Identificando e Usando PRINCÍPIOS GERAIS

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  • 7/25/2019 Identificando e Usando PRINCPIOS GERAIS

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    LICENCIATURA PLENA EM CINCIAS DA RELIGIO

    Identificando e usando

    princpios gerais

    de Walter C. Kaiser, Jr.

    Uma grande parte da arte de interpretao de passagens mover-se das questes especficasmencionadas no texto bblico para o princpio geral que est por trs desses elementosespecficos.

    Ao relatar uma ist!ria de famlia" #ac$ %uatsce$" me fe& lembrar de uma experi'nciaparecida que tivemos como famlia com nosso filo mais novo" #onatan.()* #onatan ficouencantado quando finalmente estava com idade suficiente para agradecer pela comida + mesa emnome de toda a famlia. ,ara a exasperao de seus irmos e irm mais velos" ele usou aoportunidade para falar de praticamente tudo o que viu sobre a mesa. brigado pelo sal e pela

    pimenta. brigado" /enor" por nossas coleres" garfos e facas. brigado pelo leite" pela salada"pelo po... 0 assim ele continuou sua longa lista enquanto a comida esfriava. 1inalmente" e paraa felicidade de seus irmos 2 irritados" #onatan concluiu com o Amm.

    u as instrues que avamos dado a #onatan sobre como orar agradecendo a comida emgeral no foram entendidas ou eram intencionalmente ignoradas. ,orm" passados alguns meses"um dia ele de repente nos surpreendeu ao di&er3 /enor" obrigado pela comida sobre nossamesa. 0m nome de #esus" Amm #onatan avia aprendido a generali&ar.

    A legitimidade de tais prticas de generali&ao repetidamente afirmada no pr!prio textobblico. 4eus no apenas resume toda a sua lei em de& mandamentos 56x 78.)-)9: 4t ;.evtico )E.7"colocam toda a lei em uma Fnica declarao geral.

    pr!prio #esus deu continuidade a essa mesma tradio ao resumir a lei toda em doisprincpios3 Amars o /enor teu 4eus de todo o teu corao" de toda a tua alma e de todo o teuentendimento... segundo" semelante a este 3 Amars o teu pr!ximo como a ti mesmo 5t77.@9-C8: >c )8.7

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    0m ) Norntios B ,aulo trata da questo de comprar comida que foi oferecida a dolos. Moversculo E ele declara explicitamente o princpio relevante3 Oede" porm" que esta vossaliberdade no vena" de algum modo" a ser tropeo para os fracos. 0ssa idia vale paraqualquer liberdade ou restrio a ser exercida na compra de carne nos mercados que eramconecidos por sua ligao com o templo e seus rituais sacrificiais.

    as" e se o texto no fala diretamente qual o princpioG ?sso acontece com freqP'ncia notexto narrativo que tende a declarar as coisas indiretamente" em lugar de coloc-las na forma dediscurso direto" como acontece na prosa. Messes casos" podemos contar com o contexto geral

    para nos a2udar.Q'nesis @9-;8 registra a ist!ria de #os. Apenas uma ou duas ve&es durante a longa

    narrativa dessa ist!ria recebemos alguma indicao do que trata esse epis!dio todo e por que4eus queria que ele fosse registrado em sua ,alavra. Kuando #os se revelou aos seus irmos"ele concluiu3 Agora" pois" no vos entristeais" nem vos irriteis contra v!s mesmos por meaverdes vendido para aqui: porque" para a conservao da vida" 4eus me enviou adiante de

    v!s... 4eus me enviou adiante de v!s" para conservar vossa sucesso na terra e para vospreservar a vida por um grande livramento 5Qn C;.;" 9=. ais tarde" #os repetiu esse tema aosseus irmos ao di&er-les3 O!s" na verdade" intentastes o mal contra mim: porm 4eus o tornouem bem" para fa&er" como vedes agora" que se conserve muita gente em vida 5Qn ;8.78=.

    princpio da provid'ncia prevalecente de 4eus" portanto" a cave para a interpretao danarrativa sobre #os. /omente o contexto a revela" mesmo que cada epis!dio individual ou

    percope dentro da ist!ria no mostre esse princpio claramente como sua pr!pria concluso.0m outros casos" nem uma declarao direta do princpio e nem mesmo uma declarao

    indireta dentro do contexto mais amplo aparece. que fa&er entoG Aqui" a busca pelo princpiogeral deve ser feita com a minFcia de detetives investigando a cena de um crime em busca da

    pistas.

    utros recursos literrios so acionados nesse ponto" tais como a clusula de motivo" queest freqPentemente ligada aos mandamentos bblicos.(7*As clusulas de motivo podem tomarpelo menos uma entre quatro formas 5a clusula de motivo aparece em itlico=3

    ). Explanatria um apelo ao bom senso do ouvinte. "Se um homemamaldioar a seu pai ou a sua me, ser morto; amaldiooua seu pai ou sua me; o seu sangue cair sobre ele" 5>v 78.E: vertambm 4t 78.)E: 78.;-B=.

    7. tica um apelo + consci'ncia" + moral. Kuando edificares umacasa nova" far-le-s" no terrao" um parapeito"para que nelano ponhas culpa de sangue, se algum de algum modo cair dela"54t 77.B=.

    @. !eligiosa e teolgica um apelo + nature&a e vontade de 4eus. Mo profanaro ascoisas sagradas que os filos de ?srael oferecem ao /enor"pois assim os ariam le#ar

    sobre si a culpa da iniq$idade, comendo as coisas sagradas; porque eu sou o Senhorque os santiico" 5>v 77.);")

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    parte da >ei da /antidade" nesse caso" em >evtico )E.)7-)B. Nada versculo dessa passagem"exceto pelo versculo )C" citado ou aludido no livro de Riago.

    0m Riago 7.)" o autor repete uma parte da lei real do amor de >evtico )E.); que di&3Mo fars in2ustia no 2u&o princpio declarado claramente. 0le tambm ilustrado emRiago 7.7-9 quando se fala como a igre2a deve acomodar o omem rico usando anis de ouro eroupas de luxo e o pobre andra2oso. /e o omem pobre est sentado no co e o omem ricorecebe um bom assento" no seria esse um importante tipo de discriminao que ofende o

    princpio de no se mostrar parcialidadeG as no apenas nesse contexto que a mesma polticano-discriminat!ria poderia ser usada com autoridade e preced'ncia bblica. Alis" Riago 7.Erepete o princpio mais uma ve& e mostra como ele se encaixa num princpio ainda maior3Amars o teu pr!ximo como a ti mesmo 5>v )E.)Bb: Rg 7.B=. princpio dessa passagemenquadra-se em qualquer situao que possa pre2udicar meu pr!ximo 5definido nas 0scriturascomo qualquer necessitado=.

    Assim" a aplicao pode envolver uma situao id'ntica em que crentes negros ou os de

    outras origens tnicas eram segregados a uma parte menos confortvel da igre2a" a fim de darprefer'ncia ao grupo racial dominante ou + classe que pagava as contas daquela igre2a. uainda" a aplicao pode estender-se alm de uma situao igual ou id'ntica para outras que se2amsemelantes e e comparveis desde que tambm este2am relacionadas ao princpio geral emquesto.

    *op+right -..-Editora Cultura Crist) /odos os direitos reser#ados)!eprodu0ido com a de#ida autori0ao)

    1 li#ro de 2alter *) 3aiser, 4r) e 5oiss Sil#a do qual este texto oi extra6do,"?ntroduo + Dermen'utica Hblica", pode ser encomendado da Editora *ultura

    *rist selecionando a capa do li#ro ao lado7

    [1]Jack Kuhatschek,Appling the Bible(Downers Grove, IL.: InterVarsity Press,1!", ##. $1%$&.

    [&]' #rieiro estu)ioso )e te#os o)ernos a ostrar a *un+o )a c-ausu-a)e otivo *oi eren) Geser, /0he I#ortance o* otive 2-ause in '-)0estaent Law/, e VT, vo-ue su#. 1 (1$3": $!%44.

    http://www.cep.org.br/http://www.hermeneutica.com.br/principios/gerais.html#_ftnref1%23_ftnref1http://www.hermeneutica.com.br/principios/gerais.html#_ftnref2%23_ftnref2http://www.amx.com.br/_model1/produto.asp?produto=001CEP.1.065&emp=cephttp://www.cep.org.br/http://www.hermeneutica.com.br/principios/gerais.html#_ftnref1%23_ftnref1http://www.hermeneutica.com.br/principios/gerais.html#_ftnref2%23_ftnref2