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Materiais – Grupo de disciplinas de materiais edificações e ambiente – Fac Arquitectura de Lisboa (U.T.L.) 2006/2007 Pag. Nº 1 0 TIJOLO E A SUA APLICAÇÃO AO LONGO DO TEMPO 1 ANTIGUIDADE DE UTILIZAÇÃO Desde que o homem iniciou esta perturbante aventura que é a sua vida na Terra, o barro foi-lhe companheiro constante e dedicado; protegeu-o das intempéries, permitiu aos poderosos a ilusão de vencerem a sua fragilidade humana através de colossais edificações, deu aos humildes, habitados pela centelha do génio, a possibilidade de se realizarem na Arte e de trazerem até nós a sua mensagem imorredoira. E ainda hoje, quando o historiadores nos ensinam o que fomos, pedem ao barro, quer nas placas escritas, quer nos monumentos e obras de arte, quer nos objectos de uso comum, que lhes dê o apoio e o fundamento para as suas hipóteses e conclusões. Já o homem neolítico, ao criar a família, a abriga em casas onde os vasos de barro lhes guardam os alimentos e lhes suavizam o olhar, e onde, e isto tem para nós particular importância, o tijolo aparece como elemento estrutural nos pavimentos; a mão do homem era a máquina de moldagem, o Sol o combustível; como quer que seja, a indústria de cerâmica de construção dava os primeiros passos. Mais perto de nós, há uns quatro mil anos, na Mesopotâmia, a escassez de pedra iria dar um grande impulso à construção de tijolos; os palácios de khorsabad e de Sargão testemunham a evolução havida, mostram tijolos cozidos com secção quadrada de cerca de 30 cm de lado e com 5 a 10 cm de espessura, revelam-nos tijolos com secção oval em pilares, apresentam-nos já tijolos vidrados. E, nesse tempo, o orgulho do homem leva-o a tentar desvendar o Universo, a subir cada vez mais, a imaginar a construção da torre de Babel... em tijolo cozido. No antigo Egipto, a existência de pedra não obrigou ao uso generalizado do tijolo. Porém, a sua utilização teve lugar em canais, alguns monumentos apresentam tijolos e, durante a construção das celebradas pirâmides, os operários habitavam em casas construídas com tijolos de edifícios antigos; e a Bíblia nos diz que Jeová libertou o seu povo dos reis egípcios que lhes «amargavam a vida com dura servidão em barro e em tijolo». Deve-se a Roma um grande desenvolvimento da aplicação dos tijolos que se espalham por todo o seu Império tornando-se uma autêntica actividade industrial; os romanos levaram a toda a parte os seus conhecimentos na matéria, inclusivamente às ilhas Britânicas onde, após a ocupação romana, só no século XIII se voltará a fabricar um material que mais tarde tanto haveria de ser da sua predilecção. Também os árabes utilizaram o tijolo e na sua expansão o levaram a outros povos de tal forma que ainda hoje o podemos contemplar extasiados em belos monumentos como, por exemplo, a Giralda de Sevilha. Continuou o homem a sua caminhada histórica e com o Renascimento, o tijolo quase não se vê; mas em muitos dos seus mais belos monumentos ele lá está embora escondido, como que envergonhado. Em Inglaterra, o grande incêndio de 1666 destruiu Londres, velha cidade de madeira; atentos à lição, os britânicos reconstruíram a cidade usando o tijolo. No século passado, a construção metálica e o betão destronam o tijolo que deixa de ter funções estruturais para ocupar a função subalterna de material de enchimento. Mas o tijolo reage e adapta-se, utilizando-se para proteger contra a acção do fogo vigas e pilares metálicos, e aparecendo em conjunto com vigas metálicas na construção de pavimentos. Desenvolvem-se então os tijolos furados, que já os romanos tinham usado, e eis que aparecem em edifícios tão respeitáveis como o Palácio da Justiça e a igreja da Madeleine, em Paris, e o Palácio de Buckingham, em Londres. Ainda mais, quando na América a construção metálica permitiu a edificação de arranha-céus, a necessidade de materiais leves é resolvida por recurso aos tijolos aligeirados. A necessidade força a imaginação dos industriais a procurar novas soluções, os arquitectos buscam e encontram novas formas e o tijolo continua a aparecer, umas vezes MATERIAIS CERAMICOS

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Pag. Nº 1

00 TTIIJJOOLLOO EE AA SSUUAA AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO AAOO LLOONNGGOO DDOO TTEEMMPPOO

1 ANTIGUIDADE DE UTILIZAÇÃO

Desde que o homem iniciou esta perturbante aventura que é a sua vida na Terra, o barro foi-lhe companheiro constante e dedicado; protegeu-o das intempéries, permitiu aos poderosos a ilusão de vencerem a sua fragilidade humana através de colossais edificações, deu aos humildes, habitados pela centelha do génio, a possibilidade de se realizarem na Arte e de trazerem até nós a sua mensagem imorredoira. E ainda hoje, quando o historiadores nos ensinam o que fomos, pedem ao barro, quer nas placas escritas, quer nos monumentos e obras de arte, quer nos objectos de uso comum, que lhes dê o apoio e o fundamento para as suas hipóteses e conclusões.

Já o homem neolítico, ao criar a família, a abriga em casas onde os vasos de barro lhes guardam os alimentos e lhes suavizam o olhar, e onde, e isto tem para nós particular importância, o tijolo aparece como elemento estrutural nos pavimentos; a mão do homem era a máquina de moldagem, o Sol o combustível; como quer que seja, a indústria de cerâmica de construção dava os primeiros passos.

Mais perto de nós, há uns quatro mil anos, na Mesopotâmia, a escassez de pedra iria dar um grande impulso à construção de tijolos; os palácios de khorsabad e de Sargão testemunham a evolução havida, mostram tijolos cozidos com secção quadrada de cerca de 30 cm de lado e com 5 a 10 cm de espessura, revelam-nos tijolos com secção oval em pilares, apresentam-nos já tijolos vidrados. E, nesse tempo, o orgulho do homem leva-o a tentar desvendar o Universo, a subir cada vez mais, a imaginar a construção da torre de Babel... em tijolo cozido.

No antigo Egipto, a existência de pedra não obrigou ao uso generalizado do tijolo. Porém, a sua utilização teve lugar em canais, alguns monumentos apresentam tijolos e, durante a construção das celebradas pirâmides, os operários habitavam em casas construídas com tijolos de edifícios antigos; e a Bíblia nos diz que Jeová libertou o seu povo dos reis egípcios que lhes «amargavam a vida com dura servidão em barro e em tijolo».

Deve-se a Roma um grande desenvolvimento da aplicação dos tijolos que se espalham por todo o seu Império tornando-se uma autêntica actividade industrial; os romanos levaram a toda a parte os seus conhecimentos na matéria, inclusivamente às ilhas Britânicas onde, após a ocupação romana, só no século XIII se voltará a fabricar um material que mais tarde tanto haveria de ser da sua predilecção.

Também os árabes utilizaram o tijolo e na sua expansão o levaram a outros povos de tal forma que ainda hoje o podemos contemplar extasiados em belos monumentos como, por exemplo, a Giralda de Sevilha.

Continuou o homem a sua caminhada histórica e com o Renascimento, o tijolo quase não se vê; mas em muitos dos seus mais belos monumentos ele lá está embora escondido, como que envergonhado.

Em Inglaterra, o grande incêndio de 1666 destruiu Londres, velha cidade de madeira; atentos à lição, os britânicos reconstruíram a cidade usando o tijolo.

No século passado, a construção metálica e o betão destronam o tijolo que deixa de ter funções estruturais para ocupar a função subalterna de material de enchimento. Mas o tijolo reage e adapta-se, utilizando-se para proteger contra a acção do fogo vigas e pilares metálicos, e aparecendo em conjunto com vigas metálicas na construção de pavimentos. Desenvolvem-se então os tijolos furados, que já os romanos tinham usado, e eis que aparecem em edifícios tão respeitáveis como o Palácio da Justiça e a igreja da Madeleine, em Paris, e o Palácio de Buckingham, em Londres. Ainda mais, quando na América a construção metálica permitiu a edificação de arranha-céus, a necessidade de materiais leves é resolvida por recurso aos tijolos aligeirados.

A necessidade força a imaginação dos industriais a procurar novas soluções, os arquitectos buscam e encontram novas formas e o tijolo continua a aparecer, umas vezes

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com beleza, outras desgracioso, aqui e ali, como na Inglaterra e na Holanda, caracterizando civilizações.

2- NECESSIDADES HUMANAS E TÉCNICAS A SATISFAZER

0 facto de o tijolo permanecer tantos séculos como material de construção leva-nos a inquirir das razões de assim ter sucedido. É certo que com a pedras se passa algo de semelhante mas a pedra, se assim se pode dizer, aparece já feita, é quase fatal a sua utilização, ao passo que o tijolo é uma criação do homem e, por isso, não se estranharia que tivesse utilização mais transitória, que fosse válido numa época e objecto de museu nas épocas seguintes.

Acontece que ao longo dos séculos sempre o homem necessitou de um abrigo para si e para os seus; abrigo que o proteja contra as intempéries e seja também um local que, isolando-o do frio, do calor e do ruído, lhe permita trabalhar e descansar, lhe suavize o esforço material e lhe propicie ambiente para os seus voos espirituais. Além disso, é preciso que estas condições tenham razoável permanência, que resistam, que durem, que suportem acontecimentos normais, como as chuvas, ou acidentais, como o fogo; é preciso ainda que o preenchimento destas condições se possa fazer com certa beleza e personalidade, que sejam fáceis de alterar quando as necessidades ou as modas o impuserem; finalmente, é preciso que a sua satisfação seja económica e rápida.

Satisfará o tijolo a s necessidades enunciadas? Relativamente a algumas, a resposta é fácil e imediata. Assim, as pequenas dimensões do tijolo facilitam criações diferenciadas e soluções arquitectónicas agradáveis, ao mesmo tempo que o tornam particularmente apto para a realização de alterações. É um produto barato, fabricado em muitos locais e com métodos de construção fáceis e muito experimentados.

Quanto à possibilidade de satisfazer outras necessidades (resistência mecânica, durabilidade, conforto), a experiência de muitos séculos, levará a responder afirmativamente. Porém, o progresso cria novas necessidades e faz aumentar as nossas exigências; daí o interesse de observar como o tijolo, nos seus tipos, nas suas dimensões, na sua qualidade, se adapta aos tempos modernos e como a indústria tem acompanhado a evolução geral.

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CCLLAASSSSIIFFIICCAAÇÇÃÃOO

Poderá considerar-se como uma "pedra artificial" que se obtém através da argila ou barro, que amassado com água, moldado e cozido, adquire forma, dureza e resistência. Constitui um material de uso primordial na construção (para levantar paredes, muros e tabiques de alvenaria), que desde os tempos mais remotos até à actualidade têm evoluído, originando por vezes algumas alterações nos materiais e técnicas tradicionais, no sentido de melhorar o rendimento e de reduzir ao mínimo as perdas de material e mão de obra.

Em Portugal existem fundamentalmente três tipos de tijolos:

1. Os adobes2. Os refractários3. Os ordinários (vulgar tradicional e industrial)

São classificados assim devido ao seu modo de fabrico, e natureza do barro.

1. Adobes (ou crus):

Esta é a primeira forma com que surgiu o tijolo; são tijolos que não sofreram a cozedura final. São ainda hoje usados em zonas atrasadas do Alentejo, ricas em argila, são fabricados artesanalmente, amassados à mão com barro ordinário e pedaços de palha, enformados em formas rudimentares de madeira e secos ao sol e ao ar.

Em paredes têm de ser rebocadas ou caiadas em várias demãos, pois não resistem à chuva e á humidade. Por isso não servem para alicerces, mas apenas para paredes sobre fundações de alvenaria ordinária suficientemente elevadas.

O período mínimo de secagem destes elementos, após a fabricação é de 15 dias; mas a qualidade e resistência do material aumenta bastante com a maior duração de secagem.

2. Tijolos Refractários:Estes tijolos são feitos com argilas refractárias, cozidos a temperaturas entre 16000C

e 1800°C, sendo as mais refractárias as que têm vestígios de fundentes compostos por sílica alumina.

Estas argilas têm a qualidade de resistirem a altas temperaturas sem se fundirem ou deformarem; esta qualidade surge devido à formação, pela cozedura, de diversos silicatos.

Os tijolos costumam ser maciços (cheios), e podem ter várias dimensões, sendo as mais comuns: 23x11x7 23x11x5 23x11x4 23x11x3. Estas medidas são parecidas com as do tijolo maciço ordinário, variando apenas a espessura; destinam-se à parte interna de fornos, fornalhas, múfulas, estufas, chaminés e lareiras, pois não se fundem ou amolecem quando expostos a altas temperaturas, sendo estas contínuas ou descontínuas;

Aplicação - para o assentamento deve utilizar-se uma massa refractária que vem com os tijolos, e nunca se pode utilizar argamassas normais pois estas não resistem a altas temperaturas; a espessura das juntas deve ser sempre entre os 12 e 15mm, pois esta massa desempenha as funções de fixar e de amortecer os movimentos de contracção e de dilatação dos tijolos.

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Tijolo refractário

3.Ordinários ou de barro vermelho cozido

Podem também ser designados por tijolos de barro vermelho devido à cor das argilas que o compõem.

No seu fabrico usam-se argilas impuras, fusíveis, terracotas ou "chacotas", amassadas mecanicamente, moldadas à fieira e cozidas em fornos para lhes dar dureza e resistência, donde saem com uma cor avermelhada.

Para que os diferentes tipos de tijolos satisfaçam as necessidades humanas e técnicas, é preciso que as suas características sejam adequadas a essas exigências.O tijolo como elemento estrutural, tem uma certa resistência mecânica à compressão. Esta resistência dependerá da função que ele irá desempenhar. Assim, a sua função pode ser portante, quando a parede é feita exclusivamente de tijolo, ou de enchimento, quando o tijolo preenche apenas uma estrutura feita com outros materiais.

Em relação à sua forma os tijolos podem ser:

Maciços (ou tijolo burro)- têm um volume de argila cozida superior a 85% do seu volume aparente, e são tijolos muito resistentes, até à compressão. Têm normalmente uma resistência à compressão entre 120 a 190 kg/cm2. Este tipo de tijolo pode ter uma grande diversidade de texturas e cores. Utilizam-se sobretudo em alvenarias que ficarão à vista. O tijolo maciço é muito usado em Inglaterra e Países Baixos e escolhido pelo seu aspecto quente que envelhece bem com o decorrer do tempo. Este tipo pode ser fabricado à mão ou mecanicamente. Os tijolos maciços (burros) costumam ter sempre a mesma medida (standard) 22x11x7cm.

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Perfurados - com furos perpendiculares ao leito, com % de área de furos não inferior a 15% nem superior a 50% da área da face correspondente.

Tijolos perfurados

Furados - têm a mesma forma exterior mas são atravessados por dois ou mais canais/furos paralelos ao leito e no sentido da maior dimensão. A sua área de furos varia entre 30 e 75% da área da face correspondente, o que resulta que em igual volume sejam mais leves que os primeiros. A sua principal função é de enchimento e de isolamento térmico. A vantagem dos furos é de se conseguir:

> Aumentar o volume - permitem, com igual peso e facilidade de manejo, obter peças de maior volume e acelerar a construção.

> Diminuir o peso por metro cúbico - preferidos em relação aos maciços porque aligeiram o peso próprio das alvenarias superiores, diminuindo as cargas das mesmas.

> Aumentar a capacidade isolante - pelo que se usam frequentemente em paredes exteriores de usos domésticos (para reduzir as perdas de calor), e também em paredes divisórias, interiores, pelo seu isolamento acústico; impedindo assim a propagação do calor, do frio e da humidade.

> Resistência ao fogo - pelas suas câmaras isolantes, sendo usados para revestir estruturas metálicas.

> Maior duração - por não estarem tão sujeitos a dilatações e contracções.> Melhor travamento e colocação em obra - porque a argamassa penetra nos

orifícios a uma profundidade de l cm, aproximadamente, o que confere um bom travamento do aparelho. Além disso, as esterias exteriores produzidas pela máquina contribuem para segurar a argamassa.

Os tijolos furados podem ter várias medidas, mas hoje existe uma norma do LNEC que reduz os diferentes formatos dos tijolos para sete.

20 x 20 x 7cm

22 x11 x7cm30 x20 x7cm20 x20x 11 cm30 x20 x11 cm

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30 x20 x15cm30 x20 x22cm

Vários tipos de tijolo normalizado

Cada formato pode dar origem a diferentes tipos de tijolo devido à disposição e número de furos.

A qualidade de um tijolo depende:

a) do rigor dimensionalb) das deformações (empeno máximo = 5mm) c) da sonoridade quando percutido, o que acusa uma boa cozedura d) da satisfação aos ensaios de: • tensão de rotura á compressão • de absorção de água (máximo de 1/15 do seu peso), não devendo esfoliarse quando metido em água • desgaste• probabilidade de ocorrência de eflorescências

- Assim, e de uma maneira geral, os tijolos devem ser:a) bem enformados e desempenadosb) com septos direitos e de espessura uniforme para que as juntas tenham a mesma espessura e as fiadas de tijolo sejam da mesma alturac) de massa homogénea d) resistentes, suportando pesos elevados sem partire) sem fendas, bolhas de cal ou outras imperfeiçõesf) bem cozidos e pouco porosos

Para além destes modelos, produzem-se hoje em dia muitos outros, para fins especiais.Entre muitos destacam-se:

• Tijolos Duplex:Este tipo de tijolo fabrica-se com ou sem encaixe. O comprimento e altura são

praticamente iguais às dos tijolos tradicionais. No entanto devido à sua concepção (descontinuidade criada na argamassa e pela forma desencontrada dos septos horizontais) oferecem uma maior garantia de isolamento térmico acústico e defesa contra a humidade em comparação com os outros tipos de tijolo, quando assentes em panos , simples.

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• Abobadilhas:Fabricam - se como os tijolos e utilizam - se na execução de lajes aligeiradas em

pavimento ou cobertura ( plana ou inclinada.As características de fabricação não são normalizadas obedecendo apenas às

dimensões de afastamento entre vigotas de betão (preesforçadas), da ordem dos 0,6m.

• Garrafeira

• Canais de ventilação, singelos e duplos

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• Fuga de chaminé

FACTORES DE ALTERAÇÃO: ACÇÃO DA ÁGUA

0 tijolo é um material poroso com grande capacidade de absorção de água. Na fábrica e no estaleiro, durante a construção e quando incorporado na estrutura, sofre a acção da água, das mais diversas origens: humidade natural, resultante da imersão durante a construção das alvenarias, água existente nas argamassas das juntas e dos revestimentos, água das chuvas, água que sobe por capilaridade, condensações, etc. Por outro lado, o tijolo deve ter uma absorção de água que permita a sua conveniente aderência às argamassas.

0 importante é garantir que o tijolo seja capaz de expulsar facilmente a água que absorveu.

A introdução de água nos tijolos pode trazer vários inconvenientes, nomeadamente tornar húmido um determinado local, desagregar a alvenaria e o seu revestimento ou afectar a sua durabilidade.

Entre os inconvenientes resultantes da acção da água nos tijolos avulta a formação de eflorescências. Com efeito, os tijolos contém sais solúveis, sendo os mais comuns os sulfatos de cálcio, magnésio, sódio e potássio. Tais sais podem existir na argila, geralmente sob a forma de gesso, resultar da oxidação das pirites durante a cozedura, serem provenientes do enxofre contido no combustível ou serem provocados por saís solúveis existentes nas argamassas.

Os movimentos da água nos tijolos dissolvem os sais e trazem-nos à superfície, onde cristalizam em contacto com o ar, provocando o aparecimento de manchas brancas e, sobretudo, contribuindo para a deterioração dos revestimentos.

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Outro fenómeno a terem conta pelos valores da absorção de água dos tijolos, é a acção do gelo que provoca a deterioração rápida dos mesmos, podendo danificar a construção. Mesmo se o nosso país é maioritariamente submetido a temperaturas não muito baixas, há certas regiões onde o gelo faz parte das condições climatéricas invernais (Trás-os-Montes, Beiras). A utilização do tijolo nessas zonas deverá ter em atenção estes factores condicionantes.

A acção da água provoca também variações dimensionais nos tijolos, o que poderá ser obviado por uma conveniente execução das juntas, que permitam a folga necessária para essas variações.

EXIGÊNCIAS DE QUALIDADE

Paralelamente às referências, às respectivas normas portuguesas que regulam estas exigências, são de salientar os métodos laboratoriais de um modo bastante resumido.

• Resistência Mecânica

A resistência mecânica dos tijolos é avaliada por ensaios de rotura à compressão, por prensa adequada.

Os provetes são constituídos por seis peças inteiras sempre que exceda 0,35 o quociente entre a dimensão do tijolo normal ao leito e a sua máxima dimensão. Caso contrário as peças serão serradas de modo a dividir a meio a dimensão máxima e cada provete será obtido pela sobreposição das duas metades da mesma peça.

• Formação de Eflorescências

A formação de eflorescências avalia-se pela extensão dos depósitos salinos em cada um dos provetes.

Os provetes são constituídos por 1/2 tijolo (um por cada tijolo) e com metade do seu comprimento. Colocando os provetes em recipientes com água destilada, com nível de 1,5 a 2cm de altura do provete. Durante 7 dias são conservados nestas condições, mantendo-se o nível constante nos 2 dias, ao início do ensaio.

O resultado do ensaio não deve ultrapassar os seguintes requisitos:A aresta ou vértice do provete, revestidos parcial ou totalmente de sais, não

provoca o alastramento da zona de deposição salina para as faces ultrapassarem a área superior a 5cm2

• Teor em Sais Solúveis

Este ensaio só é executado para casos duvidosos, resultantes do ensaio anterior.Avalia-se pela quantidade total de sais extraídos de um provete, por contacto

temporário com água destilada e expressa em percentagem da massa do provete, não devendo exceder 0,5% da sua massa.

Usam-se os meios tijolos não utilizados no ensaio anterior, pulverizam-se, colhe-se 200grs e peneira-se. Do material peneirado retiram-se lOgrs, que depois é que se ensaia.

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• Absorção de Água

Consiste em determinar a capacidade de absorção de água pelos tijolos.Assim, pesam-se os provetes secos primeiramente depois são imergidos em água

limpa durante 24 horas (à temperatura de 15° a 20°C ). Retiram-se, limpam-se e pesam-se.Volta-se a imergir em água mas em ebulição durante 2 a 5 horas (conforme o tipo

de tijolo). Deixa-se arrefecer depois de retirados, limpam-se e pesam-se.

• Ensaios de Recepção da Argila

Além das exigências de qualidade sobre o produto acabado, também são executados ensaios sobre a matéria prima que vem directamente das barreiras.

Assim, a argila é moldada manualmente, passada a laminadores e respectiva fieira. Construídos assim os pequenos modelos de tijolos ou telhas, são secos em estufas com temperatura controlada e com controle também da humidade. Depois desta operação segue-se a cozedura, com controle de temperatura. Depois de cozidos, os modelos são observados para assim se detectar anomalias provenientes da matéria prima. Antes e depois do fabrico são também estudados o teor da humidade da argila, assim como os limites de consistência ( de liquidez, de plasticidade e de retracção ).

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FFAABBRRIICCOO DDOO TTIIJJOOLLOO

A matéria prima que serve para fabricar o tijolo é a argila, cuja composição é compostos sulfurosos, os quais pela evolução do ácido sulfuroso na ocasião da cozedura, muito variável e em que predomina o caulino, associado a outros corpos em proporções variáveis, como seja os silicatos, carbonosas, sulfuretos, matérias betuminosas e carbonosas.

No fabrico do tijolo distinguem-se seis fases:1. Extracção de argilas e areias2. Escolha do barro3. Formação da pasta4. A moldação (extrusão)5. Secagem6. Cozedura7. Embalagem

1. Extracção de argilas e areias: A argila é explorada em Barreiro, por patamares, que correspondem aos diversos tipos de argilas. Existem duas camadas argilosas, intercaladas por uma camada de arenito, componente essencial para a composição das pastas. Os minerais argilosos predominantes são a caulinite e a ílite, e nas areias predomina o quartzo. Todas as argilas são ricas em óxidos de Ferro, daí resultando a cor vermelha característica.

Barreiro

2. Escolha do Barro: O barro empregue no fabrico do tijolo deve ser isento de carbonato calcário, o qual aumenta a sua fusibilidade. Não deve conter pirites ou outros compostos sulfurosos, os quais pela evolução do ácido sulfuroso na ocasião da cozedura, podem fende-lo. Não deve, também, a argila ser muito pura, porque sendo muito plástica, a contracção na secagem e na cozedura é muito grande, chegando a deformar os tijolos.

Corrige-se a plasticidade da argila, juntando-lhe areia fina ou lotando-a com argila mais magra.

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Purificação do barro

3. Formação da Pasta: A preparação da pasta consiste em amassar o barro com uma certa quantidade de água, de modo a formar uma massa ou pasta homogénea. A quantidade de água a juntar para formar a pasta deve ser determinada por ensaio.

A amassadura é feita por máquinas especiais, os amassadores mecânicos.Antes de iniciar a fabricação propriamente dita (extrusão), a pasta é de novo submetida a

um processo de homogeneização (linha dupla) passando por:. Misturadores com adição de água. Laminadores, trabalhando a 2mm de espessura.

Trituradora

4. Extrusão (moldação): A pasta depois de formada segue então para os amassadores de fieira, com adição rigorosa de vapor de água e, finalmente passando através de uma Câmara de Vácuo, a pasta é extrudida ou moldada (isto é, dependendo do tipo de tijolo), sob a forma de produto acabado.

A fieira é usada no fabrico de tijolo burro e furado, seja qual for o número de canais, para o que basta mudar a placa da fieira por outra apropriada. À saída da fieira os tijolos são cortados em dimensões regulares, com uns arames fixos num quadro de ferro.Para o fabrico de tijolos maciços usam-se máquinas de moldar por compressão que é uma prensa giratória consistindo numa mesa horizontal animada de movimento de rotação em torno de um eixo vertical e que apresenta oito caixas com a forma do tijolo pretendido.

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Fieiras de extrusão Boquilhas de extrusâo

5. A secagem do tijolo: Depois de produzido o tijolo, ainda húmido, é conduzido ao enxugo, antes de serem metidos nos fornos, a fim de evitar as deformações que se dariam pela rápida perda de água durante a cozedura. A secagem pode ser feita ao ar livre ou em telheiros especiais, que de facto, hoje são os mais usuais. A fase de secagem tem como objectivo reduzir a humidade dos produtos de 18 para 5%, antes da entrada no forno.

O ar utilizado na secagem circula em contra-corrente com o produto e é aquecido através de Queimadores de Gás ou chama directa. O tempo de secagem é de aproximadamente 3,5h.

Tijolo pronto para secar Secagem

6. Cozedura: É também um processo algo delicado , porque é durante esta operação que se verificam contracções rápidas do material , enquanto se evaporam as águas residuais ( à temperatura de 350°C a 500°C ) , seguidas de contracções lentas , fundindo-se alguns componentes da argila até cerca de 850°C. Depois voltam a verificar-se contracções rápidas até cerca de 1000°C. No arrefecimento voltam a aparecer contracções rápidas por volta dos 200°C.

Passemos agora para os fornos.

Quanto ao tipo de fornos existentes, podemos enunciar três tipos : o forno do tipo convencional ou contínuo, o forno Hofman e o forno intermitente - túnel.

O forno Hofman é cilíndrico e apresenta 12 câmaras e uma chaminé central. Tem também uma fornalha rotativa ao longo das câmaras onde se instalam as vagonetas.

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Para percorrer um ciclo são precisos 12 dias.No forno tipo Túnel , o fogo é estático. As peças a cozer fazem um percurso de 80 a 100

m sempre dentro do forno , passando então pelas diversas temperaturas. Estes são os dois tipos de fornos que correspondem ao processo de cozedura mais

evoluído, já descrito acima.No entanto , o que mais se emprega é o forno tipo Túnel , visto permitir uma boa

regulação, economizar mão-de-obra na carga e descarga , só exigir material refractário na zona de fogo e uma das razões mais importantes da sua escolha , é proporcionar grande rapidez pois não está sujeito a operações de aquecimento nem de arrefecimento.

Forno Túnel

Depois de cozidos, o tijolo pode apresentar alguns defeitos típicos.São eles:

• A cor do tijolo é alterada devido ao mau cozimento;• Existência de eflorescências, provocadas pela presença de sais solúveis no interior;• Excesso de calor;• Existência de cal viva no tijolo;• Esfoliação, devido ao facto do tijolo ter entrado demasiado húmido no forno ou em virtude

do quartzo existente se ter fundido e provocado assim aumentos de volume.

7. Embalagem: É a fase que procede a verificação de qualidade do produto acabado. O tijolo é pois colocado em estrados de madeira que comportam uma determinada quantidade de tijolos, que depois cobertos com uma tela plástica são armazenados, a fim de serem comercializados em paletes.

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Embalagem do tijolo em paletes

O fabrico de produtos refractários requere muito mais cuidado que o do tijolo comum.Para o seu fabrico usa-se a argila já de si refractária, que é um barro plástico ou argila figulina, pobríssima em cal e óxido de ferro e isenta de pintes, de gesso, etc.

A lotação da argila com o seu correctivo deve ser cuidadosamente feita para que a pasta tenha a plasticidade necessária e nunca demasiada, por forma a não se deformar na cozedura.

A moldação é análoga à dos tijolos comuns, mas a cozedura é feita a uma temperatura mais elevada; esta deve ser tal que os produtos refractários não sofram contracção alguma quando se empreguem. A temperatura varia entre 1500°c e 2500°c. O tempo de cozedura é também mais longo pela mesma razão.

AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDOO TTIIJJOOLLOO

COLOCAÇÃO

A fiada, sucessão de tijolos dispostos horizontalmente, assenta sobre uma camada de argamassa, à qual se dá o nome de base. A camada vertical chama-se junta. Diz-se que uma fiada é de "uma vez ao baixo"; quando o tijolo está colocado perpendicularmente ao paramento (face principal da parede). As tijolos podem ser de 7, 11, 15, 22, 25 cm de espessura, atingindo os 30 cm quando são duplas. São também classificadas como de suporte, isto é, capazes de suportar, por exemplo, a carga de um telhado; de fechamento, tendo resistência apenas para se auto-suportarem; podendo ainda desempenhar as duas funções ao mesmo tempo.

Os tijolos, antes de serem colocados na obra, devem ser molhados. Em geral, o ligante deve conter além da água necessária, uma pequena quantidade adicional, de forma a percaver alguma falha aquando da molha dos tijolos. Se a argamassa estiver demasiado seca, vai absorver a água do tijolo, provocando uma presa deficiente.

0 método de assentar os tijolos "a matar juntas"; é o mais corrente. Esta operação desenvolve-se em cinco partes:

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1.escolhem-se os tijolos de maneira a que os defeituosos não coincidam com os arranques ou cantos das paredes, reservando-os para o interior da construção;2. coloca-se a argamassa no topo do tijolo que se vai encostar;3. estende-se a argamassa em quantidade suficiente;4. coloca-se o tijolo sobre a base, comprimindo-o e fazendo-o deslizar, de forma a que as juntas verticais fiquem cheias de argamassa. Com umas pancadas, dadas com a colher, fixa-se na linha e posição correcta;5. o excedente de argamassa, que escorre pelas juntas, apara-se com a colher e distribui-se pelos vazios que possam ter ficado na parte superior das juntas, ou devolve-se para a talocha.

Outro método, é a fiada sobre a base, compreendendo três partes:

1. estende-se a argamassa directamente da talocha sobre a última fiada (esta argamassa deve conter água suficiente para que não endureça antes de se colocarem os tijolos);2.assentam-se os tijolos sobre a base, verificando o seu alinhamento em relação a linha guia3. as juntas verticais são enchidas com argamassa.

Sendo a argamassa uma camada de espessura suficiente para absorver, também, as irregularidades dos tijolos, considera-se normal as espessuras de 1cm e 1,5cm para as juntas verticais e horizontais, respectivamente.

APARELHO

característicastécnica de construção de paredes exteriores e interioresrevestimento com ou sem reboco

Dá-se esta designação às disposições dos tijolos nas paredes. Os tijolos devem ser travados nas sucessivas fiadas, para evitar a continuidade das juntas verticais, Esta descontinuidade das juntas, origina a necessidade de empregar tijolos cortados, para formar as cabeceiras, os ângulos e os encontros de paredes, Os tijolos a cortar não devem estar rachados, desigualmente cozidos ou com outros defeitos. Um tijolo superior, deve no mínimo , sobrepor-se à quarta parte do inferior.

As alvenarias de tijolos, com as suas regras e condicionantes, beneficiaram da experiência multissecular adquirida com os adobes e com a alvenaria de pedra. Variaram as qualidades e as dimensões, mas as regras de travamento, bem como as combinações entre tijolos-massa mantiveram-se.

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Parede de tijholo

• A relação tijolo-massa - esta relação é semelhante à requerida pelos outros tipos dealvenaria de blocos, ou seja, mesmo se a quantidade de argamassa empregue deverá ser mínima para garantir a fixação dos mesmos, a sua função é a de anular o efeito das irregularidades na forma e dimensões dos tijolos garantindo uma transmissão de cargas verticais equilibrada.

• A aderência tijolo/argamassa será grandemente reforçada se houver o cuidado de humedecer bem o tijolo, nomeadamente com regas abundantes e frequentes nas épocas quentes e secas, para compensar a evaporação excessiva durante o processo de endurecimento.

• travamento (desencontro vertical das juntas, ou < matar as juntas»), tal como noutras alvenarias é indispensável, porquanto ele permite uma maior resistência das paredes à acção das cargas verticais, pois a força/carga encontrando obstáculos no seu percurso vertical descendente vai reduzindo a sua acção e caso se verifique uma linha de ruptura esta fará um percurso irregular que garante o travamento da parede. Quando se dispensa o acompanhamento vertical dos tijolos com argamassa, como é uso corrente para as paredes que serão rebocadas, é fundamental ao descurar o travamento.

• Acrescenta-se ainda que, embora nos exemplos dados o travamento se apresente sempre a meias dimensões, isso não significa que esta combinação seja obrigatória: caso seja considerado necessário, poderá fazer-se o travamento a 1/3 - 2/3 ou 114 - 3/4, sem qualquer inconveniente.

• A espessura das juntas não deve exceder 1 cm, e a argamassa deverá preencher completamente o intervalo entre tijolos. Para este fim deita-se uma chapada de argamassa sobre a qual se põe o tijolo, carregando-o e empregnarído-o levemente até a argamassa sair pelas juntas.

• Deve haver o máximo cuidado em conservar as juntas horizontais e os paramentos verticais. Para isso faz-se uso do fio de prumo e como mestras usam-se 2 fasquias ou ripas, em que se marcam as fiadas de tijolo. Para fazer esta divisão mede-se a altura da parede por ex. entre o alicerce e o elegimento dos peitoris das janelas e divide-se pela grossura do tijolo mais a junta, (como 0 resultado deve ser um número inteiro é necessário aumentar ou diminuir ligeiramente a espessura da junta para que as fiadas fiquem igualmente espaçadas).

Ex:dimensões do tijolo: 0,23m x 0,11m x 0,07 altura do muro: 1,50 maltura das juntas 0,008 e o tijolo 0,071,50: 0,078 = 19 fiadas e uma fracçãoo que confirma um tijolo de 0,07 + 1 junta de 0,9

• No assentamento do tijolo devemos considerar dois casos possíveis de aplicação: tijolo de face à vista, quando não se pretende revestir o paramento, ou então, tijolo que se pretende rebocado.

• Ao levantar a parede, nunca se deve deixar parte dela com altura superior a um metro relativamente à construção anteriormente feita. Caso se tenha de deixar por tempo ilimitado uma parede por acabar, devem deixar-se as fiadas terminadas em forma de escada, para que, quando se retomar a obra se possam endentar as novas fiadas. Deste modo garante-se o travamento da parede. Em tempo seco o tijolo deve ser molhado para que a argamassa adira bem.

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TIPOLOGIAS DE PAREDES DE TIJOLO:

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Aparelho ao alto: paredes formadas por tijolos duplos colocados ao cutelo, de 9 a 10 cm de

espessura.

Parede de meia-vez: Os tijolos são colocados, com a sua face lateral maior para o paramento. As juntas verticais devem coincidir com o meio do tijolo, das fiadas superior e inferior.

Parede de uma vez: Compreende fiadas de tijolos de" uma vez ao baixo". 0 comprimento do tijolo define a espessura da parede.

Aparelhos de espessura superior a uma vez: a partir de uma parede a uma vez, a espessura de alvenarias aumenta de meia em meia vez ( sendo raro a construção de paredes de mais de duas vezes de espessura.

Aparelho de uma vez e meia

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Aparelho Inglês: Neste aparelho alternam-se as fiadas de tijolos colocados a meia-vez com os de uma vez. Pela sua regularidade e solidez, é o mais corrente na construção de edifícios.

Aparelho em cruz, ou belga: É o aparelho inglês em que as sucessivas fiadas de tijolo a uma vez estão desviadas meio tijolo, correspondendo entre si, alternadamente, as juntas e os eixos das fiadas a uma vez.

Aparelho Gótico: Denomina-se assim o aparelho em que alternam simultaneamente tijolos de uma e meia vez numa mesma fiada.

Aparelho Holandês: Neste caso alteram-se as fiadas de uma vez com as fiadas formadas por tijolos a uma e meia vez alternados.

Nota:

Tijolos ocos - Nos tabiques interiores substitui-se o tijolo vulgar por tijolos cerâmicos ocos. Este material é mais caro, mas a sua utilização permite economizar mão-de-obra, argamassa e no acabamento. Além disso, são mais leves, proporcionam melhor isolamento térmico e acústico.

Os tijolos de seis orifícios podem representar uma boa solução para a construção de alvenarias exteriores em vivendas económicas. As possibilidades de resistência do tijolo cerâmico furado, são definitivamente satisfatórias.

TIJOLO APLICADO EM ARCOS E ABÓBADAS

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Uma forma de cobrir os vãos, é através de arcos, abóbadas ou abobadilhas, os quais implicam a utilização de cimbres para apoio da construção. Produz-se no Alentejo um tipo de abobadilha com características particulares, cuja origem se desconhece com rigor, embora pareça provir dos métodos árabes de construção de tectos adaptados, ao longo do tempo, ao tipo de tijolo de fabrico manual da região. Tal convicção resulta reforçada com o facto de o método reclamar a utilização de gesso quando este material raramente era utilizado no Alentejo.

O que distingue este método do processo de construção das abóbadas correntes é o facto de dispensar a utilização de cimbres, mesmo quando se pretende vencer vãos superiores a 6 metros.

O método ainda hoje é conhecido por poucas famílias de pedreiros que têm vindo a transmiti-lo aos seus descendentes.

Arco de tijolo Arco de tijolo

Abobadilha de tijolo

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PAREDES DUPLAS

Por ser o processo de construção que mais garantias oferece quando ao isolamento térmico, isolamento acústico e defesa contra a humidade, as paredes exteriores são normalmente executadas com panos duplos separados por uma caixa de ar que devem ser realizados do seguinte modo:

a) Assenta-se primeiramente uma fiada tanto no pano exterior, como no pano interior

b) Executa-se uma caleira geralmente em quarto de círculo, com pendentes no sentido longitudinal a qual deve ser feita em argamassa de cimento e areia com acabamento afagado e de preferência revestida com um produto betuminoso aplicado normalmente por pintura

c) Juntamente com a execução da caleira, assentam-se nas zonas mais baixas das caleiras tubos para drenagem das águas que possam passar através do pano exterior ou resultantes de condensações internas

d) Depois de assentes as duas primeiras fiadas (1 de cada lado), a caleira e os tubos para drenagem de águas, tapa-se o espaço entre os dois panos (caixa de ar) com um rolo de papel, uma régua, ou serapilheira para evitar que parte da argamassa de assentamento dos restantes tijolos se deposite na caleira e dificulte o escoamento das águas.

e) Em seguida deve executar-se o pano exterior a toda a altura após o que deverá ser revestido com reboco afagado pela sua face interior para evitar a passagem de água através da parede exterior para a caixa de ar.

f)Depois da execução e revestimento da parede exterior, executa-se o pano interior também até à lage ou viga. Ao executar este pano (interior à laje), deve ter-se em atenção que a fiada logo acima da caleira (2á a contar da laje do pavimento inferior) deve ser assente deixando entre cada tijolo assente, o espaço correspondente a outro tijolo, acrescido da espessura das juntas verticais.

g)Depois dos dois panos executados, retiram-se da caleira os rolos de papel, ou a serapilheira, e limpa-se completamente a caixa de ar.

h) Por último assentam-se os tijolos nos espaços deixados na 2ª fiada do pano interior quando da sua execução.

Usam-se paredes duplas, também designadas panos dobrados, em paredes exteriores para reforço das condições de isolamento térmico e de humidade dessas paredes.

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TTIIJJOOLLOO FFAACCEE ÀÀ VVIISSTTAA

Apresenta-se em várias cores e pastas, normalmente nas variantes das cores-terra, por vezes sendo-lhe misturado óxido para os castanhos, e é usado um tipo de argila da zona de Alcobaça para tijolos de cor mais clara. Pode ter desenhado vários efeitos como o lavrado ou o picado areado (ou os três em simultâneo) que se provocam na fase em que a fieira passa através do molde.

VANTAGENS

- vasta gama de medidas e colorações- resistência aos agentes atmosféricos- resistência ao gelo- resistência ao fogo- resistência ao uso- volume de ocos no tijolo perfurado (18 furos = 37%)- elevada inércia térmica- eficácia de combinações com elevado poder de isolamento térmico e acústico- elevada resistência mecânica à compressão

FABRICO

Este material apresenta um processo de fabrico análogo ao do Paver cerâmico:

• Preparação

Após a extracção da matéria-prima da barreira (que normalmente se situa perto do local de produção), a argila deve ser sujeita à meteorização (exposição às intempéries) de modo a se obter a desagregação e lavagem, fase que deve ser acompanhada de um revolvimento das argilas, após o que segue o seguinte processo de fabrico:

• barro é levado para a máquina de trituração, passado por um doseador e moído em várias máquinas de modo a ficar cada vez mais reduzido o grão.Começa a ser apertado numa máquina, passando entre dois cilindros de rotação contrária.Máquina misturadora - amassadura da argila - transforma-se numa pasta e junta se água se não tiver a humidade necessária para ser amassada

• Moldagem e Corte

Manual - são usados moldes de madeira ou ferro para obtenção de tijolo burroMecânica - a argila é comprimida através de máquinas de fieira para passar através de um molde.

- na fieira a pasta é impelida através de buracos com o recorte das peças que se pretende moldar, formando-se um prisma furado (no tijolo á vista, o paver é maciço), contínuo, que é cortado á medida desejada por um bastidor de arames e aparado novamente - corte de calibragem - (os restos voltam à câmara onde são comprimidos - «reciclagem»).

- máquina carrega os tijolos para prateleiras num carro.

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• Secagem

O produto moldado e ainda húmido é sujeito a uma operação para reduzir o volume de água antes da cozedura, fazendo-se passar por uma cadeia de secagem - enxugo - carro que se desloca por um processo mecânico, carregado de tijolos, que entra numa câmara de secagem fechada (estufa), demorando o percurso 48 horas (o processo é lento e gradual de modo a evitar fendas e deformações). O combustível para aquecimento é fuel-oil ou aparas da floresta, cascas de pinheiro moído, entrando a 30° e saindo a 60°, já seco. O ar quente e muita ventilação eliminam a humidade.

Entra, de seguida, num sistema de descarga, a argila torna-se mais dura.Bocados partidos ainda podem ser aproveitados - moídos, amassados - para campos de ténis, habitações e jardins.

• Cozedura

Os tijolos são descarregados para uma vagira (empacotamento), arrumados por um processo mecânico, sem espaços entre eles, e entram no forno (com parede de 1 m para isolar) por meio de carris, demorando o ciclo 24 horas a percorrer, desde que a vagina entra até que sai. Interior (passagens não bruscas para não estalar):

- pre-aquecimento - 8 horas - zona de alto fogo - 8 horas (atinge 900° e nalguns casos 1100°,

dependendo dos fabricantes) - zona de arrefecimento - 8 horas.

O combustível usado é o fuel-oil (derivado do petróleo) e um sistema que detecta quando a temperatura baixa no forno - aparelho de pirometria -, injectando o combustível que imediatamente se autoinflama pelo calor.

• Embalagem em plástico

Depois de saírem do forno e sem nunca se desmanchar a composição que saiu em cada vagona, os tijolos são embalados e seguem para armazém. Uma fábrica de tijolo de revestimento e paver cerâmico que visitámos (Vale da Gândara) produz à volta de 60 mil unidades por dia.

O conjunto do tratamento suportado visa, no fundo, melhorar certas qualidades como a trabalhabilidade, para além da função (igualmente importante) de retirar impurezas, das quais os nódulos de calcário são responsáveis pela posterior ocorrência de eflorescências (manchas brancas), devidas à acção das águas da chuva e da argamassa sobre a cal da argila.

Cores do tijolo (componentes químicos que a argila contem que se decompõem e dão origem à pigmentação):

- castanho acinzentado - quando é amassado e antes da secagem - castanho acinzentado mais claro - depois da secagem

- laranja - depois da cozedura

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APLICAÇÃO

Seja qual for o tipo de assentamento, devem ser adoptadas as seguintes recomendações:- aplicar sempre que possível tijolos inteiros- as juntas verticais devem ser sempre perpendiculares ao alinhamento da parede- os tijolos devem colocar-se de modo a interromper as juntas (contrafiada), ou seja,

a união dos tijolos não deve coincidir com a união dos tijolos da camada seguinte (sistema de travamento).

- de acordo com o assentamento adoptado, aplicam-se fracções de tijolos no início da parede, que podem ser de ¾, de ½ ou ¼ .

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

- As paredes devem ser elevadas com grande precisão, alinhando-se as juntas verticalmente com o auxílio de um fio de prumo e horizontalmente com um nível de bolha de ar, estendendo-se as fiadas sem saliências à superfície exterior.

- Os tijolos devem utilizar-se sempre molhados (mas não a escorrer) para garantir uma adequada aderência à argamassa (de cimento, areia e sais solúveis), evitando a desidratação deste material.

- A argamassa que escorre das juntas horizontais quando se assentam os tijolos deve ser aproveitada para encher as juntas verticais e vice-versa. No entanto, antes do assentamento, deve-se aplicar uma pequena pirâmide de argamassa no topo de encosto para melhor enchimento da junta. De imediato deve-se fazer a limpeza de eventuais restos da argamassa depositados na face do tijolo, com o auxílio de uma colher de pedreiro, por cada 2 ou 3 fiadas assentes. Posteriormente, concluído o revestimento, quando estiverem parcialmente secos, devem ser removidos com um sisal seco e só com movimentos horizontais, até que todos os depósitos acumulados durante o assentamento sejam eliminados.

- A argamassa aplicada nas juntas horizontais deve ter uma espessura constante (entre 1 e 1,5 cm) com um calibre apropriado.

- A aplicação de um bom hidrofugante na água de preparação das argamassas de assentamento em fachadas exteriores, é fundamental para evitar infiltrações de humidade através das juntas (que constituem 20% da superfície exposta).

- Por fim, o revestimento deve ser lavado com abundante quantidade de água limpa, após o que fica concluído.

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PRINCIPAIS TIPOS DE ASSENTAMENTO

Designa-se por assentamento o sistema de união dos tijolos, que permite obter urna resistência adequada.

Este tipo de tijolo também é usado para construção de alvenaria cujosprincipais tipos são:

Parede de 1 vez (muro de uma peça)Esta parede é composta por tijolos em que o comprimento é a espessura da parede. O extremo da parede necessita de g/4 de tijolo nas fiadas pares.

Parede a ½ vez (muro de meia peça)Os tijolos são colocados ao baixo, de forma a que a largura corresponda à espessura da parede. Em princípio, coloca-se meio tijolo nas fiadas pares.

Assentamento InglêsOs tijolos são dispostos alternando fiadas a uma vez com fiadas a meia vez. Pela sua regularidade e solidez, este tipo de assentamento é o mais comum na construção.

No entanto, podem ocorrer na caixa de ar interposta, particularmente ao nível do pavimento ou lajes, infiltrações de água de natureza vária, ou ainda em fenómenos de condensação.

Para salvaguardar tais situações, é aconselhável proceder à aplicação de folhas de tela impermeável ancoradas a uma junta da parede interna, em altura aproximada de 3 fiadas contadas a partir da primeira fila de assentamento.

A construção de goteiras situadas a este mesmo nível e convenientemente distanciadas entre si, é aconselhável e complementam uma perfeita estanquicidade dos revestimentos.

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