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    DIANA SILVA

    AVALIAO DAIMAGEM CORPORAL

    EM CRIANAS EADOLESCENTES OBESOS

    COM IDADES COMPREENDIDASENTRE OS 7 - 12 ANOSE SEUS PROGENITORES

    PORTO2003

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    Diana Maria Veloso e Silva

    I ANAVALIAO DA IMAGEM CORPORAL EM CRIANAS E

    ADOLESCENTES OBESOS COM IDADESCOMPREENDIDAS ENTRE OS7 - 1 2 ANOS E SEUS PROGENITORES

    Porto,2003

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    Em memria de duas grandes mulheres,

    minha Me e Av Paterna, cuja imagemcorporal contemplo com saudade...

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    A concretizao desta dissertao s foi possvel graas existncia e ao dedicadoapoio de uma equipa. A todos eles gostaria de expressar a minha maior gratido.Pela prestigiada colaborao e desempenho e especial importncia dos seus conhecimentos, crticas e sugestes gostaria de salientar:

    Professor Doutor Norberto Teixeira Santos, meu professor de Nutrio Peditrica noento Curso de Nutricionismo da Universidade do Porto e a quem devo parte daminha formao como nutricionista no Departamento de Pediatria do Hospital deS. Joo, o meu profundo reconhecimento e gratido, em memria por tudo aquilo queme ensinou e apoio no entusistico trabalho da nutrio peditrica.

    Professor Doutor Antnio Jos Mnica Guerra, agradeo a orientao desta disser

    tao, pelo apoio, incentivo, crticas e sugestes que tanto contriburam para melhorar e enriquecer este trabalho. O seu rigor e competncia, bem como ensinamentose conselhos, foram um precioso contributo. O meu sincero reconhecimento pelaamizade com que me distingue.

    Mestre Carla Maria Barreto da Silva de Sousa Rego, pela sua inteira disponibilidadepara apoiar, como co-orientadora, este projecto. A sua prestigiada colaborao, estmulo, crticas e sugestes, contriburam sem dvida, para o xito desta tese. O seupermanente entusiasmo e rigor cientfico, presentes ao longo deste trabalho,

    reflectem o companheirismo e esprito de grupo que tanto caracterizam a sua personalidade. Uma prova de amizade.

    Ao Departamento de Pediatria do Hospital S. Joo, onde permaneo h 22 anos, eseu Director Professor Doutor lvaro Machado de Aguiar, agradeo o apoio e incentivo que me foi prestado na concretizao deste trabalho.

    s nutricionistas Laura Ribeiro e Susana Sinde pela solidariedade, companheirismoe amizade que sempre mostraram.

    A todo o pessoal Docente e Discente da Faculdade de Cincias da Nutrio daUniversidade do Porto pelas sugestes e interesse prestado.

    Ao Servio de Estatstica Mdica da F M U P, pela imprescindvel colaborao notratamento e anlise estatstica.

    Aos grandes companheiros da minha vida Henrique e Diogo, pelo carinho, pacinciae compreenso que sempre manifestaram.

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    INDICE

    Resumo 9

    Abstract 13

    I - INTRODUO 17

    II - MATERIAL E MTODOS 31

    1 - Populao 32

    2 - Metodologia 32

    2.1 - Seleco da amostra e recolha de dados 32

    2.1.1 Seleco da amostra 32

    2.1.2 Normas e protocolos 32

    2.2 - Metodologia e tcnicas de avaliao 33

    2.2.1.Avaliao antropomtrica, do estado de

    nutrio e da composio corporal 33

    2 2.2. Avaliao scio-econmico-cultural 34

    2.2.3. Classificao do tipo de obesidade 342.2.4. Avaliao da imagem corporal 34

    2.2.5. Caracterizao de hbitos de vida da criana/adolescente

    e progenitores 35

    2.2.6. Tratamento estatstico 35

    III - RESULTADOS 37

    IV - DISCUSSO 57

    V - CONCLUSES 71

    VI - PROPOSTAS 75

    VII - BIBLIOGRAFIA 77

    VIII-ANEXOS 87

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    RESUMO

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    Resumo

    Desde idades muito jovens que se manifesta uma enorme preocu

    pao com o peso e a imagem corporal. A alterao da imagem corporal do obeso reflecte-se, na maioria das vezes, de uma forma ne

    gativa na relao com a famlia e a sociedade. Est descrita a asso

    ciao entre obesidade e alteraes comportamentais graves,

    nomeadamente sndromes depressivos e insucesso escolar. Vrios

    autores apontam a importncia da consciencializao pelas cri

    anas/adolescentes e respectivos progenitores da situao de obesi

    dade,para que se registe uma mudana de atitudes e hbitos de vida.

    Assim, objectivo do presente trabalho avaliar a auto-imagem em

    crianas/adolescentes obesos e seus progenitores.

    Foram estudadas 94 crianas de ambos os sexos, seguidas na

    Consulta Externa de Nutrio/Obesidade do Departamento de

    Pediatria do Hospital de S. Joo, e seus progenitores.

    Tendo por base um protocolo de avaliao da imagem corporal, pre

    viamente testado e avaliado, procedeu-se caracterizao dos

    seguintes parmetros: estado de nutrio avaliado por determinao

    do IMC da criana (Frisancho) e dos progenitores (OMS), nvel scio-

    econmico-cultural (Classificao de Graffar), imagem corporalda criana e progenitores e hbitos de vida da criana. A imagem cor

    poral da criana e progenitores foi avaliada atravs de uma escala

    constituda por 7 imagens de crianas e adultos de ambos os sexos,

    compreendidas entre a magreza (F1) e a obesidade (F7). Os dados

    foram analisados estatisticamente considerando a globalidade da

    amostra, por sexos e grupos etrios (GA=7-9 anos; GB=10-12 anos).Do total da amostra (n=94), 48 pertencem ao sexo masculino (51%)

    e 46 ao sexo feminino (49%) (Quadro 3). Os dois grupos amostrais

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    Resumo

    GA (n= 41) e GB (n= 53) apresentam uma mdia de idades de 8.17

    0.83 e 10.64 0.52 anos respectivamente. A totalidade das cri

    anas/adolescentes apresenta uma obesidade grau 3 ( IMO percentil

    95),registando-se uma elevada prevalncia de sobrepeso/obesidade

    nos progenitores de ambos os sexos (Pai=78%; Me=66%). A maior

    ia da populao pertence s classes III (57%) e IV (15%) de Graffar.

    As crianas estudadas identificam-se predominantemente com a

    imagem F6 (M=54% e F=57%), independentemente do sexo. Emambos os sexos a maioria das crianas (M=54% e F=50%) gostaria

    de ter uma imagem F4, considerada pela escala aplicada a

    imagem ideal. Regista-se, no entanto, para ambos os sexos, uma

    tendncia para a identificao com imagens relacionadas com

    a magreza F1+F2+F3 (F=39% e M=36%). Verifica-se uma concor

    dncia entre a imagem que a criana tem de si prpria e a que o paie a me tm do seu filho. Apesar de uma alta prevalncia de sobrepe

    so/obesidade registada, uma elevada percentagem dos progenitores

    (Me=30% e Pai=62%) est satisfeito com a sua imagem corporal.

    'Numa percentagem elevada de crianas/adolescentes, observa-se

    uma identificao com a prpria imagem corporal e um reconheci

    mento da situao de obesidade. A atitude ambivalente por parte dosprogenitores, sobretudo a ausncia de reconhecimento da inade

    quao da prpria situao nutricional, poder ser responsvel pela

    1 falncia da mudana de hbitos e comportamentos necesssria ao

    jsucesso do tratamento da obesidade.

    Considera-se que a avaliao da imagem corporal ocupa um

    lugar importante na avaliao da obesidade peditrica, permitindo

    estratgias de interveno mais realistas e eficazes.

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    ABSTRACT

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    Abstract

    Body image and weight are a major source of concern from early in

    life.Among obese children body image may have a negative influence

    on family and social relationships. There is some association between

    obesity and adverse behaviours, namely depression and lack of

    scholastic success.

    Some authors point out that children and parents both should be

    aware of the child's obesity, in order to start changing habits andatti

    tudes.The aim of this study is to evaluate self-image among 94 obese chil

    dren and their parents.

    We evaluated 94 children (48 males and 46 female) and their parents,

    followed at the Nutrition Outpacient Pediatric Clinic. Study protocol

    included nutritional status and body image (BMI: Frisancho) and their

    parents (BMI: WHO): socio-economic and cultural level was also

    determined (Graffar Classification). The body image of children and

    parents was evaluated through a scale consisting of seven pictures of

    children and adults of both sexes, varying between thinness (F1) and

    obesity (F7), considering the ideal image as F4.

    Data were statistically analised taking into account the subjects, sexes

    and different age groups (GA=7-9 years old; GB=10-12 years old).

    The two groups GA (n= 41) and GB (n=53) have a mear age of 8.17

    0.83 and 10.64 0.52 respectively. All children present a BMI

    greater than the 95th percentile and a high prevalence of over

    weight/obesity was observed among parents (Father = 78%; Mother =

    66%). The majority of children are III (57%) and IV (15%) of Graffarclassification. The children studied identified themselves predomi

    nantly with the F6 picture (M=54% and F=57%). The majority of boys

    14

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    Abstract

    and girls (M= 54% and F= 50%) would like to have a ideal image F4.

    However, females (39%) and males (36%) would like to be thin (F1+F2 + F3). Despite the high prevalence of overweight/obesity observed

    among parents, a great percentage of them (55%) were satisfied with

    their corporal image.

    There is an adequate perception of image and recognition of the obe

    sity by most children and adolescents. However, there is an inade-

    \ quate perception of children's body image by their parents which

    could be responsible for the lack of success in treatment, namely

    changes of food habits andjjejjavior.

    The body image perception has an important place in the evaluation

    and intervention of pediatric obesity.

    '^FCNAUP BIBLIOTECA

    15

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    I-INTRODUO

    h.

    l^

    t

    J^J^^^^WH

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    Introduo

    Na histria da humanidade a obesidade infantil nunca ter sido um

    problema de sade pblica. No entanto, nas ltimas dcadas, tanto aobesidade nos adultos como a obesidade da criana e do adoles

    cente tm atingido propores epidmicas (1,2,3,4,5).

    A obesidade tem uma expresso tanto mais importante quanto maior

    for o risco de morte prematura e de vrias complicaes conducentes

    a uma pior qualidade de vida das populaes. J Hipcrates afirma

    va que " a morte sbita era mais comum nos indivduos mais gordosdo que nos magros" (6)

    A Organizao Mundial de Sade define obesidade como uma

    "doena crescente", podendo mesmo duplicar no incio do prximo

    milnio (7).

    Estudos epidemiolgicos realizados nas ltimas dcadas indicam que

    a principal causa da obesidade assenta em alteraes ambientais e

    comportamentais (8).

    Tratando-se de um grave problema de sade pblica, a obesidade

    considerada uma das patologias do foro nutricional mais frequente dos

    nossos dias. Integrada no grupo de doenas do comportamento,

    parece ser no sculo XXI a primeira causa de doena crnica a nvel

    mundial,sendo definida como tal em Maro de 1997 (9,10,11,12,13).

    A distribuio e prevalncia da obesidade parece estar associada com

    a raa, o nvel scio-econmico-cultural das populaes, bem como

    com estilos de vida sedentrios e hbitos alimentares incorrectos (13).

    Ao longo da histria podemos observar que o ganho de peso era

    compreendido como sinal de sobrevivncia e prosperidade (14). H25.000 anos atrs foram encontradas algumas estatuetas de mu

    lheres opulentas, mostrando que a obesidade no um fenmeno

    18

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    Introduo

    actual,mas sim algo que reflecte a histria do ser humano (7,14).

    Na ltima metade do sculo passado, as profundas alteraes sociais e econmicas dos pases industrializados conduziram a um

    aumento drstico da obesidade. Um estilo de vida laboral e quotidi

    ano com tendncia para uma crescente inactividade conduz a um

    reduzido gasto energtico e acompanhado de um aumento acentu

    ado da oferta de alimentos energeticamente densos. Observa-setam

    bm o constante aparecimento de uma enorme variedade de alimentos novos, sobretudo preparados para consumidores apressados e

    uma reduzida utilizao da cozinha tradicional (1,15,16).

    Em 1995 foi estimado em 200 milhes o nmero de adultos obesos

    em todo o mundo e 18 milhes o nmero de crianas com idade infe

    rior a 5 anos tinham sobrepeso. Neste mesmo ano, nos Estados

    Unidos da Amrica, Wolf e Colditz estimam que os gastos totais notratamento do sobrepeso/obesidade atingiram cerca de 99.2 bilies

    de dlares (17). Foreyt calcula que no ano de 2230, a manterem-se

    as condies actuais, todos os americanos tenham ndices de massa

    corporal superiores a 27 quilogramas por metro quadrado, ou seja,

    100%da populao ser obesa (18,19).

    Tambm na Europa a obesidade tem registado valores crescentes em

    todos os grupos etrios, registando-se na ltima dcada um aumento

    de 10 - 40% da sua prevalncia na maioria dos pases europeus

    (7,13,20,21).

    Em Portugal a prevalncia de sobrepeso/obesidade na populao

    adulta aponta para valores de 35% e 14,4% respectivamente (22).

    O aumento da prevalncia da obesidade no um problema confina

    do somente populao adulta, pois a obesidade na criana e no

    19

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    Introduo

    adolescente tem vindo a aumentar e subsequentemente o maior risco

    de morbilidade e mortalidade na idade adulta (23,24).

    A obesidade na infncia e na adolescncia, denominada tambm por

    obesidade juvenil, hoje considerada a doena nutricional mais

    comum na idade peditrica, no s nos pases desenvolvidos, como

    mesmo nos pases em vias de desenvolvimento (24,25,26).

    Nos Estados Unidos da Amrica a obesidade infantil um dos mais

    graves problemas de sade, verificando-se um aumento de 40%entre 1965 e 1980 (27) . Alguns estudos mostram mesmo que esta

    prevalncia triplicou nos indivduos com idades compreendidas entre

    os 6-11 anos (28,29).

    Portugal no possui qualquer estudo que permita ter uma real noo

    da prevalncia da obesidade peditrica embora tenham sido realiza

    do vrios estudos locais. Num trabalho realizado com adolescentesdo grande Porto, a prevalncia de obesidade entre os 8-13 anos

    oscila entre4-11%(30). Um outro estudo realizado em 1999 no Porto

    envolvendo adolescentes do sexo feminino, aponta para uma

    prevalncia de 21% de sobrepeso e 6% obesidade (31). No arqui

    plago dos Aores observam-se valores de sobrepeso e obesidade

    de 19,6% e 22% respectivamente (32).

    Segundo a Organizao Mundial de Sade, define-se obesidade

    como uma doena multifactorial, complexa, resultante de uma

    condio crnica, entrando em linha de conta com diversos factores

    de risco como a hereditariedade, alteraes hormonais, bem como

    factores ambinciais e sociais, nos quais se incluem os hbitos ali

    mentares, stress e sedentarismo (33,34,35). Este mesmo organismo

    define a obesidade como um excesso de gordura corporaltotal,asso-

    20

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    Introduo

    ciado ou no a perturbaes da sua distribuio anatmica e desen-

    volvendo-se, na maioria dos casos, na ausncia de doena subjacente ou de causas orgnicas (36).

    do conhecimento geral que o sobrepeso/obesidade se desenvolve

    medida que a energia ingerida superior energia dispendida,

    dando origem a um balano energtico positivo. Se este sistema se

    mantiver, a situao anteriormente apontada tende a agravar-se ao

    longo do tempo. Na maioria das vezes o excesso energtico consumido, atravs de dietas de elevado teor em gordura, e uma reduzi

    da actividade fsica no perceptvel pela maior parte dos doentes

    obesos (9,37,38). Parece mesmo haver uma predisposio gentica

    para um consumo acentuado de alimentos ricos em gorduras e

    baixos nveis de actividade fsica (39,40).

    No se conhece bem a histria natural da obesidade, ainda que se

    saiba que em condies normais, o tecido adiposo se desenvolve nacri

    ana em vrias fases: aumento rpido durante o primeiro ano, estabili

    dade entre o 1oe o 6oanos e novo incremento a partir desta idade (41).

    O ndice de Massa Corporal (IMC) de Quetelet (peso em kg/estatura

    ao quadrado em metros) considerado pela OMS como o mtodo de

    avaliao clnica mais fivel, sendo um bom indicador de adiposidade

    na criana no adolescente e no adulto (42,43,44,45,46).

    Muito recentemente um grupo de especialistas props valores de

    corte do IMC para definir excesso de peso/obesidade (47). Os valores

    de corte dependem do gnero e da idade (de 6 em 6 meses) corres

    pondendo por extrapolao aos valores de 25 e 30 kg/m

    2

    - estabelecido pela Organizao Mundial de Sade para adultos. Estes foram

    compilados a partir de uma srie de estudos representativos da popu-

    21

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    Introduo

    lao infantil a nvel mundial, e os valores de corte propostos no se

    afastam muito dos actualmente utilizados em Portugal. necessrio existir concomitantemente um aumento de massa gorda

    corporal total, uma vez que a criana ou adolescente pode estar

    acima do Pc 95, mas no custa de massa gorda (43,44).

    Cerca de 95% das situaes de obesidade peditrica apresentam

    uma etiologia primria, nutricional ou exgena (47).

    A obesidade na idade peditrica um factor preditivo da obesidadeno adulto (48). Muitos estudos mostram que as crianas obesas

    esto mais sujeitas, comparativamente a crianas eutrficas, a serem

    adultos obesos, sobretudo se a obesidade persiste durante a puber

    dade (47,48).

    A obesidade em idades muito jovens parece constituir um risco

    acrescido de obesidade em idade adulta, sendo mesmo duas vezes

    mais elevada nas crianas obesas do que nas no obesas, para alm

    de ser mais severa e difcil de tratar (2,29,49,50,51,52).

    De facto se uma criana obesa no perder peso at chegar ado

    lescncia, apresenta maior probabilidade de se manter obesa na

    idade adulta, associando-se uma elevada morbilidade e mortalidade

    (15,53,54,55,56,57). Vrios trabalhos demonstram que o sobrepeso e

    a obesidade na infncia e adolescncia se encontram fortemente

    relacionados com indicadores de doena cardiovascular, hipertenso,

    perturbaes endcrinas, metablicas, alteraes osteoarticulares e

    psicoafectivas (24,29,37,58,59,60,61,62,63,64,65,66). A diabetes tipo

    II na criana, antes um fenmeno inexistente, apresenta actualmenteem algumas populaes uma prevalnvia de 30% (67,68,69). A idade

    em que se instala a obesidade, o grau de adiposidade, existncia ou

    22

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    Introduo

    no de obesidade familiar e factores soci-econmico-culturais,

    podem tambm influenciar o aparecimento desta patologia(37,70,71).

    Verifica-se que a obesidade paterna pode influenciar a obesidade da

    criana e do adolescente. Na maioria dos casos pelo menos um dos

    progenitores tambm obeso (69,50). Lake e colaboradores mos

    traram mesmo um risco de obesidade 8,4 vezes maior se ambos os

    progenitores forem obesos e 6,8 vezes se a me for obesa (57).A obesidade habitualmente associada a aspectos de vida nega

    tivos, onde as crianas e adolescentes obesos so estigmatizados

    desde idades muito precoces at idade adulta (72). Os prprios

    meios de comunicao social, nomeadamente a televiso, ao culti

    varem fortemente a ideia de magreza agravam esta situao de

    rejeio social ( 51).

    O envolvimento familiar importante na aquisio de preferncias e

    modelos alimentares (73). Numerosos estudos sociolgicos apontam

    para significativas mudanas da estrutura familiar ao longo das lti

    mas dcadas, bem como alteraes profundas dos estilos de vida.

    Hoje em dia a criana e o jovem raramente so educados e alimen

    tados num meio familiar e escolar restrito (74).

    O gosto da criana por correr atrs dos pintos, do co e do gato desa

    pareceram, dando lugar ao infantrio confinado a um apartamento,

    onde h televiso, jogos de computador e outras actividades virtuais

    (67). A complexidade da interaco destas situaes parece estar na

    base do desenvolvimento da obesidade em idade peditrica. (41,75).

    bom lembrar que o aumento da actividade fsica uma componente

    importante no programa de perda de peso. Contudo, o exerccio por

    23

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    Introduo

    si s, sem alteraes alimentares, insuficiente para produzir perdas

    de peso significativas em doentes obesos. O incio da actividade fsica est relacionado com a mobilizao do glicognio muscular. No

    entanto, medida que o exerccio se mantm e prolonga no tempo, a

    mobilizao de gordura aumenta e os cidos gordos tornam-se aprin

    cipal fonte de combustvel do organismo (76,77,78).

    A inactividade e a pouca disponibilidade dos pais para a prtica regu

    lar de exerccio poder contribuir para estilos de vida cada vez maissedentrios da criana e do adolescente. Reduzidos nveis de activi

    dade fsica assumem-se como elemento preditivo no desenvolvimen

    to da obesidade, quer na criana quer no adulto (2,79).

    Em 1984 e mais tarde em 1990, a Academia Americana de Pediatria

    expressou a sua preocupao quanto ao nmero de horas despendi

    do pela criana e pelo adolescente a ver televiso e jogos de computador, alertando para a influncia que os mdia tm em relao ao

    comportamento alimentar e hbitos sedentrios nestes grupos etrios

    (80,81,82,83,84).

    Um estudo Europeu que incluiu Portugal em 1999, estimava que aproxi

    madamente 70% dos portugueses com mais de 15 anos era sedentrio,

    ou seja, praticava 1,5 horas/semana ou menos de exerccio fsico (85).

    Rego e colaboradores registaram em grupos de crianas e adoles

    centes obesos valores na ordem das 20-30 horas/semana a ver

    TV/jogos de computador, bem como uma associao positiva entre

    inactividade e adiposidade (24).

    Podamos mesmo dizer que o nmero de horas despendido a verteleviso pode contribuir para a obesidade, podendo funcionar como

    estmulo condicionado para comer e um convite ao sedentarismo

    24

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    Introduo

    (29,86,87,88,89). Tm sido sugeridos dois mecanismos para esta

    associao: reduo do gasto energtico por diminuio da actividade fsica e um aumento do contedo energtico da dieta durante os

    perodos despendidos a ver televiso (86,90,91,92). Paralelamente o

    tempo despendido a ver televiso significa uma maior exposio ao

    "aconselhamento" de produtos alimentares ricos em gordura e de alta

    densidade energtica (50,93,94). Os anncios televisivos, promoven

    do uma variedade de modelos e mensagens volta da comida, tmalguns efeitos sobre a preferncia e seleco dos alimentos. Por sua

    vez, crianas e adolescentes podem influenciar os pais na compra e

    no consumo de produtos alimentares publicitados pela televiso

    (95,96,97).

    A palatibilidade, a disponibilidade e a variedade so factores determi

    nantes da ingesto alimentar (98,99,100). Douglas referia que

    "Comer como falar, uma actividade padronizada "e" cada refeio

    um evento social estruturado que estrutura outros sua imagem"

    (101,102,103).

    A refeio a forma estruturada que o Homem encontrou para a

    ingesto de alimentos, considerada a unidade bsica no estudo do

    comportamento alimentar da espcie humana. Este pode ser influen

    ciado por conhecimentos, crenas e atitudes de familiares ou pes

    soas com as quais nos relacionamos (93).

    Podemos pois concluir que os estilos e hbitos alimentares das

    famlias e a grande oferta de alimento a preos relativamente

    acessveis, contribuiu para a alterao dos padres alimentaresverificada a nvel mundial, sobretudo nas ltimas duas dcadas

    (37,104,105,106).

    25

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

    22/90

    Introduo

    A sociedade portuguesa no ficou indiferente s recentes modifi

    caes dos estilos de vida verificados e fizeram de ns o pas daUnio Europeia que mais consome per capita (107) e que menos

    gasta em actividade de lazer (85).

    A insatisfao sentida pelo obeso em relao ao seu corpo reflecte-

    -se na maioria dos casos numa diminuda auto-estima rodeada de

    uma sensao de infelicidade (36,106,108).

    Stunkard,em 1962, faz a primeira descrio terica sobre os problemas da imagem corporal, inserida na fenomologia das alteraes do

    comportamento alimentar (109). Posteriormente, colaboradores seus

    tentaram demonstrar que a insatisfao pela imagem corporal em

    idades mais jovens torna-se ainda mais severa na idade adulta

    (110,111).

    Desde idades muito jovens que se manifesta uma enorme preocu

    pao com o peso e a imagem corporal. A exagerada valorizao do

    aspecto fsico e a grande insatisfao com a imagem corporal agra-

    va-se com a presso exercida pelos meios de comunicao social, na

    difuso de um "corpo delgado" que pode ser sinnimo de populari

    dade, inteligncia e xito social (112,113,114).Nem sempre a magreza foi smbolo de beleza. No perodo da

    renascena, a mulher desejvel envergava uma imagem corporal

    opulenta, smbolo de reproduo e conhecimento influente (84).

    Contudo, nas ltimas quatro dcadas, a magreza tornou-se progres

    sivamente a imagem ideal (115).

    Crianas e adolescentes, principalmente do sexo feminino, insatisfeitos com a sua aparncia, tm sido alvo de grande ateno, noslti

    mos anos. Muito mais vulnerveis, apresentam uma baixa auto-esti-

    26

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

    23/90

    Introduo

    ma,depresso e ansiedade (116,117,118,119).

    A insatisfao com a imagem corporal na infncia e na adolescncia,

    pode ser factor de risco para o desenvolvimento de algumas altera

    es do comportamento alimentar. A bulimia, a anorexia nervosa

    e a obesidade so doenas do comportamento alimentar que se

    manifestam pelo aumento de ansiedade e perturbaes da

    personalidade inseridas nas transformaes culturais da sociedade

    (84,118,120,121,122,123,124,125,126,127,128).A famlia assume um papel importante no desenvolvimento das alter

    aes do comportamento alimentar e da imagem corporal da criana

    e do adolescente. A consciencializao da imagem corporal dos

    jovens obesos e seus progenitores reflecte-se, na maioria das vezes,

    de uma forma negativa (124). As atitudes familiares existem dentro de

    um contexto scio-cultural e estas podem ser influenciadas por correntes sociais standarizadas (129).

    Os comentrios verbais negativos por parte de familiares, amigos ou

    colegas surtem frequentemente efeitos psicolgicos negativos nas

    crianas e adolescentes com excesso de peso/obesidade

    (130,131,132,133).

    O conceito e a identificao da imagem corporal est presente em

    diferentes raas e grupos tnicos, relacionando-se com a percepo,

    o desenvolvimento e maturao do corpo, bem como factores socio-

    -culturais (36,102).

    Percepo

    a partir de idades muito precoces, que se tem uma percepo dife

    renciada da imagem corporal em relao ao peso. Feldman e

    27

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

    24/90

    Introduo

    Goodman referem existir, na criana e no adolescente, padres de

    beleza que se manifestam e prevalecem posteriormente (134).

    A percepo da imagem corporal varia com o sexo e com a idade.

    Tem-se observado que desde idades muito precoces, raparigas obe

    sas esto preocupadas com a sua imagem corporal, muito embora

    esta atitude em relao ao prprio corpo se altere ao longo do ciclo

    da vida (135).

    Comparativamente aos indivduos normoponderais, os obesossubestimam ou distorcem as suas dimenses corporais e so mais

    insatisfeitos e preocupados com a sua aparncia fsica (116). Por

    outro lado, crianas e adolescentes associam com bastante frequn

    cia a "silhueta" de um jovem obeso preguia, sujidade, insucesso

    escolar e pior qualidade de vida (7,136).

    Enquanto a magreza para as raparigas prpuberes toma a dimensobsica no conceito de beleza, sendo smbolo da imagem corporal

    "ideal" e de atraco pelo sexo oposto, para os rapazes a figura

    "ideal" aquela que mais musculosa e pesada (72,90,

    137,138,139,140,141,142,143,144).

    H mesmo quem considere que a imagem corporal representa uma

    experincia subjectiva que cada indivduo tem com o seu prprio

    corpo e a forma como interage com a sociedade (145,146).

    Desenvolvimento e maturao

    O desenvolvimento pubertrio relaciona-se com vrias mudanas

    fsicas e psicolgicas consideradas um marco importante no desen

    volvimento da imagem corporal (131).

    O tempo de maturao parece estar relacionado com a ocorrncia de

    28

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

    25/90

    Introduo

    uma maturao precoce ou tardia, e com as alteraes fsicas da

    resultantes, podendo colocar o adolescente em risco depreciativo ou

    de insatisfao com o seu prprio corpo (147).

    Comentrios depreciativos relacionam-se com uma profunda insatis

    fao da imagem corporal, alteraes do comportamento alimentar e

    baixa auto-estima, com repercusses na idade adulta (148,149).

    Factores socio-culturaisO que eventualmente poder influenciar o desenvolvimento da

    imagem corporal nas sociedades ocidentais deve-se a vrios factores

    e ideais de beleza que variaram ao longo dos tempos.

    As alteraes do comportamento alimentar, tipo de dietas praticadas

    e tristeza com a forma do corpo, so consideradas respostas naturais

    s presses da sociedade. Actualmente os obesos so consideradosfisicamente menos atractivos desenvolvendo uma imagem corporal

    negativa (65).

    Perante o que foi exposto, e sendo a obesidade uma doena com

    portamental, torna-se pois necessrio incluir a caracterizao da

    imagem corporal como critrio de diagnstico no tratamento da obesi

    dade (150).

    Este interesse emergente pelo estudo da satisfao ou insatisfao

    com o corpo levou execuo de uma enorme quantidade de

    trabalhos, que nos anos 70 e 80 permitiram Slade e Russell's desen

    volver metodologias necessrias avaliao da percepo da

    imagem corporal (67,151).

    Vrias escalas tm sido desenvolvidas para avaliar a imagem corpo-

    29

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

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    Introduo

    ral.Numa primeira abordagem esta poder envolver aspectos cogni

    tivos,afectivos e comportamentais. Em alguns estudos, este tipo de

    avaliao tem sido mesmo usado como estimativa do peso corporal

    (65,67,152,153,154,155).

    Nos ltimos 15 anos um largo nmero de correlaes, tendo como

    base trabalhos longitudinais em adolescentes, permitiu verificar uma

    forte associao entre a imagem corporal e alteraes do comporta

    mento alimentar (156,157).Verifica-se que a imagem corporal um problema para os indivduos

    obesos, independentemente do grupo etrio em causa. O desejo de

    melhorar a imagem corporal pode ser uma forma de motivao, para

    iniciar um programa de perda de peso (154,158,159).

    Embora existam hoje em dia muitos estudos sobre imagem corporal

    efectuados em adultos, recentes investigaes tm sido direccionadas a populaes mais jovens.

    Foram objectivos do presente trabalho avaliar a auto-imagem emcri

    anas e adolescentes obesos de ambos os sexos e seus progeni

    tores, identificar a influncia da imagem corporal dos progenitores

    nas atitudes e comportamentos dos filhos e estudar a interferncia

    dos factores scio-econmicos, culturais e demogrficos na satis

    fao ou insatisfao da imagem corporal.

    30

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    Il - MATERIAL E MTODOS

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    Materialemtodos

    1 . Populao

    A amostra constituda por 94 crianas e adolescentes obesos deambos os sexos, seguidos na Consulta de Nutrio/Obesidade do

    Departamento de Pediatria do Hospital de So Joo, e respectivos

    progenitores.

    2. Metodologia

    2.1 Seleco da amostra e recolha de dados

    2.1.1 Seleco da Amostra

    Da totalidade das crianas/adolescentes obesos seguidos na

    Consulta Externa de Nutrio/Obesidade do Departamento de

    Pediatria do Hospital de So Joo desde Maio de 1998 a Outubro de

    2002 (n= 333), foram convocadas todas as 120 crianas e adoles

    centes com idades cpmpreendidas entre os 7 - 12 anos (n=120), cor-

    respondendo a6GTZ%da populao com esta idade. Responderam

    convocatria e foram avaliadas 94 (78,3% da amostra seleccionada).

    2.1.2 Normas e Protocolos

    Procedeu-se aplicao de um protocolo de Avaliao Nutricional e

    da Imagem Corporal em relao a cada criana/adolescente e seus

    progenitores (Anexos 1e 2). O referido protocolo foi previamente testado e avaliado, sendo o seu preenchimento sempre efectuado pelo

    mesmo elemento do grupo de estudo.

    32

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

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    Materialemtodos

    2.2 Metodologia e Tcnicas de Avaliao

    2.2.1. Avaliao antropomtrica, do estado de nutrio

    e da composio corporal

    Para a avaliao antropomtrica, em relao a cada criana/adoles

    cente, foram utilizadas metodologias e tcnicas internacionalmente

    recomendadas (160).A determinao da estatura foi efectuada em estadimetro "Seca"

    (sensibilidade de 0,5 cm) e do peso em balana "Tanita" (sensibili

    dade de 100 g). Procedeu-se ao clculo do Z-score (Zs) do peso e

    estatura, usando-se como padro de referncia as tabelas de

    Frisancho (161).

    Para a caracterizao do estado de nutrio foi utilizado o ndice demassa corporal (IM C/kg/m2) obtido atravs de um software incorpora

    do na balana. Procedeu-se posteriormente ao clculo do Zs do IMC,

    tendo como padro de referncia as tabelas de Frisancho (161). Foi

    calculado o grau de obesidade, sendo considerado: grau I (Pc >75 85 < 95 ) sobrepeso; grau III (Pc

    >95) obesidade (7).

    A caracterizao do estado de nutrio dos progenitores teve por

    base o ndice de massa corporal (42). Para a determinao do grau

    de obesidade nos progenitores foi utilizada a classificao da

    Organizao Mundial de Sade (OMS) (8).

    A composio corporal tricompartimental na criana foi determinada

    por impedncia bioeltrica (BIO) obtida atravs de um software incor

    porado na balana. Determinou-se a percentagem de massa gorda

    33

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    Material e mtodos

    para o valor de referncia, utilizando para o efeito as tabelas de

    Brook e Haschke (162,163).

    2 2.2. Avaliao scio-econmico-cultural

    Para a caracterizao scio-econmico-cultural dos agregados fami

    liares foi utilizada a classificao de Graffar adaptada (164), sendo as

    questes respondidas pelos progenitores no momento da consulta.

    2.2.3 Classificao do tipo de obesidade

    Na criana/adolescente, a classificao do tipo de obesidade em

    andride, ginide e generalizada teve por base a relao permetro

    da cinta/permetro da anca (Peint / Pa). Uma razo Peint /Pa superi

    or a 1 para o sexo feminino e a 0,9 para o sexo masculino define

    obesidade andride; se a razo for inferior a 0,75 para o sexo femini

    no e inferior a 0,85 para o sexo masculino sugere uma obesidade

    ginide, enquanto os valores fora destes intervalos so indicadores

    de obesidade generalizada (165).

    2.2.4 Avaliao da imagem corporal

    Aps convocatria prvia dos progenitores, foi-lhes explicado o objec

    tivo do trabalho.

    A avaliao da imagem corporal foi efectuada com a criana/adolescente e com os progenitores, e foi obtida de uma forma individual,

    aps observao das respectivas figuras. Foi avaliada atravs de

    34

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    Material e mtodos

    uma escala constituda por 7 imagens de crianas/adolescentes e

    adultos de ambos os sexos, compreendidas entre a magreza (F1) e a

    obesidade (F7) (Anexo 2) (142) .

    2.2.5 Caracterizao de hbitos de vida da criana/ado

    lescente e progenitores

    Tendo como base uma entrevista dirigida criana e com a colabo

    rao dos pais, o protocolo pretendeu ainda avaliar hbitos de vida,

    bem como atitudes e comportamentos em relao sua prpria

    obesidade.

    O ndice de actividade fsica da criana/adolescente e seus progeni

    tores foi determinado pela prtica regular de actividade fsica e pelo

    nmero de horas por semana passadas a ver TV/Jogos ou outrasactividades conotadas com sedentarismo.

    2.2.6 Tratamento estatstico

    Os dados foram analisados estatisticamente considerando a globali

    dade da amostra e por sexos. De acordo com a idade cronolgica a

    amostra foi dividida em dois grupos: GA (7 - 9 anos) e GB (10 - 12anos).

    No estudo esto includos resultados da anlise descritiva das va

    riveis estudadas bem como, quando apropriado, estudos compara

    tivos.

    Nos estudos comparativos utilizamos os teste de Exacto de Fisher,

    teste de Pearson e Linear by Linear para comparar grupos, e testes

    T para comparar variveis contnuas.

    35

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    Material e mtodos

    Calcularam-se propores de concordncia para comparar resulta

    dos obtidos entre os pais e a criana.

    Em todas as anlises considera-se com significado estatstico um

    valor de p

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    Ill-RESULTADOS

    "

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    Resultados

    1 . Caracterizao da amostra

    1.1 PopulaoForam convocados todas as crianas/adolescentes com idadescorn

    u e y1'

    preendidas entre os 7-12 anos (n=120), correspondendo a Q^% da

    populao deste grupo etrio seguida na Consulta Externa de

    Nutrio/Obesidade do Departamento de Pediatria do Hospital de

    So Joo desde Maio de 1998 a Outubro de 2002 (n=333).Responderam convocatria e foram avaliadas 94 (78,3% da

    amostra seleccionada).

    A amostra foi dividida em dois grupos: GA=7-9 anos correspondendo

    ao 1ociclo e GB=10-12 anos correspondente ao 2ociclo.

    Em 90% das crianas/adolescentes estudados, a referida consulta foi

    solicitada pelo mdico assistente (Quadro 1).Quadro 1- Referncia consulta em funo do grupo de estudo.GA GB Tota

    n (90)

    (2)41 (100) 53 (100) 94 (100)

    GA=7-9 anos; GB=10-12 anos

    1.2 Caracterizao scio-econmico-cultural

    A recolha de dados referentes aos aspectos scio-econmico-cultu-

    rais e sanitrios visando a caracterizao dos agregados familiares

    segundo a classificao de Graffar, permitiu obter os resultados referi

    dos no Quadro 2.

    Quadro 2 - Distribuio dos agregados familiares segundo a Classificao de Graffar.

    I II III IV V Total

    ri

    (%)

    12

    (13)

    13

    (14)

    54

    (57)

    14

    (15)

    1

    (1)

    94

    (100)

    38

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    Resultados

    1.3 Caracterizao dos agregados familiares

    1.3.1 Criana

    Do total da amostra (n=94), 48 pertencem ao sexo masculino (51%)

    e 46 ao sexo feminino (49%) (Quadro 3). Os dois grupos amostrais

    GA (n= 41) e GB (n= 53) apresentam uma mdia de idades de 8.17

    0.83 e 10.64 0.52 anos respectivamente (Quadro 4), e 37% das

    crianas estudadas so filhos nicos (Quadro 5).Quadro 3 - Crianas e adolescentes obesos: distribuio por sexos.

    n (%)Masculino

    Feminino

    Total

    48

    46

    94

    (51)

    (49)

    (100)

    Quadro 4 - Crianas e adolescentes obesos: Idade mdia cronolgica em funo do grupo de estudo.

    M dp

    GA(n=41)

    GB (n=53) 8.1710.640.8340.522

    Quadro 5 - Crianas e adolescentes obesos Caracterizao do agregado fami ar em funo do nmero de irmos.

    0 1/1 1/2 1/3 Total

    n

    (%)35

    (37)

    60

    (53)

    8

    (9)

    1

    (1)

    94

    (100)

    M - Mdia; dp - Desvio Padro

    Todas as crianas estudadas frequentavam o 1oe 2ociclo de esco

    laridade (Quadro 6). Observa-se algum insucesso escolar em ambos

    os grupos, havendo necessidade de recorrer ao ensino especial em

    certos casos (Quadro 7).

    Quadro 6 - Crianas e adolescentes obesos: Caracterizao do nvel de escolaridade em funo do grupo de estudo.

    GA GB Total

    n

    (%)n

    (%)n

    (%)Frequenta o1oCiclo

    Frequenta o 2 CicioTotal

    38

    3

    41

    (93)

    (7)(100)

    8

    45

    53

    (15)

    (85)

    (100)

    46

    4894

    (49)

    (51)

    (100)

    GA=7-9anos; GB=10-12 anos

    39

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    Resultados

    Quadro 7-Aproveitamento escolar das crianas e adolescentes obesos (n=94): distribuio percentual por

    grupo de estudo.

    Reprovaes Ndeanos reprovados Ensino especial

    Sim No Total Sim Nao Total

    n (%) n (%) n (%) n Min Med Max [ i (%) n (%) (%)GA 7 (17) 34 (83) 41 (100) 6 1 1 1 1 (10) 37 (90) 41 (100)

    GB 7 (13) 46 (8/) 53 (100) 7 1 2 2 5 (S) 48 (91) 53 (100)

    Total 14 (15) 80 (85) 94 (100) 13 1 1 2 8 (10) 85 (90) 94 (100)

    Min-Mnimo; Med-Mediana; Max- MximoGA=7-9 anos; GB=10-12 anos

    Em ambos os grupos houve crianas que foram enviadasconsulta

    de pedopsiquiatria e psicologia, pornecessitarem de umacompa

    nhamento mais especfico (Figura1).F i g 1 - Crianas e adolescentes obesos (n=94). Acompanhamento pedopsiquiatrico e psicolgico.

    Distribuio porgrupo deestudo.

    100%

    8 0 %

    6 0 %

    40%20%

    2 3 % p = O T a s G B ( n = 5 3 )

    I D S i m N S o

    GA=7-9 anos; GB=10-12 anos

    40

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    Resultados

    Fig 3 - Crianas e adolescentes obesos (n=74). Fontes de informao sobre alimentao e nutrio.Distribuio porgruposdeestudo.

    1 0 0 %

    8 0 %

    9 6 %9 1 %

    1 0 0 %

    8 0 % 16 0 % I4 0 % I2 0 % 15 % 16 % l

    0 % m 0 % 0 % 0 % 2 % 6 % 2 %0 % m 0 % 0 % 0 % 2 % 0 %T V R d i o R e v i s t a s E s c o l a F a m l i a

    0 %

    T V

    Q G A( n = 3 4 ) M G B ( n = 4 5 )

    F a m l i a

    GA=7-9anos;GB=10-12anos

    1.3.2 Progenitores

    Onmero,distribuioporsexo,mdiade idades,estadocivilegrau

    de escolaridade dos progenitores, encontram-se descritos nosQuadros8,9 e 10.

    De referir que shavia dois casos depais divorciados, razoque

    levousuaexcluso.

    Quadro 8 - Idade mdiadosprogenitores (anos):distribuio porsexo.

    M dpSexo Masculino

    Sexo Feminino

    39.19

    36.50

    5.6

    4.8 M- Mdia;dp- DesvioPadro

    Q u a d r o 9 - Progeni tores: estado civil.

    n (%)C a s a d o s 94 (100)

    Q u a d r o 10- Progeni tores: caracter izao dograu deescolar idade emfunodosexo.

    Se mescolaridade 1Ciclo 2-3ciclo Secundrio Superior

    n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)Sexo Mascul ino 1 (1)Sexo Feminino 1 (1)Total 2 (1)

    41 (43)29 (31)70 (37)

    26 (28)38 (40)64 (34)

    131528

    (14)(16)(15)

    131124

    (14)(12)(13)

    41

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    Resultados

    1.4 Estado de nutrio e composio corporal

    A caracterizao do estado de nutrio da criana, expressa emZ-Score, pode ser observada na Fig 4.Fig4 - Crianas e adolescentes obesos (n=94). Indicadores nutricionais (Z Score) (mdia). Distribuio porgrupo de estudo.

    S 3

    LPesop=0.006 p=0.508GA Estp=0.115GB IIMC

    p=0.439

    GA=7-9 anos; GB= 10-12 anos

    Observa-se um elevado grau de adiposidade nos dois grupos de

    estudo (GA e GB) em relao %MNG e %MG registando-se dife

    renas significativas entre os sexos no que diz respeito %MG parao valor de referncia (Quadro 11).

    Quadro 11 - Crianas e adolescentes obesos. Composio corporal por sexo e por grupo de estudo (% MNG

    e %MG por impedncia bioelctrica (BIO) e % MG expressa em percentagem para o valor de referncia).

    GA(n*18)

    GB(n=30)

    _d_ dp

    Total(n=48)

    GA

    ("=23>

    GB(n=23)

    Total(n=46)

    dp dp _dp_ _dp_

    %MNG%MG%MG para valor dereferncia

    6238

    (8)(8)

    6040

    (8)(8)

    6040

    (8)(8)

    5941

    (4)(4)

    5940

    (8)(4)

    5941

    (5) 0.330(4) 0.517

    270 (70) 236 (53) 249 (61) 232 (32) 180 (24) 206 (39)

    M- mdia; dp - Desvio Padro;" Independent-Samples T TestGA=7-9 anos; GB= 10-12 anos

    A quase totalidade da amostra apresenta um grau 3 de obesidade para

    ambos os sexos (Quadro 12).

    Quadro 12-- Crianas e adolescentes obesos. Grau de obesidade em funo do sexo (%)G1

    (IMC 75-85)G2

    (IMC 85-95)G3

    (IMC>95

    n

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

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    Resultados

    Regista-se, para ambos os grupos etrios, um predomnio de obesi

    dade do tipo andride no sexo masculino (GA=83% e GB=97%),

    enquanto que a obesidade generalizada predominante no sexo

    feminino (GA 70% e GB 74%) (Quadro 13).

    Quadro 13 - Crianaseadolescentes obesos. Distribuio percentual do tipo de obesidade nos grupos deestudo e em ambos os sexos.

    Mascul no Feminino

    GA GB GA GBn (%) n (%) n (%) n (%)

    GIN

    AND

    GENTotal

    1

    15

    218

    (6)(83)

    (11)(100)

    129

    030

    (3)(97)

    (0)(100)

    07

    1623

    (0) 1(30) 5

    (70) 17(100) 23

    (4)(22)

    (74)

    (100)

    GA=7-9 anos; GB=10-12 anos

    O ndice de massa corporal de Quetelet (IMC) dos progenitores pode

    ser observado no Quadro 14.

    Quadro 14 - Mdia do IMC dos progenitores: distribuio por sexo.

    M dp_Sexo mascul ino 28 06 4 14

    Sexo femin ino 27.64 4.85

    M- Mdia; dp- Desvio Padro

    Tendo como base a classificao da Organizao Mundial de Sade

    (OMS), verifica-se uma elevada percentagem de excesso de

    peso/obesidade nos progenitores (Pai 78% e Me 66%) (Quadro 15).De realar que em 54% das famlias, ambos os progenitores apre

    sentam excesso de peso/obesidade (Quadro 16).

    Qu ad ro 15 - Grau de obesidade dos progeni tores. Distribuio percentual por sexo em ambos os progenitores.

    Normoponderal Excesso peso(IMC18.4-24.9) (IMC25-29.9)

    Grau 1(IMC30-34.9)

    Grau 2(IMC35-39.9)

    Grau 3(IMO40)

    n % n % n % n % n %Mascul ino (n=94) 20 (22) 50 (53)Feminino (n=94) 32 (34) 36 (38)Total 52 (28) 86 (46)

    18 (19)17 (18)35 (18)

    4 (4)8 (9)12 (6)

    2 (2)1 (1)3 (2)

    43

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    Resultados

    Quadro 16 - Progenitores (n=94). Incidncia de obesidade.

    Am bososProgenitores

    (n=94)

    Pelo menos1progenitor

    (n=94)

    (%) n (%)ExcessodePeso/Obesidade 51 (54)

    Normo Ponderal 43 (46)

    Total 94 (100)

    85 (90)

    9 (10)

    94 (100)

    1.5 Hbitos devida dacriana e progenitores

    As crianas dos dois grupos (GA e GB)e deambosossexos apre

    sentam elevados ndicesdesedentarismo (Fig5).Noseregistam

    diferenas significativas do nmero de horas de TV/Computador nos

    dois grupos etrios.

    Fig 5 - Criana eadole scentes ob esos (n=94). Hbitos devida: Sedentarismo e actividade fsica porsexo

    e grupo de estudo (mdia).

    2 5

    2 0

    F 15

    1 0O).u Ro

    I ISeden tari smo Activi dade Ffsicap=0.568 p=0.695GAM

    Seden tari smo Activi dade Fsica

    p=0.235 p=0.132G B

    GA=7-9 anos; GB= 10-12 anos

    Aponta-se umaelevada inactividade fsica dos progenitores em

    ambos os sexos (Quadro 17).

    Q u a d r o 1 7- Hbitos devida dosprogenitores (n=94): Indice de actividade tsica porsexo(%).

    (%)Masculino

    No

    Sim

    Feminino

    No

    Sim

    84 (89)

    10 (11)

    >69 (95)

    5 (5)

    O grau de sedentarismo dos progenitores no se correlaciona nem com

    o grau de escolaridade nem comondice de Graffar (Quadros 18e19).

    44

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

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    Resultados

    Quadro 18 - Progenitores (n=94). ndice de actividade fsica praticada pela Me e pelo Pai: estudo comparativo de acordo com grau de escolaridade.

    Escolaridade dos Pais

    Semescolar idade/ 2 e 3o ciclo Secu ndri o/1" Ciclo Superi or

    J2a TJ n f%>MeN

    30 (100 ) 35 (92) 24 (92) 89 (95)

    (0) 3 CS) 2 (8) 5 (5) (100 ) 38 (100 ) 26 (100) 9 4 (10 0)

    5 (19) O (O) 10 (11)

    (100) 26 (100) 26 (100) 94 (100)

    SimTotal

    PaiNoSimTotal

    * Linear by linear

    Quadro 19 -Progenitores (n=94). Indice de actividade fsica praticada pela Me e pelo Pai: estudo comparativo com a classe de Graffar.

    Escolaridade dos Pais

    Classe Mdia Classe Baixa

    (%) n

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    Resultados

    Quad ro 2 1- Crianas e adolescentes obesos. Relao como corpo: distribuio por sexos e grupos de estudo.

    Masculino Feminino Total

    G A G B

    P

    G A G B

    P

    Total

    n (%) n (%) P n (%) n (%) P n (%) pBem

    Mal

    Total

    1

    17

    18

    (6)(94)

    (100)

    6 (20)

    24 (60)

    30 (100)0.231 '

    3

    20

    23

    (13)

    (87)

    (100)

    2

    21

    23

    (9)

    (91)

    (100)1.000

    1

    12

    8?

    94

    (13)

    (87)

    (100)0.59o'

    1-teste de Person;2 -teste Exacto de Fisher. GA=7-9 anos; GB=10-12 anos

    Uma elevada percentagem (50%) de crianas so indiferentes ao facto

    de serem obesas. Contudo a tristeza e a revolta so sentimentos pre

    dominantes em relao ao sintoma (Quadro 22).Quadro 2 2- Crianase adolescentes obesos. Relao ao sintoma: Distribuio (%) por sexo e grupos de estudo.

    Feminino Total

    3 A G B (%)N n (%) r n (%) n (%) #* n (%) P*

    Indiferena NoSim

    612

    (33)(67)

    1317

    (43)(47) 0.493*

    149

    (61)(36)

    149

    (61)(39) r

    1 4747

    (50)(50) 0.039*

    Esconde NauSim

    162

    (89)(11)

    291

    (97)(3) 0.547

    1221

    (96)(4)

    230

    (100)(0) fa

    904

    (96)(4) 0.617*

    Exalta NoSirn

    171

    (94)(6)

    255

    (83)(17) 0.38S

    1221

    (96)(4)

    203

    (87)(13) 0.60a1

    8410

    (89)(11) 0.740'

    Tristeza NoSim

    153

    (83)(17)

    219

    (70)(30) 0.302*

    1013

    (44)(56)

    1013

    (44)(56) 1*

    5638

    (60!

    (40) 0.002*

    Revolta NoSim

    153

    (83)(17)

    237

    (77)(23) 0.582*

    203

    (87)(13)

    203

    (87)(13) 1*

    7816

    (83)(17) 0.315'

    1-teste de Person;2 -teste Exacto de Fisher. GA=7-9 anos; GB=10-12 anos

    Verifica-se que todas as crianas querem perder peso e, em 87% dos

    casos, o exerccio foi apontado como a forma mais correcta de o obter

    (Quadros 23 e 24). Contudo, encontraram-se diferenas significati

    vas entre os dois sexos no referente ao recurso medicao e

    dieta,com uma procura maior do primeiro pelos rapazes (p=0,027) e

    do segundo pelo sexo feminino ( p=0,013) (Quadro 24).Quadro 2 3- Crianaseadolescent es obesos(n =94). Motiva o para perder peso: distribuio por grupos de est udo.

    ti [%} ti J%J n i% l_" 5 ^ 41 (lj 53 (100) 94 (100)

    41 (100) 53 (100) 94 (100)Total

    GA=7-9anos;GB=10-12 anos

    2.2 Imagem corporal

    As crianas e adolescentes do sexo feminino (n=46) identificam-se predominantemente com a imagem F6 (57%) sendo concordantemente esta a

    imagem escolhida pelo respectivo pai e me (Fig 6).

    46

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    D

    re

    i

    c o r- 5 g? i L O S?

    r O O -* c -^ i un L i O r- o o

    t = C O o o o ^ i o o O JL I O O O c-^ i t o ; - ? t -

    C OC ^ J C ^ J C O

    C OC O L O

    c oL O

    C ^ j J C D c o O v J O T > o o s; i

    ; c o c o C O C-JL i O ES 3:C O c o O ^ J o o

    L O

    C O

    o oL O

    ' C O C O

    _ 5

    S3I_J

    c otea

    c o _S*ra

    c o as X

    'TO

    o

    c

    123

    s 11

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    Resultados

    A maioria das raparigas escolheria uma imagem ideal (F4), sendo

    tambm esta a imagem escolhida pela maioria dos progenitores.

    Regista-se, no entanto, numa percentagem considervel da popu

    lao feminina (39%), uma tendncia para a identificao com ima

    gens relacionadas com a magreza (F1 + F2 + F3) ( Fig 6).

    Fig 6 - Imagem corporal das raparigas (n=46: distribuio percentual da imagem que a rapariga considera quetem e gostaria de ter e a imagem corporal que a me e o pai pensam que a filha tem e a que gostariam que elativesse.

    Na Figura 7 mantem-se a concordncia da imagem corporal escolhida

    pelas raparigas e seus progenitores nos dois grupos etrios (GA e GB).

    48

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    Resultados

    Fig 7 - Imagem corporal das raparigas por grupos de estudo: distribuio percentual da imagem que a rapariga considera

    que tem e gostaria de ter e a imagem corporal que a me e o pai pensam que a filha tem e a que gostariam que ela tivesse.

    GA (n= 23 ): 7-9 anos A imagem que a criana considera que temA imagem que a me tem da filha

    A imagem que o pai tem da filha

    9%

    13% 35% 35% 9%9% 13% 57% 21%

    9% 70% 17%A imagem que a criana gostaria de terA imagem que a me gostaria que a filha tivesseA imagem que o pai gostaria que a filha tivesse

    4%

    GB (n = 23 ): 10-12 anos

    4 %

    A imagem que a criana considera que temA imagem que a me tem da filha

    A imagem que o pai tem da filha

    30% 57% 13%26% 57% 13%48% 44% 8%

    1

    4% 17% 65%13% 57%13% 70%

    A imagem que a criana gostaria de terA imagem que a me gostaria que a filha tivesseA imagem que o pai gostaria que a filha tivesse

    5

    13%30%17%

    49

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    Resultados

    A imagem corporal com que a rapariga se identifica e aquela com que

    o pai e a me identificam a sua filha tm uma proporo de concordncia de61%e 59% respectivamente. Contudo, pai e me esco

    lhem a mesma imagem para a sua filha, numa proporo e con

    cordncia de 57% (Quadro 25).

    A imagem corporal que o pai e a me escolheriam para a sua filha

    tm uma proporo de concordncia de 42% e31% respectivamente.

    Pai e me escolhem para a sua filha a mesma imagem, numa proporo e concordncia de 50% (Quadro 26).

    As crianas e adolescentes do sexo masculino (n=48) identificam-se

    predominantemente com a imagem F6 ( 44%), sendo esta a imagem

    igualmente escolhida pelo respectivo pai e me (Fig 8).

    Fig 8 - Imagem corporal dos rapazes(n=48): distribuio percentual da imagem que o rapaz considera que teme gostaria de ter e a imagem corporal que a me e o pai pensam que o filho tem e a que gostariam que ele tivesse.

    50

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    Resultados

    Apesarde54%dos rapazes preferiraimagem F4,35% das mes e52%dos

    pais escolheria para o seu filho uma imagem mais pesada (F5) (Fig 8).

    Na Figura 9 mantem-se a concordncia da imagem corporal escolhida pelos

    rapazes e seus progenitores nos dois grupos etrios (GAeGB).Fig 9 - Imagem corporal dos rapazes por grupos etrios: distribuio percentual da imagem que o rapaz considera quetem e gostaria de ter e a imagem corporal que a me e o pai pensam que o filho tem e a que gostariam que ele tivesse.

    51

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    t*. t o IN J _*_- n

    t o "

    t/1

    nt o '

    3in

    - nt a 'sz

    3

    T lt oc

    fil 3tu

    CD - r o J C O 3

    "3 " T O f o "c ' c o ^5

    o t o j r o c n =3

    3 35 e n ' c nCD"c o 1&

    C D r o - - 1 a > C O =>

    "3 "4= " S ^ o ^

    O r o j O O C O S3

    ' S ^: ~co " 13

    - r o C O r oCO 4 ^ = i

    s & O J e n- 2 "c o

    - o C O C D r oc o =

    ~ro " 3 3 1 ^ "c n s5

    CD C O C Dc oc n

    CO- J

    - J

    "3 ' c o r o "c o ^ o ^

    - 4 ^ C O - P* r oCJD 3

    3 ^ - "c nCD

    "c o s3

    - r o C D c oCn S; s

    3 j 3 I o 3 ^

    "il"5an

    oEU

    a5

    0)

    4^ to

    * -

    oc r

    (!)O

    5

    S

    a a^ 3

    . , tu

    ff S-tz tu

    f i . 4 ^ 12.

    3 6 S

    -oSo

    a

    7

    2

    CD O

    ~ MT

    g '

    g-tu S3 aQ)i y)

    te3" as

    ii s-- lu

    | 83

    g,

    Q. DO to= OH _ OQ- enU) ^

    P0)i O TJ

    "S3^

    o

    -g,

    g o Q_

    o1)

    o53

    52

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    Resultados

    A imagem corporal com que o rapaz se identifica e aquela com que o pai

    e a me identificam o seu filho tm uma proporo de concordncia de

    46% e 50% respectivamente. Pai e me escolhem para o seu filho a

    mesma imagem, numa proporo de concordncia de 63% (Quadro 25).

    A imagem corporal que o pai e a me escolhem para o seu filho tm uma

    proporo de concordncia de 38% e31%respectivamente. Contudo pais

    e mes escolhem a mesma imagem para o seu filho, numa proporo de

    concordncia de 48% (Quadro 26).Os valores percentuais apontados nas Figuras 10 e11referem-se iden

    tificao da imagem corporal dos progenitores. Pode ainda observar-se a

    imagem corporal que o pai e a me gostariam de ter, e aquela que os

    seus filhos escolheriam quando fossem adultos.

    Fig 10 - Imagem corporal da me(n=94): distribuio percentual da imagem que a me considera que tem e quegostaria de ter e a imagem que a filha (n=46) gostaria de ter.

    2 % 13 % 2 7% 3 2 %

    A imagem que a filha acha que a me temA imagem que a me considera que tem

    28% 24%

    ahl MSM!Mil

    u uM M M V7% 9% 43 % 37 % 4%1 % 10 % 4 7% 34 % 8%

    2% 4% 18% 59% 13%

    A imagem que a filha gostaria de ter no futuro

    A imagem que a me gostaria de terA imagem que a filha gostaria que a me tivesse

    ,__, , 30% das mes esto satisfeitas com a sua imagemib/odas mes com excesso de peso ou obesidade esto satisfeitas com a sua imagem

    53

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

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    Resultados

    Fig 11 - Imagem corporal do pai (n=94): distribuio percentual da imagem que o pai considera que tem e que gostaria

    de ter e a imagem que o filho (n=48) gostaria de ter no futuro.

    15%

    15%

    (4;r

    vu

    A imagem que o f ilho acha que o pai temA imagem que o pai considera que tem

    33% 15%27% 11% 5%

    i l

    6%2%10%

    25%25%21%

    58%54%42%

    11%19%23% 4%

    A imagem que o f ilho gostaria de ter no futuro

    A Imagem que o pai gostaria de terA imagem que o f ilho gostaria que o pai tivesse

    62%dos pais esto satisfeitos com a imagem que tm

    60%dos pais com excesso de peso ou obesidade esto satisfeitos com a imagem que tm

    Entre a imagem corporal que os rapazes e raparigas tm dos seus progeni

    tores e a que estes tm de si prprios encontra-se uma proporo de con

    cordncia de 44% para os pais e 49% para as mes em relao ao total da

    amostra (Quadro 27).Quadro 27 - Crianas e adolescentes obesos (n=94). Proporo de concordncia entre a imagem corporal que a criana

    acha que o pai e a me tem em relao imagem corporal que o pai e a me tm de si prprios. Distribuio por sexo.

    Pai

    Rapazes(n=48)

    Pai

    Raparigas(n=46)

    Total(n=94)

    Me

    Nenhuma1 Figura2 Figuras3 Figuras

    j%L24 (50)22 (46)2 (4)0 (0)

    i%L (%)24 (50)18 (38)3 (6)

    _ 2 SL-

    17 (37)22 (48)6 (13)

    J SL

    (%)22 (48)21 (46)3 (6)

    _2 !2L

    J%L J%2_41 (44)44 (47)8 (8)1 (D

    46 (49)39 (42)6 (6)3 (3)

    A imagem corporal que as crianas gostariam que os seus pais

    tivessem e a que eles gostariam de ter permitiu uma proporo de

    concordncia num total de 47% para os pais e 32% para as mes em

    relao ao total da amostra (Quadro 28).

    54

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

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    Resultados

    Quadro 28 - Crianas e adolescentes obesos (n=94). Proporo de concordncia entre a imagem corporal que a crianagostaria que os seus pais tivessem e a que eles gostariam de ter. Distribuio porsexo.

    Rapazes(n=48)

    Raparigas(n=46) (

    Totaln=94)

    Pai Me Pai Me Pai Men (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

    Nenhuma1 Figura

    2 Figuras3 Figuras

    241932

    (50)(40)

    (6)

    (4>

    132384

    (27)(48)(17)

    (8)

    201970

    (44)(41)(15)

    ()

    172054

    (37)(43)(11)(9)

    4438102

    (47)(40)(11)

    (2)

    30 (32)43 (46)13 (14)8 (8)

    Regista-se uma associao significativa entre a escolaridade do pai e a

    escolha da imagem corporal ideal que ele gostaria que a sua filha tivesse(Quadro 29).

    Em ambos os sexos, aqueles que se identificam com figuras mais pesadas

    (F6 e F7) escolhem, como imagem corporal que gostariam de ter, aquelas

    mais relacionadas com a magreza (Quadro 30).

    Quadro 30 - Crianas e adolescentes obesos (n=94). Imagem corporal que a rapariga e o rapaz consideram que tm eaquela que eles gostariam de ter.

    Quai a figura que achas que tens

    Fig4 Fig 5 Fig6 Fig 7 Totaln (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

    Qual a figura que gostarias deter

    Raparigas

    Fig 1 0 (0) 0 (0) 2 (8) 0 (0) 2 (4)Fig 2 0 (0) 2 (14) 2 (8) 0 (0) 4 (9)Fig3 2 (100) 4 (29) 6 (23) 0 (0) 12 (26)

    Fig4 0 (0) 8 (57) 13 (50) 2 (50) 23 (50)Fig5 0 (0) 0 (0) 3 (11) 2 (50) 5 (11)Total 2 (100) 14 (100) 26 (100) 4 (100) 46 (100)

    Rapazes

    Fig2 0 (0) 1 (7) 2 (10) 1 (10) 4 (8)Fig 3 0 (0) 5 (33) 3 (14) 5 (45) 13 (27)Fig4 1 (100) 9 (60) 13 (62) 3 (27) 26 (54)

    Fig 5 0 (0) 0 (0) 3 (14) 2 (18) 5 (11)Total 1 (100) 15 (100) 21 (100) 11 (100) 48 (100)

    No se encontraram diferenas significativas entre a imagem corporal

    que as raparigas e os rapazes acham que tm ou gostariam de ter, na

    dependncia da zona onde habitam (Quadro 31).

    55

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    IV DISCUSSO

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

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    Discusso

    A obesidade na criana e no adolescente surge actualmente como

    um dos grandes problemas de sade pblica, no s nos Estados

    Unidos da Amrica mas tambm nos pases ocidentais (7,166). O

    crescente aumento da obesidade em idades peditricas deve-se, na

    maioria dos casos, a uma causa extrnseca ao indivduo, tornando-se

    fundamental a promoo de uma alimentao equilibrada aliada ao

    incremento da actividade fsica (2,24,33,167).

    Na consulta de Nutrio Peditrica/Obesidade so seguidas unicamente crianas e adolescentes com obesidade nutricional, sendo

    esta caracterizada com base na avaliao clnica, laboratorial e ima-

    giolgica efectuada na primeira observao.

    A amostra estudada est equitativamente distribuda por sexos

    (Quadro 3), tendo sido enviada maioritariamente nossa consulta

    pelo mdico assistente (Quadro 1). Procedeu-se diviso em doisgrupos etrios (GA=7-9anos; GB=10-12anos) fundamentalmente

    devido ao facto de se verificar, em mdia, aos dez anos, a transio

    do primeiro para o segundo ciclo, caracterizado entre outros aspec

    tos, por mudanas profundas de autonomia pessoal/independncia

    familiar, bem como com alteraes na logstica comportamental esco

    lar. Por outro lado o perodo da adolescncia s por si tambm ca

    racterizado por menor envolvncia do meio familiar, maior condi

    cionamento do efeito de grupo e maior autonomia. Assim, ser de

    supor que a influncia parental e o condicionamento de comporta

    mento pela envolvncia familiar seja mais marcada nas crianas (GA).

    A obesidade uma vez instalada em idades muito jovens um dos fac

    tores de risco major para o desenvolvimento de formas mais graves

    de obesidade na idade adulta (168,169).

    58

  • 7/25/2019 Imagem Corporal_obesidade Em Crianas_livro

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    Discusso

    Durante a infncia e a adolescncia a composio corporal modifica-

    -se substancialmente. Para o rastreio da obesidade peditrica, a

    OMS recomenda a determinao do IMC de Quetelet (peso/estatura

    ao quadrado), nomeadamente pela forte correlao que apresenta

    com a percentagem de gordura corporal. A populao por ns avalia

    da apresenta uma obesidade grau 3 (IMC > 95), (Quadro 12), com

    valores significativamente superiores da adiposidade para o sexo

    masculino, no apenas traduzida pelo valor do IMC (p = 0,001), (Fig4) mas tambm pelo valor de gordura corporal total (% MG para o

    valor de referncia) (p< 0,001) (Quadro 11). Tratando-se de uma pop

    ulao muito jovem, a magnitude do IMC da globalidade da amostra

    torna-a um grupo de elevado risco e de mau prognstico.

    Ao contrrio do que acontece no adulto, interessante registar um

    predomnio de obesidade do tipo andride no sexo masculino e generalizada para o sexo feminino, independentemente do grupo etrio

    (Quadro 13). As rpidas alteraes na distribuio da gordura corpo

    ral,bem como a acumulao preferencial de gordura a nvel subcut

    neo registadas durante a idade peditrica podero justificar tal facto

    (47).Por outro lado, sabido que a deposio intraabdominal de gor

    dura est associada a uma maior dificuldade de mobilizao, bemcomo a uma maior comorbilidade (24, 47), o que refora a importn

    cia de preveno e interveno precoce.

    A obesidade dos progenitores foi definida com base nos critrios da

    OMS (8) e permite verificar que 78% dos pais e 66% das mes tm

    excesso de peso/obesidade (Quadro 15). de salientar que o exces

    so de peso/obesidade est presente em ambos os progenitores ou

    pelo menos em um progenitor respectivamente em 54% e 90% dos

    59

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    Discusso

    casais (Quadro 16).

    As crianas cujos pais ou irmos tenham excesso de peso/obesidade

    apresentam um risco acrescido de virem a ser obesas, parecendo,

    contudo, a obesidade materna ser o factor preditivo de maior peso na

    ocorrncia de obesidade da criana (84,142,170,171). Estima-se em

    um risco acrescido de 6,8 vezes se o pai for obeso e 8,4 se a me for

    obesa (103).

    Na populao por ns estudada, 16% das mes e 60% dos pais comexcesso de peso/obesidade sentem-se bem com a sua prpria

    imagem corporal (Fig 10 e 11). Entretanto, uma percentagem con

    sidervel de progenitores escolhe para os seus filhos como a imagem

    ideal,as silhuetas compatveis com sobrepeso e obesidade (Fig 6-9).

    Esta atitude de aceitao e satisfao pessoal por parte dos proge

    nitores em relao sua sobrecarga poderal necessariamente comprometer a motivao para a mudana comportamental.

    Estilos de vida no saudveis, como maus hbitos alimentares e ele

    vados nveis de sedentarismo, parecem contribuir fortemente para a

    alta prevalncia de obesidade (13,152,172) da a importncia das

    mudanas de comportamentos.

    A prtica regular de actividade fsica tornou-se mais um " fssil " daera da industrializao e da computao (22,173). A Academia

    Americana de Pediatria tem vindo a alertar para o efeito "hipnoti-

    zador" da televiso e dos jogos de computador nas camadas mais

    jovens, considerando como limite mximo 1 a 2 horas por dia

    (172,174,175).

    No entanto, o nmero de horas passadas em frente televiso na

    infncia frequentemente superior, como alguns autores apontam,

    60

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    Discusso

    de valores mdios de 20-24 horas semanais (118, 174, 176, 177,

    178).Os resultados por ns encontrados sublinham esta ideia, pois

    assustador verificar a tendncia crescente de inactividade/reduzida

    actividade fsica nas crianas, independentemente do grupo etrio

    (Hg 5).

    Apesar de alguns trabalhos serem controversos, parece existir uma

    relao positiva entre obesidade e televiso. Quer pelo efeito promo

    tor de sedentarismo, quer ainda pelo estmulo condicionado paracomer alimentos densamente energticos, normalmente publicitados

    pela televiso (60,61,82,112,135,179,180,181,182,183,184,185).

    No que diz respeito ao grau de sedentarismo dos progenitores,

    os nossos resultados so sobreponveis aos da literatura (101,

    105,106,135,183). Observa-se que 89% dos pais e 95% das mes

    por ns avaliados no praticam qualquer actividade fsica organizada(Quadro 17), no se verificando qualquer tipo de associao entre o

    grau de escolaridade e o nvel scio-econmico destes com a prtica

    regular de exerccio fsico (Quadros 18 e 19). No entanto, regista-se

    uma associao positiva entre uma maior escolaridade dos progeni

    tores e nveis mais elevados de actividade fsica praticada pelos _,

    seus filhos, com valores significativamente mais elevados para e-pef >.

    (p < 0,001) (Quadro 20). Tratando-se de crianas com idades muito

    jovens, pai e me devero ser os elementos familiares com maior

    influncia e mais responsabilidade sobre os hbitos de vida

    saudveis nesta faixa etria, ressaltando assim a importncia dotra

    balho comportamental com a famlia.

    Desde idades muitos precoces que crianas e adolescentes obesos

    so estigmatizados, sendo apontados pelos pares como tendo um

    61

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    Discusso

    carcter defeituoso ou feios (131,186,187), apresentando pois maior

    probabilidade de estados depressivos e baixa auto-estima (188).

    "Pipa", "bomboca", "bucha" foram, entre outros, alguns dos nomes

    apontados s crianas/adolescentes obesas por ns observadas

    (Anexo 3). No vasto leque de comorbilidade associada obesidade

    infantil, as alteraes de comportamento so sem dvida o sintoma

    mais precoce e mais frequente.

    A maioria das crianas estudadas (87%) refere no se sentir bem como seu prprio corpo (Quadro 21). Apesar de 50 % do total da amostra

    ser indiferente em relao a este sintoma, a tristeza o sentimento

    que mais afecta as crianas obesas, sobretudo o sexo feminino e em

    idades mais velhas ( p=0,002) (Quadro 22). Estes e outros sentimen

    tos podem explicar um estado de ansiedade permitindo uma ingesto

    compulsiva de alimentos, factor de agravamento da sua obesidade.Curiosamente, com tendncia a consumir alimentos aucarados e

    ricos em gorduras, a ingesto excessiva deste tipo de produtos ali

    mentares parece funcionar como resposta a estados emocionais de

    irritao ou depresso ou mesmo de proteco familiar (189,190,191,

    192,193).

    A totalidade das crianas avaliadas gostaria de perder peso (Quadro

    23),mas nem todas tiveram a mesma atitude sobre a forma mais cor

    recta de o fazer. Apesar de 44% da totalidade da amostra considerar

    a alimentao associada ao exerccio fsico a melhor forma para

    perder peso, na maioria dos casos, o exerccio fsico ser a forma

    mais correcta de emagrecer (Quadro 24). Para o sexo feminino o

    recurso exclusivo dieta a segunda opo (69% dos casos), regis-

    tando-se uma diferena significativa entre os sexos (p=0,013)

    62

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    Discusso

    (Quadro 24). Mais marcada a diferena entre sexos no que respei

    ta opo pela teraputica medicamentosa, que tem uma recusatotal em 100% das raparigas, com aceitao para 12% dos rapazes.

    A excessiva ingesto alimentar e a reduzida actividade fsica so

    componentes de um problema biopsicossocial complexo, que assen

    ta num enorme leque de factores comportamentais (155,182,194). A

    teraputica da obesidade peditrica baseia-se quase exclusivamente

    na manipulao destes dois aspectos, facto que alerta para aimportncia do envolvimento familiar e social (52,195,196,197).

    A educao alimentar deve ser seguramente implementada logo que

    o lactente inicie a sua diversificao alimentar, com uma aprendiza

    gem contnua ao longo da sua vida e envolvimento de todo o agre

    gado familiar. A maioria da populao por ns avaliada possui jalgu

    ma informao sobre alimentao e nutrio (Fig 2), sendo a escolana esmagadora maioria, a responsvel pela transmisso destescon

    hecimentos (Fig 3). Para alm das instituies de sade tradicional

    mente envolvidas no tratamento da obesidade, a escola funciona

    como um ptimo local de aprendizagem, podendo intervir em progra

    mas dinamizadores de reduo de peso (90,107,133).

    A medida que a criana vai crescendo, a obesidade parece tomar-se

    uma situao mais complexa e difcil de tratar. A combinao entre as

    recomendaes nutricionais e dietticas com a prtica regular do

    exerccio fsico so desejveis para um emagrecimento saudvel, no

    entanto, as alteraes comportamentais frequentemente encon

    tradas, tornam necessrio em alguns casos, a interveno de tera

    peutas especializados. Foram enviadas consulta de pedopsiquiatria

    e psicologia respectivamente 19% e 13% de crianas de ambos os

    63

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    Discusso

    grupos estudados, e 7% necessitaram de medicao (Fig 1). Neste

    contexto de perturbaes de auto-imagem/auto-estima, concordantecom o descrito na literatura, regista-se algum insucesso escolar na

    populao por ns estudada, com 15% de reprovaes e 10% de

    apoio do ensino especial (Quadro 7) (198). Estes aspectos reforam

    a individualidade de cada uma destas situaes que devem ser

    tratadas de forma particular, no s no que se refere a uma alimen

    tao saudvel e prtica regular de exerccio fsico, mas tambm noque diz respeito s componentes psquico-sociais e familiares.

    Provavelmente na origem de aspectos anteriormente referidos, reside

    uma profunda insatisfao com a prpria imagem corporal, que no

    indiferente criana e ao adolescente. Desde idades muito precoces

    que se tem verificado uma enorme preocupao pela imagem corpo

    ral,principalmente em crianas e adolescentes do sexo feminino (46,

    199). Deste modo, quando se pretende relacionar o excesso de

    peso/obesidade vs imagem corporal, importante considerar a idade

    em que os rapazes e as raparigas comeam a sua auto-avaliao,

    no s em relao a si prprios, como tambm em relao a outros

    elementos do grupo. Alguns autores apontam para a ocorrncia deste

    processo em idades precoces (198,200).

    A descrio verbal e a apreciao da imagem ao espelho so alguns

    dos mtodos de avaliao da imagem corporal. Contudo, a auto-

    -avaliao por observao de diferentes tipos de silhueta a mais

    usual.Esta ltima efectuada atravs da apresentao de fotografias

    ou desenhos de imagens corporais, que vo desde a magreza atobesidade (67,55,135,137,142,158,159,163,201,202,203). O modelo

    por ns escolhido, constitudo por 7 figuras de ambos os sexos,

    64

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    Discusso

    permite caracterizar de uma maneira fcil a auto-avaliao da

    imagem corporal em crianas e adultos (1).Observa-se que a imagem corporal que as raparigas e os rapazes

    consideram que tm sobreponvel imagem corporal que os pro

    genitores consideram que o seu filho ou filha tm (Fig. 6 e 8). Na

    maioria dos casos, o pai e a me escolheram a mesma imagem cor

    poral para o seu filho ou filha, com uma proporo de concordncia

    de 63% para os rapazes e 57% para as raparigas (Quadro 25). Estesresultados apontam para uma certa consciencializao das famlias

    em relao imagem corporal da criana.

    No que diz respeito imagem corporal que a criana gostaria de ter

    e a que os pais gostariam que os seus filhos tivessem, 50% dascri

    anas do sexo feminino gostariam de ter uma imagem corporal ideal

    (F4), sendo esta a imagem igualmente escolhida para as suas filhas

    por 57% das mes e 70% dos pais.

    Mais de 1/3 do total das raparigas d preferncia magreza, selec

    cionando as figuras 1 (4%), 2 (9%) e 3 (23 %) como imagens ideais

    (Fig 6), sendo esta escolha mais evidente em idades mais jovens (Fig

    7). Em ambos os grupos, esta tambm a silhueta preferida por

    algumas das mes para as suas filhas (Fig. 6 e 7). Estes resultados

    so concordantes com os de outros trabalhos, onde se verifica que a

    beleza ideal do sexo feminino coincide com a magreza extrema, alia

    da a uma atitude negativa acerca da obesidade, podendo esta ser

    particularmente influenciada pelo comportamento da me (139,144,

    199,204).

    Apesar da imagem ideal (F4) ser a que 54% do total dos rapazes

    estudados gostaria de ter, imagens relacionadas com a magreza so

    65

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    Discusso

    idealmente escolhidas em 27% (F3) e 8% (F2) dos casos (Fig 8). Tal

    como acontecia para o sexo feminino, este resultado tambm maisevidente nos rapazes com idades mais jovens (Fig 9). Alguns estudos

    mostram que os rapazes apresentam uma insatisfao da imagem

    corporal mais tarde que as raparigas, provavelmente aliada ao seu

    processo maturativo mais tardio (139,205). Contudo, na avaliao por

    ns efectuada, a preferncia dos rapazes por imagens corporais mais

    adelgaantes parece tambm ser evidente desde idades muitojovens. interessante verificar que 35% das mes e 52% dos pais

    escolhe para o seu filho uma imagem corporal mais pesada (F5)

    (Fig 8). Esta atitude poder ter uma explicao cultural, que se rela

    ciona com um corpo firme e musculoso (90,206,207). A proporo de

    concordncia de apenas 48% para os rapazes e 50% para as

    raparigas, no que diz respeito s atitudes destes e dos seus proge

    nitores em relao imagem corporal que gostariam de ter (Quadro

    26).

    Para alm de uma crescente preocupao em relao aos aspectos

    fsicos, tm vindo a verificar-se algumas alteraes dos conceitos e

    preferncias pela imagem corporal, tanto no homem como na mulher

    (90,106,208). Do grupo de crianas avaliadas, uma percentagem ele

    vada daquelas que se identifica com imagens corporais correspon

    dentes a figuras pesadas (F6 e F7) gostaria de ter uma imagem cor

    poral relacionada com a magreza (F1, F2, e F3) (Quadro 30).

    Est bem documentada a enorme importncia do envolvimento dos

    pais no tratamento da obesidade em idade peditrica (46,209). necessrio compreender a complexidade familiar, no somente em

    relao aos distrbios do comportamento alimentar, mas tambm da

    66

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    Discusso

    aceitao da imagem corporal dos pais e da percepo que os seus

    filhos tm desta (129). No estudo por ns efectuado, a sintonia da

    auto-avaliao da imagem corporal dos progenitores e dos seus filhos

    traduz a consciencializao familiar em relao quilo que os rodeia.

    Observa-se que 57% das mes e 43% dos pais avaliados identificam-

    -se com imagens corporais mais pesadas (F5,F6,F7), sendo tambm

    estas as escolhidas pela filha (57%) e pelo filho (48%). Apesar de

    59% das crianas do sexo feminino preferir que a sua me tivesseuma imagem corporal ideal (F4), 58% das mes preferia ter uma

    imagem corporal relacionada com um dos trs graus de magreza

    (F1,F2,F3), precisamente aquela que a sua filha gostaria de ter quan

    do fosse adulta (Fig 10). Pai e filho respectivamente em 54% e 58%

    dos casos gostaria de ter uma imagem corporal em F4. No to evi

    dente como no sexo feminino, tambm aqui se verifica uma preferncia por imagens corporais relacionadas com a magreza (F2 e F3)

    (Filho 31% e Pai 27%) (Fig 11). satisfatria a proporo de con

    cordncia entre as atitudes dos filhos e dos pais em relao auto-

    -avaliao da imagem corporal relacionada com as questes anteri

    ormente referidas (Quadros 27 e 28,) facto que aponta no sentido de

    uma consciencializao individual e em relao ao grupo familiar noque diz respeito realidade e ao ideal .

    A satisfao ou insatisfao do sexo feminino em relao sua

    prpria imagem corporal est provavelmente relacionada com o

    suposto conceito de beleza "ideal" preferido pelo sexo oposto (210).

    No entanto, e fazendo prova de que os tempos so de mudana, 31%

    dos rapazes por ns observados preferem tambm uma silhueta mais

    magra quando forem adultos (F2 e F3) (Fig 11).

    67

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    Discusso

    Contrariamente ao verificado para o sexo feminino, indivduos adultos

    do sexo masculino, independentemente da idade, parecem estar

    mais satisfeitos com o seu peso corporal (84,137,187,210). Os resul

    tados por ns encontrados so concordantes com esta situao, pois

    60%dos pais e apenas 16% das mes com excesso de peso/obesi

    dade,esto satisfeitos com a imagem corporal que tm (Fig. 10 e 11).

    Talvez estes resultados possam justificar, em parte, a falta de colab

    orao do pai na abordagem multidisciplinar do tratamento da crianaobesa. Na realidade frequente a referncia por parte da me falta

    de interesse manifestada pelo pai, no s no acompanhamento

    consulta mas tambm atravs das dificuldades levantadas no que diz

    respeito implementao de novos estilos de vida. Se as mudanas

    dos estilos de vida forem o alvo preferencial de todo o agregado famil

    iar, a longo prazo os resultados sero bastante mais eficazes(52,170,211). Esta estratgia permite criana no se sentir isolada

    ou "diferente" dos restantes elementos da famlia (1,11,39,51,

    212,213). Este tipo de atitudes permite tambm uma melhoria da

    auto-estima e da imagem corporal da criana e do adolescente

    obeso. Alguns estudos mostram que o desejo de vir a ter uma

    imagem corporal ideal, ou mesmo de ser magro, o maior e maisimportante factor preditivo no tratamento da obesidade, quer em

    idades mais jovens quer no adulto (214,215). O estudo continuado da

    imagem corporal de jovens e adultos obesos de ambos os sexoscon

    tribui, como factor de reforo, para a implementao de hbitos

    alimentares saudveis e prtica regular de exerccio fsico

    (210,216,217).

    O estudo da imagem corporal apresenta uma estrutura complexa que

    68

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    Discusso

    compreende no somente a imagem corporal por si s, mas tambm

    o seu envolvimento social e pessoal. A sociabilizao tambm

    envolve modelos interpessoais relativos a aquisies de valores eati

    tudes acerca do aspecto fsico (218, 219, 220). Alguns autores con

    sideram que a localizao geogrfica e o nvel scio-econmico ecul

    tural dos pais possam contribuir para um aumento de ponderosidade

    na criana e influenciar a percepo da imagem corporal (84,104,

    221). Na populao por ns avaliada, essencialmente de classemdia baixa e com escolaridade obrigatria (Quadros 2 e 10), no se

    verificou uma associao positiva entre a escolaridade dos progeni

    tores e a imagem corporal que escolheriam para os seus filhos

    (Quadro 29). De igual modo a zona habitacional parece no influen

    ciar a auto-avaliao da imagem corporal da criana (Quadro 31). Tal

    facto pode estar relacionado com o tamanho da amostra e a mdia deidades da nossa populao, fundamentalmente restrita rea de

    residncia do Distrito do Porto.

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    V-CONCLUSES

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    Concluses

    Da reviso bibliogrfica, pode concluir-se que:

    - A obesidade considerada a doena nutricional mais comum na

    infncia e na adolescncia, no s nos pases desenvolvidos como

    tambm nos pases em vias de desenvolvimento.

    - Comparativamente s eutrficas, as crianas obesas esto mais

    sujeitas a serem adultos obesos, sobretudo se a obesidade persiste

    durante a puberdade.- A obesidade familiar pode influenciar a criana e o adolescente

    obeso, oferecendo maior resistncia a alteraes de estilos de vida .

    -A reduzida prtica de actividade fsica, com destaque para o eleva

    do nmero de horas passadas em frente TV/Computador, podefun

    cionar como estmulo condicionado da ingesto de alimentos densa

    mente calricos e um convite ao sedentarismo.

    - Desde idades muito jovens que a criana e o adolescente tem per

    cepo da sua imagem corporal, sendo esta uma preocupao nos

    indivduos obesos, independentemente da idade e o sexo.

    - O tratamento da obesidade durante a infncia e a adolescncia con

    tinua a ser uma das situaes mais difceis e frustrantes entre aque

    les que se propem trat-la.

    - de salientar o enorme contributo da auto-avaliao da imagem

    corporal da criana e dos seus progenitores no tratamento da obesi

    dade.O desejo de vir a ter uma imagem corporal ideal, ou mesmo de

    ser magro, parece ser o maior e mais importante factor preditivo no

    tratamento da obesidade, tanto no jovem como no adulto.- No menos importante que inverter a situao da obesidade dacri

    ana o de reduzir o excesso de peso/obesidade dos pais.

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    Concluses

    - A responsabilizao e o envolvime