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ILUMINAÇÃO NATURAL EM ESCOLAS : O ESTADO ATUAL DAS PESQUISAS NOS PROJETOS DE ESCOLAS TRABALHO PROGRAMADO - 2 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO – DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DA ARQUITETURA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROFESSOR DR. PAULO SÉRGIO SCARAZZATO ALUNO: DIMAS BERTOLOTTI 1º SEMESTRE DE 2006

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ILUMINAÇÃO NATURAL EM ESCOLAS :

O ESTADO ATUAL DAS PESQUISAS NOS PROJETOS DE ESCOLAS

TRABALHO PROGRAMADO - 2

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – FACULDADE DE ARQUITETURA E

URBANISMO – DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DA ARQUITETURA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROFESSOR DR. PAULO SÉRGIO SCARAZZATO

ALUNO: DIMAS BERTOLOTTI

1º SEMESTRE DE 2006

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“Os sistemas de iluminação, na maioria das vezes, são projetados tendo-se em vista a

sua eficiência - sendo seu objetivo o de obter o máximo possível de lumens por watt. Parece

que pouca atenção é dedicada aos efeitos não visuais que a luz pode ter sobre os usuários

dos sistemas de iluminação. Este estudo aponta claramente para a simples conclusão de que

os sistemas de iluminação, não importando o quão eficientes eles são, não são neutros em

relação aos seus efeitos nas pessoas. De fato, parece ser o caso de que exista uma série de

efeitos não visuais associados com os vários tipos de iluminação. Este estudo identificou um

certo número desses efeitos – diferenças na taxa de desenvolvimento de cáries, diferença

nas taxas de freqüência, diferenças no peso , na altura e no ganho de gordura, e diferenças

de aproveitamento escolar. Pode-se concluir desses achados que a luz natural é importante

para o desenvolvimento e o bem estar das pessoas e que aprisionar as pessoas em espaços

iluminados só por iluminação artificial projetada para ser apenas eficiente caracteriza um

caso de roubalheira” ( in HATHAWAY, ‘ A study into the effects of types of light on

children – a case of daylight robbery’).

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ABSTRACT

The aim of this work is to trace a scenario on the reasearchs and project designs in daylit

schools. The traditional approach on the importance of daylighting has been the energie

saves it can promotes by reducing the use of electricity for lighting and , by consequence,

reducing excessive cooling loads. However, international research has demonstrate that,

along with this economics benefits, daylight has an important role in physical, physiological

and psychological aspects of the human being.

International research and experiencies has demonstrated that daylit schools enhance

teachers and student’s well-being and performance, as well as promote a better energy

performance. It may drive to a more sustainable energy economy, wich can be good for the

environment and the country’s economy.

RESUMO

O objetivo deste trabalho é o de traçar um panorama das pesquisas e projetos de

iluminação em edifícios escolares. Os estudos sobre a importância do uso da iluminação

natural em escolas têm se concentrado no aspecto da redução do consumo de energia elétrica

para iluminação e, conseqüentemente, da carga térmica destes edifícios. Entretanto, existe

uma linha de pesquisa internacional que tem demonstrado que a luz natural também tem um

papel importante nos aspectos físicos, fisiológicos e psicológicos do ser humano,

influenciando no desempenho escolar dos estudantes.

Estudos e experiências internacionais têm demonstrado que escolas iluminadas

naturalmente favorecem o desempenho escolar e o bem estar dos estudantes e professores,

ao mesmo tempo em que têm melhor desempenho energético e, portanto, gastam menos em

energia do que as escolas tradicionais. Além disso, ajudam a promover uma economia com

maior conservação de energia que pode levar, em longo prazo, a uma economia mais

sustentável, o que pode ser bom para o meio ambiente e para o país.

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INDICE ABSTRACT / RESUMO .............................................................................................0 3

INDICE ..........................................................................................................................04

APRESENTAÇÃO........................................................................................................06

I. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 07

II. LUZ NATURAL E DESEMPENHO ESCOLAR......................................... 08

2.1. Luz e desempenho escolar...................................................................... 08

2.2. O Estudo de Alberta - Canadá .............................................................. 10

2.3. A experiência do escritório Innovative Design...……………………. 14

2.4. A pesquisa do Heschong Mahone Group ............................................. 18

2.5. Conclusão ................................................................................................ 24

III. ILUMINAÇÃO NATURAL E SUSTENTABILIDADE .............................. 25

3.1. Desempenho energético........................................................................... 25

3.2. Conservação de energia em escolas americanas..................................... 26

3.2.1. Durant Road Midlle School – Raleigh, Carolina do Norte................ 26

3.2.2. Roy Lee Walker Elementary School – McKinney, Texas.................. 27

3.2.3. Dena Boer Elementary School – Salida, Califórnia ……................... 30

3.2.4. J.J. Pikle Elementary School / St. John Facilty – Austin, Texas........ 31

3.2.5. As escolas analisadas pelo Innovative Design ...................................... 32

3.3. A pesquisa no Brasil .................................................................................. 36

IV. PROJETO DE ILUMINAÇÃO NATURAL EM ESCOLAS ..................... 41

4.1.Exemplos de escolas americanas ............................................................. 41

4.1.1. North Clackamas - Clackamas, Oregon ............................................. 42

4.1.2. Ash Creek Intermediate School – Independence, Oregon .............… 46

4.1.3. Dalles Middle School – The Dalles, Oregon …................................... 50

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4.1.4. Joan Austin Elementary School – Newberg, Oregon ....................... 52

4.1.5. Giaudrone Middle School – Tacoma, Washington ......................... 54

4.2. Exemplos de escolas brasileiras ......................................................... 55

4.2.1. Escola Modelo – Curitiba..................................................................... 55

4.2.2. Escola Mínima Energia – Rio de Janeiro .......................................... 56

4.2.3. Projeto Escola Modular – Rio de Janeiro .......................................... 59

4.2.4. Escolas Pré-moldadas da FDE – Campinas ..................................... 61

V. CONCLUSÃO ................................................................................................. 67

VI. LISTA DE FIGURAS E TABELAS .............................................................. 68

VII. RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 71

VIII. TÍTULOS DE INTERESSE RELACIONADOS AO ASSUNTO ................ 73

IX. SITES DE INTERESSE RELACIONADOS AO ASSUNTO ...................... 74

X. ANEXOS ........................................................................................................... 80

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APRESENTAÇÃO

Este texto pretende traçar um panorama geral das pesquisas e dos projetos de iluminação

natural para edifícios escolares. Sem pretender esgotar o assunto, pois este é muito amplo,

enfoca primeiramente os estudos feitos acerca da influência da iluminação natural no

desempenho escolar e no bem estar dos estudantes. Faz uma descrição das pesquisas mais

citadas nesta área, sendo as principais a desenvolvida pelo Heschong-Mahone Group, a

elaborada por Warren Hataway para o IRC do Canadá e a do escritório Innovative Design

para escolas projetadas no estado norte americano da Carolina do Norte.

Um outro aspecto abordado é o da relação da estratégia da iluminação natural como

integrante de um conceito global para tornar os edifícios escolares energeticamente

eficientes. São apresentadas medições realizadas em escolas projetadas segundo os preceitos

da iluminação natural e dados comparativos com escolas projetadas de forma tradicional,

para demonstrar as vantagens da utilização desta tecnologia na conservação de energia e sua

relação com outras estratégias para construir edifícios escolares sustentáveis. Finalmente são

mostrados alguns exemplos de escolas, principalmente dos Estados Unidos, cujos projetos

reúnem estes preceitos. Embora exemplos de escolas projetadas e construídas com ênfase na

iluminação natural existam em vários países, é nos Estados Unidos que identificamos um

esforço organizado e centralizado através do governo e representantes da comunidade de

implementar esta política em escolas de suas regiões e de divulgar amplamente tanto os

resultados como orientações práticas através de companhias estatais, comitês, organizações

não governamentais, laboratórios e universidades.

A adoção de princípios de iluminação natural no início da concepção do projeto destas

escolas acaba por influenciar as decisões acerca dos outros itens do projeto arquitetônico,

uma vez as aberturas para luz natural têm influencia na ventilação, na carga térmica, na

estrutura, na cobertura, nos sistemas de iluminação elétrica e sistemas de ar condicionado, e

muitos outros itens da construção. A maestria com que em maior ou menor grau estas

decisões acerca dos vários fatores que influenciam o projeto são combinadas está expressa

na forma arquitetônica final destas escolas.

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I. INTRODUÇÃO

Entre os muitos fatores que influenciam os processos de aprendizagem, aqueles relacionados

com as condições ambientais têm um papel determinante. O estímulo educacional é

repassado através da percepção dos sentidos, sendo um dos mais importantes a visão. Boas

condições de iluminação favorecem o desempenho visual, otimizando o processo. A luz

natural, pela ampla composição e abrangência de seu espectro, é mais favorável à

identificação de contrastes e renderização de cores e à percepção de formas tridimensionais.

A qualidade da luz é também importante para os olhos das crianças. Os olhos coletam e

convertem, através dos nervos óticos, a luz visível em impulsos elétricos direcionados ao

cérebro. Estudos de laboratório sugerem que fontes de luz com espectros mais amplos

fornecem mais luz utilizável pelos olhos. A luz natural fornece o mais rico espectro de luz,

atenuando o esforço implícito nas tarefas visuais. Em longo prazo, más condições de

iluminação para longos períodos de atividades visuais, principalmente leitura, pode levar à

fadiga visual e esta a problemas de visão.

De maneira geral, existem três fatores básicos de desempenho que devem ser levados em

consideração em relação às condições de iluminação em ambientes educacionais:

- Os níveis mínimos de iluminância: quantidade mínima de luz no plano de trabalho

que possibilite a realização das atividades pretendidas sem esforço visual. Estes

níveis estão estabelecidos na norma da ABNT – NBR 5413 “Iluminâncias de

interiores – Especificação”, para cada ambiente em que se desenvolvem atividades

educacionais, tais como salas de aula, bibliotecas, laboratórios, áreas esportivas.

- A boa uniformidade da luz no ambiente: ou seja, da distribuição uniforme dos níveis

mínimos de iluminância pelo ambiente; depende basicamente da forma, dimensões e

posição das aberturas;

- A ausência de ofuscamento: em relação à iluminação natural está relacionado a

evitar a incidência de luz solar direta nos planos de trabalho, por exemplo: lousas, carteiras,

brinquedos. Em relação á iluminação artificial, geralmente está associada ao excesso, a

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inadequação e a pulsação intermitente da fonte de luz. Ofuscamento pode ser causa de

distração e desconforto, prejudicando as tarefas visuais.

Além disto, há que se levar em conta que a luz natural é importante para a saúde das

pessoas. A exposição à luz do sol detona uma série de processos fisiológicos que permite ao

corpo sintetizar vitamina D, um ingrediente fundamental para que o corpo absorva cálcio,

fósforo e outros minerais da dieta alimentar, fundamentais para a boa formação dos ossos e

fortalecimento dos dentes.

Outro aspecto a ser considerado é que a presença de luz natural quase sempre está

associada com uma ligação visual dos ambientes com o exterior. A variação da luz natural

nas diferentes horas do dia, condições climáticas e estações do ano é importante para marcar

os ritmos biológicos e psicológicos das pessoas.

II. LUZ NATURAL E DESEMPENHO ESCOLAR

2.1. Luz e desempenho escolar

A profusão de textos sobre estudos e pesquisas acerca da influência da iluminação natural

na saúde e desempenho dos estudantes é tão grande que um bom caminho para desvendá-la

parece ser começar pelos autores que já fizeram uma revisão bibliográfica sobre o assunto.

Alguns textos são recorrentes: aparecem em todas as revisões bibliográficas, são citados em

vários estudos e muitas bibliografias, tornando-se padrão de referência para quem queira

abordar o assunto. Uma das revisões bibliográficas mais completas sobre este assunto é o

texto “The benefits of daylight trough windows” editado pelo Lighting Research Center do

Renselaer Polytechnic Institute escrito por um grupo liderado por Peter Boyce, embora não

tenha um grande enfoque em edifícios escolares.

Em julho de 2002, NREL – National Renewable Energy Laboratory – um órgão do

Departamento de Energia do governo americano, publicou um estudo de autoria de

L.Edwards e P. Torcellini intitulado “ A literature review of the effects of natural light on

building occupants”, no qual os autores fazem uma revisão da literatura sobre o tema, não

com intuito de esgotar o assunto, mas de compilar aquilo que na literatura era mais citado

para demonstrar o impacto da iluminação natural nos edifícios.

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A tônica do texto é a influência da luz natural sobre a saúde, embora tenha vários dados

sobre economia de energia também. O mesmo tema é estudado para várias tipologias de

edifícios como escolas, escritórios, setor de saúde, comércio e industrial. Na parte sobre

edifícios escolares, os autores relacionam as influências da luz natural sobre os estudantes:

- saúde: faz citações de textos sobre os benefícios da luz natural nas condições

fisiológicas e psicológicas de estudantes e professores. Segundo estes textos, a luz

solar teria a propriedade de sintetizar a vitamina D no corpo humano, ajudando a

absorção de cálcio e, portanto, fortalecer os ossos e diminuir a incidência de cáries.

A radiação ultravioleta, componente da luz solar, quando recebida em quantidades

adequadas, demonstrou “... intensificar o processo enzimático do metabolismo,

incrementar a atividade do sistema hormonal e implementar o tônus dos sistemas

nervoso central e muscular” (LIBERMAN, 1991 in EDWARDS, TORCELLINI,

2002).

- freqüência: escola iluminadas naturalmente, ou com iluminação com lâmpadas “full

spectrum”, apresentaram um incremento na freqüência de alunos e professores.

Neste sentido, citam o estudo canadense “A study into the effects of light on

childrens – a case of daylight robbery”, que será enfocado mais adiante ( item 2.2.)

- aproveitamento: o aproveitamento escolar medido em testes padronizados foi maior

para os estudantes que estudavam em escolas iluminadas naturalmente do que para

aqueles que estudavam em escolas tradicionais. Citam o estudo norte-americano “

Analysis of performance of students in daylit schools” que está descrito no item 2.3.

na seqüência deste texto. Citam também a pesquisa realizada pelo Heschong Mahone

Group, o qual considerou que os resultados demonstraram que, “embora não se possa

provar exatamente a causa dos efeitos da luz natural nos estudantes, é certo que estes

efeitos são influenciados pela melhor distribuição da luz, pelo incremento na

visibilidade causada pelo incremento de luz, melhor renderização de cores e ausência

do pulsar intermitente da luz fluorescente” (EDWARDS, TORCELLINI, 2000).

Esta pesquisa também será analisada mais adiante (item 2.3.).

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2.2. O estudo em Alberta - Canadá

Em um estudo intitulado “A study into the effects of types of light on children – a case of

daylight robbery” preparado para o IRC – Institute for Research in Construction, uma seção

do NRC – National Research Council do Canadá, Warren E. Hataway apresenta os

resultados de uma pesquisa sobre os efeitos não visuais que a luz tem sobre os estudantes.

Em inglês, a expressão “daylight robbery” pode ser entendida na forma popular como algo

do qual é cobrado um preço abusivamente acima do que realmente vale. E é isto que os

autores pretendiam demonstrar em relação à utilização da iluminação elétrica como fonte

exclusiva de luz para escolas.

A pesquisa foi feita a partir das conclusões de uma revisão bibliográfica realizada pelos

autores e para replicar os resultados de estudos feitos anteriormente de Wohlfarth em 1986 e

de Hargreaves e Thompson em 1989 sobre os efeitos não visuais da iluminação em salas de

aula. Procurava averiguar os efeitos de quatro tipos de iluminação mais comum na saúde e

desempenho dos estudantes. A intenção da pesquisa era tentar responder às seguintes

questões:

- O tipo de iluminação nas salas de aula tem efeito no desenvolvimento de cáries?

- O tipo de iluminação nas salas de aula tem efeito sobre a freqüência às aulas?

- O tipo de iluminação nas salas de aula tem efeito sobre o rendimento escolar?

- O tipo de iluminação nas salas de aula tem efeito sobre a saúde e o desenvolvimento

geral? (HATHAWAY, 2000).

A pesquisa abrangia um grupo de amostra de 327 alunos selecionados em 5 escolas

diferentes e 4 tipos de lâmpadas: lâmpadas fluorescentes “full spectrum”, lâmpadas

fluorescentes “full spectrum” com acréscimo de radiação ultravioleta, luz fria fluorescente

branca e lâmpada de vapor de sódio a alta pressão. Foram escolhidos 5 locais existentes com

iluminação de salas de aula com tipos de lâmpadas diferentes (Tabela 1). Ficou acertado

com a administração escolar da região que as escolas selecionadas fariam parte da pesquisas

por dois anos e que durante este período os mesmos alunos permaneceriam nas mesmas

salas de aula com seus sistemas de iluminação instalados.

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Local e tipo de lâmpada UVA

315 –400nm

UVB

280-315nm

UVC

100-280nm

Faixa fotométrica

de iluminação (Lux)

Local 1 –vapor de sódio

alta pressão

0.21 0.00 0.00 250 - 540

Local 2 –fluorescentes

“full spectrum”(sem UV)

1.01 0.00 0.00 300 - 900

Local 3 –fluorescentes

“full spectrum” (com UV)

7.20 0.30 0.00 280 - 450

Local 4 – fluorescente

branca fria

0.87 0.07 0.00 250 - 540

Local 5 – fluorescente

“full spectrum”

(com UV)

5.18 0.18 0.00 220 - 450

Tabela 1 – Luz medida nas salas de aula. Fonte: (HATHAWAY, 2000).

Dos dados recolhidos na pesquisa pelo período de dois anos ficou evidente que os

diferentes tipos de iluminação têm influência sobre o histórico de crescimento,

desenvolvimento, cáries e desempenho escolar (Tabela 2).

Local Freqüência(%) Desempenho Altura Peso Gordura

Local 1 94.3 1.61 10.2 10.2 3.4

Local 2 96.2 2.25 12.0 10.9 7.6

Local 3/5 95.9 1.96 12.3 11.2 3.9

Local 4 95.9 1.88 11.9 9.6 0.4

Tabela 2 – Efeitos dos tipos de iluminação na média de freqüência, desempenho e

desenvolvimento. Fonte: (HATHAWAY, 2000).

Os achados, fruto da pesquisa, estão resumidos na Tabela 3. Para não evidenciar nenhum

juízo de valor (bom ou mau), os autores usaram o sinal negativo (-) para indicar as medidas

menores e mais baixas e o símbolo positivo (+) para indicar as maiores ou mais altas

medidas. Um espaço em branco foi deixado para indicar que as medidas encontradas não

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eram significantes. Os estudantes dos locais com lâmpadas “full spectrum”, que procura

mimetizar a luz do dia natural, tiveram os melhores resultados, enquanto que os estudantes

do local com lâmpadas de vapor de sódio a alta pressão apresentaram os piores resultados na

maioria das medições. Os autores atribuem estes resultados às características dos sistemas

de iluminação: “... parece claro que os suplementos de (radiação) UV são responsáveis pelas

diferenças nas taxas de desenvolvimento de cáries e isto pode estar ligado à estimulação da

produção de vitamina D na pele decorrente da radiação UVB. Incremento na freqüência

(provável resultado de uma boa saúde) também pode ser relacionada à produção de vitamina

D bem como aos efeitos profiláticos da luz ultravioleta sobre as bactérias. Outros achados

significantes podem estar mais relacionados à cor ou ao espectro da luz visível do que com

qualquer outro fator. O desencadear da menstruação parece se encaixar neste caso. Uma

incidência maior do que a esperada ocorreu nas escolas com iluminação “full spectrum”(i.e.,

com ênfase no azul). A incidência menor do que a espera ocorreu no local com luz amarelo-

laranja (quase monocromática). De fato, ganhos de peso, taxas de freqüência e

aproveitamento também se encaixam neste padrão – estudantes sob iluminação

convencional ou com ênfase no azul atingiram os maiores ganhos e aqueles sob iluminação

de lâmpadas de sódio de alta pressão atingiram os menores” ( in HATHAWAY, 2000,

p.23).

É importante frisar novamente que esta pesquisa não comparava medições feitas

diretamente com luz natural com lâmpadas fluorescentes. A comparação é feita entre

lâmpadas fluorescentes comuns, lâmpadas de vapor de sódio a alta pressão e as chamadas

lâmpadas “full spectrum”. As lâmpadas “full spectrum” tentam imitar a ampla gama do

espectro da luz solar, tentando abranger todos os comprimentos de onda da luz visível. Dos

resultados da pesquisa realizada com as lâmpadas foram deduzidas as comparações feitas

com a luz natural.

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Características do

sistema de

iluminação

Local 1

Vapor de sódio

alta pressão

Local 4

Fluorescente

branca

Local 2

Full

Spectrum

Local 3 /5

Full Spectrum

+UV

Fator examinado

Cor dominante

característica da

fonte de luz

Dourada

(amarelo – laranja)

Amarelo - verde Luz do dia

(azulada)

Luz do dia

(azulada+UV)

Temperatura de cor

(K) (Luz

natural>5000)

2100 4250 5500 5500

Índice de reprodução

de cor(luz

natural=100)

21 62 91 91

Efeitos não visuais

nos estudantes

Redução no

desenvolvimento de

cáries

- na - +

Porcentagem de

freqüência

- + +

Ganho de altura - + +

Ganho de peso - +

Ganho de gordura + _ + +

Desempenho escolar - + + +

Início da

menstruação

- + +

Tabela 3 – Resumo das conclusões sobre os resultados da pesquisa. Fonte: (HATHAWAY,

2000).

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Como resultado geral da pesquisa, os autores concluem pela qualidade da iluminação

natural, embora no estudo esta tenha sido simulada pelas lâmpadas “full spectrum”:

“Os sistemas de iluminação, na maioria das vezes, são projetados tendo-se em vista a sua

eficiência - sendo seu objetivo o de obter o máximo possível de lumens por watt. Parece que

pouca atenção é dedicada aos efeitos não visuais que a luz pode ter sobre os usuários dos

sistemas de iluminação. Este estudo aponta claramente para a simples conclusão de que os

sistemas de iluminação, não importando o quão eficientes eles são, não são neutros em

relação aos seus efeitos nas pessoas. De fato parece ser o caso de que exista uma série de

efeitos não visuais associados com os vários tipos de iluminação. Este estudo identificou um

certo número desses efeitos – diferenças na taxa de desenvolvimento de cáries, diferença nas

taxas de freqüência, diferenças em peso,altura e ganho de gordura, e diferenças de

aproveitamento escolar. Pode-se concluir desses achados que a luz natural é importante para

o desenvolvimento e o bem estar das pessoas e que aprisionar as pessoas em espaços

iluminados somente por iluminação artificial projetada para ser só eficiente caracteriza um

caso de roubalheira” ( in HATHAWAY, 2000, p.24).

2.3. A experiência do escritório Innovative Design: iluminação natural em escolas na

Carolina do Norte

O Innovative Design é uma empresa norte-americana de projetos de arquitetura com sede

na cidade de Raleigh, no estado da Carolina do Norte, especializada em projetos e

consultoria de edifícios sustentáveis. Nos últimos anos, entre os numerosos projetos

realizados, foi responsável pelos projetos “de 11 escolas iluminadas naturalmente, 38

projetos de renovação de escolas e atuaram como consultores em outros 28 projetos de

escolas com iluminação natural”. Incentivados pelo estudo “Study into the effects of light

on childrens of elementary school age: a case of daylight robbery” (item 2.2.), tomaram a

iniciativa de pesquisar a relação entre iluminação natural e desempenho escolar em três

escolas projetadas pelo próprio escritório em Johnston County, no estado da Carolina do

Norte, com os princípios da iluminação natural.

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As escolas avaliadas foram a Four Oaks Elementary School construída em 1990, a Clayton

Middle School e a Selma Middle School construídas em 1993. Nas três escolas foi adotada

como estratégia de iluminação a disponibilidade de luz solar nos principais espaços

ocupados da escola e a instalação de iluminação zenital voltada para o sul, que foi projetada

para fornecer uma iluminância de 70 footcandles (aproximadamente 750 LUX) durante dois

terços do tempo em que os espaços seriam utilizados. Todos os dispositivos de iluminação

foram protegidos com “baffles” para evitar o ofuscamento e com sensores de luz para o

controle da iluminação elétrica. Embora não fosse parte importante da estratégia de

iluminação natural, também foram acrescentadas pequenas janelas para garantir a visão para

o exterior.

A intenção da pesquisa era a de comparar os resultados obtidos pelos estudantes das três

escolas projetadas com iluminação natural em testes padrões de desempenho aplicados pelas

autoridades educacionais com os resultados obtidos pelos estudantes de escolas de toda a

região (16 escolas elementares e 8 escolas médias). Como evidentemente existem

diferenças de aproveitamento e de capacidade entre estudantes e professores das várias

escolas, procurou-se estabelecer uma relação entre os percentuais de incremento e não nos

valores absolutos obtidos nos testes de desempenho para evitar uma falsa comparação. A

análise comparativa concentrou-se nos seguintes pontos:

- melhoria de desempenho de ano a ano em cada escola analisada

- melhoria relativa de desempenho entre as três escolas com iluminação natural

projetadas pela empresa Innovative Design e a melhoria na média das outras escolas

da região para níveis escolares semelhantes

- desempenho estudantil durante o primeiro ano em uma quarta escola, não projetada

pela mesma empresa

- melhoria relativa de desempenho em uma outra escola nova construída na região

durante o mesmo período de tempo, porém não projetada com iluminação natural

O caso da escola Four Oaks foi, segundo os autores, o mais interessante, pois como a

antiga escola havia sido totalmente destruída por um incêndio e uma nova havia sido

construída, desta vez projetada com critérios de iluminação natural. Foi possível então

avaliar o desempenho do mesmo grupo de estudantes em três condições bem distintas: uma

em um ambiente típico, como no restante da região, outra em que os estudantes

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permanecerem durante certo tempo em salas de aulas móveis provisórias enquanto a nova

escola era construída e por fim, na nova escola com iluminação natural projetada. O

resultado (tabela 1) demonstraram que “antes de a escola ser destruída pelo fogo em 1988,

os estudantes da Four Oaks tiveram resultados no CAT 7% do que o restante do Condado de

Johnston. Quando foram relocados para salas móveis provisórias, seu desempenho caiu

dramaticamente. Nos anos seguintes a pontuação dos estudantes foi de 7% acima da norma

para 10% abaixo da norma – um decréscimo de 17%” (NICKLAS, BAILEY,1997).

Grau FourOaks/Região 87 / 88 88 / 89 89 / 90 90 / 91 91 / 92

3º Four oaks 67 61 67 79 76

Região 63 70 68 66 65

4º Four Oaks 70 55 65 70 72

Região 57 58 64 62 65

5º Four Oaks 52 61 56 66 69

Região 56 68 63 67 67

Média Four Oaks (3º- 5º) 63.0 59.0 62.7 71.7 72.3

Região (média) 58.7 65.3 65.0 65.0 65.7

Pontuação CAT

Relativo à norma + 4.3 - 6.3 - 2.3 + 6.7 + 6.6

% acima/abaixo da média + 7% - 10% - 4% + 10% + 10%

Tabela 4 – Resultados de pontuação dos testes CAT para os alunos da escola Four Oaks

em relação ao restante da região. Fonte: Innovative Design, 1997.

No ano em os estudantes mudaram-se para a nova escola e também no ano seguinte, a sua

pontuação aumentou para 9% acima da norma. Comparando-se relativamente o período de

1988, o ano em que a escola foi destruída pelo fogo, até o ano de 1992, último ano medido

na nova escola, o acréscimo na pontuação da média da região foi de 12%, enquanto para os

alunos da escola Four Oaks, este acréscimo foi de 15%.

Medições semelhantes foram feitas para as outras duas escolas de nível intermediário

projetadas com critérios de iluminação natural pelo mesmo escritório, a Clayton Middle

School e a Selma Middle School, com as ressalvas feitas para suas características

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particulares. Os resultados apontaram um acréscimo de 5% na pontuação dos estudantes

comparados com o desempenho dos estudantes do restante da região.

A dúvida evidente que surge na comparação destes resultados é a de que se não haveria

uma melhora de desempenho escolar somente pelo fato de os estudantes mudarem para uma

escola nova, sendo ela projetada com critérios de iluminação natural ou não. Os autores

verificaram então os dados disponíveis para a North Johnston School, cujos estudantes

haviam se mudado de uma escola para uma outra nova e era de se esperar que houvesse uma

melhora de desempenho, mas isto não ocorreu (tabela 5).

Antiga North Johnston Nova North Johnston

Grau N.Johnston/Região 87 / 88 88 / 89 89 / 90 90 / 91 91 / 92

6º North Johnston 52 53 59 56 49

Média da Região 54 56 63 65 65

7º North Johnston 58 54 54 57 61

Média da Região 53 53 61 52 53

8º North Johnston 59 55 61 52 53

Média da Região 56 55 56 54 53

Média North Johnston 56.3 54.0 58.0 55.0 54.3

Região (média) 54.3 54.7 58.0 59.0 59.3

Pontuação CAT

Relativo à norma + 2.0 - 0.7 - 0.0 + 4.0 - 6.6

% acima/abaixo da

média

+ 4 % - 1 % - 0 % - 7 % - 8 %

Tabela 5 – Comparação de desempenho entre alunos da nova e da antiga North Johnston

School e o restante da região. Fonte: Innovative Design, 1997.

A conclusão a que os autores chegaram foi a de que, “embora existam muitas variáveis que

afetem o desempenho escolar, estudantes que freqüentam escolas com iluminação natural

parecem ser beneficiados por estarem em um ambiente educacional superior, naturalmente

iluminado” (NICKLAS, BAILEY,1997), conforme resumido a seguir:

17

Page 18: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

- estudantes que freqüentavam escolas com iluminação natural superaram os das

outras escolas de 5 a 14 %. Considerando-se todas as classes das três escolas, a

média de acréscimo de desempenho foi de 4.7 %.

- quando se considera o impacto nos desempenho dos estudantes em escolas com

iluminação natural durante vários anos, o impacto é ainda maior.

- escola nova não significa necessariamente melhora de desempenho, como no caso da

North Johnston School.

- ficou claro que colocar os estudantes em escolas móveis provisórias tem um

significativo impacto negativo no desempenho deles.

Escola Anos de comparação Mudança de

desempenho

Porcentagem de

acréscimo

Four Oaks 87/88 - 91/92 + 2.3 + 3 %

Clayton 92/93 – 93/95 +1.5 + 2 %

Selma 92/93 – 93/95 + 5.2 + 9%

Tabela 6 – Resumo dos dados da pesquisa. Fonte: Innovative Design, 1997.

2.4. A pesquisa do grupo Heschong Mahone Group:

Dentre os textos pesquisados, a fonte mais citada sobre a relação entre a iluminação

natural em escolas e o desempenho de estudantes é o estudo elaborado pelo Heschong

Mahone Group, uma pequena empresa de consultoria em eficiência energética liderada por

Lisa Heschong, e que foi patrocinado pelo Califórnia Board for Energy Efficiency da Pacific

Gas and Eletric Company no ano de 1999. O estudo analisou dados de desempenho escolar

de estudantes de três distritos escolares de ensino fundamental nos Estados Unidos tentando

estabelecer uma relação com a quantidade de luz natural disponível nas salas de aula em que

estudavam. As escolas analisadas estavam localizadas em Orange County na Califórnia,

Seattle em Washington e Fort Collins no Colorado, totalizando 2000 salas de aula e 21.000

alunos. O texto do relatório final da pesquisa foi publicado sob o título “ Daylighting in

schools: an investigation into the relationship betweeen daylighting and human

18

Page 19: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

performance”, que passou a ser divulgado pela própria empresa e pela Pacific Gás and

Eletric Company, como também foi disponibilizado por vários sites na internet relacionados

com a iluminação natural e a sustentabilidade dos edifícios.

O estudo tentava responder a questão se existia de fato um efeito da iluminação natural na

performance dos estudantes. O seu pano de fundo era a discussão ocorrida nos Estados

Unidos, e particularmente na Califórnia, nas décadas de 60 e 70, sobre a necessidade ou não

de amplas janelas nas salas de aula das escolas. O texto do relatório final da pesquisa realça

o fato de que as salas de aula construídas na Califórnia na década de 50 e no começo da

década de 60, antes da prevalência da lâmpada fluorescente, são “excelentes exemplos de

prática da iluminação natural”, devido inclusive à fiscalização de projetos do Conselho de

Educação da Califórnia para assegurar que os níveis de iluminação “standards” fossem

respeitados. Eram muito comuns as implantações de blocos separados de salas de aula com

janelas nos dois lados (HESCHONG, p.04). Durante o transcorrer da década de 60 este

postulado foi posto em dúvida. As objeções eram muitas: janelas menores reduziram as

cargas térmicas para o ar condicionado, janelas numerosas e de grandes dimensões teriam

maior custo de instalação e manutenção, blocos agrupados de salas aula sem restrições da

orientação solar economizariam terreno para serem implantadas, janelas e iluminação zenital

ofereceriam riscos à segurança, janelas poderiam ser fator de dispersão para a atenção de

estudantes, etc. Como conseqüência o projeto de salas com iluminação bilateral foi

abandonado e muitas salas de aula nesta época foram construídas com dimensões reduzidas

para iluminação natural, muitas possuíam vidros escuros e, muitas, inclusive, foram

construídas sem janela alguma (HESCHONG, p.05). Preocupada com o alastramento da

moda das escolas sem janelas, Belinda Collins, do National Bureau of Standards, comandou

em 1974 uma revisão bibliográfica de estudos sobre janelas em edifícios, concluindo que as

recomendações sobre espaços desprovidos de janelas eram infundadas (HESCHONG,

p.06).

A metodologia empregada pelo estudo procurou abarcar uma amostra de estudantes do

ciclo fundamental porque estes tendem a passar a maior parte do seu período escolar na

mesma sala de aula com o mesmo professor. Além disso, estes alunos têm um currículo

mais padronizado, o que facilita a aplicação de testes de desempenho escolar mais

homogêneos. Também as salas de aula do ensino fundamental tendem a seguir uma

19

Page 20: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

padronização em seu projeto, com dimensões regulares. A intenção era a de comparar

resultados em testes de leitura e matemática dos alunos dos três distritos escolares com as

condições de iluminação das suas salas de aula. Dois conjuntos de dados foram então

sistematizados: o resultados obtidos nos testes pelos estudantes fornecidos pelos distritos e

outro conjunto com as informações acerca das salas de aula quanto suas dimensões de

janelas, presença ou não de iluminação zenital e dados sobre iluminação natural. Foi criada

uma base de dados com as características de cada sala de aula de cada um dos três distritos

baseada em projetos arquitetônicos, fotografias aéreas, visitas às escolas, medições de

iluminação e entrevistas com professores, administradores e funcionários. Procurou-se

caracterizar as salas de aula quanto a suas dimensões, as dimensões da escola, a data de sua

construção, a tipologia das salas e a presença, as dimensões e geometria das janelas e

iluminação zenital.

Quanto à iluminação natural, devido ao grande número de salas a serem analisadas e como

as condições de iluminação são extremamente variáveis, modificando-se durante o dia e

durante o ano escolar, o número de medições a serem realizadas e o número de combinações

das variáveis era imenso, o que poderia comprometer o andamento da coleta de dados.

Procurou-se então criar um padrão que identificasse as “oportunidades” de luz natural

durante o ano. Com a ajuda de especialistas, e baseando-se em sua experiência, tentou-se

identificar quais seriam as características mais significativas a serem medidas para tentar

identificar as condições e a qualidade da iluminação natural de um determinado ambiente.

Criou-se então uma escala de 0 a 5, que mesmo não atingindo um alto grau de precisão

servia como um “guia qualitativo” para avaliar cada sala de aula.

Uma das principais características deste estudo desenvolvido pelo Heschong-Mahone

Group para a Pacific Gas and Eletric Company, e o que o diferencia de outros estudo

semelhantes feitos sobre este assunto é cuidado no tratamento dos dados levantados pela

pesquisa e seu tratamento conforme técnicas estatísticas reconhecidas.

20

Page 21: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Código Grau Critério Característica

0 Nenhum Nenhum A sala não tem janelas nem iluminação zenital.

1 Ruim Insignificante Janelas ou iluminação zenitais pequenas e secundárias.

2 Pobre Pequenas áreas com pouca luz natural, ofuscamento das fontes de luz natural.

Iluminação quase sempre inadequada sem o auxílio de iluminação artificial. Ofuscamento é quase sempre um problema.

3 Médio Iluminação natural e modesta em

algumas áreas, altos contrastes.

A sala tem níveis aceitáveis de iluminação natural direta próximo das janelas ou sob iluminação zenital. Fortes gradientes de iluminação. Algumas lâmpadas elétricas podem ser desligadas ocasionalmente.

4 Bom Luz natural suficiente por alguns períodos, fortes gradientes de iluminação.

A luz natural é o componente principal da iluminação da sala, podendo ocasionalmente funcionar sem acender lâmpadas elétricas.Gradiente notável de níveis de iluminação.

5 Excelente Iluminação suficiente e uniforme na maior parte do ano.

A sala de aula é adequadamente iluminada com luz natural durante a maior parte do ano escolar. Luz natural adequada disponível em toda a sala.

Tabela 7 - Códigos da pesquisa para a iluminação natural. Fonte: Heschong Mahone Group

-1999.

Associados com esta codificação, também foram criados códigos para as aberturas. Para as

zenitais, o código indicava a sua presença e tipo. Para as janelas, o código indica seu

tamanho e sua cor. Estes códigos eram conferidos às salas pesquisadas independentes uns

dos outros. O código para a iluminação natural (Tabela 8), entretanto, era conferido

levando-se em consideração o efeito combinado da iluminação zenital e das janelas.

21

Page 22: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Código Grau Condição típica

0 Nenhum Nenhum

1 Ruim Uma pequena janela

2 Pobre Poucas e pequenas janelas

3 Médio Janelas modestas e/ou

pintura pesada

4 Bom Janelas grandes, pintura leve

ou de cor clara.

5 Excelente Janelas grandes dos dois

lados

Tabela 8 – Códigos da pesquisa para janelas. Fonte: Heschong Mahone Group – 1999.

Figura 1 – Iluminação zenital em sala de aula .

22

Page 23: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Após uma seleção dos dados coletados, foram feitas algumas reduções metodológicas,

permanecendo apenas como dados finais medições feitas com estudantes que pudessem ser

relacionados com uma sala de aula específica, permanecendo o formato final dos dados

conforme a tabela 9:

Inicial Final Escolas

Medições Escolas Salas de

aula

Medições Escolas Salas de

aula

Capistrano 13.913 27 752 8.166 24 389

Seattle 16.384 61 1003 7.491 57 537

Fort

Collins

8.408 23 NA 5.687 21 NA

Tabela 9 – Formato final do conjunto dos dados da pesquisa. Fonte: Heschong-Mahone

Group - 1999.

Segundo seus autores, o estudo começou sem a certeza de que seriam encontrados

resultados que confirmassem uma correlação entre iluminação natural e desempenho

escolar. Ao final do trabalho puderam chegar às seguintes conclusões:

- “ encontramos uma uniformemente positiva e altamente significativa correlação

entre a presença de luz natural e o desempenho dos estudantes nos três distritos

estudados.

- Concluímos que a iluminação natura, fornecida por elementos zenitais, portanto

distinta de todos os outros atributos associados com as janelas, têm um efeito

positivo.

- Concluímos que a utilização desta tecnologia, de utilizar uma grande base de dados

previamente coletados, pode ser uma ferramenta poderosa para investigar os efeitos

do meio ambiente físico no desempenho humano” (HESCHONG, p.57).

23

Page 24: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

2.5. Conclusões

Não está claro se o benefício à saúde e, portanto, ao desempenho escolar dos estudantes,

se dá somente com a exposição à radiação solar ou a luz solar indireta por si só também

traria estes benefícios. Parece que a radiação direta e a radiação difusa Têm efeitos

diferentes sobre o ser humano. A radiação difusa, percebida como iluminação natural

indireta, está associado a um melhor desempenho visual, o que pode levar a um melhor

rendimento escolar. Ao mesmo tempo, ambientes com luz natural difusa têm aspecto

agradável e propiciam contato com exterior, o que pode influenciar o bem estar das pessoas

e, portanto, levar a um melhor desempenho.

A radiação direta, por outro lado, está associada mais com efeitos físicos nos seres

humanos. Em vários outros estudos é citada a radiação ultravioleta como a parte da luz solar

que traria benefícios à saúde quando recebida em quantidades adequadas, devido aos seus

profiláticos e germicidas. A luz visível estaria associada com o estímulo do sistema

circadiano e a sintetização da vitamina D, importante para a formação de ossos e dentes.

Entretanto, parece que a maioria dos tipos de vidro barra a incidência de raios UV. Não está

claro se a exposição esporádica à radiação solar (na hora do recreio, por exemplo) é

suficiente para atingir estes benefícios. É certo também que a exposição à radiação solar

pode trazer prejuízos à saúde. Qual seria então o limite entre o benefício e o prejuízo á saúde

causados pelas radiações UV.

Muitas escolas citadas nos estudos estão localizadas no hemisfério norte, com invernos

prolongados e pouca luz. Fica então mais evidente nestes locais o efeito estimulante da

iluminação natural em contraposição a ambientes escuros ou iluminados artificialmente.

Não é evidente que este efeito possa ser estendido a todos os locais.

Na pesquisa realizada pelo Heshong-Mahone Group foram analisados o nível de

iluminação e sua distribuição, mas não ofuscamento e outros itens referentes à qualidade da

luz natural. Parece que a qualidade da iluminação é fator determinante dos benefícios que

esta pode trazer ao desempenho e a saúde dos estudantes. Será que é possível generalizar os

resultados?

No estudo do grupo Innovative Design, a amostra estatística é muito pequena para se tirar

conclusões tão gerais.

24

Page 25: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

III. ILUMINAÇÃO NATURAL E SUSTENTABILIDADE

3.1. Desempenho energético

“A decisão de utilizar iluminação natural na concepção do edifício tem conseqüências

financeiras. Estas conseqüências podem envolver o capital necessário para a construção, o

valor de locação ou venda, custos de manutenção, que influenciam na taxa de retorno do

investimento...” (BOYCE et all, 2003).

“A discussão sobre os impactos financeiros do uso ou não da iluminação natural está

focada no incorporador ou no proprietário, pois são eles que tomam a decisão sobre seu uso.

Existe, entretanto, uma perspectiva social para o uso da iluminação natural. Esta perspectiva

aponta para a conclusão de que o uso extensivo da iluminação natural nos edifícios conduz,

em longo prazo, a uma economia com energia mais sustentável, algo que será bom para o

meio ambiente e para a economia do país” (BOYCE et all, 2003).

Conforme o CEFPI (Council for Educational Facility Planners International), existe uma

estreita relação entre a qualidade das instalações escolares e o aproveitamento escolar dos

estudantes.

O conceito de “High Performance Schools” está relacionado não só a prédios escolares que

economizam energia, mas também que fornecem ambientes saudáveis, confortáveis e bem

iluminados onde o aprendizado possa se desenvolver prazeirosamente. Neste conceito

geralmente estão incluídos:

1. São saudáveis e produtivas para alunos e professores fornecendo:

- Grande quantidade de luz natural

- Qualidade superior do ar interior

- Um ambiente seguro

2. São “cost effective” e fáceis de operar e manter, porque seus projetos empregam:

- Ferramentas de análise de energia que otimizam o desempenho energético

- Uma abordagem do ciclo de vida do edifício que reduz o custo total da propriedade

- “commissioning process” que assegura que o edifício irá operar de maneira

consistente com o objetivo que foi projetado

3. São sustentáveis porque integram:

25

Page 26: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

- Conservação de energia e estratégias de energias renováveis

- Sistemas mecânicos e de iluminação altamente eficientes

- Preferência a materiais que não agridem o ambiente

- Uma implantação que não agrida o entorno

- Projeto de otimização do uso da água

( in BetterBricks,2006)

“Das estratégias para o projeto das “high performance schools”, a iluminação natural pode

ser a mais significativa em termos de arquitetura e mais desafiadora, porque:

- estudos recentes mostraram que a presença de iluminação natural nas escolas está

associada com melhores resultados dos estudantes.

- A iluminação natural tem demonstrado ser uma das melhores estratégias de

conservação de energia em edifícios escolares.

- A decisão utilizar iluminação natural em um projeto de escola terá influência nas

decisões sobre os outros sistemas do edifício”(HESCHONG, 2001).

3.2.Conservação de energia em escolas americanas

Estudos de casos

3.2.1. Durant Road Midlle School – Raleigh, Carolina do Norte (Anexo 2):

Apontada em 1997 pelo Instituto Americano de Arquitetos como um edifício entre os dez

menos agressivos ao meio ambiente dos Estados Unidos.

Capacidade 1.300 estudantes

Grau 6º - 8º

Tamanho 149.250 sq.ft

Orçamento 16 milhões de dólares

Award cost 12.3 milhões de dólares

Ano de construção 1995

Economia anual estimada 21.000 dólares

26

Page 27: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Principais elementos de projeto:

- Orientação longitudinal leste-oeste de modo a reduzir o ganho térmico e favorecer a

colocação de iluminação zenital orientadas a norte e a sul.

- Iluminação zenital orientada a norte e a sul para as salas de aula e demais

dependências que correspondem a um acréscimo de cerca de 30% da área

envidraçada e ausência de áreas envidraçadas nas fachadas leste-oeste.

- Cobertura com barreira radiante que reflete 90% da radiação de calor.

- Utilização de vidros “low-e”, inclusive na iluminação zenital.

- Equipamento de iluminação de alta eficiência com sensores de presença e de níveis

de iluminação que ajustam automaticamente as lâmpadas fluorescentes de alto

rendimento quando necessário.

- Sistema de gerenciamento de energia que controla a quantidade de circulação de ar

externo conforme a quantidade de pessoas presentes na escola.

- Iluminação natural complementada com iluminação elétrica com controles

dimerizados que a ajustam conforme o nível de luz natural varia.

(PLYMPTON, 2000).

3.2.2. Roy Lee Walker Elementary School – McKinney, Texas.

Selecionada em 1999 pelo Comitê pelo Meio Ambiente do Instituto Americano dos

Arquitetos como um dos dez melhores edifícios do programa “Dia da Terra”, reconhecido

por seu ”projeto de arquitetura viável que protege e evidencia o meio ambiente”.

Capacidade 680 estudantes

Grau 1º - 5º

Tamanho 70.000 sq.ft

Orçamento 9.3 milhões de dólares

Ano de construção 2000

Pay-back iluminação natural (estimado) 3 – 5 anos

Pay-back outras tecnologias renováveis 10- 15 anos

27

Page 28: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 2 – Roy Lee Walker Elementary School. Fonte:

28

Page 29: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 3 – Roy Lee Walker School: planta e perspectiva aérea. Fonte:

29

Page 30: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

3.2.3. Dena Boer Elementary School – Salida, Califórnia.

Capacidade 819

Grau 1º - 5º

Tamanho 47.000 sq.ft.

Orçamento 4,7 milhões de dólares

Ano de Conclusão 1997

Economia mínima anual (estimada) 9.000 dólares

Principais elementos de projeto:

- Brises com controles eletrônicos instalados nos dispositivos de iluminação zenital

para modular os níveis de iluminação natural.

- Os dispositivos de iluminação zenital possuem três camadas de material acrílico

prismático e seletivo de espectro, que refrata a luz natural pelo ambiente evitando a

incidência direta dos raios solares.

- Lâmpadas fluorescentes de alta eficiência com reatores eletrônicos colocadas entre

as aberturas zenitais.

Figura 4 – Iluminação zenital nas salas de aula da Dena Boer Elementary School. Fonte: Daylighting Initiative – Pacific and Gas and Eletric Company, 1999.

30

Page 31: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

3.2.4. J.J. Pikle Elementary School / St. John Multipurposer Facilty – Austin, Texas.

Figura 5- Planta da J.J.Pikle E.S.: implantação em blocos separados. Fonte: Capacidade 720 – 800 estudantes Grau 1º - 5º Tamanho 115.000 sq.ft. (68% de área p/ escola) Orçamento 13,4 milhões de dólares Ano de conclusão 2001 Economia anual estimada 32.000 dólares Principais elementos de projeto:

- Orientação do edifício de modo que a luz natural incida nas fachadas norte e sul, onde são fáceis de controlar, e não nas fachadas leste e oeste onde tem maior ganho de calor.

- Iluminação zenital com placas de policarbonato voltada para a orientação sul - Todas as janelas possuem na altura da linha de visão vidro verde com absorção de

raios infravermelhos, o que é efetivo para o clima de Austin. - As salas de aula da fachada norte possuem janelas altas tipo “studio” que permitem

que a luz natural penetre no fundo da sala. - Implantação no formato de “finger plan”.

31

Page 32: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

3.2.5. As escolas analisadas pelo grupo Innovative Design:

A empresa de arquitetura americana Innovative Desing Inc., que realizou uma pesquisa

sobre os efeitos da iluminação no bem estar e no desempenho dos estudantes em escolas

projetadas pela própria empresa em Johnston County na Carolina do Norte (item 2.3.),

utilizou estas mesmas escolas para fazer uma análise da conservação de energia em

comparação com outras escolas da mesma região que não utilizavam a iluminação natural

como norteadoras do seu projeto. Os dados foram levantados durante um ano, entre julho de

1993 e junho de 1994, com exceção da escola Four Oaks (Apêndice 1) cujos dados foram

levantados entre 1991 e 1992. Foram incluídas nesta pesquisa outras duas escolas projetadas

pela mesma empresa: Durant Road Middle School (Apêndice 2) e Clayton Elemetary

School, também no estado da Carolina do Norte. As informações sobre custos e consumo de

energia foram fornecidas “Johnston County School’s Maintenace Department”.

As principais características dos projetos destas escolas eram que procuravam

principalmente a orientação norte-sul para as salas de aula, possuíam iluminação zenital com

proteção de tecido translúcido para evitar a radiação direta do sol sobre o plano de trabalho,

sensores de luz para ativar a iluminação elétrica como complemento da iluminação natural,

persianas para escurecer as salas quando necessário. As escolas foram projetadas com a

intenção de obter mais de 70 footcandles através da iluminação natural durante mais de dois

terços do tempo de utilização da escola (NICKLAS, BAILEY,1997).

A tabela a seguir mostra uma comparação entre os dados das escolas da mesma região da

Carolina do Norte projetadas com iluminação natural e as que não foram, no decorrer do

período de tempo abrangido pela pesquisa. Os dados para as escolas grifadas em negrito

representam as escolas projetadas pela empresa Innovative Design desde o ano de 1990.

Para uma melhor leitura dos resultados da pesquisa é importante frisar que no caso

específico destas escolas, elas eram equipadas com sistema de ar condicionado.

Tradicionalmente, o maior item de consumo de energia em escolas é o do sistema de

iluminação artificial.

32

Page 33: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Escola

Média/Intermediária

BID Sq.ft. $ / Sq.ft.

Clayton 91 120.000 $ 65,26

Selma 92 98.000 $ 71,89

Carrboro 92 136.266 $ 81,17

Davis Drive 93 132.000 $ 70.79

Durham 93 290.046 $ 72,35

Durant Road 94 148.500 $ 83,04

Chapel hill 94 191,569 $ 107,19

Escola Elementar BID Sq.ft. $ / Sq.ft.

Four Oaks 90 120.000 $ 55,02

Cleveland 93 103.079 $ 71,93

Davis Drive 93 76.000 $ 72,57

Eastway 93 78.000 $ 83,22

Oak Grove 94 77.586 $ 90,95

Hodge Road 94 75.070 $ 89,37

Weatherstone 94 75.070 $ 93,18

Clayton 95 96.800 $ 90,75

Tabela 10 – Comparação entre as escolas convencionais e as escolas projetadas com

iluminação natural pelo grupo Innovative Design. Fonte: NICKLAS, BAILEY-1997.

Uma questão sempre presente nesta discussão é a do custo das obras projetadas com os

princípios e dispositivos para iluminação natural. Entende-se que para obter uma melhoria

nas condições da iluminação natural dos edifícios é necessário investir em janelas, vidros

eficientes, dispositivos de iluminação zenital, sistemas de iluminação artificial eficiente com

sensores de presença e de níveis de iluminação que os adaptem à disponibilidade de luz

natural. Estas medidas têm que ser tomadas em conjunto, pois isoladamente não surtem

33

Page 34: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

efeito. Como o investimento nesses itens não estão previstos nos orçamentos iniciais das

obras convencionais, seria de se supor que os edifícios que deles se utilizam seriam

logicamente mais caros. Segundo os autores, entretanto, os custos dos componentes de

iluminação natural acrescentaram pouco ao orçamento inicial destes projetos, como se pode

ver na comparação feita na Tabela 11. Além disso, há que se levar em consideração não

apenas os valores absolutos, mas também compara-los com os outros itens do orçamento

inicial. Para o projeto da Durant Road Middle School (Apêndice 2), por exemplo, conforme

afirmam os autores: “Através de uma extensiva estimativa de custo feita por empresa

independente de orçamentos para a construção, foi determinado que o custo adicional dos

componentes para iluminação natural totalizou 230 mil dólares. Entretanto, se

contabilizarmos a economia de 115 mil dólares pela redução em equipamentos mecânicos e

sistemas elétricos devido à diminuição da carga térmica e da necessidade de luminárias, o

custo líquido adicional no projeto seria de 115 mil dólares – menos de 1% do custo total da

construção. O projeto inteiro, quando finalizado, ficou 5% abaixo do orçamento estimado e

o investimento feito na relação iluminação natural / energia, quando comparado com outras

escolas típicas da região, retornará para o sistema escolar em menos de um ano”

(NICKLAS, BAILEY-1997).

Medindo o consumo de energia, devido à iluminação artificial e ao ar condicionado, os

autores traçaram alguns cenários com metodologias diferentes para comparar o consumo de

energia em escolas convencionais e nas escolas projetadas com os princípios da iluminação

natural, conforme tabela abaixo.

34

Page 35: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Escolas com

iluminação

natural /

Consumo de

energia($/sq.ft.)

Custo com toda

a iluminação

externa incluída

Custo se todas as

escolas tivessem

a mesma taxa de

$0,09/ Kwh

Custo com a

mesma taxa de

consumo e

iluminação

externa subtraída

Custo com

consumo

estimado para

anos climáticos

típicos

Clayton Middle 0,90 0,90 0,84 0,71

Selma Middle 0,97 0,92 0,90 0,77

Média 0,94 0,91 0,87 0,74

Escolas sem

iluminação

natural

North Middle 1,00 1,03 1,00

Smithfield

Middle

1,42 1,17 1,14

Smithfiel-Selma

HS

1,43 1,22 1,12

South HS 1,20 1,29 1,23

Média 1,26 1,18 1,12

Economia de

energia / sq.ft.

0,32 0,27 0,25

Tabela 11 – Consumo de energia em escolas com iluminação natural em Johnston County

entre julho de 1993 e junho de 1994. Fonte: NICKLAS, BAILEY-1997.

Dos dados analisados, os autores concluem que “...a economia de energia, medida

comparando-se as escolas com e sem os princípios da iluminação natural, de $0,32/sq.ft....”

pode ser vista como o mínimo , desde que as novas escolas têm um uso adicional que, se

descontado do cálculo, aumentaria o índice de economia. Como conclusão geral do estudo,

35

Page 36: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

estimam que “...a iluminação natural, mesmo excluindo-se todos os ganhos relativos à saúde

e à produtividade, faz sentido do ponto de vista do investimento financeiro. As escolas com

iluminação natural analisadas no estudo indicaram redução do custo de energia entre 22% e

64% em relação às escolas convencionais. Com o retorno de investimento estimado em

menos de três anos para as novas escolas, os benefícios para o sistema educacional são

enormes. Na Carolina do Norte, uma escola média de cerca de 12.000 m² que incorpore um

sistema de iluminação natural bem integrado pode economizar 40.000 dólares por ano em

relação às de construção convencional. E se os custos de energia subirem 5% ao ano, a

economia só nesta escola será de mais de 500.000 dólares nos próximos dez anos”

(NICKLAS, BAILEY,1997).

3.2. A pesquisa no Brasil.

Uma das primeiras pesquisas sistemática a abordar a questão do conforto ambiental, dentre

eles o conforto luminoso, nas escolas da rede pública do estado de São Paulo foi o estudo de

1995, intitulado “O desempenho dos edifícios da rede estadual de ensino – o caso de São

Paulo. Avaliação técnica: primeiros resultados”; coordenado pelos professores da FAU

Sheila Orstein e José Borelli Neto. A metodologia utilizada foi uma “avaliação pós-

ocupação tipo walktrough”, conforme definida pelos seus autores, ou seja, uma avaliação

técnica de curto prazo onde a ênfase não está na avaliação dos pontos de vista dos usuários

(ORNSTEIN, BORELLI, 1995). Foram levantadas 27 escolas, todas construídas após o

ano de 1950, o que representava 1% das escolas públicas de 1º e 2º graus do município e da

grande São Paulo. Entre os diversos itens de avaliação dos edifícios, como sistema

estrutural, tipologia construtiva, acabamentos, instalações, funcionalidade, foram analisados

também os itens de conforto ambiental e, entre eles, o desempenho da iluminação natural e

artificial. Em relação à iluminação natural, os dados apontaram um resultado que os autores

consideraram satisfatório: “De um modo geral, e como resultado das primeiras vistorias

realizadas, tem-se que em mais de 55% das escolas, objeto de estudo, a iluminação natural

foi considerada ótima e/ou satisfatória, segundo uma escala semântica de 4 pontos (‘ruim’,

‘insatisfatória’, ‘satisfatória’ e ‘ ótima’)...” (ORNSTEIN, BORELLI, 1995). Como não

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Page 37: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

existe uma maior definição de critérios de medição da luz natural, é de se supor que os

dados coletados dizem respeito aos níveis quantitativos de iluminação e não exatamente a

critérios qualitativos. Na seqüência, são apresentados dados de “Conforto Lumínico –

problemas gerais” que apontam para a evidência de que talvez esses níveis estejam acima do

desejável, com marcas de quase 40% das escolas levantadas com ofuscamento no plano de

trabalho e mais de 60% de incidência direta de radiação solar no plano de trabalho, o que

segundo os autores representam “...alguns itens de desempenho ineficiente localizados”

(ORNSTEIN, BORELLI, 1995). Em relação à iluminação artificial, os autores consideram

que os valores encontrados apontam resultados ainda mais satisfatórios, com 70% das

escolas levantadas com níveis de iluminação ótimo e/ou satisfatória, segundo a mesma

escala semântica apresentada, resultado ao qual atribuem ao fato de 80% das escolas serem

pintadas com cores claras. Com o estágio atual das pesquisas, entretanto, seria possível

considerar que talvez os dados encontrados apontem para um desequilíbrio nas condições de

iluminação das escolas levantadas, com a falta de controle da incidência direta da luz do sol

no trabalho o que, ao mesmo tempo em que promove altos índices de iluminância, pode

também produzir ofuscamento e desconforto. Quanto à iluminação artificial, como existe

esta exuberância de luz natural, talvez poderia estar sendo utilizada em excesso, causando

desperdício de energia. A pesquisa previa um item de avaliação de conservação de energia

que, entretanto, “não foi tabulado, pois as informações encontradas não foram suficientes e

confiáveis” (ORNSTEIN, BORELLI, 1995).

As pesquisas em relação à iluminação natural em projetos de edifícios escolares no Brasil,

entretanto, parece que têm se desenvolvido principalmente em relação ao potencial de

conservação de energia nas escolas. Ultimamente foram publicados inúmeros trabalhos

relacionados ao assunto, geralmente concentrados em trabalhos acadêmicos de artigos, teses

e dissertações. A vantagem evidente da utilização de uma estratégia de iluminação natural

nas escolas brasileiras é, em primeiro lugar, que o gasto em energia elétrica se deve

principalmente aos sistemas de iluminação artificial. Em segundo lugar, a característica de

uma grande rede pública na qual estas escolas estão estruturadas aponta para um enorme

potencial de conservação de energia.

Ghisi e Lamberts, por exemplo, fizeram uma avaliação das condições de iluminação

natural nas salas de aula da Universidade Federal de Santa Catarina em 1997 para avaliar o

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Page 38: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

potencial de economia de energia elétrica através da redução do uso da iluminação artificial.

A colocação dos autores vai no sentido de deixar claro que a utilização da luz natural por si

só não promove conservação de energia, mas que esta só ocorre quando é possível reduzir a

carga da iluminação artificial através da sua utilização. Uma outra característica da luz

natural, segundo os autores, é que esta é termicamente mais eficiente que a iluminação

artificial e, portanto, “ a carga térmica inserida no ambiente pela iluminação natural é menor

do que a criada pela artificial” (GHISI, LAMBERTS,1997). Para ilustrar esta afirmação,

mostram as faixas de eficiência luminosa para iluminação natural citada por PEREIRA

(1992), conforme tabela abaixo:

Condições de iluminação natural Eficiência luminosa (lm/W)

Sol direto (altitude solar 60°) 67 a 70

Radiação global com céu claro 95 a 125

Radiação difusa com céu claro 100 a 145

Céu encoberto 100 a 130

Tabela 12 – Eficiência luminosa da iluminação natural.

Em outra tabela mostram, para comparação, as faixas de eficiência luminosa para

lâmpadas fluorescentes conforme dados fornecidos na época por catálogos dos fabricantes.

Fica evidente então que a substituição de parte da iluminação artificial pela luz natural ajuda

a reduzir a carga térmica, permitindo reduzir as cargas para dimensionamento de sistemas de

ar condicionado, nas escolas que os utilizam, aumentando significativamente o potencial de

conservação de energia.

Lâmpadas Eficiência luminosa (lm/W)

Fluorescente de 30W 67 a 70

Fluorescente de 32W 66 a 95

Fluorescente de 34W 71 a 93

Fluorescente de 40W 53 a 92

Fluorescente de 58W 69 a 90

Fluorescente de 65W 68 a 69

Tabela 13 – Eficiência luminosa de lâmpadas fluorescentes. Fonte: (GHISI,1997).

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Page 39: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

As medições foram realizadas em 4 salas de aula de dimensões e condições semelhantes,

porém com orientações diferentes. Os dados aferidos de iluminação natural foram tratados

estatisticamente e comparados com a recomendação da NB-57 de 300 lux de iluminação

média para salas de aula. Como estas medições foram feitas em um edifício em que a

iluminação artificial é responsável por 70% do consumo de eletricidade, os autores

concluem que a economia neste bloco devida a iluminação natural é de 17,5%. Extrapolando

para o restante do campus, onde o “o uso final de iluminação é de 63% e as salas de aula

respondem por 23% de sua área construída”, concluem que a economia total no consumo

seria de 3,6% (GHISI, LAMBERTS,1997). Comparando com outras áreas e generalizando

o resultado, os autores afirmam que “...a economia gerada nas tarifas de energia elétrica do

campus do aproveitamento da iluminação natural em salas de aula e atividades

administrativas seria de 9%”. Como o campus da UFSC apresenta um consumo anual de

10GW, esta economia seria de 0,9 GW ao ano, ou seja, R$ 88.650,00 de economia por ano

em valores referenciados no ano de 1996 (GHISI, LAMBERTS,1997).

O desperdício de energia na iluminação de escolas, principalmente as da rede pública, é

quase sempre causado pela sobreposição da iluminação artificial e natural em ambientes nos

quais a iluminação elétrica poderia ser reduzida ou otimizada, conforme constataram

PEDROSA et alli em um artigo para ENCAC 2003 onde analisaram o desempenho

luminoso de uma sala de aula do CEFET em Minas Gerais. Esta análise foi feita através da

avaliação de dados de iluminância no interior das salas obtidos em medições com luzes

apagadas e acesas. Comparando os dados obtidos com os valores estabelecidos por norma,

os autores constataram que as medições realizadas com as luzes acesas apresentavam níveis

de iluminância muito acima do estipulado, enquanto que nas medições efetuadas com luzes

apagadas os níveis de iluminância eram suficientes em pontos próximos às janelas, decaindo

para o interior da sala, onde poderia ser complementado com a luz artificial. Nas áreas

adjacentes as janelas o nível era acima do máximo desejável, podendo acarretar

ofuscamento. Juntando-se a isto fato de que as luminárias estavam fora das especificações

corretas e necessitando de revisão, constataram que o ambiente, além do desperdício de

energia, poderia também causar desconforto luminoso.

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Page 40: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

“ Grande parte dos projetos de escolas públicas não consideram aspectos como: níveis

adequados de iluminação nas salas, possíveis condições de ofuscamento e incidência direta

solar (Labaki, 2001). Além disso, raramente nesses projetos é considerada a contribuição da

luz natural e conseqüente economia de energia, seja por desconhecer a sua importância ou

por não possuir verbas para investir na compra de equipamentos mais adequados (dimmers,

sensores,etc.)” (PEDROSA et alli, 2003).

É importante frisar que tal estratégia representa um grande potencial de conservação de

energia ao reduzir o consumo de energia elétrica. ROMERO (1994) verificou que o sistema

de iluminação da Universidade de São Paulo é responsável por 65,5% do consumo total do

campus. Nas escolas brasileiras, segundo a ABILUX (1995), a iluminação artificial pode ser

responsável por até 90% do consumo de eletricidade. Em um artigo apresentado no NUTAU

2002, VIANA et alli (2001) avaliaram a iluminação natural das salas do edifício

administrativo do CEFET de Belo Horizonte e concluíram que seria possível desligar 480

lâmpadas de 40W, o que representou uma economia de U$ 272,40 mensais.

Multiplicando-se esta potencialidade pela rede de milhares de escolas pelo estado, pode-se

ter uma enorme economia que pode ser revertida para a construção e adequação de mais e

melhores escolas.

Existe um equívoco que se repete na maioria dos projetos das escolas públicas brasileiras

que é o de projetar a iluminação artificial para ser utilizada durante todo o período escolar,

fato este agravado pela não existência de interruptores nas salas de aula, o que impede o

usuário de manipular o acender e apagar das lâmpadas que permanecem assim acesas todo o

tempo. Em um artigo do JB On-Line afirma-se que nas 1029 escolas municipais foram

projetadas salas de aula sem interruptores, causando um gasto de R$ 6 milhões por ano em

eletricidade, segundo Jorge Forbes da Rio Urbe, com maior evidência nos CIEPs, por

causas de seu tamanho. Como diz o diretor do Departamento Geral de Infraestrutura da

Secretaria de Educação do Rio de Janeiro: ''Era uma medida para economizar. Acreditava-

se que com isso evitaríamos que as lâmpadas se queimassem mais rápido. Impediria que os

estudantes ficassem brincando de ligar e desligar a iluminação das salas''. (JB Online –

Especial Racionamento).

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Page 41: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

IV. PROJETO DE ILUMINAÇÃO NATURAL EM ESCOLAS

4.1. Exemplos de escolas americanas

Segundo estimativas do governo federal americano, entre os anos de 2000 e 2007 serão

construídas cerca de 5.000 novas escolas para suprir a demanda de novos estudantes desde o

jardim de infância até o final do ciclo básico. O Departamento de Energia dos Estados

Unidos (DOE) estima que as escolas americanas gastam em torno de seis bilhões de dólares

por ano em energia e cerca de 25% deste valor, ou seja, um milhão e meio de dólares

poderia ser economizado todo ano por meio de “melhores projetos dos edifícios,

disponibilidade de eficiência energética e tecnologias de energias renováveis”. Para atuar

neste sentido, o DOE criou em 1994 o programa “Energy Smart Scholls”, que faz parte de

um programa nacional “Rebuild América”, orientado para os estados e as comunidades do

país se organizarem para conseguir “economizar energia, melhorando o desempenho de

edifícios, diminuindo a poluição do ar através da redução de demanda por energia, e

melhorando a qualidade de vida através de eficiência energética e tecnologias de energias

renováveis” (www.energysmartschools.gov ).

Segundo o CHPS ( Colaborative for High Performance Schools) somente no estado da

Califórnia cerca de 100.000 novos estudantes adentram o sistema de ensino todo ano. Este

fluxo é aumentado ainda pela constante migração e deslocamento das populações. O sistema

educacional da Califórnia é o maior do país, 1 em cada 8 estudantes do sistema educacional

americano está na Califórnia, sendo que em torno de 6,2 milhões de pessoas, entre

estudantes, professores e funcionários, freqüentam os edifícios escolares na Califórnia. O

estado gasta anualmente cerca de 700 milhões de dólares em energia e o Departamento de

Energia estima que de 20 a 40% deste valor poderia ser economizado através de projetos

que melhorassem o desempenho energético dos edifícios escolares.

Analisando-se os dados para a Califórnia e fazendo-se uma projeção para o total das escolas

dos estados que compõe a nação americana, entende-se perfeitamente a preocupação e o

esforço do governo para montar um plano nacional de conservação de energia.

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Page 42: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

4.1.1. North Clackamas High School, Clackamas, Oregon.

Esta escola foi escolhida em 1996 pela “entidade Energy Foundation” dos Estados Unidos

para servir como exemplo de edifício sustentável com um desempenho excepcional em

relação à conservação de energia. Conforme ensaios feitos anteriormente na fase de projeto

com o programa DOE-2, a Clackamas High School será capaz de economizar energia a uma

taxa de 40% abaixo dos índices exigidos pelos códigos de energia do estado do Oregon, nos

Estados Unidos. Conforme a modelagem do DOE-2, os ganhos anuais em energia em

relação às escolas tradicionais serão de 275.000 kW/h em iluminação, 315.000 kW/h em

ventiladores e bombas, 150.000 kW/h em refrigeração e 27.000 therms (2.7 bilhões BTUs)

(Cameron Burns- RMI, 2002).

A escola foi projetada segundo os conceitos de edifícios sustentáveis levando-se em

consideração o edifício como um todo e seu entorno. Um estudo cuidadoso da implantação

relaciona o edifício com o seu entorno e o clima local (Figura 6). O edifício foi orientado

em um eixo leste-oeste em relação ao terreno de modo a otimizar a iluminação natural, a

ventilação e o acesso e controle da insolação. O acesso de luz natural ao interior diminui a

carga térmica e os custos energéticos devidos à iluminação artificial. Sensores automáticos

de presença, luz e dióxido de carbono fazem com que ar e luz sejam fornecidos somente

quando necessários.

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Page 43: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 6 - North Clackamas: implantação e entorno.

Figura 7 – North Clackamas: esquema de iluminação natural e prateleiras de luz das salas

de aula.

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Page 44: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

A intenção do projeto é de a escola seja durável, flexível e fácil de manter. Juntamente

com outras estratégias de edifícios sustentáveis, como o uso de energia renovável, materiais

recicláveis de baixa toxidade, análise do ciclo de vida e da eficiência energética, ventilação

natural, a estratégia para a iluminação natural tem um papel central na concepção do projeto.

Janelas, iluminação zenital e prateleiras de luz fornecem luz natural e vista para o exterior

para 90% dos espaços ocupados. Foi prevista uma pequena instalação fotovoltaica na

cobertura com previsão de ampliação, se necessário.

Figura 8 – North Clackamas: espaços interiores iluminados com luz natural.

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Page 45: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

North Clackamas

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Page 46: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

4.1.2. Ash Creek Intermediate School – Independence, Oregon.

Fig. 9 – Ash Creek – vistas externas.

A escola Ash Creek representa tudo aquilo que se pode esperar de uma escola sustentável:

usa recursos e energia eficientemente, é fácil e barata para manter e fornece um ambiente

confortável, estimulante e saudável para funcionários, professores e estudantes.

Melhor de tudo: não custa mais para construir do que uma escola convencional

(BETTERBRICKS, 2006).

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Page 47: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 10 – Janelas altas proporcionam distribuição uniforme de luz natural.

O edifício da escola Ash Creek tem um desempenho energético 30% mais eficiente do que

o exigido pelos padrões do código de edificações do estado do Oregon nos Estados Unidos,

que foi reconhecido como um dos melhores códigos do país. Grande parte desse

desempenho se deve à estratégia de iluminação natural adotada em seu projeto. O nível de

iluminação é o aspecto mais visível do projeto diferenciado para quem adentra a escola

(figuras 9 e 10). A estratégia do projeto foi pensada de forma a permitir o acesso da luz

natural no interior do edifício de várias maneiras:

- a escola térrea tem orientação norte-sul de modo a obter a máxima, mais controlada

e mais balanceada luz natural.

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Page 48: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

- Iluminação zenital, janelas colocadas no alto de grandes pés direitos nas circulações

e no centro de “mídia”.

- Os centros de mídia têm iluminação zenital com isolamento térmico que torna a luz

natural difusa.

- O ginásio de esportes tem janelas altas para permitir a penetração da luz.

- As salas de aula têm tubos condutores de luz natural que são menores em diâmetros

do que dispositivos de iluminação zenital e são fabricados com materiais refletivos

que trazem a luz direta do sol e a luz ambiente para o interior da sala através do

forro. Um difusor espalha a luz pelo ambiente.

- Prateleiras de luz acrescentam luz ao interior das salas de aula, onde são colocadas

tanto no seu exterior quanto no seu interior. Colocadas a um terço da altura das

janelas, refletem luz para o forro das salas , que a reflete para fundo do ambiente.

- As salas de aula possuem lâmpadas fluorescentes de alta eficiência com sensores

automáticos que as desligam quando os níveis de iluminação natural são suficientes

ou quando as salas estão desocupadas.

- As janelas com orientação leste-oeste têm vidros translúcidos de modo a reduzir o

ganho de calor no interior do edifício.

- Painéis de cores suaves são colocados nas áreas comuns para defletir a luz que

penetra no edifício, ao mesmo tempo em que têm a função de melhora a acústica do

ambiente.

- As aberturas para iluminação natural nas salas de aula também favorecem a

ventilação natural: possui janelas operáveis e ventilação pelo teto em cantos opostos

da sala de modo a permitir a ventilação cruzada. Com a utilização da ventilação

natural, somente poucas áreas no interior do edifício requerem o uso de ar

condicionado.

- Os pisos e as paredes são tratados com materiais fáceis de manter e com cores claras

de modo a refletir o máximo possível a iluminação natural. (Greg Churchill –

Oregon Office of Energy).

A escola recebeu um prêmio na área da energia concedido pelo Oregon Office of

Energy, quando foi enfatizado que o seu projeto era um ganho para a comunidade

porque evidenciava o ato de ensinar e aprender, reduzia os custos de operação e protegia

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Page 49: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

o meio ambiente. Como disse Forrest Bell, superintendente deste distrito escolar: “ Não

estamos querendo uma peça de exibição. Queremos um espaço flexível e funcional que

possa nos servir por mais cem anos” (Churchill –2002).

Figura 11 – Interior das salas de aula da Ash Creek School. Fonte: Boora Architects.

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Page 50: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

4.1.3. Dalles Middle School – The Dalles, Oregon.

Figura 12 – Dalles Middle: brises verticais e iluminação zenital.

Esta escola no estado norte-americano do Oregon, que tem quase 9.000 m², foi concluída

no ano de 2002 e recebeu o prêmio “Green Building Council’s Gold Certification for

Leadership in Energy and Environmental Design”, tornando-se a primeira escola do estado a

ser certificada pelo LEEDS. Contrariando a idéia de que escolas projetadas para serem

iluminadas naturalmente custariam necessariamente mais caro e apesar de todas as

instalações previstas no projeto para atingir a certificação LEEDS, a obra custou cerca de 86

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Page 51: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

dólares a menos por metro quadrado construir do que a média das escolas do estado do

Oregon e ficou pronta em apenas um ano.

Os arquitetos, com a cooperação do Laboratório de Iluminação Natural de Seattle, criaram

uma estratégia que fornece luz natural de alta qualidade a toda a estrutura de dois

pavimentos. A orientação da escola e os dispositivos de iluminação natural oferecem uma

visão do exterior para 90% dos ambientes ocupados, ao mesmo tempo em que reduz o uso

anual de iluminação elétrica em 56%. Esta luz natural e balanceada é obtida através de

dispositivos como grandes janelas energeticamente eficientes, iluminação zenital e

condutores tubulares de iluminação natural. Prateleiras de luz foram colocadas na parte

superior das janelas para refleti ra a luz que entra para o teto, ao mesmo tempo em que

sombreiam a parte inferior. Lâmpadas fluorescentes de alto desempenho com sensores de

presença e sensores de luz natural ajudam a economizar energia. A escola foi projetada para

ser pelo menos 46% mais eficiente do que uma escola projetada de acordo com o código

energético do estado de Oregon, economizando cerca de 49.500 dólares por ano de energia.

Além disso, esta estratégia ajudou os projetistas a reduzir cerca de 200.000 dólares do custo

inicial da obra pela redução do dimensionamento do sistema de iluminação elétrica e do

sistema de ar condicionado.

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Page 52: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

4.1.4. Joan Austin Elementary School – Newberg, Oregon.

Figura 13 – Áreas envidraçadas e superfícies claras difundem a luz natural.

Esta escola de mais de 5.000 m², projetada para abrigar 550 estudantes, possui grandes

áreas envidraçadas, uso de tubos que conduzem a luz do sol para o interior das salas de aula,

iluminação zenital no ginásio de esportes, que iluminam com luz natural os espaços

interiores, necessitando de pouca ou nenhuma iluminação artificial durante o dia. O

tratamento das superfícies internas e externas com materiais de cores claras e de fácil

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Page 53: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

manutenção ajuda a difundir a luz natural ao mesmo tempo em que são fáceis de manter. A

integração de sistemas e materiais de grande desempenho promove uma significativa

economia de energia, diminuindo dos custos de operação e manutenção ao longo do ciclo de

vida do edifício.

Figura 14 – Tubos através do teto conduzem a luz natural para os espaços internos.

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Page 54: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

4.1.5. Giaudrone Middle School – Tacoma, Washington.

Figura 15 – Esquema de estratégia de iluminação natural.

Esta escola, com mais de 11.000 m², foi concluída em agosto de 2003. Projetada pela

empresa Northwest Architectural Company com assessoria do Laboratório de Iluminação

Natural de Seattle, está prevista para economizar 35% a mais de energia do que escolas que

apenas seguem o código energético local. Estes resultados são obtidos principalmente

através de uma estratégia de otimização da iluminação natural. A distribuição desta

iluminação é obtida através de brises externos às janelas, prateleiras de luz internas e vidros

de alta performance. Os espaços maiores utilizam uma combinação de iluminação zenital

com janelas altas laterais para que a luz penetre fundo no ambiente. A iluminação elétrica é

controlada através de fotosensores e dimmers que a ajustam automaticamente à iluminação

natural, economizando energia.

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Page 55: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

4.2. Exemplos de escolas brasileiras

As experiências em escolas brasileiras, poucas das quais resultaram em construção efetiva,

estão mais relacionadas às tentativas de dotar os edifícios escolares de sustentabilidade. Alguns

exemplos são notáveis, embora não exista nenhum esforço organizado no sentido articular um

movimento par dotar os projetos de escolas com técnicas de sustentabilidade e conservação de

energia. Ainda é incipiente, ou quase inexistente, o número de projetos que tem como estratégia

a iluminação natural. Os poucos exemplos aqui mostrados têm o mérito de evidenciar o

potencial que uma política deste tipo teria no Brasil.

4.2.1. Escola Modelo - Curitiba

Com o patrocínio do Rock Mountain Institute (RMI), há cerca de um ano e meio foi feito

um levantamento nas escolas de Curitiba e no estado do Paraná para se verificar quais eram as

possibilidades de utilização de técnicas de “green buildings” para melhorar estas instalações

escolares. Juntamente com representantes do município e do estado, técnicos do RMI

desenvolveram um modelo de escola que utiliza 75% menos energia do que os modelos atuais.

A prefeitura financiaria a construção do modelo, após o que o RMI planejou um monitoramento

pelo período de um ano do desempenho energético, do consumo de recursos e do desempenho

dos estudantes. A intenção é que este modelo se torne um protótipo para escolas financiadas

pelo governo federal.

Como diz Cameron Burns do RMI: “O trabalho do RMI no Brasil, com o modelo da “green

school” de Curitiba, está apenas em sua infância, mas poderá ter um potencial global. Em todo o

mundo, cada vez mais escolas estão estendendo seus horários de funcionamento, reduzindo o

tamanho das classes e empregando outros meios – como o monitoramento individual – para

melhorar o ensino. Esta melhoria coloca grandes demandas para o espaço físico e para o

consumo de energia, ironicamente deixando menos dinheiro para livros e outros aspectos que

afetam diretamente a educação. Nos próximos anos, o projeto de escolas de alto desempenho

(high performance schools) serão um dos aspectos mais importantes da educação, juntamente

com livros, professores e currículos de melhor qualidade” (BURNS-RMI, 2002).

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Page 56: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 16 – Iluminação natural de sala de aula antes e depois da instalação de prateleiras de luz.

Na foto à direita: instalação de prateleira de luz de baixo custo.Fonte: Rock Mountain Institute,

2002.

4.2.2. Escola Mínima Energia - Rio de Janeiro

Figura 17 – Maquete e perspectiva do conjunto da Escola Mínima Energia.Fonte: LAAR, 2005.

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Page 57: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Esta escola de 11.000 m² , prevista para abrigar 1.200 estudantes, foi projetada em 2003 e

recebeu vários prêmios, sendo o mais importante deles o Prêmio Prata – categoria América

Latina do ” Holcim Awards for Sustainable Construction” patrocinado pela Holcim Foundation,

com base em Zurique, na Suíça, talvez hoje um dos mais importantes prêmios internacionais na

área das construções sustentáveis. O foco do projeto, segundo seus autores, está no conforto dos

usuários e no baixo consumo de energia, com a opção de poder se tornar completamente

autônoma em relação à energia no futuro.

Para alcançar este objetivo, o projeto utiliza uma estratégia integrada que contém:

- melhora do micro clima local

- ventilação natural

- iluminação natural e sombreamento

- superfícies construídas com massa térmica mínima e albedo otimizado

- otimização da iluminação artificial com a utilização sensores de luz natural

- energia solar

Em relação à iluminação natural, e ao sombreamento, foram previstos brises-soleils para as

fachadas por meio de ensaios computacionais em softwares avançados, como o Radiance, Na

premiação o júri destacou o intensivo estudo da adaptação do edifício às mudanças das

condições de luminosidade durante o ano.

O tratamento das fachadas, em conjunto com o arranjo dos blocos do edifício na implantação,

proporciona uma autonomia de luz natural durante o ano em 86% das salas de aula. Devido à

estratégia combinada de melhoria do micro-clima, ventilação natural, sombreamento e

tratamento térmico das superfícies externas, o edifício não necessita de ar condicionado, mesmo

num clima como o do Rio de Janeiro.

Segundo dizem os seus autores no memorial de apresentação: “Em vez de gastar 25% do custo

da construção em sistemas de ar condicionado, custos altos de energia e investimentos, em

vidros especiais, por exemplo, este projeto investe em sistemas de controle da luz natural,

melhorias no micro-clima, tetos verdes, melhoria do desempenho dos usuários devido à

iluminação natural e a ausência de doenças relacionadas ao ar condicionado. Uma necessidade

mínima de uso da iluminação artificial coloca o uso de painéis fotovoltaicos para uma

autonomia energética em patamares economicamente viáveis”.(LAAR, 2005)

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Page 58: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 18 – Simulações computacionais para iluminação natural e energia térmica para a

Escola Mínima Energia. Fonte: LAAR, 2005.

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Page 59: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

4.2.3. Projeto Escola Modular - Rio de Janeiro

Figura 19 – Prédio das escolas Rhaquel de Queiroz e Tia Ciata, no Rio de Janeiro. Fonte:

Arcoweb.

A RioUrbe é a empresa municipal da cidade do Rio de Janeiro responsável pela implantação

da rede pública de ensino da cidade. Através da sua Coordenação de projetos Especiais,

formulou no ano de 2001 o programa das escolas modulares denominado de Projeto Escola

Padrão com o objetivo de ampliar a rede de escolas com melhor qualidade, incorporando

ambientes para novas necessidades como salas de leitura, vídeo e informática. A autora do

projeto arquitetônico, a arquiteta Teresa Rosolem de Vassimon declarou que o projeto visava

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Page 60: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

principalmente a atender às necessidades do ser humano, para “oferecer harmonia visual,

conforto e segurança para alunos, professores e funcionários” (in MELENDEZ,2004).

As escolas, que começaram a ser construídas em 2004, têm como principais características de

projeto serem construídas em concepção modular a fim de que possam ser construídas em vários

tipos de terrenos e serem construídas rapidamente e estruturação em blocos verticais compactos,

liberando áreas do terreno para a prática de esportes.

O projeto utiliza alguns elementos de conforto ambiental, como ventilação cruzada, telhas

termo-acústicas na cobertura e caixilhos duplos recuados da fachada (figura - ) Embora não

esteja claro uma estratégia de iluminação natural, o projeto da escola tentou reduzir o consumo

de energia elétrica por meio da previsão da utilização da luz natural “através dos grandes vãos

das janelas, de telhas de policarbonato no pátio central, do tijolo de vidro e de cores claras” (in

MELENDEZ,2004).

Figura 20 – Aberturas para janelas e caixilhos da Escola Modular no Rio de janeiro. Fonte:

Arcoweb.

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Page 61: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

4.2.4. Escolas Pré-moldadas da FDE – Campinas

Figura 21 – Escola projetada pelo Grupo Una. Fonte: ArcoWeb, 2005.

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Page 62: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Dados preliminares do censo escolar de 2003, realizado pelo INEP revelam que existem

cerca de 57 milhões de alunos matriculados, 85% destes em escolas da rede pública de ensino.

Desse total, quase cinco milhões são representados pelos alunos que todo ano se matriculam nas

escolas públicas estaduais do estado de São Paulo. O edifício escolar é o meio físico construído

que viabiliza a toda essa parcela da população o acesso à educação fundamental.

Edifícios escolares vêm sendo construídos em São Paulo desde a Primeira República (1894 -

1910), sendo que, além deste, os períodos mais representativos foram os das escolas executadas

durante a administração de Armando Sales de Oliveira (1934 -1937) através do DOP –

Departamento de Obras Públicas da Secretaria de Educação e Saúde, posteriormente o período

que ficou conhecido como Convênio Escolar (1949 -1954), em seguida as escolas construídas

pelo FECE – Fundo Estadual de Construções Escolares (1960 -1975), CONESP – Companhia

de Construções Escolares de São Paulo (1975) e finalmente, a FDE – Fundação para o

Desenvolvimento da Educação (desde 1987) (ORNSTEIN, BORELLI, 1995).

Na história da construção de edifícios escolares no estado de São Paulo sempre houve

tentativas de padronização visando racionalidade e rapidez nas obras. Durante um período

recente, após estabelecer uma padronização e modulação para os ambientes escolares e para os

seus componentes construtivos, a FDE criou e utilizou alguns padrões prontos de edifícios que

eram repetidos e adaptados para diferentes locais em todo o estado. A partir do ano de 2004

houve um esforço para melhorar a qualidade dos projetos e obras, principalmente no que se

refere ao seu acabamento e prazo de execução. Neste sentido foi desenvolvido um grupo de

projetos especiais de escolas para serem construídas em estrutura pré-moldada de concreto

armado e, numa segunda fase, em estrutura metálica. Estas produções recentes de prédios em

estrutura de concreto pré-moldado executados pela FDE representam uma tendência atual para

construções escolares onde a maior parte dos elementos construtivos já está pré-determinada,

sobressaindo-se a importância da definição dos vãos das janelas, dos vedos para iluminação

natural e dos dispositivos de sombreamento. Como a modulação e o dimensionamento da

estrutura já está pré-determinado, a atenção dos projetistas se volta para a definição dos

ambientes e para os fechamentos das fachadas, que irão delinear a estética do edifício e têm

influência determinante na iluminação natural no seu interior.

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Page 63: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 22 – Escola projetada pelo escritório Andrade Morettin. Fonte: Arcoweb, 2005.

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Page 64: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

As primeiras quatro escolas deste grupo que foram concluídas encontram-se na cidade de

Campinas e foram construídas em conjuntos habitacionais do CDHU na periferia da cidade,

umas próximas das outras. Todas têm aproximadamente o mesmo tamanho e programas

semelhantes, o que evidencia as alternativas diferentes utilizadas para os vedos. Como a

estrutura em três pavimentos já está pré-determinada e a implantação no terreno não oferece

muitas alternativas, o arranjo das salas de aulas alinhadas nas laterais dos edifícios depende

essencialmente das proteções que serão colocadas, principalmente quando as suas orientações

não são favoráveis. A iluminação natural está bem resolvida principalmente nas quadras de

esportes, algumas nos pavimentos superiores, com fechamentos transparentes de metal ou fibras

sintéticas, praticamente dispensando o uso de iluminação artificial durante o dia.

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Page 65: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 23 – Escola projetada por André Vainer e Gulherme Paollielo.Fonte: Arcoweb, 2005.

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Page 66: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 24 – Escola projetada pelo grupo MMBB. Fonte: Arcoweb, 2005.

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Page 67: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

V. CONCLUSÃO

O projeto de arquitetura pode ser abordado como um conjunto de técnicas que otimiza a

solução do edifício. A utilização de métodos e análises de iluminação natural para determinar os

parâmetros e a forma das soluções arquitetônicas nos estágios iniciais do projeto pode resultar

em edificações mais adequadas ao clima local, que proporcionem conforto aos seus usuários,

conservação de energia e preservação do meio ambiente. Esta estratégia tem sido aplicada com

sucesso principalmente em edifícios escolares em todo o mundo, melhorando o desempenho e o

bem estar dos estudantes e conservando energia. Para se atingir esta estratégia, entretanto, é

necessário que se forneça luz natural nos espaços interiores na maior parte do dia e que seja

previsto a adaptabilidade do edifício às mudanças das condições de luz natural durante o ano.

A adoção de princípios de iluminação natural no início da concepção do projeto destas escolas

acaba por influenciar as decisões acerca dos outros itens do projeto arquitetônico, uma vez que

as aberturas para luz natural têm influência na ventilação, na carga térmica, na estrutura, na

cobertura, nos sistemas de iluminação elétrica e sistemas de ar condicionado, e muitos outros

itens da construção. A maestria com que, em maior ou menor grau estas decisões acerca dos

vários fatores que influenciam o projeto são combinadas está expressa na forma arquitetônica

final destas escolas. Embora exemplos de escolas projetadas e construídas com ênfase na

iluminação natural existam em vários países, é nos Estados Unidos que identificamos um

esforço organizado e centralizado através do governo e representantes da comunidade de

implementar esta política em escolas de suas regiões e de divulgar amplamente tanto os

resultados como orientações práticas através de companhias estatais, comitês, organizações não

governamentais, laboratórios e universidades.

As pesquisas em relação à iluminação natural em projetos de edifícios escolares no Brasil

parecem estar se desenvolvendo principalmente em relação ao potencial de conservação de

energia nas escolas. Ultimamente foram publicados inúmeros trabalhos relacionados ao assunto,

geralmente concentrados em trabalhos acadêmicos de artigos, teses e dissertações. A vantagem

evidente da utilização de uma estratégia de iluminação natural nas escolas brasileiras é, em

primeiro lugar, que o gasto em energia elétrica se deve principalmente aos sistemas de

iluminação artificial. Em segundo lugar, a característica de uma grande rede pública na qual

estas escolas estão estruturadas aponta para um enorme potencial de conservação de energia.

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Page 68: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

VI. LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figuras

Capa: Escola Four Cornes District, USA (Projeto). Fonte: Boora Architects Inc.

Figura 1 – pág.21 – Iluminação zenital na sala de aula da escola Capistrano. Fonte:

Heschong-Mahone Group, 1999.

Figura 2 – pág.27 – Roy Lee Walker Elementary School. Fonte: BetterBricks, 2006

Figura 3 – pág.28 – Roy Lee Walker School: planta e perspectiva aérea. Fonte: BetterBricks,

2006.

Figura 4 – pág.29 – Iluminação zenital nas salas de aula da Dena Boer E.S. Fonte:

Dayghting Initiative – Pacific Gás and Eletric Company, 1999.

Figura 5 – pág.30 - Planta da J.J. Pikle Elementary School: Implantação em blocos

separados. Fonte: BetterBricks, 2006.

Figura 6 – pág.36 – North Clackamas: esquema de iluminação natural e prateleiras de luz

para as salas de aula. Fonte: Boora Architects, 2005.

Figura 7 – pág.37 – North Clackamas: espaços internos iluminados com luz natural. Fonte:

Boora Architects, 2005.

Figura 8 – pág.39 – Ash Creek: vistas externas. Fonte: Boora Architects, 2006.

Figura 9 – pág.40 – Ash Creek: janelas altas proporcionam distribuição uniforme de luz

natural. Fonte: Boora Architects, 2006.

Figura 10 – pág.42 – Ash Creek: interior das salas de aula. Fonte: Boora Architects, 2006.

Figura 11 – pag.46 – Dalles Middle: brises verticais e iluminação zenital. Fonte:

Figura 12 – pag.47 – Joan Austin: áreas envidraçadas e superfícies claras difundem a luz

natural. Fonte: Boora Architects Inc., 2006.

Figura 13 – pag.48 – Joan Austin: tubos através do teto conduzem a luz natural pra espaços

interiores. Fonte Boora Architects Inc., 2006.

Figura 15 – pag.54 – Giaudrone Midlle School: Esquema de iluminação natural. Fonte:

DesignShare, 2006.

Figura 16 – pag.56 – Iluminação natural em salas de aula com prateleiras de luz em Curitiba.

Fonte: Rock Mountain Institute, 2002.

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Page 69: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Figura 17 – pag.56 - Maquete e perspectiva do conjunto da Escola Mínima Energia no Rio

de Janeiro. Fonte: LAAR, 2005.

Figura 18 – pag.58 – Simulação computacional de iluminação natural e energia térmica para

a Escola Mínima Energia. Fonte: LAAR, 2005.

Figura 19 – pag.59 – Escolas Rhaquel de Queiroz e Tia Ciata no Rio de janeiro. Fonte:

Arcoweb.

Figura 20 – pag.60 – Aberturas para janelas e caixilhos da Escola Modular no Rio de

Janeiro. Fonte: Arcoweb, 2005.

Figura 21 – pag.61 – Escola projetada pelo grupo UNA em Campinas. Fonte: Arcoweb.

Figura 22 – pag.63 – Escola projetada pelo escritório Andrade Morettin. Fonte: Arcoweb e

arquivo particular.

Figura 23 – pag.65 – Escola projetada por André Vainer e Guilherme Palollielo. Fonte:

Arcoweb e arquivo particular.

Figura 24 – pag.66 – Escola projetada pelo grupo MMBB. Fonte: Arcoweb, 2005.

Tabelas

Tabela 1 – pág.10 – Luz medida nas salas de aula. Fonte: Hathaway, 2000.

Tabela 2 – pág.10 - Éfeito da iluminação na média da freqüência, desempenho e

desenvolvimento. Fonte: Hathaway, 2000.

Tabela 3 – pág.12 –Resumo das conclusões sobre os resultados da pesquisa. Fonte:

Hathaway, 2000.

Tabela 4 – pág.15 – Resultado de pontuação do teste CAT para os alunos da escola Four

Oaks em relação ao restante da região. Fonte Innovative Design, 1997.

Tabela 5 – pág.16 – Comparação de desempenho entre alunos da nova e da antiga North

Johnston e o restante da região. Fonte: Innovative Design, 1997.

Tabela 6 – pág.17 – Resumo dos dados da pesquisa. Fonte: Innovative Design, 1997.

Tabela 7 – pág.20 – Códigos da pesquisa para a iluminação natural. Fonte: Heschong-

Mahone Group, 1999.

Tabela 8 – pág. 21 – Código da pesquisa para janelas.Fonte: Heschong-Mahone Group,

1999.

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Page 70: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

Tabela 9 – pág.22 – Formato final do conjunto dos dados da pesquisa. Fonte: Heschong-

Mahone Group, 1999.

Tabela 10- pág.32 – Comparação entre as escolas convencionais e as projetadas com

iluminação natural pelo grupo Innovative Design. Fonte: Nicklas, Bailey, 1997.

Tabela 11 – pág.34 – Consumo de energia em escolas projetadas com iluminação natural em

Johnston County entre julho de 1993 e junho de 1994. Fonte: Nicklas, Bailey, 1997.

Tabela 12 – pág.36 - Eficiência luminosa da iluminação natural. Fonte: Pereira, 1992.

Tabela 13 – pág.36 - Eficiência luminosa de lâmpadas fluorescentes. Fonte: (GHISI,1997).

Anexos

Anexo 1 – pág.80 – Four Oaks Elementary School. Fonte: Innovative Design.

Anexo 2 – pág.81 – Durand Road Middle School. Fonte: Innovative Design.

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Page 71: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- BOYCE, Peter, HUNTER, Claudia e HOWLETT, Owen. The benefits of daylight

through windows. Troy, New York: Lighting Research Center – Rensselaer Polytechnic

Institute, setembro de 2003.

- BOYCE, Peter R. Human factors in lighting. Essex: Applied Science Publishers, 1981.

- BRADLEY, W.S. Perceptions about the role of architecture on education. Doctoral

dissertation. Virginia: University of Virginia, 1996.

- BRUBAKER, C. W. Planning and designing schools. New York: McGraw-Hill Book

Company, 1998.

- EDWARDS, L. , TORCELLINI, P. A Literature review of the effects of natural light

on buildings occupants. Colorado: National Renewable Energy Laboratory – U.S.

Department of Energy, julho de 2002.

- FDE. Arquitetura escolar paulista – política educacional. São Paulo,

- FDE. Escolas estaduais de1º grau – Projetos arquitetônicos 96/97. São Paulo,

- FDE. Ambientes: especificação técnica para elaboração de projeto de unidades escolares.

São Paulo, 2000.

- FDE. Aplicação da metodologia de micro planejamento da rede física escolar de 1º

grau. São Paulo.

- FOX, Anne W. Sustainable design for schools. Seattle: Pacific Northwest Pollution

Prevention Resources Center, 2001.

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Page 72: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

- HATHAWAY, Warren E. A study into the effects of types of light on childrens: a case

of daylight robbery. IRC Internal reports nº 659

- HESCHONG, Lisa, KNECHT, Carey. Daylighting makes a difference. California:

CEFPI’S Educational Facilty Planner, V37-2, 2001. paper

- HESCHONG Mahone Group. Daylighting in schools : an investigation into the

relationship between daylighting and human performance. Fair Oaks, California: Pacif Gas

and Eletric Company, agosto de 1999.

- HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura. São Paulo: Editora Martins

Fontes, 1996.

- MELENDEZ, Adilson. Escolas modulares. São Paulo: site AcoWeb, publicado

originalmente na revista Projeto Design edição nº 296 de outubor de 2004.

- NICKLAS, Michael H., BAILEY, Gary B. Analysis of performance of students in

daylit schools. Raleigh, Carolina do Norte: Innovative Design, 2002.

- NICKLAS, Michael H., BAILEY, Gary B. Energy performance of daylit schools in

North Carolina. Raleigh, Carolina do Norte: Innovative Design, 2002.

- ODOM, J. David; Du BOSE, George. Preventing indoor air quality problems in

educational facilities: guidelines for hot and humid climates. Orlando: CH2M Hill/ Disney

Development, 1997.

- ORNSTEIN, Sheila; BORELLI NETO, José (coordenadores). O desempenho dos

edifícios da rede estadual de ensino. O caso da Grande São Paulo. Avaliação técnica:

primeiros resultados. São Paulo: FAUUSP - Departamento de Tecnologia, CNPQ, 1993.

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Page 73: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

- PEDROSA et alli. Análise do desempenho luminoso. Estudo de caso de uma sala de

aula do CEFET-MG. Artigo apresentado ao ENCAC 2003.

- PLYMPTON, Patrícia et al. Daylighting in schools: improving student performance

and health at a price schools can afford (conference paper ). Colorado: National Renewable

Energy Laboratory, U.S. Department of Energy, 2000.

- U.S. DEPARTMENT OF ENERGY- Office of Energy Efficiency and Renewable

Energy. National best practices manual for building high performance schools. Julho 2002.

- U.S. DEPARTMENT OF EDUCATION – Schools as center of comunity: a citizen’s

guide for planning and design. Washington D.C., abril 2000.

- WREFORD, Jane. Gestão do Ensino Público em São Paulo. São Paulo: Braudel

Papers, documento do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, 2003.

II. OUTROS TÍTULOS DE INTERESSE RELACIONADOS AO ASSUNTO:

- OLDS, Anita Ruis. Child care design guide. New York. McGraw-Hill Book Company,

2001.

III. SITES DE INTERESSE RELACIONADOS AO ASSUNTO:

http://www.rmi.org/ - site do Rock Mountain Institute

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Page 74: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

www.lrc.rpi.edu - site do Lighting Research Center do Rensselaer Polytechnic Institute do

estado de New York, Estados Unidos. É um centro de referência em pesquisas nas áreas de

eficiência energética e meio ambiente; novos produtos e tecnologia, projetos de iluminação

e “human factors” em iluminação. Pode-se fazer o download gratuito do texto “The benefits

o f daylight through windows”, um das mais abrangentes revisões bibliográficas sobre os

efeitos da iluminação natural sobre a saúde e a performance humanas:

www.lrc.rpi.edu/programs/daylightdividends/pdf/DaylightBenefits.pdf

www.aia.org/cae_default - Comitê de Arquitetura para a Educação do AIA (American

Institute of Architects).

www.bdp.it - site do INDIRE – Istituto Nazionale di Documentazione per la Innovazione e

la Ricerca Educativa – do governo italiano que forma uma rede on-line cujo objetivo é

divulgar e incentivar o conhecimento e a pesquisa em educação. Na seção “Abitare la

scuola” – dedicada a escolas italianas e européias “belle da vedere e da vivere”, traz

informações, discussões e uma galeria de exemplos de escolas com espaços de qualidade

como parte integrante de um projeto educativo. (27/01/2005)

www.cefpi.com - “The school building association” – traz uma lista de publicações que

podem ser compradas pela internet sobre projetos e construções escolares.

www.schoolclearinghouse.org - “NC Department of Public Instruction” – do estado da

Carolina do Norte nos Estados Unidos – a proposta da seção “School Planning” é “ajudar

escolas, arquitetos e designers a planejar e projetar escolas com instalações de alta qualidade

que implemente a educação e acrescente valor duradouro às crianças e aos cidadãos do

estado. Traz exemplos de muitos projetos de escolas norte-americanas de níveis

elementares, médio e superiores.

www.inep.gov.br - site do “Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais” do

governo federal brasileiro: estatísticas sobre educação e censo escolares.

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Page 75: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

www.edfacilities.org - Criado em 1997 pelo Departamento de Educação do governo

americano, o “National Clearing House for Educational Facilities” é um site de interesse

público que divulga informações de como planejar, projetar, construir e manter escolas.

Contem uma lista grande de livros, pesquisas, documentos e artigos de interesse sobre

escolas sustentáveis.

http://www.nrel.gov/ - site do National Renewable Energy Laboratory do Departamento

de Energia dos Estados Unidos dedicado à energia renovável e eficiência energética.

Disponível para download o texto “ A literature review of the effects of natural light on

building ocupants” através do link:

http://www.nrel.gov/buildings/highperformance/pdfs/30769.pdf

http://windows.lbl.gov/ - site do Lawrence Berkeley National Laboratory, laboratório do

Departamento de Energia dos Estados Unidos administrado pela Universidade da Califórnia

e que há mais de setenta anos vem se dedicando à pesquisa em ciência e engenharia. Este

endereço é o do seu site dedicado ao estudo e à pesquisa sobre janelas e luz natural.

Softwares para iluminação natural como Adeline, Radiance e Superlite, entre outros. Pode-

se fazer o download do texto “Tips for daylighting with with windows” no seguinte link:

http://windows.lbl.gov/pub/designguide/download.html

http://daylighting.org - site do programa “The Daylighting Collaborattive” desenvolvido

pela Public Service Comission do estado de Wiscosin, Estados Unidos, para promover a

difusão do uso do conceito da iluminação natural. Sua intenção é disponibilizar educação e

treinamento para profissionais da construção e informações para investidores na área

imobiliária e o público em geral.

www.coe.uga.edu - site do College of Education da Universidade da Geórgia, nos Estados

Unidos. Através do seu School Design and Planning Laboratory, divulga informações para

projetos de escolas sustentáveis: especificações educacionais, tecnologias, conforto

ambiental, eficiência energética, exemplos de escolas projetadas e construídas sob estes

critérios.

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Page 76: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

www.nlb.org - site do National Lighting Bureau, formado por entidades do governo

americano , da iniciativa privada e associações profissionais. John P. Bachner – Diretor de

Comunicações.

www.h-m-g.com - A Heschong Mahone Group é uma empresa de consultoria na área de

eficiência energética em edifícios, baseada em Fair Oaks, Califórnia. Seus principais sócios:

Linda Heschong e David Mahone, são arquitetos e a empresa é composta também de

consultores nas áreas de engenharia, economia e construção. O site disponibiliza as

pesquisas sobre iluminação natural e produtividade desenvolvidas por Linda Heschong,

sendo a mais conhecida e divulgada o texto “Daylighting in schools: an investigation into

the relationship between daylighting and human performance”. (28/01/2005)

www.fde.sp.gov.br - Fundação para o Desenvolvimento da Educação – site da FDE, que

planeja, projeta e constrói edifícios para escolas de primeiro e segundo grau no Estado de

São Paulo.

www.educacao.sp.gov.br - Secretaria da Educação do Estado de São Paulo – informações gerais sobre programas e metas da educação no Estado de São Paulo. www.aasa.org - site oficial da Associação Americana de Administradores de Escolas.

Baseada em Arlington, Virginia, USA, a entidade existe desde 1865 e seu objetivo é

colaborar para a formação de líderes cujo papel é o de implementar a qualidade educacional

nas escolas por todo o país como forma de ajudar a comunidade e reforçar as bases da

democracia. (28/01/2005)

www.unesco.org - United Nations Educational Scientific and Cultural Organization, orgão da ONU para a educação. www.oecd.org - Programme on Educational Buildings (PEB) – organização internacional que promove e incentiva a pesquisa em instalações escolares www.ed.gov/inits/construction - US Department of Education School Construction and

Design.

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Page 77: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

www.betterbricks.com - este site é um projeto conjunto de um grande número de

entidades reunidas na “The Northwet Energy Efficiency Alliance” e que trabalham para

implementar o uso eficiente da energia elétrica na região. Seu objetivo é, segundo o site, o

de “ajudar aos profissionais a entender o poder da eficiência energética que faça uma

diferença significativa em seus edifícios e em seus negócios”. (01/02/2006)

www.innovativedesign.net - site da empresa norte-americana de projetos de arquitetura e

consultoria Innovative Design com sede na cidade de Raleigh, estado da Carolina do Norte,

especializada em projeto e consultoria de edifícios sustentáveis. Nos últimos anos foi

responsável pelo projeto “de 11 escolas iluminadas naturalmente, 38 projetos de renovação

de escolas e atuaram como consultores em outros 28 projetos de escolas com iluminação

natural”. O site da empresa é bastante generoso em informações sobre os projetos, sobre as

pesquisas e consultorias da própria empresa bem como oferece “links” para outros estudos.

(29/01/2005)

www.greeningschools.org - Greening Schools é um projeto conjunto da Illinois

Enviromental Protection Agency e do Wate management Resources Center do

Departamento de Recursos Naturais do estado de Illinois, nos Estados Unidos.

http://www.coldhamarchitects.com/greenbuilding/daylightschools/daylightschools.htm

-

http://www.nrc-cnrc.gc.ca/ - National Research Council of Canadá - organismo do

governo do Canadá para pesquisa e desenvolvimento

www.daylightdividends.org - site do Lighting Research Center.

http://www.chpsvideos.com/index.asp - Collaborative for High Performance Schools

Videos Series. Vídeos sobre a utilização da iluminação natural em projetos de escolas.

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Page 78: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

http://www.daylightingtraining.org/index.html - “Daylighintg in schools on line

trainning” - treinamento de iluminação natural em escolas através de recursos on-line –

patrocinado pelo Departamento de Energia americano através de seu programa “Rebuild

América”. Aulas através de vídeos sobre cada tópico do programa

http://www.energysmartschools.gov/index.asp - o Departamento de Energia dos Estados

Unidos - DOE - criou em 1994 o programa “Energy Smart Scholls”, que faz parte de um

programa nacional “Rebuild América”, orientado para os estados e as comunidades do país

se organizarem para conseguir “economizar energia, melhorando o desempenho de edifícios,

diminuindo a poluição do ar através da redução de demanda por energia, e melhorando a

qualidade de vida através de eficiência energética e tecnologias de energias reniváveis”.

http://asumag.com/ - site da revista “American School and University “

http://www.schooldesigns.com/ - espécie de revista virtual da mesma editora da “American

School and Universty”, com informações voltadas para a área de construção de escolas.

Pode-se localizar informações e projetos de centenas de escolas, procurando pelo nome,

endereço, firma projetista ou palavra-chave. Oferece também uma lista de empresas e

arquitetos envolvidos com construção de escolas, além de um guia de construção com dicas

sobre projetos e obras de escolas.

http://www.matrixtours.com/tours/walkerelementary/ - Tour virtual pela Walker

Elementary School

http://www.designshare.com/ - The International Forum for innovative Schools

www.designlights.org - designlights consortium

http://www.chps.net/ - best practice manual for schools

http://www.energydesignresources.com/ - site patrocinado por companhias da área de

energia do sul da Califórnia, cujo objetivo é fornecer a arquitetos, engenheiros, construtores

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Page 79: Iluminacao Natural Em Escolas Sites Interssantes

e incorporadores informações e instrumentos fáceis de análise rápida da eficiência

energética de um edifício .

http://www.megatron.co.uk/homepage.html - medidores de LFD, luminância e

iluminância. Do mesmo site : http://www.megatron.co.uk/homepage.html - medidor de

luz tridimensional (em um cubo) – medição mais real de como uma luz incidiria sobre um

objeto ou edifício arquitetônico.

http://www.pprc.org/ - site da Pacific Northwest Pollution Prevention Resources Centre,

http://www.futuro.usp.br/centro_capacitacao/salas_de_aula.htm - salas de aula do

futuro – USP.

http://schoolstudio.engr.wisc.edu/hps.html - curso on line sobre projeto de “high

performance schools”.

http://www.designlights.org/ - site do DesignLights Consortium, uma entidade voltada

para a promoção do benefícios da iluminação eficiente na área comercial, tendo como

público alvo arquitetos, designers, incorporadores e construtores.

http://sclp.lightingresearch.org/ - (junto com o site do NYSERDA)

http://www.aprenda450anos.com.br/450anos/escola_cidade/intro_escola_cidade.asp

- a história da escola em São Paulo.

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Anexo 1 – Four Oaks Elementary School. Fonte: Innovative Design

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Anexo 2 – Durant Road Midlle School. Fonte Innovative Design.

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