História das ReligiõesCLARETIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO

CURSO TEOLOGIA EAD ALUNA: SIMONE SEPÚLVEDA PEREIRA

HISTÓRIA DAS RELIGIÕES

BRASÍLIA –DF 2013

História das Religiões

Falar da historia das religiões é falar de algo muito remoto mesmo. O homem com sua capacidade de pensar criou deuses para si e formou os mais diversos grupos religiosos possíveis ao longo da existência humana. Precisamos conhecer as mais diversas culturas e sociedades nos mais diferentes tempos para tentar entender e lidar com a História das Religiões.

Para Pierre Sanchis (1995) entender o campo religioso, é preciso lançar um olhar insistente sobre o passado, ao mesmo tempo em que sondamos as "nuvens" de um futuro que começa a se esboçar diante dos nossos olhos. Diz ele.

Dessa maneira, ao mesmo tempo em que estudarmos a origem de determinado fenômeno ou fato religioso, vamos olhar para suas continuidades e permanências.

Como recomenda Sanchis (1995, p. 81-82), é preciso articular e balancear as remanescências teimosas e criativas do passado com as emergências inovadoras e transformadoras da atualidade. Em outros termos, em tempos da globalização, precisamos levar em conta as diferenciações locais e as recapitulações temporais.

O mais importante é lembrar-se de que a ciência histórica tem um método interpretativo, crítico, que faz problematizações e produz reflexão.

Desde quando se pode falar em História das Religiões? Uma resposta adequada é há cerca de 2.500 anos. Mircea Eliade (1992) expõe que pode-se constatar uma primeira manifestação de interesse pela História das Religiões na Grécia clássica, no século 5º a.C. Os gregos, nos seus relatos de viagens, intercalavam descrições dos cultos estrangeiros e os comparavam com os fatos religiosos nacionais da Grécia. Heródoto (484-425 a.C.) já apresentava descrições bem exatas de algumas religiões consideradas exóticas e bárbaras, em locais como Egito, Pérsia, Trácia e Cítia. Esse historiador grego chegou a propor hipóteses sobre as origens dessas religiões e sobre suas relações com os cultos e mitologias da Grécia.

Quando se trata de um tempo remoto, é impossível sabermos como eram as ideias religiosas das pessoas. No entanto, pode-se utilizar o recurso do método comparativo para conseguir captar esse passado longínquo e buscar as semelhanças com a religião de povos atuais que ainda permanecem naquele modo cultural.

Em cada momento da nossa história foram surgindo teses, convicções e também críticas a convicções anteriores. Na história das civilizações antigas, como as do Egito, Grécia, China e Roma eram politeístas, ou seja, possuiam vários deuses, que eram temidos por seus seguidores. No Império Romano havia estudos que difundiam os cultos orientais e o reconhecimento de religiões exóticas, mas cristãos apologistas acreditavam e defendiam a crença no Deus único. As religiões começaram a ser estudada, e separada da teologia produziu-se uma explicação da religião sem haver necessidade de compreensão da mesma. Vejamos a seguir algumas das principais religiões e sua ordem cronológica na história:

3500 a.C - Paganismo, Politeísmo, Panteísmo, Espiritualismo O Paganismo é a mais antiga manifestação religiosa conhecida; 2000 a.C. - Judaísmo Um dos primeiros movimentos em favor de uma divindade única; 1500 a.C - Bramanismo, Hinduismo Conjunto de ensinamentos religiosos politeístas; 600 a.C - Taoísmo Fundado por Lao Tsé, ensina que a paz interior só é atingida quando, com a mente limpa, aberta e tranqüila, se procura entender o 600 a.C. - funcionamento da Natureza e a ela se integrar. Confucionismo Fundado por Kong Fu-tzu (Confúcio) que significa "O Grande Mestre"; 500 a.C - Budismo

História das ReligiõesFundado por Buda, cujo nome verdadeiro era Príncipe Siddharta Gautama. Sua doutrina ensina que os sofrimentos humanos só serão aliviados após sucessivas reencarnações, onde o espírito se purifica e evolui à medida que os desejos e o egoísmo vão desaparecendo; Também faz parte dessa doutrina a Lei do Carma (toda ação boa ou má gera uma reação igual e contrária para quem a pratica, tanto nesta vida como nas vidas futuras). 30 d.C. - Cristianismo A maior religião do mundo surgiu com os ensinamentos de Cristo ("O Ungido"), e estão registrados no Novo Testamento, um conjunto de 27 livros escritos em torno do ano 100 d.C. Junto com o Velho Testamento, constitui a Bíblia, um dos livros mais lidos no mundo ocidental. A Bíblia

católica contém 73 livros, e a Protestante, 66 livros (sete livros do Velho Testamento foram 300 d.C. - Yoga Conjunto deconsiderados de origem duvidosa). ensinamentos de Pataner, segundo os quais os sofrimentos humanos se devem à falta da consciência de Deus, sendo que esta pode ser atingida 622 d.C. - Islamismo Fundado poratravés de uma disciplina mental. Maomé, sua doutrina se encontra no Corão (Al Quran), a "Bíblia" do Islã, um livro com 114 capítulos, chamados de "Suras" ou "Suratas". Tem algumas semelhanças com o cristianismo, mas defende a violência contra 1517 - Protestantismoos infiéis, isto é, os que não seguem o Corão. Martinho Lutero, um frade católico alemão, condenou vários dogmas e atitudes do catolicismo. Com o tempo, inúmeras outras denominações surgiram, como os Batistas, Pentecostais, Mórmons, Metodistas, Testemunhas de Jeová, Evangélicos, Adventistas etc., pois qualquer 1848 - Ateísmo Movimento pessoa poderia criar a sua própria igreja. ateu de grande amplitude. 1857 - O Espiritismo Um conjunto doutrinário, filosófico, moral e cientifico. A comunicação se dá através de médiuns, isto é, de pessoas vivas que possuem dons especiais para se comunicar com os Espíritos.

História das Religiões 1875 - Teosofia Uma de suas idéias, baseada no bramanismo hindu (Mahatmas) é que "o cristianismo é uma

forma de blasfêmia" e a 1887 -causa da separação entre as religiões do Ocidente e do Oriente. Esoterismo Versam sobre ciências ocultas, tarô, magia e numerologia. Mais tarde, muda o nome de seu movimento, de Ocultismo para Esoterismo. 1913 - Antroposofia Rudolf Steiner (1861-1925) decidiu abandonar a 1927 -Teosofia e criar o seu próprio movimento, a Antroposofia. Monismo Pietro Ubaldi (1886-1972), kardecista e médium. Sua filosofia é monista, advogando ser o Universo constituído de um Principio Único. (Biblioteca do Vaticano) Cada uma destas religiões tem ou tinham a sua própria cultura, idéias, ritos e simbolismo próprio, criando assim as suas raízes culturais. Nos dias de hoje temos enraizados muitos atos culturais oriundos de antigos ritos religiosos. O enterro foi um dos primeiros atos de reconhecimento de que existia alguma realidade após a morte. As religiões africanas seguem as tradições religiosas e ainda hoje existem cultos pagãos entre as tribos africanas, assim como na Austrália os aborígenes que mantiveram centros cerimoniais com os seus ritos, mitos e símbolos sem alteração. No Islamismo pode-se matar em nome da Paz e em nome de Deus, ainda hoje vemos crianças sendo treinadas para morrerem em nome da religião. No Cristianismo acredita-se que a salvação foi dada uma vez por todas, por meio de Jesus Cristo, enquanto o Espritismo

acredita que é necessário purificar o espírito, e para isso é preciso reencarnar até que se alcance o objetivo. Diante do exposto, vemos que as formas diferentes de viver e acreditar em um ou mais de um Ser Superior, além de todos os anos de tradição que cada uma das religiões tem, nos obriga a no mínimo respeitar cada uma delas. A crença é um assunto completamente

História das Religiõespessoal e isento de controle. Como afirma o Teorema de Godel: “Deus não pode ser fruto de nossa limitada lógica”. Deus sempre esteve, de uma forma ou de outra, presente na vida do homem, as religiões podem ter sido criadas, pode ter havido ruptura, mas o sagrado sempre esteve presente Sérgio da Mata, em seu livro História e Religião critica aqueles que falam sobre um "retorno do sagrado" em nossos dias. Para ele, o sagrado não "retornou", porque ele nunca "se foi". Em um belo arremate diz: "a religião, em que pese sua mutabilidade histórica e sua diversidade, deve ser compreendida, na sua essência, como uma constante humana; ela é um universal humano [...] A religião é expressão inextinguível da conditio humana... (História e religião, Sérgio Da Mata, p. 89/90, 2010).

Site oficial do Vaticano (www.vatican.va) Site BIBLIOGRAFIA oficial CNBB (www.cnbb.org.br) Material de apoio História e Religião, (SÉRGIO DA MATA, 2010)