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, . t :M,líMKNTO UTERÁu.u Úti 'A MANHA" iÍmWi l-aVcado r.?,;wii(,:i;,:>nte; sob a direção de Mucio „. i .6/l/.5'.4L«ão(!>,i U-Pt!?ma IhamleU-adeLeiras)Rum- 3 » Éü IV loiick sobre João Francisco Lisboa 1 i 'L-.r ) L'-'OH lias- ¦< ¦:; i. '• J -".l-^niiu >_ ;• -, ii -li >¦? ¦¦') n:.'.."-,,?1n c!o I; i- . ii. i'in 11 .; > rvi-.-.-o :l? 1.-.1J. ;.!:,, .) piMnriê.v.-3 '-!? Jofio Fran- ... ., ;¦. vv.-., Li.riju e d O-r- t«i i-.-; íí'.'a C.n^íivíá Nina. •'i". j ::::,',;¦¦¦), !'j: levada pa:/a .'» [,'.'/. e liÜ '.''V n:'.e'i js pri- !• ¦[!-; l»!,:-.i..í. P.vJrnído o pu, "o[--m. foi. com a nae viuva. -in uma frrr.?n_lji cio interior, y <i quinze ;>:v?s. vjUava a :,a- ¦¦!';il .tm-jud^i'.-;?. para trabn- !!•,),¦ i.;) coir T'-io. e -;-e fa-iia cíl- ;¦: Mp.> c'a C" i "omercial cií :': _!i:-i.-:.'-j M:r.qi-!,s líüdriíurs. :\i := m!.i'i v::u a-^nai par tloií ¦:¦ i. DvvJM a ema. conu-i-eial ¦ ;i <-|.i. ->i i .'.ii*í?!ra. e foi estu- .'<:- hum^iieWXs. Teve omM-3 - ¦ : > n-e.U"? 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A Academia 'iiranhense de Letras fixou- >-ie a data de 1 de janeiro, e '"-^e dia. em 1918, fez numa ':»|'!:;a pública de S. Luiz, a :; ''rj.i.uuoÃo da estátua de Li.-:- ¦t''''-': Artur Mota aceitou e.-;sa '¦¦!¦'&¦ Henriques Leal, porem, in- '¦'¦'U a dau d- 2 de Janeira, 'l'--'1) fjl seyuido por Pedro N-o rucljii a Irrsníjicr no Ma- ri::'-."j u :v, jvimen!') crisina.lj 11:.,:l '..i, ciiriiiJo que era por uva ln.vKm de iti-ima condição. Manei Frí»n;'Lico dos Atijüi Ferreira Balaio. Lisboa foi dado como um doa ei: ir ti to.? ligados r.o íw.p! movimento. Era uma cvidnte e terrível injustiça., e a verc*rt.de ó qu« poucoj escrito- re.v poucos j0rnali.-ji.a3 tiveram a bt/vura e a segurança que te- va Lisboa, no comentar os fa- tos cidituo.-;o3 que .se veriitea- V3üi. no opontai' a execia^ão pública os erimine-O-s qu? iníe- licita*'".1 ni a província do Mi- ranhüo. Eia 1íÍ40 apresenta-se Lisboa e-andiilato a uma cadeira de deputado ã CÂr.ura Provincial Loja d^-íite da candidatura, enoj.,.'o com as maneios que suiT'"onde em torno dela. D".- lib-.":a ret-irar-s? i;jra a vida pan.ictiiar, dedicando-se :u>s s':i'.s trabalhos literários e aos sei.; ;..-eb:iÍhos jurídicos. Torna- .se jm-iseon-iui-o re.sueitavM, <. mr--.!::'v. co!abora';Ão no Fórum. Km -'2 re^rc-ò-;u à Imprenòa. fnncliinc''! o PubÜ *e.(!or Mara- niicr.?. Mantém eli uma aee?.*><) i"üb o n.s:i:dõnimo d-1 Zumbi'», e ao mesmo temi;) publica, no í>it (ro Norle, o; ileir^tos. D4- dica-.-e ao folhetim e íaz eròni- ce, deliciosa» .sobre figuras f co;;'aímes locais, como aquel,s era que descreve :\a festas reli- giosa.i 011 o teatro d-' S. Luiz. Em -Í7 recusa unia indicação que l!'.e à oferecida para depu- tado geral. No ano sej-Jinte. po- rem. acita a '-"JicaçÃo j:3''a depuíedo provincial e pnmun- c!a na câmara um discurso que si tornou um dos trabalhos mais femosos do seu gênero, na lite- ratura brasileira o discurso üobre Anidia. Sobre vem novo período de re- tiro, e e então que Lisboa que tem estudado profundamente o fcnónemo da escravidão e a conhecidamente um c.bolicionls- ta convicto delibera escre- ver um romance de combate ã negregada instituição. Tinha o romance delineado, quando leu a Obana do Pai Tomaz, de HcnricLIe Beecher Stowe. Achou que nesse romance americano existia tudo o que a sua jjena pude.ise contar ou descrever, e modestamente desistiu de levar por diante o seu propósito. Per- deu com isso a literatura brasi- Ieira al°;o da maior importai!- cia, pow um romance da pena de João Francisco Lisboa ha- veria de ser alguma coisa dc monumental. Estornos em 1852, e é pnt.l;) que Lisboa atinge o cimo d sua carreira de homem de !c- trás, e brilhar no zenit o seu gênio. Referimo-nos ao apare- cimento do Jornal de Timon, cujo primeiro número surgia com cem páginas, em 25 cie ,:u- nho daquele ano. Era uma pu- blicação mensal. Em 52, Lisboa pôs ria. rua cinco números des- sa piibüeapcio. Em 53. pôs daí. Formou, assim, o primeiro volu- me da importantíssima obra. Esse primeiro volume do Jornal dc Timon é todo dedicado ao assunto das eleições, ou mais geralmente falando, à evolução politica. do Braail e do mundo. Lisboa analisa, com a sua mlnu- ciosa cién.ia de historiador, com o seu estib fúlgido e lúci- do. aa eleições e os processos políticas, desde a antigüidade •;r«'!i até -os nossos dias. O secundo e o terceiro volume do Jornal ile Timon encerram uma série de estudos históricos sobre o Brasil. Nele trata-se it. tudo: do descobrimento da América e do desenvolvimento do nosso ..jÍ.í; dos erros de Por- tugal, cometidos quando da co- íonbação do Brasil: da invasão dos franceses e da Invasão dos holandeses; dos conflitos de m-m^Hdade entre os índios e 03 Jesuítas, das figuras dos ?ran- des padres dos primeiros mo- menios de vida em nossa terra um Amviieta, um Nobrega, e. mais'recentemente, um Viei- ra: da crônica das primeiras ex- pedições para o Maranhão; das íusias leis: do nosso povo; da no aa ierrra,.. E.sereveu Joúo Francisco Lis- boa alguns tvabelhos bio^ráfi- co:, e entre estes se conta a narniçio (ia vida. de Ociorieo Mende.s f o volume Vida ilit Padre Antônio Vieira. E;-.e último livro não che- £>,ou a ser cuneluido. Foi encon- tiat'o. entre os paiHiü do arquivo do escritor por ace.- siã 1 de sua morte, e trazendo e.i-a recjr.iendação express'.!.: Drve r;er queimado sem ser li- i'.i. O livro qne estava a&"im de^ ¦ '.ínedo a desaparecer sem ser V-rlj. ?. hoje considerado uma d:»s 'ílórios do iviisamento bra- sil.riro. um devs modelos acaba- dns de no-^a arte escrita. E Pe- clro Lessa o coloca como a obra- prima de L'sboa, acima do pró- prio Jornal de Timon. Em 1855. veio João Francisco Lisboa para o Rio de Janeiro Aqui. porem, pouco se demorou, sendo nomeado para uma co- mi.-~ão em Portugal a de ir pesquisar nos arquivos lusos ei?- mentos elucidativos de nossa história. Ficou em Lisboa até 59, quando fez uma viagem de recreio ao Brasil. Voltou ao car- go no mesmo ano. e foi conti- iniai- os seus trabalhos. Em Por- tuçal fisera um circulo de pou- co.s amisos, mas amigos do maior valor, com Alexandre Hereulai-.o. Lopes de Mendon- ça e outros. O nosso fçrande historiador e jornalista faleceu na capital nortuguesa, em 26 de abril dc 1833. Seus restos mortais foram muis tarde transfe-ldos para S. Lui?. ficando guardados na ca- pele.-nior do convento de Ií. 8. do Carmo. João Fra.ncl.-sco Lisboa é pa- trono da cadeira n.° 13 da \e.-\- dernia Brai-ücira de Letras, ca- deira que foi criada por Jo*?ã Vetíssimo. Por morte do ilustre críHco, sentou-se nela. em 1916. o Barão Homem de Melo. Em 1DI3, por morte do Barão, cou- be o "íauteiul" a Alberto Faria; e, em lSf!"), pur morte de Faria., roube a Lui:i Carlos da Fonseca. r.il-eeiic:) etn 1032, o poeta de 1'olunas deiMiu a cadeira pina Pereira da Silva, que era, até ha pouco o ocupante. 'WÊ^i '"¦¦'¦' "*'' ¦.'. ¦ _^Mà BlIíj»». ¦ ¦. _^HBl JH_H____m. !¦"¦'. 7.JMMÊk |^H& >•;:• •¦¦JBBB» 1 ilHIIMI i feáitiMBí. síi BH'*>- - íBIiflHBJtH B68S' 1 ünHB i'L< -- i^jB l«i wkfl Ri-- wgi.vbüWttBÊÊÊBÊ%e ¦¦"¦¦¦:¦ ':mI HKil!t' -' j?^M!riá^M|^B_b__i_isJ__mB BL s' ¦' m JOÃO FRANCISCO LISBOA SUMARIO PAGINA 37: ²Notícia sobre João Fran- cisco Lisboa. PAGINAS 38 e 39: ²Um sermão do Padre An- tonio Vieira, de João Francisco Lisboa. ²A primeira estada do Padre Antônio Vieira no Brasil, de João Francis- co Lisboa. PAGINA 40: ²O Padre Antônio Vieira e a escravidão dos índios, de João Francisco Lis- boa. ²Sohre o Maranhão, de João Francisco Lisboa. PÁGINA 41: ²João Francisco Lisboa (1813-1863), de A. C. Chiccrro da Gama. ²Fonteu sobre João Fran- cisco Lisboa. ²Um jornalista, de Joa- quim Serra. ²?erfil de João Francis- cisco Lisboa (trecho de estudo) de Luiz Carlos. PAGINA 42: ²João Francisco Lisboa, de Silvio Romero e João Ribeiro. ²João Francisco Lisboa, (do Estado de S. Paulo. 11-111-1913), de Oliveira Lima. PAGINA 43: ²João Lisboa em São Pau- lo, de José Veríssimo- ²Bibliografia d e João Francisco Lisboa, de Ar- tur Mota. PAGINA 44: ²João Francisco Lisboa, na opinião de Ronald de Carvalho. ²Rainer Maria Rilke. Poema de Rainer Maria Rilke (nota e tradução de Petronio de Castro Souja). ²Capítulo I do romance "Dumas", de Bruno Ac- cioiy. PAGINA 45: ²Duas mortes na Acade- mia. -- Traços biográficos de Fernando Magalhães. ²O "adeus" da Academia Brasileira de Letras a Fernando Magalhães, de Pedro Calmon. ²Traços biográficos M Pereira da Silva. PAGINA 46: ²O "adeus" da Academia Brasilieira a Pereira da Silva, de Mucio Leão. Nota a este número de Autores e Livros. Um turbulento jornal da geração de Aluizio Azevedo, de Josué Mon- telo. PAGINA 47: ²Edição de Silvio Romero, de M. L. ²Silvio Romero e João Ri- beiro, de Joaquim Ri- beiro. PAGINAS 48 e 49: ²Página dos Autores No- vos. VII Haydée Nicolussi- ²Nota sobre Haydée NI- colussi. ²Elogias do tempo doura- do. ²Telegrama sem destina- tário (autógrafo). ²Poema para Mark Ram- pion. ²Calmaria. ²Ultimo desejo. ²Ideal. ²Discurso ao hóspede. ²Desenho de Haydée Nl- colussi por Arpad Sze- nes. PAGINAS 50 e 51: ²A poesia de Oliveira « Silva. ²Nota biográfica sobre Oliveira e Silva. ²Sagitário Bibliografia de Oliveira e Silva. ²Rua da Aurora Fon- tes sobre Oliveira e Silva- ²Acalanto. ²Brinquedos. ²Magia. ²Os sinos de Ouro Preto. ²Raça. ²Pernambuco. ²Paz (fac-símile de auto- grafo). PAGINA 52: ²As Estrelas estão can- tando, conto de Nélio Reis. ²Vicente Licinio Cardoso, (carta a Mucio Leão) de Gabriel Tondella. ²Separação ou decadên- cia do poeta, de Dante Milano-

i^jB l«i wkfl Ri-- IVloiick sobre João Francisco Lisboa 1memoria.bn.br/pdf/066559/per066559_1944_00003.pdf · tur Mota. PAGINA 44: ²João Francisco Lisboa, na opinião de Ronald

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IVloiick sobre João Francisco Lisboa 1i 'L-.r ) L'-'OH lias-

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! i /Til ^':i.rAnI,.en.-s?. E.s-íii iM:1-'...is: ,-.i;'ía ctt-fo-íninou Li-b^A a

1 -i.in:!i>_í?r o sou O ílra ^'eivj.¦-¦¦.s:ir;-j e;v "¦ j a dirigir a folha

¦uí!) titulo j:i .-? tornara fatrto-oí ilu.tl-'. A fr-nie do Farol i-f-: 'vo .som:ii!tí dois anoá. Em ju-'.ii j do 1331 o deixava, e funda-v i o I'í'í> tl^i Nni-ls. A t?:ivA dess:i

i i.ita f:;ou até novsmbrj Ue

Interrompe, ne~se momento.;,ia c-írr:iri jornalística, para< ¦ i.Ar iim <*arso público, o di¦;;.''T.?ttii-io c'o Antônio Pedio da

¦ '>.ita Forroira, bar5o 'í'1 Pinda--. Foi eleito, em duas legisla-l'::i.s, poça a Câmara da Pm-;--ii'Í3, coma repre.sont.ante do'''M-i.ido

liberal. Na Câmaraüa preocupação a.ssídua cun-

!-i'.iu cm ciíbai".?!' os aásunlos1' in.itnifio pública.I;<:a Lisboa .secretário do "ü-'nm quando ocorreu o asá^^í-

;1io do ch"?fí? do Partido Libe-"'!, líaimunclo Teixeira Mendes.»nio o pre- id:::il.r- da Provincia"ío p;i.ri-'í?e-.ie di.spo.sto a tomar'¦¦: m^dido.s que eram ncr::s;i-

-aí p,ua a puni^^o do crimino-'•. I;"boa p?díu demissão do seu'vríA. e regressou ao .ioniAlis-" '• Em Janeiro dc 1838 e.slá rie

¦'¦'ero na liei, dirigindo a Crô-«;ea Marimlienic. (Há dlvcr-'.^"teias .sobre a data do apareci-nento de.ç.-,a folha. A Academia'iiranhense

de Letras fixou->-ie a data de 1 de janeiro, e'"-^e dia. em 1918, fez numa':»|'!:;a

pública de S. Luiz, a:; ''rj.i.uuoÃo da estátua de Li.-:-

¦t''''-': Artur Mota aceitou e.-;sa'¦¦!¦'&¦ Henriques Leal, porem, in-'¦'¦'U a dau d- 2 de Janeira,'l'--'1) fjl seyuido por Pedro

N-o rucljii a Irrsníjicr no Ma-ri::'-."j u :v, jvimen!') crisina.lj11:.,:l • '..i, ciiriiiJo que era poruva ln.vKm de iti-ima condição.Manei Frí»n;'Lico dos AtijüiFerreira Balaio. Lisboa foi dadocomo um doa ei: ir ti to.? ligadosr.o íw.p! movimento. Era umacvidnte e terrível injustiça., ea verc*rt.de ó qu« poucoj escrito-re.v poucos j0rnali.-ji.a3 tiverama bt/vura e a segurança que te-va Lisboa, no comentar os fa-tos cidituo.-;o3 que .se veriitea-V3üi. no opontai' a execia^ãopública os erimine-O-s qu? iníe-licita*'".1 ni a província do Mi-ranhüo.

Eia 1íÍ40 apresenta-se Lisboae-andiilato a uma cadeira dedeputado ã CÂr.ura ProvincialLoja d^-íite da candidatura,enoj.,.'o com as maneios quesuiT'"onde em torno dela. D".-lib-.":a ret-irar-s? i;jra a vidapan.ictiiar, dedicando-se :u>ss':i'.s trabalhos literários e aossei.; ;..-eb:iÍhos jurídicos. Torna-.se jm-iseon-iui-o re.sueitavM, <.mr--.!::'v. co!abora';Ão no Fórum.

Km -'2 re^rc-ò-;u à Imprenòa.fnncliinc''! o PubÜ *e.(!or Mara-niicr.?. Mantém eli uma aee?.*><)i"üb o n.s:i:dõnimo d-1 Zumbi'»,e ao mesmo temi;) publica, noí>it (ro Norle, o; ileir^tos. D4-dica-.-e ao folhetim e íaz eròni-ce, deliciosa» .sobre figuras fco;;'aímes locais, como aquel,sera que descreve :\a festas reli-giosa.i 011 o teatro d-' S. Luiz.

Em -Í7 recusa unia indicaçãoque l!'.e à oferecida para depu-tado geral. No ano sej-Jinte. po-rem. acita a '-"JicaçÃo j:3''adepuíedo provincial e pnmun-c!a na câmara um discurso quesi tornou um dos trabalhos maisfemosos do seu gênero, na lite-ratura brasileira — o discursoüobre Anidia.

Sobre vem novo período de re-tiro, e e então que Lisboa — quetem estudado profundamente ofcnónemo da escravidão e a

conhecidamente um c.bolicionls-ta convicto — delibera escre-ver um romance de combate ãnegregada instituição. Tinha jáo romance delineado, quandoleu a Obana do Pai Tomaz, deHcnricLIe Beecher Stowe. Achouque nesse romance americanoexistia já tudo o que a sua jjenapude.ise contar ou descrever, emodestamente desistiu de levarpor diante o seu propósito. Per-deu com isso a literatura brasi-Ieira al°;o da maior importai!-cia, pow um romance da penade João Francisco Lisboa ha-veria de ser alguma coisa dcmonumental.

Estornos em 1852, e é pnt.l;)que Lisboa atinge o cimo d -¦sua carreira de homem de !c-trás, e vê brilhar no zenit o seugênio. Referimo-nos ao apare-cimento do Jornal de Timon,cujo primeiro número surgiacom cem páginas, em 25 cie ,:u-nho daquele ano. Era uma pu-blicação mensal. Em 52, Lisboapôs ria. rua cinco números des-sa piibüeapcio. Em 53. pôs daí.Formou, assim, o primeiro volu-me da importantíssima obra.Esse primeiro volume do Jornaldc Timon é todo dedicado aoassunto das eleições, ou maisgeralmente falando, à evolução

politica. do Braail e do mundo.Lisboa analisa, com a sua mlnu-ciosa cién.ia de historiador,com o seu estib fúlgido e lúci-do. aa eleições e os processospolíticas, desde a antigüidade•;r«'!i até -os nossos dias.

O secundo e o terceiro volumedo Jornal ile Timon encerramuma série de estudos históricossobre o Brasil. Nele trata-se it.tudo: do descobrimento daAmérica e do desenvolvimentodo nosso ..jÍ.í; dos erros de Por-tugal, cometidos quando da co-íonbação do Brasil: da invasãodos franceses e da Invasão dosholandeses; dos conflitos dem-m^Hdade entre os índios e 03Jesuítas, das figuras dos ?ran-des padres dos primeiros mo-menios de vida em nossa terra— um Amviieta, um Nobrega,e. mais'recentemente, um Viei-ra: da crônica das primeiras ex-pedições para o Maranhão; dasíusias leis: do nosso povo; dano aa ierrra,..

E.sereveu Joúo Francisco Lis-boa alguns tvabelhos bio^ráfi-co:, e entre estes se conta anarniçio (ia vida. de OciorieoMende.s f o volume Vidailit Padre Antônio Vieira.E;-.e último livro não che-£>,ou a ser cuneluido. Foi encon-tiat'o. entre os paiHiü doarquivo do escritor por ace.-siã 1 de sua morte, e trazendoe.i-a recjr.iendação express'.!.:Drve r;er queimado sem ser li-i'.i. O livro qne estava a&"im de^ ¦'.ínedo a desaparecer sem serV-rlj. ?. hoje considerado umad:»s 'ílórios do iviisamento bra-sil.riro. um devs modelos acaba-dns de no-^a arte escrita. E Pe-clro Lessa o coloca como a obra-prima de L'sboa, acima do pró-prio Jornal de Timon.

Em 1855. veio João FranciscoLisboa para o Rio de JaneiroAqui. porem, pouco se demorou,sendo nomeado para uma co-mi.-~ão em Portugal — a de irpesquisar nos arquivos lusos ei?-mentos elucidativos de nossahistória. Ficou em Lisboa até59, quando fez uma viagem derecreio ao Brasil. Voltou ao car-go no mesmo ano. e foi conti-iniai- os seus trabalhos. Em Por-tuçal fisera um circulo de pou-co.s amisos, mas amigos domaior valor, com AlexandreHereulai-.o. Lopes de Mendon-ça e outros.

O nosso fçrande historiador ejornalista faleceu na capitalnortuguesa, em 26 de abril dc1833. Seus restos mortais forammuis tarde transfe-ldos para S.Lui?. ficando guardados na ca-pele.-nior do convento de Ií. 8.do Carmo.

João Fra.ncl.-sco Lisboa é pa-trono da cadeira n.° 13 da \e.-\-dernia Brai-ücira de Letras, ca-deira que foi criada por Jo*?ãVetíssimo. Por morte do ilustrecríHco, sentou-se nela. em 1916.o Barão Homem de Melo. Em1DI3, por morte do Barão, cou-be o "íauteiul" a Alberto Faria;e, em lSf!"), pur morte de Faria.,roube a Lui:i Carlos da Fonseca.r.il-eeiic:) etn 1032, o poeta de1'olunas deiMiu a cadeira pinaPereira da Silva, que era, atéha pouco o ocupante.

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JOÃO FRANCISCO LISBOA

SUMARIOPAGINA 37:

Notícia sobre João Fran-cisco Lisboa.

PAGINAS 38 e 39:Um sermão do Padre An-tonio Vieira, de JoãoFrancisco Lisboa.A primeira estada doPadre Antônio Vieira noBrasil, de João Francis-co Lisboa.

PAGINA 40:O Padre Antônio Vieirae a escravidão dos índios,de João Francisco Lis-boa.Sohre o Maranhão, deJoão Francisco Lisboa.

PÁGINA 41:João Francisco Lisboa(1813-1863), de A. C.

Chiccrro da Gama.Fonteu sobre João Fran-cisco Lisboa.Um jornalista, de Joa-quim Serra.?erfil de João Francis-cisco Lisboa (trecho deestudo) de Luiz Carlos.

PAGINA 42:João Francisco Lisboa,de Silvio Romero e JoãoRibeiro.João Francisco Lisboa,(do Estado de S. Paulo.11-111-1913), de OliveiraLima.

PAGINA 43:João Lisboa em São Pau-lo, de José Veríssimo-Bibliografia d e JoãoFrancisco Lisboa, de Ar-tur Mota.

PAGINA 44:João Francisco Lisboa,na opinião de Ronald deCarvalho.Rainer Maria Rilke. —

Poema de Rainer MariaRilke (nota e traduçãode Petronio de CastroSouja).Capítulo I do romance"Dumas", de Bruno Ac-cioiy.

PAGINA 45:Duas mortes na Acade-mia.

-- Traços biográficos deFernando Magalhães.O "adeus" da AcademiaBrasileira de Letras aFernando Magalhães, dePedro Calmon.

Traços biográficos MPereira da Silva.

PAGINA 46:O "adeus" da AcademiaBrasilieira a Pereira daSilva, de Mucio Leão.Nota a este número deAutores e Livros.Um turbulento jornalda geração de AluizioAzevedo, de Josué Mon-telo.

PAGINA 47:Edição de Silvio Romero,de M. L.Silvio Romero e João Ri-beiro, de Joaquim Ri-beiro.

PAGINAS 48 e 49:Página dos Autores No-

vos. — VII — HaydéeNicolussi-Nota sobre Haydée NI-colussi.Elogias do tempo doura-do.Telegrama sem destina-

tário (autógrafo).Poema para Mark Ram-pion.Calmaria.Ultimo desejo.Ideal.Discurso ao hóspede.Desenho de Haydée Nl-

colussi por Arpad Sze-nes.

PAGINAS 50 e 51:A poesia de Oliveira «Silva.Nota biográfica sobreOliveira e Silva.Sagitário — Bibliografia

de Oliveira e Silva.Rua da Aurora — Fon-tes sobre Oliveira e Silva-Acalanto.Brinquedos.Magia.

Os sinos de Ouro Preto.Raça.Pernambuco.

Paz (fac-símile de auto-grafo).

PAGINA 52:As Estrelas estão can-tando, conto de NélioReis.Vicente Licinio Cardoso,(carta a Mucio Leão) deGabriel Tondella.Separação ou decadên-

cia do poeta, de DanteMilano-

FAftlNA 31 SUPLEMENTO LITBBAMO M,' »* MANHA" — VOL. VI DOMINGO, 16/l/lMI'jáSt,

UM SERMÃO DO PADREiÍVo uno de 1642, em que eo-

mrçifu a pregar regularmente,ndo poucas vezes subiu av púl-pito para ocupar-se da situaçãopolítica do reino, Sâo sobretudonotáveis os dois sermões prega-dos por ocasião das festas de S.Roque e Santo Antônio, este úl-Umo a 14 de setembro, vésperada abertura das cortes. Ouça-,mo-lo. substanciando-o.

Santo Antônio, o procuradorenviado pelo céu, tinha as prin-cipais qualidades de um pcrfei-to procurador: o ser fiel e esta-dista. Fiel como português.Santo Antônio de Lisboa; esla-dista como italiano, Santo An-tonio de Pãdua. A terra próprialhe dera a fidelidade; a razãodo estado, as entranhas. Socor-ro oportuno, porque isto de ra-zão do estado, com ser tão ne-cessaria aos reinos, nunca sehavia dado bem no português;e os portugueses que a usam epraticam com perfeição, maisa devem à experiência das ler-ras alheias, que as influênciasdp própria.

Eleito por este modo. e intro-duzido o santo procurador nascortes, onde se tinham de votaros impostos § subsídios parasustentação da guerra, veiamosas doutrinas e preceitos que oorador, inspirado por eles. pro-cura fazer aceitar ao seu auditó-rio, já sem dúvida agradável-mente impressionado e preáis-posto pelo lance original dedescer um santo do céu. e santoportuguês, a tomar parte nusassembléias reunidas para tra-tar da salvação comum. Estasdoutrinas e preceitos, pregadosem tal tempo, não derem tercausado mr.inr estranheza aoscontemporâneos, do qne aindahoje mesmo nos causam a ries,quando observamos a Ivtninosaintuivnn cm que já desde en-

tâo este homem singular ante-ripava os princípios da ciênciaeconômica e política, que hojeteem mais voga.

Os tributos, dizia ele, que sãoo sangue e a carne do povo. sehão de cobrar tão suavemente,que ele o náo sinta. A costelade que se havia dc formar Eva,tirou-a Deus a Adão dormindo,e não acordado., para mostrarquão dificultosamentt se tiramaos homens e com quanta iun-vidade se deve tirar ainda o qnei para seu proveito. Repugnamtanto os homens a deixar ar.rançar de si aquilo que se lhestem convertido em carne e san-gue, ainda que seja para bem desua casa e de seus filhos, qurpor isso traçou Deus tirar acostela a Adão, adormecendo-lhe os sentidos pata lhe escusara dor. com tanta suavidade co-mo isto se há de tirar aos ho-mens o que é necessário paru asua conservação. Tirem-lhe acarne, tirem-lhe o sangue, ti-rem-lhe os ossos, se assim i ra-zão que seja; mas com tal mn-do, com tal indústria, que oshomens não o sintam nem qua-se o vejam.

Mas esta destreza * sugvida-de. romo se há de conseguir?Certo o maior jugo de um reino,a mais pesada carga de umarepública são os imoderados tri-bvtos. Se queremos que sejamleves, se queremos que sejamsuaves, repartam-se por todos.Não há tributo mais-pesado queo da morte, e contudo todos opagam, e ninguém se queixo,porque é tributo dc todos; e co-mo não há privilegiados, nãohà queixosos. Imitem, pois. asresoluções políticas o governonatural ,io Criador. Se ama-nkece o sol, a iodos esquenta ealuvtia; sc chove o céu. a todosrefrigera. Mas triste e dura

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PADRE ANTÔNIO VIEIRAOBRA POSTIIUMA

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3- EDIÇÃO

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Página de titulo da mVidu do Padre Anionio Vieira", obra póstumadf Ji ão Francisco Listr-ia — Terceira edição — Rio — 1814

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s crônicas, apenas s-- arharwtemplo ou mosteiro em Portu-gul. que os reis portugueses, ounão fundasse?}} totalmri.tc, o\tnão dotassem de grossas rtn-das, ou não enriquecessem compreciosas dádivas. Concorres-sem. pois. as igrejas, a socorreros seus fundadores, a sustentara quem as enriqueceu, c a o/e-

A PRIMEIRA ESTADA DO PADRENão contava bem Antônio Vieira oito ânus de

tdade, pois , nasceu em Lisboa a 6 (ie fevereiro dc16081, quando em 1615 teve de acompanhar suafamilia para a metrópole rio Brasil. Da razão destaviapem não há rabal certeza; mas peisume-se queChristoviim Vieira Ravasco, seu pai, viera despa-chado a servir algum emprepo. talvez o de secreta-rio do estado, que depois exerceu durante toda avida seu filho Bernardo Vieira Ravasco, irmão maisnovo do padre.

Mal desembarcou na Bala, começou este a es-tudar os primeiros rudimentos e humanidades. Ire-quentando as escolas dos jesuítas, que tloreciamentão ali como em toda parte, com grande apro-veitamento da mocidade. Mostrava-se AntônioVieira assíduo e fervoroso nos estudos, e lidava de-veras por avantajar-se aos demais seus condiscí-pulos: mas conta-se que nos primeiros tempos, ape-«ar da natural vivaeidade que desde os mais ten-ros anos manifestara, não pudera fazer* grandesprogressos, pelo não ajudar a memória, rude e pe-sada, e como toldada de espessa nuvem. Era o es-tudante grande devoto da Virgem: e um dia que,ajoelhado ante a sua imagem, e cheio do pesar eabatimento que lhe causava aquela natural inca-paeldade. a implorava em fervorosa oração paraque o ajudasse a vencer semelhante obstáculo, dt;repente sentiu cumo nm estalo e dor aguda na ca-beca. que lhe pareceu tine ali acabaria a vida. Era» Virgem que sem dúvida escutara e deferia t sú-plica ardente e generosa: e era o v«,i espesso q,ietrazia em tão indiana esníridaee aquele Juvenilengenho, que num memento se rasgava e desfaziapara sempre. Guiou de ali Vieira pava a escola conigrande alvoroço, e sentiu-se tão outro do que toraaté então, cue lor.;o ammosamente pfdiu para arru-mentar caiu os mais sabedores e adianta dus. E .1todos venceu e desbancou, rom CF-tranhavel assom-bro do mestre, que ixm rovsheceu andava naquilogrande novidade. Ar-.sim o referem peio menos asciônitr-s da ordem; esca anedota não é veruade:-ra. é pelo menos ciilrulfirla para dar uma cór romã-npsea c maravilho.sa aos primeiros lampejos desteengenho novel, que mais tarde havia de deslum-brar o mundo pelo .-eu extraordinário fulpor.

De ali por diante nunca mais n memória e asOutras íaculíadcs do entendimento mentiram aoseu ardor imenso de aprender; e eomn lhe batesseno peito um corr-çáo penero^o e cheio de impulsose aspirações para as grandes c nobres coisas,já em tão verdis ;nos copitava o mancebo nosmeios de pôr por ouia as suas idéias e desígnios.

E ou fosse que a sua Inteligência e ambição prero-ce lhe des.se a conhecer que nos jesuítas estava con-centrado todo o poder da época, e que abraçando oinstituto, entrava pela porta mais fácil e asada paraquem queria seguir os caminhos que guiam a gran-deza humana; ou fosse que os padres, sondandocorn um só lanço do seu olhar profundo e p*netran-te tudo quanto o porvir reservava àquela flor ape-nas desabrochada, e fiéis às máximas da ordem,empregassem todos os meios para captá-lo e sedvizi-lo; o certo é que Vieira fugiu de casa e recolheu-seao colégio dos jesuítas, em 1625, tendo pouco maisde quinze anos de idade.

Debalde os pais, que lhe reservavam outros des-tinos, envidaram todos os esforços pelo dissuadir;Vieira perseverou, despontando nele por este modoem ocasião tão solene, e desde a aurora da vida,aquele ferrenho despreso dos sentimentos mais ter-nos e suaves, e aquela ambição aspérrima e insa-ciavel que o dominaram depois em todo o cursodela.

Passados dois sinos completos de noviciado,Vieira professou; e bem que continuasse a fazerprogressos maravilhosos nos estudos, com igualaplauso dos mestres e condiscípulos, a glória tran-quila e modesta dás letras não o tentou assás; e as-pú ando incessantemente a coisas mais árduas el.ustrgj|asH fez consigo voto de despender a vida nadoutrina e conversão dos escravos africanos, e sei-vaeens do Brasil, e a esse intento deu-se para logoao estudo das línguas de uns e outros. Quando aosvinte e um anos da sua Idade, quiseram os padresque Vieira começasse um curso de filosofia, parapassar depois aos de teologia, declarou ele o votoque í.'é então guardara secreto. Os superiores lholrritMam é certo, mas não foi sem repugnância queo futuro missionário, adstrito aos preceitos severosda ordem sobre a obediência, abriu mão dos projt-tos que lhe sorriam na mente, para continuar acultivar as letras, e a aprofundar aqueles conhe-cimentos que, no entender dos padres, ajustavammelhor com a elevação e brilho do seu talento.

Que poderemos nós dizer que responda ao«- pro-digios operados nas escolas por esta agmazinhaainca mal emplumada? Aos dezoito anos já Vieiraensinava retórica 110 colégio de Olinda; e qurr na.sua cadeira de professor, quer nos bancos de filo-sofia e teologia, era sempre o mesmo portentosomancebo que, antecipando o tempo e c trabalho,mostrava-se com mais aptidão para mestre quepara discípulo. Compunha dissertações e tratados«obre os assuntos mais elevados, comentava os li-

vros mais obscuros e difíceis das sagriiíU.s c-nirii-ras, e arguia eom tanta sutileza, arriar e vív.kí-dace, que era o pasmo de quantos o viam e ouviam.Assim madrugavam nele aqurl?s grandes dotes d?argumentador, e intéiprete de profecias, que lheacarearam depois tamanha celebridade entre o«contemporâneos, mas que sem dúvida corromperamo seu talento, e concorreram para depreciar rosolhos da posteridade o mérito cas suas obras, tãocheias e pesadas de coisas inúteis. írivolas e ab-surdas.

Em 1635, foi Vieira ordenado presbitero. c dissea sua primeira missa, Apontamos esta ctrcunMi.n-cia pela sut data para deduzir dela uma observa-ção, e vem a ser que. segundo parece, naquela éno-ca não era coisa fácil a promoção ao sacerdócio,cujas tremendas obrigações se confiavam a um ho-mem tal como Vieira, só c"epois de vinte e oito ar.osde idade, e de tantos e tão elevados estudos.

Escreve André de Barros que por estes temposgastara Vieira cinco anos na conversão dos peiiiiMSdo Brasil; e o mesmo Vieira em uma carta escutaem 1695 ao P. Manuel Luís (é a 144.» dn T. 2", diztambem que estiveia cinco anos em todns as ai-dèias da Baía. sem todavia particulariy-ar mais cir-cunstância alguma por onde se possa avaliar aépoca e importância dos serviços, com que dc-deentão buscava satisfazer a sua vocação

O que não padece dúvida é que tanto antes co-mo depois de receber as ordens, já ele prepi-va n^sigrejas da Baía e seus arredores, deídobr. r,do des-de então as grandes qualidades ora'ór.:<s v.-rr. rui*1depois encheu de admiração Lisboa e Roma. Quedizemos nós? no seu famoso — scrniâo pelo bomsucesso das ar?nas de Portugal contra as dc Htrnn-ãa — pregado em 1640, elevou-se o P. Antônio Viei-ra a um tão alto grau de eloqüência, a que rarasvezes atingiu depois.

Então contava ele apenas trinta c dois *.r.i..v cem todo o viço da mocidade, o seu tak-nto viT*n>e vigoroso rompeu em vivos lampejos, sobrepujandoa falsa ciência, que cm idade mais erescica v.i):ví n-tura lhe ofuscava o brilho e lhe impedia a liberdadedos movimentos.

O patriotismo português, paixão dominante, quesempre ocupou o seu coração, o enchia e abrrúünaentão mais que nunca, não desfalecido ainda nempelos gelos da velhice, nem pelas lngratidóes e dr-senganos que mais tarde tantas vezes encontrounas cortes.

As circunstâncias, de resto, eram próprias a o*-citar todos os seus sentimentos de português, de

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ANTÔNIO VIEIRA - «•&•¦*» u**..,fnV (tr íMfrís r?H<l(ÍS ¦í^'.* ij'.'.n (/.*.' re.' 'í/.'.':r/í( /¦'

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¦:!,'C-:o) dit \i:st>'ní"r n El-rei,.-¦ /-'.so )>!••<¦}!(, fpíf j,ji da quem¦'¦ c proclamou.! \do ';*• > c.l/jòs o orador com

"iiifi'' cwr.o de r:,(i'.;t'h-s da na-,nui etcr.\ura. .»¦«?.*. íííx •ynd: ¦.'.';

., ;í,.''j*-i.'.*; ? N(í'.> ít'fW OS C.¦..;?..*¦-:*/')> itr.yunicnto-i e razões,¦¦il.rlü.-i em sui ¦¦.'-.';/.¦*. cquivo-

; ,¦ !r>).-(uii!kii$. e ¦.Víí r.OT.íiJft-" :r; i.r; oíí.t-NS' rfy r"*fí'o, '«">-

> ¦ ¦¦¦ r ).víi,'[> Cfov ,'iví Mementos• •¦.'/o. '/o oy e <í« «(/•'<.. f. 'c-¦ « . íí'i'1 \pi(i r'í'\''-í ..« T.-t-.t*»..!-''rt

".:/:,> .;';rf empenhado n <•;

milícia, c fir',;i,acáo ilas pra-K'is, e íí tt iii:rfirra .vy/.vr.iHe.itom qm* cr() enc.irad-i o perigoda invnsAo dos ei/, ieihanos.Mas nesta matéria Uu defesado reino, onde o padre AntônioVieira se mostrou verdadeira-mente admirável, foi na cartaque escreveu ao ser-etário deatado, dando o parecer queeste lhe havia pedido, acerca domodo com que se devia proce-der na guerra da independên-cia. a guerra defensiva foi aque aconselhou. Enquanto oreino não estivesse fortificadode maneira que pudesse resistira qualquer invasão do inimigo.1r>da outra empresa seria arris-cada. por nào dizer temerária;e nas matérias em que não iamenos que a monarquia, sem-pre se devia seguir a parte se-tjnra. Em qualquer reino eraverdadeira esta razão de estadoe. muito mais nos reinos meno-res a respeito1 dos maiores emais poderosos; porque na van-(agem da fortificaçào se suprea desigualdade do poder, e é. tãofácil defenderem-se os menosdos mais dentro em sua casa,quão arriscado e possível seremos mais vencidos dos menos

asa» »i*

Pmlre Antônio Vieira, o grande orador cuja biografia Joà-.i Franci.coLisboa magistralmente escreveu.

quando os buscam na alheia, ie iestrutr de uma vez, seriaSó em cano que as nossas forçfls conveniente começar peta guer-fossem ião superiores às de ra ofensiva; mas nem isto seCostela que a podessem acabar houvera ie tentar nunca quan-

da tivesse a .n-nur eontmafin-cia, quanto mau nau iinp<n,t-bilfdadet qu*. eram presentes «manifestas. O s holandeses.cujo exemplo era tão dignn deimitação, quando se levantaramcontra a Espanha, primeiro ira-taram de redn-ár-se a ..nus pra-ças, e de fortaícccr-.-te nela ¦; eeut relendo por algum an ¦>. aguerra drj,,jt.--tr:t, vieram -o/".'-bran tar de rnndo as forç-t-; '.'-:te dn a Espti nha, <j ue p<)r /; mpodiam não só já ro.ixtir emcfintpcnka a $cu* ezv.rc.fi>.. .-ü!-f!i/o ain_uvj'ur suas provir, ".ot,s^nhoro.ar seus irares, e a.-inirnr(í..i d-.mínio. Se tiveram contr-<,-'.'lo p-üj fim, estariam p''r-Jl-(!<>.. E se isto a-ontecia c.'n 'H')i-jnda, tão distante da íC-^xi-vhn, quanto moi< conviru onwsmo conselho a um reino, ro-deado de Casírla por todas o*partes, sem mais barreira e dt-visão que o Minho e o Ova-diana?

A estas considerações acrts-ciam outras, como ser Por tu-gal um pais todo aberto pormar e por terra, estreito, e Jd-eil á invasão, quando a E-pa-nha lhe opunha tantos ob.ilá-eulos nfl extensão e esterilidadedo seu território, falta dágua 4abastecimentos, calmas, do?n-cas e outros, sem falar na pon-ca disciplina e obediência rnili-tar que sabiam guardar os nol-dados portugueses, tão poucoacostumados à ordem dot es-((uadrões e exércitos, não poden-do negar que assim corno nttn-ca ninguém igualou a sua cons-tància em sustentar os rigoresde um cerco, asáim também lhefazem conhecida vantagem ou-iras nações «a destreza e exer-cicio de manejar um exército, tpelejar formados.

iVida do Padre Antônio Vici-ral.

NTONIO VIEIRA NO BRASIL - Por João FranciscoLisboa

' ii-o e chi niembiu duma ordem religiosa. Oá ho-üi.vs haviam conquistado uma parte considera-

; do B.a.Ml, íí príncipe Maurício de Nassau. com¦n iuniKl<n'ol armamento de terra e mar. tinha

uk> tentar em 1*»38. a tomada da Baia: e posto. ¦ .i empiesa ac malograsse, não se fez todavia

¦ ai ir menos pesada na., ['evastacões que se lhe se-ti:-.uu. A sucria continuou depois, e o ano de 1640¦i Ioíío nos seus começos asislnalado por batalhas

su iiitada.s e Incessantes entre a esquadra lio-;.'k'--.i e a lnso-c.spanha sob a comando do conde

> Torre.E&,as batalhas, cujo resultado foi sempre ia-

e-.vel aos holandeses, pelejaram-se tanto á vista!. coitas do Brasi!.'que, pode-se dizer, a popula-

c\-i contemplava das praias.y-.cfo a impressão dos sentimentos de terror e demuyjs que esl es grandes acontecimentos exct-

¦ :n èni todos os ânimos, ordenaram-se preces!'i- ;s na Baia. e os melhores oradores subiam

'¦.ivsiim-iiii- ao púlpito. Nu último dia coubei* Anto-iio Viei.a a sua ves de pregar. A vida

i*nulOie.s cs:a principalmenfe nos seus dtscttr-¦^ um grando tttunfo oratório é para eles. como

1 om «etieral. o t>anlio duma batalha. Não tare-oots como os -vfu.s outros biógrafos que. comv.l omissão, deixaram em completo silencio,

-üfvias assinalai um esl? notável acontecimento.ío.muado duma -soberba inspiração, e desde-•'-^o .seguir os trilhos usados pela retórica fria e

:i í-'.i dos ouiros prrjytdoívs. desde as primeiras"-¦',,1:; afrontoM-iiO o orador com a divindade,¦' 'íli.s mencios f rónnas tão estranhas, e com

n'.i '''1 audácia tle pensamentos, que faz involun-'r ¦ ¦ > r n*e reco:dar a passagem de Homero, citada°: i*;,:i",inn o-Mre. os exemplos de subliinp.*- l'r:<rqe, i disse ele comecandol, qitare olhior-''-'i. '.tr.i!i'i?iL'? K continuou, depois de explicar a si-ll;' ¦" ' •¦ de iu.stilk-ar a novidade c'o tom quo usava:

^' hei do pregar hoje ao povo, náo hei de" -¦ 'su a, homens, mais alto lião dc subir as ml-

'¦';• lulavras: a vss-aso peilo divino se iiã-ds' diri-II '¦'-1-" o scímão. E' rate o último dos quinw dias' l;'i':a. em qua. tutlas as isrejas di-stn metrópo-'_ '¦ "¦¦' mrsiViii trono do vossa potente majestade,

]''"i !'-''*.i,-,,,'Sen.:.K,n suas deprccaçõ-.xs; e pois o dia ó o'' ;';"; insU) será (tu.* no:e .-e aiiucla também ao últl-'¦;' '" ]i-'i\t<a reméilio. Tod«)S pstfs dias sc cançarrimO'-'!.:.' os orada,!-.»., evangélicos ani pregar poi.itén-"' '"-. Isinucns: e pois eles se não converteram,i;ei" ''"-, S"!i!u>r. converter-vos a viis. F. tiio ore.-as.ii-.l.i ¦ aiiho da vossa misericórdia, que ainda mie

sejamos nós os pecadores, vós havels de ser hoje oarrependido..."Muita razão tenho eu de o esperar. Olhai, Se-nhor. que já dizem os herejes msolentes com os su-eessos prósperos que vós lhes dais ou permitia: iádizem que, porque a sua, que eles chamam religião,e a verdadeira, por Isso Deus os ajuda, e vencem; eporque a nossa 6 errada e talsa. por isso vos deste-vorece, e soinos vencidos. Assim o dizem, assim opregam, e ainda mal. porque nào faltará quem oscrèa. Pois é possivel. Senhor, que hão de ser vossaspermissões argumentos contra vossa fé? E* possivelque se hão de ocasionar de nossos castigos blasfé-mias contra vosso nome? Que diga o heiege queDeus está holandês? Ou não o permitais, Deus meu,por quem sois! Não o digu por nós, que pouco iaem que nos castigasseis, nâo o digo pelo Brasil, quepouco ia em que o destruisseis; por vós o digo. epela honra do vosso santíssimo nome, que tão im-pudentemente se ve blasfemado: propier nomentuiim. Já que o pérlido eaivinista. dos sucessos quesu lhe merecem nossos pecados, faz argumentos dareligião, e se jacta insolente e blasfemo de ser a suaa verdadeira: veja ele na roda dessa mesma for-tuna. que o desvanece, de que parte está a verda-cst>. os ventos e tempestades que descompõem edenotam as nossas armadas, derrotem e desbara-tini as suas: as doenças e pestes q-.us diminuem eenfraquecem os nos?os exércitos, escalem as suasmuralhas, e despovoom o seus presídios, os conse-ilius que, quando vos quercis castigar, se corrompem,em nós sejam alumiados, e neles enfatuados e cou-fusos. Mud? a vitória as insígnias, desafrontem-seas cruzes caíõlicas, triunfem as vossas chagas nasnossas bandeira, e conheça humilhada e desengana-ea a perfídia, que só a fé romana, que professa-mos, è fé, e só ela a verdadeira e a vossa...

''Parece-vos bem, Senhor, parece-vos bem isso?Qu.s a mini, que sou vosso spivo, me oprimais eafíijais? e aos ímpios e aos inimigos vossos, os fa-voroçais e ajudeis? Purc.o-vos bem que sejam eleso*í prosperados e assistidos Ai1 vossa Providência; enos os deixados de vossa mão. nós os esquecidos devossa memória, nos o exemplo de vossos ri-rures,nós o despojo tle von?a ira?

"Considerei, Deus meu. e perdoai-me se faloinconsideradainnite. Co.-.siderai a quem tirais iasterras do Brasil, e a quem as dais. Tirais estas ter-ras àqueles mesmos portugueses a quem escolhos-t:\-i entre t-odas as iiaçõe.-.; do mundo para conquis-tadores da vossa fé. e a quem destes pnr iiraisi.i,como iusiijiiia c divisa »lngii!.ir, vosa.aa próprias

chagas. E será bem, supremo Senhor e Governa-dor do universo, que às sagradas quinas de Portu-gal, e às armas e chagas de Cristo, sucedam as he-rt-Ueas listas de Holanda, rebeldes a seu rei e 1Deus? Será bem que estas se vejam tremular aovento vitoriosas, e aquelas abatidas, arrastadas, eignominiosamente rendidas? E que fareis, ou que.será leito de vosso glorioso nome em casos de tantaafronta?... Assim tostes seivido que entrássemosnestes novos mundos, tâo honrada c tão gsloriosa-mente; e assim permitia que saiamos agora tomtanta afronta e ignomínia... Se este havia dc sero fruto de nossos trabalhos, para que foi o traba-lhar, para que foi o servir, para que foi o derramartanto e tão ilustre sangue nestas conquistas? Paraque abrimos os mares nunca dantes navegados?Para que descobrimos as regiões e os climas nãoconhecidos? Para que contrastámos os ventos e astempestades com tanto arrojo, que apenas há liai-xio no Oceano, que não esteja infamado com rni^e-labitissimos naufrágios de portugueses? E depoisde tantos perigos, depois de tantas desgraças, de-pois de tantas e tão lastimosas mortes, ou naspraias desertas sem sepultura, ou sepultados nasentranhas das feras e monstros marinhos, — queas terras que assim ganhamos, as hajamos de por-der assim?...

"Ganhá-las para as não lograr, desgraça foi, »não ventura: possui-las para as perder, castigo devossa ira. Senhor e nã.o merco nem favor de vossalibcralidade. Se determinaveis dar estas terras aospiratas da Holanda, porque lhas não destes enquan-to eram agrestes e incultas, senão agora? Tantosserviços vos tsm feito esta gente pervertida e após-tata/que nos mandastes primeiro cá; por seus apo-sen tadores, para ihss lavrarmos as terras, para lhesedificarmos aa cidades, e depois de cultivadas e en-'ríquecidas. lhas entregares?... Mas pois, vós, Se-r.hor, o quereis e ordenais assim, fazei o que forties¦servido. Entregai aos holandeses o Brasil, entregai-lhes as índias, enfcregai-lhes as Espanhas, entregai -lhes quanto temos e possuímos, ronde em t>uasmãos o mundo: e a nós, os portugueses c espanh u;,deixai-nos. repudiát-nos, desfazei-nos, acabai-nos.Mas só vos lembro, que estss mesmos que agora cies-íavoreeeis e lançais de vós, pode ser que os queiraisalgum dia. o qus os nâo tenhais... Holanda vosdera os apostólicos conquistadores que levem pelomundo os estandartes da cruz. Holanda vos daráos piegadores que semeem nas terras dos bárbarosa doutrina católica, e a reguem com o próprio sun-gue. Holanda edificará templos, levantará altares.

r/tUINA «• ¦vruMiN-ro Li-ntRARio dr •* manha- - voi- vi DOMINtiO, U/1/1.44 jjWfc

J

A primeira estada do Padre Antonio Vieira no Brasilconsagrará sacerdote., e oferecer., o sacrifício deVMSO m»ilif«iinu empo. Holanda enfim vm servi-ri. • venerara Uo religiosamente, como em Amster-dio. Meldeburgo e Pleslnga, • cm todai aa outras•olónlas daquele frio • alagado Inferno «e eett fa-¦endo todos oi dias...

*8e acaso for assim, e estt determinado emToaso secreto )ulao que entrem os hereget na Baia,e que só vos represento humildemente, e multo de-veras, é que, antes da execução da sentença, re-parels bem. Senhor, no que vos pode suceder de-pois. e que o consulteis com vosso coração enquantoé tempo; porque melhor seri arrepender agora quequando o mal passado não tenha remédio. Bemestais na Intenção e alusão com que digo Isto. e narazão, fundada em vós mesmo, que tenho para o di-ser. Também antes do dilúvio estáveis vós mui eo-lírico e Irado contra os homens, e por mais queNo* orava em todos aqueles cem anos nunca houveremédio para que se aplacasse vossa ira.

-Romperam-se enfim as cataratas do céu. crês-eeu o mar até o cume dos montes, alagou-se o mun-do todo: — ]1 estará satisfeita vossa justiça. Senãoquando, ao terceiro dia. começaram a abolar os cor-poe mortos, e a surgir e aparecer em multidão In-«nita aquelas figuras pálidas, e então se represen-tou sobre as ondas a mais triste e funesta tragé-dia que nunca viram os anjos, que homens, que avissem, não os havia. Vistes vós. lambem, como seo viesets de novo, aquele lastimosisshmo espetáculo.• posto que não ehorastes, porque ainda nãoUnheis olhos capazes de lágrimas, enternece-ram-se porem as entranhas dt vossa divincla-de com tão Intrínseca dor <r»c_w iolore dor-tia intrínsecos) que do modo que em vós cabe ar-rependimento, vos arrependestes do que Unheis fei-to ao mundo, e foi tão inteira a vossa contrição, quenão só tivestes pesar do passado, senão propósitofirme de nunca mais o fazer. Este sóis. Senhor: epois sois este, não vos tomeis com vosso coração.Para que é fazer agora valentia., contra ele. se o seusentimento, e o vosso, as há de pagar depois? Jáque as execuções de vossa justiça custam arrepen-dimcnlcs à vossa bondade; vide o que fazeis, an-tes que c façais, não vos aconteça outra. E paraque o vejais com cores humanas, que Já vos nãosão estranhas, dai-me que eu vos represente pri-meiro no vivo as lástimas e miséria-* deste novo di-lúvio: e se esta representação vcí pão enternecer,e tlvcrdes entranhas para o ver sem grande dur,executai-o embora.

"Imaginemos pois (o que até Ungido e Imagl-nado faz horror', Imaginemos oue vem a Baia c oresto de Brasil a mãos dos holandeses; que é o qnebi-de suceder em tal caso? Entrarão por esta ri-dade com lúria de vencedores e de herejes: não pu -doarão íi estado, a sexo, nem a idade; com os fiosdos nusmos alf auges medirão a todos. C.ioran.i asmulheres vendo que se não guarda decore a sua.honestidade: chorarão os velhos vende que sc nãoguarda respeito ás suas cãs; chorarão os srueido-tes. vendo que até as coroas sagradas os não de-tendem; chorarão finalmente tortos, e entro Iodosmais lastimo, emente os inocentes porque nem aesses perdoará a deshumanidade herética. Sei eu.Senhor que só por amor dos inocentes dissestes vós

alguma hora que não era bem castigar a Niinve.Mais nào sei que tempos, nem que deseraçus e estanossa, que até a mesma Inocência vos não abran-da. Pois também a vós, Senhor, vos há de alcançarparte do castigo, lambem a vós há de chegar.

"Entrarão os herejos nesta igreja e nas oulrasarrebatarão essa custódia em que agora estais ado-rado dos anjos, tomarão os cálices e vasos sagia-dos, e aplicá-los-ão a suas nefandas embiianuêsc-.;derrlbarão dos altares os vultos e estátuas dos suii-tos. deformá-las-ão a cutiladas. e metê-las-ão nologo: e nào perdoarão as mãos furiosas e sacrile-eas, nem às imagens tremendas de Cristo cruclfi-cado, nem ás da Virgem Maria. Não me admitotanto, Senhor, de que hajais de consentir si-melhan-tes agravos e afrontas em vossas Imagens, pois jáas permltlstes em vosso sacratisslmo corpo; mas ruisda Virgem Maria, nas de vossa santíssima mãi. nào¦ei como isto pode estar com a piedade e amor dcfilho. No Monte Calvário esteve esta Senhora sem-pre ao pé da cruz, e com serem aqueles nl.eozes tãodescorteses e cruéis, nenhum se atreveu n lhe to-car, nem a lhe perder o respeito. Assim foi. e assimhavia de ser, porque aslm o Unheis vós prometidopelu profeta: Flugellum non apropinquabit laber-naculo tuo."Pois, filho da virgem Maria, se. tanto euldndotivestes então do respeito e decoro de vossa mãi,como consentls agora que se lhe façam tantos de-saealos? Nem me digais, Senhor, que lá era a pis-soa. ca a Imagem, imagem somente da mesma vir-gem era a arca do testamento, e só porque Oza aquis tocar, lhe tlias.es a vida. Pois se então haviatanto rigor para quem ofendia a Imagem de Maria,porque o não há também agora? Bastava entãoqualquer dos outros desacatos ás coisas sagradas,para uma severíssima demonstração voswt. aindsmilagrosa. Se a Jeroboão, porque levantou a mãopara um profeta, se Jhe secou logo o braço mila-grosamente, como aos hereges. depois de se atreve-rem a afrontar vossos santos, lhes ficam ainda bra-ços para outros delitos? Se a Baltasar. por beberpelos vasos do templo, em que não se consagravavosso sanpue o privastes da vida e do reino; porquevivem os hereijes que convertem vossos cálices a u^osprofanos? Já não há três dedos que escrevam sen-tença de morte contra sacrilegos?"Enfim. Senhor, despojados assim os templos,e ritnibados os altares, acabar-se-a no Brasil acristi-iirlade católica: acabar-se-., o culto divino:nasceu- erva nas igrejas como nos campos, nemhave.í' quem nel;.;- entre. Passara um dia de nau»!e não haverá memória de vosso nascimento: passa-ra a qn&jesma e a semana santa, e não se celebra-túv. o. mistérios de vossa paixão. Chorarão as pi-d ras da*: ruas. co.nn diz Jeremias qne chontnim ít::.do Jerusalém iK-st. uida: Vice Sion luyent, va quódnon ciiut, t/ui icriiavt ad sv}C7nnitaten, Ve:-NC-íi<>ermas c .solitárias, e que as não pisa a devoção dosfieis, corno costumava em semelhantes dias. Nãohaverá missas, nem altares, nem sacerdotes que nsdi^as: morrerão os católicos sem confissão mm sa-eF.Mf.íTilí.; prosar-se-ão heresias nestes mesmosj-nui.ii.Oc-. e ern Jupar de São Jeronimo e *S:mi.j> Aeos-tinho. onvir-sc-ão neles os infames nomes de Cal-vim; ( o:- Lutem: beberão a falsa doutrina os ino-rentes que ficarem, relíquias dos portugueses: e

chegaremos a estado que. ie pergunta'riu ;:,>H ri.lhos e netos dos que aqui ertáo: Menino de uut-seita sois? Uni respunrerii. eu sou ei Ivlnlstn. ou-tio. eu sou luterano. Pi is l.-lo se há tle sotirr. na-uIlciis? Quando qulsesles entiegar vosco» nv-.)'._s i,Pedro, maiiiinasle-lo lués vezes, se vos amava:Diligis me, diligts me di iin« me? E r-oiu us caiu ¦(,-iis desta maneira, náo a pa-imes. seo iu n ir.coi:Sois o mesmo, ou Kits nulo? Aos lu-rc-icí. o \u--.-i,rebanho? Aos herej-f s sa Minas? Como íc-iVn ii.-ne nomeei almas, nào vs outro d'/"r jn:.i«. ,1 i vi.Senhor, que vos haveis <'e enternecer e snc. r-nn-i.e que nãn haveis df ter ri-;neâo pr^a vo l.-.i. iv\-tlmas k tais esliagos. F. se assim t. (que lu.an, ,-.estão prometei-dn vossas estranhas pr«N;. i:; nínsise é que ha de haver tínr. >:c e oue há d1 h-ivi tn-rependimento c'c?joK ei ;m «n as irar,, (¦e-.Tiri ._;; »•*.¦-eueões aporá: nâo é iusío ves cmiícnie aetv:-, o quede vós ha de pc.-ar em rVum lempo"

Tudo Isto v. r será r! cr,'ama-te bc!o. <. i o- »,dizemos com tanta m:nor saíísfrnão. fpun-i.üs .-:'.'.ioraras ns vcücs em que o i-rundr orador se irosireiptial ao que foi nrsta i/Tr.ào E ainda ivi df rleitor advertir que neste extrato omitlmo*- ii-."<.¦...*-inteiras em que o autor, iã naquele lemp:. :Met.,v.*derramar a sua mulla erudição, cm freouente-i ei-taef.es, exemplos e dlgresvôrs. que sem n nnvr ouIluminar, serviam só de cmpeecr e enlicqn-ei-i r.ai dor impetuoso des*a m&rrnifiea omeão

Assim Ia rrrsceneo de dia pnva dti ro im-i**drstís esplêndidos trinnfns (trntório-;. n r fl!;^'-"'"do P. Antonio Vieira, v com ela. e na ni'VMüi p;-o-porção, devia medrar ji ma inata amhieào A >*Mede glória e de poder que o n brasa vn, iã «" n^n r°-dia aplacar na pequena metrópole duma eo'óni.i:e a Imagem grandiosa de Lisboa, sua primeira p:_-tria, e a dos louros rjue nela colhiam fnt-ts riv:ii»;de eloquencia. t'evia apnrec?r-lhe incrssor«ie i- per-tuibar-lhe n snno; porquanto, segundo ele mesnírnõ-lo disse depois, a tisovia do pregador <> u mau-nifieência do teatro, e n r/randeza imenva (/o cidadee corte.

Se tal era. como devemos supor, um aeoitieei-mentos extraordinário veio a ponto proporcionar-lhe ocasião de. realizar os pensamentos que o des-velavam, Portugal acabava de sacucir o juco deCistella, rtstaurando a jndependéncia nacional, rproclamando rei natural; e a revolução, que reben-tando em Lisbon se propa;<::-ra com a pi.-r.i .,v;.i r;»-pidez da eletricidade por ledos os ângiiliüs (iu rehne ainda dos mais renutus confins rios domiroo-ultrama.ínos, loi por toca a parte acolhida í-íj.jitransportes dc ,)úbilo c t-ntusiáftjcas ai-i-inaçõ;-.-Na B^ia piocedcu-s;' ttiino nos mais pohU.s cia mo-narquiu: e u marquês de Muntalvâo. vi-C-r- i po/iopor Castell.i. uim .-;'> K-ilvriu ao mov.i.unU, e-.r.- ?-deu pressa a mandar por um de seus íilí'*'s ctiu;-primentar o rei novo pela sua feüií r.elnm;' "k-

Mas D. Fernando cie Maí-cartriha;.. o man;. b-;escolhido paia esia comissão, era de poiteos í;r,os:e seu pai assentou dc o fazer acompanhar pur doishomens de cuja tapacidafe pudesse melhor eon-fiar o caba! ticsí-mpnilv; d.Ia. Em um.i é''¦..:.:) tu.que os jesuítas tanto pnponderavam, i fio r dtmaravilhar qne os dois mentores designados >;a!í;:-ciindo seio da companhia. Um deles foi o no.-':n jrdre.

{Vida de Padre Vici a)

O PADRE ANTONIO VIEIRA E AESCRAVIDÃO DOS ÍNDIOS-'tr

SOBRE O MARANHÃO - mSf

Entre os diversos casos quese ofereceram, foi o de um fi-lho vendido por seu pai. Assimo disse o comprador, e assim oconfessou o moço. O padre vi-gárlo e os três frades votarampelo cativeiro, pois não haviacoisa mais certa e averiguada,diziam eles, que poderem ospais vender seus filhos. Comocombateu Antonio Vieira esteatentado contra as leis mais ob-vias é sagradas do sangue e danatureza? Alegou que, supostopoderem os pais vender os ÍI-lhos, só lhes era lícito taaerem-no em caso de extrema necessi-dade, e nestes Índios, não seprovando o contrário, não sepodia presumir semelhante ne-cessidade, pois esta ou é de hon-ra, e entre eles nào a há; oué do vestido, e eles andam nus;oa é de sustento, e eles nuncapadecem fome, pois se alimen-tam das frutas e da caça, que omato lhes oferece espontâneoe sem trabalho; por onde a oca-sião da venda só podia vir dacobiça do pai ou de violência dequem lhe tomou o filho. De rec-to as leis de Sua Majestade naoapontavam o direito do pai co-mo causa legitima do cativeiro.Como quer que fos^e, porem,yeneeu a maioria, e o mancebofoi declarado escravo.

Como muitos dos Índios eram

]ti passados ao Maranhão, foinecessário formar nesta capita-nia outro juizo. no qual em vezdo ouvidor e do vigário do Po-tá. tomaram parle o ouvidor-geral e o vigário-geral do Esla-do. Ambos estes inclinaram-separa o lado de Antonio Vieira tdo governador; e como os trêsfrades se vissem suplantados,recusaram assinar as novassentenças!

Conclue Vieira todos as suasobservações, notando que o juí-zo e voto dos padres eram sus-peitos e nulos, porque eles, co-mo senhores de escravos, eramresponsáveis à evição.

O que está, porem, mais quomuito evidente, é que nunca emque tão grandiosa, è onde iamcomprometidos os direitos sa-grados da religl&o e da huma-nidade, se produziram pró e con-tra razões e argumentos maismiseráveis. Já o leitor terá no-tado também que pelo só fatode fazer o padre Antonio Viei-ra concessões em uma matériaque as não admitia, pois o prin-ciplo da liberdade é absoluto ecom ele se não pode nem devetransigir, o temor arguido desacrificar ele mesmo a causados Índios. Mas, pois que ele.ainda que embaraçado em umsistema errôneo e vicioso, noque havia mas culpa do enter,-

dimento que da vontade, eranão obstante o campeão estrénuoe infatigavel dos pobres índios,talvez se diga que o havemostratado com demasiado rhror,quando os seus erros eram dig-nos de mais indulgência c osseus serviços de muito maior re-conhecimento. O leitor, porem,há de necessariamente convirem que não temos praticadomais do que atos de simples Jns-tiça, se vier a conhecer que es-te famoso Jesuíta, arredada aconcorrência dos moradores edas outras ordens religiosas.procedia à feição de todos osmate, buscando Índios ao ser-tão, movendo-lhes guerras en-carniçad&s, aprisionando-os, re-partindo-os e vendendo-os co-mo escravos. Foi ele tambémquem planeou seriamente a in-tradução da escravatura afri-cana, para que, satisfeitas poreste meio as necessidades doscolonos, pudesse a companhia,mais desimpedida de estorvos,exercitar uma Jurisdição lliml-tada e exclusiva sobre os Índios.Havemos de vêr também queno exame dos cativeiros os pa-dres de Santo Ignacio se porta-ram ainda com mais escândalo,se era. possível, do que os seuscolegas das outras ordens.

(Vida do Padre Antonio Viel-ra).

Concentremos agora em umquadro mais estreito e sucinto,com que ntelkor prendam aatenção, iodas estas considera-ções, dispersas e um pouco ex-tensas, que acabamos de fazersobre as diferentes frases e as-pectos da vida colonial. O queé que se oferece à observaçãosob o ponto de vista político,intelectual e moral? Leis con-fusas, incompletaSi contradito-rias, opressivas, contendo algu-mas boas disposições parciais*de resto impotentes para obviarà influência perniciosa dos pri-metros gerais dominantes, fal-sos e viciosos; a sua anarquiaintrínseca, singularmente ali-mentada na execução, pelas in-frações incessantes e perma-nentes a que a ignorância, aprepotência e a (corrupção im-pèliain os governadores; as cã-maras e os magistrados ociosos,enchendo o tempo com mane-jos e intrigas políticas e parti-culares, e associa ndo-sc ao eis-tema geral de opressão e tira-niat bem que ordinariamenteavessos entre si e em direçãooposta à dos governadores, emvez de manteram a dignidadeprópria e os foros dos cidadãos;— poderes rivais t reiufantcs,(nti-eis para a .isealte-çfio e oequilíbrio, admiráveis e efica-cisslmos para os conflitos, ostumultos e as revoltas; os fra-ies t eclesiásticos em geral.

sem exceção dos príncipes edignidades da igreja, jumenta»-ão por iodos os ?neios a síí/í-Ção e a discórdia, e violando naprática os principio* de liber-dade que no ardor das lulaspelo predomínio apregoavam afavor dos Índios; a imoljçiiooro. lenta e gradual, ora instan-tânea e fulminante desta ruçainfeliz: as guerras estrangei-ras; as capitanias reunidas, se-paradas, outra vez reunidas: aresidência dos governadores en-fim transferida continuamentede uma para outra capital, ei1-aí. por uma das suas laces, «-acidentes ordinários dessa, vidamesquinha e tormentosa quenos propusemos a esboçar.

A maior parte destes e de ou-tros muitos males, prendium rn,quesião abrasadora dos Índios.e as leis, perpetua e monstrun-sa afirmação e negação do'mesmos princípios, pavoneandoora a liberdade, ora o cativeiro.entretlnham esta funesta preo-eupaçáo, impelindo os cidadãos.alternativamente animados <iludidos em suas esperanças, daenergia e do furor a prostraçãoe à ignaviti.

Enfatuados da sua nobreza,igualmente fingidos pelo <»-gulho e pela miséria, e tão a vi-dos ie riquezas como incapazesie grangeá-las pelos meios li«i-

(Continua na pás. 421

j@%. •lOTHNCSO. 1(71/1944 SUI*I,r,-|VirMTO I.ITRRARIO IM! "A MANHA" — VIM.. VI PAflINA 41

JOÃO HtANClSCO LISBOA(ISlMcÜW)

Nuiitr.-t ti, /'.'!..'-*sirn-t.liiim. nt, Mamrthdo.(,','¦, .:,• v.i iircnsG.s cs'íi:,'us < „i Sá:, l.ut-, tenda sido um ds

, mcsi-.vi Ftr.nchr.i Sotero dn fieis, dedcon-se d proibido,.„,.»; (.->. — eicr.?>i3,"(í, r' -o nrr.sll.tlrn", rio ¦•Forol Jíni-o-

PerfildeJoãoFranciscoüsboa-^cS!!.ro "/¦'(.¦'¦ do W<;.\' „« •Crinlea' e "Ptth'ieador Mura-

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li pirado provincial -im dutn /-.(¦-¦/¦(lia.itra'*, em tempo se-¦,.,/,,,v',i í':i i/overno cm. wo, .sr/t,, «Tiü-ioii-se, po,- ultin,, ao /o-o.

/',''.*'r"("'t-nj os ms. 1 a 10 d? .««o interessam; e oiitiinal pu..,•,',¦ ,..,-•., "..-irriof d-, Timon" ,2 ttr.lj.), «cu para u Rio dj Janei.„ ,.,• 19",:',. DíiífUi ser/Ml,, pnra Portugal, incumbi!,, olieialmenle¦le ti'\ir documentes tutra a hiilári-t da Brasil. Em Lisboa deu

,„„•¦, ((.,(, numero» d; "J irnal tle rimou" ti vil., e tralialhnva„.. d-srmpenno de setes devorai d; comis.ionad,. quando o vlil-,„..,, « m:rlc.

.¦;<¦-¦ oíjr-cr, mait t'«'io.irt *"-¦/.-» extensa. £ a seguinte:¦¦junta', d, rimou" - -iWiirai,í,3o**, 1S25. "/Iii," 1M3 -f.ii-',,„,-. .1:5.1.

¦Obres Completas", antecedidas tle uma noticia biográiieu„,.,',, ur. Anlonio Henrique» Lea'. "S. Luii, Tlp. de Sellatmi-,,,, .... Ht/tloi", 1861-65. 4 vols. ICom retrato do autor,.

O ¦*./;,',,al de Timor", do n. r. em diante, trai a itndieoção:\nt mudos, noticias e observaiõi.s para servirem à h.Htõria

!',i"ta»hâa".al „'<'(. rio Padre Antônio vieira, qtie al aparecia, fa-. po,!'-

I.* ml. das "Obras Completai", cuja diilrtbnir-ão é a negZnte:Vol-nte !." — Noticia biog'áfi.ca e oi quatro primeiros vs

nal de Timon",Volume 2." — Os ,,,. 5 a 10 do "Jornal".Volime 3." — Os ns. 11 e 12 do "/orno!".Voliini". 4.° -- Vida do Padre Antônio Vieira. Biografia de

Manoel Odorico Mendes. Folhetim. Discurso e arligo político:vvt''n a apêndice.

R?im,,rtmlndo-se em Lisboa "As Obras Cample'as" (19011.ftcrercy. Theophilo Braga o prõroga que abre o 2,u volnme.

¦Sobre Q Qbra. pela. qual é mais conhecido, vuçamw a JoãoFraitctsco Lisboa*."O feitor perguntará agora natvralniênie a que propósito eAenome efe Timon.

Que sei eu? Esse nome. ilustrado por um dos mais belos ta-tentos da literatura moderna, pertenceu na antigüidade a umhomem singular e estranho que. azedado pela injustiça e ingra-tntão que com ele usaram alguns dos seus contemporâneos, votou¦.**¦ ódio tão entranhavel ao gênero humano e de maniira •»reputava entregue aos crimes e aos vícios, que se pagava mai*.-f-i desprezo que da estima dos homens.

... "De mim o digo que. sem aspirar ao renome e glória doetpthtuoso Timon parisiense, pois me falecem cabedal e en tenhapara poder, nâo jà competir com ele. mas seguir de longe sen"-*./»> luminoso, espero, ao menos, nâo ser acusado da feros mi-,ni'trngia do ateniense"..."Timoit vai escrever sem pretensões de qualidade alguma,vão um livro, mas um simples jornal; e todo o seu empenho seráfrpor com singeleza e lisura o que a observação e a experiência,lindadas (te alguns poucos e interrompidos estutlos. lhe teempiidid'.) ensinar".

Varnhagen, cujas idéias sobre nossos índios Lisboa criticara,publicou em Lima, jà em 1867, um opúsculo em aue procurou de-f.;ider-,e: "Os índios bravos e o Sr. Lisboa". Timon 3.°."Lisboa, die Sotero dos Reis, é o gênio resplandecendo e do-•ninando pela sua mesma força, e só por ela. sem o auxilio das<*votas para formá-lo e sem as recompensas populares, nem ofi-•iuii. para animá-lo".

.1 estátua do publicista e historiador, de que se ufana o Ma-• imlião, ergue-se. desde 1918, numa das praças de S. Ltífe, a pra-,-f* J-tão Lisboa, antigo largo do Carmo.AC. CHICHORRO DA GAMA.• Revista de Lingua Portuguesa, n. 24.).

Fontes sobre João Francisco LisboaArtur Mota indica, como fon-<-*.s sobre João Francisco Ll3*>oa,

as seguintes:Academia Maranhense — A

estatua de J. F. Lisboa —1918.

Antônio Henriques Leal —Biografia nas "Obras comple-ta.s'\ em ambas as edições.

Antônio Henriques Leal —pHntemi — 4.° vol.

Clarindo (Santiago "" — JoãoLisboa — Maranhão — 1929.

Eugênio Werneck — Antolo-•ii* Brasileira, pág. 221.Francisco Octaviano — Cor-

nuo Mercantil.Henrique Coelho — Cresto-

matia Brasileira — pág. 91.Itmocenclo da Silva —¦ Dlcio-

i.ãfi.J Bibliográfico, vol, 3.",!>»*. 378.

Joaquim Manoel de Macedo —Ano biográfico. I, pág. 51».

Joaquim Serra — Síssenta.mos de jornalismo, por "Igno-tua".

José Veríssimo — História daLiteratura brasileira, pág. 2S4.

José Veríssimo — Estudos deHt-ratura brasileira — vol. II,Pá?. 183.

Laudslíno Freire — Clássico*Brt.ileiros.

Luis Carlos — Discurso de re-«-ncio ._ Rev. da Academia —"¦" 81, Pág. 63.

Oliveira Lima — Revista doBrasil, n." 27.

Pedro Lessa — J. F. Lisboa— ii-" 18 dc Rev. da Aeademia,ou sn, Conferências da Soe.-Ie Cultura Arcistica de 3. Pau-lo. vol. I.

Pinheiro chagas — Brasilei-ros ilustres, pág 155.

Reis Carvalho — BibliotecaInternacional de obras célebres,pás. 272.

Rouald de Carvalho — Pe-quena hlst. da literatura brasi-leira, pág. 272.

Sacramento Blake _.. Dicio-nário bibliográfico brasileiro.

Sotero dos Reis — Apêndice,nas "Obras completas*' <ed.port.).

Sotero dos Reis — Curso deLiterat. de port. e do Brasil —tomo V. pág. 129.

Silvio Romero e JoSo Ribeiro— "Compêndio de História daLiteratura Brasileira", páp,. 4M.

Teixeira de Melo — "Ef-ínié-rides Nacionais", vol. I, pág.280 e vol. II. pág. 175.

Victor Orbau — "Litteratura*Bresiliense", pág. 97.

("Revista da Academia Bra-slleira", n." 96,.

UM JORNALISTAJOAQUIM SERRA

Foi João Lisboa, o primeirodos Jornalistas do Maranhão, enão vemos razão para ce.xarde dizer que, em todo o Bra-sil, nenhum outro se lhe avan-taja no primor da forma, naerudição e substância dos es*cri tos...

Tinha a eloqüência e o saberde Salles Torres Homem, o ali-cismo e a ameuidíds de Fran-cisco Olaviano. Er» uma pu-deiosa organizarão jornali.*.-tlca.

João Lisboa fez as suas pri-uielra-i armas no lirasileiro, p;-

Sil.to flutuar, em tono demim, ik:-1_ ambiente, umnsum br* v-srtitíincwa, que uiosA bem k? me está d_liando oNu ido rspuiiuai de uma ben-i,.i,,, ou se me está advertindodu inuiha aluai respoiumblll-dado.

íi' uma projeção do antraf,OtSiy.mando o vulto eurégio dtJoão Pram.i.-x-o Llaboa.

Katursl do Maranhão, ninhod*i condoiv-i, deu-lha, para lo-¦.-¦». o b?tf;.i »* rèmiged para auondiçíio altivolante.

IIii!*,:nho privilegiado de ]ur-nal-sta -¦ tribuno, os kous Jor-nais de Timon e as suas ora-,;óes parlamentares, que arreha-lavam o auditório, pala nobre-sa da linguagem, pelo surlo dasidéia.; e pelo acendrado pátrio-tisnío, revelado a vida inteira,.sâo d? si baslus para pupetuar-lhe o nome na história da Ut*?-ratura brr..silçira.

Fundou e dirigiu o Brasileiro,o Farol Maranhense e o Eco duNorte, periódicos que lhe regls-íraram antigos verdadelrameu-U' notavefíi. p-lo aabar analíticosobre assuntos de alta monta.coíto o-! trabalhos da assem-bléla Issialativa, a liberdade daimprensa e os, partidiw poli-ticos do Bra.su.

P_U'_; que bem se [Wssa ajui-zar do seu gTmae iner?gtmen-to, basta ouvir o cortcMto qued'le formava o xeu ilustre ad-versa rio no jornalismo —

Franci-jco Sotero dcâ Reis:"Entre todos esses vultos df*»talentos superiores que coloc;:-mos cm lugar próprio nesta es-peeJe de í<aieria jornalística, osr. Jono Francisco Li^b"a, qu*?a força e iuctdez dc pensameu-to reúne em subido grau o vlgur.a majestade e c colorId? da ex-pressão, incarnando a4s suasconcepções sob as formas asmai*. apropriadas, voitindo-asdo.s trajís os mais adequados,ornando-as com os malbss osmais delicados, imprimindo-Ilieos ademanes os mais cxpressi-vos, e anlmantío-as para assimdizer com os traços de sua pena,parece-nos ser o mais pre^mi-nente e grandioso vuho. que seapresenta aos olhos do obser-vador".

O s?u talento, equilibrado poruma notável expressão de pro-bidade, po.-*to a. servii-o da poli-tica. irradiou sentenças de pro-fundo humanismo e desveladoamor pela justiça.

São dignas de tran.scricão a-isuas admiráveis palavras, a res-peito da Sabirwda, episódio his-tórlco, que b*-m conherpís:"Recusamos tomar parte nos

riódico por ele fundado em1832. João Lisboa tinha entãovinte anos e, embora inexoe-riente. distinguiu-se imediata-mente nela originalidade desuas idéias e coragem no mo-do de enunciá-las.

Sem filiação a partido algum,o Brasileiro era uma folha in-dependente e justa. Foi liberal(? adversário dos "moderados";reconhecia a bondade relativadaqueles, e a sistemática exa-geração dos exaltados. Estig-matlstava os portugueses porcausa dai*, lutas inflamadas queae seguiram à independência,ma» isso era desculpavel à vis-ta das provocações dò tempo.

Num tom sempre vlbranti depatriotismo. Joáo Lisboa nun-ca alimentou questão por an-tlpatias; não procurava Influirnas massas populares, com des-provsi'0 da ordem e tranquill-dade pública.

O Brasileiro preferiu ser deum liberalismo doutrinário; e14 no extremo norte do Impe-rio discutia negócios gf-tais emuít o s int-?rnaciop?.ts comp,ríUK> proficiência e vigor deprfncíp:n.s.

Quando o Brasileira surgiu,encontrou o regime das devas-sas. e por isso protestou contrati.1** v'ol?nct**s, tendo a seu la-do a paUe sã da provincia.

rcgosliu» Jeitos por ocaalãu deuma desgraçada guerra, e aln-da hoje nos honramos dc nãoteimua querido danaar ao cia-rau de um mccndlo, sobre oicadáve.es de mllha.es de cida-dãos. ao som dos seus gemidos— cidadãos dignos de lástima,qu*r criminosos, quer inocentes.Era mui cabido um odeio de ti-nadus, » em todo o caso as ta-chaü de sangue que deixam >>striunfo» obtidos -sobre os pró-prios concidadãos devem dehi-se com lágrimas e náo com o vi-nho dos banquetei-*.

E' um ferro em brasa aplica-do à conciencia pública, acen-dendo a-o derredor oa clarõaadramáticos da guerra Iratri-cida.

ü seu espirito, pela multtptt-cidade du ma...[estações, erabem um polledro de cristal: nnjornalismo com na tribuna, naJurisprudência como no parla-m:-ntü. Levava sempre aa Iam-pas aos seus adversários, oupor vigor de dialética ou no ea-giimir motejos e remoques queos emudeciam pela lrrtsáo.

Reduzido à pubreta, natural-mente v?Ia sua intransigênciade caráter, abandonou a polili-ca, para dedicar-se, exclusiva-niati.e, à literatura e á ciênciado :llreito.

A breve trecho, a sua bancade jjdvogado era uma Ja-s maistlorf.scenlíi do Estado e dava-lhe o necessário para viver uresto da existência, folgada-mente, sem que dai advtessemquaUqucr suspeitas contra asua honradez, que continuouilibada a vida inteira.

A página noturna da nossahistória, não podia passar des-percebida aos olhos do nossoeminente patrício, que a -.'ons-tetou de lágrimas e pensamen-tos — exa-Iaçóôs irmãs da Íron-te humana; umas destinada,- arolar para embeber a Terra, ou-trás a subir pelo Espaço paraindagar do vago a causa im.i-nente do sofrimento universal.

Não lhe podia passar despir-c?bido o borráo de treva t-o-nque o destino maculou a histo-ria do Brasil: a escravatura.

Entrou de escrever uttia oorasobre o assunto. Mal, porem, ter-minara os primeiros capiíuio.s,suiííe laureada pela opinião pú-blica a Cabana do Pai Tumaz,coui vários pontos de contactoidealista e diversos casos de si-miiítude com o seu pensamento.

A sensibilidade da sua estru-tura moral não lhe permitiu oprosseguimento da obra, queseria, a julgar pelo inicio, d<imolde a incorporar-se com re-levo notório à bibliografia doabolicionismo.

As cousas públicas absorviam,profundamente, a sua atenç-áo;e foi inspirado pala influênciaque exercera em França, durai.-te o período tumultuárto daFrontíe, a Sátira Menipéa, qu-?dehberou publicar folhetinsmensais de análise critica sobreo movimento irregular da 'Tocaadministrativa". Assim nasceu,em 1852, o Jornal de Timon,cujo primeiro numero era de100 páginas e foi seguido de ou-Uos até ao duodácimo, já pu-blicado. em Lisboa, em 1858.

Os quatro primeiros númerosdo Jornal de Tjme-n formam uprimeiro volume da segundaedição de suas obras, que é %mais conhecida.

Ai detem-se o grande estilia-ta a estudar os costumes, poli-ticos da sua- terra nata!, »nnconfronto histórico, sob o pontode vista eleitoral, com a anti-

. ij,uidade,*a Idade média e ostempos modernos.

Sáo telas admiráveis, onde uautor, numa eloqüência de esti-lo dificilmente comparável na*quil-ís tempos, alia o vigor ex-pressionai de Rubens, no colo-rido, ao vlsualismo terebranted? Molière, na observação risíveldos homens e das cotsaa,

O segundo volume, analisa, aprincipio — e com que graça s[•rUário! — ou trabalhai publi-cados sobre a vida da província;

versa, depou, o dsceibriu.eatuila A.itáiica c as tentativa., pa-ra explorar e colonizar o Mar*-nliáo: traia, a seguir, da inva-sau francesa e da holand'í.ia,realçando a vitória das armuspoitugucsauH, em ambas; estuda,cn. cotejo, aa duas invasrjos,manllestando-se tavoravel afrancesa, cuja tendência er*humanitária e clvllizadora, aopasso que a holandesa era nvtt-cantil e desrespeitosa aos coseu-me» e religião dos colonos; ui.,lamenta, entretanto, que tenha-mos descendido dos po.luguc-umn ao revés, dedica-Uies estaaexpressivas palavras: "o» po,-tuguesea, de quem derivanu» aorigem, nação pequena e a..-t-antoada nus extremos confinaocidentais do velho mundo, po-dem com razão ufanar-se de terfundado no novo, em um pauou deserto, ou infestado de hor-das leroct&slmaa, um importotáo vasto como compacto, o s"~guudo por ventura uesle eou*.*-riente, onde aumente aos JSsta-doa Unidos cede a pttma^ia' ;íaz sentir, em seguida, a vantn-gem que nisso oa portugueses le-varam aos espanhóUt, cujos re-cursos eram maiores a que "en-contrando civilização adiantada-,no Mixico e no Peru deixara».,todavia, resultado» comparatl-vãmente inferiores'; estuda,depois, costumes e usos dos abo-rígenes e termina analisando uaatos da Companhia de Jesus

No terceiro volume, onde nexpressão lhe aparece mais tra-balhada, continua a investigaia história do Maranhão e o en-cerra com a narrativa tocanv>da revolta de Manuel Bekmane outros episódios relativos &administração da colônia.

Os dois volumes da sua alen-tacta e brilhante obra literáriatrazem grande cópia de notase documentos raros

A sua melhor produção: AVida do Padre Antônio Vi rir aesteve fadada ao mesmo destl-no do livro, apenas iniciado, -su-bre a escravatura. Depois de suamorte, encontraram-na numma-sso de manuscritos, cujo en-vólucro __ísim dizia: "Estes p-i-péis devem ser queimados, semserem lidos, quando eu o deter-minar". Tratava-se, entretanto,do melhor trabalho até hoie c-J-nhecido, em Portugal e no Bra-sil, sobre a existência do grandepregador missionário.

Era esse historiador notável.esse estilista fim&shno. cujaobra se incorporou, definitiva-mente, ao patrimônio mentaldo pais, quem produ?.la estas *.!-nhas, cm resposta a um amigoque o acoroçoava a escrever ahistória do Maranhão: "Comonão tenho fé robusta no meualiás prodigioso talento, nuncafico satisfeito do que produza oescrevo*".

Apesar dis»), que é qualidade,aliás, própria dos grandes espí-ritos, modéstia — "sombra dovalor" como lhe chamou alguém,o eminente publicista, orador,político, historiógrafo, filósofo,biógrafo e jurlsconsulto mere-ceu fé, por vezes elevada a*3 fa-natismo. a quantos se maolfcs-taram, publicamente, sobre aseu talento; e entre estes po-dem contar-se: Francisco Oct&-viano de Almeida Rosa, AntônioHenrique» Leal, Domingos Qor.-çalves de Magalhães, JoaquimManuel de Macedo e GonçalvesDias.

São ainda de sua lavra div»r-sos folhetins e outros trabalhosliterários, em torno de cujo me-rficimento não seria justo fa».orsilêncio, neste, alias, simplesesboço biográfico y* tào br1-lhante personalidade Katã:.nesse caso os folhetins. A festade N. S. dos Remédios: A festados mortes ou a piocissãi án**(wsosi Teatro São Luis; o dis-curso sobre a anistia aos per-nambucanos revoUosot*: o art.l-go político A Questão do Prntae a Biografia de Manuel Odoria-sMendes.

(DisearsM AeadmilaM, V. 4*».

MOINA 4Í illPIaKMirNTfl LITKRARIO DK "A MANHA" - VOL. VI •AMINOO, M/1/1M4 .

João Francisco Lisboai)ão Francisco Lisboa-»**"*»"O Estado do Maranhão acaba portanto graus acadêmicos, de- lutai* Re*lro-n,e ao ar. J. L„-

!"aldar a sua dívida de lira- vendo a si próprio tao somente cio de "\_evedu.

Lo nara com um do. filho, a sua Ilustração e o seu alieis- _ O prw.wlo ri.'Ji.au Fran. ,s,„João Francisco Lisboa «ÍBIS-

18361. E' este o escritor brasi-Jeiro tiue melhor w junta a um

torlos por dilatados anos. o quetambem acontecera nn assem-bléla provincial <l» Maranhão

estudo da personalidade sob o nas lcrislnturas de lüJí-3»

ponto de vista evolutivo. Suaobra é-lhe um comenláriii davida. ou melhor, a vida é umcomentário de «ua obra

detidão para com um dosdessa terra que mais a teeni ma..ilustrado. A cidade de S. Lute q Brasil de ontem contou

Mas ewic escritor político, ju- mereceu noutros tempos, nio m(,|„ & um João Fruncsico Lis-rlsla e i.rador. pela forca Irre- mui remotos, a denominação «lc toa, no sentido desses erúdllo»,(latlvel da vornçao. adrede Atenas Brasileira, e não é ela e nf ul,s tantos primorosos jor-

1848-49.

Lisboa não só se derivou,tudo, cio seu talento: U-mbeir. +não pouco st* derivou do mu vurater. Tuda a vida se impôs p, •la seriedade do proceder e pel.vocação, aureoe Atenas Brasileira, e nau « n» , rtf u„., íamos pnmorusos jui- ",IVUi,,lr- .,. ;...-.0 _. .

fü.'.; "eTniriü.

mito "ao'

abrlim provocada pelos fal.*. pelos imeiecida. se atendermos a 'jue Mibtas de provineia, que não Sp ,írlnillaclo o une nãu iamda <ol„ tacã de cormitca dl .Icoiilecimci.tos do melo em que M „ berço do mais ilustre «io, l0(traram um e outro qualifica- £ f'

»ll^ «^ » * '„ ;

wisas do neiisamet.lo niiider- vivia, não se concebe que de- nom0t poetas e do mais ilustre tlvo, embora sem ciência • sem lece l"m ul ' "

no nas academias e unlversldn- P«il» de 1840 pudesse deixar a dos nossos prosadores, de Mtlk>. Não sei se o amor ao «s-des ou ainda no vat-vem cons- pena por uniu vez; e de fslo Gonçalves Dias e de João Fran- tudo era então maior, ou se otanto na flutuação perpétua não deixou Já em Julho de et!K0 usboa. meio favorecia mais a menelo-das Inlulçrai. Intelectuais dos 1842 ello á frente do Publica- 0 primeiro Jà tinlia o seu nada Instrução voluiitiriB. O¦rondes centros obedeceu ã «for Maranhense, em riija mia- monumento; acaba de tê-lo o fat- e qHe teem desaparecidosimules lógica interior. »o des- cio permaneceu ate Julho de sf,(,m,d-0i sob a forma de uma da vida dos Estados os repie_„_.-.- ..-,-,<.! aa «iaaiaeir. das 1855. data em que se retliou estKtUa, obra do escultor fran- ' ' J

para o ni,, de Janeiro. No Pu- ,.é« Magrou. Encarregada de ur-ganlpar a cerimônia a Aeale-mia Maranhense publlrou umvolume comemorativo da es. ri-tor. no qual se reuniram ex-celfiiU-s contribuições, a esserespeito, de Antônio Henrlques

dobrar normal e singelo «iaspróprias foteas «pie lhe eramInerentes, despertadas apenaspelo melo.

O estudo das primeiras letras

Wlcorf.tram-srescritos

Maranhense eneon-alinnis ciog mais brio.ssatíricos de Usboa

dos costumes dc .sua

tece com outros, que,tan tu, sr dão como modelos a•er copiadas. Alem dn li.,:,.-lidade sem Jaca, possuiu outravirtude, entAo como prese. ..-menl«. rara — a l-iriándi,qu** sabia estender aos mi ver-sarios, uni ti tolerância i'S|*"u-tànen da sua alma. «pie ioda-via nãi» era a de um otinu.-t;i.

das humanidades que lhe foi acerca .ppnen. Tais suo a Proctssío do;Cajus, a Feda de S. S. dor Remédio,, o Teatro dc .S\ í.uiã .

ministrado na meninicemais verde mocidade. foi purele mesmo aumentado, dlvt.ru-dido. ao impulso de pendoressubi ec ti vos.

bw espirito, de tendênciasclássicas, impregnado de a."pi-rações libeialisantcs. de intui-tos sociais, de irresistível sim-patla pelo progresso e peloamor dos homens e grandezados povos, era arrebatado parao estudo aturado àa politica.da história. «Io direito, da mo-ral, da filosofia, da economianacional, das literaturas fran-cesa. italiana, espanhola r, In-

scntanlcs daquela espécie deestudiosa1;, pente de "croisé".cartola e calças branca* que fortificada peludantes constituíam em muitos f •*" ,.,.,. _,„ .._..!.....casos, pela competência pe-la compostura, pela sinc.-ridade dos seus propósito.-;e pelo fervor tiixs eus ideais, um

outru5.Ao mesmo tempo que traba-

lhava no Publicatiur. fazia .sair¦io M^undo semestre dn ano dc_í_52. os cinco primeiro-s tolhe-tos mensais a que pôz o titulode Jornal de Timon. c no fimdo ano de 1853, em um só grau-de volume, os cinco mmierosseguintes até o décimo.

Deixado o Maranhão peloBio de Janeiro em julho de1855. como já advertimos, pas-.sou-se em fins d£3§« rnfSffio'

Leal. Sotero dos Reis. Teofilo ^tM tilulox de honra das pro

ber adquirido pelo próprio .-.'.forço e iwlo respellii devido ..íipiniõt-s alh*'i:is, quundo de lv».fé e hnnrada«.

Deveria ter vivido íioui.José Veríssimo e Pedro vindas e um argumento moral meio mais laigu do que iu,Braiia

Lessa.Joãu Fianitseo Lisboa foi uni

modelo de prosador, sem haversido iiiteneiunalmentt' um mi-rista, ü que torna o seu estilopor vezes agressivo eu pelo me-nos Irritante. Aprendeu, porem.a escrever com as clássicos, queniio andavam au-entes daquelasociedade inteKctual poli* tra»convjviam íTSíIinaniente com ofnrslie Sotero dos Reis. A escola

erto melhor que a riuS». pore-i m-ú JBtenaansa- «HO i,»a PÕ-rugaTeom a In- foi por certo "^7^^™:

fi ã _55 VeTliõs n-.csTres Bregos, cumbêncla de investigar sub- jornais da atual a<ie que 1 ¦_

?ifi«„. . oori.i-ueses. sidios e documentos para a cursam, com desol.dor exc.iislatinos e portugueses

Foi ai, foi nessa cultura, .*e-lecionada por ele próprio, quepoucos o poderiam Igualar noseu tempo.

O quadro, longe de ser aper-tado e restrito, como tem pa-recido a criticos cheios deacres azedumes. é enorme, éImenso para quem sabe ava-liar quanto valem aquelas dis-clplinas.

sidios e documentos parhistória do Brasil.

E' que. em os números pu-blicados do Jornal de Timontinha o ilustre maranhense re-velado alto saber e grande ea

vismo. muito aaspirante a pubücista. Quando João FranciscoLisboa se revelou tal. na "Crô-

nica Maranhense-, e depois no -Jornal de Timon". tê-lo com

pacldade no tratar a história uma autoridade de pensador ede nossa pátria.

A política f o direito tinham-no levado naturalmente para ahistória.

Em Portugal .onde residiu riefins de 1855 a meiados de

de artista por forma capaz am-da de surpreender os que

Bastava o fort* estudo que em qUe faleceu, prosseç ii!u nasevidentemente rc-vela do direi- investigações e estudos hlstó-to, da história e da literatura ricos.no mundo clássico e em Por- gj. djss0 testemunho os níi-tugal e Brasil para lhe conferir mems undíc|nw e décimo se-

laurea de homem sabedor gund0 do jornal de Timon. pu-

lembrarem de que lhe''»»"•"" (;áu8tico das realidades que oestudos regulares. Nao obleve fmmm um fKtlfMc a,Mc0 áe

costumes e de caracteres, comforos de panfletário. Timon nãofoi para ele um nome v&o: doateniense teve a graça morda/.e o despre.su de quanto o mere-ee. De quanto e de quantos.

;

gínas, em Lisboa, no ano de1858, e a Vida do radie Anto-nio Vieira, que íieou inédi-dita. (ll

Um exame rigoroso das obrasde João Francisco Lisboa, pie-ciosamente recolhidas e publi-cadas por Luiz Carlos Pereira

ação para uni cargo qual- de Castro e Antônio HenriquesLeal, em ótima edienn. mi qua-tro volumes, em São Luiz doMaranhão, nos ano? de 1864 e65, revela que se dividem ciasem estudos e discursos politi-

IlustradoMas vejamos o operário na

laina de seu produzir.João Francisco Lisboa não

foi indivíduo que entrasse, porbom ou mãu grado seu, nas li-des da política, do pensamento,da vida nacional, em suma,através de um tíe.spacho. dumanom-quer

Nâo; ele entrou na luta co-mo voluntário das pelejas desua «erra em prol da liberda-de e dos direitos do povo.

O torvellnho da política agi-tadissima do período regenclalo atraiu com irresistível vlolén-cia, fazendo dele um publittls-ta. um escritor político. Fim-dou então aos vinte anos1832) O Brasileiro, filiado nasdoutrinas liberais. No mesmoano, em novembro, passou-separa o Farol Maranhense, cujochefe, o denodado José Ca-.idi-do de Moraes e Silva, tinha fa-leeido. Em 1834 encetou a pu-blleacáo do Eco du Norte; em1838 passou a redigir a Crõni-ca Maranhense, até ao fim doano de 1840, em «iue se reti

Esta sentença do famoso poe-ta achou logo quem a repelis-se no sr. José Veríssimo nestestermos: "A obra. porem, maisoriginal, a mais nova ao me-nos .. e refiro-me sempre -

blicados num volume de 427 pá- n0ssa literatura. — de J. Lis-

meio de inouneu... jã poliu.como escritor, loi ao unia,.lias questões que submeteu «...seu exame espiritual, ja i>....r...como homem, pairou Ja^nipre an-ma das inüi3_Sj grandes ...i i»e-

¦om teíicWadí auenas. VAeinlo longo dos ii.e'!.a'.-•'' mais adiantados, nao se tornin.

exctiiUico. nem sequer pt-iiunnFoi um \nm> cursor da muílei!:.escola cientifica da hlator:.:sem verbosiriades ocas. sem chine/ices ridículas e sem ^onjín-rismos filosófic-js. Em tudo, Laa, clareza, e quanto não devi-u»ter lentariai tolda-la! Viiiíou-s.como se vingam os homens ...espírito; pondo de parte a *»;•IK-rsonalidade e retratando, na.-suas pagino* de moral politi:.;.imbuídas de plioresco. o qmera a sociedade em que sr ip«via. Fica-se sabendo, t 11 pn^:*nas de uma literatura mris.n.c contudo despida de pret..-são, porque devia faltai ali uar a uma mentalidade como ¦•¦-sua. Se esla e outras tanta? ¦¦¦-¦menor envergadura se reluviürfaln alhures, onde resplrasseu.mais à vontade, é porque a ca.-correncia mais leroz apare.-,:,

claro que João Francisco naquela estreite.ia, mrii-s wx

em pr.il da descentralização. F.sta teve. todavia, pelo que se vê,o resultado oposto.

Nenhum con ludo í»e podecomparar cum o maranhenseeminente, que teve por abjctlvocapital, inuiraciüpelo dr. Pt*do Lcsçii. liafrnònizarij. iíühííífi íoní a moral ¦¦- tunconsórcio, que, quando ciuga ase*r celebrado, dá a-s mais riasvezes prontamente em divórcio.As ilusões eram então grandes,e grande a generosidade do-sideais. João Francisco Lisboadeu a prova individual úevaoestado do alma coletiva, querdizer do escol dos geus contem-poràneo.s brasileiros; mas, aomesmo tempo, e íoi isto o que osalvou da banalidade dos deíilu-dldos. aliou sempre ã sua ele-vação de espirito um sensu

boa é o seu Jornal de Timon naparte relativa ã política e elei-

Lisboa nasceu com dotes lite-rários. "On devient cuisinier.mais on nait ròtlsseur''. Lisboa

co sociais e em estudos liistnri- TlCíi ^p j0ão Lisboa, Por ela ècos. Entre o.s primeiros sobres-sai o excelente escrito ncercadas eleições na ant i<:u idade,idaíe média e tempos moder-nos, compaiadas às de sua pn.-vincia, cujos costume.? pnjiíl-cos e principais tipos represen-tativos estuda com rara pene-tração, líiaça e delicioso hu-mour.

Entre cs .^cgundo.s destacam-se os Apontamentos para aHistória do Maranhão e a Vidado Padre Antônio Vieira.

especialmente na porção não se contentou, entretanto,.. .___¦ ___._._ com gpi, um cozinheiro trivial;foi exímio na arte. o que so seadquire com a prática e o cuí-dado. Ora ele foi esseneialmen-te um estudioso. Quando fale-ceu, em Li.sboa., ocupava-se emestudar, mis arquivo., portugue-se-f, o passado nacional, no qualsoube enxergar mais do queuma série* de sucessos militaresou uni rol de capllães-generaise vice-reis. drs-ob:iudo e apro-fundando os aspectos sociais e.econômico*.*. Fê-lo antes que aciência e.stm.ngeira nos iniiicas-se essa orioní-at-ão. m^mo par-que. nas influõncia.s que j>e.sa-ram súbro o .seu estnvito.' comonas preocupações a que oopde-cia o seu espírito, J.r*ão Fran-cisco Lisboa sempre foi rigoro-samente nacional.

dela. a mais considerável sobrepartidos e eleições no Mara-nhào." <2)

E', como se vê, sem a indts-pensavel citação, o mesmo jul-7.1 do poeta d' Os Timbiras. me-nos o chiste e doçura da Hn-guasem.

Em que pese. porem, à com-peténcia do lainoso poetachamos superior obra iiistõ-

que ele tomou assento entro i->n-.ais eminentes

¦ escritores hia-bueiros, ocupando o posto depríncipe de nossos historiado-res.

Os méritos dessa obra são: abeleza dò estilo, claro, eonrt.o,correto, vibrante, por vews: aerudição secura, dc primeiramão; o espínta liberal e liu-manit-rlo: a análise per-eueiente seguida de rápidas elúcidas sínteses: a atenção quedeu aos problemas etnopjáfí

A urande autoridade dc Gon- cos na formação da poputa-çalves Dias ciava prefen-ncia cão; a inquirição acerca do es

rou por alBum tempo da pnli- aos primeiros sobre os^segundos tadi, Jurídiec.rio povo e das

tica "ativa,

ralado de desgoslos nestas palavras em carta a Apelas tremendas lutas travadas H. Leal: -A ele «ao estilo dcnesses oito anos de treslouca- J. F. Lisboa 1 com toda a pro-da aultação partidária e pelas priedade, que há bem poucosn,iscas traições e totpes alei- exemplos tais na língua portu-TOslas de que foi alvo. Ruesa, se pode aplicar o dito de

Basta que nos lembremos que Rodrigues Lobo, quando querfoi nesse período negro da hls- caracterizar uma de suas fieutinia maranhense que campeouinfiene a medonha Balaiada.

O jornalista, sempre inspira-do nos ditames da justiça, jávinha estudando a ciência dodireito, e, depois que se pbzfora da agitação partidária,atirou-se de todo a ela, ta-rendo-se advogado. .

Nas plácidas lides do furo se lumes políticos do Maranhão,demorou Lisboa a« 1»55. qoe o s&o dc todo o Brasil, t,

Na tribuna forense teve re- mudadas as cenas, de muitos

pelidos cnsrjos de mostrar os países onde prevalece c reeti-aeus extraordinários dotes ora-

ras da Corte na Aldeia:muito natural de uma munnu-ração que fica entro o couro e acarne, sem dar ferida pene-l-rante. ¦-- E. porque isto neleé o que mais me cativa, achoincomparavelmente superiores — Compêndio de Historia iaaos outros, os seus primeiros

*•'-¦ — ¦¦>-.>-.

folhetoa. quando trata dos cos-

A «sua obra de historiador con-funde-se com a de ni..vs.list.ilíolíttco. que ele sobretudo foi,na definição bem acharia porJosé Veri.sinio: mas o moralis-ta não desm.finehou, comsuas divasações, a necessáriapureza das linhas históricas. Osseus melhores ensaios nestecampo foram o ótimo trabalhosobre a conspiração do Bequi-mão e a biografia incompleta,por havê-lo .surpreendido amorte, do padre Antônio Vieira.Incompleta, muilo embora, é eu-celente. O assunto tem aliástentado vários escritores de no-ta, que desanimaram a meio do

Sílvio Romêro e João Ribeiro caminho, sentindo-se p-rdidosno labirinto de arguems e .-nhti-leza.*-. do famoso jesuifa Nestemomento, a ele aí cunsagrri umhistoriador de grandes dotes,espirito parecido com o d.? João

condições da administração colonial; a referência segura aoestado econômico do« colono? àscondições do trabalho, ao dra-ma nunxente da escrí.vidãr.dos Índios, às lutas dos colonoscom os Jesuítas, às vacllaçõcsdo governo da metrópole nasmais graves questões, â rapa-cidade e aos desmandos dosfuncionários e. magistrados,ainda os mais notáveis.

me constitucional;*'

literatura Brasileira.

ili — VW« no aCnhWon MAraiUi.npp, d* A, Htftrlqm*- Uai. vot. IV. ¦«y»'««liírí«p hiottrafia tie J. F. Lisboa.

«:m — ft.tiido* <_«¦ lattfrutur» Bra-•Melrx, ?.* ft^rl*, pÃg. 1S6.

acenldrado u ciúme, mais ansos os preconceitos, mais lios::.a opinião, mais irritante 11 >¦•diferença, mais vulgar a lute

Eu não .sei o que diria 3>.>,',>•Francisco Lisboa cios costinw--"políticos da atualidade na Btesil. ele, que tanto dcsaco.e.i .e tanto satirizou os do seu leu-po. Presumo que não òü_;.igrande bom, e nesta .supoM*,.-lamento c,ue a nossa cpnra ¦¦•¦¦¦;

po&sua um moralista e bislo.-¦:¦.¦¦dor como ele. paia ficarem tixados, em traços Iniorti. s. ee.mu os de Sustonio. of tria.-.--doa nossos C-sares, sobretie. .nletuns de província. Em|.t.tatalveãt mal. ce.m eles. a ileniviu-lil.eào de C-sares, mae. ri.it:'não ficam com isso mai.r.eNão nos faltam decerto t-M "

tos. par se abflauçareni á en.-pie.-e.: o que falta muito, e >¦•brava em .Toào Francisco L >¦boa. í Irdrntníêncla d" c;r:.-ter. para lhes emprestar oiitar -di.de.Parnamirim. fevereiro dc UHf*

«It.lVFIKA UHA

: Sobre o Maranhão(Continuavão da i»ág. '*"'

tos e ordinários, eles ,\o h<]i'ce-vam a ociosidade, as ain->¦/«¦•¦ps matanças e a^e.^polia^fn^. LlIraliallio, coisa l)ai.ra e vil. «'""regara eachi-iianiente »ol:rr '"escravo».

Prwadas alem disto áe Ioda f

qualquer distração, a hôo si'-rc>'ialíllimtis raras lestiridinlc- "'caráter reli-riasa, extenuado* "'ioda n casta de vexin-àes. P¦¦¦'cos ew número, e qur.t-c. >''¦¦'auoados naqueles remotos f fl"t rei tos presídios; rendo-sr. /¦¦;'-_í;«tlo-se e eneunlrondo-te i, <"-

Francisco Lisboa, na fverldsulc Ha pauto, á láril imaginar « '/"

do méUido. na sobrierti-cic dn «7"uu «Je crnsnrraçd» ";'« *'''

estilo, na Imparcialidade dos (tonSnua na iw*. **

jjJ^S DOMINGO. 1S/I/ÍM4 SUPLEMENTO LITERÁRIO DE "A MANHA" — VOL. VI PAGINA 41

JOÃO LISBOA EM S. PAULO - loséüerissimo

Exc-.- 'unia a sua política de

jj!,.í,n-r:i!Ve:, 3ÚO P:Ulj HOS est.ÚJiieelei l!,ões ben.mérito.* dscimh-r ir.ienio e apreço. tlàa ¦•ifa.i nomcnos o interesse que alise uiniilesta de maneira posi-ti>:t por coisas de cutltira. Semsir l.u ia modelar, a nua tns-i,n,:úo pública é porventura aiticiíor que temos, r, o que Utí-(¦*•: tiro suceda em outro dostio .mu Estados, i7it eresta jú ap.ipvHiçO.o. E' lambem acoláii ¦',:¦ ds instituições pariicula-i rt d: eu amo Uan mais vigorc, p.trwt, maior ejí.iúncía.

L...i'j movivi; nlo panli-.tipi! > i!-"]'..rar.(2o

' dp-. Estado è

crccmvio singular a Sociedade<;:; lt-t ura Artisiic.:. que comíiitsHyjfaa, zelo e constânciai'.-.í:t procurando cumprir o seu},rixiri.mn mediante exposiçw.r,(le a rlc. audições musicais ec-.r-nfcr. ncUts literárias.

ü-'si.TS Unho lido com prazerc ;ifói,f,:'o algumos. rom** íi doó':wo poeta paulista sr. Avia-dvt Amaral, sobre RaimundoCume. 7 d?, outro ds nome jámch-nol. tI sr. Vicznt? de Cur-v. *'/!-', í-nl>re Alvares de Azcve-,'íi, t a tio sr. Oliveira Ltma. ro-l,ri: vi r >sa diplomacia", cmqu; a justeza das informações0: r:a'ça das graças rfj dizer.:iui'.n liem anlttrii a Sociedadedc Cul ura Artística pu.bUcap.di(¦'•í rr '.''.me us su:s conferên-(/•:•.', ori o que estznücria a to-do o rt'..s os bons efei'os que le-c:'_h.<amente espera do seu em-penlio. II) As que tenho lidosdj c'.hcs sérias e de estudo, enão vs luliliiades que aqui fo-ra m certas con ferências. aliásacompanhadas de grandes re-ciamos.

üos rtirlhores pàg.nas dessel.vro, seria certamente a que so-bre Joilo Francisco Lisboa fezv'''."iamente o sr. dr. rr.ho Les-!¦¦'.!. Pmvocto professor de direi-'.), abalizado jurista c autor de<-'.*;¦ 1íí-iti'-t?ís estudos dc filosofia<h direito e da história, ê o sr.I'cdro Lessa, um bom cultor dail':í'-a-- iwcionais no ^h? das in-írres am os seus estudos de pre-dtlertin.

Pôr um engenho literáriopro ado em obra valiosa, pere-urino--; dotes de vernacutidade,forç:> e elegância, distintasr.v.alidades de pensamento, éJoão Lisboa um dos primaciaisc-.critc.res brasileiro*. E' dospoucos q-ie não viverão somen-ts nas histórias da literaturaou tias antologias. Foi mais, oqr* lhe realça a personalidade.vm bom cidadão, um homemda bi'tn, e essa coisa rarissimanesla sociedade que parece ternascido com todas as debilida-des da velhice, uni caráter in-teiro e isento. Não conheço emioda a literatura brasileiraobrfi mais própria para nos ls-vxntar 0 espírito e o coração doque a de João Lisboa.

Declaradamente ' foi esia cir-eunstãnctet que moveu o sr. dr.Pedro Lessa a escolher para te-ma da sua conferência o gran-de escritor maranhense, quesoube manter bem alta a digni-dade das letras, sem jamais sehaver servido delas para "ca-ver", segundo a pifia fraseolo-yia de hoje, posições e vanta-gens pessoais.

Não, muito pelo contrário,conforme recontando-lhe a vi-da mostrou o sr. Pedro Lessa,us letras, alem de alguns dissa-bores, só lhe deram o inefávelprazer de as cultivar gostosa esinceramente. Publicista e jor-naltsta militante, historiador emoralista, humorista às vezesacerbo, mas sempre comedido,a feição característica de JoãoLisboa, a sua isenção, está fo-

II) — Este desejo1 acha-sehoje excelentemente realizadocom a publicação do volume:"Sociedade de Cultura Artlsti-ea", Conferêndas, 1917-1918, S.Paiild, 1914, 243 p.

tografada nesta sua frase, quenáo á apsnas mais uma dastantas que mentldamente fa-zem os literatos, mas a mesmaexpressão dos seus atos: "jtdolid poder

'ante ouein a veria-

ie deva acurvar-se".B' certo que nio existiam

ainda academias de lelras quea pretexto delas sistemaíl-as-sem 0 engrossamento. Nem se-(iu?r existia cata palavra. Velhacomo a humanidade, a bajula-ção ainda tttlo üe todo despu-dorada, se exerceria sem a des-façatez que exigiu a criação donsologismo que mais acaso queo vernáculo lhe exprimisse abaixeza.

Com sobrada razão achsu osr. pedro Letsa asaria a ocasiãopara despertar nos contzmpu-râneos a memória do grandeciicritcr e hom?m de bem quefoi João Lixboct. Fè'lo com dis-tinia arte, sendo o seu discurso,fá pelo fundo, já pela formadigna do assunto, um modelode compôs!-iá'} literária do gê-nero. Fê-lo d? maneira a daraos seus auditores e leitoresidéia tão cabal quanto o per-mite uma conferência, do ho-mem e do escritor.

Tenho, aliás, o desgosto danão estar com ele nj estimaçãocom que nu obra de João Lisboasobreizva a histórica à de ima-gmaçâo, dando preferência aohistoriador do Maranhão e dopadre Vieira ao humorista deoutras partes do "Jornal, de Ti-mon". Continuo a pensar queé esta a porção mais excelenteda obr.g. de João Lisboa. esçri-tor. Afora a titulo — "Pariiiosp. eleições no Maranhão" — queé ruim, este escrito, ficção meioromanesca, meio política, ê,pela novidade da mataria e dacomposição, como obra de ummoralista austero corrigido poruni delicado humoristft, urnad'.-s mais originais e nifiisfinas da nossa literatura.E titerariamente é a de com-posição mais perfeita, e demelhor acabamento, das quenus deixou João Lisboa. Hà aliásem todos os seus escritos, in-cluindo os seus artigos de jor-nais e folhetins, uma qualida-de não vulgar nos nossos auto-res, e que é a marca de umgrande escritor, tal unidade depensamento e de estilo qus oque escreveu, sem embargo- dealguma fraqueza de apreciaçãohistórica, devida ao «jue fá tiveocasião de chamar os seus pre-conceitos liberais, consiitueuma obra una, coerente, sóli-da, como poucas existem 7ianossa literatura.

Tudo Isto deixou evidente osr. Pedro Lessa. Honrando-meeom a citação ie um conceitomeu sobre João Lisboa, histo-riador, diverge dele o ilustreacadêmico, peço-lhe venta paraesclarecer o pensamento que,certamente por defeito meu,parece não achou bem claro.Julgo que João Lisboa exage-rou a importância da revoltado Bequimão, vendo-a comolhos ie liberal brasileiro iemelados do século passado, co-mo, sob a mesma influência,acaso exagerou a importânciado nosso municipalismo colo-nial. Quanto á sua reprovaçãoias tolas abusôes e crendices dopaire Vieira, estou de inteiroacordo com o historiador, ma-ranhense. Ainda em relaçãocom a época se não explicam,e menos desculpam, tais aber-rações de Vieira. A sua instru-ção demasiado formalística eexclusivamente literiria, comoera em geral a jesuitica, não olivrou de cair nelas, como lhedeixou cometer erros graves decosmologia, fá ao seu tempo -in-deseulvàvels.

E' um vezo, a que ainda te-deu, se bem mais discretamen-te do que é costume, o sr. Pe-dro Lessa falar de Bossuet apropósito de1 Vieira. De parte

serem oradores sagrados e eon-íemporíineoi, náo hi mais pa-riilade entre os dois que enlrea França ie Luiz XIV e o Por-tuoal de D. Joi0 IV. Sobre seroraior sagraio ie mais altopensamento e melhor estilo egosto muito mais apurado, Bos~suet é um pensador, um filo-so/o, nm teólogo, de doutrina,quando o comporia a teologiacatólica, própria, com toda acultura sagraitt e profana toseu tempo, e i mais um histo-riaior te nio é ao seu retóricodiscurso sobre a história univer-sal que aludo) de real valor.Ora, nada disto é Vieira, se nàode segunda mão, mzdíocremen-te até ridiculamente, como noseu estilo de trocados e gongo-rismos do pior gosto, ou nassuas histórias do futuro ou doquinto império, ou mais aindanas suas saniias exegeses ia"Clavis prophetarum* e dos pró-prios "Sermões".

Nio mais o comparemos, pois,com o para mim antipático,mas deveras tnsigne Bossuet.A comparação apenas podeamesquinhar a Vieira, que aliásno seu meio, e apesar dos seusmuitos cochiles e defeitos, étambém grande.

E, até hoje, ninguém o estu-dou com melhor inteligência,nem lhe pôs mais patente agrandesa do que o nosso JoãoLisboa.

Admirando e sabendo justifi-car a sua admiração, a JoãoLisboa publicista, historiador,orador, escritor de imaginação,e em tudo castiço, elegante edisserto, o sr. pedro Lessa pa-rece nele enchergar sobretudoo moralista. Se lhe não inter-preto mal o pensamento, vêcom acerto e razão.

Toda a obra, inclusive a pu-ramente histórica, de João Lis-boa trai a sua preocupaçãodoutrinária, a intenção de mo-ralizar os seus concidadãos,porque nele o escritor náo su-plantou o repúblico. Estas fri-cães, sobre serem da sua índolemental, eram do tempo. Os es-critores da sua época a da nossaprimeira geração romântica, sãode inspiração religiosa e moral.Como que todos se sentiam obri-gados pela sua nobreza íntehc-tual a contribuir para a educa-ção da nação que saía da in-fáncia. Seria hoje, depois dademissão da moral, para falarcomo o sr. Fflguet, numa socie-dade prodigiosamente adianta-da um oficio, alem de ingrato,ridículo, o de professor de mo-ral.

Bem o compreendeu o sr. Pe-dro Lessa, terminando a suaexcelente conferência, com es-tas palavras que na sua bocateem uma autoridade que a mimme falta, mas que aplaudo detodo o coração:

"Para ser um benemérito dapátria basta a Lisboa a memó-ria do incessante combate quedurante tantos anos, pelos seusperiódicos e por esse famoso"Jornal de Timon", ele pelejouindefesamente em favor destasidéias extraordinárias, exóticas,inacreditáveis em nosso meiosocial; o governo e a admints-tração pública competem aosmais notáveis pala inteligência,pelo saber e pelo caráter; os ho-mens que governam, devem su-bordtnar-se às leis, e respeitaras. liberdades e os direitos doscidadãos: diante ias autorida-des, especialmente no começodos governos, não se desfaçamos iniiviiuos em salamaleques,llsonjas e aviltantes humilha-ções, bsm como, sobretudo nofim dos governos, não se desen-tranhem tio pouco em aleivo-sias, convictos e calúnias, cum-prinio-lhes em qualquer tem-po-abster-se ¦ ie conspiraçõese de revoltas. Etn meio destevasto ' tremendal • que è hoje aviia politica ho Brasil, em quetudo se afunda s desaparece

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A estátua de João Francisco Lisboa

na mais infecta lama, sobrena-dando quase unicamente a ab-sotuta incapacidade, o cretinis-mo em suas mais expressivasrevelações, a suprema incon-ciência e o completo e desnu-dado impudor, a servirem asambições do mais rombo, este-rtl e envilecido egoísmo, com asilenciosa aquiescência dos queem imensa legião, perdidos osideais dos homens civilizados,só cuidam tranqüila e sordiia-

metite dos interesses e das co-moãidades materiais, evocar afigura histórica do austero pa-triota, João Francisco Lisboa,se ainda houvesse possibilidadede arrependimento e de remor-so, fôra, para me utilizar deuma imagem outrora multo aosabor dos nossos políticos e jor-nalistas, produzir a mesma im-pressão qüe o aparecimento dasombra de Banquo em meio dofestim de Macbeth".

BIBLIOGRAFIA DE JOÃOFRANCISCO LISBOA

Eis, segundo Artur Mota, abibliografia ie João FranciscoLisboa:

— "Obras", de João Fran-cisco Lisboa, precedidas de umanotícia biográfica pelo dr. An-tonio Henriques Leal, em 4 vols.de 511, 5/7, 579 e 760 págs. —S. Luiz do Maranhão. Tip. deB. de Mattos, 1864-1805.

Encerram: "Jornal de Ti-mon" {publicação mensal),abrangendo: "Eleições da artti-guidflde",

"Partidos e eleiçõesno Maranhão (1° volume);"Apontamentos para a históriado Maranhão" (vols. 2° e 3.°);"A viia do padre Antônio Vlei-ra", "Biografia de Manuel Odo-rico Mendes", "A festa de N.S. dos Remédios", "Teatro S,Luiz", Discurso sobre a anistiaaos pernambucanos revoltosos","A festa dos mortos ou a pro-cissão dos ossos", "A questão doPrata" e "Notas" {4." vol.).

A segunda edição é portu-guesa, em '£ vols., de 480 a 663págs.. com uma notícia de An-tonio Henriques Leal e umapêndice de F. Sotero dos Reis,com o mesmo conteúdo — Lis-boa, Tip. Matos Moreira & Pt-nheíro, íWl.

-¦ "Vida do paire AntônioVieira" — {obra póstuma) — 5."edição ie 3SS págs. — Rio, B.L. Garnter, 1891.

João Francisco Lisboa fundou

"O Brasileiro", escreveu no"Pharol Maranhense", no "Echoio Norte", na "Chronica Ma-ranhense", em "O Fórum", no"Correio Mercantil" {io Rio ieJaneiio), no "Publicaior Mara-nhense", "Jornal ie Timon"(por ete fundado e mantido, empublicução mensal), no "Jornalio comércio", {Rio de Janel-ro). nu "Revista Contemporâ-nea .ie Portugal e Brasil"11862) e na "Revista io Insti-tuto Histórico t GeográficoBrasi.eiro".

A sua iconografia é represen-íada no 1.° vol. das "Obrascomrlelas", na Littérature bré-silienne", de V. Orban. e nos"Cláislcos Brasileiros", de Lau-delir o Freire.

("Revista da Academia Brasi-leirp", n. 96).

SOBRE O MARANHÃOI Continuação is, pás. 421

riam os seus ódios mesquinhos,envenenados de mais a maisperiodicamente, nas residênciase devassas janeirinhas — cam-po aberto a todas as funçõespara se degladiarem, e vastolaboratório ie calúnia e dlfa-mação, elevado pelas leis ao ca-ráter ie instituição regular epermanente,

("Obras" — v. 3 — pigs. lli-rm.

PAOINA 44 UÜPLEMFNTO LITERÁRIO DE "A MANHA" - VOU V» DOMINGO. 16/1/1844 j$'$;

João Francisco Lisboa naopinião de Ronald de Carvalho

fiobreleva a todos, nesse pe-rlodo. João Francisco Lisboa,(1812-1863i o autor espirituoso,elegante e sutil do "Jornal deTlmon". Manejando a linguacom apuro e distinção, conhe-eendo as velhas literaturas, aportuguesa especialmente, foiele um dos nossos escritoresclássicos por excelência, aquele,pelo menos, em quem o saborclássico é mais característico.Muitas das suas páginas lem-bram. pela malícia e ironia, oestilo de um D. Francisco Ma-noel mais expontâneo e desa-tavlado. Inteligência universal.quereremos dizer versátil e po-llmorfa, Lisboa, no meio dosseus companheiros emfáticos eatrazados. brilhou pela liberda-de do caráter e pela protunde-ia da capacidade de observador¦agás e astuto.

Suas investigações não se cir-cunscreveram a rebusí-as debiografias obscuras, dilataram-se aos problemas jurídicos, êt-nicos, políticos e sociais, pois,ele possuía, em alto grau. a In-tuição do que se chamaria de-pois a "(isiologia da história".Praticamente, na politica e nojornalismo, teve ocasião de son-*dar a alma popular, de ver ematividade o organismo social dasua terra, de lhe seguir, portan-to, a marcha evolutiva comoparte Integrante dele. Natural-mente, depois de certo tempo.

tornou-se desiludido da refrega. Al! dos delicados!. Não es-bravejou, porem, aconselhou,sorrindo ás veues, outras cheiode piedade, a medicina que asua experiência larga e avisa-da lhe ditava. O "Jornal deTlmon" ê um documento depsicologia politica; multas con-siderações se nos deparam neleque teriam, ainda agora, o gos-to da oportunidade, tanto êverdade que os povos «&o de in-doie conservadores e preguiço-sos no desapego aos maus há-bitos adquiridos, como diligen-tes na receptividade deles. Us-boa não ler do seu "Jornal" umpanfleto, como a "Lanterna",de Rochefort. mas um livro denotas profundas e vivas, las-treado de eruditas ponderaçõesno gênero, guardadas as pro-porções, dos "Ensaios" de Mon-talgne, e onde há verdadeirasteses ricas de conceitos e inror-mações, como as "Eleições e ospartidos no Maranh&o". e os"Apontamentos, noticias e ob-servações para servirem à his-teria do Maranhão".

João Francisco Lisboa, que.entre numerosos artigos publi-cados na imprensa, também es-creveu, com o douto cuidado dc-sempre, a "Vida do Padre An-tonio Vieira", é o mais lúcidoespirito e o maior estilista dotempo.

<Pequena história).

//

J

Rainer Maria RilkeTm Trata, onde surgiram alguns dos maiores espíritos da li-

teralura moderna eomo Kaflia e Franz Werfel, nasceu o poelaRilkc. Sua Tátrla, como a de todos os verdadeiros poetas cra ainfância. Não se í de nenhum país. a não ser do pais da infã.i-cia". De-.de cedo iniciai! uma série ile viaijens. Esteve na Ilússia,onde vi-iiou no reliro de Yasnaia-Foliana o velho Tolstoi. FmParis tenticeeu Kotiin. ile quem foi durante certo tempo secreta-rio. Andou pela África e pela Espanha acompanhado de EleonoraDnsc Au passar por Madrid, foi ao Prado, para "saudar C.rrcocom rntitsiasmo. Goya com assombro e Velásquez com toda a cor-tesia" Aspirando a uma completa solidão, retirou-se para a S»>-ça, onde ficou até o fim da vida. Terminou seus dias com a mes-roa atitude lirica que sempre tivera em face das coisas e dos h<>-mens. Morreu não de uma morte qualquer, mas de "sua própriamorte*. Ao colher uma rosa para uma pessoa amiga feriu-se emum espinho, sobrevindo uma infeccão. E diante do tratamentomédico, Eilke respondeu: "Não desejo a morte dos médicos. Dei-xai-me morrer a minha própria nicrte".

"Os Cadernos dc Laurids Brisas" — "Histórias do Bom Je-su..- ._ '¦>, morlr do cerneteiro Cristóvão Rilke" — "rtartas a umJovem poeta", etc.

POEMA

Rainer Maria Rilkc

Guardiã da noite escura

Velando e rindo aí vera...

Seu nome eu digo: Loucura,

E busca um nome na noite.

Chamando está: sete, dez...

E tem tia mão um triângulo

Que ela treme e golpeia

Cantando estranha canção

Que fica dentro dos Irares.

As crinnçF.s na rioiie boa

Ouvem... -dormindo estão,

Enquanto a Loucura vela.

Mas os cães lcdraiiròo a lua

Quebram correntes e a.golas

E ficam pelos jardins,

Tremendo quando ela passa. ..

Mcdroccs do seu voltar.

(Tr.adução de Petronio de Caslro Souza) .

Itlili ItcioliCapítulo I do romance Dunaso sobrado de telhas encardi- Vêjo-me ao lado de Mario da vida de Maria dn Glória, n nos-

das "

algum™ de vidro t o Glória, presenciando a estra- sa vk.a-maior, o mais alto de toda a nha expr«s.io dos olho. cte Sinto que ir-eus olho d r.ir,cidade, tendo duas **'»""»• """"r."-.™'

n,ii"dM~"e«Iãie:dõs b»"caf « hltória rr.r.is tioiirsendo oue a dos fundos da de pre estão pule.aos, esga/i.ou», mlnh. vid. „lius ........cLTcl . vista nos montes, sempre terríveis, MW»*™. r\„"ò"mLam-« im

"dota po*no rio. onde as águas passam mu olhos, flur_. P»-^"'"., ,1 deros-as nnlur.do.c. aía-lam.,.,.

casTe oWnn E .íêltado. me par um lugar onde o et-como continuo, no marquesáo, ™rio nao apr.srnta graanolon:,

íio, porque Maria da Glória po-diria sentar-se a-cle. Eu nuoí sentiria junto de mim.

O marquesáo c «tm ponlo deapoio para o m.u corpo desta-lecido e meus olhos continuam

levemente aobre es pedrasmosas. como conunuu. nu uiuiiiu-.-aau, , , ,

A vegetação desce dos montes. P-ebo que os esforços de Ma- «^ £

™& ™r ^

investe com fúria, entrela-ian- "aa da Gloria ..umcnt..m caa g ^ ^ diiponlvel, V!l.do-«e como braços cm luta e se vez mais. _..._...nào continua pelos cercados j^ mMijuice de Ma-porque o rio a naufraga, Mear.- ^ da G|ória ^

tdo somente os salgueiros maru _ Vgmos Berna(le(íi teilhalhando dentro dágua, enchendo ca ja somenle CS£C fo-as locas dc pedra com suas ral- lczinn0zes- Silêncio. Zumbidos de nos-

As coroilllieiras são de mon- cas sobrevoando uma competates cm pico. escuros no U>i>a, ül 6rKe defendida por um mos- ,.._„,„ ,,. „.„.,„ ri, ,„.„verdes com a vegetação rirt-un- ,,llttlr0 dc téla. Veludo, Iam- "a ^'rf aolhd*

^,^1, os de-dan*. as baixadas como um £cn'0-se, deitado na espregui- "S'0"0;^* tos de «£« r -colar dc cloroflla e no verso. CMleira. Tiquc-taque. A pcm.u- ?1<i0 \^P*?*¦£¦. ™-A£mesmo quando todas as caa- ia SJStímática. Tique-tsque... trorpe.ct>»"• ?**lf,sa'"'»"tingueiras, aa outras caatinguei- _ Tome 0 remédio Bernad:... "s- ° csl°r chí-«a » ',™'A\'""Jras estão deaíolhadas. raqu.ti- Vocé p™,

° Iicar ^j pas nas «ria* <*»,Tnma

ondacas as dos montes conservam chiando nas aieias e uma onoauma cór de quem mais respira. Maria da Glória deve ter de suor lava meu corpo imovrtáe quem mais sossega.. Bem acariciado os rabelos de Ber- como se eu houv.-i.«e feito umana b->ira do rio, a easa de poi- nadete porque ouço sua voz ir- grande jornada. li.~ moscasvora e como um porto de emer- iltante. mct.ilica. estão-se danando. Irreq-aietas,

?^%fre^af;Vui.hVaoUü,m r "«, ." 1*- *»'»»» s^an* o^ ÜZT^AA

Foi o voz de Maria da Glória, Ouro. ouro, ouro... Dou um Eafanão. Dou outro.cs,sa. voü mansa chamanco Ber- o pézinho malcriado marte- Mas sempre ela vem, azucri-naaete que me veio embalar íarido o assoalho. nando.

^™7dl^M*tandírft - Não tomo remédio nenhum, JoPo a cabeça p.» o 1,0. decár eon.o qte preso ao canUi saia de ju.i-.to ric mim. Maria da Gloria. E me de-a-rio rio. remoendo nessa manhã Maria da Gloria saju cürrcn. ^^A'^0 oe

'ccAicl bal-

tio de dentro do quarto, saiu xa, as mf.os er,crtiz.r,cias nc peiiocorrendo e chorando, enquanto n-.ágro. Fico a olhá-la como ;ea porta se fechava fortemente Ios.c ttm 0om médico e como

de tristeza de uma velha mú-sica, de uma velha história mu-sacada que cada vez que a re-lembro fico com as têmporaslatejando, os olhos loiiBÍnquod.

A figura de Maria da Gloriacom um surdo baque.

Vinha branca, mas muitocaminlia pálida, sa cole j ando -se branca, um vidro de remédionuma armação de osso-s, as ma- numa mão, na outra unia co-çâs oo ro-oto salientes como as ih:r ds sopa, os olho;; corno detios santos tortuiadcs, — e quem fugia de um abismo, cievejo atravessar a porta que dá uin enorme perigo. As maçãspara o quarto de Bernadete, cio rosto tiemism. As mãos nu-atravesaier flutuante, simples- ma palidoz de espantar. Todamente llutuante, rápida.

A voz mansa se repete. Supüca. Implora.

tremendo.

Ouço a súplica renovar-se,

rão me achasse com direito defitá-in mais tempo, (ív-jo-Hip:

— Já c-ítá n:t hora do al.noro.Karia (Ia Glória?

Minha mulher começou achorar, t.alviz iá estivesse thu-rr.ivio pnr dentro e esta -minhapergunta assemelhara-se a umaválvula.

A voz de Maria da Glória rrs-pomiera-me tímida e distante:

— Diga, Sigi-smuntío. Vo-A-está doente? Vocé eítá mui-

Ia flutuando como urra cansadamariposa. Voltavam os adeuses

— Você agora tome conta desua filha, Sigusmundo.

Disse ao sentar-se. E o cho-chegar ao meu conhecimento que para mim [ol tão grande to"clcr'it'e'"~nãc' é'" Minha i.-.u-com ar,ucia mansidão de pedido que fiquei como pregai-o ao Ihel. m*e viu cair áe nDV0 lla.amigo e as vezes chego a pen- marquesáo, se.-n nenhum gesto Ia son0]ência. olhando pa-sar que Maria da Glória me de auxilio, ccmpletamo.nte sur- ra 0 temp0 integralmente -,-M-está pedindo alguma coisa, que preso, completamente Inerte. traido. Voltavam todas as i:na-aqu-ele pedido de Maria ta Gló- Nem fui ver para Maria da genSi vo!taVa a eabtrn de Fablo-ria para Bernadete é também Glória um copo dágua. .....PSTa m';m' «uand0 ela vcltou a sentar dê" Fáh'ola vo'tavam as velas

Mas que posso fazerT Serei senti-me como culpado de todo ^e F b^la vo.tavam^ vel;;s

somente eu o culpado? O cri- esse incWente e chegue a ter fle lvatas, Estavaminoso de toda essa historia a tecerteza se » *via Mar se dido Tlnh| tud0 voltado. otriste? Kncurvado dentro do devia dazer-lhe alguma coi^a. ^eleir0 de Fabíola navegav[1 amarquesáo, relanceio morosa- _ Maria da oiórla você barlavaito. Havia no tomba-mtnts os lagedos cobertas de dllho barricas de vinho portu-panos, as mulheres tratando Mas ela rematou a minha gUgs. homens bronzeados saco-tripas frescas, soprando, mane- pergunta inacabada antes que ]ejantlo músculos, subindo aojatado o cutélo como réco-réco, pudesse externar o meu ssnti- topo do maior mastro. Sim.lavadeiras mergulhadas ate os mento, a minha culpa. mas tudo isso era drntro do ve-joelhos e mais adiante meus _ Nada, Sigismundo. EÉ isso ieiro cortanro as águns da mi-olhos caminham como uns bois mesmo. Pior é a guerra. i)a imaginação, as algas e co-que pouco a pouco se vão per- lônins dor, corais soluçandodendo ca folhagem. O mormaço Remexi-me no mai-qucsao, como crjanças a0 verem nafo.-tissimo envolve os montes, corri todas as manchas ço ior- pèpa d0 vcle4r0 a {igura de Fa-levsnta-se das águas ainda ro e fui pregar minha vista no blo]a^ Eu era uln homem mortomais impetuoso, condensando gramoaonear numa intensa vibração, como Prjmclr0 útnapareceu a caa-se as moléculas estivessem prós- tonelra, depois a estante de mu-tos a romper-se. tica e qUand0 o gramofone com

Agora vem uma canoa des- sua grande cometa, sugerindolendo, alastando-se das cabe- uma gigante iior desapareceutoiras de Zé Felix.

mais veloz.A côr é de um azul purissloao

cobrindo o céu, um liapo ue nu-vem estatelado, somenle sujan-(i.j, sem lííholver um único pin-

pelas visòzs.Por que viver o romance de

Fablola num pcnsamEnto desangue? O caminho será o mes-mo? Tudo naufragara? Quemsabe?...

O próprio marquesáo que es-tava ;„...,.u.„..u i,..u corpo,

O vento de leve afa.o. ga- "Z^rZ&rtoZT* pe-Ihos da os]ijri.-aeira, os can-

ttiros amarelos de cravos cie

SSo'e^r Centremos

^S ««" -« ^rnadete eheBaan a mi»dos ciprestes tiiá ciprestes no

meus olhos já estavam longe,mas muito longe de tudo que

Um ei valo nadando atravessa me cercava.

dir que Bernadete enguliiseuma colher de remédio e os grl-tos de Bornadete chegamInsignificantes, mansos.

O dc cai-ocador apitou, como óundo "do

qui, tal). "As

pedra» Nao ouço nada, ncm postoum breve alarma Depois, urna esealdam num caior barbaio oe vernada. Bernadete poderia ate(-i)-eie de solidão invadindo l"'ze hor.-.s. Ha sala, as moscas eipan|,ar minha mulher, arran-."', não estão quietos um so ins- (,sr todos ^ cabelos de Maroit

lante; grande .silêncio como se da oiória numa de suas fúriasEslava enturvado, oe olhos houvet-se pioiiuão de gestos. de Ci.jança louca. Nada j>odrr):i

vagueantio na trist.za do rio, o ventre de Veludo é como sustür Nada. Nem mesmo umdos nionteõ, na tristeza de uma uma constante maré: enche, as.„tl,,sjnato. Um imenso mar)ii lona que muito se concilia vawi, enche, vana... enche meus olhos de espuma,com a vida das águas — en- de varas enfurecidas. No rio. nscurvado no velho e sebento Então serei nimente eu o cul- negra5 ainda devern estar demarquesáo quanco a voj de Ma- podu? O responsável por esta cóc'0ra.s soprando tripas.ria da Glória «urgiu, mansa dnr de cabeça que tiiz ialejar ourou*muito mansa. minhas têmporis, tnanstoiinar a JANEI110 DE 1942 — BEl.u^

*""S, rorin-.no, ir/i/im siiPLiMrNTo i.nniARio de --a manha- - vol. vi IV.<7>NA 4J

Duas mortes na Academia BrasileiraA v-m.Tin qm e^tá n findar

v..i d-is íal'.cim:n;j;., no quu-ii: da /.caiissiu.ã Eiisais-iia dcl.i.r.-.s: na seguncla-Ieira pslaii.adiueada falida, cm sua casaila ladeira do Ascuna. Fernan-i.o Maaalhúoa; na noite de ter-,_.. Ii-lr... falecia, na Casa defunde ila Gávea, Pereira da 8U-\'A

.-,;,; duas figuras Igualmenteiljs.r.-s da casa de Machado de/.. is. embora, na vida literária.n.siam colocadas tomo anlipó-ii:?- Fernando Magalhães loi,i - ,-i ncinlmente, uma organiza-çao dc homem de ação, de poli-leo. de lider. Sua simpatiaI ..-ooiil irresistível, sua eloquên-na veemente de grande tribu-no, o ardor com que apreciavaes contemporâneos, combaten-.io uns e exaltando outros, o im-ptto. o arrojo, o destemor deElias aíiiudes — tudo isso lor-

nsava d.lc um polemista df te-i.ilvíl pulso, um lutador, uracondutor tie massas, ao cenirã-rio disso Pereira da Silva irapo,- fxcelòneia o poeta. Ele de-via ouvir estranhas vozes emsurdina, esse homem tímido,m.-liincélico e sofredor: deviaouvir aquelas vozes que um dosseus p.and.s confrades chama-ria as vozes das estrelas. E to-da a sua vida de quase septua-gcnáno viveu-a ele nesse en-can lamento doloroso, mas ma-ravilhoso.

Tanto Fernando Magalhães,quanto Pereira da Silva, foraminhumadoe no cemitério ds SãoJc-ào Batista. Damos nesta pá-Bina os adeuses da Academiaaos seus dois ilustrcjs morios: oadeus a Fernando Magalhães,pronunciado por Pedro Cal-mon; e o adeus n Pereira daSilva, proferido por Mucio Leão.

Traços biográficos deFernando MagalhãesFernando Magalhães nasceu

no Rio Ce Janeiro a 18 de fe-urelro de 1878. Era lilho deAntônio Joaquim Ribeiro dcMagalhães e d. Deolinda Ma-t;iíh;us. Educou-se no Colégioi'oíJrü II e graduou-se em me-r'11'ina em IbVd. Já em lífüO eraiivciJÚGo nas funções ce pro-

li sj-jlt interino de ginecologia<:a Faculdade de Medicina eii.Ti ano mais tarde in vestia-senu lar.eira de livic-docentoconduzido ao professorado, co-ijk) substituto, de clinica obs-ti¦;rica. Exerceu o cargo de di-ri t-ur do Hospital da Materni-d;idc do Rio de Janeiro, e, su-('¦vivamente, loi membro doConseiho da Universidade des-fa capital, do Conselho Nacío-j.ai de Educação, professor doliiJtiluto Franco-Brasileiro deAlta Cultura, diretor tía Facul-nade de Medicina, reitor daUniversidade do Rio de Janeiro,diretor da Beneficência Portu-\ .ícsa, diretor do Hospital Pro-r.iatre. consultor do Hospital daBeneficência Portuguesa, pre-sHiente da primeira e da quar-ta Conferência Nacional de

Educação e delegado do Estadodo Rio de Janeiro ã AssembléiaConstituinte, em 1933, Da mes-ma lorma, era membro da Aca-tíeinia Nacional de Medicina,da Academia de Obstetrícia eGinecologia cio Bra.sil. alem denumerosas outras atividade-scientificas.

Ocupava na Academia Erai-i-loira de Letras a cadeira n." 33,da qual é patrono Raul Pom-pcia, e fundador, Domicio daGaroa. Poi eleito a 22 de julhotíe 1&2G e recebido naquele so-dalicia. a 8 de setembro domesmo ano.

Fernando Magalhães deixaviuva a sra. Olga de AndradeMagalhães, filha, do Ilustre es-critor e jornalista Nuno de An-drade, e os seguintes filhos:sra. Beatriz, casada com o sr.Julien Chacel; srta. Lúcia, di-retora da Divisão de Ensino Se-cundário do Ministério da Bdu-cação; e sra. Lavlna, casadacom o sr. José Carlos de Olivei-ra Costa; e Nuno, eatedráticointerino da Faculdade de Medi-cina.

O adeus da Academia Brasileira aFernando Magalhães - Pedro ealmtm

"O adeus da Academia Brasi-IrAa a Fernando Magalhães émais do que a homenagem desua saudade na emoção tristeda despedida traduz a gratt-dão coletiva pelo exímio presi-dente que, por três vezes, lheurientou com acerto os destinos,c a justiça que testemunha etributa aos seus admiráveisserviços. Orgulhava-se dele.foi uma das figuras veneradasdesta comunidade de homensde pensamento. Tinha a alturamental, a finura âe espirito, oexuberante civismo, que o vin-calaram à sua época e à suaterra como forte expressão deraça e alma; pode-se dele diserque nasceu predestinado paradirigir o sentimento público; ecom esse eondáo de doutrinaràs massas atravessou a vida se-guido admirado, aplaudido, co-mo o professor de vasta ciência,o tribuno de inspirada eloquên-cia, o esteta apaixonado pelabeleza e pela verdade, o pastorde opiniões agitando nos toposda nossa paisagem social o seucesto de comando...

Médico de notável saber, têc-fico no seu douto o/ício, teste-lado pelos mais ilustres juizesda proficiência e do conheci-menio — nunca, deveras, res-tringirla ao campo da ciênciaaplicada a insaciável curtosl-dade ,jc seus faientos, nece-beu-o a Academia, na vaga de

Domicio da Gama e no cadei-ra de Raul Pompéia, como aopoligrafo iluminado pela con-ciência literária de sua missãode mestre das boas lições, so-cióktgo do papel dos doutoresno meio brasileiro, pedagogodas Questões gerais do ensino,moralista ou filósofo nas suasmensagens de entusiasmo vir-tuoso, escritor de excelenteprosa, poeta das idéias harmo-niosas, orador, na linha dosmaiores que teem honrado asletras nacionais, irresistível nafluência de sua palavra per-suastva, fulgurante e memora-vel no arrebatamento de suascampanhas patrióticas. Vieratía cátedra, ressoente ainda dasvibrações retóricas do outro sè-culo, quando os perfeitos lentescoroavam de ênfase a aula pri-morosa, como um enviado dasforças imateriats ãe que seconstitue a Universidade. Deviafalar às multidões a linguagemquente e ingênua elos que nelascrêem. Smbebera no convívioda mocidade o idealismo flame-jante, retermperando-o dumestranho vigor. Traaia a em-baixada das esperanças impôs-tas no calor de suas "oraçõesde sapiência", na trepidaçãojuvenil de seus discursos de po-ranlnfado, no fogo claro e (n-quieto de seu apostolado deeducador, de estadista Inteiro-tuai, de semeador de iniciativas

generosas, de advogado da dig-nidade humana, de criador deinsistência e litanlropiu, decondutor e patrono de gerações.Na Faculdade, que se ufanou deseu prestigio, na reitoria daUniversidade, a que subiu porseu mérito, na Ltga da DefesaNacional que presidiu com ra-ra eficiência, nc. Câmara politt-ca e no Conselho de Educação,o sua personalidade se aglgan-teu na Influência que exerceut na simpatia que propagava.Acompanhava-o o sortiligio dapalavra comunicai'iva, musicale veemente. Se há uma estrelao (rafar o peregrino de gêniopor seu caminho dificil, signode sita vocação e coerência desua luta. o astro benigno queele enchia de fulgor à noite es-tudiosa, era a serena luz doDever. Animava-lhe o senso eo gosto da palavra que ensinaImpelto-o para os desinteres-sados debates de sua profissão,para as b'ilhantes alocuções dosen sacerdócio escolar, para asfulgurantes apóstrofes da suapregação nacionalista. Dava-lhe a intuição dos valores imor-tais, que ele percorre a expar-sa obra tribunfeia, como o pai-pltante segredo de sua unidade.Aquela .-ua fé ardente e sonoranos direitos da inteligência, nasfibras dc caráter, nos argumen-tos do coração, na preeminén-cia do espirito, na fidelidade <ireligião, va cultura que redi-me. constrói e exalta. Aquelasua crença inabalável no povo,na tradição, ia liberdade, naPátria. Aquela sua impávidaconfiança no Brasil eterno* dcseus hinos ãe comovido lirismoe de vangloria exuberante, desuas pcrorrçôes esmaltadas detodos os matizes que reluzemna pompa da natureza brasüei-ra, principalmente

'de suas álti-vas homília s proferidas em seulouvor e em seu auxilio. Aque-Ia sua ação pertinaz e definiti-va em favor da conciliação or-tográfica, vazada no primeiroacordo inter•acadêmico, quelançou as bases da concórdiapresente, no domínio vocabular.sob a égide da uniformidade dalingua portuguesa, voto e idealem que se juntaram a Casa deMachado e Nabuco e a velhaAcademia das Ciências de Lis-boa, como tanto desejou e quis!Seja, pois, a plácida luz do De-ver cumprido, que lhe iluminea derradeira jornada, quandode nós o afasta a morte: quedela realmente se libertou, pa-ra sobreviver na amizade doscompanheiros e no respeito daposteridade como um insigneoperário da Vida, sobre cujaurna funerária se inclinam asserenas e impereciveis inspira-Ções de sua glória, resumidasna severa invocação dos seuslongos e nobres trabalhos.

A Academia não o esquece-Til»

TRAÇOS BIOGRÁFICOSDE PEREIRA DA SILVA

Antônio Joaquim Pereira daSilva nasceu em Araruna, noEstado da Paraíba, a 9 de no-vembro de 1878. Fez os estudossecundários na antiga EscolaMilitar, na Praia Vermelha. Co-mecou a carreira de escritor fa-zendo a critica dos autores con-temporâneos nas colunas dosJornais do Rio de Janeiro, espe-cialmente nas da "Cidade doBio", da "Gazeta de Notícias",da "Época", de "A Pátria", e do"Jornal do Comércio". Ao ladode saturnino Meireles, Felix Pa-checo, Gonçalo Jacome. CarlosMas, F'ernandes e Castro Me-nezes, terçou armas em favordo movimento simbolista, atu-ando com assiduidade e bri-lhantismo na revista "RosaCruz", famosa nos anais davida literária do pais.

Mais tarde, a convite do an-tlgo editor Leite Ribeiro orga-nlzou, em colaboração comAgsrlpino Ctrleeo • Th-So FUho,

Fernando Magalhães

Fj^^ Sm

Pereira da Silm

o mensário Intitulado "O Mun-do Literário".

Publicou, cm 1905, o primeirovolume de versos denominado"Vai «Solü". Publicou depois as"Beatitudes" lem 1919) e as"Solltudes".

Em 1921 surge o "Holomiiis-to"; em 1!>23 o "Pó das fSandi-lias", em lf-23, a "Senhora daMelancolia-, e em 1940 "AltaNoite".

Pereira da Silva era membro

da Academia Bvr.^lí-'in dr ]>-trás, na qual foi rv. cbido i-n 'ASde junbo rie 1034. sn.";tíond<!Luís Carlos da Turtvvco"Sons Ia coupole" estudou apersonalidade rio.'*: j:t:c:!;)?- LvAv.Carlos, Adelmar Thvj.uw.. SilvaAlvarenga, Machado de A-isis eGonçalves Dias,

Ocupava a carteira n.° IFi. quetem como patrono Jüan j-'ran-cisco Lisboa, e «que loi fundadapor José Veríssimo.

' p,i<;ii4,\ in SUPLEMENTO LITERÁRIO PB "A MANtlA" - VOL, VI nOMINÍÍO, Iir/1/11144

0 adeus da Academia Brasileira a Pereira da Silva •-"<"•'Cem o intervalo da poucas ho-

ru. a morro golpeou fundamente.por iuat vasos, o coração da Aca-demij. No madrugado d« t-tgun-da-t«ira, levava-noi Ftrnando Ma-galkãos. alma arrebatada a ir-danta, orador da ¦ximi» flua lido-doa. Ao como^or a norto do tor-ça-roiro, lovova-noa Porotra daw»».

Com tmofaa o fulgor, PodreCalmon exproooou a Fernanda Ma-golhõe*. em mou impedimento oco-•iowol, a Mudado im perecível qutala deixou em notuoi corifõei á*companheiroí.

Deite, qua hoje conduzimos adorrodeiro morado, deste encanto-dor o meigo Pareirj da Silva, qua*-to feriomoi a dizer, tombem, porosignificar o saudade in finda queele voi deixar em nossa casa!

Pereira da 5ilva teva um desti-no, um único e maraviihoso desti-no — o da Poesia. Nunca foi ou-tra coisa, nunca ambicionou ser ou-tra coisa, nunco pensou quo pudei-s* ser ouNa coisa, senão esta coisasimples, misteriosa e divina — umPoeto.

Lemos, sem dúvida, em suas ao-ticias biográficos, qua ele escreveurrabolhos de prosa, que ele foi, eo-mo tontos outros de nós, um rudeoperário do iornolisno, qua daproduziu estudos de critica sobra osseus contemporâneos. E, da certoessa informação á exata. Mas nãonot iludamos: tudo isso era aindapoesia Se bem analisarmos a su-bstãncia daquela sua critica, da-quelei sous estudos, daquela «au

mourejar em jornais, sa bem peno-trarmoi no.cji.alai ¦«• c«»coir«i«(ãodo vida a do universo, aa bem exa-minarmos aquilo qua poderíamoschamo. • wa "tilowHc", • que vi-moi «chor • irto: * ¦«• >••'• P**-cu.anda ai» tipnnte 1 •«• a»»libl-sidade. Poderé ras4-la com umaexprastõa nova. mondo a forma doprosa, a não mais a forma da pao-sia: mas a que ali oitcentramof óum poeto, um poeta que capto o«-trás emoções, sam dúvida diversasdas emoções que lho %é« móis fami-lijres, mas sempre am poeto, istoé, um ser místico, embriagado damistária e sofrnranto.

E é preciso diiar que assa pontesoube conquistar um lugar seu, in-teiromanta seu, na ütararura donosso país a do nota* tampo. Etaserá o poeta par excelência sa en-tendermos a Poesia como o fonòme-no da emoção introtpocttva a notur-na. Nenhum dos sant campanhai-ros da vocação literária — a ma ra-fira. é cloro, aos maiores — olhoutonto paro dentro da tua própria oi-ma. Nenhum taro encontrado tan-tas vezes Daus dentro da si mesmo.Nenhum falou tanto na Noíta — naNoite, qua á, por si mesma a poesiado Universo. Nenhum viveu tão ia-timamento com o írmi Dor a com airmã Trtsteia. Nenhum suspiroumais^ ansiosamente pelos carinhos di-v;no* do irmã Morta.

Sim: Antônio Joaquim soube er-guar, em sua pobrexa a am sua pia-dade. o seu cântico ¦ todos as cria-tures. Ergueu-o, a aiomplo deque-le maravilhoso Francisco, o Pobre-xtnha de Assis, aquela que sa levan-

tou da humildade méis ínfimo portse tornar um des símbolos da únicaverdadeiro grandeza humana.

E no cântico dt todas at crioht-raa entanto paio poatl braillairo,as grandes imagens evocadas tão asimagens do sou martírio de homem;é a Dor, é a Tristeio, á a Matança-lia, • o Abandono, á, antra todas, •Morta!

Contar assim, saber cantar assim— não sare a mais pura larma de

»lvw no poo.iof Roípondaili quo ia acrescentarei que essa advertêncianoa vim *> pióorio Pccolro da Sil-va, a ia acha om um dos seus sone-toa móis enpmtivoi, naquela «uo xintitula "Ad Amicoi". Ali o poetoimagino a «dia que estornos hoje vi-vendo — a de sua última deipedi-da da todos nós — a not Ma comoo ffiti amigos.

Oufamoi a aua conlMéncia tupuma:

NOTA A ESTE NOME-io I.ciio\KO DE "AUTORES E

LIVROS"

Bem sei — chegando a morta — meus scnhaia*},0 qua de m.'m dirois, à despedida:

"Era um poeta de Muno comovida.Formo comum, dotes inferiores

Não teve as altos dons reveladorosDs divina Belsxa. inda esconddoFaltou-lhe o gênio qua subi ma a Vida,E divinisa as divinizodorus ¦

Saja . Também não tiva tol vai Jade.Pó — somos foJos dante 4 ctsrnidado

Menos que pó, menos qu*; paeir-i: — nsíi.

Mas, inde assim, no mundo da matéria.Dst ao pó de minh'afa>3 o Utm* atéteaDa dor humana espiritualíxoda

"Dai ao pó da minho alma a fo.--ma etárea do djr hum,mo espirítu.i-lixada. . ." — Onde podsririmos en-contrar d-íftnifãa mais exata e mais

bela poro a sensibilidade do com-

panheira do quem nos despedimos

hoje. paro a sens'bÍI.'dode dclorasa

e lunar dessa que an-Jou tonto no

intimidade dos gênios mais tristss c

mais puros, para a jensiSilidída d*'-

se qui foi um íníimo de Antero ds

Çuantal. um íntima de Pa» a diBaudefe-Vc?

Atuí damos o nosso "ad.js" uPere.ra da Süva, que ie voT. p+rasempre c's nosr.o convívio Forajorosco paro ssmpr-í, porem, a tem-b.-onço do szu etemp!» — a ex:m-pío dssse homsm piedoso e dossVJ* só quis vivar para a sua ort;¦jue, nesía mjndo de asp-rtoi egoí1:-tjs e meiquinhss, soube psri*ninocer iU\ i pcrfsição do seu idsal dt.oitisto".

AUTORES E LIVRQS Uedtcuu o heu sexto voluirto n.,,,Iiísluiiíidiíres e aos poetas. Im-ciütiii cam um numero cpeciai.;livt'i-..i il.i.'i demais, c dodl. ii.Uiu Aciirti mia tlra.illi'11'a de ' I. •-iras. Alt in.-lulii os dittciir.,uipronunciados por ocasião üarecepção do sr. uetulio Vaiv.ii.-.,<* b;*m nifj.sim os pronunciadospor ikumuo cta rectpçao Uj .si*.MenoUi tiol. Ficyhiu, inclm i.^nolnirnlL*, o.s di>.cur,:oi tia ui..¦torij, iiL-u«itnclac(Oá pelos üi>.Afiai1 nio üDaiv.;, iíio*.k1*^uu* ca: >.ní.ndíitj terminava, o Mm* ouCcin, piciJcnu1 cujo niandüijta inic.ar-&c. .

S---U ii«.juaclo nun.c i-j, dedii\* -do a VíWiihns.Mi, ioin:çau lui.ntMi.rní,.* a ólt.j cio.» histuri.;Jorr1 \ Vciti hiijL* o numero d*-àic.-iür» a João Francisco Lisboa3eguk'-ü5-ão ou n.meros deüi-paiios a Rio Branco. CapULran.i.;? Abreu, Oliveira Lima. Eduar-.lo Piado, João Ribeiro. AUrra >t? Carvalho, BariJo;>a Lima. V.reira da Co.ita, Recua Pom ai.nautluy. Virá, a seguir, a stri*dr-s pjL-La» coIjii ;.is. na qual ir-i\mo.s Gregorio d1 Maios. âi\. ¦-ii,i ila Ciailia. Tianuü Oim-í*»,,.Clandvj Manu.-l da Costa, a.üoi:> Aivarcn^a-i.

Para eMcrrrur o í^xí-o vol uni ¦— liei ao .si-u-rma dc íVchar im:1a i'ik'i;ao cora uni ;;rande au-Lor c.-íLí .TiMi"i!'o -- c do no -«ipropj:..! i dedicar uni supiem-r:.-Lo a Omõe.s.

um tf u ento Jornal da geração ie AiÉ*o Âzeveilo

J

Foi wr inspiração do bispa-do qii? a ¦•Civilização" — famo.so jornal do clero maranhense— apareceu em S. Luiz. pelasalturas de 1880. Tinha redaçãoe tipografia no velho semináriode S. Antônio. Saía aos sãba-dos e intitulava-se "órgão dosinteresses católicos". Entre osseus colaboradores mais assi-duos JiiV-iravam o poeta Eucli-des Faria e o padre RaimundoAlves da Fonseca. Desde a suaaparição, a folha católica revê-lou, pelo tom dos artigos decombate e doutrina, o propósi-to missionário de trazer ã for-ca, para o rebanho de Deus, asovelhas desgarradas.

Esse espírita combativo teve.aliás, a s'ia razão de ser. A de-cadência do patrlarcado rural,levando de roldão a fortuna demuita ííente, transformara a ei-dade bunrue.sa de S. Luiz numviveiro de ociosos. Os antigossenhores poderosos, agora ar-minados, parasitavam na capt-tal à espera do emprego públi-co. Os burgueses remediadosrecolhiam, contrafeitos, nosaposentos vagos dos seus sobra-drões. a parentela decaída. Asmancebias se multiplicaram en-tre senhores e escravos. Muitavirgindade se desfez sob a im-pressão con frangedoru da po-breza. E essa dissolução de cos-tumes chegara a atingir o pró-prio clero, comprometendo oscréditos da Igreja no Mara-nhão. Sacerdotes respeitáveisnão coravam de manter aman-tes nas ruas melhores da cida-de. As janelas dos seminárriorsse transformaram em pontos denamoro. E a Fílharada bastar-da dos sacerdotes aumentavadia a dia. num desrespeito aosprincípios de ordem religiosa.

Toda a r idade de S. Luiz ti-nha conhecimento dessas coi-sas. Não tardou, por isso. a es-boçar-se um movimento de rea-ção, provocado por aqueles ra-pazes aos quais Celso de Maga-Ihães havia comunicado a fia-ma de novas idéias emancipa-do ras. A campanha antlcleri-cal ia ter, agora, espetáculosriials rumorosos e sensacionais.E os escândalos do clero come-çaram a ser divulgados aberta-mente, envolvendo çônego» •monsenhores.

A ameaça dessa reação foipressentida pelos sacerdotes fa]tosos. o clero se congregoupara desferir um contragolpedestinado a salvar a igreja doaluimento em prenuncio. Nospúlpitos, começou a contracam-panha. Espalhou-se pelos Ia-r^s, graças à habilidade dos pa-dres bem acolhidos pelas fami-lias ilustres. E culminou peloaparecimento, naquele ano de1330. da folha religiosa destina-da à defesa dos interesses ca-tólicos. A "Civilização" surgiu,dessa forma, como um instru-mento de luta. Dai o torn vio-lento de seus artigos de dou tri-na. Esse azedume foi uma con-tingéncia natural. E a gazetados padres do Maranhão, se-meando ventos, haveria fatal-mente de colher, um resultadológico, o estrondo e a descargados temporais...

* *Efetivamente, a 10 de setem-

bro do mesmo ano, surgiu, como propósito de responder aoclero, um periódico de formatopequeno e com o título preten-cioso de "O pensador". Por bai-xo do título, vinha esta indica-ção vaga: "Propriedade de umaassociação". E todos os colabo-radores, destacadamente antl-clericais, se—embuçavam debai-xo de pseudônimos. A "Civili-zacão" era alvejada em todalinha. Velhos escândalos que asociedade escondia vinham alume nas colunas do periódicodos pensadores livres. Os cleri-gos tinham seus nomes escritoscom todas as letras no relatominudente das maroteiras pra-ticadas às escondidas. A novagazeta aparecia três vezes aomês — e constituía, na tranqui-la cidade provinciana, uma au-dácla nunca vista. Em vão lu-t.ivam os sacerdotes para des-baratar a horda Inimiga. "OPensador" insistia sem medo,esfrangalhando corajosamenterespeitáveis reputações de bati-na. Nunca secção Intitulada"Echos da Rua" dava agazalhoa todas as murmurações escan-dalosas em torno de preladosilustres.

Um exemplo, apanhado aoacaso:

"O Rev. Frei Osório aponta-do pelo "O Pensador" transi,--riu o namorieo para as janelasdo "Seminário"!!

"Muda de vida. frade, se-nào damos a denúncia".

A "Civilização" recebera a no-va folha com desabrimeníosofensivos. Devolvera mesmo oprÍm?iro número que lhe foraenviado especialmente pela re-darão de "O Pensador". Masnão esperava que a gazeta dospedreiros livres reagisse comvantagens às escaramuças dosclérigos, feridos e revoltados. Abatalha apresentaria fases docalúnias soezes e de insultosdesaforados. E em certo laneemais "iole.ato o clero teria quecalúnias soezes e d? insul.ospara o pronunciamento jurídicodos Tribunais.

Em 1880, ao aparecer o perlo-dico dos padres, havia em SãoLuiz uma roda de rapazes ami-gos das belas letras e que sereuniam nos baixos do sobradoreside ncial do comercianteAgostinho Vale.

Tomam parte nessas tertúlias,alem de Neurod e Libanio Vale,filhos do dono da casa — Alui-zio Azevedo, Manuel de Bethcn-court- João Afonso do Nasci-mento, Antônio Machado. Edu-ardo Ribeiro, Paula DuarteRaimundo Capela. João MoraisRego. Pedro Freire. AgripinoAzevedo. Artur Pereira. ManoelAntônio de Pinho Junior, Ar-tur Jansen Tavares, Paulo Oo-mes pereira...

Essas reuniões vinham do' .npo do "Jornal para todos".E delas tora participante o poe-ta Euclides Faria, pouco depoisafastado para unir-se ao cleronas memoráveis campanhas da"Civilização".

Poi nesse cenáculo. por inspi-ração de Manaoel Bethencourt,que surgiu a Idéia da publica-ção de "O Pensador", com oobjetivo de oferecer combate àgazeta dos clérigos do Mara-nhão.

Na batalha, os lutadores, emgeraL como ficou dito. se dlssl-muíavam sob pseudônimos.Apenas Aluizlo, desde o primei-ro instante, fez questão de sair

a campo, abertamente. s?m dis-simulações num jo^o juvenilde bravatas excessivas.

Seria ela-, por isso. mesmo, omais visado nas escaramuças doclero. Por portas e travessas loiAluizio ímie-icado de surras.Mas náo se intimidou sob umsilêncio covarde. Investiu semmedo e zombou da íorea dosclériços eonferados nas colunascatólicas da "Civilização". Eseus remoques, em mui-os hn-ces, assumiram o tom audacio-so de uma provocação de *fspa-dachim.

Foi Aluizio o primeiro a assi-nar o próprio nome nas colunasde "O Pcmador". Sua primeiracolaboração assinada veia inse-rida no número de 10 de outu-bra d' 1330. Por esse tempo.João Afon.»o do Nascimento, seuamigo, havia lançado outro pe-rlódíco — "O Maiho" _ em su-bstituição ao "Jornal para to-dos". Àluizio dirige ao redatorda nova folha uma carta aber-ta. com alguns trechos sibilinoscacetadas rijas no padre Castro,seu desafeto.

O trecho final da carta valea pena ser transcrito:

"Quanto a quem te dirige es-tas frioleiras — não desdenha-rã estampar aqui seu nome obs-curo com a condição de quenão o reveles ao padre Castro,porque esse bondoso sacerdote,jurou quebrar piedosamente ascostelas do autor destas cròni-cas, logo que descobrisse quemele era. Teu amigo — AluizioAzevedo".

Não satisfeito com o desafio,Aluizio acrescentou ao seu no-me um asterisco e colocou no péda coluna esta nota em estilo deremoque e arrogância, fazendoo seu próprio retrato'.

"Vinte e três anos. Moreno ecorado, nariz grande e aquili-no, olhos rasgados, escuros epsstanudos. usa a barba raspa-da e um pequeno bigode de um"cfiic" pitoresco; altura regular,cheio de corpo e cabelos casta-nhos e lisos. Sinal particular:Traz constantemente uma gros-sa bengali de carnaúba, demeia polegada de diâmetro eferrada em ambas aa extremi-

Jiiiué Montei Iod.idrs. A -fotografia a;ha-sc ,'x-pusía na redação deste jonvrl

Ne,s_* remate em deboche. >estilo evidentemente é o h««-mem. Aluizio revela, ai. a s,aicnnduUi corajosa e o seu tnr-per.im.nio de lutador. A' ami '.ça do padre Castro, feita n- iportas e travessas, responde pu-blu-animle, num desafio oiv *o siiCii-mo castiga com aspei-:¦dão o eontendor atrevido. O sa-certiot? nio responde à prov-,-carâo, e mete prudentemente r,viola no saco. Nem maiui.surrá-lo numa viela escusa porum lugro encomendado ou >)<*¦um capanga carola. Mas Ali,:-zio. apesar disõO. não o deixa iimio. Continua a tozá-lo ¦ iusecção de escândalos onde tra'-à lume os escândalos do cler,E envolve outros padres nas i.,-discretas revelações de seu Jnr-1131.

Toda a cidade fica pasmad idiante do topete do jonialisiu.Aluizio. em certo instante, re-corre às suas habilidades de da-senliista irreverente e faz dis-tribuir pela cidade as caricatu-ras dos clérigos visados pelacampanha de "O Pensador';, omoco parece que tem o dialx,no couro. As beatas começam aevitá-lo nos encontros de rua— e persignam-se, prudentes -medrosj:, quando o vêem pela;costas. Os burgueses católieo-evitam ü? tirar-lhe o chapéu ouestender-lhe a mão em público. Aluizio observa tudo e veque está crescendo, cada diaque passa, o ambiente de líosti-lidade. Não se intimida, entra-tanto, precisa de infligir umcorretivo enérgico nos sacent,tes encarabelados. Só o arti?,<)em "O Pensador" não o saíj*-faz E' necessário que a batalhase prolongue pelo tempo adia»-te. E Aluizio descobre, nos r. -cursos de sua arte de romancis-ta, os elementos para o castis»procurado. Entre os prelao„imaranhenses envolvidos na p-'leja. ele escolhe, então. um.para personagem de seu novolivro. Irá retratá-lo minuciosa-mente, e constituirá com a i«-gura sacerdotal do conego Du«-go um símbolo perfeito da mm-dade humana no doloroso eu-trecho do "O Mulato".

JPJfc POUMWnO. H/1/1M4 «UriJ!MrNTO LITERÁRIO DR "A MANHA" — VOL. VI rAGINA 41

UMA REEDIÇÃO DESYLVIO RÒMERO

Hi, artigo em que encerrei a polemica «ura o sr. Nelson Ho-„.,„... artigo que foi republicado no ullimo numero deste suple-,.,„!„. anunciei que ia transirerer trechox da História da Lite-,,,iiira Hrasileira" e do "Machado ile Assis" liechus nos quais.„„ r„mparaçâo dos textos tias edições organizadas pelo sr. Nelson.,..,, i, texto das edições fritas pelo próprio Silvio, /Uiusem bem...iinites as alterações agora intriidu-.idus nus duas obras.

Inicia-se hoje esse trabalho ae cou/rimlo, com o artigo inti-lubulo 'Rio Branco", recolhida pelo sr. Nels„„ Komerc ao quinta].,,'rriu ia terceira edição Aa Historia du Literatura". Reproriu-sim,,! io eximiu, apenas oi, tmhos qur aparecem aliciadas nau-iteira edição. As linhas de potihts iiidivum as supressões ope-radas no trabalho de Silvio Homero.

Na coluna ao lado repiodn.-mies, iu.nahneiite. os dvis brilhan-;-,* artigos que pelas páginas de A MAXtíA publicou Ji-uguim Ri-}'tu''\ filho de João Ribeho. artUms r^o cm que ficou fulareci-ur. ll «yu<"»l«ii> do "Compêndio ilu ll.s',.-,; ,hi Literatura fl'«lsi/fi-tu", escrita por mão comum por HÜn-., H>-nrrt> e Joào Ribeiro.!.

O BARÃO IX) ItIOKKANCO

Historiador t> diplomi-fa.S-- ü IHí.il-iCHKfllJ, p»ttitii.l;i( e

c^iiin** tf» 'Fí&&i.$ if-iiiii-.tülòc;utií" t-õnsetíiiir destnancar ov.üis extraordinário rie eusinUis. essa esplêndida vitoria«i, Acre adquirido i11 ¦ eiro. uW-míK-is mais ousadas fanlusii.s. aii.-co do ais umas quantias riedinheiro e de pequenos trechosti. icrritório ã margem oii-ri-\-„ üo Paraguai e à psou-rdari, Madeira, terrenos nu:!- iiue;¦:.-. tio número daqueles qno. no¦ «miprimento rie antigos trMa-.•.ií. unhamos recebido tia Bo-\vi;i por outros por nòs cedidos,w a politicagem daninha e :n-i;u:\lificavel não deitar a pi r-rtrr tão osplêniüdins esforços.po.ier-se~á ler por gloriosa->i»ntp finda ft missão quo o¦ipsiinn reserviu ao íilho do v->-iho estadista, imortal patronotiú raça negra.

Ov que andamos cá emb"»-tt- »m contato com a niulli-)»im sabemos das torpes pt-rii--iiiji.v que lhe estão armando aí¦níveis odres de Inveja, assás

~>'!Ji*-ií'idos de todo*.A intriga visa mais de jxtIo

fif classes armadas.. .Ksta palavra revoca-me á

fcrr.hrança a srsnmda nota qn.:v. *-.•..halei no historiar do muoo*¦ ív;í Paranhos: o amor, a pie-"Herão irresistível por nossosfi«>ins militares. Isto desde osHiiiis antigos tempos, desde sua: iifTícia literária. (.'orno poã>-.';:. ininals ser nm mímico cioK.vtM-iJo e da Ai ma d a nm r.-*-¦¦iior nue tem pagado a viria

•-¦ fsl lidar-lhes os feitio e ã- ns decantar a «rlória?

o uakão no KIOHKANCO

Hc ;, i-.-U: r-ufiein p.v:Lular eCiliiiu,! :í" ;¦;;¦¦ *;jíi)v '. .* liOiv.ir.òes,::ãt o.; . ;-..ur fie: iiij|ji'h;ir otoais f >:! ."-lovfiinítriü .1" >eus lei-tos. t-->.i !-.<:;:i-;idí-ia vin'*;*» doAcre, a:i,.:t--rid;) inteira yi.:in dasniii.' o!i'.;tcía,-i M:;*.i5i,Hí. a '-roçode i;itMii>:.-> quantias dt fJinlicí-ro c íi: pui-.icnos ir, chi-á deiFi-riloj-io a marycni U^üty doParaMUiii c *t esquertij* d<i Mi-deira. i-.-r/i nus aliai, que *>ãií doin"imf:n d.:(j-,irieíi que. no cnm-phmeiiio ee antigos tratados, li-nin.ino.s r._t'!b;do da Bulivia poroutros ii-r nós cedidos, se a po-liíicaytin daninha e inqualiíi-cavei não deitar a perder tãoesplèndidojs esforço*;, poder-se-áler po;- yioriosameiiif finda aniiss^o (,!:.-» o destino r.-M-;vou aotLíih) dii v:llui e^tadir-írt, imortalpairisno ttu raça negra.

A seiMinda nota que awini-leinu liisioriür do mueo Silva Paranlws <- o amor. ;« prc-ciileçãoírrr.^i.i-iv:' por nossas Ias tosmilitwrs. i.sto desdi o.*; niaisanti^oM t.-mpos, desde a sua];iKi'k'b íüerária. "Náo é. comoalsui-ni supôs", inimiyu doL->;éri'iUi e da Armada ;:m escri-tor uy.e \i.m passado a vida ae-iii^,:!"-;:-:.-! os feitov e a lhesdu-iii.'¦;;;¦ a ulórla.

Vin operário dessa estiir-i^a,¦¦:;\ sabedor tíe;;.*-.a fuiza irapõ-:-" no respeito''de todos n^ á-il-

¦<¦'? rrtos. E cumpre ainda r.o-1 ;-.:• que em seus estudos de >".¦--'f.?;*íít professo e confe=so tf-

- <¦¦ iie re;acioi:ar-^e e convivi-•-¦ir! ur nossas maiores fi;'.uris:?!í-:irr-iais. que Ih.e dispersavam

¦¦¦rnihoso.afeto e dos qua)"-: pos-'¦'"' preciosíssima corre: .ci;o:i-'¦'• '¦¦''ia : Caxias, Osório. PortoV' *:re, Barroso. Tamandaré.

-V- ;;jfiço e vinte outroK...Oiião intensa não seria a ir.íi-

-1 ''^taeão de rsín.nhería dr*>a¦¦Mhciravel ple^adp de verdar-^i-;';•¦< foldaclos, se lhes fosse da-•''" siibej- que andam hoje hll-piiliunos a tentarem intrivnr''Wf: seu dileto Silva Parnn);osC:"'-'n o pxéreíto. apontnud<>-o'"¦'o um des,servldor da l'á-IrlH

R;nal dos tempos... tri**te*• ii-r ou mais trisles!

Aguardemos a monnmenlale\'"'nsieào de motivos, que ai-tf--

f'U- o tratado do Acre. puraf^'í vejamos o"í;o riais terri-v,.:is foram as díticnldariev ven-'¦Jifrts p quão maior ierá a vüm-U!'fin do Brrs-il em aprovar "p.!-.ti--i.r. bendizendo os esto;*-;'.'-''-f* um ftlhoquerido.um.

tiulmt T.stMlv.s. iie Lileriifa-r»i Contenipotáuta).

Um np. rário dcfsa estatura,um .-.ibrTÍrir d:'.".:! fe-uisu impõe-*¦;¦ ao i,*,sí;:-;io de todos os áni-mos ivíüm. E cumpre .'ú.ida no-tur t|iif c;ii seus estudos de mi-lilari.sia rroíe-iso e eoníesso te-ve de r-.-l:icionar-se e conviver(•(jiu s'.ii D>)'-:5as maiores í.gurasmarcínis. qn? lhe riispf-nsavamcarlniirKo afi-to e dos <iua:spos.-iif preeiosíssima corres-ixiní!f'i.*:ir Caxias, Osório, Por-to Al7'i-.-c. Barroso. Tamandaré,Melgiivo e vinte outros...

(HWíiria (Ia IJtPr.ilnva Bra-süíira 3-* edigão. S." vol.,pág. 377).

SILVIO ROMERO EJOÃO RIBEIRO -„„ h

iQuando m-eanizel a obra "O

elemento negro", reunindo osesclms de João Ribeiro rela-iivus a influência negro-afri-eu na, na historia, no folclore ena lingüística, tive o honestocuidado de declarar em "notafinal":

"Deixa tambem de «figurarnesU' volume o que João Ribei-io e Silvio Rfiinero escreveram,de colaboração, dq "Compêndiodo Hif-f.úria da Literatura Bra-siletre." .sobre o elemento nefíio,por str impôs*»;v(.-l discriminaro tjue seja de cada um do$ í-o-Iiiborac-orc'.;" u;t;i eirea». pa-Sinas "::.Ó-S37r.

^Tatava-.se de um rondomi-nio intelectual que, a meu ver,(úvc-ria ser ref-ixitndo.

O.a. já de modo contrariopensa o meu ilustre amigo prol.Neixuu Eomero. tpie, ao fazer areedição da "História da Lite-ral ura", nao vacilou incluir,ror.io do imortal Silvio, o que é,tle d.reito e d" fnlo, um condo-n;niio do filóiioío sergipano ede meu saucoso pai.

E' claro que esse gesto seu,a!i:do a outras ousadas inova-ok-s nas reedições de obinr es-(joiadas. provocasse o pronun-ciamento da crítica.

Coube "lsaderar'' esse movi-mento a outro ilustre amigo, oescritor Mucio Leão, discípulodileto de João Ribeiro.

E' curioso verificar o antago-nismo de atitudes. Mucio é cal-mo e sereno na arguieão dasobjecões, alem de jovial e ri-sonho nos comentários das dia-tribes de seu opositor. Nelson,ao cont.rãrio. é violento e semisenção de ânimo ao examinaras objecões que lhe são Iejtas..Ch?jja ao inv,énuo propósito detjuerer negar a Mucio Leãocompetência para criliear a .suareedição. O direito rie críticasnão é monopólio de ninguém e.no caso em apreço, partiu deum eminente membro o a maisalta instituição literária do pais.Há muitos anos. desde a publi-cação tios "Estudos contem po-ráneos", Mucio Leão já jrrAn-teara reputação de critico. Eusou rie um direito que. compe-tentemente, lhe cabia.

Kão justifico em Nelson Ro-mero esse negativismo contrao direito de criticar, quando,num dos seus últimos livros,íom a sua indiscutível compe-íência de latinista, discutiu.rom incisiva crítica, o proble-ma de "A pronúncia do latim''.Se eie, como latinista. temcompetência para criticar quês-toes de latim, Mucio Leão, co-mo critico literário, tem igualcompetência para discutir a bi-bHcrafia literária.

E andou muito bem MucioLeí;o censurando o que Nel-son Romeio fez com o "Com-pêndio da história da 11 terá tu-ra brasileira". O que, nesse li-vro. se encontra, é um condo-míniO literário e. como tal, de-ve ser respeitado.

E é. em defesa dele. que ve-nho, dc público, exprobrar oato irrefietido de Nelson Ro-mero.

Devo declarar que, de umaparte, não houve nenhum pe-dido de autorização dos her-deiros de João Ribeiro parausar. eomo de Silvio, o que. dedireito, pertence tambem aomeu saudoso pai.

Este depoimento visa tão so-mente esclarecer a verdade.

Eu desolaria entrar, numdiálogo, romo eaduceu de Mer-eíitio. Estimo e admiro muitoa Mucio Leão como admiro eestimo a Nelson Homero.

Tudo, porem, depende deuma compreensão exata, porparte do organizador da teicei-

ra fdi«,iio da "HMórla da lite-ratura brasileira", do democrá-tico direito de critica. E- estra-nho que um filho de Silvio Ro-mero te rebele contra esse dl-relto.

Nelson Romero devia assu-mir a resppnaabllldade de ter"alterado" a yelha obra do pai.Devia confessar que assim o fez,porque a linguagem de Silvio,por vezes, era desleixada e ál-j-umas passagens ociosas, Podiater colocado por subtítulo **edi-tão ri-luiididrj pór Niülãon Ro-mero".

Sem ter tomado essas pre-cauções, não tem razão de re-pudiar a critica procedente quelhe foi íeiia.

A "História" de Silvio Rume-ro merecia ser refnndida, masé claio que quem tal o íizesse.não deveria fugir a responsabl-li da rie

Em dois erros incidiu NelsonR úmero: I < deu como de Sil-vio Romero o que é um condo-minio de Silvio e João Ribeiro;II r procurou fugir a respon-sabilidade de ter alterado aobra do pai.

A crítica honesta e sem anl-mosidade encarregou-se de evi-denciar es.-*es dois erros.

Não há. portanto, fundamen-to em querer negar a procedên-cia da crítica.

Diante dos fatos concretos,não há lugar para sofismas eexplicações tardias.

A terceira edição, al está. e ésobre ela qne devemos discutir.E' imposivel. agora, destruir oque foi feito.

VA Manha" - - 18-12-944).II

Acabo de ler. em "A Manhã"de 23 do corrente, uma cônsul-ta que o ilustre professor Nel-son Romero dirigiu ao emlnen-te juriseonsulto HahnemannGuimarães a respeito da trans-erição de diversas partes do•Compêndio da História da Li-teratura", obra publicada porSilvio Romero e João Ribeiro,sem discriminação de autoria*e portanto condomínio literá-rio: num outro trabalho de Sil-vio.

Alepa Nelson Romero que ob-teve autorização do detentor dodireito patrimonial do "Com-pêndio" 'que é Paulo de Aze-vedo & Cia.).

De certo a obteve, mas nãousou corretamente dessa auto-rizaeáo. pois Paulo de Azevedo& Cia. só podeiia autorizartranscrições do "Compêndio"como condomínio literário deSilvio e João Ribeiro, e, nãocomo de Silvio somente. p#rqueo direito patrimonial que cietem sobre o "Compêndio" è so-bre um condomínio literárionão discriminado.

De duas. uma: ou Nelson Ro-mero entendeu mal a autoriza-ção de Paulo de Azevedo íi Cia.ou este deu uma autorizaçãoiiegal. porque ele é detentor deum direito patrimonial sobreum condomínio literário nãodiscriminado.

A consulta dirigida a Hahne-mann Guimarães foi, portanto,mal dirigida. O que Nelson Ro-mero deveria dirigir ao juristaera o seguinte:

a) Paulo de Azevedo & Cia.,como detentor de uma obra deJoão Ribeiro e Silvio Romeropodem autorizar a transcriçãode urna parte desse eondomi-nio literário como da autoriaapenas e exclusiva de um doscolaboradores?

to) Se houve essa autorização.os herdeiros de um dos co-au-tores, como titulares

"do direito

moral, foram ofendidos?Nelson Romero, entret anto,

fuK*W £ essa equação.fi aloga que possue ujn exem-

plar do "Compêndio", uo qualSilvio Romero deixara, com sualetra, a indicação de sua parte.

Ora. esta d«*claraçuo c l.«r-dia, pois não figura na rei-dicaoda "História da Literatura" queele reorcimlzon.

E' tardia, mas deve ser ver-dadelra. porque nào rtHn, demodo alciini. que Nelson pn-mero sela uai nieirilrnwi É.muito Ifiefios ainda, n sni IHis-tvc e Invirtal progenitor.

Essa qu"stão e" aífio di-Mi-.jda,Justamente por ís.ho. et!. i-,.\\-

tciosamente, declarei no meupassado :ullgo:

"Devo diviarar (pie, de ii"naparte, não houve nenhum p--d<-do de autorização do:< hi:*òt-i-ros de João Ribeiro j:ara u^r.r.como de Silvio, o que. de di-relto pertence tambem ao nn-usaudoso pai''.

O meu intuito era kVr.tiji-car qual a parte que atitorízaiaa estranha divisão do eondomi-nio literário.

Vejo bem. r-soia. çue o autorê Nelson Romero. base-idn nu-ma indicação inédita do pró-prio pai. que, elo somente --.-eo-ra revela.

Paulo de Azevedo & Cia ape-nas autorizara, segundo creio.a transcrição do condomínioliterário.

Mas. Nelson Romeio è uni ei-dadão ale,o tergiversanie Hadta». discutindo com o p-n-la-ro Mucio I^eao. alegava que aautoria de João Ribeiro e SilvioRomero no "Compêndio", qual-quer crítico descobriria, me-diante o estilo de cada um. F"curió» que, então, não ale-casse a prova que p:a a indica-ção inédita com a letra de SU-vio. Por que?

Não explico nem entendobem essas coisas.

Dese}o tão somente esclare-cer a verdade.

E como st-ní.inela do pat rim A-nio espiritual de João Ribeiro,tenho o direito de exitiir expll-cações sem subterfúgios- no quediz respeito a um condomíniodo qual meu pai participa,

O fato concreto ê saber nosverdadeiros termos como SilvioRomero f?7, a discriminação desua autoria e qual o seu valor.

O "Compêndio", juridicnmen-te, è um condomínio lis.orárlode Silvio r João Ribeiro. PauloAzevedo & cia. é, ritualmente,o detentor do direito palrimo-nlal desse condomínio.

Tom valor a de«'!ar:i«-fio «leuma tío.s partes tderluracãoInédita c não úivitlmidai emface de um ato jurídico, públt-co. feito de comum aeo:do pe-los dois co-autores quandotransmitiram o seu condomínioa nm editor?

E" claro que o ato válido é es-te ultimo.

O condomínio literário, por-tanto, persiste.

A minha atitude, eonsequen-temente, se Justifica.

Repito, mais uma vpz. qneadmiro e estimo Nelson Some-ro. embora dele divirja ao en-carar e.^sa questão.

O fato dele ter ocultado a talindicação inédita de S'lvlo Ro-mero me. Impressionou muitomal.

Não a ponho cm dúvida, uni-camente em atenção à suapessoa, mas não reconheço namesma nenhum valor juriíieo.

Desde já reafirmo o pipupropósito dc vor limpidamenteesclarecida esta questão naqual o nome. do meu pai se véenvolvido.

E' um direito ao qual nfio de-vo renunciar. E não renuncia-rei.

("A Manhã" — 2S-1S-Í4»».

HUMJIMi*NTO I.ITWAW*» PB "A MANHA" — VOL. V» DOMINGO. It/l/llll .*$*_,

PÁGINA DOS AUTORESNota sobreHaydée Nicolussi

Haydée Nicoluasl. nasceu ua cidade dc AlfredoChaves, no Estado do Espirito Sanlo. E filha de d.-.'„ «cisca Bourguignon e de João Nicolussi. Iniciou.eus estudo» no Colégio do Carmo, onde coiicluu u¦urso d>- professor» aos 16 anos. Estrelou literatura«-«-revendo par. uma revista local do seu MU**-. «

i pela revista "O.-vidV^CaíIli-írãta^TendiríliJo'. em 192». P**™'1».?»liuni ütwyi'.*' d8 contos instituído 1Cnr/eiro".

Fa* ulual.nenU* o cur.w _• myawloni» no Museu

Risuuleo Nacional.E' tuiirionaria pública, com exercido no Mu"?"-!

Ma. i-in-il de Belas Artes.¦¦Festa ,,* Sombra", que contem poesias de 1*3(1

a 31 - t'le 39 a 43 — é uma estrela relardada. A au-tora lá publk-ou aa «nulnte» traduções: "A NovaT»rra d» FVodor Oladlcow — 1934 -- Aiena Edi'"-ra ..«golada E "Ooetli* e a Revolução Francesa-,de' Bukartn. l»SS — Editora Moderna, lambem es-•JOtftdA

El.KUIAS DO TEMPO DOURADO

A's minhas colegas do Cariim

Adule* èneia -- Inquietarão, mãos ao ar. estouva-[ men Mu,

alma nu céu, pês no chão. boca a ouvidos ao vento.

K . olhar?O olhar sempre longe,na fiem • dos pensamentos.

-Companheiras de colégio, por onde andais a estulhoras?

Zilka Luura, Laurentina. Leonor e várias Marias.

Hermiina — tão solitária! — Uma Amigo - tâoláombrii!

Yv-.iiué. a rival mais séria da íilha do presidente...Elisa, que me salvaste na Queira dos Trinta Anos.•jiii troca d,' frases bonitas dando-me datas gloriosas'Cecilinlia, Iuês Santos Neves. Carmen. Odette Vi-

Ivacqua,

quem i q-ie ainda se lembra do "Mistério da DuplaICrua.

lado comp iiet.radami-iite tio carramanchão do re-[creio?'*

E vó.í. niVíitTiiá tâo amadas?— Irmã Maria, que agora ensinais cartografia aos

l anjos,

quom íxi-x mapa* melhores nm escolas do oulro(.mimdu?!

Irmã Hosannah. que nos daveis a recitar Lamartine.

quem será hoje a Verônica ou a Madalena arrepen-Idida.

nas festas do nomo Teatrinho? fB no Pavilhão de Pintura, diaei-me Irmã Tereza de

[Novais,

quem é que andará pintando certo pinheiro grisalho

• um pato aaul sobre a água, que ms custou tantasl lagrima»?'*

Adolescência... (saudade!! — mios ao ar, estouva-[menti»,

alma no céu, péa no chão, boca a ouvidos áo vento.

B 9 _ihar?O olhar sempre longe.

nu fr**'í« ri"* «-naamentoi...

A"s colega» do "Brttlsh American School*

Ha oenumora a sala de música. Tocando. Hilda[gnauia ou Edelvlra

Sobre a mesa o "HomJwork Buolc. a Oxíord a na[Cambridge Li-.terature".

«Su, analisar ahaltespe-are agora? Eu. res«***tfr Wal-

De manso evádo-me na sombra. Na penumbra a sal»ld_ musiCA.

Ha un. piano. ha am violino, há uma música noj.» „... [escuro. .

"Plano, toca a* para mim música» adolescentes «lingònuusl

"A primavera" de Mendelsaohn, "L'eau Courrante',Ide MasseneU

ou melhor. -La fil-nise" de Raíf e as "Aquarelas*' deISindlng.

D* taiH» traduzir 3tevenson, Whlltler. Chrislina(Osoriüina,

ando vertendo poe.tla até à medula da alma.

Quero bosques rranjados de ouro, moita» cheias da[mor .ms *•¦*,

e bandos da borboleta*, cruzando águaa desatada»entre vales e colinas.Quero rendas de Bruxelas e lírios ,-om asas de pratapara a viagem de ivípclas que esla noile farei dor-

Inundo.Piano. íoí:* *'» para mini mii.dcas adoltóiteetti-i.-s e in*

"OoodliT.-iming". Fannyl Miss Grano? "Good niorn-Mng"!" por que não ivsp-mdera

aquela -Mias" eme iiiiaríavit retratos da Oranilam.ujrr.i.

em uniforme de gaia da Cruz Vermelha B.itáiiicã.'eom dedicatórias a-isim; -Yes. feeling lilte an Aiiiselí'_ ¦ Where are you now? In england?

... perhaps... "Keellng like an Angel..."

Meu colégio Internacional! Dansas de NarunaÍKorder,

ginástica de Monsleur Líon. "HIgti.-aetwol" de Mis»I Saraiva,

pintores ,1e modelos vivos e alunos de línguas mortas.

Que tnriru de pausam» louc >s formiivamoa nas viwIsfls bamrj.-i

. saflra, Beatriz. I.lna Alv.s, Lucl de Araulo Lima.I.U üumver. _uledaJ. Rica Bunda, Thur/a. Aile-

ll.iidi-e lambem várias Marles, Ell-ens. Dorolles "and ¦

I Mnrguri-i^e aquela brasllelrlnha bítava. que tinha um 11,1111,

ld« rainha —Alma ESnllla Teodora Bradwell!

Pecados? Só '.mi conwtemos: te que susto a repn-I mendat

jogar flores ao luar, paia os Tunas de Coimbra,aounies tunas de boinas e limpas capas lomáiiticas,que firam la/er serenatas Junto aos muros do Co-

llégi..

Manila* d" dom.nso. pa.«ai de manso em niinlia meImóriii1

(Na penumbra a sala de música... Na música vi-hõps passando...»

"Plano, toca só para mim I.lszt. Raclimanlnoff, !>•-I bus..y

Qiiíiro ver exiiivitos liúngaros vitoriosos marchando,-pojlehincloa q,i,'brando-.se nesses desertos humanusè a Tiiiürnnci«l« rezando em catedrais sobre as

[ondas,com seus pecado» remidu» em cUVas de flores

{umiaâ»

Maiihis de domingo, passai de manso em minha[memória..."

Esse plano... ease violino. essa música na som-[bra...

^U clulA. .Vu'cluio4 .

-u«e 7u*:l> 'cto A-u-A-M.^ 4

,94$,• • •

•ai tutt/ijjrrtt/f» tí; ífaii*M« íftfwlusrf

^jjk IlAMINfU'. 1171/1841

NOVOSBllN.fcMfNTO I.ITKRARII) l>E "A MANHA" — VOL. VI FAG1NA 4*

- VII HAYDEE NICOLUSSITcz-.ma para Marfc Eampion

;..; il. issu.i!'S' ii diz -isi-i, oiuli li i.iii-siiisiir pai!, tullí d. | li." si ,:i iu tiii.i!ii.:ii'.

[,, - cri* t.Ki -r.ii rvíi-.rici ai - - u lítti-rj/rf.ie i-K">V> ir,ii;in-I jyniiv Ce. wrtiadcira rcvoiiiv^u do e: pirii-o —

, , ii;-.' n )¦¦- :;!''f '-• s dv uma tit-.'*:\si« .¦;.:;.i ia*i..-¦,. i:*:i\uliiss.-l ÍH1,

i.-i.r';. : v,i.i.*.l<i*.v r niJílardi.VJ .,,,,:.,*:-.* iii >'iui? ikio í.?ii":S irdt'r)iiii*i:u.i:i: ítuí-í jv-

ü-.iiy-- !; t;.s ha üo.s jr±U jü>u< tr.i l-N^-r*:-.!; , |.!.- iwf: (|-:o ti'"í Unham di-i^a-ii; r.r.yyndei.' -..:..:,i.;i 11 ii.t I i.r.ivisl rjiialquct:i: ,¦*- Aiuií-í. nr.s pampas, na A.-ííu.-lòíiííi,i.:j c iijiíis dn r."j.'d:ii;i. eu nv-ium* tm H-:--!iiifíi"i:(1:>.

:* ri.'!if! c;> tu- Aííf-i*: .D te i-vii"fli»oii o uiio com qt.eIniui w.j* ..*. ¦*¦•.-

i t-uiM) «yoi. (Viíiih fortt- cjue ele nuUin <-unl>'. *.;[rmvrc.i

¦y>\ (ju; i ii^iU ern psrfffito equilíbrio subre a «LudüU-Uicadu,

!• '..!•* j.*i Ut roixo uma mulher mais bL*ia qui; Cons ia tu.*.-lU-ia-Ut-rlc-y: Murv Humpmii:

i M;.jy. :i amada intocada de lord S^aikenarokylíariiij.ni j::.jüia ser Lua ( J-nimiiUir:;'.

¦¦ ((•¦:> í:íííis bui.ja-i calota cm íiidur mas ajvnys1 n-ul.

>.' cf.lH'lr> i:ão ca cm i'o tt-u í,odi;mi ii >o! niio !¦€¦ d fiem nem se comove d.anl-, <;,„$

Imontiir (»:-.!¦'¦- rm-isníadornmoitr sólido e in-imal.;¦¦(¦ j7;ríf'ii-o diante d»: uni livro ou tiv um cpiadrc

ICIII'i'J:,, illllil íií um lc ilO

« Miiiií Kampion, onde le cncunti im para Ua\ir dcIpeitü

, .')¦>»» ri:; pc.ihíi qi;c brota de tua lúcida iiU-ii-Mít-nchi?

17- porventura ubíquo, apenas fan.asmacdrieo,i i, mn.c-a tstãs, como a (sperança do poeta, ondr- t k

Ia coUhv*"i-.'C! vão saio tudos os dias â tua procura;i i.r..nl-ro f-Tinpre Bnrian no ermo cie cada exj'.ihi;i.í ^iispf KiwJao a«j'*ii'":iii(lü o nif-u d. início de fs.ria

hiolir.¦». ¦p.:mU.v sei <lt: cm j>r.is uuAt t.crlos; c.^ sicti.-ufv €

Itüdc.s Oí: !-.?5itiiij: nJo-*' .'-.r <'!"*¦;?.¦.<in,: u iiilolnrla <-oaiü íiilio coiri orpuliia.

::i-, ;.*;:]¦: nrifle &;- srr.ontanliaA tem õo.U-y. :\nuní;.jMn.1 para Dr -:i

< <¦-.-¦ |-.:.:nv r.*' mtííitain ravalos em puro péln.¦ ri.s l;;r; s correm nuas e viuvas pur rnln os pí.l-

|meir:>k*itt!K- rt .si;a inimniiidadc. p.*í]mí1u!:h1ü a i-.vurr^. >,»:o

Isísí amplia.¦¦•); Rii.nipU-n. pctá que dormes intimidado

.ss.-mbra rios vnrõrs tímidos de minha torra. -•'¦•]¦(¦'. ít, que passo r*nõninia e incapaz de mila^ies

¦ ;¦ tvin piTprnçH. anestesiada?1 ¦ ciif c.Lo te dás a ccnhecer?;*- tão n:'."ifier a^sim, diante de teus inimifío-5*

¦ ¦:;; pvt í^rt.-s tornar pn^sivamente às pá pinas de um[romance injilís'-'

•"'¦' Mart: Rampion. sal destas pdfii.as imortais.; ore ü fantasma de teu espirite eom carne e o>:s.w.i7' dia ra; que eu soub?r que voltaste a exiítii: de

Inovo,'¦¦iiarel meus cabelos em homenagem ao leu rc-

tgresao,• i tarei as trancas que são o símbolo de minha ina-

[daptação ao nada.i' }>e)a primeira vez, o sorrisSO estereotipado desapa-

liccerá dc minha face lavada em lágrimas.i*. i orno presente de núpeias eu te dareiim us trinta anos de solidão vivida em «intacto com

[uma Inútil multidão.

CalmariaKiwspgo de barco perdido que ancorou na plaga

llmaginárUmHes que os remos parassem Iguais a dois braças

I exaustosi ui velas se enrolassem-sobre »l mesmas como duas

[asas feridas;ai «sego dc árvore dormindo coberta de frutos ma-

V" I duros,-iistos que tombasse do eíu, numa nuvem de cristais

[gelados,ii usa analgésica do Inverno; .. , -wwseüo calado e humilde dos blchlnhoí humildes:

da rã que alcançou a menaagem azul da estrelaIno fundo dápua

' da crlsálída que teceu mlrlftmetros de seda, em[pleno sono

Para poder desenrolar o papiro lendário das asasenquanto ainda havia sol t verão na metrópole das

[flore?.f> grande sossego honesto das mlssBes cumprlda-i,

[almas cétlcas, existe!IOh! noites polares, >cm aurora» boreal» *« «•***¦

[rán-ças,'•li! desenganos apunhalando a vMa pelas costas,mar morto das lágrimas groans esporndo a vasanl»,l-esailelos, Insnnlaa, terrores tt m«*n>g»«l« Indor-

l.rrls realmente (era»lnadoTl)

Qufrr canlar-le, brando w»Mtet!« ixiro dos inUriürcnIfcltarsl

Sw>í'po rtus iiiNirumcnioe de trabalho reculhidiis toI p*r do sol,

m»'cí*o di»s p.w qtr caminhai am e tí&s mãw que re-1 partiram ««mente*.

í.a"*tít'!íO dos rampus artoimeelflw.tííifi vc-/„f, mansa.4; balindo,e tios desejos paril içados.Qu.-To canüir-ie. bendito sossego Imenso ria rabeca

Imaiíuadn,tonta dt ver o pensamento girando como um cata-

I ventonm.s citie poude enfim adormecer «obre os Joeltvw

I amados.

CANfÔES Dt TORNA-VIAGEM.

Ultimo desejoQuando eu morrer, meus amigos, nada de «wqulfes

ícaros,carvalho» nn íbajios lavrados, tumbas de mármors

[ou de vidro.A matéria Deu*, a criou unicamente paraservir d.1 conforta aos vivos

Quando eu morrer, companheiros, de veludos e en-ílões dourados

que nem se ouça talar:e para vestir os corpos de suas amadas vlvae

que us, homens tecem sofrendo fitas, setlns. bordados.

Quando eu morrer (si tal fato suceder em minhaIcasa)

enquanto meu corpo repousa, calmo, em seu leito det morte.

q.ii- mtrf os vivos circulem flores, pão, vinho de par:os cuidados desto vida cabem aos que ficam lutando

e não aos que d escancaram deste mundo tão taluz

Bnii .-ei que terei amado demais o sol e a quenturaIdo fogo — em vão! --

a si c dia for de chuva e frio, vós, vlventcs que1 ficais.

bem podelF Imaginar que bem deitar ao pe daI lü reira,

quieta, mansa, «tirada, no último e suavíssimoI.sono!)

Mas. JsS que o calor não retorna ao selo dns es.ii»»1 mortas,

quer chova quer faça sol, levem-me para qualqirr(monto

ou paia as ondas do mar alto e Joguem-me nua no1 abismo,

apuna-s cm um sudárlo de preces defendida ar,t»=- o[Criador:

enquanto volta o corpo ao pô ou torna à água doIque nascemos,

mmha alma, bem acima de ssôts, raios, nuvens «[relâmpagos,

beijando o rastro dos anjos « dos santos sempre[serenos,

lrâ em procura de Deus por estrada» de diamante*.

CANÇÕES DE TORNA-VIAGEM.

Ideal

Quero nue a manhã de ouro e ro»», cheirando á[terra molhad»,

me venha buscar em meu leito, forrado de linhos. .'¦..¦ [bramsos,

para a faina suave do lar:_ quero fogo p»ra o meu fog&o ljmpo,onero vasos de plantas ristica» wn meu balcão de

[pedra,

ouero despertar o Amado eom frutas silvestres tImel

e o pio Jeito de flor do trigo, a flor da farinha[mais pura.

Que o Amado «eja guerreiro, trovador ou artessão,Inâc importa!

mu que aeja trigueiro de »ol • bom como madeiratde Id:

— ouero o bastidor de liordar, a vassoura, a plan-[cheta, o anclnho,

a cartilha, para ensinar ao meti filho a magia[maior da vida.,

enquanto tle forja em aço e óleo a era nova doImundo,

s melo dia violento da eivlUiaf&o esteta.

Que a tarde eor de morango e nuvens de mndrs>-Ipcrolu.

me encontre com o dia ganho » a eonclcncial tranqüila*.

toda pai a amenWadc, vestida de Unho» claros:— quero receber o Amado ao retorna da labut

[diário,com a Água do banho pronta e a meaa posta florida» carlcla» na» mio» de »eda, cheirando à malva

I maçã.

E quando a noite vier dPMnanao, misteriosa c.-.ltns.,.calcando a sandália da lua, cheia de colarei dn

|eslic!avficarei bem quieta en meu canto, ouvindo a múslia

Ido ventaou a voa do Amado relendo ot llvroe mais belo» da

f íerniAH qoe no alto silêncio da madrugada triorenla.a sua voa ae quebre de mw e a sua fronte descai-i• eu me «pague de manso em teus braços como um-i

(limpada velada...1M3

Haydée NteolvMl. tam traço te Arpad Szens»

Discurso ao hóspedeO vinho t grego. *T alegria, è Ingenuidade, « otl-

[misn-fí.Porem, o cântaro que contem e»se vinho é de barro.Barro dos começo» do mundo, das terras vlrgfns.

Ido eden,amassado por gente rtstlea, de praaeres simples t

[humanos,barro que ainda guarda o sabor do mel e das folhas

[verdes,o rumor de vento» marinhos c d,e fontes em gro">s

himtdas.

O vinho é grego. E' amor, é earlnho, é • espfran i.Mas o velho vaso que contem esse vinho é ctrusro.Tem de um pais misterioso, cuja lingua o mundo

[esqueceu,nunca mais se repetiu a significação dos seus grlí-v.,onde há cortejos de glorias e «angue de antigos

[massacres,clamando nessas Unhas rude».

O vinho é grego. E' perd&o. é sabedoria, é sllênclsi.Mas o vaso que hoje guarda esse vinho é inteira-

[mente cristão.E' de ouro? E' de prata? E' dc vidro? Que import•<?Lembra aos eíus apagados, de Bisâncio ou de Roísa

[antissi.Por ele passou o sangue de Cristo e o pão dos tri-

[gais do H^bron.Quem dele bebe — diz a lenda — fica mais manso

[e mais triste.Que a pas seja contigo, sob o meu teto, Irm&ol

PAOINA M SUMUKNTO LITMUMO Ml "A MAMW — VO»-. W POMlNgO. U/1/1M4J

A POESIA DE

I^^^^hBK''^B*****^ ^^^aJÍÍ

i^S^^^^lt^*-tU ^*- j^&*^P^»i^^^^l

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Oíi[:et/-fl tf Siíwo

SagitárioNuma iu> longa, dc velhos sobrados.Junto ã capela pequena, sombria,Nasci, num luminoso amanhecer.

Andorinhas trlssavam no» telhados...E o céu, tão harmonioso e claro, pareci»Em azul musical sc desfazer...

Um destino, talvez extraordinário.Em mim armou estranho Sagitário,Por obediência ao signo do meu mê».

Deu-me, para trair-me ou iludir-mo»Setaá, um arco, pulso firme,Fria mirada, ao gesto rapldea.

Para acertar em que? Na glórl». n» fortuna,No poder, na hora mágica, oportuna,Do amor? aquele que nos faz sonhar?

Desde que me sorriu a primeira esperanç»,E morreu (morreria, em mim, a criança?)Atiro Inchas no ar.

Visei, fremente, o amor que logo trouxaAmarugem, depois, frescura docoDe fonte clara e nova a borbulhar.

Mas, vi as setas, audaciosas, atrevida*Caírem, longe, inúteis o perdida»No infinito, no aiar.

— O' Sagitário! ó Sagitário! —Até quando esse sonho temerário,Até quando pretendes atirar?

Não ouves o rnarulho espumarentoDa borrasca, e não vês a mão do vemt-0As ondas côr de chumbo despentear?

_ O' Sagitário! apressa-te a falarl

Aí* quando esse teu coração livre e rort«Em desafio permanente ã sorta.Embriagado de vida. fraquejar?

Ou ate quando a treva se adensar,Como negra cortina, ao teu olhar?

_- O' Sa?itário! ó Sagitário 1 —Quebra o teu arco poderoso,As setas, uma a uma!

E' tempo dc repousar!

Francisco de Oliveira e Silva, nasceu no R«i'«.om 3 de novembro da 1881. Filho do coronel Fran-cisco Antônio de Oliveira e Silva e d. Carolina Bre-vea de Oliveira e Silva, descende pelo lado maternodos Breves - numerosa lamilla de fazendeiros flu-"""f^Tos

estudos primários no Coligio dos IrmãosMurlslas. em Maceió, continuando-os no Recife e emSantos, para ultimá-los no Recife, no Instituto AüresGama O curso secundário, no Instituto Pernambu-tan.) dirigido nelo dr. Cândido Duarte. Matriculou-se em 1914 na Faculdade de Direito do Recife.'

Aos quinze anos, inicia colaboração semanal no"Jornal do Recife-, com um artigo sobre Stocsscl,(EMicral russo. Colaborou também, no • Diano dePernambuco-. A Província' . "Jornal de Alagoas ,e A União", da Paraíba do Norte.

Estrelou com um volume de versai: Cardos .Aos dezoito anos, publicou uma ¦plaquette ae

versos: "Emoção".Terminado o curso Jurídico, fixou residência, em

191» no Rio, e secretariou a revista "A Política ,fundada pelo escritor Coelho Netto, e lançou VidaParlamentar".

Colaborou no "Jornal do Comércio", lnclusl»»na edição vespertina, a convite de Fellx Pacheco. •em várias revistas.

Em IMI transferla-se para o Estado de SantaCatarina, onde exerceu cargos públicos. F>*>u-se emBlumenau, onde se consagrou à advocacia militante;pelo espaço de dez anos. d...h.i~ a.Em 1931. alcançou, na Academia Brasileira <MLetras, o primeiro prêmio de poesia histórica, ro-latlva ao século do Descobrimento, com a sua APrimeira Missa no Brasil", prêmio instituído por ta-dicacão de Medeiros e Albuquerque.

Em 1938, regressou, definitivamente, ao Rio, on-de Iniciou grande atividade Jurídica. Lançou vário»livros de direito comercial e penal, entre outros, "Dl»sociedades por Ações", "Sociedades por Quota» ,"Da Calúnia e a Injúria", "A perturbação do» Senti-dos e da Inteligência" e "Inovações do novo Código

Dirige atualmente, a Consultoria Jurídica doBrasil e é Procurador da Caixa de Serviços Público»do Estado do Rio.

Rua da AuroraAs luzes do bairro com as águas brincando.Ao anoitecer, fugindo por elas.St a lua crescia pelo céu vasio,Trêmula, brincava com o fundo do rio.

Ponte da Bôa Vista! Ao longe, em seu mistério.Parecia-me, à luz da tarde, um cemitério,E. á noite, coberta de jóias, navioQue não toais desejasse a aventura vtajelra,Feliz eom a sua festa feiticeira.

— Rua da Aurora — grande brinquedo.O vento brincava com o meu cabelo.O luar e as luzes do bairro quietoBrincavam com as águas do rio dileto.E o coração, ainda pequenino,Brincava de sonhar, esperar o destino.

Oliveira e Silva acaba de publicar "Sagi-

tário", unia colei àiiou dos seus ultimou

versos.Aproveitamos o en-iejo p.tra dar ítqiií

com uma seleção das trabalhos desse livro. :\!

notas bio-bibliográíii".!*., o rcliato e o auto-

grafo do j*ot'ta.

J&».

BIBLIOGRAFIA DE OLIVEIRA E SILVA

"Cardos". poemas. 191"Emoção", ldcni ÍÍUC."Horizonte", idem, 1922"O Poema da Humildado", 1924."O Vóo Interrompido", poemas, 1930.Gota dãaua" (aforismos e Imagens i, 1932."A Máquina da Felicidade', contos, 193S."Meditações" (ensaios l. 1942.Sagitário", poemas 1943.

FONTES DE OLIVEIRA E SILVA

Oastón Figueira ("De la Nueva Lírica Brasl-tefta", Antlóqula, Colômbia, n. 43, janeiro, 1941.

Hermes Fontes ("O Imparcial", Janeiro, 1923, •"Fon-Fon", agosto. 19301.

Osório Duque Estrada ("Correio da Manha",1913. e "O Imparcial", 1917».

Manoel Arão ("Visão Estética", Recife, 1917).Mudo Leáo ("Correio da Manhã", dezembro d»

1922).Osório Borba ("D. Casmurro", Recife, 1923).Luiz Delgado ("O Estado ', Recife, 192S).Martins dAlvarcz ("D. Casmurro", Rio, 1941).Beni Carvalho ("A Noite", agosto de 1941).Floriano Lemos ("Correio da Manha", Janeiro

de 19430Povina Cavalcanti (Ausência da Poesia", 1943),

AcalantoO coração do meninoDorme para não lembrar.

Viu, ao balouço da onda, o cem enorma.Bem maior do que o mar.

Range o navio, velho • lento.Temendo o vento,A vaga tentacular.

O coração do meninoTem frio. ei-lo a tlrltaí.

Ninguém o aquece. Que de • Ml a plnoTSomente nevoa lunar...

No coração do meninoAbriu o destinoUma ferida sempre a sangrar.

_ O' sufocantes correrlas louca» .Do desejo! ó galopes, mios • boca»Num tremer, num anslarl

Credulidade alegre de garotol— O" desespero do sonho roto,Que vemos outrem despedaçar!

O coração do meninoTem pudor de contar.

O coração do menino i-,Dorme para nãu lembrar...

BrinquedosAs estrelas, as árvores, o vento;As nuvens, a fumaçs» dos navios,No horizonte da tarde, azul-cinzento,São meus brinquedos, meu contentamento.

Mapa da lua cheia.! fico atentoAs suas manchas: cordilheiras, rios,Vales, fundos grolões? experimentoAlcançá-las com o dedo e o pensamento.

Sobre o mar, de maretaa preguiçosas.Lutam, batem-se, esplêndidas e franca».As nuvens, em falanges aguerrida*.

Linho para os heróis espumas branca»...E, bálsamo de todas as feridas,O orvalho fresco e matinal das rosa*.

MagiaEu vi o teu corpo dourado na praia motettftEstendido, braços abertos, o colo arfando.Junto á fimbria do mar luminoso.Vi uma onda crescer, até, devagarinho,Tocar-te os cabelos, fazer-se pequena.E. na glória da tarde, espumejando.Fugir-te, num meneio caridoso.,.

A magia se renovou: clara, fremente,OuLra onda te cobriu, em torvellnho.Como se te quisesse arrastar para o pélagrj.Em movimentos quase brutais.Deíxou-te. sem demora, indiferente.Reabriram teus olhos, ainda mais belo»,E esse corpo dourado brilhou mais.

Então desejei que o mar embravecesse.Num minuto, e em delírio, num arrancoEspumosamente, loucamente branco,O teu corpo, de súbito, envolvesseNum turbilhão de liriõs imortais.

Que te revelaria a vaga Inquieta e murmuraiConversas de ondinas, estrofes da música- Das sereias, perfumes da flora do mar?O segredo, talvez, aos teus ouvidos,Dos gemidosDos tritões verdes à hora de amar?

Depois, ví outra vaga, mansa, muda,Assaltar-te, contente, atolando sargaçosPara o teu leito régio, que aveluda.Num grito Infantil, defendes-te com os braço»Temerosa da súplice, Importuna,Que só te velu acariciar.

Adivinho-te à boca um novo sumo,Menos gosto de sangue que de mar.Reacendes toda. com certeza, à onda,No mais estranho dos apoKeua.Deves, hole. exalar um qroma*Que embriagará adi um "deus.

DOMINGO, M/I/1944 BPri.qMFNTO WTEKABIO DE •*A MANHA*,' — VOL. yl PAGINA 51

OLIVEIRA E SILVAOs sinos de Ouro Preto

As lentas, surdos b:\du'atíasDos sinos £e Ouro Prelo ã hora do Anuelus,A!o!igair.-se, ie!>:..uii ul;*; quebradas,

Dcn'toi'í!t;a.s,Ondu!í0:..l\

Planeé-nrto pela iirensidã'..

Ouvido'; n'-11'. urna vez. vos conheceram,— O' sinos (ic Ouro Preto, no rii-püstuio -

Nunca mais vos esquecerão.

Aí primeiras luzes piscam.Na cidade, através da cer ração,

Contam os sinos a legendaDa terra dc ouro, da mineração,Onde poetas sonharam a estupenda

Hora feliz oa redenção.

O' sinos imortais! — certo dia, surpreso,Fiquei ressoando aos vossos dobres,

Numa Infinita vibração.

As soturnas, solenes badalada*,Repercutindo pelas quebradas,Num et:mo ão.., ão... ao...

Lembram uma procissão.

Os sons caminham como se tossemTochas acesas, na neblina.Passos profundos pelas calçadas,Ima.genü hirtas. -mati iaoas. *•Ton t ri tas frontes curvadasQue, levemente, bnlançando vão...

Sobem, descem a montanhaSombras, figuras lutuosas,Na mesma cndenclaçâo.Rezas sussurram, medrosas,Com rosários de estrelas nebulosas,

A noite acompanhaO grande Palio, com lentldio.

Os sinos de Ouro Preto, agora, silenciaram:Sumiu, na treva, a procissão...

Cfl^-tSa-n *MA,\\lii éírtQfdC:

jfc^i wj- tfjr \tk âlO'***'^^TJ \sV& S "**

RaçaTenho no coraçBo a minha raça,A que no berço, acordou comigo,Em meu sangue segreda, circula,Subindo ao pensamento em vlbraçSee vital».Faaendo-me entrever os irmãos mais distantes,Num desamparo que os estrangula,A tremer, nos sertões, às doenças tropicais.

Jan-radelros de Tambaú, cabelo ao vento,Na matinal marinha, das mais puras!O' íomboelrces que seguis, em trote lento.Empceirrdos. taiuadosDe sol! Rendtii-as que. com os dedos rápidos.A porta das choupanas, tecels Jóias em linhaslO' lavradores que rlscals. com o verde das cultura*,A paisagem! Carreiros dormltando,Nos picadôes. a ouvir os seus carros rangeiiteslTodos sois minha raça. a nossa raçal

O' mestre-escola, quase famintoE fatlgado. que envelheces, ensinandoBem prêmios e sem afetos!O' rostos frescos de caboclas que não receberei!O reflexo das luzes das grandes cidades.Enrugados, cedo, a velar pelos netos!Matelros audazes que subis os rios,X acendels o fogo que espanta os bichos bravios,Pensando no outro: o do lar, onde suspira aquelaQue, todas as tardes, de flor nos cabelos, espia o

[caminho!O' Irmãos de sonho que arranhais a viola, na noile

[que estrela,E cantais as trovas que, analfabetos, nunca iereisl

Pulsa no coração a minha raçaQue vos recebe, funuc o sacrilicioE que se aperfeiçoa, se encouiaçaDe vossa intrepidez virgem e leoa,E de ternura e generosidade,Traídas nos versos o.ue estou a escrever.Raça que canta o próprio sofrimento.E tem heroísmos, com simplicidadeQuase sem o saber.

Pernambuco

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No mapa do Brasil, no alto, em pleno Nordeste,Ha uma faixa que se prolonga até o Atlântico,Onde pelejam pela liberdade,Em quatrocentos anos combativos,Cte homens mais intrépidos e aitlvosDe nossa raça!

—- O' claros, verdes canaviais ondeantes,Velhos engenhos, casas grandes repousante*Em cujas salas longas se conspiraContra os flaftiehgos louros e arrogaaitesl

Arraial Bom Jesus, teduto de coragem,Onde crianças comem raizes,E, heróicas bebem as próprias lágrimas,Para enganar a sede, as mulheres indôroitas,B onde os homens, com mal fecha-das cicatrizes,Respirando, sofrendo amando a PátriaMordem as mãos, de raiva contra a fome!

O' Ouararapes, monte das Tabocas,Batalhas em que cem dos nossos vencem mil)Escuto os sinos o vibrante bradoQue, do sangue pernambucano derramado,Jt nasceu a unidade do BrasilI

Béculo dezenove em que se multiplicamAs forcas para o anseio formldandoDe República e heróis se santlficam,Enquanto o sonho vai, luminoso ma-rchando.,.,

Bei]o-vos — mãos piedosas, redentoras —Que entregais Jóias para que os escravosPossam fugir, sob o capim, dissimulados,Pelas barcaças libertadoras!

Ho mapa do Brasil, no alto pousa a saudade:O' coqueiral de Olinda a repetir ao vento

As trovas de Adelmar Tavares! ó crepúsculosDe papoulas em despetalamento!Chafarizes! ó graça airosa dos outeiros!O' igreja do Carmo em ruinas! jangadeirosCaminhando no mar com uma serenidadeDe Cristo sobre as ondas!

Sinto alguém a ferida machucando.E te distingo como minha filhaQue, sem te conhecer, te avista em sonhos, '<--—- O* Pernambuco! — e todo o casario,

: Torres, pontes e céu de azul profundoErguem-se para mim, acenando, acenandoPara ficar — última Imagem — nos meus olhos,Da beleza do mundol

PACUNA 53 SVPI.BMENTO LITWABIO »B «A MANHA» - VOL. T DOMINGO. 1S/1/IÍ41 »""**•»

AS ESTRELASCANTANDO-

E S T Ã 0 SeParação ou deca"dencia do poeta

Conto deUelio Reis

EOCADIO levantou os

L olhos do prato s percebeuque juliana estava olhan-do para ele. Sentiu nos

olhos fundos da mulher aquelemesmo rancor contra ele, aque-Ia revolta surda, calada, qne hádois anos o cercava naquela ca-sa. Agora não havia mais dúvi-dus: íodot ali o odiavam. Aprincipio ele não quisera acre'ditar nas próprias suspeitas.Sentia i/ue todos _ a filha maisvelha, viuva, Florzinha, Ròmu~lo, cia já moça. ele rapazola,tambem seus filhos — todos seuniam na mesma hostilidadeque se traduzia nos gestos dedexpreza, nas desatenções. Ndsua pretinha ninguém dizia umapalavra. Mas quantas vezes per-cebeu, chegando repsntinamen'te. que era dele que falavam: aconverta cessava imedtatamen-te. Juliana, a esposa, mergulha-va os olhos fundos no crochiinterminável. Florzinha encolhiao corpo franzino, enrodtlhava-se toda na cadeira, e só a tosseseca, cortante, de vez enquan-

do. dana sinal de vida naquelamistura confusa de membros.So Ròmitlo ousava enfrentá-lo,cigarro aceso no canto da boca,um olhar safada de desafio co-mo a gritar-lhe que reclamassepor estar fumando na sua fren-te. E Leocadio, como pai. umdia reclamou.

— hvii.ii este cigarro tara.seu setwzrgonh-i. Na frente depai. i'/'i> menor rtão fuma.

R-Jm .'.li em;,iriúti o corpo nasna frente:

_ Ora não me amole. O se-nhor me sustenta?me calca, me veste?

Ele nro o sustentava, não ocalçava, ri.Ii o vestia. A moles-í'a derrubtra-o, acabara come?e. S o itffto aumentou a voz:

O s'nhor só sabe ser paiparti qwerer mandar, para intro-meter-se na vida da gente.

do os ouiros â miséria, gastan- Aquele rumor que cresciado em médicos e remédios o que tia, aumentando sempre, cot.

A Poesia é, em essência, ro-màntica. Ser poeta é ser tu-màtitlco. Nio falo do romantu-mo escola-iiterària. P* Isso

,..,„ mesmo deformado em

os dois filhos ganhavam, tra-balhando, matando-se, jovensainda, para agüentar com umvelho padre e sem salvação.

Leocadio desvia os olhos da¦nutri.'.'. Mergulha o rosta ama-relado »o prato de feijão. Fei-fdo ralo, pão dormido. Ele viraa fome aos poucos invadir a suacasa. Mais do que isto: os /i-Jnc* de.tr/racados, sem alegria,sem diversões, curvados comJuliana sobre as contas da far-macia, falando em fazer pton-tão no serviço para manter acasa.

Leocadio afasta o prato. Le-vanta-se. Caminha para a por-ta. De passagem seus olhos te-param com a folhinha da pare-de, que o vento sacode'- 24 dedezembro.

Quase se surpreende com adata. Avança pela rua poeiren-ta. Dor nos olhos, nas pernas.Um cansaço pondo peso nos pés.Com esforço caminha. O solmancha o vermelho da rua. /«¦

se alguém batesse com milharesde martelos em chapas ds ferro.Morre! Morre!

Leocadio mergulha os olhosno céu. Aos poucos uma docepaz o invade, penetranio-o deestranha tranqüilidade, comoum bálsamo misterioso e invisi-vet. A voz dos sinos quebra derepente o silêncio da noite. Vln-te e quatro de dezembro! Ele

senti-mentalUmo pscudo-poétlco, esim c aquele que demora n ifundo de todo ser humano c.i-paz de uaixjo, causa de todasas utancles realizações.

Mas no frontal da Arte dosáculo :CX está o decreto d;s-humano "Pas de cceur".

O poeta de hoje vive à pro-cuia de uma técnica vocabulars mental diferente, transfor-maia sua arte em problema

faz um esforço e afoelha-se. Os técnlco e tornando-se assimoífcos voltam-se para o pedaço -»-d! céu entre as grades. Lá es-lão as estrelas. Leocadio con-templo. Uma sensação exqui-sita o invade. Sem saber por-que sente que agora são as es-trelas que estão cantando. Amúsica está bem perto dele. E'

nSo senhor mas escravo datécnica. Até na realização ar-tistlca o século ferra a sua gar-ia mecânica. O resultado, o"mal poético" de no3sa época,é uma exacerbada senslbllida-de, com todos os seus exaçeros.Sem exargerar-se, a jensi&íli-

sim: as estrelas estão cantan- fofo não pode sobreviver e

termitâncias das sombras das alto.

do. As vozes dos sinos emude-ceram. Só há agora a cançãodas estrelas, de todas as estre-Ias do céu, do céu imenso queseus olhos náo vêem, mas queestá coberto de estrelas qne es-tão cantando cada vez mais

casas. Lá ediante o capim sè-eo. tentando crescer naquelechão crestado. Leocadio caml-nha. Sente que precisa cami-cliar. vinte e quatro de dezem-bro! Ele tem que fazer qualquercoisa, deve fazer. — Mas o que,meu Deus?

Esfrega as mãos pelo rosto jacoberto de poeira. As mãos es-tão ásperas, ressequidas. Vintee quatro de dezembro! Ele pre-cisava arjir. — Vamos, homem,faz qualquer coisa. Para que?

O senhor Como?Um sujeito apressado deu-lhe

um empurrão, atirando-o sobreo muro de uma casa. Foi entãoque seus olhos depararam coma árvore de Natal erguida nomelo da sala. Pela janela viam-se as bolas irizadas, as velas, osflocos de neve caindo, as estre-

Quis reagir. Educara o filho Ias de Vapelao dourado. Arre_

com ,~~rif'e'os. Para mantê-lo dou-se da janela. A poria ficaVm colégio tUcente fizera plan- va ao ladoi Dal,poderia v«

toes. Muitos plantões de onde melhor a ar vore de Ne>tal- Pa

lhe adv-iera i moléstia que rou no umbral: ^o linda! Ago-

derrubara, que acabara com ra sabia que era uma daquelas

ele. redu-.indo-o àquele trapo que ele precisava ,rarmar la

M, „„"o que mal se suslinha na sua casa. Sem sentir avan-çou mais um pouco. Ficou bem

Ele cerra os olhos. Os sinoslá fóra tocam, varrendo domundo o silêncio da noite. Aospoucos os sons vão ficando dis-tantas, muito distantes.

Leocadio dorme. As estrelascontinuam a brilhar.

NELIO REIS

VICENTE LI

se agrava até a locura ou de-cal numa esverdeada ataxia.Por mais "nova", em pouco seesgota a sua originalidade etornam-se comuns, ineficientesos seus cacoetes.

Todo cálice de sentimento éafastado com horror e encon-tra no homem-máquina de nos-sos tempos um coração duro,refratário.

por um poriíKlo de e3'uiidozpopular. anü-in-.el.cUul, ,sup?r-desportivo, débil de tnt?!l';è:i-da e d; Mina? Ou provem iu-da de se litv-r r:d'jzido o l'i-r;o e frat:i".'o sentimento Iv.t-mano a u,n esquisito e í-a.r,:-Individualista htJterian-.o axVs-tico? A pões'.-,, no munr/o mo-d?rr.o, é uri crobima s*:.n so-1't-io. A I o:~\i cliísfl-i á suafase critica. Já nio 4 nuis oproduto da alma coi.-tiva deum povo. nus a expiessão iso-leda de um individualismo su-porlor. Seria preciso que aatual civilija-ão, que já deu oseu máximo em arte, desapa-recesse e de suas cincas resistir-üissem noves nações e novasUn«;uateii5. que são a únicaselva viviíicadora do ginij po.--tico.

ooo —

ANOTAÇÕESEm geral o poeta é um [Uno

do povo, oyi2 tendo conh2CÍc'oa miséria, adquiriu um sensosocial heróico mas em quetransparece a dor e o ódio atudo que para os outros, na vi-d», representa o que é belo eestima vel.

oOo —

O Brasil é um do.s paísesmais pobres em poetas, não em

O artista de hoje quantidade mas em qualidade.

em pe.Sentiu urn ná na garganta.

Uma ã.n-7a de chorar. — An*tes eu tivesse morrido a terde sofrer estes martírios!

O filho torceu a boca, desde-nhoso. A frase saiu como umachicotada:

Então por que não morretooo?

Lsocadio sentiu o golpe decheio. Nnm instante tudo ficoucloro, dolorosamente claro: que-riam qne ele morresse'

perto olhando e desejando. Ju-Mana haveria de gostar, os fi-lhos tambem. Era tão linda!

De repente o grito cresceu so-bre ele:

— Ladrão!Rumores de vozes avançando.

Sentiu que o seguravam. Arras-taram-no pela rua. Feriu ospés nas pedras da calçadaCambaleou. Quis explicar, fa-lar, mas o rumor era imenso emtorno. Todos falando, empur-rando. Depois atiraram-no ali

filha: no olhar de ambas viumesma pergunta, o mesmo de-sejo: morre lorjo, infeliz! pe-pois o cachorro, o vento lá fóra,o realejo do cego, tudo cresceue derramou-se sobre ele nomeimo tirricel preságto: mor-re fof/o, desgraçado. Mil vozes,mil boca:, mil braços impondo,

Olhou poro. a mulher para ¦ "enío /rj0 Nm „ „<,..„ ,„nr He ambas v,u a P^

q qui,„a'mvtr__ Velho ladrão. Não tem ver-

ganha dos cabelos brancos.Pela janela do cubículo, ele

pode agora ver o céu. E' noitejá. Há estrelas luzindo. Talvezem outro trecho a Lua estejabrilhando. Dati só pode ver as

O diretor de •• Autores e Livrosreyebau uma carta que, pelosintere.-wantes dados que oferece so-bre Vicante Lieinio Cardoso, pedi-mos licença para transcrever aqui

Prezado Mucio Leão.Ll ontem a nota expressiva que

V. escreceu sobre Laurindo Leão.Merece aplausos vibrantes. O no-_tavel pensador pernambucano é umcriador de civilização brasileira.Quisera reler agora carinhosamente

Estudos de Philosophia do Di-reito", para me convencer de que oBrasil é um país cristão, cujo únicocrime imperdoável é o pensamentofilosófico. O epiteto de «filósofo",entre nós, é sinônimo de "clown"...

Laurindo Leão não foi compreén-dido, porque náo era um saltimban-co d» publicidade. Nio pensou naGlória nem no Êxito. Não quis seráguia nem gavião. Nio pretendeujalvar a Pátria. Pensador genuíno,nunca mendigou os favores da cri-tica indígena. Escreveu seu livronuma época bem distante, queno* aflsura quase anti-histórica, nacronologia do pensamento nacto-nal. Naqueies dias remotos de do-cêneia demagógica e Jornalismo re-tórlcó, falar-se em filosofia ncBrasil, era como transplantar Aris-tóteles para os tempos primitivos daGrécia. A carência de pensadores

náo se diriçe mais ao seu semelhante. mas evolue isolado, nu-ma aspiração difícil, que pro-curando subir sempre,, jamaisencontra a st mesma, numa es-nécie de espiral. E o públiconão compreende. Falam em lou-cura. Será loucura "dirigida".

Nada mais que um métodomental.

O resultado tristíssimo é aformação de uma "elite" de In-compreendidos, a que jamaisum poeta deveria pertencer. Ospoetas nunca deveriam formaruma "casta". As elites podemser a nata, mas por isso mes-mo pairam à superfície, nàochegam às profundezas da na-ção. O público não quer saberdos poetas, nem os poetas que-rem saber do público. Não ruiude todo a "torre de marfim".Por que esse alheiamento poé-tico?

E' preciso não desprezar nemafastar-se do povo, de ondesaem os poetas que depois es-quecem a sua origem, povo queé a única gente com seiva ca-paz de produzir grandes ho-mens. Homero, Verjilio, Dante.Camões, Cervantes. ahakes -peare, Gcethe, Molière, Balzac.Tolstol, Baudelalre eram lidos,citados, representados, e anda-vam na boca do povo.

Será que o poeta de hoje seentrega a uma ordem de Ideaisque nào são oa mesmos da hu-manldade? Uma ves desneces-sárlo ao mundo, à Humanida-de, o poeta deve desaparecer.Ou será talvez que passamos

Na Inglatena o tipo represei.-tativo é Shakespeare, no Brasilé Casimiro. Dal o conceito im-becil que se formou entre nósde que o poeta é ura tipo ira-co, choramisas. ridículo.

E" claro que a culpa não í iapovo, mas dos poetfi.

— oOo —

A principio era o vor^o lar-garnente "iitm:do" dos idio-mas antigos. De'»is veio o vr-so fortemente "desenhado" d-islínguas derivadas, até noisaépoca em que os idiomas ten-dem a mesclar-se e em qu.- iverso livremente "movimenta-do" quebra os ritmos e destorceo desenho. Verso desarticula-do, nem parece verso e qua;>ese envergonha de não ser pro-sa mais bem significativa deuma época, que é a única emque o poeta "não quei" fazerversos bonitos nem prosa har-monlosa, mas procura um na-vo meio de expressão... e nãosei mais o què...

Kimbaud, que levou a últimaexoressão as experiências rit-micas, acabou abandonando overso por uma prosa suntuosa ecomplexa, em que predomina,não o sentido do relato, mas ovalor intrínseco da frase, comtudo o que ela diz e o que nãudiz mas contem. Por fim aban-donou, enojado tou desespera-do?) a literatura. Colocou-seacima da glória. Era verdadei-ramente grande homem. Jui-gava o mundo, não era Julgadopor ele.

D. Mllano.

maniatr.lo, indicando: morre estrelas. Estrelas iguais às da-logo, peite! quela árvore de Natal. Como

A vi,'a firmou-se. Um peso Juliana haveria de gostar se

no netto U /orça» faltaram- ele pudesse levar uma arvore

lhe e mi-, °;i-'mudo no ísfeiro tonai paro casai Ninguém maislias de cama. o odiaria. A filha haveria de

,- de angústias beijá-lo, muitos beijos. Rômu-io» aquele me- lo sairia até o quintal para fu-

a sentir: e se mar escondido. Seria tao bom:Mergulhava os O delegado estava enganado.uiíi oro-iiran- Ele tinha vergonha dos seus ca-'c.-mimham belos

brancos, tinha. Elo queria

da »?'•¦!. DoisDou dins lerrivie IncerteiSi. Dedo que c-up'ya>\o env>n ¦;n<.>r,*l?m'-.olhes no-, ie Ju:do adrirhar í :aquel's r-inidnro;r:s '/''.- ela 11:frio, o :'¦',. s:de t'}-7lt>. >' *'> ¦'¦'-'¦ofiVir i :*;/.': ¦' c ">

queaqueles xa- era uma árvore de Natal. Uma

•ri >a Olhar como aquela, cheia de estrelas,duro, olhar de bolas multicores. Não paradúvida, um ele. Para Juliana, para os fi-

t '-le nnry.e lhos. Ninguém mais o haveria• "o"[?"¦¦».-;7•¦!.¦!'',(- r/e

odiar. Ndo ouviria aquelas¦',- uriá.-J.n- vo~es condenando-o a morrer.

nio acaba em filosofia.puros dominavam as cõtovias do sua morte. Alcides Bezerra diíse:parnasianismo, os rouxinóis da elo- "O Brasil perdes ha pouco o seuquencia e da Imprensa. filosofo mais profundo o orlrriruil'.

ti ? - „,.„„,<,«.,, .Ar-M hr.il E* preciso lê-lo enternicidamente.

^tÀlr^Cardeírf-^pr^r *»•.%.*.TSffitoS*"m.ih., Hrt mif» vtícA a conhece **u da inteligência pura. se a lin-SuX a°Uc7m„V£?rdoV X uua portuguesa J. é um túmulo,

Quando da propriamente, a aparente d-esliarm»-iiia dos fenômenos, é a sua compta-xldade, inapreenslvel diante d*nossa Incapacidade intelectual."Mas, Lieinio não foi simplesmenteo nosso grande esteta. Estudoucom espírito filosófico a historiogra •fia. brasileira. Propôs hipótese inovas. Pensou e repensou idéias dntodas as épocas. Honesto, profun-damento honesto, nunca roubou

por que nao haveremos de plantar concepções alheias. Costumava fa-"" ....- .. * r?r citações numerosas nas entrelt-nhaa e nâo nos capítulos que es-crevia. E' inteiramente póstumo *geração nova. Quanto a mim, aínd*no verdor da mocidade, não possoafirmar se ele é ou n&o um filóf)fp.Quem o será „ntão no Brasilr Dl-gam-no os entendidos em romance-lhes. Seja como for, merece o M>-

dos publicados na América Inter- redor da lápide solitária?Tropical. Filósofo da história. "Em verdade, dbla Lklnk, háelaborou um estudo Importante a no fundo de qualquer desenvolvi-respeito da morfologla da História, mento das arte» atro de mais ele-antes de Splengler. Precedeu a Pa- vado do que as próprias artes emreto na precls&o matemática da si: bá a eipllcafao déise deaenvol-"Filosotia da Arte'', quando apenas vlmento evolutivo, natural e lógico:Terminologia sociológica. Publicou a ha a própria fiUaofta da arte. Há,contava vinte e oito anos. Liclmo sem duvida, ama harmonia mairsò escreveu fllsósoficamente. "Pen- elevada do que a do belo pnramen-samentoa Brasileiros", "Vultos o ta artístico: hi a verificarão deidéias''. «Figuras e Conceitos", uma tendência s^ral, ha a afirma-'¦ Afirmâ»?úes e Cümentários", "Ma- ç&o de um principio, hi a consta- 1JCU( ,.MJN wracás", Tensamentos Americanos", tao&o de uma loi evolutiva. Há Ws rahHrf TondellaVários Ficrllos", são livros que ra- rntelectuato, do mesmo modo ase «»»"»» »"¦Iam unw linguagem nova: a do hu- há leis fisleas e blologlcu. O Uni-mani»ínf) bra+lleiro. Historiador, verso 4 BKenclalmente harmônico.güòârafo. sociólogo, Tudo em Liei- O quo perturba o homem n&o o,

oito anos. Lieinio sem duvida, uma harmonia mala so imparcial da critica, numa tem- - - em que se é irenio aos Tinte ano» »

bestunto humano ao» quarenta oucinqüenta...

Seu, multo às pressas,

Rio Verde, z de onUbro, 1M3.Endereço: Rio. Verde —. "•¦»'«"'''

de Gojrai — Via Uberlândia.