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IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS
PRÁTICAS DE INTEGRAÇÃO ENTRE AS
ABORDAGENS DE MELHORIA
CONTÍNUA E INOVAÇÃO
Fabiane Leticia Lizarelli (UFSCar)
Jose Carlos de Toledo (UFSCar)
A diferenciação e qualidade dos produtos são importantes para
assegurar o aumento da competitividade das organizações, para isso
duas abordagens podem auxiliar: a Inovação e a Melhoria Contínua
de produtos e processos. A compreensão e o esttudo das relações entre
essas duas abordagens são fundamentais para as organizações. Uma
questão que as empresas enfrentam é como realizar uma gestão
integrada das abordagens de Melhoria Contínua e de Inovação,
buscando,assim, resultados estratégicos e, conseqüentemente,
benefícios competitivos para a empresa. O objetivo deste trabalho é
apresentar e discutir como ocorre a integração entre as abordagens de
Melhoria Contínua e de Inovação, a partir de informações retiradas da
revisão bibliográfica. Objetiva-se também, identificar práticas que
podem ser adotadas para essa integração, assim como em que níveis
organizacionais (estratégico, tático e operacional) elas devem ser
aplicadas. Como resultados foram identificadas as práticas mais
importantes para a integração.
Palavras-chaves: Melhoria contínua, inovação, integração
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1. Introdução
As empresas podem construir vantagem competitiva desenvolvendo modificações
sistemáticas na manufatura ou no serviço, mas sustentar, durante certo período, essa vantagem
competitiva, requer habilidades em desenvolver um fluxo contínuo de novos ou melhores
produtos e serviços (TERZIOVSKI; SOHAL, 2000; IRANI; SHARP, 1997).
O aumento da velocidade da mudança tecnológica e a aceleração da globalização implicam
que a vantagem competitiva, para muitas organizações, recai sobre sua habilidade de
implementar, eficientemente, uma contínua inovação em produtos, serviços e processos
(TERZIOVSKI; SOHAL, 2000).
A inovação é um processo complexo e facilmente percebido como de crítica importância para
o sucesso das organizações (TERZIOVSKI, 2002; COOPER, 1998; UTTERBACK;
ABERNATHY, 1975). A inovação pode ser classificada em relação aos seus diferentes graus
de novidade, que pode variar desde melhorias incrementais menores até mudanças realmente
radicais (MCADAM; ARMSTRONG; KELLY, 1998). Um aspecto da separação entre esses
dois tipos (incremental e radical) é a ocorrência ou não de uma ruptura com as práticas e
tecnologias existentes, envolvendo alto risco e mudanças estruturais. Nestes casos a
ocorrência seria entendida como inovação radical (ETTLIE; BRIDGES; O´KEEFE, 1984).
Muitas empresas, em função do seu mercado de atuação e da dinâmica tecnológica do setor,
utilizam conjuntamente atividades de inovação incremental e radical para manter e melhorar
as vantagens competitivas. Para o presente trabalho, os dois extremos em relação ao grau de
novidade da inovação são definidos como duas abordagens: a Melhoria Contínua (MC),
relacionada com melhorias incrementais, e a Inovação, relacionada com mudanças abruptas e
radicais. Existe uma relação entre essas duas abordagens e, quando integradas e gerenciadas
de maneira apropriada, geram resultados favoráveis para a organização (IRANI; SHARP,
1997; PRAJOGO; SOHAL, 2001; IRANI; BESKESE; LOVE, 2002).
A MC e a Inovação são abordagens complementares e, em geral, são executadas por equipes e
áreas funcionais distintas da organização. Dessa forma, essas atividades necessitam de um
gerenciamento interfuncional para alcançar níveis de integração adequados, atingir os
objetivos específicos e contribuir para os objetivos competitivos da empresa.
Uma Inovação radical, depois de implementada, deve ser aperfeiçoada por meio de processos
de Melhoria Contínua. Já a aplicação sistemática da Melhoria Contínua, num processo ou
produto existente, atinge um limite de melhoria do desempenho, do objeto que está sendo
melhorado, o que, muitas vezes, passa a exigir a adoção de inovações maiores, para sustentar
a vantagem competitiva da empresa (UPTON, 1998).
Mesquita e Alliprandini (2003), ao analisarem programas de Melhoria Contínua em empresas
brasileiras, identificaram a necessidade de se criar, nas empresas, as habilidades de capturar,
analisar a viabilidade, capacitar-se para implementar e implementar as mudanças, optando por
aplicar a Melhoria Contínua ou a Inovação. Para isso, é importante que a empresa conheça seu
ambiente competitivo e suas necessidades, em termos de capacitações e estratégias, para
implementar a Melhoria Contínua e ou a Inovação, conforme a necessidade, com uma
podendo complementar a outra. Para os mesmos autores a empresa, observando seu
desempenho e metas, escolhe-se a abordagem da Melhoria Contínua ou da Inovação, ou
mesmo uma combinação das duas (porém não se há muita clareza sobre como essa
combinação pode ser feita por parte da organização). Existe, portanto, a necessidade de serem
analisadas conjuntamente para melhor análise (MESQUITA; ALLIPRANDINI, 2003).
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Uma questão que as empresas enfrentam é como realizar uma gestão integrada das de
Melhoria Contínua e de Inovação, buscando, com essa integração, resultados estratégicos e,
conseqüentemente, benefícios competitivos para a empresa (MIRICA; ITO, 2010).
Para Mirica e Ito (2010) existe um paradoxo nas organizações causado pelo conflito entre
eficiência, obtida por melhorias contínuas por intermédio de inovações incrementais, e pela
exploração, que busca novas oportunidades com a criação de novas tecnologias pelas
inovações radicais. Essas duas abordagens, para serem balanceadas, necessitam de decisões
distributivas e integradoras, para aliar eficiência e exploração (ADLER; GOLDOFTAS;
LEVINE, 1999; MIRICA; ITO, 2010).
A compreensão e o estudo das relações entre essas duas abordagens são de fundamental
importância para as organizações (IRANI; BESKESE; LOVE, 2002). O ambiente de negócio
atual enfatiza a capacidade da organização desenvolver tanto a inovação incremental quanto a
radical (TUSHMAN; O‟REILLY, 1996; MIRICA; ITO, 2010).
De acordo com Smith e Tushman (2005) trabalhos teóricos e empíricos em relação ao
gerenciamento das relações entre essas duas abordagens ainda permanecem periféricos no
campo de pesquisa, mesmo que as necessidades sejam abundantes. Grover, Purvis e Segars
(2007) salientam a dificuldade em fazer pesquisa nesses temas devido à necessidade de
estudos exploratórios e pontos de vista contraditórios na literatura.
Para Voss et al. (2002), no estágio inicial de muitos programas de pesquisa, a exploração é
necessária para desenvolver idéias e questões de pesquisa, portanto, este trabalho tem a
intenção de fazer uma exploração inicial sobre a relação entre essas abordagens, com a
finalidade de identificar questões relevantes a serem estudadas posteriormente, essa
exploração será feita com base em revisão bibliográfica.
O foco deste trabalho é a integração entre as abordagens da Melhoria Contínua e da Inovação.
O objetivo geral é apresentar e discutir como ocorre a integração entre as abordagens de
Melhoria Contínua e de Inovação, a partir de revisão bibliográfica. Objetiva-se também,
identificar práticas que podem ser adotadas para essa integração, assim como em que níveis
organizacionais (estratégico, tático e operacional) elas devem ser aplicadas. A estrutura do
trabalho pode ser observada na figura 1.
O trabalho está organizado em cinco sessões, incluindo esta introdução. A segunda sessão
revisa fundamentos teóricos da Inovação e da Melhoria Contínua. A partir dessa
fundamentação teórica são discutidas, na sessão três, as dificuldades da relação e integração
entre essa duas abordagens e na sessão seguinte são apresentadas alternativas para integração
das duas abordagens. A última sessão apresenta as considerações finais.
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•Estratégico•Tático•Operacional
•Estrutura Organizacional•Cultura organizacional•Outros
Melhoria Contínua Inovação
Revisão Teórica Revisão Teórica
Integração
Revisão Teórica
Identificação das principais práticas
de integração.
Níveis organizacionais para aplicação das
práticas de integração
Figura 1. Estrutura do trabalho
2. Inovação e Melhoria Contínua
2.1 Tipos de Inovação
Para Cooper (1998) a inovação existe como um conceito multidimensional, as de mais
destaque são: radical, incremental, produto, processo, administrativa, tecnológica. O autor
sugere que seja mais apropriado tratar inovação como um fenômeno que consiste de múltiplas
dimensões ao mesmo tempo. Todas as dimensões são importantes, mas mais importante é que
essas dimensões se relacionam com as outras. Isto pode proporcionar a descrição de relações
entre essas variáveis, necessitando-se de pesquisas mais complexas para compreensão e
descrição dessas relações (COOPER, 1998).
Tidd, Bessant e Pavitt (2008) salientam que uma dimensão importante é o grau de novidade
envolvido. Há diferentes graus de novidade desde melhorias incrementais menores até
mudanças realmente radicais. No gerenciamento do processo de inovação as diferenças no
grau de novidade tornam-se importantes, pois a maneira como se lida com a mudança
incremental difere da mudança radical, e é importante salientar que o grau de inovação é
aquele percebido por quem a implanta (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008).
Apesar de a inovação envolver, esporadicamente, uma mudança descontínua, algo
completamente novo, na maioria das vezes ela é incremental. A inovação de processos, por
exemplo, é basicamente centrada na eliminação de desperdícios e problemas. Essas inovações
incrementais ou melhorias contínuas têm recebido considerável atenção devido a movimentos
como qualidade total, mentalidade enxuta de gestão, programas seis sigma entre outros, que
mostram os ganhos de qualidade e produtividade por meio desse tipo de inovação contínua
(TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008).
A distinção entre incremental e radical, é proveniente, também, do grau percebido do novo
conhecimento que está sendo incorporado no que está sendo inovado. Inovação radical
incorpora novos conhecimentos e tecnologias que representa uma ruptura das praticas
existentes e envolve maiores níveis de risco. Enquanto a inovação incremental representa
aperfeiçoamentos da rotina de uma tecnologia existente (GROVER; PURVIS; SEGARS,
2007).
Para o presente trabalho, os dois extremos em relação ao grau de novidade da inovação são
definidos como Melhoria Contínua e Inovação. A Melhoria esta associada a mudanças
menores, incrementais, como inovação incremental e o termo proposto por March (1991)
exploitation (inovações incrementais que são orientadas para as necessidades dos mercados ou
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dos consumidores existentes, reforçam conhecimentos, habilidades, processos e estruturas
existentes). Enquanto Inovação esta associada a mudanças maiores, de ruptura, descontínuas
ou radicais, ou o termo proposto por March (1991) exploration (inovações radicais que são
orientadas para identificar necessidades latentes nos mercados e consumidores emergentes).
2.2 Inovação
A palavra inovação se refere a fazer algo novo, porém é diferente de termos como invenção
ou criatividade. Diferentemente da invenção, a inovação deve necessariamente gerar algum
impacto econômico (SCHUMPETER, 1985). Inovação consiste na introdução de novos
produtos e métodos produtivos, a abertura de novos mercados, a descoberta de novas matérias
primas e a implantação de novas formas de organização (SCHUMPETER, 1934 apud REJEB
et al., 2008).
Damanpour (1992) define inovação como a adoção de uma idéia ou comportamento, ou
mesmo um sistema, política, programa, processo, produto ou serviço, que é novo para a
organização que a esta adotando. Para Kanter (1998) a inovação pode ser definida como a
criação e exploração de novas idéias. Esta definição esta relacionada com as diferentes áreas
da inovação como tecnologia, produto, processo, design, organização, mercado e matérias
primas.
Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008) inovação representa mudança, podendo–se descrevê-la em
quatro categorias abrangentes: Inovação de produto, que é a mudança nos produtos/serviços
que uma empresa oferece; Inovação de processo, que é a mudança na forma em que estes são
produzidos e entregues; Inovação de posição, que é a mudança no contexto de inserção destes;
e, Inovação de paradigma, mudança nos modelos mentais que orientam o que a empresa faz.
O Manual de Oslo (OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico,
2005) define quatro tipos de inovação, dois semelhantes à definição anterior: inovações em
produtos, inovações em processos, inovações organizacionais e inovações em marketing.
2.3 Melhoria Contínua
Para Caffyn e Bessant (1996), Melhoria Contínua é um processo de inovação incremental
evidente e intermitente. Segundo os autores, as atividades de melhoria surgem como resposta
a um contexto de grande dinamismo do mercado, onde há necessidade de se adaptar
continuamente. O desempenho dos negócios está relacionado à capacidade da empresa gerir
seus processos e suas operações. Caffyn (1999) conceitua Melhoria Contínua como um
processo de inovação incremental, focada e contínua, abrangendo todas as áreas da empresa.
Jha et al. (1996) definem Melhoria Contínua como um conjunto de atividades que constituem
um processo de raciocínio e intervenção que busca alcançar a melhoria de desempenho. Na
manufatura, estas atividades constituem, primeiramente, simplificação do processo produtivo,
principalmente por meio da eliminação de desperdícios.
Esse processo de melhoria, conhecido no Japão como Kaizen, de acordo com Imai (1992),
significa melhoramento contínuo envolvendo todas as pessoas da empresa, da alta
administração ao pessoal de nível operacional. Para Bhuiyan e Baghel (2005), a Melhoria
Contínua é uma cultura de melhoria que tem como objetivo a eliminação de desperdícios em
todos os sistemas e processos de uma organização. Isso envolve todas as pessoas trabalhando
conjuntamente, capacitadas e motivadas, para fazer melhorias, sem necessariamente fazer
altos investimentos de capital.
Para Bessant, Caffyn e Gallagher (2000) o processo de implantação da Melhoria Contínua é
complexo e passa por diversos estágios de evolução. Cada estágio é chamado pelos autores de
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nível de maturidade, e varia desde o nível 0 – nenhuma atividade de Melhoria Contínua até o
nível 5 – estágio de capacidade total em Melhoria Contínua, gerando a “organização que
aprende”. Cada estágio prevê comportamentos e atitudes que o caracteriza. Os padrões de
comportamento associados a cada nível de maturidade são também conhecidos como rotinas,
que fazem parte da cultura organizacional da empresa. Esses comportamentos estão
relacionados com habilidades organizacionais da empresa.
A Melhoria Contínua é composta de um conjunto de rotinas e práticas que direcionam os
comportamentos da organização e resultam em sua cultura (BESSANT; CAFFYN;
GALLAGHER, 2000). A MC apresenta também uma estrutura que possibilita seu
desenvolvimento na organização e de métricas para sua avaliação (IMAI, 1992).
De acordo com Upton (1998), os processos podem ser operados de uma maneira que não é
utilizada sua capacidade máxima de desempenho. As Melhorias Contínuas podem ser
realizadas até que o limite máximo para o desempenho seja alcançado. Podem ser realizadas
também Inovações para que o limite de desempenho seja expandido. Quando não existem
mais maneiras de apenas com melhorias aumentar os limites de desempenho, é necessária
uma substituição do processo ou produto, incluindo a adoção de novas tecnologias. Isso pode
ser entendido como a utilização da abordagem de Melhoria Contínua e, posteriormente, da
abordagem de Inovação. Portanto, os dois processos (Melhoria Contínua e Inovação) devem
ser conduzidos conjuntamente para alcançar a melhor utilização dos recursos da organização
(IMAI, 1992; HARRINGTON, 1995; UPTON, 1998; SLACK et al., 2002; TERZIOVSKI,
2002).
3. Problemas da relação entre Inovação e Melhoria
Para alguns autores a estrutura criada para a Melhoria Contínua pode dificultar a introdução
de Inovações radicais. Lam (2004), Rothwell (1994), Crawford (1992) afirmam que a a
estrutura criada para a Melhoria Contínua não seria benéfica para as empresas que desejam ter
uma estrutura organizacional voltada para a Inovação radical; enquanto Tidd, Bessant e Pavitt
(2005), Thamhain (2003), Tushman e O‟Reilly (2007) afirmam que a relação é possível e até
mesmo positiva.
Segundo Cole e Matsumiya (2008), para entender como a Melhoria Contínua pode dar
suporte a Inovações, especialistas devem entender, primeiramente, as condições em que a
busca pela Melhoria Contínua pode interferir de maneira negativa na busca pela Inovação. As
Melhorias sucessivas do processo constroem uma base para processos repetitivos e
relativamente estáveis, tendo sucesso principalmente em empresas onde a tecnologia muda de
forma mais lenta. Estudos são propostos pelos autores para avaliar se a melhoria da qualidade
auxilia na inovação radical. Intuitivamente essa é uma questão que faz sentido, atividades de
melhoria da qualidade, gerenciadas corretamente, podem levar ao longo do tempo a inovações
incrementais e radicais que contribuem para a vantagem competitiva (COLE; MATSUMIYA,
2008).
Smith e Tushman (2005) argumentam que a capacidade de adaptação organizacional é
baseada em balancear atividades de exploitation e exploration. Se a empresa investe muito em
exploitation, isso cria uma inércia e um conservadorismo em relação à introdução de
mudanças, por outro lado, investir muito em exploration faz com que a empresa não ganhe
eficiência, de economias de escala nem aprendizado das tecnologias já adotadas (SMITH;
TUSHMAN, 2005). A empresa que consegue balancear esses dois tipos de atividades é
chamada de ambidestra. Quando bem realizada as mudanças evolucionárias são parte crucial
do sucesso de curto prazo, porém podem causar uma resistência a mudanças maiores,
baseadas no tamanho, complexidade e interdependência na estrutura, sistema, procedimentos
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e processos da organização (TUSHMAN; O‟REILLY, 1996).
A empresa pode criar um entrave em relação à inovação por preocupar-se demasiadamente
com sua reputação em relação à qualidade. Portanto, existe uma variedade de desafios nos
quais a Melhoria da qualidade pode se contrapor à Inovação radical. Uma forte cultura de
melhoria pode levar a empresa a ser insensível a mudanças de tecnologia e de mercados. Uma
empresa com uma forte cultura de confiabilidade pode não ser receptiva a novas tecnologias
que inicialmente apresentam baixa confiabilidade. Em resumo, uma empresa que prioriza
Melhoria pode levar um tempo excessivamente lento para inovar no mercado quando introduz
Inovações radicais (COLE; MATSUMIYA, 2008).
A cultura da empresa pode prover vantagem competitiva, mas também pode criar obstáculos
para a inovação. A adaptação às mudanças envolve modificações na estrutura e nos sistemas
assim como na cultura e nas competências da organização. A questão da gestão da cultura da
organização para poder efetivamente lidar com mudanças, tanto incrementais como radicais,
é, talvez, o aspecto mais difícil na gestão estratégica da inovação (TUSHMAN; O‟REILLY,
1996).
Um número maior de empresas está tentando melhorar simultaneamente as dimensões
relacionadas tanto com eficiência quanto com flexibilidade (ADLER; GOLDOFTAS;
LEVINE, 1999). Enquanto pesquisadores e gerentes continuamente procuram maneiras para
que a empresa possa ser ambidestra, pode haver contradições fundamentais e sem solução
entre as capacidades e práticas requeridas para Inovações incrementais versus radicais
(COLE; MATSUMIYA, 2008). Por isso o estudo das relações entre essas duas abordagens se
torna importante, tanto para o campo de conhecimento teórico quanto para as práticas das
organizações.
Problemas da relação entre Melhoria e Inovação
Estrutura Organizacional A estrutura organizacional que propicia a implantação da MC pode dificultar
a geração e realização de inovações radicais.
Ênfase na Melhoria e na
Confiabilidade
Uma empresa que prioriza a Melhoria e que os produtos sejam extremamente
confiáveis pode levar um tempo excessivamente lento para inovar
Cultura da empresa A cultura voltada para a Melhoria pode dificultar a visão para a Inovação
Práticas para a Melhoria e para
Inovação
Pode haver contradições fundamentais e sem solução entre as capacidades e
práticas requeridas para Inovações incrementais versus radicais
Tabela 1. Síntese dos principais problemas da relação entre MC e Inovação
4. Integração entre as abordagens de Melhoria Contínua e de Inovação
O tema integração relacionado à gestão das organizações vem sendo estudado há décadas,
mas sua relevância é crescente, especialmente em atividades que necessitam do trabalho em
conjunto de diversas áreas funcionais, departamentos, especialidades ou áreas de
conhecimento, seja dentro de uma empresa ou entre duas ou mais empresas (CARVALHO,
2007). Em ambientes de mudanças, as organizações necessitam de capacidades dinâmicas
para integrar, construir e reconfigurar recursos e competências para alcançar desempenho
superior (TEECE et al., 1997). Como os objetivos da Inovação e da Melhoria são aumentar a
capacidade competitiva da empresa, a integração entre essas abordagens possibilita resultados
ainda melhores (HARRINGTON, 1995; SOOSAY; HYLAND, 2008). Terziovski (2002)
afirma que sem uma cultura de Melhoria Contínua os ganhos provenientes de Inovações
radicais não são sustentáveis.
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Lawrance e Lorsch (1968) definem a integração como o processo de atingir unicidade de
esforços entre os vários subsistemas na realização de tarefas da organização. Os subsistemas
podem estar relacionados com a integração entre empresas, entre diferentes
funções/departamentos ou mesmo entre pessoas, sendo este o mais difícil de ser estudado
(CARVALHO, 2007).
Para Peixoto (2003) o termo integração é definido como a existência de uma relação
simbiótica, que preserva as orientações individuais dos grupos especializados e que é
resultante da divisão de atividades e da existência de esforço para obter unidade de ações e
compatibilidade de resultados.
Integração, intra-organização, é definida por Kahn (1996) como a interação entre os
departamentos, representando a necessidade de atividades conjuntas entre estes. Um dos
enfoques da integração é o uso da comunicação (em reuniões de rotina, conferências,
memorandos, fluxo de documentos etc.). Uma maior integração, neste caso, se consegue com
mais reuniões regulares e um maior fluxo de documentos e informações entre as partes. Outro
enfoque consiste em buscar a integração com a colaboração, sendo esta representada pelas
relações de natureza afetiva, não formal. Com a integração busca-se também um alinhamento
estratégico dos departamentos por meio de uma visão compartilhada, metas coletivas e
recompensas conjuntas, conseguindo-se mais integração com o aumento da atuação e esforço
coletivo em busca de metas comuns. Assim, para Kahn (1996), a integração é função da
comunicação e da colaboração entre as áreas funcionais.
Rothwell (1994) apresenta estágios de evolução para a inovação, em que o estágio mais
avançado é constituído por um modelo que se baseia na cooperação e integração, que visa
diminuir o tempo dos projetos de desenvolvimento e aumentar a qualidade das saídas. Um dos
fatores identificados pelo autor que permitem a evolução da gestão da inovação e
consequentemente um ganho maior de velocidade e flexibilidade é a estratégia de Melhoria
Contínua (ROTHWELL, 1994). Isto mostra a importância do envolvimento e cooperação
entre as duas abordagens.
Observando-se de maneira mais específica a integração entre Melhoria Contínua e Inovação,
Irani e Sharp (1997) e Terziovski (2002) acreditam que muitas empresas estão
complementando a Melhoria Contínua com a Inovação e que existe uma sinergia entre essas
duas abordagens quando integradas sob uma cultura organizacional apropriada.
As implicações dessa constatação é que os gerentes precisam balancear a abordagem da
Inovação radical com a abordagem da Melhoria Contínua, podendo, assim, alcançar
diferenciação de produtos, processos e mercados (devido às atividades de Inovação) e
liderança em custo (devido às atividades de melhoria) simultaneamente. Quando essas duas
abordagens estão atuando na organização, os gerentes podem alcançar a integração das
mesmas (TERZIOVSKI, 2002). Para o autor isso ocorre por meio do envolvimento das
pessoas e de uma cultura que permita a colaboração entre as abordagens.
Para Irani e Sharp (1997) uma cultura organizacional que vise à integração das duas
abordagens é importante para permitir que a empresa gerencie tanto os princípios da Melhoria
Contínua quanto da Inovação. A cultura organizacional que permite ambas as abordagens
pode ser atribuída a facilitadores e também a um estilo de gerenciamento por processos
horizontal, cultura aberta para novas sugestões e idéias e empowerment da força de trabalho,
que facilitam a procura por Melhoria Contínua e por Inovação.
Algumas características organizacionais que permitem tanto a Inovação quanto a Melhoria
Contínua e a integração entre elas, incluem (IRANI; SHARP, 1997):
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Um fluxo de informação livre que permite aos gerentes encontrar idéias em lugares
inesperados;
Contato próximo e freqüente entre estações de trabalho e ênfase em relações laterais e
verticais;
Trabalho em equipe;
Gerentes que acreditam em inovação e dão suporte e recursos necessários;
Gerentes que dedicam tempo para a inovação.
Dois sistemas de gestão que influenciaram o desenvolvimento organizacional das últimas
décadas e relacionam-se com a Melhoria e a Inovação são: a Gestão da Qualidade Total
(TQM) e o processo de reengenharia (BPR). Uma integração das idéias relacionadas a cada
um desses conceitos promove a excelência do negócio. Tonessen (2005) denominou inovação
contínua como uma forma integrada entre TQM e BPR.
As empresas precisam de ambos, um processo sistemático para melhoria contínua e uma
maneira para lidar com a mudança radical que esteja integrada com a melhoria contínua. Por
outro lado, também são necessárias, para dar prosseguimento às mudanças radicais,
ferramentas, técnicas e uma cultura de melhoria contínua. Tonessen (2005) mostrou, por meio
de estudos de caso na Noruega, que propostas de melhorias (provenientes dos funcionários)
podem gerar tanto mudanças incremental como radical.
Essa integração entre TQM e BPR pode se dar por meio da participação dos empregados, que
pode ser direta ou indireta (TONESSEN, 2005). Com o intuito de aumentar a habilidade de
inovação de uma empresa, tanto a Qualidade (Melhoria Contínua) quanto a Reengenharia
precisam desenvolver suas técnicas e ferramentas para garantir aumento da participação dos
colaboradores (TONESSEN, 2005).
A participação direta dos colaboradores pode atingir seis níveis (TONESSEN, 2005):
Determinação própria: nas situações de trabalho os trabalhadores podem fazer
melhorias sem ter que perguntar ou envolver outras pessoas;
Linha de comando: os trabalhadores podem propor mudanças ou melhorias por meio
da gerência;
Tarefa: utiliza-se o conhecimento das pessoas quando do desenvolvimento de projetos
específicos;
Grupo/departamento: propor melhorias e realiza-as dentro do grupo – por exemplo,
círculos de controle da qualidade;
Processos: foco contínuo na inovação de processos e estabelecimento de times de
inovação para cada projeto, o potencial da inovação radical está no trabalho entre
grupos e departamentos e ao longo da cadeia de valor;
Empresa: pode envolver todos os empregados e áreas da empresa.
Se a empresa não desenvolve boas rotinas para gerenciar as propostas dos colaboradores,
entre os diferentes níveis hierárquicos, pode haver prejuízos coma a falta de participação e
comprometimento desses. Além disso, como a integração depende desse envolvimento e
comprometimento ela pode não ocorrer. Nem todas as pessoas da empresa, dos
departamentos, dos grupos precisam estar envolvidas nas atividades de inovação, por isso a
participação pode ser indireta por meio de representantes nos vários níveis da organização
(TONESSEN, 2005).
Quando utilizado de forma integrada, BPR e TQM podem produzir um perfil de mudança
organizacional caracterizada por períodos de Melhoria Contínua interrompidos por saltos de
Inovação radical, que servem para aumentar a melhoria global e evoluir na curva de
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aprendizagem (HILL; COLLINS, 1998).
Um estudo realizado por O‟Reilly e Tushman (1994) identificou que algumas empresas bem
sucedidas em relação à melhoria e à inovação tem uma separação entre as unidades que
realizam “exploitation” e “exploration”, permitindo diferentes processos, estruturas e cultura;
ao mesmo tempo elas mantêm ligações firmes por meio das unidades no nível dos executivos
seniores. A organização gerencia, portanto, a separação organizacional por meio da integração
da equipe de executivos. São chamadas organizações ambidestras.
A estrutura da organização ambidestra (conforme apresentado na figura 2) permite que, com a
integração no nível de gerência, as unidades possam cooperar em relação a recursos
importantes como dinheiro, conhecimento, habilidades e clientes. Mas a separação
organizacional garante que os processos, estrutura e cultura das unidades não são prejudicados
por influência da outra unidade. Cada uma das unidades pode focar toda sua atenção para sua
operação específica, só melhoria do negócio existente ou inovações para o negócio emergente
(O‟REILLY;TUSHMAN, 2004; GIBSON; BIRKINSHAW, 2004; HE; WONG, 2004).
Numa visão um pouco mais aprimorada, Smith e Tushman (2004) afirmam que é necessário
que equipes dentro da empresa negociem as decisões, em relação aos produtos já existentes e
às inovações, de forma conjunta. As decisões para esse balanceamento são baseadas em dois
critérios: na natureza distributiva (como realizar trade-offs ao longo do tempo) e na natureza
integradora (a identificação de sinergias) (SMITH; TUSHMAN, 2005).
Gerente Geral
Negócio
Existente
Negócio
Emergente
Vendas P&DManufatura Vendas P&DManufatura
Gerente Geral
Negócio
Existente
Negócio
Emergente
Vendas P&DManufatura Vendas P&DManufatura
Figura 2. Integração na organização ambidestra
Fonte: O‟Reilly e Tushman (2004)
O aspecto distributivo da decisão envolve a divisão de recursos entre os produtos existentes e
a inovação. As decisões de natureza integradora envolvem o reconhecimento de
oportunidades, relações e sinergias que devem ser provenientes das atividades de Melhoria e
de Inovação (SMITH; TUSHMAN, 2005). A alta gerência deve ser apta a alcançar integração
em suas decisões quando são percebidas maneiras de encontrar benefícios na aplicação de
exploitation e exploration por uma mesma organização, estando os recursos divididos entre
essas duas áreas.
Smith e Tushman (2005) desenvolveram um modelo de equilíbrio de contradições
estratégicas. O modelo leva em consideração os desafios da inércia (fatores psicológicos e
estruturais da inércia fazem com que as decisões pesem para melhorias dos produtos
existentes do que para inovações); e da consistência (a consistência faz com que as decisões
tendam para um só comportamento, evitando inconsistências em relação à estrutura
organizacional e as competências necessárias para geri-las); que reforçam um caminho
estratégico único ao invés de múltiplo.
Para Smith e Tushman (2005) a empresa pode desenvolver estruturas cognitivas (que é a
maneira como as pessoas enxergam uma determinada situação) e processos para superar a
inércia e consistência causadas pela utilização da abordagem de Melhoria Contínua. Também
foram identificadas características estruturais que podem melhorar a habilidade da equipe para
lidar com contradições estratégicas (SMITH; TUSHMAN, 2005).
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Tanto as melhorias dos produtos existentes quanto as inovações devem ser bem sucedidas,
para isso, deve-se confrontar diferenças e semelhanças das experiências de cada uma,
possibilitando a integração entre práticas e conhecimento, mas também a diferenciação, por
perceber que uma prática poderia não ser benéfica para a outra (SMITH; TUSHMAN, 2005).
A diferenciação envolve a percepção de possíveis diferenças e suas articulações; já a
integração envolve a mudança do nível de análise para a identificação de possíveis relações. A
integração auxilia a encontrar maneiras para as quais as abordagens contraditórias podem
ajudar uma à outra.
Soosay e Hyland (2008) também evidenciam a importância da integração entre a Melhoria e a
Inovação. Utilizam, para isso, o conceito exploration/exploitation do conhecimento.
“Exploration” para novas idéias, tecnologias e conhecimento e “exploitation” de
conhecimentos existentes e novos, sendo que ambos são essenciais para a inovação contínua.
Inovação contínua relaciona-se com aprendizado e melhoria de pessoas e grupos em relação
ao conhecimento; preocupa-se com questões relacionadas à como o conhecimento pode ser
adquirido, criado, difundido, consolidado e então aplicado na organização (BOER, et al.,
2001; BOER; GERTSEN, 2003; SOOSAY; HYLAND, 2008;). O conhecimento pode estar
relacionado com as atividades, práticas, projetos de Melhoria como com os de Inovação.
Soosay e Hyland (2008) afirmam que esse conhecimento deve ser compartilhado e as
experiências integradas, aumentando a capacidade da empresa para desenvolver inovações
radicais e incrementais, que os autores chamaram de capacidade dinâmica.
Portanto, para os autores, o conhecimento e sua gestão estão relacionados com a integração da
Melhoria e da Inovação. A informação e o conhecimento adquiridos têm que ser convertidos
em uma forma transferível para a organização, envolvendo uma reconfiguração de recursos. A
capacidade dinâmica envolve a habilidade para entender e aplicar a combinação de
conhecimentos para atividades do negócio (SOOSAY; HYLAND, 2008). Isto permite a
inovação contínua, a qual envolve ambas as atividades de inovação, radical e incremental e a
sua integração.
5. Considerações Finais
Após o levantamento bibliográfico e a revisão teórica dos temas foram identificados dois
fatores principais em relação à integração: o primeiro em que nível organizacional ela ocorre,
estratégico, tático ou operacional; e o segundo quais são as principais práticas utilizadas para
essa integração, que pode ser visualizada na Tabela 2.
Foi observado em relação ao nível organizacional em que pode ocorrer a integração, que o
envolvimento das pessoas deve ocorrer em todos os níveis da organização, estratégico, tático
e operacional (TONESSEN, 2005). Já a integração da gerência ocorre nos níveis mais
estratégicos da organização (SMITH; TUSHMAN, 2005) e a integração das equipes de
Inovação e Melhoria ocorre no nível tático das operações (SMITH; TUSHMAN, 2005).
Fator de integração Práticas Autor
Cultura Organizacional Desenvolvimento de facilitadores chaves
Gerenciamento horizontal
Cultura aberta
Empowerment da força de trabalho
Apoio da gerência
Fluxo de informação
(IRANI; SHARP, 1997)
Estrutura Organizacional Separação das unidades de „exploration” e
“exploitation”
Integração do nível de gerência
(O‟REILLY III;TUSHMAN,
2004; GIBSON; BIRKINSHAW,
2004; HE; WONG, 2004)
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Envolvimento das
Pessoas
Envolvimento direto e indireto dos
funcionários
Realização e propostas de melhorias
Equipes de inovação
Envolvimento de todas as pessoas e áreas
(TONESSEN, 2005; SOOSAY;
HYLAND, 2008)
Gestão do Conhecimento Transferência de conhecimento e
experiências de Melhoria e Inovação
Utilização do conhecimento
Combinação de conhecimentos provenientes
da Melhoris e da Inovação
(TONESSEN, 2005; SOOSAY;
HYLAND, 2008)
Integração da Gerência e
das equipes de Melhoria
e Inovação
Integração das equipes de gerência das
unidades de Melhoria e de Inovação
Integração entre as equipes de projetos de
Melhoria e Inovação
(SMITH; TUSHMAN, 2005)
Identificação de
sinergias
Reconhecimento de oportunidades
Identificação de possíveis relações entre as
abordagens
(SMITH; TUSHMAN, 2005)
Tabela 2.Fatores e práticas relacionados com a integração da Melhoria e da Inovação
As práticas organizacionais, identificadas na teoria, foram separadas pelos autores em grupos,
que reúnem as práticas semelhantes, denominados fatores de integração, como cultura da
organização, estrutura organizacional e gestão do conhecimento, entre outros. As práticas são
as ações específicas que a empresa deve desenvolver para promover a integração. Tanto as
práticas quanto os níveis organizacionais auxiliam a delinear possibilidades para a integração
entre a Melhoria e a Inovação e fornecem uma prospecção de como a integração pode ocorrer
nas organizações.
A identificação dos fatores, práticas e níveis organizacionais que devem ser utilizados pela
empresa para permitir a gestão da integração é apenas o início de um trabalho exploratório
sobre a gestão e integração da Melhoria Contínua e Inovação, outros trabalhos devem ser
desenvolvidos, com observação práticas dessas relações, permitindo desenvolvimentos e
aplicações mais amplos.
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