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Income poverty statistics/pt Statistics Explained Source : Statistics Explained (https://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/) - 06/10/2020 1 Estatísticas sobre pobreza monetária Dados extraídos em maio de 2020. Atualização prevista do artigo: outubro de 2021. Este artigo analisa as estatísticas recentes sobre pobreza monetária e desigualdades de rendimento na União Europeia (UE) . As comparações dos níveis de vida entre países são geralmente feitas com base no produto interno bruto (PIB) per capita , o qual indica, numa perspetiva monetária, uma medida básica da dimensão global de uma economia, dividida pelo número de pessoas que a constituem, sendo utilizada para determinar a riqueza e a prosperidade de um país. Contudo, este indicador não fornece informações sobre a distribuição do rendimento dentro de um mesmo país e tão-pouco sobre fatores não monetários que podem desempenhar um papel importante para aferir o nível de bem-estar da população. Taxa de risco de pobreza e limiar de pobreza A taxa de risco de pobreza (após transferências sociais) na UE-27 cresceu entre 2010 (início da série cronológica) e 2011, passando de 16,5 % para 16,9 %. Esta taxa manteve-se relativamente estável nos dois anos seguintes, antes de aumentar de forma mais acentuada em 2014, até atingir os 17,3 %. Em 2015 e 2016, foram observa- dos aumentos menos significativos (até 0,1 pontos percentuais em cada ano). A primeira descida palpável foi registada em 2017, com a taxa a cair para 16,9 %, à qual se seguiu, em 2018, uma redução mais ligeira de 0,1 pontos percentuais. Assim, nos dois anos mais recentes para os quais estão disponíveis dados, a taxa de risco de pobreza na UE-27 voltou a um nível semelhante ao observado no período entre 2011 e 2013. A percentagem para a UE-27, calculada pela média ponderada dos resultados nacionais, esconde variações consideráveis entre os Estados-Membros da UE (ver Gráfico 1 ). Em sete Estados-Membros, a saber, na Roménia (23,5 %), Letónia (23,3 %), Lituânia (22,9 %), Bulgária (22,0 %), Estónia (21,9 %), Espanha (21,5 %) e Itália (20,3 %), um quinto ou mais da população era considerada em risco de pobreza em 2018; o mesmo se verificava na Sérvia (24,3 %), no Montenegro (23,6 %; dados de 2017), na Turquia (22,2 %; dadosde 2017) e na Macedónia do Norte (21,9 %). Nos Estados-Membros da UE, as percentagens mais baixas de pessoas em risco de pobreza foram observadas na Chéquia (9,6 %), na Finlândia (12,0 %) e na Eslováquia (12,2 %), enquanto a Islândia (8,8 %; dados de 2016) apresentou uma percentagem ainda mais baixa da respetiva população em risco de pobreza.

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Income povertystatistics/pt Statistics Explained

Source : Statistics Explained (https://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/) - 06/10/2020 1

Estatísticas sobre pobreza monetáriaDados extraídos em maio de 2020.

Atualização prevista do artigo: outubro de 2021.

Este artigo analisa as estatísticas recentes sobre pobreza monetária e desigualdades de rendimento na UniãoEuropeia (UE) . As comparações dos níveis de vida entre países são geralmente feitas com base no produtointerno bruto (PIB) per capita , o qual indica, numa perspetiva monetária, uma medida básica da dimensãoglobal de uma economia, dividida pelo número de pessoas que a constituem, sendo utilizada para determinar ariqueza e a prosperidade de um país. Contudo, este indicador não fornece informações sobre a distribuição dorendimento dentro de um mesmo país e tão-pouco sobre fatores não monetários que podem desempenhar umpapel importante para aferir o nível de bem-estar da população.

Taxa de risco de pobreza e limiar de pobrezaA taxa de risco de pobreza (após transferências sociais) na UE-27 cresceu entre 2010 (início da série cronológica)e 2011, passando de 16,5 % para 16,9 %. Esta taxa manteve-se relativamente estável nos dois anos seguintes,antes de aumentar de forma mais acentuada em 2014, até atingir os 17,3 %. Em 2015 e 2016, foram observa-dos aumentos menos significativos (até 0,1 pontos percentuais em cada ano). A primeira descida palpável foiregistada em 2017, com a taxa a cair para 16,9 %, à qual se seguiu, em 2018, uma redução mais ligeira de 0,1pontos percentuais. Assim, nos dois anos mais recentes para os quais estão disponíveis dados, a taxa de riscode pobreza na UE-27 voltou a um nível semelhante ao observado no período entre 2011 e 2013.

A percentagem para a UE-27, calculada pela média ponderada dos resultados nacionais, esconde variaçõesconsideráveis entre os Estados-Membros da UE (ver Gráfico 1 ). Em sete Estados-Membros, a saber, naRoménia (23,5 %), Letónia (23,3 %), Lituânia (22,9 %), Bulgária (22,0 %), Estónia (21,9 %), Espanha (21,5 %)e Itália (20,3 %), um quinto ou mais da população era considerada em risco de pobreza em 2018; o mesmo severificava na Sérvia (24,3 %), no Montenegro (23,6 %; dados de 2017), na Turquia (22,2 %; dados de 2017) e naMacedónia do Norte (21,9 %). Nos Estados-Membros da UE, as percentagens mais baixas de pessoas em riscode pobreza foram observadas na Chéquia (9,6 %), na Finlândia (12,0 %) e na Eslováquia (12,2 %), enquanto aIslândia (8,8 %; dados de 2016) apresentou uma percentagem ainda mais baixa da respetiva população em riscode pobreza.

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Gráfico 1: Taxa de risco de pobreza e limiar de pobreza, 2018Fonte: Eurostat (ilc_li01) e(ilc_li02)

O limiar de risco de pobreza (igualmente indicado no Gráfico 1 ) é fixado em 60 % da mediana nacional dorendimento disponível equivalente. Para comparações entre os países, é frequentemente expresso em Poder deCompra Padrão (Purchasing Power Standard – PPS), para ter em conta os diferentes níveis do custo de vidaentre Estados-Membros. Em 2018, os valores do rendimento para este limiar variaram consideravelmente nosEstados-Membros da UE, entre 3 767 PPS na Roménia e 13 923 PPS na Áustria, com o limiar no Luxemburgo(19 295 PPS) claramente acima deste intervalo. O limiar de pobreza foi também relativamente baixo na Sérvia(3 136 PPS), na Macedónia do Norte (3 298 PPS), no Montenegro (3 906 PPS; dados de 2017) e na Turquia (3916 PPS; dados de 2017) e relativamente elevado na Noruega (15 780 PPS) e na Suíça (16 240 PPS).

Os diferentes grupos que constituem a população são mais ou menos afetados pela pobreza mon-etária

Em 2018, verificou-se uma diferença pequena na taxa de risco de pobreza da UE-27 (após transferências so-ciais) entre os dois sexos, com as taxas mais recentes relativas às pessoas com idade igual ou superior a 16anos equivalentes a 15,5 % para os homens, contra uma taxa mais elevada de 17,2 % para as mulheres. Todosos Estados-Membros da UE, o Reino Unido, os três países da EFTA apresentados no Gráfico 2 e a Turquiacomunicaram taxas mais elevadas para as mulheres do que para os homens na população com idade igual ousuperior a 16 anos. As maiores diferenças entre homens e mulheres em 2018 foram observadas na Lituânia (mais6,3 pontos percentuais em relação aos homens), na Letónia (6,1 pontos percentuais), na Estónia (5,5 pontospercentuais) e na Chéquia (4,6 pontos percentuais). As taxas de risco de pobreza para as mulheres comunicadaspela Irlanda, Malta e Bulgária eram pelo menos 3,0 pontos percentuais superiores às dos homens. O menordiferencial entre homens e mulheres foi registado em França, onde a taxa de risco de pobreza foi marginalmentesuperior (0,2 pontos percentuais) para as mulheres do que para os homens. Em contrapartida, no Montenegro,a taxa foi 1,2 pontos percentuais (dados de 2017) superior para os homens do que para as mulheres, enquantoa taxa na Macedónia do Norte foi igualmente superior para os homens, mas apenas 0,1 pontos percentuais; a

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Sérvia não apresentou nenhuma diferença entre as taxas relativas a cada um dos sexos.

Gráfico 2: Taxa de risco de pobreza após transferências sociais, pessoas com idade igual ousuperior a 16 anos, 2018(%)Fonte: Eurostat (ilc_li02)

As diferenças nas taxas de risco de pobreza são mais acentuadas quando a população é classificadade acordo com a situação profissional

No tocante ao risco de pobreza, os desempregados constituem um grupo particularmente vulnerável (ver Quadro1 ): quase metade (48,6 %) do total de pessoas desempregadas na UE-27 estava em risco de pobreza em 2018,com a taxa, de longe, mais elevada na Alemanha (69,4 %). Onze outros Estados-Membros da UE (Lituânia,Malta, Letónia, Suécia, Bulgária, Hungria, Chéquia, Estónia, Eslováquia, Espanha e Bélgica) referiram que,pelo menos, metade dos desempregados estava em risco de pobreza em 2018.

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Quadro 1: Taxa de risco de pobreza após transferências sociais por situação profissional maisfrequente, pessoas com idade igual ou superior a 18 anos, 2018(%)Fonte: Eurostat (ilc_li04)

Em 2018, cerca de uma em cada sete pessoas reformadas (14,4 %) estava em risco de pobreza na UE-27. NaEstónia (53,6 %), na Letónia (48,9 %) e na Lituânia (41,7 %), o risco de pobreza na população reformada erarelativamente elevado, respetivamente, cerca de 3,7, 3,4 e 2,9 superior à média da UE-27; seguia-se a Bulgáriacom 28,5 %.

As pessoas com emprego são muito menos suscetíveis de se encontrar em risco de pobreza: a taxa médiano conjunto da UE-27 era de 9,3 % em 2018. Foram registadas percentagens relativamente elevadas de pessoasempregadas em risco de pobreza na Roménia (15,3 %) e, numa dimensão menor, no Luxemburgo (13,5 %) e emEspanha (12,9 %), ao passo que a Grécia e Itália também comunicaram que mais de um em cada dez membrosda respetiva população ativa estava em risco de pobreza em 2018. As taxas de risco de pobreza relativas àspessoas empregadas eram igualmente de, pelo menos, 10,0 % na Sérvia, no Reino Unido e na Turquia (dadosde 2017).

As taxas de risco de pobreza não estão repartidas uniformemente entre agregados familiarescom diferentes composições de adultos e filhos a cargo

Nos agregados familiares sem filhos a cargo (ver Gráfico 3 ), as pessoas que vivem sozinhas são mais suscetíveisde estar em risco de pobreza, uma situação que afetava 26,1 % dos agregados com uma só pessoa na UE-27,em 2018. Em contrapartida, a taxa de risco de pobreza dos agregados familiares com dois ou mais adultosrepresentava menos de metade desta taxa (11,4 %), uma percentagem idêntica à dos agregados familiares comdois adultos em que, pelo menos, uma pessoa tinha idade igual ou superior a 65 anos.

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Gráfico 3: Taxa de risco de pobreza, analisada por tipo de agregado familiar para agregadosfamiliares sem filhos a cargo, 2018(%)Fonte: Eurostat (ilc_li03)

A grande maioria dos Estados-Membros da UE comunicou um padrão semelhante: em 2018, os agregados comuma só pessoa registaram as taxas de risco de pobreza mais elevadas entre os agregados familiares sem filhosa cargo em todos os Estados-Membros da UE, com exceção de Chipre, onde os agregados familiares com doisadultos em que, pelo menos, uma pessoa tinha idade igual ou superior a 65 anos apresentavam uma taxa supe-rior (21,7 % contra 21,1 % para os agregados com uma só pessoa). Observou-se uma situação semelhante naMacedónia do Norte, exceto que os agregados com uma só pessoa registaram a taxa mais baixa (8,5 %) entreos três tipos de agregados analisados.

Em 9 dos 27 Estados-Membros da UE, a taxa de risco de pobreza dos agregados familiares com dois adul-tos em que, pelo menos, um tinha idade igual ou superior a 65 anos foi inferior à taxa da categoria mais vastaque inclui todos os agregados familiares com dois ou mais adultos, notadamente na Dinamarca, onde a difer-ença foi de 6,2 pontos percentuais. No outro extremo, na Letónia, a taxa de risco de pobreza de agregadosfamiliares com dois adultos em que, pelo menos, uma pessoa tinha idade igual ou superior a 65 anos foi 13,3pontos percentuais mais elevada do que a dos agregados familiares com dois ou mais adultos, ao passo que adiferença em Malta foi de 12,4 pontos percentuais. Em Espanha, a taxa relativa a estes dois tipos de agregadosfamiliares foi idêntica, enquanto a Itália registou uma diferença de apenas 0,1 pontos percentuais (dados de 2017).

Entre os agregados familiares com filhos a cargo, a taxa de risco de pobreza mais elevada naUE-27 registou-se nas pessoas solteiras com filhos a cargo, correspondendo a mais de um terço(34,2 %)

Analisando as taxas dos agregados familiares com dois adultos, os agregados com um único filho a cargo (12,1%) tinham um risco de pobreza equivalente a pouco menos de metade do registado nos agregados familiarescom três ou mais filhos a cargo (24,5 %) – ver Gráfico 4 .

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Gráfico 4: Taxa de risco de pobreza, analisada por tipo de agregado familiar para agregadosfamiliares com filhos a cargo, 2018(%)Fonte: Eurostat (ilc_li03)

Entre os três tipos de agregados familiares indicados no Gráfico 4 , todos os Estados-Membros da UE referiramque os agregados familiares constituídos por dois adultos com um filho a cargo eram os menos suscetíveis deestar em risco de pobreza. A maior parte dos Estados-Membros da UE comunicou que a taxa de risco de pobrezafoi mais elevada para as pessoas solteiras com filhos a cargo. No entanto, houve quatro exceções: em Portugal, ataxa relativa aos agregados familiares constituídos por uma só pessoa com filhos a cargo foi 3,3 pontos percentu-ais inferior à dos agregados familiares de dois adultos com três ou mais filhos a cargo, ao passo que, na Roméniae na Bulgária, esta diferença foi muito mais significativa, correspondendo a 11,8 e 21,2 pontos percentuais, re-spetivamente; na Eslováquia, a taxa relativa aos agregados familiares constituídos por uma só pessoa com filhosa cargo foi idêntica à dos agregados familiares de dois adultos com três ou mais filhos a cargo. Nos quatro paísescandidatos para os quais estão disponíveis dados, a taxa relativa aos agregados familiares constituídos por umasó pessoa com filhos a cargo foi inferior à dos agregados familiares de dois adultos com três ou mais filhos a cargo.

As medidas de proteção social podem ser utilizadas para reduzir a pobreza e a exclusão so-cial

Isto é possível, por exemplo, através da distribuição de prestações. Uma forma de avaliar o impacto dasmedidas de proteção social consiste em comparar os indicadores de risco de pobreza antes e após transferênciassociais (ver Gráfico 5 ). Em 2018, as transferências sociais reduziram a taxa de risco de pobreza entre apopulação da UE-27 de 25,0 % antes de transferências para 16,8 % após transferências, colocando, assim 8,2% da população acima do limiar de pobreza. Sem as transferências sociais, estas pessoas estariam em risco depobreza.

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Gráfico 5: Taxa de risco de pobreza antes e após transferências sociais, 2018(%)Fonte: Eurostat(ilc_li02) e (ilc_li10)

Ao comparar as taxas de risco de pobreza antes e após as transferências sociais, verifica-se que o impacto dasprestações sociais foi reduzido – colocando, no máximo, 6,0 % das pessoas acima do limiar de pobreza – naChéquia (6,0 %), em Itália (5,6 %), na Letónia, na Eslováquia (5,5 % em ambas), em Portugal (5,4 %), naGrécia (4,7 %) e na Roménia (4,5 %). O mesmo se verificou na Sérvia (5,3 %), na Macedónia do Norte (3,8 %)e na Turquia (2,1 %; dados de 2017).

Ao analisar o impacto em termos relativos, verifica-se que metade ou mais das pessoas que estavam em risco depobreza na Finlândia e na Irlanda passaram a estar acima do limiar de pobreza devido às transferências sociais,como foi também o caso na Islândia (dados de 2016) e na Noruega.

Desigualdades de rendimentoOs governos, os responsáveis políticos e a sociedade em geral não podem combater a pobreza e a exclusão socialsem analisar as desigualdades na sociedade, sejam elas de natureza económica ou social.

O Gráfico 6 fornece informações sobre as desigualdades na distribuição do rendimento em 2018: uma mé-dia ponderada pela população dos valores de cada Estado-Membro da UE revela que os 20 % da população como rendimento disponível equivalente mais elevado recebiam 5,1 vezes mais do que os 20 % com o rendimentodisponível equivalente mais baixo na UE-27. Este rácio variou consideravelmente entre os Estados-Membros, de3,0 na Eslováquia para 6,0 ou mais em Espanha, Itália e Letónia e para mais de 7,0 na Lituânia, na Roméniae na Bulgária, onde atingiu o pico de 7,7. Dos países terceiros apresentados no Gráfico 6, a Macedónia doNorte (6,2) e o Montenegro (7,6; dados de 2017) registaram rácios igualmente elevados para a desigualdade nadistribuição do rendimento, ao passo que, na Sérvia (8,6) e na Turquia (8,7; dados de 2017), os rácios forammais elevados do que em qualquer um dos Estados-Membros.

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Gráfico 6: Desigualdade na distribuição do rendimento – rácio dos quintis de rendimento,2018Fonte: Eurostat (ilc_di11)

As desigualdades sentidas pelos grupos que constituem a população suscitam interesse político. Um grupo deespecial interesse é o dos idosos, que reflete, em parte, a percentagem crescente da população da UE com idadeigual ou superior a 65 anos. Os regimes de pensões podem desempenhar um papel importante no combate àpobreza entre os idosos. Neste contexto, é interessante comparar os rendimentos dos idosos com os do resto dapopulação .

No conjunto da UE-27, as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos tinham, em 2018,um rendimento equivalente a 91 % do rendimento mediano da população com menos de 65 anos

Em quatro Estados-Membros da UE (Luxemburgo, França, Grécia e Itália), o rendimento mediano das pessoascom idade igual ou superior a 65 anos era superior ao rendimento mediano das pessoas com menos de 65 anos(ver Gráfico 7 ). O mesmo se verificava nos quatro países candidatos apresentados no gráfico. Na Hungria, emEspanha, na Áustria, na Polónia, em Portugal, na Roménia e na Eslováquia, o rendimento mediano das pessoascom idade igual ou superior a 65 anos situava-se entre 90 % e 100 % do registado para as pessoas com menos de65 anos. Este foi igualmente o caso na Islândia (dados de 2016) e na Noruega. Registaram-se rácios inferioresa 80 % na Croácia, na Bélgica, na Dinamarca, na Bulgária, na Chéquia, em Malta e nos Estados-Membros doBáltico ; as taxas mais baixas foram de 64 %, 58 % e 57 % na Lituânia, na Letónia e na Estónia, respetivamente.Os rácios relativamente baixos podem refletir, em grande medida, os direitos de pensão relativamente baixos.

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Gráfico 7: Rácio de rendimento mediano relativo, 2018Fonte: Eurostat (ilc_pnp2)

A intensidade da pobreza, que contribui para quantificar em que medida os pobres são pobres, pode ser expressapelo diferencial mediano relativo do risco de pobreza . O rendimento mediano das pessoas em risco de pobrezana UE-27 foi, em média, 24,5 % inferior ao limiar de pobreza em 2018 (ver Gráfico 8 ). Este limiar correspondea 60 % da mediana nacional do rendimento disponível equivalente de todas as pessoas.

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Gráfico 8: Diferencial mediano relativo do risco de pobreza, 2018(%)Fonte: Eurostat (ilc_li11)

O Estado-Membro da UE onde o rendimento mediano das pessoas em risco de pobreza se situou mais abaixodo limiar de pobreza foi a Roménia (35,2 %). Também foram comunicados diferenciais superiores a 25,0 %relativamente a Itália, Grécia, Croácia, Espanha, Lituânia, Letónia, Bulgária e Eslováquia. Os diferenciaisregistados na Macedónia do Norte (37,7 %) e na Sérvia (37,4 %) foram mais elevados do que em qualquer dosEstados-Membros e também foram relativamente elevados no caso do Montenegro (34,0 %) e da Turquia (26,4%; dados de 2017). O diferencial mais baixo do risco de pobreza entre os Estados-Membros da UE foi observadona Finlândia (14,2 %), seguindo-se a Chéquia (15,0 %) e a Irlanda (15,3 %). O diferencial na Islândia situou-senum nível igualmente baixo (15,3 %; dados de 2016).

Fonte dos dados para os quadros e os gráficos• Estatísticas sobre pobreza monetária: quadros e gráficos (em inglês)

Fontes de dadosOs dados utilizados neste artigo são derivados principalmente dos microdados provenientes das estatísticas dorendimento e das condições de vida na UE (EU-SILC) . Os dados EU-SILC são compilados anualmente e con-stituem a principal fonte de estatísticas destinadas a medir o rendimento e as condições de vida na Europa; sãoigualmente a principal fonte de informação utilizada para interligar diferentes aspetos relativos à qualidade devida dos agregados familiares e dos indivíduos. A população de referência para as informações apresentadas nopresente artigo é inteiramente constituída por agregados familiares cujos membros atuais residiam no territóriodo Estado-Membro da UE no momento da recolha dos dados; as pessoas que vivem em agregados coletivos e eminstituições são geralmente excluídas da população-alvo. Os dados relativos à UE e à área do euro correspondemàs médias nacionais ponderadas pela população.

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O rendimento disponível das famílias é determinado adicionando todos os rendimentos monetários recebidosde qualquer fonte por cada membro do agregado familiar (incluindo os rendimentos do trabalho e de investi-mentos e as prestações sociais) – mais os rendimentos recebidos a nível do agregado familiar – e deduzindo osimpostos e as contribuições sociais pagas. A fim de ter em conta as diferenças na dimensão e na composição dosagregados familiares, este total é dividido pelo número de «adultos equivalentes», uma unidade de medida dadimensão dos agregados que resulta da aplicação da escala de equivalência modificada da OCDE, que atribui umpeso de 1,0 ao primeiro adulto de um agregado familiar, 0,5 a cada membro subsequente do agregado familiarcom idade igual ou superior a 14 anos, e 0,3 aos membros do agregado familiar com idade inferior a 14 anos.O valor resultante é designado rendimento disponível equivalente e é atribuído a cada membro do agregadofamiliar. Para efeitos dos indicadores de pobreza, o rendimento disponível equivalente é calculado a partir dorendimento disponível total de cada agregado familiar dividido pela dimensão equivalente do agregado familiar;por conseguinte, cada pessoa do agregado familiar é considerada como tendo o mesmo rendimento equivalente.

O período de referência do rendimento é um período fixo de 12 meses (como o ano civil ou o ano fiscal anterior)para todos os países, com exceção do Reino Unido, em que o período de referência do rendimento é o anocorrente do inquérito, e da Irlanda, em que o inquérito é contínuo e os dados sobre o rendimento são recolhidospara os doze meses que antecedem o inquérito.

A taxa de risco de pobreza é definida como a percentagem da população cujo rendimento disponível equiv-alente se encontra abaixo do limiar de pobreza, correspondente a 60 % da mediana nacional do rendimentodisponível equivalente. Em conformidade com as decisões do Conselho Europeu, a taxa de risco de pobreza émedida relativamente à situação em cada Estado-Membro da UE, não se aplicando um limiar comum. Esta taxapode ser expressa antes ou após as transferências sociais, sendo que a diferença determina o impacto hipotéticodas transferências sociais nacionais na redução do risco de pobreza. As pensões de reforma e de sobrevivênciasão contabilizadas como rendimento antes de transferências e não como transferências sociais. Existem diversasdesagregações deste indicador, por exemplo: por idade, sexo, situação profissional, tipo de agregado familiarou nível de escolaridade. É de notar que o indicador não mede a riqueza, mas é antes uma medida relativa dobaixo rendimento atual (em comparação com outras pessoas no mesmo país).

Os quadros neste artigo usam a notação seguinte:

Valor emitálico o valor dos dados é projetado, provisório ou estimado e, por con-seguinte, está sujeito a alterações;

: valor indisponível, confidencial ou não fiável.

ContextoNo Conselho Europeu de Laeken, em dezembro de 2001, os Chefes de Estado e de Governo europeus aprovaramum primeiro conjunto de indicadores estatísticos comuns de pobreza e exclusão social, que são objeto de umprocesso contínuo de aperfeiçoamento pelo subgrupo «Indicadores» do Comité da Proteção Social. Esses in-dicadores são um elemento essencial do método aberto de coordenação, a fim de acompanhar os progressosalcançados pelos Estados-Membros da UE no sentido de reduzir a pobreza e a exclusão social.

As EU-SILC constituem a fonte de referência das estatísticas do rendimento e das condições de vida na UEe, em especial, dos indicadores de inclusão social. No contexto da estratégia UE 2020 , o Conselho Europeuadotou, em junho de 2010, um objetivo global para a inclusão social: até 2020, deveria reduzir-se em, pelomenos, 20 milhões o número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, na UE, em relação a 2008. AsEU-SILC constituem a fonte utilizada para acompanhar os progressos realizados no sentido da realização desteobjetivo global, que é medido através de um indicador que combina a taxa de risco de pobreza, o índice deprivação material grave e a percentagem de indivíduos residentes em agregados familiares com uma intensidadede trabalho muito baixa – ver, para mais informações, o artigo sobre as pessoas em risco de pobreza ou deexclusão social .

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Outros artigosIndicadores para a estratégia UE 2020

• Indicadores para a Europa 2020 (em inglês)

Condições de vida na Europa

• Condições de vida na Europa — distribuição do rendimento e desigualdade do rendimento (em inglês)

• Condições de vida na Europa — pobreza e exclusão social (em inglês)

Subgrupos da população

• Ser jovem na Europa atualmente — as condições de vida das crianças (em inglês)

• Children at risk of poverty or social exclusion (em inglês)

• Estatísticas sobre deficiência — pobreza e desigualdades de rendimento (em inglês)

Estatísticas regionais

• Europa Urbana — Estatísticas sobre as cidades, vilas e subúrbios — pobreza e exclusão social nas cidades(em inglês)

PublicaçõesRegistos estatísticos

• Europa em envelhecimento — edição de 2019 (em inglês)

• Condições de vida na Europa — edição de 2018 (em inglês)

• Monitorização da inclusão social na Europa — edição de 2017 (em inglês)

Comunicados de imprensa

• Tendência descendente da percentagem de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social na UE (eminglês)

• Tem condições financeiras para aquecer a sua casa? (em inglês)

• Jovens no ativo e em risco de pobreza (em inglês)

• 1 em 7 pensionistas em risco de pobreza na UE (em inglês)

• Pode comprar um automóvel? (em inglês)

• UE — Uma em três pessoas incapaz de fazer face a despesas financeiras inesperadas (em inglês)

• Em que medida as transferências sociais reduzem a pobreza? (em inglês)

• Visualização do risco de pobreza (em inglês)

• Jovens que vivem com os pais (em inglês)

• 1 em 4 jovens em agregados familiares sobrelotados (em inglês)

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Principais quadros• Limiares de risco de pobreza – inquérito EU-SILC (em inglês)

• Taxa de risco de pobreza por limiar de pobreza, idade e sexo – inquérito EU-SILC (em inglês)

• Taxa de risco de pobreza por limiar de pobreza e atividade mais frequente no ano anterior – inquéritoEU-SILC (em inglês)

• Taxa de risco de pobreza antes das transferências sociais (pensões incluídas nas transferências sociais) porlimiar de pobreza, idade e sexo – inquérito EU-SILC (em inglês)

• Taxa de risco de pobreza antes das transferências sociais (pensões excluídas das transferências sociais) porlimiar de pobreza, idade e sexo – inquérito EU-SILC (em inglês)

• Diferencial relativo do risco de pobreza por limiar de pobreza – inquérito EU-SILC (em inglês)

• Rácio dos quintis de rendimento S80/S20 por sexo e grupo etário selecionado – inquérito EU-SILC (eminglês)

• Rácio de rendimento mediano relativo (65+) – inquérito EU-SILC (em inglês)

Base de dados• Rendimento e condições de vida (t_ilc) (em inglês)

Secção especial• Rendimento e condições de vida (em inglês)

MetodologiaOutras informações metodológicas

• Metodologia das estatísticas do rendimento e das condições de vida na UE (EU-SILC) (em inglês)

• Rendimento e condições de vida (ficheiro de metainformação ESMS — ilc_esms) (em inglês)

• Conjunto de dados sobre o rendimento e as condições de vida — descrição (em inglês)

Documentos pormenorizados

• Estatísticas Comparativas do Rendimento e das Condições de Vida na UE: Questões e Desafios (Trabalhosda Conferência Internacional sobre Estatísticas Comparativas do Rendimento e das Condições de Vida naUE, Helsínquia, 6 a 8 de novembro de 2006) (em inglês)

• De que forma o atrito afeta as estimativas das taxas de pobreza persistente? O caso das estatísticas dorendimento e das condições de vida na União Europeia (EU-SILC) (em inglês)

• Emprego individual, emprego no domicílio e risco de pobreza na UE — Uma análise de decomposição —edição de 2013 (em inglês)

• Correspondência estatística da EU-SILC e do Inquérito aos Orçamentos Familiares para comparar esti-mativas de pobreza utilizando rendimento, despesas e privação material — edição de 2013 (em inglês)

• Utilizar EUROMOD para prever instantaneamente o risco de pobreza na União Europeia — edição de2013 (em inglês)

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Page 14: Income poverty statistics/pt Statistics Explained · o ano corrente do inquérito, e da Irlanda, em que o inquérito é contínuo e os dados sobre o rendimento são ... Existem diversas

Legislação• Regulamento (CE) n.º 1177/2003 , de 16 de junho de 2003, relativo às estatísticas do rendimento e das

condições de vida na Comunidade (EU-SILC)

• Regulamento (CE) n.º 1553/2005 , de 7 de setembro de 2005, que altera o Regulamento (CE) n.º 1177/2003relativo às estatísticas do rendimento e das condições de vida na Comunidade (EU-SILC)

• Regulamento (UE)º 1589/2015 , de 13 de julho de 2015, que estabelece as regras de execução do artigo108.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia

• Sínteses da legislação da UE: Estatísticas do rendimento e das condições de vida na União Europeia

• Sínteses da legislação da UE: Normas processuais relativas aos auxílios estatais

Ligações externasEmprego e análise social ESDE , ver (em inglês):

• Comissão Europeia — Direção-Geral do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Inclusão — Evolução doemprego e da situação social na Europa — Revisão Trimestral — dezembro de 2019

• Comissão Europeia — Direção-Geral do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Inclusão — Evolução doemprego e da situação social na Europa — Revisão Anual, 2019

• OCDE — Iniciativa «Vida Melhor»: Medir o Bem-Estar e o Progresso

• Inquérito Social Europeu

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