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FEVEREIRO, 1982 DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE ARVORES NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS EMBRAPA CENTRO DE PESQUISA AGROPECUARIA DO TR6PICC ÜMIDO Belern, Par6

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FEVEREIRO, 1982

DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE ARVORES NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS

E M B R A P A CENTRO DE PESQUISA AGROPECUARIA DO TR6PICC ÜMIDO Belern, Par6

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MINISTRO DA AGRICULTURA

Angelo Amaury Stablle

Presidente da EMBRAPA

Eliseu Roberta de Andrade Alvas

Diretoria Executiva da EMBRAPA

Agide Gorgatti Netto - Diretor José Prazeres Ramalho de Castro - Diretor Raymundo Fonseca Souza - Diretor

Chefia do CPATU

Cristo NazarB Barbosa do Nascimento - Chefe Jos6 Furfan Junior - Chefe Adjunto Técnico José de Brito Lourenço Junior - Chefe Adjunto Administrativo

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CIRCULAR TECNICA MP 26

DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE ARVORES NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJ6S

José Natalino Macedo Silva EngP Florestal, M.S.

dose da Carrno Alves Popes EngP Florestal

E M B R A P A CENTRO DE PESQUISA AGROPECUARIA DO TROPICC UMIDO Belérn. Pará

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f SSN 01 00-7556

Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico úmido Trav. Dr. Enéas Pinheiro, s/n Caixa Postal, 48 66.000 - Belérn, PA Telex [O911 1210

Silva, Jose Natalino Macedo Distribuição espacial de Arvores na Floresta Naciona! do Tapajb,

por José Natal i~o Macedo Silva e JosB do Carmo Alves Lopes. BelBm, EMBRAPA-CPATU, 1982.

14p. ilust . [EMBRAPA-CPATU . Circular Tdcnica, 26).

1. Florestas - Pesqulsa - Brasil - Pará - Santarém. I. topes, JosB do Carmo Alves. 11. Título. 111. Sbrie.

CDD: 634.907208115

Q EMBRAPA , 1982

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INTRODUÇAO ............................................ . . . . . . . REVISAO BIBLIOGRAFICA .................... .. ,...

MATERIAL E METODOS ...................................

.................... Caracterização da área experimental

........................... Obtenção dos dados básicos

............ Considerações sobre as especies estudadas

fndice de não-aleatoriedade ........................... ...... RESULTADOS E DISCUSSÃO .................... ...

REFERÉNCIAS ............................................

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DlSTRlBUlÇAO ESPACIAL DE ARVORES NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJ6S 111

RESUMO : Este trabalho examina a distsibulçás espacial de onze es- p6cies ocorrendo em uma 6rea de 35 ha na Floresta Nacional do Ta- pajds, município de Santarémt-Pará. O método empregado foi o índice de n3o-aleatoriedade de Pielou, o qual baselese no processo de dis- tancias de pontes aleathios para a planta mais próxima point-to-plant distantes. Os resultados indicaram distribuiqões fortemente agrupa das para nove das onze especfes estudadas. As duas espécles res- tantes apresentaram distribuições aproximadamente aleatórias. Quan- do foram consideradas todas as especies que ocorreram na grea, os resultados tamb6m mostraram distribuição agrupada. Nenhum resul- tado mostrou tendgncia a distribuições uniformes, confirmando o fato de ser multo rara sua ocorrência em floresta natural.

INTRODUÇAO

A distribuição espacial das árvores no povoamento florestal é uma importante característica, porém de difícil medição e descrição em termos simples e precisos.

'Um dos fatores que dificultam o aproveitamento da floresta tro- pical é o alto grau de heterogeneidade das espécies. Por outro lado, o fato das especies valiosas se acharem esporadicamente distribuí- das aumenta consideravelmente os custos de extração.

O canhecimenta da distribuição espacial de cada espécie, ou pelo menos das mais importantes do ponto de vista de sua comer- cial izaçgo, não só faci l ita os programas de aproveitamento como, também, oferece valiosa informação para o manejo, silvicultura, den- drologia e ecologia entre outras.

Outra importante apl icaçáo da distri buigáo espaclal é enfatizada por Payandeh (19741, com refergncia a modelos simuladores de cres- cimento, exploração mecanizada e estudos de desbastes.

[i] Este trabalho recebeu apolo financeiro do POLAMAZONIA e FSNEP - Con- v9nio EMBRAPA-IBDE.

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A escolha do esquema de amostragem em inventArios florestais, assim como o tamanho e forma das unidades de amostra, são Fn- fluenciadas pelo tipo de distribuição das árvores no terreno, confor- me observações feitas por Loetsh (í973) e Singh (1974).

REVI SÃO B'IBLIOGRAFICA

A literatura sobre distribuiçáo espacial em florestas é relativa- mente escassa, especialmente quando se trata de florestas tropicais.

O estudo da distribuição espacial nas peputaçóes biológicas des- de há muito interessa biólogos, entornologistas, ecologistas e flores- tais' Trabalho pioneiro nesse sentido foi desenvolvido por Clark & Evans [1954), que preconizou o método da distância de um indivíduo para o vizinho mais próximo, como uma medida para descrever c padrão de distribuiçáo dos indivíduos de uma população.

Considerando a dificuldade em obter-se uma amostra de indiví- duos aleatórios para seus vizinhos mais próximos, Pielou (19591, de- senvolveu um método que usa distancias de pontos aleathrios para a planta mais próxima, que é bem mais S9cii de ser desenvolvido na prática, conforme demonstra Payandeh (1 97Qa).

A influência da distribuiçáo espacial na precisão relativa dos sis- temas de amostragem sistemática e aleatória foi investigada por Payandeh [1970b, 19J?a, 19Jlbl. Em seus estudos a autor demons- trou que a amostragem sistemática 6 mais eficiente ou tão precisa quanto a amostragem aleatbria, para populações florestais de distri- buição espacial agrupada ou quase aleatdria, quando a variável con- siderada foi a freqüência de árvores por unidade de área. Em popu- lações de distribuição espacial uniforme, como é o caso de planta- ções, a amostragern aleatória foi mais precisa.

Malleux (1 97.1 /1974), estudando a distribuiçáo espacial de dez espécies em floresta tropical peruana, segunclo quatro métodos di- ferentes, concIuiu que para algumas espécies há tendencia a agrupa- mento, enquanto que outras estão de fato desenvolvendo-se de for- ma agrupada,

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Singh [1974), descrevendo os padrões de variação mais comuns observados em floresta tropical tímida. indica que muitas das espé- cies dominantes mostram distribuição agrupada.

Jack [t961), investigando a distribuição espacial das 6wores em floresta tropical africana, conclui que, considerando todas as esp& cies em conjunto, sua distribuição espacial não se ajusta B distribui- ção "Normal" ou de "Poisson", mas est8 mais relacionada com uma distribuição agrupada, como a " Binornial Negativa".

Nos relatórios dos levantamentos florestais realizados pela mis- são FAO na Amazônia durante o período de 1956-1961, publicados por Brasil, SUDAM (19741, encontram-se informações sobre a distribuição espacial das Arvores na floresta tropical drnida. Segundo o relatbri~, os resultados das investigações mostraram que praticamente todas as espécies com uma ocorrência rara ou ocasional estão distribuí- das de forma aleat~ria, obedecendo a distribuiçáo de 'Toissonw. A fórmula da distribuição de "Poisson" foi perturbada no caso de espé- cies de freqüência mais comum em certos tipos de floresta, indican- do condições favoráveis para seu desenvolvimento. permitindo uma concorrencia mais forte com as outras espécies e com tendência a formar grupos ou col6nias.

MATERIAL E METODOS

Caracterização da áirea experimenta1

O estudo foi realizado na Floresta Nacional do Tapajds, Munjcí- pio de SantarBrn-Par& à altura do Km 67 da rodovia Santarém-Cuiaba.

O clima da região Ié Ami, pelo sistema Koppen. Dados meteo- rolágicos de BeIterra, distante cerca de 35 km da área experimental, contidos em Carvalho (1980). indicam uma precipitação média anual em torno de 2100 mm, com uma estação seca de um a cinco meses. A temperatura média anuai B de 25°C.

O relevo da área 6 plano e o solo 6 classificado como tatossolo Amarelo Distr6fic0, textura muito argilosa.

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Dubois (19761 classificou a vegetação existente na área como Mata Alta sem Babaçu. Esse tipo encontra-se em terrenos planos a moderadamente ondulados, pertencentes 21 formação planalto propria- mente dito. Ainda segundo o autor. a composição florística da Mata Alta sem Baba~u, em cornpara~áo com a Mata Alta com Babaçu, mos- tra uma maior ocorrência de Carapa guianensis . Manil kara huberi, espécies de Lauraceae, Tachigalia spp e algumas espécies de Sapo- taceae, como 6 o caso do grupo das Abiuranas.

Obteneo dos dados básicos

Os dados são provenientes de um inventário florestal com inten- sidade de 100%, realizado em uma drea de 35 ha, a qual foi dividida em compartimentos de 1 ha para facilitar o levantamento. Todas as espécies ocorrendo na 6rea foram enumeradas a partir do diâmetro mínimo de i 5 cm, anotando-se, entre outras observações, as coorde- nadas norte-leste em relação a cada compartimento. As espécies foram identif icadas pelo nome vernacular por mateiros locais.

As coordenadas permitiram a confecção de um mapa na escala de 1:500, onde foram pbtadas todas as árvores, configurando-se, as- sini, a população base para o estuda da distribuição espacial. Adota- ram-se legendas para diferençar as diversas eçpecies consideradas no presente trabalho.

Consideracões sobre as espécies estudadas

O inventhrio revelou a ocorrência, pelo nome vernacular, de 142 espécies diferentes, das quais onze foram selecionadas para análi- se, por apresentarem frequencia igual ou superior a 100 individuos. Estas espécies foram as seguintes :

I ) Andisoba - Carapa guianensis, Aubl. 23 Matamatá - Eschweilera spp. 31 Tauari - Couratari oblongifolia, Docke. 4) Urucu da Mata - Bixa arborea, Hub. 5) Taxi vermelho - Sclerolobium chrysophylIum, P. et Endl. 6) Abiurana - nome vulgar designado, na Floresta Nacional do

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Tapajós, a diversas espécies dos gêneros Myrtiluma, N* maluma, Pouteria e Syzygiopsis.

7 ) Breu vermelho - Protium sp. 83 Maçaranduba - Manilkara huberi, Standley. 9) Ucuúba da Terra Firme - Virola melinonii [Ben) A.C. Smith.

101 Mu i rati nga - Maquira sclerophylla [Ducbe) C.C. Berg. 11) Louro - nome vulgar designado, na Floresta Nacional do Ta-

pajós. a diversas espécies dos gêneros Aiouea, Aniba, Li- caria, Nectrandra e Ocotea.

A rigor, Abiurana e Louro constituem dois grupos de especies conhecidas por um úiiica nome vernacular. pettencentes, respectiva- mente, às famílias Sapotaceae e Zauraceae.

Indice de não-aleatoriedade

Payandeh Ii970a) apresenta diversos dos métodos mais comuns para expressar a não-aleatoriedade na distribuição espacial de popu- l a ~ õ e s naturais.

De uma maneira geral, os métodos são classificados em 'méto- dos de quadrados" e "métodos de distância".

Os "métodos de quadradosw empregam distribuiç6es generaliza- das como a binomial, Poisson ou hipergeométrica . Estes métodos, segundo o autor. baseiam-se na premissa que os elementos ocorrem em grupos ou em colônias e que o número de indivíduos por grupo tem também uma outra distribuição especifica. Os dados de campii para ajustar essas distribui~bes consiste no número de induvíduo3 por quadrado (parcela].

A hipótese de dispersão aleatória baseada nos 'm6todos de qua- drados". foi testada por diversos esquemas que são basicamente vd- lidos e práticos. porém, os resultados são fortemente influenciados pelo tamanho da parcela.

Os 'métodos de distânciasw usam distâncias de plantas selecio- nadas para outra planta, ou de pontos aleatórios para as plantas adja- centes, proporcionando medições de espaçarnento. evitando o uso de parcelas, e, por conseguinte, eliminando o efeito do tamanho da par- cela.

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Comparando diversos 'métodos de quadrados" e 'métodos de distâncias ", Payandeh (1970a) concluiu ser o método de distâncias de pontos aleatórios para a planta mais próxima - índice de Pielou - o melhor para detectar distribuições não-aleatórias.

O método adotado neste trabalho é o metodo de distâncias de pontos aleat6rios para a planta mais próxima, desenvolvido por Pielou [I 959).

Como um índice de não-aleatoriedade, o autor sugeriu a expres- são a = 7 e . 0. &, onde

a = índice de não-aleatoriedade x = 3,141593 D = densidade, ou número de arvores por unidade de área. ex-

pressa na mesma unidade em que foram tomadas as dis- tâncias.

6 = média dos quadrados das distâncias de pontos aleatórios para as plantas mais prbximas*

Com esse índice, valores iguais a um indicam distribuicão es- pacial aleatória; valores significantemente maiores que um indicam distribuição espacial agrupada e aqueles signif icantemente menores que um indicam distri buiçáo espacial regular.

O teste de significância do afastamento de a do valor unitário é feito pela distribuição do x2 pois, conforme demonstra Pielou [19591. Tna segue aquela distribuiqão, com 2n graus de liberdade.

Em seu trabalho o autor apresenta uma tabela de intervalos de confiança para a aos níveis de probabilidade de 95 e 99%.

A densidade pode ser obtida por arnosiragem independenta àquela das medidas de distâncias, ou por enumeração completa. Nes- te trabalho adotou-se esta última alternativa.

As distâncias foram medidas em um mapa na escala de 1 :503 no qual foram localizadas todas as árvores levantadas na floresta. Para cada espécie estudada, foram alocados 100 pares de coordena- das aleatdrias obtidas por computador, num total de 1 -200 pares.

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A fim de prevenir que a planta mais próxima de determinado pon- to aleatório pudesse se situar fora da área de estudo, estabeleceu- se uma bordadura de 10 meti-os. Todas as coordenadas situadas dentro dessa faixa foram rejeitadas.

RESULTADOS E DPSCUSSÃO

A Tabela 1 mostra os valores do índice de não-aleatoriedade en- contrados para as espécies estudadas. A significância de a foi com parada na tabela dos limites de significância calculados por Pielou (1 9591.

TABELA 1 - tndices de nãoaleatoriedade das espécies estudadas.

Espécie FrequQncia Densidade por rn2

Andiroba Matamatá Tauari Urucu da mata Taxi vermelho Abiurana Breu vermelho Maçarandu ba Ucuúba da terra firme Muiratinga Louro Todas as espécies

a Significante ao nível de 5%. b Significante aa nível de 1%.

O teste falhou para detectar distribuição agrupada apenas para Ucuúba da Terra Firme [Virola melinonii [Ben) A.C. Smith) e Louro [diversos gêneros] cujos valores de a não foram significativamente diferentes de um. As demais espécies, com exceção do grupo Abiu- rana [diversos gêneros) apresentam-se fortemente agrupadas [si gn i-

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ficantes ao nível de 1 %I. Quando foram consideradas todas as e* pecies que ocorreram na área, o Cndice encontrado também revelou distribuição fortemente agrupada.

Das 142 espécies existentes na 6rea foram selecionadas parei este trabalho, apenas aquelas cuja freqüência foi igual ou superior a 100, pois pensou-se no inicio que o fato das esphcies se apresem tarem formando grupos, estava de alguma forma relacionada com sua freqüência. Os resultados mostraram que esse fato indepen- dente da freqülencia, como se pode observar com Tauari (Couratarl ablongifolia, Ducke] cujo número de individuos, apesar de inferior aos de Andiroba [Carapa guianensis, Aubl .I, Matamatá [Eschweilera spp) e o grupo Abiurana [diversos gêneros) - espkcies de maior f r o a

qüência dentre todas as estudadas -, foi a especie que apresentou o maior valor para o índice de Pielou.

E claro que espgcies de ocorrência muito rara, provavelmente, mostrarão tendéncia a se distribuírem de forma aleatdria, conforme afirma Heinsdjjck (1961).

Os resultzdns mostram a necessidade de se fazer um estudo da distribuição esparia! por grupos de espkies, especialmente as dg

valor econ6mic0, para efeito de escolha da forma da unidade de amostra em Enventirios florestais. Diversos autores demonstram que quando a distribuição espacial 6 agrupada, unidades de amostra retangulares são mais precisas pois tendem a absorver melhor OS

efeitos das "clareirasw - espaços vazios. sem a presença de gnro res -, que as unidades quadradas ou circulares.

Pesquisas sobre a eficiência do processo de amostragem aleat6. ria versus a amostragem sistemática devem ser canduridas na fl@ resta tropical úmida, pois, conforme demonstra Payandeh (1 971 a), em distribuições agrupadas o processo sistemático é mais eficiente.

CONCLUSÕES

Os resultados obtidos com a metodotsgia empregada no presen te trabalho, permitem apresentar as seguintes conclusões :

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a) nove das onze espécies estudadas apresentam d istribu i ~ ã o agrupada; as duas esp8cfes restantes apresentam distribuição apro- ximadamente aleatbria .

b l quando foram consideradas todas as especies que ocorrem na area experimental, os resultados tamb6rn mostratam distr! buição agrupada.

c) nenhuma espécie mostrou tendência distribuição uniforme, confirmando o fato de ser muito rara sua ocorrencia em florestas na- turais.

SILVA, J.N.M. & LOPES, J. do C.A. Distribuição espacial de árvores na Floreste Nacional do Tapajós. Belém EMBRAPA-CPATU, 1982. 14p. [EMBRAPA-CPATU. Circular Técnica. 26).

ABSTRACT : The spatia! distrihutíon of I 1 species occuring in an 35 hectares area In the Tapajos National Forest in Santarém, Pará State, Brazil, is examined. fhe rnethod applled was the Pielouk nonran- domness index, wich 1s based on point-to-plant distance rnethod. Ths sesults indicated strongly clustered dlstribution for nine out of the eleven species studled. The two remalning species presented approximately randon distribution . An overall acalysis of the species occuring in the area alço indicated a cluster distrlbutlon. None úf

the results exhibited tendency to uniform distributizn, what confirrns that this distributian seldom occurs in natural fareets.

REFERÊNCIAS

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