontextosemqueosfactosocorreram,jáqueahistóriarecenteéindispensávelàformaçãodosalunos,masasaladeaulanãopodeserolugarparatomadasdeposiçãopolíticas.

Relativamenteaosacontecimentosde10para11deagosto,queseencontramsucintamentereferidosnotextoexplicativo,sugere--sequeodiálogocomosalunossejaconduzidonosentidodecom-preenderem a complexidade da situação. Por um lado, a incom-patibilidadeentreasopçõespolítico-ideológicasdosdoismaiorespartidospolíticos.NocasodaUDT,centradasnumaaçãoquega-rantisseomultipartidarismo,daíaoposiçãoaoqueafirmavaserocomunismodaFRETILIN.Ecentradas,nocasodestepartido,numaaçãodecontroloqueimpedisseoavançodasforçasconsideradasintegracionistas,açãoquerevelava,emtermosdemilitânciapo-lítica, a influência ideológica dosmovimentos de libertação dascolóniasportuguesasdeÁfrica,entãoàbeiradaindependência.Paralelamenteaesteconflito,afirmava-seoinultrapassávelpesopolíticoda Indonésiaea incapacidadedogovernoportuguês,abraços tambémcomumagravecrisepolítica,dedar respostaàsituação.AanálisedoscomentáriosdogovernadorLemosPires,noDoc.16(Pág.127)seráoportunaparaodiálogosobreaorigemeevoluçãodacriseeacompreensãodascircunstânciasemqueseverificoua“DeclaraçãodeBalibó”.Oprofessorpoderá,seosalu-nosquestionarem,esclarecerquetestemunhosdeintervenientespolíticosdiretos,publicadosrecentemente(citadosnabibliografiainseridanopresenteGuia),permitemcomprovarqueadeclaraçãofoiassinadaemBali,sobcoação.

CasoaEscolatenhaacessoà Internet,existirágrandevantagememvisionarodocumentáriorealizadoapartirdasreportagensqueojornalistaAdelinoGomesfez,emTimor-Leste,em1975,paraatelevisãoportuguesa(disponibilizadasnoyoutube, como se indica napág.128doManual,ousimplesmente,digitandoTimor-Leste, 1975 – reportagens de Adelino Gomes). Essas reportagens sãoumafontehistóricafundamental:dãocontadosconfrontospar-tidáriosemDíli,permitemouvirevertestemunhosautênticos,delíderespolíticos,mas,principalmente,permitirãoverificar comoasagressõesarmadasindonésiassesucederam,pertodafrontei-ra,mesmoantesdagrandeinvasãode7dedezembro,agravan-dooambientepolítico-socialemTimor.Oprofessorpodeaindaaproveitarpararefletircomosalunossobreanaturezadasfontes

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

–primárias,ostestemunhoscolhidosnasreportagens;secundá-rias,odocumentário.NoGuia,oProfessorpodeencontrarsuges-tõesmetodológicaseumafichadeapoioaovisionamentododo-cumentárioreferido(págs.20e21).

Éconvenientequeosalunosobservemomapadapág.133(Doc.25),queassinalaosataquesindonésios,desdejunhode1975.Suge-re-setambémqueosalunoselaboremumapequenatabelacrono-lógica,balizadadejunhoadezembrode1975,queincluaosdadosdomapa referido,asdatasde independênciadascolóniasportu-guesasemÁfrica,dadeclaraçãodeindependênciadaRDTL,daDe-claraçãodeBalibó,edavisitadeFordeKiesingera Jakarta (Doc.18,pág.129),alémdeoutras,queoprofessoreosalunosconside-remrelevantes.Estesdadospermitirãocontextualizaradeclaraçãounilateraldeindependência,documentadaemtexto(Doc.17,pág.128)eemimagens(Docs.14e15,pág.126).Nestasúltimas,seráinteressanterepararnopunhoerguidocomqueaspessoaspresen-tessaúdamaproclamação,afirmandoumaatituderevolucionária.

4. A questão de Timor no quadro geopolítico dos anos 1970

GeoestratégiaSuperpotênciaGuerrafria

Napossedosdados relativosàscircunstânciasqueconduziramàdeclaraçãounilateraldeindependênciadaRDTL,propõe-seque,apartirdaanálisedosmapasdaspágs.130e133(Docs.19,20e25),sediscutamasrazõesdainvasãoindonésiade7dedezembro.EmapoioàanálisedosDocs.19e20,podetambémconsultar-seomapadapág66(UT8,Subt.1)erelembrar-seosaspetosestu-dadosnaUT7,subtema2,sobreageoestratégiadasgrandespo-tências,apósaSegundaGuerraMundial.AlémdoavaldadopelosdirigentesdosEUA(Doc.18,pág.129),devemtambémsertidosemcontaosinteressesparticularesdaIndonésia,querquantoaosreceios de fragmentaçãodo território, quer quanto às pressõespolíticas internas.A leituradosDocs.18e21 (págs.129e130)ajudaaesclareceraduplicidadedapolíticaindonésia.

AanálisedasResoluçõesdaAssembleiaGeral(Doc.22,pág.131)edoConselhodeSegurançadaONU(Doc.24,pág.132)permitemevidenciarainoperância,nadécadade1970,dainstituiçãoque,emprincípio,deveriavelarpelapaz.Seráimportantequeosalu-nossejamsensíveisaostermosusadosnasResoluçõesque“exor-tam”, “pedem”, “deploram”mas não ordenam à Indonésia queretire,nemacondenam.

Contudo,sublinhar-se-áqueofactodePortugaleaONUnãote-rem reconhecidoa independênciadaRDTL, aspeto consideradoentãonegativo,pelaFRETILINepelospaísesapoiantes,nomeada-menteasex-colóniasportuguesas,manteveemaberto,até1999,aquestãodeTimor-Leste.

Domesmomodo, será importante compreender a importânciadaausênciadeinformaçãopública,naocultaçãointernacionaldainvasão. Caso exista possibilidade, sugere-seo visionamentodo

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

filmeBalibó,centradonaeliminaçãodejornalistasquedocumen-tavamosataquesindonésiosdesetembroeoutubrode1975(fil-medisponívelnoyoutube,comoseindicanapág.133doManual).

5. As estratégias da agressão indonésia e a evolução da ocupação

5.1.Aintegraçãoforçada

Arubrica5.1.poderáser iniciadaapartirdaanálisedoDoc.26(pág.134),emarticulaçãocomosdadosdabarracronológicadeiníciodosubtema(págs.116/117).Oprofessorchamaráaatençãoque,apesardaverdadeiraconduçãodasquestõespolíticaseatédas económicas caber, na República da Indonésia, aosmilitares(noexercícioda suadupla função, legalmenteestabelecida), fo-ramnomeadosgovernadorestimorenses,saídosinicialmentedasfileirasdaAPODETI,opartidointegracionista.Estefacto,eacons-tituiçãopela Indonésiadeuma“AssembleiadoPovo”queapre-sentouumpedidoformaldeintegração,evidenciaaformacomoosdirigentesdospartidosque,emsetembroedezembrode1975,pediramasilopolíticoà Indonésia,ficaram refénsdessepedido,emqueTimor-Lesteerajádesignadocomoa“27ªprovíncia”.

Éimportantequeosalunospercebamasrazõesdainsistênciain-donésia,emapresentaraintegraçãodeTimor-Lestecomoareali-zaçãodeumatodeautodeterminaçãodopovotimorense,ecom-preendamasconsequênciaspositivasdofactodeaONUnãoternunca reconhecido a integração.

AanálisedoDoc.27(pág.124)tornaráevidenteaviolênciaquea“integração”representou.

5.2.Adestruiçãosistemática

Osdocs.27,28,29,30,31,33(págs.134a136)poderãoconstituirrecursoparaoiníciodeumtrabalhoemgrupo,arealizarnasaladeaula,equepodesercomplementadocomarecolhadeteste-munhos,aqueserefereaatividadedapág.136.Oobjetivoéatomadadeconsciênciadaextensãodaviolaçãodedireitoshuma-nos,associadaàagressãoindonésia,eaimportânciadaresistên-ciadaspopulações,apoiadaspelaresistênciaarmada.

5.3.Aaçãocolonialista

ColonialismoNeocolonialismo

No11ºano,enoestudodaUT7edaUT8do12ºano,osalunosti-veramjáoportunidadedeestudardiversasmanifestaçõesefasesdedesenvolvimentodo colonialismonomundo.Viram tambémquenovospaíses,ex-colónias,continuaramdependentesdeou-tros,porvezesporrazõesdeordemeconómica.

Aanálisedasestratégiasdesenvolvidasduranteaocupaçãopelosgovernantes indonésios, relativamente a Timor-Leste, demonstraque elas constituíram, do ponto de vista demográfico, político eeconómico,umaverdadeiratentativadecolonização.Contrastandocomestapolítica,queagoraaplicava,aprópriaIndonésiatinhasidoumacolóniae,apósasualutadelibertação,tinhasidopromotorada“políticadenãoalinhamento”(UT7,págs.23/24,29e34/36).

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Política de transmigração

Genocídio

OsDocs.32,35e36testemunhamtambémasintençõescoloni-zadorasdaIndonésiarelativamenteaTimor.NainterpretaçãodoDoc.32 (pág.137),osalunosnecessitam,emprimeiro lugar,defazeraleituradosdados.Devemsersensíveisaofactodeosdadosregistaremapenasatransmigraçãooficial,ouseja,aquefoipro-movidaecontroladapeloEstado indonésio;escapam,portanto,asentradasespontâneas.Devemaindateremcontaqueatabelanãocontemplaosdadosdeiníciodapolíticaoficial,quecomeçouem1980.Consideradosestesaspetos,analisamentãoaevoluçãodomovimentotransmigratórioregistado,verificandoqueoperío-dode1989/90édeinterrupção,apósoqueseverificaumareto-ma,comumquantitativoidênticoaodoanode1988;depoisdodecréscimode1992,assiste-seaumgrandeaumentodonúmerode transmigrantes.

Aconsultadabarracronológicadeiníciodosubtemafornecein-formaçãoque, faceàevoluçãoverificada,ajudaa interpretarosdados.Oanode1989foiodaaberturaparcialdoterritórioedavisitadeJoãoPauloII;apausaverificadarelaciona-se,certamen-te, comanecessidadedeocultaromovimento transmigratório.Quanto ao abrandamento de 1992, resultou provavelmente deumapreocupação idêntica, jáqueapósomassacredeStaCruz(novembrode1991),aatençãointernacionalàpolíticaindonésiaparacomTimoraumentou.Depoisde1993,sendocadavezmasevidentequenãopoderiaserrecusadaarealizaçãodeumrefe-rendo,a Indonésiarecorreuaumdeliberadoaumentodomovi-mentodetransmigração;oobjetivoterásidogarantir,atravésdovotodostransmigrantes,umresultadoquelhefossefavorável.AcomparaçãodosdadosdemográficosdoDoc.36(pág.139),comosdoDoc.15 (pág.50)daUT7,permiteverificarque,em1985,aindaestavalongedeserecuperaroquantitativopopulacionalde1972.Relativamenteaosrecursoseconómicos,acomparaçãodasmesmastabelasevidenciaque,em1990,aindanãosetinhaatin-gidooquantitativo,emcabeçasdegado,de1960.

Areflexãosobreestesdados,conjugadacomasinformaçõesso-breascampanhasmilitaressistemáticaseadestruiçãodosrecur-soseconómicosdaspopulações,bemcomoapolíticaanti-nata-lista,poderãolevaràdiscussãodaopiniãodealgunsautoresqueclassificamapolíticaindonésiarelativaaTimorcomogenocídio.Areflexãosobreestesassuntosconduziráàrespostaadaràativida-de2,dapág.137.

Noplanoeconómico,oacordocomaAustráliasobreosrecursosdoMardeTimoreaprioridadedadaaostransmigrantesnaocu-paçãodossoloscomprovam,maisumavez,avertentecolonialistadapolíticaindonésiade“desenvolvimento”.

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Avertentecolonialistaétambémevidentenosistemadegovernoaplicadonoperíododaocupação,transferindoparaTimor-Lestea “dupla função” dosmilitares indonésios emenorizando o go-vernador,situaçãotestemunhadaporMárioCarrascalão(Doc.35,pág.138).Noentanto,aaçãodestegovernadorcorrespondeuaumperíododeiniciativaspositivasefoitambémapósasuache-gadaqueocorreram,comasuaparticipação,conversaçõesentreocomandodaresistênciaarmadaeocomandomilitarindonésio(Doc.34,pág.138).Dessasconversaçõesdecorreuocessar-fogo,documentadonapáginadeaberturado subtema,eoencontroentreMárioCarrascalãoeXananaGusmãoacentuouaconsciên-ciadanecessidadedauniãonacionaldetodosostimorenses.

6. A Resistência e as suas frentes; a Diáspora

DiásporaGrupodepressão

Comarubrica6,osalunoscentram-seagoranoestudodalongaaçãodaResistênciatimorense,ouseja,irãoconhecerosprocessosquecontribuíramparaquehojevivamnumpaísindependente.

Asrubricasanterioresevidenciaramjádificuldadesdaspopulaçõestimorensesnointeriordoterritórioduranteogovernoindonésio.Volta-se agora aomomento da invasão. Como oManual refere,grandenúmerodetimorensessaíramdeTimor-Leste,nasequênciadaguerraciviledaocupaçãoindonésia.Sugere-sequeoprofessorinicieadinamizaçãodetrabalhosdegrupo,nosentidoderecuperarmemóriasdetimorensesquefizerampartedadiásporainiciadaem1975.As recolhaspodem incidir sobrediversosaspetos,nomea-damentelocaisemodosdevida,participaçãoematividadesjuntodacomunidadeinternacional,ligaçõescomTimor-Leste.Sugere-sequearecolhadeinformaçãosejafeitacomrecursoaentrevistas,metodologiajáexplicitadanarubrica4.1.6desteGuia,apresentan-do-se,napág.19,umguiãoparaotrabalhoquesepropõe.

6.1.Opçõesideológicaseorganização da Resistência

Resistência armadaResistência clandestina

Guerrilha

Nointeriordoterritóriotimorense,foramaFRETILINeasFALINTILqueasseguraramo iníciodomovimentodeResistênciaao inva-sor,emqueacomponentearmadaeraindispensável.AreleituradoDoc.29 (pág.135)eaanálisedosDocs.37e38 (pág.140)facultamelementosparaavaliaçãodasdificuldades comqueosguerrilheirossedefrontarameparaconhecimentodaformacomoestabeleciam ligações com as populações, iniciando uma redeclandestina,apósadestruiçãodasBasesdeApoio.Éimportantetambémreferirque,noquerespeitaàlutaarmada,sepassoudeumaguerradeposiçãoàguerrilha.Temaquitodaapertinênciaorecurso aoAMRT.Sepossível, oprofessorpoderáorganizarumavisitadeestudoaoMuseu,emDíli.Casoexistaaces-soàInternetpoderãoserrealizadosdiversostrabalhosemaula,ouforadela,combasenadocumentaçãojáreferida.Sugere-se,porexemplo,queosalunosoiçamoregistoáudio

Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 81

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

deguerrilheiros,disponívelemhttp://amrtimor.org/multimedia/multimedia_sons_usaid.php.Emaula,apósaaudição,seráindis-pensávelumdiálogoemtornodainformaçãorecolhida.

Omapa,Doc.39(pág.141),mostracomo,apósadestruiçãodasBa-sesdeApoio(assinaladanosDocs.28e29,pág.135),aresistênciaarmada se organizou, conseguindo implantação no terreno, mas tambémcomooexércitoindonésioeraomnipresente.Convémas-sinalaradesproporçãodasforçasedosrecursosemarmamento,easdificuldadesdecomunicaçãoentreosváriossetoresdaResistência.

Marxismo-leninismoMaoismo

Povo Maubere

ÉfundamentalumaanálisecuidadadoDoc.40(pág.141).NelesecondensamdoisexcertosdeimportantestestemunhosdeXananaGusmãosobreasopçõesideológicasdaResistênciaarmada,diri-gidapelaFRETILINeasseguradapelasFALINTIL.Éoportunoqueoprofessorconheçaosdocumentosnaíntegra(constantesdaobracitada).Neles, Xanana explica como, na década de 1970, o seuconhecimento da ideologia marxista-leninista e maoísta era redu-zido,mascomo,apósadestruiçãodasBasesdeApoioedamortedoslideresdaFRETILINmaisconhecedores,achoupertinentees-tudarecontinuaraquelalinhaideológica,paraasseguraramobi-lizaçãodasFALINTIL.Namesmaobra,emnota,informa-sequesóem1977ficoudecididaavertentemarxista-leninistadoPartido,firmadadepois,em1981,naalturadacriaçãodoConselhoRevo-lucionáriodaResistênciaNacional(CRRN).Seráinteressantequeoprofessorrecupereconhecimentosobtidosnosubtema2daUT7,esclarecendoqueasideologiascitadasforam,nasdécadasde1960e1970,mobilizadorasdaguerrilhadinamizadapelosmovi-mentosde libertaçãodasentão colóniasportuguesasdeÁfrica,comosquaisaFRETILINtinhaligações.

OsegundoexcertodácontadaconsciênciaprogressivaqueXa-nana,responsávelmáximodalutaarmadaeprincipallíderdaRe-sistência,foitendo,duranteadécadade1980,danecessidadededesvincularaFRETILINeasFALINTILdaquelaideologia.Seráinte-ressantequeoprofessorleveosalunosarefletiremsobreasra-zõesdessamudança,quepoderáesclarecernasrubricas6.2e6.3,dedicadasàaçãodaIgrejaCatólicaedaFrentediplomática.Poderátambémrecorreràbarracronológicaqueassinala,porexemplo,aformaçãodaConvergênciaNacionalista,numesforçodeaproxima-çãoentreaUDTeaFRETILIN,partidosentãoemreestruturação.

Énessequadroque,noDoc.40,Xananapretendeafirmaracom-ponentenacionalistadaFRETILIN (1984), emdetrimentoda co-munista,eadespartidarizaçãodasFALINTIL(1987).Todavia,cons-cientedasdifíceis condiçõesdevidadaspopulações,aunidadenacionalépromovidaemtornodanoçãodePovoMaubere,con-sagradanaformaçãodoConselhoRevolucionáriodaResistência

82 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Maubere (CRRM). Será de assinalar que aquela noção, emboranão sendo aceite por diversos setores da diáspora, por evocaruma ideologia comunista, foi adotada nosmovimentos de soli-dariedadeinternacional(emPortugal,porexemplo, importantesaçõesdasociedadecivilforamdesenvolvidaspela“ComissãoParaosDireitosdoPovoMaubere”,formadaem1981).

6.2.AaçãodaIgrejaCatólica

Propõe-sequeoestudodasubrubrica6.2.partadainterpretaçãodaimagem(Doc.42,pág.142).Aleiturapermitever,emprimeiroplano,oPapaJoãoPauloII,ajoelhado,nogestodebeijarocruxi-fixoemsolotimorensee,emplanorecuado,àsuaesquerda,D.XimenesBelo.AinterpretaçãodeveteremcontaqueofotógrafopretendeudarrelevânciaaogestosimbólicodoPapa.Comefeito,paraalémdavisita,aquelegestosublinhouamudançadeposiçãodahierarquiadaIgrejaCatólicaquantoànecessidadedeatenderàsaspiraçõesdeTimor-Leste.Liga-se,portanto,aostermoscora-jososcomqueoBispoBelorefere (Doc.41,pág.142)que foiaIndonésiaenãoopovodeTimor-Lestequeafirmavaterhavidoescolha pela integração.

OprofessordeveaindaalertarqueaaçãodosmembrosdaIgrejacatólicaqueapoiavamaResistênciafoiumdosfatoresquecon-tribuíramparaumamoderaçãodosdirigentesdaResistênciaar-mada,nosentidodeprocuraremumapolíticadeunidadecomasrestantesforçaspolíticastimorenses.

Considera-seimportantequeosalunosreflitamsobreaimportân-ciadaIgrejacatólicanoreforçodaidentidadenacional,comapro-moçãodotétumcomolíngualitúrgica,assuntoqueseráretomadonosubtema2daUT9.

Aexemplodesugestõesjáfeitasparaarealizaçãodeentrevistas,tambémrelativamenteàaçãodaIgreja,talrecursoserásignifica-tivo,permitindoavaliarcomoasuaaçãocontribuiuparaviabilizar,aolongodetempo,aResistênciatimorense.

6.3.AsdificuldadesdaFrenteDiplomática

Resistência diplomática

Em rubricas anteriores foram já referidas as ligações entre diri-gentespartidáriostimorenseseosnovospaísesafricanos.ApósainvasãodeTimor,Moçambiqueapoioumaterialmentequerostimorensesdadiáspora,queradelegaçãodaFRETILIN,dequeeraresponsávelMari Alkatiri. A análise doDoc. 43 (pág. 143) com-prova o importante auxílio dos PALOP, considerados irmãos re-lativamenteaoseupassadopolíticodeex-colóniasportuguesas.Oprofessor relembraráque,nasvésperasda invasão indonésia,dirigentesdaFRETILINsaíramdeTimor-LesteembuscadeapoiosequeestiverampresentesnasededaONU.Dessesdirigentes,foiRamos-Horta aquele que, ao longo dos anos, sistematicamenteacompanhoualutadiplomáticanaONU.

Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 83

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Todavia,nãotendoaONUreconhecidoaindependênciadeTimor--Leste,osseusrepresentantesnãotinhamestatutoquelhesper-mitisse apresentar resoluções, sendo portanto indispensável orecursoapaísesdefensoresdacausa.

Oprofessorpodeaindarelembrarque,naONU,aIndonésiacon-tavacomosseusimportantesaliados,nomeadamenteospaísesdaASEAN,eosEUA.E,alémdisso,invocavaopedidodeadesãoqueobtiveradostimorenses,sobcoação.QuantoaPortugalera,nosfinaisdosanos1970umpaíscomfaltadeestabilidadeepou-copesopolítico,apesardecontinuaraserreconhecidocomopo-tênciaadministrantedeTimor.

Oprofessorpoderáaindaanalisar,emaula,comosalunos,ososdadosqueevidenciamoprogressivoalheamentodosmembrosdaONUrelativamenteàvotaçãodacausadeTimor-Leste,naAssem-bleiaGeral.

Resolução DataVotos a favor

Votos contra Abstenções

3485 12.12.1975 72 10 433153 01.12.1976 88 20 493234 28.11.1977 67 26 473339 13.12.1978 59 31 443440 21.11.1979 62 31 453527 11.11.1980 58 35 463650 24.11.1981 54 42 463730 23.11.1982 50 46 50

SeráoportunorelacionarestesdadoscomoDoc.44eanotadapág.144doManual,oquepermiteresponderàquestãocoloca-da na atividade. Ramos-Horta, em Timor-Leste, Amanhã em Díli esclarece as dificuldades para conseguir a aprovação da Resolu-ção37/30, cuja redaçãopropôs.AResolução,que remeteuparaoSecretário-Gerala iniciativadeconsultasa“todasaspartesdi-retamente interessadas”, não incluía expressamente a represen-taçãodaResistênciatimorense–queconstavanapropostainicialdeRamos-Horta–masasuaaprovaçãotangencialfoiumavitórianosentidodeultrapassaraindiferençadaAssembleiaGeraleevi-taratéumafuturavotaçãonegativaparaacausadeTimor-Leste.Constituiu-se,emalgumascircunstâncias,comoumbloqueiopor-quedependia“dosbonsofícios”,ouseja,dainterpretaçãoquedelafariaoSecretário-Geral.Noentanto,aResoluçãoveioaserabaseemqueinsistentementesefundamentaramospedidosdeumre-ferendo,queviriaaocorrerem1999,comoseráestudadonaUT9.

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

7. Os anos 1990: a conjugação da atuação timorense e a alteração da conjuntura internacional

AlteraçãoconjunturalAlteraçãoestrutural

No iníciodosubtemaalertou-separaanecessidadedearticularoestudodahistóriadeTimor-Lestecomodahistóriageral.Eraoquadrodadécadade1970queconvinhaevocar.Relativamenteaofechodosubtema,éofinaldadécadade1980etodaadécadade1990,queagoraconvémrever.OsaspetosfundamentaisforamjátratadosnaUT8,nosrestantessubtemas:nosubtema1e2,ade-sagregaçãodomundocomunista;nosubtema2,acrisedoregimeindonésio;nosubtema3,oavançodosnovosmeiosdecomunica-çãoeinformação.ArecuperaçãodeconhecimentospermitiráaoprofessorchamaraatençãoparaoscondicionalismosfavoráveisqueaalteraçãodaconjunturaofereceuàResistênciaTimorense.

Esta tarefa de articulação entre a história geral e a história deTimor poderá, com vantagem, ser apoiada na elaboração pelosalunosdeumatabelacronológicacomparativa,quetenhacomobalizasofinaldosanos1980eofinaldosanos1990,erecorraàsbarrascronológicasdeiníciodossubtemasdaUT8e1daUT9,eaosdadoscontidosnotextoexplicativo.NoGuia(pág.17)apre-senta-seumexemplogenérico,masosalunospoderão,porsetra-tardeumacronologiadaconjuntura,referenciaromêsemqueos acontecimentos ocorreram, se pretenderem ter uma imagem mais exata.

Parasecompreenderbemoqueestavaemcausa,dopontodevistadaResistênciatimorenseàocupação,sugere-sequeseco-meceporanalisarosdocumentosescritos,n.ºs45e47(págs.145e146).SãodoistextosdeXananaGusmão,anterioresàsuaprisão,equedãocontadeduasalteraçõesfundamentais,ocorridasnosanos1990:acadavezmaior importânciadaFrenteClandestina,faceaoimpasseemqueaguerrilhaseencontrava;aexpansãodemanifestaçõesdejovensestudantes,contraaocupaçãoindonésiaeemfavordeumreferendo.

Oprimeirotextoevidencia,também,aconsciênciaqueolíderdaResistênciatinha,dequeasoluçãodaquestãodeTimor-Lestese-riapolíticaediplomática,masqueelateriadesearticularobri-gatoriamente comaFrenteArmadaque,desde1975,de formairredutível,sustentavaaoposiçãosistemáticaàIndonésia,credi-bilizando a Resistência Diplomática e a Resistência clandestina.Daíagrandepreocupaçãoemevitarmanifestaçõesespontâneas,suscetíveisdemanipulação;emdarumaespecialatençãoàvisitadaDelegaçãoParlamentarPortuguesa,esperadadesde1988;emafirmarqueadireçãodaResistênciacabiaaoComandodaLuta.

O segundo texto (Doc. 47) constitui um apelo a todos os timo-renses,masespecialmenteaosdadiáspora,fundamentaisnalutadiplomática,mas com cisões internas e divergências, que fragi-lizavamasuaação.Xananasublinhaa importânciadospartidos

Unidade Temática 8 – A emergência do novo sistema mundial no último terço do século XX | 85

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

políticoscomoformadeintervençãoorganizadanavidadopaís–visãodemocrática–,edeclaraaimperiosanecessidadedeunião,paraaproveitamentoprofícuodaalteraçãodaconjuntura.

Paramelhor compreensãodo contributodaFrenteClandestina,sugere-seaaudiçãodeentrevistas,recolhidasnoprogramaradio-fónicoTuba Rai Metin,disponíveisemhttp://amrtimor.org/multimedia/multimedia_sons_usaid.php

Recomenda-se,especialmenteaentrevistaaFernando“Lasama”Araujo,responsáveldaFrenteClandestina.

Aanálisedas imagens,Docs. 46 (pág. 145), 48e49 (pág. 147),oferecerá as oportunidades para comprovar a importância dosmedia,nodespertarda“consciênciainternacional”.

Poderápartir-sedascondiçõesque levaramaomassacredeStaCruzequeserelacionamcomosaspetosacimareferidos,apropó-sitodostextos.Mas,principalmente,éimportantemarcarqueadivulgaçãomundialdovídeo,feitonocemitériodeStaCruz,trans-formou o trágico acontecimento num episódio de não-retornoparaacondenaçãoda Indonésia.Todaadécadade1990 foi in-fluenciadapeloecodaqueleacontecimento,tornandoinevitávelapressãosobreaIndonésiaesobreaONUparaaaceitaçãoderea-lizaçãodeumreferendoàpopulação.OsalunoscompreenderãocomoaatribuiçãodoNobeldaPazeavisitadeMandelaaXananaGusmãoreforçaramessatendência.

Porúltimo,aanálisedoDoc.50(pág.147)podeseropontodepartida deumesclarecimentosobreosproblemasde liderançadaResistênciaapósaprisãodeXanana,etambémabasedeumdiálogodecorrentedaafirmaçãodeKonisSantana,deque“a li-berdadeeajustiçasãoosdoiselementosfundamentaisdapaz”.Sugere-se,emcomplemento,aaudiçãodemensagensdeKonisSantana,disponíveisnapasta08023.079,deDocumentosdaRe-sistênciaTimorense,emhttp://amrtimor.org/multimedia/multimedia_sons_resist.php

Para fecharoestudodosubtemaeestabelecera ligaçãocomaUT9,sugerem-seduasatividades.• Umtrabalhoemgrupo,depesquisasobreaconstituiçãode

organizaçõesdejuventudeemTimor,desde1974.• Recolhaecomentáriosdecontextualizaçãodenotíciaspara

organizaçãodeumaexposiçãosubordinadaaotema:“Aim-portânciadosmedia–oanode19—“.Apartirdosassuntosestudados,osalunosescolherãoumanodadécadade1990queconsideremsignificativoparaacompreensãodahistóriadeTimor-Leste.Comoapoioàpesquisa,poderãorecolherin-formaçãonoDVDeCR-ROMTimor-Leste, o Sonho do Crocodilo.

86 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

Page 89: História 12º - Guia do Professor

87

5.3. Unidade Temática 9 – Timor-Leste no limiar do novo milénio

Caraterização da Unidade

Aunidadetemática9édedicadaunicamenteahistó-

riadeTimor-Leste,natransiçãodomilénio,fechando,

em2002,umpercursoque levouaoreconhecimento

internacionaldoEstadotimorenseequepermitiuasua

integração,deplenodireito,numaáreageopolíticade

cadavezmaiorrelevâncianomundocontemporâneo.

Osubtema1,A formação do Estado, a opção cons-

titucional, abrange o curto período que decorre da

realizaçãodoreferendode1999atéàconquistaplena

dasoberania,equecontemplaarejeiçãoexpressada

ligaçãoàIndonésia,aintervençãodasNaçõesUnidas

eaopçãoporumquadrodedemocraciapluralistae

representativa.

O subtema 2,Unidade e desafios transnacionais,

nãosecircunscreveaumaépocahistóricaespecífica.

Centra-se no processo de longa duração da construção

daidentidadenacional,enaproblemáticadaafirma-

çãointernacionaldeTimor-Lestenasáreasgeográficas

eculturaiscomqueserelaciona.

Orientação geral

Osubtema1deveserorientadonosentidodeescla-

recerasalternativasjurídicasqueforamcolocadasna

consultapopular,easopçõesquepresidiramàesco-

lhadamatrizconstitucionalsemipresidencialistapara

oEstadotimorense.Paralelamente,devemserexplici-

tadososobjetivoseosefeitosdaaçãodasMissõesda

ONUnoterritório.

Nosubtema2,aorientaçãodevepromoverarefle-

xãosobreos fatoresque,noconjuntodahistóriado

país, levaramà integração,numprojetonacional,de

comunidades populacionais com antecedentes etno-

-linguísticosdistintos.O subtemadeve serorientado

paraavalorizaçãodaaberturaadiferentespontosde

vistaecontributos,numquadrodeunidadenacional,

cimentadopelaconsciênciadeumpatrimóniocultural

comum.

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88 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

Metas de aprendizagem estabelecidas para a Unidade Temática 9

Subtema 1

O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza,notempoenoespaço,oseventosestu-

dados.

• Avaliaaimportânciadaresistênciaorganizada,na

formaçãodesentimentosdepertençanacionale

naconstruçãodeumprojetodeEstado,evidente

nos resultados da consulta popular de 1999.

• Discuteapertinênciadefatorescomooprocesso

históricoeacrençareligiosaparaaconstruçãoda

identidadetimorense.

• AnalisaosobjetivoseodesempenhodasMissões

da ONU para Timor-Leste, de 1999 ao tempo pre-

sente.

• Justificaaopçãopelamatrizocidental,dedemo-

craciapluralistaerepresentativa,daConstituição

timorensede2002eapertinênciadassuasdispo-

siçõestransitórias.

Subtema 2

O aluno:

• Interpreta o conteúdo de documentos relativos

aos assuntos em análise.

• Localiza,notempoenoespaço,oseventosestu-

dados.

• AvaliaarelevânciadopapeldoEstadonaconso-

lidaçãodeuma identidadenacional, faceàmul-

tiplicidadedepertençasculturaisdaspopulações

timorenses.

• Justificaaimportânciadareconstruçãosocioeco-

nómica de Timor-Leste e dos esforços de recon-

ciliação nacional para a manutenção do regime

democrático.

• Explica a integração de Timor-Leste emorganis-

mosinternacionais,noquadrodasdinâmicaspo-

lítico-económicasdaÁsia-Pacíficoedosprocessos

deglobalizaçãocontemporâneos.

• Destaca vantagens dos Estados nacionais face a

problemas e a desafios domundo contemporâ-

neo.

• Valoriza o património cultural timorense, empe-

nhando-se na sua defesa.

Page 91: História 12º - Guia do Professor

Unidade Temática 9 – Timor-Leste no limiar do novo milénio | 89

5.3.1. Subtema 1 – A formação do Estado. A opção constitucional

TEMPOPREVISTO:14AULAS

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Apesardoreduzidoperíodocronológicoabrangidopelosubtema,continuaarecomendar-seaconstruçãoeaanálisepelosalunos,debarrasoude tabelas cronológicas. Tal comoparao subtema4daUT8,casoexistarecursoàInternet,serátambémpertinen-te,nestesubtema,orecursoàtabelacronológicadisponibilizadano sítiodoArquivo eMuseudaResistência Timorense (AMRT):http://amrtimor.org/.

1. As implicações da consulta popular de 1999

A imagemdeaberturadosubtemareproduzumafotografiaco-lhida durante o recenseamento que antecedeu o referendo. Foi escolhida por documentar uma manifestação de pessoas que ex-pressamoseucontentamentoporveremfinalmentereconhecidaasuaidentidadetimorenseeporsentiremestarpróximoodiaemque,finalmente,poderãomanifestaroseuvotopelaindependên-ciadeTimor-Leste,oqueviabilizaráocaminhoparaoreconheci-mentointernacionaldoEstadotimorense.

Noiníciodosubtemaconvémrelembrarconhecimentosobtidosnosubtema4daUT8,relativosaosesforçosdeconvergênciafei-tospelostimorensesdeváriastendências,comofoiocasodaCon-vergênciaNacionalista,dosencontrosnaÁustria,de1995a1997,comopatrocíniodaONUeamediaçãodeD.XimenesBeloe,fi-nalmente,a1ªConvençãoNacionaldosTimorensesnaDiáspora.

ContextualizadaaCartaMagna(Doc.1),passar-se-áàsuaanálise.Os alunos poderão, por exemplo, analisar em pares o documento, assinalandoas frasesque consideremmais significativasdas in-tençõesmanifestadas.Sistematizarão,seguidamente:• noplanodosprincípios-direitoàautodeterminaçãoeàinde-

pendência;respeitopelaCartadaONU;defesadademocra-ciaedopluripartidarismo;

• noplanodapolíticaexterna–inserçãoharmoniosanaregião,ultrapassandoosconflitos; relacionamentoeconómicocomasorganizaçõesdoPacífico;mediaçãoentreestaseaCPLP;

• noplanodapolítica interna–atençãoespecialàeducaçãodosjovens.

Estasistematização facilitaráa respostaàsatividadespropostas,sendo de relevar, no enunciado, a preocupação em tranquilizarosparceirosregionais,tendoemvistaaafirmaçãodeTimor-Lestecomopaísindependente,semrenegarumpassadodeluta,corpo-rizado nos heróis nacionais.

O professor chamará ainda a atenção para o facto de a preocu-paçãoemconseguiraunidade, ter levadoà formaçãodoCNRT,

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

afirmandoXananaGusmãocomolíderincontestadodosdiversosse-toresdaResistência,Ramos-Hortacomoseurepresentantenoexte-rior,eincluindoMárioCarrascalãocomovice-Presidente.AResistên-ciatimorenseaparecia,assim,peranteasinstânciasinternacionais,especialmenteaONU,comouminterlocutorindispensável.

1.1. O Acordo de NovaIorque

Referendo Relativamente àcompreensãodoqueestavaemcausanorefe-rendo, designado institucionalmente como “consulta popular”,sugere-sequesepeçaaosalunosquerespondam,oralmente,àperguntadapág.151.Emdiálogo,erecuperandoconhecimentosobtidosnosubtema4daUT8,relembrarãoadeclaraçãounilateraldeindependênciadaRDTL,opedidoformuladopela“AssembleiaPopular”timorense,em1976,adeclaraçãodeintegraçãopelogo-vernoindonésioeonãoreconhecimentonemdaindependêncianemdaintegração,pelogovernoportuguêsepelaONU.

TambémdevemserrecuperadasasinformaçõesobtidasnoSubte-ma2daUT7,quantoaoestabelecidonasResoluções1514e1541,sobredescolonização,equeabrangiaascolóniasportuguesas.De-veráaindaseresclarecidoquearesolução2625,citadanoAcordodeNova Iorque, reafirmavaodireitoaqueas relaçõesentreospovossebaseassemnacooperaçãoenorespeitopelosprincípiosdaigualdadededireitosedalivredeterminaçãodospovos.

Na interpretaçãodopreâmbulodoacordo, far-se-ánotarqueaintervençãodoSecretário-Geral,pedidanoArtº1.ºpelaIndonésiaeporPortugal,decorredoqueficoudeterminadonaResolução37/30de1982,assuntoque tambémconvém lembrar (Doc.44,pág.144).Aleituradodocumentoesclarecequeaconsultainci-diu(Doc.3,pág.152)sobreaaceitaçãoourejeiçãodeumestatutodeautonomiacujoconteúdosereferenotextoexplicativo(págs.152e153).Noentanto,dadoqueoPresidenteindonésioHabibieadmitiuque,emcasoderejeiçãodoestatutodeautonomiapelostimorenses,proporiaaoparlamentoindonésioarevogaçãodalein.º7/76quecriaraa27.ªprovíncia,oreferendoincidiu,defacto,sobreaopçãopelaindependência.

Paraa compreensãodos condicionalismosqueconduziramàde-cisãodeHabibie,deverelembrar-seaalteraçãodaconjunturanosanos1990easituaçãoparticulardaIndonésia,jáabordadanaUT8:• aviolênciadacriseeconómicade1997,comasconsequentes

manifestações de protesto, nomeadamente de estudantesindonésios, exigindo a mudança do regime, manifestaçõescomreflexosentreosestudantestimorensesqueestudavamnaIndonésia,eosqueseencontravamemTimor;

• as acusações de corrupção e as tensões entre osmilitaresquelevaramàquedadeSuharto;

90 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

• aascensãodeHabibie,ummoderado,queaceitouapropostadossetoresqueconsideravamTimorumsorvedourodemeiosfinanceiros,incompatívelcomasituaçãodecriseeconómica;

• a necessidade deHabibie em ser legitimado internacional-mente.

Considerar-se-á, no entanto, que a decisão deHabibie era con-testada: pelo setor das forças armadas indonésias, a quemnãoconvinhaqueaguerraacabasseemTimor-Lesteporqueasuapre-sençaseriadispensada;poraquelesque,nogoverno,temiamqueaindependênciadeTimor-Lesteconduzisseaincentivarosepara-tismoderegiõescomoAceheIrianJaya.

ÉimportantequesejamfocadasasdecisõesconstantesdosAcor-dosComplementaresaoAcordodeNovaIorque.SeráinteressantediscutircomosalunosasimplicaçõesdasdecisõesevidentesnosDocs.4e5,quantoàidentidadetimorenseedireitodevoto,re-cordandoo número significativode transmigrantes que, desde1980,entraramnoterritóriotimorense.

1.2.Ovotodostimorensesem30deagostode1999

Asquestõescolocadasnaspáginas155e156doManualpreten-demsuscitarareflexãosobreanecessidadededesenvolvimentodeumclimadeconfiançanoperíodoqueantecedeuaconsulta,bemcomoascondiçõesemqueforamesclarecidasaspopulações,emarticulaçãocomaUNAMET.SeexistiracessoàInternet,opro-fessordispõedeinformaçãopormenorizadasobreoprocessodeorganizaçãoda consulta, no artigoAutodeterminação em Timor Leste: dos acordos de Nova Iorque à consulta popular de 30 de agosto de 1999,dePatríciaGalvãoTeles,emhttp://www.gddc.pt/actividade-editorial/pdfs-publicacoes/7980-d.pdf.

Para a elaboração do guião sugerido na atividade da pág. 156,oprofessorpoderá consultar as indicações inseridasnesteGuia(pág.17/19).

2. A administra-ção da ONU e a transição para a independência

AanálisedoDoc.11(pág.157),deveserconjugadacomareleituradasindicaçõesdoDoc.2,esclarecendocomoasoberaniadoterri-tóriodeTimorpassouapertenceràONU,sendoexercidapelasuamissão,aUNTAET,chefiadapelobrasileiroSérgioVieiradeMello.

OsDocs.13,14e15(págs.158e159)poderão,vantajosamente,seranalisadosemtrabalhodegruponasaladeaula,jáqueéim-portantequeosalunosdiscutamasdiversasmodalidadesquefo-ramadotadasparaagovernaçãoacargodaUNTAET,nosentidodedaremrespostaàsnecessidadesdeTimor-Leste.Poderãoserdiscu-tidosdiversosaspetos.Porexemplo:aafirmaçãodequeaAdminis-traçãoTransitóriadasNaçõesUnidastinhasidoestabelecidacombasenum“modelocolonial”(Doc.14);apertinênciadas mudanças

Unidade Temática 9 – Timor-Leste no limiar do novo milénio | 91

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

que o Administrador Transitório foi introduzindo, na aplicação do RegulamentodaUNTAET,comachamadadetimorensesaogover-no(Docs.13e14);asrazõesdodescontentamentodostimoren-ses(Doc.15);aimportânciadasáreasdegovernaçãopartilhadas.

Serátambéminteressantequeosalunosefetuemumapesquisaquelhespermitafazerpequenasnotasbiográficasdosmembrosqueintegraramo1.ºGovernoTransitório.

3. O quadro jurídico da Constituição de 2002

Aatividadepropostanapág. 160podeserobjetodeumpequenotextoescritoapediracadaaluno.Dadaanaturezadapergunta–umpedidodejustificação–oprofessorpoderáobterelementosparaavaliar o desenvolvimento das competências de argumentação,porpartedosalunos.Alémdisso,umavezquesepartedeumtexto(Doc.17,pág.160)relacionadocomoutrojáestudado(Doc.1,pág.150),oprofessorpodetambémavaliaracapacidadedosalunosparamobilizaremconhecimentos,aplicadosemnovassituações.

Semipresidencialismo

Propõe-sequeoestudodosubtematerminecomareflexãosobredois aspetos essenciais:• oprocessodeelaboraçãodaConstituição;• asopçõesconstitucionais.

Relativamenteaoprimeiroaspeto,sugere-sequeosalunosanali-semoDoc.18(pág.161),debatendoaimportânciadasAudiênciasPúblicas da Comissão Constitucional, e os resultados obtidos, equecomentemosresultadosdaseleiçõesparaaAssembleiaCons-tituinte,indicadosnoManual.Relativamenteàsopçõesconstitu-cionais,sugere-sequeseparta,ainda,doDoc.18,pararefletirso-breosignificadodaescolhadeumregimesemi-presidencialista,equeserecorraaoDoc.19(pág.162)paradebateraimportânciadoestabelecidononº3doart.º146.º,nocontextodahistóriadeTimor-Leste.

Paraesta análise, considera-semuito importantequeos alunostenhamacessoaotextoconstitucional,patentenosítiooficialdoGovernodaRepúblicaDemocráticadeTimor-Leste.

92 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

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Unidade Temática 9 – Timor-Leste no limiar do novo milénio | 93

5.3.2. Subtema 2 – Unidade e desafios transnacionais

TEMPOPREVISTO:6AULAS

CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

1. Reconciliação, reconstrução e procura da identidade nacional

Estado-nação

Identidadenacional

Ao contrário dos restantes subtemas, oManual não inclui bar-racronológicaparaosubtema2daUT9.Comefeito,osaspetosabordadossãotransversaisadiversasépocas,desenvolvendo-secomoumcontínuo,notempo,enãopodendosercircunscritosadatas precisas.

Cabe,portanto,nestesubtema,etambémporqueeleéofechodoprograma,promover,comosalunos,umareflexãosobreadu-ração,emHistória.

Nos subtemas anteriores, estudaram aspetos da história de Timor--Lestequesedesenvolveramnacurtaduração,comoaevoluçãodasituaçãopolíticaemTimor,noanode1975,emque,emcadamês,eatéemcadadia,seassistiuamudançassignificativas.Estu-daramfenómenosdemédiaduração,comooquartodeséculoemquesefoiafirmandoapersistenteResistênciadopovotimorenseedosseuslíderes.Eviramtambémcomoformasdeorganizaçãosociopolíticaespecíficasdaspopulaçõestimorenses,anterioresàépocacolonial,permaneceramnalongaduração.

Osalunosestudaram,ainda, a inter-relaçãoentreos váriospla-nosdahistóriadahumanidade,verificando,porexemplo,comoaspetos ideológicos, económicos, políticos, de mentalidade, secondicionarammutuamente.Ecompreenderam,também,comoasmudançastecnológicassetornaramcadavezmaisfrequenteseabrangentes,criandosituaçõesquelevaramàdominaçãodeunspovossobreoutros,mastambémtornandovisíveismundialmenteassituaçõesdeopressão.

Nesseestudodahistóriadospovos,osalunosverificaramcomoaconceçãodeEstado-naçãosedesenvolveuecomoelaatualmenteconvivecomformasdepodertransnacionaisecomdesafioscadavezmaiscomplexos.

OEstadotimorenseérecente.Eacomunidadenacional?Comosefoienraizando?Comosemanifesta?Quepatrimónioimateriallhedásentido?

Emrelaçãocomestas interrogações,a imagemescolhidaparaaaberturadotemaéumaevocaçãosimbólica.Nãodofimdostem-poscoloniais,emquea fotografia foicolhida.Masevocaçãodolugardeidentidade,dacasaedamontanhacomolugarderefúgioedeorigem.

1.1. O restabelecimento da paz social

Sugere-sequeoestudodosubtemaseiniciecomainterpretaçãodo logotipodaCAVR (Doc. 4, p. 166), no sentidode valorizar aescolhaqueevidencia.Apombabranca,símbolouniversaldaPaz,

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

emvoodeproteçãosobreoterritóriodeTimor-Leste,eapresen-çadasmãos,sustentandoaspalavras-chavequeconsagramasfi-nalidadesdaComissão–aconselhamento,verdade,reconciliação.

ODoc.1(pág.166)permitesituaradecisãodecriaraCAVRnope-ríododeAdministraçãoTransitóriadaONU,tendocomoobjetivoassegurarapazsocial, indispensávelàconstruçãodoEstado.Osdocumentos2e3demonstramaconsciênciadeque,emmatériadeviolaçãodedireitoshumanos,todososatossãocondenáveisequeaprocuradaverdadeéindispensável.

Relativamenteàaplicaçãodosprocessostradicionaisderesoluçãodeconflitos,oprofessorpoderádiscutircomosalunosasvanta-gensdautilizaçãodetaisprocessos,valorizandoastradiçõestimo-rensescomopatrimónioefatordeidentidade,oqueévisível,porexemplo,noDoc.7 (pág.167).Osalunospoderãoaindarefletirsobreasrelaçõesentreasnormasdodireitocostumeiroeasdodireito formal, e a necessidade de encontrar um quadro jurídico sancionadopeloEstadoeaplicávelatodososcidadãos.

Dado queoRelatóriodaCAVRpodeserconsultadopelaInternet,seexistiresserecurso,oprofessorpoderáorganizartrabalhosdeaulaapartir,porexemplo,dos relatosedas recomendaçõesdoRelatório.TambémseráoportunorecorreraosálbunsdeBandaDesenhada resultantes da colaboração entre a CAVReoMinis-tério da Educação, e que tiveram como objetivo a divulgação,entreos jovens, numaperspetiva informal, dos acontecimentosqueconduziramàformaçãodaComissãoedaimportânciadasuaintervenção.

1.2.Aconstruçãodo Estado-nação

Sugere-se que a análise do texto do historiador José Mattoso(Doc.8,pág.168)constituaumabaseparaareflexãosobreosfa-toresdeconstruçãodaidentidadenacional,esobrearelaçãoen-treaformalizaçãodaindependênciadeumEstadoeaformaçãodaNação.Propõe-sequesejafeitaumaprimeiraleituradotexto,acompanhadapeloprofessor;que,seguidamente,sesusciteare-flexãosobreos fatores suscetíveisdecontribuíremparaacons-truçãodaidentidadenacionale,nofinal,seregresseàanálisedodocumento. O professor poderá ainda esclarecer os alunos sobre aimportânciadaaçãodoautordodocumentonaorganizaçãodoArquivodaResistênciaTimorense,sobreasuaobra,eatédesper-tar-lhesacuriosidadeemtornodo livroa Dignidade, Konis San-tana e a Resistência Timorense–assim,tornaráoautordotextomais próximo dos alunos.

Propõe-se,então,quesereflitasobreascomponentesdaconstru-çãodaidentidadenacionaltimorense,recuandonotempo.

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

Osalunospoderãorelembraroqueestudaramno10.ºeno11.ºanos,relativamenteàprogressivadiferenciaçãoentreaáreaoci-dental e a área oriental da Ilha de Timor, e que se encontra siste-matizadonotextoexplicativodoManualdo12.ºano.Osalunospoderãotambémdiscutiraexistênciademanifestaçõesdenacio-nalismo,nosentidodeoposiçãoaopodercolonial,nomeadamen-tedesdearevoltadeManufahi,atéàrevoltade1959.Mas,comoseafirmounoiníciodosubtema,oobjetivonãoéencontrarres-postas,masestardisponívelparadiscutirarelevânciadealgunsaspetos.Será,aliás, interessante,quealunosqueestãoquaseaterminar o ensino secundário e em condições de acederem aoensinouniversitário,consideremanecessidadededesenvolverosestudos de história de Timor.

Nodomíniolinguístico,osDocs.9,10e11colocamaquestãodaaçãodosguerrilheirosedaIgrejacatólica,napromoçãodalínguaportuguesaedalínguatétumcomoveículosdeidentidade.Aestepropósito, é interessantediscutir a formaçãoda identidadeporcontraposição,talcomoofazMatanRuak,quandochamaaaten-çãoquealínguaportuguesa,portersidoproibidaduranteado-minaçãoindonésia,setornoulínguadeafirmaçãoidentitária.Domesmomodo,aFRETILIN,dequeosdirigentesconstituíamumaeliteescolarizadaemportuguês,promoveramtambémotétum,línguaveicularmasaindanãonacional,formalizando-aporescri-to,noseujornalquecolocou,apar,oportuguêseotétum.

SeráimportantetambémrecordaraaçãodaIgrejaCatólicaque,promovendootétumcomolíngualitúrgica,reforçoualigaçãocato-licismo-tétumcomovalornacional.Poroutrolado,deveserrelem-bradaaaçãodosmissionárioscatólicosnapreservaçãodealgumasdas línguastimorenses,eatolerânciaperantemanifestaçõesdareligiosidadetradicional,queosDocs.14e15(pág.170)evocam.

Alémdisso,aaçãodaIgrejaCatólica,deapoioàpopulaçãoeàRe-sistênciadostimorensesperanteaocupaçãoindonésia,reforçouafunçãoidentitáriadareligiãocatólica.

OsDocs.12e13alertamparaaimportânciadaproclamaçãodaindependência,em1975,edaaçãodaResistêncianaformaçãodaconsciêncianacional.Comefeito,aConstituiçãodeTimor-Leste,aprovadaem2002,reconheceucomodatadaindependência28denovembrode1975.Poroutro lado, foia lutadaResistência,mantidapersistentemente,de1975a1999,quemantevevivaaoposiçãoàIndonésia,fomentando,emcontraponto,acoesãona-cional.Olemadalutaarmada–Pátriaoumorte–ébemosímbolodessaconsciêncianacional.Masnãopodetambémesquecer-se,

Unidade Temática 9 – Timor-Leste no limiar do novo milénio | 95

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CONTÉUDOS CONCEITOS E NOÇÕES ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

comomomentofundadordeidentidade,avotaçãode1999,eatéaatençãodosmedia,identificandoopovodeTimor-Lestecomoumtodo,comidentidadeprópria.Ouseja,maisdoqueumares-posta,énestateiaderelaçõesquesepodeencontrarumahipóte-sedeexplicação,quesóalongaduraçãoconfirmará.

Estareflexão,emtornodecondicionalismosqueterãocontribuídoparaaformaçãodeumaconsciêncianacional,permite-nosreto-maroDoc.8.Podemosvoltaràinterrogaçãoqueoautorrefere,quantoàrelaçãoentreindependênciaeidentidade:adesesaberseexistiramfenómenoscoletivosquediferenciaramumpovodeumdeterminadoterritório–nestecaso,odeTimor-Leste–ouseessa diferenciação resultou de um ato deliberado de uma mino-ria.Oautordáaresposta:“oproblemanãosepoderesolverpormeiodestaalternativaelementar”.Ouseja:desdequandoaspo-pulaçõesdoterritóriodeTimor-Lesteconstruíramumaidentidadeprópria?Quefatoresfundaramoureforçaramessaidentidade?E,ainda,naconstruçãodaidentidadenacional,queresponsabilida-decoubeaosqueem1975proclamaramaindependência?QueresponsabilidadecoubeaosquereorganizaramaguerrilhaapósaquedadasBasesdeApoioeamantiveramirredutível,nomeiodasmaiores adversidades, credibilizando a Resistência no exterior?Queresponsabilidadecoubeaosque,noterritórioounadiáspora,garantiramaidentidadetimorense?Comosedisse,oquesepre-tendesuscitaréumdebate,enãoaresposta.

2. A multiplicidade de áreas de pertença.

NofechodaUnidadeéinteressantequeosalunosreflitamsobreosespaçoseasáreasculturaisdepertençadeumpaís.Integra-dogeograficamentenaÁsia/Pacífico,áreadoglobodecadavezmaior importânciamundial, Timor-Leste temcomessaáreaafi-nidadesculturaise,também,porrazõeshistóricas,comomundoocidental. Uma perspetiva geoestratégica e questões de ordemeconómicasuscitamoutrasligações.OsmapasqueconstituemoDoc.17(pág.173)espelhamamultiplicidadedeáreasdeperten-ça,certamentefavorávelaTimor-Leste.Arespostaàatividadedapág.173, centradanestaquestão, terávantagememserobtidacomrecursonãoapenasàHistória,masaoutrasáreasdosaber,comoaGeografiaeaEconomia.

Ainda dentro desta problemática, sugere-se, como atividade defecho do subtema, a simulação de um debates parlamentar em tornodequestõesrelacionadascomadefesadopatrimóniocul-turaltimorense.

96 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

Page 99: História 12º - Guia do Professor

5.4. Cronologias de apoio

5.4.1. Unidade Temática 7

Subtema 1 – A reconstrução num mundo dividido

1944 1945

1946 1947

1948

1949

1950-561950-53

1951

19521953

19541955-61

1955 19561957

1958 1960 1961

1962 1966 1969 1971

Proclamação do Estado de Israel/ Guerra da Palestina

Criação do COMECON

Criação da NATO

Reforma agrária na ChinaGuerra da Coreia

Tratados de Paz de S. Francisco

Pacto EUA-Japão

Pacto ANZUS (Austrália, Nova Zelândia, EUA)Fim da ocupação americana do Japão

Pacto da OTASE ou Pacto de Manila

1.º boom económico no Japão

Fundação do Pacto de VarsóviaRevoltas na Hungria e na Polónia

Sputnik, 1.º satélite artificial soviético

Degradação das relações URSS/China

1.º voo soviético tripulado no espaço

Início da “Revolução Cultural”Expedição americana à LuaChina Popular no Conselho de Segurança

Conferências de Ialta e Potsdam

Nova Constituição do Japão

Criação do FMI e do BIRD

Tratados de Paz de Paris

Partição da Coreia

Partição da AlemanhaProclamação da República Popular da China

Declaração Universal dos Direitos do Homem

Assinatura do GATT

Fundação da ONUFim da 2. ª Guerra Mundial

Plano MarshallCriação do COMINFORMTratado do Rio

Início da Guerra FriaDoutrinas Truman e Jdanov

Morte de EstalinePacto Sul Coreano

“Grande salto em frente” (China)

Tratado de Roma – Criação da CEE

Crise dos mísseis de Cuba

Construção do Muro de Berlim

Cronologias de apoio | 97

Page 100: História 12º - Guia do Professor

Independências na Ásia e em África

Subtema 2 – A ascensão do “Terceiro Mundo” e o despertar da consciência mundial

1945 194619471948195119541956 195719581960

19611962

Vietname do Norte, Vietname do Sul, Camboja e Laos

Federação da Malásia, GanaGuiné (Conakry)Camarões, Congo (Brazaville), Gabão, Chade, República Centro Africana, Costa do Marfim, Togo, Daomé (Benim), Alto Volta (Burkina-Faso), Níger, Nigéria, Mali, Senegal, Mauritânia, Madagáscar, Somália

Serra Leoa, Uganda

Ruanda, Burundi, Argélia

Filipinas, Líbano, Síria e JordâniaÍndia, Paquistão, Ceilão (Sri Lanka)

Proclamação na Indonésia e no Vietname

Birmânia (Myanmar)

Tunísia, Marrocos, Sudão

Líbia

98 | Operacionalização do Programa - Exploração das Unidades Temáticas

1945-59 1945

1946-54 19481950

1952-551954 195519561958

1959-651960

1960-651961-74

1961

1962 1963

1964 1965-73

1965

19671968

19691975

Campanhas anti-apartheid

Conferência de Bandung

Rebeliões separatistas na Indonésia2.ª vaga de independências

Massacre de Sharpeville (África do Sul)

Resoluções 1514 e 1541 da ONU

Independências de ex-colónias africanas francesas e inglesas

Liga Árabe1.ª Guerra da Indochina

1.ª vaga de independências

Política de apartheid na África do Sul

Divisão do Vietname

Revolta das Molucas do Sul

Início da guerra em Angola

Guerras de libertação nas colónias portuguesas

Conferência de BelgradoÍndia integra Goa, Damão e Diu Criação da OUAInício da guerra na Guiné (Bissau)Marcha sobre WashingtonInício da guerra em MoçambiqueLei dos Direitos Cívicos (EUA)

“Primavera de Praga”(Checoslováquia)

Unificação do VietnameIntegração de Irian Jaya na Indonésia

Nacionalização do Canal de Suez

“Maio de 68” (França)

Independência branca da Rodésia do Sul

Guerra do VietnameSuharto toma o poder

Criação da ASEAN

Page 101: História 12º - Guia do Professor

Subtema 3 – Timor-Leste de 1945 aos inícios da década de 1970

19631964196519661968197119731975

197619771980

Quénia, ZâmbiaMalawi, TanzâniaGâmbia, SingapuraBotsuana, Lesoto

Guiné Equatorial, SuazilândiaBangladeshGuiné (Bissau) 24/09

Papua-Nova Guiné, Comores, Moçambique (25/06), Cabo Verde (5/07), S.Tomé e Príncipe (12/07), Angola (11/11)

SeichelesDjibutiZimbabué (antiga Rodésia do Sul)

1945

1945-501946

1947

1948

1950-581950-73

19501952

1953-581953

1955

19561958

1959-631959-65

1959

1959-61

Governo de César de Serpa Rosa

Seminário e Escola de Catequistas de Soibada transferidos para Díli

Governo de Óscar Vasconcelos RuasReorganização da administração¸ensino e assistência

Deportação de condenados para Ataúro

Restauração da soberania portuguesa Administração militar em Díli e parte do território

Formação de enfemeiros e auxiliares no Hospital Central de DíliFixação de preços nos bazares

Manifestações dispersas de anticolonialismo

Hospitais em Baucau e AinaroPublicação da revista Seara

Novo contrato com o BNU (banco emissor) “Imposto domiciliário” substitui taxa pessoal

Criação do Imposto Profissional Abertura da 1.ª escola técnicaVisita oficial de Sukarno a LisboaGoverno de Filipe Temudo Barata

2.º Plano de Fomento

Prisões em DíliRevolta de ViquequeDeportação de “ revoltosos”

Liceu Dr. Vieira Machado, em DíliAssociação Comercial, Agrícola e Industrial de Timor

Díli com escudo de armas, bandeira e selo

Criação do Centro de Estudos de Timor

Visita do ministro do Ultramar, Sarmento Rodrigues

Abolição oficial das chefaturas

1.º Plano de Fomento

Baixa das cotações dos produtos de exportação Estatuto da Província de Timor

Lei Orgânica do Ultramar Português Atribuição de cidadania portuguesa

Instalação da PIDE

Cronologias de apoio | 99

Page 102: História 12º - Guia do Professor

5.4.2. Unidade Temática 8

Subtema 1 – Reconfiguração da cena internacional

1960

19611963-68

1963196519661967

1968-721968-731968-701972-74

19721973

União da República de Timor-DillyGoverno de José Alberty Correia

Campo de aviação em Baucau Escola Técnica Elementar de Díli

Criação de reservas florestais em Tilomar e LoréGoverno de José Valente Pires3.º Plano de FomentoFormação de movimentos anticoloniaisGoverno de Fernando Alves AldeiaAutonomia relativa dos territórios ultramarinosInterdição da revista Seara

Escudo timorense substitui patacaTimor na lista de territórios a descolonizar

Incursões indonésias em Oecussi

1973

1974

1975

19781979

19811982

19851985-91

198619871989

1989-911990

1991

19941996

Portugal corta relações com a Indonésia

Segundo choque petrolíferoInvasão soviética do AfeganistãoJoão Paulo II visita a Polónia, influenciando o fim das democracias populares europeiasReagan inicia política conservadora nos EUA

PerestroikaAdesão de Portugal à CEE

Parlamento português aprova criação de Comissão Eventual para Acompanhamento da Situação em Timor Leste

Gorbachov eleito secretário geral do PC da URSS

Choque petrolífero, crise do sistema capitalista industrial, recessão económica global

Revolução portuguesa de 25 de Abril

Fim da Guerra do VietnameInício da crise do Estado-providência

Portugal reconhece movimentos independentistas das suas colónias

Carol Wojtyla, papa João Paulo II

Primeira reunião anual do G7, para examinar as grandes questões económicas

2ª Guerra do Golfo

Reunificação da AlemanhaInvasão do Koweit pelo Iraque. 1ªGuerra do GolfoProclamada “Nova Ordem Mundial”

Queda dos regimes comunistas da Europa de Leste

Desintegração da URSS. Criação da CEI. Início de programa de reforma económica

Fundação da OMC

Início do desmembramento da Jugoslávia30 milhões de desempregados nos países da OCDE

Conferência de Helsínquia para o desarmamento

Queda do Muro de Berlim. Fim da Guerra FriaTratado entre EUA e URSS para a eliminação de armas nucleares

100 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

Page 103: História 12º - Guia do Professor

Subtema 2 – Áreas de conflito e novos pólos de equilíbrio

199620002001

2002

Fundação da CPLPAdesão da China à OMCAtentados terroristas do grupo radical islamita Al-Qaeda nos EUAIntervenção dos EUA no AfeganistãoIntervenção dos EUA no Iraque, não sancionada pela ONUAtentado terrorista em Bali, Indonésia

1973

1973-83

1974

1975

1976

197719781979

1980-881980

1980-901981-86

19831986

1987-911988-90

1989

1990-94

1990-981991

1992

1992-951993

Criação do Conselho Europeu de Chefes de Estado e de Governos

Colômbia, Venezuela e Costa Rica únicas democracias na América do Sul

Morte de Mao ZedongTermina revolução cultural na ChinaJapão e os Quatro Dragões produzem 60% dos produtos manufaturados exportados

Tratado de amizade sino-japonês

República Islâmica do IrãoEgito reconhece Estado de Israel

Quatro Zonas Económicas Especiais na China“Milagre” económico japonês Industrialização da China

Adesão da Grécia, Portugal e Espanha à CEE Início do restabelecimento das democracias na América Latina

Primeira intifadaNovos governos da América Latina empenham-se em reformas democráticas e económicas

Dissolução da URSS. Boris Yeltsin torna-se Presidente da RússiaEUA única superpotência e “polícia do mundo” para combater o terrorismo

Presidente do Chile, Salvador Allende, assassinado. Ditadura do general Pinochet Década de ditaduras na América Latina

Guerra doYom KipurReino Unido, Irlanda e Dinamarca aderem à CEE

Acumulação maciça de dívida da América Latina para com os países desenvolvidos

Independência das colónias portuguesas

ONU recebe Arafat

Guerra Irão-Iraque

Assinatura de Ato Único Europeu Operações de retaliação contra atividades terroristas da Líbia

Manifestações pró democráticas em PequimCriação da APEC

OLP é admitida na Liga ÁrabeConstituição do Parlamento Europeu eleito por sufrágio universal

Deng Xiaoping inicia a modernização da China. Política da “porta aberta”

Eliminação do apartheid

Dissolução da Federação Jugoslava (Sérvia, Croácia, Macedónia, Bósnia-Herzegovina, Eslovénia e Montenegro)

Tratado da União Europeia (Maastricht), completa integração europeiaIntervenção da ONU para garantir independência da Eslovénia e Croácia

Acordo de paz entre Israel e a OLP

Independência da Bósnia-Herzegovina Guerra civil da Bósnia: bósnios sérvios atacam muçulmanos e croatas

Agravamento da dívida externa do continente africanoRevolução económica na Ásia, alterando os equilíbrios económicos mundiais

Cronologias de apoio | 101

Page 104: História 12º - Guia do Professor

Subtema 3 – A civilização do século XX

1993

1994

1995

1996

19971997-98

19981999

1999-20012001

2002

Acordos de Dayton dividem o território bósnio em duas comunidades

Genocídio no RuandaInterrupção dos acordos OLP/IsraelTransferência de Hong Kong para a ChinaCrise financeira e económica no Sudeste AsiáticoSubstituição de Suharto por Habibie na presidência da Indonésia

Recuperação económica da Tailândia, Malásia e Coreia do SulTransferência de Macau para a China

Entra em funcionamento o Banco Central Europeu

Guerra do Kosovo. Sérvia acusada de genocídio e de crimes contra a humanidade

Julgamento de Slobadan Milosevic, líder nacionalista sérvio, no Tribunal Internacional para Crimes de Guerra

Circulação de moeda única europeia, o euroConvenção para o Futuro da Europa prepara Projeto de Constituição Europeia

Início da guerra civil nos Balcãs

Entra em vigor o Mercado Único Europeu

Violência étnica no Ruanda

Criação de Região Autónoma Palestiniana (acordos de Oslo)

Estabelecimento formal da União Europeia

Nova vaga de intervenções militares israelitas em áreas palestinianas

Termina guerra civil em AngolaEUA classificam Irão, Iraque e Coreia do Norte de “Eixo do Mal”

Nelson Mandela, 1º presidente negro sul-africano

Criação da NAFTA

1973-741975

1975-791976197819791980

19811980-831980-88

1981

19821983

1983-200219841985

Relatório da ONU “Norte-Sul: um programa de sobrevivência”, sobre questão global dos recursos e do desenvolvimento

1º computador portátilMobilização pacifista contra novos mísseis na Europa

1ª câmara fotográfica digital

Nave espacial Voyager II aproxima-se de Saturno

1º Disco Compacto (CD)

Criação, na ONU de Comissão Mundial sobre o Desenvolvimento e o AmbienteAtentados terroristas graves

1º cabo de fibra óticaDescoberta do “buraco de ozono”sobre a Antártida

1º computador pessoalBudismo perseguido no Camboja de Pol Pot

1ª conferência mundial demográfica

1ªs. imagens da superfície de Marte, transmitidas por nave espacial, Viking I pousada em Marte

1ª rede de notícias por cabo (CNN)

Aplicação da eletrónica na construção automóvel

Nasce em Inglaterra o 1º bebé proveta

Isolado o vírus do HIV/AIDS

Revolução fundamentalista, liderada pelo Irão, marcada por atos terroristas e desestabilização do Médio Oriente

1ª geração de telemóveis

102 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

Page 105: História 12º - Guia do Professor

Subtema 4 – Timor-Leste: A viragem de 1974; os anos de 1975 a 1999

1989

1990

19911992

1994

1995

19961997

1998

1999

2000

2001

2002

Criação da Agência Europeia do AmbienteExploração de Marte

Nascem as redes comerciais, World Wide Web1ª Cimeira da Terra, Rio de Janeiro, com participação de 178 paísesConvenção relativa à biodiversidade, assinada por 154 paísesExpansão da Internet

1º alimento transgénico comercializado legalmente

Entra em vigor convenção sobre mudança climática

Invenção do DVD

1ª longa metragem realizada por computador

Invenção da Web TV

Lançamento e acoplagem das 1ªs secções da Estação Espacial Internacional1º Fórum Social Mundial1º leitor de música MP3

Benazir Bhutto, 1ª mulher a dirigir um Estado muçulmano (Paquistão)

Criação de ratos transgénicos e modificação do seu capital genético

Identificação do gene que determina o sexo masculino

Televisão de alta definição. Criação da Web

Protocolo de Quioto relativo ao aquecimento globalSonda Galileu aproximou-se de Júpiter

Robôs humanóides

Conferência sobre a Mudança do Clima Mundial, em TóquioONU lança Objetivos de Desenvolvimento do Milénio

Salman Rushdie publica Versículos Satânicos, condenado á morte por líderes islâmicos

Veículo todo-o-terreno Sojourner inicia exploração de Marte

Produção de células estaminais

Regime fundamentalista,“taliban”, implanta-se no AfganistãoConferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável

Desastre com petrolífero na costa espanhola

Clonagem de embriões humanos EUA

1ª Geração do iPod da Apple

Clonagem da ovelha Dolly

Desastre nuclear de Chernobyl (URSS), poluição radioativa na EuropaIdentificada BSE, doença no gado bovino

Nos EUA, publicação de livro em CD-Rom

Convenção da ONU sobre Drogas, assinada por 106 países Cimeira de G7 dedicada ás questões do ambiente

Convenção de Viena para a proteção da camada de ozono (28 países)

Abertura da rede Internet ao grande públicoEUA e URSS 1º acordo de destruição de armas nucleares

19851986

19871988

1974

Níveo Herdade representante do Governo português

Comissão para a Autodeterminação de TimorFormação de Partidos Políticos Timorenses

Revolução portuguesa de 25 de abril

Lei portuguesa de descolonização (Lei n.º7/74) Termo do Governo de Alves Aldeia

Cronologias de apoio | 103

Page 106: História 12º - Guia do Professor

1975

1976

1977

1978

197919801981

1982

1983

Campanhas de alfabetização

Coligação UDT/FRETILIN Criação da UNETIM

Agitação estudantil em Díli

Conversações Portugal/Indonésia em Hong Kong

Lei portuguesa de descolonização de Timor (Lei n.º7/75) 1ºs ataques armados indonésios

Golpe armado da UDTGuerra civil

Administração Portuguesa sai de Díli para AtaúroConversações Portugal/Indonésia em Jakarta

Declaração “de Balibó”Invasão indonésia Portugal corta relações diplomáticas com a IndonésiaResolução 3485 da Assembleia Geral da ONU Resolução 384 do Conselho de Segurança da ONU

Lemos Pires Governador e Comandante em Chefe de Timor

Cimeira de Macau

Formação das Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste

Manifestações pró democráticas em Pequim

Fundação da OPMT

Conversações Portugal/Indonésia em Londres

Declaração unilateral de independência da RDTL

Forças indonésias criam “governo provisório” em Díli Nicolau Lobato dirige a Resistência Armada

Lei indonésia integra Timor-Leste como 27ª província (Lei n.º 7/76) Arnaldo Araújo Governador de Timor-Timur (1976-1978)

Portugal integra na Constituição art.º 307.º de compromisso relativamente a TimorAssembleia timorense pede integração na Indonésia

“Operação Cerco e Aniquilamento”(1977-1979)Guilherme Gonçalves Governador de Timor-Timur (1978-1982)Morte de Nicolau Lobato em combateDestruição das últimas Bases de Resistência Armada Timor-Leste destino de transmigração indonésia

D. Martinho Lopes administrador apostólico de Díli

Xanana Gusmão comandante em chefe das FALINTIL reorganiza a Resistência Formação do Conselho Revolucionário da Resistência Nacional

Tetum língua litúrgica Acordo Indonésia/Austrália sobre pescas

“Operação Cerco das Pernas”Tribunal Permanente dos Povos reúne em Lisboa sobre Timor-Leste

Xanana Gusmão pede à ONU um referendoAssembleia da República Portuguesa cria Comissão Eventual para Acompanhamento da Situação em Timor-Leste

ONU aprova Resolução 37/30Conversações Resistência Armada /Chefia militar indonésia Cessar-fogo temporárioD. Ximenes Belo administrador apostólico de Díli

Mário Carrascalão Governador de Timor-Timur (1982-1992)

104 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

Page 107: História 12º - Guia do Professor

19851986

19871988

1989

19901991

1992

1993

19941995

1996

1997

1998

Convergência Nacionalista Timorense UDT/FRETILIN

Resolução do Parlamento Europeu sobre TimorUniversidade em Díli

Criação da RENETIL

Despartidarização das FALINTIL

D. Ximenes Belo pede referendo à ONUVisita do Papa João Paulo II a Díli

Acordo Indonésia/Austrália sobre petróleo e gás de Timor

Acordo final Indonésia/Austrália-Timor Gap – Portugal protesta no Tribunal de Haia

Mensagem de Xanana Gusmão para os timorenses na diásporaPrisão de Xanana Gusmão Ma’Huno assume o Comando da LutaJulgamento de Xanana Gusmão Captura de Ma’Huno

Retoma de conversações Portugal/Indonésia sobre Timor sob auspícios da ONU

Abertura parcial do território timorense ao estrangeiro

Massacre de Santa Cruz

Abílio Soares Governador de Timor-Timur (1992-1999)

Encontro D. Ximenes Belo/ Xanana Gusmão

Conselho Nacional da Resistência Maubere

Portugal bloqueia acordo CEE/ASEAN

Konis Santana assume o Comando da Luta Matan Ruak comandante das FALINTIL

Conferência da Resistência Timorense - Comissão Coordenadora da Frente Diplomática Manifestações em Jacarta e Timor contra governo indonésio

RDP inicia emissões especiais pª Timor Conferência Interparlamentar em Lisboa sobre Timor

D. Ximenes Belo e Ramos-Horta recebem o Nobel da Paz2º Encontro Intratimorense na ÁustriaGrupo Rai Timor de Macau propõe conversações entre timorenses D. Basílio Nascimento Bispo de Baucau Morte de David Alex

1º Encontro Intratimorense na Áustria

Crise asiática Fundação do Movimento para a Reconciliação e Unidade do Povo de Timor-Leste

Carta Magna de Liberdades Direitos e Garantias

Nelson Mandela visita Xanana Gusmão3º Encontro Intratimorense na Áustria

Suharto resigna, Habibie Presidente da República IndonésiaMatan Ruak assume o Comando da luta

Criação do Conselho Nacional da Resistência Timorense

Tetum língua litúrgica

“Lusitânia Expresso”

Primeiros ataques de “ninjas”

Despartidarização das FALINTIL

Cronologias de apoio | 105

Page 108: História 12º - Guia do Professor

5.4.3. Unidade Temática 9

Subtema 1 – A formação do Estado. A opção constitucional

1998

1999

2000

2001

2002

Campanha eleitoral pª consulta popular

ReferendoHabibie declara lei marcial

Regresso dos deslocados de Timor ocidental

Parlamento indonésio anula integração de Timor-Leste

Conselho Consultivo Nacional Timorense

Conselho Nacional

Timor-Leste observador na ASEAN Eleições para a Assembleia Constituinte II Governo de TransiçãoAcordo para demarcação de fronteiras Timor-Leste/Indonésia Aprovação da Constituição da RDTL

Resolução nº 1246 da ONU, criação da UNAMET

Resolução nº 1272 da ONU, criação da UNTAET Administração e Gabinete de Governo de Transição

Dissolução do CNRT

Pacto de Unidade Nacional

Intensificação dos ataques das milícias

Resolução nº 1264 da ONU, criação da INTERFET

Criação da Comissão de Aconselhamento Verdade e Reconciliação

Xanana Gusmão Presidente da República Criação da UNMISET

Comissões constitucionais pª consultas públicas

1º Governo de transição UNTAET/Timorenses

Criação das Forças Armadas de Defesa de Timor-Leste

Carta Magna de Liberdades Direitos e GarantiasCriação do Conselho Nacional da Resistência Timorense

Habibie propõe autonomia especial para Timor-Leste Grande manifestação de estudantes em DíliHabibie admite separação de Timor-Leste da IndonésiaAcordo de Nova Iorque

Renegociação com Austrália de recursos marítimos

106 | Operacionalização do Programa – Exploração das Unidades Temáticas

Page 109: História 12º - Guia do Professor

107 107

Bibliografia e outros recursos

A bibliografia indicada compreende obras que, si-

multaneamente, possam constituir apoio à preparação

dos conteúdos programáticos por parte do professor e

recurso para trabalhos a realizar pelos alunos. No seu

conjunto, são obras básicas que sustentam os objeti-

vos do Programa, tendo-se dado prioridade, sempre

que possível, a títulos em língua portuguesa.

6.1. Ensino/Aprendizagem

BARREIRA, Aníbal e Mendes MOREIRA (2004). Pedagogia das Competências - da teoria à prática. Porto: Edi ções ASA.

Obra constituída por duas partes, uma delas de teoria sobre as-petos gerais de pedagogia, em especial sobre pedagogia das com-petências, e outra parte, contendo exemplos práticos de planifica-ções, de experiências de aprendizagem e de diversos instrumentos de avaliação.

HADJI, Charles (1994). A avaliação, Regras do Jogo – das intenções aos instrumentos. Porto: Porto Editora.

Obra de reflexão sobre as funções da avaliação e o problema da construção dos seus referentes, no sentido de serem evitadas as «derivas autoritarista e tecnicista». Inclui diversos quadros, do autor e de outros, de síntese das posições apresentadas sobre a prática de uma avaliação que se pretende formadora. Termina com glossário esclarecedor.

ROLDÃO, M. C. (2005). Gestão do Currículo e Avaliação de Competências – As questões dos professores. (3.ª ed.) Lis-boa: Editoral Presença.

A pedagogia das competências, apresentada de forma direta e acessível, a partir das interrogações que coloca à prática docen-te. Cada parte do livro – conceito de competência, a sua avaliação e implicações no currículo – é complementada com excertos de obras relativas à temática.

6.2. Atlas e cronologias

BONIFACE, Pascal (dir.) (2009). Atlas das Relações Inter-nacionais. Lisboa: Plátano.

Ocupa-se das relações internacionais da segunda metade do sé-culo XIX à primeira década do XXI. Aborda separadamente algumas questões teóricas, os problemas gerais do espaço mundial e cada uma das áreas regionais. Fundamental pela cartografia e pela contextua-lização a que procede. Com índice remissivo onomástico e temático.

DUBY, Georges (dir.) (1999). Le Grand Atlas Historique. Paris: Larousse.

Edição atualizada do Atlas da Larrousse, dirigida por G. Duby, com um âmbito temporal e espacial universal; organiza-se em três partes distintas: uma, que apresenta a cartografia referente

ao mundo antigo até ao ano 1000; a segunda, dedicada especifi-camente a cada um dos continentes; a terceira, que cartografa o Mundo entre 1990 e 2000. Os textos que o acompanham mostram à evidência, como diz o diretor, “que a cartografia se coloca hoje como um dos mais eficazes instrumentos da pesquisa histórica.”

DURAND, Frédéric (2010). Timor-Leste, País no cruza-mento da Ásia e do Pacífico – Um Atlas histórico-geográfico. Lisboa: Lidel.

Atlas que ultrapassa largamente a mera ilustração da história e da geografia de Timor. Propõe-se como objetivo, a partir de um extenso conjunto de recursos documentais, estatísticos e cartográ-ficos, explicar a originalidade de Timor-Leste. Parte da caracteriza-ção do território, percorre toda a sua história e termina com uma reflexão sobre a situação de Timor-Leste face ao futuro. Contém uma cronologia, muito pormenorizada a partir de 1974.

HILGEMANN, W. e KINDER, H. (2003). Atlas Historique. Éditions Perrin.

Pequena enciclopédia, articulando um extenso e muito útil con-junto de mapas históricos, com pormenorizadas cronologias, da Pré-História ao ano de 2003. Abrange diversos campos da História, possibilitando uma visão global de aspetos políticos e institucionais, económicos e sociais, técnicos e culturais. Inclui índice onomástico.

MARQUES, A.H. de Oliveira e DIAS J.J. Alves (2003). Atlas Histórico de Portugal e do Ultramar Português. Lisboa: Cen-tro de Estudos Históricos.

Conjunto de mais de 500 mapas de grande qualidade gráfica e rigor científico, abrangendo desde a ocupação humana da Pe-nínsula Ibérica a 1974-1975. Apesar de a maior parte dos mapas respeitar à história de Portugal, os mapas relativos ao império co-lonial e, em particular, ao Extremo Oriente, são de muito interesse. Contém um minucioso índice analítico.

ONIANS, John (2008). The Art Atlas. London: Laurence King Publishing Ltd.

Extenso conjunto de mapas históricos e de reproduções de obras artísticas, de grande qualidade gráfica, acompanhados de texto ex-plicativo, com referências cronológicas. Percorre a história univer-sal que divide em sete períodos: 40 000-5 000 a.C.; 5 000-500 a.C.; 500 a.C.-600 d.C.; 600-1500; 1500-1800; 1800-1900; 1900-2000; em cada período são focados os diversos continentes. Inclui CD.

OVERY, Richard (2005). Atlas of 20th Century. History.

London: Collins.Proporciona uma abordagem inovadora que dá sentido à his-

tória global do século XX. É constituído por mais de 200 mapas,

acompanhados de cronologias, de sínteses explicativas e de indica-

ção de links para pesquisa de informação complementar.

Page 110: História 12º - Guia do Professor

108 | História – Guia do Professor

PARKER, Geoffrey (1996). Atlas Verbo de História Universal. Lisboa/São Paulo: Editorial Verbo.

Conjunto de mapas históricos, acompanhados de pormenoriza-dos textos explicativos, com referências cronológicas. O período temporal cartografado estende-se das origens da humanidade aos nossos dias, percorrendo os diversos continentes e esclarecendo os grandes movimentos da história universal.

RODRIGUES, António S. (coord.) (1996). História de Portugal em Datas. Coimbra: Temas e Debates.

Inicia-se com a expansão romana na Península Ibérica e termi-na em 1994. Contém breves sínteses dos períodos que delimita e insere dados de contextualização dos acontecimentos que evoca.

6.3. Dicionários GARCIA, José Manuel (2010). Dicionário Essencial de

História de Portugal. Lisboa: Editorial Presença. Dicionário dirigido a um público amplo, contém entradas breves

sobre personalidades, acontecimentos e conceitos, desde a Idade Média à atualidade, incluindo dados relativos à expansão portuguesa.

ROSAS, F. (1996). Dicionário de História do Estado Novo. Lisboa: Círculo de Leitores.

Dicionário biográfico e temático sobre a história política, econó-mica, social e das ideias, quer respeitem ao regime estadonovista quer às oposições ao mesmo Estado Novo, no período compreendi-do entre 1926 e 1974. Consulta facilitada pelo sistema de remissões.

6.4. Obras de Caráter Geral

CASTELLS, Manuel (2017). O Fim do Milénio. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Sob o lema de “Um Tempo de Mudança”, o autor centra o seu estu-do nos últimos vinte e cinco anos do século XX e das transformações ocorridas num mundo globalizado, fundamentando a sua análise em dados estatísticos. Inclui um pormenorizado índice remissivo.

DELUMEAU, Jean (dir.) (1999). As Grandes Religiões do Mundo. Lisboa: Editorial Presença.

Obra resultante do contributo de historiadores, sociólogos e teólogos, analisa os aspetos doutrinários, litúrgicos e de vivência dos crentes das religiões mundiais. Inclui capítulos sobre os extre-mismos e sobre a inquietação religiosa no mundo atual. Com um nível de especialização elevado, responde de forma completa às interrogações que o tema pode suscitar em aula.

FERRO, Marc (1996). História das Colonizações – Das conquistas às independências – sécs. XIII-XX. Lisboa: Editorial Estampa.

História comparada, à escala mundial, do complexo fenómeno colonial, desde as origens até à sua recente dissolução e sobrevivên-cia em formas diversas de dominação. Analisa e compara as coloni-

zações europeias (incluindo a russa) e a árabe, a turca e a japonesa. Perspetiva igualmente a visão de outros protagonistas, como seja a dos povos colonizados e a dos movimentos de descolonização.

HEFFER, J. e Launay, M. (1995). A Era das Duas Superpotências 1945-1973. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

Manual universitário para o estudo da história recente, desde o fim da Segunda Guerra Mundial à crise dos anos 1970, organiza-do na lógica dos “três mundos”: países desenvolvidos, países so-cialistas e países subdesenvolvidos; e das relações internacionais estabelecidas.

FUKUYAMA, Francis (2006). A Construção de Estados. Governação e Ordem mundial no Século XXI. Lisboa: Gradiva.

Releva o papel do Estado e das suas instituições na nova ordem mundial pós guerra fria; acentua a responsabilidade da comuni-dade internacional no apoio à construção de novos Estados auto--sustentados.

HAW, Stephen G. (2008). História da China. Lisboa: Edições Tinta da China.

Abre com uma caraterização geográfica e percorre a história da China, da pré-história à atualidade, esclarecendo as diversas fases e a sua interação com a história mundial. Problematiza a relação entre os traços milenares da civilização chinesa e os problemas contemporâneos. Inclui documentos, mapas e, no final, artigo so-bre a língua e a escrita, extensa cronologia, lista de dinastias e go-vernantes, e pormenorizado glossário histórico-geográfico.

HENSHAL, Kenneth (2005). História do Japão. Lisboa: Edições 70.

História sintética do Japão, dos tempos míticos à atualidade, destacando os traços permanentes da civilização japonesa e expli-citando a sua origem. Obra dedicada a um público não especialista e a estudantes, apresenta, no final de cada capítulo, cronologia--resumo e sistematização dos valores e práticas caraterísticos do período estudado. Tem glossário de termos japoneses.

HOBSBAWM, E. (1996). A Era dos Extremos. História Breve do Século XX, 1914-1991. Lisboa: Editorial Presença.

Obra fundamental sobre o século XX historiográfico – de 1914 ao colapso da URSS. Aborda de forma sistemática e exaustiva os diversos períodos: a «Era da Catástrofe» (1914-1945), a «Era de Ouro» (1945-1990) e a «Derrocada» do início dos anos 1990, pers-petivando ainda a nova era («Rumo ao Milénio»).

HUNTINGTON, S. P. (1999). O Choque das Civilizações e a Mudança na Ordem Mundial. Lisboa: Gradiva.

Livro de tese que procura ser uma interpretação da evolução da política global depois da Guerra Fria; apresenta um novo paradig-ma de afirmação das civilizações na ordem internacional, substi-tuindo as nações e as ideologias.

KHANNA, Tarun (2011). Milhões de Empreendedores. Como a China e a Índia estão a reformular o seu futuro e o

Page 111: História 12º - Guia do Professor

Bibliografia e outros recursos | 109

nosso. Lisboa: Actual Editora. Análise comparada, a vários níveis e através de numerosos estu-

dos de caso do mundo empresarial, da China e da Índia do século XXI. Perspetiva implicações para a comunidade global da provável evolução do modelo económico e social de cada um dos dois países.

MAURO, F. (1995). A Expansão Europeia. Lisboa: Editorial Estampa.

Síntese, em pequeno volume mas muito ampla, explorando a globalidade do tema: os vários campos – da história geográfica, da história económica, da história política e jurídica, da história cultu-ral – e os vários tempos, do século XIII à atualidade.

NOUSCHI, Marc (1996) O século XX. Lisboa: Instituto Piaget.

Percurso pela história do século XX, com análise política, mas também social e das mentalidades. Inclui mapas, excertos de do-cumentos escritos, tabelas, gráficos, cronologias temáticas e, no final, uma cronologia comparada dos acontecimentos mais mar-cantes do século.

PINTO, A. Costa (2004). Portugal Contemporâneo. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

Panorâmica sobre a história contemporânea de Portugal. En-quadra o processo de mudança político e social verificado desde a década de 1970 e integra-o na evolução da política e da sociedade portuguesa ao longo do século XX.

RAMOS, Rui (coord.) (2009). História de Portugal. Lisboa: Esfera dos Livros.

Síntese interpretativa da História de Portugal, da Idade Média aos nossos dias, articulando os domínios político, económico, so-cial e cultural, no contexto da História da Europa e do Mundo e considerando a mais recente produção historiográfica. Contém ilustrações a cores, mapas, cronologias e lista de governantes.

ROBERTS, J.M. (2007). História do século XX (2 volumes). Lisboa: Editorial Presença.

Síntese abarcando todo o século XX, informativa mas também reflexiva sobre diversos temas de relevante atualidade. O primeiro volume abrange o período até ao final da Segunda Guerra Mundial e o segundo até ao início do século XXI. Apresenta alguns mapas e índice remissivo.

ROSA, J. J (2000). Le Second XXème Siècle. Dèclin des hierarchies et avenir des Nations. Paris: Grasset & Fasquelle.

Obra de reflexão, articula as dimensões económica e política, social, jurídica e demográfica. Considera, no séc. XX, um primei-ro período, até aos anos 1960, marcado pelos autoritarismos, as imensas hierarquias e a burocracia de massa, ao qual opõe um segundo século XX em que se assiste ao declínio das grandes or-ganizações e, sob o efeito da revolução das novas tecnologias da informação, à descentralização do poder e à afirmação do indivi-dualismo no contexto da globalização.

THOMAZ, Luís Filipe (1994). De Ceuta a Timor. Lisboa: Difusão Editorial SA.

Coletânea de estudos sobre a expansão portuguesa, principal-mente nas áreas do Golfo de Bengala e da Ásia de Sudeste. Os quatro últimos estudos contemplam expressamente Timor, a sua dimensão histórica e linguística e uma perspetiva sobre a socieda-de nos inícios da década de 1970.

6.5. Obras sobre Timor

ALKATIRI, Mari (2006). Timor-Leste – o caminho do desenvolvimento. Os primeiros anos de governação.Lisboa-Porto-Coimbra: LIDEL

Coletânea de discursos oficiais, organizada por anos (de 2001 a 2005), abordando diversos temas sobre questões de política nacio-nal e internacional.

ARAÚJO, Abílio. (1977). Timor Leste: Os Loricos Voltaram a Cantar. Lisboa: Edição do autor.

Interpretação datada da história de Timor, tendo em vista o pro-cesso de formação da nacionalidade e a resistência do povo de Timor contra o novo colonialismo indonésio. Parte de considera-ções sobre o fenómeno geral do colonialismo e aplica um modelo historiográfico à história de Timor, considerada toda ela como luta anti-colonial.

As Nações Unidas em Timor Leste. A autodeterminação através da consulta popular. (2000). Nova Iorque: Departamento de Informação das Nações Unidas.

Relato da intervenção da ONU no processo que conduziu à au-todeterminação de Timor-Leste. Esclarece as circunstâncias em que foi decidida a consulta popular de 1999 e as instâncias envol-vidas; refere a organização logística relativa ao recenseamento e à votação, a forma como estes decorreram e a validação dos resulta-dos; identifica a constituição da Administração de Transição. Inclui cronologia (1960/2000) e fotografias.

BARATA, Filipe Themudo (1998). Timor Contemporâneo, Da primeira ameaça da Indonésia ao nascer de uma nação. Lisboa: Equilíbrio Editorial.

Do governador de Timor, que chegou ao território no rescaldo dos acontecimentos de 1959, uma obra em que os decreve, e em que analisa diferentes aspetos da colonização portuguesa. Reflete, ainda, sobre a situação decorrente da invasão indonésia de 1975.

CARRASCALÃO, Maria Ângela. (2002). Timor: Os Anos da Resistência. Queluz: Editorial Mensagem.

Descreve e comenta os principais acontecimentos da história de Timor entre 1974 e 2002. Identifica a intervenção das várias frentes da Resistência, da Igreja Católica e da juventude; analisa a ação de Portugal e da Indonésia. Apresenta minuciosa cronologia, dados biográficos de intervenientes no processo de resistência e documentos oficiais.

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CARRASCALÃO, Mário V. (2006). Timor Antes do Futuro. Díli: Autor e Mau Huran Printing

Testemunho de um dos protagonistas da história recente de Timor-Leste, percorre, numa perspetiva autobiográfica, o período compreendido entre 1974 e 1999. Procura esclarecer, nomeada-mente, as circunstâncias em que se verificaram, em 1975, o pedido de refúgio na Indonésia e a assinatura da chamada “Declaração de Balibó”, bem como os objetivos da sua ação como Governador de Timor-Timur. Transcreve importantes documentos.

CAVR (2005). Chega! Relatório da Comissão de Acolhimento Verdade e Reconciliação de Timor-Leste. Resumo Executivo.

Excertos da versão do relatório da Comissão institucionalmente formada para investigar a violação dos direitos humanos durante a guerra civil e a dominação indonésia. Contém vários testemunhos, uma enumeração dos crimes praticados e recomendações.

CINATTI, Ruy e outros (1987). Arquitetura Timorense. Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical /Museu de Etnologia

Obra, concluída em 1961, resultante de missão realizada nos finais da década de 1950. Estudo que, além do habitat rural de algumas regiões de Timor, regista com abundante recurso a foto-grafias, mapas, gravuras, esquemas, as formas de vida nos seus di-ferentes aspetos, com o objetivo de preservar um mundo em risco de desaparecimento.

CINATTI, Ruy (1987). Motivos Artísticos Timorenses e a Sua Integração. (1987). Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical/ Museu de Etnologia.

Estudo de antropologia cultural, analisa diferentes aspetos do quotidiano e artes timorenses. Ilustrado com fotografias e dese-nhos que possibilitam o conhecimento, a preservação e a valoriza-ção do património.

DURAND, Frédéric (2006). Timor 1250-2005. 750 ans de carthographie et de voyages. Toulouse/Bangkok: Arkuiris IRASEC.

Extenso e variado conjunto de documentos – mapas, esboços, fotografias e relatos de viajantes de origens diversas – que o autor comenta e contextualiza, de modo a esclarecer a história de Timor. No final, pormenorizada cronologia da produção cartográfica e das viagens e contactos referidos, de 1250 a 2005.

DURAND, Frédéric (2010). História de Timor-Leste. Dili/Lisboa: Lidel.

Síntese da história timorense, das origens a 2002, em versão bilingue – português e tétum; contém mapas, gravuras, fotografias e cronologia.

FONSECA, Rui B. (2005). Monumentos Portugueses em Timor-Leste. Porto: Edição de autor.

Obra bilingue, em português e tétum; identifica e regista foto-graficamente acontecimentos e personalidades, quer portuguesas,

quer timorenses, num período compreendido entre 1515 e o final da Segunda Guerra Mundial.

GOMES, Adelino (2004). As Flores Nascem na Prisão: Timor-Leste, ano um. Lisboa: Editorial Notícias.

Reportagem e apresentação de testemunhos recolhidos no pri-meiro ano após o reconhecimento internacional de Timor-Leste como Estado independente. Inclui entrevistas a destacados inter-venientes políticos cujas opiniões evidenciam os sucessos e as fra-gilidades da construção do novo Estado.

GUNN, Geoffrey C. (1999). Timor Lorosae 500 anos. Macau: Livros do Oriente.

Obra de sociologia histórica, assente em fontes e bibliografia diversificadas, traça o percurso timorense, do início do século XVI até 1975. A introdução contém indicações acerca da historiogra-fia e da investigação sobre Timor, bem como sobre os limites da periodização estabelecida. Na conclusão, o autor aborda questões relacionadas com a invasão indonésia e a resistência timorense.

GUSMÃO, Kay Rala Xanana. (1994). Timor Leste. Um Povo, Uma Pátria. Lisboa. Edições Colibri.

Conjunto de textos diversos, cartas, mensagens, orientações de luta, depoimento de defesa em julgamento; é antecedido de uma autobiografia redigida na prisão, com informações interessantes sobre o período a que se refere.

JOLLIFFE, Jill. (1989). Timor Terra Sangrenta. Lisboa: Editorial O Jornal.

Resultado da investigação jornalística da autora, com o objetivo de alertar a comunidade internacional para os acontecimentos da história de Timor de 1975 a 1989. Apresenta testemunhos relativos à ocupação indonésia, à descolonização e à resistência timorense.

KOHEN, Arnold S. (1999). D. Ximenes Belo – Por Timor. Lisboa: Editorial Notícias

Biografia de D. Ximenes Belo, elucida sobre a sua corajosa de-fesa do povo timorense perante a Indonésia, o Vaticano, os gover-nos e a ONU, a sua sistemática intervenção em defesa dos direitos humanos e da paz, e as suas tentativas de mediar uma solução, unindo os timorenses.

MAGALHÃES, A. Barbedo de (1999). Timor-Leste na Encruzilhada da Transição Indonésia. Lisboa: Gradiva.

Percurso histórico da Indonésia - da colonização, à independên-cia, e à ditadura e queda de Suharto – articulado com a história de Timor até 1999.

MAGALHÃES, A. Barbedo (2007). Timor-Leste, Interesses internacionais e actores locais, vol. I, Da invasão autralo-holandesa à decisão australo-indonésia de anexar, 1941-1974; vol. II, A luta pela independência, 1974-1999; vol. III, A difícil construção do Estado democrático, 1999-2007. Colaborações especiais de Lien Soei Liong e David Scott. Porto: Afrontamento.

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Bibliografia e outros recursos | 111

Aborda a história recente de Timor, contextualizando a sua evo-lução com as transformações internacionais com que se relaciona. Intercala numerosas citações e tem anexo um CD-ROM com vasto elenco de fontes.

MARQUES, Rui (2005). Timor-Leste: O Agendamento Mediático. Porto: Porto Editora.

Estudo em que é analisada a evolução da causa de Timor-Leste nos meios de comunicação social, desde 1975 ao Referendo de 1999, tra-balho complementado com entrevistas a protagonistas do processo.

MATTOSO, José (2005). A Dignidade. Konis Santana e a Resistência Timorense. Lisboa: Temas e Debates.

Biografia contextualizada de um dos heróis da resistência ti-morense é, sobretudo, um estudo indispensável sobre a história recente de Timor-Leste. Complementado com fotografias, mapas e documentos facsimilados, contém uma listagem de palavras em tétum e malaio, índices remissivos onomástico e geográfico.

MENDES, Nuno C. (2005). A multidimensionalidade da construção identitária em Timor-Leste. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais e Políticas.

Reflexão cuidadosamente fundamentada sobre a construção da identidade nacional em Timor-Leste, no quadro da sua cultura tra-dicional, das transformações históricas decorrentes da colonização e da evolução das relações internacionais.

MENEZES, Francisco Xavier A. S. de (2006). Encontro de culturas em Timor-Leste. Díli: Crocodilo Azul.

A primeira parte da obra, numa perspetiva antropológica e et-nológica, tenta reconstituir a cultura timorense «encontrada pelos portugueses» na primeira metade do século XVI. Foca as institui-ções económicas, sociais e religiosas, recorrendo a relatos de mis-sionários, cronistas e viajantes, que confronta com estudos sobre a Insulíndia e, também, com a observação direta de realidades se-melhantes no século XX.

MIRANDA, Jorge (org.). (2001). Timor e o Direito. Lisboa: Associação Académica da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Conjunto de intervenções na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em Novembro de 1999. Aborda aspectos jurídicos da ques-tão de Timor na perspetiva do direito internacional e do direito cons-titucional português; compara, quanto aos problemas da autodeter-minação dos povos colonizados, os casos de Timor e de Irian Jaya.

OLIVEIRA, Luna de (2004). Timor na História de Portugal (4 vols). Lisboa: Fundação Oriente (1.ª edição 1949)

Obra pioneira sobre Timor é hoje valorizada como repositório de fontes, mesmo se com reservas sobre a metodologia utilizada. O autor, escritor e militar de carreira, propõe-se abranger “cinco séculos de eventos” desde a primeira notícia histórica de portu-gueses sobre o arquipélago até á libertação deste da ocupação ni-pónica. Publicada em meados do século XX, reflete as conceções nacionalistas da historiografia da época.

PASCOAL, Ezequiel Enes (1967). A Alma de Timor Vista na sua Fantasia. Braga.

Produto de recolhas do autor, nos anos 1930/60, de mitos e de contos tradicionais timorenses. Apresenta um glossário inicial, complementado com outras explicitações lexicais sempre que oportuno, nos diversos capítulos. Inclui comentários de contextua-lização das recolhas efetuadas.

PIRES, Mário Lemos. (1991). Descolonização de Timor. Missão Impossível? Lisboa: Publicações Dom Quixote

Importante relato e reflexão do último governador de Timor so-bre o processo de descolonização e a transformação da vida política em Timor, de Novembro de 1974 a Dezembro de 1975. Fundamenta as afirmações com numerosas e extensas citações de documentos.

PIRES, Paulo (2013). Timor, Labirinto da Descolonização. Lisboa: Colibri

Obra “basicamente documental”, transcreve extensas passa-gens dos dois Relatórios e documentação anexa, publicados, em 1981, pela Presidência do Conselho de Ministros portuguesa, sobre o processo de descolonização de Timor. Aborda também questões relativas à organização da Resistência no exterior, em que interveio, nomeadamente as que se referem à formação da Convergência Nacionalista, aspeto sobre que anexa documentos.

RAMOS-HORTA, José (1994). Timor Leste. Amanhã em Dili. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

A Resistência externa e os meandros da política internacional relativamente à luta pela independência, vividos e descritos pelo autor, que parte de memórias da infância e de um resumo histó-rico para, no final, apresentar as suas perpetivas sobre o futuro.

SÁ, Artur Basílio de (1961). Textos em Teto da Literatura Oral Timorense. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar.

Coletânea de lendas timorenses em tétum, traduzidas para por-tuguês; cada lenda é introduzida com uma explicação do seu argu-mento; a obra é completada com notas linguísticas e etnográficas.

Seminário Timor – Um País para o Século XXI (2000). [Org] Instituto de Altos Estudos Militares, Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Universidade Católica Portuguesa. S. Pedro do Estoril: Atena

Conjunto de intervenções no seminário realizado em janeiro de 2000, com o objetivo de debater, numa perspetiva multidisciplinar, a reconstrução de Timor, a sua integração regional e o seu futuro como Estado independente. Personalidades da área política e mi-litar, do mundo académico e da sociedade civil, todas com grande ligação a Timor, refletem sobre a intervenção das Nações Unidas, o diálogo inter-religioso, a ação da comunicação social, as questões da identidade timorense, as opções de reconstrução económica e de organização do Estado.

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Timor Lorosa’e (2001). Camões, Revista de Letras e Culturas Lusófonas, julho-setembro . Lisboa: Instituto Camões.

Através de volume organizado pelo Instituto Camões, que congre-ga especialistas em história e cultura de Timor (J. Mattoso, G. Gunn, Barbedo de Magalhães, Matan Ruak, Luís Costa, M. J. Albarran, G. Hull, R. M. Loureiro, Teodoro de Matos, L-F Thomaz, Paulo Pires, Júlia Fernandes, P. Stilwell, João Lourenço, J. de Matos-Cruz e Luís Cardo-so), Portugal associa-se, e congratula-se, com o “nascimento de um país com quem partilhou a História desde o século XVI”. Incide sobre as problemáticas da identidade, da língua e da história articuladas com aspectos da cultura timorense mais recentes e concretos. Inclui uma listagem da filmografia portuguesa ligada a Timor (1946-2000).

THOMAZ, Luís Filipe (2008). O País dos Belos: Achegas para a compreensão de Timor-Leste. Macau: Fundação Oriente/Instituto Português do Oriente.

Conjunto de estudos fundamentais para o estudo da realidade timorense, nos anos finais da colonização portuguesa, resultante da vivência e dos profundos conhecimentos do autor sobre o ter-ritório e as suas gentes.

THOMAZ, Luís Fillipe (1977). Timor: Autópsia de Uma Tragédia. Lisboa: Dig/Livro.

A organização e constituição dos partidos políticos em 1974, os acontecimentos político-militares antes e após a invasão indoné-sia, na perspetiva de um especialista da expansão portuguesa, e em particular da história da Ásia e da história de Timor.

Obras em suporte digitalTimor-Leste (2002). DVD e CD-ROM. Ed. Fundação Mário

Soares/Fado Filmes/Visão.

ANDRINGA, Diana. O Sonho do Crocodilo (DVD) Documentário no segundo aniversário do reconhecimento da

independência de Timor-Leste. Inclui diversos depoimentos, no-meadamente de dirigentes, relativos à história recente de Timor.

A Resistência Timorense em Documentos (CD-ROM). Conjunto de textos, registos sonoros e video. Integra textos de

José Mattoso e Maria José Albarran sobre o Arquivo da Resistência Timorense e de Patrícia Galvão Teles sobre o processo de autode-terminação de Timor-Leste.

6.6. Endereços de Museus e de Projetos

de índole cultural

A lista de endereços indicada refere-se a sítios que

se encontravam disponíveis à data de elaboração do

Guia do Professor. Poderão ser objeto de atualização.

Sítios gerais Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa: www.iict.pt/ahu/

index.htmlArt History: witcombe.sbc.edu/ARTHLinks.html Art Project: www.artproject.com Centro Português de Fotografia, Porto: www.cpf.ptInstituto Camões: www.instituto-camoes.pt Museus de Ciência e Tecnologia: http://en.wikipedia.

org/wiki/List_of_science_museumsMuseus de História Natural: http://en.wikipedia.org/

wiki/List_of_natural_history_museumsPatrimónio de Influência Portuguesa (F.C. Gulbenkian):

www.hpip.orgSouth Asian Art History: www.eastwestcenter.org You Tube: www.youtube.com

Museus em Portugal Museu Nacional de Etnologia, Lisboa: www.

mnetnologia-ipmuseus.pt Museu do Oriente, Lisboa: www.museudooriente.pt Planetário Calouste Gulbenkian, Lisboa: www.

planetario.marinha.pt

Museus na Europa Imperial War Museum, Londres: www.iwm.org.ukInstitut du Monde Arabe, Paris: www.imarabe.orgJüdische Museum, Berlim: www.jmberlin.deMusée National des Arts d’Afrique et d’Océanie, Paris:

www.musee-afriqueoceanie.fr Science Museum, Londres: www.sciencemuseum.org.ukAsian Civilisations Museum, Singapura: www.acm.org.sg Hiroshima Peace Memorial Museum: www.pcf.city.

hiroshima.jpHong-Kong Museum of Art: www.lcsd.gov.hk Museu de Macau: www.macaumuseum.gov.mo Museu de Xangai: www.shangaimuseum.net National Museum of India, New Delhi: www.

nationalmuseumindia.gov.in Peranakan Museum, Singapura: www.

peranakanmuseum.sg Shangai Science Technology Museum: www.sstm.org.cnTokyo National Museum: www.tnm.go.jp

Museus na AustráliaAustralian War Memorial: www.awm.gov.au

Timor Arquivo e Museu da Resistência Timorense: http://

amrtimor.org Biblioteca Nacional e Arquivo de Timor-Leste: www.

cultura.gov.tl Museu e Centro Cultural de Timor-Leste: www.cultura.

gov.tl

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Cooperação entre:Ministério da Educação de Timor-Leste | Camões - Ins tuto da Cooperação e da Língua | Fundação Calouste Gulbenkian | Universidade de Aveiro