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Reunião Técnica | Tributos |ANEFAC Novembro, 2017 Impactos da decisão judicial proferida pelo STF sobre a não inclusão do ICMS nas bases de cálculo do PIS e da Cofins

Impactos da decisão judicial - ANEFAC · Agenda Painel: Impactos da decisão judicial proferida pelo STF sobre a não inclusão do ICMS nas bases de cálculo do PIS e da Cofins Contexto

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Reunião Técnica | Tributos |ANEFACNovembro, 2017

Impactos da decisão judicial proferida pelo STF sobre a não inclusão do ICMS nas bases de cálculo do PIS e da Cofins

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Sobre a ANEFAC▪ Entidade com quase 50 anos de história integrando executivos

▪ Rede com mais 1600 associados

▪ Mais de 4 mil executivos em eventos em 2016

▪ Reúne executivos de finanças, administração e contabilidade

Missão

▪ Promover ações que viabilizem de forma ética o desenvolvimento de

gestores de negócios na construção de relacionamentos no mercado.

Abrangência

▪ São Paulo/Campinas/São José dos Campos/Rio de Janeiro/Curitiba

Salvador/Belo Horizonte/Ribeirão Preto/Florianópolis/Porto Alegre2

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Eventos

Reuniões Técnicas▪ Discussão de vários

assuntos importantes para o desenvolvimento de estratégias dentro das organizações.

Congresso ANEFAC▪ Evento nacional que recebe

cerca de 500 executivos de finanças, administração e contabilidade.

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Eventos

Cafés da Manhã, seminários e palestras técnicas▪ Temas técnicos com abordagem específica.

Jantar Palestra ▪ Com público e

especialista renomado.

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Premiações Troféu Transparência▪ Premiação das

demonstrações financeiras mais transparentes do Brasil.

Prêmio ANEFAC Profissional do Ano▪ Três profissionais são

escolhidos: finanças, administração e contabilidade. 5

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Rede de relacionamento

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Agenda

Painel: Impactos da decisão judicial proferida pelo STF sobre a não inclusão do ICMS nas bases de cálculo do PIS e da Cofins

Contexto geral sob a perspectiva jurisprudencial▪ Evolução da discussão no âmbito judicial▪ Pontos de atenção – aspectos legais

Implementação da decisão – Leading Case RE 574.706▪ Apuração do valor do crédito fiscal▪ Procedimento de habilitação e compensação do crédito fiscal

junto a RFB▪ Pontos de atenção – impactos operacionais

Potenciais impactos nas Demonstrações Contábeis em 2017▪ Período anterior a decisão judicial – STF▪ Período posterior a decisão judicial – STF

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Vara FederalCuritiba/PR

• Ingresso do MS:o Dez/2006

• Decisão favorável ao contribuinte:o Fev/2007

• Alcance: 5 anos a partir da data de ingresso do MS.o A partir de Dez/2001

Contexto geral sob a perspectiva jurisprudencial

Evolução da discussão no âmbito judicial

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SentençaTRF 4

• Sentença favorável ao contribuinte:o Jul/2007

Recurso ExtraordinárioSTF

• Reconhecimento de Repercussão Geral:o Abr/2008

• Decisão favorável ao contribuinte pelo Pleno:o Mar/2017

• Publicação do inteiro teor da decisão:o Out/2017

• Embargos de Declaração apresentados: o 30/10/2017

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Contexto geral sob a perspectiva jurisprudencial

Ementa 574.706 - STF

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO.

1. Inviável a apuração do ICMS tomando-se cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adota-se o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerando-se o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS.

2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindo-se o princípio da não cumulatividade a cada operação.

3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS.

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Contexto geral sob a perspectiva jurisprudencial

Ementa 574.706 – STF (cont.)

3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações.

4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS.

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Contexto geral sob a perspectiva jurisprudencial

Trechos do voto vencedor – Ministra Cármen Lúcia

“9. Toda essa digressão sobre a forma de apuração do ICMS devidopelo contribuinte demonstra que o regime da não cumulatividade impõe concluir, embora se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, todo ele, não se inclui na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal, pelo que não pode ele compor a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da COFINS.”

“11. Não desconsidero o disposto no art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lein. 9.718/1998, segundo o qual: “Art. 3º, § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluem-se da receita bruta:

I – (…) e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação deMercadorias e sobre Prestações de Serviços de TransporteInterestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário”.

O recolhimento do ICMS na condição de substituto tributário importa na transferência integral às Fazendas Públicas estaduais, sem a necessidade de compensação e, portanto, identificação de saldo a pagar, do tributo se a venda for realizada em montante superior ao da aquisição e na medida dessa mais valia, ou seja, é indeterminável até se efetivar aoperação

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Contexto geral sob a perspectiva jurisprudencial

Pontos de atenção – aspectos legais

• Ementa da decisão do STF/Pleno fixa a seguinte tese para orientar todos os processos em andamento no contexto da Repercussão Geral:

"O ICMS não compõe a base de cálculopara a incidência do PIS e da Cofins“

• Por se tratar de decisão com repercussão Geral, todas ações em andamento devem ser orientadas pela decisão do STF (RE 574.706).

• Dentre os diversos argumentos trazidos no Embargos de Declaração, os mais importantes são:

o Pedido de modulação dos efeitos para que a decisão produza efeitos somente após o julgamento dos Embargos “ex nunc”;

o Esclarecimento se a parcela de ICMS a ser excluída da base de cálculo do PIS/Cofins seria o ICMS destacado em nota fiscal ou o valor a recolher já liquido dos créditos;

o Vedação de compensação/restituição de valores pagos anteriormente à data do julgado;

o Autorização para União instituir regras gerais para restituição/ compensação.

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0011 0010 1010 1101 0001 0100 1011

Implementação da decisão – Leading Case RE 574.706

Apuração do valor do crédito fiscal

• A melhor expectativa é no sentido de que o STF manterá a linha adotada anteriormente de preservar o direito dos contribuintes que ingressaram com a ação judicial.

• A depender da data em que alguns contribuintes ingressaram com a medida judicial, a apuração dos valores passíveis de restituição/compensação podem alcançar períodos superiores há 10 anos.

• Para fins de mensuração do valor de PIS/Cofins recolhido a maior em função da parcela do ICMS, a contabilidade na maioria dos casos não possui informação com o detalhamento necessário, de modo que as melhores fontes de informação para essa apuração serão:

o EFD-Contribuições e Nota Fiscal Eletrônica (XML), tratando-se de período mais recente;

o SINTEGRA e nota fiscal em papel para períodos mais antigos;

o Outros controles gerenciais e/ou extraídos de ERP’s / sistemas legados que permitam a visualização de dados de notas fiscais 13

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Implementação da decisão – Leading Case RE 574.706

Procedimento de habilitação e compensação do crédito fiscal junto a RFB

Art.101, § Único: O deferimento do pedido de habilitação do crédito não implica reconhecimento do direito creditório ou homologação da compensação.

Art. 65: Mediante PER/DECOMP ou Formulário de Declaração de Compensação

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Implementação da decisão – Leading Case RE 574.706

Pontos de atenção – impactos operacionais

• Eventual decisão do STF, ao avaliar os Embargos Declaratórios pendentes, que venha concluir pela utilização do valor do ICMS a recolher (abatimento do ICMS da entrada) ao invés do ICMS destacado em nota fiscal, aumentará de forma substancial o processo de apuração do valor do PIS/Cofins a ser restituído.

• Como haverá perda significativa de arrecadação, caberá ao contribuinte efetuar levantamento do crédito de forma bem acurada, uma vez que a RFB analisará todos os pedidos de restituição visando minimizar ao máximo essa perda.

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Potenciais impactos nas Demonstrações Contábeis em 2017

Período anterior a decisão judicial – STF

• Reversão da provisão contábil: Algumas empresas que tinham obtido liminar no passado para deixarem de recolher o PIS/Cofins sobre a parcela de ICMS já usufruíram da decisão promovendo a reversão do passivo.

o Há praticamente unanimidade entre contadores e auditores no sentido de que a decisão de mérito proferida pelo STF já daria todo subsidio para essa reversão em se tratando de contribuintes que ingressaram com medida judicial, tiveram liminar favorável e constituíram provisão em função da parcela de PIS/Cofins que deixou de ser recolhidos (provisão de passivo).

• Tal posicionamento estaria respaldado pela orientação do CPC 25, a saber:

“Uma provisão deve ser reconhecida quando, e apenas quando:(a) uma entidade tem uma obrigação presente (legal ou não-formalizada) como resultado de um evento passado;(b) é provável (ou seja, mais provável que sim do que não) que uma saída de recursosque incorporam benefícios econômicos será necessária para liquidar a obrigação; e (c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação. [...]”

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Potenciais impactos nas Demonstrações Contábeis em 2017

Período anterior a decisão judicial – STF (...)

• Recuperação de créditos: Para as empresas que mesmo com medida judicial continuaram recolhendo o PIS/Cofins deixando de excluírem o ICMS da base de cálculo, ainda não há consenso, sob a perspectiva contábil, acerca da possibilidade de reconhecimento imediato desse crédito fiscal;

• Por conta de alguns elementos de incertezas, principalmente a questão da modulação que afeta o critério quantitativo em relação ao período abrangido (período passado ou apenas futuro), bem como no que se diz respeito ao próprio cálculo do valor a ser restituído ( valor destacada em nota fiscal x valor do ICMS líquido a recolher).

• Nesse cenário, há uma forte corrente entendendo que o reconhecimento desse crédito atualmente se caracteriza ativo contingente, portanto não passível de registro contábil, assim definido nos termos do CPC 25:

“Um ativo contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência, ou não-ocorrência, de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o controle da entidade.” 17

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Potenciais impactos nas Demonstrações Contábeis em 2017

Período posterior a decisão judicial – STF

• Recuperação de créditos: Para as empresas com medida judicial e liminar favorável, após a decisão de mérito preferida pelo STF já há certo consenso no sentido de permitir o reconhecimento contábil.

o O principal fundamento estaria vinculado ao fato de que em situações semelhantes o histórico de decisões do STF preservou o direito dos contribuintes que buscaram a tutela jurisdicional, de tal forma que a eventual modulação (evento futuro) estaria sob o controle da entidade.

o Em alguns casos ainda há divergência em relação ao valor a ser apropriado, de forma conservadora algumas empresas tem optado por fazer o reconhecimento de forma conservadora deduzindo-se o ICMS também da parcela de crédito do PIS/Cofins (tese do ICMS a recolher e não o destacado em nota fiscal de venda).

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Implementação da decisão – Leading Case RE 574.706

Procedimento de habilitação e compensação do crédito fiscal junto a RFB – Pedido de Habilitação

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Edinilson ApolinarioVice-presidente | Head de Contabilidade ANEFACSócio da Austin Associados+55 11 2847-4769+55 11986909820edinilson.apolinario@[email protected]

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