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• FUTEBOL JOVEM Macau acusado de usar jogadores mais velhos PÁGINA 16 • POLÍTICA DE CROUPIERS Dez pessoas saíram à rua para dar a conhecer receios PÁGINA 2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 7 DE OUTUBRO DE 2013 • ANO XIII • Nº 2948 PUB MOP$10 PUB Ter para ler Avaliação de altos cargos do Governo será para consumo interno Tudo o que se passará na esfera da Administração Pública, pelo menos ao nível das avaliações dos dirigentes governativos, será um segredo para os demais. José Chu, director dos SAFP, que já ha- bituou a população com os seus secretismos, garantiu que os resultados apenas servirão para “referência interna” e para perceber se “o dirigente está ou não apto para continuar a desempenhar funções”. Em contraponto, há quem, na UMAC, queira debater a responsabi- lização de dirigentes públicos. PÁGINA 3 A casa dos segredos PUB FECHOU A ÚLTIMA LOJA DE FABRICO DE MAHJONG ENTALHADO À MÃO ÚLTIMA MORREU DULCINEIA FERNANDES, PRESA NO NEPAL POR TRÁFICO DE ESTUPEFACIENTES PÁGINA 5 OPINIÃO A OUTRA FACE CARTA ABERTA AOS LÍDERES DAS SEITAS DE MACAU PÁGINA 18 por Carlos Morais José JOGO JUNKETS COM ESPAÇO MUITO REDUZIDO PÁGINA 7 - +

Hoje Macau 7 OUT 2013 #2948

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Edição do jornal Hoje Macau N.º2948 de 7 de Outubro de 2013.

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Page 1: Hoje Macau 7 OUT 2013 #2948

• FUTEBOL JOVEM

Macau acusadode usar jogadores mais velhos

PÁGINA 16

• POLÍTICA DE CROUPIERS

Dez pessoas saíram à rua para dar a conhecer receios

PÁGINA 2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FE IRA 7 DE OUTUBRO DE 2013 • ANO XI I I • Nº 2948

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MOP$10

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Ter para ler

Avaliação de altos cargos do Governo será para consumo interno

Tudo o que se passará na esfera da Administração Pública, pelo menos ao nível das avaliações dos dirigentes governativos, será um segredo para os demais. José Chu, director dos SAFP, que já ha-bituou a população com os seus secretismos, garantiu que os resultados apenas servirão para “referência interna” e para perceber se “o dirigente está ou não apto para continuar a desempenhar funções”. Em contraponto, há quem, na UMAC, queira debater a responsabi-lização de dirigentes públicos. PÁGINA 3

A casa dos segredos

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FECHOU A ÚLTIMA LOJA DE FABRICO DE MAHJONG ENTALHADO À MÃO

ÚLTIMA

MORREU DULCINEIA FERNANDES, PRESA NO NEPAL POR TRÁFICO DE ESTUPEFACIENTES

PÁGINA 5

• OPINIÃO A OUTRA FACE

CARTA ABERTAAOS LÍDERES DAS SEITAS DE MACAU

PÁGINA 18

por Carlos Morais José

JOGO JUNKETS COM ESPAÇO MUITO REDUZIDO PÁGINA 7

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2 hoje macau segunda-feira 7.10.2013POLÍTICA

CANCELADA MANIFESTAÇÃO SOBRE SIN FONG GARDENOs proprietários dos apartamentos do edifício Sin Fong Garden queriam manifestar-se ontem à tarde, mas o movimento acabou por não acontecer por não haver concordância com o itinerário aprovado pela Polícia de Segurança Pública (PSP). Contudo, cerca de 60 moradores tiveram uma reunião de duas horas nas instalações da escola dos moradores do Patane. Wong Meng Seng, porta-voz dos proprietários, disse que desde que ficou provada a situação de ruína do Sin Fong Garden, em Outubro do ano passado, que o Governo ainda não resolveu o problema nem esclareceu quem são os grandes responsáveis. Segundo a imprensa chinesa, Wong Meng Seng garantiu que os pequenos proprietários têm confiança no Executivo, embora não vejam futuro ou uma solução justa para solucionar o caso. A reunião não chegou a nenhuma conclusão concreta, sendo que no final deste mês vai realizar-se outro encontro. O deputado Ho Ion Sang disse à TDM que os proprietários estão “em sofrimento” e que já pediu ao Governo para fazer um relatório completo e ainda auxiliar na reconstrução do edifício.

Nos últimos dias surgiu um rumor na Internet de que cerca de 300 croupiers não residentes estarão a trabalhar no casino da Sands China. O Governo já veio dizer que se tratam de trabalhadores locais e a operadora de jogo lançou mesmo um comunicado a dizer que tal informação não corresponde à realidade e que irá avançar judicialmente contra o autor da “difamação”

Carta entregue ao Executivo mostra receios de que, findo o mandato do actual Chefe do Executivo, haja mudanças na actual política de contratação de croupiers e que não-residentes passem a estar abrangidos

POLÍTICA DE CROUPIERS MANIFESTAÇÃO SÓ TEVE DEZ PESSOAS

O que fazer depois de Chui Sai On?CECÍLIA L [email protected]

A garantia dada na passada semana pelo Chefe do Executivo de que

não haveria mudanças na contratação de croupiers, pelo menos dentro do seu mandato, não deixou todos a respirar de alívio.

Prova disso foi a reali-zação de uma manifestação na tarde de ontem, entre a Torre de Macau e a sede do Governo, organizada pela Associação dos Trabalha-dores do Ferro. Menos de dez pessoas andaram pelas ruas, mas deixaram os seus receios bem expressos numa carta entregue a Chui Sai On. “Podíamos não realizar esta manifestação, porque o Chefe do Executivo já disse que durante o seu mandato não vai fazer alterações e eu

ASSOCIAÇÕES PREOCUPADAS

confio no que ele disse. Con-tudo, só falta um ano para que o seu mandato chegue ao fim e depois o que vai acontecer? Não sabemos”, disse aos jornalistas Wong Wai Meng, porta-voz dos manifestantes e presidente da associação.

O activista disse con-cordar com a Federação das Associações dos Operários

Depois da FAOM ter proposto um reforço na legislação, e depois do encontro com o Chefe do Executivo, há outras associações do sector preocupadas com o que pode vir a acontecer nesta área. A maior preocupação dos operários é de que as ofertas de trabalho diminuam drasticamente se os trabalhadores expatriados começarem a trabalhar directamente com o jogo.

Leong Sun Io, vice-presidente da Associação dos Trabalhadores da Indústria dos Jogos de Fortuna e Azar de Macau, revelou numa conferência de imprensa que alguns alunos do curso de croupier queixaram-se de que não foram contratados pelas operadoras, o que poderá ser sinónimo de que as actuais quotas poderão ser excessivas para aquilo que o mercado precisa.

de Macau (FAOM) quanto à criação de uma lei que proíba a contratação de não-residentes para o lugar de croupier nos casinos. “Considero que Francis Tam (secretário para a Economia e Finanças) está a falhar, por-que deixou que este rumor se espalhasse. E também deixou que Michael Leven (presidente e director de ope-rações da Las Vegas Sands) fizesse os seus discursos irresponsáveis”, apontou.

Nos últimos dias surgiu um rumor na Internet de que cerca de 300 croupiers não residentes estarão a trabalhar no casino da Sands China. O Governo já veio dizer que se tratam de trabalha-dores locais e a operadora

de jogo lançou mesmo um comunicado a dizer que tal informação não corresponde à realidade e que irá avançar judicialmente contra o autor da “difamação”.

HÁ OUTROS CULPADOSMas para Wong Wai Meng a culpa não é exclusivamente de Francis Tam, mas enu-mera ainda outras figuras do Executivo e ligadas ao mundo do jogo. “Tudo isto é causado por Lau Pun Lap, coordenador do Gabinete de Estudo das Políticas do Governo. Foi o

seu gabinete que apresentou a possibilidade de se recrutarem graduados não residentes. Os trabalhadores não residentes são mais baratos e, se esta política for aprovada, os tra-balhadores locais já não vão ter espaço para sobreviver”, disse.

Davis Fong, docente da Universidade de Macau (UMAC) e coordenador do departamento de estudos sobre o jogo, também é cri-ticado, depois de ter dito ao jornal Ou Mun que deveria existir uma quota de 3 a 5% para importar croupiers. “Este discurso revela falta de responsabilidade. O Governo já emitiu 72 mil quotas para croupiers, quantos já foram utilizadas? Quantas vão ser dadas a não residentes?”, questionou Wong Wai Meng.

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3 políticahoje macau segunda-feira 7.10.2013

RITA MARQUES [email protected]

O S resultados da ava-liação de desempenho dos dirigentes e chefes de serviços públicos

não serão conhecidos do público. A garantia é dada por José Chu, direc-tor dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), ao frisar que os responsáveis serão sujeitos a dois períodos de apreciação do seu trabalho. “É uma avaliação anual, por um lado, e por outro antes da renovação da comissão de serviço também é feita uma avaliação. São dois modelos que a lei exige”, expli-ca. “Eu não vou dizer como é mas, já anteriormente, foi definido pelo

Q UEM quiser assis-tir à “Conferência Académica das

Quatro Regiões dos Dois La-dos do Estreito - Edificação das Competências de Gestão na área de Administração Pública”, na Universidade de Macau, terá de fazer opções ou desdobrar-se entre auditórios. No dia 9 de Outubro, quarta-feira, haverá duas apresentações com cerca de treze teses e estudos - da parte da manhã e de tarde - e sete painéis nos quais serão discutidos quatro temas: cooperação regional, governação de Macau, go-vernação pública e avaliação de desempenho. No territó-rio estarão 40 académicos de Hong Kong, China e Taiwan e representantes dos traba-lhadores da função pública neste colóquio anual.

Liu Bolong, do Centro de Estudos de Ciências Sociais da China Contemporânea da Universidade de Macau, é um dos presidentes da conferência e explicou, na passada sexta-feira, quais

os temas em destaque base-ados, essencialmente, nas Linhas de Acção Governati-va (LAG) apresentadas para o presente ano. “Na área da Administração Pública tem--se elevado a consciência de responsabilização dos altos dirigentes e também a moral - aspecto a que a sociedade presta muita atenção”, expli-ca. “O Governo de Macau tem salientado a cooperação entre Guangdong e Macau, no caso específico da Ilha da Montanha, numa pers-pectiva de diversificação da economia.” Mas o aca-démico da UMAC salienta ainda que da conferência podem sair referências, por exemplo, de Taiwan, sobre “a reforma administrativa e avaliação de desempenho” já que a região foi alvo de “um grande desenvolvimen-to nestas matérias”.

José Chu, responsável da conferência e director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), também salientou “o me-canismo de avaliação e de

responsabilização e ainda a eficácia do desempenho”, recordando o despacho do Chefe do Executivo publi-cado na semana passada em Boletim Oficial sobre a avaliação dos dirigentes da função pública. “Queremos aproveitar esta oportuni-dade com a realização da conferência académica, ouvindo mais opiniões de especialistas.”

OPINIÕES ENTREGUESAO GOVERNONo entanto, no encontro não é explícito se serão dis-cutidos os casos polémicos de derrapagens nas grandes obras públicas. “Será que esta conferência deve ou não abordar estas questões? Já fixámos os temas em ar-ticulação com as LAG. As questões sociais que poderão implicar a responsabilização sobre a governação estão interligadas mas o foco não reside aí. Os casos concretos estarão reflectidos em alguns estudos apresentados por especialistas que farão uma

análise para saber como podem servir de referência para Macau”, releva.

E será que os resultados desta conferência poderão reflectir-se nas LAG para 2014, apresentadas em No-vembro? “No ano passado esteve presente a secretária [para a Administração e Justiça] e vi participarem outros dirigentes de servi-ços públicos e entregámos uma colectânea de teses para os serviços e entidades públicas. Este ano, iremos fazê-lo também”, garantiu Liu Bolong. “Os serviços públicos vão absorver es-sas opiniões para que o Governo possa melhorar a reforma administrativa”, garantiu. – R.M.R.

Avaliações nos SAFP Ho Ion Sang alega pouca transparência

O Estatuto do Pessoal de Direcção e Chefia, que entrou em vigor em 2009, tem finalmente parâmetros para ser posto em prática. José Chu, director dos SAFP, em resposta aos jornalistas, faz saber que os resultados não serão públicos, embora, a avaliação sirva para perceber se “o dirigente está apto ou não para continuar a desempenhar as funções”

AVALIAÇÃO DOS DIRIGENTES DO GOVERNO SERÁ ANUAL E RESULTADOS UMA “REFERÊNCIA INTERNA”

População sem parecer sobre o julgamento

CONFERÊNCIA PERITOS DEBATEM UMA REFORMA ADMINISTRATIVA EFICIENTE

Responsabilização de dirigentes públicos merece debate O futuro silêncio dos Serviços

de Administração e Função Pública (SAFP) sobre os resul-tados da avaliação dos altos dirigentes do Executivo originou reacções junto do deputado Ho Ion Sang. Numa interpelação escrita enviada ao Governo na passada sexta-feira, o deputado recentemente reeleito frisa que o sistema apenas vai avaliar quem são os melhores, e que não existe um mecanismo de saída dos dirigentes que falham no seu trabalho.

Segundo o modelo do relató-rio de avaliação, a pior opção é “deve melhorar”, sendo que não há qualquer categoria de “falha”. As restantes categorias são “ex-celente”, “boa” ou “suficiente”. “Será que os dirigentes que estão em cargos principais não vão assumir culpas no seu trabalho? Estes padrões são apenas para analisar quem são os melhores? Qual é a base cientifica disto?”

Durante a apresentação do simpósio sobre o mesmo tema, ocorrido este fim-de-semana, Ho Ion Sang conseguiu obter uma resposta a esta pergunta da parte de José Chu, director dos SAFP.

Este disse que os padrões de apreciação do trabalho são “racionais e científicos”, tendo dito que não ia comentar “qual-quer caso particular”.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o Ou Mun Tin Toi, José Chu não quis comentar os casos recentes de responsabili-zação em matérias como a obra do Metro Ligeiro ou o sistema de autocarros. “A apreciação vai consistir numa avaliação do dirigente das posições mais elevadas para as mais baixas, e todos os anos os responsáveis vão ter de fazer esta avaliação”, disse ainda.

Ho Ion Sang lembra ainda a última sessão plenária de perguntas e respostas com a presença do Chefe do Execu-tivo, em Agosto último, onde foi revelado que o sistema de apreciação do desempenho do pessoal da Função Pública já estaria pronto. A execução do mesmo foi apontada para este ano.

E lembrou ainda a questão da transparência, tão prome-tida pelo Executivo. “Na lei 19/2009, sobre a prevenção e repressão da corrupção no sector privado, as informações de avaliação são referidas como sendo confidenciais, ou seja, não podem ser publicadas. Se assim for, como é que o Governo vai garantir a transparência dessa avaliação, bem como o direito de conhecimento por parte do público?” – C.L.

regulamento que essa avaliação é da parte do superior hierárquico para o dirigente”, disse à comunicação social portuguesa.

No entanto, à imprensa chinesa Chu expressou claramente que o pú-blico não fará juízos sobre os relató-rios de avaliação de desempenho pois não serão conhecidos. “Os resultados só serão para referência interna e não serão divulgados”, frisou, à margem da apresentação da “Conferência Académica das Quatro Regiões dos Dois Lados do Estreito - Edificação das Competências de Gestão na área de Administração Pública”, na passada sexta-feira.

O relatório servirá sobretudo para sustentar a decisão de reconduzir os responsáveis nas mesmas funções.

“Os superiores têm de preparar um relatório para saber se os dirigentes estão aptos a continuar os seus cargos. Secretários e Chefe do Executivo vão saber se o dirigente é apto ou não para continuar a desempenhar as funções”, destacou o dirigente dos SAFP, depois de um despacho de Chui Sai On publicado em Boletim Oficial há cerca de duas semanas fazer saber que os resultados podem ser usados para justificar a nomeação para outras funções na Administração ou para atribuição de louvores ou prémios.

Neste aspecto, questionado pelos jornalistas sobre o desempenho de Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, respon-sável pelas políticas de transportes

públicos, recentemente alvo de polémica, José Chu preferiu “não comentar” este “caso concreto”. “A lei diz que avaliação é anual e cada vez que haja uma recondução do cargo, o dirigente tem de se sujeitar à avaliação”, sublinhou Chu, sa-lientando que não haverá nenhuma ordem específica para avaliação, a qual será feita “de uma forma ge-ral”, independentemente “de estar a exercer as funções ou de já as ter desempenhado”.

O novo modelo de avaliação dos dirigentes foi conhecido recen-temente, ao serem revelados aque-les que são os “procedimentos” necessários para prosseguir com um regime de avaliação criado há quatro anos. Segundo o despacho,

o Executivo pode assim avaliar melhor a eficácia dos dirigentes e elevar o seu sentido de responsa-bilidade. O regime, frisou Chui Sai On no despacho, deve ser aplicado de forma uniforme, independente-mente do secretário do Governo que aprecia o desempenho e de acordo com princípios padroni-zados, sistemáticos e científicos.

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4 política hoje macau segunda-feira 7.10.2013

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O secretário de Es- tado das Comu-nidades, José Cesário, disse

ontem à agência Lusa que mais importante que a percentagem da receita consular que pode ser atribuída ao Conselho das Comunidades é saber se o modelo é aceite. “A mudança de filosofia de financiamento é que importa verificar se tem ou não tem acolhimento porque, evidentemente, ainda há que verificar em processo legislativo se é possível ou não consagrar este modelo”, disse José Cesário, antes de deixar Macau depois de uma visita de dois dias à cidade.

O governante respondia assim ao apelo do presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades, Fernando Gomes, que em declarações à agência Lusa defendeu que a verba oriunda da receita consular proposta pelo Governo para atribuir ao

O secretário de Estado das Comuni-dades, José Cesário, distinguiu hoje a Associação dos Trabalhadores da

Função Pública de Macau (ATFPM), com uma placa de mérito pelo contributo pres-tado em prol das comunidades portuguesas. “Não me esqueço que de todas as vezes que vim a Macau nos últimos dez anos visitei a ATFPM e sempre encontrei, no seio dos seus directores e dos seus membros, uma atenção enorme para com Portugal, uma atenção enorme no acompanhamento por-tuguês”, disse José Cesário, aos jornalistas, ao sublinhar a “relação extraordinária com Portugal e com a comunidade portuguesa” que o organismo tem.

Dado que figura como “uma das maio-res associações de matriz portuguesa em Macau, é normal que ao fim de mais de 25 anos seja reconhecida pelo Governo de Portugal pelos seus serviços prestados à comunidade portuguesa”, afirmou o pre-sidente da ATFPM, José Pereira Coutinho.

Questionado sobre quais foram os serviços em prol da comunidade portu-guesa - já que a ‘família’ da ATFPM não se circunscreve a cidadãos portugueses - Pereira Coutinho respondeu: “Tantos”.

Neste momento, o líder da associação destacou o “muito trabalho” envidado em ajudar a encontrar um primeiro empre-go para os jovens portugueses que têm chegado a Macau, alguns dos quais “de mochilas às costas”, uma tarefa em que, garante, têm tido “muito sucesso”.

Pereira Coutinho fez saber ainda de outro assunto com o qual se ocupa: “De alguma forma, estou preocupado com lentidão do processo de tramitação da permanência de portugueses, é um assunto delicado que temos de tratar nos bastidores”.

A presidente da mesa da Assembleia--Geral da ATFPM, Rita Santos, sublinhou, por seu turno, o papel de “elo” entre os trabalhadores e os governos de Macau e de Portugal que a associação tem vindo a desempenhar. E, em especial, lembrou o período das escolhas que antecedeu a transferência do exercício de soberania. “Todos sabemos que na fase da discussão do futuro dos trabalhadores, principal-mente na fase da transição, a ATFPM foi a única associação que foi convidada

pela República Popular da China e pela República Portuguesa” para debater o assunto, recordou.

REUNIÕES COM O IPORA placa de mérito foi entregue no Restau-rante Litoral pelo secretário de Estado das Comunidades que, na sua breve visita ao território, irá tratar ainda de outros assun-tos. “Vou manter uma reunião de trabalho, que não tive oportunidade de realizar com o pormenor que pretendia, com o director do IPOR [Instituto Português do Oriente], vamos fazer uma avaliação cuidadosa daquilo que o IPOR está a fazer neste momento aqui no território e naturalmente dos projectos para o futuro”, explicou.

Por outro lado, José Cesário tem também, como adiantou, “em preparação um evento - que não sendo um evento do Governo é apoiado pelo Governo - que procurará juntar em Macau, em Novembro, um conjunto de protagonistas culturais de diversas comunidades portuguesas de um pouco por todo o mundo e que, natural-mente, necessita de alguma atenção e de alguns contactos locais prévios”.

Em causa, o Fórum de Luso-Talentos, uma iniciativa organizada pelo Observa-tório dos Lusodescendentes, cuja primeira edição teve lugar em Novembro do ano passado, no Porto, em Portugal. “Tivemos oportunidade de desenvolver projectos di-versos, dar início a uns, concretizar outros. E, desta vez, vai ser feita uma avaliação de alguns dos projectos que tiveram início nessa altura e vai haver evidentemente também momentos de comunhão”, disse.

“Espero um momento pelo menos tão interessante como aquele que se realizou há pouco mais de um ano no Porto”, concluiu o secretário de Estado, que regressa a Ma-cau no final do próximo mês precisamente para o encontro. - Lusa

CONSELHO DAS COMUNIDADES DEFINIR MODELO DE FINANCIAMENTO

Muita calma nessa hora

funcionamento do Conselho das Comunidades, de 0,5%, não seria suficiente.

Para José Cesário, o dinheiro chega porque re-presenta cerca de 140.000 euros, mais do que tem sido gasto com o Conselho das Comunidades desde 2009.

Depois, acrescentou, aca-bando-se com as comissões temáticas e promovendo conselhos regionais ou locais, as distâncias a percorrer são muito mais pequenas e, por isso, menos onerosas.

Sobre a tutela do Conse-lho das Comunidades poder passar para as mãos da As-

sembleia da República, José Cesário disse ser uma matéria em aberto, embora como secretário de Estado tenha abandonado a ideia, seguindo opiniões, incluindo de con-selheiros das comunidades. “Nesta fase, não estamos ape-nas a ouvir conselheiros das comunidades. Mandámos o documento para mais de mil pessoas em todo o mundo e estão a chegar variadíssimos contributos. Este é um de-bate muito mais alargado e, portanto, diria que todas as hipóteses são de considerar e há um ponto de partida que é este documento”, sublinhou José Cesário.

O secretário de Estado sa-lientou que receberá opiniões até 15 de Outubro e que, de-pois, no processo legislativo, também muitas coisas poder ser acertadas.

O Governo quer que o Conselho das Comunidades, órgão de aconselhamento

sobre emigração, passe a ser financiado pelas receitas dos consulados e propõe que tenha o mesmo universo eleitoral dos deputados da Europa e Fora da Europa.

JOSÉ CESÁRIO DISTINGUE ATFPM

“Uma atenção enorme para com Portugal”

As propostas constam de um anteprojecto sobre a matéria que o Governo pôs a discussão pública e quer levar ao Parlamento até Novembro.

Segundo o executivo, as alterações legislativas propostas pretendem “ga-rantir a máxima eficácia” do Conselho das Comunidades Portuguesas e “superar lacunas resultantes da sua última revisão”, em 2007,

durante o Governo socialista de José Sócrates. O manda-to do actual Conselho das Comunidades terminou em Abril de 2012 e não foram convocadas novas eleições.

Questionado sobre este assunto, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, explicou que não fazia sentido iniciar um novo conselho sabendo que seriam introduzidas altera-ções à legislação. - Lusa

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5hoje macau segunda-feira 7.10.2013 SOCIEDADE

Portuguesa estava a cumprir pena no Nepal por tráfico de droga, mas acabou por falecer num hospital em Katmandu. Advogados já tinham alertado para o perigo de sobrevivência de Dulcineia sem cuidados adequados

ANDREIA SOFIA SILVA*[email protected]

C ONDENADA em 2011 a 16 anos de prisão por tráfico de droga, a portuguesa Dulcineia

Fernandes, portuguesa residente de Macau, de 33 anos, acabou por falecer este fim-de-semana num hospital em Katmandu, Nepal, onde se encontrava internada há cerca de uma semana, segundo noticiou a TDM. As causas da morte estarão relacionadas com os diversos problemas de saúde que acompanharam Dulcineia Fernandes ao longo da sua vida, praticamente desde a infância.

O corpo deverá agora ser trans-

RITA MARQUES [email protected]

O Executivo fez sa-ber, na passada sexta-feira, que a

situação do pagamento dos salários aos funcionários da Reolian está regularizada. O Governo assumiu a di-recção da transportadora na última quarta-feira, dia 2 de Outubro, um dia depois da direcção da Reolian ter pedido a declaração de falência. A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), dirigi-da por Wong Wan, passou a assumir por seis meses a gestão da operadora de transporte público e afian-ça agora que o Executivo passará a assumir os gas-tos com remunerações na

VÍTOR SERENO PROMETE ESFORÇOS NA TRANSLADAÇÃO DO CORPO PARA MACAU

Doença tramou Dulcineia Fernandes

As causas da morte estarão relacionadas com os diversos problemas de saúde que acompanharam Dulcineia Fernandes ao longo da sua vida, praticamente desde a infância

REOLIAN GOVERNO ASSUME O PAGAMENTO DE REMUNERAÇÕES EM ATRASO

Mais de 40 milhões só em saláriosordem dos 6,9 milhões de patacas, ou seja, um total de 41, 4 milhões de patacas até Março.

“Foi realizado, hoje [sex-ta] de manhã, o pagamento das remunerações do mês de Setembro ao pessoal da Sociedade de Transportes Públicos Reolian, S.A,. pelo Governo da RAEM em substituição provisória da Sociedade, cujo valor foi na casa das 6,9 milhões de patacas. Durante a tomada da exploração da Reolian, através de sequestro, o Go-verna procederá à atribuição de salário segundo as datas

de pagamento já designadas pela Reolian, para que os trabalhadores possam ter bem-estar e continuar a prestar serviço ao público”, noticiou a DSAT, por meio de comunicado publicado no Gabinete de Comunicação Social.

Tal como foi tornado público, ao Governo cabe agora o direito de usar os veículos, instalações, equi-pamentos, materiais, docu-mentos e informações da Reolian, para assegurar que não haja interrupção na pres-tação do serviço público de autocarros” mas não a posse

dos bens. E, por outro lado, o Governo afiançou já que não irá assumir as dívidas resultantes da falência que ascendem aos 120 milhões de patacas.

Numa visita às paragens de autocarros na semana passada, a DSAT confirmou que os serviços “são pres-tados, praticamente, dentro da normalidade”. Segundo a observação dos locais e as informações prestadas pelo pessoal desses terminais, a saída dos veículos da Reolian era estável e o fun-cionamento dos serviços de autocarros semelhante aos dias anteriores, situ-ação que demonstra que a disponibilidade tanto dos trabalhadores como dos veículos está dentro do normal.

ladado para Macau, onde a jovem residiu cerca de 25 anos. O cônsul--geral de Portugal no território, Vítor Sereno, confirmou à agência Lusa que tudo fará para apoiar o processo. Sereno disse que a di-plomacia portuguesa, através de Macau, Índia e o cônsul honorário do Nepal, “está em cooperação, a encetar todos os esforços para que o corpo da jovem seja transladado para Macau”.

O HM tentou durante o dia de ontem chegar à fala com Pedro Redinha, um dos advogados que acompanhou desde o início o caso de Dulcineia Fernandes. Contudo, Redinha não se mostrou disponível até ao fecho da edição.

TRÁFICO TRAMOU DULCINEIAA difícil situação em que Dulcineia Fernandes se encontrava começou em 2011, ano em que foi condenada pelos tribunais do Nepal a 16 anos por tráfico de droga. A 16 de Maio de 2010, Fernandes tinha sido detida no aeroporto da capital nepalesa na posse de 317 gramas de cocaína, numa altura em que ia deixar o país para destino desconhecido.

A jovem sofria de problemas mentais e físicos e a situação precária em que se encontrava levaram a um alerta por parte dos advogados da jovem. Os problemas mentais, na opinião da família, teriam mesmo levado ao facto dela ter praticado o tráfico de estupefacientes sem compreender que estava a praticar um crime.

Na altura, ao jornal Ponto Fi-nal, Pedro Redinha assumiu a sua preocupação sobre o estado físico e

psicológico da jovem. “O que mais me preocupa é que a Dulcineia – que conheço muito bem – tem um atraso mental. Não tem uma percepção muito firme da realidade que a cerca. Receio que tenha sido utilizada.”

Até se conhecer a moldura penal a que seria sujeita, os advogados chegaram a apresentar uma série de relatórios médicos às autoridades do Nepal para comprovarem a sua debilidade. Se em criança, Dulcineia Fernandes teve uma malária “for-tíssima” que lhe causou problemas psiquiátricos, a portuguesa sofria ainda de uma tuberculose intestinal.

A família disse acreditar que foi o marido de Dulcineia Fernandes, um nigeriano do qual ninguém sabe o paradeiro, a principal influência para o crime de tráfico. “Desconfio que foi o próprio marido que a enta-lou”, disse na altura José Carvalho e Rego, padrasto da jovem. Dulcineia, nascida em Luanda, casou com o nigeriano que a fez sair de casa.

Depois de detida, só a Interpol conseguiu descobrir o paradeiro da jovem. À época, foi Manuel Cansado de Carvalho, ex-cônsul--geral de Portugal em Macau, que estabeleceu contacto com o cônsul honorário em Katmandu.

No Nepal, Dulcineia chegou a receber a visita dos dois advogados, que lhe levaram mantimentos bá-sicos para ter melhores condições de vida na prisão. A família chegou a pedir ajuda para se deslocar ao país. Ponto de passagem para um qualquer destino, o Nepal acabaria por ser a última morada para a rapariga naturalizada portuguesa em Macau.- *com Lusa

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6 sociedade hoje macau segunda-feira 7.10.2013

A Universidade de São José (USJ) vai lançar, em meados deste mês, cursos especializados

em português, incluindo na área jurídica, executando o papel de Macau como ponte entre a China e os países de língua portuguesa.

O dia 15 de Outubro figura como “ponto de partida” para o lançamento de uma série de cursos cobrindo três grandes áreas: o por-tuguês jurídico, o administrativo e o voltado para o jornalismo, disse à agência Lusa a coordenadora de Língua Portuguesa da USJ, Vera Borges.

Os cursos vão ser criados sob a alçada do departamento de Edu-cação Contínua da USJ, conduzido por Emil Marques, para quem é evidente a “necessidade de se apostar mais na área do português profissional” para o desenvolvi-mento de contactos, aproximação e negócios com o universo da lusofonia. “No futuro, esta figura como a vantagem de Macau: Se não houver recursos humanos nestas áreas, o papel de Macau vai desa-parecer”, defendeu Emil Marques à Lusa, explicando que os cursos,

HÁ novos desenvolvimentos no caso de conflito que proprieda-

de que envolve a estância de madeira Lei Seng e a Associação de Benefi-cência Tung Sin Tong, dirigida pelo deputado José Chui Sai Peng, primo do Chefe do Executivo. Segundo a imprensa chinesa, os responsáveis pela estância de madeira realizaram na passada sexta-feira uma confe-rência de imprensa onde assumiram que existe um novo recurso junto do Tribunal de Última Instância (TUI), sendo que o julgamento deve acon-tecer dentro de três meses.

Recorde-se que em Maio último, o Tribunal de Segunda

Instância (TSI) determinou que a associação de Chui Sai Peng tem o direito de posse sobre dois terre-nos agrícolas que albergam neste momento a estância de madeira. O TSI negou, contudo, o pedido da as-sociação quanto às compensações por perdas financeiras e atrasos no desenvolvimento de projectos. Iong Lao Tsing, responsável da estância de madeira, garantiu que no passado dia 13 de Setembro o advogado da associação exigiu a sua saída do lugar, mas a dona recusou e insistiu na posse do terreno. Aguardam-se agora novos desenvolvimentos pela via judicial.

O S depósitos dos residen-tes de Macau aumenta-ram 20,5% em Agosto,

face ao período homólogo do ano passado, totalizando 410,8 mil milhões de patacas, de acordo com dados oficiais divulgados.

Segundo estatísticas publica-das pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), em termos mensais, os depósitos dos resi-dentes registaram um crescimen-to de 2,1%.

Já os depósitos de não re-sidentes ascenderam a 161 mil milhões de patacas, traduzindo um aumento de 38,9% compara-tivamente a Agosto de 2012 e de 3,6% face a Julho.

De acordo com dados da AMCM, os depósitos do sector público totalizaram 255,8 mil mi-lhões de patacas em Agosto, mais 21,7% face a igual mês do ano passado e 3,7% em relação a Julho.

O total dos depósitos da ac-tividade bancária expandiu-se 2,8% face a Julho para 633,6 mil milhões de patacas, com os denominados em patacas a cor-responderem a uma proporção

UNIVERSIDADE DE SÃO JOSÉ LANÇA CURSOS ESPECIALIZADOS EM PORTUGUÊS

Ensinar a língua de Camões

abertos a diferentes públicos, não se circunscrevem apenas às “gentes de Macau” servindo todos os que têm interesse no mundo da luso-fonia, como sejam advogados do interior da China.

Em paralelo, a USJ vai minis-trar o curso básico de língua por-tuguesa, à semelhança dos organi-zados no verão, estando previsto já também, neste momento, o de

nível B1, em conformidade com o Quadro de Referência da União Europeia, para os que passaram o primeiro estágio. “Estes cursos revestem-se de maior importância para nós porque vamos poder certificar os nossos alunos para além daquilo que já poderiam obter”, sublinhou Vera Borges, ao adiantar que a USJ pondera “passar a funcionar como um cen-

tro de exame de Português língua estrangeira”, operando, de forma articulada, com o CAPLE (Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira), de Lisboa. “Há um encontro de vontades, toda uma equipa muito concentrada. Apos-tamos muito porque sentimos que há um interesse verdadeiro pelo português, que não é algo que se tenha de trabalhar”, advogou Vera

Borges, para defender que basta “apanhar o vento que sopra neste momento porque as embarcações estão já todas no porto prontas para largar”.

Com uma panóplia de cursos a funcionar em simultâneo e uma “comunicação muito boa” entre os docentes que vão ministrá-los pode-se “tirar o máximo rendi-mento”, frisou a docente da USJ, estabelecimento instituído pela Diocese de Macau e pela Univer-sidade Católica de Portugal, onde, aponta, se verifica um “entusiasmo muito grande” em trabalhar con-juntamente o ensino do inglês, mandarim e do português.

Os cursos, divididos por módu-los, vão funcionar em regime pós laboral, duas vezes por semana. A inscrição em cada um dos cursos, com uma duração total de 30 horas, custa 2.250 patacas.

Segundo adiantou Emil Mar-ques, os cursos vão ser abrangidos pelo Programa de Desenvolvi-mento e Aperfeiçoamento Contí-nuo do Governo de Macau, criado em 2011.

Ao abrigo deste plano, todos os residentes, com idade igual ou superior a 15 anos, têm direito a um subsídio de 5.000 patacas para frequentar cursos ou exames de credenciação em instituições acre-ditadas pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, uma verba que pode ser gasta total ou parcial-mente até ao final deste ano. - Lusa

Estância de madeira Lei Seng recorre ao TUI DEPÓSITOS DOS RESIDENTES AUMENTARAM 20,5 % EM AGOSTO

A poupança: segunda ronda

de 20,1% e os designados em dólares de Hong Kong a 45,3%.

Já os empréstimos internos ao sector privado cresceram 28,4% em termos homólogos e 3,3% em termos mensais, cifrando-se, em Agosto, em 240,8 mil milhões de patacas, com a pataca a ocupar um ’peso’ de 31,4% e o dólar de Hong Kong de 58,4%.

Os empréstimos ao exterior

cresceram, por seu turno, 23,8% face a Agosto de 2012 e 0,2% em relação a Julho, atingindo 267 mil milhões de patacas.

Além da pataca e do dólar de Hong Kong, para fora de Macau a preferência estava centrada noutras moedas com créditos concedidos no valor equivalente a 203,7 mil milhões de patacas, se-gundo as estatísticas da AMCM.

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7 sociedadehoje macau segunda-feira 7.10.2013

RITA MARQUES [email protected]

É o primeiro evento do género organizado por um organizador local, a Feira de

Jogo de Macau (Macao Gaming Show - MGS , na sigla inglesa) vai ter lugar na CotaiExpo, no Venetian, entre os dias 14 e 16 de Novembro. Estão já con-firmados perto de oitenta expositores, entre os quais, mais de duas dezenas per-tencentes a empresas com sede ou escritórios locais - que recebem incentivos do Instituto de Promoção do Comércio e do Investi-mento de Macau (IPIM) - e uma massiva participação de junkets. “O espaço de exposição para promotores de jogo (junkets) está pra-ticamente esgotado. É uma oportunidade para melhora-rem a sua reputação, atraí-rem mais talentos e verem neste evento uma hipótese de expandir o negócio”, frisou Virgil Chan, director de operações da MSG, numa conferência de imprensa de apresentação do evento no Macao Business Suport Center.

Por essa razão, acredita, esta pode ser uma ocasião pioneira para os junkets mostrarem que são “um gru-po profissional” e, desta for-ma, por meio de promoção, recrutarem mais pessoas mas também atraírem novos investidores. “Os junkets estão a ser certificados e es-tão a contratar gerentes com MBA’s”, salienta. “Existem também junkets de menor dimensão e que trabalham a título individual que tal-vez queiram trabalhar com operadores maiores e esta

Os junkets estão a ser certificados e estão a contratar gerentes com MBA’s. Existem também junkets de menor dimensão e que trabalham a título individual que talvez queiram trabalhar com operadores maiores e esta pode ser uma oportunidade senão souberem onde os encontrarVIRGIL CHAN director de operaçõesda Macao Gaming Show

São chamados à primeira feira de jogo organizada localmente muitos operadores de jogo e, nomeadamente, construtoras de equipamentos na indústria. “Estão confirmadas os cinco maiores fabricantes de ‘slot machines’”, diz Virgil Chan, director de operações da Feira de Jogo de Macau. Mas ao território vêm também muitos promotores de jogo e participam mais de duas dezenas de expositores de empresas sediadas ou com escritórios em Macau

FEIRA DE JOGO DE MACAU ESTREIA-SE ENTRE OS DIAS 14 E 16 DE NOVEMBRO

“Espaço para junketsestá praticamente esgotado”

PEDIDO ESTUDO AO IPMApesar de não ser conhecido o programa do MSG, Virgil Chan adianta que foi pedido pela organização um estudo ao Centro IPM-Melco de Investigação em Tecnologias de Informação no Jogo, do Instituto Politécnico de Macau (IPM), sobre o futuro do jogo em Macau. “Pedimos-lhes que nos fizessem um estudo como parte da conferência para o estudo do jogo em Macau mas não sei se irão tocar na questão da renovação das licenças”, respondeu à comunicação social o director de operações da MSG.

pode ser uma oportunidade senão souberem onde os encontrar.”

A Associação de Fabri-cantes de Equipamentos de Jogo de Macau (MGEMA, na sigla inglesa) é o orga-nizador do evento sob o tema “Manter o pulso com

o mercado asiático” tendo arranjado um “programa especial” para atrair as Pequenas e Médias Empre-sas (PME’s) locais para se juntarem à MGS. A ideia, explica a organização, é criar uma marca “Made in Macao” para o evento. De resto, à MGEMA cabe a promoção do desenvolvi-mento tecnológico criado pelos fabricantes locais, o estabelecimento de uma plataforma para os produtos locais e a procura de oportu-nidades de cooperação entre fabricantes locais e estran-geiros. “O subsídio é muito importante para muitas des-tas empresas. É uma grande atracção para a exposição comercial, vamos fazer o que pudermos para ajudá-los a candidatar-se. Fazemos o que podemos para ajudar nos negócios entre estas empresas”, salienta Chan, sem explicitar o montante de apoio financeiro.

Confirmada está já a

presença dos “cinco maiores fabricantes de ‘slot machi-nes’”, garante o responsá-vel.” “Estamos satisfeitos que no primeiro evento haja tanto apoio dos grandes marcas de ‘slot machines’. E também chineses e vêm sete ou oito empresas japonesas

e muitas estão a promover uma máquina de jogo japo-nesa. Mas haverá também programas e elementos fora

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do âmbito do mercado de jogo”, esclareceu Chan.

A ORGANIZAÇÃO O evento, preparado com um ano de antecedência, irá coin-cidir, propositadamente, com as datas do Grande Prémio de Macau, em Novembro - pro-porcionando uma “atracção extra” aos participantes e visitantes - acreditando a or-ganização que este é um mês importante para os operadores

de casino já que é quando finalizam o orçamento do ano seguinte. Segundo informa, o MGS oferece aos gerentes e responsáveis de casinos a oportunidade de experimentar os últimos modelos de equipa-mentos e serviços e, por outro lado, mostra-se uma óptima ocasião para as PME’s ten-tarem penetrar neste grande mercado do jogo.

Com a presença de seis diferentes segmentos da in-

dústria de jogo, o evento vai contar com mais de 6000 visitantes, segundo aponta a comissão organizadora, num espaço que poderá vir a acolher 100 expositores em 10 mil metros quadrados. O programa só estará disponível online (www.macaogamin-gshow.com) no início da próxima semana mas, sabe-se já, vai contar com cerca de 15 oradores provenientes de diferentes países.

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8 hoje macau segunda-feira 7.10.2013CHINA

A China emprega dois milhões de pessoas para manter controlado o uso da Internet pelos

cidadãos, segundo um órgão de comunicação social estatal, no raro vislumbre ao mundo secreto da vigilância ‘online’ chinesa.

Muitos dos funcionários rea-lizam simplesmente buscas por palavras-chave para monitorizar as dezenas de milhões de mensagens que são colocadas diariamente nas redes sociais e nos ‘sites’ na Inter-net, segundo o jornal Beijing News.

As autoridades de censura da China controlam firmemente os conteúdos ‘on-line’, por medo de instabilidade política ou social que

A elevada contaminação e neblina que se registam em Pequim obrigaram

ontem a cancelar 13 voos que partiam da capital chinesa e for-çar 29 chegadas a derivar para aeroportos próximos, informou

A S autoridades chinesas li-bertaram este sábado a fa-mosa activista Ni Yulan,

paralítica devido a maus tratos da polícia em 2002, depois de dois anos e seis meses de cadeia por “incitar distúrbios”, revelou uma organização não-governamental de Direitos Humanos.

Segundo a “Chinese Human Rights Defenders”, Ni Yulan, de 52 anos, e o seu marido Dong

Jiqin, foram detidos em Abril de 2011 depois de terem sido desalo-jados da sua própria casa e ajudar gratuitamente outras vítimas de expropriações e corrupção, casos pelos quais o casal foi acusado de incitar a violência e de fraude.

Em Abril de 2012 foram con-denados a 24 e 30 meses de cadeia por, entre outros crimes, danificar intencionalmente propriedades privas e públicas, como refere a

sentença de um tribunal de Pequim. Ni Yulan foi libertada sábado do centro de detenção de Xicheng depois de cumprir a sua pena, refere o “Chinese Human Rights Defenders”.

Amigos activistas da famosa ad-vogada fizeram circular na Internet uma fotografia de Ni Yulan a sair da cadeia acompanhada de outras mulheres e, aparentemente, bem de saúde, embora mais magra.

Nível máximo de alerta devidoa aproximação de tufão A agência meteorológica chinesa activou sábado o alerta vermelho, o mais elevado da sua escala, devido à aproximação do tufão Fitow, que deverá atingir o continente na noite de domingo ou na manhã desta segunda-feira, segundo a agência Nova China. As autoridades elevaram, assim, a gravidade do alerta laranja emitido na noite de sexta-feira. Na tarde de sexta-feira, o centro do Fitow, o vigésimo tufão que afecta o país este ano, estava a cerca de 680 quilómetros a este da capital da ilha de Taiwan. O Fitow, cujo centro avança a uma velocidade de cerca de 15 quilómetros por hora, deverá chegar a terra entre a província de Zhejiang e a de Fujian, sendo acompanhado de ventos muito fortes e elevada precipitação. O centro meteorológico chinês pediu às autoridades locais e aos habitantes daquelas regiões para estarem atentos e seguirem as instruções que vão sendo comunicadas.

DOIS MILHÕES DE PESSOAS A MONITORIZAR A INTERNET

O mundo secreto da vigilânciapossa desafiar o poder do Partido Comunista no poder.

Os “polícias da Internet” são trabalhadores do braço de propa-ganda do Governo, bem como de ‘sites’ comerciais, noticiou Beijing News.

O jornal afirmou ainda que, apesar do seu grande número, estes polícias nem sempre são capazes de prevenir comentários considerados indesejáveis pelo Governo.

Nos últimos anos, as autorida-des proibiram as populares redes sociais Facebook e Twitter, que foram fundamentais para a onda de protestos que aconteceram no Médio Oriente e no Norte de África no final de 2010 e 2011, no que

CONTAMINAÇÃO DO AR CANCELA VOOS EM PEQUIM

Sem visibilidadeFAMOSA ACTIVISTA NI YULAN FOI LIBERTADA

Ao fim de dois anos e meioa estação oficial chinesa CCTV. As condições atmosféricas de Pequim e outras zonas do norte da China devem-se à “densa neblina” na versão oficial das autoridades, mas medições da qualidade do ar feitas por outras fontes como a embaixada norte-americana in-dicam que a capital chinesa tem um nível de contaminação do ar “perigoso”, tendo aconselhado os seus nacionais a não realizarem actividades ao ar livre.

Além do cancelamento de voos, foram ainda cortadas dezenas de auto-estradas inter-provinciais, en-tre elas algumas estradas que ligam Xangai a Pequim ou a Harbin, no norte do país.

As medidas coincidem com o sexto e penúltimo dia da “Semana Dourada” durante a qual o país celebrou os 64 anos da implantação da República Popular e na qual mi-lhões de chineses aproveitaram para férias, iniciando agora o movimento de regresso.

De acordo com a Xinhua, a visibilidade na capital é inferior a mil metros no centro da cidade, caindo para entre 250 a 500 metros junto ao aeroporto, localizado nos arredores.

ficou conhecido como Primavera Árabe.

No último ano, bloquearam também o jornal The New York Times, depois de este ter citado acusado o ex-primeiro-ministro chinês Wen Jiabao de ter acumu-lado uma enorme fortuna enquanto esteve no Governo.

As autoridades detiveram também centenas de pessoas por espalharem “rumores” ‘online’ e advertiu os detentores de blogues com milhões de seguidores para colocarem comentários mais positivos.

O Supremo Tribunal disse já este mês que os utilizadores da Internet poderiam enfrentar até três anos de prisão se colocassem informação “caluniosa” na Internet que seja vista por mais de 5.000 vezes ou encaminhada mais de 500 vezes.

A China tem mais de 500 mi-lhões de utilizadores de Internet, a maior população ‘online’.

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As empresas instaladas na nova zona poderão actuar com a livre conversibilidade da moeda chinesa, o yuan, e a flutuação das taxas de juros segundo o mercado – ac-tualmente estão sob o jugo do Banco Popular (o Banco Central chinês). É o início do caminho para que Xangai rivalize com Hong Kong, o principal centro financeiro asiático e para onde os próprios chineses correm quando querem arrecadar fundos globais e onde o yuan encontrou terreno para transacções offshore

O ESSENCIAL

chinahoje macau segunda-feira 7.10.2013

É numa área de pouco menos de 29 qui-lómetros quadra-dos que a China

experimentará as reformas económicas que, acredita, manterão a robustez do seu crescimento. A aposta é no sector de serviços e na atracção de investimento estrangeiro, e para isso foi criada a Zona de Livre Co-mércio de Xangai, aberta no domingo 29 de Setembro, um dia antes dos 64 anos da fundação da República Popular – que também se lê como a chegada do Partido Comunista ao poder.

As empresas instaladas na nova zona poderão actuar com a livre conversibilidade da moeda chinesa, o yuan, e a flutuação das taxas de juros segundo o mercado – actualmente estão sob o jugo do Banco Popular (o Banco Central chinês). É o início do caminho para que Xangai rivalize com Hong Kong, o principal centro fi-nanceiro asiático e para onde os próprios chineses correm quando querem arrecadar fundos globais e onde o yuan encontrou terreno para transacções offshore.

Se o modelo funcionar em Xangai, pode-se espalhar pelo país, e daí a aposta de que o actual movimento seja tão importante como a po-lítica de reforma e abertura adoptada por Deng Xiaoping no final da década de 1970.

Há 40 anos, a China dava os primeiros passos rumo à industrialização, apostando numa produção de baixa complexidade garantida pela então mão de obra não especializa-da, barata e abundante. O projecto piloto apadrinha-do por Deng começou na Zona Económica Especial de Shenzhen e alastrou-se pelo país. O resultado está aí, a China ostenta hoje o título de segunda economia mundial.

Nestas quatro décadas não foi só o status do país que mudou. Os trabalhadores ainda são um contingente considerável. Mas esta é uma das únicas caracterís-ticas comuns àqueles que serviram de motor para catapultar a então nação de camponeses à categoria de fábrica mundial. Hoje

ZONA DE LIVRE COMÉRCIO DE XANGAI JÁ CONCENTRA 36 EMPRESAS E MAIS DE MIL NEGÓCIOS

A nova reforma chinesa está em curso

têm salários mais altos – de pelo menos cerca de 2000 patacas em cidades como Pequim, Xangai e Shenzhen –, mais de 94% dos adultos são alfabetizados (dados da UNESCO para 2011) e 30% dos estudantes chegam ao Ensino Superior.

MAIS CONSUMISMOO que quer isto dizer? Um batalhão de novos consu-midores – que precisam também de trabalho. Desde o abalo provocado pela crise norte-americana e europeia de 2008, a China percebeu que o seu modelo expor-tador estava com os dias contados. Jogou todas as fichas no investimento em infra-estruturas como forma de fazer a máquina girar. Mas sabia que precisava mais. Não é exactamente uma novidade que o objec-tivo é aumentar o consumo interno. Mas para o plano dar certo, faltava algum alicerce a fim de suportar os mil milhões de chineses que devem fixar residência

nas cidades até 2030. Daí a importância desta nova zona livre e o foco no sector de serviços.

O padrinho é o actual pri-meiro-ministro, Li Keqiang. “A China está num momento crucial de reestruturação e modernização da economia, e enfrenta diversas dificulda-des e desafios. Mas vamos superá-los para aprofundar as reformas, a fim de garantir um crescimento económico sólido, sustentável e de lon-go prazo, além de progresso social” afirmou Li durante recepção junto à cúpula do poder chinês no dia 1.º de Outubro, o aniversário de 64 anos e o dia seguinte ao lan-çamento do novo modelo.

PIONEIROSA nova região já concen-tra 36 empresas, entre as quais multinacionais como a Microsoft e a Porsche. Do sector financeiro são 11, mas apenas dois bancos estrangeiros, o Citibank e o DBS. Quatro dos principais bancos chineses abriram

filiais – e acredita-se que queiram reforçar a carteira de clientes internacionais.

Quem se adiantou espera apropriar-se das vantagens do novo modelo. São 18 sectores preferenciais – subdivididos em mais de mil negócios diferentes. Entre estes estão serviços em saúde e educação, além de tecnologia e logística. Agora, o que os especialistas comemoraram mesmo foi o lançamento de uma lista de negócios proibidos dentro da zona, divulgada dois dias depois da abertura do

projecto. Estrangeiros não podem actuar como agência de notícias, provedor de internet, entre outras áreas. O alívio é a regra torna-se clara, o que nem é sempre o caso na intricada burocracia chinesa. O engessado siste-ma chinês, é, aliás, um dos pontos fracos para os críticos da nova região.

UMA APOSTA DE FUTUROEm comunicado, o econo-mista do Merrill Lynch na China Ting Lu disse que “a importância da nova região certamente suplantará a de

outras já implantadas na China”, mas acrescentou que ainda falta muito para ser um verdadeiro compe-tidor para Hong Kong ou um gerador de mudanças para todo o país. Segundo o economista, faltam à China reformas legais e administrativas antes de que o país modernize ou liberalize os seus sistemas financeiro e económico.

Quem vê com olhos po-sitivos acredita que o passo é tão importante quanto o de Deng ou quanto a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001. Pelo menos essa é a opinião da investigadora do Centro China para Intercâmbios Económicos Internacio-nais, Zhang Monan, que também acredita que a região possa atrair centros internacionais de pesquisa e desenvolvimento, derru-bando mitos de que a China produz apenas cópias. E será um centro de atracção e retenção de talentos.

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10 hoje macau segunda-feira 7.10.2013CPLP

F ALTAM uns meses para que Timor-Leste assuma as rédeas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

(CPLP), mas pela vontade do seu primeiro-ministro, Xanana Gusmão, as mudanças têm ou deveriam, pelo menos, de ser muitas.

Em declarações citadas pela agência Lusa, Xanana afirmou que a CPLP é incapaz de ir além de questões como a história ou a língua, reclamando um “cariz mais

TIMOR-LESTE LIDERA CPLP EM 2014. XANANA GUSMÃO EXIGE MUDANÇAS

“Cada um só olha para a ponta dos seus sapatos”

económico” para a organização. “Dizemos que há um cordão umbi-lical linguístico entre nós, mas cada um só olha para a ponta dos seus sapatos”, disse Xanana Gusmão, que reclama um “plano estratégico para desenvolver parcerias estratégicas entre os membros” lusófonos.

“Nós juntamo-nos para falar sobre convenções da CPLP, sobre isto ou sobre aquilo que não tem impacto real na vida das popula-ções. Falamos de língua, vivemos

a história e a CPLP ficou uma instituição (..) grande, mas sem capacidade de produzir algo de diferente”, afirmou o primeiro--ministro de Timor-Leste.

“Ficarmos a olhar para o passa-do a dizer que temos uma história comum e uma cultura comum não dá”, disse, considerando que essa posição coloca todos os países--membros “saudosistas no tempo e entalados cada um a ver o seu corredor”.

Timor-Leste vai assumir, pela primeira vez, em Julho do próximo ano, a presidência rotativa da CPLP, durante a cimeira da organização que vai decorrer em Díli.

GLOBALIZAÇÃO POR COMPREENDERPara o primeiro-ministro timorense, os estados-membros da organização não se aperceberam que a globali-zação trouxe desafios maiores e o caminho é agora entrar no “mercado e no comércio internacional”.

Para o novo mandato, Xanana quer dar um “cariz económico” à organização: “Queremos mudar a face da CPLP para uma comuni-dade de países com investimentos estratégicos, aproveitando o ‘know--how’ de um país, as necessidades de outro e aproveitando a capacidade financeira de outro”. “Estamos colo-cados em todo o mundo”, isso não pode ser apenas “para contarmos o número da população e dizer que o português tem de ser uma língua da

O primeiro-ministro timorense quer que a economia também sirva de união aos países falantes de português. Em Julho do próximo ano, o país assume os destinos da histórica organização

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11 cplphoje macau segunda-feira 7.10.2013

P RESTES a assumir os destinos da CPLP, Timor-Leste é hoje um

país onde a criminalidade não pode estar dissociada do facto de muitos estarem sem emprego. O problema foi reconhecido por Xa-nana Gusmão. “Há muito desemprego no país, o que é a base de muita crimina-lidade aqui, nomeadamente assaltos”, afirmou Xanana Gusmão, que acumula as pastas da Defesa e Segu-rança em Timor-Leste. Nas declarações à Lusa, o primeiro-ministro pediu às pessoas para continuarem a confiar na “vigilância das autoridades locais, co-munitárias e das forças de segurança em geral”.

“A criminalidade é um desgaste social desta juven-tude que não tem emprego”. Reconhecendo que são “problemas” sociais difí-

Queremos mudar a face da CPLP para uma comunidade de países com investimentos estratégicos, aproveitando o ‘know-how’ de um país, as necessidades de outro e aproveitando a capacidade financeira de outroXANANA GUSMÃO

TIMOR-LESTE LIDERA CPLP EM 2014. XANANA GUSMÃO EXIGE MUDANÇAS

“Cada um só olha para a ponta dos seus sapatos”

ONDE O DESEMPREGO E A CRIMINALIDADE ANDAM JUNTOS

Um pau de dois bicos

Ficarmos a olhar para o passado a dizer que temos uma história comum e uma cultura comum não dá (...) saudosistas no tempo e entalados cada um a ver o seu corredorXANANA GUSMÃO

ONU”, salientou, reclamando uma mudança de política dos governan-tes lusófonos. “Podemos investir em muitos lados. Porque é que a CPLP não olha para oportunidades de investimento, porque é que não define essas coisas?”.

Pelo contrário, agora, “estamos cada um no seu quintal a olhar um para o outro e a cumprimentar em português ‘olá, bom dia como está’”, ironizou. Por isso, prometeu, “a presidência da CPLP em Timor vai ter um cariz mais económico”, propondo um consórcio para investi-mentos estratégicos. Para o chefe do governo timorense, a CPLP, “nesta época difícil da globalização”, tem de aparecer como uma comunidade que pode gerir os seus próprios inte-resses, com “maior coesão, unidade e cooperação”.

Sobre a eventual adesão da Guiné-Equatorial à CPLP, Xanana considera que a candidatura deve ser ponderada por todos os países, mas não esclareceu qual a sua posição. No entanto, “se nós não começarmos já a ver a comunidade a olhar para o sector económico vamos morrer” e “vamos ficar sem força”, avisou o governante timorense. - A.S.S. com Lusa

ceis, o primeiro-ministro espera também apoio da sociedade civil para pro-mover a integração. “Temos também um pequeno pro-blema de venda de drogas em pequena escala o que pode produzir efeitos desas-trosos em certas camadas da juventude”, reconheceu o governante timorense.

Desde a semana passa-da, e após uma série de in-cidentes em Díli, a Polícia Nacional de Timor-Leste começou a patrulhar inin-terruptamente as ruas da capital. A polícia timorense está também a realizar ope-rações de controlo rodoviá-rio, principalmente durante a noite, tendo apreendido

centenas de motorizadas e veículos sem documentos.

O RELATÓRIO MAHEINUm relatório da Fundação Mahein - Monitorização, Pesquisa e Advocacia do Sector de Segurança divul-gado quinta-feira destaca que o crime em Timor--Leste está aumentar, nomeadamente os roubos, homicídios e agressões sexuais. “Inicialmente pa-recia que as mulheres é que eram os alvos, mas agora é claro que os criminosos escolhem vítimas indis-criminadamente”, refere o documento.

Segundo o relatório, os incidentes registados

crime organizado. “Como resultado, o Estado ficará apto para prevenir a curto e longo prazo as consequên-cias do crime organizado e capaz de aconselhar os ato-res de Estado em respostas efectivas ao crime”, refere o documento. O relatório recomenda igualmente um aumento da presença e visibilidade das forças de segurança e que os chefes de suco possam monitori-zar as pessoas e reportar actividades suspeitas à polícia.

A Fundação Mahein sugere também um maior envolvimento dos mem-bros do governo, nome-adamente da Educação, Juventude e Desporto, Solidariedade Social, Tra-balho, para prevenir que os jovens sejam recrutados para as redes de crime organizado. -A.S.S. com Lusa

recentemente na capital são feitos por criminosos organizados em redes com-postas por várias camadas, desde os “intelectuais”, que dão a instrução, fundos e treino”, até às “equipas de execução”, que operam principalmente em Díli. Kibata, Monster, Dewa Ma-buk e Mager são os nomes de algumas das “equipas de execução”, que, segundo o relatório, são disciplinadas e financiadas por terceiros.

No relatório, a Funda-ção Mahein recomenda ao governo para fortalecer a capacidade nacional dos serviços de inteligência, para que possam monito-rizar e melhor entender o

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12 publicidade hoje macau segunda-feira 7.10.2013

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13hoje macau segunda-feira 7.10.2013 VIDA

U MA mutação genética ocor-rida há entre 30.000 e 50.000 anos, depois da saída do

Homo sapiens de África, pode ser a causa de os europeus terem a pele clara, segundo uma investigação coordenada por Santos Alonso, da Universidade do País Basco.

Feito com base em mais de 1000 pessoas de diferentes zonas de Espanha, o estudo foi publicado na revista Molecular Biology and Evolution.

Os autores do trabalho expli-cam que o facto do ser humano ter uma pele mais ou menos escura e uma determinada cor de cabelo é definido, em parte, pelo gene MC1R, cuja evolução no Sul da Europa foi estudada pela equipa e onde ainda hoje é dominante. Este gene, que regula a síntese da melanina, que pigmenta a pele, é muito mais diversificado nas populações euro-asiáticas do que nas africanas.

Os investigadores calculam que a mutação, associada à pele clara e aos cabelos louros ou rui-vos, surgiu há 30.000 a 50.000 anos, ou seja, depois da saída de

GENÉTICA MUDANÇA PERMITIU ADAPTAÇÃO A AMBIENTES COM MENOS RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

Pele clara deve-se a mutação com mais de 30 mil anos

África do Homo sapiens e que a mudança pode ter sido muito benéfica para a adaptação ao novo ambiente, dado que a pele clara facilita a síntese da vitamina D, o

que é necessário num meio onde a radicação ultravioleta é menor, em comparação com África. “Os nossos dados reforçam esta ideia, mas deve continuar-se a investi-

gar”, disse Santos Alonso, citado pela agência espanhola EFE.

No entanto, esta mutação tam-bém está associada a uma maior susceptibilidade ao melanoma, o

tipo de cancro de pele mais peri-goso. “A vitamina D é necessária para o crescimento, é muito impor-tante para a mineralização óssea adequada e o desenvolvimento do esqueleto, enquanto o melanoma é uma doença que aparece no período pós-reprodutivo”, disse a investigadora Saioa Lopez, da equipa.

“A evolução parece favorecer a despigmentação à custa de um maior risco de sofrer de mela-noma”, referiu a investigadora, considerando ser este “o preço a pagar para garantir a sobrevivência da [nossa] espécie”.

Os investigadores calculam que a mutação, associada à pele clara e aos cabelos louros ou ruivos, surgiu há 30.000 a 50.000 anos

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14 hoje macau segunda-feira 7.10.2013CULTURA

“S OU como uma planta. Nasci e cresci no mes-mo sitio. Saí da

China pela primeira vez com 37 anos. Até essa al-tura não sabia como era o mundo. Mas quando o vi, o que me surpreendeu foi que em todos os lugares descobria semelhanças com a minha cidade, Hangzhou. Estava nas ruas italianas. Hoje, volto a descobri-las nas ruas de Segóvia”. A arquitecta Lu Wenyu (1966) deu uma palestra no fim de semana no Festival Hay. Foi a primeira vez que falou em público. E falou com tanta consistência e paixão que parecia ter passado a vida a fazê-lo. Na realidade, dá aulas há 12 anos. Fundou em 1998, com o marido, prémio Pritzker, Wang Shu, o estú-dio Amateur Architecture. Três anos depois fundou uma escola de arquitectura na sua cidade, no leste da China. “Pouco podes fazer com um edifício. Dar au-las era a única maneira de multiplicar o impacto do que nos parece fundamen-tal: não destruir a China. A globalização começou há séculos, pelo que devemos acrescentar e não destruir. No meu país as aldeias anti-gas são destruídas, por isso decidimos trabalhar com os restos, decidimos construir a partir dessa destruição”.

N A Suíça, um quadro pertencente a uma família italiana,

escondido num cofre de um banco, foi autenticado como uma obra rara e autêntica de Leonardo da Vinci. As provas de data-ção com carbono dizem tratar-se do retrato de Isa-belle d’Este que se julgava perdido e que terá mais de 500 anos.

Segundo o suplemento semanal Sette, integrado no jornal italiano Corrie-re della Sera, o quadro inédito tem as dimensões de 61 x 46,5 centímetros e representa o perfil de Isabelle d’Este, marquesa de Mantoue e proprie-tária de uma colecção de arte extraordinária.

Encontrado agora no cofre de uma das suas familiares, que já soma mais de 400 pinturas coleccionadas e herdadas dos antepassa-dos, o quadro é “uma fiel transposição do célebre esboço preparatório expos-to no Museu do Louvre, em Paris, que, até agora, era a única prova da sua existência”.

Carlo Pedretti, especia-lista na obra de Leonardo da Vinci refere que o quadro reflecte “o estilo excepcional” do génio re-nascentista. Com esta nova autenticação, o número de pinturas atribuídas a Leonardo da Vinci (1452-1519) sobe para quinze, entre as quais se encontra a famosa Gioconda.

CHINESA LU WENYU RECUSOU EM 2012 O NOBEL DA ARQUITECTURA ATRIBUÍDO AO SEU MARIDO WANG SHU

A arquitecta escondida

DESCOBERTO QUADRO INÉDITO DE LEONARDO DA VINCI

Escondido num cofre na Suíça

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Autores do Museu de Ningbo, construído em parte a partir dos restos de outros edifícios, estão há 25 anos juntos: “convertemo--nos num só”. E também é juntos que trabalham no seu pequeno estúdio e foi juntos que fundaram a escola de arquitectura dessa cidade, mas apenas Wang Shu recebeu o prémio Pritzker o ano passado. “Wang Shu não achou justo. E insistiu em partilhá-lo, mas não quis”. E dá duas razões. A primeira: “quero ter uma vida e prefiro passá-la com o meu filho. Na China perdes a vida se te tornas famoso. Não aceitaria dar nenhuma entrevista. Nem lá, nem em nenhum país de língua inglesa”, explica depois de assegurar que esta é a sua primeira entrevista.

A segunda é que a sua arquitectura “é a que ele sempre quis fazer. Eu que-ria ser bióloga, no sou uma arquitecta por vocação, fui convencida”. Então a ideia de construir a partir da destruição é do seu marido?

que arquitectos, quando eu comecei havia apenas 10% de mulheres. Mas tenho de me manter fiel com aquilo em que acredito”.

Contudo, aceitou em 2011, o prémio Schelling que reparte com o seu marido. “Sabia que não mudaria a minha vida”, diz com um sor-riso. “Estou feliz por poder fazer a arquitectura que acre-dito que ajuda a que as nossas aldeias e cidades sejam me-lhores. Estou convencida de que falar disto pode despertar o interesse de outras pessoas, mas não quero ser famosa. Se estou equivocada, o erro é o efeito secundário de tomar decisões. Se não admitimos o erro tornamo-nos pessoas monotemáticas.”

“Sim, mas tornei-a minha e espero que haja muito mais gente a fazer o mesmo. Faz sentido.”

Mas o que é melhor para si, pode não ser o melhor para outras arqui-tectas, por todo o mundo. “Pode que isso não lhes traga felicidade. Tenho consciência que na China , actualmente, existem mais mulheres arquitectas do

AVISO

Curso de Preparação para Desportista Náutico Marinheiro

As inscrições para o Curso de Marinheiro estarão abertas nos dias 7 a 16 de Outubro de 2013 (nos dias de expediente), na Secretaria da Escola de Pilotagem, Rua do Almirante Sérgio, s/nº (Largo do Pagode da Barra) Macau, das 9H00 às 13H00 e das 14H30 às 18H30.

Qualquer esclarecimento relativo ao curso, poderá ser solicitado pelo telefone 28588866 durante as horas normais de expediente.

Director da Escola de PilotagemWong Chio Fat

Page 15: Hoje Macau 7 OUT 2013 #2948

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15 culturahoje macau segunda-feira 7.10.2013

N UMA altura em que a Índia tenta encontrar uma forma de travar

a crescente onda de violên-cia contra as mulheres, dois cineastas estão a preparar um filme de Bollywood cha-mado “Matar o violador?”

O filme foi inspirado pela fatal violação colec-tiva de uma estudante na capital Nova Deli, no final do ano passado, o que motivou uma indignação generalizada e um exame de consciência nacional sobre a forma como as mulheres são tratadas na Índia.

O novo filme visa fazer com que “cada violador trema de medo antes mesmo de pensar em violar”, de acordo com a sua página no Facebook, que conta já com mais de 40 mil seguidores.

Com um orçamento modesto e um elenco em grande parte desconheci-do, “Matar o violador?” está previsto estrear em Dezembro, um ano após

o ataque em Nova Deli, no qual um grupo de seis homens atacou selvatica-mente uma estudante de fisioterapia de 23 anos e um seu amigo, num autocarro. “A brutalidade do crime abalou-me. Fez-me lembrar quão hipócrita e egoísta é a nossa sociedade. Atra-vés deste filme, queremos ampliar o debate sobre o assunto e mostrar que não há uma solução “, disse à AFP Siddhartha Jain, da iRock Films, que produziu o filme.

A estudante morreu duas semanas depois devi-do aos ferimentos internos causados durante o ataque, e quatro homens foram condenados à morte em Setembro - uma punição destinada, em parte, a dis-suadir possíveis predadores sexuais.

Apesar da onda de rai-va, que levou à criação de uma lei mais dura contra a violação, continuam a ser

relatados diariamente nos meios de comunicação so-cial indianos crimes sexuais em todo o país.

“Matar o violador? “ debruça-se sobre a forma como uma vítima desse tipo de ataque pode fazer a sua própria vingança. “Como sociedade, não temos muito respeito nem confiança no sistema le-gal, portanto se acontecer uma pessoa ser vítima de uma violação, o que faz?”, questiona o realizador, Sanjay Chhel.

“O nosso filme explora aquilo por que a rapariga passou, física e psicolo-gicamente, a sua jornada e as pessoas ao seu redor. Temos de colocar um ponto de interrogação no final do título, porque não queremos tomar uma posição legal”, disse

Os cineastas pretendem que o filme choque e inquie-te o público, mas sem ser sensacionalista.

BOLLYWOOD PREPARA FILME SOBRE A ESTUDANTE INDIANA VIOLADA POR UM GRUPO DE HOMENS

Matar o violador?

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16 hoje macau segunda-feira 7.10.2013DESPORTO

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MARCO [email protected]

A S selecções de futebol de Macau continuam a defraudar e desta feita nem foram os resultados

dentro das quatro linhas os responsáveis por colocar a representação do território nas bocas do mundo. Um inofensivo torneio triangular entre Macau, Hong Kong e Cantão na categoria de juvenis está na origem do último escândalo a deitar por terra o incipiente bom nome do desporto-rei do território. Alfred Cheung, realizador de cinema da vizinha RA-EHK que assina uma coluna de opinião semanal no jornal Apple Daily, revelou na sua última crónica que Macau teria utilizado vários atletas de forma irregular no torneio disputado na semana passada.

Cheung, cujo filho veste a camisola da selecção de Sub-14 de Hong Kong, colocou em causa a idade e a complei-ção física de alguns dos jogadores que representaram a selecção do Lótus na competição, acusando a representação do território de fazer alinhar vários atletas com idade superior à permitida pelos regulamentos. Alarmados pelas acusações, os dirigentes da Associação

Hóquei em patins Macau sub-20derrotado por 14-0 pela Espanha

A Selecção de Macau de hóquei em patins que

participa no mundial sub-20 que sábado arrancou na Colômbia entre a perder na competição ao ser derrotada por Espanha por 14-0. “Foi um jogo que esteve sempre controlado pela Espanha que é uma séria candidata à reva-lidação do título”, começou por explicar António Aguiar, presidente da Associação de Patinagem de Macau que acompanha os jogadores locais na prova contactado telefonicamente pela agência Lusa.

Por outro lado, explicou o mesmo responsável, “Macau nunca conseguiu criar muito perigo, mas podia ter marcado em duas ou três ocasiões”. “Foi uma bela experiência e uma excelente aprendiza-gem”, disse ao salientar que os jogadores “deram tudo e dignificaram o nome de Macau, mas estão exaustos”.

Ontem, depois do fecho desta edição, Macau defron-tou a Colômbia.

O jogo de Macau marcou o início do mundial sub-20 em hóquei em patins.

Macau está presente na competição como uma formação em que apenas um jogador tinha participado numa prova internacional depois do capitão Bruno Pereira ter jogado no cam-peonato asiático.

O objectivo da Selecção de Macau é “ganhar expe-riência” em provas de alto nível e os próprios jogadores consideram um bom resul-tado se saírem da Colômbia sem ser no último lugar.

FUTEBOL SELECÇÕES JOVENS ACUSADAS DE USAR JOGADORES IRREGULARMENTE

Escolinha de batoteirosde Futebol de Hong Kong pediram ex-plicações à sua congénere do território, mas a resposta acabou por ser dada pelo Instituto do Desporto. O orga-nismo presidido a título interino por José Tavares averiguou por mote pró-prio as suspeitas lançadas por Alfred Cheung e chegou à conclusão que a Selecção de Sub-14 actuou com vários jogadores mais velhos. Melindrados pela descoberta, os dirigentes do Instituto do Desporto querem apurar responsabilidades e prometem levar o caso até às últimas consequências: “É uma situação triste e eu julgo que é de repudiar este tipo de acontecimento. É algo perfeitamente inconcebível, que não faz sentido nenhum porque Macau não tem necessidade nenhuma deste tipo de atitudes. A decisão dos responsáveis técnicos de utilizar jo-gadores acima da idade é uma decisão errada e incompreensível”, assegurou o presidente do Instituto do Desporto, José Tavares, em declarações à TDM.

No centro da polémica está Yau Kin Wai. O responsável pelas Escolinhas de Futebol Juvenil do Instituto do Des-porto foi quem inscreveu os atletas do território na competição e justificou a

utilização irregular de vários jogadores com a necessidade de cumprir ordens. Em declarações ao Apple Daily, Yau diz que recebeu indicações superiores para proceder como procedeu. Á TDM, Yau garante que nunca recebeu ordens de ninguém e recusou responsabilidades directas no sucedido: “Há vários treina-dores a trabalhar neste projecto e sempre dividimos o trabalho entre todos. Um dos técnicos estava responsável pelo envio dos atletas, pela verificação dos cartões de identidade e pela regulari-zação da lista de jogadores e eu estava responsável pela orientação da equipa dentro de campo. A especialização é clara. Li algumas notícias que dizem que eu culpo alguns dirigentes, mas eu nunca disse nada do género”, garante Yau Kin Wai.

O Instituto do Desporto já en-dereçou um pedido de desculpas às associações de futebol de Hong Kong e de Cantão e rectificou na secretaria os resultados do torneio triangular, com Macau a classificar-se na terceira e última posição, depois de ter triunfado em campo na categoria de Sub-14 e de ter terminado a prova de Sub-12 na segunda posição.

Page 17: Hoje Macau 7 OUT 2013 #2948

C I N E M A Cineteatro[ T E L E ] V I S Ã O

Pu Yi

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hoje macau segunda-feira 7.10.2013 FUTILIDADES 17

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não há volta a dar ou ainda é tempode ter esperança

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TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:30 RTPi DIRECTO17:30 Caminho das Índias (Repetição) 18:30 Contraponto (Repetição)19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:10 Caminho das Índias 23:00 TDM News23:30 Magazine Liga dos Campeões00:00 Com Ciência00:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Consigo15:00 Venezuela Contacto – 201315:35 Em Reportagem (Madeira)16:00 Bom Dia Portugal17:00 Mar de Letras17:30 Portugueses Pelo Mundo18:15 O Teu Olhar (Telenovela)19:05 Trio d´Ataque20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Venezuela Contacto - 201322:30 Portugal no Coração

30 - FOX Sports13:00 Liga Bbva 2013/14 Villarreal CF vs. Granada CF14:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Ajax Amsterdam vs. FC Utrecht16:00 Football Asia 2013/1416:30 National League Division Series A18:30 NASCAR Sprint Cup Series 2013 - Highlights19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 Liga Bbva 2013/14 Weekly Review21:00 La Liga 2013/14 Levante UD vs. Real Madrid CF22:00 FOX SPORTS Central22:30 Liga Bbva 2013/14 Weekly Review23:30 La Liga 2013/14 FC Barcelona vs. Real Valladolid

31 - STAR Sports13:00 FIM Motocross Of Nations - Highlights13:30 FIA F1 World Championship 2013 - Raceday Korean Grand Prix14:15 FIA F1 World Championship 2013 - Main Race Korean Grand Prix16:15 FIA F1 World Championship 2013 - Chequered Flag Korean Grand Prix17:00 Rebel TV 2017:30 Football Asia 2013/1418:00 Liga Bbva 2013/14 Levante UD vs. Real Madrid CF19:30 FIA F1 World Championship 2013 - Highlights Korean Grand Prix21:00 Planet Speed 2013/1421:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Motorsports@ Petronas22:30 FIA F1 World Championship 2013 - Highlights Korean Grand Prix

40 - FOX Movies11:55 Armageddon14:25 End Of Watch16:15 Kung Fu Hustle17:55 Safe19:30 The Walking Dead20:15 The Walking Dead21:00 Mr. Bean’S Holiday22:35 Shallow Hal00:30 End Of Watch

41 - HBO11:55 Snow White And The Huntsman14:00 The Trumpet Of The Swan15:15 The Jensen Project16:40 Salmon Fishing In The Yemen18:30 Madagascar 320:00 The Newsroom21:00 Boardwalk Empire22:00 Se7En00:10 28 Days

42 - Cinemax12:25 Drop Zone14:05 Unknown16:00 Spartacus19:05 Out For Justice20:35 Dead Mine22:00 Ring Around The Rosie23:30 Idle Hands

M A C A U [ S Ã ] A S S A D OUMA LOJA DE QUÊ? Foto: Facebook

• Já tínhamos ouvido falar de uma terra em Portugal, no concelho de Pedrógão Grande, que se chama Picha. Até aqui, tudo bem. Lá por perto, também no mesmo concelho, existe a Venda da Gaita. Até aqui, tudo bem. Agora, Picha em Macau é que é uma grande novidade, ainda para mais quando nos deparamos com uma loja com esse nome. O que venderá?

SALA 1ELYSIUM [C]Um filme de: Neill BlomkampCom: Matt Damon, Jodie Foster, Sharlton Copley, Alice Braga14.00, 16.00, 19.45, 21.45

GRAVITY [B]Um filme de: Alfonso CuarónCom: Sandra Bullock, George Clooney18.00

SALA 2 GRAVITY [B]Um filme de: Alfonso CuarónCom: Sandra Bullock, George Clooney14.30, 21.30

RUNNER, RUNNER [C]Um filme de: Brad FurmanCom: Justin Timberlake, Ben Affleck, Gemma Arterton16.15, 18.00

GRAVITY [B] 3DUm filme de: Alfonso CuarónCom: Sandra Bullock, George Clooney19.45

SALA 3ABOUT TIME [B]Um filme de: Richard CurtisCom: Rachel McAdams, Domhnall Gleeson, Bill Nighy14.30, 16.45, 19.15, 21.30

CARLOS DO CARMO & BERNARDO SASSETTINão é um disco de fado. Não é um disco de jazz. É uma fusão entre as personalidades musicais de Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti, recentemente desaparecido. Um reportório único traçado entre clássicos da música portuguesa e temas eternos do cancioneiro internacional. A engenharia de som ficou a cargo de Tó Pinheiro da Silva num disco gravado sem “rede”. A escolha de Carlos do Carmo, debatida com Bernardo Sassetti, fez sentido para ambos. Músicas nunca antes cantadas, tocadas ou gravadas por nenhum dos intervenientes. José Afonso, Sérgio Godinho, Fausto e Rui Veloso foram os compositores nacionais escolhidos. Violeta Parra, Léo Ferré e Jacques Brel surgem revisitados neste encontro inédito.

CARLOS PAREDES • Antologia: Uma Guitarra com Gente DentroA guitarra, as pessoas, a vida - eis aquilo que verdadeiramente contou para Carlos Paredes. A sua paixão pela guitarra era tanta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar». São lendárias as histórias da sua distracção congénita, da sua simplicidade comovente, episódios de alegrias, emoções e ternuras contados sem maldade em serões de amigos comuns.

fecundada terraberço de tantos desertos da imaginaçãoem brancas perdidas entre o lume da vida perturbadaem carências e direitos onde o raiar se omite a cada instantemágoa de sentidos epretexto de negações

nesta azáfama publicitada de desvaloresultima-se a discórdia correntemas o receio instala-se à flor da pelee nada se consegue vincar em conformidadenuma lastimosa desatenção contínuapelos enredos de baixa índole e rasteiros no seu delinear

apoquentamo-nosmas aparvalhamo-nosde grosso modoe as palavras não fazem gerar a força consistenteque permita tentar modificareste rumo de autêntica asfixia social

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18

a outra faceCARLOS MORAIS JOSÉ

hoje macau segunda-feira 7.10.2013OPINIÃO

Carta aberta aos líderes das seitas de MacauExmos. Senhores,

Bem sei que me estou a dirigir a perso-nagens de ficção porque, como todos sabem, nesta extraordinária cidade não existe crime organizado ou sequer desorganizado. No entanto, o problema que farei questão de apresentar apresenta contornos de tal modo ficcionais que não ficará mal recorrer a personagens imaginários para intentar uma solução. Trata-se da questão dos táxis e do comportamento dos respectivos motoristas.

A verdade é que quer o Governo quer as respectivas associações do sector já se declararam impotentes para resolver o pro-blema e a bandalheira continua. A semana que passou, com o afluxo de turistas do Continente, revelou-se... surreal. Bastaria a alguém tentar apanhar um táxi no centro da cidade para constatar que o caos se instalou e que os motoristas extorquem dinheiro aos clientes, com incidência nos turistas.

O truque é muito simples e está à vista de todos. Os taxistas ou não param ou abrandam o carro e interrogam os putativos clientes exigindo 300 ou 500 patacas por uma corrida. E, claro, nem um fiscal da Direcção dos Assuntos de Tráfego, nem um polícia, nem qualquer outra autoridade se encontrava nos principais locais, permitindo assim que os taxistas fizessem o que muito bem lhes apetecia. A rebaldaria atingiu proporções grosseiras e a imagem de Macau sai tre-mendamente prejudicada com esta situação.

É óbvio que o Governo sabe muito bem o que se passa. Mas, para espanto geral, esta situação arrasta-se há mais de dois anos e não acaba. Trata-se claramente de um falso Gover-no, sem poder, de uma aparência de autoridade que nem sequer os taxistas consegue meter na

Que seja por amor a Macau, pelo bom nome desta terra ou por amor à Pátria, mas urge que alguém faça qualquer coisa. O Governo... já se percebeu que não consegue controlar a situação e demite-se de encetar qualquer acção. Limita-se a assobiar para o lado. As associações profissionais de taxistas ou são cúmplices ou simplesmente não instruem os seus associados no sentido de optarem por um comportamento normal. Portanto, é bom de ver que só vós nos podeis valer

ordem. É certo que o Governo existe e todos os meses os seus membros recebem os respectivos ordenados. Mas não passam de tigres de papel. Na verdade, não têm poder para nada, como este caso confirma à exaustão.

Caros Tai-Kós (Grandes Irmãos),

Que seja por amor a Macau, pelo bom nome desta terra ou por amor à Pátria, mas urge que alguém faça qualquer coisa. O Governo... já se percebeu que não consegue controlar a situação e demite-se de encetar qualquer acção. Limita-se a assobiar para o lado. As associações profissionais de taxistas ou são cúmplices ou simplesmente não ins-truem os seus associados no sentido de opta-rem por um comportamento normal. Portanto, é bom de ver que só vós nos podeis valer.

Rogo-vos então que façais uso do vosso poder, da vossa influência, das vossas armas, para regular esta escabrosa situação que tanto prejudica a vida das pessoas locais e dos

turistas, danificando seriamente a imagem internacional de Macau.

Todos sabemos que sois pessoas res-ponsáveis, para quem trabalham centenas de operacionais, como sabemos também do vosso extraordinário grau de sucesso profissional. Eu, pessoalmente, acredito que tendes, no fundo, um excelente coração, que amais a Pátria e amais Macau, e que esta situação não vos pode deixar indiferentes. Venho assim por este meio interceder junto de vós para pôr cobro a estes dislates que tão mal fazem à nossa terra.

Vós sois a nossa última e única espe-rança! Por favor, encetai as diligências que entenderdes necessárias para acabar com este escândalo! Ponham os taxistas na ordem! Todos os cidadãos de Macau vos ficariam extremamente gratos e, estou certo, mesmo dispostos a pagar o favor.

Sem outro assunto,Com os melhores cumprimentos

JEER

EMY

MAN

N, C

ENAS

DA

CIDA

DE

Page 19: Hoje Macau 7 OUT 2013 #2948

19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

O microondas foi inventado para que se pudesse queimar partes de comida, deixando outras perfeitamente congeladas.

disse-me um passarinho...

hoje macau segunda-feira 7.10.2013

A gelatina herbácea (continuação)

A população de Macau deve reflectir sobre os problemas da “Gelatina Herbácea”. A questão da Hoi Tin aconteceu na China e não em Macau. Mas se acon-tecesse aqui o que é que deveria ser feito? Como é que se poderia aplicar a Lei de Segurança alimentar?

A secção 2 da Lei de Segurança alimen-tar determina o âmbito da aplicação desta lei. Numa linguagem simples, a subsecção 1 diz que esta lei é aplicável na indústria de produção alimentar. A subsecção 2 é que é o problema. Diz que esta lei não é aplicá-vel no que diz respeito aos medicamentos de medicina chinesa. (A presente lei não é aplicável aos medicamentos, incluindo os medicamentos tradicionais chineses). Voltando ao primeiro parágrafo do artigo, a “Gelatina Herbácea” é medicina chinesa e também um alimento. Num litígio, é fácil imaginar as partes a defender , por um lado, que a “Gelatina Herbácea” é um alimento e que por isso a Lei de Segurança alimentar é aplicável, e por outro, que a “Gelatina Herbácea” é um medicamento, logo não se pode aplicar esta lei. Não é fácil de resolver este problema.

Se a lei for aplicável, as secções 9, 11 e 12 podem ser úteis. Estas secções dizem que:

1. O Instituto para os Assunto Cívicos e Municipais (IACM) tem o direito de fechar ou limitar temporariamente o negócio ali-mentar; e

2. Se a comida se vier a provar inofensi-va para a saúde pública, todas as medidas preventivas como as acima mencionadas devem ser imediatamente anuladas, e

3. Se o governo tirar amostras para análise, estas devem ser pagas ao preço de mercado. Esta medida protege o comerciante.

A “Gelatina Herbácea” é uma das zonas cinzentas da nossa Lei de Segurança Alimen-tar. É do interesse público que se clarifique esta área rapidamente.

Finalmente, voltemos aos resultados dos testes do CCPT. Até à data, não

A “Gelatina Herbácea” é uma das zonas cinzentas da nossa Lei de Segurança Alimentar. É do interesse público que se clarifique esta área rapidamente

existe em Macau nada que exija que o fabricante tem de expor os componentes e a data de expiração nos produtos. Será que devemos ter uma lei que obrigue a colocar uma etiqueta na comida? A eti-queta deve conter dados como a data de fabrico, de expiração, componentes, etc.. E mais, será que em Macau deveríamos ter uma lei semelhante à secção 7 da Hong Kong Trade Descriptions Ordinance mencionada no artigo anterior? Estas são

questões que merecem reflexão da parte da população de Macau.

TUFÃO USAGI (I) No dia 22 de Setembro a Direcção dos Ser-viços Meteorológicos e Geofísicos anunciou que o sinal 8 de tufão ia ser içado antes ou às 19h. A maioria da população saiu dos empregos e foi rapidamente para casa.

O sinal de tufão 8 não chegou a ser içado, mas acabou por ter consequências. Os Representantes das Organizações dos Trabalhadores, o Conselho Permanente de Concertação Social e a vice-directora da Federação das Associações dos Operários de Macau a sra. Pou Iong Tam declararam que não existe legislação em Macau que proteja os trabalhadores em caso de mau tempo. Como é que as pessoas vão trabalhar, como é que saem dos empregos e que transportes podem apanhar nesta situação, são questões que devem ser pensadas.

Só existe, actualmente, uma directriz que

lida com estes casos: aspectos a ter em conta pelas partes laboral e patronal em situações de tufão, chuvas intensas, trovoada e tempes-tades. Esta directriz, emitida pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais diz que em caso de tufão de sinal 8 ou mais, os trabalhadores não vão trabalhar a não ser que :

1. O seu desempenho seja necessário para as operações da empresa; e

2. Os empregados e os patrões tenham antecipadamente concordado em situações de mau tempo.

A directriz também ressalva que o mau tempo afecta o sistema dos transportes públi-cos e, como tal, os patrões devem providenciar transporte aos empregados, ou pagar-lhes uma quantia suplementar para o efeito.

A directriz é apenas um indicador. Não tem efeito legal. Se os patrões obrigarem os empregados a trabalhar mesmo com mau tempo, esta continua a ser uma decisão legal. Não é uma violação da lei. Por outras palavras é impossível aplicar esta directriz de acordo com o actual sistema legal.

Existem pelo menos dois problemas em Macau quando há mau tempo. O primeiro é o dos trabalhadores e dos transportes públicos. O segundo tem a ver com os ta-xistas aumentarem a tarifa nestas situações. Analisaremos esta questão para a semana.

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

O HOJE MACAU ERROUNa passada sexta-feira foi publicada,

por lapso, a opinião de Paul Chan Wai

Chi, intitulada “Muito agradecido”, com

o nome de David Chan. Aos visados e

aos nossos leitores, apresentamos as

mais sinceras desculpas.

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macau v is to de hong kongDAVID CHAN*[email protected] • http://blog.yahoo.com/legalpublications

Page 20: Hoje Macau 7 OUT 2013 #2948

hoje macau segunda-feira 7.10.2013

Nuclear Tóquio quer mais ajuda internacionalO Governo japonês pediu mais ajuda internacional para tentar travar a crise da central nuclear de Fukushima, onde foram detectadas fugas de água radioactiva. «O meu país precisa do vosso conhecimento e experiência» na hora de enfrentar as consequências do acidente nuclear resultante do sismo e tsunami ocorrido em 2011, afirmou o primeiro-ministro japonês. Segundo Shinzo Abe, o país «está aberto a receber os conhecimentos mais avançados de países estrangeiros para conter o problema».

Quatro soldadosda NATO morreram numa operaçãoQuatro soldados da NATO morreram este domingo numa operação conjunta com tropas afegãs contra os rebeldes, no sul do Afeganistão. As circunstâncias das mortes e a nacionalidade das vítimas mortais não foram reveladas pela organização, à semelhança do que acontece normalmente.

Adolescentes presos por publicarem fotode beijo no FacebookDois jovens marroquinos, de 14 e 15 anos, foram presos esta semana por publicarem no Facebook uma fotografia em que se beijam. Segundo informações da BBC, o caso deu-se na cidade de Nador, e a imagem terá sido captada por um colega de escola que, sem autorização do casal, publicou a foto naquela rede social. Os jovens são agora acusados de «violação da decência pública», e os meios de comunicação já divulgaram a imagem em tom de recriminação. Ambos deverão ser julgados por um tribunal de menores ainda este mês.

Passos lembra que Portugal não fica livre da troika em JunhoO programa de ajustamento financeiro português termina em Junho de 2014, o que não significa que nessa altura o País fica livre da troika. O alerta foi deixado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Num discurso na noite de sábado no «2º Fórum Empresarial do Algarve», o chefe do Governo lembrou que Portugal vai ficar sob vigilância, mesmo após o fim do programa: «enquanto dois terços da dívida não forem pagos, os credores tem direito de cá vir ver se estamos cumprir.» Portugal não tem uma total «uma independência financeira», devido a «um conjunto de transferências de soberania», afirmou. «Dependemos muito mais um dos outros do que fomos ensinados.»

EUA capturaram líder da Al-Qaeda na LíbiaOs Estados Unidos capturaram, na Líbia, um líder da Al-Qaeda, acusado de envolvimento nos ataques a embaixadas norte-americanas em África, em 1998. O suspeito, Abu Anas al-Libi, procurados pelos Estados Unidos pelos ataques a embaixadas americanas no Quénia e na Tanzânia, foi capturado numa operação no sábado à tarde em Trípoli, na Líbia, e está sob custódia dos Estados Unidos. Segundo fontes americanas, um segundo raid visava o líder de um grupo islamita al Shabaab, na Somália. O alvo terá sido abatido.

Casais fazem sexona televisão e chocam britânicosChama-se «Sex Box» («Caixa do Sexo»), e é o programa que está a dar que falar no Reino Unido. Tudo porque os seus convidados fazem sexo numa caixa, em estúdio, e são entrevistados imediatamente a seguir. O programa, que irá estrear no próximo dia 7 de outubro no Channel 4, pretende abordar a vida sexual dos britânicos nos dias de hoje, e distinguir uma relação sexual de pornografia. A apresentadora, Mariella Frostrup, revela para já que «em última análise, foi muito maduro, surpreendentemente para uma televisão, olhar para um assunto que sempre tem sido abordado a partir dos piores ângulos».

CECÍLIA L [email protected]

A Tai Seng, a última loja que fabricava Mahjong entalhado à mão, fechou

na passada sexta-feira. O dono, Sin Mun Tong, doou as últimas 60 peças do acervo da loja ao

MACAU ÚLTIMA LOJA QUE FABRICAVA JOGO ENTALHADO À MÃO FECHOU

Mahjong é peça de museuInstituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

As peças, com valor pa-trimonial considerável, foram recebidas pela mão do director da Divisão de Instalações Cultu-rais do IACM Loi Chi Pang que referiu ao Ou Mun que o IACM irá realizar uma exposição para

dar a conhecer a tradição e as antigas indústrias aos moradores do território.

O dono da Tai Seng falou da tradição milenar e do jogo, muito popular nos anos 60 e 70 do século passado. Ao Ou Mun, Sin Mun Tong afirmou que quase todas as famílias de Macau devem ter uma peça em casa. “Jogar Mahjong era muito popular e sempre foi o maior entertenimento dos moradores do território.”

Com o passar do tempo, Sin Mun Tong sentiu muitas difi-culdade para manter o negócio inaugurado em 1948 pelo seu pai que tinha ido até Cantão e Hong Kong para aprender a entalhar Mahjong. “Com a industrializa-ção os novos Mahjong são todos em plástico. Nós sempre fabricá-mos em osso, bambu ou marfim. Ainda me lembro de fazer cinco jogos completos durante uma noite inteira”, recorda.

Mas não foi apenas os plásti-cos que tramaram o negócio. Para Sin Mun Tong, os jovens ainda continuam a jogar Mahjong mas preferem fazê-lo no computador. “A tecnologia também nos rou-bou clientes. Os jovens preferem jogar na Internet e, actualmente, apenas vendia cerca de 50 jogos por mês. Por isso decidi dar por encerrado o negócio.”

Com este desfecho, o Mahjong entalhado à mão pas-sou a peça de museu.

APONTAR O DEDO AOS REPUBLICANOScartoonpor Stephff