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5 Índice Introdução ..................................................................................................... 11 Capítulo 1 – O Cancro Não É Uma Doença ............................................ 37 A força da palavra ................................................................................. 37 Juízo errado ............................................................................................ 39 Curar o cancro versus combatê-lo ........................................................ 40 À procura de respostas ......................................................................... 42 O mito do gene/cancro ......................................................................... 46 O fraco sucesso dos tratamentos contra o cancro ............................. 50 Fraude estatística ................................................................................... 52 O poder da crença ................................................................................. 55 Criar um monstro onde ele não existe ............................................... 58 Argumentos médicos ............................................................................ 61 Pode-se confiar na quimioterapia? ..................................................... 66 O que é o cancro? ................................................................................... 74 A sabedoria das células cancerosas .................................................... 75 O incrível papel dos micróbios e das infeções .................................. 77 Os germes não provocam cancro ........................................................ 80 Oh, esses horríveis radicais livres! ...................................................... 83 Genes mutantes não provocam cancro .............................................. 84 Cancro – Uma engenhosa operação de resgate ................................ 86 Capítulo 2 – Causas Físicas do Cancro .................................................... 89 Identificação da origem do cancro ...................................................... 89 Estádios progressivos do cancro ......................................................... 92 1. Congestionamento ............................................................................ 96 2. Bloqueio .............................................................................................. 97 A relação cancro-proteína ..................................................................... 99 O que acontece efetivamente quando se ingere carne? ....................... 101 Asfixia em curso .................................................................................. 104 Cancro e doença cardíaca – as mesmas causas ............................... 105 A morte por gorduras trans ................................................................ 107 3. Obstrução linfática .......................................................................... 112 Linfedema ............................................................................................ 116

Índice · 6 ANDREAS MORITz 4. Problemas digestivos crónicos ..... 120 5. Obstrução dos canais biliares hepáticos

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ÍndiceIntrodução ..................................................................................................... 11

Capítulo 1 – O Cancro Não É Uma Doença ............................................ 37

A força da palavra ................................................................................. 37Juízo errado ............................................................................................ 39Curar o cancro versus combatê-lo ........................................................ 40À procura de respostas ......................................................................... 42O mito do gene/cancro ......................................................................... 46O fraco sucesso dos tratamentos contra o cancro ............................. 50Fraude estatística ................................................................................... 52O poder da crença ................................................................................. 55Criar um monstro onde ele não existe ............................................... 58Argumentos médicos ............................................................................ 61Pode-se confiar na quimioterapia? ..................................................... 66O que é o cancro? ................................................................................... 74A sabedoria das células cancerosas .................................................... 75O incrível papel dos micróbios e das infeções .................................. 77Os germes não provocam cancro ........................................................ 80Oh, esses horríveis radicais livres! ...................................................... 83Genes mutantes não provocam cancro .............................................. 84Cancro – Uma engenhosa operação de resgate ................................ 86

Capítulo 2 – Causas Físicas do Cancro .................................................... 89

Identificação da origem do cancro ...................................................... 89Estádios progressivos do cancro ......................................................... 921. Congestionamento ............................................................................ 962. Bloqueio .............................................................................................. 97

A relação cancro-proteína ..................................................................... 99O que acontece efetivamente quando se ingere carne? ....................... 101Asfixia em curso .................................................................................. 104

Cancro e doença cardíaca – as mesmas causas ............................... 105A morte por gorduras trans ................................................................ 107

3. Obstrução linfática .......................................................................... 112Linfedema ............................................................................................ 116

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4. Problemas digestivos crónicos ...................................................... 1205. Obstrução dos canais biliares hepáticos ...................................... 122

Alimentos e bebidas artificiais ............................................................. 124Telemóveis e outros dispositivos fatais sem fios .................................. 134A relação metais pesados/radiação eletromagnética ............................ 139Qual a relação com a doença periodontal (doença das gengivas)? ....... 142Solução dentária Soladey ................................................................... 143Óculos de sol e filtros solares – causas relevantes de cancro .............. 144Luz ultravioleta ................................................................................... 146

O fator vitamina D .............................................................................. 154Não se pode ser feliz e saudável sem ela – o papel da serotonina . . 155

Precauções ......................................................................................... 157Produtos farmacêuticos ...................................................................... 159

Cuidado com os populares medicamentos anticancro! .............. 162Cuidado com os medicamentos para a artrite ............................. 164Cuidado com a aspirina .................................................................. 165Evite cair na teia dos medicamentos ............................................. 165

Capítulo 3 – Desmistificar o Cancro ...................................................... 169

Ligar as peças ....................................................................................... 169Causas emocionais do cancro ............................................................ 171É tudo psicossomático! ....................................................................... 172Os bem-sucedidos remédios de Mary .............................................. 175Cancro – uma resposta à rejeição ...................................................... 176Combater o fantasma da memória ................................................... 177Deixar de lado a necessidade de lutar .............................................. 179Cancro – um poderoso agente de cura ............................................. 181A capacidade de resolver situações de conflito .............................. 185O cancro é «falta de autoestima» ...................................................... 186

Capítulo 4 – A Inteligência do Corpo em Ação ................................... 191

O cancro não conseguirá matá-lo ...................................................... 191A tentativa desesperada do corpo para sobreviver ........................ 196Cancro da próstata e tratamentos perigosos ................................... 203Evite produtos lácteos (exceto manteiga sem sal) .......................... 205Sobre a hipertrofia da próstata .......................................................... 206O que leva muitos cancros a desaparecerem naturalmente? ........ 208

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Capítulo 5 – Outros dos Principais Riscos de Cancro ........................ 211

Vacinas – bombas-relógio? ................................................................. 211O uso de sutiã prejudica a drenagem linfática ................................ 213Relação entre cancro da mama e puberdade precoce .................... 215Soja – um carcinogéneo para os humanos? ..................................... 216O que contêm os derivados de soja .................................................. 217Porque é que as batatas fritas podem causar cancro? .................... 220Luz elétrica e cancro ............................................................................ 221Poluição atmosférica e stress nas cidades ........................................ 222Fornos de micro-ondas ....................................................................... 223Desidratação ......................................................................................... 227O que deve evitar se tiver cancro ...................................................... 229Factos sobre as mamografias ............................................................. 238Há um bom método alternativo de rastreio? .................................. 241Comentário ........................................................................................... 241

Capítulo 6 – O Que Deve Saber Para Se Curar a Si Mesmo ............. 243

Cancro – quem o cura? ....................................................................... 243Acabar com a necessidade do cancro ............................................... 246Luz solar – tratamento natural para o cancro ................................. 251Dormir o número de horas suficiente .............................................. 252Manter um horário regular para as refeições .................................. 257Seguir uma dieta vegetariana – vegan .............................................. 259Exercício físico e cancro ...................................................................... 261Restabelecer o Chi, ou força da vida ................................................. 263Sacred Santémony – para uma cura emocional, entre outras .......... 265Graviola – mais eficaz do que a quimioterapia ............................... 267Suplemento mineral milagroso (MMS) ............................................ 269Chá Ojibwa ou chá Essiac – remédio para muitas doenças? .......... 271Tratamento com xarope de seiva de ácer e bicarbonato ................ 274Fitoplâncton marinho – um superalimento da natureza ............... 278Outras terapias úteis ao cancro ......................................................... 278Resumo e observações finais ............................................................. 283

Este livro é dedicado a todos aqueles que confiam na sabedoria e na inteligência do seu corpo para se curarem a si mesmos; a todos aqueles que desejam trabalhar com o corpo e não contra ele; a todos aqueles que não culpam ninguém, nem a si mes-mos, pela sua doença ou pelo seu infortúnio; a todos aqueles que compreendem que tudo o que lhes acontece pode ser útil, independentemente do quão perigoso ou doloroso possa pa-recer; e, especialmente, a todos aqueles que estão de espírito aberto e preparados para serem qualquer um dos que atrás mencionei.

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Introdução

O que está prestes a ler poderá fazer balançar ou desman-telar as bases das suas convicções relativamente ao seu

corpo e à forma como este tenta curar qualquer doença. O tí-tulo Cancro Não é uma Doença pode ser perturbador para mui-tos, provocador para alguns, mas encorajador para todos. Este livro poderá vir a ser uma revelação para quem está recetivo a considerar a possibilidade de o cancro não ser uma doença real (fatal). Se for contada toda a verdade, é possível chegar-se à conclusão segundo a qual o cancro pode ser uma elaborada e profundamente lógica tentativa previsível de o corpo se curar por si e de permanecer vivo por tanto tempo quanto as circuns-tâncias lho permitam; circunstâncias que, como se concluirá, estarão muito provavelmente nas mãos de cada um de nós e claramente a nosso favor.

É possível que se surpreenda se ficar a saber que uma pes-soa afetada por qualquer das causas subjacentes ao cancro (e que constituem a verdadeira doença) morrerá provavelmente muito mais cedo se não desenvolver células cancerosas. Neste trabalho providencio a lógica subjacente ao conceito que faz do cancro um processo de cura que devemos encorajar e não eliminar ou combater. Ainda que pouco ortodoxas, apresento também provas científicas de acordo com as quais a própria abordagem do corpo à cura das causas subjacentes ao cancro é muito mais eficiente na cura do que os métodos que envolvem a sua destruição.

É também minha convicção que o cancro – um dos mecanis-mos de cura mais poderosos e sofisticados do organismo – só

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se desenvolve quando se verificarem (um ou ambos) os seguin-tes pressupostos, raramente considerados:

1. Os principais sistemas de desintoxicação e de remoção de resíduos tornaram-se ineficazes.

2. Uma situação grave de stress psicoemocional foi resol-vida ou deixou de ter relevância na vida da pessoa.

Estas duas razões de base para o desencadeamento do can-cro requerem uma explicação exaustiva, e será a isso que me dedicarei no decorrer deste livro.

Enquanto o primeiro pressuposto pode parecer razoável para aqueles que estão familiarizados com a relação carcinogé-neo/ferida/cancro (por exemplo, a lesão dos tecidos provocada por partículas radioativas, campos eletromagnéticos, trauma-tismos, partículas, químicos tóxicos, metais pesados, doenças biológicas, doenças inflamatórias, infeções microbianas pro-longadas, deficiência de nutrientes, alimentos geneticamente modificados, medicamentos, envelhecimento precoce, etc.), o segundo não fará sentido imediatamente, mas prometo que tal acontecerá conforme se for avançando na leitura do livro.

Por ora assinalarei apenas que um cancro induzido por stress nunca se desenvolve no decorrer da situação provocadora de tensão, mas pode ocorrer após tal situação ter sido superada ou depois de ter tido alguma espécie de resolução. Nos eventos pro-vocadores de tensão podem incluir-se as situações de desemprego temporário, a passagem por um divórcio penoso, o acompanha-mento de um ente querido em situação de doença grave que pos-sa conduzir à morte, ser vítima de abuso emocional ou físico, pas-sar por um acidente ou por um evento traumático, perder a casa ou bens pessoais, ser abandonado, etc. Se o cancro for realmente um mecanismo de cura, como eu defendo, então faz sentido que os sintomas de cura, como o aparecimento de um tumor, ocor-ram após e não durante uma crise ou um conflito psicoemocional.

Há indícios que nos dizem que este mecanismo entra em ação não só no desencadeamento do cancro como também na

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maioria de outros distúrbios de saúde. Apesar de as razões 1 e 2 atrás mencionadas quase sempre coincidirem (ocorrem si-multaneamente), tal não tem de acontecer necessariamente.

Em circunstâncias extremas, a exposição a elevadas quanti-dades de agentes capazes de induzir o cancro (carcinogéneos) pode acarretar um colapso das defesas do organismo no espa-ço de semanas ou meses. Isto pode subsequentemente permitir o crescimento rápido e agressivo de um tumor maligno como forma de reagir a esse ataque. Como veremos, o cancro só con-segue desenvolver-se rapidamente quando o corpo se vê força-do a desencadear atividades prolongadas e excessivas de cura e de reparação de lesões. Contudo, geralmente estes tumores ditos «malignos» levam bastante tempo a formar-se e a tornar--se passíveis de diagnóstico.

Infelizmente, ideias pré-concebidas, ou um total desconhe-cimento das verdadeiras razões que estão por detrás do cres-cimento de um tumor, transformaram as células cancerosas «desalinhadas» em monstros cruéis que não têm outro objetivo senão o de nos matarem, conforme veiculado pela maioria dos teóricos, em retaliação pelos nossos pecados ou pelos maus- -tratos que demos ao corpo. Todavia, como irá ter oportunida-de de constatar, o cancro está do nosso lado, não contra nós. Também não é uma ocorrência acidental, sem sentido.

A menos que alteremos a nossa perceção relativamente ao que o cancro representa na realidade, é muito provável que re-sista ao tratamento, em particular aos métodos mais «avança-dos» e comummente aplicados na Medicina convencional. Se tem cancro, e considerando o cancro como parte das complexas respostas de sobrevivência do corpo, e não como uma doença, deverá encontrar respostas para questões que considero rele-vantes:

• Que razões poderão ter obrigado o seu corpo a desen-volver células cancerosas?

• Uma vez identificadas estas razões, em que é que essa identificação poderá ajudar na cura?

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• O que determina o tipo e a gravidade do cancro que o afeta?

• Se o cancro é realmente um mecanismo de cura, então, o que será necessário fazer para evitar que o corpo recorra a medidas tão drásticas de autopreservação, no presente e no futuro?

• Uma vez que o esquema genético original do corpo fa-vorece sempre a continuidade da vida e a proteção con-tra adversidades de qualquer espécie, por que razão, en-tão, o corpo viria a permitir uma alteração genética que conduzisse à sua destruição?

• Qual a razão de tantos cancros desaparecem por si, sem intervenção médica?

• A radioterapia, a quimioterapia e a cirurgia curam o cancro em algumas pessoas, ou será que os doentes se curam por si, independentemente destes tratamentos radi-cais e passíveis de provocar efeitos secundários?

• Que papéis desempenham o medo, a frustração, a baixa autoestima e a raiva reprimida no desencadeamento e desenvolvimento do cancro?

• Que razão leva tantas crianças a desenvolver tumores cerebrais e leucemia?

• Qual a lição de crescimento espiritual subjacente ao can-cro, se é que existe?

Para curar as causas que dão origem ao cancro, deve procu-rar respostas convincentes e práticas às questões acima levan-tadas. Encontrá-las-á no decorrer da leitura deste livro. Sem-pre que obtiver uma resposta, pode sentir uma indisfarçável sensação de confiança e de conhecimento interior da verdade, associada a um alívio e até a uma euforia física. Este agradável efeito de ressonância desencadeia-se quando o corpo se sente confortável por ter encontrado uma resolução para um proble-ma; indica igualmente que se está no caminho certo.

Se o leitor sentir um desejo interior de dar um significado a este tema da mudança de vida (falamos do cancro), tirará

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grande partido com a continuação da leitura deste livro. O can-cro pode ser a grande oportunidade de o ajudar a restabelecer o equilíbrio em todos os aspetos da sua vida, mas pode também ser portador de grande sofrimento e de trauma se o enfrentar enquanto ameaça. De qualquer maneira, conseguirá descobrir que tem sempre o controlo do seu corpo. Pode não conseguir alterar uma situação específica – como o é um diagnóstico de cancro –, mas terá certamente um maior controlo na sua abor-dagem. A forma como reage é absolutamente crucial para que volte a ser um todo ou para que continue fragmentado na per-ceção de ser uma vítima de uma «terrível» doença.

Para viver num corpo humano, a pessoa deve aceder a uma certa quantidade de energia de sobrevivência. Pode usar esta energia interior para alimentar e curar o corpo, ou pode gastá--la num combate contra um inimigo declarado (doença) que as teorias médicas creem que o irá matar. A escolha acaba por ser sua.

Caso escolha lutar contra o seu corpo em vez de tratá-lo com uma atenção cuidada e uma boa autoestima, provavelmente aquele acabará por se ver obrigado a lutar pela sua sobrevivên-cia. O ponto fulcral, o aspeto principal da questão, não é se tem ou não cancro, mas a forma como o entende e como vai lidar com ele. Pode olhar para o cancro como sendo algo terrível e que deixa a pessoa vitimizada e impotente, ou pode aceitá-lo como uma oportunidade de se defender a si mesmo, aos seus valores e à sua autoestima. Isto levanta inevitavelmente a ques-tão da saúde espiritual que, no meu entender, desempenha um papel no cancro pelo menos tão importante quanto as razões físicas e emocionais.

Olha-se para o cancro como se se tratasse de uma doença ilógica e imprevisível. Parece afetar os mais felizes e os mais in-felizes, os ricos e os pobres, os fumadores e os não-fumadores, os muito saudáveis e os não tão saudáveis. E embora a incidên-cia do cancro entre as crianças tenha um histórico que aponta para uma extrema raridade, o certo é que se está a tornar cada vez mais comum.

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Pessoas de todas as classes sociais e profissionais podem ter cancro. Contudo, se o leitor ousar ir ao fundo da questão, apreciando os sintomas físicos, tais como o tipo, o aspeto e o comportamento das células cancerosas, verificará que o cancro não é tão aleatório ou imprevisível quanto parece.

O que torna 50% da população norte-americana tão suscetí-vel a desenvolver cancro, quando a outra metade não apresenta qualquer risco? Ou porque é que as mulheres apresentam, na generalidade, cerca de metade das incidências de cancro, por comparação com os homens? Ou qual a razão de as taxas de cancro no Norte de África serem tão baixas? Já que todos par-tilhamos os mesmos genes e vivemos no mesmo planeta, isto não pode ser explicado com simples mutação genética alea-tória ou com erros de programação. À luz de novos indícios científicos, culpar as mutações genéticas pelo desenvolvimento do cancro carece de qualquer verdade ou lógica, não passando de uma desculpa para encobrir o desconhecimento das causas reais ou para induzir as pessoas vítimas de cancro a recorrer a programas de tratamento de «prevenção» dispendiosos e ine-ficazes.

Ao longo do livro discutirei as mais recentes investigações realizadas sobre possíveis fatores hereditários genéticos re-lacionados com os cancros da mama, do pulmão e de muitos outros. Será motivo de admiração verificar que os genes estão pouco ou nada envolvidos quando membros de várias gera-ções da mesma família desenvolvem tipos de cancro idênticos. De facto, conceituados investigadores genéticos vêm agora afir-mar que o comportamento dos genes é, em muito, influenciado pela forma como nos alimentamos, como pensamos, como nos emocionamos e como vivemos as nossas vidas; por outras pala-vras, pelo nosso estilo de vida. Os genes não começam um dia, absolutamente por acaso, a funcionar mal, a pôr-nos doentes e a provocar a mesma doença aos nossos filhos e aos nossos ne-tos. Na verdade, investigações recentes contradizem totalmen-te esta crença de longa data segundo a qual a mutação genética pode causar ou fazer disseminar o cancro.

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O cancro sempre foi uma doença extremamente rara, ex-ceto em países industrializados, de há uns 50 ou 60 anos para cá. Contudo, os genes humanos não se alteraram significativa-mente nos últimos milhares de anos. Porque se teriam alterado tão drasticamente agora, decidindo subitamente atacar e des-truir o organismo de cerca de metade da população? A respos-ta a dar a esta questão é extraordinariamente simples: embora os genes possam sofrer mutações (por razões aprofundadas ao longo do livro), tornar-se defeituosos ou ficar em falta, ainda assim, não conseguirão matar ninguém. De facto, investigações recentes mostram que a mutação genética é um passo necessá-rio na complexa sequência de eventos a que chamamos cura.

É importante ter a noção do seguinte: o cancro raramente provoca a morte de alguém, ainda que seja inquestionável que muitas pessoas afetadas por ele morrem. No entanto, a menos que um tumor provoque uma obstrução mecânica de relevo num órgão vital, ou que impeça consideravelmente a circula-ção do sangue no mesmo, ou que bloqueie a drenagem linfáti-ca, é muito mais provável que um doente oncológico venha a morrer devido às razões que estão na génese da mutação celu-lar e do crescimento do tumor, do que do cancro em si. Como se tornará óbvio ao longo do livro, o cancro é a forma que o corpo encontra de reparar e de curar lesões, nos órgãos e nos tecidos, provocadas por um grande número de razões possí-veis que detalharei nos capítulos dois, três e cinco.

Acresce ainda este facto: investigações recentes revelam que, na verdade, interferir com o cancro – o mecanismo de cura – por via de um tratamento médico agressivo vai evitar uma cura real, duradoura, e contribuir para a disseminação do can-cro e para a falência do organismo.

As causas da origem do cancro devem ser o foco de cada tratamento oncológico, ainda que muitos oncologistas normal-mente as ignorem. Por exemplo, uma dieta à base da dita comida de plástico, tipicamente privada de qualquer valor nu-tricional e com falta de qualquer energia real, provocará situa-ções traumáticas e caóticas no organismo, idênticas às sentidas

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numa situação de fome física. Ao longo deste livro debruçar- -me-ei sobre a forma como um tal processo de autodestruição implica uma clara resposta de cura por parte do organismo.

Começa a ser cada vez mais evidente que quase todos os cancros são precedidos de alguma espécie de acontecimento traumático, como um divórcio, a morte de um ente querido, um acidente, a perda do emprego, da casa ou de bens, um con-flito permanente com um superior hierárquico, com um amigo ou um parente, uma calamidade nacional ou global de relevo, o congestionamento severo de órgãos ou de sistemas do orga-nismo, ou uma exposição considerável a toxinas e a radiação. Ao corpo não resta outra alternativa senão responder a tais fa-tores de stress profundo com mecanismos previsíveis de sobre-vivência ou de adaptação biológica que podem incluir um cres-cimento celular «anormal» temporário. Embora a maioria dos médicos ainda defenda a teoria de acordo com a qual o tumor resultante é uma «doença» e não um mecanismo de cura, isso não significa que seja verdade.

Os tumores malignos são apenas sintomas de doença, cau-sados por qualquer outra coisa que não seja óbvia à primeira vista. Assim, fica claro: não se manifestam sem razão. Conflitos emocionais constantes, ressentimentos, ansiedade, depressão, culpa e vergonha, por exemplo, podem facilmente paralisar o sistema imunitário do organismo, as funções digestivas e os processos metabólicos mais básicos, conduzindo claramente ao desenvolvimento de um tumor maligno.

Felizmente, a ligação cancro/stress psicológico deixou o campo da ficção e da dúvida. Amplamente apoiados por provas científicas, os Center for Disease Control and Prevention (Centros para Controlo e Prevenção de Doenças, nos Estados Unidos) fizeram esta importante declaração na sua página web: «Um stress intenso e prolongado pode provocar uma série de efeitos negativos na saúde, quer a curto, quer a longo prazo. Pode perturbar o desenvolvimento cerebral inicial e compro-meter o funcionamento dos sistemas imunitário e nervoso. Acresce que o stress infantil pode levar mais tarde a problemas

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de saúde, nomeadamente ao alcoolismo, à depressão, a distúr-bios alimentares, à doença cardíaca, ao cancro e a outras doen-ças crónicas.»

Apesar da inegável evidência na qual se apoia a alegação dos CDC, a maioria dos médicos convencionais raramente reconhece ou tenta tratar estas causas subjacentes à doença, focando-se, ao invés, na erradicação dos seus sintomas. Tal-vez este equívoco crucial e potencialmente fatal, arreigado em quase todo o campo da Medicina convencional, se deva à falta de conhecimento desta ligação crucial doença/stress. A relação corpo/mente não é certamente ensinada nas escolas médicas.

Depois de ter visto milhares de pacientes vítimas de cancro num período de três décadas, comecei a identificar um certo padrão de pensamento, de crença e de sentimento comum à maioria. Para ser mais explícito, ainda estou à espera de encon-trar um doente com cancro que não se sinta emocionalmente afetado por uma pobre autoimagem, por preocupações e con-flitos não resolvidos, ou por traumas/conflitos emocionais do passado que ainda permanecem no seu subconsciente e na me-mória das células. Creio que o cancro, enquanto doença física, não se desencadeia a não ser que haja uma grande influência subjacente de inquietação emocional e de frustração profunda-mente arreigada.

Os doentes de cancro sofrem tipicamente de falta de auto-estima ou de sentido de dignidade e, muitas vezes, têm nas suas vidas aquilo a que chamo um «assunto mal resolvido». O cancro pode realmente ser uma forma expressiva de mani-festarem a origem de um tal conflito interior não resolvido. Por outro lado, o cancro pode ajudá-los a confrontar-se com esses conflitos e até a resolvê-los. A forma de nos livrarmos das ervas daninhas é arrancá-las pela raiz. É também assim que devemos tratar o cancro; de outra forma, ele poderá acabar por recidivar.

Sou frequentemente confrontado com o argumento segun-do o qual a relação cancro/stress emocional pode aplicar-se a adultos, mas não certamente a crianças que adoeceram com leucemia ou cancro cerebral. Costumo discordar. A posição

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dos CDC quanto a esta matéria vem confirmar o meu ponto de vista. De acordo com os CDC, o stress na infância pode levar ao cancro. Na sua página web, os CDC escrevem que «os seres humanos sentem stress muito cedo, muitas vezes antes mesmo de nascerem».

Está cientificamente provado que algumas das mais fortes influências experimentadas pelas crianças ocorrem quando ainda se encontram no útero materno. Já foi claramente de-monstrado que aquilo que uma mãe sofre emocionalmente e/ /ou fisicamente tem um forte impacto na saúde física e emo-cional do seu filho. Por exemplo, estudos citados no meu livro Timeless Secrets of Health and Rejuvenation descrevem detalhada-mente reações adversas de fetos às ecografias obstétricas e que este facto poderá desencadear problemas futuros.

Está também provado que não nascer de parto normal, mas sim de cesariana, pode ter efeitos traumáticos nos recém--nascidos. Da mesma forma, não amamentar um bebé ou mantê-lo num quarto separado do da mãe pode provocar um trauma de separação biológica que pode mesmo levar à mor-te súbita infantil. Não ouvir nem sentir o batimento cardíaco da mãe pode provocar intensa ansiedade numa criança. Bebés prematuros podem ficar particularmente traumatizados pela ansiedade da separação.

Além disso, a inoculação de vacinas pode provocar reações de choque biológico, similares a pequenos acidentes vascula-res, além de expor a criança às inúmeras toxinas carcinogénicas que contêm. Há cada vez mais crianças a apresentar fortes rea-ções alérgicas aos componentes das vacinas, os quais podem traumatizá-las e até ser-lhes fatais. Em crianças especialmente sensíveis, a dor da injeção e a resultante resposta de cura tam-bém podem ter consequências relacionadas com o trauma.

A falta de amamentação é também sobejamente conhecida por provocar problemas emocionais, psicológicos e de desen-volvimento em crianças de tenra idade.

De acordo com estudos recentes, a exposição direta a ra-diação emitida por telefones celulares (telemóveis), enquanto

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ainda no útero e depois do nascimento, pode afetar profunda-mente a saúde das crianças (consultar, no Capítulo 2, Telemóveis e Outros Dispositivos Fatais Sem Fios).

Uma dieta inadequada, na qual se incluam açúcar refinado, leite de vaca pasteurizado, proteínas animais, alimentos fritos e outras comidas ditas rápidas/de plástico, também pode afetar consideravelmente as crianças. E se a mãe ingerir bebidas al-coólicas, se fumar, se se alimentar com comidas de plástico ou se tomar medicamentos durante a gravidez, ou se ela própria tiver sido vacinada, tudo isto poderá igualmente ter efeitos no-civos na saúde e no desenvolvimento do feto.

Talvez uma das notícias mais perturbadoras para as crianças e para os seus pais provenha de alguns relatórios recentes que dão conta da realização de um número excessivo de testes de diagnóstico em adultos. Estudos recentes efetuados no Memo-rial Sloan-Kettering Cancer Center, na cidade de Nova Iorque,1 demonstram que os raios-X a que são sujeitas crianças do sexo feminino podem aumentar bastante o risco que correm de con-trair cancro da mama. Estas novas conclusões são acompanha-das de avisos segundo os quais alguns destes exames podem não só causar cancro em crianças, como também induzir novos can-cros em crianças que já se encontram em tratamento oncológico.

De facto, os investigadores noticiaram que crianças do sexo feminino sujeitas a radioterapia ao peito para tratar cancros in-fantis têm um maior risco de desenvolver cancro na juventude. «Mesmo aquelas que foram sujeitas a doses baixas de um trata-mento comum para o cancro enfrentam um risco acrescido de contrair futuramente cancro de mama», relataram os cientistas.

Mais grave ainda, as tomografias axiais computorizadas (TAC) podem prejudicar as crianças ao ponto de lhes induzi-rem cancro cerebral e leucemia, de acordo com um artigo sobre dados imagiológicos em crianças publicado na revista médica britânica The Lancet.2 Investigadores do National Cancer Insti-1 «After chest radiation, girls at greater risk for early breast cancer: Study», Memorial Sloan-Kettering Center, 4 de junho de 2012.2 «Radiation exposure from CT scans in childhood and subsequent risk of leukaemia and brain tumours: A retrospective cohort study», in The Lancet, 7 de junho de 2012.

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tute e do Institute of Health and Society (Instituto Nacional de Oncologia e Instituto Nacional da Saúde e da Sociedade), da Universidade de Newcastle, em Inglaterra, concluíram que, por cada 10 000 TAC realizadas em crianças de dez anos, ou mais novas, uma criança desenvolveria tumor cerebral e uma outra desenvolveria leucemia no espaço de uma década após a primeira TAC.

De acordo com estes investigadores, se uma criança for ex-posta à radiação de duas ou três TAC, o risco que corre de de-senvolver cancro cerebral triplica. Cinco a dez TAC triplicarão o risco de uma criança vir a contrair leucemia.

É evidente que algumas crianças são mais suscetíveis a este tipo de agressão por radiação do que outras, e não é possível prever com certeza absoluta qual a quantidade máxima ou mí-nima que pode vir a desencadear um tal efeito devastador na saúde de uma criança. Milhões de crianças que por esse mun-do fora desenvolveram leucemia no decorrer de várias das úl-timas décadas podem, portanto, ter sido vítimas de testes de diagnóstico que induziram cancro.

Se, por um lado, as TAC podem ter uma enorme impor-tância no tratamento de traumatismos cranianos graves ou de infeções respiratórias, há muitas TAC que são recomendadas a crianças que apenas bateram com a cabeça num objeto ou que têm infeções respiratórias desvalorizáveis – comuns em muitas doenças infantis. Segundo o canal CNN Health, que também dá conta destes dados, nas suas idas aos serviços de urgência no ano de 2008, 1,65 milhões de crianças foram sujeitas a uma TAC, quintu-plicando no espaço de 14 anos.3

Há outros métodos de diagnóstico tão fiáveis quanto as TAC, mas exigem um pouco mais de tempo e de atenção por parte de um médico especializado do que o habitual. Muitas vezes, a utilização do velho estetoscópio pode permitir um diagnóstico muito mais preciso do que a imagem de uma TAC, pelo menos no caso das infeções respiratórias – e sem efeitos secundários ou danos para a criança.

3 «CT scans for children linked to increased cancer risk», in CNN, 6 de junho de 2012.

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Expor as crianças a radiação ionizante através de uma TAC depois de terem batido com a cabeça é uma prática médica que comporta riscos e que é muitas vezes desnecessária; para além disso, pode facilmente conduzir a cancro cerebral e a outras reações inflamatórias complicadas. Dados resultantes de um estudo efetuado junto de mais de 40 000 crianças com trauma-tismo craniano fechado revelaram que a simples observação é a melhor e a mais saudável abordagem. Os resultados dos es-tudos foram publicados no número de junho de 2011 da revista Pediatrics (publicados online em EB Medicine, de novembro de 2011).4 Na verdade, o cérebro sensível e em desenvolvimento das crianças tem pouca ou nenhuma proteção contra a radiação ionizante.

Embora eu não seja favorável à realização de ecografias e de ressonâncias magnéticas, devido aos seus efeitos secundários potencialmente nocivos, em casos graves de lesão ou infeção qualquer destes métodos é preferível às TAC. Pelo menos, que se saiba, nenhum deles causa danos físicos que possam levar potencialmente ao cancro, o mecanismo de cura. (O Capítulo 1 aborda detalhadamente as razões pelas quais o corpo pode produzir células cancerosas de modo a curar lesões persisten-tes que, de outra forma, o organismo não conseguiria curar.)

Os pais devem estar conscientes do facto de a exposição dos seus filhos aos raios-X poder levar a lesões internas poten-cialmente fatais que vão implicar algumas das mais drásticas medidas de cura, nomeadamente as produzidas pelas células cancerosas. Tal como comprovado por investigação recente ao cancro (ver Capítulo 1), o desencadeamento do cancro consti-tui o método mais rápido e eficiente de curar lesões ou feridas complexas.

Adicionalmente, tratar as infeções das crianças com anti-bióticos pode danificar gravemente o desenvolvimento dos seus sistemas imunitários. Um sistema imunitário debilitado vai permitir a acumulação de toxinas e o desenvolvimento de

4 «Evidence-based assessment and management of pediatric mild traumatic brain in-jury», in Eb Medicine, novembro de 2011.

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infeções microbianas. Ambas as situações são precursoras de cancro.

Outro estudo elaborado pelo Environmental Working Group (EWG) (Grupo de Trabalho do Ambiente) demonstrou que as amostras de sangue de recém-nascidos contêm em média 287 toxinas, nomeadamente mercúrio, retardadores de fogo, pesticidas, aditivos alimentares, químicos provenientes de pro-dutos de limpeza corporal, poluentes atmosféricos, compostos de plástico tóxicos e químicos de teflon (politetrafluoretileno). Muitas destas toxinas são altamente carcinogénicas (causado-ras de cancro).

De acordo com o relatório do EWG, no mês anterior ao par-to, o cordão umbilical transfere o equivalente a pelo menos 300 litros de sangue da placenta para a criança em desenvolvi-mento. Isto significa que o nascituro apresenta uma carga quí-mica igual à da mãe. Além disso, mães que não estão de boa saúde e ainda amamentam os filhos continuam claramente a contaminá-los.

Basta os produtos químicos do plástico, bisfenol-A (BPA) e bisfenol-S (BPS) – potentes disruptores endócrinos presentes em produtos de plástico como, por exemplo, as garrafas de água – para levar a erros cromossómicos no desenvolvimento do feto; também se comprovou que podem provocar abortos espontâneos e danos genéticos permanentes. Estes químicos tóxicos foram identificados em 96% das mulheres grávidas tes-tadas.

Acima de tudo, o estudo detetou um verdadeiro cocktail químico em 99% a 100% das mulheres grávidas, o suficiente para iniciar estádios de desenvolvimento de cancro em fetos.

Da mesma forma, uma investigação epidemiológica efetua-da em 2006 comprovou que, em 151 estudos independentes, se verificavam claros indícios de a vacinação de crianças con-tra doenças da infância aumentar significativamente o risco de estas desenvolverem cancro mais tarde, no decorrer das suas vidas. No Capítulo 1 tratarei mais detalhadamente deste im-portante trabalho de investigação.

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Numa série de estudos, o venenoso flúor adicionado à água de rede municipalizada nos Estados Unidos e em outros países foi claramente associado ao desencadeamento de cancro dos ossos (osteossarcoma) e a outros tipos de cancro. A boa notícia é que após terem aprovado durante décadas a adição de flúor às águas canalizadas, em janeiro de 2011 os CDC publicaram um aviso urgente segundo o qual os níveis atuais de flúor pre-sente nas águas para consumo humano podem ser seriamente nocivos para as crianças. Infelizmente, muitas mães desinfor-madas continuam a usar água da torneira tratada com flúor para preparar o leite dos bebés ou outras bebidas das crianças.

A clampagem precoce do cordão umbilical, ao invés de se respeitarem os minimamente aconselhados 40 a 60 minutos após o nascimento, pode reduzir a oxigenação do sangue do bebé em 40% e não deixar que as toxinas sejam filtradas do sangue pela placenta. Está comprovado que esta prática rela-tivamente recente pode ter efeitos negativos consideráveis no desenvolvimento saudável do sistema imunitário da criança.

Tudo o que afetar a criança fisicamente afetá-la-á emocional e psicologicamente. Por outras palavras, não é necessário ser-se adulto para se ser afetado por traumas emocionais.

Dados resultantes de pesquisas demonstram claramente que o stress na criança pode ter impacto na saúde do adulto. Um dos mais vastos estudos no seu género, o Adverse Childhood Expe-riences Study (Estudo sobre Adversidades na Infância – ACE),5 demonstra uma ligação específica entre 1) fatores de stress rela-cionados com a violência, nomeadamente com o abuso infantil, a negligência e a exposição repetida a violência doméstica, e 2) comportamentos de risco e problemas de saúde na idade adulta.

O estudo ACE, resultado de uma colaboração entre os CDC e a clínica Kaiser Permanente’s Health Appraisal Clinic, de San Diego, contou com mais de 17 000 participantes numa pesqui-sa efetuada entre 1995 e 1997. Recolheu e analisou informação detalhada sobre histórias de abuso no passado, negligência e 5 «Major findings by publication year – A comprehensive list of ACE publications», in www.cdc.gov.

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disfunção familiar, bem como sobre comportamentos atuais e estado de saúde dos participantes.

Os resultados do estudo ACE foram publicados em mais de 30 artigos científicos. Revelaram serem comuns o abuso infan-til, a negligência e a exposição a outras experiências adversas. Quase dois terços dos participantes no estudo reportaram uma ACE (adversidade na infância) e mais de um em cada cinco re-portaram três ou mais adversidades. Os dados deste estudo su-gerem que certas experiências correspondem a fatores de risco elevado para as principais causas de doença e de morte, bem como uma fraca qualidade de vida nos Estados Unidos. Não esquecer que um stress emocional prolongado pode compro-meter o sistema imunitário e, consequentemente, tornar o cor-po mais suscetível a quase todo o tipo de doenças, incluindo o cancro. Mais à frente retomarei este importante tema.

O primeiro capítulo deste livro oferece-lhe importantes conclusões relativamente ao que é o cancro e ao que simboli-za, analisado de uma perspetiva física. É um entendimento do cancro com o qual nunca se deve ter confrontado. Esta nova e ainda intemporal compreensão do cancro permite-nos outras abordagens, direcionadas para uma cura real das causas do cancro, em vez de nos levar a concentrarmo-nos simplesmente nos seus sintomas.

Neste capítulo poderá também ficar a saber das espantosas descobertas feitas por conhecidos investigadores oncológicos, comprovando que o cancro não é só provocado por uma mu-tação celular, ou que poderá sê-lo apenas em parte, já que, sen-do o engenhoso mecanismo de cura que é, requer o apoio e a participação de todo o organismo. Poderá também conferir os novos dados que demonstram a razão pela qual tantos tumores cancerosos diagnosticados são, na verdade, absolutamente ino-fensivos e desaparecem por si sós.

Os segundo e terceiro capítulos tratam, respetivamente, das causas físicas e espirituais/emocionais. Para que não restassem dúvidas, tentei separar estas categorias, pese embora esteja consciente do facto de tal divisão ser arbitrária e inexistente.

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Fi-lo com um único objetivo: sublinhar que a cura das causas do cancro deve incluir a reposição do bem-estar espiritual, emocional e físico da pessoa. Deixar de lado um destes fato-res pode pôr em causa as hipóteses de uma recuperação plena, acabando por conduzir a uma recidiva do cancro (a maioria dos cancros tratados clinicamente recidiva). Finalmente, se se fizesse uma abordagem incompleta, tal afetaria seriamente a saúde mental e física da pessoa e, acima de tudo, o seu estado de felicidade e a sua autoestima.

A afirmação seguinte, que constitui como que um fio con-dutor ao longo de todo o livro, é muito importante na questão do cancro: «O cancro não faz com que uma pessoa fique doen-te; a doença dessa pessoa é que provoca o cancro.» E a esta afirmação eu acrescentaria ainda que «uma vez que se tenha desencadeado um cancro, o seu objetivo principal é fazer com que a pessoa doente readquira o seu estado equilibrado de mente, corpo e espírito».

Isto é tão contraditório, relativamente ao que a Medicina convencional e os meios de comunicação social nos querem fa-zer crer, que pode chegar a parecer ultrajante. Se o cancro cura a pessoa ou se leva à sua morte tem realmente muito mais a ver com o que se passa na vida pessoal de cada um do que com o próprio cancro – ou seja, com a agressividade do cancro ou com o quão cedo ele é detetado.

Vejamos, por exemplo, o caso de Dave. Aos 58 anos foi-lhe diagnosticado cancro do pulmão em estádio IV durante uma rotineira avaliação global do seu estado de saúde. Embora nun-ca se tivesse sentido mal antes do diagnóstico, a sua saúde de-teriorou-se rapidamente nas duas semanas seguintes. Perdeu o apetite, deixou de conseguir dormir, a respiração tornou-se bastante superficial e sofreu vários ataques de pânico e de do-res no peito. Morreu 20 dias depois de ter conhecido o diag-nóstico. Na certidão de óbito constava que morrera de cancro do pulmão, mas é óbvio que, sem o diagnóstico de cancro, não teria ocorrido qualquer um destes avassaladores efeitos indu-tores de stress.

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Não há dúvida (deixou de haver) relativamente ao facto de o stress emocional poder desativar o nosso sistema imunitário e paralisar outras funções vitais do organismo, nomeadamente a digestão e o metabolismo alimentar, a filtração sanguínea e a remoção de resíduos. Pode não só evitar que o seu corpo se cure, mas também levar a que realmente fique seriamente doente.

Há evidências clínicas que comprovam que, no decorrer de uma forte situação de stress, as pessoas podem morrer de ataque cardíaco fulminante sem que jamais tenham sofrido de doença cardíaca ou de obstrução arterial.

Para que se seja bem-sucedido no tratamento do cancro é necessário que se reponham novamente, num todo, os seus ní-veis físico, espiritual e mental. Mal as causas do cancro tenham sido adequadamente identificadas, tornar-se-á claro o que é necessário fazer para atingir uma recuperação total. Esta é a matéria abordada no Capítulo 4.

É um facto médico comprovado que todas as pessoas trans-portam células cancerosas no organismo, ao longo das suas vi-das. Isto não é indicativo de que algo de errado se passa com elas. Pelo contrário, produzir células cancerosas representa uma parte essencial no desenvolvimento de um sistema imu-nitário vital e na manutenção do equilíbrio do organismo. Para que sejamos saudáveis não podemos, de forma alguma, pres-cindir de células cancerosas.

O desgaste constante que ocorre no organismo em resulta-do das normais atividades circulatória e excretora, incluindo as funções básicas de reprodução, a rotatividade e a elimina-ção de milhões de células por dia, a menstruação, a gravidez, etc., provoca inúmeras pequenas lesões que requerem cura e reparação. Como veremos no Capítulo 1, para permitir estas atividades e curar estas lesões, o organismo deve passar por todas as fases de cura das feridas. Incluem-se aqui a ativação de genes específicos, denominados oncogenes, que levam as células normais a transformar-se em células cancerosas capa-zes de libertar moléculas específicas de reparação de feridas,

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conhecidas por citoquinas, ou os fatores de reparação e cres-cimento. Uma vez concluído o trabalho de reparação ou de cura, estas células cancerosas podem voltar a tornar-se célu-las não-diferenciadas, ou sofrer um processo de morte celular programada (apoptose).

Uma vez que estes milhões de células cancerosas são pro-duzidos e eliminados todos os dias por forma a apoiar as com-plexas atividades fisiológicas do organismo, não são detetáveis através de testes de diagnóstico padrão. Contudo, quando a lesão é grave e persiste, em resultado de deficiências nutricio-nais, de stress emocional continuado, de exposição constante a carcinogéneos, etc., a cura da lesão não se completa, sendo necessário um número muito maior de células cancerosas para completar o processo de cura. Uma tentativa de cura contínua de uma ferida por parte do organismo levará a uma massa tu-moral detetável.

Quando os médicos informam os seus doentes oncológicos do facto de os tratamentos que prescreveram terem eliminado com êxito todas as células cancerosas, referem-se apenas aos resultados dos testes capazes de identificar os tumores malig-nos de tamanho detetável. Todavia, enquanto o organismo for capaz de se curar por si, e até que essa capacidade não tenha sido destruída através de tratamentos agressivos imunossu-pressores, conseguirá prosseguir a cura da lesão e produzir no-vas células cancerosas de modo a levar avante a sua atividade curativa. Isto implica, em devido tempo, o surgimento de uma nova massa cancerosa (recidiva de cancro), a qual dá uma boa indicação do facto de a atividade de cura do organismo ainda estar intacta, pelo menos até certo ponto.

Contudo, quando a complexa capacidade de cura de le-sões por parte do organismo é destruída por meio de trata-mentos agressivos ao cancro, não conseguirão desenvolver-se novos tumores, e o paciente morrerá. Vi muitos pacientes oncológicos morrerem pouco depois de submetidos a trata-mentos de quimioterapia ou de radioterapia, após excisão ci-rúrgica de tumores malignos. Por outras palavras, se o corpo

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for impedido de produzir células cancerosas, deixarão de se cumprir as atividades mais básicas de cura e de reparação de lesões, e o organismo entrará num estado de extrema toxe-mia e exaustão total (morte). Embora a certidão de óbito possa atestar que «o doente morreu de cancro», na verdade, o do-ente morreu da interferência com o cancro – o mecanismo de cura.

Os tratamentos-padrão do cancro podem diminuir o núme-ro de células cancerosas até a um nível impossível de detetar, não conseguindo contudo erradicar todas as células cancero-sas. Enquanto as causas do desenvolvimento do tumor perma-necerem intactas, o cancro pode reincidir a qualquer momento e a qualquer velocidade, em qualquer parte do corpo. Ainda assim, isto não deve constituir razão de desespero; tudo o que isto significa é que o corpo ainda tem a capacidade de se curar por si mesmo.

Curar o cancro pouco tem a ver com o ver-se livre de um grupo de células cancerosas detetáveis. Tratamentos como a quimioterapia e a radioterapia são certamente capazes de enve-nenar ou de queimar muitas células cancerosas, mas destroem igualmente células saudáveis do cérebro, da medula óssea, do sistema gastrointestinal, do fígado, dos rins, do coração, dos pulmões, etc., o que conduz frequentemente a lesões perma-nentes e irreparáveis de parte ou da totalidade de órgãos e de sistemas do corpo. Os danos internos causados por estes tra-tamentos requerem novos programas de cura de lesões que incluem o desenvolvimento de novos cancros, erroneamente designados por metástases.

Será de admirar que o principal efeito secundário da qui-mioterapia e da radioterapia seja o cancro? De facto, a quimio-terapia e a radiação ionizante matam muito mais pessoas, por provocarem lesões fatais, do que as que «curam».

Ao reduzirem os tumores, os fármacos usados na quimio-terapia vão incentivar cada vez mais as células saudáveis a converterem-se em células cancerosas de modo a que estas li-bertem mais das necessárias moléculas de cura de lesões, e as

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células cancerosas existentes a tornarem-se resistentes à qui-mioterapia. Destruindo células cancerosas, os médicos privam o organismo das secreções das moléculas de cura essenciais.

Adicionalmente, dada a elevada incidência dos bem co-nhecidos e devastadores efeitos secundários da quimioterapia, quase todas as pessoas sujeitas a estes fármacos citotóxicos sofrem um aumento da proteína do stress HSF-1, ou fator de choque térmico 1. O HSF-1 permite que as células cancerosas danificadas por estes fármacos se autorreparem e retomem as suas atividades «cancerosas».6 É evidente que os oncologistas consideram que isto é uma catástrofe; já eu, considero que é uma bênção. As células cancerosas sobreviventes podem reto-mar o seu precioso processo de cura de lesões, aumentando as-sim as hipóteses de sobrevivência do corpo. A conclusão a que se chega é que, mesmo tentando parar o cancro, envenenando--o com fármacos tóxicos, o corpo continuará a tentar curar as suas feridas, gerando novos cancros.

Contudo, a radioterapia pode ser muito mais devastadora para o organismo do que a quimioterapia. Elevadas doses de radiação médica podem destruir completamente a capacida-de de o corpo produzir células cancerosas capazes de salvar a vida. A exposição a radiação ionizante a um nível de dosa-gem de 100 mSv7 é a dosagem anual à qual o risco de cancro elevado é ainda evidente; estas são as boas notícias. De acordo com dados de pesquisa, 10 000 mSv são uma dose fatal;8 estas são as más notícias. A radioterapia atinge o organismo com 20 000 a 80 000 mSv, dependendo do tipo de cancro a tratar. Não há nada de mais fatal do que a radioterapia. Em compara-ção, a fuga de radiação resultante do tremor de terra no Japão (Fukushima) em 2011 seria considerada inofensiva. 6 Role of Heat Shock Proteins in Tumor Initiation and Progression, Department of Bio-chemistry, Boston University Medical School, Health Science Center, University of Utah (Departamento de Bioquímica, Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, Centro de Ciências da Saúde, Universidade do Utah).7 Unidade básica usada para a medição de radiação ionizante.8 Para obter mais detalhes, consulte o artigo de Mike Adams, disponível em NaturalNews.com: http://www.naturalnews.com/032136_radiation_exposure_chart.html

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Os venenos dos fármacos utilizados em quimioterapia cau-sam por si uma inflamação de tal modo séria em cada uma das células do organismo que até os folículos capilares se tornam incapazes de neles sustentarem os fios de cabelo. Dados recen-tes de investigação mostram igualmente que os tratamentos oncológicos-padrão levam a danos cerebrais irreparáveis em crianças e adultos.

Não há uma verdadeira cura do cancro quando esta supos-tamente deve ser feita às custas da destruição de outras partes vitais do corpo, nomeadamente do sistema imunitário. Essa cura só se alcança quando as causas do crescimento excessivo das células cancerosas foram eliminadas e o corpo está a ser convenientemente apoiado no seu próprio processo de cura natural. O cancro é o processo de cura que o corpo deve esco-lher com o propósito único de restabelecer a homeostase. Não reconhecer o cancro como um mecanismo de cura pode vir a revelar-se fatal e, muitas vezes, é isso que se verifica.

Este livro pretende ocupar-se com as causas do cancro, não com os seus sintomas, e propõe dar resposta a essa questão. Tratar o cancro como sendo uma doença é a armadilha na qual têm caído milhões de pessoas, e todas elas pagaram um elevado preço por não terem tratado das causas primárias subjacentes.

Embora creia firmemente que o desenvolvimento do can-cro corresponde a uma fase de cura e não a uma doença, estou absolutamente consciente do facto de a maioria das pessoas olhar para o cancro como uma doença temível e fatal. Não te-nho a pretensão de ter a minha forma de olhar o cancro como a única correta; ainda assim, julgo que é uma das mais corre-tas.

O velho ditado «o conhecimento é diferente nos diferentes estados de consciência» revela que «a verdade» é uma projeção subjetiva da mente, provenha ela do consciente ou do subcons-ciente. Por outras palavras, se insistir em defender que o cancro é uma doença terrível que pode levá-lo à morte, este seu pensa-mento temível de morte irá provavelmente corresponder à sua temível expectativa. As expectativas têm uma estranha forma

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de se transformar em profecias que se autoconcretizam. Uma determinada verdade é sempre real para a pessoa que a conce-be como verdade. Não pode haver meias-verdades.

Lembre-se sempre: o trauma emocional, como o provocado pela expectativa da morte iminente, deprime o sistema imuni-tário e prorroga, ou põe mesmo em perigo, a cura. Se não se dá espaço ao corpo para completar o processo de cura, quer por-que as causas subjacentes ao cancro continuam intactas, quer porque um medo constante de morte (stress e trauma acentua-dos) provoca cada vez mais danos ao organismo, o corpo pode acabar por sucumbir à exaustão (morte). Nesta fase, nem o can-cro poderá salvar o corpo da sua morte.

Contrariamente, se acreditar que o cancro é uma reação de cura relacionada com um desequilíbrio subjacente, a sua ver-dade ajudá-lo-á também a atingir um resultado positivo, um resultado que vai ao encontro da sua encorajadora expectativa. Dados recentes de pesquisas ao cérebro revelaram que o poder das expectativas positivas é o único indutor real da verdadeira cura do corpo.9

É lamentável que, de um modo geral, a maioria dos profis-sionais médicos tenha desencorajado os doentes a participar, facilitar ou influenciar as suas próprias curas. Os doentes são raramente incluídos no poderoso processo de cura. Ao invés, defende-se que os tratamentos médicos são os únicos remédios para as doenças dos nossos dias. Na verdade, se a pessoa se cura ou não, é algo claramente controlado pelo estado de saú-de do corpo, da mente e do espírito dessa pessoa. Aceitar isto como um facto pode ter efeitos evidentes de autocapacitação, coisa que considero essencial para que ocorra uma cura e para que esta seja eficaz e completa.

Deve ter-se em atenção: sempre que, no decorrer deste li-vro, verificar que me refiro ao cancro como sendo uma doença fatal, a pessoas que morrem de cancro, ou ao cancro como sen-do uma doença agressiva ou terminal, etc., faço-o apenas no

9 Para obter informação mais detalhada, consulte o meu artigo «Positive expecta-tion – A medical miracle», disponível na página www.ener-chi.com.

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sentido de apresentar as interpretações oficiais da investigação e da teoria médicas. Contudo, gostaria de deixar bem claro que o meu entendimento e a minha interpretação do fenómeno do cancro não são compatíveis com este modelo médico atual. Não concordo com as opiniões e com as teorias segundo as quais é o cancro que mata as pessoas, e continuarei a desenvolver este meu parecer ao longo destas páginas.

Este livro estabelece claramente a distinção entre as causas do cancro e os seus sintomas. Sinais como, por exemplo, o apa-recimento de um tumor maligno, indicam apenas que o corpo já está a tentar solucionar as causas subjacentes ao cancro. A me-nos que apoiemos o corpo no seu processo de cura, não o ata-cando com tratamentos médicos nocivos, o cancro – o processo de cura – pode ficar incompleto e o tumor pode continuar a cres-cer e, sendo assim, ser considerado «incurável». Por outro lado, quando a inflamação crónica (uma lesão persistente) é debela-da naturalmente, o cancro deverá regredir espontaneamente, e regredirá (o que é conhecido por «remissão espontânea»). Isto corresponde às leis biológicas naturais que não devemos con-tornar ou ignorar sem que venhamos a pagar um preço elevado.

As lesões crónicas são consideradas fatores de risco comuns a todos os cancros, e os cancros só se desenvolvem em locais com lesões complexas. As diferenças das lesões originam os di-versos tipos de cancro. Por exemplo, a doença de Crohn ou a colite ulcerosa crónica precedem o cancro colorretal; a prosta-tite crónica precede o cancro da próstata; as lesões provocadas pelo tabaco precedem o cancro do pulmão; a inflamação provo-cada por radiação precede a leucemia; a cistite crónica precede o cancro da bexiga; a tiroidite precede o cancro da tiroide; a pancreatite crónica precede o cancro do pâncreas; a colecistite crónica precede o cancro da vesícula biliar; o refluxo esofágico precede o cancro do esófago, etc.

Uma vez que as células cancerosas produzem moléculas com capacidade para curar feridas no organismo, quando es-tas feridas desaparecem, o cancro, sendo um mecanismo de cura, deixa igualmente de existir. Não há qualquer hipótese

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de aleatoriedade neste processo. Portanto, curar o cancro não é coisa que esteja no domínio das hipóteses e, certamente, nada tem a ver com o fator sorte.

O objetivo deste livro é dotar o leitor de conhecimentos e de confiança nas infinitas sabedoria e inteligência do corpo, através das quais o processo de cura pode atingir o seu auge e o corpo pode regressar ao seu estado natural de equilíbrio e vitalidade.

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Capítulo 1

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A Força da Palavra

O cancro é a segunda maior causa de mortalidade entre os norte-americanos. De acordo com a American Cancer Society

(Sociedade Americana de Oncologia), cerca de 1,2 milhões de pessoas serão diagnosticadas com cancro nos Estados Unidos no corrente ano. Estima que morrerão de cancro mais de 552 000 pessoas. Nos homens, os três principais cancros diagnosticados serão o cancro da próstata (180 400 casos), o cancro do pulmão (89 500 casos) e o cancro colorretal (63 600 casos). Nas mulhe-res, os principais tipos de cancro são o cancro da mama (182 800casos), o cancro do pulmão (74 600 casos) e o cancro colorretal (66 600 casos).

Acresce a existência de dezenas de milhares de pessoas des-favorecidas que têm cancro mas que não são diagnosticadas porque não podem pagar um seguro de saúde nem mesmo uma consulta médica.

O cancro não é apenas uma palavra, é também uma afir-mação que indica um comportamento anormal e invulgar das células do corpo. Quando alguém lhe diz que você é ca-ranguejo10, começa a tremer com medo de morrer? É impro-vável que tenha tal reação porque a sua interpretação de ser do signo caranguejo não implica que tenha cancro. Mas se o seu médico o chamar ao gabinete e lhe disser que tem cancro, é muito provável que fique petrificado, arrasado, aterrorizado, desesperado, ou tudo isso em simultâneo. A palavra «cancro» 10 O autor faz aqui um jogo com a palavra cancer. Em inglês, cancer (caranguejo) e cancer (cancro) são a mesma palavra. (N. da T.)

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tem o condão de desempenhar um papel muito perturbador e precário na sua vida, um papel capaz de lhe determinar uma sentença de morte. Embora ser um doente com cancro pareça começar no momento do primeiro diagnóstico da doença, as suas causas podem ter estado presentes muitos anos antes de o paciente se sentir doente. E ali, nesse breve momento, a palavra «cancro» pode virar do avesso todo o mundo de uma pessoa.

O quê ou quem neste mundo concedeu a esta simples pa-lavra ou afirmação um poder de tal dimensão que consegue prevalecer sobre a vida e a morte? Mas será que possui mesmo este poder? Será mesmo possível que a nossa convicção social, coletiva, sobre o facto de o cancro ser uma doença assassina, em conjunto com os tratamentos agressivos que se seguem ao diagnóstico, sejam os grandes responsáveis para a extraordiná-ria escalada do cancro no hemisfério ocidental? Mas que ideia tão rebuscada! – poderá ser o seu comentário. Contudo, neste livro quero deixar bem claro que o cancro não terá qualquer poder ou controlo sobre si, a não ser que permita que ele se desenvolva como resposta a crenças, perceções, atitudes, pen-samentos e sentimentos que o assolam, bem como às escolhas de vida que faz.

Teria tanto medo do cancro se soubesse o que é que o causa-va, ou pelo menos se compreendesse o que lhe está subjacente? Pouco provável! Se lhe contassem a verdade, provavelmente faria tudo o que estivesse ao seu alcance para eliminar as cau-sas do cancro, criando, assim, as condições prévias para que o corpo se curasse a si mesmo.

Um fraco conhecimento – que é aquilo a que se pode chamar ignorância – é, de facto, uma coisa perigosa. Quase toda a gente, pelo menos nos países desenvolvidos, sabe que beber água de um reservatório lamacento ou de um lago poluído pode provo-car uma diarreia potencialmente fatal. Não obstante, poucos são os que reconhecem que manter ressentimentos, raivas, medos, evitar a exposição ao Sol, dormir pouco ou comer comida de plástico, com aditivos químicos e adoçantes artificiais, não é me-nos perigoso do que beber água poluída; a única diferença é que

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estes hábitos de vida poderão levar apenas um pouco mais de tempo a matar uma pessoa do que uma microscópica ameba.

Juízo Errado

Todos nós sabemos que se os alicerces de uma casa forem fortes, esta poderá facilmente suportar desafios exteriores, como por exemplo uma violenta tempestade. Como veremos, o cancro apenas indica que qualquer coisa está em falta no seu corpo ou na sua vida. O cancro mostra que a nossa vida física, espiritual e mental, como um todo, está assente em terreno mo-vediço e que é, no mínimo, muito frágil.

Estaríamos perante um disparate se um jardineiro regasse as folhas secas de uma árvore sabendo ele perfeitamente que o problema real não está onde parece estar, ou seja, nas folhas secas. A desidratação das folhas é apenas um sintoma de falta de água na parte menos visível da planta – o seu sistema ra-dicular. Regando as raízes da planta, o jardineiro atinge natu-ralmente o nível causador e, consequentemente, toda a planta se restabelecerá, retomando o seu normal crescimento. Para o olhar treinado do jardineiro, o sintoma das folhas secas não sig-nifica uma doença apavorante. Ele reconhece que o estado de desidratação destas folhas mais não é do que a consequência da falta do alimento do qual necessitam para se autossustenta-rem, bem como para sustentar toda a planta.

Embora este exemplo da natureza possa parecer uma ana-logia simplista, ele oferece um entendimento para alguns dos mais complexos processos que levam à doença no corpo hu-mano. Descreve exatamente um dos mais poderosos e funda-mentais princípios de controlo de todas as formas de vida no planeta. Por muito que nos aperfeiçoemos na manipulação das funções do nosso corpo através de ferramentas da Medicina Alopática, estas leis básicas da natureza não deverão ser supri-midas ou violadas, sob pena de se vir a pagar o elevado preço do sofrimento e da dor repletos de efeitos colaterais aos níveis físico, emocional e espiritual.

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ANDREAS MORITz

Questiono firmemente a afirmação segundo a qual o cancro é uma doença assassina. Mais do que isso, demonstrarei que o cancro nem sequer é uma doença. Muitas pessoas que foram sentenciadas à pena de um cancro «terminal» ousaram desa-fiar o prognóstico acabando por vivenciar uma completa re-missão. George, o meu primeiro doente com cancro do rim, foi um destes casos. Os seus médicos, pertencentes a um dos mais prestigiados hospitais universitários da Alemanha, tinham--lhe «dado» apenas mais três semanas de vida quando ele veio consultar-me, pedindo-me que o ajudasse. Na opinião deles, o cancro estava num estado tão avançado e disseminado que nem consideraram sujeitá-lo a tratamentos com quimioterapia ou radioterapia.

Curar o Cancro versus Combatê-lo

Um ano antes, George tinha ficado sem um rim devido a cancro. Depois de sair do bloco operatório, os médicos confir-maram-lhe um «atestado de boa saúde». Disseram-lhe a famo-sa frase «ficou limpo», o que até fez sentido, apesar de tudo, já que tinham extirpado tumor, rim, e tudo. Não obstante, alguns meses mais tarde o segundo rim começou também a ficar afe-tado com cancro e o único conselho «razoável» que lhe deram foi que tratasse dos seus assuntos pessoais.

Felizmente, George não morreu. Num desafio absoluto à sentença de morte que os seus médicos lhe ditaram, George sentiu que haveria algo mais a fazer que lhe prolongasse a vida em pelo menos mais alguns meses. No espaço de apenas três semanas, durante as quais lidou com as causas da sua doença, o cancro regrediu até se tornar uma pequena mancha e, no de-correr do principal exame médico que fez cerca de seis meses depois na clínica oncológica alemã, nada foi encontrado. Passa-dos quinze anos, George goza ainda de um perfeito estado de saúde, sem qualquer indício de disfunção renal.

Não dei a George nem diagnóstico, nem prognóstico. De que serviria falar-lhe do quão má e desesperada era a sua

CANCRO NÃO É UMA DOENÇA

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situação? Além disso, a afirmação «objetiva» de um médico, segundo a qual o cancro do seu paciente era terminal (condu-cente à sua morte) é realmente um ponto de vista puramente subjetivo relativamente a uma situação altamente imprevisível. O julgamento convincente e final do médico está amplamente associado a exames anteriores feitos a outros doentes que pade-ciam de sintomas similares. Porém, tudo o que este julgamento faz é excluir a hipótese de recuperação em função de tratamen-tos alternativos existentes mas desconhecidos do médico. Só porque o sistema médico ocidental, relativamente jovem, des-conhece como tratar o cancro com êxito, tal não implica que os métodos antigos da Medicina também se tornem inúteis.

Na Medicina ortodoxa, os doentes não são encorajados a esperar por uma remissão espontânea do cancro. Os médicos preferem evitar dar-lhes «falsas» esperanças, se é que a falsa esperança é coisa que possa existir. Ou há esperança ou não há esperança, mas a esperança não pode ser errada ou falsa. O futuro não está gravado na rocha. Ninguém no mundo pode prever com certeza absoluta o que se vai passar num futuro próximo ou distante. Alguém pode aparecer com uma boa con-jetura sobre as probabilidades mais plausíveis, mas nenhuma delas terá o carimbo da certeza absoluta. Um jovem com um grande tumor cerebral extremamente raro e inoperável, cuja história foi recentemente documentada em horário nobre tele-visivo nos Estados Unidos, desafiou o prognóstico de uma vida curta, continuando a viver ativa e saudavelmente vários anos após o diagnóstico. Chegou mesmo a casar-se, recentemente.

Para evitar as complicações decorrentes do diagnóstico de doenças, como levar alguém a acreditar que seja uma vítima sem qualquer esperança, limitei-me inicialmente a encorajar e a motivar George a tentar aperceber-se dos vários fatores res-ponsáveis pelo desencadeamento e desenvolvimento do can-cro. Em seguida, o seu corpo começou naturalmente a tratar dos detalhes, entre os quais se incluíam eliminar o sintoma, o cancro, neste caso – um feito bastante limitado, uma vez que as causas do cancro tinham deixado de existir.