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História de Leopoldina Casemira Nunes da Rosa
Nascimento: 7 de agosto de 1952
Falecimento: 25 de dezembro de 2012
Leopoldina Casemira Nunes da Rosa nasceu dia 7 de agosto de 1952 no interior
de Vale do Sol. Filha de Josefina Pereira dos Santos e Claro Nunes, ela conheceu seu
marido quando tinha 18 anos e viveu um casamento de 23 anos. Com Romalino da
Rosa, ex marido, ela teve os filhos Listeria da Rosa, Paulo Rogério da Rosa, Eliana da
Rosa, Viviane da Rosa, Maristela Nunes da Rosa, Gerson Adriano da Rosa, Daiana da
Rosa e Maicon Alexandre da Rosa. O tempo passou e ela tornou-se avó de Milena da
Rosa Wissmann, Thales Anderson da Silva, Marlon da Rosa Wissmann, Theylor
Henrique da Silva, Adriéle Rosa de Siqueira e Thaíssa Emanuele da Silva.
Além deles, ela era mãe e avó dos animais, pois os amava muito. Só em seu
pátio cuidava dos cães Urso, Bidu, Jeni, Black e Lessi, e do gato Alemão. Seu maior
sonho era criar um canil, pois sempre estava cuidando de todos os animais de ruas. Suas
filhas lembram-se dela reunindo todos os cachorros do bairro e dando-lhes comida. Esse
alimento ela preparava em grandes panelas e buscava nos açougues os ossos que seriam
a grande alegria de seus amigos quatro patas. Era uma verdadeira protetora dos animais
e a medida que sua idade avançava, a vontade de cuidar de todos eles também evoluía.
Muitas vezes, mesmo com dor nas pernas, ela percorria caminhos para socorrer um cão
abandonado e lhe dar o que comer.
Se um vizinho fosse viajar e deixasse o cão preso, ela entrava no pátio, sem se
importar, para socorrer o animal e desfazer essa injustiça. Ela não se importava se os
donos da casa iriam ficar bravos. Leopoldina queria fazer o bem para aqueles seres
inocentes. Como não podia ficar com todos os animais abandonados em seu pátio, fazia
cada um dos seus filhos adotarem um cão de rua. Sua paixão por animais era perceptível
e correspondida. Sua cachorra Black, por exemplo, lhe salvava quando desmaiava por
conta da queda da insulina no sangue. A cachorrinha, que dormia embaixo de sua cama,
latia e batia na porta do quarto dos filhos de sua dona, em busca de ajuda.
Filha única, ela pouco contava sobre sua infância. Seus pais eram agricultores e
desde cedo começou a trabalhar de empregada doméstica e a cuidar de crianças. Mas,
poucos lembram sobre essa primeira fase de sua vida, pois era uma mulher fechada, que
não costumava falar sobre o passado. O fato é que a safrista e dona de casa, trabalhou
muito durante sua vida. Não chegou a estudar quando criança, mas também não
pretendia começar depois de adulta. Ela aprendeu a
trabalhar desde cedo e era isso que gostava de
fazer.
Sua vida não foi fácil, pois perdeu três
filhos muito cedo. Talvez isso tenha a tornado uma
pessoa mais séria, mas que começou a se soltar
depois de mais velha. Passou a viver sua própria
vida e aprendeu a sorrir em fotografias. Torcedora
do Grêmio, ela dizia que era gremista para agradar
os filhos. Leopoldina adorava assistir as novelas do
sbt e programa que tocavam músicas sertanejas.
Depois de mais velha, passou a ser uma pessoa
bem ativa. Fazia musculação no projeto de
Terceira Idade em seu bairro.
Adorava comer doces e churrasco. Maionese também não podia faltar. Com 50
anos de idade, aprendeu a fazer bolo, o que se tornou sua especialidade. Ela sentia-se
satisfeita ao cozinhar para quem amava. Muito vaidosa, andava com as unhas sempre
feitas, usava batom e adorava dançar músicas alemãs. Era fã de música sertaneja e era
apaixonada pelo cantor Latino. Não pode ir ao show, pois partiu antes que ocorresse.
A foto acima mostra um dos momentos mais importantes da sua vida: seu
aniversário surpresa de 60 anos. Foi tudo planejado em segredo e ela adorou. As filhas
acham que ela desconfiava, pois era muito esperta. Mas, a emoção tomou conta quando
ela chegou e viu todos que amava. O aniversário era de 60 anos, mas parecia de 15. Ela
teve o vestido, o bolo, a valsa, as homenagens e o álbum de fotografia que levava por
todos os lugares que ia.
Faleceu no natal de 2014, com uma infecção generalizada. A infecção começou
na bexiga e logo se espalhou. Foi algo rápido. Fazia hemodiálise como forma de
tratamento, pois seus rins estavam se degenerando. No final, ela tinha apenas 9% deles.
Sua família sofreu muito sua partida e quem chorou muito sua ausência também foram
os animais que ela tanto amava e cuidava. Por muito tempo, eles continuaram indo até a
casa de Leopoldina, em busca do amor que encontravam nos pratos fartos de comida e
no carinho enorme que recebiam.
Leopoldina foi uma pessoa sincera, superprotetora e que fazia tudo por seus
filhos. Era baixinha, mas tinha personalidade forte. Não deixava ninguém falar mal de
quem ela amava. Tinha muitos amigos. Passeava bastante e conhecia várias pessoas. Era
fácil gostarem dela. O casal Alaor e Geni, Eliane dos Santos e a Ercília eram seus
grandes amigos.
Leopoldina partiu e deixou muitas saudades. Restam as lembranças do
maravilhoso ser humano que foi, defensora dos animais e amiga de todos. Era tão
bondosa e, ao mesmo tempo, corajosa. Ao ver seu vizinho sendo eletrocutado na frente
de casa, ela arriscou sua própria vida para salvá-lo. O puxou pela blusa e ainda fez
respiração boca a boca, o que o retornou à vida. Os pais do garoto foram gratos
eternamente. Eterno como o orgulho dos filhos de Leopoldina ao lembrarem o gesto
lindo que ela teve.
A saudade será eterna. Os filhos aprenderam a ser pessoas melhores
e a gostarem dos animais.