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Impacto Econômico no uso de Touros Melhoradores na Estação de Monta. Autores: Raysildo Barbosa Lôbo, Victor Eduardo Sala, ANCP, Ribeirão Preto-SP, Email [email protected], [email protected] , www.ancp.org.br. Resumo O objetivo do presente trabalho é mostrar, o quanto o uso de touro melhorador agrega valor à progênie e seu reflexo, na lucratividade do negócio e redução no ciclo de produção. A partir dos dados extraídos da avaliação genética de Julho de 2013, do sumário de touros, do Programa Nelore Brasil, formou-se 4 (quatro) grupos, baseados no percentil do MGT, Touros Melhoradores 1 (TM1), constituído de animais TOP 0,1% a TOP 15%, Touros Melhoradores 2 (TM2), animais a partir de TOP 15% a TOP 30%, Touros Comuns (TC), animais a partir de TOP 35% a TOP 50% e Touros Inferiores (TI), animais partir de TOP 50% a TOP 100. O retorno econômico por animal da progênie TM1 foi R$ 29,82 e R$ 45,89, para TM2 foi R$ 19,48 e R$ 29,08, para TC foi R$ 10,37 e R$ 15,54 e para TI foi de R$ -17,34 e R$ -21,70, para peso a desmama e peso aos 450 dias respectivamente. A utilização de touros geneticamente superiores na estação de monta é determinante para aumentar a lucratividade do produtor, encurtar o ciclo de produção e inserir no rebanho melhorias indiretas. Introdução O planejamento produtivo e econômico inicia-se com o estabelecimento da estação de monta (E.M), onde seu principal objetivo é auxiliar de forma direta na avaliação genética de reprodutores e matrizes, a partir da formação de grupos de contemporâneo e facilidade de coleta sistemática de informação, além de sistematizar a mão-de-obra na fazenda. A escolha correta do touro para a estação de monta reflete de forma direta no sucesso produtivo e econômico, devendo-se levar em conta o potencial genético do animal, juntamente a sua funcionalidade com relação a aprumos, conformação frigorífica e umbigo, além do exame andrológico. O objetivo do presente trabalho é mostrar, o quanto o uso de touro melhorador agrega valor à progênie e seu reflexo, na lucratividade do negócio e redução no ciclo de produção. Material e Métodos

Impacto Econômico no uso de Touros Melhoradores na Estação de Monta

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Page 1: Impacto Econômico no uso de Touros Melhoradores na Estação de Monta

Impacto Econômico no uso de Touros Melhoradores na Estação de Monta.

Autores: Raysildo Barbosa Lôbo, Victor Eduardo Sala, ANCP, Ribeirão Preto-SP,

Email [email protected], [email protected] , www.ancp.org.br.

Resumo

O objetivo do presente trabalho é mostrar, o quanto o uso de touro melhorador

agrega valor à progênie e seu reflexo, na lucratividade do negócio e redução no ciclo

de produção. A partir dos dados extraídos da avaliação genética de Julho de 2013, do

sumário de touros, do Programa Nelore Brasil, formou-se 4 (quatro) grupos, baseados

no percentil do MGT, Touros Melhoradores 1 (TM1), constituído de animais TOP 0,1%

a TOP 15%, Touros Melhoradores 2 (TM2), animais a partir de TOP 15% a TOP 30%,

Touros Comuns (TC), animais a partir de TOP 35% a TOP 50% e Touros Inferiores (TI),

animais partir de TOP 50% a TOP 100. O retorno econômico por animal da progênie

TM1 foi R$ 29,82 e R$ 45,89, para TM2 foi R$ 19,48 e R$ 29,08, para TC foi R$ 10,37 e

R$ 15,54 e para TI foi de R$ -17,34 e R$ -21,70, para peso a desmama e peso aos 450

dias respectivamente. A utilização de touros geneticamente superiores na estação de

monta é determinante para aumentar a lucratividade do produtor, encurtar o ciclo de

produção e inserir no rebanho melhorias indiretas.

Introdução

O planejamento produtivo e econômico inicia-se com o estabelecimento da estação de

monta (E.M), onde seu principal objetivo é auxiliar de forma direta na avaliação

genética de reprodutores e matrizes, a partir da formação de grupos de

contemporâneo e facilidade de coleta sistemática de informação, além de sistematizar

a mão-de-obra na fazenda.

A escolha correta do touro para a estação de monta reflete de forma direta no sucesso

produtivo e econômico, devendo-se levar em conta o potencial genético do animal,

juntamente a sua funcionalidade com relação a aprumos, conformação frigorífica e

umbigo, além do exame andrológico.

O objetivo do presente trabalho é mostrar, o quanto o uso de touro melhorador

agrega valor à progênie e seu reflexo, na lucratividade do negócio e redução no ciclo

de produção.

Material e Métodos

Page 2: Impacto Econômico no uso de Touros Melhoradores na Estação de Monta

Os dados para o presente trabalho foram extraídos, do sumário de touros, do

Programa Nelore Brasil, referente à avaliação genética de Julho de 2013.

Para a verificação do efeito do uso de touros melhoradores, foram realizados 4

(quatro) grupos, baseados no percentil do MGT, Touros Melhoradores 1 (TM1),

constituído de animais TOP 0,1% a TOP 15%, Touros Melhoradores 2 (TM2), animais a

partir de TOP 15% a TOP 30%, Touros Comuns (TC), animais a partir de TOP 35% a TOP

50% e Touros Inferiores (TI), animais partir de TOP 50% a TOP 100.

O ganho em quilogramas (kg) para cada grupo, para peso a desmama e peso aos 450

dias, foi estimado a partir da média das DEPs de peso a desmama (DP210) e aos 450

dias (DP450).

Os resultados dos grupos (TM1, TM2, TC e TI) foram simulados para 1250 matrizes com taxa

de prenhez de 80%, resultando em 1000 progênies, com nascimento iniciado entre setembro e

outubro.

Para o calculo de retorno econômico, foi considerado abate aos 30 meses com rendimento de

carcaça de 53%, arroba a R$ 95 (média entre boi e vaca), e R$ 3,80 o Kg médio do bezerro

desmamado (macho e fêmea).

Resultados e Discussão

A progênie do grupo TM1 apresentou media superior para peso a desmama, de 53,07%,

187,5% e - 272% comparados aos grupos TM2, TC e TI respectivamente. Para peso aos 450 dias

as medias são 57,8%, 195% e -311,5% comparado aos grupos TM2, TC e TI, conforme gráfico 1.

O aumento no desempenho da progênie é resultante da maior pressão de seleção

aplicada sobre os reprodutores, uma vez que foi considerado como 0 (zero) a DEP das

matrizes para as características estudadas.

Gráfico 1. Média do desempenho da Progênie dos grupos.

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7,85

13,7

5,13

8,66

2,734,63

-4,56-6,46

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,00

Peso a Desmama Peso aos 450 dias

TM 1

TM2

TC

TI

O valor agregado da progênie e aumento no retorno econômico, pela utilização de

touros melhoradores é mostrado na tabela 2.

O retorno econômico médio, com a utilização de touros melhoradores (TM1 e TM2) na

estação de monta, para as características, peso a desmama e peso aos 450 dias é ao

redor de 137% e 141% respectivamente, se comparado com o grupo TC. Comparando

com o grupo TI essa diferença é -242,15% e -272,77%, para peso a desmama e peso

aos 450 dias respectivamente.

Tabela 2. Retorno Econômico e desempenho dos grupos.

TM1 TM2 TC TI

Característica DP210 DP450 DP210 DP450 DP210 DP450 DP210 DP450

Produção Media (kg) 7,85 13,67 5,13 8,66 2,73 4,63 -4,56 -6,46 Retorno Econômico (R$) 29.823,29 45.891,56 19.483,14 29.083,12 10.374,00 15.541,37 -17.343,20 -21.697,49

Retorno Econômico/animal (R$) 29,82 45,89 19,48 29,08 10,37 15,54 -17,34 -21,70

A progênie do grupo TM1 apresentou retorno econômico 187% e 195% superior para

peso a desmama e peso aos 450 dias respectivamente, comparado com o grupo TC.

Comparando com o mesmo grupo, a progênie do grupo TM2 apresentou retorno

econômico de 87,8% e 87,1% para peso a desmama e peso aos 450 dias

respectivamente.

Rosa et al. (2013) estudando o impacto econômico da utilização de touros, encontrou

retorno econômico de R$16,21 por animal desmamado, considerando o valor médio

da arroba R$ 3,65. Valor próximo ao retorno econômico para peso a desmama do

grupo TM2.

Para o grupo TM1 ,o retorno econômico de R$29,82 e R$45,89 para peso a desmama e

peso aos 450 dias, respectivamente, representa o retorno econômico mínimo, uma vez

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que há touros TOP 0,1% para MGT, que apresentam valores superiores á 12,45 Kg e

22,64 Kg, para DP210 e DP450 respectivamente.

Segundo Rosa et al (2013). o investimento em touros geneticamente superiores

apresenta elevado potencial de retorno econômico, podendo contribuir decisivamente

para a melhoria da produtividade e da renda das fazendas de pecuária de corte, com

seu efeito multiplicador no âmbito de toda a cadeia produtiva e dos demais setores da

economia a ela interligados.

Neste trabalho não estão inseridos a receita proveniente do descarte de matrizes

vazias, nem o ganho indireto com fatores que reduzem o ciclo de produção como

melhoria da conformação de carcaça, precocidade sexual e reposição de matrizes de

melhor qualidade.

Conclusão

A utilização de touros geneticamente superiores, TOP 0,1 a TOP 30%, na estação de

monta é determinante para aumentar a lucratividade do produtor, encurtar o ciclo de

produção e inserir no rebanho melhorias indiretas.

Implicações

A avaliação genética é a única forma confiável de identificar touros geneticamente

superiores, porém para aumento da rentabilidade outros fatores como descarte e

reposição de matrizes, manejo sanitário, planejamento alimentar e da estação de

monta, devem ser levados em consideração.

Referencias Bibliográficas

ROSA, A.N.; SILVA, L.O.C.; NOBRE, P.R.C.; MARTINS, E.N.; COSTA, F.P.; TORRES JR,

R.A.A.; MENEZES, R.O.; FERNANDES, C.E.S.; PECUÁRIA DE CORTE: VALE A PENA

INVESTIR EM TOUROS GENETICAMENTE SUPERIORES? Jun. 2013. Disponivel em:

http://cloud.cnpgc.embrapa.br/bpa/files/2013/06/RetornoEconomico_TourosMelhora

dores_BPA_ANRosa.pdf , acessado dia 15/08/2013. 2013

LÔBO, R.B.; BEZERRA, L.A.; VOZZI, P.A.;MAGNABOSCO, C. de U.; ALBUQUERQUE, L.G.;

SAINZ, R.D.; BERGMANN, J.A.G.; FARIA, C de U.; OLIVEIRA, H.N. Sumário de Touros das

Raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã: Edição Julho de 2013, Ribeirão Preto,

ANCP 122 pag.