Igualdade de Gênero e Desenvolvimentoo - Relatório sobre Desenvolvimento Mundial 2012 - BANCO MUNDIAL

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    2012V i s o G e r a l

    relatrio sobre o desenvolvimento mundial de

    iGualdade de Gneroe Desenvolvimento

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    Igualdade de Gneroe Desenvolvimento

    relatrio sobre o desenvolvimento mundial de

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    BANCO MUNDIAL

    Washington, D.C.

    Viso Geral

    2012

    Igualdade de Gneroe Desenvolvimento

    relatrio sobre o desenvolvimento mundial de

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    2011 The International Bank or Reconstruction and Development / The World Bank1818 H Street, NWWashington D.C. 20433Teleone: 202-473-1000Internet www.worldbank.org

    Todos os direitos reservados

    1 2 3 4 14 13 12 11

    Este documento um resumo do Relatrio sobre o Desenvolvimento Mundial de 2012. Eleoi produzido pelo pessoal do Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvimento/BancoMundial. As apuraes, interpretaes e concluses expressas neste volume no reetemnecessariamente a opinio dos Diretores Executivos do Banco Mundial nem dos governosdos pases que representam.O Banco Mundial no garante a exatido dos dados apresentados neste trabalho. As ronteiras,

    cores, denominaes e outras inormaes apresentadas em qualquer mapa deste trabalhono indicam nenhum julgamento do Banco Mundial sobre a situao legal de qualquer territrio,nem o endosso ou a aceitao de tais ronteiras.

    Direitos e Permisses

    O material desta publicao protegido por direitos autorais. Sua reproduo e/ou trans-misso, total ou parcial, sem permisso pode constituir violao das leis em vigor. O BancoInternacional de Reconstruo e Desenvolvimento / Banco Mundial estimula a divulgao deseu trabalho e geralmente concede pronta permisso para sua reproduo parcial.

    Para obter permisso para azer otocpias ou reimprimir parte deste trabalho, avorenviar uma solicitao com inormaes completas para: Copyright Clearance Center Inc.,222 Rosewood Drive, Danvers, MA 01923, USA; teleone: 978-750-8400; ax: 978-750-4470;Internet: www.copyright.com.

    Todas as outras consultas sobre direitos e licenas, inclusive direitos subsidirios, devemser endereadas a: Ofce o the Publisher, The World Bank, 1818 H Street, NW, Washington,DC 20433, USA; ax: 202-522-2422; e-mail: [email protected].

    Foto da capa:Arne Hoel, Banco MundialCrditos das otos:Banco MundialDesign da capa:Critical StagesDesenho dsa fguras e inogrfcos:Design Symphony, Cymetrics, Harkness Design

    e Naylor Design

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    Sumrio

    Prefcio vii

    Agradecimentos ix

    Viso Geral

    Por que a igualdade de gnero importante para desenvolvimento? 2

    O que este Relatrio az? 6

    Onde tem havido mais progresso em igualdade de gnero? 8

    Onde as desigualdades de gnero persistiram e por qu? 13

    O que se pode azer? 22

    A economia poltica de reormas para a igualdade de gnero 35

    Agenda global para maior igualdade de gnero 37

    Notas 39

    Referncias 40

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    Prefcio

    As vidas de meninas e mulheres mudaram radicalmente no ltimo quarto de sculo. Hoje,h mais meninas e mulheres alabetizadas do que nunca e em um tero dos pases emdesenvolvimento h mais meninas na escola do que meninos. As mulheres hoje representammais de 40% da ora de trabalho mundial. Alm disso, as mulheres vivem mais do que oshomens em todas as regies do mundo. O ritmo da mudana tem sido surpreendente narealidade, em muitos pases em desenvolvimento essas mudanas tm sido mais rpidas do

    que as mudanas equivalentes nos pases desenvolvidos: O que os Estados Unidos levaram40 anos para alcanar em termos de aumento da taxa de matrcula das meninas, o Marrocoslevou apenas uma dcada.

    Em algumas reas, entretanto, o progresso para alcanar a igualdade de gnero tem sidolimitado mesmo nos pases desenvolvidos. As mulheres e meninas que so pobres, vivemem reas remotas, so defcientes ou que pertencem a grupos minoritrios continuam a fcarpara trs. Um nmero excessivo de meninas e mulheres ainda est morrendo, respectivamente,na inncia e na idade reprodutiva. As mulheres ainda fcam atrs em rendimentos eprodutividade, e na ora de suas vozes na sociedade. Em algumas reas, tais como educao,existe hoje um hiato de gnero com relao a homens e meninos.

    A mensagem principal deste Relatrio sobre o Desenvolvimento Mundial: Igualdade de Gnero

    e Desenvolvimento que esses padres de progresso e persistncia em igualdade de gneroso importantes, tanto para os resultados do desenvolvimento quanto para a ormulaode polticas. Eles so importantes porque a igualdade de gnero um objetivo essencial dodesenvolvimento em seu prprio direito. Mas a maior igualdade de gnero tambm aeconomia inteligente, aumentando a produtividade e melhorando outros resultados dodesenvolvimento, incluindo perspectivas para a prxima gerao e para a qualidade daspolticas e instituies da sociedade. O desenvolvimento econmico no sufciente parareduzir todas as disparidades de gnero polticas corretivas que ocam na persistncia dehiatos de gnero so essenciais.

    Este relatrio indica quatro reas prioritrias para o avano da poltica. Primeiro, a reduodos hiatos de gnero em capital humano especifcamente aqueles que tratam da mortalidade

    eminina e a educao. Segundo, o preenchimento das lacunas de gnero em acesso soportunidades econmicas, rendimento e produtividade. Terceiro, a reduo das dierenasde gnero em voz e capacidade de decidir na sociedade. Quarto, a limitao da reproduoda desigualdade de gnero entre as geraes. Todas essas so reas onde os rendimentos maiselevados por si s pouco contribuem para reduzir os hiatos de gnero, mas onde polticasocadas podem ter um impacto real.

    As aes pblicas precisam abordar os determinantes subjacentes de hiatos de gnero emcada rea prioritria em alguns casos, melhorando a prestao de servios (especialmentepara gua limpa, saneamento e cuidado materno), em outros, enrentando as restriesque se originam no uncionamento dos mercados e instituies para limitar o progresso(por exemplo, na reduo de hiatos de gnero em rendimentos e produtividade).

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    viii PR E C I O

    Os parceiros no desenvolvimento podem complementar a ao pblica. Em cada uma dasquatro reas prioritrias, os esoros necessitam de mais recursos fnanceiros (particularmentepara dar suporte aos pases mais pobres na sua abordagem relativa mortalidade emininae aos hiatos de gnero em educao); melhores dados desagregados quanto a gnero; maisexperimentao e avaliao sistemtica e parcerias mais amplas que incluam o setor privado,

    rgos de desenvolvimento e organizaes da sociedade civil.A igualdade de gnero est no corao do desenvolvimento. o objetivo de desenvolvimento

    correto e poltica econmica inteligente. O Relatrio do Desenvolvimento 2012pode ajudartanto os pases quanto os parceiros internacionais a reetirem e integrarem o oco na igualdadede gnero tomada de deciso e programao do desenvolvimento.

    Robert B. ZoellickPresidenteGrupo Banco Mundial

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    ix

    Agradecimentos

    Este Relatrio oi preparado por uma equipe central liderada por Ana Revenga e Sudhir Shetty,e composta por Luis Benveniste, Aline Coudouel, Jishnu Das, Markus Goldstein, Ana MaraMuoz Boudet e Carolina Snchez-Paramo. A assistncia da pesquisa oi ornecida por RabiaAli, Mara Ins Berniell, Rita Costa, Nina Rosas e Luca Solbes Castro. A avaliao qualitativamultinacional oi coordenada por Patti L. Petesch e Carolyn Turk. Contribuies valiosasoram eitas por Andre Croppenstedt, Malcolm Ehrenpreis, Rebekka Grun, Mary Hallward-

    Driemeier, Tazeen Hasan, Karla Ho, Ghazala Mansuri, Claudio E. Montenegro e Bob Rijkers.Tazeen Hasan, Karla Ho, Ghazala Mansuri, Claudio E. Montenegro e Bob Rijkers.

    O Relatrio do Desenvolvimento Mundial 2012 co-patrocinado pela Vice-Presidnciade Economia do Desenvolvimento (DEC) e pela Vice-Presidncia de Reduo da Pobrezae Gesto Econmica (PREM). O trabalho oi realizado sob a orientao geral de Justin YiuLin na DEC e de Otaviano Canuto dos Santos ilho na PREM. Ann E. Harrison e a equipeda DEC e Mayra Buvinic e a equipe da PRMGE orneceram orientaes e contribuiesvaliosas em vrios estgios da produo deste relatrio.

    Um conselho consultivo ormado por Bina Agarwal, Ragui Assad, Anne Case, AlisonEvans, Raquel ernndez, Naila Kabeer, Ravi Kanbur, Santiago Levy e Germano Mwabuorneceu excelente assessoramento. Comentrios e contribuies valiosas oram ornecidos

    por Kathleen Beegle, Laura Chioda, Louise Cord, Maria Correia, Monica Das Gupta,Shantayanan Devarajan, Marianne ay, rancisco H.G. erreira, Ariel iszbein, IndermitGill, Alejandro Hoyos, Emmanuel Jimenez, Elizabeth King, Andrew Mason, WilliamMaloney, Ambar Narayan, Pierella Paci, Tara Vishwanath e Michael Walton. Vrias outraspessoas, dentro e ora do Banco Mundial, contriburam com comentrios e inormaesvaliosas (seus nomes esto relacionados nas Notas Bibliogrfcas).

    O Presidente do Banco Mundial, Robert B. Zoellick, e os Diretores-Gerentes SriMulyani Indrawati, Mahmoud Mohieldin e Ngozi Okonjo-Iweala orneceram orientaese assessoramento inestimveis.

    A equipe se benefciou grandemente de muitas consultas, reunies e workshops regionaisrealizados localmente e no pas. Essas discusses incluram ormuladores de polticas,

    representantes da sociedade civil, acadmicos e parceiros de desenvolvimento derica do Sul, Benin, Bolvia, Burkina aso, Burundi, as naes do Caribe, Chile,Colmbia, Gergia, Guatemala, ndia, Indonsia, Jordnia, Kuwait, Lbano, Mali,Mxico, Marrocos, Panam, Paraguai, a Repblica Centro-Aricana, RepblicaDominicana, Repblica Eslovquia, Qunia, Ruanda, Senegal, Sudo, Tailndia,Tanznia, Togo, Turquia, Uganda, Uruguai, Vietn, Zmbia e Zimbbue. A equipegostaria de reconhecer o apoio generoso do Governo da Noruega por meio doseu Ministrio Real de Relaes Exteriores, da Agncia Sua de Desenvolvimento eCooperao (SDC), a Agncia Australiana de Desenvolvimento Internacional (AUSAID), aAgncia de Desenvolvimento Internacional do Canad (CIDA), o Governo da Sucia atravsdo seu Ministrio de Relaes Exteriores, o Programa Conhecimento para a Mudana (KCP)

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    x A G R A D E C I M E N T O S

    de vrios doadores, a undao Nike, o undo iducirio Nrdico do Banco Mundial e o undode Desenvolvimento do Programa da Iniciativa de Educao Acelerada; assim como o apoioem espcie da Agncia de Cooperao Internacional do Japo (JICA), do Departamento deDesenvolvimento Internacional do Reino Unido (DID) e da Organizao para a Cooperaoe Desenvolvimento Econmico (OCDE).

    A equipe deseja reconhecer o excelente apoio da equipe de produo do WDR compostapor Rebecca Sugui, Cecile Wodon e Mihaela Stangu, e da equipe de gesto de recursos deSonia Joseph e Evangeline Santo Domingo. Agradecemos tambm a Ivar Cederholm, VivianHon, Jimmy Olazo e Irina Sergeyeva pelo seu apoio constante. Outra assistncia valiosa oiornecida por Gytis Kanchas e Nacer Mohamed Megherbi. Vamsee Krishna Kanchi, SwatiP. Mishra, Merrell Tuck-Primdahl e Roula Yazigi auxiliaram a equipe na parte de websitee comunicaes.

    Bruce Ross-Larson oi o editor-chee. O Grupo de Dados sobre o Desenvolvimentocontribuiu para os dados anexos e oi responsvel pelos Indicadores Selecionados deDesenvolvimento Mundial. A Design Symphony contribuiu com o projeto.

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    Viso geral 1

    Relatrio sobre o Desenolimento Mundial de 201Igualdade de Gnero e Desenvolvimento

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    POR QUE A IGUALDADE DE GnERO

    IMPORTAnTE PARA DEsEnvOLvIMEnTO?

    A histria do pooado Ijuhanyondo na Tanzniareete a eouo da iguadade de gnero nomundo inteiro nos timos 25 anos. Emboramuitas mulheres continuem a lutar contra as desan-tagens baseadas em gnero em suas idas dirias,as coisas mudaram para mehor e a um ritmoque seria impense at duas dcadas atrs. Asmuheres tieram ganhos sem precedentes emdireitos, educao e sade, em acesso a empregose meios de subsistncia. Mais pases do quenunca garantem direitos iguais perante a ei parahomens e muheres em reas tais como posse de

    terra, herana e casamento. No gera, 136 pases

    tm hoje garantias expcitas para a iguadadede todos os cidados e no discriminao entre

    homens e muheres em suas constituies.O progresso no tem acontecido acimente.E no aconteceu de modo uniorme para todos ospases ou para todas as muheres ou em todas asdimenses de iguadade de gnero. A probabiidadede muheres morrerem durante o parto na ricaSubsaariana e partes do Su da sia ainda compare do Norte da Europa no scuo XIX.Uma criana urbana rica na Nigria menino oumenina tem em mdia 10 anos de escoarizao,enquanto garotas rurais pobres da etnia Hausa tmem mdia menos de seis meses. A taxa de morteentre muheres em reao aos homens mais ata

    nos pases de renda baixa e mdia em comparao

    Viso geral

    Baruani est reetindo sobre como as vidas de homens e mulheres mudaram na ltima dcada emIjuhanyondo um povoado na Tanznia. "H 10 anos era terrvel," lembra ela. "A mulheres eram muito

    atrasadas. Elas costumavam fcar somente em casa realizando tareas domsticas. Mas agora elas ocupam

    cargos em empresas e na poltica." Outras tm opinies parecidas. "No dependemos tanto dos homens como

    dependamos antes," disse Agnetha. "Temos nosso prprio dinheiro e isso nos ajuda a ser independentes deles

    e, at certo ponto, controlar nossas vidas." Alm de administrar seus negcios, as mulheres agora representam

    metade da associao de bairro que administra o povoado.

    Apesar dessas mudanas positivas, muitos desafos continuam a pesar sobre as vidas dirias das mulheres.

    Menos da metade das casas da aldeia tm gua encanada. O que ainda mais dicil, Tungise e outras mulheres

    do povoado ainda temem a violncia de seus parceiros: "Quando eles esto bbados, podem comear a bater nas

    mulheres e nos flhos. A pior parte quando as oram a ter relaes sexuais." Embora legalmente as mulheres

    possam herdar terra ou uma casa, a tradio prevalece. "Sim, as mulheres podem herdar propriedade," diz

    Flora, a secretria executiva da associao de bairro. "Na verdade, no testamento o pai deveria deixar algumacoisa para cada flho, e hoje a lei igualmente rigorosa. Mas ainda assim, os homens deixam herana para seus

    flhos homens e argumentam que as meninas tero a propriedade proveniente do casamento."

    O Reatrio da Comunidade Rura de Dodoma, de Defnio de Gnero noScuo XXI: Conersando com muheres e homens em torno do mundo:Um Estudo Quaitatio Mutinaciona sobre Gnero e Escoha Econmica(Banco Mundia 2011a)

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    Viso geral 3

    s suas contrapartes de renda ata, especiamentenos primeiros meses de ida ou nos primeiros anosda inncia, e no perodo reprodutio. Dircio ouiuez ea muitas muheres a perderem sua terrae seus bens. As muheres continuam a se agrupar

    em setores e ocupaes caracterizadas como"emininas" muitas deas so ma remuneradas.As muheres tambm tm uma probabiidademaior de serem timas de ioncia domstica esorerem graes eses. E em quase todos os ugaresa representao das muheres na potica e noscargos de ata gerncia em empresas permaneceinerior a dos homens.

    Esses padres de desiguadade de gnero emdotaes de capita humano e sico, em oportu-nidades econmicas e na capacidade de azerescohas para obter resutados desejados (capaci-dade de decidir) so importantes, especiamente

    aquees que persistem mesmo com o aano doprocesso de desenoimento? Este Relatrio sobre oDesenvolvimento Mundial (WDR) argumenta quesim, so importantes por dois motios. Primeiro,a iguadade de gnero tem importncia intrnsecaporque a capacidade de ier a ida que se desejae ser poupado da priao absouta um direitohumano bsico e dee ser igua para todos, seja apessoa homem ou muher. Segundo, a iguadadede gnero tem importncia instrumenta porqueuma maior iguadade de gnero contribui paraa efcincia econmica e a obteno de outrosresutados essenciais de desenoimento.

    A igualdade de gnero importantepor direito prprioAps Amartya Sen, emos o desenoimentocomo um processo de expandir iberdades igua-mente para todas as pessoas.1 Nesta iso dedesenoimento, a iguadade de gnero umobjetio essencia em si (Box 1). Portanto, assimcomo desenoimento signifca menos pobrezade renda ou um mehor acesso justia, eetambm dee signifcar menos hiatos no bem-estarentre homens e muheres. Este ponto de ista

    tambm se eidencia no ato de a comunidadeinternaciona de desenoimento reconhecerque o empoderamento das muheres e a iguadadede gnero so objetios de desenoimento pordireito prprio, conorme incorporados aosObjetios de Desenoimento do Minio 3 e 5(Box 2). isto tambm na adoo e ratifcaogeneraizada da Coneno sobre a Eiminaode todas as Formas de Discriminao contraMuheres (CEDAW). Adotada pea AssembeiaGera das Naes Unidas em 1979, a conenoestabeeceu um contexto abrangente para o aanode muheres e j oi consoidada at hoje por

    187 pases.

    A igualdade de gnero importante parao desenvolvimento economia inteligenteA iguadade de gnero tambm importantecomo instrumento de desenoimento. Conormemostra este Reatrio, a iguadade de gnero

    representa uma economia inteigente: ea podeaumentar a eicincia econmica e mehoraroutros resutados de desenoimento de trsmaneiras. Primeiro, remoendo barreiras queimpedem as muheres de ter o mesmo acessoque os homens tm educao, oportunidadeseconmicas e insumos produtios podem gerarenormes ganhos de produtiidade ganhosessenciais em um mundo mais competitio egobaizado. Segundo, mehorar a condioabsouta e reatia das muheres introduz muitosoutros resutados de desenoimento, incusiepara seus fhos. Terceiro, o nieamento dascondies de competitiidade onde muherese homens tm chances iguais para se tornar sociae poiticamente atios, tomar decises e ormuarpoticas proaemente gerar no decorrer dotempo instituies e escohas de poticas maisrepresentatias e mais incusias, eando assim aum mehor caminho de desenoimento. Aaieum de cada ez.

    A alocao indevida das aptides e talentosdas mulheres representa um alto (e crescente)custo econmico

    A iguadade de gnero pode ter grandes impactossobre a produtiidade. As muheres agora repre-sentam mais de 40% da mo-de-obra goba,43% da ora de trabaho e mais da metade dosestudantes uniersitrios do mundo. Para umaeconomia uncionar com todo seu potencia, asmuheres com suas aptides e taentos deemparticipar das atiidades que aam mehor usodessas capacidades. Porm, de acordo com ashistrias de muitas muheres, este no sempre ocaso. Quando o trabaho das muheres subuti-izado ou indeidamente aocado porque easenrentam discriminao nos mercados ou insti-

    tuies societrias que as impedem de concuir suaeducao, ocupar determinados cargos e ganhar osmesmos sarios dos homens o resutado soperdas econmicas. Quando as agricutoras notm a segurana da posse de terra, como ocorreem muitos pases, especiamente na rica, oresutado menos acesso a crdito e insumos euso inefciente da terra, o que reduz as produes.A discriminao em mercados de crdito e outrasdesiguadades de gnero em acesso a insumosprodutios tambm tornam mais dici para asfrmas chefadas por muheres serem produtiase ucratias como as chefadas por homens. E

    quando as muheres so excudas de posies de

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    4 R E l A T R I O S O BR E O D E S E N v O l v I M E N TO M U N D I A l D E 2 0 1 2

    as agricutoras tenham o mesmo acesso doshomens a ertiizantes e outros insumos agrcoasaumentaria as produes de miho de 11 a 16%em Maawi e em at 17% em Gana.3 Mehoraros direitos de propriedade das muheres em

    Burkina Faso aumentaria a produo agrcoa dos

    gerenciamento, os gerentes so, em mdia, menoscapacitados, reduzindo o ritmo de adoo deinoaes e tecnoogias.2

    A compensao direta pea correo dessasahas, muitas undamentadas em como mercados

    e instituies uncionam, grande: garantir que

    A Cpula dos Objetivos do Desenvolvimento doMilnio (ODM) de 2010 concluiu com a adoo deum plano de ao global para alcanar os oitoobjetivos at 2015. A cpula tambm adotou umaresoluo de apelo ao para assegurar a paridade

    de gnero em oportunidades econmicas, deeducao e sade, e tomada de decises por meioda integrao de uma perspectiva de gnero naormulao de polticas para o desenvolvimento.A resoluo e o plano de ao reletem a crena dacomunidade internacional de desenvolvimento de

    Box 2 Os Objetivos de Desenvolvimento do Milnio reconhecem o valorintrnseco e instrumental da igualdade de gnero

    Fonte: Equipe do WDR 2012.

    que a igualdade de gnero e o empoderamento dasmulheres so objetivos de desenvolvimento pordireito prprio (ODM 3 e 5), alm de uncionaremcomo importantes canais para a obteno de outros

    ODMs e de reduzirem a pobreza relacionada e no

    relacionada com a renda. A igualdade de gnero eo empoderamento de mulheres ajudam a promovero ensino undamental bsico (ODM 2), reduzir amortalidade entre crianas com menos de cincoanos (ODM 4), melhorar a sade materna (ODM 5) e areduzir a probabilidade de contrair HIV/AIDS (ODM 6).

    Box 1 O que voc quer dizer com igualdade de gnero?

    Fontes: Booth e Nolen 2009; Croson e Gneezy 2009; Gneezy, Leonard, e List 2009; Kabeer 1996; Sen 1999; Banco Mundial 2011.

    O gnero se reere aos atributos sociais, comportamentais eculturais, expectativas e normas associadas a ser uma mulher ou

    um homem. Igualdade de gnero diz respeito a como essesaspectos determinam como mulheres e homens se relacionam umcom o outro e para as dierenas resultantes do poder entre eles.

    Este Relatrio foca trs dimenses-chave da igualdade de gneroidentiicadas por homens e mulheres do Aeganisto Polnia e rica do Sul, assim como pelos pesquisadores e pesquisadoras:o acmulo de dotaes (educao, sade e ativos sicos), o usodessas dotaes para levar oportunidades econmicas e gerarrenda e a aplicao dessas dotaes para tomar medidas, oucapacidade de decidir, aetando o bem-estar individual e dedomiclios. Estes so aspectos da igualdade onde as insuicinciasde escolhas esto reletidas nas de icincias de bem-estar. Eles tmimportncia em si prprios e por si prprios. Mas tambm estointimamente interligadas.

    A desigualdade de gnero parecida e dierente da desigual-

    dade baseada em outros atributos tais como raa ou etnia. Trsdierenas so de relevncia especial para a anlise da igualdadede gnero. Primeiro, dicil medir separadamente o bem-estar demulheres e homens que vivem no mesmo domic lio, um problemaresultante da escassez de dados sobre os resultados no domiclio.Segundo, as preerncias, necessidades e restries podem dierirsistematicamente entre homens e mulheres, reletindo tantoatores biolgicos quanto comportamentos sociais "aprendidos".Terceiro, distines de renda e classe aetam os hiatos de gnero.Essas caractersticas levantam a questo sobre se a igualdadede gnero deve ser medida como igualdade de resultados ouigualdade de oportunidades. A literatura econmica e ilosicasobre esta questo dividida.

    Aqueles que deendem enquadrar a igualdade de gnerocomo igualdade de oportunidades argumentam que isso permite

    que se dierencie entre desigualdades que surgem de circuns-

    tncias ora do controle dos indivduos e aquelas que decorremde dierenas de preerncias e escolhas. Um volume substancial de

    documentos de pesquisas sobre as dierenas homem-mulher noque se reere averso a riscos, preerncias sociais e atitudes aem relao concorrncia. Conclui-se que se homens e mulheresso dierentes, de modo geral, em atitudes, preerncias e escolhas,ento, nem todas as dierenas observadas nos resultados podemser atribudas a dierenas em oportunidades.

    Aqueles que argumentam em avor da igualdade de resultadosargumentam que as dierenas em preerncias e atitudes sogeralmente "aprendidas" e no inerentes ou seja, elas so oresultado da cultura e do ambiente que levam homens e mulheresa internalizarem normas e expectativas sociais. As continuadasdierenas de poder e condio social entre grupos podemtornar-se internalizadas em comportamentos, aspiraes e pree-rncias que tambm perpetuam as desigualdades. Portanto, dicildeinir a igualdade de oportunidades sem tambm considerar

    como os resultados reais so distribudos. Somente tentandonivelar os resultados possvel quebrar o crculo vicioso de baixasaspiraes e baixa oportunidade.

    Apesar deste debate, na prtica dicil medir oportunidadesseparadamente dos resultados. De ato, a igualdade de oportu-nidades e a igualdade de resultados so muito associadas emteoria e em medio. Por este motivo, o Relatrio adota umaabordagem pragmtica, ocando tanto nos resultados quanto nasoportunidades em relao a dotaes, capacidade de decidir e acessoa atividades econmicas. De acordo com Sen, ns tambmacreditamos que embora as pessoas possam discordar sobre o que justo ou certo, elas concordaro em eliminar os "acordosdemasiadamente injustos." Em outras palavras, embora possa serdicil deinir se a igualdade de gnero reere-se a resultados oua oportunidades, a maioria concordar que as maniestaes

    gerais de desigualdade de gnero deve ser eliminada.

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    Viso geral 5

    (tais como Bangadesh, Brasi, Costa do Marfm,Mxico, rica do Su e Reino Unido) mostram queaumentar a parcela da renda amiliar controlada pormuheres, seja por meio de seus prprios ganhosou por transerncias de renda, muda os gastos de

    uma orma que benefcia as crianas.10

    Em Gana,a parcea de atios e a parcea de terra de proprie-dade de muheres so associadas positiamentea maiores despesas com aimentos.11 No Brasi,a renda prpria das muheres no reacionada atrabaho tem um impacto positio na atura desuas fhas.12 Na China, o aumento da renda demuheres adutas de 10% da renda mdia amiiareeou a rao de sobreida de meninas em at 1%e eeou o nmero de anos de escoarizao tantode meninos quanto de meninas. Em contraste,um aumento compare na renda dos homensreduziu as taxas de sobreincia e desempenho

    educaciona de meninas, sem nenhum impactosobre os meninos.13 Na ndia, uma renda maiseeada para a muher representa o aumento deanos de escoarizao de seus fhos.14

    Mehorias na prpria educao e sade demuheres tambm tm impactos positios sobreestes e outros resutados de seus fhos. Uma mehorcondio nutriciona das mes oi associadaa mehor sade e sobreincia inanti.15 E aeducao das muheres tem sido positiamenteassociada a uma srie de benecios de sade paracrianas desde mais atas taxas de imunizao auma mehor nutrio e a uma reduo da morta-idade inanti. A escoarizao de mes (e pais)tem sido positiamente associada ao desempenhoeducaciona das crianas em rios pases; noPaquisto, crianas cujas mes tm at um nicoano de educao estudam diariamente em casa umahora extra e recebem notas de testes mais atas.16A ata de capacidade de decidir para muheres conorme isto na ioncia domstica tem consequncias no comportamento cognitiode seus fhos e em sua sade quando adutos.Pesquisas mdicas de pases desenoidosestabeeceram um ncuo entre a exposio

    ioncia domstica na inncia e probemasde sade na ida aduta homens e muheresque soreram ioncia em casa quando crianastm duas ou trs ezes mais probabiidade de tercncer, derrame ou probemas cardioascuares,e de cinco a dez ezes mais probabiidade de usarcoo ou drogas iegais do que aqueas que nosoreram.17 vrios estudos tambm documentamque as crianas que presenciam cenas de ionciaentre os pais correm o risco, no caso das meninas,de irem a sorer ioncia de seus prpriosparceiros quando adutas e, no caso dos meninos,de perpetuarem a ioncia contra suas parceiras

    quando adutos.18

    domicios em cerca de 6%, sem nenhum recursoadiciona simpesmente reaocando recursos(ertiizante e mo-de-obra) de homens paramuheres.4 A Organizao para a Aimentao eAgricutura (FAO) estima que iguaar o acesso a

    recursos produtios entre agricutores homens emuheres poderia aumentar a produo agrcoaem pases em desenoimento em at 2,5 a 4%.5Eiminar barreiras que impedem as muheres detrabahar em determinadas ocupaes ou setoresteriam eeitos positios simiares, reduzindoo hiato de produtiidade entre trabahadoreshomens e muheres de um tero at a metade(captuo 5) e aumentando a produo por traba-hador/a de 3 a 25% em toda uma srie de pases.6Mas a obteno desses ganhos no ocorrer auto-maticamente medida que os pases fcarem maisricos: podem surgir mtipas barreiras, agumas

    reoradas, iguadade de gnero.Esses ganhos de produtiidade podem ser

    ainda maiores em um mundo mais integrado,onde a efcincia no uso de recursos essenciapara a competitiidade e crescimento do pas.De ato, o trabaho recente mostra que a desiguadadede gnero se tornou mais onerosa em um mundode comrcio aberto.7 A desiguadade de gnerodiminui a capacidade do pas de competirinternacionamente especiamente se o passe especiaiza em exportar bens e serios paraos quais trabahadores homens e muheres soiguamente bem ajustados. Indstrias que confam

    mais no trabaho de muheres expandem maisem pases onde as muheres tm direitos iguais.8A reao tambm segue um caminho inerso:pases com uma antagem na abricao deprodutos que dependem mais da mo de obraeminina tambm costumam adotar a iguadade degnero.9 E em pases e regies com popuaes queenehecem rapidamente, como a China, Europae sia Centra, encorajar as muheres a entrar epermanecer na ora de trabaho pode ajudar aatenuar o impacto negatio do encohimento daspopuaes em idade produtia. Portanto, emum mundo gobaizado, os pases que reduzem

    as desiguadades de gnero, especiamente noensino mdio e no ensino superior e na partici-pao econmica, tero uma cara antagem sobreaquees que adiam essa medida (captuo 6).

    As dotaes, capacidade de decidire oportunidades das mulheres moldam asda prxima gerao

    Quando as muheres exercem maior controesobre os recursos dos domicios ocorrem maisinestimentos no capita humano de crianas, comeeitos positios dinmicos sobre o crescimento

    econmico. Eidncias de uma srie de pases

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    O aumento da capacidade de decidir individuale coletiva de mulheres propicia melhoresresultados, instituies e escolhas de polticasCapacidade de decidir diz respeito capacidade deuma pessoa azer escohas e de transorm-as

    em aes e resutados desejados. Em todos os pasese cuturas, h dierenas entre a capacidade dehomens e muheres azerem escohas, geramentecom desantagem para as mulheres. Essas dierenasreacionadas ao gnero so importantes para obem-estar das muheres, e tambm para todo umconjunto de resutados para suas amias e para asociedade em gera. A capacidade de decidir dasmuheres inuencia sua capacidade de desenoerseu capita humano e considerar oportunidadeseconmicas. Em Bangadesh, muheres com maiorcontroe sobre serios de sade e sobre comprasdomiciiares tm condio nutriciona mais eeada.A capacidade de decidir das muheres tambm importante para o bem-estar de seus fhos. NoMxico, as fhas (mas no os fhos) de muherescom mais controe sobre as decises amiiarestrabaham menos horas em tareas domsticas.

    A capacidade de decidir coetia de muherespode ser transormadora para a sociedade. Eapode modar as instituies, os mercados e asnormas sociais que imitam suas oportunidadese capacidade de decidir indiiduais. Empoderarmuheres como atores poticos e sociais podemudar escohas de poticas e tornar as instituies

    mais representatias de uma srie de ozes. O direitode oto para muheres nos Estados Unidos eou osormuadores de poticas a otarem sua atenopara a sade inanti e materna e ajudou a reduzira mortaidade inanti de 8 a 15%.19 Na ndia, darpoder s muheres no ne oca (por meio decotas poticas) gerou aumentos no ornecimentode bens pbicos (os preeridos peas muheres,tais como gua e saneamento e os preeridos peoshomens, tais como irrigao e escoas) e corruporeduzida.20 Subornos pagos por homens emuheres em pooados iderados por muheresoram 2,7 a 3,2 pontos percentuais menores do

    que em pooados iderados por homens.21

    Nandia e no Nepa, dar s muheres o direito deopinar sobre a gesto de orestas mehorou signi-fcatiamente os resutados da conserao.22Uma maior participao pbica das muheresno benefcia somente muheres e crianas,mas tambm benefcia os homens. Em muitospases ricos, a maior participao das muheresem atiidades econmicas tem sido associadaao aumento de sua representao na ideranapotica para reormuar as perspectias sociaissobre equiibrar trabaho e ida em amia demodo gera e aproar uma egisao de trabaho

    mais aore amia.

    Por outro ado, quando muheres e homens notm chances iguais de ser socia e poiticamenteatios e inuenciar eis, poticas e ormuaode poticas, as instituies e poticas tendem aaorecer sistematicamente os interesses daquees

    que tm mais inuncia. Restries institucionaise ahas do mercado que aimentam desiguadadesde gnero tm menor probabiidade de seremtratadas e corrigidas, perpetuando sua existncia.Conorme destacado no Relatrio sobre o Desen-volvimento Mundial de 2006: Igualdade e Desenvol-

    vimento, uma "armadiha de desiguadade" podeemergir, impedindo que geraes de muheresrecebam educao e aproeitem oportunidadeseconmicas iguais aos dos homens, reduzindosua capacidade de azer escohas inormadas e dereaizar seu potencia como indiduos.23

    O QUE EsTE RELATRIO fAz?

    Este Reatrio oca na economiada iguadade degnero e desenoimento. Ee usa a teoria econ-mica para entender o que impusiona dierenasem aspectos essenciais de bem-estar entre homense muheres educao e sade, acesso a oportu-nidades econmicas e recursos produtios, ea capacidade de azer escohas efcazes e adotarmedidas. E ee usa as mesmas entes econmicaspara exporar quais interenes poticas e aes

    sociais mais ampas podem ser praticadas parareduzir essas dierenas de gnero e mehoraros resutados de desenoimento de um modogera. O Reatrio no se imita aos resutadoseconmicos na erdade, ee deota quase amesma ateno s dotaes humanas, oportu-nidades econmicas e capacidade de decidir dasmuheres, sinaizando a importncia de todosos trs aspectos interreacionados no bem-estarhumano. Tambm no ignora o pape centrade instituies sociais e poticas, seja orma ouinorma, ao determinar os resutados de gnero.Mas ao contextuaizar os probemas e na eidncia

    que traz para o caso da iguadade de gnero, ee sebaseia consideraemente na iteratura econmicasobre a questo do gnero.

    Adotamos esta abordagem por quatro razes.Primeiro, ee ornece inormaes aiosas sobrecomo importantes resutados de gnero emergem eeouem com o decorrer do processo de deseno-imento, e tambm sobre como o pape e a efcciada potica inuenciam esses resutados. Segundo,ee se baseia em uma tradio do trabaho doBanco Mundia sobre a economia de gnero (maisnotaemente, o reatrio Engendering Development(Integrao de Gnero no Desenoimento24) e

    nas reas de conhecimento e especiaizao mais

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    Viso geral 7

    maior em todo o mundo (educao, ertiidade,expectatia de ida, participao na mo-de-obrae a extenso de direitos egais) e onde tem haido

    pouca mudana ou uma mudana enta (excessode mortes de muheres, segregao em atiidadeseconmicas, disparidades saariais, responsabiidadepeas tareas da casa e da prestao de cuidados,posse de bens e capacidade de decidir das muheresnas eseras pbicas e priadas).

    Com base em trabahos passados e recentessobre gnero e desenolimento no Banco Mundial26e em outras instituies, o Reatrio postua que osresultados de gnero podem ser entendidos por meiodas respostas dos domicios ao uncionamento e

    sidas da instituio. Terceiro, h dados signif-catios e acunas de conhecimento que podemosajudar a preencher nesta rea. Em quarto ugar,embora o Reatrio geramente chegue a umdiagnstico simiar ao de outras abordagens, ee

    ornece dierentes inormaes em reao saaancas de poticas que podem ser usadas emapoio iguadade de gnero.

    O Reatrio oca principamente as desigua-dades que aetam muheres, enatizando maisnaqueas que tm mais probabiidade de seremreproduzidas e passadas para a prxima gerao.Mas tambm destaca as desiguadades que aetamhomens, embora reconhea que a maior partedessas desiguadades aetam menos domnios debem-estar.

    Adotamos uma abordagem emprica, preerindouma anise rigorosa e baseada em eidncias e

    destacando a causaidade quando ie. Para isso,recorremos a um oume grande e crescente depesquisa quantitatia sobre gnero, compemen-tada pea noa anise, especiamente sobre uso dotempo, ioncia domstica, riscos de mortaidadee contribuies sobre agricutura e empreende-dorismo. Ns tambm recorremos a uma noapesquisa de campo quaitatia com mais de4.000 homens e muheres em 98 comunidades de19 pases em desenoimento, exporando comognero aeta suas idas dirias e suas aspiraes,educao, escohas de emprego, tomada de decisese outros aspectos de bem-estar (Box 3).25

    Um reatrio goba como este no capaz deornecer uma anise prounda das circunstnciasespecfcas do pas. Tambm no pode abordartodas as dimenses reeantes a respeito da igua-dade de gnero. Em ez disso, ee prope umesquema conceitua para expicar a desiguadadede gnero e recomendar uma ao pbica, quepode ser adaptada conorme necessrio a pases,questes e setores especfcos. Em seguida, iustrao uso deste esquema ocando em aspectos daiguadade de gnero onde o progresso tem sido

    Para inormar este Relatrio o Banco Mundial conduziu uma nova pesquisa decampo em 19 pases em todas as regies para obter uma anlise em primeiramo sobre como homens e mulheres vivenciam a desigualdade de gnero em

    suas vidas dirias.Mulheres e homens de todos os grupos etrios, rendas e locais consideram

    a dc, a ss d bns, o acesso a tndds econmicas eoportunidades de bt m nd como as chaves para melhorar seubem-estar e o de suas amlias. Em 500 grupos de discusso, pesquisadorese pesquisadoras identiicaram unes e responsabilidades de homens emulheres nas eseras privadas e pblicas com as tareas das mulheres sendoamplamente associadas ao cuidado da amlia e trabalho do lar, e as tareasdos homens associadas gerao de renda e tomada de decises. Mas asdierenas ao longo das geraes mostram claramente que essas unesesto sendo redeinidas em um mundo que oerece novas oportunidades edemandas para homens e mulheres.

    As descobertas tambm mostram que antigos problemas ainda perma-necem nos novos cenrios medida que surgem novos desafos. Muitosgrupos enrentam desvantagens predominantes para eles, a mudana

    continua a ser uma aspirao para uturas geraes, mas no uma realidadeem suas vidas dirias.

    Fonte: Banco Mundial 2011.

    Nota: O exerccio foi realizado com homens e mulheres de diferentes grupos etrios em 98 comunidades(cerca de 4.000 indivduos) na Amrica Latina (Repblica Dominicana e Peru), Europa e sia Central(Moldvia, Polnia e Srvia), frica (Burkina Faso, Libria, Sudo, frica do Sul e Tanznia), Sul da sia(Afeganisto, Buto e ndia), o Oriente Mdio (Cisjordnia e Gaza) e a Repblica do Imen, Leste Asitico(Indonsia e Vietn), e as Ilhas do Pacfico (Fiji e Papua Nova Guin).

    Box 3 Como mulheres e homens definem gnero no sculo XXI

    Aeito e a he ea e eaa e ea taaha a f e poa e ao

    a oieae e paa e a e eho.

    Mulher jovem na cidade de Rafah, Cisjordnia e Gaza

    A hee ee taaha. Po e eo fa e aa e poo taaha oa?

    Ta eo ote ea e iha aia e e eeo apoeita o iheio e

    aho. Aea poa e e oa e tiha e pei iheio ao oo pai,

    at eo paa peea oia oo opa e aixo aao: peiao e oo

    ppio iheio e io iifa e eeo taaha.

    Jovem mulher no municpio de Bukoba, Tanznia

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    que determinam os benefcios resutantes dasdecises e inestimentos amiiares. As restriesso proenientes da interao de instituiesormais (compreendendo todas que pertencemao uncionamento do estado) e mercados, mas

    tambm reetem a inuncia das instituiesinormais (Box 4). voz e poder de barganha dosmembros da amia so defnidos por riosatores, incuindo a propriedade e controe derecursos, sua capacidade de deixar o domicio(opes de sada) e normas sociais. Dessa orma,a tomada de decises dos domicios, mercados,instituies ormais e inormais combinam einteragem para determinar os resutados reacio-nados a gnero (fgura 1).

    Os benecios do desenoimento econmico(a combinao de rendas mais eeadas emehores instituies prestadoras de serios)

    nos resutados de gnero podem ser istos cara-mente por meio desse esquema que surge detrabahos de domicios, mercados e instituiese suas interaes. Esses impactos esto iustradosna fgura 1 pea seta de "crescimento" que segue asengrenagens na direo de uma maior iguadadede gnero. O impacto de uma maior iguadadede gnero sobre o crescimento , por sua ez,capturado pea seta da "iguadade de gnero" queretorna ao crescimento mais eeado.

    OnDE TEM HAvIDO MAIs PROGREssO

    EM IGUALDADE DE GnERO?

    Para muheres e meninas de pases em deseno-imento, muita coisa mudou para mehor nostimos 25 anos. Por exempo, a expectatia deida ao nascer. A expectatia aumentou drama-ticamente nos pases em desenoimento (de20 a 25 anos na maioria das regies nos timos50 anos) chegando a 71 anos gobamente em 2007(em comparao aos 67 para homens), e agora asmuheres iem mais do que os homens em todasas regies do mundo. As mudanas oram mais

    rpidas do que quando os pases ricos de hojeeram mais pobres. leou mais de 100 anos paraque o nmero de fhos por muher nos EstadosUnidos decinasse de 6 para 3; o mesmo decnioeou apenas 35 anos na ndia e menos de 20no Ir (fgura 2). Os mesmos padres podemser istos no ensino bsico. Os Estados Unidosearam 40 anos (de 1870 a 1910) para aumentaro nmero de matrcuas de meninas de 6 a12 anos de 57% para 88%; Marrocos conseguiuum aumento simiar para esse grupo etrio empouco mais de uma dcada (de 58% em 1997para 88% em 2008).

    estrutura dos mercados e instituies, tantoormais quanto inormais. As amias decidemquantos fhos ter e quando, quanto gastar comeducao e sade para fhas e fhos, como aocardierentes tareas (dentro e ora da amia) e outrasquestes que inuenciam os resutados de gnero.

    As amias azem essas escohas com base naspreerncias, incentios e restries de dierentesmembros da amia e de acordo com a ora dasua oz e seu poder de barganha. As preernciasso modadas peos papis de gnero, normassociais e redes sociais (que agrupamos sob o rtuo

    instituies inormais). Os incentios so ampa-mente inuenciados peos mercados (incuindoos mercados de trabaho, crdito, terra e bens),

    Mercados variedade de dispositivos que permitem aos compradores e vendedores

    intercambiar qualquer tipo de produtos e servios sujeitos a um conjunto denormas ou os direitos sobre os mesmos. Os mercados permitem que qualqueritem que intercambiado seja avaliado e preciicado. Os mercados podem serinluenciados pelas instituies ormais e inormais.

    Instituies formais todos os aspectos que pertencem ao uncionamento do estado,incluindo leis, estruturas regulatrias e mecanismos para a prestao de serviospelo estado (tais como servios jurdicos, servios policiais, inraestrutura bsica,sade e educao).

    Instituies sociais informais os mecanismos, regras e procedimentos que moldaminteraes sociais, mas no pertencem ao uncionamento do estado. NesteRelatrio, o oco sobre os papis de gnero, crenas, normas sociais e redessociais. Os papis de gnero ornecem guias para comportamentos normativospara cada sexo em determinados contextos sociais. Os papis ganham poder medida que so aprendidos com a socializao, elaborados em produtos culturais

    e representados na vida diria. A experincia repetida de desempenhar os papisde gnero aeta enormemente as crenas compartilhadas sobre os atributos dehomens e mulheres e o prprio senso de identidade do indivduo. As normassociais se reerem a padres de comportamento oriundos de crenas socialmentecompartilhadas e so aplicadas por sanes sociais inormais. Elas podem aetar opoder de barganha do domiclio de muitas ormas: elas deinem limites sobre o quepode ser barganhado; podem ser um determinante ou uma restrio ao poder debarganhar; podem aetar o modo como a barganha conduzida; e elas prpriaspodem estar sujeitas barganha e podem mudar. Redes sociais reerem-se aosistema de relaes e vnculos sociais de cooperao para benecio mtuo quemoldam as oportunidades, inormaes, normas sociais e percepes de algum.

    Box 4 O que queremos dizer com mercados, instituies

    formais e instituies sociais informais?

    Fontes: Agarwal 1994, 1997; Fehr, Fischbacher, e Gatchen 2002; Kabeer 1999; Sen 1990.

    E aho e a hee ta eeia ai

    paa a epeo poe o hoe o

    eto oeio epeo; paa a hee

    ai i poe ea t ai ope.

    Homens jovens na Ngonyameni rural,frica do Sul

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    Educao de meninas

    O progresso no preenchimento de hiatos degnero no mbito da educao tem sido contnuoe sustentado em todos os neis educaoprimria, secundria e terciria. Em muitos pases,e especiamente na educao superior, esses hiatosesto reertendo agora, com os meninos e rapazesem reatia desantagem. Dois teros de todos ospases atingiram a paridade de gnero no nmerode matrcuas na educao undamenta, enquantoem mais de um tero, o nmero de meninas matri-

    cuadas na educao secundria excede o nmerode meninos (fgura 3) Mesmo em regies com osmaiores hiatos de gnero remanescentes Su dasia e rica Subsaariana (especiamente a ricaOcidenta) tem haido ganhos considereis.E em uma extraordinria reiraota dos padreshistricos, mais mulheres do que homens requentamagora as uniersidades. O nmero de matrcuasde muheres no ensino superior no mundo inteiroaumentou mais de sete ezes desde 1970 (aumentode quatro ezes na matrcua de homens). Emboraa desantagem dos joens do sexo mascuinoesteja aparecendo entamente em certos ugares,

    F i g u r a 1 Os resultados de gnero so provenientes de interaes entre domiclios, mercados e instituies

    F i g u r a 2 Em todo o mundo,as mulheres esto tendomenos flhos

    Fonte: www.gapminder.org

    Fonte: Equipe do WDR 2012.

    EstadosUnidos

    ndia

    Colmbia

    Zimbbue

    Marrocos

    Bangladesh

    Rep. Islmicado Ir

    1000 20 40

    Nmero de anos que demorou para a taxade fertilidade total para cair de mais de

    6 lhos para menos de 3

    Com que rapidez a fertilidade pode declinar?

    60 80

    MERCA

    DOS

    polticas

    CRESCIMENTO

    INSTITUIE

    SINFORMAIS

    IGUA

    LDADEDEGNERO

    DOTAES

    OPORTUNIDADESECONMICAS

    CAPACIDADEDE DECIDIR

    DOMICLIOS

    INSTITUIESFORMAIS

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    considere um de cada ez. Rendas mais eeadaspermitem que as amias que antes s eniaamos fhos para a escoa passassem agora a eniartambm as flhas. medida que os pases fcam maisricos, suas estruturas econmicas mudam de modo

    que as atiidades na quais os homens no eammais antagem se tornam mais proeminentes. Esteturno abre noas oportunidades para o empregode muheres, e as amias respondem a essessinais instruindo suas fhas. Os pases mais ricostambm podem inestir em sistemas educacionaismais acesseis construindo escoas e contratandoproessores e proessoras. Quando associadas amelhores sistemas de incentios e responsabilizao,essas contribuies ajudam a aprimorar e baratearos serios, reduzindo os custos de acesso paraas amias e aumentando seu uso. Onde todosesses atores atuam em conjunto, os hiatos so

    rapidamente preenchidos, como em Marrocos.Mas mesmo que apaream gargalos em qualquer

    um desses canais as preerncias peos meninosdentro dos domicios ou as inadequaes noornecimento da educao ou o ento crescimentoou imites nas oportunidades de emprego dasmuheres os outros canais ainda permitiramo progresso na educao de meninas. Poticasotadas para ear as crianas escoa, tais comotranserncias condicionais de renda usadas emmais de 30 pases no mundo inteiro (muitasexpicitamente otadas para meninas, como emBangadesh e Camboja), tambm ajudaram.

    Essas oras esto iustradas na fgura 4 peas

    a desantagem das joens onde existe tende a surgirmais cedo na ida e de orma mais prounda.

    Participao das mulheres no mercado

    A participao da mo-de-obra eminina cresceu

    nos timos 30 anos conorme a expanso de oportu-nidades econmicas promoeu a entrada de muitasmuheres no mercado de trabaho. Entre 1980 e2008, o hiato de gnero na participao reduziu de32 pontos percentuais para 26 pontos percentuais.At 2008, as muheres representaam mais de 40%da ora de trabaho goba. Grandes aumentos naparticipao em pases que comearam com taxasmuito baixas (principamente na Amrica latinae no Caribe e em menor grau no Oriente Mdio eNorte da rica) associados a pequenos decniosnos pases que comearam com taxas muito atas(principamente na Europa Orienta e sia Centra)signifcam que as taxas conergiram em todas asregies, embora ainda existam dierenas signifca-tias. A participao da ora de trabaho eminino a mais baixa no Oriente Mdio e no Norte da rica(26%) e Su da sia (35%) e a mais ata no lesteAsitico e Pacfco (64%) e rica Subsaariana (61%).

    O que explica o progresso?

    Onde os hiatos oram rapidamente soucionadas,oram resutados do uncionamento e da eouodos mercados e instituies, como o crescimentotem atuado e como todos esses atores interagiram

    por meio das decises dos domiclios. Para educao,

    F i g u r a 3 A paridade de gnero em matrculas em nveis escolares mais baixos tem sido alcanada na maiorparte do mundo, mas o nmero de matrculas no ensino superior muito baixo e avorece as meninas

    Fonte: Indicadores do desenvolvimento mundial.

    100

    80

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    0 20 40 60 80 100

    Ensino mdio Ensino superiorEnsino fundamental

    Matrculaeme

    scolas,

    Meninas,

    liquida%

    Matrculaeme

    scolas,

    Meninas,

    liquida%

    Matrculaeme

    scolas,

    (Mulheres),bruto%

    Homens

    desfavorecidosAlguns pases africanos

    caram para trs

    Hiatos de matrculas

    impedem hiatos

    de gnero

    Meninas

    desfavorecidas

    Meninas

    desfavorecidas

    As mulheres tm

    maior probabilidade

    de participar do que

    os homens

    Matrcula em escolas, Meninos, liquida % Matrcula em escolas, Meninos, liquida % Matrcula em escolas, Homens, bruto %

    Leste Asitico e Pacco Europa e sia Central Amrica Latina e Caribe Oriente Mdio e Norte da frica

    Regio do Sul da sia frica Subsaariana pases de renda alta

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    Viso geral 11

    tardio e ertiidade reduzida).27 Esses impactosdierentes do crescimento da renda e o aumentodos sarios das muheres resutaram em umpadro em orma de U da participao da ora detrabaho eminina entre os pases (fgura 5). Masnotaemente, desde 1980, a taxa de participaoeminina em cada ne de renda tem aumentadoacentuadamente com o tempo. Portanto, em cadane de renda per capita, mais do que nuncaas muheres esto participando de atiidades

    econmicas ora de casa.Existem duas razes principais para os ganhos

    em determinados domnios de igualdade de gneroem muitos pases em desenoimento teremocorrido mais rapidamente do que nos pasesricos de hoje quando estes se encontraram nomesmo patamar de renda. Primeiro, as rendas demuitos pases em desenoimento cresceram maisrpido. Desde 1950, 13 pases em desenoimentocresceram uma mdia de 7% por ano por mais de25 anos ou mais um ritmo sem precedentes antesda tima metade do scuo XX.28 Segundo, osdiersos domnios de resutados por gnero esto

    inter-reacionados. Sendo assim, as mehorias em

    engrenagens que representam os domicios, insti-tuies ormais e mercados todos moendo deorma a reduzir os hiatos de gnero educaciona("ubrifcadas" peas poticas de apoio).

    As interaes entre domicios, mercados einstituies tambm podem expicar o padroe o ritmo da participao eminina na ora detrabaho. A deciso da muher de trabahar orade casa responde s mudanas em seus prpriossarios e s mudanas em sua renda amiiar.

    medida que os pases de baixa renda fcam maisricos, as muheres participam menos do mercadode trabaho porque suas rendas amiiarestambm aumentam. Com o tempo, seus neiseducacionais tambm aumentam medida que asinstituies ormais respondem. O aumento dasrendas tambm resuta em casamento e procriaotardios e na reduo da ertiidade. Todos essesatores trazem as muheres de ota para a orade trabaho. Em 10 pases da Amrica latina,quase dois teros do aumento da participaoda muher na ora de trabaho nas duas timasdcadas podem ser atribudos a mais educao e

    s mudanas na ormao de amias (casamento

    F i g u r a 4 Usando o esquema para explicar o progresso na educao

    Fonte: Equipe do WDR 2012.

    polticas

    INSTITUIES

    INFORMAIS

    IGUA

    LDADEDEGNERO

    DOTAES

    OPORTUNIDADESECONMICAS

    CAPACIDADEDE DECIDIR

    DOMICLIOS

    Rendas maisestveis

    INSTITUIESFORMAIS

    Reduodoscustos

    deoportunidades,

    diretoseindiretos

    MERCAD

    OS

    Aumento

    de

    retornos

    educa

    o

    CRESCIMENTO

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    12 R E l A T R I O S O BR E O D E S E N v O l v I M E N TO M U N D I A l D E 2 0 1 2

    pases tanto no preenchimento dos hiatos de gneroem xitos educacionais e nos neis de participaoda ora de trabaho das muheres destacam suainuncia. Mas o ritmo aceerado de mudana naeducao e mesmo na participao da ora de

    trabaho em quase todo ugar mostra como essasnormas se adaptam bem rapidamente, uma ez queos benecios econmicos resutantes da educaodas meninas e com o trabaho das muheres setornam eidentes. Considere os noteis aanosem iguadade de gnero em dois pases muitodierentes: Bangadesh e Combia.

    Nas quatro dcadas desde a independncia deBangadesh, o nmero mdio de fhos de umamuher ao ongo de sua ida caiu de quase7 para um pouco mais de 2. A matrcua emescoas entre meninas aumentou de um teroem 1991 para 56% em 2005. E apenas nasegunda metade dos anos 90, a participao daora de trabaho das muheres joens mais doque dobrou.

    Na Combia, o nmero mdio de fhos deuma muher caiu de 3,2 para 2,4 entre a metadedos anos 80 e 2005. As muheres tambmreerteram o hiato da educao e agora tmtaxas de concuso mais atas do que os homensem termos de ensino undamenta, mdio e atmesmo superior. E o pas tem o aumento maisacentuado na participao da ora de trabahodas muheres na regio, atribuindo a ee um dos

    neis mais atos de participao na Amricalatina. As muheres esto bem representadasem cargos gerenciais e no setor de fnanas barreiras reconhecidamente diceis de encerat mesmo em muitos pases ricos.

    O problema das populaes seriamentedesavorecidasAs oras combinadas de mercados, instituiesde prestaes de serios e crescimento de rendaque contriburam para reduzir os hiatos de gneroem termos de educao, ertiidade e participao

    da ora de trabaho para muitas muheres notm uncionado para todas. Para muherespobres e muheres em ugares muito pobres,ainda existem hiatos considereis de gnero.E esses hiatos so at piores onde a pobreza combinada com outros atores de excuso, taiscomo etnia, casta, distncia, raa, defcinciasica ou orientao sexua. At na educao, ondeos hiatos tm diminudo na maioria dos pases, amatrcua das meninas no ensino undamenta emdio mehorou muito pouco em muitos pasesda rica Subsaariana e em agumas partes do Suda sia. As matrcuas na escoa para meninas em

    Mai so compareis s matrcuas nos Estados

    um dos domnios impusionou aanos nos demais.O decnio em ertiidade que tem ocorrido com oaumento das rendas ajudou a reduzir o nmerode mortes associadas mortaidade materna. E oato de ter menos fhos permitiu que as muheresinestissem mais tempo na aquisio de capitahumano e na participao da economia. Os paiscom iso de uturo responderam ampiaodas oportunidades de emprego aumentando seusinestimentos educacionais em suas fhas. Essasmeninas com mehor ne de instruo tm maisprobabiidade de trabahar quando adutas, termenos fhos e exercer mais oz em seus domicios aimentando o cico de mudana. Desse modo,o progresso em ertiidade, os ganhos em educao,os ganhos na capacidade de decidir das muherese as mudanas das muheres no mercado detrabaho no esto apenas associados, mas tambmse reoram mutuamente. As poticas pbicaspor si prprias tm desempenhado um papeimportante, j que o grande impuso na educao

    uniersa da tima dcada tem ajudado a eartodasas crianas escoa.A lio principal: quando os sinais do mercado,

    as instituies ormais e o crescimento da renda sejuntam para apoiar inestimentos em muheres,a iguadade de gnero pode mehorar e de atomelhora bem rapidamente. E essas melhorias podemocorrer mesmo quando instituies inormais,como normas sociais sobre o que "apropriado"para meninas e meninos ou muheres e homens,podem demorar um tempo para fns de adaptao.Isso no signifca que as normas sociais no oramimportantes na determinao desses resutados. As

    dierenas entre os pases e as regies dentro dos

    F i g u r a 5 A participao da ora de trabalho eminina temaumentado com o tempo em todos os nveis de renda

    Fonte: Clculo da equipe baseado Organizao Internacional do Trabalho (2010) (130 pases).

    Log. PIB per capita (constante 2000 US$)

    80

    70

    60

    50

    40

    Taxadaparticipaofemininanaforadetrab

    alho,

    %

    4 6 8 10 12

    2008

    1980

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    Viso geral 13

    de iguadade de gnero. As desantagens em termosde sade que surgem na mortaidade excessiareatia de meninas e muheres se enquadram nestacategoria. E o mesmo ocorre com outros hiatospersistentes de gnero, incuindo segregao nomercado de trabaho, disparidades saarias degnero em ganhos, dierenas entre homem/mulherem termos de responsabiidade pea prestao decuidados e reaizao das tareas domsticas, hiatosna posse de bens e restries na capacidade dedecidir das muheres nas eseras priada e pbica.

    O progresso nesses domnios dici de ocorrer,apesar de uma maior prosperidade em muitaspartes do mundo. Na erdade, muitos desses hiatosde gnero permanecem proeminentes mesmo entreos pases mais ricos.

    Os hiatos de gnero persistem nesses domnios"enrijecido" por trs razes principais. Primeiro,pode haer apenas um nico "arranjo" institucionaou potico, que pode ser dici e acimenteboqueado. Iustramos esse probema com amortaidade eminina excessia. Segundo, os hiatospersistem quando rias imitaes de reoro secombinam para impedir o progresso. Usamos os

    hiatos na esera econmica (a persistncia dos hiatos

    Unidos em 1810, sendo que a situao na Etipiae no Paquisto no muito mehor (Figura 6). Eem muitos pases, os hiatos gnero permanecemgrandes apenas para os que so pobres. Na ndiae no Paquisto, enquanto meninos e meninas

    no quinti superior de renda (quinto) estomatricuados na escoa em ndices semehantes,existe um hiato de gnero de quase cinco anos noquinti inerior de renda (Figura 7).

    Am dos pobres, os hiatos de gnero perma-necem particularmente grandes para grupos para osquais a etnia, a distncia geogrfca e outros atores(como defcincia sica ou menta ou orientaosexua) constituem a desiguadade de gnero.Cerca de dois teros das meninas ora da escoaem todo o mundo pertencem a grupos minoritriostnicos em seus prprios pases.29 A taxa de anaa-betismo entre as muheres indgenas na Guatemaa

    de 60%, 20 pontos acima dos homens indgenase duas ezes a taxa de muheres no indgenas.30

    Para esses grupos seriamente desaorecidos,que podem ser boses de pases desaorecidos ousegmentos inteiros de pases ou regies, nenhumadas oras que aorecem a instruo de meninase muheres joens est uncionando. Sendo assim,taez o crescimento na renda agregada no sejaampo o sufciente para benefciar amias pobres.Os sinais do mercado so sienciosos porque asoportunidades econmicas para as muheres nose expandem muito ou porque outras barreiras,tais como excuso causada por etnia, raa ou

    casta, esto boqueando o acesso a tais oportuni-dades. E a prestao de serios est geramenterepeta de probemas porque pobreza, distnciae discriminao indicam que esses grupos noso contempados com a expanso de escoas eproessores/proessoras. Isso no signifca que oscanais que tm aorecido a educao das meninasem outros lugares no uncionaro para esses grupos.Isso signifca porm que os esoros precisam serredobrados para garantir que os eementos unda-mentais para o progresso (crescimento amplo derenda, expanso das oportunidades de empregopara mulheres e prestao efcaz de serios) sejam

    impementados. possie que esses esoros deamser combinados com interenes compementaresque atinjam essas desantagens especfcas quecompem a desiguadade de gnero (Captuo 7).

    OnDE As DEsIGUALDADEs DE

    GnERO PERsIsTIRAM E POR QU?

    Em contraste com as reas onde tm haido umprogresso signifcatio, a mudana tem chegadoentamente ou ainda nem chegou para muitas

    muheres e meninas em muitas outras dimenses

    Fonte: Estimativas da equipe do WDR 2012 baseadas no Censo dos Estados Unidos e no Banco de DadosInternacional de Distribuio de Renda (I2D2).

    Nota: Os valores entre 1760 e 1840 so baseados nas tendncias de matrcula de mulheres entre 1850 e 2000.

    F i g u r a 6 Pases de baixa renda fcam para trs na concretizaodo progresso na taxa de matrcula de mulheres

    100

    90

    80

    70

    60

    50

    40

    30

    20

    10

    0

    1770

    1780

    1790

    1800

    1820

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    1860

    1870

    1880

    1890

    1900

    1910

    1920

    1930

    1940

    1950

    1960

    1970

    1980

    1990

    2000

    2005

    Ano

    Pa

    quisto

    Etipia

    Nigria

    Moambique

    Nger T

    ajiquisto

    Bangladesh

    Repblicarab

    e

    doEgito

    CostadoMarm

    Estados Unidos

    em 1900

    Estados Unidos

    Linha de tendncia dos Estados Unidos (Estados Unidos, 18502000)

    Matrculademeninasnaescolaentre5e19anos(%)

    BurkinaFaso

    Mali

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    determinado ano representa as muheres que noteriam morrido no ano anterior, se tiessem iidoem um pas de ata renda, eando em consideraoo ambiente de sade gera do pas onde iem. Emtermos gobais, a mortaidade eminina excessiaaps o nascimento e a "ausncia" de meninas nonascimento respondem a cada ano por cerca de3,9 mihes de muheres abaixo dos 60 anos deidade. Cerca de dois quintos deas nunca nascem,um quinto desaparece na primeira inncia ena inncia, enquanto os dois quintos restantes

    desaparecem entre 15 e 59 anos de idade (Tabea 1).O crescimento no az o probema desaparecer.

    Entre 1990 e 2008, o nmero de meninas "ausentes"no nascimento e a mortaidade eminina excessiaaps o nascimento no mudaram muito; asredues de mortaidade na primeira innciae na inncia oram compensadas por drsticosaumentos na rica Subsaariana nas idadesreprodutias. Parte do aumento ocorreu deidoao aumento das popuaes. Mas, dierentementeda sia, onde a ausncia de muheres emproporo s popuaes caiu em todos ospases (drasticamente em Bangadesh, Indonsia

    e vietn), a maioria dos pases subsaarianos

    de gnero em ganhos e a segregao por gnerono mercado de trabalho) e em termos de capacidadede decidir (dierenas na oz da sociedade e natomada de decises nos domiclios) para ilustrarmosesse probema. Terceiro, as dierenas de gneroso particuarmente persistentes quando enraizadasnos papis de gnero e normais sociais prounda-mente arraigados, tais como quando reerentes aquem response pea prestao de cuidados ereaizao de tareas domsticas, e o que "aceite"para as muheres e os homens em termos de estudo,

    reaizao e aspirao. E esses hiatos tendem a serreproduzidos por geraes. Considere cada um,por sua ez.

    Maior mortalidade de meninas e mulheresA taxa de aecimento de meninas e muheres emreao a de homens maior nos pases de rendabaixa e mdia do que nos pases de ata renda. Paraquantifcar essa mortaidade eminina excessia("ausncia" de meninas e muheres) e identifcaras aixas etrias em que isso ocorre, este Reatrioestimou o nmero excessio de mortes de muheresem cada aixa etria e para cada pas em 1990, 2000,

    e 2008.31 O excesso de mortes de muheres em um

    F i g u r a 7 Desvantagem das mulheres mais acentuada nos pases de baixa renda

    Fonte: Estimativas da equipe do WDR 2012 baseadas em EdAttain.

    1 2 3 4 5

    1 2 3 4 5

    Ensinomdioalcana

    do

    (Idades:15a19ano

    s)

    10

    Benin

    ndia

    Repb. Democr. Congo

    Paquisto

    Gmbia

    Togo

    5

    0

    Ensinomdioalcana

    do

    (Idades:15a19anos)

    10

    5

    0

    Quintil de renda

    Quintil de renda

    Quintil de renda

    Quintil de renda

    Quintil de renda

    Quintil de renda

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    Ensinomdioalcana

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    Meninas Meninos

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    Viso geral 15

    A ausncia de muheres nas idades reprodutivasreete dois atores principais. Primeiro, taxasconstantemente eeadas de mortaidade maternapersistem, principamente em grande parte darica Subsaariana e em agumas partes do Su dasia. As taxas eeadas de mortaidade materna soo principa ator de contribuio para a morta-idade eminina excessia no cico de reproduo.No Aeganisto, Chade, Guin-Bissau, libria,Mai, Nger, Serra leoa e Somia, peo menos 1a cada 25 muheres morrer de compicaes noparto ou na graidez. E uma rao ainda maior

    sorer consequncias de ongo prazo em termosde sade aps o parto.33

    O progresso na reduo da mortalidade maternano tem sido proporciona ao crescimento darenda. Na ndia, apesar do crescimento econmicoestear nos timos anos, a mortaidade materna quase seis ezes a taxa no Sri lanka. Nas duastimas dcadas, apenas 90 pases apresentaramum decnio de 40% ou mais no ndice de morta-idade materna, enquanto 23 pases mostraramum aumento. O principa probema , mais umaez, o ato de as amias estarem sendo soicitadasa tomar muitas decises diante de ms opes

    um resutado de mtipas ahas na prestao de

    obserou pouca mudana no noo minio. E nospases mais seriamente aetados pea epidemia deHIv/AIDS, as coisas pioraram bastante.

    A anise deste Reatrio ajuda a expicar essespadres. Dependendo do perodo no cico deida, a ausncia de meninas e muheres ocorre pordierentes razes. A ausncia de meninas nascidasreete a discriminao no domicio, resutanteda combinao de ortes preerncias por fhoshomens, combinada com a reduo da ertiidadee a diugao de tecnoogias que permitem aospais saber o sexo dos fhos antes do nascimento.32

    Esse um grande probema na China e no Norteda ndia (apesar de agora estar se espahando paraoutras partes da ndia), mas tambm ise empartes do Cucaso e nos Bacs Ocidentais.

    A ausncia de meninas durante a primeirainfncia e a infnciano pode ser explicada por umapreerncia por fhos homens apenas, apesar de adiscriminao contra as meninas poder contribuirpara isso. um resutado no to baseadonadiscriminao mas sim em instituies ahas queoram as amias a tomar em decises dentremuitas ms opes e, principamente em reao gua e saneamento. Os mercados e os domicios

    no podem compensar esses serios defcientes.

    Fonte: Estimativas da equipe do WDR 2012 baseadas em dados da OMS (2010) e do Departamento de Assuntos Econmicos e Sociais da ONU (2009).

    Nota: A soma dos nmeros pode no ser exata devido ao arredondamento.

    Ta Bela 1 Ausncia de cerca de 4 milhes de mulheres a cada anoExcesso de mortes de muheres no mundo, por idade e regio, 1990 e 2008(milhares)

    Leste da sia e Pacco (exceto China)

    China

    ndia

    frica Subsaariana

    Pases com alta prevalncia de HIV

    Pases com baixa prevalncia de HIV

    Sul da sia (exceto ndia)

    Oriente Mdio e Norte da frica

    Europa e sia Central

    Amrica Latina e Caribe

    Total

    Meninas nonascimento

    Meninas commenos de 5 anos

    Meninas entre5 e 14 anos

    Mulheres entre15 e 49 anos

    Mulheres entre50 e 59 anos

    1990 2008 1990 2008 1990 2008 1990 2008 1990 2008

    Total de

    mulheres

    (menos de 60 anos)

    1990 2008

    890 1.092 259 71 21 5 208 56 92 30 1.470 1.254

    265 257 428 251 94 45 388 228 81 75 1.255 856

    42 53 183 203 61 77 302 751 50 99 639 1.182

    0 0 6 39 5 18 38 328 4 31 53 416

    42 53 177 163 57 59 264 423 46 68 586 766

    0 1 99 72 32 20 176 161 37 51 346 305

    3 4 14 7 14 9 137 113 48 46 216 179

    5 6 13 7 4 1 43 24 15 15 80 52

    7 14 3 1 0 0 12 4 4 3 27 23

    0 0 11 5 3 1 20 10 17 17 51 33

    1.212 1.427 1.010 617 230 158 1.286 1.347 343 334 4.082 3.882

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    redues ocorreram principamente por causade mehorias na quaidade das instituies; isto, no ornecimento de gua pote, saneamentoe cuidados de sade materna. Uma ez que existeapenas um nico ponto de entrada, por meio

    de instituies mehores, para abordar a morta-idade eminina, a souo do probema dici,ou seja, bem mais dici do que ear meninaspara a escoa. Mas para quaisquer noes bsicasde justia humana, a comunidade de deseno-imento goba dee tornar o tratamento desseprobema uma prioridade.

    Segregao por gnero no mercado detrabalho e disparidades salariaisApesar de as muheres terem ingressado na orade trabaho em grandes nmeros em quase todo omundo em desenoimento nos timos 25 anos,

    esse aumento da participao no se transormouem oportunidades iguais de emprego ou em salriosiguais para homens e mulheres. Homens e mulherestendem a trabahar em partes muito dierentes do"espao econmico", com pouca mudana aoongo do tempo, mesmo nos pases de ata renda.Em quase todos os pases, as muheres tm maisprobabiidade do que os homens de participar deatiidades de baixa produtiidade. Tambm tmmais probabiidade de terem um emprego amiiarassaariodo ou no remunerado ou de trabahono setor de sarios inormais. Na agricutura,principamente na rica, as muheres trabahamem terrenos menores e cutiam cuturas menosremuneratias. Como empresrias, eas tendem agerenciar empresas menores e a se concentraremnos setores menos ucratios. E no empregoorma, eas se concentram em ocupaes e setoresdo "sexo eminino" (Figura 8). Esses padres desegregao por gnero no mercado de trabaho setransormaram com o desenoimento econmico,mas no desaparecem.

    Como resutado dessas dierenas onde homense muheres trabaham, os hiatos de gnero emtermos de ganhos e produtiidade persistem emtodas as ormas da atiidade econmica, ou seja, naagricutura, no emprego assaariado e no empre-endedorismo (Mapa 1). Em quase todos os pases,as muheres no setor de abricao ganham menosdo que os homens. Na agricutura, as azendasdirigidas por muheres em mdia tm uma pro-dutiidade mais baixa do que as azendas dirigidaspor homens, mesmo para homens e muheres nasmesmas amias e para homens e muheres quecutiem as mesmas cuturas.34 As empresrias (sexoeminino) so tambm menos produtias do que osempresrios (sexo mascuino).35 Nas reas urbanasna Europa Orienta e sia Centra, Amrica latina e

    rica Subsaariana, o alor agregado por trabalhador

    serios. Em muitas partes do mundo, esta situao reorada por normas sociais que inuenciamo comportamento dentro dos domicios e quedifcutam a prestao de cuidados de sadematerna de orma rpida e sufciente, mesmo

    onde dispone. E o ato ne de ertiidade,parciamente reetindo baixas rendas, constitui oprobema em partes da rica Subsaariana.

    Segundo, os impactos da pandemia de HIv/AIDS na mortaidade de muheres em muitos pasesda rica Orienta e Austra tm sido dramticos.O motio para a maior predominncia de HIv/AIDS entre as muheres em reao aos homens asua maior susceptibiidade e maior probabiidadede que seus parceiros sexuais sejam mais ehose, portanto, com mais probabiidade do que oshomens mais joens de ter HIv. Am disso, ospases que tm passado por um conito cii de

    baixo impacto (como a Repbica Democrticado Congo) tambm tm obserado um aumentono nmero de muheres "ausentes". Isso contrastacom outros pases que soreram guerras diretas,como Eritreia, onde os homens que "se perderam"nos anos de guerra aumentaram.

    Um exame da experincia histrica dos pasesdo norte e oeste da Europa e dos Estados Unidosmostra que padres semehantes de mortaidadeeminina excessia na inncia e nos anos docico de reproduo existiram nesses ugares,mas desapareceram entre 1900 e 1950. Essas

    Fonte: Estimativas da equipe do WDR 2012 baseadas em ILO 2010 (77 pases).

    Nota:

    A soma dos nmeros pode no ser exata devido ao arredondamento.

    F i g u r a 8 Homens e mulheres trabalham em setores dierentes

    Servios de comunicao

    Varejo, Hotis e Restaurantes

    Fabricao

    Finanas e Negcios

    Minerao

    Agricultura, Caa, etc.

    Construo

    Todos os Setores / Todas as Ocupaes

    Transporte e Telecomunicaes

    Eletricidade, Gs e Vapor e gua

    31%

    21%

    13%

    4%

    0.5

    0.5

    %

    %

    2%

    27%

    1%

    100%

    16%

    17%

    12%

    4%

    1%

    2%

    7%

    29%

    11%

    100%

    Distribuio de empregos de mulheres/homens em todos os setores

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    Viso geral 17

    as consequentes disparidades saariais. Na maioriados pases, independentemente da renda, asmuheres assumem uma responsabiidade despro-porciona em termos de tareas domsticas eprestao de cuidados, enquanto os homens soresponseis principamente peas atiidades nomercado (Figura 10). Quando todas as atiidadesso somadas, as muheres geramente trabahammais horas do que os homens, com consequnciaspara seu azer e bem-estar. E em todos os ugareseas dedicam mais tempo a cada dia prestaode cuidados e reaizao de tareas domsticasdo que seus parceiros: as dierenas ariam deuma a trs horas a mais para tareas domsticas,de duas a dez ezes o tempo para prestao

    de cuidados (de fhos, idosos e doentes), e deuma a quatro horas a menos para atiidades nomercado. Mesmo quando as muheres assumemuma parcea maior das atiidades no mercado,eas continuam sendo as grandes responseispea prestao de cuidados e reaizao de tareasdomsticas. E esses padres so ainda maisacentuados aps o casamento e a maternidade.

    Um segundo ator que aumenta a segregaono mercado de trabaho e as disparidades saariaisso as dierenas em dotaes humanas e sicas(incuindo o acesso a bens e crdito). Apesardos aumentos na educao das muheres, ainda

    existem dierenas em capita humano entre

    menor nas empresas geridas por muheres doque nas empresas geridas por homens.36 Para asempresas que atuam nas reas rurais de Bangadesh,Etipia, Indonsia e Sri lanka, as dierenas emtermos de rentabiidade so signifcatias entre asempresas de propriedade de muheres e as empresasde propriedade de homens.37

    Sendo assim, o que expica essa segregaopersistente por gnero no mercado de trabahoe os hiatos resutantes em termos de ganhos? OReatrio argumenta que as dierenas de gnerona utiizao do tempo, no acesso a bens ecrdito, e no tratamento por parte dos mercadose das instituies ormais (incuindo estruturajurdica e normatia) desempenham um pape

    importante na restrio das oportunidadesdas muheres. Essas restries so mostradasna Figura 9 como obstcuos, obstruindo oprogresso no sentido de uma maior iguadadede gnero. O crescimento de renda tem certainuncia na mudana desses padres, mas noos eimina. As interaes mutuamente reor-adoras entre esses dierentes atores tornamo probema particuarmente de dici souo.Considere cada uma, por sua ez.

    As dierentes quantidades de tempo quehomens e muheres destinam para prestaode cuidados e reaizao de tareas domsticas

    representam um ator que aumenta a segregao e

    Fontes: Dados sobre Benin provenientes de Kinkingninhoun-Mdagb e outros (2010); sobre Malawi, de Gilbert, Sakala e Benson (2002); sobre Nigeria, de Oladeeboe Fajuyigbe (2007); sobre Bangladesh, Etipia e Sri Lanka, de Costa e Rijkers (2011); e sobre Egito, Gergia, Alemanha, Islndia, ndia e Mxico, de LABORSTA, OrganizaoInternacional do trabalho..

    M a pa 1 Disparidade salarial entre mulheres e homens (ganhos de mulheres reerentes a US$ 1 de ganhos de homens)

    Mxico 80

    Repblica rabedo Egito 82

    Islndia 69

    Benin 80

    Nigria 60

    Malawi 90

    Etipia 34

    ndia 64

    Alemanha 62

    Gergia 60

    Sri Lanka 50

    Bangladesh 12

    Emprego assalariado Agricultura Empreendedorismo

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    Quo grandes so as dierenas de gnero noacesso a bens (principamente terra), crdito eoutros insumos? Uma ariedade de ontes de dadossugere que so enormes. Dados para 16 pases emcinco regies em desenoimento indicam queas amias chefadas por muheres tm menosprobabiidade de possuir e de arar terra.38 Demodo gera, onde as eidncias esto disponeispara todos os agricutores, as muheres raramenteso proprietrias das terras onde aram. Porexempo, no Brasi, as muheres so proprietrias

    de cerca de 11% das terras. E suas propriedadesso sistematicamente menores do que as doshomens. No Qunia, as muheres contabiizam5% das propriedades de terras registradas emmbito naciona.39 E em Gana, o aor mdio daspropriedades de terras dos homens de trs ezesas propriedades das muheres.40 Do mesmo modo,grandes hiatos so obserados no uso de ertii-zantes e na mehoria das ariedades de sementesna agricutura e tambm no acesso e uso de crditoentre os empresrios e as empresrias.

    Terceiro, as ahas de mercado e as restriesinstitucionais tambm desempenham um pape

    importante. Os mercados de trabaho muitas ezes

    homens e muheres. Essas dierenas incuem umhiato em anos de escoaridade entre as coortesmais ehas, bem como dierenas no que oshomens e as muheres decidem estudar em coortesmais joens dierenas que aetam a segregaono mercado de trabaho, principamente nospases aonde a maioria das pessoas mais joensai para a acudade. Em termos de agricutura eempreendedorismo, grandes e signifcatios hiatosde gnero no acesso a insumos (incuindo terra ecrdito) e na posse de bens esto na base do hiato

    de produtiidade de gnero. Na erdade, as dierenasde produo para agricutores do sexo mascuinoe eminino desaparecem de uma s ez, quandoo acesso aos insumos de produo eadoem considerao (Figura 11). As dierenas noacesso a insumos podem ser tambm compostaspor dierenas na disponibiidade de "tempo demercado", conorme acima obserado, o que podetornar o mesmo inestimento menos produtiopara muheres do que para homens. Ao mesmotempo, essas restries indicam que as muheresempresrias e agricutoras fcam requentementerestritas a negcios e atiidades menos renteis

    e com menos probabiidade de expanso.

    F i g u r a 9 Explicao da segregao persistente e disparidade salarial

    Fonte: Equipe do WDR 2012.

    DOMICLIOS

    INSTITUIESFORMAIS

    MERCAD

    OS

    INSTITUIESI

    NFORMAIS

    DOTAES

    OPORTUNIDADESECONMICAS

    CAPACIDADE

    DE DECIDIR

    Alocao diferencialem termos de

    tempo/recursos

    Leis/regulamentaes

    tendenciosase

    infraestruturalimitada

    Acesso

    difere

    ncial

    amerc

    adosde

    trabalho

    /crdito

    /

    terrae

    redes

    Normassociai

    ssobre

    prestaodec

    uidados/

    trabalhoemm

    ercados

    CRESC

    IMEN

    TO

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    por gnero, prejudicando as muheres que estotentando ingressar em um campo dominado porhomens (ou prejudicando do mesmo modo oshomens que esto tentando ingressar em um campodominado por muheres, como enermagem). E, sezes, barreiras egais, concebidas como medidasde proteo, impedem as muheres de ingressar emaguns setores ou ocupaes.

    Em resumo, quer as muheres sejam agricu-

    toras, empresrias ou trabahadoras, muitas caem

    no uncionam bem para muheres, principamentese sua presena or imitada em aguns setores ouocupaes. Quando existem poucas muheresempregadas, os empregadores podem manter crenasdiscriminatrias sobre a produtiidade ou adequa-biidade das muheres como trabahadoras taiscrenas podem persistir se no houer mecanismosimpementados para corrigi-as. O acesso a inor-maes sobre empregos e o apoio a promoes e

    aanos na carreira geramente ocorrem em redes

    Fonte: Berniell e Sanchez-Pramo (2011).

    F i g u r a 1 0 Em todo o mundo, as mulheres gastam mais horas por dia na prestaode cuidados e na realizao de tareas domsticas do que os homens

    0,6 4,7 5,5 2,5 1,2 0,2

    2,7 3,8 4,4 3,3 0,9 0,1

    2,1 3,8 4,2 1,8 0,5 0,0

    2,9 3,9 4,7 2,6 0,4 0,1

    3,2 4,6 3,2 2,3 0,6 0,3

    2,1 4,8 4,9 1,4 0,6 0,2

    FOR SALE

    Atividades no mercado Tarefas domsticas Cuidados infantis

    Paquisto

    Camboja

    frica do Sul

    Bulgria

    Sucia

    Itlia

    = 12 horasMulheres

    Homens

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    sobre os padres de gastos, incuindo despesas comflhos, so importantes indicadores de sua capacidadede decidir. Um tero das muheres casadas noMaawi e um quinto das muheres casadas na ndiano participam das decises sobre despesas, mesmo

    sobre seus prprios rendimentos. At mesmo emum pas de renda mdia ata como a Turquia, mais deum quarto das muheres casadas no quinti ineriorde renda no tm controe sobre a prpria rendaobtida.41 A capacidade das muheres de possuir,controar e dispor da propriedade ainda diere dacapacidade dos homens; muitas ezes egamente,s ezes na prtica. E mais uma ez, esses padresmudam muito sutimente a medida que os pasesfcam mais ricos.

    Uma cara maniestao da ata de capacidadede decidir das muheres a ioncia domstica. Aioncia o oposto da iberdade uma orma

    extrema de coero que, por defnio, nega acapacidade de decidir. As muheres correm umrisco bem maior de sorer ioncia por parte deum parceiro ntimo ou de agum que conhecemdo que de sorer ioncia por parte de outraspessoas. E as muheres tm mais probabiidadedo que os homens de serem assassinadas, seremgraemente eridas ou serem timas de ionciapor parte dos parceiros ntimos.42 A preanciada ioncia domstica aria bastante entre ospases, sem nenhuma associao expcita comos rendimentos; apesar de a incidncia tender acrescer com a priao socioeconmica, a ioncia

    no conhece ronteiras. Em agumas naes derenda mdia, como o Brasi (regies de So Pauoe Pernambuco) e Sria (Begrado), as muheresreportam que a incidncia de ioncia sica porparte dos parceiros ntimos atinge 25%.43No Peru(Cusco), quase 50% das muheres so timasde graes ioncias sicas ao ongo da ida e naEtipia (Butajira), 54% das muheres reportaramestarem sujeitas a abuso sico ou sexua por partede um parceiro ntimo nos timos 12 meses. 44

    Mtipos atores esto presentes atrs dessesgrandes hiatos na oz das muheres. Na sociedade,a baixa representao pode se autoperpetuar, com

    as muheres sendo incapazes de transmitir suacapacidade de iderana. Sendo assim, na potica,os eeitores e as eeitoras no podero jugar compreciso a capacidade de uma muher como der. E oingresso das muheres pode ser imitado por crenassociais de que a potica uma atiidade mascuinaou de que as muheres so deres menos efcazesdo que os homens crenas diceis de encerat um nmero signifcatio de muheres chegar iderana potica. Dierentes responsabiidades deprestao de cuidados tambm signifcam que asmuheres carecem de exibiidade ou de tempo parainestir com tanto empenho quanto os homens na

    em uma armadiha da produtiidade: trabahamduro em um campo de atuao desigua com acessodesigua a insumos de produo. Essa armadihaimpe custos signifcatios ao bem-estar dasmuheres e s oportunidades econmicas dos diasatuais, am de srios desincentios para inestirnas muheres de amanh.

    Menos voz na sociedade e na tomada dedecises nos domicliosEm quase todo o mundo, as muheres tm menoscontribuies do que os homens na tomada de

    decises em suas amias, em suas comunidades eem suas sociedades. Considere a sub-representaodas muheres na potica orma, principamentenos neis mais eeados. Menos de um quintode todos os cargos de gabinete ocupado pormuheres. E a ata de representao das muheresse estende at o poder judicirio e os sindicatostrabahistas. Esses padres no mudam muitoquando os pases fcam mais ricos. A parcea demuheres paramentares aumentou apenas de 10%para 17% entre 1995 e 2009.

    O ato de uma muher ter oz e a quantidadedessa oz na tomada de decises em sua amia

    Fonte: Alene e outros (2008); Gilbert, Sakala e Benson (2002); Kinkinnninhoun-Mdagb e outros (2010);Moock (1976); Oladeebo e Fajuyigbe (2007); Saito, Mekonnen e Spurling (1994); Vargas Hill e Vigneri (2009).

    F i g u r a 1 1 Dierenas de gnero em produtividade agrcoladesaparecem quando o acesso e o uso de insumosde produo so levados em considerao

    13,5%

    26%

    40%

    21%

    17%

    7,7%

    19%

    10 2060 50 40 30 20 10 0

    4%

    0,6%

    0%

    0%

    0%

    25%

    12,5%

    0%

    6,6%

    Gana (Nacional)

    Hiato mdio de gnero

    percentagem

    Hiato de gnero com acesso igual a insumos

    No Malawi, a produtividade agrcola das mulheres de 13,5% a menos do que a dos