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28 março 2019 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4466 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Página 5 24 horas para O Senhor “Nem eu te condeno” Na cidade de Beja, vamos viver as “24 horas para O Senhor”, desde as 18.00 horas de Sexta-Feira (29 de Março), até à celebração da Eucaristia na Sé Catedral, com início às 18.30 horas de Sábado, dia 30 de Março. O tema deste ano é do Evangelho de São João, “Nem eu te condeno” (Jo 8, 11), e segundo uma nota do Conselho para a Nova Evangelização, com esta passagem “propõe-se contemplar a imagem de Jesus que, ao contrário da multidão reunida para julgar e condenar, oferece sua infinita misericórdia, como uma oportunidade para acolher a graça e uma nova vida”. Nesse sentido, a celebração do Sacramento da Reconciliação deve ter um lugar central na vida dos cristãos. Por isso, durante as “24 horas para o Senhor” somos convidados a viver intensamente o Sacramento da Reconciliação. Adorarás O Senhor Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como O Criador, Salvador, o Senhor de Tudo quanto existe, usando de infinito amor e misericórdia para com todos. Adorar a Deus, reconhecendo que existimos por graça de Deus. Louvar a Deus, exaltando O Seu nome, reconhecendo a nossa condição humilde, o nosso pecado do qual nos confessamos, pedindo e acolhendo o perdão de Deus. Diante do Santíssimo, teremos ocasião para, em atitude de despojamento, professarmos a fé na sua presença no pão e no vinho que, para nós, são Corpo e Sangue de Cristo. Para além dos nossos pedidos e tudo quanto temos a dizer ao Senhor, com os nossos cânticos e orações, importa fazer silêncio e colocarmo-nos à escuta daquilo que O Senhor tem para nos dizer. In memoriam D. Maurílio Gouveia, Pastor «até ao fim» Em 12 de agosto de 2018 em Fátima D. Serafim, bispo emérito de Leiria-Fátima, pediu-me enca- recidamente para visitar D. Mau- rílio Gouveia no Eremitério de Gaula quando chegasse à Ma- deira. «Está bastante doente; dê- lhe a minha bênção». No dia 26 ele presidia à adoração do San- tíssimo na capela com umas vinte pessoas. Com o Irmão João Carvalho, tivemos a graça de estar com ele, encantados com a sua serenidade, lucidez, paz e alegria espiritual a falar de que tinha um cancro no pâncreas, viveria poucos meses; que não aceitou químicos, tem estado bem e quer cumprir a sua missão de pastor até ser chamado dentro de poucos meses. Retiro Espiritual do Clero da Diocese de Beja Entre os dias 18 e 22 de março corrente, 11 Padres e um Diá- cono Permanente da Diocese de Beja, realizaram o seu Retiro Anual, na Casa de Oração de Sta. Rafaela Maria, em Palmela, tendo como orientador do mes- mo, D. José Alves, Arcebispo Emérito de Évora que, no final, foi participar, na Sé Catedral de Évora, nas Exéquias de D. Maurílio de Gouveia, seu ante- cessor, à frente da Arquidio- cese de Évora. Fazer Retiro A experiência de fazer retiro espiritual é necessária e grati- ficante. Para além da paragem que se faz na rotina quotidiana, envolvidos nas múltiplas tare- fas pastorais, e o descanso proporcionado, é um tempo para reavivar e reforçar o dom que recebemos no dia em que nos foram impostas as mãos, em ordem ao Ministério ecle- sial. Enquanto tempo de ora- ção, reflexão e abertura à Pala- vra, tomamos consciência de que o Espírito Santo é o Mestre que nos fala de muitos modos e maneiras, e principalmente, no silêncio. Como nos foi sugerindo o orien- tador, é preciso evangelizar a nossa própria vida, penetrando nas zonas mais escuras da nossa própria história, apoia- dos no amor e na verdade. Esta atitude, mexe connosco, convi- dando-nos a sairmos das nos- sas zonas de conforto, sem medos e apoiados na força que nos advém da fé. A oração e a intimidade com Deus é uma necessidade con- tínua para o reforçar da nossa comunhão com Deus e com os outros. Para uma verdadeira caridade pastoral, é necessário o nosso encontro prévio com o Senhor no qual, como S. Paulo, Lhe vamos perguntando: “Que queres de mim, Senhor?” Todos chamados à santidade, não num dia, mas a viver o momento presente e cumulá-lo de amor. Na manhã do último dia (sexta-feira), fomos exor- tados a cultivar, cada dia, a esperança e a alegria, já que foram elas a animar a Igreja desde o princípio, bem como a vida dos Apóstolos, dos santos e dos mártires até ao presente, podendo-se dizer que a espe- rança foi o fio condutor de toda a história da salvação.

In memoriam 24 horas para O Senhor D. Maurílio Gouveia ... · 24 horas para O Senhor “Nem eu te condeno” Na cidade de Beja, vamos viver as “24 horas para O Senhor”, desde

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28 de março de 2019

28março2019

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 € c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4466

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Página 5

24 horas para O Senhor“Nem eu te condeno”

Na cidade de Beja, vamos viver as “24 horas para O Senhor”, desdeas 18.00 horas de Sexta-Feira (29 de Março), até à celebração daEucaristia na Sé Catedral, com início às 18.30 horas de Sábado, dia30 de Março.O tema deste ano é do Evangelho de São João, “Nem eu te condeno”(Jo 8, 11), e segundo uma nota do Conselho para a NovaEvangelização, com esta passagem “propõe-se contemplar aimagem de Jesus que, ao contrário da multidão reunida parajulgar e condenar, oferece sua infinita misericórdia, como umaoportunidade para acolher a graça e uma nova vida”.Nesse sentido, a celebração do Sacramento da Reconciliação deveter um lugar central na vida dos cristãos. Por isso, durante as “24horas para o Senhor” somos convidados a viver intensamente oSacramento da Reconciliação.

Adorarás O SenhorAdorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como O Criador, Salvador,o Senhor de Tudo quanto existe, usando de infinito amor emisericórdia para com todos.Adorar a Deus, reconhecendo que existimos por graça de Deus.Louvar a Deus, exaltando O Seu nome, reconhecendo a nossacondição humilde, o nosso pecado do qual nos confessamos,pedindo e acolhendo o perdão de Deus. Diante do Santíssimo,teremos ocasião para, em atitude de despojamento, professarmos afé na sua presença no pão e no vinho que, para nós, são Corpo eSangue de Cristo.Para além dos nossos pedidos e tudo quanto temos a dizer aoSenhor, com os nossos cânticos e orações, importa fazer silêncio ecolocarmo-nos à escuta daquilo que O Senhor tem para nos dizer.

In memoriam

D. Maurílio Gouveia, Pastor «até ao fim»Em 12 de agosto de 2018 emFátima D. Serafim, bispo eméritode Leiria-Fátima, pediu-me enca-recidamente para visitar D. Mau-rílio Gouveia no Eremitério deGaula quando chegasse à Ma-deira. «Está bastante doente; dê-lhe a minha bênção». No dia 26ele presidia à adoração do San-tíssimo na capela com umas vintepessoas. Com o Irmão JoãoCarvalho, tivemos a graça deestar com ele, encantados com asua serenidade, lucidez, paz ealegria espiritual a falar de quetinha um cancro no pâncreas,viveria poucos meses; que nãoaceitou químicos, tem estado beme quer cumprir a sua missão depastor até ser chamado dentro depoucos meses.

Retiro Espiritual do Clero da Diocese de BejaEntre os dias 18 e 22 de marçocorrente, 11 Padres e um Diá-cono Permanente da Diocese deBeja, realizaram o seu RetiroAnual, na Casa de Oração deSta. Rafaela Maria, em Palmela,tendo como orientador do mes-mo, D. José Alves, ArcebispoEmérito de Évora que, no final,foi participar, na Sé Catedral deÉvora, nas Exéquias de D.Maurílio de Gouveia, seu ante-cessor, à frente da Arquidio-cese de Évora.

Fazer Retiro

A experiência de fazer retiroespiritual é necessária e grati-ficante. Para além da paragemque se faz na rotina quotidiana,envolvidos nas múltiplas tare-fas pastorais, e o descansoproporcionado, é um tempopara reavivar e reforçar o domque recebemos no dia em quenos foram impostas as mãos,em ordem ao Ministério ecle-sial. Enquanto tempo de ora-ção, reflexão e abertura à Pala-vra, tomamos consciência deque o Espírito Santo é o Mestreque nos fala de muitos modose maneiras, e principalmente,

no silêncio.Como nos foi sugerindo o orien-tador, é preciso evangelizar anossa própria vida, penetrandonas zonas mais escuras danossa própria história, apoia-dos no amor e na verdade. Estaatitude, mexe connosco, convi-dando-nos a sairmos das nos-sas zonas de conforto, semmedos e apoiados na força quenos advém da fé.A oração e a intimidade comDeus é uma necessidade con-tínua para o reforçar da nossacomunhão com Deus e com osoutros. Para uma verdadeiracaridade pastoral, é necessário

o nosso encontro prévio com oSenhor no qual, como S. Paulo,Lhe vamos perguntando: “Quequeres de mim, Senhor?”Todos chamados à santidade,não num dia, mas a viver omomento presente e cumulá-lode amor. Na manhã do últimodia (sexta-feira), fomos exor-tados a cultivar, cada dia, aesperança e a alegria, já queforam elas a animar a Igrejadesde o princípio, bem como avida dos Apóstolos, dos santose dos mártires até ao presente,podendo-se dizer que a espe-rança foi o fio condutor de todaa história da salvação.

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28 de março de 2019SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

Vias-sacras eProcissões dos

Passos

Durante o tempo da Quaresmasucedem-se as celebrações daVia-sacra, principalmente àsSextas-feiras, e as realizaçõesdas Procissões em Honra deNosso Senhor Jesus dos Pas-sos, nas quais não podem faltaro pregador do “Sermão doEncontro” e a mulher corajosapronta para limpar o rostoensanguentado de Jesus, aquem, normalmente, chamamosVerónica ou “a padeirinha”. Emalguns lugares, há também umforte empenho na preparaçãopara a realização da Via-sacraao vivo, em cujos trabalhosparecem faltar sempre maiscostureiras para a preparaçãode tantos fatos ou trajes dosatores que irão entrar em cena.Na verdade, esta Via- Sacratransforma-se facilmente numautêntico teatro de rua, no qualos diferentes personagensrevelam seus dons artísticos,para o reavivar da memória dossofrimentos ou sacrifícios re-dentores de Cristo.Quer nestas Vias-sacras aoVivo, quer nas Procissões deNosso Senhor Jesus dos Pas-sos, só Deus sabe o que vai noíntimo de cada um, entre o quenos deve envolver por dentro,com consequências na nossavida, e o puro espectáculo que,uma vez terminado nos deixaindiferentes como se a morte deCristo tivesse acontecido emvão. Sem consequências nanossa vida, parece não ter

Editorialsentido uma representação docaminho do que se passou “acaminho do calvário” porque,neste âmbito, trata-se de tornarnovamente presente o mistérioda Paixão e Morte do SenhorJesus.Pessoalmente, confesso que,quando a agitação é muita,facilmente me distraio e tenhodificuldade em acolher no meucoração os sofrimentos deCristo por mim e pela huma-nidade, com a força para pro-vocar a conversão ou a mu-dança de vida e uma novaatitude face aos crucificados oucondenados injustamente nostempos atuais.Ao falar de crucificados, pensonos crucificados da história etambém da humanidade atual,para os quais os caminhosparecem todos fechados, asesperanças desaparecem e asforças se baniram. Não podemmais para além de, com o ProfetaJeremias, suplicarem: “Ó vóstodos os que passais pelo ca-minho, atendei e vede se há dorsemelhante à minha dor”.Nestas celebrações quaresmais,Cristo continua a dizer-nos,como a Saulo, a caminho deDamasco: Eu sou aquele a quemdifamaste; a quem não pagas osalário justo; a quem agredisteinjustamente, física e verbal-mente; aquele (a) de quem teserves ou abusas; não tem pãopara comer ou não pode compraros medicamentos na farmácia…Resistamos à tentação de satis-fazer vanglórias ou esperarpalmas à custa dos sofrimentosde Cristo e, principalmente,procuremos também o que nosajudada a reflectir, a orar emsilêncio, nos desinstala e nospermite vislumbrar que, mesmono meio de uma multidão deindiferentes ou que pede a mortepara o seu irmão haverá semprehomens e mulheres, chamem-seou não Simão e Verónica, com adisponibilidade e prontidão paraacorrer em direcção aos quesofrem, ajudando-os a levar acruz e limpando os seus rostosensanguentados.

António Novais Pereira, Diretor

Aos nossos AssinantesApelamos, mais uma vez, aos prezados assinantes do “Notícias deBeja” para que ponham as suas contas em dia. Há ainda, neste momento,gente “esquecida” de pagar os anos de 2018 o que nos acarreta sériosproblemas de tesouraria. Lembramos que as assinaturas dos jornaisdevem ser pagas no princípio de cada ano.Poderão regularizar a situação pessoalmente, por cheque ou vale de correioà ordem de Notícias de Beja, ou por transferência bancária.O IBAN danossa conta é o seguinte: PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0.Neste último caso, se a transferência não for feita de conta bancária emnome do próprio, pedimos que nos informe do nome ou número deassinante.Apraz-nos, também, sublinhar e agradecer a generosidade de muitosassinantes que acrescentaram mais alguns euros à tabela estipulada.

Município de Grândola associa-se maisum ano à “Hora do Planeta”

O Município de Grândola iráassociar-se no próximo dia 30 deMarço à iniciativa da organizaçãoglobal de conservação de na-tureza WWF “Hora do Planeta”,

desligando, entre as 20h30 e as21h30, as luzes do Edifício dosPaços do Concelho, do Mural ao25 de Abril e do ReservatórioElevado de Grândola.

Grândola assume-se, mais umavez, ao lado de vários outrosmunicípios, onde os monumen-tos ficam às escuras, lado a ladocom a iniciativa da organizaçãointernacional de proteção danatureza WWF.Para além da ação geral de des-ligar as luzes nos locais emble-máticos, o Município de Grândolaenviou uma mensagem, na faturada água, que permite sensibilizaros munícipes para, em simul-tâneo, se unirem a esta iniciativa,procedendo da mesma forma, nassuas casas.Esta ação simbólica alerta para anecessidade de se mudaremcomportamentos em nome dadefesa do planeta.

Frade franciscano do Quénia foi eleito«melhor professor do mundo»

O frade franciscano Peter Tabi-chi, professor de ciências ematemática ganhou o ‘GlobalTeacher Prize’ pelo trabalho noQuénia, e vai receber um milhãode dólares.“Todos os dias em África vira-mos uma nova página e umnovo capítulo. Hoje é mais umdia. Este prémio não me reco-nhece, mas reconhece os jovensdo grande continente”, disse oreligioso queniano, quem tem95% de alunos pobres.Frei Tabichi tem 36 anos eleciona no ‘Keriko Mixed Day’,em Pwani Village, numa parteremota e semiárida do Vale doRift, no Quénia; o franciscanodoa 80% do seu salário mensal,cerca de 400 dólares, paraajudar as crianças.“Só estou aqui por causa doque os meus alunos conse-guiram. Este prémio dá-lhesuma oportunidade, diz ao mun-do que eles podem fazer qual-quer coisa”, acrescentou, nacerimónia realizada no Dubai.95% dos alunos de Peter Tabi-chi vivem em situação de po-breza e 30% são órfãos oufamílias monoparentais, lê-sena informação divulgada pelaorganização do ‘Global TeacherPrize’.O professor ajuda os estudan-tes a desenhar projetos depesquisa e 60% dos seus alu-nos qualificaram-se para a Feira

de Ciências e Engenharia noQuénia, em 2018, a escola teveum “grande sucesso”, comoresultado da introdução de um‘Talent Nurturing Club’ e daexpansão do Clube de Ciências.No cargo desde 2015, as matrí-culas multiplicaram e passou de200 para 480.Frei Peter Tabichi destacou ahistória de Esther que, apesardas dificuldades, ganhou oprimeiro lugar na Feira de Ciên-cias e Engenharia do Quénia; aestudante criou um dispositivoque permite que pessoas cegase surdas possam medir objetose agora vai representar o Qué-nia numa competição inter-nacional, nos Estados Unidosda América.“Uniu os muitos estudantes,provenientes de diferentesorigens religiosas, introdu-zindo um programa comum de

oração e adoração em assem-bleia, liderado por alunos dediferentes religiões”, divulgaainda a Fundação Varkey.A Fundação Varkey, que pro-move o Global Teacher Prize,escreveu na sua página na redesocial Facebook sobre o ven-cedor: “Estamos tão orgulho-sos de todo o trabalho árduoque o Peter faz para mudar a suacomunidade para melhor”.A cerimónia realizou-se noDubai, no Fórum Global sobreeducação, com apresentaçãodo a tor aus t ra l iano HughJackman.O professor Peter Tabichi equatro colegas dão aulas parti-culares fora do horário escolar,para crianças com mais difi-culdades, e visita as casas paraconhecer a realidade de cadaaluno.

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28 de março de 2019

Por Cristo, Deus reconciliou-nos consigo

RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

IV Domingoda Quaresma

O nosso Domingo

Ano C31 de março de 2019

Leitura do Livro de JosuéNaqueles dias, disse o Senhor a Josué: «Hoje tirei de vós o opróbrio doEgipto». Os filhos de Israel acamparam em Gálgala e celebraram a Páscoa,no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. No dia seguinte àPáscoa, comeram dos frutos da terra: pães ázimos e espigas assadas nessemesmo dia. Quando começaram a comer dos frutos da terra, no dia seguinteà Páscoa, cessou o maná. Os filhos de Israel não voltaram a ter o maná, mas,naquele ano, já se alimentaram dos frutos da terra de Canaã.

I Leitura

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos CoríntiosIrmãos: Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigaspassaram; tudo foi renovado. Tudo isto vem de Deus, que por Cristo nosreconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Na verdade,é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta asfaltas dos homens e confiando-nos a palavra da reconciliação. Nós somos,portanto, embaixadores de Cristo; é Deus quem vos exorta por nossointermédio. Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos comDeus. A Cristo, que não conhecera o pecado, Deus identificou-O com opecado por causa de nós, para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São LucasNaquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos deJesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si,dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novodisse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu osbens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos osseus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía,numa vida dissoluta. Tendo gastado tudo, houve uma grande fome naquelaregião, e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um doshabitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos.Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, masninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meupai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vouter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereçoser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-sea caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu:encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o debeijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereçoser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhortúnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei ovitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estavamorto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa.Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-seda casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lheo que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu paimandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentidoe não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeuao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua,e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. Eagora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheresde má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estássempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa ealegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdidoe foi reencontrado’».

A alegria do encontro com o Pai

Lc 15, 1-3.11-32

Aclamação antes do Evangelho

D. João Marcos, Bispo de Beja

2 Cor 5, 17-21II Leitura

Salmo Responsarial 33 (34), 2-3.4-5.6-7

Saboreai e vede como o Senhor é bom.

Tendo entrado na terra prometida, o povo de Deus celebra a Páscoa

Este teu irmão estava morto e voltou à vida

Jos 5, 9a.10-12

Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu econtra ti.

1 - Marcada profundamente poreste Domingo Laetare (alegrai-vos!), a segunda metade daQuaresma convida-nos, mais doque a fazer coisas que nosgarantam uma celebração pascalhumanamente gratificante, a quedeixemos Deus realizar em nósaquilo que Lhe é próprio: recon-ciliar-nos com Ele e com osirmãos. O evangelho deste Do-mingo (Lc 15,1-3.11-32) habitual-mente conhecido como do filhopródigo, melhor se chamaria doPai misericordioso e dos seusdois filhos. Na realidade, essetexto é a terceira parte dumaúnica parábola que começa poridentificar-nos com a ovelhaperdida e reconduzida ao redilpelo Pastor, e também com adracma perdida e reencontrada.Se na primeira parte podemos vero Filho de Deus feito homem paravir procurar e encontrar a ovelhadesgarrada que é cada um de nós,e, na segunda, o Espírito Santoque grava em nossos corações,como numa moeda, o teste-munho de que somos filhos deDeus, nesta terceira parte ésobretudo a figura do Pai que écolocada à nossa frente, para quea contemplemos.

2 - O filho mais novo, ao exigir-lhe a sua parte da herança, comoque o mata no seu coração e partepara viver a sua própria vida,longe da sua presença. Não serádifícil para qualquer de nósidentificarmo-nos com este filhomais novo, pois ao pecarmosvoltamos costas a Deus, mata-mo-l’O em nós. As circuns-tâncias de penúria extrema a quechegou levaram este jovem apensar em regressar à casa doPai, onde há pão em abundânciapara matar a fome. Pensou nopão, não pensou no amor que oPai lhe tem e que, ao vê-lo apro-ximar-se, corre ao seu encontroe o cobre de beijos. De facto, oPai pensa no filho e não naherança por ele desperdiçada, erecebe-o festivamente, cheio dealegria. Esta página do evan-gelho realça também a mes-quinhez do irmão mais velho que,ao regressar do campo e aoencontrar a casa em festa, serecusa a entrar. Para ele, o irmãoestá reduzido a esse teu filho e oPai a um gastador irresponsável

Lc 15, 18

que tudo oferece ao filho maisnovo, enquanto para ele, o filhobem-comportado, mais parece umpatrão severo incapaz de o re-compensar pelo seu trabalho epela sua fidelidade. Tanto o filhomais novo como o mais velhoveem o Pai com olhos enviesados,e não conseguem sintonizar como Seu coração misericordioso.Este Pai misericordioso é Deus.Não é Ele que tem de Se adaptaraos filhos, os filhos é que pre-cisam e devem abrir os seuscorações e as suas vidas ao Seuamor. Que responde Ele àsexigências do filho mais novoquando este lhe pede a sua parteda herança? Nada. No silênciodo Seu amor distribui os benspelos dois irmãos e, sofrendo odesamor do filho, deixa-o partir.E, certamente reparais que, aoacolhê-lo quando regressa, nãoo deixa acabar o seu discursointeresseiro, mas cobre-o debeijos e ordena que lhe vistam amelhor túnica, sandálias novas,anel no dedo e festa rija paratodos. Como é surpreenden-temente excessivo o amor! Parao filho mais velho tudo isto sãoexageros injustificáveis: quedescontrole da parte do Paimandar matar o vitelo gordo parafestejar o regresso deste filhoestroina! Entrou ele na festa comque o Pai quis receber o filhorecuperado, seu irmão? Nãosabemos. A resposta a essapergunta cada um de nós a dácom as suas atitudes em relaçãoaos pecadores que regressam àIgreja, à casa do Pai, ondetambém nós estamos, não pormérito nosso mas por miseri-córdia Sua, casa que nuncapoderemos reduzir a uma ex-tensão da nossa própria casa.

3 - Se alguém está em Cristo, éuma nova criação (2 Cor 5, 17),diz-nos Paulo na segunda leitura.Em que consiste o facto desermos esta nova criação? Emsermos pessoas boas, esfor-çadas por conhecer e cumprir aLei? É claro que não. Continua oapóstolo dizendo: Tudo isto vemde Deus que por Cristo nosreconciliou consigo (…) Naverdade, é Deus que em Cristoreconcilia o mundo consigo.Não somos nós, é Deus que nosreintegra na comunhão com Ele.Não levando em conta as faltasdos homens e confiando-nos apalavra da reconciliação (…)

Nós vos pedimos em nome deCristo: reconciliai-vos comDeus (2 Cor 5, 18-20). Que nosimpede, queridos irmãos e irmãs,de respondermos positivamentea estas palavras de Paulo? Nãoserá o facto de estarmos apega-dos ao pecado, ao nosso peca-do, como se este fosse umariqueza da qual Deus nos querdespojar? Sendo assim, Deusaparecerá necessariamente comonosso inimigo e não como fonteda vida e do amor. Não, Deus nãoé nosso inimigo! Ele odeia onosso pecado, mas ama-nos anós, os seus filhos pecadores! Éo Seu perdão que nos leva aoarrependimento, e não o con-trário. Ele promete e cumpre a Suapalavra. Como vemos na primeiraleitura do livro de Josué (Js 5, 9ª10-12), o povo de Israel, ao fimde quarenta anos no desertoentrou na Terra Prometida ecomeçou a comer os frutos dessaterra, tal como o Senhor lhe tinhaprometido. Nesse mesmo lugar,diante de Jericó, onde o Jordãoentra no mar, o profeta Elias foiarrebatado aos céus num carrode fogo, muito tempo depois.Muitíssimos anos mais tarde,também nesse lugar, Jesus foibatizado por João Batista erevelado ao povo de Israel, peloPai e pelo Espírito Santo, comosendo o Filho de Deus encar-nado, feito homem para anunciaraos pobres o Evangelho doReino dos Céus.

4 – Queridos irmãos e irmãs: areconciliação com Deus, que fazde nós uma criatura nova, outracoisa não é senão entrarmos nadimensão da Sua misericórdia. Éela que nos franqueia as portasdo Céu, nossa Terra Prometida.É evidente que quem nunca saiudo Egito nem caminhou pelasagruras do deserto não podesaborear com alegria as mara-vilhas dessa Terra. E por isso,irmãos, convertamo-nos ao Se-nhor que passa e sigamo-l’Ocomo discípulos. Não estejamospassivamente na Igreja, cum-prindo apenas práticas religiosasem que tudo parece dependersomente de nós. Sabemos queDeus atua no coração e na vidados que n’Ele acreditam. A Fécristã nasce e cresce em nósquando nos encontramos com aSua misericórdia que, na Igreja,nos recria como filhos Seus.Como filhos, no Filho.

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28 de março de 2019DIOCESE4 – Notícias de Beja

Ecos Pastoral JuvenilVocacional de Beja

Dia Diocesano da Juventude

Caros Jovens da Diocese de Beja, a Equipa de Pastoral JuvenilVocacional da Diocese de Beja, em colaboração com a Paróquia deSanto André, que este ano celebra os 25 anos da dedicação da igreja ese prepara para a celebração dos 25 anos da criação da Paróquia deSanta Maria – Santo André, estão a preparar o Dia Diocesano daJuventude, que decorrerá no dia 13 de abril (sábado, antes do Domingode Ramos).Convidamos todos os grupos de jovens e agrupamentos de escuteirosa estarem presentes neste encontro do nosso Bispo com os seusjovens. O encontro tem como destinatários jovens a partir 14 anos deidade, e terá como tema “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundoa Tua palavra” (Lc 1,38).Nesse mesmo dia decorrerá o Festival Diocesano da Canção deMensagem, no qual iremos escolher a canção que representará a nossaDiocese no Festival Nacional, a realizar em Fátima no dia 4 de maio.O dia encerrará pelas 17h, com a celebração da Procissão e Eucaristiade Domingo de Ramos.Sugerimos que as várias paróquias dos diferentes arciprestados sepossam ajudar, tanto a nível da deslocação até Santo André, com napossibilidade de poder participar enquanto arciprestado no Festivalda Canção.Esperamos poder contar convosco. Para mais esclarecimentoscontactar através do mail [email protected] ou o facebook emfacebook.com/pjvbj

Retiro Quaresmal do Movimentoda Mensagem de Fátima em Beja

“No dia 23 de março, cerca de oitodezenas de pessoas reuniram-seno Seminário Diocesano de Bejapara participarem no Retiro Qua-resmal que o Secretariado Dio-cesano de Beja organiza anual-mente durante o período daQuaresma.Neste ano, contámos com apresença do senhor padre DoutorJoão Paulo Quelhas, capelão doSantuário de Fátima, o qual

orientou as meditações evo-cando a memória de São Fran-cisco Marto, pastorinho e vi-dente da Senhora mais brilhanteque o Sol, de quem se celebra ocentenário da sua morte, ocorridaem 4 de abril de 1919.Aquele sacerdote referiu a san-tidade desta criança como con-sequência do cumprimento davontade de Deus a seu respeito.No contexto da sua grande

humildade e “apagamento” relati-vamente à sua irmã e prima, opastorinho Francisco é um exem-plo de vivência da Quaresma.O segredo desta criança vene-rável que gostava muito de‘adorar a Jesus escondido’ é poisuma necessidade de realizar epreservar o bem para a salvaçãode todos os homens.Durante o Retiro, muitos tiveramainda oportunidade para participarno Sacramento da Reconciliaçãoenquanto se meditou o 4º mistériodoloroso do Santo Rosário:”Jesusque carrega a cruz”.O Retiro terminou com a SantaMissa presidida pelo senhorpadre João Paulo.”

António Louro,Secretariado Diocesano de Beja do

Movimento da Mensagem deFátima

Responsável Setor da Oração

Desde o dia 12 de março, quandoo Ciclone Idai assolou de formaviolenta as regiões do centro enorte de Moçambique, a CáritasPortuguesa mobilizou-se e emconjunto com a Cáritas Moçam-bicana e com a Caritas Inter-nationalis, e está a acompanharde perto a situação no local e aapoiar para que haja uma respostarápida de emergência.Actualmente existem várias cam-panhas a decorrer em todo o paíse à escala global para a ajuda àsvítimas das cheias e do cicloneidai nas dioceses moçambicanasda beira, chimoio, tete, quelimane,lichinga.Conscientes de que a principaliniciativa, que muitas vezes surgede forma espontânea é o deenviar bens (alimentos, roupa,calçado etc), a verdade é que oestado em que ficaram as dio-ceses da beira, chimoio, tete,quelimane, lichinga, carecem deuma intervenção articulada ecomplementar nos diferentesmeios a disponibilizar, a curto,médio e longo prazo.Em contexto de «emergência», osbons sentimentos e as boasideias podem não ser suficientes:mais do que de roupa usada (cujotransporte custa mais que acompra local dos bens neces-sários) é de fundos que uma ONGprecisa para adquirir localmenteos bens necessários, o queadicionalmente permite canalizaresses fundos para dinamizar

Caritas Ajuda Moçambiquenuma economia ferida pela catás-trofe. (Plataforma ONGD e ONU).No caso concreto das cheias eciclone Idai, em Moçambique,sabemos que o fornecimento deágua e de alimentação está a serassegurado pelas Nações Unidase pelo Estado português, comquem estamos em comunicaçãoe a quem foi apresentada a totaldisponibilidade para colaborar. ACáritas Portuguesa e a CáritasMoçambicana, fazem esta opçãoseguindo os procedimentos deemergência e de defesa da digni-dade e dos direitos humanos daAjuda Humanitária e Ajuda deEmergência. Nesta fase estamosseguros de que esta é a melhorforma de apoiar esta população.Na rede internacional Cáritasexistem três mecanismos deapoio para resposta a emer-gências: apelo de resposta rápida

(rapid response appeal), apelo deemergência (emergency appeal)e um apelo de crise prolongado(protracted crisis appeal). ACáritas Moçambicana ativou jáos primeiros dois: apelo deresposta rápida (rapid responseappeal) e apelo de emergência(emergency appeal).O que é que a Cáritas Portuguesaestá a fazer?A Cáritas Portuguesa já res-pondeu a este apelo com umdonativo imediato de 25 mil eurosque será aplicado na distribuiçãode alimentos e água. Esta res-posta da Cáritas Portuguesainclui o apoio às vítimas dascheias e do ciclone, não esque-cendo, assim, que a situaçãodesta população era já de fragi-lidade e que a Cáritas estava jáno terreno para lhe prestar apoio.

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28 de março de 2019 Notícias de Beja – 5DIOCESE

A Quaresma, tempo depreparação para a vida cristã

O tempo Quaresmal é, paralelamente à doutrina recebida, o tempopor excelência de renúncia aos costumes dos pagãos, iniciação aoscostumes próprios dos cristãos, entre os quais deve ser privilegiadaa oração, o jejum, e o intensificar do combate espiritual na lutacontra as paixões, mediante as diversas imposições de mãos eexorcismos, pois o demónio mantém ainda em seu poder quem estáprestes a escapar-lhe. Segundo a Didaché e a Carta de Barnabé acatequese apresenta-se sob o aspecto de “doutrina das duas vias”,a de Cristo (da vida) e a de Satã (da morte). Na opção fundamentalda fé, para seguir o caminho da vida, é necessária a conversão,porque o seguimento de Cristo implica não a Sua admiração masantes um modo prático de comportar-se, durante toda a vida, numaluta conflituosa por fidelidade, entre os costumes pagãos que sedevem abandonar e a novidade dos costumes próprios dos cristãos.Na perspectiva da preparação para o Baptismo enquanto tempo detentação e luta, a escolha do Evangelho das Tentações de Cristopara o primeiro Domingo da Quaresma, porque a renúncia a Satanáse a adesão a Cristo hão-de constituir um combate fundamental atéao baptismo. A experiência moral cristã, impregnada de caridade,deve influir não apenas nos preceitos e costumes particulares (Act.15, 20.29) mas também nas próprias relações familiares e sociais,dada a igualdade radical de todas as pessoas, fundada no amor deDeus, fonte e sustento da vida.No confronto do cristianismo com a cultura grega, Clemente deAlexandria procurou julgar e integrar os costumes da vida ordinária,próprios da civilização helénica à luz do Evangelho, reconhecendoque a sabedoria grega participa da sabedoria de Deus, una em seuprincípio e multiforme em Cristo. Por isso, o anúncio da revelaçãode Cristo entre os gregos deve abandonar sua forma tradicionalsemítica e, numa visão teológica profunda, integrar a cultura grega,com sua linguagem e atitudes. Procurando fazer uma síntese a partirda cultura alexandrina e o Evangelho, apresenta nos Stromata e noPedagogo uma imagem helenizada das exigências de vida própriasdo cristão ideal, instruído por Cristo a quem deve procurar imitarnos comportamentos práticos quotidianos. As exigências e linhasorientadoras da catequese moral no século IV encontram referênciaprincipalmente em Santo Agostinho, (De Catechizandis Rudibus eDe fide et operibus), Santo Ambrósio (Homilias sobre S. Lucas),nas catequeses de S. Cirilo de Jerusalém e nas catequeses pós-baptismais de S. João Crisóstomo. A procura da verdadeirasegurança, própria do catecúmeno e do cristão, requer uma vidaconforme a mensagem evangélica que nos deve penetrar. Nestesentido, Cirilo de Jerusalém estabelece uma unidade profunda entrea entrada na fé e a prática imediata das boas obras, sem a qual aprópria fé, porque não se expressa, é como se não existisse. Por suavez, Santo Agostinho considera que «evangelizar em Cristo, não éensinar somente o que há que crer de Cristo, mas também o quedeve observar quem adere à estrutura do Corpo de Cristo. Maisainda: deve-se ensinar tudo o que há que crer de Cristo, não só dequem é Filho… mas também que averigúe, conheça, ame eexperimente quais são os membros, de quem Ele é a cabeça e paraSua honra os conduz à vida eterna. (…) Porém nunca se omita nadado que se refere à fé nem aos costumes dos fiéis».No termo da Iniciação Cristã a catequese, sob a forma de mistagogia,está centrada na explicação do simbolismo dos ritos dos sacramentospois, quando bem compreendidos, são meios fecundos dapedagogia de Deus. Caso contrário prestam-se a multiformesfantasias, confusões e banalidades sentimentais que em nadacontribuem para a maturidade da fé.Também nesta catequese, cuja fonte encontramos já no próprioNovo Testamento, se recorre à analogia entre as acções de Deus noAntigo Testamento com os Sacramentos da Igreja, vendo nestes acontinuação no tempo da Igreja das maravilhas de Deus: a Aliança,o Êxodo, a presença de Deus no meio do Seu Povo, a relação entreo Maná do deserto e a Eucaristia (Jo. 6, 29-35). Neste âmbito,Tertuliano, falando da necessidade, efeitos e ritos do Baptismo,apresenta também as grandes figuras baptismais do AntigoTestamento, seguidas das figuras baptismais do Novo Testamento:bodas de Canã e piscina de Betzaida.

In memoriam

D. Maurílio Gouveia, Pastor «até ao fim»A missão de bispo levou-o apublicar dois livros, um sobre os30 anos do Eremitério e outrosobre Nossa Senhora que nosofereceu; e que tinha na gráficaum terceiro sobre a Eucaristia,inspirado nas linhas pastorais deS. João Paulo II. Entendia queeram dois dos temas mais ur-gentes na Igreja, Nossa Senhorae a Eucaristia. Que era incorretofalar de presença simbólica oufigurativa de Jesus Cristo naEucaristia à maneira dos pro-testantes. Acrescentou que Jesusdiz “comer o meu corpo”, comopão. Com alegria de responder aopedido de D. Serafim, dei-lhebênção e pedi a bênção dele paranós. A Irmã Helena tentava evitaro seu cansaço, mas ele insistiaem falar, com entusiasmo, sobreum sacerdote do Eremitério, jáfalecido e a profecia dele em 2014.Cito de memória ad sensum:haverá problemas graves naIgreja, revoltas de bispos contrabispos, cismas mais graves queos dos protestantes, etc. A visitafoi de alegria para ele e umaprenda do meu aniversário.Ofereceu o seu livro «Magni-ficat» e prometeu convidar-nospara a apresentação do outro,«Eu sou o Pão da Vida» a fazerpor D. Francisco Senra Coelho.«Fui eu que o crismei, ordenei,enviei para Roma estudar, con-sagrei bispo…». Na segundavisita em 9 de setembro já nãoteve forças para estar até ao fimda adoração e a Irmã pediu-mepara eu dar bênção do San-tíssimo. Com o Irmão Luis Vieirapudemos visitá-lo. Animadofalou da sua morte próxima, doseu desejo de «ser pastor até aofim», do livro «Eu sou o Pão daVida» e de um pequeno «Rumoao Céu». Impressionou a sere-

nidade, o gosto de falar sobre asua morte próxima de pastorcomo os patriarcas e grandessantos, hoje gesto raro, em quemorte é tabo. Na visita de 11 denovembro já estava a descansare também fui eu que dei a Bênção.Falou-nos de novo longamentee ofereceu autografado o livro«Eu sou o Pão da Vida. Sempre amesma serenidade, alegria egratidão pela assistência médica,os cuidados, a sua missão e olivrinho que iria sair, «Rumo aoCéu». Na nossa última visita,16de dezembro, a Irmã Helenapediu-me para fazer a procissãocom o Santíssimo à volta dacapela por ser o aniversário dasua bênção há 29 anos. Nesse diahouve forte tempestade que logopassou e o sol voltou e por isso se fez a procissão em ação degraças. Gostava, disse ela, queneste III Domingo do Advento,se agradecesse com alegria, comono dia da inauguração. Após aprocissão D. Maurílio estava com um sobrinho no gabinete.Sempre muito lúcido mas maiscansado. Falámos pouco e ofe-reci-lhe com dedicatória de «vo-tos de Natal abençoado», a ele eao Eremitério, os meus livros

apresentados a 11 de dezembro:«De Guadalupe a Fátima» e «Di-zer o infinito em ais de brilho eespanto». Despedimo-nos sem ocansar e sem incomodar a visitado sobrinho. Tivemos notíciasque foi enfraquecendo sempremais até que no dia 19.03.2019ainda pedimos por ele na festade S. José, de manhã, e, à tarde,já rezámos por ter partido «rumoao Céu» «com paz, esperança ealegria» (R.ao C. p.12). Que belodia o de S. José para esta viagemacompanhada e por quem!Poderia trazer outras memórias,como o facto de nos termosconhecido a frequentar a mesmauniversidade Lateranense emRoma, ele já em pós-graduaçãoem pastoral, a sua paixão, dizia-nos; e nós, a terminar a licen-ciatura em teologia. Lembramosa sua generosa colaboração nascelebrações do V Centenário donascimento de S. João de Deusem 1995; o encontro com ele pararequalificar a cripta de nasci-mento do santo, na Igreja Matrizde Montemor-o-Novo; a festa deS. João de Deus no Trapiche em08.03.2017 presidida por ele; masficará para outra ocasião.

Aires Gameiro

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28 de março de 2019OPINIÃO6 – Notícias de Beja

Programas televisivos de “mercadoria humana”

Sílvio Couto

Duma forma atroz e algo sinto-mática alguns dos canais tele-visivos – agora em sistema aber-to e já antes em meio codificado– têm vindo a colocar nos écransprogramas que exploram – comodisseram já alguns críticos da arte– a ‘mercadoria humana’, isto é,colocam as pessoas em estadode exposição a situações umtanto complicadas, numa con-corrência sem respeito pelosvalores humanos mais básicose explorando falhas, erros etudo o resto com que possamvencer ou convencer…Embora se aduza que tais pro-

gramas são reprodução, por cá,de formatos internacionais, issonão dá o direito de colocar no artoda a espécie de enlatado de maugosto e de questionável quali-dade. Será de perguntar: por ondeanda a capacidade de invenção,de inovação e de criação dosnossos bem pagos programa-dores televisivos… muitos elessaltitando de canal em canal àprocura de melhor preço e demaior escândalo? A quem inte-ressa nivelar pelos pés o entre-tenimento do nosso país e,sobretudo, a cultura? Somostodos tão mentecaptos que preci-samos de ir ao baú dos estereó-tipos mais execráveis para man-termos a dar lucro os canaistelevisivos? O recurso ao rura-lismo – num dos programas sur-gem uns tantos a fazer de agri-cultores limpinhos de terra e detrabalho – quererá pôr a des-coberto uma falsa sociedade, ditaurbana? Os casamentos arran-jados não trarão à memória raízesde má recordação e do piorcomportamento?Não deixa de ser sintomática acoincidência com o início deexibição destes programas: por

ocasião do festejado ‘dia damulher’!

= De facto, a pessoa humana estátornar-se mercadoria no maisridículo sentido do termo, pois,por uns poucos euros, as pes-soas se deixam colocar à venda,por uns minutos de exposiçãopública permitem que percam asua qualidade de resguardo devida, por uns passos de (pre-tensa) mágica se deixam fascinarsem possibilidade de retorno…Há claramente um programaencoberto para tornar, cada vezmais, as pessoas irreflexivas.Bastará ver como reagem osexecutores de tais programas,questionando a opinião da dis-cordância. Com que facilidade secolam rótulos a quem não se deixaconvencer com tais produtos.Com que agressividade saltamem defesa das suas tropelias –mesmo contradizendo a (dita)liberdade de expressão e os taisdireitos constitucionais, quevalem para tudo e o seu contrário– os denunciados e manipu-ladores. Com que artimanhas seunem os que defendem, porexemplo, a ideologia de género

ou mesmo certos grupos (pre-tensamente) feministas e afins…Estamos no melhor da confusãoe convulsão coletiva!O diapasão pelo qual afinam taisprogramas fazem acreditar que osmentores de tudo isto – o que sevê e tanta outra coisa subterrânea– leem pela mesma cartilha einstruem-se no mesmo devo-cionário: tirar às pessoas o queas faz levantar-se, fazendo cha-furdar naquilo que manipula,avilta e condiciona. Os valoresexpostos são mais de índolematerialista do que afloram algoque tenha a ver com questões denatureza espiritual. Muito do quefaz correr aqueles participantes– não serão antes concorrentespagos e instrumentalizados? –mede-se mais pela possível contaa auferir do que pela resoluçãodos problemas abordados, deforma, por vezes, superficial,ignorante e sem nexo.

= Se atendermos ao guião destescomo de outros programas tele-visivos poderemos encontrarlinhas idênticas: a sexualidade/genitalidade, o relacionamento/compromisso entre as pessoas e

outros adereços de algum es-cândalo que possam ser intro-duzidos a propósito. Haveráassim tanta diferença, na forma,entre estes programas televisivose o asqueroso mercado de escra-vos? Poderá parecer mera coin-cidência do estilo destes pro-gramas com algumas feiras degado? Será que toda a gente sevende, dependendo do valor damercadoria, do preço e das mais-valias que gera? Tudo pode serposto em causa, desde que setenha lucro com isso?Poderemos fazer pouco contratais programas, mas podemostomar posição boicotando ospatrocinadores publicitários,evitando comprar os produtos edenunciando as ofensas à pessoahumana, sobretudo quando estáem maré de fragilidade… emo-cional, psicológica e afetiva.Porque não quero ser coniventecom o silêncio cúmplice, deixoesta reflexão, que me fará aindamais estar atento à exploração aque submetem tantos dos nos-sos contemporâneos iludidos,manipulados e ofendidos.

Para o céu, só de boleia!

O Padre Manuel Gouveia batizou-me no dia 30 de dezembro de 1934.Vivia na freguesia da Teixeira, a15 quilómetros de Alvoco daSerra, a minha terra natal. Todosos domingos para a Missa equando o seu munus o exigia,como funerais , unção dos doen-tes e outras ações pastorais,percorria esta distância a pé,santificando a vida e os ca-minhos. Que trabalhos! Queperigos! Que dificuldades porestas veredas e caminhos ser-ranos. O inverno serrano tor-nava-se num inferno. O ventosoprava, uivava e descia da Serragélido, violento e atrevido, enca-nado pelo vale profundo daribeira, sustinha, gritava aosouvidos, impedindo o caminhar.A chuva, meia líquida, meia neve,não caía em vertical, mas emhorizontal contra a cara, tal a forçado vento. Quando este sopravado mar para a Serra, eram cordassucessivas de chuva que batiamnas costas, enregelando os pró-prios ossos. Um dia, numa manhãde nevoeiro, sobressaltou-se aover dois corpulentos lobos que

António Aparício

o seguiam de perto. - «E não tevemedo?», alguém lhe perguntou. -«Não, por que estava armado».– Armado? - «Sim, levava o meuBreviário». (o livro da Liturgiadas Horas!). Que cordeiro, esteservo de Deus! Mas o principalsacrifício não era o frio noinverno, mas a sede, no verão.Todo o vale glaciar da ribeira deAlvoco, tem um micro climaagressivo. O sol dardeja os seusraios imperiosamente, escal-dante, sufocante, sobre a terra e

as pessoas, gratas por um copode água fresca. O P. Manuelpassava por dezenas de pe-quenos regatos, fontes e ribeiros,que mais aguçavam a sua sede,sem poder beber, por causa dojejum eucarístico então vigente,desde a meia- noite até à hora daMissa, pelo meio-dia.À boca cheia, entre um misto deassombro, admiração e gratidão,corria o dito entre o povo: «O P.Manuel ganhou o Céu a ca-minho de Alvoco.» Claro, à luz

da fé, não foi o P. Manuel queganhou o Céu, foi o Céu queganhou o P. Manuel. Foi Jesusque veio do Céu à terra, para queo homem possa subir da terra aoCéu. O Céu é graça, dádiva, poissó Jesus morreu por nós pe-cadores. Ele é o único Senhor, oúnico Mediador entre Deus e oshomens (I Tim 2,5) «e não hásalvação em nenhum outro, poisnão há debaixo do céu qualqueroutro nome dado aos homensque nos possa salvar» (At 4,12)Então o que fazia o P. Manuel acaminho de Alvoco, durante 22anos? No fundo, como procurouser uma imagem de Jesus juntodos seus paroquianos, dizia-Lhehumildemente que estava na“lista de espera” do Céu e queesperava que lhe desse boleia, nasua bondade e misericórdia. Oque dizemos a Jesus em cadaQuaresma? - Que também esta-mos na “lista de espera” e queaguardamos com esperançaoperativa, a salvação e a boleiaque Ele nos dará, no dia que sóEle sabe. Como o sabemos?«Porque deu a vida por nós” enos salvouAo terminar, lembro a história,

que também é a minha e a tuahistória, contada pelo PadreCarmelita (OCD) Jeremias Ve-china, num dos seus retiros, emFátima. Um dia foi convidado afazer um retiro num lar de terceiraidade. Claro que o assuntocentral foi a fé, a ressurreição e avida eterna. No final, no diálogocom os utentes, um homem queusava canadianas, afirmou con-vencido: «Senhor Padre, tudoisso é verdade, mas prefiro andarna terra de muletas, do que irpara o Céu de carretas». Aquaresma é um espaço espiritual,pedagógico e curativo para irmosdescobrindo como o material sesobrepõe ao espiritual, o passa-geiro ao definitivo, o temporal aoeterno. A morte é um dado davida. Não é fracasso, nem der-rota, é apenas o maior limite dohomem. Não podemos cair nareligião de méritos e no fari-saísmo: «Eu tenho créditosdiante de Deus e Deus é o meudevedor pelos meus méritos». Oimportante não é o que tu fazespor Deus, mas sim o que Ele fez efaz por ti. Pensa assim e chegaráslonge, mais longe, muito longe.

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28 de março de 2019

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

28março

2019

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

REGIONAL Notícias de Beja – 7

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Bejalevou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 18 a 24 de março, quevisaram a prevenção e o combateà criminalidade violenta, fisca-lização rodoviária, entre outras,registando-se os seguintes da-dos operacionais:

1. Detenções: 15 detidos emflagrante delito, destacando-se:Cinco por condução com Taxa deÁlcool no Sangue superior aopermitido por lei e três por con-dução sem habilitação legal. Asrestantes detenções tiveram naorigem tráfico de produtos estu-pefacientes, posse ilegal de arma,falsificação de documentos,crime de incêndio e furto eminterior de veículo.

2. Apreensões: 45 doses decannabis; 20 pés de cannabis e22 sementes; Uma arma de arcomprimido; 274 munições; Uma

viatura; 19 ovinos; 1 400 litros deprodutos fitofarmacêuticos emestado liquido; 1 230 quilos deprodutos fitofarmacêuticos emestado sólido; 603 metros de tubode rega de vários diâmetros; 133bobines de arame zincado; 38postes de paus tratados paracerca.

3. Trânsito:Fiscalização: 322 infrações dete-tadas, destacando-se: 34 porexcesso de velocidade; 24 rela-cionadas com tacógrafos; 23 porfalta ou incorreta utilização docinto de segurança e/ou sistemade retenção para crianças; 22relacionadas com iluminação esinalização; 13 por falta de segurode responsabilidade civil obriga-tório; 11 por excesso de carga;Dez por condução com taxa deálcool no sangue superior aopermitido por lei; Dez por usoindevido do telemóvel no exercícioda condução; Nove por falta de

inspeção periódica obrigatória;Cinco por infrações relacionadascom os pneumáticos.Sinistralidade: 31 acidentes regis-tados, resultando: Um feridograve e seis feridos leves.

4. Fiscalização Geral: 11 autosde contraordenação: Sete noâmbito da legislação policial;Quatro no âmbito da legislaçãoda proteção da natureza e doambiente.

5. Ações de sensibilização: 12no âmbito “Escolar”, tendo sidosensibilizados 352 alunos e 18professores; Três no âmbito daoperação “Residência Segura”,tendo sido sensibilizados 33idosos; Duas no âmbito do “DiaMundial da Árvore”, tendo sidosensibilizados 50 alunos; Uma noâmbito da “Caminhada pelaFloresta 2019”, tendo participado250 pessoas..

Através do Núcleo de Inves-tigação Criminal de Aljustrel, aGNR, no dia 22 de março, iden-tificou dois jovens de 19 e 15anos, pelo furto no interior dasinstalações de uma associaçãoem Ervidel, no concelho deAljustrel.Na sequência de um furto ocor-rido no dia 21 de março, nareferida associação, foi dadocumprimento a dois mandadosde busca, nomeadamente àresidência dos suspeitos e aoseu veículo, num acampamentosituado nos limites daquelalocalidade, tendo sido recu-perado o seguinte material: Setecabos para guitarra de váriasmarcas; Sete cabos para co-lunas de som; Sete microfonesde várias marcas; Cinco cabos

Ervidel – Recuperação de material furtadopara microfone XLR; Três cabospara mesa de som; Três cabosde alimentação de correnteelétrica; Três guitarras ele-troacústicas; Duas colunas desom para computador; Um es-tojo de guitarra semirrígido; Umcomputador portátil; Um portachaves; Uma antena interiorpara TV; Um amplificador baixo.O valor do material recuperadofoi avaliado em cerca de 1 800euros. Os factos foram re-metidos ao Tribunal Judicial deOurique.A operação contou com o apoiode militares do DestacamentoTerritorial de Aljustrel, PostosTerritoriais de Aljustrel, Ervidele Ferreira do Alentejo, dosDestacamentos de Trânsito eIntervenção de Beja.

Aljustrel – Prisão preventiva por violência domésticaO Comando Territorial de Beja,através do Posto Territorial deAljustrel, ontem, dia 21 demarço, deteve um homem de 28anos, por violência doméstica,no concelho de Aljustrel.No âmbito deste processo deviolência doméstica, que de-corria há dois meses, foi dadocumprimento a um mandado de

detenção, uma vez que se apu-rou que o suspeito agredia,injuriava e ameaçava de formareiterada a vítima, de 23 anos,sua companheira.O suspeito, com antecedentescriminais pelo mesmo tipo decrime, foi presente ontem, dia21 de março, a 1º interrogatóriojudicial no Tribunal Judicial de

Ourique, onde lhe foi aplicadaa medida de coação de prisãopreventiva, tendo o mesmorecolhido ao EstabelecimentoPrisional de Beja.Esta ação contou com a cola-boração do Núcleo de Inves-tigação e Apoio a Vítimas Espe-cíficas de Beja (NIAVE).

Bom humorBom humorBom humorBom humorBom humorVaca ou vitela?

O cliente diz ao empregado:- Ouça lá... Isto é vaca ou é vitela?- O senhor não consegue distinguir pelo sabor?- Eu? Não!- Então se não consegue distinguir, que diferença faz?

Calças sujas

O marido:- Afinal, ainda não limpaste as minhas calças como te pedi!A mulher:- Ora essa! Porque é que dizes isso?!O marido:- Porque, num dos bolsos, ainda lá está uma nota de dez euros…

Ausências

Diz o chefe da repartição pública para a sua nova secretáriaparticular:- Espero que, nas minhas ausências esporádicas, a senhoranão fique para aí de braços cruzados.A funcionária:- Ah, não senhor! Isto agora com os telemóveis nunca nosaborrecemos…

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28 de março de 2019ÚLTIMA PÁGINA

Papa faz primeira visitaà Câmara Municipal de Roma

O Papa Francisco visitou, no dia26, pela primeira vez no seupontificado, a Câmara Municipalde Roma, na zona histórica doCapitólio, onde se encontrou coma presidente da autarquia, Vir-ginia Raggi, sublinhando a “vo-cação universal” da cidade.“Roma, ao longo dos seus quase2800 anos de história, soubeacolher e integrar diversas popu-lações e pessoas provenientesde todas as partes do mundo, dasmais variadas categorias sociaise económicas, sem anular as suaslegítimas diferenças”, declarou.O Papa destacou o contributodado por Roma à civilizaçãoocidental, no campo do Direito,da Filosofia, da Cultura e dadifusão do Cristianismo, real-çando que, ainda hoje, a cidaderecebe milhões de “estudantes eperegrinos, turistas, refugiados emigrantes”.A intervenção destacou a relaçãoentre as culturas latina e ger-mânica, no desenvolvimento deuma distinção entre “poderescivis e poder espiritual”, nacidade.Francisco falou da capital italianacomo um “organismo delicado”,que exige colaboração entretodos os seus elementos, norespeito pela sua “identidadehistórica, cultural e institucional”.O discurso central da visitadecorreu na Sala Júlio César,perante agentes de segurança emilitares italianos que desem-penharam missões no estran-geiro, além de outros cidadãosque se distinguiram no serviçoaos habitantes de Roma.A intervenção destacou, emparticular, as “periferias” exis-tenciais de Roma, onde chegam“numerosos migrantes em fugada guerra e da miséria”, con-vidando a superar os “medos” ea trabalhar pelo desenvolvimentode todos.O Papa colocou a cidade sob aproteção da Virgem Maria, ‘SalusPopuli Romani’, e dos santosPedro e Paulo, abençoando os

presentes.Após ter cumprimentado osfamiliares de Raggi, no PalácioSenatório, Francisco esteve nogabinete da autarca e na varanda,com vista sobre os Foros Ro-manos, atração turística e localhistórico da capital romana,ligada ao antigo império.O Papa e a presidente do muni-cípio reuniram-se em privado,seguindo para a chamada ‘saladas tapeçarias’, onde se encon-travam o vice-presidente, res-ponsáveis municipais e asses-sores, a quem ofereceu um livrocom os seus discursos sobre aEuropa.Raggi falou de uma cidade de“braços abertos” para todo omundo, como ponte entre a

Europa e África.No final do encontro, VirginaRaggi anunciou a instituição deuma bolsa de estudo e a desi-gnação de uma sala do edifíciocom o nome da encíclica ‘Lau-dato Si’, do Papa Francisco, comosinal de preocupação ecológica.A agenda incluiu uma saudaçãoaos cidadãos, reunidos na Praçado Campidoglio e um encontrocom os trabalhadores municipaise as suas famílias.O Papa saudou todos os pre-sentes, recordando que a Igrejade Roma “preside à caridade” eque é tarefa do Bispo de Roma edos cristãos “agir concretamentepara manter o rosto desta Igrejasempre luminoso”.“No coração do Papa encontramlugar também os que não com-partilham a nossa fé: a todosgaranto a minha proximidadeespiritual e o meu encorajamento,para serem todos os dias artesãosde fraternidade e de solida-riedade”, declarou.Francisco é o quarto Papa avisitar a Câmara Municipal deRoma, onde estiveram Paulo VI,João Paulo II e Bento XVI.

Fonte: Ecclesia

“Roma tornou-se meta e símbolo para todosos que, reconhecendo-a como capital daItália e centro do Catolicismo, se enca-minharam para ela a fim de admirar os seusmonumentos e as marcas do passado, paravenerar a memória dos mártires, paracelebrar as principais festas do ano litúrgicoe para as grandes peregrinações jubilares”.

D. Maurílio de Gouveiana paz com Deus

«Por onde passava ele transmitia a suaalegria e cativava a atenção das pessoas»,

realça o atual bispo emérito”

D. José Alves

19 de Março falecimento em Santa Cruz - Madeira

21 de Março, Missa de Corpo Presente na Sé do Funchale partida dos restos mortais para Évora

22 de Março, Solenes Exéquias na Sé Catedral de Évora,presididas por D. Francisco Senra, Arcebispo de Évora esepultura numa capela lateral da Igreja do Espírito Santo- Panteão dos Arcebispos.