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Subcomissão da Suinocultura Relatório Assemblé ia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul 1 ÍNDICE 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS:__________________________________6 1.1 - Introdução_______________________________________________6 1.2 - Histórico________________________________________________8 1.3 - Objetivos__________ ______________________________________9 1.4 - Duração dos Trabalhos____________________________________10 2 - REUNIÕES E AUDIÊNCIAS REALIZADAS: _____________________12 2.1 - Audiência Pública do dia 12/08/2002 ______________________ __12 2.2 - Audiência Pública do dia 17/09/2002 ________________________13 2.3 - Reunião do dia 23/09/2002 -________________________________14 2.4 - Audiência Pública do dia 30/10/2002________________________15 2.5 - Reunião do dia 04/11/2002_________________________________19 2.6 - Audiência Pública do dia 07/11/2002 ________________________21 2.7 - Reunião do dia 25/11/02 __________________________________29 3 - LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS VIVENCIA DOS PELA SUINOCULTURA SOB A ÓTICA DE CADA UM DOS ELOS DA CADEIA PRODUTIVA: __________________________________________________33 3.1 - NA ÓTICA DOS PRODUTORES DE SUÍNOS: __________________33 3.1.1 - Produção ______________________________________ ________33 3.1.2 - Mercado ______________________________________________33 3.1.3 - Programa de Incentivo à Produção de Milho _______________ 34 3.1.4 - Mão-de-Obra __________________________________________35 3.1.5 - Meio Ambiente_________________________________________35 3.1.6 - Crédito Rural___________________________________________35 3.1.7 - Saúde Animal __________________________________________35

ÍNDICE 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS: 6 1.4 - Duração dos ... · 4.4 - Moção ao Ministro da Agricultura, ... meios para poder impor o preço da matéria-prima utilizada, no caso

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ÍNDICE

1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS:__________________________________6 1.1 - Introdução_______________________________________________6 1.2 - Histórico________________________________________________8 1.3 - Objetivos__________ ______________________________________9 1.4 - Duração dos Trabalhos____________________________________10 2 - REUNIÕES E AUDIÊNCIAS REALIZADAS: _____________________12 2.1 - Audiência Pública do dia 12/08/2002 ______________________ __12 2.2 - Audiência Pública do dia 17/09/2002 ________________________13 2.3 - Reunião do dia 23/09/2002 -________________________________14 2.4 - Audiência Pública do dia 30/10/2002________________________15 2.5 - Reunião do dia 04/11/2002_________________________________19 2.6 - Audiência Pública do dia 07/11/2002 ________________________21

2.7 - Reunião do dia 25/11/02 __________________________________29 3 - LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS VIVENCIA DOS PELA SUINOCULTURA SOB A ÓTICA DE CADA UM DOS ELOS DA CADEIA PRODUTIVA: __________________________________________________33 3.1 - NA ÓTICA DOS PRODUTORES DE SUÍNOS: __________________33 3.1.1 - Produção ______________________________________ ________33 3.1.2 - Mercado ______________________________________________33 3.1.3 - Programa de Incentivo à Produção de Milho _______________ 34 3.1.4 - Mão-de-Obra __________________________________________35 3.1.5 - Meio Ambiente_________________________________________35 3.1.6 - Crédito Rural___________________________________________35

3.1.7 - Saúde Animal __________________________________________35

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3.1.8 - Tributação na Agropecuária___________________________ ___36 3.1.9 - Pesquisa e Extensão Rural_______________________________36

3.1.10 - Câmaras Setoriais______________________________________36 3.2 - NA ÓTICA DAS INDÚSTRIAS SUINÍCOLAS:___________________37

3.2.1- Segurança Sanitária _______________ _______________________37 3.2.2 - Custo de Produção do Milho e da Soja ______________________37 3.2.3 - Capacidade de Modernização Tecnológica __________________38 3.2.4 - Desvantagem Competitiva de Origem Fiscal_________________38 3.2.5 - Licenciamento Am biental_________________________________39 3.2.6 - Margens do Varejo ______________________________________39

3.3 - PROBLEMAS VIVENCIADOS PELA SUINOCULTURA NA ÓTICA DO SETOR MERCADISTA/VAREJISTA: __________________________39 3.3.1 - Custos Fixos e Tributários_________________________________39 4 - ENCAMINHAMENTOS DA SUBCOMISSÃO DA SUINOCULTURA:42 4.1 - Corredores Sanitários _____________________________________42 4.2 - Linhas Especiais de Crédito _______________________________4 3

4.3 - Marketing – Carta de Intenções____________________________43 4.4 - Moção ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento___44 4.5 - Solicitação de Decretação de Situação de Emergência__________44 4.6 - Audiência em Brasília__________________________________ ___44

5 – CONCLUSÕES ______________________________________________47 6 - AGRADECIMENTOS_________________________________________58 7 - FICHA TÉCNICA ____________________________________________60 8 – ANEXOS _________________________________________________ ___62

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COMPOSIÇÃO

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COMPOSIÇÃO

RELATOR:

Deputado Vilson Covatti (PPB)

MEMBROS TITULARES E SUPLENTES: Titulares:

Deputado Aloísio Classmann (PTB) Deputado Adroaldo Loureiro (PDT) Depu tado Elmar Schneider (PMDB) Deputado Mario Bernd (PPS) Deputado Ivar Pavan (PT)

Suplente:

Deputado Elvino Bohn Gass (PT)

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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.1 - INTRODUÇÃO

"Que todos os homens são, por natureza, igualmente livres e independentes, e têm certos direitos inatos, dos quais, quando entram em estado de sociedade, não podem por qualquer acordo privar ou despojar seus pósteros e que são: o gozo da vida e da liberdade com meios de adquirir e possuir a propriedade e de buscar e obter felicidade e segurança". (Declaração Fundamental dos Direitos do Bom Povo de Virgínia, de 1776 – uma das primeiras manifestações expressas da propriedade como sendo um direit o natural extensivo a todas as pessoas, independente de sua origem ou qualquer outra condição.)

O Rio Grande do Sul tem uma economia baseada, fundamentalmente, no setor primário, aqui entendidos a agricultura e a pecuária. Com o processo de internaciona lização da economia e a obrigatória inserção do Brasil nesse contexto mundial, moldou -se um quadro de centralização e suporte das atividades mercantis e negociais no setor da indústria, comércio e prestação de serviços, em detrimento do setor primário que não foi e não é no Brasil e, em especial, no nosso Estado, contemplado com ações eficazes de incentivo, aprimoramento e proteção.

Em conseqüência, por ter sido historicamente reconhecida a

importância da agricultura e pecuária, mas muito pouco ter sido re alizado para inseri -las no contexto que merecem pela sua importância social -econômica, abandonando -as a toda sorte de influências e fatores que vão, desde as variações climáticas até às alterações do mercado externo e flutuações cambiais, é que hoje consta tamos um agravamento da situação dos produtores rurais e suas famílias, gerando considerável perda, evasão de rendas e abandono das propriedades na área rural, fato social que contribui, decisivamente, para o crescimento dos cinturões de miséria das grande s cidades, em submoradias que albergam, senão os agricultores, seus filhos que vêm

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em busca de oportunidades de trabalho nos núcleos urbanos mais desenvolvidos, na Região Metropolitana do Estado do Rio Grande do Sul.

Por isso, há a necessidade precípua de apuração dos domínios de

mercado, das concentrações de renda nas mãos de poucos, do caos social tão nocivo aos produtores rurais - elo mais fraco da cadeia produtiva - e que não dispõem de meios para poder impor o preço da matéria -prima utilizada, no caso específico, do suíno e de seus derivados.

Em específico, a instalação da Subcomissão da Suinocultura da

Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, teve como mote apurar as causas do enfraquecimento dos produtores rurais da atividade suinícola , ponderando e levantando as causas e soluções para o setor, colocando em par de igualdade os três elos da cadeia: produtor, indústria e mercado varejista.

Tal estudo parte, indubitavelmente, da análise da prática de

infrações de ordem econômica na cadeia produtiva da carne suína e seus derivados, da instalação de efetivas políticas de abastecimento da produção primária, de segurança sanitária, de programas de incentivos, buscando -se o bem-estar econômico dessa classe, com ênfase nos aspectos relacionados à formação do preço nos custos e insumos nas unidades produtoras rurais, aos valores pagos pela indústria aos suinocultores, à fixação do preço pela indústria aos mercados varejistas, e, por derradeiro, ao preço pago pelos consumidores finais.

Os estudos aqui apresentados pretendem contribuir,

incisivamente, para a continuidade da atividade rural suinícola, com iniciativas diretas que tratam dos interesses da suinocultura para o adequado encaminhamento dos problemas e seus resultados concretos.

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1.2 - HISTÓRICO

Em 27 de junho de 2002, em reunião extraordinária da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, conjuntamente com a Comissão de Serviços Públicos, foi apreciado re querimento do Deputado Vilson Covatti, solicitando a constituição de uma Subcomissão da Suinocultura.

Ainda nessa data, após Sessão Plenária Ordinária da Assembléia

Legislativa, na Sala da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, foi instalada a Subcomissão da Suinocultura, originando a RDI nº 52/2002, designando -se os membros titulares e suplentes e o Relator, Deputado Vilson Covatti.

A Subcomissão realizou duas reuniões de trabalho no interior do

Estado: a primeira em Cerro Largo e a segunda em Erechim - duas cidades pólos de regiões com destacada produção de suínos.

Vários documentos foram apresentados pelo Sindicato das

Indústrias de Produtos de Suínos, Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Associação Gaúcha de Supermerca dos, Deputados, técnicos e inúmeros agricultores. Desses documentos apresentados e depoimentos colhidos, foram retirados dados, sugestões, posicionamentos, denúncias, medidas e, em especial, a conclusão e os encaminhamentos que integram o corpo do presente Relatório.

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1.3 - OBJETIVOS

Os principais objetivos da Subcomissão da Suinocultura estão

adiante delineados, cabendo a esta, no desenvolver dos trabalhos, apontar os problemas que afetam a cadeia produtiva, pleiteando e buscando suas efetivas soluções.

Assim, podemos destacar os seguintes aspectos e proposições:

- Apurar os prejuízos dos produtores que atuam no setor suinícola do Rio Grande do Sul, levantando as causas de seu empobrecimento e endividamento;

- Apurar as causas da prática de in frações de ordem econômica na cadeia produtiva de carnes de suínos e seus derivados, analisando o bem -estar econômico da cadeia produtiva, com ênfase nos aspectos relacionados à formação do preço nos custos de produção nas unidades produtoras rurais, o pre ço recebido pelos produtores rurais e pagos pela indústria, o preço recebido pela indústria e pago pelo setor mercadista e o preço final pago pelo consumidor.

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1.4 - DURAÇÃO DOS TRABALHOS

A Subcomissão da Suinocultura foi instalada no dia 27 de junho de 2002 e teve como data prevista para o seu encerramento o dia 25 de novembro de 2002, contando assim os cento e vinte dias regimentais.

O RDI nº 52/2002 regulamenta esta Subcomissão e consta, na

íntegra, nos anexos do presente Relatório.

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2 - RESUMO DAS REUNIÕES E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

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2 - RESUMO DAS REUNIÕES E AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

2.1 - Em 12-08-2002: AUDIÊNCIA PÚBLICA NO AUDITÓRIO DO SINDICATO RURAL DE ERECHIM.

Tal audiênc ia teve como objetivo debater a grave crise enfrentada pelo setor suinícola no Rio Grande do Sul, tendo sido presidida pelo Deputado Frederico Antunes e contou com presença dos Deputados Vilson Covatti, Relator, Iradir Pietroski e Ivar Pavan, membros titul ares da Subcomissão da Suinocultura. A mesa dos trabalhos foi composta, além dos Deputados, pelos Senhores Elói Zanella, Prefeito Municipal de Erechim, João Picoli, Presidente do Sindicato Rural de Erechim e representante da FARSUL, Gilberto Moacir da Silv a, Presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - ACSURS, Rogério Kerber, Diretor -Executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos - SIPS, José Adão Braun, Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos - ABCS, L uis Piasson, Presidente da COTREL, Roberto Kiehl, representando o Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento e Nilton Picolli, Secretário Municipal da Agricultura de Erechim. Estavam presentes cerca de 300 pessoas, entre prefeitos, vereadores e lid eranças locais. Na ocasião, apresentaram suas sugestões e propostas para por fim às desigualdades econômicas na cadeia dos suínos.

Entre as principais reivindicações, os presentes postularam o

tabelamento do preço do quilo vivo do suíno, o aumento da ofer ta do milho no balcão e a concessão de linhas de crédito para viabilizar a estocagem da carne suína. Segundo o Presidente da ABCS, José Adão Braun, enquanto o custo de produção do quilo vivo chega a R$ 1,30, o criador vende a R$ 1,10. Isso ocorre, conforme Braun, porque praticamente todos os insumos, como o milho, o farelo de soja e os chamados premix (vitaminas e proteínas importadas) têm o preço atrelado ao dólar. Ainda, o Sr. Gilberto Moacir da Silva apresentou as seguintes reivindicações: liberação de financiamento para o setor, prorrogação de prazos, liberação de verbas e regularização do Programa Pró -Produtividade.

A íntegra dessa reunião consta das transcrições taquigráficas.

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2.2 - Em 17-09-2002: AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA NO PLENARINHO D A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA:

Sob a presidência do Deputado Vilson Covatti e com a presença

dos Deputados Adolfo Brito, Elvino Bohn Gass, Paulo Azeredo e João Osório, bem como dos Senhores Roberto Kiehl, representando a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Aristides Inácio Vogt, Presidente do SIPS, Gilberto Moacir da Silva, Presidente da ACSURS, José Adão Braun, Presidente da ABCS, João Picoli, Presidente do Sindicato Rural de Erechim e representante da FARSUL, Paulo Nienow, representando a FETAG e Leodegar Jost, Superintendente da CONAB, que compuseram a mesa. Ainda estiveram presentes na reunião Prefeitos, Vereadores, representantes de entidades ligadas ao setor suinícola, produtores rurais e representantes de cooperativas.

Tal audiência teve como objetivo ouvir diretamente os que estão

sendo vítimas da crise da suinocultura e apontar caminhos para chegar às soluções do setor. Na ocasião, dentre os comentários enfatizados pelos integrantes da mesa, destacam-se: o fato de haver um excesso de produção de carne e o custo da produção estar quase totalmente dolarizado - como o milho e o farelo de soja, por exemplo - mas com a mão-de-obra não ocorrendo o mesmo; a necessidade de importação do milho, de disponibilizar os insumos para os produtore s, a urgência na implementação de uma campanha de divulgação mais efetiva da carne suína, principalmente nos supermercados e em outros componentes do setor varejista. Após, os produtores realizaram perguntas aos representantes de entidades que compuseram a mesa e em seguida aproveitaram para se manifestar. Dentre as necessidades elencadas pelos produtores, destacam -se as seguintes: resolver a problemática do alto custo do milho, obtendo um acompanhamento estadual e federal nessa questão, aumentando os finan ciamentos para o produtor, com juros menores e subsidiados, ou a liberação da sua importação, mantendo em vigência e também ampliando o Programa da CONAB de venda no balcão; disponibilizar, em nível federal, a venda dos suínos em outros Estados; acabar com a dificuldade de

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colocação dos produtos suínos nos supermercados; aumentar a demanda, através da melhoria do binômio “muita oferta de produto e pouca demanda” ; implementar medidas de divulgação para um maior consumo da carne suína e criação de linhas de c rédito.

A íntegra dessa reunião consta das transcrições taquigráficas. 2.3 - Em 23 -09-2002: REUNIÃO REALIZADA NA SALA

JOSÉ ANTÔNIO LUTZENBERGER - SALA DA COMISSÃO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E COOPERATIVISMO.

Compareceram, na ocasião, representantes d as entidades

envolvidas na cadeia produtiva, com exceção do Sr. João Carlos de Oliveira, Presidente da AGAS, fato que prejudicou parte da pauta da reunião.

Nesta reunião, enfatizou-se novamente que o preço pago no

Estado pelo quilo da carne suína não cobr e sequer as despesas dos produtores, discutiu-se sobre a possibilidade da venda do produto suíno no Paraná, sobre a dificuldade em colocar o produto nos supermercados, sobre a impossibilidade do produtor rural continuar arcando com as despesas do farelo de soja e do premix ; alertou -se acerca da necessidade de uma interferência das autoridades estaduais e federais na liberação de importação do milho argentino. E, por fim, foi entregue um relatório de 36 páginas elaborado pelo Sindicato das Indústrias de Prod utos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS), que aponta que as redes de supermercado têm vendido a carne suína e seus derivados com mark up – diferença entre o preço do produto comprado da indústria e o vendido ao consumidor - de até 138,9 %.

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O relatório, re alizado entre setembro de 1999 e julho de 2002, aponta, por exemplo, que a mortadela foi vendida por um valor 64,6% acima do cobrado pelas indústrias no período. O salsichão teve um acréscimo de 66,5%, o presunto gordo, 70,9% e o presunto magro foi comerci alizado com margens de lucro de 138,9%. Segundo Vogt, o objetivo do relatório é estimular a redução de lucros abusivos na cadeia produtiva e contribuir para o aumento da conscientização sobre a necessidade da adoção de campanhas de incentivo ao consumo da carne suína.

A reunião ainda previa reunir a indústria que faz a transformação e

os supermercados que fazem a distribuição até o consumidor, visando a normatizar um programa de aumento da comercialização da carne. Entretanto, não foi possível devido à aus ência do Presidente da AGAS, Sr. João Carlos de Oliveira.

A íntegra dessa reunião consta das transcrições taquigráficas. 2.4 - Em 30-10-2002: AUDIÊNCIA PÚBLICA

REALIZADA NO PLENARINHO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA:

Sob a presidência do Deputado Vilson Covatti e com a presença

dos Deputados Frederico Antunes, Giovani Cherini, Francisco Appio, Dionilso Marcon, Elvino Bohn Gass, Érico Ribeiro, Adroaldo Loureiro e Pompeo de Mattos, bem como dos Senhores Roberto Kiehl, representando a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Aristides Inácio Vogt, Presidente do SIPS, Gilberto Moacir da Silva, Presidente da ACSURS, José Adão Braun, Presidente da ABCS, João Picoli, Presidente do Sindicato Rural de Erechim, Elisiário Toledo, representando a FETA G, Leodegar Jost, Superintendente da CONAB, Otávio Weiland, Vice -Presidente da AGAS e Derci Alcântara,

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Superintendente do Banco do Brasil, que compuseram a Mesa. Ainda estiveram presentes na audiência, Prefeitos, Vereadores, representantes de entidades lig adas ao setor suinícola, produtores rurais, representantes de cooperativas, imprensa e público em geral.

Tal audiência teve como objetivo ouvir todos os envolvidos na

cadeia suínicola e os que estão sendo atingidos pela crise da suinocultura e teve como p auta a análise de medidas emergenciais da cadeia produtiva da suinocultura, com vistas à elaboração de políticas públicas. Após os agradecimentos, o Deputado Relator falou da iminente necessidade de instalação de uma CPI, assim como o Deputado Giovani Cher ini. O Deputado Elvino Bohn Gass enfatizou os aspectos que considerava importantes a serem abordados pela Subcomissão, que foram retenção de matrizes, o milho, as margens de lucro, os corredores e a liberação externa da zona livre de febre aftosa, com vaci nação. O Sr. Presidente Frederico Antunes sugeriu uma audiência com a presença das autoridades responsáveis por assuntos de interesse do setor e disse temer, naquele momento, instalar uma CPI, por enfatizar que essa, se instalada neste ano, teria de ser in terrompida em função do período de recesso. O Deputado Dionilso Marcon abordou a problemática do milho, justificou a ausência do Deputado Ivar Pavan e se mostrou a favor da CPI. O Deputado Érico Ribeiro igualmente falou sobre a problemática e ratificou a sugestão do Deputado Frederico Antunes acerca da necessidade de uma audiência com a presença de autoridades ligadas ao setor suinícola. Em seguida, os representantes de entidades que compuseram a mesa, falaram sobre os problemas da suinocultura e disseram e star esperando resultados da Subcomissão. O Sr. Derci Alcântara fez uma síntese da situação dos financiamentos do Banco do Brasil, falou do número de contratos existentes, frisou que esse número aumentou, que os recursos existem, mas alegou que esses não irão resolver o problema econômico do produtor.

Após, os produtores questionaram as informações passadas pelo

Sr. Derci, enfatizando que esses financiamentos não chegam até eles. O Sr. Derci, então, afirmou que deve estar ocorrendo uma demora em função da demanda ser extremamente grande. Ainda, afirmou não ter recebido qualquer comunicação sobre essas dificuldades. E, sugeriu aos produtores reclamantes que voltassem às suas agências que passariam novas orientações. Vários produtores elencaram as suas neces sidades, justificando a não resolução de algumas delas. O Sr. Derci Alcântara alegou não depender do Banco do Brasil, pois tratam -se de decisões do Governo Federal e que esse banco apenas é um agente das políticas do Governo. O Sr. Roberto Kiehl falou sobr e a posição do Banrisul em relação à retenção de matrizes, limite de crédito e valores. Após, o Sr. Gilberto da Silva alegou que os produtores necessitam de créditos de até R$ 60.000,00 sem hipoteca.

Na seqüência, o Sr. Relator passou a palavra ao Sr. Leo degar

Jost, que fez um apanhado acerca da situação do milho no Brasil e enfatizou que o

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que deve ser levado em conta é a dificuldade de importação e alegou que a deficiência de abastecimento não ocorre só aqui no Rio Grande do Sul, mas que a CONAB mantém o compromisso de abastecimento de 15 mil toneladas, e, ainda afirma que, em relação ao preço, a dificuldade de segurá -lo é em função do estoque e que o setor público não pode vender por outro preço que não esteja dentro da legislação. Mediante essas declar ações, o Sr. Presidente Frederico Antunes disse da necessidade de, com uma demonstração e comprovação dos dados que demonstram as dificuldades do setor, solicitar que o Governo do Estado decrete estado de emergência - sugestão que foi acatada pelos demais Deputados e por todos os envolvidos do setor.

Para finalizar as manifestações, o Sr. Relator indagou os

representantes do SIPS, Srs. Aristides Vogt e Rogério Kerber, que se posicionaram em relação ao preço final da carne suína e passaram à Subcomissão um estudo contratado por eles, confeccionado por professores da UFRGS, onde se vislumbra um conjunto de grandes informações dos últimos 10 anos da atividade, dos preços praticados em supermercados, custos de produção, dos abates com inspeção federal e conclus ões.

Em seguida, foram feitos breves comentários acerca do trabalho,

apontados alguns dados citados nesse e apresentadas algumas sugestões que se consideram indispensáveis para minimizar os crescentes impactos negativos a curto prazo, que são: a liberação do milho da CONAB e a liberação da importação de milho, com equalização de preços. Ainda, foi informado que o Sindicato enviou uma correspondência ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento solicitando a abertura de mais dois corredores sanitá rios, para a qual ainda não se obteve resposta. Também, os representantes do SIPS defendem que haja uma política que incentive a produção de milho no Estado, resultando, com isso, um incremento de arrecadação de ICMS para esse. Por fim, o Sr. Rogério Kerbe r, explica, de forma sucinta, as conclusões do trabalho, que são: demonstra -se que a carne suína, em cada R$ 10,00 faturados pelo setor, aproximadamente R$ 5,20 chegam à indústria, que, desses, alegam ter de distribuir entre os elos que compõem a cadeia, r emunerando a matéria -prima, a mão-de-obra, os encargos sociais, os tributos incidentes sobre a cadeia e o custeio das despesas e a margem de resultado que deveria ter o setor agroindustrial. E, em relação aos embutidos, alegou que a situação é um pouco dif erente: de cada R$ 10,00 de faturamento de venda, chegam à agroindústria R$ 4,80 e desses, de igual forma, devem remunerar a matéria -prima, mão-de-obra, encargos sociais, resultado da empresa, custeio até a indústria, enfatizando e buscando o Governo como sócio compulsório, pois são os produtores que devem pagar os impostos, mesmo sem ter resultados.

E, no encerramento, foi ouvido o Sr. Otávio Weiland que

contestou os números do estudo feito pelo SIPS, solicitando uma cópia e afirmando que, sobre o preço f inal pago pelo consumidor, os supermercadistas

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ainda têm de pagar os impostos federal e estadual, existe a quebra de cortes internos, o custo para estocagem e transporte. Afirmou que, baseado nesse estudo, poderão avaliar com quem está ficando a maior dife rença e alegou que, com certeza, não é com os supermercados, enfatizando que a renda final do setor supermercadista gera de 0,5% até 3% do setor.

Durante a exposição de cada representante das entidades, os

produtores se manifestaram e expuseram as suas po sições e dificuldades. Algumas necessidades e queixas foram apontadas e, dentre essas, destacamos algumas que já haviam sido expostas em audiência anterior, que são as seguintes: resolver a problemática do alto custo do milho, obtendo um acompanhamento est adual e federal nessa questão, aumentando os financiamentos ou a liberação da sua importação, mantendo também e ampliando o Programa da CONAB, de venda a balcão, disponibilizando em nível federal a venda dos suínos em outros estados, comentaram, ainda, ter em sido penalizados pela péssima qualidade do milho. Outros, acusam as integradoras, alegando que as empresas ficam com todo o controle da oferta dos produtos, dos insumos e ainda com todos os critérios de como fazer a remuneração e disseram que as empresa s ficam com todas as garantias e os produtores com todos os riscos. E, mais, acusaram a indústria de ser a grande responsável pelo crescimento da suinocultura e que, na ânsia de querer abocanhar outras empresas e conquistar mais mercado, cresceu sem ter mi lho para produzir porcos.

Por fim, o Sr. Presidente Frederico Antunes, após sugestão dos

produtores, confirmou que o Dr. Célio Porto, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estará, na próxima semana, em audiência nesta Assembléia Legislat iva e que, antes disso, poderá ser marcada uma reunião para tratar de assuntos pertinentes, bem como para que a AGAS apresente o seu contraponto ao estudo entregue pelo SIPS. Ainda, teceu alguns comentários acerca da problemática e passou a palavra ao Depu tado Relator, que finalizou a reunião agradecendo a participação de todos, fazendo um convite para o dia 4/11 para uma reunião com o objetivo de esclarecer a questão do milho, financiamentos e corredores, e disse que o relatório desta Subcomissão deve apo ntar diagnósticos e caminhos para a solução.

A íntegra dessa audiência consta das transcrições taquigráficas.

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2.5 - Em 04-11-2002: REUNIÃO ORDINÁRIA DA

SUBCOMISSÃO DA SUINOCULTURA, REALIZADA NA SALA JOSÉ ANTÔNIO LUTZENBERGER - SALA DA COMISSÃO D A AGRICULTURA, PECUÁRIA E COOPERATIVISMO.

Sob a presidência do Deputado Frederico Antunes e com a

presença do Deputado Vilson Covatti, Relator, e dos Senhores Roberto Kiehl, representando a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Rogério Kerber, representando o SIPS, Gilberto Moacir da Silva, Presidente da ACSURS, José Adão Braun, Presidente da ABCS, João Picoli, Presidente do Sindicato Rural de Erechim, Leodegar Jost, Superintendente da CONAB, Diógenes Detânico, Gerente de Mercado do Banco do Brasil, representando a Superintendência do Rio Grande do Sul, Amilcar Teixeira Borges Moreira, representando a FARSUL, Antônio Longo e Daniel Gil, respectivamente Vice -presidente e Assessor da Presidência da AGAS e Antônio Ângelo Pacheco do Amaral, repre sentante da Delegacia Federal da Agricultura, que compuseram a mesa. Ainda estiveram presentes na reunião a Assessoria Jurídica da AGAS e consultor do Sonae, Sr. Luis Felipe Becker, Imprensa e público em geral.

Tal reunião teve como objetivo discutir a si tuação dos corredores

sanitários, a comercialização do milho, os créditos emergenciais e apontar caminhos para chegar às soluções para o setor suinícola. A reunião teve início com o Sr. Presidente, Deputado Frederico Antunes sugerindo ao Deputado Relator V ilson Covatti alguns encaminhamentos, tais como: tentar, em parceria com os elos da cadeia produtiva, descobrir quem está auferindo maiores lucros, bem como discutir mais profundamente a necessidade da realização de estratégias de marketing para impulsionar a venda dos produtos suínos, com a adesão de todos os envolvidos, com o possível envolvimento da Assembléia Legislativa. O Sr. Relator acatou as sugestões e ainda enfatizou que esta seria uma reunião para fazermos o tema de casa , uma preparação para a pr óxima Audiência Pública, que será realizada no dia 07/11.

Na ocasião, dentre os comentários enfatizados pelos integrantes

da mesa e pelos Senhores Deputados, destacam -se a necessidade de liberação de certas exigências na questão dos corredores sanitários , de se buscar mecanismos para serem transpostas as barreiras sanitárias de Santa Catarina e poder vender o suíno vivo no Paraná e em São Paulo. Foi novamente abordada a problemática do milho, seu preço, comercialização e importação. Novamente foi enfatiza da a necessidade de se rever a legislação para a liberação da comercialização e industrialização de produtos geneticamente modificados, bem como da importância em aumentar, de alguma forma, o limite de crédito por produtor junto às instituições financeiras , que hoje é de R$ 20.000,00 sem garantias (ou com a utilização das próprias matrizes como aval) e R$ 60.000,00 com garantias, ou, ainda, que não sejam estipulados limites de crédito. Foi informado, após ampla discussão acerca dos corredores

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sanitários, qu e recém havia sido aberta a entrada de corredores por Palmitos, por Chapecó e por Capão Alto.

Em seguida, foi ouvido o Vice -Presidente da AGAS, Sr. Antônio

Cesa Longo, que fez uma exposição acerca da posição dos supermercados em relação à comercialização da carne suína, tendo o mesmo proposto uma parceria, sendo um elo entre os Sindicatos dos Criadores e os Frigoríficos, a fim de divulgar aos supermercadistas como funciona a cadeia produtiva, como se dá a industrialização dos produtos suínos, para que ess es tenham mais conhecimento sobre a carne. Ainda, contestou o relatório apresentado pelo SIPS, que aponta os supermercados como sendo os grandes vilões da cadeia produtiva, assim como as margens de lucro por eles apresentadas; e culmina, afirmando que a so lução para um setor não é jogar uma ponta contra a outra , ao contrário, afirmou que os envolvidos devem se unir para melhorar a prospecção da cadeia produtiva por meio de sugestões, constatando que o grande problema da suinocultura são os insumos. Neste ínterim, colocou -se à disposição para ações que visem a incentivar o aumento do consumo dos produtos suínos e, por fim, entregou ao Presidente Frederico Antunes um documento contestando os dados apresentados pelo SIPS. Após, devido à polêmica gerada, o Sr. R ogério Kerber sugeriu que se busquem profissionais técnicos para fazer o confronto dos dados, visando a dirimir as dúvidas sobre o exposto pelas duas partes, e, que não cabe aos presentes contestar as informações, colocando a indústria à disposição para di rimir as dúvidas existentes.

Em vista do recém exposto, o Sr. Presidente sugeriu que a

Subcomissão, com o aval de todos os envolvidos, encaminhasse à alguma Universidade ou órgão técnico, todo o material exposto, para que se faça uma análise ampla dos núm eros apresentados, com o resultado servindo de conclusão para a Subcomissão da Suinocultura. Com isso, o Sr. Relator, informou que se não forem concluídos os estudos a tempo, que não haverá outra alternativa senão a de apontar medidas. O Sr. Presidente ain da sugeriu que, em relação às liberações de crédito, fossem solicitados extratos do Banco do Brasil e do Banrisul, relativos às operações dessa espécie feitas na semana anterior, bem como que seja convidado o Dr. Célio Porto, Secretário de Política Agrícol a do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para dissecar as questões pertinentes à liberação de crédito e outras do interesse dos produtores; sugeriu, ainda, que fosse confeccionada uma Carta de Intenções e assinada na próxima audiência públi ca a ser realizada, documento esse que seria assinado por todas as partes, comprometendo -se a fazerem um programa de marketing, a partir de determinado mês, baseado nesses números apresentados no relatório entregue. Ainda, o Sr. Relator solicitou que os envolvidos na cadeia produtiva apresentassem sugestões para auxiliar no Relatório, bem como aduziu que o referido trabalho será feito com isenção e clareza. Foram realizados os devidos agradecimentos por parte dos Deputados e dos representantes das entidades e o Sr. Relator encerrou a reunião, enfatizando a necessidade de apresentação de sugestões e de fatos novos. A íntegra da reunião consta das transcrições taquigráficas.

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2.6 - Em 07/11/2002: AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA

NO PLENARINHO DA ASSEMBLÉIA LEGISLAT IVA.

Tal audiência teve como objetivo ouvir todas as partes da cadeia

suinícola e as autoridades diretamente envolvidas com a estipulação de políticas públicas para esta cadeia, tanto em âmbito estadual como federal, para esclarecimentos e divulgação d e medidas que devem ser adotadas ou que estão em fase de adoção pelo Poder Público e o sistema financeiro, colaborando para com a melhoria da situação da cadeia suinícola.

Estiveram presentes os Deputados Frederico Antunes, que

presidiu a reunião, Vilson Covatti, Relator da Subcomissão de Suinocultura, Alexandre Postal, Elvino Bohn Gass, Dionilso Marcon, Érico Ribeiro e Adroaldo Loureiro. Ainda faziam parte da mesa de Trabalhos o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas tecimento da Agricultura e Abastecimento, Dr. Célio Porto; o Secretário da Agricultura e Abastecimento, Sr. José Hermetto Hoffmann; o Presidente do SIPS, Dr. Aristides Inácio Vogt e seu assessor, o Sr. Rogério Kerber; o representante da AGAS, Sr. Daniel Gi l; o Presidente da ACSURS, Sr. Gilberto Moacir da Silva; o Presidente da ABCS, Sr. José Adão Braun; o Gerente de Mercado de Agronegócios do Banco do Brasil, Dr. José Kohann Sobrinho; o Presidente da Comissão da Suinocultura da FARSUL e Presidente do Sindicato Rural de Erechim, Sr. João Picoli; o Superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB – no Rio Grande do Sul, Sr. Leodegar Jost; o representante da FAMURS, Sr. Iberê Mesquita Orsi, os Prefeitos Alcides Vicini, de Santa Rosa, representando também a Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa, e Elói Zanella, de Erechim, ambos ex -parlamentares desta Casa; o representante da Delegacia Federal da Agricultura, Dr. Antônio Ângelo Amaral. Compareceram, igualmente, produtores de suínos, represe ntantes de

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entidades ligadas ao setor, cooperativas, assessorias e imprensa. Após os agradecimentos e sugestões por parte do Sr. Presidente,

Deputado Frederico Antunes e do Sr. Relator, Deputado Vilson Covatti, foi concedida a palavra ao Sr. Célio Porto, que apresentou um panorama da situação do milho, lembrando que o consumo é maior do que a produção, bem como explanando sobre a necessidade de importação do produto, mas referindo que a nossa legislação não permite a importação de milho transgênico. Disse ainda que o desabastecimento previsto para o mês de fevereiro de 2003 poderá ser evitado somente com a importação do produto. Citou que o Governo Federal está realizando ações que facilitam as importações. Informou que seria encaminhado à Câmara de Comércio Exterior um pedido de suspensão temporária da taxa de importação de milho, zerando a alíquota que atualmente é de 8,5%. Por fim, informou que encaminharia à área jurídica um pedido de análise da possibilidade de redirecionar para o mercado interno o prod uto que seria objeto de exportação.

Por considerarmos de suma importância o painel exposto pelo

representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresentamos, a seguir, a transcrição da sua palestra:

Nos anos de 2001 e 2002, tivemos um estoque inicial de 4 milhões e 200 mil

toneladas, e estaríamos encerrando o ano com um estoque final de 1 milhão, 879 mil toneladas. Se vocês olharem a última coluna, vão observar que este seria o menor estoque desse conjunto de anos, o que explica a si tuação dos preços hoje.

Em relação aos anos anteriores, podemos observar que houve uma redução

muito grande na produção, isto é, de 42 caiu para 35 milhões de toneladas, o que significa um decréscimo de 7 milhões de toneladas de um ano para outro. Esse fo i o movimento mais drástico que ocorreu, e que, seguramente, ocorreu devido aos baixos preços praticados no mercado interno do milho em 2001.

No ano passado, graças à grande produção, o Brasil tornou -se, de uma hora

para outra, no terceiro maior exportad or mundial de milho. E temos de destacar que o milho brasileiro é de boa qualidade, foi muito bem aceito no mercado internacional e conquistou mercados promissores. A exportação traz vantagens para o Brasil, porque o produtor passar a ter a possibilidade d e fazer negócios futuros, de vender a safra antes mesmo do plantio, inclusive visualizando um preço futuro – o que até então era mérito do produtor de soja.

Este ano as exportações caíram, mas ainda ocorreram em níveis bastante

elevados, porque os preços, durante muito tempo, estiveram abaixo da paridade de exportação. Agora, com o atraso das chuvas, este produto vai -nos fazer falta.

Relativamente às importações, podemos observar que o Brasil já foi grande

importador de milho em outros momentos da históri a. Em 1997/1998 importamos 1 milhão, 765

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mil toneladas, e, em 1999/2000, importamos 1 milhão 759 mil toneladas. Os grandes fornecedores de milho, Estados Unidos e Argentina, têm milho transgênico, mas a comercialização desses produtos geneticamente modific ados está suspensa no Brasil, devido a uma decisão judicial que está tramitando no Tribunal Regional Federal. Essa foi uma ação promovida pelo Instituto do Consumidor e o Greenpeace.

A Argentina e os Estados Unidos produzem milho não transgênico, mas a

segregação do produto, desde a produção até o seu destino, custa muito caro, cerca de 10 dólares a mais por tonelada do que o preço normal.

Repetir o cenário das grandes importações, basicamente da Argentina, não

seria tão fácil como foi no passado. Atualm ente, é muito difícil conseguir milho segregado da Argentina – para termos a certeza de que não é transgênico – porque esse País, a exemplo do Brasil, está na entresafra, e já é mais difícil segregar o produto. Talvez seja mais fácil conseguir milho segreg ado dos Estados Unidos, porque eles acabaram de colher a sua safra.

O grande fornecedor que não produz milho transgênico e que poderia exportá -

lo para o Brasil é a China, mas só o transporte desse produto demoraria cerca de 45 dias. Em termos de consumo, estamos trabalhando aqui com 36 milhões de

toneladas, um número até ligeiramente inferior ao do ano anterior, embora o crescimento acumulado na produção de suínos de janeiro a setembro, contra igual período do ano passado, esteja 11% acima desse valor, e na avicultura 14% acima desse valor. No final do ano haverá um incremento no consumo de aves e suínos, mas estima -se que o uso do milho para outros fins esteja diminuindo devido ao preço elevado.

Aqui temos os gráficos de preço do milho. Tomamos a Praça d e Cascavel, no

Paraná, e verificamos que a linha vermelha representa o ano de 1999, quando os preços estiveram bastante estáveis até agosto, depois subiram um pouco. A linha amarela representa o ano de 2000, época em que houve uma queda de preços a partir de agosto. Tínhamos uma expectativa de que isso também ocorresse com o milho este ano, no mercado interno. Infelizmente, não se deu esta queda. Depois vamos para a linha azul que representa o ano de 2001. O comportamento é parecido com o ano de 1999, mas s ó que acelerou um pouco antes. Este ano já iniciou com os preços elevados, e agora estão nos mais altos níveis de todo o período.

Na comercialização deste ano, quando os preços ainda não estavam muito

acelerados, e havia um temor do setor produtivo de mil ho de que os preços pudessem cair com a concentração da colheita, o Governo lançou contratos de opção para sinalizar preços para a entresafra. Desculpem, isto aqui aparece em um outro gráfico. Neste gráfico aqui, temos os preços que o Governo lançou de con tratos de opção este ano, antes do plantio, para estimular a safra do ano que vem. Quando lançamos estes contratos, estipulamos um preço de 15 reais para maio de 2003, isto agora em julho deste ano.

Nessa mesma época, quando fizemos a reunião com a cadei a produtiva de

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milho, lembro que muitos representantes das áreas de suínos e aves diziam que 15 reais para maio era um valor muito temeroso. Diziam também que o Governo estaria sinalizando um preço muito elevado para o milho, porque, naquele momento, o pro duto estava na faixa de 13 ou 14 reais, e havia a expectativa de que fosse baixar na colheita de 2003. A realidade ultrapassou muito tudo o que prevíamos – a cadeia produtiva. Este erro de expectativa não é do Governo e nem do setor privado, é de todos, inclusive de importadores, exportadores, suinocultores, produtores de milho e etc.

Os Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul consomem pouco e

são exportadores líquidos de milho. Hoje estávamos conversando e chegamos a conclusão de que o preço do milho em Goiás está tão alto quanto o do Rio Grande do Sul, o que é uma coisa completamente atípica. Normalmente o preço do milho do Rio Grande do Sul é um dos mais altos, porque este é um Estado importador líquido. E o comportamento é muito parecido com aquele que mostrei no gráfico anterior.

Este quadro mostra as importações mês a mês, neste ano. Tivemos importações

durante todo o ano, mas não foram volumes significativos. Está havendo importações crescentes nos últimos meses, principalmente de produtos oriundos do Paraguai – País que também não têm milho transgênico –, mas em quantidades pequenas para a dimensão do problema hoje.

Este ano importamos 237 mil toneladas, contra 624 mil toneladas no ano

passado. No ano passado exportamos 5 milhões, 628 mi l toneladas de milho, e este ano houve um grande volume de exportações no início do ano – ainda de operações feitas no ano anterior, com um saldo remanescente da safra anterior, de milho que estava sendo colhido naquele momento. Depois, com a elevação dos preços internos, as exportações diminuíram. Nos meses de junho, julho e agosto baixaram muito, mas deram um salto nos dois últimos meses devido à explosão do câmbio e à elevação dos preços mundiais de todas as commodities.

Como vocês sabem, a seca nos Es tados Unidos fez com que a produção de

milho, soja, trigo e outros produtos diminuísse muito. Só a redução da produção de milho dos Estados Unidos foi de quase 30 milhões, praticamente o tamanho de toda a nossa produção.

Após, foi ouvido o Secretário da Agricultura e Abastecimento,

José Hermetto Hoffmann, que fez comentários acerca do que está sendo feito pela Secretaria em nível Estadual, questionou alguns dados apresentados pela CONAB e se disse parceiro da idéia de importar o milho imediatamente. Após destacar o que está sendo feito no Estado em prol do setor, admitiu que as ações ainda são insuficientes. Ainda, enfatizou que há a possibilidade de aumentar a produção de milho, primeiro aumentando a produtividade de quem produz historicamente e levando o milho para a Metade Sul do Estado, aduzindo que existem imensas áreas nessa região que podem ser incorporadas no processo seletivo e produtivo. O Sr. Aristides Vogt, rebatendo o já exposto pela autoridade estadual, afirmou que não se pode adaptar a produç ão ou começar a reduzir os plantéis em função da falta de milho, mas, sim, estimular o consumo do produto. O Sr. Gilberto da Silva rebate o Sr. Célio Porto dizendo que o preço é o ponto crucial da verdadeira problemática do

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milho, e que se precisa de milho o quanto antes, bem como de uma medida drástica para resolver o problema. Em seguida, o Dr. Célio Porto foi submetido a uma série de perguntas por parte dos Srs. João Picoli, Roberto Kiehl, Gilberto da Silva e José Adão Braun e pelos Deputados Frederico A ntunes e Vilson Covatti, tendo suas respostas a seguir transcritas:

O Dr. Aristides Inácio Vogt colocou que o Rio Grande do Sul somente recebe

5% dos estoques do Governo. Efetivamente, houve uma prioridade para o Nordeste, porque tem sido historicamente a bastecido pelo Governo por não produzir milho. É consumidor e não produz. Então, ficaria muito difícil, numa crise dessa, dizer: Bom, agora vocês se virem, nós vamos atender o Sul. Na prática, o que fizemos mais ou menos foi ratear os estoques segundo o pa drão de venda histórico. Ratear de acordo com aquilo que já vinha ocorrendo foi a forma mais justa, vamos dizer assim,. Anteontem, na reunião em Brasília, estava o representante do Mato Grosso do Sul dizendo que não quer que tirem mais milho de lá. Mas nós vamos tirar. Não tem como não tirar. Senão, como é que fica o consumidor de milho de venda em balcão aqui no Rio Grande do Sul e Santa Catarina? Nunca vendemos milho em grande escala para o Mato Grosso do Sul, por que agora tem que ficar estoque lá? A for ma que estamos adotando é essa. Vamos manter um padrão de comportamento que é o da média dos últimos anos, porque se começarmos a fazer mexidas agora, perderemos o controle, não terá como justificar e a pressão política é que prevalecerá e o abastecimento virará um caos maior do que já está.

Essa questão do Nordeste trabalhar com frango para o mercado interno e,

portanto, não ter problema de consumir milho transgênico, diferente de quem exporta, foi colocada em todas as reuniões. O que os representantes do Nordeste alegam é que eles não têm capital giro e nem estrutura para fazer grandes volumes de operações. Eles já fizeram uma importação de milho transgênico há dois anos, tiveram problemas muito sérios com a Justiça para desembarcá -lo e, por conta disso, não estão dispostos a correr esse risco. Então, não equacionamos essa questão ainda.

O Deputado Vilson Covatti colocou a questão de usar o dinheiro do café para

comprar milho no mercado interno e evitar as exportações. Faremos uma reunião, provavelmente na semana que vem, com as empresas exportadores de milho para verificar se existe algum mecanismo para fazer uma compra no mercado interno condicionada a anulação de igual montante de guias de exportação. Mas se o mercado se situar com preços abaixo da par idade de exportação, isso não terá efeito nenhum. Uma operação será anulada e surgirá outra. O único jeito de evitar que vire e saia para exportação é o preço interno ficar acima da paridade de exportação; do contrário, essa operação irá anular uma exporta ção e pode surgir outra se o mercado continuar mais remunerador na exportação do que no mercado interno.

O Sr. Gilberto Moacir da Silva colocou a mesma questão de o Governo

comprar milho destinado à exportação e questionou o preço de venda da Conab. O que acontece é o seguinte. Existe uma portaria interministerial de 1995, se não me engano, que regula as vendas de balcão e estabelece os critérios para a venda dos estoques públicos. Esse preço é baseado ou nos leilões – e hoje não temos leilões para venda n o atacado – ou no preço de mercado. Se o preço de mercado sobe, automaticamente sobe o preço de venda dos estoques do Governo. Fazer diferente disso é nos

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sujeitarmos a que o Tribunal de Contas e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Público nos questione. Hoje, existem ex -funcionários da Conab de dez anos atrás sendo acionados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Público por causa de uma venda em Tocantins que desrespeitou essa portaria. Dez anos, exagerei, mas uns sete anos atrás. Quem está no poder hoje tomando essas decisões não pode correr o risco de, daqui a cinco anos, estar respondendo processo porque vendeu diferente de uma regra estabelecida em uma portaria interministerial.

O Deputado Frederico Antunes falou da expectativa de obter o status

sanitário do Rio Grande do Sul na próxima reunião da Organização Internacional de Epizootias. Esse assunto não é da minha Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, mas, pelo que estou acompanhando, a expectativa do Governo é de que se consiga uma solução favorável. Não tenho notícia mais recente para lhes trazer. Não sei se o pessoal da Delegacia aqui do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pode dar -lhes notícia melhor do que a minha.

O Sr. José Adão Braun falou sobre a decisão que foi tomada na reunião de

terça-feira, em Brasília. Na verdade, a decisão, tal como ele colocou, foi a proposta do setor privado para o Governo. Eu disse, na reunião, que não podia assumir compromisso pelo Governo, porqu e tinha que olhar a disponibilidade de recursos, a viabilidade orçamentária e o amparo legal para a operação. O que o setor privado colocou – que é a questão já levantada pelo Sr. Roberto Kiehl – é que há realmente uma janela de desabastecimento em feverei ro. Não há dúvida nenhuma. E essa janela só não existiria se houvesse uma drástica redução de consumo, o que nenhum de nós queremos, ou se conseguirmos trazer milho importado. Reverter exportações, a essa altura, amenizaria o problema, mas não resolveria, porque há 300 mil toneladas contratadas para exportar. O que se fala é de um desabastecimento da ordem de 1 milhão de toneladas para fevereiro do ano que vem. Além de reverter essas exportações, teríamos que importar de qualquer jeito.

A proposta que foi apresentada pelo setor privado na reunião é de o Governo

importar e vender para o setor privado. O Governo importaria a preço de mercado e venderia, na expectativa deles, um pouco mais barato. A operação física do Governo de fazer operações de compra no p assado sempre foi muito complicada. O Governo não é uma trading, não é especialista em importar e exportar. Sabemos, razoavelmente, gerir estoques nacionais, mas importar produtos é muito complicado. Na hora que o Governo decidir importar, vai ter que deci dir onde colocar esse produto. Todas as regiões irão querer que o milho chegue na sua porta de preferência e administrar isso será muito complicado. Uma idéia que discutimos – e aí estou respondendo ao Sr. Adão – foi imediatamente, ao término da reunião, f azer um despacho com o Ministro. Colocamos a situação para ele, que nos pediu para aprofundar o assunto, e, no dia seguinte – que foi ontem – às 10h30min, tivemos uma outra reunião com ele levando um conjunto de alternativas e apresentando a dimensão do problema em termos financeiros. Precisaríamos algo em torno de 100 milhões de reais somente para subsidiar a operação, que custaria bem mais, mas recuperaríamos parte da venda, parte do que gastamos. Mas achamos que o mais simples seria o Governo fazer um le ilão de um bônus, porque não precisaria mexer fisicamente em estoques, o importante é que se chegue a 1 milhão de toneladas no Brasil. Estaria dando um bônus para quem se dispusesse a importar milho, até o limite de l milhão de toneladas. Faríamos vários l eilões. Por exemplo: dez leilões de 100 mil

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toneladas, ou 20 leilões de 50 mil toneladas, e aquela empresa que se dispusesse a trazer milho do exterior para o Brasil exigindo o menor bônus seria a vencedora. A vantagem é que, nesse caso, a Conab não precisaria colocar a mão fisicamente no estoque. Seria quase que uma operação de PEP, que é o pagamento do bônus para o setor privado operar. Algumas empresas consumidoras poderiam importar, as tradings poderiam importar e vender para os demais consumidores e te ríamos condições de direcionar melhor o estoque do Governo para atender aos pequenos produtores. Nesse caso, precisaríamos mexer no Orçamento que está tramitando no Congresso, porque existe recurso lá para o café, para o próprio milho, como falei, mas é pa ra o Prêmio de Escoamento de Produção – PEP –, não é para o bônus. Nunca usamos essa operação. Seria uma operação nova e não está prevista no Orçamento. Teríamos que mudar o Orçamento. O pessoal da área orçamentária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ficou de estudar se é possível que algum parlamentar – e havia dois parlamentares presentes, inclusive um do Rio Grande do Sul que é o Deputado João Augusto Nardes, na reunião em Brasília – se dispusesse a apresentar essas emendas num projet o que está tramitando no Congresso. Mas a dúvida é se, pela Constituição, um deputado poderia criar uma conta nova. A área orçamentária ficou de nos dar essa resposta. Porque, nesse caso, não basta deslocar o dinheiro de uma conta para outra. Tem que se cr iar uma conta nova e colocar o dinheiro lá, e não sei se é uma iniciativa exclusiva do Poder Executivo. Aí o prazo, que seria 31 de outubro, teria passado.

Estamos estudando essa alternativa, mas não temos ainda, Sr. Adão, uma

solução para o problema nem como faríamos isso operacionalmente e nem temos a decisão do Governo, que transcende a do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Agricultura porque envolve recursos. Teria que ser acordado com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste cimento da Fazenda. Não iniciamos ainda essa discussão com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Fazenda por não sabermos o mecanismo operacional já que a reunião foi ontem de manhã. À tarde, tivemos outra reunião na Conab – inclusive sa í da reunião para viajar para cá – que discutiu exatamente com os técnicos quais são todos os limitantes e todas as alternativas. Mas todas as perguntas não estavam com respostas prontas ainda naquele momento.

O Sr. João Picolli perguntou por que não subs tituir o milho nacional pelo

milho transgênico. Como eu disse, o milho transgênico de outra origem é uma questão privada. O milho brasileiro foi muito bem recebido no exterior pela sua qualidade e não pelo fato de ser transgênico ou não. É um milho muito b om, melhor do que os de outras origens e acho que o comprador não aceitaria essa substituição a não ser se fosse por um preço menor. Na verdade, para conquistar mercado, temos que vender mais barato que o fornecedor tradicional. O Secretário colocou a hipó tese de que estaríamos vendendo mais caro, com ágio, em relação a outros fornecedores. Não estamos. Talvez estejamos até com deságio, porque ninguém conquista mercado oferecendo preço mais alto do que o concorrente tradicional. Mas acho que uma vez fechado o negócio, o comprador não aceitaria substituição a não ser que houvesse um deságio de preço.

E quanto à sua posição de que a agricultura precisa se planejar, efetivamente

essa é a nossa posição também. Aliás, mostrei as ações do Governo antes do planti o da safra do ano passado, lançando contrato de opção para sensibilizar o produtor a plantar mais e fazendo campanha de produtividade. Quer dizer, fizemos muitas ações tentando estimular o produtor a

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plantar mais. Se há uma falta de planejamento, é de diál ogo, de entendimento dentro do setor privado, entre consumidores de milho, no caso agricultores e suinocultores, versus produtores de milho. Há uma mágoa muito grande dos produtores de milho em relação aos consumidores de milho, principalmente os setores d e agricultura e de suinocultura. Se os setores de agricultura e de suinocultura aumentaram a produção sem fazer uma parceria com os fornecedores de milho, quem deixou de planejar foi o setor privado. O Governo tentou sensibilizar o produtor de milho a plan tar mais, mas, infelizmente, a mágoa que tinha em relação à péssima comercialização que fez e o preço estimulante da soja foram mais fortes.

Inclusive, nas reuniões de junho e julho, estimulamos as indústrias a fazerem

contratos antecipados de compra de milho. Algumas fizeram e esperamos que isso ocorra em maior escala, porque é isso que faz o diferencial em relação à soja. O produtor consegue vender uma parcela substancial da produção de soja antes de plantar. No milho não se consegue isso.

Respondendo ao Deputado Vilson Covatti : Mostrei os números ali,

talvez não tenha dado a devida ênfase, mas quando o preço estava muito baixo, no ano passado, o Governo entrou com contrato de opção, entrou com PEP, entrou com compras via AGF, no caso do Centro-Oeste. Esse 1 milhão e 400 mil toneladas que tínhamos em estoque no início do ano eram decorrentes das aquisições que fizemos em 2001. Então, tentamos dentro dos nossos limites, que são os recursos disponíveis no orçamento, pois não podemos gastar mais do que tem os. No ano passado, todo nosso esforço foi direcionado para o milho, tentando sustentar o seu preço. Conforme mostrei, os preços dos suínos e das aves estavam muito bons no ano passado. O produtor foi malremunerado comparado com os suinocultores e agricult ores.

E há outros setores em que esse entendimento da cadeia produtiva é muito

melhor do que no milho. A soja é um exemplo, o trigo e o algodão agora também, com as indústrias fazendo operações antecipadas de compra. Creio que esse caminho é o que temos que procurar em relação ao milho, um entendimento melhor entre consumidores e produtores de milho e não esse ressentimento, como se fossem adversários, pois têm que ser parceiros. Nessas reuniões de cadeias produtivas, temos sempre colocado na mesa todos o s segmentos, exatamente para que um compreenda o problema do outro e tentem juntos arranjar soluções.

O novo Governo está até falando em criar câmaras setoriais, que é uma

experiência que o Governo já fez no passado, de ter foros para discutir a situação de cada produto. No passado alcançamos o nosso limite, e o nosso limite sempre é o orçamento. Além disso não tínhamos condições, e realmente a oferta de milho era muito grande, mas o preço do suíno e das aves, em 2001, foi o melhor dos 5 anos anteriores.

Sobre o preço referido, de ontem, a R$20,30, ou melhor, R$28,30, e sobre o

abate de matrizes que estaria ocorrendo em várias regiões, esses são aspectos que nos preocupam. Quando lançamos o financiamento para retenção de matrizes – e esse é um dos temas d a pauta – a preocupação era essa, que a recuperação seria muito lenta e muito demorada e eventualmente nem ocorreria de parte de vários produtores que, talvez, ao eliminarem suas matrizes, viessem a sair do mercado.

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Manifestou -se, após, o Sr. José Kohann Sobrinho, que destacou

as últimas providências tomadas pelo Banco do Brasil em relação à liberação de financiamentos. Foi submetido a algumas indagações, por parte dos produtores presentes, as quais foram tecnicamente respondidas. Em seguida, foi ouvido o Sr. Daniel Gil, que fez uma abordagem do setor supermercadista em relação à problemática dos suínos e encerrou sugerindo ações que viessem a atender à Carta de Intenções firmada, colocando -se, por fim, à disposição da indústria, dos produtores e da Subco missão para parceria na realização de campanhas de incremento do consumo da carne suína.

Por fim, o Relator Deputado Vilson Covatti, solicitou ao

representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ações para suprir a carência de milho, principal insumo da ração animal. Após ouvir os representantes de toda a cadeia, o Relator sugeriu levar ao Governador do Estado pedido de decretação de situação de emergência para o setor, assim como enviar ao Ministro Pratini de Moraes uma MOÇÃO DE APOIO . O Relator comunicou que foi feita uma Carta de Intenções, com o objetivo de incrementar as vendas através de campanhas de marketing . A Carta foi assinada durante a reunião pelos representantes das partes envolvidas. O representante do SIPS informou a lib eração, na última quarta-feira, de dois corredores sanitários para escoamento de produtos suínos em Santa Catarina, fato esse que irá diminuir os custos, pois as outras duas rotas que estavam em operação possuíam percurso maior e problemas na malha viária. Sobre a importação do milho, citou que os mercados naturais seriam os países do Mercosul, mas que estão com baixa disponibilidade de grãos. Após os agradecimentos, a reunião foi encerrada.

A íntegra da reunião consta das transcrições taquigráficas. 2.7 - Em 25/11/2002: REALIZADA NA SALA JOSÉ

ANTÔNIO LUTZENBERGER - SALA DA COMISSÃO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E COOPERATIVISMO.

Sob a presidência do Deputado Vilson Covatti e com a presença

dos Srs. Daniel Gil e Alfredo Marcolin Peringer, representando a AG AS, do Sr. Rogério Kerber, Diretor -Executivo do SIPS, acompanhado do Sr. Valmor Marchetti e da Sra. Fátima Behncker Jerônimo, ambos economistas que elaboraram o trabalho apresentado pelo SIPS e do Sr. Gilberto Moacir da Silva, Presidente da ACSURS.

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Tal audiência teve como objetivo confrontar os dados sobre os custos do setor suinícola apresentados pelo SIPS e pela AGAS. Após os cumprimentos aos colaboradores e assessoria, o Deputado Relator agradeceu os estudos elaborados e apresentados pelos dois elos da cadeia, informou que representantes de outras entidades envolvidas estão no Rio de Janeiro em reunião com a OIE, assim como o Presidente da Comissão da Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, Deputado Frederico Antunes. Na seqüência, o Sr. Gilberto Silva falou mais uma vez sobre a situação dos produtores e enfatizou que esses estão muito interessados na discussão, pois acreditam que não há como caminhar separados dos demais.

Após, o Deputado Vilson Covatti mencionou, com pesar, o

fechamento de dois condom ínios de suínos, um com 1.200 matrizes e outro com 600 matrizes e que uma notícia como essa requer a tomada de medidas urgentes. Em seguida, o Sr. Rogério Kerber comentou acerca do objetivo desta reunião, falou sobre a isenção e o motivo pelo qual o trabal ho foi encomendado à UFRGS e ainda enfatizou que os dados desse foram atualizados recentemente. O Deputado Vilson Covatti enfatizou que esta Subcomissão tem interesse em realizar um trabalho pioneiro no País e pediu licença para incluir o trabalho sobre o mark-up e outros no Relatório da Subcomissão.

O Professor Marchetti fez um breve comentário acerca dos

lucros dos supermercados na venda da carne e derivados da suinocultura têm margem semelhantes ou próximas às auferidas na venda dos produtos lácteos, destacando, porém, a importância que os supermercados têm na atualidade. Após, a Sra. Fátima referiu-se que as fontes de informações utilizadas para obter os índices apresentados são sérias, tais como, o IEP, que se baseia no índice de preços ao consumidor.

O Dr. Daniel Gil apresentou o Dr. Alfredo Peringer, que é Chefe

do Departamento Econômico da FEDERASUL, técnico da ABRAS e da AGAS, que destacou ser mais importante o consumo per capita , enfatizando que, quanto maior a oferta, mais os mercados venderão, d iscordando do trabalho do SIPS, por que, segundo ele, deixou muitas dúvidas.

Em seguida, o Sr. Rogério Kerber levantou dúvidas com relação

aos dados apresentados pela AGAS, fazendo questionamentos sobre a quebra de 2% ao dia, considerando que a carne já c hega embalada aos supermercados. O Dr. Marchetti enfatizou que concorda que haja custos internos aos supermercados, uma vez que realizou estudos para obter custos brutos, bem como realizou comparação dos preços do produtor ao consumidor. Após, o Dr. Alfred o destacou que, quanto ao mark-up , disse que não gostou do trabalho, uma vez que considera o problema não ser financeiro, mas sim mercadológico. Após, o Dr. Rogério Kerber apresentou o dado que aponta ser o setor supermercadista detentor de 45,8% sobre cad a R$

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10,00 movimentados na cadeia produtiva, restando aos outros dois elos - produtor e indústria - os 54,2% restantes. O Deputado Vilson Covatti afirmou que os dados encaminhados não convenciam e apontavam para a necessidade de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Por sua vez, o Dr. Alfredo disse estar preocupado com a visão do Deputado, uma vez que os supermercadistas, infelizmente, não esclarecem a população sobre os custos, enfatizando a competitividade no setor, que diminui em muito a m argem de lucros. O Sr. Gilberto, em seguida, fez um apelo aos supermercados, para que esses revejam as suas margens de lucro com a carne suína, a exemplo do que fazem com a carne de aves e de bovinos, que apresentam margens menores.

O Deputado Covatti dest acou ser importante saber qual a margem líquida, à medida em que ambos os estudos apresentam margem bruta, destacando que a tolerância da população está chegando a zero e o que se está buscando é justiça social mais próxima da justiça econômica e perguntou às partes se era possível auferir tal margem (líquida). O Dr. Marchetti enfatizou que o estudo demandaria tempo e possibilidade de acesso aos supermercados.

Por fim, o Sr. Rogério Kerber colocou -se à disposição para a

realização de uma possível reunião c om a AGAS para discutirem uma possível redução de margem e alcançarem um meio termo, atendendo aos suinocultores, proposta que foi acatada pelos representantes da AGAS. Após, o Sr. Relator Vilson Covatti combinou que seria, em seguida, marcada tal reunião e que essa poderia ser realizada nesta Casa na semana que vem e que essa visará à discussão da possibilidade de redução da margem dos supermercados. Encerrou realizando os agradecimentos e informando que o relatório será votado e apresentado no dia 30 do mês de novembro.

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3 - LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS VIVENCIADOS PELA SUINOCULTURA SOB A ÓTICA DE

CADA UM DOS ELOS DA CADEIA PRODUTIVA:

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3 - LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS VIVENCIADOS PELA SUINOCULTURA SOB A ÓTICA DE CAD A UM DOS ELOS DA CADEIA

PRODUTIVA:

Vencida a etapa de oitiva de todos os setores envolvidos na grave crise que assola a suinocultura gaúcha, bem como das ponderações trazidas pelos demais segmentos que estão, direta ou indiretamente, ligados ao setor, ju lgamos de bom alvitre registrar, neste trabalho, os problemas existentes na cadeia produtiva dos suínos, sob a ótica dos produtores, das indústrias e do mercado varejista/mercadista.

Atentemos para a relevância de tais informações, que, sob a nossa

visão, constituiram -se imprescindíveis e necessárias para a construção e formulação das conclusões adiante exaradas.

Digno de relato, ainda, é a circunstância fática de que cada elo

envolvido, além de apontar suas mazelas, forneceu subsídios que podem ser entendidos como sugestões para ações imediatas, visando a salvaguardar seus interesses de maneira equilibrada e racional.

3.1 - NA ÓTICA DOS PRODUTORES DE SUÍNOS: 3.1.1 - PRODUÇÃO: No quadro atual, verifica -se um desequilíbrio entre a produção de

suínos e a efetiva demanda do produto. Tal quadro contribui decisivamente para que os preços obtidos se mostrem ineficazes e não -satisfatórios para os produtores da carne suína.

OBJETIVO: Adoção, por todas os elos que compõem a cadeia

produtiva da suinocultura no Estado do Rio Grande do Sul, de uma política de controle de produção, capaz de manter o equilíbrio entre a oferta e a demanda, visando a garantir preços adequados para o suíno. Alternativamente, existe a possibilidade da implantação de um preço mínimo para a carne suína.

3.1.2 - MERCADO: Com relação ao mercado interno , verifica-se a existência de

enormes distorções na cadeia produtiva, ao passo que, enquanto o produtor recebe muito pouco, o mercado varejista trabalha com altas margens de lucro, agindo em

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detrimento do consumidor, que paga preços exorbitantes pelo produto final e seus derivados.

Com relação ao mercado externo , denota-se uma atuação omissa dos Governos Estadual e Federal, que não aplicam políticas públicas efetivas para sanear este setor tão carente. Não obstante, essa situação pode ser vislumbrada, também, pelos baixos níveis de exportação atualmente existentes.

OBJETIVO: Quanto ao mercado interno, deve ser

instrumentalizada a expansão e intensificação do trabalho de divulgação da carne suína, traçando estratégias para ações no marketing de consumo e comercialização dos produtos de origem suína.

Quanto ao mercado externo , deve-se exigir da Administração

Pública Estadual e Federal, uma consistente participação na resolução dos problemas da cadeia produtiva dos suínos, através da implantação de programas ambientais e de sanidade, fatores esses que muitas vezes tem barrado o ingresso da carne suína em outros países.

3.1.3 - PROGRAMA DE INCENTIVO À PRODUÇÃO

DE MILHO: Hoje existe um quadro de exporta ção do milho para diversos

países concorrentes no mercado internacional de carnes, sem a agregação de valores, geração de empregos e, principalmente, com comprometimento do abastecimento interno do País. No esteio dessas questões, surgem outros problemas, tais como: falta de estoques suficientes de milho por parte do Governo Federal, para garantir o abastecimento dos criadores, carência de um aumento das concessões de recursos por parte das instituições bancárias para financiar o custeio da produção dos suí nos em quantidade suficiente e tempo hábil, falta de armazenamento adequado dos grãos, e expansão das áreas de cultivo desta cultura de plantio.

OBJETIVO: Como metas constam a elevação da produtividade

média para 5.000 quilos/hectares, através de expansã o da área de plantio e da adoção e aprimoramento das tecnologias já existentes, parcerias entre os Governos e as agroindústrias, dando o suporte necessário para garantir a armazenagem do milho, incrementar os incentivos financeiros aos produtores, com valo res maiores e prazos menores para liberação das verbas, e manter os estoques de grãos em quantidades suficientes para garantir o abastecimento anual do setor suinícola.

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3.1.4 - MÃO-DE-OBRA: A legislação trabalhista em vigor dificulta a contratação de mão-

de-obra adequada para o setor rural, desmotivando o produtor a investir e implementar adequadamente a atividade.

OBJETIVO: Revisão da legislação trabalhista atual com relação

às atividades consideradas como trabalho rural, diminuindo -se as exigências impostas pela lei.

3.1.5 - MEIO AMBIENTE: Questiona-se a falta de incentivos financeiros, de orientações

técnicas e de políticas públicas diferenciadas para as regiões produtoras, que adaptem as propriedades rurais, tornando -as cumpridoras de todas as formalidades previstas pela legislação ambiental.

OBJETIVO: Buscar a participação efetiva do Poder Público

Municipal, Estadual e Federal na fiscalização e orientação aos produtores dos requisitos e exigências das leis ambientais. Pleitear a criação de linhas especiais de crédito, com prazos e encargos compatíveis, visando a adequar as propriedades às normas ambientais, que terão como finalidade trazer benefícios para a sociedade como um todo.

3.1.6 - CRÉDITO RURAL: A extensa burocracia existente na liberação de créditos aos

produtores de suínos tem causado transtornos imensos, que podem culminar com a completa falência desse setor.

OBJETIVO: As propostas passam pela fixação de

financiamentos a serem utilizados na produção e na comercialização do suíno, bem como pelo aporte de investimentos com juros e taxas prefixadas.

3.1.7 - SAÚDE ANIMAL: Os produtores de suínos têm sofrido com constantes doenças na

criação, que afetam a produtividade do setor, com reflexos diretos nas exportações.

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OBJETIVO: Trabalhar na continuidade, ampliação e melhoramento dos programas de controle e erradicação das principais doenças que atingem o rebanho suíno, personificados, em especial, na manutenção do Programa de Vigilância Sanitária e controle das fronteiras estad uais e internacionais, priorizando a saúde dos rebanhos e o conseqüente desenvolvimento do setor suinícola.

3.1.8 - TRIBUTAÇÃO NA AGROPECUÁRIA: Atualmente verifica -se uma injusta acumulação de impostos em

cascata, em especial daqueles pagos pelo suinocu ltor e incidentes sobre os custos da produção, que não revertem em créditos aos mesmos. Os altos tributos atualmente praticados contribuem em grande escala para que o produto final chegue ao consumidor com preços excessivamente elevados.

OBJETIVO: Pleite ar, junto aos órgãos competentes, a redução

da matriz tributária, com reflexos no aumento da demanda da carne suína e benefícios diretos ao produtor, que permanecerá na atividade, tornando -a auto-sustentável.

3.1.9 - PESQUISA E EXTENSÃO RURAL: No quadro atual, vislumbra -se a necessidade de serem levadas ao

produtor as mais modernas técnicas existentes, a fim de que o mesmo possa evoluir tecnologicamente na criação, manutenção e aperfeiçoamento da atividade.

OBJETIVO: Buscar aportes financeiros a serem u tilizados como

linhas de crédito específicas para a pesquisa agropecuária e a transferência de tecnologias ao setor primário.

3.1.10 - CÂMARAS SETORIAIS: A falta de um intercâmbio maior entre os elos da cadeia produtiva

suinícola e o próprio Poder Públ ico, através dos órgãos correspondentes, tem trazido grandes prejuízos ao produtor, que verdadeiramente é aquele que mais sofre com o quadro atual.

OBJETIVO: Traça-se como meta a implantação ou a fomentação

das Câmaras Setoriais, que se assemelham como o mais importante canal de

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comunicação e o verdadeiro fórum de discussão dos problemas que impregnam a cadeia produtiva da suinocultura.

3.2 - NA ÓTICA DAS INDÚSTRIAS SUINÍCOLAS: 3.2.1 - SEGURANÇA SANITÁRIA: O Estado do Rio Grande do Sul foi excluído d a cadeia de

exportações, em função da ocorrência da febre aftosa na produção bovina, verificada no 2º Semestre de 2000 e reincidida no 1º Semestre de 2001.

A existência do certificado de área livre de aftosa com vacinação , em

função da situação supra rela tada, continua a impedir as exportações de carne suína aos principais países consumidores. Some -se a isso a extensiva redução dos direitos aduaneiros, que levou muitos países a impor restrições sanitárias injustificadas, que, na verdade, apenas procuram pr oteger os seus produtores internos.

Tais problemas afetaram as exportações gaúchas em relação às

exportações brasileiras no ano de 2001, com a redução de 28% nos três últimos anos para 17,9%.

OBJETIVO: buscar a segurança sanitária, através de controles

sanitários, programa de rastreabilidade e/ou identificação dos suínos. 3.2.2 - CUSTO DE PRODUÇÃO DO MILHO E DA

SOJA: Essa duas espécies de grãos são, praticamente, as que formam a

ração essencial para os suínos. As situações que contribuem para o alastramen to da crise no setor

suinícola passam, sem margem de dúvida, pela produção insuficiente no Estado do Rio Grande do Sul e pela falta da manutenção dos preços e da demanda dos grãos, que trazem insegurança para os produtores em função das variações bruscas n os custos da produção.

OBJETIVO: buscar a manutenção, pelo Estado do Rio Grande

do Sul, de uma oferta mais regular de milho, com preços mais próximos dos Estados da Região Centro -Oeste, investindo -se no aprimoramento das políticas de

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escoamento da produçã o e buscando alternativas para a questão do tamanho das propriedades que se dedicam à produção, bem como para as adversidades trazidas pelas variações climáticas.

3.2.3 - CAPACIDADE DE MODERNIZAÇÃO

TECNOLÓGICA: A competitividade e manutenção das agroindústri as e, em

particular, das menores empresas, está diretamente ligada à integração e ao aprimoramento de suas plantas de processamento, que necessitam de investimentos para modernização tecnológica. Os níveis crescentes de endividamento do setor sobrepõem-se ao retorno dos investimentos realizados, em função de vários fatores, tais como o custo da energia elétrica gaúcha, que é superior, por exemplo, em 20% às taxas cobradas no Estado de Santa Catarina.

OBJETIVO: para viabilizar a continuidade da atividade s uinícola,

mostra -se necessária a inclusão dos suínos no rol dos produtos albergados pela política de preços mínimos, disponibilizando às agroindústrias recursos a custos compatíveis, em especial para financiar a capacidade de armazenagem e a gestão de estoques, incluindo os insumos básicos e a própria carne suína.

3.2.4 - DESVANTAGEM COMPETITIVA DE ORIGEM

FISCAL: Os altos índices de produtividade da carne suína do Estado do Rio

Grande do Sul, com indicadores de desempenho similares aos Estados de Santa Catarina e do Paraná, acabam tornando -se inoperantes em função da desigualdade dos benefícios fiscais concedidos aos produtores de suínos destes Estados, bem como dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais (que ampliaram tais benefícios).

OBJETIVO: implantar isonomia tributária entre os Estados da

Federação, isonomia entre empresas de dentro do Estado do Rio Grande do Sul e fixar a mesma carga tributária em cada tipo de saída das carnes. Tais ações deverão permitir o aumento das vendas das agroindústrias gaúchas a outros Estados, bem como a redução de vendas das agroindústrias de outros Estados ao Rio Grande do Sul.

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3.2.5 - LICENCIAMENTO AMBIENTAL: Os problemas das agroindústrias e da maior parte dos produtores

com relação às questões ambi entais vão, desde as exigências severas trazidas pela legislação permissiva, até o elevado custo das licenças que os produtores necessitam possuir, para continuar com a produção sustentável de suínos em consonância com os recursos naturais.

OBJETIVO: buscar a revisão dos critérios técnicos e dos custos

dos licenciamentos exigidos, bem como a alocação de recursos financeiros (financiamentos) para pagamento, pelos produtores e agroindústrias, dos investimentos que são necessários para uma adequação à legisl ação ambiental.

3.2.6 - MARGENS DO VAREJO: As elevadas margens de lucro postuladas e obtidas pelos

estabelecimentos varejistas para a comercialização da carne suína e seus derivados, levam à conclusão de que tal setor está absorvendo a maior parte da remunera ção na cadeia produtiva da suinocultura.

OBJETIVO: condução dos atos, proposições e medidas a serem

adotadas por todos os elos da cadeia produtiva, numa só direção, visando à criação de um ambiente que eleve a força competitiva do setor não só no Rio Gra nde do Sul, mas também no País.

3.3 - NA ÓTICA DO SETOR MERCADISTA/VAREJISTA: 3.3.1 - CUSTOS FÍSICOS E TRIBUTÁRIOS

REFERENTES À CARNE SUÍNA E SEUS DERIVADOS: Na visão do setor varejista, existe uma grande diferença entre o

suíno oriundo das propriedade s rurais e o produto final que chega aos consumidores. São os chamados custos físicos , explicados pelo fato de que a carne suína vendida pela indústria tem que ser necessariamente limpa e desossada, deve sofrer um processo de desidratação, ser reprocessada , embalada e refrigerada para somente após ser colocada no balcão para venda e consumo. Ainda podem ser inseridos nesse contexto, os gastos das empresas de varejo relativos à mão -de-obra, insumos e depreciação de prédios, máquinas e equipamentos.

Soma-se a isso, ainda, a presença de tributos que atuam

decisivamente sobre a real margem de ganhos obtida pelo setor varejista, traduzidos na incidência de ICMS (7%), PIS/COFINS (3,65%) e CPMF (0,375%).

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OBJETIVO: Como medidas para a prospecção da cadeia

suinícola no Rio Grande do Sul, o setor varejista apresenta quatro proposições: a primeira seria a realização de happy hours , ou seja, encontros informais com os associados da AGAS, com a realização de palestras técnicas tendo como tema a carne suína; a segunda se ria a realização de visitas técnicas às empresas e indústrias que trabalham diretamente com a criação e abate de suínos; a terceira seria a realização de reuniões técnicas com os associados da AGAS para a difusão dos benefícios que o consumo da carne suína proporciona ao ser humano; a quarta e última seria a realização de campanhas publicitárias e de marketing direcionado ao mercado consumidor como um todo, para a conscientização e aumento do consumo dessa carne.

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4 - ENCAMINHAMENTOS DADOS POR ESTA SUBCOMISSÃO NO

DECORRER DOS TRABALHOS

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4 - ENCAMINHAMENTOS DADOS POR ESTA SUBCOMISSÃO NO

DECORRER DOS TRABALHOS

4.1 - Corredores Sanitários: Considerando que o Rio Grande do Sul é um Estado que exporta

grande parte de sua destacada produção de alimentos, o fato de existirem apenas dois corredores sanitários para produtos industrializados de origem animal (suscetíveis à infecção pelo vírus da Aftosa), constituía -se em mais uma dificuldade levantada por esta Subcomissão que, através da Presidência da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo fez solicitação de novos, obtendo do Serviço de Sanidade Animal da Delegacia Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no RS (Seção de Trânsito Animal) a inf ormação, conforme documento n.º 1107 STA -RS, de 05/11/02, de que os corredores sanitários , pelo território do Estado de Santa Catarina passam a ser:

- Entrada em Capão Alto com saída em Mafra (BR -116); - Entrada em Concórdia com saída em Água Doce ( BR -153); - Entrada em Palmitos com saída em Dionísio Cerqueira (BR's -

158, 282 e 163); - Entrada em Chapecó com saída em Abelardo Luz ( BRs 480, 282

e SC 467); OBS: Sobre a liberação de corredores sanitários para animais

vivos e/ou carne com ossos, que é a mai or reivindicação, em especial para os produtores, conforme o mesmo documento reitera, continua a obrigatoriedade dos procedimentos estabelecidos na Instrução Normativa n.º 43/99 e nas Instruções de Serviço DDA n.º 12/02 e 13/02, que dispõem sobre a realiza ção de quarentena e sorologia nos animais destinados.

Não obstante, esta Subcomissão foi informada que, nos dias 25 e

26 de novembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento encaminhou aos organismos internacionais (OIE) estudos e pedido par a a liberação dos referidos corredores, que, se autorizados, beneficiarão, em muito, os produtores de suínos do Estado.

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4.2 - Linhas Especiais de Crédito: Através da Subcomissão da Suinocultura se fez chegar ao

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas tecimento, ao Banco Central, ao Banco do Brasil e ao Banrisul, informações sobre as dificuldades que os produtores de suínos têm para honrar seus compromissos junto às instituições financeiras a curto e médio prazos, bem como para adquirir milho e demais i nsumos para manter seus rebanhos, com preços dolarizados e sempre em alta.

Conseguiu-se linhas especiais de crédito junto às instituições

financeiras, notadamente para a manutenção de matrizes, no valor de R$ 200,00 por unidade, podendo o montante che gar a R$ 60.000,00.

Acredita-se que tal medida beneficiou com créditos um maior

número de produtores de suínos, permitiu a retenção de matrizes e ensejou a revisão dos limites dos financiamentos, em alguns casos.

OBS: A demora na resolução do Banco Central e na

implementação das medidas por parte das instituições financeiras acarretou prejuízos aos produtores, que solicitaram empréstimos com determinado preço para o milho e, no momento da liberação, viram -se obrigados a adquirir o produto com preços bem superiores e, portanto, em quantidades menores.

4.3 - Marketing/Carta de Intenções: Todos os elos da Cadeia Produtiva Suinícola, através de suas

entidades representativas e Federações ligadas ao setor primário, concordam que o aumento do consumo intern o da carne de suínos e seus derivados é medida que, a curto e médio prazos, pode oferecer respostas rápidas, no sentido de comercialização dos estoques existentes na indústria e a conseqüente venda do rebanho represado junto aos produtores, fato que ensejo u a Carta de Intenções propondo que as entidades signatárias apresentem e implementem campanhas de promoção e divulgação para a venda e consumo da carne suína.

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4.4 - Moção ao Ministro da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento: Em reunião dia 07/1 1/02, o Relator da Subcomissão da

Suinocultura, Deputado Vilson Covatti, com a presença de todas as entidades representativas da cadeia produtiva suinícola e do Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, resolve u encaminhar ao Excelentíssimo Senhor Ministro uma Moção de Apoio ao Setor Suinícola, solidarizando -se com esse importante segmento da economia gaúcha que, dentre tantas dificuldades, especialmente do provável desabastecimento de milho, avalize o pedido de Decretação de Situação de Emergência do setor, a ser encaminhado pelo Chefe do Poder Legislativo ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado.

4.5 - Solicitação de Decretação de Situação de Emergência: A pedido do Relator da Subcomissão, Deputado Vils on Covatti,

em reunião do dia 07/11/02, com a presença dos Senhores Dr. Célio Porto - Secretário de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Dr. José Hermeto Hoffmann - Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento e de todas as entidades representativas da cadeia produtiva e afins, após o exame exaustivo do quadro do setor suinícola, sobretudo diante do iminente desabastecimento de milho, principal insumo na composição da alimentação animal, acordou -se o envio de cor respondência ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, solicitando a DECRETAÇÃO DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA para a suinicultura do Estado, facilitando as gestões do setor para a imediata importação de milho por parte do Governo Federal, única alternativ a para podermos evitar a derrocada geral da atividade.

OBS: A presente iniciativa, somada à Moção ao Excelentíssimo

Senhor Ministro, fez um alerta, com reflexos positivos, para que o Governo Federal inicie ações visando a urgente necessidade de importaçã o de milho.

4.6 - Audiência em Brasília: Em 11/09/02, o Relator desta Subcomissão participou de reunião

no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, onde, com a participação de representantes dos elos da cadeia produtiva de suínos, foi discutida a crise do setor e a necessidade de aumentar -se o consumo interno da carne suína e seus derivados.

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Nessa data, igualmente foi solicitado ao Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sr. Célio Porto, encaminhamento junto ao Banco Central para a liberação de recursos visando à retenção de matrizes.

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5 - CONCLUSÕES

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5 - CONCLUSÕES

Em momento oportuno, tanto pela crise que vive a suinocultura, como pela sua importância econômica e social para o Estado do Rio Grande do Sul e toda a sorte de problemas estratégicos e estruturais da Cadeia Suinícola, se fez necessária a realização desta Subcomissão.

Logo após a instalação, a Subcomissão da Suinocultura passou a

organizar as suas ações dentro do prazo e recursos disponíveis. Uma das primeiras medidas tomadas foi a realização de Audiências Públicas, tanto no interior do Estado como neste Parlamento, ten do como objetivo primordial ouvir todos os elos da cadeia produtiva suinícola, gerando um amplo foro de debates e discussões acerca do tema. Em tais audiências e reuniões realizadas no período de trabalhos desta Subcomissão, a participação dos produtores, da indústria e do mercado varejista, deu-se de forma concreta, efetiva e eficaz, contribuindo decisivamente para o processo investigativo que ora se conclui.

No desenvolvimento de todas as ações da Subcomissão da

Suinocultura, restou clara a necessidade d a adoção de medidas prementes para resguardar os interesses do setor primário.

A primeira consideração é a de que se constatou que não ocorreu,

em nosso Estado, qualquer ação efetiva alertando os produtores gaúchos de suínos que a Febre Aftosa que acome teu considerável parte do rebanho bovino teria inevitavelmente também reflexos sobre a comercialização e o consumo de carne suína e de seus derivados, atingindo o setor cuja produção, historicamente, esteve primeiro voltada ao mercado interno e, nos último s anos, também ao mercado externo.

Graças ao perfil empreendedor do homem gaúcho ligado ao setor

primário, o Rio Grande do Sul é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes produtores de alimentos do País, tanto pelas quantidades, quanto pela qualidade e diversidade do que produz. Como conseqüência, ocorreram investimentos por parte dos produtores que já detinham infra -estrutura e bons níveis genéticos, mas que, "desavisadamente", assumiram novos compromissos para aumentar a produtividade, expandir e modernizar as propriedades, melhorar a qualidade zootécnica e cuidar de forma efetiva da sanidade dos animais, bem como do meio ambiente, fato esse meritório, sob todos os aspectos.

Buscando "processar" os resultados decorrentes da produção

prevista e que se concre tizou, a indústria também apostou, fez novos e significativos

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investimentos e, a exemplo dos produtores, assumiu compromissos financeiros, com a expectativa de modernizar suas instalações, aumentar sua capacidade de produção e resgatar os lucros através de muito trabalho e novos negócios, que, pela crise, também não aconteceram, dificultando, em muitos casos, a "saúde financeira" desse importante setor responsável pela geração de empregos, renda, serviços e impostos, impondo a insolvência e o fechamento de pequenas, médias e grandes empresas.

No Rio Grande do Sul, Estado produtor de grãos, sempre em

escala crescente, suas safras, sem qualquer atenção às necessidades domésticas, foram direcionadas à exportação, em especial a soja e o milho - matéria-prima básica para todo e qualquer projeto de produção de carnes e derivados - além de outros produtos utilizados na alimentação humana em grandes quantidades. Destaca -se esse caso específico, porque se sabe que a soja participa com 12% a 15% na composição de ração para suínos, enquanto o milho tem participação de 50% a 60%.

Logo, pela quantidade de milho produzido no Estado e pela sua

importância, é por todo lamentável que, ao longo do tempo, mas em especial nos últimos anos, não tenhamos nos preocupado com a nece ssidade clara de priorizar, em nosso País, a estocagem do produto de forma estratégica, para o abastecimento e proteção dos nossos rebanhos de suínos, aves e bovinos.

A tarefa maior do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, é conceber e pro ver todo nosso amplo território de políticas e ações maiores que nem sempre satisfazem as necessidades de uma região ou de um Estado sobre safras, produtos e/ou setores específicos, como é o caso do que acontece hoje na cadeia produtiva da suinocultura.

Relativamente à CONAB, temos nos deparado com restrições

legais de ordem fiscal e orçamentária, que, com relação à venda de milho, acompanhou a subida dos preços, não conseguindo evitar as conseqüências negativas do desabastecimento e da elevação do preço d o produto.

Justificando a presente análise, temos a afirmar que quem deve cuidar

do Rio Grande é o Rio Grande mesmo , pois há que se considerar que, embora a safra de milho tenha passado de 3,2 milhões de toneladas em 1998/1999 para 6 milhões de toneladas na safra 2000/2001, o Rio Grande do Sul exportou grande parte dessas safras, pois, necessitando de cerca de 5,2 milhões de toneladas, precisou adquirir fora ("reimportar") cerca de 1,3 milhões de toneladas de milho já em 1999/2000 e 1,959 milhões de toneladas em 1998/1999. Daí, a concluir -se que a presente crise, mesmo considerando-se o fator cambial (alta do dólar), que elevou os preços da soja e do milho no mercado interno, a falta desse produto e o seu preço elevado, são os dois principais fatores que es tão dizimando rebanhos de suínos no Rio Grande do Sul.

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Além dos aspectos já abordados de forma exaustiva e melhor justificada, julgamos importante nos referir a questões levantadas e discutidas nesta Subcomissão, tais como: os corredores sanitários, a div ulgação da carne suína e seus derivados, visando a aumentar o consumo interno, os preços praticados pelo setor varejista, a urgência para fazermos chegar ao Governo Federal a necessidade do País importar milho, enviando ao Ministério da Agricultura, Pecuár ia e Abastecimento uma Moção de Apoio aos Suinocultores Gaúchos e ao Exmo. Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul a solicitação de decretação de Situação de Emergência do Setor da Suinocultura.

A Subcomissão da Suinocultura – instalada para apurar os

prejuízos dos produtores que atuam no setor suinícola do Rio Grande do Sul, levantando as causas de seu empobrecimento e endividamento e para apurar as causas da prática de infrações de ordem econômica na cadeia produtiva de carnes de suínos e seus derivados, analisando o bem -estar econômico da cadeia produtiva, com ênfase nos aspectos relacionados à formação do preço nos custos de produção nas unidades produtoras rurais, o preço recebido pelos produtores rurais e pagos pela indústria, o preço recebido p ela indústria e pago pelo setor mercadista e o preço final pago pelo consumidor - conclui o presente Relatório, aduzindo, nas linhas seguintes, as propostas que julga mais adequadas e eficazes para auxiliar na resolução dos problemas que atingem a cadeia p rodutiva da suinocultura:

Assim sendo, propõe -se: 1) À Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da

Assembléia Legislativa, para: è Realizar e/ou organizar estudos, bem como encaminhar aos

futuros Governos do Estado e do País sugestões, justi ficativas e ações urgentes para incrementar a Produção de Milho , tornando -nos auto-suficientes e competentes, para evitar que nossas safras do produto não sejam exportadas e direcionadas para outros Estados da Federação, fator determinante para que estejam os hoje clamando pelo descalabro de reimportar o que vendemos.

Os produtores de suínos, bovinos e aves, bem como a sociedade

gaúcha, não aceitam mais esse tipo de política agrícola, que põe em risco nossos rebanhos altamente qualificados, nossa produção d e alimentos básicos, a economia de milhares de famílias de produtores rurais e nossas agroindústrias, com reflexos diretos na arrecadação de impostos e na manutenção e geração de empregos, destacando-se a necessidade do Estado priorizar a produção de milho , através de uma política especial para o setor, com medidas tais como financiamentos com juros subsidiados, financiamentos específicos para a aquisição de sementes e insumos às

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lavouras, destinados aos pequenos e médios produtores, projetos de irrigação e outros que alavanquem a produção e a produtividade, consistentes em pesquisas, assistência técnica e melhoramentos genéticos, e, em especial, garantias aos produtores de milho , com a certeza de armazenagens, fixação de preços mínimos e aprimoramentos no seguro agrícola.

è Fazer chegar ao novo Governo do Estado a preocupação sobre

a estocagem da produção do Rio Grande do Sul e, se possível, colaborar, juntamente às entidades representativas do setor primário, na confecção de estudos e projetos para a construção de uma rede de silos estratégicos , com recursos públicos e com a indispensável parceria da iniciativa privada, única forma de evitarmos colapsos como esse que estamos enfrentando, onde se detecta que a escassez de milho, por falta de estoques regula dores e emergenciais , é um dos grandes componentes da atual crise do setor suinícola e, pelo que se pode auferir, também, do setor avícola. O Rio Grande do Sul, como Estado responsável por uma grande produção de alimentos, não pode mais prescindir de fazer o que fazem outros países desenvolvidos ou em desenvolvimento.

è Buscar junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, a abertura de novos corredores sanitários, bem como uma revisão das exigências dispostas quando da chegada dos produto s suínos a esses corredores. Destacamos ser o controle de qualidade das carnes de grande importância para a venda de suínos, aves, bovinos e seus derivados. Entretanto, os corredores sanitários não podem se constituir em barreiras para os nossos produtos, situação essa que constatamos ter ocorrido durante o andamento dos trabalhos desta Subcomissão. É nosso papel ser o canal de comunicação entre o Poder Público e os produtores. Esses últimos devem fazer chegar a este Parlamento e a todos os outros órgãos su as dificuldades, insatisfações e eventuais prejuízos, quando detectarem restrições infundadas e com objetivos que não sejam os de proteger a população, oferecendo -lhe produtos de qualidade.

è Solicitar ao Banco do Brasil e ao Banrisul dados evidentes

sobre o número de produtores de suínos beneficiados e acerca do total dos valores concedidos, bem como suas destinações específicas, com um histórico desde a origem, com a decisão do Banco Central, até a presente data, ressaltando -se que a informação deve ser trazida com a realidade de cada agência bancária.

Importante também destacar que as entidades ligadas ao setor

suinícola, tenham presente a parceria que podem estabelecer com a Assembléia Legislativa, através da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooper ativismo, no sentido de, permanentemente, contar com recursos do sistema financeiro, nos

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momentos necessários e certos, pois observa -se que o produtor tem convivido com a falta de "Políticas de Custeio", na hora em que mais necessita. O descaso com tal situação tem custado caro demais ao País e, em particular, ao nosso Estado, onde as safras são bem definidas e, portanto, previsíveis. Bastaria que o Governo e as instituições financeiras também se prevenissem e se reorganizassem. Crises como a que vivenciamo s na suinocultura decorrem sempre de vários fatores, as soluções, porém, dependem, dentre inúmeras ações, da questão da falta de recursos, o que é inevitável. Quando existem perdas, essas são, em especial, financeiras e a conseqüência imediata é recorrer à s instituições de crédito, que obedecem normas do Banco Central e diretrizes internas dos próprios bancos. Em face disso, vivenciamos e convivemos com dúvidas durante os trabalhos da Subcomissão, quando o Banco do Brasil e o Banrisul tentaram nos informar como funcionariam os créditos para retenção de matrizes, custeio e liberação das quotas extralimites.

A Subcomissão constatou que o fato do Bansicredi e outros

sistemas cooperativos de crédito não terem participado da distribuição de recursos para o setor suinícola nesse momento, causou transtornos aos produtores que são clientes dessas instituições financeiras que, nos últimos tempos, têm estado mais próximas, tanto pela sua inserção em pequenas comunidades, como pela sua clara priorização aos pequenos c orrentistas, poupadores e produtores rurais.

Pelas razões expostas, solicitamos que a Comissão de Agricultura,

Pecuária e Cooperativismo, faça chegar a quem de direito, a necessidade urgente do Bansicredi, assim como outros sistemas cooperativos de crédit o, também operarem com linhas de crédito específicas para a suinocultura.

è Propor às entidades e federações ligadas ao setor primário

a elaboração conjunta de documento a ser encaminhado ao Governo do Estado, postulando alterações que beneficiem produto res, indústria, varejo e consumidores, sem causar perdas ao Rio Grande do Sul.

O Estado precisa equacionar os efeitos negativos decorrentes da

“guerra fiscal” entre os Estados, que tem nos prejudicado enormemente na relação direta com outros Estados e, no caso específico da suinocultura, na comparação com Santa Catarina, Paraná e Região Centro -Oeste. É importantíssimo que o Governo Gaúcho decida também ser competitivo, visando a alavancar sua economia, para manter empregos e criar novos, arrecadar mais, pr aticando índices menores, uma vez que todos sabemos que uma carga maior de impostos têm relação direta com a sonegação fiscal.

è Acompanhar, uma vez que esta Subcomissão encerra seus

trabalhos, o desenvolvimento das ações estabelecidas no documento firm ado de

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comum acordo entre as entidades representativas do setor suinícola, chamada de Carta de Intenções , que versa sobre incentivos ao consumo da carne suína e seus derivados, constando do capítulo dos Anexos. Frise -se que os objetivos que motivaram tal documento foram claros, destacando -se a predisposição de todos os seus signatários (SIPS, ACSURS, ABCS, AGAS, FETAG e FARSUL). Entretanto, até a presente data, pelas informações que colhemos, não ocorreram quaisquer ações concretas para implementar as delib erações acordadas. Por ser uma das primeiras medidas sugeridas por esta Subcomissão e efetivamente realizada, qual seja, a reunião de todos os segmentos, é importante que todos quantos subscrevem a referida Carta de Intenções se unam, o mais rápido possíve l, para instrumentalizá-la e fazê -la chegar à sociedade.

è Determinar a realização de estudos técnicos junto à

Universidade Federal do Rio Grande do Sul e à Fundação Estadual de Economia e Estatística, em caráter de emergência, como recurso capaz de trad uzir à sociedade, de forma absolutamente técnica e isenta, a realidade dos fatos e números apresentados nos estudos trazidos pelo SIPS e pela AGAS, constantes do material em anexo, posto que os índices diferem desde a forma como são obtidos até os números finais, muito distantes uns dos outros.

2) À Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperatismo da

Assembléia Legislativa e às entidades representativas do setor suinícola, para: è Gestionarem, junto aos Governos Estadual e Federal, a

confirmação tanto da decretação da Situação de Emergência, quanto da importação do milho, tão importantes para a sobrevivência dos rebanhos e para a manutenção das demais atividades da cadeia suinícola. Lembramos, para tanto, que foi de iniciativa do Relator desta Subcomiss ão o envio de Moção de Apoio aos Suinocultores Gaúchos ao Exmo. Sr. Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, deixando bem claro de que lado nos posicionamos no caso do desabastecimento interno do milho, bem como de solicitação ao Exmo. Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul para que decretasse Situação de Emergência do setor suinínicola gaúcho, considerando a grave crise amplamente constatada, pedido esse que até o momento não se materializou. Contudo, acreditamos que, por conseqüência dess as iniciativas extremas, o Brasil já esteja se movimentando para importar milho, o que deverá acontecer num futuro próximo.

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3) À Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

e às entidades representativas do setor suinícola: è Incentivar e recomendar a participação efetiva de todos os

elos da cadeia produtiva, na CÂMARA SETORIAL DA SUINOCULTURA, como um canal aberto e direto entre produtores, indústria, varejo e o Governo do Estado, esse, por certo, capaz de prever, discutir e encaminhar ações que poderão prevenir o setor sobre eventuais crises e, quando essas ocorrerem, diminuir seus efeitos, além de objetivar e dar suporte a outras que a curto, médio e longo prazo possam estruturar toda a cadeia, protegendo -a e organizando -a para crescer e ser lucrativa a todos.

4) À Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do

Sul: è Fórum Permanente da Produção Primária de Grãos e

Carnes: A instituição de um Fórum Permanente da Produção Primária de Grãos e Carnes pela Assembléia Legislativa t rata-se de indicativo que fazemos, convictos de que institucionalizaremos um órgão capaz de assegurar espaços para todas as entidades representativas desses setores e da sociedade gaúcha, possibilitando as necessárias discussões, encaminhando ações, constr uindo pontos de convergência comuns, expressando a vontade da maioria e, em especial, organizando os elos das cadeias produtivas de grãos e carnes, que nada mais são do que o "coração e a alma do Rio Grande do Sul" , cujo povo sabe que é da terra que emana o alimento que lhe chega à mesa, bem como a fonte que alavanca sua histórica capacidade de produção.

5) Às entidades representativas do setor suinícola: è Vivemos em um mundo cada vez menor e, portanto, mais

próximo pela globalização, decorrente, em suma, da facilidade com que uma grande parcela da população emite e recebe informações, com reflexos diretos sobre todos os segmentos da vida em sociedade, mas em especial na economia. Como Relator da Subcomissão da Suinocultura, solicitada, instalada e i mplementada no ápice da crise que atinge, em primeiro lugar e com perdas maiores, os produtores, com inegáveis reflexos também às indústrias, ao mercado varejista, aos consumidores finais e ao

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próprio Governo, fazemos um apelo veemente para que todos os el os da cadeia suinícola do Rio Grande do Sul, através das suas entidades, federações e cooperativas, sistematizem formas para sentar -se à mesa, discutir, sugerir, trocar informações, planejar ações conjuntas, proteger nossa tão importante produção primária, continuar crescendo, prospectar mercados, alavancar negócios, gerar empregos, aumentar a renda e proteger nosso maior patrimônio, que é a quantidade e a qualidade genética de nosso rebanho de suínos, capaz de competir em condições de igualdade em qualquer parte do mundo. Enfim, melhorar e avançar, sob todos os aspectos. Devemos ter em mente que nossa população deve continuar e até mesmo aumentar o consumo dessa grande fonte de proteínas e energia que é a carne suína produzida aqui, melhorando, assim, a qua lidade de vida de todos nós, quer pela alimentação que está à nossa disposição, quer pelo que podemos e precisamos negociar de forma competitiva. Negócio só é bom quando é bom para todos . Quando alguém perde, o mínimo que se espera é que o negócio deixe de acontecer, deixe de sobreviver, o que, então, é ruim para todos.

6) À Comunidade Gaúcha: Exaradas tais proposições, restamos por concluir que esta

Subcomissão conseguiu, de forma prática, incisiva e objetiva, albergar todos os elos do setor suinícola d o Rio Grande do Sul, visando à análise dos principais problemas enfrentados pela cadeia produtiva, bem como o encaminhamento de muitas ações necessárias e indispensáveis que já alcançamos, constituindo esses fatos, por si só, os maiores avanços que podería mos e a que desejávamos chegar.

Há muito o que construir e o importante é que tenhamos

iniciado. Agora, avançar depende de todos nós, da nossa capacidade de trabalho e de união.

Não obstante, por força do Regimento Interno desta Casa, a

Subcomissão de S uinocultura encerra aqui seus trabalhos e, em função do encerramento do atual mandato legislativo, não sendo possível propor e iniciar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, como este Relator considera necessário, é importante que, logo no início do próxim o período legislativo, esta Casa constitua uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Carne , como forma mais justa, até pelo seu tempo de duração e prerrogativas regimentais, para apresentar à sociedade gaúcha e às autoridades competentes, respostas sobre os fatores determinantes das crises que, invariavelmente, se sobrepõem no setor e que entendemos não serem decorrentes, por exemplo, somente dos fatores climáticos e cambiais. Podem estar ocorrendo infrações de ordem econômica e administrativa, falta de clar eza e agilidade das instituições financeiras para a concessão de empréstimos e outros créditos aos produtores. Sinale -se, de igual modo, o conflito de dados apresentados pelas entidades representativas das indústrias e do mercado varejista, que, mesmo em

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reunião com pauta específica para tratar sobre os estudos técnicos apresentados à Subcomissão - realizada no último dia 25/11/02 - aumentaram as dúvidas e questionamentos sobre quem está a auferir os reais lucros dentro da cadeia produtiva. Enfim, inúmeras circunstâncias fáticas que somente uma CPI, com autêntica autoridade para realizar tais investigações, poderia elucidar.

Salienta -se que essa proposição deve ser abrangente ao ponto de

atingir todo o setor de produção, industrialização e comercialização d as carnes no Rio Grande do Sul.

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Pelas razões expostas, fica aprovado este Relatório.

Deputado Vilson Covatti (PPB) Relator

Deputado Aloísio Classmann (PTB) Deputado Adroaldo Loureiro (PDT) Deputado Elmar Schneider (PMDB) Deputado Mario Bernd (PPS) Deputado Ivar Pavan (PT) Deputado Elvino Bohn Gass (PT) (Suplente)

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6 - AGRADECIMENTOS

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6 - AGRADECIMENTOS

Pelo apoio dispensado, manifestamos o nosso reconhecimento às autoridades e representantes do SIPS, ACSURS, AGAS, FETAG, Banrisul, Banco do Brasil, FARSUL, CONAB, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, à Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo desta Casa e aos produtores. À Assembléia Legislativa pela estrutura e serviços disponibilizados. Ao Departamento de Comissões, ao Departamento de Taquigrafia (transcrições e sonografia), à Assessoria de Imprensa do PPB, ao Gabinete do Deputado Vilson Covatti e à Divisão de Serviços Gráficos, que contribuíram de forma inequívoca para o cumprimento das metas programadas por esta Subcomissão.

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7 - FICHA TÉCNICA

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7 - FICHA TÉCNICA

APOIO TÉCNICO:

Lori Odete Negrello Gislaine Monza do Nascimento

Jivago Rocha Lemes Giovani De Cezaro

COLABORAÇÃO:

Antônia de Souza, Secretária da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, Diego Detoni Pavoni, Estagiário da Comissão de Agricultura,

Pecuária e Cooperativismo e Vicente Marques Penteado, assessor da Coordenadoria de Bancada do PT.

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8 – ANEXOS

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