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102 www.backstage.com.br SOM NAS IGREJAS O objetivo do pastor Jonas era que a Igreja do Evangelho Quadrangular de Linhares fosse uma igreja moderna em termos de sonorização. Todo o projeto foi orientado pelo engenheiro Rosalfonso Bortoni. Karyne Lins [email protected] Igreja do Evangelho M Quadrangular de Linhares, Espírito Santo odernidade e capacitação do mi- nistério de louvor: essa era a visão da igreja quando ainda estava em atividade no antigo local. Com a pro- posta de realizar esse trabalho na congrega- ção, o pastor Jonas Fonseca deu início às obras do novo templo há três anos e imedi- atamente contratou os projetistas Luiz Cláudio e Gibran Mafra, da LC Diniz, para executarem o projeto de sonorização. P.A. e palco Antes de colocar a mão na massa, a primeira coisa que Luiz e Gibran quise- ram saber era como medir o templo. Com base na planta do arquiteto, os projetistas calcularam o número de membros que cabiam no ambiente, o tempo de rever- beração do som, os locais que deveriam receber tratamento acústico, além do ta- manho do palco. Terminada essa etapa, eles enviaram os dados para o engenhei- ro Rosalfonso que, de posse dessas infor- mações, determinou como seria o projeto final, indicando o posicionamento corre- to das caixas. Os consultores técnicos da LC Diniz utilizaram o software 3DMAX, que dá uma idéia de como a igreja vai comportar um sistema de som, antes mesmo de o pro- jeto ser concluído. “Apresentamos este projeto virtual em DVD e dessa forma fica mais fácil para o pastor dimensionar o que será feito na igreja e o seu resultado fi- nal”, explica Luiz. Com base nessas informações prelimi- nares, ficou definido que o sistema de P.A. seria em Fly com duas torres. Na tor- re principal, um par de caixas C800 e uma caixa central C400 Clever (caixas projetadas pelo engenheiro Rosalfonso Bortoni) com 200 watts RMS cada uma. A Um dos diferenciais da igreja nestes últimos anos foi o crescimento da congregação devido ao investimento em liderança de pessoal Fotos:Karyne Lins / Divulgação

Igreja do Evangelho - Revista Backstage · te, com potências entre 100W e 500W. “Acredito nos nossos produtos (nacio- ... vam na etapa de finalização das paredes do palco e da

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SOM NAS IGREJAS

O objetivo do pastor Jonas era que a Igreja do Evangelho Quadrangularde Linhares fosse uma igreja moderna em termos de sonorização. Todo oprojeto foi orientado pelo engenheiro Rosalfonso Bortoni.

Karyne Lins

[email protected]

Igreja do Evangelho

M

Quadrangular de Linhares, Espírito Santo

odernidade e capacitação do mi-nistério de louvor: essa era a visãoda igreja quando ainda estava

em atividade no antigo local. Com a pro-posta de realizar esse trabalho na congrega-ção, o pastor Jonas Fonseca deu início àsobras do novo templo há três anos e imedi-atamente contratou os projetistas LuizCláudio e Gibran Mafra, da LC Diniz, paraexecutarem o projeto de sonorização.

P.A. e palcoAntes de colocar a mão na massa, a

primeira coisa que Luiz e Gibran quise-

ram saber era como medir o templo. Combase na planta do arquiteto, os projetistascalcularam o número de membros quecabiam no ambiente, o tempo de rever-beração do som, os locais que deveriamreceber tratamento acústico, além do ta-manho do palco. Terminada essa etapa,eles enviaram os dados para o engenhei-ro Rosalfonso que, de posse dessas infor-mações, determinou como seria o projetofinal, indicando o posicionamento corre-to das caixas.

Os consultores técnicos da LC Dinizutilizaram o software 3DMAX, que dá

uma idéia de como a igreja vai comportarum sistema de som, antes mesmo de o pro-jeto ser concluído. “Apresentamos esteprojeto virtual em DVD e dessa forma ficamais fácil para o pastor dimensionar o queserá feito na igreja e o seu resultado fi-nal”, explica Luiz.

Com base nessas informações prelimi-nares, ficou definido que o sistema deP.A. seria em Fly com duas torres. Na tor-re principal, um par de caixas C800 euma caixa central C400 Clever (caixasprojetadas pelo engenheiro RosalfonsoBortoni) com 200 watts RMS cada uma. A

Um dos diferenciais da igreja nestes últimos anos foi o crescimento da congregação devido ao investimento em liderança de pessoal

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outra torre, que tem função de delay, pos-sui as mesmas características da principal,com a diferença que ela fica a 17 metros dedistância e o operador trabalha com menos10 decibéis em relação às caixas da torreprincipal. Para que haja essa diferença,Luiz explicou que é utilizado um proces-sador digital de maneira que o som fiqueequilibrado dentro do ambiente.

Em relação ao palco, segundo Gibran,a idéia, confirmada pelo pastor Jonas, eraseguir a tendência dos outros templos.Ou seja, palcos maiores, justamente pelocrescimento da música dentro da igreja.Os monitores seguem o mesmo padrão

das caixas de P.A.: amplificados e proces-sados, da marca Clever.

A monitoração consiste em duas cai-xas (para pastor e backing vocal) e sistemade in-ear para os instrumentistas, já que aproposta é ter um palco com um visualmais limpo e educar o músico. “Na minhaopinião, esse recurso do in-ear ajuda omúsico da igreja que não é profissional a

ser educado no palco, e a qualidade dosom fica bem melhor dentro da igreja,porque evitamos as sobras de freqüênciasno palco”, disse Luiz, diretor-executivoda LC Diniz.

Existem duas redomas para bateria e

percussão. Também foi realizado um tra-tamento acústico na parede atrás dessasredomas para evitar as sobras de freqüên-cias. Dessa forma, de acordo com Gibran,é possível reduzir esse som de bateria emtorno de 18 decibéis dentro do local.

Quando o palco começou a ser feito,Luiz e Gibran optaram por embutir ossubgraves. Assim, evitaram que as caixasficassem posicionadas no chão ocupandoespaço próximo às cadeiras da primeirafileira. São dois subs Clever modeloC1000, cada um com 500 watts em RMS.As caixas Clever possuem falantes edrive Oversound sendo que, para subs,são falantes de 18 polegadas, e para P.A. emonitor, falantes de 12 polegadas.

House MixNa house mix, a equipe técnica e o

pastor decidiram utilizar a console Yama-ha MG32/14FX para monitorar P.A. e pal-co (que fazia parte do sistema antigo).Eles ainda complementaram o local comnovos periféricos para o rack de efeitos.No futuro, a idéia é investir em uma mesadigital. “Luiz e Gibran deixaram todo sis-tema preparado para receber uma mesadigital e acredito que assim alcançamos oobjetivo de sempre ser uma igreja que in-veste em tecnologia”, disse o pastor Jonas.

Treinamento paraos técnicosApós a finalização das instalações do

sistema de áudio, a LC Diniz contratou o

Caixas Clever

Dois monitores 2W12-800MEDois pares de caixas para P.A. Fly 2W12-800MEDuas caixas para P.A. Fly 2W12-400ADuas caixas para subgrave 1W12-1000AConsole e periféricos

Mesa Yamaha MG32/14FXEqualizador gráfico 31 bandas Behrin-ger FBQ6200Processador de áudio digital BehringerDCX 2496

Lista de Equipamentos

Multigate Behringer Pro XR 4400Compressor Quad Behringer MDX 4600Behringer Multicom PRO-XLPower play Behringer HA8000Seis fones de ouvido Porta Pro KossDirect box Behringer DI100Oito microfones PGXUm microfone sem fio UHF PGXMicrofone para coral Behringer C2Kit de microfone de bateria SamsonKit de microfone para percussão Samson

Vista geral da igreja e do sistema completo de P.A. Os monitores seguem o mesmo padrão das caixas de

P.A., amplificados e processados, da marca Clever

Sistema de P.A. formado por um par de caixas C800

e uma caixa central C400 Clever.

“Na minha opinião, esse recurso do in-ear ajuda omúsico da igreja que não é profissional a ser educado

no palco, e a qualidade do som fica bem melhordentro da igreja, porque evitamos as sobras de

freqüências no palco”

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técnico Cristiê Silva com a finalidade deprestar um curso de especialização emmesas analógicas e digitais para os técni-cos da igreja. “Eles aprendem a usar mesaanalógica, gates, compressores, equaliza-dores, efeitos e aproveito para, no meiodessas aulas de demonstração da analó-gica, mostrar no meu notebook algunsparâmetros da digital. Quando a console

O engenheiro Rosalfonso Bortoni, es-pecializado em projetos de equipamen-tos analógicos para áudio, incluindoprocessadores, pré-amplificadores, am-plificadores de potência e caixas acústi-cas, atua hoje no desenvolvimento e pro-jetos de sistemas de áudio. Ele iniciou aspesquisas para o projeto das caixasClever ao final de 2004 e os primeirosmodelos começaram a ser comercia-lizados no início de 2005. As prioridadesnesta pesquisa e na elaboração das cai-xas foram confiabilidade, custo e aparên-cia. Desde o início, Rosalfonso tinha emmente fazer um produto confiável que seenquadrasse nos valores impostos pelomercado, aliado a um bom acabamento.

Tecnologia

Atualmente, todos os circuitos eletrô-nicos das caixas Clever são analógicos.Os produtos são resultado da composi-ção conjunta das partes eletrônica,eletroacústica e acústica, desenvolvidoscom tecnologia própria. As caixas paraP.A. Clever foram projetadas para usode alto-falantes nacionais, primeiramen-te, com potências entre 100W e 500W.“Acredito nos nossos produtos (nacio-nais). A arte está em saber tirar proveitodas características existentes”, disse

Saiba mais sobre a Clever

Rosalfonso. As caixas de subgrave têmos mesmos princípios de desenvolvimen-to das caixas para P.A. (full range), sendoque a única diferença é que trabalhamem faixa estreita, com freqüências abaixode 120 Hz.

Características

Rosalfonso acrescenta que os mode-los e as linhas existentes da Clever sãomuito flexíveis. Com a escolha certa,pode-se ter um sistema de pequeno por-te – em que um microfone é conectadodiretamente a uma única caixa – até siste-mas de grande porte que suportam umabanda de rock ou a sonorização degrandes áreas. “É importante ter sempreem mente e bem definida a necessidadee a aplicação, pois daí faz-se o dimensio-namento e a escolha dos modelos”, lem-brou Rosalfonso.

Todos os modelos da Clever são ati-vos, sem exceção, e têm processamentodinâmico e estático. No processamentodinâmico, Rosalfonso utiliza simultanea-mente compressores e limitadores quedeterminam as potências médias e depico fornecidas aos alto-falantes. Noprocessamento estático, faz as corre-ções de resposta e caracteriza os tim-bres das caixas.

digital for implantada na igreja, esses téc-nicos estarão preparados e a adaptaçãoserá mais fácil”, disse Cristiê, durante umdesses cursos.

Renan Silva é membro da Igreja Qua-drangular de Linhares há cinco anos eatualmente faz parte da equipe de técni-cos. Ele recebe treinamento para utiliza-ção de mesas analógicas e digitais. “A di-

ficuldade de operar o áudio no temploantigo com o sistema anterior era tam-bém devido à falta de instrução. Até en-tão, não estávamos acostumados comtanto equipamento avançado. Foi muitoimportante para os técnicos da igreja re-ceberem esse tipo de treinamento naárea de som. Não adianta comprar umsom profissional e se esquecer do investi-mento em pessoal para operar o equipa-mento”, disse Renan.

Teto etratamento acústicoO tratamento de acústica foi concluí-

do quando as obras de arquitetura esta-vam na etapa de finalização das paredesdo palco e da entrada da igreja. Essas pa-redes são feitas de madeira e há um vácuoentre elas com aproximadamente cincocentímetros. Elas receberam um materialabsorvente que também foi utilizado nahouse mix. O pé direito tem cerca de cin-

Subs Clever modelo C1000, cada um com 500 watts

em RMS e falantes Oversound

A escolha daYamaha MG32 14FX para monitorar

P.A. e palco foi decisão do pastor Jonas Fonseca

Rack de sistema in-ear utilizado pelos músicos do

ministério de louvor

“Após a finalização dasinstalações do sistema de

áudio, a LC Dinizcontratou o técnico Cristiê

Silva para prestar umcurso de especialização

em mesas”

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co metros e, pensando em facilitar naacústica do ambiente, o teto foi forradocom gesso e foram realizadas algumas in-clinações. Porém, o resultado é melhorsempre quando há pessoas no ambiente.

Crescimento do ministérioe principais mudançasA Igreja do Evangelho Quadrangular

de Linhares (ES) existe há vinte anos nacidade e está sob a liderança do pastorJonas Fonseca há seis.

Um dos diferencias da igreja nestesúltimos anos foi o crescimento da con-gregação devido ao investimento emliderança de pessoal. Segundo o pastor,cada membro é um líder e vai desen-volver o seu potencial de acordo com avisão que ele tem do ministério.

Para que esse trabalho prosseguissecom sucesso, a igreja passou a dar umtreinamento na escola de líderes e iniciouum projeto do ministério de música. “Nos-so lema é que todo músico tem de ser umadorador e um líder, porque é também umganhador de almas com o instrumento, asonoplastia, entre outras atividades naigreja. Se não tiver essa visão centrada nocoração, ele não fica”, disse o pastor, quepesquisou pessoalmente qual a melhorforma de implantação de um projeto desom e quais os profissionais habilitadospara a função. “Eu busquei não somenteuma consultoria, mas profissionais que ti-vessem condições de prestar assessoriacom o tipo de material a ser utilizado no

teto, tratamento acústico, etc. Tudo issodentro do meu orçamento”, explicou.

Sistema de somfaz parte das prioridadesO pastor acredita que uma das van-

tagens em termos de custo foi executaro projeto de som junto com o andamen-to da obra do templo. Isso possibilitoufazer o cabeamento no lugar certo, semprecisar quebrar nada depois, além do

teto com o pé direito determinado peloprojeto. “É importante que se comece amontar o sistema de som desde o iníciodas obras de construção, porém, se fizerisso sem uma assessoria qualificada, opastor vai acabar tendo prejuízo no fi-nal”, ressaltou Luiz.

“Foi um investimento de mais de 120mil reais e todos sentiram a diferença.Penso que tudo deve estar de acordocom uma proposta de levar o bem estar

Cristiê Silva (segundo da dir. para esq.) no curso

de especialização em mesas analógicas e digitais

Paulo, Ricardo, pastor Jonas Fonseca, Cristiê

Silva e os projetistas Luiz Cláudio e Gibran Mafra

para os membros: novo espaço, sistemade som, investimento na parte elétrica,ar-condicionado, cadeiras confortáveis,iluminação apropriada, etc”, disse o pas-tor Jonas.

Ministério de louvorO ministério de louvor é formado

por um líder de louvor, uma banda fixa,coral e o regente de música, pastor JoãoMarcos. Visando aumentar o númerode músicos disponíveis para montar ou-tras equipes de louvor, o pastor criouum departamento onde cada instru-mentista da igreja tem a responsabili-dade de formar três adolescentes norespectivo instrumento a fim de minis-trarem nos cultos.

Em relação aos novos equipamentos eo contato com novas tecnologias, PauloRicardo, tecladista e líder de louvor, disseque não houve problema nenhum deadaptação dos músicos. “Estamos em umaigreja nova com equipamento de ponta.Essa mudança tem sido uma experiênciamuito boa, pois estamos aprendendo e nosprofissionalizando também. Os membroshoje têm outra expectativa em relação àigreja e ao ministério de louvor. Sabemosdisso porque as pessoas participam de tudoo que acontece na igreja e elogiam o con-forto do novo ambiente”, disse Paulo.

Esse ministério também comporta ou-tras atividades, como dança, aulas de hiphop, teatro, e está se preparando paragravar em breve CD e DVD. O pastorJonas, autor da maioria das composiçõesda igreja, disse que criatividade é o maisimportante para este próximo projeto daigreja. “Temos uma linguagem e não po-demos perder nossa identidade, ou entãoseremos meros copiadores. Investir nessacapacitação e em um ambiente combons equipamentos qualifica a igreja, eas pessoas se sentem motivadas para tra-balhar a favor do propósito da igreja”, fi-nalizou pastor Jonas.

“Os membros hoje têmoutra expectativa emrelação à igreja e aoministério de louvor.

Sabemos disso porque aspessoas elogiam oconforto do novo

ambiente”