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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
CIVIL
IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL PARA ANÁLISE
DINÂMICA PLANA E ESPACIAL DE PONTES FERROVIÁRIAS
CONSIDERANDO INTERAÇÃO VEÍCULO-ESTRUTURA
ERIC LUIS BARROSO CAVALCANTE
Belém/PA
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
CIVIL
IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL PARA ANÁLISE DINÂMICA
PLANA E ESPACIAL DE PONTES FERROVIÁRIAS CONSIDERANDO
INTERAÇÃO VEÍCULO-ESTRUTURA
ERIC LUIS BARROSO CAVALCANTE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal do Pará, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Engenharia Civil
Orientador: Regina Augusta Campos Sampaio
Co-orientador: Remo Magalhães de Souza
Belém/PA
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL PARA ANÁLISE DINÂMICA PLANA E
ESPACIAL DE PONTES FERROVIÁRIAS CONSIDERANDO INTERAÇÃO VEÍCULO-
ESTRUTURA
ERIC LUIS BARROSO CAVALCANTE
Aprovado em .......................de ........................de ..............
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________
Prof. D.Sc. Regina Augusta Campos Sampaio (Orientador)
__________________________________________________________
Prof. Ph.D. Remo Magalhães de Souza (Co-orientador)
_________________________________________________________
Prof. D.Sc. Ronaldson José de França Mendes Carneiro (Examinador Interno)
_________________________________________________________
Prof. D.Sc. Denílson José Ribeiro Sodré (Examinador Externo)
________________________________________________________
Prof. D.Sc. Newton Sure Soeiro (Examinador Externo)
________________________________________________________
Prof. D.Sc. Andreia Abreu Diniz de Almeida (Examinador Externo)
Belém/PA
2010
4
Resumo
Eric Cavalcante. Implementação Computacional para Análise Dinâmica Plana e
Espacial de Pontes Ferroviários Considerando Interação Veículo-Estrutura. Belém,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará, 2010
133 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil).
Este trabalho apresenta implementação computacional para a análise estrutural
dinâmica plana e espacial de pontes ferroviárias, considerando a interação entre
estrutura e veículo ferroviário. Mostram-se as deduções para obter as equações de
movimento do veículo, considerando desde modelos de representação mais simples, tais
como os representados por cargas móveis concentradas, até os que apresentam interação
mais detalhada (com a modelagem da caixa e dos truques separadamente, com inércia
rotacional em torno dos eixos transversal e longitudinal). Apresenta-se o método da
rigidez direta, de acordo com a teoria de vigas de Euler-Bernoulli, para se obter a matriz
de rigidez dos elementos de pórtico plano e espacial, bem como a forma de obtenção
das matrizes de massa consistente e amortecimento destes elementos. A partir das
matrizes de rigidez, massa e amortecimento dos elementos de pórtico plano e espacial
expõe-se a metodologia para se obter as matrizes de rigidez, massa e amortecimento da
estrutura plana e espacial. Foi desenvolvida a equação diferencial de movimento que
descreve o comportamento do sistema veículo-estrutura. O método utilizado para a
integração numérica desta equação diferencial foi o de Newmark. Realizam-se testes de
validação do algoritmo implementado na plataforma Matlab, para as análises bi e
tridimensional e apresentam-se exemplos de aplicação concernentes ao tipo dos
modelos tridimensionais de veículo utilizados, à influência na resposta da irregularidade
longitudinal na via, e à ocorrência de efeitos de ressonância na estrutura.
Palavras-Chave: Ponte ferroviária; Análise dinâmica; Interação veículo-estrutura.
5
Abstract
Eric Cavalcante. Computer Implementation for plane and space dynamic analysis of rail
bridges considering the vehicle-structure interaction. Belém, Faculty of Civil
Engineering, Federal University of Pará, 2010. 133 p. Master Thesis (Master Degree in
Civil Engineering).
This work presents the computer implementation for plane and space dynamic
structural analysis of railways bridges, considering the interaction between structure and
vehicle. The work presents the derivations of the vehicle equations of motion,
considering from moving point loads models representing the axles loads to a refined
mass-springer-damper model with various degrees of freedom. In order to obtain the
plane and space bar finite element elastic-stiffness matrix, the direct stiffness method is
presented, according to linear elastic Bernoulli-Euler beams theory. Furthermore the
method to achieve the plane and space bar finite element consistent mass and dumping
matrices is presented. It is shown how to build the structure elastic-stiffness, consistent
mass e dumping matrices utilizing the bar finite element matrices. The resolution of the
equation of motion for the freely vibrating undamped structure allows the identification
of the structure’s natural vibration frequencies. It is also developed the equation which
describes the vehicle-structure equation of motion. This equation could be solved by
Newmark method of numerical integration. Validation tests of the numeric
computacional implementation are developed. It is presented application examples
concerning the quality of the tree-dimensional vehicle models, the influence of track
irregularity on the response, and the appearance of resonance on the structure, are also
presented.
Keywords: Railway bridge; Dynamic analysis; interaction vehicle-structure.
6
Sumário
1 Introdução ............................................................................................................ 18
1.1 Tema e Motivação ....................................................................................... 18
1.2 Objetivos ..................................................................................................... 20
2 Revisão bibliográfica ............................................................................................ 21
3 Modelagem de veículos ferroviários ..................................................................... 26
3.1 Descrição dos elementos dos veículos ferroviários ....................................... 26
3.2 Formulação matemática básica do movimento dos veículos ......................... 27
3.3 Modelos de veículo bidimensionais ............................................................. 28
3.3.1 Modelo de veículo simulado por carga móvel concentrada ....................... 28
3.3.2 Modelo de veículo constituído apenas de massa ....................................... 29
3.3.3 Modelo de veículo de interação simplificada ............................................ 30
3.3.4 Modelo de veículo de interação completa ................................................ 32
3.4 Modelos de veículo tridimensionais ............................................................. 36
3.4.1 Modelo de veículo simulado por carga móvel concentrada ....................... 36
3.4.2 Modelo de veículo constituído apenas de massa ....................................... 37
3.4.3 Modelo de veículo de interação simplificada ............................................ 38
3.4.4 Modelo de veículo de interação completa ................................................ 40
4 Modelagem bidimensional da ponte ...................................................................... 50
4.1 Formulação do Elemento de pórtico plano, utilizando-se a teoria de vigas de
Euler-Bernoulli, com linearidade geométrica ........................................................... 56
4.2 Matrizes do elemento no sistema local ......................................................... 59
4.3 Matrizes do elemento no sistema global ....................................................... 63
4.4 Matrizes da estrutura ................................................................................... 65
5 Modelagem da ponte em 3D ................................................................................. 68
5.1 Formulação do Elemento de pórtico espacial, utilizando-se a teoria de vigas
de Euler-Bernoulli, com linearidade geométrica ....................................................... 76
5.2 Matrizes do elemento no sistema local ......................................................... 78
5.3 Matrizes do elemento no sistema global ....................................................... 82
5.4 Matrizes da estrutura ................................................................................... 85
6 Modelagem do sistema veículo-estrutura .............................................................. 87
6.1 Irregularidade Longitudinal ......................................................................... 91
7 Testes de validação ............................................................................................... 92
7.1 Testes Bidimensionais ................................................................................. 92
7.1.1 Teste bidimensional 1 .............................................................................. 92
7.1.2 Teste bidimensional 2 .............................................................................. 94
7.1.3 Teste bidimensional 3 .............................................................................. 95
7.2 Testes tridimensionais ................................................................................. 96
8 Exemplos de Aplicação ...................................................................................... 107
8.1 Análise do Efeito da Modelagem da Estrutura e do Veículo Ferroviário
Tridimensionais. .................................................................................................... 107
8.2 Análise do Efeito da Irregularidade Longitudinal ....................................... 116
8.3 Análise do Efeito de Ressonância .............................................................. 120
9 Conclusões e Sugestões ...................................................................................... 123
10 Referências bibliográficas ............................................................................. 125
Anexo Algoritmo da Implementação Computacional Tridimensional......................128
7
Lista de Figuras
Figura 3.1 - Locomotiva Diesel-elétrica. .................................................................... 26
Figura 3.2 - Rodeiro de truque.................................................................................... 27
Figura 3.3– Truque para vagão de transporte de carga. ................................................ 27
Figura 3.4– Modelo de veículo 2D simulado por carga móvel concentrada.................. 29
Figura 3.5 – Modelo de veículo 2D constituído de massa. ........................................... 29
Figura 3.6 – Modelo de veículo 2D simplificado. ........................................................ 31
Figura 3.7 – Deslocamento generalizado e graus de liberdade do modelo simplificado
2D. .............................................................................................................................. 31
Figura 3.8 – Modelo de veículo 2D completo. ............................................................. 33
Figura 3.9 – Deslocamentos generalizados e graus de liberdade do modelo completo 2D.
................................................................................................................................... 34
Figura 3.10 – Modelo de veículo 3D constituído de massas. ........................................ 37
Figura 3.11 – Modelo de veículo 3D simplificado. ...................................................... 38
Figura 3.12 – Deslocamentos generalizados e graus de liberdade do modelo
simplificado 3D. ......................................................................................................... 39
Figura 3.13 – Modelo de veículo 3D completo. ........................................................... 41
Figura 3.14 – Deslocamentos generalizados e graus de liberdade do modelo completo
3D. .............................................................................................................................. 42
Figura 4.1 – Ponte ferroviária. ..................................................................................... 50
Figura 4.2 – Modelo bidimensional de ponte ferroviária. ............................................. 50
Figura 4.3 – Viga simplesmente apoiada submetida a carregamentos distribuídos no
plano xy . .................................................................................................................... 53
Figura 4.4 – Elemento infinitesimal de viga com carregamentos distribuídos no plano
xy . ............................................................................................................................. 54
Figura 4.5 – Deslocamentos e forças nodais locais de um elemento de barra no plano
xy . ............................................................................................................................. 57
Figura 4.6 – Deslocamentos e forças nodais no sistema local e global do elemento de
pórtico plano. .............................................................................................................. 63
Figura 4.7 – Deslocamentos globais no plano, de um elemento e da estrutura. ............. 65
Figura 5.1- Modelo tridimensional de ponte ferroviária. .............................................. 68
Figura 5.2 – Elemento finito de pórtico espacial submetido a carregamentos
distribuídos. ................................................................................................................ 72
Figura 5.3 – Elemento infinitesimal de pórtico espacial com carregamentos distribuídos.
................................................................................................................................... 72
Figura 5.4 – Deslocamentos e forças nodais locais de um elemento de barra no espaço.
................................................................................................................................... 76
Figura 5.5 – Deslocamentos e forças nodais no sistema local e global do elemento de
pórtico espacial. .......................................................................................................... 83
Figura 5.6 – Deslocamentos globais no espaço, de um elemento e da estrutura. ........... 86
Figura 7.1 – Modelo bidimensional de ponte – viga bi-apoiada com 15 m de vão. ....... 92
Figura 7.2 – Resposta vertical no meio da ponte em função do tempo, obtida
numericamente através dos dados de Goicolea et al. (2002), para uma carga concentrada
2D, no passo de tempo 0,01 s. ..................................................................................... 93
Figura 7.3 – Resposta vertical no meio da ponte em função do tempo, obtida
numericamente através dos dados de Goicolea et al. (2002), para um veículo de carga
concentrada 2D, no passo de tempo 0,01 s. ................................................................. 94
Figura 7.4 – Respostas verticais no meio da ponte em função do tempo, obtidas analítica
e numericamente – Teste bidimensional 3, passo de tempo t = 0,1 s. ....................... 96
8
Figura 7.5 – Respostas verticais no meio da ponte em função do tempo, obtidas analítica
e numericamente – Teste bidimensional 3, passo de tempo t = 0,01 s. ..................... 96
Figura 7.6 – Modelo tridimensional de ponte implementado. ...................................... 97
Figura 7.7 – Carga aplicada na ponte tridimensional para a análise estática. ................ 98
Figura 7.8 – Primeiro modo de vibração natural da estrutura tridimensional. ............. 100
Figura 7.9 – Segundo modo de vibração natural da estrutura tridimensional. ............. 101
Figura 7.10 – Terceiro modo de vibração natural da estrutura tridimensional. ........... 101
Figura 7.11 – Quarto modo de vibração natural da estrutura tridimensional. .............. 102
Figura 7.12 – Quinto modo de vibração natural da estrutura tridimensional. .............. 102
Figura 7.13 – Modelo tridimensional de ponte implementado, contendo a numeração
dos nós. ..................................................................................................................... 103
Figura 7.14 – Resposta vertical no nó 6 em função do tempo, numericamente obtida
através da implementação numérico-computacional, para um eixo de carga concentrada
3D, no passo Δt = 0,01 s............................................................................................ 103
Figura 7.15 – Resposta vertical no nó 17 em função do tempo, numericamente obtida
através da implementação numérico-computacional, para um eixo de carga concentrada
3D, no passo Δt = 0,01 s............................................................................................ 104
Figura 7.16 – Resposta vertical no nó 6 em função do tempo, numericamente obtida
através do SAP2000, para um eixo de carga concentrada 3D, no passo Δt = 0,01 s. ... 104
Figura 7.17 – Resposta vertical no nó 17 em função do tempo, numericamente obtida
através do SAP2000, para um eixo de carga concentrada 3D, no passo Δt = 0,01 s. ... 105
Figura 8.1 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo de carga concentrada, sem irregularidade, no
passo Δt = 0,01 s e v = 129 km/h. .............................................................................. 109
Figura 8.2 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo de massa, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01
s e v = 129 km/h........................................................................................................ 109
Figura 8.3 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo simplificado, sem irregularidade, no passo Δt =
0,01 s e v = 129 km/h. ............................................................................................... 110
Figura 8.4 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo completo, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01
s e v = 129 km/h........................................................................................................ 110
Figura 8.5 – Deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo
tridimensionais, v = 129 km/h e sem irregularidade na estrutura. ............................... 111
Figura 8.6 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo de carga concentrada, sem irregularidade, no
passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h. .............................................................................. 112
Figura 8.7 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo de massa, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01
s e v = 207 km/h........................................................................................................ 113
Figura 8.8 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo simplificado, sem irregularidade, no passo Δt =
0,01 s e v = 207 km/h. ............................................................................................... 113
Figura 8.9 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo completo, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01
s e v = 207 km/h........................................................................................................ 114
Figura 8.10 – Deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo
tridimensionais, v = 207 km/h e sem irregularidade na estrutura. ............................... 115
Figura 8.11 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo de carga concentrada, com irregularidade, no
passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h. .............................................................................. 116
9
Figura 8.12 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo de massa, com irregularidade, no passo Δt = 0,01
s e v = 207 km/h........................................................................................................ 117
Figura 8.13 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo simplificado, com irregularidade, no passo Δt =
0,01 s e v = 207 km/h. ............................................................................................... 117
Figura 8.14 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos
tridimensionais de estrutura e veículo completo, com irregularidade, no passo Δt = 0,01
s e v = 207 km/h........................................................................................................ 118
Figura 8.15 – Deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo
tridimensionais, v = 207 km/h e com irregularidade na estrutura. .............................. 119
Figura 8.16 – Máximo deslocamento vertical no nó 6 em valor absoluto, em função da
velocidade, para os modelos tridimensionais de estrutura e veículo de carga
concentrada. .............................................................................................................. 121
Figura 8.17 – Máximo deslocamento vertical no nó 6 em valor absoluto, em função da
velocidade, para os modelos tridimensionais de estrutura e veículo simplificado. ...... 121
10
Lista de tabelas
Tabela 7.1 – Deslocamentos em dois nós da estrutura tridimensional. ......................... 98
Tabela 7.2 – Frequências naturais de vibração da estrutura tridimensional................... 99
Tabela 7.3 – Máximo deslocamento vertical em dez nós da estrutura tridimensional. 105
Tabela 8.1 – Propriedades mecânicas da composição veicular 3D (unidades do SI). .. 107
Tabela 8.2 – Propriedades geométricas da composição veicular 3D (unidades do SI). 108
Tabela 8.3 – Máximos deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de
veículo tridimensionais, v = 129 km/h e sem irregularidade na estrutura. .................. 111
Tabela 8.4 – Respostas verticais no meio da ponte para os modelos de veículo
tridimensionais, v = 207 km/h e sem irregularidade na estrutura. ............................... 114
Tabela 8.5 – Deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo
tridimensionais, v = 207 km/h e com irregularidade na estrutura. .............................. 118
11
Lista de símbolos
i I-ésimo deslocamento relativo entre os centros de gravidade de
massas de um veículo.
v Rotação da caixa de um veículo em torno do seu eixo transversal.
v Rotação da caixa de um veículo em torno do seu eixo longitudinal.
si Rotação do i-ésimo truque de um veículo em torno do seu eixo
transversal.
si Rotação do i-ésimo truque de um veículo em torno do seu eixo
longitudinal.
xx , yy
, zz ,
xy, xz
e yz
Componentes da deformação de um ponto qualquer de uma barra.
Rotação de um ponto de uma barra em torno do seu eixo axial (eixo
x local).
0 Deformação axial no eixo de referência de uma seção transversal de
uma barra.
y Curvatura em torno do eixo y local de uma seção transversal de
uma barra.
z Curvatura em torno do eixo z local de uma seção transversal de
uma barra.
x Rotação por unidade de comprimento em torno do eixo x local de
uma seção transversal de uma barra.
xx Componente de tensão de um ponto no plano cuja normal é o eixo
x local, na direção do mesmo eixo.
yy Componente de tensão de um ponto no plano cuja normal é o eixo
y local, na direção do mesmo eixo.
zz Componente de tensão de um ponto no plano cuja normal é o eixo
z local, na direção do mesmo eixo.
xy Componente de tensão de um ponto no plano cuja normal é o eixo
x local e na direção do eixo y local.
xz Componente de tensão de um ponto no plano cuja normal é o eixo
x local e na direção do eixo z local.
Coeficiente de Poisson do material da barra.
2 ( )D x Vetor de deformações generalizadas de uma seção de um elemento
de pórtico plano.
3 ( )D x Vetor de deformações generalizadas de uma seção de um elemento
de pórtico espacial.
2D Operador diferencial para elementos de pórtico plano utilizando-se a
teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
12
3D Operador diferencial para elementos de pórtico espacial utilizando-
se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
2D Vetor de coeficientes de integração para elementos de pórtico plano
utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
3D Vetor de coeficientes de integração para elementos de pórtico
espacial utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
2D Vetor de deformações generalizadas virtuais de uma seção de um
elemento de pórtico plano.
3D Vetor de deformações generalizadas virtuais de uma seção de um
elemento de pórtico espacial.
e
Coeficientes dependentes do fator de amortecimento e de duas
frequências naturais de vibração da estrutura.
Massa por unidade de comprimento de um elemento de barra.
Matriz que possibilita o cálculo das frequências naturais de vibração
da estrutura.
T Energia cinética de um veículo.
V Energia potencial de um veículo.
R Energia de dissipação de um veículo.
L Lagrangeano de um veículo.
iq I-ésimo grau de liberdade de um veículo.
vvM , rrM Submatrizes de massa de um veículo (massas suspensas e rodas).
vvC , vrC , rvC ,
rrC
Submatrizes de amortecimento de um veículo (massas suspensas e
rodas).
vvK , vrK , rvK ,
rrK
Submatrizes de rigidez de um veículo (massas suspensas e rodas).
vu
Vetor de deslocamentos dos graus de liberdade das massas
suspensas de um veículo.
ru
Vetor de deslocamentos dos graus de liberdade das massas
acopladas de um veículo.
vu
Vetor de velocidades dos graus de liberdade das massas suspensas
de um veículo.
ru
Vetor de velocidades dos graus de liberdade das massas acopladas
de um veículo.
vu
Vetor de acelerações dos graus de liberade das massas suspensas de
um veículo.
ru
Vetor de acelerações dos graus de liberdade das massas acopladas
de um veículo.
vm Massa da caixa de um veículo.
vI Momento de inércia da caixa de um veículo em torno do seu eixo
13
transversal.
vJ
Momento de inércia da caixa de um veículo em torno do seu eixo
longitudinal.
sim Massa do i-ésimo truque de um veículo.
siI
Momento de inércia do i-ésimo truque de um veículo em torno do
seu eixo transversal.
siJ
Momento de inércia do i-ésimo truque de um veículo em torno do
seu eixo longitudinal.
rim Massa da i-ésima roda de um veículo.
ik Rigidez da i-ésima suspensão de um veículo.
ic Amortecimento da i-ésima suspensão de um veículo.
vy
Deslocamento vertical do centro de gravidade da caixa de um
veículo.
siy
Deslocamento vertical do centro de gravidade do i-ésimo truque de
um veículo.
riy
Deslocamento vertical do centro de gravidade da i-ésima roda de
um veículo.
f
Distância do centro da caixa ao dos truques, no plano cuja normal é
transversal ao veículo.
d
Distância do centro dos truques ao rodeiro, no plano cuja normal é
transversal ao veículo.
s
Distância do centro da caixa ao eixo da suspensão secundária, no
plano cuja normal é longitudinal ao veículo.
e
Distância do centro dos truques ao centro das rodas, no plano cuja
normal é longitudinal ao veículo.
xu , yu e zu
Componentes do deslocamento de um ponto qualquer de uma barra.
u
Deslocamento de um ponto de uma barra na direção do seu eixo
axial (eixo x local), localizado sobre a linha neutra.
xv
Deslocamento de um ponto de uma barra na direção do eixo y
local, localizado sobre a linha neutra.
xw Deslocamento de um ponto de uma barra na direção do eixo z
local, localizado sobre a linha neutra.
E
Módulo de elasticidade longitudinal do material da barra.
G
Módulo de deformação de cisalhamento transversal do material da
barra.
xN
Esforço normal na direção do eixo x local, numa seção transversal
de uma barra.
yQ
Esforço cortante na direção do eixo y local, numa seção transversal
de uma barra.
14
zQ
Esforço cortante na direção do eixo z local, numa seção transversal
de uma barra.
yM
Momento fletor em torno do eixo y local, numa seção transversal
de uma barra.
zM
Momento fletor em torno do eixo z local, numa seção transversal
de uma barra.
xT
Momento torsor em torno do eixo x local, numa seção transversal
de uma barra.
xq , yq , zq e xm
Carregamentos externos distribuídos por unidade de comprimento.
A
Área da seção transversal.
yI Momento de inércia da seção transversal em torno do eixo y local.
zI Momento de inércia da seção transversal em torno do eixo z local.
xJ
Momento de inércia polar da seção transversal circular ou anelar de
um elemento de barra.
l
Comprimento do elemento de barra.
2
el
DU
Vetor de deslocamentos de um ponto de uma seção de um elemento
de pórtico plano no seu eixo de referência.
3
el
DU
Vetor de deslocamentos de um ponto de uma seção de um elemento
de pórtico espacial no seu eixo de referência.
2DS
Vetor de esforços ou forças internas de uma seção de um elemento
de pórtico plano.
3DS
Vetor de esforços ou forças internas de uma seção de um elemento
de pórtico espacial.
2
s
Dk
Matriz de rigidez de seção transversal de um elemento de pórtico
plano.
3
s
Dk
Matriz de rigidez de seção transversal de um elemento de pórtico
espacial.
2DX
Matriz de polinôminos elementares para elementos de pórtico plano
utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
3DX
Matriz de polinôminos elementares para elementos de pórtico
espacial utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
2
l
Dd , 2
l
Dd e 2
l
Dd
Vetores de deslocamentos, velocidades e acelerações nodais de um
elemento de pórtico plano no sistema local de coordenadas.
3
l
Dd , 3
l
Dd e 3
l
Dd
Vetores de deslocamentos, velocidades e acelerações nodais de um
elemento de pórtico espacial no sistema local de coordenadas.
2DG
Matriz de coeficientes para elementos de pórtico plano utilizando-se
a teoria da vigas de Euler-Bernoulli.
3DG
Matriz de coeficientes para elementos de pórtico espacial
utilizando-se a teoria da vigas de Euler-Bernoulli.
2DN Matriz de funções de forma para elementos de pórtico plano
15
utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
3DN
Matriz de funções de forma para elementos de pórtico espacial
utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
2DB
Matriz que relaciona as deformações generalizadas numa seção
transversal de um elemento de pórtico plano com os deslocamentos
nodais do elemento no sistema local.
3DB
Matriz que relaciona as deformações generalizadas numa seção
transversal de um elemento de pórtico espacial com os
deslocamentos nodais do elemento no sistema local.
2
l
Dd
Vetor de deslocamentos nodais de um elemento de pórtico plano no
sistema local.
3
l
Dd
Vetor de deslocamentos nodais de um elemento de pórtico espacial
no sistema local.
2
l
Dp
Vetor de forças nodais de um elemento de pórtico plano no sistema
local.
3
l
Dp
Vetor de forças nodais de um elemento de pórtico espacial no
sistema local.
2
el
DU
Vetor de deslocamentos virtuais de um elemento de pórtico plano
no sistema local.
3
el
DU
Vetor de deslocamentos virtuais de um elemento de pórtico espacial
no sistema local.
2Dq
Vetor de carregamentos distribuídos sobre um elemento de pórtico
plano.
3Dq
Vetor de carregamentos distribuídos sobre um elemento de pórtico
espacial.
2
l
Dk , 2
l
Dm e 2
l
Dc
Matrizes de rigidez, massa consistente e amortecimento de um
elemento de pórtico plano no sistema local.
3
l
Dk , 3
l
Dm e 3
l
Dc
Matrizes de rigidez, massa consistente e amortecimento de um
elemento de pórtico espacial no sistema local.
2
l
Dpeq
Vetor de forças nodais equivalentes às cargas distribuídas num
elemento de pórtico plano no sistema local.
3
l
Dpeq
Vetor de forças nodais equivalentes às cargas distribuídas num
elemento de pórtico espacial no sistema local.
2
s
Dm
Matriz de massa de uma seção de um elemento de pórtico plano no
sistema local.
3
s
Dm
Matriz de massa de uma seção de um elemento de pórtico espacial
no sistema local.
2
l
Df
Vetor de forças externas em um elemento de pórtico plano no
sistema local.
3
l
Df
Vetor de forças externas em um elemento de pórtico espacial no
sistema local.
2DR
Matriz de rotação bidimensional do sistema global para o sistema
local de coordenadas.
16
3DR
Matriz de rotação tridimensional do sistema global para o sistema
local de coordenadas.
3 3xA
Matriz quadrada 3 x 3 em que cada linha representa um dos vetores
base do sistema local ( lx , ly e lz ) expresso em coordenadas do
sistema global (gx ,
gy e gz ).
3 30 x Matriz nula quadrada 3 x 3.
xzv
Vetor em coordenadas globais de um elemento de pórtico espacial,
contido no plano local l lx z e não paralelo a lx , definido pelo
usuário da rotina computacional.
2
g
Dp
Vetor de forças nodais de um elemento de pórtico plano no sistema
global.
3
g
Dp
Vetor de forças nodais de um elemento de pórtico espacial no
sistema global.
2
g
Dd , 2
g
Dd e 2
g
Dd
Vetor de deslocamentos, velocidades e acelerações nodais de um
elemento de pórtico plano no sistema global de coordenadas.
3
g
Dd , 3
g
Dd e 3
g
Dd
Vetor de deslocamentos, velocidades e acelerações nodais de um
elemento de pórtico espacial no sistema global de coordenadas.
2
g
Dk , 2
g
Dm e 2
g
Dc
Matrizes de rigidez, massa consistente e amortecimento de um
elemento de pórtico plano no sistema global.
3
g
Dk , 3
g
Dm e 3
g
Dc
Matrizes de rigidez, massa consistente e amortecimento de um
elemento de pórtico espacial no sistema global.
2
g
Df
Vetor de forças externas em um elemento de pórtico plano no
sistema global.
3
g
Df
Vetor de forças externas em um elemento de pórtico espacial no
sistema global.
D , D e D
Vetor de deslocamentos, velocidades e acelerações da estrutura.
iH
Matriz de incidência cinemática do i-ésimo elemento de barra.
P
Vetor de forças externas na estrutura.
n
Número de elementos finitos da estrutura.
eK , eM e eC
Matrizes de rigidez, massa consistente e amortecimento da
estrutura.
cf Escalar de força de contato de uma roda de um veículo e um
elemento de passagem de carga.
wf Peso do veículo transferido a uma roda.
cf Escalar da variação da força de contato entre uma roda de um
veículo e um elemento de passagem de carga.
g Aceleração da gravidade.
17
pu , pu e
pu
Vetores de deslocamentos, velocidades, acelerações nodais de um
elemento da estrutura de passagem de carga.
v
Velocidade do veículo cuja roda está em contato com um elemento
de passagem de carga.
cN Vetor de funções hermitianas cúbicas.
,c xN
Vetor da primeira derivada em relação a x das funções hermitianas
cúbicas.
,c xxN
Vetor da segunda derivada em relação a x das funções hermitianas
cúbicas.
cr Escalar de irregularidade, no ponto de contato de uma roda com um
elemento estrutural de passagem de carga.
,c xr
Escalar da primeira derivada em relação a x da irregularidade, no
ponto de contato de uma roda com um elemento estrutural de
passagem de carga.
,c xxr
Escalar da segunda derivada em relação a x da irregularidade, no
ponto de contato de uma roda com um elemento estrutural de
passagem de carga.
pm , pc
e
pk
Matrizes de massa consistente, amortecimento e rigidez de um
elemento da estrutura de passagem de carga no sistema local de
coordenadas.
M , C e K
Matrizes de massa consistente, amortecimento e rigidez do sistema
veículo-estrutura.
F Vetor de carregamento global do sistema veículo-estrutura.
wF
Peso de um veículo.
pk Rigidez da suspensão primária de um veículo.
pc Amortecimento da suspensão primária de um veículo.
sk Rigidez da suspensão secundária de umveículo.
sc Amortecimento da suspensão secundária de um veículo.
18
1 Introdução
1.1 Tema e Motivação
A forte atividade de mineração realizada no Estado do Pará promove a extração
de minérios de ferro, ouro, manganês, bauxita, cobre e chumbo.
A Serra do Carajás, localizada no sudeste do Estado, abriga umas das mais
importantes jazidas minerais do mundo, cujo potencial foi descoberto em 1967,
passando a ser explorada desde a década de oitenta pela Companhia Vale do Rio Doce.
Em 2005, a produção de minério de ferro em Carajás foi de 72,5 milhões de
toneladas, com aumento de 4,5% frente ao ano anterior. Cerca de 20% do minério de
ferro extraído no País provem da Serra do Carajás.
A companhia Vale do Rio Doce iniciou suas atividades como empresa
mineradora e o minério de ferro é, até hoje, o principal produto desta empresa. A
empresa ocupa a posição de maior exportadora de minério de ferro, comercializando seu
produto para indústrias siderúrgicas do mundo inteiro.
O minério de ferro extraído pela empresa também é comercializado com
empresas localizadas ao longo da Estrada de Ferro Carajás (EFC) ainda no Estado do
Pará, tais como Cosipar, Ibérica, Usimar, entre outras, as quais utilizam o minério de
ferro como matéria-prima para a fabricação de ferro-gusa, que é exportado, em parte,
pelo Porto de Vila do Conde localizado na foz dos rios Tocantins e Amazonas.
No Brasil, a empresa Vale do Rio Doce explora o minério de ferro em três
sistemas integrados, cada um formado por mina, ferrovia, pelotização e terminal
marítimo. Um desses sistemas é o sistema Norte, o qual engloba as atividades de
extração, beneficiamento, expedição, pelotização, estocagem e embarque de minérios de
ferro em Ponta da Madeira (São Luís/MA).
O sistema Norte é composto pelo Complexo Minerador da Serra dos Carajás e o
Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM). A essas atividades está integrado o
transporte de minério através da EFC (Estrada de Ferro Carajás).
A EFC conecta a Serra dos Carajás ao Terminal Marítimo de Ponta da Madeira,
com extensão de 892 Km. Sua construção teve início em 1982 e a ferrovia entrou em
operação em 1985.
O sistema ferroviário brasileiro totaliza 29.706 quilômetros, concentrando-se nas
regiões Sul, Sudeste e Nordeste, atendendo parte do Centro-Oeste e Norte do País. O
setor ferroviário participou na matriz de transporte de carga no Brasil com o percentual
19
de 20,86% em 2000, considerando o total de carga transportada no País (Fonte:
GEIPOT).
O modal de transporte ferroviário caracteriza-se, especialmente, por sua
capacidade de transportar grandes volumes, com elevada eficiência energética,
principalmente em casos de deslocamentos a médias e grandes distâncias. Apresenta
também algumas vantagens em relação aos modais rodoviário e aéreo. Essas vantagens
estão relacionadas com a maior capacidade do veículo de transporte, menores custos de
transporte, redução de gastos energéticos, menor impacto ambiental, devido às baixas
emissões de gases nocivos para a atmosfera, e ao pequeno número de acidentes.
O sistema ferroviário brasileiro é o maior da América Latina, no que diz respeito
à carga transportada, atingindo 162,2 bilhões de tku (tonelada kilômetro útil) em 2001
(Fonte: ANTT).
As ferrovias necessitam vencer obstáculos provocados por acidentes
geográficos, ou mesmo transpor rios, lagos e baías. Além disso, o fato deste tipo de via
não permitir curvas horizontais com raio diminuto, intensifica a necessidade de obras de
arte especiais para transpor esses obstáculos.
Em decorrência deste fato, ao longo da EFC estão dispostas várias pontes e
viadutos. O comportamento estrutural das pontes e viadutos é bastante complexo. Estas
construções são solicitadas por cargas móveis que induzem efeitos dinâmicos na
estrutura que são função de vários fatores, tais como do tipo e velocidade do veículo,
irregularidades na via permanente ou trilho, propriedades do lastro, do dormente e
características dinâmicas da estrutura (freqüências naturais, modos de vibração e taxas
de amortecimento).
No Brasil, apesar de sua enorme bacia hidrográfica, que demanda por inúmeras
pontes para integrar ferrovias e rodovias, as pesquisas sobre pontes são ainda escassas.
Cabe destacar que a região Norte do Brasil, reconhecidamente rica em recursos
naturais, mas ainda carente em termos de desenvolvimento social, desenvolvimento
tecnológico e investimentos em pesquisa, necessita de ações imediatas direcionadas
para a solução de seus problemas.
Assim, torna-se necessário gerar conhecimento local sobre o complexo
comportamento estrutural de pontes e viadutos submetidos a cargas dinâmicas devido a
passagem de trens, fornecendo subsídios para o projeto e a avaliação estrutural de
pontes e viadutos, e fazendo com que a Região Norte e, consequentemente, o País
avancem no conhecimento do comportamento destas obras de arte especiais quando
submetidas a cargas dinâmicas, devidas ao tráfego de trens.
20
1.2 Objetivos
A presente dissertação tem como objetivo geral realizar uma implementação
computacional para análise dinâmica plana e espacial de pontes submetidas a cargas
dinâmicas de veículos, considerando inclusive interação entre veículo e estrutura.
Este trabalho faz parte dos trabalhos do grupo de pesquisa NICAE da Faculdade
de Engenharia Civil da UFPA e tem como inovação a análise dinâmica espacial do
sistema veículo-estrutura, constituindo-se em generalização do trabalho de análise
dinâmica plana elaborado por Montoya (2009).
Os objetivos específicos podem ser discriminados como:
a) Traduzir, para a linguagem computacional do software MatLab, a parte de
análise dinâmica do programa computacional de análise dinâmica bidimensional
de pontes desenvolvido em linguagem Visual Basic por Montoya (2009);
b) Implementar computacionalmente uma análise estática, modal e dinâmica de
pontes bi e tridimensionais sujeitas a modelos de veículo bi e tridimensionais,
respectivamente;
c) Inclusão de função de irregularidade longitudinal senoidal nos elementos de
barra de passagem da carga dinâmica;
d) Estudar exemplos simples para validação/comparação com a literatura e com o
programa comercial SAP 2000;
e) Avaliar exemplo simplificado de ponte real mediante análise dinâmica
tridimensional;
f) Avaliar as formas de interação entre o veículo e a estrutura tridimensional,
considerando os quatro modelos de veículo; e
g) Avaliar efeitos de ressonância na estrutura tridimensional.
21
2 Revisão bibliográfica
A necessidade de se utilizar o modal ferroviário para o transporte de carga e
passageiros fez com que surgisse a preocupação com um aspecto estrutural associado ao
projeto de pontes e viadutos em ferrovias: os efeitos dinâmicos devido à carga dinâmica
gerada pelo tráfego de trens. A relevância deste fenômeno físico motivou os primeiros
estudos e continua a ser assunto de grande interesse dos engenheiros estruturais.
Apresenta-se a seguir uma breve descrição de alguns trabalhos sobre o
comportamento de pontes e viadutos, principalmente, em ferrovias.
As contribuições iniciais sobre o assunto datam de meados do século XIX com
os trabalhos de Willis (1849) e Stokes (1849).
Nos primeiros estudos do século XX, a ponte foi modelada como uma estrutura
de viga e o veículo como uma carga concentrada em movimento ou como uma massa
em movimento, como visto em Timoshenko (1922), Jeffcott (1929) e Lowan (1935).
Maunder (1960) trata do paradoxo de Timoshenko, que surge ao se comprovar
que o trabalho líquido realizado por uma força ao atravessar uma viga é nulo, apesar de
a viga ficar em estado de vibração livre (e, portanto, com certa energia cinética) quando
a carga já a abandonou. Ele explica o paradoxo imaginando um pequeno disco de massa
desprezível que transmite força a uma viga.
Ainda na década de 60, Bolotin (1964) estudou uma viga submetida a uma
seqüência infinita de carregamentos idênticos e igualmente espaçados d e com
velocidade constante v . Neste estudo, o período d v dos carregamentos em movimento
foi identificado como um parâmetro importante.
Frýba (1972) apresentou a solução analítica de problemas de vibração de vigas
devido à passagem de diversos modelos representando os veículos e concluiu, para o
mesmo problema de Bolotin, que a resposta do regime permanente em decorrência da
vibração forçada atingirá seu máximo quando o intervalo de tempo entre dois
carregamentos sucessivos for igual a alguns períodos da viga em vibração livre ou a um
múltiplo destes períodos.
Vu-Quoc e Olsson (1989) mostram uma formulação extensa e rigorosa das
equações de movimento do sistema veículo-estrutura e propõem um algoritmo
computacional eficiente para a análise da interação entre trens de alta velocidade e
estruturas flexíveis. Em contradição com as abordagens tradicionais do problema, neste
caso a velocidade nominal do veículo é considerada como uma variável desconhecida.
22
O algoritmo proposto leva a resultados precisos que satisfazem essencialmente o
balanço de energia do sistema. A presente formulação realmente resolve o paradoxo de
Timoshenko relativo a problemas de carga em movimento.
Olsson (1991) apresenta o desenvolvimento do problema da carga móvel. O
modelo utilizado para a estrutura é a viga de Euller-Bernoulli, e por isso a relação
altura/comprimento da viga deve ser pequena. Ademais, se despreza a inércia à rotação
no desenvolvimento da equação de equilíbrio porque se supõe que os modos superiores
não se excitam significativamente. O autor indica que esta última hipótese apenas se
verifica se a velocidade de passo não é excessivamente elevada, mas não dá limites
indicativos para a mesma. Uma das conclusões obtidas mais interessante e intuitiva é o
feito de que, quando uma determinada velocidade adimensional é maior do que um, a
máxima resposta se produz quando a carga deixa a ponte, já que esta se assemelha a um
impacto.
Yang et al. (1997) estudaram a vibração de vigas simplesmente apoiadas
submetidas a trens em alta velocidade. O trem foi modelado como dois sub-sistemas de
cargas de roda espaçados em intervalos constantes. Através de uma abordagem analítica
que considera a inércia dos sub-sistemas em movimento e sua interação com a estrutura,
os principais parâmetros que governam a resposta dinâmica da viga são determinados.
Para a avaliação do efeito de inércia mencionado foram obtidas soluções numéricas
valendo-se do método de Newmark. Baseado na condição de ressonância e no
cancelamento das ondas geradas pelo contínuo movimento das cargas na viga, critérios
de projeto ótimos para suprimir a resposta ressonante são propostos. Neste estudo se
concluiu que: a primeira ressonância representa a condição mais crítica e deveria ser
evitada em projetos reais; o efeito da inércia dos veículos em movimento tende a
aumentar o período de vibração da viga, fazendo com que os picos de ressonância
cambiem para velocidades menores; quanto menor o vão da viga maior será o fator de
impacto para o deslocamento da viga; e quando a razão do vão pelo comprimento do
veículo iguala 1,5 não haverá resposta ressonante induzida na viga, desde que a primeira
ressonância tenha sido suprimida.
Henchi e Fafard (1999) mostram um modelo numérico avançado para a análise
dinâmica das pontes. A deformada da estrutura é aproximada mediante uma combinação
de funções de forma trigonométricas e hiperbólicas, obtendo-se uma matriz de rigidez
dinâmica que permite a obtenção das frequências exatas da ponte com um único
elemento.
23
Frýba (2001) investigou vibrações de ressonância em pontes ferroviárias sujeitas
a trens de alta velocidade. Um modelo teórico de ponte foi estudado fornecendo a
estimativa das amplitudes em vibração livre. Além disso, a análise fornece as
velocidades críticas nas quais a vibração de ressonância pode ocorrer. Conclui que a
vibração de ressonância ocorre por duas razões: ações repetidas de eixos de carga e a
velocidade em si. Aponta também que as máximas amplitudes de vibração de
ressonância aparecem no momento em que o último eixo deixa a ponte.
Expressões analíticas do fator de amplificação dinâmica e do espectro de
resposta característico foram obtidos por Savin (2001) para vigas fracamente
amortecidas, com várias condições de contorno, e sujeitas a carregamentos pontuais se
movendo a uma velocidade constante. Esses coeficientes são dados como função do
comprimento de onda do carregamento e do quociente do comprimento do vão pelo
comprimento de onda do carregamento. Esses resultados são particularmente úteis no
pré-projeto de pontes ferroviárias e na avaliação dos níveis máximos de vibração
esperados em decorrência da passagem de trens de alta velocidade.
Cheng et al. (2001) propõem um novo elemento denominado ponte-trilho-
veículo para realizar a investigação entre um trem em movimento e o trilho e a ponte
que o suportam. O trem é modelado com dois graus de liberdade como uma série de
sistemas massa-mola-amortecedor, localizados no eixo do veículo. O elemento ponte-
trilho-veículo consiste de veículos modelados como sistemas massa-mola-amortecedor,
um elemento de viga superior para modelar o trilho e um elemento de viga inferior para
modelar a ponte. Os dois elementos de viga são conectados por uma série de molas e
amortecedores para modelar o lastro. Os resultados mostram que os efeitos do trilho na
resposta dinâmica da ponte é insignificante. Por outro lado, o efeito da ponte na resposta
dinâmica do trilho é significativa.
Goicolea et al. (2002) apontaram que o projeto de pontes ferroviárias para trens
de alta velocidade, em decorrência da real possibilidade de ressonância, requer a
consideração de vibração sobre carregamentos móveis. Com esse intuito diversos
modelos de análise são descritos neste artigo, de menor ou maior complexidade.
Afirmam também que é importante aplicar estes métodos de análise para desenvolver
métodos de projeto e normas que sejam suficientemente práticas, seguras e simples de
se usar. A versão não final das normas IAPF e a versão final da norma Eurocode 1 de
ações em pontes cobrem adequadamente esta necessidade de análise dinâmica para
linhas de alta velocidade.
24
Romero (2002) apresentou diversos aspectos do comportamento dinâmico de
pontes isostáticas ferroviárias para trens de alta velocidade. Nesta tese, foram estudados
os fatores mais importantes para a predição das respostas dinâmicas das pontes, quais
sejam os modos e os modelos de veículos que são considerados. A principal conclusão
deste trabalho é a importância de se ter em conta os fenômenos de ressonância na
análise dinâmica de pontes isostáticas, assim como, a conveniência de se empregar
modelos de interação.
Correa (2003) estudou as vibrações em pontes ferroviárias produzidas pela
passagem de um trem elétrico típico utilizado nas vias férreas urbanas brasileiras. Os
modelos de trem vão desde forças concentradas até sistema massa-mola-amortecedor
com seis graus de liberdade. É também considerada a interação trem-trilhos-ponte,
considerando irregularidade nos trilhos e rodas e lastro granular e elastomérico. O
sistema trem-trilhos-ponte é discretizado em elementos finitos e as equações integrais
de movimento são integradas numericamente pelo método de Newmark.
Yang et al. (2005) estudaram novamente a interação dinâmica de um veículo em
movimento e a ponte que o suporta. Desta vez, através do método da superposição
modal, soluções exatas foram obtidas para a resposta vertical tanto da ponte quanto do
veículo, assumindo que a razão da massa do veículo pela da ponte é pequena.
Yau e Frýba (2007) estudaram a vibração de uma ponte suspensa sujeita à carga
móvel eqüidistante e de mesmo valor e a deslocamentos decorrentes de terremoto,
enquanto Xia et al. (2008) estabeleceram um modelo dinâmico de vento-trem-ponte e
concluíram que o vento tem grande influência no sistema trem-ponte.
Correa (2008) estudou o problema de vibração induzida em estruturas de aço de
pontes ferroviárias devido a passagem de trens, juntamente com sistemas alternativos
para atenuação da vibração por meio de dispositivos de controle passivo. As cargas
dinâmicas dos trens são descritas por um modelo mecânico-analítico com nove graus de
liberdade. A modelagem numérica tridimensional do sistema mecânico-estrutural de
uma ponte ferroviária é feita pelo Método dos Elementos Finitos, levando em
consideração a interação trem-trilhos-dormentes-estrutura e as irregularidades
geométricas, determinísticas e aleatórias, nas rodas e nos trilhos.
Em trabalho desenvolvido no NICAE, no âmbito de um projeto de pesquisa em
convênio com a companhia mineradora Vale S/A, Montoya (2009) realizou a análise
dinâmica de pontes sujeitas à passagem de veículos, através da utilização do método dos
elementos finitos para a modelagem bidimensional da ponte e a integração numérica da
equação diferencial do modelo dinâmico veículo-estrutura valendo-se do método de
25
Newmark. Houve consideração de interação veículo-estrutura, sendo o veículo
modelado com vários graus de liberdade. Foi construído algoritmo computacional em
linguagem Visual Basic para implementação da análise numérica.
O Trabalho desenvolvido nesta dissertação baseia-se nos trabalhos de Cheng et
al. (2001), Romero (2002), Correa (2003) e Montoya (2009). Todos esses trabalhos
tratam de análise dinâmica bidimensional de pontes.
A implementação computacional desenvolvida abrange tanto análise bi quanto
tridimensional de estruturas (formadas por elementos de barra) sujeitas à carga dinâmica
de veículo ferroviário.
26
3 Modelagem de veículos ferroviários
3.1 Descrição dos elementos dos veículos ferroviários
Em razão da presente dissertação fazer parte dos trabalhos do projeto de
pesquisa em pontes ferroviárias sujeitas a passagem de trens de carga (em convênio com
a Vale S/A), discorrer-se-á brevemente sobre os componentes do trem de carga.
Entretanto, o programa computacional desenvolvido nesta dissertação aplica-se tanto a
pontes ferroviárias como rodoviárias e, consequentemente a veículos ferroviários (de
carga e passageiros) e rodoviários.
Os trens destinados ao transporte de carga são constituídos por uma locomotiva,
sendo a mais usual a Diesel-elétrica, e uma grande quantidade de vagões (Figura 3.1).
Figura 3.1 - Locomotiva Diesel-elétrica.
A locomotiva Diesel-elétrica possui sua fonte de energia motora. Esta energia é
usualmente provida por motores de tração elétricos que acionam os eixos. Vagões são a
parte do material rodante que é rebocado e também responsável pela movimentação da
carga (Correa, 2008).
As rodas são fabricadas com aço manganês e são conectadas aos eixos formando
o rodeiro (Figura 3.2), que recebe as cargas oriundas das caixas do veículo (locomotiva
ou vagão) através dos mancais.
Dois conjuntos de rodeiros e mais o sistema de suspensão formam os truques
(Figura 3.3), sobre os quais repousa, no caso do trem de cargas, a locomotiva e os
vagões. Os truques têm como vantagem a redução da base rígida dos veículos, assim
como diminuição das vibrações transmitidas, devido às imperfeições existentes nas vias
férreas.
27
Os truques são constituídos, basicamente por duas suspensões, uma primária,
composta por molas helicoidais; e outra secundária, formada por bolsas de ar fixadas
entre caixa do veículo e chassi do truque (Correa, 2003).
Figura 3.2 - Rodeiro de truque. Figura 3.3– Truque para vagão de transporte
de carga.
3.2 Formulação matemática básica do movimento dos veículos
Os trens são sistemas mecânicos com vários graus de liberdade, com molas de
comportamento linear e não-linear e, também, amortecimento, que pode ser hidráulico e
pneumático. Durante a passagem do trem sobre uma estrutura de ponte, o seu peso
próprio combinado com a inércia de sua massa pode causar vibrações que afetam a
integridade estrutural da ponte. Numa análise dinâmica, estes sistemas são comumente
simplificados, dependendo do tipo de análise, bidimensional ou tridimensional, que se
propõe realizar (Battista, 1995, apud Correa, 2008).
Os modelos dos veículos, integrantes do trem, podem ser obtidos tanto a partir
do princípio de D’Alembert (equilíbrio dinâmico de forças) quanto a partir das equações
de Euler-Lagrange (equilíbrio em termos de energia). Esta última forma foi utilizada
para o desenvolvimento das equações de movimento que serão apresentadas nas duas
seções seguintes.
Foram consideradas certas hipóteses para a análise de um veículo: as molas de
suspensão se comportam linearmente; os deslocamentos angulares são pequenos e por
isso o seno e a tangente de um ângulo de giro são considerados iguais ao próprio
ângulo; todos os componentes do veículo movem-se na mesma velocidade; e é
considerado que não ocorre descontinuidade entre a roda e a ponte, ou seja, que a roda
não se separa do elemento da estrutura sobre o qual ela se movimenta.
A equação de Euler-Lagrange apresenta o seguinte formato:
28
( ) ( )
0j j
d T V T V
dt q q (3.1)
onde:
T é a energia cinética do sistema;
V é a energia potencial do sistema; e
jq representa o j-ésimo grau de liberdade do sistema.
Denomina-se Lagrangeano L T V à diferença da energia cinética menos a
energia potencial de um sistema. A Equação (3.1) foi desenvolvida independentemente
por Euler e Lagrange, daí ser denominada equação de Euler-Lagrange. Para descrever
todo o movimento do sistema, deve-se escrever esta equação para cada um dos graus de
liberdade do sistema.
A Equação (3.1) descreve o movimento de um sistema de forma estática, de
forma similar ao Princípio de D’Alembert, mas em termos de energia. É possível
escrever várias formas de funções dissipativas, quando o sistema não for conservativo.
Quando parte da energia do sistema for dissipada por elementos submetidos a forças
que sejam proporcionais a sua velocidade, é possível acrescentar uma parcela à equação
de Euler-Lagrange utilizando uma função dissipativa, aqui denominada R (Barbosa,
1999, apud Montoya, 2009):
0j j j
d L L R
dt q q q
(3.2)
3.3 Modelos de veículo bidimensionais
3.3.1 Modelo de veículo simulado por carga móvel concentrada
Nos casos em que o efeito da inércia do veículo for muito menor que o efeito do
seu peso próprio, podendo assim ser desprezada, o modelo mais simples é o de cargas
verticais móveis aplicadas nos pontos de contato das rodas com os trilhos. As
magnitudes dessas forças são iguais às forças estáticas e se movimentam com
velocidade constante sobre a estrutura. Não existe interação entre veículo e estrutura
neste modelo.
29
Figura 3.4– Modelo de veículo 2D simulado por carga móvel concentrada.
3.3.2 Modelo de veículo constituído apenas de massa
O modelo com elemento de massa é o modelo de interação mais simples, pois a
massa total do veículo é considerada como um elemento externo à estrutura e será
acoplada convenientemente à matriz de massa da estrutura. Entretanto, este modelo não
possui rigidez nem amortecimento.
Figura 3.5 – Modelo de veículo 2D constituído de massa.
Os símbolos empregados na Figura 3.5 têm o seguinte significado:
ry é o deslocamento vertical do centro de gravidade da roda de um veículo; e
rm é a massa total de um veículo (caixa + truques + rodas).
De uma forma geral, as equações de equilíbrio para qualquer tipo de veículo em
vibração livre que irá interagir com a estrutura pode ser escrita como (Romero, 2002):
0 0
. . .0 0
v v vvv vr vv vrvv
rv rr rv rrrr r r r
u u uC C K KM
C C K KM u u u (3.3)
onde:
vvM , rrM são sub-matrizes de massa de um veículo (massas suspensas e rodas);
vvC , vrC , rvC , rrC são sub-matrizes de amortecimento de um veículo (massas suspensas
e rodas);
vvK , vrK , rvK , rrK são sub-matrizes de rigidez de um veículo (massas suspensas e
rodas);
30
vu , vu e vu são vetores de deslocamentos, velocidades e acelerações dos graus de
liberdade das massas suspensas (caixa e truques) de um veículo; e
ru , ru e ru são vetores de deslocamentos, velocidades e acelerações dos graus de
liberdade das massas acopladas (rodas) de um veículo.
No caso do modelo de massa para o veículo mostrado na Figura 3.5, o
deslocamento generalizado é representado pelo único grau de liberdade do veículo ry . A
equação de Euler-Lagrange que define o equilíbrio dinâmico deste veículo é:
0r r r
d L L R
dt y y y (3.5)
O Lagrangeano do sistema é dado por:
2 21 1( ) 0 ( )
2 2r r r rL m y m y (3.6)
A função de dissipação de energia R do sistema é nula. Assim, a equação de
movimento do veículo com um grau de liberdade é dada por:
0r rm y (3.7)
Os termos integrantes da Equação (3.3), tendo-se como referência a Equação
(3.7), são assim identificados:
0vvM rr rM m
0vv rv vr rrC C C C
0vv rv vr rrK K K K
0vu r ru y (3.8)
3.3.3 Modelo de veículo de interação simplificada
Este modelo é o mais simples que considera interação do veículo com a matriz
de massa, amortecimento e rigidez da estrutura.
31
Figura 3.6 – Modelo de veículo 2D simplificado.
Os símbolos empregados na Figura 3.6 têm o seguinte significado:
vy é o deslocamento vertical do centro de gravidade da massa total suspensa de um
veículo;
ry é o deslocamento vertical do centro de gravidade da roda de um veículo;
vm é massa total suspensa de um veículo (caixa + truques);
rm é a massa total das rodas de um veículo;
1k é a rigidez total da suspensão (primária e secundária) de um veículo; e
1c é o amortecimento total da suspensão (primária e secundária) de um veículo.
A Figura 3.7 ilustra os 2 graus de liberdade deste modelo de veículo e o seu
único deslocamento generalizado, representado pelo deslocamento relativo entre a
massa suspensa e a não suspensa.
Figura 3.7 – Deslocamento generalizado e graus de liberdade do modelo simplificado 2D.
Neste modelo de veículo, tem-se 2 graus de liberdade e, portanto, existem duas
equações de Euler-Lagrange. O único deslocamento generalizado é dado por:
1 ( )v ry y (3.9)
32
As equações de Euler-Lagrange que definem o equilíbrio dinâmico deste modelo
de veículo são:
0v v v
d L L R
dt y y y 0
r r r
d L L R
dt y y y (3.10)
O Lagrangeano do veículo é a diferença da energia cinética pela energia
potencial, sendo dado por:
2 2 2
1 1
1 1 1( ) ( ) ( )
2 2 2v v r rL m y m y k (3.11)
A função de dissipação de energia do veículo é dada por:
2
1 1
1( )
2R c (3.12)
Desenvolvendo cada um dos termos das Equações (3.10), valendo-se das
Equações (3.11) e (3.12), tem-se as equações de movimento para o veículo com dois
graus de liberdade:
1 1( ) ( ) 0v v v r v rm y c y y k y y
1 1( ) ( ) 0r r v r v rm y c y y k y y (3.13)
Os termos integrantes da Equação (3.3), tendo-se como referência as Equações
(3.13), são assim identificados:
vv vM m rr rM m
1vv rrC C c 1rv vrC C c
1vv rrK K k 1rv vrK K k
v vu y r ru y (3.14)
3.3.4 Modelo de veículo de interação completa
Neste modelo, um veículo é modelado com 10 (dez) graus de liberdade. São
modeladas a massa da caixa, a massa dos truques, traseiro e dianteiro, e as massas das
rodas dos quatro eixos. As massas da caixa e dos truques têm as propriedades de
deslocar-se verticalmente e girar ao redor de seu próprio eixo. Também é modelado o
sistema de suspensão, primário e secundário, para os quais são definidas as propriedades
de rigidez e amortecimento.
33
Figura 3.8 – Modelo de veículo 2D completo.
Os símbolos empregados na Figura 3.8 têm os seguintes significados:
vy é o deslocamento vertical do centro de gravidade da caixa de um veículo;
v é a rotação da caixa de um veículo em torno do seu eixo transversal;
siy é o deslocamento vertical do centro de gravidade do i-ésimo truque de um veículo;
si é a rotação do i-ésimo truque de um veículo em torno do seu eixo transversal;
riy é o deslocamento vertical do centro de gravidade da i-ésima roda de um veículo;
f é a distância do centro da caixa ao centro dos truques, no plano cuja normal é
transversal ao veículo;
d é a distância do centro dos truques ao rodeiro, no plano cuja normal é transversal ao
veículo;
vm é a massa da caixa de um veículo;
vI é o momento de inércia da caixa de um veículo em torno do seu eixo transversal;
sim é a massa do i-ésimo truque de um veículo;
siI é o momento de inércia do i-ésimo truque de um veículo em torno do seu eixo
transversal;
rm é a massa das duas rodas de um rodeiro de um veículo;
ik é o dobro da rigidez das suspensões primária ou secundária de um veículo; e
ic é o dobro do amortecimento das suspensões primária ou secundária de um veículo.
A Figura 3.9 ilustra os 10 graus de liberdade deste modelo de veículo e os seus 6
deslocamentos generalizados:
34
Figura 3.9 – Deslocamentos generalizados e graus de liberdade do modelo completo 2D.
Os deslocamentos generalizados são dados por:
1 1( )v v sy f y 2 2( )v v sy f y
3 1 1 1( )s s ry d y 4 1 1 2( )s s ry d y
5 2 2 3( )s s ry d y 6 2 2 4( )s s ry d y (3.15)
As equações de Euler-Lagrange que definem o equilíbrio dinâmico deste modelo
de veículo são:
0v v v
d L L R
dt y y y 0
v v v
d L L R
dt
1 1 1
0s s s
d L L R
dt y y y
1 1 1
0s s s
d L L R
dt
2 2 2
0s s s
d L L R
dt y y y
2 2 2
0s s s
d L L R
dt
1 1 1
0r r r
d L L R
dt y y y
2 2 2
0r r r
d L L R
dt y y y
3 3 3
0r r r
d L L R
dt y y y
4 4 4
0r r r
d L L R
dt y y y (3.16)
O Lagrangeano deste modelo de veículo é dado por:
2 2 2 2 2
1 1 1 1 2 2
2 2 2 2 2
2 2 1 1 2 2 3 3 4 4
2 2 2 2 2 2
1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6
1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2
1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ]2 2 2 2 2 2
v v v v s s s s s s
s s r r r r r r r r
L m y I m y I m y
I m y m y m y m y
k k k k k k
(3.17)
A função de dissipação de energia do veículo é dada por:
35
2 2 2 2 2 2
1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6
1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2 2R c c c c c c (3.18)
Desenvolvendo cada um dos termos das Equações (3.16), valendo-se das
Equações (3.17) e (3.18), tem-se as equações de movimento para o veículo com 10
graus de liberdade:
1 1 2 2 1 1 2 2( ) ( ) ( ) ( ) 0v v v v s v v s v v s v v sm y c y f y c y f y k y f y k y f y
1 1 2 2
1 1 2 2
( ) ( )
( ) ( ) 0
v v v v s v v s
v v s v v s
I c y f y f c y f y f
k y f y f k y f y f
1 1 1 1 3 1 1 1 4 1 1 2
1 1 3 1 1 1 4 1 1 2
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) 0
s s v v s s s r s s r
v v s s s r s s r
m y c y f y c y d y c y d y
k y f y k y d y k y d y
1 1 3 1 1 1 4 1 1 2
3 1 1 1 4 1 1 2
( ) ( )
( ) ( ) 0
s s s s r s s r
s s r s s r
I c y d y d c y d y d
k y d y d k y d y d
2 2 2 2 5 2 2 3 6 2 2 4
2 2 5 2 2 3 6 2 2 4
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) 0
s s v v s s s r s s r
v v s s s r s s r
m y c y f y c y d y c y d y
k y f y k y d y k y d y
2 2 5 2 2 3 6 2 2 4
5 2 2 3 6 2 2 4
( ) ( )
( ) ( ) 0
s s s s r s s r
s s r s s r
I c y d y d c y d y d
k y d y d k y d y d
1 1 3 1 1 1 3 1 1 1( ) ( ) 0r r s s r s s rm y c y d y k y d y
2 2 4 1 1 2 4 1 1 2( ) ( ) 0r r s s r s s rm y c y d y k y d y
3 3 5 2 2 3 5 2 2 3( ) ( ) 0r r s s r s s rm y c y d y k y d y
4 4 6 2 2 4 6 2 2 4( ) ( ) 0r r s s r s s rm y c y d y k y d y (3.19)
Os termos integrantes da Equação (3.3), tendo-se como referência as Equações
(3.19), são assim identificados:
1
1
2
2
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0
v
v
s
vv
s
s
s
m
J
mM
J
m
J
0 0 0
0 0 0
00 0
00 0
r
r
rr
r
r
m
mM
m
m
36
1 2 1 2 1 2
2
1 2 1 2 1 2
1 1 1 3 4 3 4
2
3 4 3 4
2 2 2 5 6 5 6
2
5 6 5 6
( ) 0 0
( ) ( ) 0 0
( ) 0 0
0 0 ( ) ( ) 0 0
0 0 ( )
0 0 0 0 ( ) ( )
vv
c c c c f c c
c c f c c f c f c f
c c f c c c c c dC
c c d c c d
c c f c c c c c d
c c d c c d
3 4
3 4
5 6
5 6
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
vr
c cC
c d c d
c c
c d c d
T
rv vrC C
3
4
5
6
0 0 0
0 0 0
00 0
00 0
rr
c
cC
c
c
1 2 1 2 1 2
2
1 2 1 2 1 2
1 1 1 3 4 3 4
2
3 4 3 4
2 2 2 5 6 5 6
2
5 6 5 6
( ) 0 0
( ) ( ) 0 0
( ) 0 0
0 0 ( ) ( ) 0 0
0 0 ( )
0 0 0 0 ( ) ( )
vv
k k k k f k k
k k f k k f k f k f
k k f k k k k k dK
k k d k k d
k k f k k k k k d
k k d k k d
3 4
3 4
5 6
5 6
0 0 0 0
0 0 0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
vr
k kK
k d k d
k k
k d k d
T
rv vrK K
3
4
5
6
0 0 0
0 0 0
00 0
00 0
rr
k
kK
k
k
1
1
2
2
v
v
s
v
s
s
s
y
yu
y
1
2
3
4
r
r
r
r
r
y
yu
y
y
(3.20)
3.4 Modelos de veículo tridimensionais
3.4.1 Modelo de veículo simulado por carga móvel concentrada
Este modelo considera que cada rodeiro de veículo é representado por uma força
concentrada. Esse modelo é similar ao bidimensional, com a particularidade de que essa
37
força se divide igualmente entre dois elementos finitos paralelos da estrutura
tridimensional.
3.4.2 Modelo de veículo constituído apenas de massa
Considera-se a massa do veículo como um elemento externo à estrutura e
composta da massa da caixa, dos truques e das rodas. Esta massa conjunta será acoplada
ao sistema convenientemente e aplicará uma força de interação à estrutura
correspondente ao peso do veículo. Este modelo de veículo não possui rigidez e
amortecimento.
Figura 3.10 – Modelo de veículo 3D constituído de massas.
Os símbolos empregados na Figura 3.10 possuem o seguinte significado:
riy é o deslocamento vertical do centro de gravidade da i-ésima roda de um veículo; e
rm é a metade da massa total de um veículo (caixa + truques + rodas).
As equações de Euler-Lagrange que definem o equilíbrio dinâmico deste modelo
de veículo são:
1 1 1
0r r r
d L L R
dt y y y
2 2 2
0r r r
d L L R
dt y y y (3.21)
O Lagrangeano e a função de dissipação do veículo são dados por:
2 2
1 2
1 1( ) ( )
2 2r r r rL m y m y
0R (3.22)
Desenvolvendo cada um dos termos das Equações (3.21), valendo-se das
Equações (3.22), têm-se as equações de movimento para o veículo com 2 graus de
liberdade:
1 0r rm y 2 0r rm y (3.23)
Os termos integrantes da Equação (3.3), tendo-se como referência as Equações
(3.23), são assim identificados:
0vvM 0
0
r
rr
r
mM
m
0vv rv vr rrC C C C
38
0vv rv vr rrK K K K
0vu 1
2
r
r
r
yu
y (3.24)
3.4.3 Modelo de veículo de interação simplificada
Neste modelo, as massas da caixa e dos truques são consideradas conjuntamente,
enquanto a massa das duas rodas é considerada como acoplada à estrutura, existindo 4
graus de liberdade ( vy , v , 1ry e 2ry ). Considera-se assim a inércia rotacional da massa
suspensa do veículo em torno do seu eixo longitudinal.
Figura 3.11 – Modelo de veículo 3D simplificado.
Os símbolos empregados na Figura 3.11 têm o seguinte significado:
vy é o deslocamento vertical do centro de gravidade da massa total suspensa de um
veículo;
v é a rotação da massa suspensa total de um veículo em torno do seu eixo longitudinal;
riy é o deslocamento vertical do centro de gravidade da i-ésima roda de um veículo;
e é a distância do centro da massa suspensa total ao eixo das rodas, no plano cuja
normal é longitudinal ao veículo;
vm é massa total suspensa de um veículo (caixa + truques);
vJ é o momento de inércia da massa suspensa total de um veículo em torno do seu eixo
longitudinal;
rm é a metade da massa total das rodas de um veículo;
ik é a metade da rigidez total da suspensão (primária e secundária) de um veículo; e
ic é a metade do amortecimento total da suspensão (primária e secundária) de um
veículo.
39
A Figura 3.12 ilustra os 4 graus de liberdade deste modelo de veículo e os seus 2
deslocamentos generalizados:
Figura 3.12 – Deslocamentos generalizados e graus de liberdade do modelo simplificado 3D.
Os deslocamentos generalizados são dados por:
1 1( )v v ry e y 2 2( )v v ry e y (3.25)
As equações de Euler-Lagrange que definem o equilíbrio dinâmico deste modelo
de veículo são:
0v v v
d L L R
dt y y y 0
v v v
d L L R
dt
1 1 1
0r r r
d L L R
dt y y y
2 2 2
0r r r
d L L R
dt y y y (3.26)
O Lagrangeano deste modelo de veículo é dado por:
2 2 2 2 2 2
1 1 2 2 1 1 2 2
1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) [ ( ) ( ) ]
2 2 2 2 2 2v v v v r r r rL m y J m y m y k k (3.27)
A função de dissipação de energia do veículo é dada por:
2 2
1 1 2 2
1 1( ) ( )
2 2R c c (3.28)
Desenvolvendo cada um dos termos das Equações (3.26), valendo-se das
Equações (3.27) e (3.28), tem-se as equações de movimento para o veículo com 4 graus
de liberdade:
1 1 2 2 1 1 2 2( ) ( ) ( ) ( ) 0v v v v r v v r v v r v v rm y c y e y c y e y k y e y k y e y
1 1 2 2
1 1 2 2
( ) ( )
( ) ( ) 0
v v v v r v v r
v v r v v r
J c y e y e c y e y e
k y e y e k y e y e
40
1 1 1 1 1 1( ) ( ) 0r r v v r v v rm y c y e y k y e y
2 2 2 2 2 2( ) ( ) 0r r v v r v v rm y c y e y k y e y (3.29)
Os termos integrantes da Equação (3.3), tendo-se como referência a Equação
(3.29), são assim identificados:
0
0
v
vv
v
mM
J
0
0
r
rr
r
mM
m
1 2 1 2
2
1 2 1 2
( )
( ) ( )vv
c c c c eC
c c e c c e
1 2
1 2
vr
c cC
c e c e T
rv vrC C 1
2
0
0rr
cC
c
1 2 1 2
2
1 2 1 2
( )
( ) ( )vv
k k k k eK
k k e k k e
1 2
1 2
vr
k kK
k e k e T
rv vrK K 1
2
0
0rr
kK
k
v
v
v
yu
1
2
r
r
r
yu
y (3.30)
3.4.4 Modelo de veículo de interação completa
O modelo completo tridimensional de um veículo, mostrado na Figura 3.13,
contém 17 graus de liberdade. Este modelo permite a modelagem da caixa do veículo e
os truques, dianteiro e traseiro, com seus movimentos translacional vertical e
rotacionais, em torno dos eixos longitudinal e transversal.
41
Figura 3.13 – Modelo de veículo 3D completo.
Os símbolos empregados na Figura 3.13 têm os seguintes significados:
vy é o deslocamento vertical do centro de gravidade da caixa de um veículo;
v é a rotação da caixa de um veículo em torno do seu eixo transversal;
v é a rotação da caixa de um veículo em torno do seu eixo longitudinal;
siy é o deslocamento vertical do centro de gravidade do i-ésimo truque de um veículo;
si é a rotação do i-ésimo truque de um veículo em torno do seu eixo transversal;
si é a rotação do i-ésimo truque de um veículo em torno do seu eixo longitudinal;
riy é o deslocamento vertical do centro de gravidade da i-ésima roda de um veículo;
f é a distância do centro da caixa ao dos truques, no plano cuja normal é transversal ao
veículo;
d é a distância do centro dos truques ao rodeiro, no plano cuja normal é transversal ao
veículo;
s é a distância do centro da caixa ao eixo da suspensão secundária, no plano cuja
normal é longitudinal ao veículo;
e é a distância do centro dos truques ao centro das rodas, no plano cuja normal é
longitudinal ao veículo;
vm é a massa da caixa de um veículo;
vI é o momento de inércia da caixa de um veículo em torno do seu eixo transversal;
vJ é o momento de inércia da caixa de um veículo em torno do seu eixo longitudinal;
sim é a massa suspensa do i-ésimo truque de um veículo;
42
siI é o momento de inércia do i-ésimo truque de um veículo em torno do seu eixo
transversal;
siJ é o momento de inércia do i-ésimo truque de um veículo em torno do seu eixo
longitudinal;
rm é a massa de cada roda de um veículo;
ik é a rigidez das suspensões primária ou secundária de um veículo; e
ic é o amortecimento das suspensões primária ou secundária de um veículo.
A Figura 3.14 ilustra graus de liberdade deste modelo de veículo (no total de 17)
e seus deslocamentos generalizados (no total de 12):
Figura 3.14 – Deslocamentos generalizados e graus de liberdade do modelo completo 3D.
Os deslocamentos generalizados são dados por:
1 1 1( )v v v s sy f s s y 2 2 2( )v v v s sy f s s y
43
3 1 1( )v v v s sy f s s y 4 2 2( )v v v s sy f s s y
5 1 1 1 1( )s s s ry d b y 6 1 1 1 2( )s s s ry d b y
7 1 1 1 3( )s s s ry d b y 8 1 1 1 4( )s s s ry d b y
9 2 2 2 5( )s s s ry d b y 10 2 2 2 6( )s s s ry d b y
11 2 2 2 7( )s s s ry d b y 12 2 2 2 8( )s s s ry d b y (3.31)
As equações de Euler-Lagrange que definem o equilíbrio dinâmico deste modelo
de veículo são:
0v v v
d L L R
dt y y y 0
v v v
d L L R
dt 0
v v v
d L L R
dt
1 1 1
0s s s
d L L R
dt y y y
1 1 1
0s s s
d L L R
dt
1 1 1
0s s s
d L L R
dt
2 2 2
0s s s
d L L R
dt y y y
2 2 2
0s s s
d L L R
dt
2 2 2
0s s s
d L L R
dt
1 1 1
0r r r
d L L R
dt y y y
2 2 2
0r r r
d L L R
dt y y y
3 3 3
0r r r
d L L R
dt y y y
4 4 4
0r r r
d L L R
dt y y y
5 5 5
0r r r
d L L R
dt y y y
6 6 6
0r r r
d L L R
dt y y y
7 7 7
0r r r
d L L R
dt y y y 8 8 8
0r r r
d L L R
dt y y y (3.32)
O Lagrangeano deste modelo de veículo é dado por:
2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2 2
2 2 2 2 2 2 1 1 2 2 3 3
2 2 2
4 4 5 5 6 6 7
1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2 2
1 1 1 1( ) ( ) ( ) (
2 2 2 2
v v v v v v s s s s s s
s s s s s s r r r r r r
r r r r r r r r
L m y I J m y I J
m y I J m y m y m y
m y m y m y m y 2 2 2
7 8 8 1 1
2 2 2 2 2 2 2
2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8
2 2 2 2
9 9 10 10 11 11 12 12
1 1) ( ) [ ( )
2 2
1 1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2 2 2
1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ]
2 2 2 2
r rm y k
k k k k k k k
k k k k
3.33)
A função de dissipação de energia do veículo é dada por:
2 2 2 2 2 2
1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6
2 2 2 2 2 2
7 7 8 8 9 9 10 10 11 11 12 12
1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2 2 2 2 2 2
R c c c c c c
c c c c c c
(3.34)
44
Desenvolvendo cada um dos termos das Equações (3.32), valendo-se das
Equações (3.33) e (3.34), tem-se as equações de movimento para o veículo com 17
graus de liberdade:
1 1 1 2 2 2
3 1 1 4 2 2
1 1 1 2 2 2
3 1 1 4
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) (
v v v v v s s v v v s s
v v v s s v v v s s
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c y f s s y c y f s s y
k y f s s y k y f s s y
k y f s s y k y 2 2 ) 0v v s sf s s y
1 1 1 2 2 2
3 1 1 4 2 2
1 1 1 2 2 2
3 1 1
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( )
v v v v v s s v v v s s
v v v s s v v v s s
v v v s s v v v s s
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k y f s s y 4 2 2( ) 0v v v s sf k y f s s y f
1 1 1 2 2 2
3 1 1 4 2 2
1 1 1 2 2 2
3 1 1
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( )
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v v v s s v v v s s
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J c y f s s y s c y f s s y s
c y f s s y s c y f s s y s
k y f s s y s k y f s s y s
k y f s s y 4 2 2( ) 0v v v s ss k y f s s y s
1 1 1 1 1 3 1 1
5 1 1 1 1 6 1 1 1 2
7 1 1 1 3 8 1 1 1 4
1 1 1 3
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) (
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c y d e y c y d e y
c y d e y c y d e y
k y f s s y k y 1 1
5 1 1 1 1 6 1 1 1 2
7 1 1 1 3 8 1 1 1 4
)
( ) ( )
( ) ( ) 0
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k y d e y k y d e y
k y d e y k y d e y
1 1 5 1 1 1 1 6 1 1 1 2
7 1 1 1 3 8 1 1 1 4
5 1 1 1 1 6 1 1 1 2
7 1 1 1 3 8 1 1
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c y d e y d c y d e y d
k y d e y d k y d e y d
k y d e y d k y d 1 4 ) 0s re y d
1 1 1 1 1 3 1 1
5 1 1 1 1 6 1 1 1 2
7 1 1 1 3 8 1 1 1 4
1 1 1
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( )
s s v v v s s v v v s s
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c y d e y e c y d e y e
c y d e y e c y d e y e
k y f s s y 3 1 1
5 1 1 1 1 6 1 1 1 2
7 1 1 1 3 8 1 1 1 4
( )
( ) ( )
( ) ( ) 0
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s s s r s s s r
s s s r s s s r
s k y f s s y s
k y d e y e k y d e y e
k y d e y e k y d e y e
45
2 2 2 2 2 4 2 2
9 2 2 2 5 10 2 2 2 6
11 2 2 2 7 12 2 2 2 8
2 2 2 4
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( )
s s v v v s s v v v s s
s s s r s s s r
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v v v s s
m y c y f s s y c y f s s y
c y d e y c y d e y
c y d e y c y d e y
k y f s s y k 2 2
9 2 2 2 5 10 2 2 2 6
11 2 2 2 7 12 2 2 2 8
( )
( ) ( )
( ) ( ) 0
v v v s s
s s s r s s s r
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k y d e y k y d e y
k y d e y k y d e y
2 2 9 2 2 2 5 10 2 2 2 6
11 2 2 2 7 12 2 2 2 8
9 2 2 2 5 10 2 2 2 6
11 2 2 2 7 12 2
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
( ) (
s s s s s r s s s r
s s s r s s s r
s s s r s s s r
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I c y d e y d c y d e y d
c y d e y d c y d e y d
k y d e y d k y d e y d
k y d e y d k y 2 2 8 ) 0s s rd e y d
2 2 2 2 2 4 2 2
9 2 2 2 5 10 2 2 2 6
11 2 2 2 7 12 2 2 2 8
2 2
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
(
s s v v v s s v v v s s
s s s r s s s r
s s s r s s s r
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J c y f s s y s c y f s s y s
c y d e y e c y d e y e
c y d e y e c y d e y e
k y f s s y 2 4 2 2
9 2 2 2 5 10 2 2 2 6
11 2 2 2 7 12 2 2 2 8
) ( )
( ) ( )
( ) ( ) 0
s v v v s s
s s s r s s s r
s s s r s s s r
s k y f s s y s
k y d e y e k y d e y e
k y d e y e k y d e y e
1 1 5 1 1 1 1 5 1 1 1 1( ) ( ) 0r r s s s r s s s rm y c y d e y k y d e y
2 2 6 1 1 1 2 6 1 1 1 2( ) ( ) 0r r s s s r s s s rm y c y d e y k y d e y
3 3 7 1 1 1 3 7 1 1 1 3( ) ( ) 0r r s s s r s s s rm y c y d e y k y d e y
4 4 8 1 1 1 4 8 1 1 1 4( ) ( ) 0r r s s s r s s s rm y c y d e y k y d e y
5 5 9 2 2 2 5 9 2 2 2 5( ) ( ) 0r r s s s r s s s rm y c y d e y k y d e y
6 6 10 2 2 2 6 10 2 2 2 6( ) ( ) 0r r s s s r s s s rm y c y d e y k y d e y
7 7 11 2 2 2 7 11 2 2 2 7( ) ( ) 0r r s s s r s s s rm y c y d e y k y d e y
8 8 12 2 2 2 8 12 2 2 2 8( ) ( ) 0r r s s s r s s s rm y c y d e y k y d e y (3.35)
Os termos integrantes da Equação (3.3), tendo-se como referência as Equações
(3.35), são assim identificados:
46
1
1
1
2
2
2
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
v
v
v
s
vv s
s
s
s
s
m
I
J
m
M I
J
m
I
J
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
r
r
r
r
rr
r
r
r
r
m
m
m
mM
m
m
m
m
11 21 31 41 61 71 91
21 22 32 42 62 72 92
31 32 33 43 63 73 93
41 42 43 44 54 64
54 55 65
61 62 63 64 65 66
71 72 73 77 78 79
78 88 89
91 92 93 79 89 99
0 0
0 0
0 0
0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0
0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0
vv
c c c c c c c
c c c c c c c
c c c c c c c
c c c c c c
C c c c
c c c c c c
c c c c c c
c c c
c c c c c c
5 6 7 8
5 6 7 8
5 6 7 8
9 10 11 12
9 10 11 12
9 10 11 12
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0
. . . . 0 0 0 0
. . . . 0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0 . . . .
0 0 0 0 . . . .
vr
c c c c
C c d c d c d c d
c e c e c e c e
c c c c
c d c d c d c d
c e c e c e c e
T
rv vrC C
47
5
6
7
8
9
10
11
12
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
rr
c
c
c
cC
c
c
c
c
11 21 31 41 61 71 91
21 22 32 42 62 72 92
31 32 33 43 63 73 93
41 42 43 44 54 64
54 55 65
61 62 63 64 65 66
71 72 73 77 78 79
78 88 89
91 92 93 79 89 99
0 0
0 0
0 0
0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0
0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0
vv
k k k k k k k
k k k k k k k
k k k k k k k
k k k k k k
K k k k
k k k k k k
k k k k k k
k k k
k k k k k k
5 6 7 8
5 6 7 8
5 6 7 8
9 10 11 12
9 10 11 12
9 10 11 12
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0
. . . . 0 0 0 0
. . . . 0 0 0 0
0 0 0 0
0 0 0 0 . . . .
0 0 0 0 . . . .
vr
k k k k
K k d k d k d k d
k e k e k e k e
k k k k
k d k d k d k d
k e k e k e k e
T
rv vrK K
5
6
7
8
9
10
11
12
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
00 0 0 0 0 0
rr
k
k
k
kK
k
k
k
k
48
1
1
1
2
2
2
v
v
v
s
v s
s
s
s
s
y
y
u
y
1
2
3
4
5
6
7
8
r
r
r
r
r
r
r
r
r
y
y
y
yu
y
y
y
y
(3.36)
onde:
11 1 2 3 4c c c c c ; 2
22 1 2 3 4( )c c c c c f ; 2
33 1 2 3 4( )c c c c c s ;
44 1 3 5 6 7 8c c c c c c c ; 2
55 5 6 7 8( )c c c c c d ;
2 2
66 1 3 5 6 7 8( ) ( )c c c s c c c c e ; 77 2 4 9 10 11 12c c c c c c c ;
2
88 9 10 11 12( )c c c c c d ; 2 2
99 2 4 9 10 11 12( ) ( )c c c s c c c c e ;
21 1 2 3 4( )c c c c c f ; 31 1 2 3 4( )c c c c c s ; 41 1 3( )c c c ;
61 1 3( )c c c s ; 71 2 4( )c c c ; 91 2 4( )c c c s ; 32 1 2 3 4( )c c c c c fs ;
42 1 3( )c c c f ; 62 1 3( )c c c fs ; 72 2 4( )c c c f ; 92 2 4( )c c c fs ;
43 1 3( )c c c s ; 2
63 1 3( )c c c s ; 73 2 4( )c c c s ; 2
93 2 4( )c c c s ;
54 5 6 7 8( )c c c c c d ; 64 1 3 5 6 7 8( ) ( )c c c s c c c c e ;
65 5 6 7 8( )c c c c c de ; 87 9 10 11 12( )c c c c c d ;
97 2 4 9 10 11 12( ) ( )c c c s c c c c e ; 98 9 10 11 12( )c c c c c de ;
11 1 2 3 4k k k k k ; 2
22 1 2 3 4( )k k k k k f ; 2
33 1 2 3 4( )k k k k k s ;
44 1 3 5 6 7 8k k k k k k k ; 2
55 5 6 7 8( )k k k k k d ;
2 2
66 1 3 5 6 7 8( ) ( )k k k s k k k k e ; 77 2 4 9 10 11 12k k k k k k k ;
2
88 9 10 11 12( )k k k k k d ; 2 2
99 2 4 9 10 11 12( ) ( )k k k s k k k k e ;
21 1 2 3 4( )k k k k k f ; 31 1 2 3 4( )k k k k k s ; 41 1 3( )k k k ;
61 1 3( )k k k s ; 71 2 4( )k k k ; 91 2 4( )k k k s ; 32 1 2 3 4( )k k k k k fs ;
42 1 3( )k k k f ; 62 1 3( )k k k fs ; 72 2 4( )k k k f ; 92 2 4( )k k k fs ;
43 1 3( )k k k s ; 2
63 1 3( )k k k s ; 73 2 4( )k k k s ; 2
93 2 4( )k k k s ;
54 5 6 7 8( )k k k k k d ; 64 1 3 5 6 7 8( ) ( )k k k s k k k k e ;
65 5 6 7 8( )k k k k k de ; 87 9 10 11 12( )k k k k k d ;
49
97 2 4 9 10 11 12( ) ( )k k k s k k k k e ; e 98 9 10 11 12( )k k k k k de .
50
4 Modelagem bidimensional da ponte
A ponte é normalmente constituída da laje que recebe diretamente os esforços do
peso da via (trilhos, dormentes e lastro) e indiretamente as ações estática e dinâmica dos
veículos. A laje da ponte geralmente se apóia nas transversinas e as transversinas se
sustentam estritamente nas longarinas, que, por sua vez, se apóiam nos pilares.
Este trabalho considera que o veículo se move sobre as longarinas da ponte e
que estas são simplesmente apoiadas nos pilares.
A Figura 4.1 é um exemplo de ponte ferroviária existente no Brasil.
Figura 4.1 – Ponte ferroviária.
A ponte em duas dimensões pode ser descrita, por exemplo, como uma viga
simplesmente apoiada, conforme Figura 4.2.
Figura 4.2 – Modelo bidimensional de ponte ferroviária.
Os desenvolvimentos analíticos seguintes aplicam-se a qualquer modelo de
barras bidimensional.
O apoio da esquerda é considerado como de segundo gênero e o da direita de
primeiro gênero. Em termos práticos, poder-se-ia considerar que os dois apoios são de
segundo gênero, pois é suposto que o veículo não aplica esforços na estrutura na direção
do eixo x , o que é uma simplificação.
51
Na mecânica das estruturas recorrem-se, por uma questão de simplicidade, a
teorias de vigas para descrever o comportamento das barras. São teorias que
unidimensionalizam a teoria geral da mecânica dos sólidos, viabilizadas pelo fato de ser
o comprimento das barras bem maior do que as dimensões de uma seção transversal. A
teoria de vigas mais conhecida de todas é a teoria de vigas de Euler-Bernoulli. A outra,
um pouco menos restritiva, é a teoria de vigas de Timoshenko (Lucena Neto, 2009).
Sejam xu , yu e zu as componentes do deslocamento de um ponto qualquer da
viga da Figura 4.2, referidas ao sistema de coordenadas cartesianas discriminado. É
possível mostrar, de acordo com a teoria da elasticidade, que as componentes da
deformação deste ponto são dadas por (Lucena Neto, 2009):
xxx
u
x
y
yy
u
y z
zz
u
z
yx
xy
uu
y x x z
xz
u u
z x
y zyz
u u
z y (4.1)
Considerando que a viga da Figura 4.2 tem sua deformação restrita ao plano xy .
Nessas condições, xu e yu independem de z e 0zu .
A hipótese de Euler-Bernoulli admite que uma seção plana e normal ao eixo da
viga antes da deformação permanece após a deformação: 1. plana; 2. normal ao eixo
deformado; e 3. indeformada (seção infinitamente rígida) (Lucena Neto, 2009).
A suposição 3 é traduzida por:
0 0y
yy
u
y (4.2)
Portanto, yu independe de y e pode ser escrita como:
( , ) ( )y xu x y v x (4.3)
onde:
( )xv x é o deslocamento de um ponto de uma barra na direção do eixo y local,
localizado sobre a linha neutra.
A suposição 1 implica considerar xy
constante ao longo da altura. A suposição
2 força essa constante ser nula. Assim, das suposições 1 e 2 e considerando a
Equação (4.3):
( )
0 0 ( , ) ( )yx x
xy x
uu dv xu x y y f x
y x dx (4.4)
52
onde ( )f x é a função de integração. Definindo-se ( ) ( ,0)xu x u x , a componente xu no
eixo de referência, veremos que ( ) ( )f x u x :
( )
( , ) ( ) xx
dv xu x y u x y
dx (4.5)
Assim, o campo de deformações na teoria de vigas de Euler-Bernoulli (no plano)
é dado por (relações deformação-deslocamento):
( ) ( )xxx x
uu x yv x
x ( ( )) 0
y
yy x
uv x
y y (0) 0z
zz
u
z z
( ) ( )
0yx x x
xy
uu dv x dv x
y x dx dx
( , )(0) 0x xz
xz
u u x yu
z x z x
( , )
(0) 0y yz
yz
u u x yu
z y z y (4.6)
A deformação xx pode ser escrita da seguinte forma:
0( , ) ( ) ( )xx zx y x y x (4.7)
onde:
0 ( ) ( )x u x é a deformação axial no eixo de referência de uma seção transversal de
uma barra;
( ) ( )z xx v x é a curvatura em torno do eixo z local de uma seção transversal de uma
barra; e
0 e z são as deformações generalizadas da seção transversal, pois não variam em y .
Considerando que o material da ponte seja homogêneo, isotrópico e elástico
linear, a única componente não nula da deformação na teoria de vigas de Euler-
Bernoulli se relaciona com as componentes de tensão por meio de:
1
[ ( )]xx xx yy zzE
(4.8)
onde:
xx é a componente de deformação no plano cuja normal é o eixo x local na direção do
mesmo eixo;
xx é a componente de tensão no plano cuja normal é o eixo x local na direção do
mesmo eixo;
yy é a componente de tensão no plano cuja normal é o eixo y local na direção do
mesmo eixo;
53
zz é a componente de tensão no plano cuja normal é o eixo z local na direção do
mesmo eixo;
E é o módulo de elasticidade longitudinal do material; e
é o coeficiente de Poisson.
Desprezando-se na Equação (4.8) a contribuição de yy
e zz em relação à
contribuição de xx :
xx xxE (4.9)
A tensão xx , que atua em cada ponto da seção transversal da viga (cuja normal é
o eixo x ), pode, na teoria de vigas de Euler-Bernoulli, ser associada a dois esforços
internos:
( , )x xxN x y dA
( , )z xxM x y y dA (4.10)
Substituindo a Equação (4.7) na Equação (4.9) e, em seguida, esta nas Equações
(4.10), e considerando que o eixo de referência x passe pelo centróide da seção
transversal, pode-se demonstrar que:
0( , ) ( ) ( ) ( )x xN x y N x EA x x
( , ) ( ) ( ) ( )z z zM x y M x EI x x (4.11)
onde:
( )A x é a área da seção transversal; e
( )zI x é o momento de inércia da seção transversal em torno do eixo z local.
A Figura 4.3 mostra a mesma viga da Figura 4.2, porém submetida a
carregamentos distribuídos xq e yq e um elemento infinitesimal de comprimento dx .
Figura 4.3 – Viga simplesmente apoiada submetida a carregamentos distribuídos no plano xy .
A Figura 4.4 mostra o diagrama de corpo livre do elemento infinitesimal
submetido aos carregamentos externos e aos esforços internos que estes carregamentos
geram no elemento:
54
Figura 4.4 – Elemento infinitesimal de viga com carregamentos distribuídos no plano xy .
onde:
xN é o esforço normal na direção do eixo x local, numa seção transversal de uma
barra;
zM é o momento fletor em torno do eixo z local, numa seção transversal de uma barra;
e
yQ é o esforço cortante na direção do eixo y local, numa seção transversal de uma
barra.
Do equilíbrio de translação do elemento de viga na direção do eixo x , tem-se:
0 0xx x x x x
dNN q dx N dN q
dx (4.12)
Do equilíbrio de translação na direção do eixo y , tem-se:
. 0 0y
y y y y y
dQQ q dx Q dQ q
dx (4.13)
Do equilíbrio de rotação em torno de um eixo paralelo a z , passando pela
extremidade esquerda do elemento, tem-se:
( ) 0 02
zz z z y y y y
dMdxM dM M Q dQ dx q dx Q
dx 4.14)
onde se despreza o termo 2
y
dxq , por ser infinitésimo de ordem superior, assim como
qualquer possível contribuição de xq .
Na teoria de Euler-Bernoulli, por não haver deformação de cisalhamento
transversal, é comum eliminar yQ das Equações (4.13) e (4.14). Substituindo-se a
Equação (4.14) na Equação (4.13) e ainda considerando a Equação (4.12), obtém-se as
seguintes equações de equilíbrio:
55
( )0x
x
dN xq
dx
2
2
( )0z
y
d M xq
dx (4.15)
Assim, as Equações (4.6) e sua substitutiva, a Equação (4.7), a Equação (4.9) e
sua substitutiva, a Equação (4.11), as Equações (4.12), (4.13) e (4.14), e sua
substitutiva, as Equações (4.15), são as equações deformação-deslocamento,
constitutivas e de equilíbrio, respectivamente, constituindo-se nas equações no nível da
seção de um problema da teoria da elasticidade.
As deformações generalizadas da seção expressas na Equação (4.7) podem ser
colocadas na forma matricial como:
2 2( ) ( )el
D Dx U x (4.16)
onde:
0
2
( )( )
( )D
z
xx
x é o vetor de deformações generalizadas de uma seção de um elemento
de pórtico plano;
2 2 2
0
0D
d dx
d dx é um operador diferencial para elementos de pórtico plano
utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli; e
2
( )( )
( )
el
D
x
u xU x
v x é o vetor de deslocamentos de um ponto de uma seção de um
elemento de pórtico plano no seu eixo de referência.
Escrevendo-se a Equação (4.11) em forma matricial e considerando-se seção
transversal constante, tem-se:
2 2 2( ) ( )s
D D DS x k x (4.17)
onde:
2
( )( )
( )
x
D
z
N xS x
M x é o vetor de esforços ou forças internas de uma seção de um
elemento de pórtico plano; e
2
0
0
s
D
z
EAk
EI é a matriz de rigidez de seção transversal de um elemento de pórtico
plano no sistema local.
56
Substituindo-se a Equação (4.16) na Equação (4.17) e, em seguida, esta nas
Equações (4.15), e considerando-se o caso particular em que xq e yq são iguais a zero,
tem-se:
2
2( ( )) 0 ( ) 0
d dEAu x u x
dx dx
2 4
2 4( ( )) 0 ( ) 0z x x
d dEI v x v x
dx dx (4.18)
Integrando a primeira das Equações (4.18) 2 vezes e a segunda das Equações
(4.18) 4 vezes, tem-se:
0 1( )u x a a x
2 3
0 1 2 3( )xv x b b x b x b x (4.19)
onde 0a , 1a , 0b , 1b , 2b , 3b são constantes de integração a serem determinadas mediante
as condições de contorno do problema.
As Equações (4.19) podem ser organizadas em forma matricial:
2 2 2( ) ( )el
D D DU x X x (4.20)
onde:
2 2 3
1 0 0 0 0( )
0 0 1D
xX x
x x x e
0
1
0
2
1
2
3
D
a
a
b
b
b
b
.
4.1 Formulação do Elemento de pórtico plano, utilizando-se a
teoria de vigas de Euler-Bernoulli, com linearidade
geométrica
A Figura 4.5 mostra um elemento extraído de um pórtico plano qualquer que
sofreu deformação, com suas componentes de forças e deslocamentos nodais, em
relação ao sistema de coordenadas cartesianas local deste elemento.
57
Figura 4.5 – Deslocamentos e forças nodais locais de um elemento de barra no plano xy .
Tendo em vista que os deslocamentos e forças nodais são definidos em relação
ao eixo de referência x , o campo de deslocamentos xu e yu da teoria de vigas de Euler-
Bernoulli é simplificado para as seguintes relações:
( )
( ,0) ( ) 0 ( )xx
dv xu x u x u x
dx
( ,0) ( )y xu x v x (4.21)
Dessa forma, pode-se definir as condições de contorno geométricas da seguinte
maneira:
1(0)u d 4( )u l d 2(0)xv d 5( )xv l d 3(0)xv d
6( )xv l d (4.22)
Valendo-se das Equações (4.19) e das Equações (4.22), tem-se:
1 0 1(0) 0u d a a 4 0 1( )u l d a a l
2 3
2 0 1 2 3(0) 0 0 0xv d b b b b 2 3
5 0 1 2 3( )xv l d b b l b l b l
2
3 1 2 3(0) 2 0 3 0xv d b b b 2
6 1 2 3( ) 2 3xv l d b b l b l (4.23)
As Equações (4.23) podem ser escritas em forma matricial:
2 2 2
l
D D Dd G (4.24)
onde:
1
2
3
2
4
5
6
l
D
d
d
dd
d
d
d
é o vetor de deslocamentos nodais de um elemento de pórtico plano no
sistema local de coordenadas; e
58
2
2 3
2
1 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
0 0 0 1 0 0
1 0 0 0 0
0 0 1
0 0 0 1 2 3
DGl
l l l
l l
.
. A Equação (4.24) pode ser escrita da seguinte forma:
1
2 2 2
l
D D DG d (4.25)
Substituindo-se a Equação (4.25) na Equação (4.20), tem-se:
1
2 2 2 2 2 2 2( ) ( ) ( ) ( )el l el l
D D D D D D DU x X x G d U x N x d (4.26)
onde:
1
2 2 2( ) ( )D D DN x X x G é a matriz de funções de forma do elemento de pórtico plano, que
permite a determinação dos deslocamentos 2 ( )el
DU x no interior do elemento, a partir dos
deslocamentos nodais 2
l
Dd do elemento (no sistema local de coordenadas).
Desenvolvendo a Equação (4.26), a matriz das funções de forma do elemento de
pórtico plano, utilizando-se a teoria de Euler-Bernoulli e considerando pequenos
deslocamentos, é dada por:
2 3 3 22 3 2 2 3
2 3 23 2 2
0 01 0 0
( ) 3 22 3 2
0 1 0
D
x x
l lN x x x x x
x x x xx l l l l
l l l l
(4.27)
Substituindo-se a Equação (4.26) na Equação (4.16), tem-se:
2 2 2 2 2 2 2 2 2
2 2 2
( ) ( ) ( ( ) ) ( ( ))
( ) ( )
el l l
D D D D D D D D D
l
D D D
x U x N x d N x d
x B x d (4.28)
onde:
2
3 2 2 2 3 2
1/ 0 0 1/ 0 0
( ) 12 6 4 6 6 12 6 20 0
D
l l
B x x x x x
l l l l l l l l
é a matriz que relaciona
as deformações generalizadas na seção transversal com os deslocamentos nodais do
elemento de pórtico plano no sistema local.
59
4.2 Matrizes do elemento no sistema local
As condições de contorno mecânicas do elemento da Figura 4.5 são dadas por:
1(0)xN p 4( )xN l p
2
(0)(0) z
y
dMQ p
dx
5
( )( ) z
y
dM lQ l p
dx
3(0)zM p 6( )zM l p (4.29)
Consideremos agora o mesmo elemento da Figura 4.5, porém submetido a
cargas externas distribuídas xq e yq (com valores no sistema local de coordenadas), tal
como a viga da Figura 4.3.
As equações de equilíbrio, Equações (4.15), e as condições de contorno
mecânicas, Equações (4.29), podem ser expressas numa forma integral usando o
princípio dos deslocamentos virtuais. As demais equações da mecânica dos sólidos
(relações deformação-deslocamento, equações constitutivas e condições de contorno
geométricas) acham também formas integrais equivalentes em outros princípios
(Washizu, 1975; Pilkey e Wunderlich, 1994; Reddy, 2002, apud Lucena Neto, 2007).
Optar pelo princípio dos deslocamentos virtuais em lugar de (4.15) e (4.29) não
é equivalente. O uso do princípio é tão crucial na formulação e solução de problemas
que a sua ausência traria sérias limitações à mecânica das estruturas (Lucena Neto,
2007).
As equações de equilíbrio da forma expressa na Equação (4.15) é chamada de
forma forte das equações de equilíbrio de um elemento de viga de Euler-Bernoulli.
A forma fraca dessas equações de equilíbrio é dada por:
2
2
0
( ) ( ){[ ( )] ( ) [ ( )] ( )}
l
x zx y x
dN x d M xq x u x q x v x dx
dx dx (4.30)
onde:
( )u x e ( )xv x são funções de ponderação.
Realizando a integração por partes da Equação (4.30) e definindo
0 ( ) ( )x u x , ( ) ( )z xx v x , 1(0)u d , 4( )u l d , 2(0)xv d ,
5( )xv l d , 3(0)x dv , 6( )xv l d , tem-se:
6
0
1 0 0
[ ( ) ( ) ( ) ( )] [ ( ) ( ) ( ) ( )]
l l
i i x y x x z z
i
p d q x u x q x v x dx N x x M x x dx (4.31)
Escrevendo-se a Equação (4.31) em forma matricial, tem-se:
60
2 2 2 2 2 2
0 0
[ ( ) ( )] [ ( ) ( )]
l lT T Tl l el
D D D D D Dd p U x q x dx x S x dx
(4.32)
onde:
1
2
3
2
4
5
6
l
D
d
d
dd
d
d
d
é o vetor de deslocamentos nodais virtuais de um elemento de
pórtico plano no sistema local;
1
2
3
2
4
5
6
l
D
p
p
pp
p
p
p
é o vetor de forças nodais de um elemento de pórtico plano no sistema
local;
2
( )( )
( )
el
D
x
u xU x
v x é o vetor de deslocamentos virtuais de uma seção de um elemento
de pórtico plano no seu eixo de referência; e
2
( )( )
( )
x
D
y
q xq x
q x é o vetor de carregamentos distribuídos sobre um elemento de pórtico
plano.
Estendendo a idéia de deslocamentos virtuais para a equação (4.28), tem-se que:
2 2 2( ) ( ) l
D D Dx B x d (4.33)
Valendo-se das Equações (4.17), (4.26), (4.28) e (4.33), a Equação (4.32) pode
ser escrita:
2 2 2 2 2
0
2 2 2 2 2
0
[ ( ) ( )]
[ ( ) ( ) ]
lT T
l l l T
D D D D D
lT
l T s l
D D D D D
d p d N x q x dx
d B x k B x d dx
(4.34)
Como 2
l
Dd é constante e independe de x , tem-se:
2 2 2 2 2 2 2 2
0 0
{ ( ) ( ) [ ( ) ( ) ] } 0
l lT
l l T T s l
D D D D D D D Dd p N x q x dx B x k B x dx d (4.35)
Como 2
Tl
Dd é arbitrário, tem-se:
61
2 2 2 2
l l l l
D D D Dk d p peq (4.36)
em que:
2 2 2 2
0
( ) ( )
l
l T s
D D D Dk B x k B x dx (4.37)
2 2 2
0
( ) ( )
l
l T
D D Dpeq N x q x dx (4.38)
onde:
2
l
Dk é a matriz de rigidez de um elemento de pórtico plano no sistema local; e
2
l
Dpeq é o vetor de forças nodais equivalentes às cargas distribuídas num elemento de
pórtico plano no sistema local.
A Equação (4.36) representa o equilíbrio do elemento de pórtico plano para o
caso estático.
Considerando que o elemento de pórtico plano está em movimento acelerado
(com pequenos deslocamentos), pode-se mostrar que as equações diferenciais de
movimento em termos das variáveis nodais são dadas por (Battista, 1995, apud
Correa, 2003):
2 2 2 2 2 2 2( ) ( ) ( ) ( )l l l l l l l
D D D D D D Dm d t c d t k d t f t (4.39)
em que:
2 2 2 2
0
( ) ( ) ( )
l
l T s
D D D Dm N x m x N x dx (4.40)
2 2 22 2l l l
D D Dc m k (4.41)
2
0( )
0
s
Dm x (4.42)
onde:
2
l
Dm é a matriz de massa consistente do elemento de pórtico plano no sistema local;
2
l
Dc é a matriz de amortecimento do elemento de pórtico plano no sistema local, a qual é
aqui concebida como proporcional à matriz de massa e/ou rigidez (amortecimento de
Rayleigh);
e são termos que dependem do fator de amortecimento e de duas freqüências
naturais de vibração da estrutura;
2 ( )s
Dm x é a matriz de massa da secção de um elemento de pórtico plano no sistema
local;
62
é o escalar da massa por unidade de comprimento de um elemento de barra;
2 ( )l
Dd t é o vetor de deslocamentos nodais de um elemento de pórtico plano no sistema
local de coordenadas (dependente do tempo);
2 ( )l
Dd t é o vetor de velocidades nodais de um elemento de pórtico plano no sistema
local de coordenadas (dependente do tempo);
2 ( )l
Dd t é o vetor de acelerações nodais de um elemento de pórtico plano no sistema
local de coordenadas (dependente do tempo); e
2 ( )l
Df t é o vetor de forças externas de um elemento de pórtico plano no sistema local
(dependente do tempo).
A matriz de rigidez de um elemento de pórtico plano no sistema local,
utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli com linearidade geométrica (pequenos
deslocamentos), é dada por:
3 2 3 2
2 2
2
3 2 3 2
2 2
0 0 0 0
12 6 12 60 0
6 4 6 20 0
0 0 0 0
12 6 12 60 0
6 2 6 40 0
z z z z
z z z z
l
D
z z z z
z z z z
EA EA
l l
EI EI EI EI
l l l l
EI EI EI EI
l l l lk
EA EA
l l
EI EI EI EI
l l l l
EI EI EI EI
l l l l
(4.43)
A matriz de massa consistente de um elemento de pórtico plano no sistema local,
utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli, é dada por:
63
2 2
2 3 2 3
2
2 2
2 3 2 3
0 0 0 03 6
13 11 9 130 0
35 210 70 420
11 130 0
210 105 420 140
0 0 0 06 3
9 13 13 110 0
70 420 35 210
13 110 0
420 140 210 105
l
D
l l
l l l l
l l l l
ml l
l l l l
l l l l
(4.44)
4.3 Matrizes do elemento no sistema global
As matrizes apresentadas na seção anterior foram formuladas em relação a um
sistema de coordenadas cujo eixo x coincide com o eixo do próprio elemento.
Entretanto, a fim de realizar-se a análise de pórticos planos pelo método da rigidez
direta deve-se conceber outro sistema de coordenadas, denominado sistema global,
comum a todos os elementos da estrutura.
A Figura 4.6 apresenta os sistemas, local e global, de coordenadas para o
elemento de pórtico plano, indicando os deslocamentos nodais em relação a estes dois
sistemas:
Figura 4.6 – Deslocamentos e forças nodais no sistema local e global do elemento de pórtico plano.
A partir da Figura 4.6 e empregando relações trigonométricas elementares se
obtém as expressões que relacionam as forças no sistema global 2
g
Dp com as forças no
sistema local 2
l
Dp :
64
1 1 2cos singp p p
2 1 2sin cosgp p p 3 3gp p
4 4 5cos singp p p
5 4 5sin cosgp p p 6 6gp p (4.45)
onde:
é o ângulo formado entre o eixo x global e o eixo x local que estão indicados na
Figura 4.6 pelo vetor 1gd e 1d , respectivamente.
Estas equações podem ser escritas em forma matricial:
2 2 2
g T l
D D Dp R p (4.46)
onde:
2
cos sin 0 0 0 0
sin cos 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
0 0 0 cos sin 0
0 0 0 sin cos 0
0 0 0 0 0 1
DR
é a matriz de rotação bidimensional do
sistema global para o sistema local de coordenadas. Pode-se verificar que esta matriz é
ortogonal, ou seja, 1
2 2
T
D DR R . Dessa forma:
2 2 2
l g
D D Dp R p (4.47)
De forma análoga, obtém-se as seguintes relações para os deslocamentos:
2 2 2
g T l
D D Dd R d 2 2 2
l g
D D Dd R d (4.48)
Derivando a segunda das Equações (4.48) em relação ao tempo uma e duas
vezes, tem-se:
2 2 2
l g
D D Dd R d 2 2 2
l g
D D Dd R d (4.49)
Substituindo-se as Equações (4.49), a segunda das Equações (4.48) e a Equação
(4.47) na Equação (4.39) e multiplicando todos os termos da Equação (4.39) por TR ,
chega-se à equação geral:
2 2 2 2 2 2 2( ) ( ) ( ) ( )g g g g g g g
D D D D D D Dm d t c d t k d t f t (4.50)
em que:
2 2 2 2
g T g
D D D Dm R m R (4.51)
2 2 2 2
g T g
D D D Dc R c R (4.52)
2 2 2 2
g T g
D D D Dk R k R (4.53)
2
g
Dm é a matriz de massa consistente de um elemento de pórtico plano no sistema
global;
65
2
g
Dc é a matriz de amortecimento de um elemento de pórtico plano no sistema global;
2
g
Dk é a matriz de rigidez de um elemento de pórtico plano no sistema global; e
2 ( )g
Df t é o vetor de forças externas de um elemento de pórtico plano no sistema global
(dependente do tempo).
4.4 Matrizes da estrutura
A obtenção da matriz de massa, amortecimento e rigidez da estrutura decorre da
relação do vetor de deslocamentos da estrutura com o vetor de deslocamentos dos
elementos em relação ao sistema global. Para isto, devem ser considerados os graus de
liberdade do elemento e da estrutura conforme Figura 4.7.
Figura 4.7 – Deslocamentos globais no plano, de um elemento e da estrutura.
Para relacionar os deslocamentos globais da barra com os deslocamentos da
estrutura, pode-se usar uma matriz de compatibilidade de deslocamentos H formada
por zeros e uns, que permite obter o vetor de deslocamentos globais de um elemento
2
g
Dd a partir dos deslocamentos da estrutura D , de tal modo que o número de linhas da
matriz H é igual ao número de graus de liberdade do elemento de barra e o número de
colunas é igual ao número de graus de liberdade da estrutura:
2
g
Dd HD (4.54)
Derivando-se a Equação (4.54) em relação ao tempo uma e duas vezes, tem-se:
2
g
Dd HD 2
g
Dd HD (4.55)
Utilizando-se o princípio dos deslocamentos virtuais mais uma vez para o caso
estático, tem-se que o trabalho virtual externo e o interno da estrutura são iguais e dados
por:
66
T
extW D P
int
2 21
( )n
g gT
i D i Di
W d p (4.56)
onde:
P é o vetor de forças externas da estrutura plana em coordenadas globais; e
n é o número de elementos de barra da estrutura.
Substituindo-se a Equação (4.54) na segunda das Equações (4.56), igualando os
trabalhos virtuais, externo e interno, e sabendo-se que os deslocamentos devem ser
arbitrários, para que se cumpra o princípio dos deslocamentos virtuais, tem-se:
int
2 2 2 21 1 1
( ) ( ) ( )n n n
g g g gT T T T T
exti ii D i i iD D Di i i
W D P W d p H D p D H p
2 21 1
( ) ( ) 0n n
g gT T T T T T
i ii iD Di i
D P D H p D P D H p
2 21 1
[ ( ) ] 0 ( )n n
g gT T T
i ii iD Di i
D P H p P H p (4.57)
Utilizando-se a Equação (4.50) para o i-ésimo elemento da estrutura, sem fazer
referência à variável independente tempo, e substituindo-se nela as Equações (4.54) e
(4.55), tem-se:
2 2 2 2
g g g g
i i ii i iD D D i D
m H D c H D k H D p (4.58)
Multiplicando-se a Equação (4.58) por ( )T
iH e, em seguida, aplicando-se
somatório para todos os elementos da estrutura, tem-se:
2 2 2 21 1 1 1
( ) ( ) ( ) ( )n n n n
g g g gT T T T
i i i i i i ii i iD D D i Di i i i
H m H D H c H D H k H D H p (4.59)
Substituindo-se a Equação (4.57) na Equação (4.59), chega-se à seguinte
equação geral:
( ) ( ) ( ) ( )e e eM D t C D t K D t P t (4.60)
em que:
21
( )n
gT
ei ii D
i
M H m H
(4.61)
21
( )n
gT
ei ii D
i
C H c H (4.62)
21
( )n
gT
ei ii D
i
K H k H
(4.63)
67
onde:
eM é a matriz de massa consistente da estrutura;
eC é a matriz de amortecimento da estrutura;
eK é a matriz de rigidez da estrutura;
( )D t é o vetor de deslocamentos nodais da estrutura (dependente do tempo);
( )D t é o vetor de velocidades nodais da estrutura (dependente do tempo);
( )D t é o vetor de acelerações nodais da estrutura (dependente do tempo); e
( )P t é o vetor de forças externas na estrutura (dependente do tempo).
68
5 Modelagem da ponte em 3D
A ponte em três dimensões pode ser descrita, por exemplo, como duas vigas
simplesmente apoiadas conectadas entre si em cada ponto nodal por outros elementos de
barra, conforme Figura 5.1.
Figura 5.1- Modelo tridimensional de ponte ferroviária.
Os desenvolvimentos analíticos seguintes aplicam-se a qualquer modelo de
barras tridimensional.
Os apoios da esquerda são considerados como de segundo gênero e os da direita
de primeiro gênero. Em termos práticos, poder-se-ia considerar que os quatro apoios são
de segundo gênero, pois é suposto que o veículo não aplica esforços na estrutura na
direção do eixo x , o que é uma simplificação.
No caso da ponte 3D também será utilizada a teoria de vigas de Euler-Bernoulli.
Sejam xu , yu e zu as componentes do deslocamento de um ponto qualquer da estrutura
da Figura 5.1, referidas ao sistema de coordenadas cartesianas discriminado. É possível
mostrar que as componentes da deformação deste ponto são dadas pelas
Equações (4.1), conforme já descrito no Capítulo 4:
A hipótese de Euler-Bernoulli admite que uma seção plana e normal ao eixo da
viga antes da deformação permanece após a deformação: 1. plana; 2. normal ao eixo
deformado; e 3. indeformada (seção infinitamente rígida) (Lucena Neto, 2009).
Analogamente ao caso no plano, pode-se demonstrar que o campo de
deslocamentos para a teoria de vigas de Euler-Bernoulli no espaço é dado pelas
Equações (5.1). Pode-se definir as rotações em torno dos três eixos cartesianos x , y
e
z , sendo que na teoria de vigas de Euler-Bernoulli a única rotação independente de u ,
xv e xw é a rotação em torno do eixo x .
( ) ( )
( , , ) ( ) x xx
dv x dw xu x y z u x y z
dx dx
69
( , , ) ( ) ( )y xu x y z v x z x
( , , ) ( ) ( )z xu x y z w x y x
( , , ) ( )x x y z x (5.1)
onde:
( )u x é o deslocamento de um ponto de uma barra na direção do seu eixo axial (eixo x
local), localizado sobre a linha neutra;
( )xv x é o deslocamento de um ponto de uma barra na direção do eixo y local,
localizado sobre a linha neutra;
( )xw x é o deslocamento de um ponto de uma barra na direção do eixo z local,
localizado sobre a linha neutra; e
( )x é a rotação de um ponto de uma barra em torno do seu eixo axial (eixo x local).
Assim, o campo de deformações na teoria de vigas de Euler-Bernoulli (no
espaço) é dado por (relações deformação-deslocamento):
( ) ( ) ( )xxx x x
uu x yv x zw x
x 0
y
yy
u
y 0z
zz
u
z
( ) ( ) ( ) ( )yx
xy x x
uuv x v x z x z x
y x
( ) ( ) ( ) ( )x zxz x x
u uw x w x y x y x
z x
( ) ( ) 0y z
yz
u ux x
z y (5.2)
As deformações xx , xy
e xz podem ser escritas da seguinte forma:
0( , , ) ( ) ( ) ( )xx z yx y z x y x z x
( , , ) ( )xy x y z z x
( , , ) ( )xz x y z y x (5.3)
onde:
0 ( ) ( )x u x é a deformação axial no eixo de referência de uma seção transversal de
uma barra;
( ) ( )y xx w x é a curvatura em torno do eixo y local de uma seção transversal de
uma barra;
( ) ( )z xx v x é a curvatura em torno do eixo z local de uma seção transversal de uma
barra;
70
( ) ( )x x x é a rotação por unidade de comprimento em torno do eixo x local; e
0 , y, z e x são as deformações generalizadas da seção transversal, pois não
variam em y e em z .
Considerando que o material da ponte seja homogêneo, isotrópico e elástico
linear, a única componente não nula de deformação axial na teoria de vigas de Euler-
Bernoulli se relaciona com as componentes de tensão de acordo com a Equação (4.8),
conforme já descrito no Capítulo 4:
1
[ ( )]xx xx yy zzE
onde:
xx é a componente de deformação no plano cuja normal é o eixo x local na direção do
mesmo eixo;
xx é a componente de tensão no plano cuja normal é o eixo x local na direção do
mesmo eixo;
yy é a componente de tensão no plano cuja normal é o eixo y local na direção do
mesmo eixo;
zz é a componente de tensão no plano cuja normal é o eixo z local na direção do
mesmo eixo;
E é o módulo de elasticidade longitudinal do material; e
é o coeficiente de Poisson do material.
Desprezando-se na Equação (4.8) as componentes yy
e zz em relação à
contribuição da componente xx , tem-se a Equação (4.9), conforme já descrito no
Capítulo 4:
As duas outras relações constitutivas não nulas são de cisalhamento e dadas por:
xy xyG
xz xzG (5.4)
onde:
xy é a componente de tensão no plano cuja normal é o eixo x local e na direção do
eixo y local;
xz é a componente de tensão no plano cuja normal é o eixo x local e na direção do
eixo z local; e
71
2(1 )
EG é o módulo de deformação de cisalhamento transversal do material.
A tensão xx , que atua em cada ponto da seção transversal da viga (cuja normal é
o eixo x ), pode, na teoria de vigas de Euler-Bernoulli, ser associadas a um esforço
normal e dois momentos fletores:
( , , )x xxN x y z dA
( , , )y xxM x y z z dA
( , , )z xxM x y z y dA (5.5)
Substituindo-se a primeira das Equações (5.3) na Equação (4.9) e, em seguida,
esta nas Equações (5.5), e considerando que o eixo de referência x passe pelo centróide
da seção transversal, pode-se demonstrar que:
0( , , ) ( ) ( ) ( )x xN x y z N x EA x x
( , , ) ( ) ( ) ( )y y y yM x y z M x EI x x
( , , ) ( ) ( ) ( )z z z zM x y z M x EI x x (5.6)
onde:
( )A x é a área da seção transversal;
( )yI x é o momento de inércia da seção transversal em torno do do eixo y local; e
( )zI x é o momento de inércia da seção transversal em torno do eixo z local.
As componentes de tensão xy
e xz dão origem no total a dois esforços de
cisalhamento e um de torção. Os esforços de cisalhamento são, por definição, nulos na
teoria de vigas de Euler-Benoulli e, portanto, o único esforço não nulo é o de torção, o
qual é dado por:
( , , ) ( )x xy xzT x y z z y dA (5.7)
Substituindo-se a segunda e a terceira das Equações (5.3) nas Equação (5.4) e,
em seguida, esta na Equação (5.7), tem-se:
2 2( , , ) ( )( )x xT x y z G x z y dA (5.8)
No caso de seções transversais circulares ou anelares, a torção torna-se constante
ao longo de uma mesma secção transversal:
2( ) ( ) ( )x x x xT x G x r dA GJ x (5.9)
onde:
72
2
xJ r dA é o momento de inércia polar da secção transversal circular ou anelar de
uma viga.
Timoshenko (1936) apresenta uma expressão analítica para o cálculo do
momento de inércia polar, no caso de seções retangulares.
A Figura 5.2 mostra um elemento do pórtico espacial da Figura 5.1, porém
submetido a carregamentos distribuídos xq , yq , zq e xm e um elemento infinitesimal de
comprimento dx .
Figura 5.2 – Elemento finito de pórtico espacial submetido a carregamentos distribuídos.
A Figura 5.3 mostra o diagrama de corpo livre do elemento infinitesimal
submetido aos carregamentos externos e aos esforços internos que estes carregamentos
geram no elemento:
Figura 5.3 – Elemento infinitesimal de pórtico espacial com carregamentos distribuídos.
onde:
xN é o esforço normal na direção do eixo x local, numa seção transversal de uma
barra;
yQ é o esforço cortante na direção do eixo y local, numa seção transversal de uma
barra.
73
zQ é o esforço cortante na direção do eixo z local, numa seção transversal de uma
barra;
yM é o momento fletor em torno do eixo y local, numa seção transversal de uma barra;
zM é o momento fletor em torno do eixo z local, numa seção transversal de uma barra;
e
xT é o momento torsor em torno do eixo x local, numa seção transversal de uma barra.
Do equilíbrio de translação do elemento de viga na direção dos eixos x , y e z ,
pode-se demonstrar que:
0xx
dNq
dx 0
y
y
dQq
dx 0z
z
dQq
dx (5.10)
Do equilíbrio de rotação em torno de eixos paralelos aos eixos x , y e z , pode-
se demonstrar também que:
0xx
dTm
dx 0z
y
dMQ
dx 0
y
z
dMQ
dx (5.11)
onde se despreza os termos 2
y
dxq e
2z
dxq , por ser infinitésimo de ordem superior,
assim como qualquer possível contribuição de xq .
Na teoria de Euler-Bernoulli, por não haver deformação de cisalhamento
transversal, é comum eliminar yQ e zQ das Equações (5.10) e (5.11). Substituindo-se, a
segunda e a terceira das Equações (5.11) nas Equações (5.10), obtém-se as seguintes
equações de equilíbrio:
0xx
dNq
dx
2
20z
y
d Mq
dx
2
20
y
z
d Mq
dx 0x
x
dTm
dx (5.12)
Assim, as Equações (5.2) e sua substitutiva, as Equações (5.3), as Equações (4.9)
e (5.4) e suas substitutivas, as Equações (5.6) e (5.9), as Equações (5.10) e (5.11) e suas
substitutivas, as Equações (5.12), são as equações deformação-deslocamento,
constitutivas e de equilíbrio, respectivamente, constituindo-se nas equações a nível da
seção de um problema da teoria da elasticidade.
As deformações generalizadas da seção expressas na Equação (5.3) podem ser
colocadas na forma matricial como:
3 3( ) ( )el
D Dx U x (5.13)
onde:
74
0
3
( )
( )( )
( )
( )
z
D
y
x
x
xx
x
x
é o vetor de deformações generalizadas de uma seção de um elemento
de pórtico espacial;
2 2
3 2 2
0 0 0
0 0 0
0 0 0
0 0 0
D
d dx
d dx
d dx
d dx
é um operador diferencial para elementos de
pórtico espacial utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli;
3
( )
( )( )
( )
( )
xel
D
x
u x
v xU x
w x
x
é o vetor de deslocamentos de uma seção de um elemento de pórtico
espacial no seu eixo de referência.
Escrevendo-se as Equações (5.6) e (5.9) em forma matricial e considerando-se
seção transversal constante, tem-se:
3 3 3( ) ( )s
D D DS x k x (5.14)
onde:
3
( )
( )( )
( )
( )
x
z
D
y
x
N x
M xS x
M x
T x
é o vetor de esforços ou forças internas de uma seção de um
elemento de pórtico espacial; e
3
0 0 0
0 0 0
00 0
00 0
zs
D
y
x
EA
EIk
EI
GJ
é a matriz de rigidez de seção transversal de um
elemento de pórtico espacial.
Substituindo-se a Equação (5.13) na Equação (5.14) e, em seguida, esta nas
Equações (5.12), e considerando-se o caso particular em que xq , yq , zq e xm são iguais
a zero:
2
2( ( )) 0 ( ) 0
d dEAu x u x
dx dx
75
2 4
2 4( ( )) 0 ( ) 0z x x
d dEI v x v x
dx dx
2 4
2 4( ( )) 0 ( ) 0y x x
d dEI w x w x
dx dx
2
2( ( )) 0 ( ) 0x
d dGJ x x
dx dx (5.15)
Integrando a primeira e a quarta das Equações (5.15) duas vezes, a segunda e a
terceira das Equações (5.15) quatro vezes, tem-se:
0 1( )u x a a x
2 3
0 1 2 3( )xv x b b x b x b x
2 3
0 1 2 3( )xw x c c x c x c x
0 1( )x h h x (5.16)
onde 0a , 1a , 0b , 1b , 2b , 3b , 0c , 1c , 2c , 3c , 0h e 1h são 12 constantes de integração a
serem determinadas mediante as condições de contorno do problema.
As Equações (5.16) podem ser organizadas em forma matricial:
3 3 3( ) ( )el
D D DU x X x (5.17)
onde:
2 3
3 2 3
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0 0( )
0 0 0 0 0 0 1 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 10 0
D
x
x x xX x
x x x
x
e
0
0
1
1
2
3
3
0
1
2
3
0
1
D
a
a
b
b
b
b
c
c
c
c
h
h
.
76
5.1 Formulação do Elemento de pórtico espacial, utilizando-se a
teoria de vigas de Euler-Bernoulli, com linearidade
geométrica
A Figura 5.4 mostra um elemento extraído de um pórtico espacial qualquer que
sofreu deformação, com suas componentes de forças e deslocamentos nodais, em
relação ao sistema de coordenadas cartesianas local deste elemento.
Figura 5.4 – Deslocamentos e forças nodais locais de um elemento de barra no espaço.
Tendo em vista que os deslocamentos e forças nodais são definidos em relação
ao eixo de referência x , o campo de deslocamentos xu , yu e zu da teoria de vigas de
Euler-Bernoulli é simplificado para as seguintes relações:
( ) ( )
( ,0,0) ( ) 0 0 ( )x xx
dv x dw xu x u x u x
dx dx
( ,0,0) ( ) 0 ( ) ( )y x xu x v x x v x
( ,0,0) ( ) 0 ( ) ( )z x xu x w x x w x
( ,0,0) ( )x x x (5.18)
Dessa forma, pode-se definir as condições de contorno cinemáticas da seguinte
maneira:
1(0)u d 7( )u l d 2(0)xv d 8( )xv l d 3(0)w d 9( )xw l d 4(0) d
10( )l d 5(0)xw d 11( )xw l d 6(0)xv d 12( )xv l d (5.19)
Valendo-se das Equações (5.16) e das Equações (5.19), tem-se:
1 0 1(0) 0u d a a 7 0 1( )u l d a a l
2 3
2 0 1 2 3(0) 0 0 0xv d b b b b 2 3
8 0 1 2 3( )xv l d b b l b l b l
2 3
3 0 1 2 3(0) 0 0 0xw d c c c c 2 3
9 0 1 2 3( )xw l d c c l c l c l
4 0 1(0) 0d h h 10 0 1( )l d h h l
2
5 1 2 3(0) 2 0 3 0xw d c c c 2
11 1 2 3( ) 2 3xw l d c c l c l
77
2
6 1 2 3(0) 2 0 3 0xv d b b b 2
12 1 2 3( ) 2 3xv l d b b l b l (5.20)
As Equações (5.20) podem ser escritas em forma matricial:
3 3 3
l
D D Dd G (5.21)
onde:
3
2 3
2 3
2
2
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 1 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
0 0 0 0 0 0 0 1 2. 3. 0 0
0 0 0 1 2. 3. 0 0 0 0 0 0
DGl
l l l
l l l
l
l l
l l
1
2
3
4
5
6
3
7
8
9
10
11
12
l
D
d
d
d
d
d
dd
d
d
d
d
d
d
3
l
Dd
é o vetor de deslocamentos nodais de um elemento de pórtico espacial no sistema
local de coordenadas.
A Equação (5.21) pode ser escrita da seguinte forma:
1
3 3 3
l
D D DG d (5.22)
Substituindo-se a Equação (5.22) na Equação (5.17), tem-se:
1
3 3 3 3 3 3 3( ) ( ) ( ) ( )el l el l
D D D D D D DU x X x G d U x N x d (5.23)
onde:
1
3 3 3( ) ( )D D DN x X x G é a matriz de funções de forma do elemento de pórtico espacial,
que permite a determinação dos deslocamentos 3 ( )el
DU x no interior do elemento, a partir
dos deslocamentos nodais ld do elemento (no sistema local de coordenadas).
Realizando-se a multiplicação das matrizes 3 ( )DX x e 1
3DG , determina-se então a
matriz das funções de forma do elemento de pórtico espacial 3 ( )DN x , utilizando-se a
teoria de Euler-Bernoulli e considerando pequenos deslocamentos.
Substituindo-se a Equação (5.23) na Equação (5.13), tem-se:
3 3 3 3 3 3 3 3 3
3 3 3
( ) ( ) ( ( ) ) ( ( ))
( ) ( )
el l l
D D D D D D D D D
l
D D D
x U x N x d N x d
x B x d (5.24)
78
onde:
3 3 3( ) ( )D D DB x N x é a matriz que relaciona as deformações generalizadas na seção
transversal com os deslocamentos nodais do elemento de pórtico espacial no sistema
local.
5.2 Matrizes do elemento no sistema local
As condições de contorno estáticas do elemento da Figura 5.4 são dadas por:
1(0)xN p 7( )xN l p
2
(0)(0) z
y
dMQ p
dx
8
( )( ) z
y
dM lQ l p
dx
3
(0)(0)
y
z
dMQ p
dx
9
( )( )
y
z
dM lQ l p
dx
4(0)xT p 10( )xT l p
5(0)yM p
11( )yM l p
6(0)zM p 12( )zM l p (5.25)
Considera-se agora o mesmo elemento da Figura 5.4, porém submetido cargas
externas distribuídas xq , yq , zq e xm (com valores no sistema local de coordenadas),
tal como o elemento da Figura 5.2.
Da mesma forma como no caso no plano, as equações de equilíbrio, Equações
(5.12) e as condições de contorno estáticas, Equações (5.25), podem ser expressas numa
forma integral usando o princípio dos deslocamentos virtuais.
As equações de equilíbrio da forma expressa nas Equações (5.12) é chamada de
forma forte das equações de equilíbrio de um elemento de viga de Euler-Bernoulli. A
forma fraca dessas equações de equilíbrio é dada por:
22
2 2
0
( )( ) ( )( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
l
yz
x y z x
x xx x
d M xdN x dT xd M xq x u x q x v x q x w x m x x dx
dx dx dx dx
(5.26)
onde:
( )u x , ( )xv x , ( )xw x e ( )x são funções de ponderação.
Realizando integração por partes da Equação (5.26) e definindo 0 ( ) ( )x u x ,
( ) ( )z xx v x , ( ) ( )y xx w x , ( ) ( )x x x , 1(0)u d , 7( )u l d ,
2(0)xv d , 8( )xv l d , 3(0)xw d , 9( )xw l d , 4(0) d , 10( )l d ,
5(0)xw d , 11( )xw l d , 6(0)xv d , 12( )xv l d , tem-se:
79
12
1 0
. [ ( ). ( ) ( ). ( ) ( ). ( ) ( )]( ).l
i i x y x z x
i
xp d q x u x q x v x q x w x m x dxx
0
0
[ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )]
L
x x xy y z zN x x M x x M x x T x x dx (5.27)
Escrevendo-se a Equação (5.27) em forma matricial, tem-se:
3 3 3 3 3 3
0 0
[ ( ) ( )] [ ( ) ( )]
l lT T Tl l el
D D D D D Dd p U x q x dx x S x dx (5.28)
onde:
1
2
3
4
5
6
3
7
8
9
10
11
12
l
D
p
p
p
p
p
pp
p
p
p
p
p
p
;
1
2
3
4
5
6
3
7
8
9
10
11
12
l
D
d
d
d
d
d
dd
d
d
d
d
d
d
; 3
( )
( )( )
( )
( )
xel
D
x
u x
v xU x
w x
x
e 3
( )
( )( )
( )
( )
x
y
D
z
x
q x
q xq x
q x
m x
3
l
Dd é o vetor de deslocamentos nodais virtuais de um elemento de pórtico espacial no
sistema local;
3
l
Dp
é o vetor de forças nodais de um elemento de pórtico espacial no sistema local
3 ( )el
DU x
é o vetor de deslocamentos virtuais de um elemento de pórtico espacial no
sistema local; e
3 ( )Dq x
é o vetor de carregamentos distribuídos sobre um elemento de pórtico espacial.
Estendendo a idéia de deslocamentos virtuais para a Equação (5.24), tem-se que:
3 3 3( ) ( ) l
D D Dx B x d (5.29)
Valendo-se das Equações (5.14), (5.23), (5.24) e (5.30), a Equação (5.28) pode
ser escrita:
80
3 3 3 3 3
0
3 3 3 3 3
0
[ ( ) ( )]
[ ( ) ( ) ]
lT T
l l l T
D D D D D
lT
l T s l
D D D D D
d p d N x q x dx
d B x k B x d dx
(5.30)
Como 3
l
Dd é constante e independe de x :
3 3 3 3 3 3 3 3
0 0
{ ( ) ( ) [ ( ) ( ) ] } 0
l lT
l l T T s l
D D D D D D D Dd p N x q x dx B x k B x dx d (5.31)
Como 3
Tl
Dd é arbitrário:
3 3 3 3
l l l l
D D D Dk d p peq (5.32)
em que:
3 3 3 3
0
( ) ( )
l
l T s
D D D Dk B x k B x dx (5.33)
3 3 3
0
( ) ( )
l
l T
D D Dpeq N x q x dx (5.34)
3
l
Dk é a matriz de rigidez de um elemento de pórtico espacial no sistema local;
3
l
Dpeq é o vetor de forças nodais equivalentes às cargas distribuídas num elemento de
pórtico espacial no sistema local.
A Equação (5.32) representa o equilíbrio do elemento de pórtico espacial para o
caso estático.
Considerando que o elemento de pórtico espacial está em movimento acelerado
(com pequenos deslocamentos), pode-se mostrar que as equações diferenciais de
movimento em termos das variáveis nodais são dadas por (Battista, 1995, apud Correa,
2003):
3 3 3 3 3 3 3( ) ( ) ( ) ( )l l l l l l l
D D D D D D Dm d t c d t k d t f t (5.35)
em que:
3 3 3 3
0
( ) ( ) ( )
l
l T s
D D D Dm N x m x N x dx
(5.36)
3 3 32 2l l l
D D Dc m k (5.37)
3
0 0 0
0 0 0( )
00 0
00 0
s
D
o
m x
J A
(5.38)
81
onde:
3
l
Dm é a matriz de massa consistente do elemento de pórtico espacial no sistema local;
3
l
Dc é a matriz de amortecimento do elemento de pórtico espacial no sistema local, a
qual geralmente é concebida como proporcional à matriz de massa e/ou rigidez;
e são termos que dependem do fator de amortecimento e de duas freqüências
naturais de vibração da estrutura;
3 ( )s
Dm x é a matriz de massa da secção de um elemento de pórtico espacial no sistema
local;
é o escalar da massa por unidade de comprimento de um elemento de barra;
o y zJ I I ;
A é a área da seção transversal;
3 ( )l
Dd t é o vetor de deslocamentos nodais de um elemento de pórtico espacial no
sistema local de coordenadas (dependente do tempo);
3 ( )l
Dd t é o vetor de velocidades nodais de um elemento de pórtico espacial no sistema
local de coordenadas (dependente do tempo);
3 ( )l
Dd t é o vetor de acelerações nodais de um elemento de pórtico espacial no sistema
local de coordenadas (dependente do tempo); e
3 ( )l
Df t é o vetor de forças externas de um elemento de pórtico espacial no sistema local
(dependente do tempo).
A matriz de rigidez de um elemento de pórtico espacial no sistema local,
utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli com linearidade geométrica (pequenos
deslocamentos), é dada por:
11 11
22 12 22 12
33 21 33 21
44 44
21 55 21 23
12 66 12 32
3
11 11
22 12 22 12
33 21 33 21
21
12
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0
0 0
0 0
l
D
k k
k k k k
k k k k
k k
k k k k
k k k kk
k k
k k k k
k k k k
k
k
32 44
23 21 55
32 12 66
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
k k
k k k
k k k
(5.38)
82
onde:
11
EAk
l;
22 3
12 zEIk
l;
33 3
12 yEIk
l;
44xGJ
kl
; 55
4 yEIk
l;
66
4 zEIk
l;
12 2
6 zEIk
l;
21 2
6 yEIk
l;
23
2 yEIk
l; e
32
2 zEIk
l.
A matriz de massa consistente de um elemento de pórtico espacial no
sistema local, utilizando-se a teoria de vigas de Euler-Bernoulli, é dada por:
11 11
22 12 21 23
22 12 21 23
33 33
12 44 23 32
12 44 23 32
3
11 11
21 23 22 12
21 23 22 12
3
23
23
0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0
0 0
0 0
l
D
m m
m m m m
m m m m
m m
m m m m
m m m mm
m m
m m m m
m m m m
m
m
m
3 33
32 12 44
32 12 44
2 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
m
m m m
m m m
(5.39)
onde:
113
lm ;
22
13
35
lm ;
333
olJm
A;
3
44105
lm ;
2
12
11
210
lm ;
21
9
70
lm ;
2
23
13
420
lm ; e
3
32140
lm .
5.3 Matrizes do elemento no sistema global
As matrizes apresentadas na seção anterior foram formuladas em relação a um
sistema de coordenadas cujo eixo x coincide com o eixo do próprio elemento.
Entretanto, a fim de realizar-se a análise de pórticos espaciais pelo método da rigidez
direta deve-se conceber outro sistema de coordenadas, denominado sistema global,
comum a todos os elementos da estrutura.
A Figura 5.5 apresenta os sistemas, local e global, de coordenadas para o
elemento de pórtico espacial, indicando os deslocamentos nodais em relação a estes dois
sistemas:
83
Figura 5.5 – Deslocamentos e forças nodais no sistema local e global do elemento de pórtico espacial.
A partir do i-ésimo elemento descrito no sistema local, define-se um vetor xzv
(em coordenadas globais) contido no plano l lx z e não paralelo a lx , o qual deverá ser
definido pelo usuário da rotina computacional de cálculo das matrizes de rigidez, massa
e amortecimento da estrutura.
Pode-se mostrar que o sistema ( lx , ly e lz ) será definido através das posições
em coordenadas globais dos nós I e J , e das componentes globais do vetor xzv que
define o plano l lx z .
Pode-se mostrar também que a relação entre os deslocamentos locais (ou forças
locais) atuantes sobre um elemento de pórtico espacial e os deslocamentos globais (ou
forças globais) é dada por:
3 3 3
l g
D D Dd R d
3 3 3
l g
D D Dp R p (5.41)
onde:
84
1
2
3
4
5
6
3
7
8
9
10
11
12
g
g
g
g
g
gg
D
g
g
g
g
g
g
d
d
d
d
d
dd
d
d
d
d
d
d
1
2
3
4
5
6
3
7
8
9
10
11
12
g
g
g
g
g
gg
D
g
g
g
g
g
g
p
p
p
p
p
pp
p
p
p
p
p
p
3
g
Dd é o vetor de deslocamentos nodais de um elemento de pórtico espacial no sistema
global de coordenadas;
3
g
Dp é o vetor de deslocamentos nodais de um elemento de pórtico espacial no sistema
global; e
3DR é a matriz de rotação tridimensional do sistema global para o sistema local de
coordenadas.
A matriz 3DR é dada por:
3 3 3 3 3 3 3 3
3 3 3 3 3 3 3 3
3
3 3 3 3 3 3 3 3
3 3 3 3 3 3 3 3
0 0 0
0 0 0
0 0 0
0 0 0
x x x x
x x x x
D
x x x x
x x x x
A
AR
A
A
(5.42)
onde:
3 3xA é a matriz quadrada 3 x 3 em que cada linha representa um dos vetores base do
sistema local ( lx , ly e lz ) expresso em coordenadas do sistema global gx ,
gy e gz ;
3 30 x é a matriz nula quadrada 3 x 3.
Pode-se verificar que, assim como no caso no plano, a matriz de rotação 3DR é
ortogonal, ou seja, 1
3 3
T
D DR R . Nesse sentido:
3 3
g T l
D Dd R d
3 3
g T l
D Dp R p (5.43)
Derivando-se a primeira das Equações (5.39) com relação ao tempo uma e duas
vezes, tem-se:
85
3 3
l g
D Dd Rd 3 3
l g
D Dd Rd (5.44)
Substituindo-se as Equações (5.43) e (5.44) na Equação (5.35) e multiplicando-
se todos os termos da Equação (5.35) por 3
T
DR , chega-se à equação geral:
3 3 3 3 3 3 3( ) ( ) ( ) ( )g g g g g g g
D D D D D D Dm d t c d t k d t f t (5.45)
em que:
3 3 3 3
g T l
D D D Dm R m R (5.46)
3 3 3 3
g T l
D D D Dc R c R (5.47)
3 3 3 3
g T l
D D D Dk R k R (5.48)
onde:
3
g
Dm é a matriz de massa consistente de um elemento de pórtico espacial no sistema
global;
3
g
Dc é a matriz de amortecimento de um elemento de pórtico espacial no sistema global;
3
g
Dk é a matriz de rigidez de um elemento de pórtico espacial no sistema global;
3 ( )g
Df t é o vetor de forças externas de um elemento de pórtico espacial no sistema
global (dependente do tempo).
5.4 Matrizes da estrutura
A obtenção da matriz de massa, amortecimento e rigidez da estrutura espacial
também decorre da relação do vetor de deslocamentos da estrutura com o vetor de
deslocamentos dos elementos em relação ao sistema global, como foi mostrado para o
caso plano. Para isto, devem ser considerados os graus de liberdade do elemento e da
estrutura conforme Figura 5.6.
86
Figura 5.6 – Deslocamentos globais no espaço, de um elemento e da estrutura.
Dessa forma, obtém-se equação de equilíbrio para a estrutura tridimensional de
forma idêntica àquela determinada no Capítulo 4:
( ) ( ) ( ) ( )e e eM D t C D t K D t P t (5.49)
87
6 Modelagem do sistema veículo-estrutura
Neste capítulo, expõe-se a metodologia para a construção da equação diferencial
que rege o movimento do sistema veículo-estrutura, bem como se faz menção aos
métodos utilizados para determinar as frequências fundamentais de vibração da
estrutura e para resolver numericamente a equação diferencial do sistema veículo-
estrutura.
A montagem da equação diferencial do sistema veículo-estrutura é obtida a
partir de um elemento de pórtico espacial de Euler-Bernoulli com uma roda de um
veículo de interação completa acoplado a esse elemento.
Nas discussões seguintes, fica limitada a presença de apenas uma roda em cada
elemento.
Como o veículo ferroviário é simétrico em relação ao seu eixo longitudinal,
então uma roda de um rodeiro do veículo está em contato com um elemento de barra de
passagem da carga e a outra roda deste rodeiro está acoplada a outro elemento de barra
da mesma espécie do anterior.
A força de contato cf entre uma roda de veículo em movimento e um dos
elementos de passagem de carga pode ser expressa em termos da força estática de
contato wf e da variação da força de contato cf , da seguinte forma (Cheng et al.,
2001):
c w cf f f (6.1)
em que:
( 4 8)w r s vf m m m g (6.2)
onde:
rm é a massa da roda em contato com o elemento de passagem de carga;
4sm é a porção da massa do truque que é transmitida ao elemento através da roda;
8vm é a porção da massa da caixa do veículo que é transmitida ao elemento através da
roda; e
g é a aceleração devido à gravidade.
A equação de movimento vertical das massas acopladas e desacopladas,
Equação (3.3), pode ser reescrita para a situação com interação como (Romero, 2002):
88
00
0
v v vvv vr vv vrvv
rv rr rv rr crr r r r
u u uC C K KM
C C K K fM u u u (6.3)
Assume-se que as flechas para cima da estrutura são positivas e que elas são
medidas a partir da sua posição de equilíbrio estático vertical.
Um vetor cN de dimensão 4 1 é definido de tal forma que contenha as funções
de interpolação Hermitianas cúbicas para o elemento de viga avaliado no ponto de
contato cx , como segue (Cheng et al., 2001):
2 3
2
2 3
2
1 3( ) 2( )
1 2( ) ( )( )
3( ) 2( )
( ) ( )
c
c
c x x
x x
l x l
x x l x lN N x
l x l
x x l x l
(6.4)
onde l é o comprimento do elemento de viga de passagem de carga.
Seja ( )cr x o escalar de irregularidade longitudinal de um elemento da estrutura
de passagem de carga no ponto de contato cx , o qual é definido como o deslocamento
para cima desde o eixo de referência deste elemento.
As equações de acoplamento nos pontos de contato podem ser escritas para
veículos sem aceleração (Cheng et al., 2001):
T
r c p cu N u r
, ,
T T
r c p c x p c xu N u vN u vr
2 2
, , ,2T T T
r c p c x p c xx p c xxu N u vN u v N u v r (6.5)
onde:
pu é o vetor de deslocamentos nodais de um elemento da estrutura de passagem de
carga;
pu é o vetor de velocidades nodais de um elemento da estrutura de passagem de carga;
pu é o vetor de acelerações nodais de um elemento da estrutura de passagem de carga;
cr é o escalar de irregularidade no ponto de contato de uma roda com um elemento
estrutural de passagem de carga;
,c xr é o escalar da primeira derivada em relação a x da irregularidade, no ponto de
contato de uma roda com um elemento estrutural de passagem de carga;
,c xxr é o escalar da segunda derivada em relação a x da irregularidade, no ponto de
contato de uma roda com um elemento estrutural de passagem de carga;
89
,c xN é o vetor da primeira derivada em relação a x das funções Hermitianas cúbicas;
,c xxN é o vetor da segunda derivada em relação a x das funções Hermitianas cúbicas; e
v é a velocidade do veículo cuja roda está em contato com um elemento de passagem
de carga.
O elemento de viga de passagem de carga está sob a ação da força de contato cf
com uma roda. A equação de movimento para este elemento de viga pode ser assim
expressa (Cheng et al., 2001):
( ) ( ) ( )p p p p p p c cm u t c u t k u t N f (6.6)
onde:
pm é a matriz de massa consistente do elemento da estrutura de passagem de carga no
sistema local;
pc é a matriz de amortecimento do elemento da estrutura de passagem de carga no
sistema local; e
pk é a matriz de rigidez do elemento da estrutura de passagem de carga no sistema
local.
Substituindo-se as Equações (6.5) na Equação (6.3), tem-se uma expressão para
a variação da força de contato cf , a qual, juntamente com a Equação (6.1) pode ser
substituída de volta na Equação (6.6), a fim de encontrar uma outra forma para a
equação de movimento do elemento de barra com interação. Nesta forma, os graus de
liberdade ru são eliminados e a equação de movimento do elemento de barra com
interação pode ser escrita em forma matricial como:
,
2
, ,
,
2
,
0 2
0
T T Tp pp c rr c p c rr c x c rr c c rv
T
vv vr c vvv v
T T Tpp c rr c xx c rr c x c rr c c rv
T T
vr c x vr c vv v
c w rr c rr c x rr
u um N M N c N M vN N C N N C
M C N Cu u
uk N M v N N C vN N K N N K
C vN K N K u
N f K r C vr M v ,
,
c xx
vr c x vr c
r
C vr K r
(6.7)
Se desconsiderarmos a irregularidade longitudinal do elemento de passagem da
carga cr , esses termos desaparecem da Equação (6.7) e obtém-se:
90
,
2
, ,
,
0 2
0
0
T T Tp pp c rr c p c rr c x c rr c c rv
T
vv vr c vvv v
T T Tp c wp c rr c xx c rr c x c rr c c rv
T T
vr c x vr c vv v
u um N M N c N M vN N C N N C
M C N Cu u
u N fk N M v N N C vN N K N N K
C vN K N K u
(6.8)
Repete-se o procedimento anterior para todas as rodas de veículo que estejam em
contato com elementos de passagem de carga, sendo que os graus de liberdade das
massas suspensas de um mesmo veículo apenas podem ser computados uma única vez.
Processos de montagem convencional podem ser empregados para formar a
equação global de movimento para o sistema veículo-estrutura, que tomará o seguinte
formato:
MU CU KU F (6.9)
onde:
M é a matriz de massa global do sistema;
C é a matriz de amortecimento global do sistema;
K é a matriz de rigidez global do sistema; e
F é o vetor de carregamento global do sistema.
O método utilizado para a resolução desta equação diferencial foi o de
integração direta de Newmark.
Outrossim, a obtenção das freqüências naturais de vibração da estrutura é
imprescindível, pois os coeficientes de ponderação das matrizes de massa e rigidez dos
elementos de pórtico plano e espacial ( e ), para a obtenção da matriz de
amortecimento, têm como base essas freqüências e o fator de amortecimento (vide
Equações 4.41 e 5.37).
O problema da identificação das freqüências naturais de vibração de um
determinado sistema é resolvido com base na análise do movimento de vibrações livres
(com excitação nula) e sem amortecimento. Neste sentido, a equação de equilíbrio
dinâmico da estrutura adota o seguinte formato (Chopra, 1995):
0e eM D K D (6.10)
Resolver o problema de autovalor associado à matriz 1
e eK M significa
encontrar as freqüências naturais de vibração desta estrutura. O cálculo destes
autovalores foi realizado através de uma rotina contida no próprio software MatLab,
descrita por eig( ).
91
Ainda de acordo com Chopra (1995), os valores de e são assim definidos
(assumindo-se idêntico fator de amortecimento para todos os modos de vibração da
estrutura):
i j
i j
1
i j
(6.11)
onde:
é o fator de amortecimento da estrutura;
i é a freqüência natural de vibração do i-ésimo modo; e
j é a freqüência natural de vibração do j-ésimo modo.
6.1 Irregularidade Longitudinal
A irregularidade longitudinal ( )cr x ocorre normalmente na superfície de
rodagem do trilho. Quando o trilho está submetido à ação da temperatura, se o conjunto
dormente-lastro não estiver perfeitamente ancorado a fim de garantir uma resistência à
força de retração ou dilatação dos trilhos, a via pode sofrer deformação no seu plano
vertical (Correa 2003).
Uma forma matemática de representar a irregularidade no plano vertical é
através de uma função senoidal, uma função em co-seno ou uma série de Fourier
completa. A Equação (6.12) é uma expressão em seno que representa este tipo de
irregularidade.
( )c n
t
n xr x A sen
L (6.12)
onde:
nA é a amplitude da irregularidade;
n é o número de meias ondas em tL ;
x é a distância horizontal entre a origem e a irregularidade; e
tL é o comprimento da ponte.
Os parâmetros nA , n , x e tL podem ser adotados também em relação ao
elemento finito de passagem da carga.
92
7 Testes de validação
Realizar-se-á neste capítulo a exposição de exemplos numéricos de casos
bidimensional e tridimensional, a fim de validar a implementação numérico-
computacional desenvolvida.
7.1 Testes Bidimensionais
A fim de mostrar a validade do programa computacional desenvolvido para a
análise de pontes em 2 (duas) dimensões, utilizou-se como exemplo uma viga bi-
apoiada com vão de 15 m de comprimento (Figura 7.1).
x
z
15 m
Figura 7.1 – Modelo bidimensional de ponte – viga bi-apoiada com 15 m de vão.
7.1.1 Teste bidimensional 1
Considera-se o caso de um único carregamento pontual de magnitude 195 kN,
correspondendo ao rodeiro de um trem de alta velocidade (constante), atravessando a
ponte da Figura 7.1. Os parâmetros mecânicos restantes da ponte são massa por unidade
de comprimento = 15.000 kg/m, módulo de elasticidade longitudinal E = 1,539
x 109 N/m2, momento de inércia à flexão transversal
yI = 5 m4, freqüência fundamental
0f = 5 Hz e fator de amortecimento = 2 %. Este exemplo foi também implementado
por Goicolea et al (2002) com o qual será comparado.
Determinou-se as freqüências naturais de vibração da estrutura, conforme
explanado no Capítulo 6. O valor encontrado para a frequência circular fundamental 1
foi de 31,416 rad/s e para a segunda frequência natural de vibração 2 foi 125,65 rad/s.
A frequência fundamental é equivalente à obtida por Goicolea et al (2002), não havendo
informação no trabalho a respeito de outras freqüências naturais.
Para o cálculo da matriz de amortecimento da estrutura plana deste teste,
consideramos a Equação 4.41, definida no Capítulo 4 (2 2 22 2l l l
D D Dc m k ). Neste
93
caso os coeficientes e foram calculados, valendo-se das freqüências 1 e 2
(Equação 6.11).
Goicolea et al. (2002) realizaram análise dinâmica deste exemplo com a carga de
195 kN à velocidade constante v = 220 km/h e obteve o máximo deslocamento vertical
no centro da ponte de 2,80 mm. Não há informação precisas de como Goicolea et al.
(2002) obtiveram a matriz de amortecimento da estrutura.
O resultado obtido utilizando-se o software de análise estrutural SAP2000
correspondeu a 2,814 mm.
Os resultados obtidos numericamente com o uso da implementação
computacional desenvolvida (modelo de veículo: carga concentrada) estão apresentados
na Figura 7.2. Considerou-se a ponte composta por 10 (dez) elementos finitos de barra e
o passo de tempo t = 0,01 s. Esta resposta é quase idêntica à obtida por Goicolea et al.
(2002) e à obtida com o uso do programa SAP2000.
0 1 2 3 4 5 6 7-3
-2.5
-2
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5x 10
-3
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
o m
eio
da v
iga
(m)
Figura 7.2 – Resposta vertical no meio da ponte em função do tempo, obtida numericamente através dos
dados de Goicolea et al. (2002), para uma carga concentrada 2D, no passo de tempo 0,01 s.
O valor máximo do deslocamento vertical no meio da ponte, com o passo de
tempo de 0,01 s, foi de aproximadamente 2,8114 mm. Esse valor possui uma diferença
de 0,41% em relação ao valor obtido por Goicolea et al. (2002) de 2,80 mm e uma
diferença de 0,09% em relação ao obtido com o uso do programa SAP2000. Assim,
considerando o passo de tempo t = 0,01 s, a resposta obtida com a presente
94
implementação numérico-computacional está bem próxima da obtida por Goicolea et al.
(2002), assim como acom a resposta obtida com o uso do programa SAP2000.
7.1.2 Teste bidimensional 2
Considera-se agora o caso de um carregamento de trem movendo-se a uma
velocidade de 288 km/h, consistindo de 10 (dez) rodeiros de valor igual ao considerado
no teste anterior com uma separação uniforme de 16 m, atravessando a ponte
simplesmente de 15 m de comprimento. Os parâmetros mecânicos restantes da estrutura
são também idênticos ao do teste anterior. Este exemplo também foi avaliado por
Goicolea et al (2002), com o qual será comparado.
O máximo deslocamento vertical no meio da ponte obtido por Goicolea et al.
(2002) foi de aproximadamente 0,015 m.
O histórico de deslocamento máximo no meio da ponte, obtido com o uso da
implementação computacional desenvolvida (modelo de veículo: carga concentrada),
considerando 10 elementos finitos e passo de 0,01 s, estão apresentados na Figura 7.3.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5-0.02
-0.015
-0.01
-0.005
0
0.005
0.01
0.015
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
o m
eio
da v
iga
(m)
Figura 7.3 – Resposta vertical no meio da ponte em função do tempo, obtida numericamente através dos
dados de Goicolea et al. (2002), para um veículo de carga concentrada 2D, no passo de tempo 0,01 s.
O gráfico da Figura 7.3 é quase idêntico ao obtido por Goicolea et al. (2002) e o
valor máximo do deslocamento vertical no meio da ponte, com o passo de tempo de
95
0,01 s, foi de aproximadamente 1,5196 x 10-2
m, possuindo uma diferença de 1,31% em
relação ao obtido por Goicolea et al. (2002) de 0,015 m.
7.1.3 Teste bidimensional 3
O terceiro teste foi analisado por Chopra (1995). Neste considera-se uma ponte
simplesmente apoiada com comprimento de 200 pés (60,96 m), módulo de elasticidade
longitudinal de 576.000 klbf/pés2 (2,81 x 10
4 N/m
2), momento de inércia de secção de
700 pés4 (6,042 m
4), densidade linear de 11 klbf/g.pés (353,87 x 10
3 lb/pés =
2755,9 x 103
kg/m), sem amortecimento, submetida a uma única carga de 2.400 klbf
(106,75 x105 N) movendo-se a velocidade de 80,67 pés/s (24,59 m/s).
A resposta analítica para este problema (deslocamento vertical no meio da
ponte) foi obtida por Chopra e está representada graficamente pelas curvas em vermelho
na Figura 7.4. e Figura 7.5
Na análise numérica a ponte é composta por 10 elementos finitos e passos de
tempo iguais a 0,1 s e 0,01 s A resposta numérica (deslocamento vertical no meio da
ponte) está representada pelas curvas em azul na Figura 7.4.e na Figura 7.5.
Com o passo de tempo de 0,1 s as respostas, numérica e analítica, coincidem
aproximadamente até o instante t = 0,5 s.(Figura 7.4). Diminuindo-se o passo de tempo
para 0,01 s observa-se que o programa está convergindo para o resultado analítico, ou
seja, as curvas coincidem em todo o intervalo de tempo de passagem da carga sobre a
estrutura (Figura 7.5).
96
Figura 7.4 – Respostas verticais no meio da ponte em função do tempo, obtidas analítica e numericamente
– Teste bidimensional 3, passo de tempo t = 0,1 s.
0 0.5 1 1.5 2 2.5-1.2
-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
o m
eio
da v
iga
(pés
)
Figura 7.5 – Respostas verticais no meio da ponte em função do tempo, obtidas analítica e numericamente
– Teste bidimensional 3, passo de tempo t = 0,01 s.
7.2 Testes tridimensionais
A fim de mostrar a validade da implementação computacional desenvolvida para
a análise de pontes em 3 (três) dimensões, implementou-se o exemplo da Figura 7.6. O
97
contato da carga dinâmica (trem) com a estrutura se dá através das linhas de barras em
cores azul e lilás.
Figura 7.6 – Modelo tridimensional de ponte implementado.
O comprimento total da ponte é de 15 m e a sua altura é de 3 m. Utilizou-se na
análise 144 elementos. Os elementos contidos no plano xy e na direção do eixo x
possuem 1,5 m de comprimento. Os elementos contidos no mesmo plano, mas na
direção do eixo y , possuem comprimentos de 0,5 m, 1 m e 0,5 m, respectivamente,
quando se distancia da origem do eixo y . Os elementos contidos no plano zx ou yz na
direção do eixo z possuem comprimento igual à altura da ponte.
Todos os elementos finitos foram tomados como possuindo as mesmas
propriedades geométricas de secção e mecânicas: massa por unidade de comprimento
= 7.500 kg/m, módulo de elasticidade longitudinal E = 1,539 x 109 N/m
2, área da
secção transversal quadrada A = 1 m2, momentos de inércia à flexão
yI = 0,083 m4 e
zI = 0,083 m4, constante de torção xJ = 0,142 m
4, coeficiente de Poisson = 0,2 e
fator de amortecimento = 2 %.
98
7.2.1 Teste tridimensional 1
O exemplo utilizado como teste de validação para a análise estática consistiu de
uma carga de 200 kN aplicada no nó 6 que eqüidista dos extremos da ponte, como
mostra a Figura 7.7. Desconsiderou-se o peso próprio da estrutura.
Figura 7.7 – Carga aplicada na ponte tridimensional para a análise estática.
Tabela 7.1 – Deslocamentos em dois nós da estrutura tridimensional.
Nó Deslocamento Implementação (m) SAP2000 (m) Diferença (%)
6
xU 8,356 x 10-6
8,356 x 10-6
0,00
yU 3,894 x 10-5
3,900 x 10-5
-0,15
zU -1,023 x 10-3
-1,024 x 10-3
-0,10
x 1,109 x 10-4
1,110 x 10-4
-0,09
y -2,111 x 10
-5 -2,100 x 10
-5 0,52
z 1,272 x 10-6
1,272 x 10-6
0,00
12
xU -4,006 x 10-6
-4,006 x 10-6
0,00
yU 4,512 x 10-7
4,512 x 10-7
0,00
zU -1,947 x 10-6
-1,947 x 10-6
0,00
x -2,315 x 10-6
-2,315 x 10-6
0,00
y 1,499 x 10
-4 1,500 x 10
-4 -0,07
z -3,944 x 10-6
-3,944 x 10-6
0,00
99
A Tabela 7.1 contém os valores dos deslocamentos nos nós 6 e 12 (escolhidos
aleatoriamente) em decorrência da força de 200 kN aplicada no nó 6 na direção
contrária ao eixo z global, fazendo uso da implementação numérico-computacional e
do programa SAP2000.
Observa-se que os deslocamentos nos nós 6 e 12, utilizando-se a implementação
numérico-computacional desenvolvida, possuem uma diferença percentual inferior a
0,53% em relação aos obtidos com o uso do software SAP2000, satisfazendo assim o
teste de validação para a análise estática.
7.2.2 Teste tridimensional 2
Este teste consiste na análise modal da estrutura da Figura 7.6. A Tabela 7.2
contém os valores das frequências naturais de vibração da estrutura obtidas com o uso
da implementação computacional desenvolvida e as obtidas com o uso do software SAP
2000.
Tabela 7.2 – Frequências naturais de vibração da estrutura tridimensional.
Modo de vibração Implementação
(rad/s)
Implementação (Hz) SAP2000
(rad/s)
SAP2000
(Hz)
Diferença (%)
1 10,327 1,6436 10,327 1,6436 0,00
2 14,075 2,2401 14,075 2,2401 0,00
3 20,406 3,2477 20,406 3,2477 0,00
4 25,324 4,0305 25,324 4,0305 0,00
5 34,634 5,5121 34,634 5,5121 0,00
6 41,675 6,6327 41,675 6,6327 0,00
7 50,383 8,0187 50,383 8,0187 0,00
8 54,306 8,6431 54,306 8,6431 0,00
9 62,736 9,9848 62,736 9,9848 0,00
10 77,848 12,332 77,848 12,332 0,00
11 80,035 12,738 80,035 12,738 0,00
12 85,544 13,615 85,544 13,615 0,00
Pode-se observar que as doze frequências de vibração da estrutura determinadas
numericamente são idênticas às obtidas com o uso do software comercial, satisfazendo
assim o teste de validação para a análise modal.
É oportuno destacar que, para efeito de comparação com o SAP2000, utilizou-se
matriz de massa concentrada ao invés de matriz de massa consistente. A matriz de
massa concentrada do elemento de pórtico espacial utilizada corresponde a:
100
3
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 02
0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
l
D
lmc
Da Figura 7.8 a Figura 7.12 têm-se os cinco primeiros modos de vibração da
estrutura e foram obtidas com o uso do software SAP2000.
Figura 7.8 – Primeiro modo de vibração natural da estrutura tridimensional.
101
Figura 7.9 – Segundo modo de vibração natural da estrutura tridimensional.
Figura 7.10 – Terceiro modo de vibração natural da estrutura tridimensional.
102
Figura 7.11 – Quarto modo de vibração natural da estrutura tridimensional.
Figura 7.12 – Quinto modo de vibração natural da estrutura tridimensional.
7.2.3 Teste tridimensional 3
Neste teste realiza-se a análise dinâmica da estrutura da Figura 7.6 submetida à
passagem de uma carga de 200 kN correspondendo a um rodeiro de um trem movendo-
se a velocidade constante de 180 km/h. O modelo de veículo utilizado é o de carga
concentrada tridimensional, pois é o único que o software SAP2000 é capaz de modelar,
tornando possível a comparação com os resultados numéricos aqui obtidos.
Como o contato da carga dinâmica (trem) com a estrutura se dá através das
linhas de barras em cores azul (nó 1 ao nó 11) e lilás (nó 12 ao nó 22), então cada linha
suporta metade da carga dinâmica, isto é, 100 kN.
Para o cálculo da matriz de amortecimento da estrutura espacial deste teste,
consideramos a Equação (5.37), definida no Capítulo 5 (3 3 32 2l l l
D D Dc m k ). Neste
caso os coeficientes e foram calculados (Equação 6.11), valendo-se das
freqüências 2 e 5 (vide Tabela 7.1), sendo estas as primeiras frequências
relacionadas aos modos de vibração de flexão na direção do eixo global z, conforme se
depreende das Figura 7.8 a Figura 7.12.
A Figura 7.13 contém a estrutura da Figura 7.6, porém com a numeração adotada
para os seus nós.
103
Figura 7.13 – Modelo tridimensional de ponte implementado, contendo a numeração dos nós.
A Figura 7.14 e a Figura 7.15 contêm os gráficos do deslocamento vertical nos
nós 6 e 17, em função do tempo, obtidos mediante o uso da implementação
computacional desenvolvida.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5x 10
-3
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ó 6
(m)
Figura 7.14 – Resposta vertical no nó 6 em função do tempo, numericamente obtida através da
implementação numérico-computacional, para um eixo de carga concentrada 3D, no passo Δt = 0,01 s.
104
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5x 10
-3
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ó 17
(m
)
Figura 7.15 – Resposta vertical no nó 17 em função do tempo, numericamente obtida através da
implementação numérico-computacional, para um eixo de carga concentrada 3D, no passo Δt = 0,01 s.
A Figura 7.16 e a Figura 7.17 contêm os gráficos do deslocamento vertical nos
nós 6 e 17, em função do tempo, obtidos mediante o uso do programa SAP2000.
Figura 7.16 – Resposta vertical no nó 6 em função do tempo, numericamente obtida através do SAP2000,
para um eixo de carga concentrada 3D, no passo Δt = 0,01 s.
105
Figura 7.17 – Resposta vertical no nó 17 em função do tempo, numericamente obtida através do
SAP2000, para um eixo de carga concentrada 3D, no passo Δt = 0,01 s.
Comparando-se os gráficos da Figura 7.14 e da Figura 7.16 e os da Figura 7.15 e
da Figura 7.17 verifica-se a identidade entre eles.
A Tabela 7.3 contém os valores do máximo deslocamento vertical nos nós
indicados (escolhidos aleatoriamente), fazendo uso da implementação computacional e
do programa SAP 2000.
Tabela 7.3 – Máximo deslocamento vertical em dez nós da estrutura tridimensional.
Nó Programa implementado (m) SAP2000 (m) Diferença (%)
3 9,638 x 10-4
9,691 x 10-4
-0,55
15 1,185 x 10-3
1,186 x 10-3
-0,08
6 1,398 x 10-3
1,402 x 10-3
-0,29
17 1,392 x 10-3
1,397 x 10-3
-0,36
24 5,707 x 10-4
5,588 x 10-4
2,13
35 5,673 x 10-4
5,531 x 10-4
2,57
45 8,721 x 10-4
8,836 x 10-4
-1,30
52 8,944 x 10-4
8,833 x 10-4
1,26
48 1,371 x 10-3
1,368 x 10-3
0,22
55 1,352 x 10-3
1,356 x 10-3
-0,29
Observa-se que as máximas respostas verticais nos nós 3, 15, 6, 17, 48 e 55,
obtidas com a utilização da implementação numérico-computacional desenvolvida,
possuem diferença percentual inferior a 0,56% em relação àquelas obtidas com o uso do
106
SAP2000; nos nós 45 e 52 essa diferença é inferior a 1,31% e nos nós 24 e 35 inferior a
2,58%, satisfazendo assim o teste de validação para a análise dinâmica.
A diferença de ordem de grandeza das diferenças percentuais de resposta vertical
nos distintos nós deve decorrer do fato de que o programa SAP2000 faz uso de matriz
de massa concentrada e nesta análise numérica utilizou-se matriz de massa consistente.
107
8 Exemplos de Aplicação
8.1 Análise do Efeito da Modelagem da Estrutura e do Veículo
Ferroviário Tridimensionais.
Este exemplo de aplicação consiste de um carregamento de trem movendo-se a
uma velocidade de 129 km/h, consistindo de 10 (dez) veículos com uma separação
uniforme de 16 m, atravessando a ponte da Figura 7.6.
Para o modelo de veículo completo, a distância de 16 m corresponde à distância
entre o primeiro rodeiro de cada um dos 10 veículos-tipo, sendo que cada veículo
completo possui 4 rodeiros.
A velocidade de 129 km/h, juntamente com o espaçamento entre rodeiros de
16 m, faz com que a freqüência de aplicação da carga coincida com a segunda
freqüência natural de vibração da estrutura 2 = 14,075 rad/s (vide Tabela 7.2).
A segunda freqüência desta estrutura é a primeira freqüência natural associada à
flexão na direção do eixo global z , que corresponde à direção de transmissão de força
entre veículo e estrutura.
Para o cálculo da matriz de amortecimento da estrutura espacial deste teste,
consideramos a Equação (5.37), definida no Capítulo 5 (3 3 32 2l l l
D D Dc m k ). Neste
caso, os coeficientes e também foram calculados valendo-se das freqüências 2 e
5 (vide Tabela 7.2).
Os dados hipotéticos dos modelos de veículo estão representados nas duas
tabelas abaixo:
Tabela 8.1 – Propriedades mecânicas da composição veicular 3D (unidades do SI).
Modelo 3D wF vm pk
pc sk sc rm tm vJ vI sJ sI
Concentrado -170.184 - - - - - - - - - - -
Massa -170.184 - - - - - 8.674 - - - - -
Simplificado -170.184 12.144 900.000 300.000 - - 2.602 - 64.000 - - -
Completo -170.184 8.000 150.000 50.000 150.000 50.000 650 2.072 30.000 67.000 7.000 16.750
108
Tabela 8.2 – Propriedades geométricas da composição veicular 3D (unidades do SI).
Modelo 3D l d s e
Concentrado - - - -
Massa - - - -
Simplificado - - - 0,5
Completo 3,0 1,0 1,5 0,5
onde:
wF é o peso de um veículo;
pk é a rigidez da suspensão primária de um veículo;
pc é o amortecimento da suspensão primária de um veículo;
sk é a rigidez da suspensão secundária de um veículo; e
sc é o amortecimento da suspensão secundária de um veículo.
Nesta seção serão apresentadas respostas dinâmicas para a estrutura levando-se
em conta os 4 (quatro) modelos de veículo apresentados no Capítulo 4, sem
irregularidade na estrutura.
Da Figura 8.1 a Figura 8.4 têm-se as curvas representativas do deslocamento
vertical nos nós centrais, 6 (cor vermelha) e 17 (cor azul), em função do tempo, para os
quatro modelos de veículo tridimensional e sem a consideração de irregularidade na
estrutura. As curvas dos nós 6 e 17 foram plotadas conjuntamente, e, em razão da baixa
assimetria longitudinal, essas curvas são quase sempre coincidentes.
109
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-6
-4
-2
0
2
4
6x 10
-3
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.1 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo de carga concentrada, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 129 km/h.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-6
-4
-2
0
2
4
6x 10
-3
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.2 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo de massa, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 129 km/h.
110
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-6
-4
-2
0
2
4
6x 10
-3
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.3 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo simplificado, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 129 km/h.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-3
-2
-1
0
1
2
3x 10
-3
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.4 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo completo, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 129 km/h.
111
A Tabela 8.3 e a Figura 8.5 mostram os valores do máximo deslocamento
vertical, de acordo com os 4 (quatro) gráficos anteriormente mostrados.
Tabela 8.3 – Máximos deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo
tridimensionais, v = 129 km/h e sem irregularidade na estrutura.
Modelo 3D Máximo deslocamento vertical - Nó 6 (m) Máximo deslocamento vertical - Nó 17 (m)
Concentrado 5,9610 x 10-3
5,9580 x 10-3
Massa 5,9520 x 10-3
5,9488 x 10-3
Simplificado 5,5208 x 10-3
5,5190 x 10-3
Completo 2,5847 x 10-3
2,5828 x 10-3
0
0,001
0,002
0,003
0,004
0,005
0,006
0,007
Con
cent
rado
Mas
sas
Simplifica
do
Com
plet
o
Máximo deslocamentovertical nó 6
Máximo deslocamentovertical nó 17
Figura 8.5 – Deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo tridimensionais,
v = 129 km/h e sem irregularidade na estrutura.
As máximas respostas verticais nos nós centrais (6 e 17) decrescem quando se
considera os modelos com interação: massa, simplificado e completo, nessa ordem.
Os gráficos para os modelos de carga concentrada e de massa também são
bastante similares, porém a máxima resposta vertical no modelo com interação de massa
é cerca de 0,15% inferior ao de carga concentrada, nos nós centrais.
A máxima resposta no modelo completo tridimensional, sem irregularidade na
estrutura, é: 56,64% menor do que a máxima resposta no modelo de carga concentrada;
56,57% menor do que a máxima resposta no modelo de massa; e 53,18% menor do que
a máxima resposta no modelo simplificado. Considerou-se os máximos do nó 6 por
serem um pouco superiores aos do nó 17.
112
A análise seguinte consiste em averiguar as mesmas diferenças de deslocamento
vertical nos nós centrais, mas com o veículo em velocidade que não gere uma
freqüência de passagem coincidente com alguma freqüência de vibração natural da
estrutura. Para isso, adotou-se a velocidade de 207 km/h.
Da Figura 8.6 a Figura 8.9 têm-se as curvas representativas do deslocamento
vertical nos nós centrais 6 (cor vermelha) e 17 (cor azul), em função do tempo, para os
quatro modelos de veículo tridimensional e sem a consideração de irregularidade na
estrutura.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6x 10
-4
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.6 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo de carga concentrada, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h.
113
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-14
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6x 10
-4
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.7 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo de massa, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8x 10
-4
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.8 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo simplificado, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h.
114
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8x 10
-4
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.9 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo completo, sem irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h.
A Tabela 8.4 e a Figura 8.10 mostram os valores do máximo deslocamento
vertical, de acordo com os 4 (quatro) gráficos anteriormente mostrados.
Tabela 8.4 – Respostas verticais no meio da ponte para os modelos de veículo tridimensionais,
v = 207 km/h e sem irregularidade na estrutura.
Modelo 3D Máximo deslocamento vertical - Nó 6 (m) Máximo deslocamento vertical - Nó 17 (m)
Concentrado 1,1684 x 10-3
1,1634 x 10-3
Massa 1,2725 x 10-3
1,2672 x 10-3
Simplificado 0,9775 x 10-3
0,9727 x 10-3
Completo 0,8620 x 10-3
0,8597 x 10-3
115
0
0,0002
0,0004
0,0006
0,0008
0,001
0,0012
0,0014
Con
cent
rado
Mas
sas
Simplifica
do
Com
plet
o
Máximo deslocamentovertical nó 6
Máximo deslocamentovertical nó 17
Figura 8.10 – Deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo tridimensionais,
v = 207 km/h e sem irregularidade na estrutura.
As máximas respostas verticais nos nós centrais (6 e 17) também decrescem
quando se considera os modelos com interação: massa, simplificado e completo, nessa
ordem.
Os gráficos para os modelos de carga concentrada e de massa também são
bastante similares, porém a máxima resposta vertical no modelo com interação de massa
é cerca de 8,91% superior ao de carga concentrada, nos nós centrais.
A máxima resposta no modelo completo tridimensional, sem irregularidade na
estrutura, é: 26,22% menor do que a máxima resposta no modelo de carga concentrada;
32,26% menor do que a máxima resposta no modelo de massa; e 11,81% menor do que
a máxima resposta no modelo simplificado. Consideraram-se os máximos do nó 6 por
serem maiores que os do nó 17.
A redução de resposta vertical no modelo completo tridimensional em relação
aos outros modelos tridimensionais é maior para o caso em que a freqüência de
passagem da carga coincide com a segunda freqüência de vibração natural da estrutura,
do que para o caso em que a freqüência de passagem da carga, apesar de maior, não
coincide com alguma freqüência de vibração natural da estrutura.
Comparando-se os gráficos das Figuras 8.1 a 8.4 com os das Figuras 8.6 a 8.9,
respectivamente, verifica-se que na velocidade de 129 km/h a magnitude das respostas
verticais nos nós 6 e 17 corresponde a cerca de 5 vezes a magnitude das respostas na
velocidade de 207 km/h (modelo de veículo simplificado).
116
8.2 Análise do Efeito da Irregularidade Longitudinal
A irregularidade longitudinal tridimensional comporta-se de acordo com a
Equação (6.19), em que, para os parâmetros nA , n e tL , foram adotados os seguintes
valores numéricos: nA = 0,008 m, n = 16, tL = 15 m (linha de barras em cor azul na
Figura 7.6); e '
nA = 0,008 m, 'n = 10, '
tL = 15 m (linha de barras em cor lilás na Figura
7.6). Este exemplo de aplicação consiste do mesmo da Secção 8.1 com o carregamento
de trem movendo-se à velocidade de 207 km/h.
A Figura 8.11 a Figura 8.14 contêm as curvas representativas do deslocamento
vertical nos nós centrais 6 (cor vermelha) e 17 (cor azul), em função do tempo, para os
quatro modelos de veículo tridimensional e com a consideração de irregularidade na
estrutura.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6x 10
-4
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.11 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo de carga concentrada, com irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h.
117
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-2
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1x 10
-3
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.12 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo de massa, com irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8x 10
-4
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.13 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo simplificado, com irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h.
118
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8x 10
-4
Tempo (s)
Des
loca
men
to v
ertic
al n
ós 6
e 1
7 (m
)
Figura 8.14 – Histórico de resposta vertical nos nós centrais 6 e 17, para os modelos tridimensionais de
estrutura e veículo completo, com irregularidade, no passo Δt = 0,01 s e v = 207 km/h.
A Tabela 8.5 e a Figura 8.15 mostram os valores do máximo deslocamento
vertical, de acordo com os 4 (quatro) gráficos anteriormente mostrados.
Tabela 8.5 – Deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo tridimensionais,
v = 207 km/h e com irregularidade na estrutura.
Modelo 3D Máximo deslocamento
vertical - Nó 6 (m)
Máximo deslocamento
vertical - Nó 17 (m)
Concentrado 1,1684 x 10-3
1,1634 x 10-3
Massa 1,6496 x 10-3
1,6927 x 10-3
Simplificado 1,0967 x 10-3
1,1166 x 10-3
Completo 0,9453 x 10-3
0,9178 x 10-3
119
0
0,0002
0,0004
0,0006
0,0008
0,001
0,0012
0,0014
0,0016
0,0018
Con
cent
rado
Mas
sas
Simplifica
do
Com
plet
o
Máximo deslocamentovertical nó 6
Máximo deslocamentovertical nó 17
Figura 8.15 – Deslocamentos verticais no meio da ponte para os modelos de veículo tridimensionais,
v = 207 km/h e com irregularidade na estrutura.
A máxima resposta vertical no meio da ponte para o modelo de veículo de carga
concentrada, com irregularidade, é idêntica ao respectivo da situação sem
irregularidade. Em verdade, os gráficos da resposta vertical no meio da ponte para o
modelo de carga concentrada com e sem irregularidade são idênticos.
As máximas respostas verticais nos nós centrais (6 e 17) também decrescem
quando se considera os modelos com interação: massa, simplificado e completo, nessa
ordem.
A irregularidade longitudinal na estrutura acentua a diferença de resposta
vertical nos nós centrais entre os modelos de interação de massa e o de carga
concentrada, de modo que a máxima resposta vertical no modelo com interação de
massa é cerca de 41,18% superior ao de carga concentrada, nos nós centrais.
A máxima resposta no modelo completo tridimensional, com irregularidade na
estrutura, é: 19,09% menor do que a máxima resposta no modelo de carga concentrada;
42,69% menor do que a máxima resposta no modelo de massa; e 13,80% menor do que
a máxima resposta no modelo simplificado. Considerou-se os máximos do nó 6 por
serem maiores que os do nó 17.
A máxima resposta no modelo de massa tridimensional, com irregularidade na
estrutura, é 29,63% superior à máxima resposta no mesmo modelo de veículo e sem
irregularidade (nó 6).
120
A máxima resposta no modelo simplificado tridimensional, com irregularidade
na estrutura, é 12,19% superior à máxima resposta no mesmo modelo de veículo e sem
irregularidade (nó 6).
A máxima resposta no modelo completo tridimensional, com irregularidade na
estrutura, é 9,66% superior à máxima resposta no mesmo modelo de veículo e sem
irregularidade (nó 6).
Assim, em decorrência da irregularidade longitudinal, os modelos de veículo
com interação têm suas respostas verticais aumentadas em relação aos respectivos da
modelagem sem irregularidade.
A diferença de máxima resposta vertical entre o nó 6 e 17 aumenta quando há
irregularidade na via, para um mesmo modelo de veículo com interação.
8.3 Análise do Efeito de Ressonância
Nesta secção analisou-se o mesmo exemplo tridimensional da Secção 8.1. Os
modelos de veículo sem interação (forças concentradas) e simplificado são utilizados
para se avaliar o fenômeno de ressonância nesta estrutura para esta composição. Para
isso, construiu-se um gráfico com a velocidade no eixo das abscissas e o máximo
deslocamento vertical (em valor absoluto) no nó 6, eqüidistante dos extremos da ponte.
0 50 100 150 200 250 300 3500
1
2
3
4
5
6
7x 10
-3Carga concentrada
Velocidade (km/h)
Máx
imo
desl
ocam
ento
ver
tical
nó
6 (m
)
121
Figura 8.16 – Máximo deslocamento vertical no nó 6 em valor absoluto, em função da velocidade, para os
modelos tridimensionais de estrutura e veículo de carga concentrada.
0 50 100 150 200 250 300 3500.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5x 10
-3Simplificado
Velocidade (km/h)
Máx
imo
desl
ocam
ento
ver
tical
nó
6 (m
)
Figura 8.17 – Máximo deslocamento vertical no nó 6 em valor absoluto, em função da velocidade, para os
modelos tridimensionais de estrutura e veículo simplificado.
Observa-se da Figura 8.16 e Figura 8.17 que, para a velocidade de 130 km/h, a
máxima resposta vertical aumenta cerca de 5 vezes em relação à velocidade de
210 km/h, conforme mencionado na Seção 8.1.
O máximo deslocamento vertical no nó 6, para os pontos de velocidade
considerados, ocorre assim na velocidade de 130 km/h.
Essas evidências sugerem a ocorrência de ressonância nas velocidades próximas
a 130 km/h, como a adotada no exemplo da Seção 8.1.
Isso ocorre pois o carregamento nas proximidades desta velocidade, e espaçado
de 16 m, possui uma freqüência de passagem próxima da segunda freqüência
fundamental de vibração da estrutura (primeira freqüência natural de vibração
relacionada à flexão na direção do eixo global z ).
Para o intervalo de velocidade de 10 a 270 km/h, a máxima resposta vertical no
nó 6 reduz quando se passa da análise dinâmica sem interação para a interação com
modelo de veículo simplificado. Para as velocidades superiores (280 a 340 km/h), a
lógica é invertida, isto é, a máxima resposta vertical no nó 6 passa a ser inferior no
modelo de carga concentrada em relação ao modelo com interação, pela ocorrência, de
122
acordo com a Figura 8.17, nas velocidades próximas a 320 km/h, de um pico na curva,
porém inferior ao registrado nas velocidades próximas de 130 km/h.
O trem atravessando a ponte a uma velocidade de 317 km/h, tendo como
intervalo de distância de aplicação das cargas 16 m, gera uma freqüência de aplicação
da carga que coincide com a quinta freqüência de vibração natural da estrutura (segunda
freqüência natural de vibração relacionada à flexão na direção do eixo global z ).
Vale destacar que a segunda e a quinta freqüência natural de vibração da
estrutura foram utilizadas para se construir a sua matriz de amortecimento.
É oportuno observar que o pico nas velocidades próximas a 320 km/h é
evidenciado apenas no gráfico de análise de ressonância da estrutura com o modelo de
veículo simplificado.
Por fim, para o exemplo considerado, a freqüência de passagem da carga
coincidindo com a segunda ou a quinta freqüência natural de vibração da estrutura
tridimensional, registram a ocorrência de ressonância (velocidades próximas a 130 km/h
e a 320km/h, respectivamente).
123
9 Conclusões e Sugestões
De acordo com os exemplos tridimensionais das Seções 8.1 e 8.2, a máxima
resposta vertical nos nós centrais da ponte decresce quando se considera os modelos de
veículo com interação, na seguinte ordem: de massa, simplificado e completo. Essas
afirmações são válidas, tanto para a estrutura sem a presença de irregularidade
longitudinal, quanto para a estrutura com esse tipo de irregularidade.
Em decorrência da irregularidade longitudinal, os modelos de veículo com
interação têm suas respostas verticais aumentadas em relação aos respectivos da
modelagem sem irregularidade.
As diferenças de resposta no meio da ponte entre um e o outro lado da ponte
(caso tridimensional) devem aumentar conforme se aumente a diferença da
irregularidade entre um e outro lado, a assimetria longitudinal da estrutura e as inércias
translacionais e rotacionais dos veículos.
De todos os modelos de veículo tridimensional utilizados para simular a carga
dinâmica devido à passagem de um trem, o modelo completo tridimensional foi o que
apresentou o resultado menos conservativo, por ser mais refinado e permitir a distinção
entre a carroceria do veículo e os truques, com seus movimentos de translação vertical e
rotação em torno de um e dois eixos, respectivamente. Permite-se, assim, projetos mais
econômicos do que aqueles projetados sem a consideração de interação, ou mesmo,
auxilia de forma mais realista na análise de pontes já existentes.
O efeito da interação veículo-estrutura mostrou-se importante quando da
avaliação do efeito de ressonância. Ao utilizar-se modelo de veículo representado por
cargas concentradas cuja a freqüência de aplicação destas cargas coincide com certa
frequência de vibração natural da estrutura (a menos de um número inteiro), o fenômeno
de ressonância pode ocorrer. No entanto, ao utilizar-se o modelo simplificado, este foi
capaz de identificar o efeito de ressonância também em outra freqüência natural da
estrutura.
O estudo das vibrações em pontes ferroviárias é muito importante para o
conhecimento do comportamento dessas obras de arte especiais, a fim de que se possa
projetar e verificá-las com segurança e economicidade.
Há algumas sugestões interessantes para o complemento deste trabalho, tais
como:
A modelagem do trilho e do lastro tanto para a análise bi quanto tridimensional
tornam a modelagem computacional mais próxima da realidade.
124
O uso da teoria de vigas de Timoshenko ao invés da teoria de vigas de Euler-
Bernoulli também deve levar a resultados mais precisos.
A consideração de irregularidade nas rodas e nos trilhos propriamente também
faria com que o programa computacional desenvolvido fosse mais próximo da
realidade.
A determinação experimental das características mecânicas do trem e dos
elementos da via para uma modelagem mais realista do sistema.
125
10 Referências bibliográficas
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128
Anexo
Algoritmo da Implementação Computacional Tridimensional
1. Na rotina Dados_3D entra-se com dados da estrutura, do trem e os parâmetros de
Newmark:
1.1. Da estrutura:
1.1.1 número de elementos finitos; comprimento total da ponte e outros parâmetros
geométricos da estrutura necessários ao caso concreto; matriz de coordenadas dos
nós da estrutura; matriz de conectividade dos elementos finitos; matriz de
restrições dos graus de liberdade dos nós da estrutura; matriz dos vetores de
coordenadas dos elementos finitos pertencentes ao plano l lz x , porém definido em
coordenadas globais; e fator de amortecimento da estrutura;
1.1.2 vetor de módulo de deformação longitudinal dos materiais dos elementos finitos;
vetor de coeficiente de Poisson dos materiais dos elementos finitos; vetor de área
da seção transversal constante dos elementos finitos; vetor de momento de inércia
em torno do eixo ly dos elementos finitos; vetor de momento de inércia em torno
do eixo lz dos elementos finitos; vetor de momento polar de inércia em torno do
eixo lx dos elementos finitos; e vetor de massa linear dos elementos finitos;
1.1.3 construção de matriz com os dados dos vetores do subitem 1.1.2;
1.1.4 parâmetros de irregularidade dos elementos finitos de passagem de carga;
1.2. Do trem:
1.2.1. vetor com a identificação da distância do primeiro rodeiro de cada veículo ao
início da ponte;
1.2.2. velocidade do trem;
1.2.3. escalares dos parâmetros mecânicos e geométricos de cada modelo de veículo;
1.2.4. modelo de veículo a ser utilizado;
1.3. Do método de Newmark:
1.3.1. passo de tempo, parâmetros gamma e beta de Newmark; e
1.3.2. tempo de análise dinâmica sem trem sobre a estrutura.
2. A rotina Dados_3D chama a rotina AnaliseDinamica_3D que contém como
parâmetros as informações da estrutura e do trem da rotina Dados_3D;
129
3. A rotina AnaliseDinamica_3D chama a rotina Veiculos_3D que organiza em
matrizes de modelo de veículo os dados dos escalares dos parâmetros mecânicos e
geométricos dos modelos de veículos;
4. A rotina AnaliseDinamica_3D chama a rotina ModuloVetoresProprios_3D que
calcula as frequências naturais de vibração da estrutura, utilizando-se o conceito
de matriz de massa concentrada;
5. A rotina AnaliseDinamica_3D calcula os parâmetros e da Equação (6.11);
6. A rotina AnaliseDinamica_3D chama a rotina
MatrizesRigidezMassaAmortEstrut_3D que calcula a matriz de rigidez-
elástica, de massa consistente e de amortecimento de todos os elementos finitos e,
em seguida, estas mesmas matrizes para a estrutura ( eM , eC e eK ) utilizando-se
o conceito de incidência cinemática;
7. A rotina AnaliseDinamica_3D calcula a posição inicial dos rodeiros para cada
veículo do trem, consoante o modelo de veículo definido;
8. A rotina AnaliseDinamica_3D calcula o tempo total de análise ( ct ) que considera
o tempo que o último rodeiro de veículo leva para chegar à ponte e atravessá-la e
o tempo extt de análise sem trem sobre a ponte (vibração livre);
9. A descrição do algoritmo de análise dinâmica implementado na rotina
AnaliseDinamica_3D é realizada a seguir:
1o Passo: definição e inicialização das seguintes variáveis:
(1) 0t
( ,1)U zeros NGLLE numvei nglvt
( ,1)U zeros NGLLE numvei nglvt
( ,1)U zeros NGLLE numvei nglvt
( , 1)tf zeros NGLEst numvei nglvt np
( , 1)ttf zeros NGLLE numvei nglvt np
onde:
t = tempo;
U = vetor nulo de deslocamentos do sistema estrutura-composição veicular (instante
inicial);
U = vetor nulo de velocidades do sistema estrutura-composição veicular (instante
inicial);
130
U = vetor nulo de acelerações do sistema estrutura-composição veicular (instante
inicial);
tf = matriz das forças de interação com colunas representando os vetores das forças de
interação do sistema nos instantes inicial até 1np e considerando todos os graus de
liberdade da estrutura;
ttf = matriz das forças de interação com colunas representando os vetores das forças de
interação do sistema nos instantes inicial até 1np e considerando apenas os graus de
liberdade livre da estrutura;
NGLEst = total de graus de liberdade da estrutura;
NGLLE = total de graus de liberdade livre da estrutura;
numvei = total de veículos da composição;
nglvt = total de graus de liberdade do veículo-tipo; e
1np = total de instantes de tempo da análise dinâmica.
2o Passo: cálculo do tempo t no 2
o instante de tempo:
( 2) 0t k t t
onde:
t = é o passo de tempo.
3o Passo: definição das matrizes do sistema veículo-estrutura tM , tC e tK , com o total
de graus de liberdade do sistema:
( , )tM zeros NGLEst numvei nglvt NGLEst numvei nglvt
( , )tC zeros NGLEst numvei nglvt NGLEst numvei nglvt
( , )tK zeros NGLEst numvei nglvt NGLEst numvei nglvt
4o Passo: inserção das matrizes da estrutura nas respectivas do sistema considerando
apenas os graus de liberdade livre:
1
1
( , ) ( , )
( , ) ( , )
( , ) ( , )
t e
t e
t e
Para i de até NGLLE
Para j de até NGLLE
M i j M i j
C i j C i j
K i j K i j
Final
Final
5o Passo: cálculo da posição x de cada rodeiro de cada veículo (a origem do eixo de
posição ( 0x ) é a extremidade da ponte por onde adentra o trem); cálculo do número
131
de rodeiros sobre a ponte; cálculo do vetor de identificação do veículo a que pertence
um rodeiro sobre a ponte; cálculo do número de veículos sobre a ponte; cálculo do vetor
de posição dos rodeiros sobre a ponte; cálculo de outro vetor de identificação de veículo
a que pertence um rodeiro sobre a ponte (todos esses cálculos são feitos para o segundo
instante de tempo, isto é, ( 2)t k t ):
1
1
( , , 2) ( 2) ( , )
( , , 2) 0 ( , , 2)
1
( )
( , 2) ( , , 2)
[ 1] [ 2 ( ,1, 2) ] [ 3 ( ,1,
t
t
Para nv de até numvei
Para nr de até nro
x nv nr v t k dant nv nr
Se x nv nr k e x nv nr k L
nrnp nrnp
identvei nrnp nv
xnp nrnp k xu nv nr k
Se nr ou nr e xu nv k L ou nr e xu nv k 2) ( , 2, 2) ]...
[ 4 ( ,1, 2) ( , 2, 2) ( ,3, 2) ]
1
( )
t t
t t t
L e xu nv k L
ou nr e xu nv k L e xu nv k L e xu nv k L
nvnp nvnp
Final
etroda nrnp nvnp
Final
Final
Final
onde:
v = velocidade do trem;
dant = matriz ou vetor de distância inicial, em valor absoluto, de cada rodeiro de cada
veículo em relação a 0x ;
nrnp = número de rodeiros sobre a ponte;
identvei = vetor de identificação do veículo a que pertence um rodeiro sobre a ponte
(utilizado para obtenção dos parâmetros mecânicos e geométricos do veículo);
xnp = vetor de posição dos rodeiros sobre a ponte;
nvnp= número de veículos sobre a ponte; e
etroda = outro vetor de identificação do veículo a que pertence um rodeiro sobre a
ponte (utilizado para a consideração uma única vez dos graus de liberdade das massas
suspensas de um determinado veículo que esteja sobre a ponte).
6o Passo: cálculo das matrizes do sistema ( tM , tC e tK ) e do vetor de forças de
interação tf para o segundo instante de tempo, no caso de haver algum rodeiro sobre a
ponte:
132
1
( , 2)
( , 2)
(
Para nr de até nrnp
rotina de cálculo de irregularidades na posição xup nr k do rodeiro
rotina de determinação dos elementos ou nós de passagem de carga na posição xup nr k do rodeiro
cada rodeiro está em contato com dois elemento )
( , 2)
,t t t
s ou dois nós
Se o rodeiro de posição xup nr k está sobre elementos
rotina de cálculo dos graus de liberdade da estrutura dos dois elementos em contato com o rodeiro
rotina de cálculo das matrizes M C e K e do vetor f para o rodeiro em con
( , 2)
,t t t
tato com os dois elementos
Final
Se o rodeiro de posição xup nr k está sobre nós
rotina de cálculo dos graus de liberdade da estrutura dos dois nós em contato com o rodeiro
rotina de cálculo das matrizes M C e K e do vetor f para o rodeiro em contato com os dois nós
Final
Final
7o Passo: criação de matrizes de massa, amortecimento e rigidez do sistema ( ttM , ttC e
ttK ) e de matriz dos vetores das forças de interação ( ttf ), considerando apenas os graus
de liberdade livre da estrutura e os graus de liberdade dos veículos do trem sobre a
ponte, no segundo instante de tempo:
1 ( )
1 ( )
( , ) ( , )
( , ) ( , )
( , ) ( , )
1 ( )
( , 2) ( , 2)
tt t
tt t
tt t
tt t
Para i de até NGLLE nvnp nglvt
Para j de até NGLLE nvnp nglvt
M i j M i j
C i j C i j
K i j K i j
Final
Final
Para i de até NGLLE nvnp nglvt
f i k f i k
Final
8o Passo: cálculo de coeficientes de auxílio (basta calculá-los uma única vez para passo
de tempo constante):
0 2
1a
t
1at
2
1a
t
3
11
2a
4 1a 5 22
ta 6 1ta 7 ta
onde:
e = são os parâmetros de Newmark e 0,5 e 0,25 .
133
9o Passo: criação da matriz de rigidez efetiva e da sua inversa no segundo instante de
tempo:
0 1
1 ( )
1 ( )
( , ) ( , ) ( , ) ( , )
( )
ef tt tt tt
ef ef
Para i de até NGLLE nvnp nglvt
Para j de até NGLLE nvnp nglvt
K a
Final
Final
iK
i j K i j a M i j C i j
inv K
onde:
efK = matriz de rigidez efetiva do sistema no segundo instante de tempo; e
efiK = inversa da matriz de rigidez efetiva do sistema no segundo instante de tempo.
10o Passo: criação do vetor da matriz de força efetiva correspondente ao primeiro passo
de tempo:
0 2 3
1 4 5
1
( , 1) ( , 2) ( , ) ( , 1) ( , 1) ( , 1)
( , ) ( , 1) ( , 1) ( , 1)
...ef tt tt
tt
Para i de até NGLLE nvnp nglvt
M
C
f i z f i k i j a U i k a U i k a U i k
i j a U i k a U i k a U i k
Final
11o Passo: cálculo do vetor de deslocamentos do sistema no segundo instante de tempo:
(:, 2) (:, 1)ef efU k iK f z
12o Passo: cálculo dos vetores de velocidade e aceleração no segundo instante de
tempo:
0 2 3
6 7
1
( , 2) ( , 1) ( , 1)
1
( , 2) ( , 1) ( , 1) ( , 2)
( , 2) ( , 1)
Para i de até NGLLE nvnp nglvt
U i k a i k a i k
Para i de até NGLLE nvnp nglvt
U i k i k a i k a U i k
U i k U i k a U U
Final
U U
Final
13o Passo: repete-se os passos 2
o ao 12
o 1np vezes a fim de realizar-se a análise
dinâmica no tempo total ct .