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EDITORIAL: Moradores x Frequentadores A tranquilidade dos parques incomodada pela bagunça de alguns opinião 02 Curitiba, 06 de dezembro de 2009 Capital ecológica, assim é co- nhecida Curitiba. A cidade conta com diversos parques estrategica- mente localizados. Como forma de fuga ao caótico ambiente ur- bano, muitas pessoas optam por viverem em regiões próximas a parques. Mas, às vezes a tranqui- lidade e paz tão desejadas não são alcançadas devido a extrema agitação e barulho dos freqüen- tadores. Durante a semana o meio ambiente é convidativo. Pessoas em busca de melhor qualidade de vida vão aos parques para se exercitarem, fazerem cami- nhadas e até mesmo para relaxar depois de um longo dia de traba- lho. No entanto, a calmaria não é constante, já que tudo muda ao chegar os finais de semana. Músicas altas, gritos, bebe- deiras, drogas, buzinas, con- fusões, badernas em geral tomam conta dos parques curitibanos, principalmente nos sábados e domingos. O incomodo aos mo- radores sobressai muitas vezes às belezas naturais. Sendo que ao invés de essas regiões serem prazerosas para os moradores se tornam importunas. As reclamações dos mora- dores sobressaem os elogios aos parques. E, sendo assim, lo- cais públicos que deveriam ser agradáveis acabam sendo o con- trário. Não há como impedir o manifesto de quem está se sentindo prejudicado. Por outro lado, como negar a possibili- dade de divertimentos ao ar livre? A situação não precisaria chegar a esse extremo se os freqüentadores tivessem bom senso em suas atitudes. De que vale as fabulosas áreas verdes se não se sabe aproveitar? Em contrapartida, enquanto há uns parques que estão super- lotados, outros não são visita- dos apesar de serem bem cui- dados e preservados, como é o caso do parque da Barreirinha. Talvez os moradores prefiram assim. Mas seria interessante que as pessoas pelo menos co- nhecessem, quem sabe poderia ser uma alternativa divertida. Ao invés de ir a parques lota- dos, descobrir outros. A capital ecológica oferece uma gama imensa de possibilidades, cabe a você perceber! Mas, antes de passear no parque é bom repensar sua ati- tude, seja consciente. Um local com tão boas características e peculiaridades não merece ser privado do acesso por causa do mau comportamento de alguns. OMBUDSMAN: OUTRAS FACES DO BAIRRO FALA, PROFESSOR “O Comunicare permitiu ver o bairro além da gastronomia. Mostra aspectos culturais que aparentemente estão sem investimento.” Fabianne Balvedi, profes- sora de design da PUC Milena Vicintin EXPEDIENTE Jornal Laboratório da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Edição nº 179 manh ã “A” 06/Dezembro/2009/nº14 PUCPR Rua Imaculada Conceição 1.155, Prado Velho, Curitiba/PR Reitor Clemente Ivo Juliato Decano do CCJS Roberto Linhares da Costa Decano-Adjunto do CCJS Marilena Winters Diretora do Curso de Jornalismo Mônica Fort COMUNICARE Jornalista Responsável Zanei Barcellos DRT-118/07/93 Coord. de Projeto Gráfico Queila Regina Souza Matitz EDITORES Editor Chefe Durval Ramos Secretario de Redação Guilherme Gaspar Editora de Arte Ana Carolina Baú Infografista Gustavo Prestini Opinião Milena Vicintin Meio Ambiente Bábylla Miras Comportamento Bruna Gomes Segurança Daniel Neves Polícia Jonathan Seronato Geral Letícia Paris Comércio/ Trânsito Rafael Peroni EsportesThyago da Silva Cultura/ Tecnologia Viviane FALA, LEITOR “Muito bom o Comunicare Santa Felicidade! Permitiu conhecer mais sobre as tradições de um bairro importante. ” Mariana Appel, estudante de Publicidade da PUC NOSSA CAPA A ideia é destacar o máximo de reportagens para caracterizar a factualidade, evidenciada, também pela previsão do tempo. Arte:Ana Carolina Baú Giulianna Oliveira Santos, assessora de Comunicação da TechFront Studios, Comunicare 2006 A principal preocupação das equipes no Comunicare Santa Felicidade deve ter sido mostrar um bairro fora do lugar comum, diferente do bairro tradicional italiano comum com seus des- taques gastronômicos. O que aconteceu com muito sucesso. As pautas foram bem escolhidas, mostrando lados de Santa Felici- dade que ninguém conhece, prin- cipalmente dos problemas que os moradores enfrentam. Parte dos destaques dessa edi- ção fica por conta dos persona- gens escolhidos para as entrevis- tas, como nas páginas 03 e 12. Escolhas com a cara de Santa Fe- licidade, que com certeza encan- tam os leitores com seus relatos. Algumas matérias impor- tantes, porém, mereciam um pouco mais de cuidado. A maté- ria da capa poderia ter uma foto mais expressiva, enquanto ou- tras fotografias deveriam mere- cer mais cuidados no tratamento e na edição, como nas páginas 02 (charge), 05 (segunda foto) e 06. Mesmo assim, a foto do “Nonno”(pág. 03) e da D. Sofia (pág. 12) mostraram simpáticos personagens, o que poderia ser seguido de exemplo para a foto da página 10, onde infelizmente a D. Zenaide ficou de costas. As importantíssimas maté- rias da página 15, com chamada na capa e tudo, pecaram em não cobrar a voz das autoridades res- ponsáveis no que diz respeito às graves reivindicações dos mora- dores, um dos princípios do Jor- nalismo Cidadão. Não foi possível perceber se o Comunicare já está adequado à nova ortografia, pois ainda há tre- mas na página 11, e eis um ponto importante a ser observado, já que todos os veículos importantes já estão se adequando. Enquanto nas matérias das pá- ginas 12 e 13 foi feito bom uso de pesquisas relacionadas com rela- tos, os mesmos ficaram faltando na segunda matéria da página 05 e na última da página 11. São fei- tas afirmações sem qualquer base de dados comprovados com pes- quisas, o que é grave. A manchete da terceira matéria da página 6 já tinha sido tema de uma reportagem do Comunicare Bebidas de 2006, mas a equipe trouxe fatos inéditos e mudou o foco, mostrando um lado difer- ente. Apesar das pequenas pati- nadas, a turma está de parabéns pela qualidade do trabalho feito e pelo empenho e criatividade na escolha das pautas e produção das matérias, o que fica evidente para quem lê e sabe como é difícil fazer esse jornal. Pensar no comportamento Matérias precisam ter mais cuidado com dados Prestes

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Comunicare 24 Horas - Parques - Edição Beta (ainda sem capa)

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EDITORIAL: Moradores x Frequentadores

A tranquilidade dos parques incomodada pela bagunça de alguns

opinião02 Curitiba, 06 de dezembro de 2009

Capital ecológica, assim é co-nhecida Curitiba. A cidade conta com diversos parques estrategica-mente localizados. Como forma de fuga ao caótico ambiente ur-bano, muitas pessoas optam por viverem em regiões próximas a parques. Mas, às vezes a tranqui-lidade e paz tão desejadas não são alcançadas devido a extrema agitação e barulho dos freqüen-tadores.

Durante a semana o meio ambiente é convidativo. Pessoas em busca de melhor qualidade de vida vão aos parques para se exercitarem, fazerem cami-nhadas e até mesmo para relaxar depois de um longo dia de traba-lho. No entanto, a calmaria não é constante, já que tudo muda ao chegar os finais de semana.

Músicas altas, gritos, bebe-deiras, drogas, buzinas, con-fusões, badernas em geral tomam conta dos parques curitibanos, principalmente nos sábados e domingos. O incomodo aos mo-radores sobressai muitas vezes às belezas naturais. Sendo que ao invés de essas regiões serem prazerosas para os moradores se tornam importunas.

As reclamações dos mora-dores sobressaem os elogios aos parques. E, sendo assim, lo-cais públicos que deveriam ser agradáveis acabam sendo o con-

trário. Não há como impedir o manifesto de quem está se sentindo prejudicado. Por outro lado, como negar a possibili-dade de divertimentos ao ar livre? A situação não precisaria chegar a esse extremo se os freqüentadores tivessem bom senso em suas atitudes. De que vale as fabulosas áreas verdes se não se sabe aproveitar?

Em contrapartida, enquanto há uns parques que estão super-lotados, outros não são visita-dos apesar de serem bem cui-dados e preservados, como é o caso do parque da Barreirinha. Talvez os moradores prefiram

assim. Mas seria interessante que as pessoas pelo menos co-nhecessem, quem sabe poderia ser uma alternativa divertida. Ao invés de ir a parques lota-dos, descobrir outros. A capital ecológica oferece uma gama imensa de possibilidades, cabe a você perceber!

Mas, antes de passear no parque é bom repensar sua ati-tude, seja consciente. Um local com tão boas características e peculiaridades não merece ser privado do acesso por causa do mau comportamento de alguns.

OMBUDSMAN: OUTRAS FACES DO BAIRRO

FALA, PROFESSOR

“O Comunicare permitiu ver o bairro além da gastronomia. Mostra

aspectos culturais que aparentemente estão sem investimento.”

Fabianne Balvedi, profes-sora de design da PUC

Milena Vicintin

EXPEDIENTEJornal Laboratório da

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Edição nº 179 manh ã “A”

06/Dezembro/2009/nº14

PUCPRRua Imaculada Conceição 1.155,

Prado Velho, Curitiba/PR

ReitorClemente Ivo JuliatoDecano do CCJS

Roberto Linhares da CostaDecano-Adjunto do CCJS

Marilena WintersDiretora do Curso de

JornalismoMônica Fort

COMUNICAREJornalista Responsável

Zanei BarcellosDRT-118/07/93

Coord. de Projeto GráficoQueila Regina Souza Matitz

EDITORESEditor Chefe Durval Ramos

Secretario de Redação Guilherme Gaspar

Editora de Arte Ana Carolina Baú Infografista Gustavo Prestini

Opinião Milena VicintinMeio Ambiente Bábylla Miras

Comportamento Bruna GomesSegurança Daniel Neves

Polícia Jonathan SeronatoGeral Letícia Paris

Comércio/ Trânsito Rafael Peroni

EsportesThyago da SilvaCultura/ Tecnologia Viviane

FALA, LEITOR

“Muito bom o Comunicare Santa Felicidade! Permitiu

conhecer mais sobre as tradições de um bairro

importante. ”

Mariana Appel, estudante de Publicidade da PUC

NOSSA CAPA

A ideia é destacar o máximo de reportagens

para caracterizar a factualidade,

evidenciada, também pela previsão do tempo.

Arte:Ana Carolina Baú

Giulianna Oliveira Santos, assessora

de Comunicação da TechFront Studios,

Comunicare 2006

A principal preocupação das equipes no Comunicare Santa Felicidade deve ter sido mostrar um bairro fora do lugar comum, diferente do bairro tradicional italiano comum com seus des-taques gastronômicos. O que aconteceu com muito sucesso. As pautas foram bem escolhidas, mostrando lados de Santa Felici-dade que ninguém conhece, prin-cipalmente dos problemas que os moradores enfrentam.

Parte dos destaques dessa edi-ção fica por conta dos persona-gens escolhidos para as entrevis-tas, como nas páginas 03 e 12. Escolhas com a cara de Santa Fe-licidade, que com certeza encan-tam os leitores com seus relatos.

Algumas matérias impor-tantes, porém, mereciam um pouco mais de cuidado. A maté-ria da capa poderia ter uma foto mais expressiva, enquanto ou-tras fotografias deveriam mere-cer mais cuidados no tratamento e na edição, como nas páginas 02 (charge), 05 (segunda foto) e 06. Mesmo assim, a foto do “Nonno”(pág. 03) e da D. Sofia (pág. 12) mostraram simpáticos personagens, o que poderia ser seguido de exemplo para a foto da página 10, onde infelizmente a D. Zenaide ficou de costas.

As importantíssimas maté-rias da página 15, com chamada na capa e tudo, pecaram em não cobrar a voz das autoridades res-

ponsáveis no que diz respeito às graves reivindicações dos mora-dores, um dos princípios do Jor-nalismo Cidadão.

Não foi possível perceber se o Comunicare já está adequado à nova ortografia, pois ainda há tre-mas na página 11, e eis um ponto importante a ser observado, já que todos os veículos importantes já estão se adequando.

Enquanto nas matérias das pá-ginas 12 e 13 foi feito bom uso de pesquisas relacionadas com rela-tos, os mesmos ficaram faltando na segunda matéria da página 05 e na última da página 11. São fei-tas afirmações sem qualquer base de dados comprovados com pes-quisas, o que é grave.

A manchete da terceira matéria da página 6 já tinha sido tema de uma reportagem do Comunicare Bebidas de 2006, mas a equipe trouxe fatos inéditos e mudou o foco, mostrando um lado difer-ente. Apesar das pequenas pati-nadas, a turma está de parabéns pela qualidade do trabalho feito e pelo empenho e criatividade na escolha das pautas e produção das matérias, o que fica evidente para quem lê e sabe como é difícil fazer esse jornal.

Pensar no comportamento Matérias precisam ter mais cuidado com dados

Prestes

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GARÇONS EXECUTAM A MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

Pedalinho traz risco aos usuários Os brinquedos do Passeio Público estão em péssimas condições. Ainda, não são usados devidamente.

geral04 Curitiba, 4 de dezembro, 2009

A ponte que liga a Torre dos Filósofos, com restante do Bos-que do Alemão,está em obras há um mês. A manutenção está pre-judicando as visitas ao Bosque e não há prazo de finalização da reforma. A Torre é um dos prin-cipais atrativos do parque e essas obras têm prejudicado também os turistas que não podem ter acesso direto ao mirante.

Para a estudante Luciana Mota Vieira Kern Pedregal, as obras atrapalham quem vêm vi-sitar o parque com criança de colo. “Você pode cair por qual-quer coisa. Eu fiquei no carro com o meu filho enquanto meu marido foi fazer outra parte do trajeto”, explica a estudante. Ela ainda diz que se sente mal ao ver o bosque deste jeito e até faz uma comparação. “A minha sensação como curitibana é que o parque parece uma casa desarrumada”.

O fotógrafo espanhol Angel Miguel veio para Curitiba a pas-

seio, mas diz que se decepcio-nou quando chegou ao parque já que segundo ele o bosque foi muito recomendado, por outras pessoas.“A pessoa quer passear no parque mas não dá”.

Segundo o gerente Gaspar

Rafael Kern Pedregal, esta épo-ca do ano é a ideal para os tu-ristas conhecerem a cidade. “É frustrante ver a Torre desse jei-to, abandonada. Ela faz parte do parque, você consegue ver as coisas mais de perto. As pessoas

pessoas têm acesso a uma escada de onde você pode ver vegeta-ção. As obras deveriam ser mais rápidas”, conclui.

O diretor do Departamento de Parques e Praças da Prefei-tura, Sérgio Tocchio, diz que a Torre está fechada por medidas de segurança. “Há uma desesta-bilização das colunas que sus-tentam a passarela, a Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (COSEDI) esteve no local com o engenheiro e não constatou risco de que queda da ponte, o que existe é a necessi-dade de um reforço na base de sustentação da ponte”.

Na próxima semana a Pre-feitura de Curitiba irá abrir um edital para receber propostas de empresas que tenham projetos para a reforma. A previsão é que fique aberto a visitação no início do ano que vem.

Ponte do local se encontra em péssimas condições

Vivi

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PREVISÃO DA PREFEITURA É DE QUE AS OBRAS TERMINEM NO INÍCIO DE 2010

Reformas na ponte do Bosque do Alemão impedem passagem de frequentadores por acesso importante

Crianças e adultos utilizam pedalinhos antigos, com racha-duras e sem colete salva vidas no Passeio Público. Os brin-quedos existem há mais de 20 anos, e são mantidos pelo res-taurante do local. O preço da locação dos pedalinhos, poderia garantir sua manutenção. Os administradores cobram cinco reais por cada vinte minutos. Já no Parque Barigui, os aparelhos foram retirados desde que o par-que de diversões foi removido.

Luciana Caixeto trabalha como caixa do restaurante, e ex-plica: “Enquanto alguém anda no pedalinho, um rapaz fica observando. Até porque ele não pode deixar passar o tempo”. Além disso, como o local abri-ga diversos animais eles devem cuidar para não machucá-los.

O maior descaso está no

cuidado com os equipamentos e na preocupação com os usuá-rios. A água do Passeio Público tem uma profundidade de dois metros, onde crianças e adultos

podem se afogar ao cair de um pedalinho. Márcia Bueno é ge-rente do restaurante que admi-nistra os pedalinhos do local, e diz que “todos usam colete sal-

Gabriele Lemes

Bruna Covacci

Os parques de curitiba são seguros?

“Não são seguros, Chega a dar medo”.

Paulo Rogério, 43 anos, comerciante

“Não acho seguro, têm muito roubo e morte

nesse locais”.Lena Prestes, 76 anos,

aposentada

“Hoje em dia não tem segurança em lugar

nenhum”Claudete Ramos, 67anos,

aposentada

“Curitiba é a capital ecológica. A segurança depende do parque.”Gilberto da Silva,52

anos, garçom

“Não, o pessoal que mora na rua fica nos

parques”

Abgail do Rossio, 26 anos, diarista

va vidas”. Ainda há uma placa na entrada do brinquedo dizen-do que o seu uso é obrigatório, mas não é isso o que acontece.

A manutenção é feita no local pelos próprios garçons e não por pessoas especializa-das. Eles trocam peças e aper-tam parafusos Márcia chegou a rir dizendo: “Por sinal está na hora de trocar o óleo, tenho que comprar”. Segundo ela, a água do local é limpa, pois o parque possui um filtro. A cor escura é derivada das plantas. Ela ainda afirma: “O maior problema são as pessoas mesmo, porque jo-gam coisas no rio, se debruçam ou tentam ficar em pé no pedali-nho, além de tentar pegar peixes ou plantas. Nesse caso há risco de cair. Mas aí a culpa é deles”.

Pedalinhos com rachaduras

Bru

na C

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No parque há mais de 20 anos

Bru

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Casos de assédio preocupam visitantesParque Barigui é monitorado por câmeras apenas em um lado, o outro, é alvo de crimes constantes como o estupro

segurança 05Curitiba, 4 de dezembro de 2009

Já há algumas semanas um maníaco vem assediando as mu-lheres que frequentam o Parque Barigui. Na manhã de ontem (03), um sujeito tentou assediar duas mulheres da academia po-pular localizada no parque. A guarda municipal foi chamada a tempo de evitar qualquer vio-lência.

Segundo Milene Goosen, professora de educação física, este não é o primeiro caso de violência no local “Há cerca de um mês uma moça foi violen-tada”, comenta. Apesar destes casos a professora afirma que os guardas geralmente atendem as solicitações dos frequentadores

“A guarda municipal atende muito bem”, comenta, “o pro-blema é que tinha que ter mais guardas e câmeras de segurança no parque para auxiliar o traba-

lho deles” afirma. Para Milene, o problema é a má distribuição dos equipamentos, principal-mente na região próxima ao cha-mado Farol. “Do outro lado do

parque esse tipo de coisa acabou por causa das câmeras”, afirma a professora.

Para o técnico de informáti-ca Rafael Aloísio Haab, um lado

tem maior estrutura do que o ou-tro. “Pra cá nunca vi o pessoal da polícia municipal, a iluminação é fraquinha e não tem câmeras. Privilegiam mais o outro lado

do parque”. Segundo Benedito Ribas, guarda municipal respon-sável pelo núcleo de proteção ao cidadão do parque Barigui: “o trabalho dos guardas no parque é realizado 24 horas e o que di-ficulta o trabalho deles é não ter câmeras em todos os pontos”. Uma equipe trabalha das 7h às 18h e a outra das 18h às 7h.

Para a guarda municipal Valéria Krause, a falta de equi-pamentos também prejudica a manutenção da segurança no parque. “Tem poucas armas. As que são utilizadas pelo turno da manhã também são usadas pelo pessoas da tarde. Além disso, o sinal do rádio é ruim, não alcan-ça todo o parque, e a gente tem de gastar crédito de celular tra-balhando sozinha”.

A guarda não passa muita confiança aos frequentadores

Bru

na C

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ci

Grande número de policiais não é suficiente no Passeio PúblicoFrequentadores, comercian-

tes e moradores das redondezas do Passeio Público reclamam da falta de segurança.A ronda poli-cial da PM e da Guarda Muni-cipal é ostensiva. Mesmo assim, Leonardo Adata que mora em frente ao parque e corre constan-temente no local afirma: “Não tem guardas no Passeio em to-dos os momentos, não me sinto seguro”.

O Guarda Municipal Már-cio Teixeira, comenta que eles tentam atuar na prevenção, e atendem a ocorrências em que são chamados. Mas quando in-dagado sobre outras questões de segurança diz: “Somos proibi-dos de nos pronunciar sobre este assunto”.

Adriane Nunes trabalha em frente ao Passeio Público há três meses e embora veja os policiais circulando no parque e em fren-te a sua loja diz: “Hoje mesmo, tinha um morador de rua dor-mindo no jardim da loja, que está sendo replantado”. Por ser mulher ela ainda relata: “Não

tive coragem de acordar o men-digo e pedir para sair, não sei a reação que ele podia ter. Então primeiro passaram dois guardas municipais aqui conversando e não fizeram nada”. Como Adria-ne tinha que tirar o homem de lá de qualquer forma, mais tarde enquanto passava outro guarda

pela rua, ela o chamou e pedir para ele acordar o rapaz e tirá-lo de lá. “Ele pediu para o rapaz sair, mas nem esperou. O mora-dor de rua saiu daqui resmun-gando, xingando e ainda deixou a camisa, que está ali até agora”. Além disso, as lojas em frente ao Parque fecham às 18 horas, por

Lado monitorado do parque

Mendigos dentro do Passeio

questão de segurança.”Não dá para ficar nem mais quinze mi-nutos”, conta ela.

Os andarilhos intimidam aqueles que andam pelo Pas-seio Público. Dormem por lá, bebem e mexem com visitantes. O PM Agnaldo, trabalha dentro do batalhão da unidade da polí-

cia militar do passeio público, e afirma: “Os andarilhos não adentram ao Passeio, mas quan-do entram, dormem por aqui ou incomodam nós os tiramos”. Em contrapartida ao que o policial comentou,a equipe do Comuni-care viu vários moradores de rua dormindo nos bancos do Passeio Público. A média da polícia mi-litar segundo o soldado James é de que sejam atendidas entre 20 a 40 ocorrências no dia pelos ar-redores do Passeio.

Outras pessoas acreditam que o local seja seguro, Domin-gos Alos trabalha na lanchonete do parque há 17 anos e nunca foi assaltado. Já Marlene Luz que é pipoqueira ressalta: “O passeio hoje em dia é cheio de ‘maloca’, não é o mesmo que antigamen-te. Atualmente frequentam aqui muitos viciados, e moradores de rua. Mas no fundo, eu ainda te-nho a esperança de que ele volte a ser o meu antigo Passeio Pú-blico”.

MULHERES SÃO ASSEDIADAS SEXUALMENTE DURANTE O DIA NO BARIGUI

PRESENÇA DOS POLICIAIS NO PARQUE NÃO PASSA DE SEGURANÇA APARENTEGabriele Lemes

Bruna Covacci

Guardas fazendo ronda no parque Barigui

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Falta de estacionamento atrapalha festividadesParticipantes do Auto de Natal Jaselka novamente terão dificuldades em estacionar seus carros perto do bosque

trânsito06 Curitiba, 04 de dezembro de 2009

Um velho problema irá atra-palhar novamente as celebrações do Natal Polonês no bosque do Papa que tem início no dia 06 de dezembro; a falta de estacio-namentos próximos a entrada principal do bosque. Localizado perto da Rua Mateus Leme mais especificamente na Travessa Wellinton de Oliveira Vianna, o parque disponibiliza no máximo seis vagas de estacionamento, com isso os eventos de natal que se iniciam neste final de semana, mais uma vez serão prejudica-dos.

O Bosque João Paulo II bus-ca reconstituir o ambiente vivido pelos imigrantes poloneses que se instalaram em Curitiba no ano de 1871, sendo um ponto turís-tico bastante procurado. Apesar disso o local sofre com um pro-blema que atrapalha a visitação, já que, a rua de acesso a entrada

principal, além de estreita, pos-suí um espaço quase nulo para estacionamento de veículos. “Na entrada principal não tem como entrar ônibus, é muito truncado, precisa de um estacionamento, é necessário. Não chega a tirar vi-sitantes do parque, mas atrapalha

bastante”, afirma a guia turística Nelly Pedroso 57, que acom-panhando crianças de Joinville teve que caminhar duas quadras para chegar ao bosque.

A realização de eventos tam-bém é bastante prejudicada por essa falta de estrutura do bosque.

Com a chegada do natal o bos-que polonês realiza diversas ce-lebrações que fazem parte de sua cultura e proporcionando pro-dutos e apresentações típicas da região. “É uma festa lindíssima, onde ocorre o alto de natal típico polonês. Temos grupos católicos de outras etnias também. Dia 06 teremos o Auto de Natal Jaselka, com comidas típicas e a chegada do São Nicolau”, afirma Danuta Lisick de Abreu, 72, coordena-dora do Bosque João Paulo II.

Porém, ela faz questão de lembrar que mais uma vez as celebrações serão prejudicadas pela falta de estrutura do bosque. “A comunidade polonesa, já está cansada esperando. As au-toridades têm que perceber este problema, incomoda moradores, turistas, crianças, tudo”, pondera Danuta, que também afirma já ter visto várias discussões por pro-

blemas no estacionamento, prin-cipalmente em épocas de festas, período no qual o parque recebe alto número de visitantes.

O ex-vereador José Gorsky que atualmente trabalha no gabi-nete do vice prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, afirma que pela primeira vez o projeto está em andamento, “Antes tudo ficava no verbal, mas agora estamos com o projeto no papel, e logo teremos novidades”. Ele afirma que as obras podem ser iniciadas no fim do ano que vem. “Acre-dito que em quatro messes tere-mos uma definição sobre isso, o projeto prevê um alargamento da rua, aumentando as vagas de estacionamento e facilitando a circulação de veículos”, finaliza Gorsky. “Estamos no aguardo

IMPASSE EXISTE HÁ MAIS DE CINCO ANOS, AFIRMA ADMINISTRAÇÃO DO BOSQUE JOÃO PAULO II

TURISTAS E CURITIBANOS APROVAM A IDEIA DO PASSEIO

Linha de Natal deve iniciar as atividadesna semana que vem, mas sem data certa

Aproveitando o sucesso e a boa receptividade da população e de turistas para com a Linha Turismo, é previsto para o mês de dezembro o início da circula-ção em Curitiba da Linha Natal, projeto que pretende levar os interessados a conhecerem os lugares com os melhores enfei-tes natalinos, dando mais uma opção de lazer para a população neste fim de ano, porém, até o fe-chamento desta edição ainda não foi confirmada a data.

De acordo com o apurado pelo Comunicare com a Secre-tária de Turismo de Curitiba, o ônibus será o idêntico ao da Li-nha de Turismo e sua rota ainda não foi definida. Existia a expec-tativa de que se iniciasse neste final de semana, porém, por pro-blemas de infraestrutura o início

foi adiado por mais uma semana, já que alguns prontos do trajeto precisam ser preparados.

Os guias turísticos aprovam a ideia, principalmente porque a está opção de lazer, já é um su-cesso e recebe várias visitas du-rante o dia. “Os turistas adoram passear no ônibus, ajuda a divul-gar a cidade, são cerca de 400 à 600 pessoas que atendemos na alta temporada e todos ficam sa-tisfeitos”, pondera Marcos Poli-quesi, 40, guia turístico.

Os turistas também aprovam a ideia, e se demonstram entu-siasmados com a maneira que o curitibano enfeita a sua casa no natal. “É muito legal essa ideia, Curitiba tem vários eventos de natal, adorei o passeio, foi re-almente excelente”, afirma Ma-noel Vicente Romano, 57 anos,

natural de Belo Horizonte.A população de Curitiba tam-

bém apoia a iniciativa e aguar-da a confirmação do inicio da Linha de Natal, “Atrai bastante turistas esse tipo de novidade, mas espero que realmente saia do papel. Irei andar nela, facili-ta tudo, você conhece os lugares em apenas uma noite”, diz Elias Felismino, 40, pintor

Para as pessoas que quiserem maiores informações sobre o tra-jeto das Linhas, devem acessar os sites, www.curitibacapitaldo-natal.com.br ou www.viaje.curi-tiba.pr.gov.br, ou então entrar em contato pelo telefone no número 3352-8000 do Disk Turismo.

Luiz Henrique de OliveiraTarek Omar

Luiz Henrique de OliveiraRafael Peroni

Tarek Omar

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Caminhão atrapalha a saída de veículos

Linha Turismo

A Linha de Turismo de Curitiba oferece um passeio difer-ente aos turistas. Com vários ônibus rodando pelos prin-cipais pontos turísticos da cidade, a linha proporciona aos viajantes um passeio de 2h 30 minutos ao longo de um trajeto de 44 quilometros. O grande diferencial do ônibus está no seu teto aberto que proporciona uma vista privilegiada dos pontos turísticos visitados. Os turistas aprovam a linha e elogiam a iniciativa. “É uma das coisas que mais atrai turista, e como não sou daqui, eu acho muito inte-ressante, pois conhecemos vários lu-gares diferentes. A linha é boa porque se o trajeto fosse de carro não íamos saber andar pela cidade e taxi acaba saindo caro”, afirma Karen Moreira, 29, doméstica que está em Curitiba a passeio.

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TEMPORAL E VENTOS DE 70 KM/H ELEVARAM O NÍVEL DO RIO BARIGUI, ATINGINDO OS IMÓVEIS AO REDOR

Chuvas prejudicam Museu do AutomóvelEscoamento da água é falho devido ao entupimento de uma das galerias. Trinta carros foram danificados e levados para o conserto

As chuvas e a ventania da madrugada da última quinta-feira trouxeram prejuízo para o Museu do Automóvel de Curi-tiba, localizado nos arredores do Parque Barigui. Apenas uma das aberturas para escoamento da água do Rio Barigui está com o funcionamento normal, já que a outra está entupida, o que tem prejudicado também as casas de quem mora na região.

De acordo com Moacir Sou-za Santos, administrador do museu e morador do local, trin-ta automóveis foram atingidos e tiveram que ser levados para reparos e limpeza. “Os carros do Museu ficaram cobertos por lama. Alguns chegaram a ficar com a fiação danificada”.

A abertura da ponte está en-tupida pela vegetação e pela sujeira. “O assoreamento do rio também faz com que a água de-more mais para escoar, já que a poluição do rio é intensa”, ex-plica Santos.

Da mes-ma forma que o Museu do Automóvel, a casa de Moacir Santos e Anita Reis Duarte é frequentemen-te afetada pe-los temporais. Como moram ao lado do Rio Barigui qualquer chuva inunda o asso-alho da residência. Os estragos foram tantos que parte do piso está levantado, num formato pi-ramidal, o que prejudica a es-trutura da casa.

Além da perda da qualidade do piso, o cheiro que o acúmulo de água de diversas chuvas traz torna-se insuportável, como conta Dona Anita. “O fedor de mofo é horrível, e o pior é que não tem como voltar ao normal. Uma vez que chove, o prejuízo só acumula, porque a água ve-

Museu do Automóvel: água chegou a 40 cm do chão

Erik

sson

Den

k

William Saab

lha continua lá”. Para Santos e Anita, uma das

soluções para o problema das chuvas seria a “construção de um paredão que cercasse todo o lei-to do rio, impedindo que a água avance no prédio do museu. Ou

então, deve ser feita a limpeza do Rio Barigui, que assim evi-taria todos os demais proble-mas, não só o da enchente nas redondezas do Parque”, ideali-za o casal.

A Secre-taria do Meio Ambiente, que

administra os parques da cida-de, não tem nenhum projeto de reformar ou fiscalizar o Rio Ba-rigui. De acordo com Patrícia Luz, gerente da Departamento de Parques e Bosque de Curiti-ba, os moradores podem fazer as sugestões pelo telefone 156 ou pelo chat da prefeitura online. As solicitações e sugestões dos mo-radores são encaminhadas para o setor responsável para uma análise e parecer do problema, explica Laís Moraes, da Central 156, da Prefeitura de Curitiba..

As chuvas de ontem registra-ram, de acordo com a Simepar, 20 milímetros, quantidade não considerada alta, porém os ven-tos, que chegaram a 70 km/h, foram decisivos para o alaga-mento do museu, que chegou a ficar com 40 cm da estrutura coberto pelas águas da chuva. A passagem de uma frente fria, as-sociada com as a alta temperatu-ra de quarta-feira, provocaram a tempestade. Hoje, o tempo ficará nublado com prováveis panca-das de chuvas ao longo do dia. A mínima será de 17 graus e a máxima de 24°. Para todo mês de dezembro, são esperados 150 mm na região de Curitiba.

Parque da BiodiversidadeEsse ano já foi aberto processo de licitação para a construção do Parque da Biodiversidade que ficará às margens do Rio Barigui, no bairro Fazendinha. Juntamente com os Parques Tin-gui e Tanguá, e mais dois outros que serão construídos (Olaria e Campo de Santana). Juntos, eles formarão a Via Parque, uma avenida de grande extensão que pretende unificar a área de la-zer que envolve a bacia do Rio Barigui. O Rio tem extensão de

O fedor de mofo é horrível, e o pior é que não

volta ao normal.

Uma das galerias da ponte está obstruída por conta da poluição

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Pista Molhada

Apesar das chuvas da madrugada de ontem não terem sido fortes, o que choveu deixou pontos do Parque Bari-gui empoçados. A quantidade de água não atrapalhou os esportistas amadores, mas para quem vive do esporte, o pouco que estava na pista já é suficiente para alterar a rotina. O professor da academia Quarentões, Márcio Ma-galhães, lembrou que por menor que seja a poça, ela já muda as marcações feitas para os exercícios e altera as condições da pista. “A atenção só é dada quando cho-ve muito, isso que às vezes nem a maquinaria que eles usam adianta, mas para a gente, que está aqui todos os dias, qualquer poça muda nosso cronograma de traba-lho”, explica Magalhães. Porém, mesmo com a ajuda de máquinas para retirar as aguás empoçadas, o resultado não é tão bom, já que o gramado fica danificado, e quem o utiliza para fazer exercícios físicos, acaba tendo que procurar outros pontos do parque para se exercitar. Já os atletas de corrida muitas das vezes acabam tendo que correr na rua porque as pistas ficam inutilizáveis.

Poucas poças já atrapalham profissionais de corrida

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cidades 07Curitiba, 04 de dezembro de 2009

Page 7: Comunicare 24 Horas - Partes [BETA]

FREQUENTADORES PEDEM MAIS POLICIAMENTO A NOITE E MELHOR ILUMINAÇÃO EM TRECHOS CONSIDERADOS INSEGUROS E COM MAIOR REGISTRO DE ASSALTOS

Moradores das regiões próximas aos parques revelam os principais problemasEstatísticas fornecidas pela Guarda Municipal mostram que tráfico, utilização de drogas, furtos, perturbação do sossego, atos libidinosos e vandalismo, além da pesca ilegal, figuram entre as mais frequentes ocorrências registradas dentro dos parques municipais

polícia08 Curitiba, 4 de dezembro 2009

Segundo dados fornecidos pela Guarda Municipal de Cu-ritiba, as queixas mais frequen-tes nos parques da cidade em 2009 são por utilização de subs-tâncias ilícitas, furtos e roubos.

Os parques que apresentam maior número de ocorrências são aqueles com maior extensão territorial, como o Barigui, o Náu-tico e o Tanguá. “Como eles são maiores, mais pessoas passam por esses locais, atraindo, conse-quentemente, um número maior de indivíduos mal intenciona-dos”, explica o guarda municipal Jair Ramos, que atua no Bosque do Papa.

Para Raquel Silveira, que frequenta uma academia perto do Parque Barigui, falta policia-mento na região durante o perío-do noturno, assim como mais iluminação. “Corro aqui no final da tarde três vezes por semana”, conta ela, que diz evitar também alguns trechos por medo de pes-soas que aproveitam a escuridão para criar emboscadas ou fazer programa.

Outro frequentador do parque, Rodrigo Alves de Fran-ça, relata que aos domingos dro-gas e bebidas são constantes, e que, durante a semana, já se tor-nou comum ver gente fumando maconha. Esse problema, porém, mão se limita apenas ao parque Barigui. O estudante T.L.S., que mora próximo ao Parque Pas-saúna, conta que ele e seus ami-gos sempre vêm fumar maconha na beira do lago. “O parque é muito tranquilo e dá pra fumar sossegado”, relata o garoto, que diz fumar todos os dias.

Segundo o guarda municipal Jair Ramos, é muito frequente o tráfico de drogas em locais como a ciclovia do Bosque do Papa e as trilhas dos grandes parques por serem ambientes próximos

às matas, que oferecem um es-conderijo aos meliantes, e são pouco movimentados. Além disso, aproveitam para efetuar as transações enquanto acontece a troca da guarda, que ocorre

duas vezes ao dia, durante o amanhecer e o entardecer.

Apesar de não ser tão frequentes, as queixas dos m o r a d o r e s são quase tão n u m e r o s a s quanto as que se referem a assaltos e fur-

tos.O aposentado João Fran-

cisco Duó, por exemplo. mora há 40 anos em frente ao Bosque do Papa, antes mesmo deste ter sido construido. O senhor de 92 anos diz não se sentir seguro e leva sempre um bastão ao sair de casa. “Sempre tem furtos por aqui. Se não fosse pelo meu bastão, já teria sido assaltado mais de duas vezes”, relata o precavido senhor que diz não confiar na guarda municipal.

Elizabete dos Santos tra-balha há 3 anos em uma lancho-nete dentro do Parque Passaúna e também não se diz contente com o policiamento local. Segundo a comerciante, é de madruga-da em que todo tipo de delito acontece. “Drogas, sexo, muita bebida. E nos finais de semana fica ainda pior”, conta indignada com a falta de policiais em um parque tão grande.

Pesca proibidaSegundo o guarda munici-

pal Ademir Barreto Balardin, quando comparado com outros, entretanto, esse não é um parque em que ocorrem muitos inci-dentes. Diz ainda que seu maior problema é a pesca ilegal, que não ocorre no parque, mas na represa de Passaúna, cuja exten-são tem mais de 18 km.

A questão da pesca ilegal não se limita à represa, ocor-

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Foram mais de 400 ocorrências nos parques de

Curitiba em 2009

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Por hobby ou para obter alimentos, a pesca, ainda que ilegal, é frequente em diversos parques

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FREQUENTADORES PEDEM MAIS POLICIAMENTO A NOITE E MELHOR ILUMINAÇÃO EM TRECHOS CONSIDERADOS INSEGUROS E COM MAIOR REGISTRO DE ASSALTOS

Moradores das regiões próximas aos parques revelam os principais problemasEstatísticas fornecidas pela Guarda Municipal mostram que tráfico, utilização de drogas, furtos, perturbação do sossego, atos libidinosos e vandalismo, além da pesca ilegal, figuram entre as mais frequentes ocorrências registradas dentro dos parques municipais

polícia

rendo também nos parques São Lourenço e Iguaçu.

Josiane Aparecida Jacinto, ao visitar a família residente ao lado do rio Belém, perto do parque São Lourenço, se reúne com seus tios e irmãos para pes-car. Para ela, os peixes, apesar de pequenos, são saborosos. “Em dias chu-vosos con-seguimos um número muito maior de pei-xes do que o normal. Já che-gamos a pescar trinta em um dia”, afirma. A pesca, realizada com varas de pescar improvisadas, garante muitas vezes o almoço da famí-lia.

O biólogo Everson Adelmo Pasquali alerta que, além de ilegal, tal prática não é reco-mendável por conta dos riscos que oferece à saúde. “Comer peixes oriundos de locais po-luídos, como o rio Belém, que corre perto do São Lourenço, é

João Francisco exibe o bastão que o salvou em mais de uma tentativa de assalto

Cássio BarbosaMaria Clara Oliveira

09Curitiba, 4 dezembro de 2009

OPINIãO DE QUEM MORA

PERTO

“Nunca vi nada, mas sempre me recomendam evitar andar pela ciclovia”

Maria Silva, reside próxi-ma ao Bosque do Papa

“Sempre vejo pessoas pescando, mas elas

nunca me incomodaram”Romildo Moura, mora

perto do São Lourenço

“Preferi morar aqui por causa do Passeio”

Juliana Marques, reside ao lado do Passeio

Público

“O parque já esteve em condições bem piores”Valson Luiz Moreira,

mora perto do Barigui

arriscado devido a presença de metais pesados, como o cromo, que além de serem cumulati-vos, são cancerígenos”, adverte Pasquali.

Outros pescadores, cons-cientes do risco que ingerir es-

ses peixes apre-senta, fazem da pescaria apenas um hobby. A dona de casa Margarete dos Santos, diz re-alizar a prática todos os finais de semana para relaxar com suas amigas. “Às vezes deixo tudo pronto em

casa para poder ficar aqui ape-nas pescando”, confessa Marga-rete, que pesca no Iguaçu há dez anos.

Mesmo relaxante para al-guns, a pesca ainda é ilegal e faz parte das 419 ocorrências veri-ficas pela Guarda Municipal de Curitiba.

“Gosto de relaxar pescando com

minhas amigas no fim de semana”

Atrás da moita

O parque Barigui apresenta várias trilhas ilegais no trecho entre as ruas Cândido Hartmann e Manoel Ribas. O guar-da municipal Benedito Ribas, que patrulha a região entre às 7h e às 18h, diz que relatos de atos libinosos nesses locais não são raros, porém é quase impossível coibir as práticas. “É difícil realizar flagrantes, pois fazemos ron-das motorizadas e quando o pessoal escuta o barulho das motos, aproveita para escapar”, conta. Contudo, tra-ços da presença dos casais são numerosos e infestam às proximidades da ciclovia, cujo movimento não assus-ta os aventureiros que arriscam-se entre as matas.

Vestígios de casais que visitam o parque são numerosos

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Temporada de chuvas atrapalha ambulantes

comércio10 Curitiba, 04 de dezembro de 2009

Luiz Henrique de OliveiraRafael Peroni

Tarek Omar

Comerciantes, ambulantes e donos de bares em geral que trabalham nos parques estão de-cepcionados com o fraco movi-mento nos principais parques da cidade durante a semana. Dentre os principais fatores para isso não está apenas o surgimento de novas opções de lazer, mas principalmente as fortes chuvas que vêm caindo sobre Curitiba, fazendo com que grande parte da população não se arrisque a enfrentar uma possível tempes-tade.

Na quarta feira por exemplo, a forte chuva que caiu durante a noite e a madrugada deixaram poças na pista de cooper e mui-ta lama nos trajetos destinados à prática de caminhada, o que aca-ba cooperando para o esvazia-mento dos parques, fazendo com que os comerciantes sofram a redução em suas vendas. “O mo-vimento esse ano está mais fraco que o normal. Durante a semana não tenho vendido muitos lan-ches. Toda o dia o tempo muda, ou chove ou tem risco de chuva, e as pessoas ficam com medo de vir ao parque. É complicado”, afirma o ambulante Laércio Pe-reira, 44, que tira sua renda men-sal da venda de pipocas.

Concordando com o que disse Laércio, a também ambu-lante Luciana da Silva se mos-tra assustada com a quantidade de chuva que vêm caindo em Curitiba, principalmente durante a tarde. “Esse ano está demais, tem chovido toda a tarde, e o parque precisa do sol para sobre-viver, sem ele fica complicado a situação. No meio do ano ti-vemos dias mais movimentados que agora no verão”.

Além das chuvas os am-bulantes também reclamam de outras questões que vem cola-borando para a queda no número de visitantes nos parques. “Du-rante a semana não tenho ven-

dido nem 12 lanches em alguns dias. Quando chove tem lugares que fica tudo alagado, a estrutu-ra é muito ruim, falta segurança e isso faz com que o movimen-to fique horrível. Também tem poucos eventos, sem parquinho, enfim, o movimento está bem baixo”, afirma Paulo Rowinsk, vendedor de pipoca, que depen-

de das condições climáticas para tirar seu salário.

Os frequentadores também percebem uma queda no número de pessoas nos parques, princi-palmente pelo medo da chuva ou pelo próprio tempo estável que Curitiba vem apresentando. “Costumo frequentar o parque todo dia, mas tem chovido de-mais realmente, o tempo está louco, quem deixa de vir em um dia pela chuva acaba deixando de lado o hábito diário”, comen-ta Antonio Marcos Lima, 57, comerciante. Parte da população opta por utilizar academias em dias de chuvas, porém os mais idosos só realizam caminhada no

DEZEMBRO TERÁ MAIS CHUVAS QUE O NORMAL, DIZ SIMEPAR

Leve Curitiba: uma das lojas administrada pelo IPCC

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eiradia a dia são prejudicados pelas

chuvas. “Só gosto de me exerci-tar nos parques e essas chuvas estão realmente prejudicando os comerciantes. Volta e meia vejo as barracas de caldo de cana e água de coco vazias, e isto no verão é raro”, afirma Dorli Beter, 69 , aposentado.

De acordo com Samuel Braun

meteorologista do Simepar, a tendência para este mês é de que as chuvas continuem acima das médias climatológicas para boa parte do Estado. A maior par-te das precipitações ocorrem a partir da tarde, devido ao forte aquecimento diurno (“chuvas de verão”). Esta situação, que já é observada desde ulho, é devido a atuação do fenômeno El Niño no Oceano Pacífico e ainda poderá atrapalhar bastante a vida dos ambulantes que dependem de boas condições climáticas para conseguir seu ganha pão.

MIL CRIANÇAS SERÃO BENEFICIADAS

Será realizado no dia 15 de dezembro o Natal da Alegria, campanha que irá atender cerca de 1000 no Castelo do Batel. A organização do evento ficará a cargo do IPCC (Instituto Pró-Cidadania de Curitiba) entidade sem fins lucrativos, responsável pelos Bistrôs de Curitiba e pelas Lojas Leve Curitiba localizadas nos principais parques turísticos da cidade. Várias crianças serão atendidas com brinquedos vin-dos de doações das entidades filiadas a Fundação Cultura de Curitiba.

A entidade possuí lojas na Ópera de Arame, Parque Tan-guá, Jardim Botânico e Aero-porto Afonso Pena, e trabalha com produtos específicos para turistas como réplicas dos locais mais atrativos da cidade, camise-tas, broches, entre outras coisas, levando o nome de Curitiba e a marca da entidade “O aumento no número de turistas principal-mente nessa época do ano, pró-ximo ao natal, gera aumento na arrecadação e proporciona even-tos como o Natal da Alegria”, afirma Sérgio Zacarias, assessor de comunicação do IPCC.

Os clientes das lojas ficam satisfeito ao saberem que as ven-

das servem como ajuda a meno-res carentes. Todos os projetos que beneficiam crianças caren-tes são interessantes, ainda mais agora com esse clima de natal. E a gente procura ajudar como pode, mesmo que seja compran-do um chaveiro”, afirma Francis-co Assis, 34 , eletricitário natural de Manaus - AM que estava a passeio em Curitiba.

Os turistas também frisam que comparado a outros locais o preço está em conta, até mesmo pelos fins solidários da loja, “É bastante interessante, não sabia dessa ajuda, isso faz com que o turista compre até mais por sa-ber que benefeciam os outros. Os produtos também são muito bons e lembram bastante os pon-tos turísticos da cidade, uma boa lembraça”, pondera Maria Au-xiliadora ,43, dona de casa em Pernambuco.

Interessados em realizar do-ações para o Natal Alegria, ou para outras campanhas, podem entrar em contato com o IPCC ou buscar por mais informações no site http://www.ipcc.org.br

Entidade realiza evento de natal

Luiz Henrique de OliveiraTarek Omar

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Movimento depende das condições climáticas

Comerciantes dependem de clima estável para conseguir sua renda mensal

Page 10: Comunicare 24 Horas - Partes [BETA]

SERVIÇO DE INTERNET NO BARIGUI JÁ ESTÁ DISPONÍVEL, MAS NÃO É DIVULGADO À POPULAÇÃO

Wireless no Barigui tem poucos usuários Frequentadores não sabem que o local possui rede de internet sem fio há mais de um ano em alguns pontos estratégicos do parque

tecnologia 11Curitiba, 4 de dezembro de 2009

Falta de divulgação, preo-cupação com a segurança e até mesmo o estilo de vida dos curi-tibanos faz com que a rede grátis de internet wireless no Parque Barigui não tenha muitos usuá-rios. O projeto começou no dia 29 de março de 2008, no ani-versário de Curitiba, com postes instalados em dois pontos estra-tégicos do parque mais movi-mentado da capital paranaense. Os postes com sinal ficam loca-lizados perto do restaurante e da Casa Amarela, por se tratarem de locais abertos, se obstrução de sinal, com tomadas e cadeiras.

Apesar de o projeto proposto ser considerado bom pelos fre-quentadores do parque, são pou-cos os que sabem de sua existên-cia. “Eu não tinha conhecimento e nunca vi alguém usando. Seria bom divulgar, porque é um pro-jeto bom e seria mais um atrati-vo para vir ao parque”, afirma o economista Felipe Bakaus, que se exercita com frequência no

local.Embora Felipe Bakaus con-

sidere que levar o laptop ao par-que é seguro, por mais que seja um ambiente aberto, algumas pessoas não concordam com ele.Como é o caso da jornalista Ali-ce Duarte que também não sabia do projeto “Eu não sabia que existia, mas parque é um lugar para ficar fora do mundo virtu-al e aproveitar a natureza e ain-da por cima não tem segurança aqui”, ressalta.

No entanto, de acordo com o gerente de produção do Departa-mento de Tecnologia e Informa-ção (DTI), Fernando Matesco, a prefeitura instalou, junto com o sistema wireless, um sistema de segurança por monitoramento de câmeras espalhadas pelo parque.

Já o estudante Tiago Felipe Martins acredita que o projeto é bom justamente por causa do ambiente. Ele já tinha conhe-cimento e inclusive é usuário. “Já usei algumas vezes. É bom

trazer o notebook para o parque, porque às vezes pode estar con-versando em um bate-papo com alguém que está em casa e cha-mar para vir ao parque também”, afirma ele.

Segundo a encarregada de Bis-trô, Rosana Coutinho Fernandes, que trabalha na Casa Amarela, a quantidade de pessoas com note-book para se conectar à internet wireless é pequena, mas há satisfa-ção de quem se utiliza desse servi-ço. “O movimento aqui por causa disso foi instantâneo. Quem ficou sabendo e usa bastante a internet, já aderiu. Mas são poucos, vêm no máximo dez pessoas em uma se-mana inteira”, conta.

Matesco afirma que o sistema enfrenta problemas apenas com o sinal, porque o lago do parque dificulta a transmissão. Ainda de acordo com Rosana, o horário mais comum dessas pessoas apa-recerem com seus laptops é depois das 16h.

Segundo dados do DTI, há cer-

ca de 500 acessos da internet por mês. Matesco ressalta que além de ter sido construído um espaço re-servado com mesa e tomadas para o uso da internet, placas estão es-palhadas pelo parque informando a existência do serviço. Ele afirma

que a prefeitura acreditou que tudo isso seria divulgação seria o sufi-ciente para os usuários do Parque Barigui.

APESAR DE SER CARA, A CAPTAÇÃO E O USO DA ENERGIA SOLAR NO PARQUE SERÁ COMPENSATÓRIA

Curitiba testa o uso de energia auto sustentável no Parque BariguiNo mês de outubro o Parque

Barigui ganhou um novo siste-ma de iluminação. Seis postes com sistema fotovoltaico, res-ponsável por captar energia so-lar durante o dia e fazer a con-versão em energia elétrica para ser usada à noite, foram instala-dos e encontram-se, atualmente, em fase de testes. Apesar de os postes já terem mostrado resul-tados satisfatórios, ainda não foi decidido sobre a sua efetivação.

A receptividade dos fre-quentadores quanto a instalação dos postes está sendo boa, e isso pode determinar a incorporação do projeto. “A ideia é colocar postes de energia solar, onde não existe rede elétrica”, afirma Ivan Luiz Alves Martins, diretor do Departamento de Iluminação Pública da Secretária Municipal de Obras Públicas. “O sistema de captação de energia solar é

20% mais caro que o conven-cional no início das instalações, no entanto em menos de um ano de uso o retorno é compensa-tório para as pessoas e para o meio ambiente”, completa.

Os postes foram instalados próximos ao restaurante do par-que, escolhido por ser um ponto

de referência em Curitiba. Con-tando com seis metros de altura e visual futurista, seus painéis de captação se localizam no topo, próximas às lâmpadas. Cada poste funciona como uma unidade independente, dispen-sando um sistema de cabos elé-tricos para interligá-los, o que

Adriana MaestrelliRuann Jovinski

Adriana MaestrelliRuann JovinskiViviane Prestes

impede que vândalos roubem e destruam a fiação, como aconte-ce com postes de energia elétri-ca convencional.

O projeto é de grande impor-tância para Curitiba, pois além da economia proporcionada, novos projetos tecnológicos de energia auto sustentável podem ser incorporados. “É muito bom para a economia de energia do parque, além de ser ecologica-mente correto, pois é uma ener-gia limpa” afirma Célia Amaral, freqüentadora do parque.

A estudante Paula Fontes, de 20 anos, concorda com a utilização do sistema e ainda diz que o programa deveria se expandir e englobar outros par-ques de Curitiba. “Se o projeto funcionar, pretendemos expan-dir as intalações, sempre visan-do áreas que não possuem rede de energia necessária para aten-

der a demanda da poupulação”, afirma Martins.

Muitos frequentadores ainda reclamam da falta de divulgação do projeto. “Eu sempre venho aqui no Parque Barigui, mas não reparei que tinha os postes, não há nehuma indicação sobre o que são esses aparelhos, então as pessoas não entendem do que se trata”, afirma o frequentador Pedro Santos.

Contudo o projeto já pos-sui alguns problemas. As fortes chuvas acabaram danificando alguns equipamentos que tive-ram que ser trocados. Mas ape-sar disso, Ivan Martins diz que há grandes possibilidades dessa energia limpa ser incorporada na cidade.

Alguns frequentadores não tinham conhecimento do projeto

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ALÉM DA TRILHA DE JOÃO E MARIA, BOSQUE DO ALEMÃO DIFUNDE A CULTURA ATRAVÉS DOS LIVROS

Bosque tem queda no número de visitantesCasa Encantada recebe cerca de 200 crianças durante o dia , mas a interdição da Torre dos Filósofos fez o fluxo de visitantes cair no último mês

cultura12 Curitiba, 4 de dezembro de 2009

Um dos parques mais tradi-cionais da cidade, o Bosque do Alemão, conta com grande es-paço literário, que traz a cultura através da bibioteca instalada no local. O bosque abriga a Casa Encantada a qual possui cerca de três mil livros de autores con-sagrados e de literatura contem-porânea. Mas com a interdição da ponte que liga a Torre dos Filósofos, mirante do parque, à biblioteca fez com que a circu-lação de visitantes ficasse redu-zida.

Durante a semana só é pos-sível fazer a visita através do agendamento das escolas. Desde o mês setembro desse ano as ins-tituições procuraram com mais frequencia o espaço, como conta a professora Eloiza Esmanhotto, a bruxa Cidinha. Mas com a in-terdição da Torre dos Filósofos o número de turistas ficou reduzi-do. O carioca Israel Barreto, por exemplo, veio para a cidade essa semana e disse que se decep-cionou ao chegar no parque. “Se soubesse que a Torre estava in-terditada não teria me deslocado até aqui”, conta Barreto.

Mas mesmo com a Torre fe-chada para visitação, o espaço cultural ainda recebe visitantes todos os dias. Nos sábados e do-

mingos, a partir das 14h, acon-tece a Hora do Conto aberta a toda comunidade. Durante a se-mana a participação na contação

de histórias só é possível depois de um agendamento de grupos. A professora Eliziany Cristine Chaves trabalha na Casa há 13 anos e conta que não só crianças participam da Hora do Conto, mas também grupos da terceira idade e dos Centros de Atendi-mento Psicosocial. “Aqui nós não buscamos passar algum tipo de moral, mas sim resgatar al-guns valores humanos que foram perdidos pelas pessoas depois da infância”, explica Eliziany sobre a contação de histórias.

O espaço também busca manter a educação, através dos livros, fora do parque. Com o sistema de carteirinhas , é pos-sível levar para casa os livros disponíveis na biblioteca do bosque. “Nós temos uma grande quantidade de obras, as quais a criança ou o adulto pode levar para casa durante dois dias, e de-pois devolvê-los. É uma maneira de levar essa cultura para fora do bosque chegando até mesmo às salas de aula”, diz Eloiza Esma-nhotto.

Segundo as professoras res-ponsáveis pela biblioteca, a re-

cepção do público com relação a Hora do Conto e a biblioteca é muito boa. “A Casa é um atra-tivo a mais no bosque. Além da trilha, que conta a história de João e Maria, o espaço literário proporciona lazer e educação”, diz Eliziany Chaves. E ainda complementa que principalmen-te os turistas acham que Curitiba tem um diferencial por manter esses espaços. Mas a biblioteca não tem grande divulgação, de acordo com as professoras. Se-gundo Eloiza Esmanhoto, alguns turistas e curitibanos não sabem que a biblioteca é aberta para a comunidade.

A professora de Educação Infantil, Sônia Coelho, traz seus alunos para a contação de histó-rias e diz que o estudante tem de ter uma atividade, como essa, fora da sala de aula. “Também é impor-tante para a educação deles estudar com lazer. É um atrativo a mais no bosque não só para as escolas mas para os curitibanos”, conta Sônia.

A Hora do Conto, nos dias de semana, só é possível depois do agendamento

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ESPAÇO CULTURAL DO SÃO LOURENÇO OFERECE CURSOS ATÉ 19 DE DEZEMBRO

Centro de Criatividade abre exposição e oficinas hojeO Centro de Criatividade, lo-

calizado no Parque São Louren-ço, está fazendo a partir das 18h de hoje o 29º Atelier Aberto de Curitiba onde vários artistas es-tão expondo trabalhos. Também acontecerão as Oficinas da Hora que tem aulas de origami, pintura e cerâmica. O Atelier Aberto vai até domingo. O espaço também oferece os cursos permanentes de artes plásticas, música e lite-ratura até o dia 19 de dezembro e voltam no primeiro dia de fe-vereiro. As aulas têm taxas que variam de R$ 40 a R$ 70 reais.

A assessora da coordenação do Centro de Criatividade, Sandra Mara Dias, conta que a procura pe-los cursos está aumentando. Cerca de 386 alunos participaram das au-las durante o mês de novembro.

“Mas com a chegada do fim do ano, algumas pessoas também acabam desistindo”, conta San-dra.

A bióloga Luciana Almeida Rosa faz o curso de cerâmica,

oferecido dentro do Parque São Lourenço, há três meses e con-ta que, para ela, a localização do espaço cultural fez com que viesse para cá. “Aqui está muito bem localizado, pelo fato tam-

Adriana MaestrelliRuann JovinskiViviane Prestes

Ruann JovinskiViviane Prestes

bém de ser dentro do parque”, conta bióloga.

A professora de artes, Rosan-gela Grafetti, procura usar tam-bém os outros espaços do parque para aperfeiçoar as aulas de pin-tura. “Aqui eu procuro fazer as aulas externas, faço um convite aos meus alunos e a partir disso eu trabalho com uma proposta diferenciada de arte”, e com-plementa que o público de artes plásticas de Curitiba, além de trabalhar nessa área, busca tam-bém o lazer. “Aqui no parque há possibilidade que as pessoas te-nham uma proposta diferenciada de arte, não comercial, mas com uma intenção de lazer e distração

Acervo diversificado no bosque Trilha de João e Maria

Curso de pintura utiliza todos os espaços do Parque São Lourenço

Serviço- Oficina de Artes Infanto-Juvenil: sextas, das 9h30 às 11h30.- Oficina de Modelagem Infantil: terças, das 9h às 12h.- Clube de Modelagem: sábados, das 9h às 12h.- Oficina de História em Quadrin-hos: sextas, das 16h às 18h.- Cerâmica: segundas e quartas, das 8h30 às 11h30 e das14h às 17h.- Marcheteria: terças e quinta, das 14h às 17h e das 18h às 20h.- Pintura em Cerâmica: quartas, das 17h às 20h.- Pintura em Tela: sábados, das 9h às 12h.- Tecelagem Iniciante: sábados, das 9h às 12h.O Centro de Criatividade fica na Rua Mateus Leme, 4700 - Parque São Lourenço. Telefones: 3313-7191/3313-7192/3313-7193.

ALÉM DE SEDIAR CAMPEONATOS, PELADEIRO É SEDE DE DIVERSOS PROGRAMAS DE INCENTIVO AO ESPORTE

Page 12: Comunicare 24 Horas - Partes [BETA]

EQUIPE DO RIO BRANCO SE PREPARA PARA O CAMPEONATO PARANAENSE 2010

Leão busca aperfeiçoamento em CuritibaSegundo técnico e jogadores, os treinamentos no parque são motivacionais, o que ajuda na evolução física e mental dos atletas

esporte 13Curitiba, 04 de dezembro de 2009

O Rio Branco Sport Clube, de Paranaguá, mais conhecido como Leão da Estradinha, está se preparando para o Campeo-nato Paranaense 2010 no Parque Barigui. A equipe realiza treina-mentos específicos para melho-rar a condição física dos atletas e integrar o grupo recém formado.

O clube está há quatro dias em Curitiba e se concentra no Centro Esportivo do Trieste, em Santa Felicidade, parceiro do Rio Branco. Porém os trabalhos físicos acontecem no Parque Ba-rigui. Para o treinador da equi-pe, Nilo Neves, a preparação no Parque permite aos atletas uma maior interação com o meio am-biente e com as pessoas. “Quan-do trazemos os jogadores para o parque, eles se sentem mais livres e dispostos para treinar”, explica.

“A preparação no parque nos permite maior contato com o público, e isso faz com que não nos sintamos tão sozinhos. A motivação é maior quan-do você treina ao ar livre, não

em academias ou ginásios fe-chados”, exemplifica Lucas Duarte, 23, atacante do clube.

Os treinos são diários e de intensidades diferentes. Após

o alongamento, os atletas per-correm o circuito completo por 16 vezes, além dos exercícios para fortalecer a musculatura das pernas. “Nossa equipe é de

alto nível e temos expectativas de realizar um bom campeona-to estadual no ano que vem, e para isso precisamos da máxima dedicação do elenco”, afirma

Neves. O técnico ainda reforça que após a pré-temporada dois ou três atletas devem ser dis-pensados, dependendo do nível técnico do plantel e do esforço individual nos treinamentos. O grupo foi reformulado após o estadual de 2009 e todos os jo-gadores que participam da pré-temporada foram contratados.

O Rio Branco volta para Pa-ranaguá dia quinze, para a fase final dos trabalhos físicos. “O clima no litoral é mais quente e o esforço lá é maior, o que a longo prazo ajuda os atletas a suporta-rem a rotina de viagens e jogos do paranaense 2010”, explica Neves.

Paranaense 2010O Campeonato Paranaense

de 2010 começa no dia 16 de janeiro. Na primeira fase, as 14 equipes se enfrentam em turno único e as oito melhores colo-cadas se classificam para a fase final. O polêmico supermando da segunda fase será mantido.

Rio Branco Sport Club está em Curitiba realizando sua pré-temporada

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ALÉM DE SEDIAR CAMPEONATOS, PELADEIRO É SEDE DE DIVERSOS PROGRAMAS DE INCENTIVO AO ESPORTE

Maior parque voltado ao esporte recebe Campeonato de Pelada Parque Peladeiro, o maior

de Curitiba voltado ao esporte, é sede do 40º Campeonato Pa-ranaense de Futebol de Pelada. Amanhã, às 17h, acontece a final feminina. O duelo será marcado entre Torpedo, time da região, e Cruzeiro, de São José do Pinhais, clube em que joga a atleta da se-leção brasileira, Daiane Moretti. Na última quarta-feira (02) saiu a equipe campeã no masculino, o União Centenário, que empatou no tempo normal com a equipe do Kapot Canto do Rio, em 2x2, e venceu a decisão de pênaltis por 4x2, levando o título para casa.

O parque, além de receber os campeonatos de pelada e diversas festas de comunidades da Regio-nal Cajuru, promove através da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer (SMEL) programas de

incentivo ao esporte. “Aqui é realizado diversas atividades, a exemplo do futsal e da ginástica para terceira idade, cujo objeti-vo é ajudar na inclusão social e

na saúde”, informa a funcioná-ria pública e Coordenadora de ginástica, Rosemari da Graça.

As aulas de futsal são vol-tadas para crianças carentes, e

Eriksson Denk

Thyago da Silva

o professor de Educação Física Caio Marcio Rokiskei é quem coordena os treinos e explicou a importância desse parque para as crianças, “ Aqui as pessoas tem a oportunidade de ter um momen-to de lazer, conhecer diversos es-portes, treinar o futsal e disputar campeonatos em outras cidades”. Caio ainda comenta que através do esporte as crianças tomam um rumo certo na vida, ficando longe das drogas e das bebidas.

Com o Campeonato Para-naense de Futebol de Pelada em andamento, o parque ganha destaque e atrai o público. É o caso de Jaqueline Ramos e Julio Cezar Ramos. O casal sempre frequenta o parque, mas enquan-to Julio faz sua corrida diária, Jaqueline brinca com sua filha. Porém ela afirma que o parque

Escolinha tem parceria com o Clube Atlético Paranaense

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ainda tem que melhorar. “Falta segurança, o parque é tranqüi-lo, mas ainda existem pesso-as que vem aqui usar drogas”.

Para Julio o parque é muito calmo. “Venho correr aqui por causa da tranquilidade, mas ainda faltam diversas coisa, a exemplo de policiais, uma estrutura mais adequada e principalmente uma pista de corrida” complementa.

De acordo com o Centro de Esporte e Lazer Parque Peladei-ro, um projeto para construção de um estádio municipal já foi apro-vado, assim como a construção de uma pista de caminhada e ci-clismo, implantação de uma aca-demia ao ar livre e a modificação do ginasio para que ele se torne fechado e com arquibancadas.

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PEQUENOS UTILIZAM LOCAL PARA ALONGAR

Crianças se divertem em locais para alongamento Frequentadores do Parque Barigui incomodam-se com presença de crianças

comportamento14 Curitiba, 4 de dezembro de 2009

Em alguns parques curitiba-nos existem locais específicos com equipamentos para alongar. Porém, não é raro encontrar cri-anças brincando nestes locais. Além de ser perigoso, a per-manência destas, muitas vezes atrapalha as pessoas que estão praticando exercícios ou alon-gando.

O consultor financeiro, Gil-berto Ferreira Barbosa, 45 anos, costuma frequentar parques no horário do almoço, quando está mais vazio, pelo menos três ve-zes na semana. Porém quando resolve praticar exercícios em dias em que o parque está mais cheio, como sábado e domingo, revela que encontra dificuldade na hora de fazer alongamento. “As crianças vêm brincar nos aparelhos e não entendem que eles são destinados para outra coisa, não é um parquinho”, afirma Ferreira. E ainda comple-menta: “as crianças podem se machucar, não é um local indi-cado para elas, os pais deveriam tomar alguma providência”.

O comerciante Dirlei Pereira Arlindo Paulo, 41 anos, frequen-ta o Parque Barigui duas vezes por semana. “As crianças atra-palham bastante. Deveriam fazer um parquinho separado somente para as elas, para evitar isso”, afirma Pereira.

Na visão da educadora Lisane Maria Rosa atualmente os pais dão muita liberdade para as cri-anças, pensando estar fazendo o melhor para a formação delas. Ele firma que, geralmente, os pais tratam seus filhos como se eles não tivessem capacidade de compreensão, sendo que nesta fase da infância isso já está bem desenvolvido.

“Não precisa puxar a criança à força para sair do aparelho se ela estiver brincando lá. Mas através de conversa ou uma ne-gociação, explicar porque ela

Crianças brincam no local reservado para fazer alongamento

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Bruna OliveiraPedro Engel

PARQUE PERDE TRANQUILIDADE

Tumulto nos finais de semana duram 24 horas

Os finais de semana de quem reside em frente ao Parque Bari-gui são estressantes. Moradores afirmam que jovens se reúnem para beber, usar drogas, fazer sexo, escutar som extremamente alto, fazer “racha” de carro, entre outros, durante o dia e a noite. Vizinhos já desistiram de chamar a Polícia Militar para acabar com a bagunça feita pelos jovens. Segundo eles, a Polícia, quando solicitada, simplesmente não aparece.

Para a pedagoga Joana Elisa Suarez, 50 anos, “o parque é melhor qualidade de vida e tinha que ser respeitado como tal.” Ela afirma que o que acontece nas proximidades “é ridículo e insano”. Relata que morar de frente ao parque é sinônimo de tranquilidade: de segunda à quinta-feira.

O barulho incômodo fez com que a moradora comprasse um protetor de ouvido para poder dormir nos finais de semana. “Já tive que trocar as janelas de

Bruna OliveiraPedro Engel

casa, porque o som alto trincou os vidros”, afirma Joana.

Maria* afirmou que muitos jovens vão ao parque após a “balada” e já chegam bêbados no local. “De manhã vemos os pais brincando com seus filhos, alguns até correm com os carrinhos de bebê. A noite é lamentável o que vemos por aqui”. Outra reclamação da moradora é o trânsito durante os dias de maior visitação ao parque. “Precisamos de semáforos e sinalização”.

José* não quis comentar os aspectos negativos de morar perto do parque, assim como outros vizinhos, alegando que quando as reclamações feitas pelo moradores são veiculadas pela mídia, as casas são alvos de “trotes” e a “bagunça” torna-se mais frequente, parecendo uma afronta por parte dos jovens para com os vizinhos.

*Os nomes foram modifi-cados.

Roupas para ginástica O conforto deve ser aliado da moda na hora de escolher o que usar para praticar exercícios no parque. Segundo a proprietária de loja de roupas fitness, Sandra Mara de Souza Flores, estampas estão na moda, sejam elas floridas ou geométricas. Ela disse também que geralmente as mulheres nunca compram uma peça só. “Elas compram sempre um conjunto, uma legging com um top por exemplo. Dificilmente é uma única peça”.Mas se você pretende começar a praticar exercícios em par-ques, não descuide da sua saúde e bem estar. O professor de Educação Física Wellington Caetano de Oliveira recomenda usar roupas leves e confortáveis, fazendo restrição apenas à calça jeans, que limita os movimentos do corpo. “Homens geralmente usam bermuda e camiseta. Mulheres usam legging e camiseta, mas ambos devem utilizar algo em que se sintam confortáveis.” Em relação a calçados, oprofessor sugere a procura de um especialista, pois depende do formato do pé de cada pessoa.

Moda e conforto

Crianças brincam em aparelho

não pode ficar ali e tirá-la de maneira pacífica”, explica a edu-cadora.

Lisiane relata as alternativas que os pais de crianças mais in-sistentes podem ter. “Mostrar as outras atividades que a criança pode realizar no parque, como andar de bicicleta, caminhar ou jogar bola. Se isso não for sufi-ciente, explicar os riscos que os aparelhos apresentam à ela”.

Ela ainda afirma que se os pais da criança estão incentivan-

do a “brincadeira”, é válido os frequentadores do parque aler-tarem aos pais ou até mesmo a criança sobre a situação gerada.

A pedagoga Rose Vogt, não deixa seu filho João Vitor Vogt, 8 anos, brincar nestes aparelhos. Assim como Lisane disse, Rose procura oferecer alternativas para que seu filho não utilize estes equipamentos.

Lisane Rosa, educadora

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DE ACORDO COM SECRETÁRIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE A CIDADE TEM 20 PARQUES

3 parques retêm 86% da área verde de CuritibaSaiba qual é o mais antigo, o maior e o voltado para espetáculos. A cidade tem diversos parques cada um com caracteristicas diferentes

cidade16 Curitiba, 04 de dezembro de 2009