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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA ÍNDICE DE PESQUISA DA 2ª TURMA RECURSAL ADRIANA ZANDONADE-44 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-107, 46, 63, 66 ALMIR GORDILHO MATTEONI DE ATHAYDE-79 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-99 ANA CAROLINE SOUZA DE ALMEIDA ROCHA-51 ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-12, 21, 22, 24, 31, 8 ANDRÉ DIAS IRIGON-1, 49, 65, 74, 93 BRUNO MIRANDA COSTA-110, 25, 57, 7 CLEBSON DA SILVEIRA-62 DF008583 - JÚLIO CÉSAR BORGES DE RESENDE-106 DF022393 - WANESSA ALDRIGUES CÂNDIDO-39 DF035417 - VIVIANE MONTEIRO-15, 52 DF036024 - IRIS SALDANHA BUENO-15, 5, 52 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-68 ES000088B - MARIA MIRANDA DE SOUZA POCAS-62 ES000232B - ESMERALDO A L RAMACCIOTTI-75 ES000235B - MARQUIVALDO DIAS CUNHA-21 ES000255B - SIDNEY FERREIRA SCHREIBER-13 ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO-61, 73, 85 ES000390A - ERCIO DE MIRANDA MURTA-33 ES002558 - MARILUSA CARIAS DE PAULA-93 ES003720 - IZAEL DE MELLO REZENDE-45 ES003844 - ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-57 ES004142 - JOSE IRINEU DE OLIVEIRA-111, 53, 58 ES004211 - DAVID GUERRA FELIPE-2 ES004213 - ARLINDO BASTOS TINOCO-38 ES004367 - JOAO BATISTA DALLAPICCOLA SAMPAIO-70 ES004538 - ANA MERCEDES MILANEZ-45 ES004732 - BENTO MACHADO GUIMARAES FILHO-11, 7 ES004770 - MARIA DA CONCEICAO CHAMUN-13 ES004976 - ARLETE AUGUSTA THOMAZ DE OLIVEIRA-111 ES005098 - SIRO DA COSTA-14 ES005395 - ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-49, 59, 64 ES005691 - DIENE ALMEIDA LIMA-108 ES006050 - ALFREDO ANGELO CREMASCHI-74 ES006072 - HILTON DE OLIVEIRA FILHO-44 ES006249 - SERGIO RIBEIRO PASSOS-24 ES006351 - JOANA D'ARC BASTOS LEITE-71 ES006380 - ELIZETE PENHA DA LUZ-86 ES006550 - VALTER JOSÉ COVRE-40 ES006571 - JULIO CESAR TOREZANI-108 ES006639 - ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-51 ES006962 - PAULO ROBERTO BUSSULAR-13 ES006985 - JAMILSON SERRANO PORFIRIO-37 ES007025 - ADENILSON VIANA NERY-28, 30, 32, 4, 6, 60, 69, 8 ES007082 - WILSON EUSTAQUIO CASTRO-47 ES007087 - AUGUSTO CESAR DA FONSECA ALMEIDA-58 ES007897 - MARIA ISABEL PONTINI-53 ES007909 - RAMON CARVALHO-10 ES008522 - EDGARD VALLE DE SOUZA-89, 90 ES008615 - CARLOS CEZAR DOS SANTOS-110 ES008958 - LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-80 ES009101 - INGRID SILVA DE MONTEIRO PASCOAL-13

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 2ª TURMA RECURSAL

ADRIANA ZANDONADE-44ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-107, 46, 63, 66ALMIR GORDILHO MATTEONI DE ATHAYDE-79ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-99ANA CAROLINE SOUZA DE ALMEIDA ROCHA-51ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-12, 21, 22, 24, 31, 8ANDRÉ DIAS IRIGON-1, 49, 65, 74, 93BRUNO MIRANDA COSTA-110, 25, 57, 7CLEBSON DA SILVEIRA-62DF008583 - JÚLIO CÉSAR BORGES DE RESENDE-106DF022393 - WANESSA ALDRIGUES CÂNDIDO-39DF035417 - VIVIANE MONTEIRO-15, 52DF036024 - IRIS SALDANHA BUENO-15, 5, 52ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-68ES000088B - MARIA MIRANDA DE SOUZA POCAS-62ES000232B - ESMERALDO A L RAMACCIOTTI-75ES000235B - MARQUIVALDO DIAS CUNHA-21ES000255B - SIDNEY FERREIRA SCHREIBER-13ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO-61, 73, 85ES000390A - ERCIO DE MIRANDA MURTA-33ES002558 - MARILUSA CARIAS DE PAULA-93ES003720 - IZAEL DE MELLO REZENDE-45ES003844 - ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-57ES004142 - JOSE IRINEU DE OLIVEIRA-111, 53, 58ES004211 - DAVID GUERRA FELIPE-2ES004213 - ARLINDO BASTOS TINOCO-38ES004367 - JOAO BATISTA DALLAPICCOLA SAMPAIO-70ES004538 - ANA MERCEDES MILANEZ-45ES004732 - BENTO MACHADO GUIMARAES FILHO-11, 7ES004770 - MARIA DA CONCEICAO CHAMUN-13ES004976 - ARLETE AUGUSTA THOMAZ DE OLIVEIRA-111ES005098 - SIRO DA COSTA-14ES005395 - ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-49, 59, 64ES005691 - DIENE ALMEIDA LIMA-108ES006050 - ALFREDO ANGELO CREMASCHI-74ES006072 - HILTON DE OLIVEIRA FILHO-44ES006249 - SERGIO RIBEIRO PASSOS-24ES006351 - JOANA D'ARC BASTOS LEITE-71ES006380 - ELIZETE PENHA DA LUZ-86ES006550 - VALTER JOSÉ COVRE-40ES006571 - JULIO CESAR TOREZANI-108ES006639 - ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-51ES006962 - PAULO ROBERTO BUSSULAR-13ES006985 - JAMILSON SERRANO PORFIRIO-37ES007025 - ADENILSON VIANA NERY-28, 30, 32, 4, 6, 60, 69, 8ES007082 - WILSON EUSTAQUIO CASTRO-47ES007087 - AUGUSTO CESAR DA FONSECA ALMEIDA-58ES007897 - MARIA ISABEL PONTINI-53ES007909 - RAMON CARVALHO-10ES008522 - EDGARD VALLE DE SOUZA-89, 90ES008615 - CARLOS CEZAR DOS SANTOS-110ES008958 - LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-80ES009101 - INGRID SILVA DE MONTEIRO PASCOAL-13

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ES009181 - ERIKA SEIBEL PINTO-100ES009223 - IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR-72ES009316 - BERGT EVENARD ALVARENGA FARIAS-13ES009510 - HELTON T RAMOS-100ES009540 - LUCIANO PEREIRA CHAGAS-99ES009962 - CRISTIANO ROSSI CASSARO-50ES010178 - MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO-55ES010192 - PATRICIA NUNES ROMANO TRISTAO-91ES010192 - PATRICIA NUNES ROMANO TRISTÃO PEPINO-45ES010380 - ARMANDO VEIGA-77ES010694 - KASSIA FERRAZ MARTINS ARRAZ-81ES010785 - PEDRO COSTA-104, 105, 3ES010800 - MÁIRA DANCOS BARBOSA RIBEIRO-13ES010829 - ALEXANDRE BRUNELLI COSTA-19ES010856 - BRUNO BORNACKI SALIM MURTA-33ES011063 - JEANINE NUNES ROMANO-45, 91ES011083 - FABIO MAURI VICENTE-26ES011088 - JALINE IGLEZIAS VIANA-86ES011373 - DIOGO ASSAD BOECHAT-31ES011394 - GRASIELE MARCHESI BIANCHI-86ES011598 - MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-45ES011813 - ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-84ES011926 - CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA-1ES012060 - SIDINÉIA DE FREITAS DIAS-65ES012179 - DANIELLE GOBBI-15, 5, 52ES012211 - ROBSON LUIZ MARIANI-88ES012411 - MARCELO CARVALHINHO VIEIRA-13ES012584 - JULIANA CARDOZO CITELLI-17ES012630 - SIMONE CRISTINA TOMÁS PIMENTA-67ES012700 - RODRIGO SEBASTIÃO SOUZA-58ES012846 - IVAN LINS STEIN-67ES012938 - JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES-68ES013037 - BRUNO SHINITI ALVES DA COSTA-13ES013060 - RENATO DIAS JACCOUD-33ES013115 - ROGÉRIO NUNES ROMANO-45, 91ES013223 - ALAN ROVETTA DA SILVA-49, 59, 64ES013284 - SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-45ES013330 - PAULO AUGUSTO MARTINS PINHEIRO CHAGAS-81ES013341 - EMILENE ROVETTA DA SILVA-49, 59, 64ES013392 - VANESSA SOARES JABUR-54ES014096 - VALTEMIR DA SILVA-35, 82ES014169 - CLARISSE JORGE PAES BARRETO-5ES014183 - MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD-31ES014189 - CLAUDIO PINTO BRAGA-81ES014537 - MARIANA MARCHEZI BRUSCHI-95, 97, 98ES014568 - ANDRESSA MEIRA-33ES014951 - LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA-31ES015004 - JOYCE DA SILVA PASSOS-54ES015006 - ISABELA ALMEIDA CHAVES-33ES015225 - Viviany Gomes da Costa Paiva-43ES015283 - WANESSA ALDRIGUES CANDIDO-102, 20, 36ES015331 - RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS-23, 25, 31, 56ES015549 - LARISSA FURTADO BAPTISTA-24ES015618 - MARIA DE LOURDES COIMBRA DE MACEDO-76ES015750 - GILMAR MARTINS NUNES-87ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS-34, 83

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ES015958 - FABRICIA PERES-94ES015989 - KARLA AUER GUASTI-96ES016053 - RODOLFO NICKEL NEVES-83ES016202 - ALMIR ANTÔNIO DA SILVEIRA JÚNIOR-13ES016232 - ROBERTA LEONI BARBOSA BARBEITO-86ES016296 - Jardel Oliveira Luciano-26ES016398 - Bernard Pereira Almeida-93ES016607 - JÚLIA PENZUTI DE ANDRADE-62ES016685 - VALDERENE CORRÊA VASCONCELLOS-16ES016750 - Everaldo Martinuzzo de Oliveira-79ES016822 - PAULA GHIDETTI NERY LOPES-28, 32, 4, 8ES016849 - DANIEL ASSAD GALVÊAS-31ES017107 - HELENICE DE SOUSA VIANA-34ES017116 - GERALDO PEREIRA FUNDÃO DOS SANTOS-76ES017122 - RODRIGO NUNES LOPES-28, 32, 8ES017208 - CAROLINA VICENTINI MADEIRA-5ES017356 - DANIEL FERREIRA BORGES-15, 5, 52ES017407 - MARCILIO TAVARES DE ALBUQUERQUE FILHO-15, 5, 52ES017409 - RAFAELLA CHRISTINA BENÍCIO-18, 41, 42ES017552 - MARCELO NUNES DA SILVEIRA-34ES017590 - ROGÉRIO FERREIRA BORGES-15, 5, 52ES017591 - FABIOLA CARVALHO FERREIRA BORGES-15, 5, 52ES017721 - Miguel Vargas da Fonseca-5ES017787 - YGHOR FELIPE DEL CARO DALVI-5ES017867 - CAIO FREITAS VAIRO-5ES018035 - MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO-92ES018360 - NIVANA RIQUE-54ES018389 - THIERS COSTA VERÍSSIMO-5ES018446 - GERALDO BENICIO-18, 41, 42ES018662 - GILVERTON LODI GUIMARÃES-50, 9ES018823 - ROBSON LUIZ MARTINS BARBOSA-22ES019092 - GABRIEL SCHMIDT DA SILVA-15, 5ES019221 - AMAURI BRAS CASER-101, 27ES019587 - MADEGNO DE RIZ-103ES019660 - APARECIDA KETTLEN COSTA DALFIOR-113ES019803 - LARISSA CRISTIANI BENÍCIO-41ES019887 - LUIZA HELENA RIBEIRO GOMES-24ES020177 - VICTOR GAROZI LINHALIS-22ES020627 - ENZO TOZETTI HOLZMEISTER-29ES021161 - MACIEL DOS SANTOS CUNHA-21ES022014 - TADEU TRANCOSO DE SOUZA-51ES035417 - VIVIANE MONTEIRO-5GABRIEL BARRETO-14GUSTAVO CABRAL VIEIRA-107, 86HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA-28, 30, 32, 4, 6, 60Isabela Boechat B. B. de Oliveira-15, 48, 63, 75, 82, 84JAILTON AUGUSTO FERNANDES-53, 89, 90JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-45JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-10, 108, 19JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA-46JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA-34, 40, 66, 83LETICIA SILVEIRA B. CORREIA LIMA-97, 98LIDIANE DA PENHA SEGAL-112, 48, 84LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO-112, 39, 52, 71, 91Luciano José Ribeiro de Vasconcelos Filho-55Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-80

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LUIZ CLÁUDIO SALDANHA SALES-3, 9MARCELA BRAVIN BASSETTO-103, 11, 18, 35, 56, 88, 92MARCELA REIS SILVA-58, 78MARCIA RIBEIRO PAIVA-106, 85MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSA-29, 47MARCOS FIGUEREDO MARÇAL-36, 61, 81MARCOS JOSÉ DE JESUS-42, 70MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-116MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-26MG055937 - BARTOLOMEU DE SOUZA FIALHO-83MG088808 - EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-78MG145621 - CHAIANE MARQUESINI DE SOUSA-83NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-87PAULO VICTOR NUNES-43PEDRO GALLO VIEIRA-114PEDRO INOCENCIO BINDA-101, 104, 105, 2, 27RAFAEL NOGUEIRA DE LUCENA-38RAQUEL MAMEDE DE LIMA-113RENATA BUFFA SOUZA PINTO-96RICARDO FIGUEIREDO GIORI-109RJ120353 - LUIS GERALDO PAIXAO PEREIRA-114RJ138284 - ALESSANDRA NAVARRO ABREU-15RJ184452 - LUCIANA PANNAIN PAREIRA-15RODRIGO BARBOSA DE BARROS-115RODRIGO COSTA BUARQUE-13, 17, 23, 50, 54, 94RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-64SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-16, 20, 33, 37, 41, 5, 69SP104740 - ARLETE OLIVEIRA FAGUNDES OTTONI-106TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-67THIAGO COSTA BOLZANI-73THIAGO DE ALMEIDA RAUPP-76UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-102VINICIUS COBUCCI SAMPAIO-99Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-111, 72VINICIUS DOMINGUES FERREIRA-59, 77

2ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). GUSTAVO ARRUDA MACEDO

Nro. Boletim 2014.000140 DIRETOR(a) DE SECRETARIA LILIA COELHO DE CARVALHO MAT. 10061

18/12/2014Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0000051-80.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000051-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA CLEUSA JUBINI(ADVOGADO: ES011926 - CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).Processo nº: 0000051-80.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000051-3/01)Recorrente: MARIA CLEUSA JUBINIRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. OMISSÃO.PREQUESTIONAMENTO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO. RECURSO DESPROVIDO.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora, em face do acórdão proferido às fls. 216/218. Alega oembargante, em resumo, que o julgado é omisso quanto ao pedido de reforma, no que tange ao início de prova materialapresentado. Assevera a existência de prova robusta, comprobatória do efetivo exercício de atividade rural, pelo período decarência exigido, mas que não foi devidamente apreciada no acórdão embargado.2. Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada (itens 3/6 fls. 217).4. Tendo em vista que a embargante encontra-se separada judicialmente desde 1987 (fls. 24), o contrato de parceriaagrícola firmado por seu ex-marido (fls. 102/105), não atesta a condição de lavradora por extensão. As demais provasapresentadas não foram suficientes para completar a carência exigida no artigo 142 da lei 8.213/91.5. Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido,não está obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).6. Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.7. Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante daconclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida. No caso em apreço,infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decidido em sede dejulgamento do recurso.8. Inexiste violação aos preceitos legais e constitucionais apontados.9. Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.10. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

2 - 0000031-07.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.000031-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EGYDIO LUBIANA(ADVOGADO: ES004211 - DAVID GUERRA FELIPE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.).Processo nº: 0000031-07.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.000031-6/01)Recorrente: EGYDIO LUBIANA

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Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL.OMISSÃO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO. RECURSO DESPROVIDO.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora, em face do acórdão proferido às fls. 114/115. Alega oembargante, em resumo, que o julgado é omisso porquanto não apreciou a alegação de inexistência de coisa julgada nosautos do processo de número 0000752-66.2008.402.5050-4.

2. Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

4. Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido,não está obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

5. Ademais, observa-se que a matéria foi devidamente apreciada com o enfrentamento das questões suscitadas estandoem perfeita consonância com a legislação e jurisprudência consolidada sobre o tema, não havendo que se falar emomissão.

6. Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante daconclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida. No caso em apreço,infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decidido em sede dejulgamento do recurso.

7. Inexiste violação aos preceitos legais e constitucionais apontados.

8. Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.

9. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

3 - 0000188-77.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.000188-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUIZ CLÁUDIO SALDANHA SALES.) x ALMIR DALLA BERNARDINA(ADVOGADO: ES010785 - PEDRO COSTA.).Processo nº: 0000188-77.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.000188-6/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ALMIR DALLA BERNARDINAJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.281/284. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressa

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sobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

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Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

10. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

4 - 0105371-77.2013.4.02.5052/01 (2013.50.52.105371-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA.) x REINALDO VIANA FONTOURA(ADVOGADO: ES016822 - PAULA GHIDETTI NERY LOPES, ES007025 - ADENILSON VIANA NERY.).Processo nº: 0105371-77.2013.4.02.5052/01 (2013.50.52.105371-9/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: REINALDO VIANA FONTOURAJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 80/84. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros e correçãomonetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestação explícitade que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando da análise damodulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado o apontadovício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

5 - 0111596-85.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.111596-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCIO CERQUEIRA(ADVOGADO: ES017590 - ROGÉRIO FERREIRA BORGES, ES017407 - MARCILIO TAVARES DE ALBUQUERQUEFILHO, ES017356 - DANIEL FERREIRA BORGES, ES017591 - FABIOLA CARVALHO FERREIRA BORGES, ES017721 -Miguel Vargas da Fonseca, ES014169 - CLARISSE JORGE PAES BARRETO, ES012179 - DANIELLE GOBBI, ES017787 -YGHOR FELIPE DEL CARO DALVI, ES019092 - GABRIEL SCHMIDT DA SILVA, ES018389 - THIERS COSTAVERÍSSIMO, ES017208 - CAROLINA VICENTINI MADEIRA, ES035417 - VIVIANE MONTEIRO, DF036024 - IRISSALDANHA BUENO, ES017867 - CAIO FREITAS VAIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº: 0111596-85.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.111596-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARCIO CERQUEIRAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.192/195. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

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Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

10. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

6 - 0000883-42.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000883-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA.) x TEREZA PEREIRA PINTO(ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY.).Processo nº: 0000883-42.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000883-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: TEREZA PEREIRA PINTOJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 196/200. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/9).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor da embargada.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

7 - 0006274-76.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.006274-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GERALDO PEREIRA(ADVOGADO: ES004732 - BENTO MACHADO GUIMARAES FILHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -

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INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº: 0006274-76.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.006274-8/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: GERALDO PEREIRAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.88/91. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que sem

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alusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

8 - 0005385-93.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.005385-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.) x MARIA JOSE NICOLI DO VALLE(ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY, ES016822 - PAULA GHIDETTI NERY LOPES, ES017122 -RODRIGO NUNES LOPES.).Processo nº: 0005385-93.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.005385-4/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA JOSE NICOLI DO VALLEJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 171/175. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/10).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor da embargada.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

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GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

9 - 0102498-64.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.102498-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUIZ CLÁUDIO SALDANHA SALES.) x VALTER JOSE TOFOLI (ADVOGADO:ES018662 - GILVERTON LODI GUIMARÃES.).Processo nº: 0102498-64.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.102498-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: VALTER JOSE TOFOLIJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.253/256. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos para

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tratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

10 - 0002411-49.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.002411-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.) x BERNARD MICHEL ROUSSEY(ADVOGADO: ES007909 - RAMON CARVALHO.).Processo nº: 0002411-49.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.002411-1/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: BERNARD MICHEL ROUSSEYJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 106/110. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que será

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revertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

11 - 0006275-61.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.006275-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.) x SEVERINO GOMES BEZERRA (ADVOGADO:ES004732 - BENTO MACHADO GUIMARAES FILHO.).Processo nº: 0006275-61.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.006275-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: SEVERINO GOMES BEZERRAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.102/105. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe em

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função da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

12 - 0001201-16.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001201-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.) x RICARDO RODRIGUES LIMA.Processo nº: 0001201-16.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001201-6/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: RICARDO RODRIGUES LIMAJuízo de Origem: 1ª VF SerraRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 96/100. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramente

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protelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

13 - 0109111-65.2014.4.02.5001/01 (2014.50.01.109111-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x JOÃO VALDIR DA VITÓRIA (ADVOGADO:ES000255B - SIDNEY FERREIRA SCHREIBER, ES004770 - MARIA DA CONCEICAO CHAMUN, ES009101 - INGRIDSILVA DE MONTEIRO PASCOAL, ES010800 - MÁIRA DANCOS BARBOSA RIBEIRO, ES006962 - PAULO ROBERTOBUSSULAR, ES013037 - BRUNO SHINITI ALVES DA COSTA, ES016202 - ALMIR ANTÔNIO DA SILVEIRA JÚNIOR,ES009316 - BERGT EVENARD ALVARENGA FARIAS, ES012411 - MARCELO CARVALHINHO VIEIRA.).Processo nº: 0109111-65.2014.4.02.5001/01 (2014.50.01.109111-9/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOÃO VALDIR DA VITÓRIAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.73/76. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendo

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necessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

14 - 0002239-12.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002239-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GABRIEL BARRETO.) x JOSE DOS SANTOS RAVERA (ADVOGADO: ES005098 -SIRO DA COSTA.).Processo nº: 0002239-12.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002239-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOSE DOS SANTOS RAVERAJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 102/106. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.

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Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

15 - 0109665-47.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.109665-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x MARGARIDA MARIA BARBOSA DE SOUZA(ADVOGADO: ES017590 - ROGÉRIO FERREIRA BORGES, ES017591 - FABIOLA CARVALHO FERREIRA BORGES,ES017356 - DANIEL FERREIRA BORGES, ES017407 - MARCILIO TAVARES DE ALBUQUERQUE FILHO, RJ184452 -LUCIANA PANNAIN PAREIRA, RJ138284 - ALESSANDRA NAVARRO ABREU, ES019092 - GABRIEL SCHMIDT DASILVA, DF036024 - IRIS SALDANHA BUENO, DF035417 - VIVIANE MONTEIRO, ES012179 - DANIELLE GOBBI.).Processo nº: 0109665-47.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.109665-1/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARGARIDA MARIA BARBOSA DE SOUZAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.174/177. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejam

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relevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

16 - 0004023-22.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.004023-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x NELSON VIEIRA (ADVOGADO:ES016685 - VALDERENE CORRÊA VASCONCELLOS.).Processo nº: 0004023-22.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.004023-2/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: NELSON VIEIRAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.

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RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 230/234. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

17 - 0102873-65.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.102873-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x DEUZILIO TINELLI (ADVOGADO: ES012584 -JULIANA CARDOZO CITELLI.).Processo nº: 0102873-65.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.102873-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: DEUZILIO TINELLIJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.216/219. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido à

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sistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

8. Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

9. Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

18 - 0000787-62.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.000787-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.) x JOSÉ RAIMUNDO DE ARAUJO (ADVOGADO:ES017409 - RAFAELLA CHRISTINA BENÍCIO, ES018446 - GERALDO BENICIO.) x OS MESMOS.Processo nº: 0000787-62.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.000787-3/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOSÉ RAIMUNDO DE ARAÚJOJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.202/208. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria do

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Ministro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

19 - 0004215-52.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.004215-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.) x LETÍCIA LOYOLA DOSSANTOS (ADVOGADO: ES010829 - ALEXANDRE BRUNELLI COSTA.).Processo nº: 0004215-52.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.004215-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: LETÍCIA LOYOLA DOS SANTOSJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 221/225. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor da embargada.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

20 - 0001160-30.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001160-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x EDSON FERREIRA DIAS(ADVOGADO: ES015283 - WANESSA ALDRIGUES CANDIDO.) x OS MESMOS.Processo nº: 0001160-30.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001160-4/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: EDSON FERREIRA DIAS

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Juízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.226/229. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –

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Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

21 - 0001813-95.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.001813-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.) x JOSÉ CECOTTE (ADVOGADO:ES021161 - MACIEL DOS SANTOS CUNHA, ES000235B - MARQUIVALDO DIAS CUNHA.).Processo nº: 0001813-95.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.001813-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOSÉ CECOTTEJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 255/259. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

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22 - 0004473-96.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.004473-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.) x MARIA DE FATIMA DA SILVAFARDIN (ADVOGADO: ES020177 - VICTOR GAROZI LINHALIS, ES018823 - ROBSON LUIZ MARTINS BARBOSA.).Processo nº: 0004473-96.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.004473-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA DE FATIMA DA SILVA FARDINJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 180/184. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor da embargada.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

23 - 0005824-36.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.005824-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NILTON RODAO ROCHA(ADVOGADO: ES015331 - RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.).Processo nº: 0005824-36.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.005824-1/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: NILTON RODAO ROCHAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.141/145. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futuras

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gerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

10. É como voto.

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GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

24 - 0006739-56.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.006739-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.) x MARIA DO SOCORROFERREIRA DA SILVA (ADVOGADO: ES015549 - LARISSA FURTADO BAPTISTA, ES019887 - LUIZA HELENA RIBEIROGOMES, ES006249 - SERGIO RIBEIRO PASSOS.).Processo nº: 0006739-56.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.006739-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA DO SOCORRO FERREIRA DA SILVAJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 153/155. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor da embargada.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

25 - 0109514-81.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.109514-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FATIMA DA PENHA GOMESMACHADO (ADVOGADO: ES015331 - RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº: 0109514-81.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.109514-2/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: FATIMA DA PENHA GOMES MACHADOJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Page 30: ÍNDICE DE PESQUISA DA 2ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · es005691 - diene almeida lima-108 es006050 - alfredo angelo cremaschi-74 es006072 - hilton de oliveira filho-44 ... thiago

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.84/88. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

8. Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.

Page 31: ÍNDICE DE PESQUISA DA 2ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · es005691 - diene almeida lima-108 es006050 - alfredo angelo cremaschi-74 es006072 - hilton de oliveira filho-44 ... thiago

No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

9. Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

10. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

26 - 0001891-57.2011.4.02.5051/01 (2011.50.51.001891-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.) x MARIA DA PENHA MENDES SANTOS(ADVOGADO: ES011083 - FABIO MAURI VICENTE, ES016296 - Jardel Oliveira Luciano.).Processo nº: 0001891-57.2011.4.02.5051/01 (2011.50.51.001891-3/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA DA PENHA MENDES SANTOSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 300/304. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/10).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor da embargada.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

27 - 0106656-65.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.106656-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.) x VALDECI RIBEIRO (ADVOGADO: ES019221 -AMAURI BRAS CASER.).Processo nº: 0106656-65.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.106656-6/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: VALDECI RIBEIROJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.149/153. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria do

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Ministro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

28 - 0001353-73.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.001353-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA.) x ANTONIO CARLOS TURIBIO(ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY, ES017122 - RODRIGO NUNES LOPES, ES016822 - PAULAGHIDETTI NERY LOPES.).Processo nº: 0001353-73.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.001353-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ANTONIO CARLOS TURIBIOJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 106/110. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/9).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

29 - 0107284-54.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.107284-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSA.) x AILTON CARLOS SANGALI(ADVOGADO: ES020627 - ENZO TOZETTI HOLZMEISTER.).Processo nº: 0107284-54.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.107284-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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Recorrido: AILTON CARLOS SANGALIJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.90/93. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –

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Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer,mas desprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

30 - 0000245-09.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000245-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA.) x JOSE ROSEVALDO DE LIMA(ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY.).Processo nº: 0000245-09.2011.4.02.5052/01 (2011.50.52.000245-8/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOSE ROSEVALDO DE LIMAJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 148/152. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/9).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

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31 - 0000655-73.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000655-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO SOARES DAROSA (ADVOGADO: ES016849 - DANIEL ASSAD GALVÊAS, ES011373 - DIOGO ASSAD BOECHAT, ES014183 -MARCELO DUARTE FREITAS ASSAD, ES014951 - LUIZA MARTINS DE ASSIS SILVA, ES015331 - RAFAELGONÇALVES VASCONCELOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA PAULABARRETO MONTEIRO ROTHEN.).Processo nº: 0000655-73.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.000655-0/01)Recorrente: ANTONIO SOARES DA ROSARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF SerraRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO. NOVOS TETOS INSTITUÍDOS PELAS EMENDASCONSTITUCIONAIS 20/1998 E 41/2003. RMI NÃO LIMITADA AO TETO. PRAZO DECADENCIAL. OMISSÃO.OCORRÊNCIA. RECURSO INOMINADO DESPROVIDO COM FUNDAMENTAÇÃO DIVERSA. EMBARGOS PROVIDOS.VÍCIO SANADO.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora, em face de acórdão proferido por esta Turma Recursalàs fls. 55/58. Alega o embargante que o julgado é omisso, porquanto não analisou a forma de atualização do tetoprevidenciário, conforme decisão do STF nos autos do processo RE 564.354, matéria que não está albergada pelo institutoda decadência.

2. Assiste razão ao embargante. “O pedido de revisão para a adequação do valor do benefício previdenciário aos tetosestabelecidos pelas EC 20/98 e 41/03 constitui pretensão de reajuste de Renda Mensal e não de revisão de RMI (RendaMensal Inicial), pelo que não se aplica o prazo decadencial de 10 anos do artigo 103 da Lei 8213, mas apenas o prazoprescricional das parcelas” (Enunciado 66 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro).

3. “É cabível a revisão de benefício previdenciário para resgatar eventual diferença entre a média do salário-de-contribuiçãoe o valor do salário-de-benefício que, porventura, não tenha sido recuperada no primeiro reajustamento do benefícioprevidenciário, na forma das Leis 8870/94 e 8880/94, até o limite do novo teto (EC 20/98 e 41/03), sendo indispensável aelaboração de cálculos para a solução da lide” (Enunciado 67 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro); “Para o cálculo darenda mensal inicial dos benefícios previdenciários cuja renda mensal inicial tenha sido limitada ao teto, em havendoalteração desse limite, tal como foi feito pelas Emendas Constitucionais 20/1998 e 41/2003, cumpre ter presente o novoparâmetro fixado, observados os cálculos primitivos. Assim, a limitação do benefício ao teto será feita somente para fins depagamento, mantendo-se o valor histórico para fins de incidência dos reajustes” (Súmula 17 das Turmas Recursais do RioGrande do Sul).

4. O STF decidiu pela plena aplicabilidade dos novos limites estabelecidos pelas ECs 20/1998 e 41/2003 aos benefíciosprevidenciários concedidos anteriormente ao advento das alterações constitucionais, sem que isto implique violação algumaao ato jurídico perfeito: trata-se de mera majoração do teto, e não de alteração da RMI (RE 564.354).

5. Através do documento de fl. 12, restou demonstrado que a RMI do benefício da parte autora não sofreu limitação peloteto vigente no momento da concessão, uma vez que o limite máximo do salário de benefício na data da aposentadoria(11/01/1990) era de NCz$ 10.149,07, sendo que o seu salário de benefício foi calculado em NCz$ 4.620,31.

6. O limitador (teto) deve ser aplicado logo após a definição do valor do salário de benefício (RE 564.354), razão pela qualnão se justifica o argumento de sua aplicação após a fixação da média dos 80% maiores salários de contribuição.

7. Embargos de declaração conhecidos e providos para, anular a decisão anterior, negar provimento ao recurso inominadoe julgar improcedente o pedido de readequação da renda mensal do benefício previdenciário aos novos tetos instituídospelas Emendas Constitucionais nº 20 e 41, de acordo com a fundamentação exposta.

8. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

32 - 0000615-17.2013.4.02.5052/01 (2013.50.52.000615-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA.) x ERLINA ESMERIA MARTINHO(ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY, ES017122 - RODRIGO NUNES LOPES, ES016822 - PAULAGHIDETTI NERY LOPES.).Processo nº: 0000615-17.2013.4.02.5052/01 (2013.50.52.000615-1/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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Recorrido: ERLINA ESMERIA MARTINHOJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 69/73. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros e correçãomonetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestação explícitade que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando da análise damodulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado o apontadovício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/9).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor da embargada.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

33 - 0000923-59.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.000923-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x JULIENE MARQUES DOSSANTOS CERCHI (ADVOGADO: ES000390A - ERCIO DE MIRANDA MURTA, ES010856 - BRUNO BORNACKI SALIMMURTA, ES013060 - RENATO DIAS JACCOUD, ES014568 - ANDRESSA MEIRA, ES015006 - ISABELA ALMEIDACHAVES.).Processo nº: 0000923-59.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.000923-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JULIENE MARQUES DOS SANTOS CERCHIJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 211/215. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.

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Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que os embargos de declaração interpostos são manifestamente protelatórios, razão pelaqual, aplica-se ao caso o disposto no art. 538, parágrafo único, do CPC. Assim, condeno o embargante ao pagamento demulta equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que será revertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer,mas desprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

34 - 0002619-04.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002619-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.) x LUIZ PEREIRA (ADVOGADO:ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS, ES017552 - MARCELO NUNES DA SILVEIRA, ES017107 -HELENICE DE SOUSA VIANA.).Processo nº: 0002619-04.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002619-6/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: LUIZ PEREIRAJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 466/470. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/10).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

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35 - 0003009-08.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003009-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.) x FRANCISCO DE ASSIS ALVES DA SILVA(ADVOGADO: ES014096 - VALTEMIR DA SILVA.).Processo nº: 0003009-08.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003009-2/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: FRANCISCO DE ASSIS ALVES DA SILVAJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. EPI EFICAZ.PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE. RECURSODESPROVIDO.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face de acórdão proferido por esta Turma Recursal às fls.132/134. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto deixou de analisar a incidência dos artigos 195,§ 5º e 201, § 1º da CF/1988, visto que o reconhecimento do tempo de serviço especial importa em majoração de benefícioprevidenciário sem a correspondente fonte de custeio, bem como na adoção de requisitos e critérios diferenciados para aconcessão de aposentadoria especial a segurado do RGPS.

2. Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela Turma Nacional de Uniformização deJurisprudência dos Juizados Especiais Federais, através da Súmula nº 09. Dessa forma, não havia necessidade de apreciarum a um os dispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

4. Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido,não está obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

5. Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

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6. Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

7. Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer,mas desprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

36 - 0001100-57.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001100-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS FIGUEREDO MARÇAL.) x JOSE ANTONIO CERRI (ADVOGADO:ES015283 - WANESSA ALDRIGUES CANDIDO.) x OS MESMOS.Processo nº: 0001100-57.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001100-8/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOSÉ ANTÔNIO CERRIJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. EPI EFICAZ. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NOJULGADO. PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DESPROVIDOS.1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.178/184. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Aponta omissão também, quanto à incidência dos artigos 195, § 5º e 201, § 1º daCF/1988, visto que o reconhecimento do tempo de serviço especial importa em majoração de benefício previdenciário sema correspondente fonte de custeio, bem como na adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão deaposentadoria especial a segurado do RGPS. Dessa forma, requer sejam sanados os apontados vício e prequestionada atese autárquica.

2. Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada, sobretudo no que tange à utilização de EPI eficaz (itens 10/12)

4. No tocante à desaposentação, o acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento derecurso especial submetido à sistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). E no que concerne ao uso de EPIeficaz, baseou-se no entendimento firmado pela Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos JuizadosEspeciais Federais, através da Súmula nº 09. Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um os dispositivosconstitucionais e legais pertinentes à matéria.

5. Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido,não está obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

6. Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matéria

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litigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer,mas desprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

37 - 0004801-89.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.004801-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x JOÃO FRANCISCO AUGUSTO(ADVOGADO: ES006985 - JAMILSON SERRANO PORFIRIO.).Processo nº: 0004801-89.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.004801-2/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOÃO FRANCISCO AUGUSTOJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 411/415. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestação

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explícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/8).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

38 - 0000565-93.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000565-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RAFAEL NOGUEIRA DE LUCENA.) x LUIZ GONÇALVES DE SOUZA(ADVOGADO: ES004213 - ARLINDO BASTOS TINOCO.).Processo nº: 0000565-93.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000565-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: LUIZ GONÇALVES DE SOUZAJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 200/205. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/10).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

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GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

39 - 0102280-82.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.102280-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HERMES ALVES DEOLIVEIRA (ADVOGADO: DF022393 - WANESSA ALDRIGUES CÂNDIDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.).Processo nº: 0102280-82.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.102280-8/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: HERMES ALVES DE OLIVEIRAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. EPI EFICAZ. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NOJULGADO. PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DESPROVIDOS.1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.147/154. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Aponta omissão também, quanto à incidência dos artigos 195, § 5º e 201, § 1º daCR/1988, visto que o reconhecimento do tempo de serviço especial importa em majoração de benefício previdenciário sema correspondente fonte de custeio, bem como na adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão deaposentadoria especial a segurado do RGPS. Dessa forma, requer sejam sanados os apontados vícios e prequestionada atese autárquica.

2. Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada, sobretudo no que tange à utilização de EPI eficaz (itens 8/11).

4. No tocante à desaposentação, o acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento derecurso especial submetido à sistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). E no que concerne ao uso de EPIeficaz, baseou-se no entendimento firmado pela Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos JuizadosEspeciais Federais, através da Súmula nº 09. Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um os dispositivosconstitucionais e legais pertinentes à matéria.

5. Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido,não está obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

6. Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas ações

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cuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer,mas desprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

40 - 0001197-57.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001197-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.) x VALDIR TRESSMANN FRITZ(ADVOGADO: ES006550 - VALTER JOSÉ COVRE.).Processo nº: 0001197-57.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001197-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: VALDIR TRESSMANN FRITZJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 209/213. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/10).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramente

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protelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor do embargado.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

41 - 0106324-97.2013.4.02.5001/01 (2013.50.01.106324-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LEVI BARBOSA(ADVOGADO: ES018446 - GERALDO BENICIO, ES017409 - RAFAELLA CHRISTINA BENÍCIO, ES019803 - LARISSACRISTIANI BENÍCIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.).Processo nº: 0106324-97.2013.4.02.5001/01 (2013.50.01.106324-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: LEVI BARBOSAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. EPI EFICAZ. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NOJULGADO. PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DESPROVIDOS.1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.146/154. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Aponta omissão também, quanto à incidência dos artigos 195, § 5º e 201, § 1º daCR/1988, visto que o reconhecimento do tempo de serviço especial importa em majoração de benefício previdenciário sema correspondente fonte de custeio, bem como na adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão deaposentadoria especial a segurado do RGPS. Dessa forma, requer sejam sanados os apontados vício e prequestionada atese autárquica.

2. Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada, sobretudo no que tange à utilização de EPI eficaz (itens 11/15).

4. No tocante à desaposentação, o acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento derecurso especial submetido à sistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). E no que concerne ao uso de EPIeficaz, baseou-se no entendimento firmado pela Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos JuizadosEspeciais Federais, através da Súmula nº 09. Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um os dispositivosconstitucionais e legais pertinentes à matéria.

5. Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido,não está obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

6. Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendo

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necessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismodiante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida. No caso emapreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decidido em sede dejulgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

ACÓRDÃODecide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer,mas desprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

42 - 0000081-79.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.000081-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.) x NELIO BATISTA ALMEIDA (ADVOGADO:ES018446 - GERALDO BENICIO, ES017409 - RAFAELLA CHRISTINA BENÍCIO.) x OS MESMOS.Processo nº: 0000081-79.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.000081-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: NÉLIO BATISTA ALMEIDAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. EPI EFICAZ. OMISSÃO. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NOJULGADO. PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DESPROVIDOS.1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.465/471. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futuras

Page 47: ÍNDICE DE PESQUISA DA 2ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · es005691 - diene almeida lima-108 es006050 - alfredo angelo cremaschi-74 es006072 - hilton de oliveira filho-44 ... thiago

gerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Aponta omissão também, quanto à incidência dos artigos 195, § 5º e 201, § 1º daCR/1988, visto que o reconhecimento do tempo de serviço especial importa em majoração de benefício previdenciário sema correspondente fonte de custeio, bem como na adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão deaposentadoria especial a segurado do RGPS. Dessa forma, requer sejam sanados os apontados vícios e prequestionada atese autárquica.

2. Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada, sobretudo no que tange à utilização de EPI eficaz (itens 10/12)

4. No tocante à desaposentação, o acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento derecurso especial submetido à sistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). E no que concerne ao uso de EPIeficaz, baseou-se no entendimento firmado pela Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos JuizadosEspeciais Federais, através da Súmula nº 09. Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um os dispositivosconstitucionais e legais pertinentes à matéria.

5. Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido,não está obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

6. Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decidido

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em sede de julgamento do recurso.

Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer,mas desprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

43 - 0000987-71.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000987-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PAULO VICTOR NUNES.) x ALEXANDRINA SILVA (ADVOGADO: ES015225 -Viviany Gomes da Costa Paiva.).Processo nº: 0000987-71.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000987-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ALEXANDRINA SILVAJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CRITÉRIOS DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO.MANIFESTAÇÃO EXPRESSA POR PARTE DO JUÍZO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO.RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 110/115. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é omisso e contraditório quanto ao critério de juros ecorreção monetária, contrariando posição do STF no julgamento das ADI’S 4357 e 4425, haja vista que houve manifestaçãoexplícita de que o índice de correção monetária seria fixado pela Corte Magna em momento superveniente, quando daanálise da modulação de efeitos. Aponta violação ao artigo 102, § 2º, da CRFB/1988. Dessa forma, requer seja sanado oapontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.Inexiste omissão ou contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. Aliás, a matéria objeto do recurso inominado versa exclusivamente sobre oscritérios de fixação dos juros e correção monetária, tendo sido exaustivamente apreciada (itens 2/10).Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante da conclusãojurisdicional adotada. Destarte, o que se tem na hipótese é o uso dos embargos de declaração com fins meramenteprotelatórios, pois destituídos de fundamentos ou qualquer razão plausível que justifique sua utilização.

Diante disso, forçoso concluir que estamos diante de situação que se enquadra no art. 538, parágrafo único, do CPC.Assim, condeno o embargante ao pagamento de multa equivalente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa, que serárevertida em favor da embargada.

Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

44 - 0006622-70.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006622-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIAO FEDERAL(PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.) x IDS NEGOCIOS E SERVIÇOS LTDA ME (ADVOGADO: ES006072 - HILTON DEOLIVEIRA FILHO.).Processo nº: 0006622-70.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006622-9/01)Recorrente: UNIAORecorrido: IDS NEGOCIOS E SERVIÇOS LTDA MEJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AOCRÉDITO. OMISSÃO. INCONFORMISMO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO. RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO, em face do acórdão proferido às fls. 96/101. Alega aembargante, em resumo, que o julgado é omisso, porquanto não apreciou a questão do nexo causal entre os danosalegados pela embargada e a conduta da embargante. Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada (itens 3/11 fls. 96/101).Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

5. Ademais, observa-se que a matéria foi devidamente apreciada com o enfrentamento das questões suscitadas estandoem perfeita consonância com a legislação e jurisprudência consolidada sobre o tema, não havendo que se falar emomissão.

6. Consigne-se que a via dos aclaratórios não deve ser utilizada para veiculação de mero inconformismo diante daconclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida. No caso em apreço,infere-se, com clareza, que a embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decidido em sede dejulgamento do recurso.

7. Embargos de declaração conhecidos, mas desprovidos.ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer,mas desprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

45 - 0000408-29.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000408-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE CARLOS BOZONI(ADVOGADO: ES003720 - IZAEL DE MELLO REZENDE, ES004538 - ANA MERCEDES MILANEZ, ES011598 - MARIANAPIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ES013115 - ROGÉRIO NUNES ROMANO, ES010192 - PATRICIA NUNESROMANO TRISTÃO PEPINO, ES011063 - JEANINE NUNES ROMANO, ES013284 - SARITA DO NASCIMENTOFREITAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIAFERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº: 0000408-29.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000408-1/01)Recorrente: JOSE CARLOS BOZONIRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA PROPORCIONAL. CONDENAÇÃO EMHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INTERPRETAÇÃO LITERAL DO ART. 55 DA LEI 9.099/95. CONTRADIÇÃO.INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, àsfls. 165/167. Alega o embargante que o julgado guerreado é contraditório, no tocante aos honorários advocatícios. Asseveraque o dispositivo legal utilizado para basear a ausência de condenação em honorários advocatícios, na verdade, determinaa condenação de 10 a 20 por cento do valor da condenação, e não a isenção. Dessa forma, requer seja sanado o apontadovício, condenando-se o recorrido ao pagamento de honorários de sucumbência, fixados em 20% sobre o valor dacondenação.

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Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de contradição no julgado.

Inexiste contradição no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

Com efeito, o art. 55 da Lei 9.099/1995 estabelece que: “A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas ehonorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará ascustas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, nãohavendo condenação, do valor corrigido da causa.”

Oportuno ressaltar, que a 2ª Turma Recursal da Seção Judiciária do Espírito Santo, com a ressalva da posição pessoal doRelator, decidiu aplicar literalmente o disposto no art. 55 da Lei nº 9.099/1995, passando a condenar apenas o recorrentevencido ao pagamento de honorários advocatícios.In casu, o recurso inominado foi interposto pela parte autora, ao qual foi dado provimento, conforme se infere do acórdão defls. 165/167. Trata-se, portanto, de recorrente vencedor. Assim, não há que se falar em condenação do recorrido vencidoem honorários advocatícios.Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

46 - 0001119-34.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001119-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA CONCEIÇÃOSOARES DA SILVA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS (PROCDOR: JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).Processo nº: 0001119-34.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001119-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA CONCEIÇÃO SOARES DA SILVAJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INTERPRETAÇÃO LITERAL DO ART. 55 DA LEI 9.099/95.CONTRADIÇÃO. VÍCIO SANADO. EMBARGOS ACOLHIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.148/149. Alega o embargante que o julgado guerreado é contraditório, no tocante à condenação do INSS em honorários desucumbência em demanda recursal a que não deu causa. Afirma que não há condenação em honorários advocatícios nosJuizados Especiais Federais para o recorrido. Assevera que a lei é clara ao dispor que o recorrente deve ser vencido paraque se legitime a condenação em honorários advocatícios. Aponta contradição ainda, quanto à referida condenação emhonorários, tendo em vista que a embargada está representada pela Defensoria Pública da União. Dessa forma, requer sejasanado o apontado vício e prequestionada a tese autárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de contradição no julgado.

No que se refere à condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios, assiste razão ao embargante, tendo emvista que o art. 55 da Lei 9.099/95 estabelece que: “A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas ehonorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará ascustas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, nãohavendo condenação, do valor corrigido da causa.”

Oportuno ressaltar, que a 2ª Turma Recursal da Seção Judiciária do Espírito Santo, com a ressalva da posição pessoal doRelator, decidiu aplicar literalmente o disposto no art. 55 da Lei nº 9.099/1995, passando a condenar apenas o recorrentevencido ao pagamento de honorários advocatícios.In casu, o recurso inominado foi interposto pela parte autora, ao qual foi dado provimento, conforme se infere do acórdão defls. 148/149, não havendo, portanto, que se condenar o INSS em honorários advocatícios.Em face do exposto, é necessário retificar o julgado apenas e tão-somente para excluir a condenação do Instituto Nacionaldo Seguro Social – INSS ao pagamento dos honorários advocatícios, mantendo os seus demais termos.

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Resta prejudicado o pleito acerca da condenação em honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública da União,haja vista o provimento dos embargos, para desconstituir a condenação em verba sucumbencial, nos termos do art. 55 daLei 9.099/1995.Embargos de Declaração conhecidos e providos, integrando o item 5 do acórdão embargado com o seguinte trecho: “Semcondenação em custas, nem em honorários, tendo em vista o disposto no art. 55, caput, da Lei 9.099/1995.”

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer eprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

47 - 0000253-72.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.000253-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS ANTONIO BORGES BARBOSA.) x DARCI BERGER (ADVOGADO:ES007082 - WILSON EUSTAQUIO CASTRO.).Processo nº: 0000253-72.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.000253-2/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: DARCI BERGERJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO.EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.108/111. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

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“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

8. Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

9. Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

48 - 0004483-09.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.004483-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x MARIA DOLORES DOS SANTOS (DEF.PUB:LIDIANE DA PENHA SEGAL.).Processo nº: 0004483-09.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.004483-3/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA DOLORES DOS SANTOSJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONDENAÇÃO DO INSS EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA.IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 421 DO STJ. INTERPRETAÇÃO ESTENDIDA. VÍCIO SANADO.RECURSO PROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face do acórdão proferidoàs fls. 199/201. Alega o embargante, em resumo, que o julgado é contraditório, no tocante à condenação do INSS emhonorários de sucumbência, tendo em vista que a embargada está representada pela Defensoria Pública da União.Assevera que deveria ter sido aplicada a Súmula nº 421, do STJ. Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício edesconstituída a condenação em verba sucumbencial.Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da argüição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de contradição no julgado.

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Com efeito, a embargada encontra-se representada nestes autos pela Defensoria Pública da União. Contudo, verifica-se tersido a autarquia embargante condenada ao pagamento de honorários sucumbenciais (fl. 91).Nos termos da Súmula nº 421, do Superior Tribunal de Justiça, “os honorários advocatícios não são devidos à DefensoriaPública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.”Como ressabido, as autarquias, e dentre elas o embargante, constituem pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei,nos termos do Decreto-lei nº 200/1967 e do art. 37, inciso XIX, da Constituição da República. E, sendo dotada depersonalidade jurídica própria, “é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles pertencentes ao ente que ainstituiu”. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23ª ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 429). Já a DefensoriaPública da União afigura-se como mero, mas não menos importante, órgão pertencente ao Poder Público Federal, sempersonalidade jurídica própria, apresentando-se vinculada ao orçamento da União, nada obstante gozar de algumasprerrogativas, como autonomia funcional. Com base nisso, poder-se-ia concluir a priori pela inaplicabilidade da Súmula nº421 do STJ, dada a inexistência de confusão entre as figuras de credor (DPU) e devedor (INSS) no caso em tela.

Ocorre que, conquanto se trate de ente com personalidade jurídica própria, distinta da União, ao INSS vem sendo conferidotratamento de Fazenda Pública (Federal), por gerir recursos e interesses públicos federais, consoante os arts. 8º da Lei nº

� �8.620/1993 e 24-A da Lei nº 9.028/1995 .

Nessas circunstâncias, ao enunciado sumular nº 421 do STJ há que ser conferida interpetação cum grano salis, de modo acompatibilizá-la com o ordenamento e prestigiar a teleologia do verbete, estendendo-a não apenas aos casos em que aDefensoria Pública contenda com pessoa jurídica de direito público a que pertença, mas também àqueles outros em queatue contra pessoa jurídica que integre a mesma Fazenda Pública, como é o caso dos autos.

Nesse sentido já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos:

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARTIGO 535, II, DO CPC.ALEGADA VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ARTIGO 381 DO CC. CONFUSÃO. AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA -RIOPREVIDÊNCIA E DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL. JULGAMENTO PELA CORTE ESPECIAL. REPRESENTATIVODA CONTROVÉRSIA.1. Tendo o Tribunal a quo apreciado, com a devida clareza, a matéria relevante para a análise e o julgamento do recurso,não há se falar em violação ao art. 535 do Código de Processo Civil.2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.199.715/RJ, representativo de controvérsiarepetitiva, de relatoria do Ministro Arnaldo Esteves Lima, julgado em 16/2/11, firmou o entendimento no sentido de tambémnão serem devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando ela atua contra pessoa jurídica de direito públicoque integra a mesma Fazenda Pública.3. Recurso especial a que se dá parcial provimento.(REsp 1102459/RJ, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTATURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 26/06/2012).

Diante disso, forçoso concluir que o caso em apreço escapou ao tratamento acima exposto, uma vez que, a despeito deintegrarem a mesma Fazenda Pública (Federal), fora o INSS condenado ao pagamento de verba honorária sucumbencialem favor da DPU, o que enseja a reforma do acórdão impugnado apenas e tão somente no que diz com esse pormenor,devendo ser mantido incólume em seus demais termos.

Embargos de declaração conhecidos e providos para excluir a condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSSao pagamento de honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública da União – DPU.ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer eprover os embargos de declaração, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

49 - 0002941-55.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002941-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ORLI RUP MAGESK DEOLIVEIRA (ADVOGADO: ES005395 - ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, ES013341 - EMILENE ROVETTA DA SILVA,ES013223 - ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉDIAS IRIGON.).Processo nº: 0002941-55.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002941-4/01)Recorrente: ORLI RUP MAGESK DE OLIVEIRARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

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PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. AUSÊNCIA DAQUALIDADE DE SEGURADA. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento do benefício deauxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente que, em razão das doençasque a acometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Afirma que preenche orequisito da qualidade de segurada para receber o benefício da Previdência Social. Sem contrarrazões.

2. A recorrente declarou exercer a atividade de lavradora, conta atualmente com 47 anos de idade, é casada e possui oensino fundamental incompleto – até a 4ª serie (fl. 90). O CNIS de fls. 99/102 certifica que o último benefício deauxílio-doença cessou em 30/11/2008, estendendo seu período de graça até 30/11/2009. O INSS às fls. 95/98 alega, comlastro probatório pericial, que a incapacidade para o trabalho da autora se deu em 14/02/2011 (fls. 90/93) e que nãoprospera o pleito autoral à aposentadoria por invalidez em virtude de ser temporária a doença.

3. A perícia judicial às fls. 90/93 constatou que a autora sofre de dislipidemia, diabetes e discopatia lombo-sacra. Declarouque essas doenças caracterizam-se por lombalgia, irradiando para as pernas, parestesias e fomogamentos, cansaço,tonteiras, dores no corpo, desânimo, síncope. Concluiu que a doença induz incapacidade total e temporária, sendo a datade início desta incapacidade de 14/02/2011. Nesse contexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de concessão dobenefício de auxílio-doença.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. Correta a sentença guerreada ao julgar improcedente o pedido, com apreciação do mérito, haja vista que a demandateve por causa de pedir a incapacidade de natureza ortopédica declinada na inicial, a qual resultou positiva pela períciaoficial. Entretanto, constatada a incapacidade total e temporária, não foi possível constatar a qualidade de seguradaporventura existente, já que tal fato foi contrariado pela perícia ao asseverar que o início da incapacidade se deu em14/02/2011, não sendo mais a recorrente revestida na qualidade de segurada do RGPS, pois seu período de graça se deuaté 30/11/2009.

8. Não há que se falar em concessão de aposentadoria por invalidez ao recorrente, uma vez que para se ter o benefíciopleiteado, além de preencher os requisitos da qualidade de segurado e do período de carência exigidos em lei, deve-se terincapacidade insuscetível de reabilitação, o que não é o caso por se tratar de incapacidade temporária.

9. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 88, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

50 - 0102405-04.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.102405-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x ADEMIR ROMANO (ADVOGADO: ES009962 -CRISTIANO ROSSI CASSARO, ES018662 - GILVERTON LODI GUIMARÃES.).Processo nº: 0102405-04.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.102405-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ADEMIR ROMANOJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. APLICAÇÃO DO INPC. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGADO. RECURSO DESPROVIDO.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.133/137. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Dessa forma, requer seja sanado o apontado vício e prequestionada a teseautárquica.

Sustenta, ainda, omissão e contradição do acórdão quanto à aplicação do INPC como índice de correção monetária.Requer seja suspenso o julgamento dos aclaratórios até que o STF profira julgamento final nas ADI’s 4357 e 4425.

Por fim, o embargante questiona a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, na medida em que o recursoinominado foi parcialmente provido. Assevera que a Lei é clara, no sentido de que o recorrente deve ser vencido para quese legitime a condenação em honorários advocatícios.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão e contradição no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Registre-se entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, não estáobrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria que

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serviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Quanto ao índice de correção monetária, também não há que se falar em omissão, haja vista que o acórdão recorridoanalisou expressamente a matéria (itens 9 a 14).

No que se refere à condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios, ressalta-se que a sucumbênciarecíproca importa, a teor do art. 21, do CPC, na compensação recíproca e proporcional dos honorários entre as partes,admitindo, contudo, o parágrafo único do mesmo artigo, a condenação da parte contrária quando um dos litigantes decairde parte mínima do pedido. In casu, o embargante foi vencido em seu pleito recursal, tendo a parte autora decaído dopedido em mínima parte.

12. Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

13. Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

14. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

51 - 0002497-22.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002497-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALTOVAR JOSE DEBOSSAN(ADVOGADO: ES022014 - TADEU TRANCOSO DE SOUZA, ES006639 - ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANA CAROLINE SOUZA DE ALMEIDA ROCHA.).Processo nº: 0002497-22.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002497-0/01)Recorrente: ALTOVAR JOSE DEBOSSANRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença esua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que, em razão das doenças que oacometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Aponta que o resultado da períciamédica judicial contrariou todos os laudos particulares anexados aos autos. Contrarrazões às 164/165.

2. O recorrente declarou ser lavrador (fl. 01), conta atualmente com 53 anos de idade e é casado. Possui o ensinofundamental incompleto – até a 2ª serie (fl. 116). Reside em Ibatiba/ES. O INSS negou a concessão do auxílio-doença porentender que o recorrente não está incapacitado para o trabalho, não tendo o INSS questionado a qualidade de seguradoou o não cumprimento da carência exigida em lei. Ademais, destaca, especificamente, à fl. 125, que a consulta no sistemaPLENUS CV3 demonstrou que o autor foi titular de auxílio-doença na qualidade de segurado às fls. 125/133.

3. A perícia judicial, às fls. 116/119, constatou que o autor teria sequela de infarto do miocárdio (2006), declarando que éuma afecção de caráter genética e metabólica. Concluiu que o periciado, mesmo portando a doença, não apresentaincapacidade laboral. Nesse contexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de restabelecimento do benefício deauxílio-doença.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira equidistante

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do interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça às fls. 114, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

52 - 0106739-93.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.106739-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.) x MARIZÉLIA LEAL BARBOSA(ADVOGADO: ES017590 - ROGÉRIO FERREIRA BORGES, ES017591 - FABIOLA CARVALHO FERREIRA BORGES,ES017356 - DANIEL FERREIRA BORGES, DF035417 - VIVIANE MONTEIRO, ES012179 - DANIELLE GOBBI, DF036024 -IRIS SALDANHA BUENO, ES017407 - MARCILIO TAVARES DE ALBUQUERQUE FILHO.) x OS MESMOS.Processo nº: 0106739-93.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.106739-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIZÉLIA LEAL BARBOSAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. APLICAÇÃO DO INPC. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIONO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.157/161. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Aponta omissão ainda, no que se referem aos juros e correção monetária, tendo emvista a ausência de modulação dos efeitos das ADIs 4.357/DF e 4.425/DF. Dessa forma, requer sejam sanados osapontados vícios e prequestionada a tese autárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importante

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é que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Quanto ao índice de correção monetária, é importante registrar que a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação direta cujo objeto era o questionamento da constitucionalidade doscritérios de correção monetária dos precatórios nos termos estabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de aquestão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que esteja produzindo efeitos alguma decisão com eficáciavinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controle difuso de constitucionalidade, nos casos concretosque lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dos mesmos fundamentos que levaram à declaração deconstitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral da Lei nº11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatada comvistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.

Por outro lado, a decisão prolatada na Rcl nº 16.745-MC/DF não contém qualquer determinação no sentido da suspensãodos processos em que se discuta a matéria, nem no sentido de impor a todos os órgãos do Poder Judiciário a aplicação doart. 1º-F da Lei nº 11.960/09 a todas as demandas em que haja condenação da Fazenda Pública. Nesse sentido foi oentendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme aresto abaixo.

PROCESSUAL CIVIL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97. APLICAÇÃO IMEDIATA. ART.5º DA LEI N. 11.960/09. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO (ADIN4.357/DF). ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA APLICÁVEL: IPCA. JULGAMENTO DE ADI NO STF.SOBRESTAMENTO. INDEFERIMENTO. 1. A Corte Especial do STJ, no julgamento do Recurso Especial repetitivo1.205.946/SP, assentou a compreensão de que a Lei n. 11.960/09, ante o seu caráter instrumental, deve ser aplicada deimediato aos processos em curso, à luz do princípio tempus regit actum, sem, contudo, retroagir a período anterior à suavigência. 2. O Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, nojulgamento da ADI 4357/DF, Rel. Min. Ayres Brito, em 14.3.2013. 3. A Primeira Seção, por unanimidade, na ocasião dojulgamento do Recurso Especial repetitivo 1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública denatureza não tributária, os juros moratórios devem ser calculados com base no índice oficial de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação da Lei n. 11.960/09.Já a correção monetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/09, deverá sercalculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período. 4. A pendência de julgamento no

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STF de ação em que se discute a constitucionalidade de lei não enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam noSTJ. Cabível o exame de tal pretensão somente em eventual juízo de admissibilidade de Recurso Extraordinário interpostonesta Corte Superior. 5. A correção monetária e os juros de mora, como consectários legais da condenação principal,possuem natureza de ordem pública e podem ser analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria tenha sidodebatida na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in pejus. 6. Por fim, com relação à liminar deferida peloeminente Ministro Teori Zavascki na Reclamação 16.745-MC/DF, não há falar em desobediência desta Corte em cumprirdeterminação do Pretório Excelso, haja vista que não há determinação daquela Corte para que o STJ e demais tribunaispátrios se abstenham de julgar a matéria relativa aos índices de juros de mora e correção monetária previstos do art. 1º-Fda Lei n. 9.494/97, na redação da Lei n. 11.960/2009. Tampouco se extrai comando para que as Cortes do País aguardemou mantenham sobrestados os feitos que cuidam da matéria até a modulação dos efeitos da decisão proferida na ADI.Agravo regimental improvido.(Processo AGARESP 201300185086 AGARESP - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL –288026 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDA TURMA Fonte DJE DATA:20/02/2014)

11. Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

12. Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

13. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

53 - 0000763-67.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000763-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADENIRES FRANCISCO DESOUZA (ADVOGADO: ES004142 - JOSE IRINEU DE OLIVEIRA, ES007897 - MARIA ISABEL PONTINI.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).Processo nº: 0000763-67.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000763-2/01)Recorrente: ADENIRES FRANCISCO DE SOUZARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença,cessado em 22/10/2008, e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que, em razãodas doenças que o acometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Aponta que oresultado da perícia médica judicial não observou a integralidade dos quesitos apontados pelo MM. Juiz no despacho de fls.33/35, violando seu direito à ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal. Contrarrazões às fls. 78.

2. O recorrente declarou exercer a atividade de marteleteiro, conta atualmente com 38 anos de idade, é casado e possui oensino fundamental incompleto (fl. 56). Não houve nos autos discussão em relação à qualidade de segurado nem aoperíodo de carência do autor. O INSS negou o benefício por não ter constatado incapacidade do segurado para o trabalho.

A perícia judicial, às fls. 56/58, constatou que o autor possui lombalgia e dores no joelho. Declarou que, ao exame físico, opericiado apresentou marcha normal, lasegue negativo bilateral, flexão e extensão toraco lombar normal. Concluiu que nãoexiste incapacidade funcional para o trabalho. Nesse contexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de restabelecimentodo benefício de auxílio-doença.

O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstâncias oufatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

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6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

Correta a sentença guerreada ao julgar improcedentes os pedidos, com apreciação do mérito, haja vista que a demandateve por causa de pedir a incapacidade de natureza ortopédica declinada na inicial, mais especificamente às fls. 02/03, nãosendo possível atestar a incapacidade porventura existente, já que tal fato foi contrariado pelo laudo pericial.

Não pode ser acolhida a alegação do cerceamento de defesa, haja vista que, ao magistrado é facultado firmar suaconvicção a partir de qualquer elemento de prova legalmente produzido, desde que fundamente sua decisão. Não sevislumbra, assim, cerceamento de defesa quando o julgador indefere a produção de outras provas em decorrência daexistência de elementos, nos autos, suficientes para embasar o seu convencimento acerca da questão controvertida.Ademais, não há necessidade de nova perícia, haja vista que aquela realizada nos autos esclareceu de maneira suficiente aausência de incapacidade (art. 437, CPC).

Não há que se falar em benefícios retroativos de outubro de 2008 a dezembro de 2009, visto que o laudo de fl. 38 é provaunilateral e não esclarece seguramente qualquer incapacidade do autor.

Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista odeferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 33, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

54 - 0002819-56.2014.4.02.5001/01 (2014.50.01.002819-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x MARIA SANTOS DE SA (ADVOGADO:ES013392 - VANESSA SOARES JABUR, ES018360 - NIVANA RIQUE, ES015004 - JOYCE DA SILVA PASSOS.).Processo nº: 0002819-56.2014.4.02.5001/01 (2014.50.01.002819-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA SANTOS DE SAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. APLICAÇÃO DO INPC. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIONO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.132/136. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Aponta omissão ainda, no que se referem aos juros e correção monetária, tendo emvista a ausência de modulação dos efeitos das ADIs 4.357/DF e 4.425/DF. Dessa forma, requer sejam sanados osapontados vícios e prequestionada a tese autárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-seque este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

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O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Quanto ao índice de correção monetária, é importante registrar que a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação direta cujo objeto era o questionamento da constitucionalidade doscritérios de correção monetária dos precatórios nos termos estabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de aquestão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que esteja produzindo efeitos alguma decisão com eficáciavinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controle difuso de constitucionalidade, nos casos concretosque lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dos mesmos fundamentos que levaram à declaração deconstitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral da Lei nº11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatada comvistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.

Por outro lado, a decisão prolatada na Rcl nº 16.745-MC/DF não contém qualquer determinação no sentido da suspensãodos processos em que se discuta a matéria, nem no sentido de impor a todos os órgãos do Poder Judiciário a aplicação doart. 1º-F da Lei nº 11.960/09 a todas as demandas em que haja condenação da Fazenda Pública. Nesse sentido foi oentendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme aresto abaixo.

PROCESSUAL CIVIL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97. APLICAÇÃO IMEDIATA. ART.5º DA LEI N. 11.960/09. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO (ADIN4.357/DF). ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA APLICÁVEL: IPCA. JULGAMENTO DE ADI NO STF.SOBRESTAMENTO. INDEFERIMENTO. 1. A Corte Especial do STJ, no julgamento do Recurso Especial repetitivo1.205.946/SP, assentou a compreensão de que a Lei n. 11.960/09, ante o seu caráter instrumental, deve ser aplicada de

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imediato aos processos em curso, à luz do princípio tempus regit actum, sem, contudo, retroagir a período anterior à suavigência. 2. O Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, nojulgamento da ADI 4357/DF, Rel. Min. Ayres Brito, em 14.3.2013. 3. A Primeira Seção, por unanimidade, na ocasião dojulgamento do Recurso Especial repetitivo 1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública denatureza não tributária, os juros moratórios devem ser calculados com base no índice oficial de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação da Lei n. 11.960/09.Já a correção monetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/09, deverá sercalculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período. 4. A pendência de julgamento noSTF de ação em que se discute a constitucionalidade de lei não enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam noSTJ. Cabível o exame de tal pretensão somente em eventual juízo de admissibilidade de Recurso Extraordinário interpostonesta Corte Superior. 5. A correção monetária e os juros de mora, como consectários legais da condenação principal,possuem natureza de ordem pública e podem ser analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria tenha sidodebatida na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in pejus. 6. Por fim, com relação à liminar deferida peloeminente Ministro Teori Zavascki na Reclamação 16.745-MC/DF, não há falar em desobediência desta Corte em cumprirdeterminação do Pretório Excelso, haja vista que não há determinação daquela Corte para que o STJ e demais tribunaispátrios se abstenham de julgar a matéria relativa aos índices de juros de mora e correção monetária previstos do art. 1º-Fda Lei n. 9.494/97, na redação da Lei n. 11.960/2009. Tampouco se extrai comando para que as Cortes do País aguardemou mantenham sobrestados os feitos que cuidam da matéria até a modulação dos efeitos da decisão proferida na ADI.Agravo regimental improvido.(Processo AGARESP 201300185086 AGARESP - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL –288026 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDA TURMA Fonte DJE DATA:20/02/2014)

11. Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

12. Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

13. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

55 - 0000635-50.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000635-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ONILSE SOUZA SANTOS(ADVOGADO: ES010178 - MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: Luciano José Ribeiro de Vasconcelos Filho.).Processo nº: 0000635-50.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000635-7/01)Recorrente: ONILSE SOUZA SANTOSRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença,cessado em 02/12/2008, e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente que, em razãodas doenças que a acometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Aponta para areforma da resoluta sentença. Contrarrazões fls. 218/222.

2. A recorrente declara exercer a atividade de auxiliar de serviços gerais, conta atualmente com 51 anos de idade, éseparada e possui o ensino fundamental incompleto – 4ª serie (fls. 192/195). Não houve nos autos questionamento emrelação à qualidade de segurada nem ao período de carência. O INSS negou a concessão do auxílio-doença por entenderque a recorrente não está incapacitada para o trabalho (fl. 66).

3. A primeira perícia judicial, às fls. 161/162, constatou que a autora é portadora de poliartralgia ou fibromialgia. Declarouque, ao exame físico, a periciada permaneceu lúcida, orientada, depressiva e poliqueixosa, sem limitações de membros oucoluna cervical ou lombar; reflexos patelares presentes. Concluiu afirmando que não há incapacidade para atividadeslaborativas. A segunda perícia judicial, às fls. 192/195, atestou a existência de discopatia degenerativa com abaulamentodifuso de L1 a L5. Declarou a perícia, ao exame físico, que a periciada permaneceu poliqueixosa, lúcida, dificultando o

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exame o tempo todo. Ao quesito 4, ressaltou que quando em crise dolorosa após grandes esforços físicos poderáapresentar limitação dos movimentos e incapacidade para o trabalho. Concluiu asseverando que não há incapacidade parao trabalho.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira equidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pela recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. A impugnação de fls. 211/214 é genérica, não apontando alguma incongruência objetiva relativamente ao segundo laudopericial. O mesmo é de se dizer das razões recursais, mediante as quais a parte pretende a reforma da sentença, semadentrar em discussão objetiva sobre alguma falha no laudo ou nas respostas aos quesitos, tendo a perícia afirmado demaneira firme a ausência de incapacidade.

8. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 154, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

56 - 0005827-88.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.005827-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.) x PEDRO CARLOS MONTEIRO (ADVOGADO:ES015331 - RAFAEL GONÇALVES VASCONCELOS.).Processo nº: 0005827-88.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.005827-7/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: PEDRO CARLOS MONTEIROJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. APLICAÇÃO DO INPC. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIONO JULGADO. PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DESPROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS, em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal, às fls.361/365. Alega o embargante que o julgado guerreado é omisso, porquanto se limitou a examinar o caso sob o prismainfraconstitucional, sem analisar as teses de ordem constitucional deduzidas. Aduz necessidade de manifestação expressasobre: a) incidência dos artigos 40, 194 e 195 da Constituição da República, sobretudo no que toca ao princípio dasolidariedade, ao argumento de serem plenamente constitucionais as contribuições vertidas pelos segurados, mesmo apósa aposentadoria, para custeio da seguridade social, como forma de garantir sua manutenção para as presentes e futurasgerações; b) incidência do art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição da República, eis que, em sendo a concessão deaposentadoria ato jurídico perfeito não eivado de nulidade, não pode ser submetido ao mero escrutínio do segurado e, c)incidência do princípio da manutenção e preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema previdenciário (art. 201,caput, da Constituição da República). Aponta omissão ainda, no que se referem aos juros e correção monetária, tendo emvista a ausência de modulação dos efeitos das ADIs 4.357/DF e 4.425/DF. Dessa forma, requer sejam sanados osapontados vícios e prequestionada a tese autárquica.

Os embargos de declaração, como sabemos, constituem recurso de motivação vinculada, cujo cabimento requer estejampresentes os pressupostos insertos no art. 48 da Lei nº 9.099/1995, quais sejam, os de obscuridade, contradição, omissãoou dúvida, esta última desde que configure “dúvida objetiva”. In casu, pela leitura da arguição do embargante, verifica-se

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que este aponta a existência de omissão no julgado.

Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada.

O acórdão baseou-se no entendimento firmado pela 1ª Seção do STJ, em julgamento de recurso especial submetido àsistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C, do CPC). Dessa forma, não havia necessidade de apreciar um a um osdispositivos constitucionais e legais pertinentes à matéria.

Oportuno ressaltar entendimento do egrégio STJ segundo o qual: “(...) o magistrado, ao analisar o tema controvertido, nãoestá obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, tão somente, aqueles que efetivamente sejamrelevantes para o deslinde do tema.” (REsp 717265, 4ª Turma DJU1 12/32007, P. 239). De igual modo: “(...) não está o juizobrigado a examinar, um a um, os pretensos fundamentos das partes, nem todas as alegações que produzem: o importanteé que indique o fundamento suficiente de sua conclusão, que lhe apoiou a convicção no decidir.” (STF, EDcl/RE 97558/GO,1ª Turma, relator Ministro Oscar Corrêa, RTJ 109/1098).

Sobre prequestionamento, requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário, cumpre considerar, conformeentendimento firmado pela Corte Superior de Justiça, a possibilidade de prequestionamento implícito, ou seja, a matérialitigiosa pode ser apreciada de maneira clara e objetiva ainda que sem menção expressa à norma legal, não havendonecessidade, portanto, de específica alusão aos dispositivos legais questionados. Vejamos:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DOENÇA DE PARKINSON. FORNECIMENTO DEMEDICAMENTO PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. PROVA CABAL DO AUTOR SOBRE SUA NECESSIDADE. DEVERCONSTITUCIONAL. OBRIGAÇÃO DO ESTADO DE ASSEGURAR ÀS PESSOAS O ACESSO A MEDICAMENTOS.SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. REEXAME DO JULGADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. OMISSÃO,CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A Constituição Federal de 1988 (art. 1º, III), ao dispor sobre adignidade da pessoa humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, reconheceu que o Estado existe emfunção da pessoa humana, uma vez que sua finalidade precípua é o próprio ser humano. 2. A União Federal, os Estados eos Municípios são responsáveis solidários pela saúde frente aos indivíduos, sendo, pois, os legitimados passivos nas açõescuja causa de pedir é o fornecimento de medicamentos e/ou leitos aos necessitados. Pode o Autor mover a pretensãocontra qualquer um dos entes ou contra todos, independentemente de qualquer divisão efetuada pela Lei nº 8.080/90. 3.Uma vez comprovado pela prescrição médica que o Autor foi diagnosticado como portador de Doença de Parkinson,cardiopatia crônica, diabete mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, e que necessita dos medicamentos acima descritos paratratamento de sua saúde, o papel do Poder Judiciário cinge-se à determinação de cumprimento da prestação devida, sendoo caso, portanto, de se conferir efetividade à garantia do direito à saúde, norma constitucional cuja aplicabilidade é plena eimediata. 4. Os embargos de declaração são via imprópria para o rejulgamento da causa, sendo que eventual reforma dodecisum deve ser buscada pela via recursal própria. 5. Quanto ao requisito do prequestionamento - indispensável àadmissão dos recursos especial e extraordinário -, a Corte Superior de Justiça tem entendido ser suficiente oprequestionamento implícito, presente quando se discute a matéria litigiosa de maneira clara e objetiva, ainda que semalusão expressa aos dispositivos legais questionados. 6. Não ocorrendo irregularidades no acórdão quando a matéria queserviu de base à oposição do recurso foi devidamente apreciada, com fundamentos claros e nítidos, enfrentando asquestões suscitadas ao longo da instrução, tudo em perfeita consonância com os ditames da legislação e jurisprudênciaconsolidada, não há que se falar em omissão, obscuridade ou contradição. 7. Embargos desprovidos. Grifei. (TRF2 –Quinta Turma Especializada – E-DJF2R 24/02/2014 APELRE 200951010128348 APELRE - APELAÇÃO/REEXAMENECESSÁRIO, 585866, rel. Desembargador Federal MARCUS ABRAHAM)”.

Ademais, a matéria manifestamente prescinde de prequestionamento, na medida em que é rigorosamente a mesma a serapreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, no RE nº 381367, com repercussão geral reconhecida, de relatoria doMinistro Marco Aurélio, porquanto a discussão travada em si mesma evidencia aspectos de índole constitucional. Tantoassim que teve o reconhecimento da repercussão geral.

Quanto ao índice de correção monetária, é importante registrar que a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação direta cujo objeto era o questionamento da constitucionalidade doscritérios de correção monetária dos precatórios nos termos estabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de aquestão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que esteja produzindo efeitos alguma decisão com eficáciavinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controle difuso de constitucionalidade, nos casos concretosque lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dos mesmos fundamentos que levaram à declaração deconstitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral da Lei nº11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatada comvistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.

Por outro lado, a decisão prolatada na Rcl nº 16.745-MC/DF não contém qualquer determinação no sentido da suspensãodos processos em que se discuta a matéria, nem no sentido de impor a todos os órgãos do Poder Judiciário a aplicação doart. 1º-F da Lei nº 11.960/09 a todas as demandas em que haja condenação da Fazenda Pública. Nesse sentido foi oentendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme aresto abaixo.

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PROCESSUAL CIVIL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97. APLICAÇÃO IMEDIATA. ART.5º DA LEI N. 11.960/09. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO (ADIN4.357/DF). ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA APLICÁVEL: IPCA. JULGAMENTO DE ADI NO STF.SOBRESTAMENTO. INDEFERIMENTO. 1. A Corte Especial do STJ, no julgamento do Recurso Especial repetitivo1.205.946/SP, assentou a compreensão de que a Lei n. 11.960/09, ante o seu caráter instrumental, deve ser aplicada deimediato aos processos em curso, à luz do princípio tempus regit actum, sem, contudo, retroagir a período anterior à suavigência. 2. O Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, nojulgamento da ADI 4357/DF, Rel. Min. Ayres Brito, em 14.3.2013. 3. A Primeira Seção, por unanimidade, na ocasião dojulgamento do Recurso Especial repetitivo 1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública denatureza não tributária, os juros moratórios devem ser calculados com base no índice oficial de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação da Lei n. 11.960/09.Já a correção monetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/09, deverá sercalculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período. 4. A pendência de julgamento noSTF de ação em que se discute a constitucionalidade de lei não enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam noSTJ. Cabível o exame de tal pretensão somente em eventual juízo de admissibilidade de Recurso Extraordinário interpostonesta Corte Superior. 5. A correção monetária e os juros de mora, como consectários legais da condenação principal,possuem natureza de ordem pública e podem ser analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria tenha sidodebatida na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in pejus. 6. Por fim, com relação à liminar deferida peloeminente Ministro Teori Zavascki na Reclamação 16.745-MC/DF, não há falar em desobediência desta Corte em cumprirdeterminação do Pretório Excelso, haja vista que não há determinação daquela Corte para que o STJ e demais tribunaispátrios se abstenham de julgar a matéria relativa aos índices de juros de mora e correção monetária previstos do art. 1º-Fda Lei n. 9.494/97, na redação da Lei n. 11.960/2009. Tampouco se extrai comando para que as Cortes do País aguardemou mantenham sobrestados os feitos que cuidam da matéria até a modulação dos efeitos da decisão proferida na ADI.Agravo regimental improvido.(Processo AGARESP 201300185086 AGARESP - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL –288026 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDA TURMA Fonte DJE DATA:20/02/2014)

11. Consigne-se, por fim, que a via dos embargos declaratórios não deve ser utilizada para veiculação de meroinconformismo diante da conclusão jurisdicional adotada, servindo como instrumento de rediscussão de matéria já debatida.No caso em apreço, infere-se, com clareza, que o embargante pretende, unicamente, a rediscussão do mérito já decididoem sede de julgamento do recurso.

12. Embargos de Declaração conhecidos e desprovidos.

13. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

57 - 0001774-35.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.001774-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x ILDA PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: ES003844- ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO.) x OS MESMOS.Processo nº: 0001774-35.2012.4.02.5050/01Juízo de origem: 2º Juizado Especial Federal de Vitória - ESRecorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrente: ILDA PEREIRA DA SILVARecorridos: OS MESMOSRelator: Juiz Federal GUSTAVO ARRUDA MACEDO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTENCIA SOCIAL – BENEFICIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ANÁLISE DA CONDIÇÃOECONÔMICA DA PARTE – CALCULO DA RENDA PER CAPITA – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO P. U. DO ART. 34 DALEI 10.741/03 – EXCLUSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO PERCEBIDO POR CÔNJUGE – DATA DO INÍCIO DOBENEFÍCIO - PEDIDO PROCEDENTE EM PARTE – SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso inominado em face da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão dobenefício de prestação continuada de que trata o § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93. Segundo a autora recorrente, asentença merece reforma no que toda à fixação da data de início do benefício, que deveria ser a do requerimento dobenefício. O INSS também recorreu da sentença, afirmando não ser cabível a aplicação analógica do art. 34, parágrafoúnico, da Lei nº 10.741/03 – Estatuto do Idoso.

2. De acordo com o entendimento pacificado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, “o critério de aferição da renda

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mensal previsto no § 3.º do art. 20 da Lei n.º 8.742/93 deverá ser observado como um mínimo, não excluindo apossibilidade de o julgador, ao analisar o caso concreto, lançar mão de outros elementos probatórios que afirmem acondição de miserabilidade da parte e de sua família. 2. ‘A limitação do valor da renda per capita familiar não deve serconsiderada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou detê-la provida por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-seabsolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo.’ (REsp1.112.557/MG, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 20/11/2009). 3. ‘Em respeito aosprincípios da igualdade e da razoabilidade, deve ser excluído do cálculo da renda familiar per capita qualquer benefício devalor mínimo recebido por maior de 65 anos, independentemente se assistencial ou previdenciário, aplicando-se,analogicamente, o disposto no parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso.’ (Pet 2.203/PE, Rel. Min. MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 11/10/2011). (Processo AGA 201100107087AGA - AGRAVO REGIMENTALNO AGRAVO DE INSTRUMENTO – 1394595 Relator(a) OG FERNANDES Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEXTATURMA Fonte DJE DATA:09/05/2012)

3. Assim, o fato de a renda per capita estar acima do valor correspondente a ¼ do salário mínimo, por si, não impede aconcessão do benefício de prestação continuada, desde que o conjunto probatório conduza à conclusão de que a parte nãotem condições de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.

4. No caso dos autos, o MM Juízo a quo decidiu no sentido da procedência parcial do pedido, haja vista que o laudosocioeconômico de fls. 38/53 demonstrou que o grupo familiar é composto apenas pela recorrente e seu cônjuge, o qualrecebe aposentadoria no valor de 1 salário mínimo, sendo esta a única fonte de renda do casal.

5. A renda auferida pelo cônjuge a título de aposentadoria, todavia, não pode ser computada, haja vista a decisão do STFno RE nº 580.963/PR foi no sentido da declaração de inconstitucionalidade por omissão parcial, sem pronúncia de nulidade,do parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.741/03.

6. Logo, a solução da demanda se dá pela aplicação do direito ao caso concreto, com a observância, pelo juiz, dos critériosde interpretação e aplicação das leis, sem descuidar, quanto às lacunas e omissões da legislação, das disposiçõesconstantes do art. 4º da LICC, bem como do art. 126 do CPC.

7. Nessa linha de raciocínio, permanece hígido o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, intérprete da legislaçãofederal por natureza, na ocasião do julgamento do AGA 201100107087AGA - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DEINSTRUMENTO – 1394595, acima referido.

8. Nesse sentido, o Enunciado 46 da Turma Recursal do Espírito Santo: “A renda mensal de aposentadoria em valorequivalente a um salário mínimo concedida a pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito deapuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS.Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003”.

9. É igualmente entendimento pacífico no âmbito da Turma Nacional de Uniformização que “para fins de concessão debenefício assistencial a idoso, o disposto no parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) se aplicapor analogia para a exclusão do benefício previdenciário de valor mínimo recebido por membro idoso do grupo familiar, oqual também fica excluído do grupo para fins de cálculo da renda familiar per capita” (Processo 2008.70.53.00.1178-6, Rel.Juíza Jacqueline Michels Bilhalva, DJ 11.06.2010).

10. Com a exclusão da renda percebida pelo cônjuge a título de benefício previdenciário, a renda per capita se insere dentrodo limite de ¼ do salário mínimo.

11. Não merece prosperar, portanto, o recurso inominado do INSS.

12. O recurso interposto pela parte autora também não merece provimento, tendo em vista as lúcidas ponderações feitaspela douta magistrada sentenciante no sentido de que, durante o longo período de tempo entre o requerimentoadministrativo (formulado em 19/04/2007 e indeferido em 20/04/2007 conforme fls. 21/28) e data da propositura dademanda (12/04/2012), houve alteração da composição do grupo familiar, pois conforme relatado pelo Sr. Assistente Socialà fl. 38, o filho morava com sua família em companhia da recorrente até o mês de janeiro de 2012. Logo, não é possívelavaliar a situação econômica em época anterior à produção do laudo social, haja vista a ausência de elementos quepermitam aferir a renda da família do filho da recorrente, bem como o rol de despesas, para efeito de cálculo da renda percapita de todo o grupo.

13. Recursos do INSS e da parte autora conhecidos e não providos. Sentença confirmada. Honorários e despesas queficam recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados, haja vista a sucumbência recíproca nos termos do art. 21do CPC.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer dos recursos e aeles negar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

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Vitória, 29 de janeiro de 2014.

Gustavo Arruda MacedoJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

58 - 0002150-86.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002150-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCOS CABRAL DEPAULA (ADVOGADO: ES004142 - JOSE IRINEU DE OLIVEIRA, ES012700 - RODRIGO SEBASTIÃO SOUZA, ES007087 -AUGUSTO CESAR DA FONSECA ALMEIDA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCELA REIS SILVA.).Processo nº: 0002150-86.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002150-6/01)Recorrente: MARCOS CABRAL DE PAULARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença,cessado em 27/11/2009. Sustenta o recorrente que, em razão das doenças que o acometem, não tem condições dedesempenhar suas atividades laborativas habituais. Aponta que o resultado da perícia médica judicial não observou aintegralidade dos quesitos apontados pelo MM. Juiz no despacho de fl. 35, violando seu direito à ampla defesa, aocontraditório e ao devido processo legal. Contrarrazões às fls. 44.

2. O recorrente exerce a atividade de marteleteiro, conforme CTPS à fl. 12, conta atualmente com 47 anos de idade, édivorciado e possui o ensino fundamental incompleto - até a 3ª serie. Não houve nos autos discussão a respeito daqualidade de segurado nem em relação ao período de carência do autor. O INSS negou o restabelecimento do benefíciopor não ter constatado incapacidade do segurado para o trabalho (fl. 25).

A perícia judicial, às fls. 38/45, constatou que o autor possui poliartrose. Declarou que, ao exame físico, o periciadoapresenta leve hipertrofia da coluna lombar à direita, escoliose à direita e sinal de labor. Concluiu que não existeincapacidade funcional para o trabalho. Nesse contexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de restabelecimento dobenefício de auxílio-doença.

O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstâncias oufatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira equidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

Correta a sentença guerreada ao julgar improcedente a pretensão autoral, com apreciação do mérito, haja vista que ademanda teve por causa de pedir a incapacidade de natureza ortopédica declinada na inicial, mais especificamente à fls.01/02, não sendo possível atestar a incapacidade porventura existente, já que tal fato foi contrariado pelo laudo pericial.

8. Não pode ser acolhida a alegação do cerceamento de defesa e posterior nulidade de sentença, haja vista que, aomagistrado é facultado firmar sua convicção a partir de qualquer elemento de prova legalmente produzido, desde quefundamente sua decisão. Não se vislumbra, assim, cerceamento de defesa quando o julgador indefere a produção deoutras provas em decorrência da existência de elementos, nos autos, suficientes para embasar o seu convencimentoacerca da questão controvertida. Ademais, não há necessidade de nova perícia, haja vista que aquela realizada nos autosesclareceu de maneira suficiente a ausência de incapacidade. Motivado por dúvida, pode o juiz de ofício determinar arealização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida (art. 437, CPC).

Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista odeferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 35, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

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É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

59 - 0002091-98.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002091-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DAS NEVESEVANGELISTA BENEVIDES (ADVOGADO: ES005395 - ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, ES013341 - EMILENEROVETTA DA SILVA, ES013223 - ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: VINICIUS DOMINGUES FERREIRA.).Processo nº: 0002091-98.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002091-5/01)Recorrente: MARIA DAS NEVES EVANGELISTA BENEVIDESRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELAPERÍCIA JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou procedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença eimprocedente o de concessão da aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente que, em razão das doenças que aacometem há anos, não tem condições de desempenhar atividades laborativa alguma. Sem contrarrazões.

2. A recorrente declarou exercer a atividade de faxineira, conta atualmente com 54 anos de idade, é divorciada e possui oensino fundamental incompleto – até a 6ª serie (fl. 51). Reside em Cachoeiro de Itapemirim/ES. Não houve nos autosdiscussão no que toca a qualidade de segurado nem quanto ao período de carência exigido em lei. O INSS negou aconcessão do auxílio-doença por entender que a recorrente não está incapacitada para o trabalho.

3. A perícia judicial às fls. 50/54 constatou que a autora é portadora de espondilodiscoartrose lombar. Declarou que é umadoença incapacitante caracterizada por lombalgia irradiante para membros inferiores, parestesia, formigamento e limitaçãodo movimento do tronco. Concluiu afirmando que a doença induz incapacidade total e temporária. Nesse contexto, o julgadoimpugnado deferiu o pedido de concessão do benefício de auxílio-doença.

4. Numa análise minuciosa dos autos, observa-se que a recorrente está acometida de doença de natureza ortopédicadesde 2006, fato que gerou reiterados requerimentos ao INSS a constatar pelas perícias de fls. 40/46, nas datas de08/05/2006, 02/06/2006, 25/06/2007, 09/07/2007 e 14/01/2010. Em que pese a constância sintomática da doença sobre arecorrente, pelo laudo pericial, atestadamente, a perícia relata que se trata de doença degenerativa e, mesmo que induzaincapacidade, esta é temporária. Tem-se entre julgados:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONVERSÃO DO BENEFÍCIO.REALIZAÇÃO DE NOVA PERÍCIA. DESNECESSIDADE. INCAPACIDADE LABORAL. TEMPORÁRIA. PERÍCIACONCLUDENTE. 1. Já tendo sido realizada perícia por médico do trabalho, da confiança do Juízo, elucidativa sobre asituação da parte autora, não se justifica a determinação de realização de nova perícia com o mesmo profissional por meradiscordância quanto ao diagnóstico. 3. É indevida a conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, quando aperícia judicial é concludente da incapacidade temporária do segurado para o trabalho.Processo: AC 132772220144049999 RS 0013277-22.2014.404.9999; Relator: Paulo Paim da Silva; Julgamento:08/10/2014; Órgão Julgador: Sexta Turma. Publicação D.E. 16/10/2014

AGRAVO. AUXÍLIO DOENÇA. CONVERSÃO PARA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS LEGAIS NÃOPREENCHIDOS. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A decisão ora agravada deve ser mantida,por seus próprios e jurídicos fundamentos, a teor do disposto no art. 557 , do CPC , inexistindo qualquer ilegalidade ouabuso de poder. 2. Não merece reparos a decisão recorrida que, analisando os elementos de fatos exibidos nestes autos,bem como as provas neles produzidas, reconheceu a ausência dos requisitos necessários à concessão da aposentadoriapor invalidez requerida pela parte autora. 3. Embora o magistrado não esteja adstrito ao laudo pericial, não há como negartratar-se de prova técnica, realizada por profissional da confiança do juiz e equidistante das partes. Ademais, foramrespondidos satisfatória e fundamentadamente todos os quesitos formulados nos autos, tendo então concluído pelaexistência de incapacidade laborativa total e temporária 4. Agravo improvido.Processo: AC 41811 SP 0041811-71.2012.4.03.9999; Relator(a): Desembargador Roberto Haddad; Julgamento:09/09/2013; Órgão Julgador: Sétima Turma.

5. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira equidistante

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do interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 47, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

60 - 0000489-69.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000489-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) REINALDO ALMEIDA(ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: HENRIQUE BICALHO CIVINELLI DE ALMEIDA.).Processo nº: 0000489-69.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000489-0/01)Recorrente: REINALDO ALMEIDARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de auxílio-doença. Sustentao recorrente que, em razão das doenças que a acometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativashabituais. Aponta para a reforma da resoluta sentença. Contrarrazões à fl. 55.

2. O recorrente declarou na exordial exercer a atividade de “braçal”, conta atualmente com 58 anos de idade, é analfabeto(fl. 35) e possui estado familiar de casado. Não houve nos autos discussão em relação à qualidade de segurado ou o nãocumprimento da carência exigida em lei. O INSS, administrativamente, negou a concessão do auxílio-doença (fl. 5) porentender que o autor não está incapacitado para o trabalho.

3. A perícia judicial, à fl. 35, constatou que o autor não está acometido de nenhuma patologia ortopédica digna de nota.Concluiu que, após exame físico rigoroso e em análise de exames radiológicos, o autor está apto para realizar suasatividades habituais sem restrição, não constatando, assim, sua incapacidade.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. A impugnação de fls. 48/51 é genérica, não apontando alguma incongruência objetiva relativamente ao laudo pericial. Omesmo é de se dizer das razões recursais, mediante as quais a parte pretende a reforma ou anulação da sentença, semadentrar em discussão objetiva sobre alguma falha no laudo ou nas respostas aos quesitos, tendo a perícia afirmado demaneira firme a ausência de incapacidade.

8. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista

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o deferimento da Gratuidade de Justiça às fls. 12/14, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

61 - 0005323-24.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005323-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ABEL COSTA MARTINS(ADVOGADO: ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCOS FIGUEREDO MARÇAL.).Processo nº: 0005323-24.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005323-7/01)Recorrente: ABEL COSTA MARTINSRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão do benefício deauxílio-doença. Sustenta o recorrente que, em razão das doenças que o acometem, não tem condições de desempenharsuas atividades laborativas habituais. Pugna pela reforma da sentença. Contrarrazões às fls. 77/80.

2. O recorrente declarou exercer a atividade de operador refratarista (fl. 01), conta atualmente com 51 anos de idade, écasado e possui o ensino médio completo (fl. 55). Reside em Serra/ES. É beneficiado pelo auxílio-doença desde04/03/2005. Alega o INSS que não houve data de cessação do benefício do autor, visto que o mesmo se encontrava emreabilitação para outra atividade (fl. 42), não vigorando a conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.

3. A sentença recorrida foi prolatada nos termos seguintes:

“Trata-se de ação previdenciária movida por GILSON LAERTE GANZATTO em face do INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL por meio da qual almeja a parte autora a condenação da Autarquia Previdenciária a converter seuauxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, é necessário que oautor atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 42 da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado,atender a carência de 12 contribuições mensais e ter constatada a incapacidade total e permanente para o exercício deatividade profissional que lhe garanta a subsistência com insuscetibilidade de reabilitação. Já em relação ao benefícioauxíliodoença, a única diferença relaciona-se ao último requisito, uma vez que o art. 59 da Lei n.º 8.213/90 exige que opostulante esteja incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.No presente caso, a perícia judicial atestou que o autor possui incapacidade parcial e permanente para o trabalho habitual,para atividades que demandem permanecer em pé ou realizando esforços físicos, que poderão agravar a seqüela em seujoelho. Referido perito asseverou, ademais, que o autor pode ser reabilitado para outra atividade profissional. Inclusive, jáhá informação nos autos de que o mesmo está sendo reabilitado.Embora a incapacidade que acomete o autor seja definitiva, entendo que o autor tem efetivas possibilidades de serreabilitado para exercer funções compatíveis com a sua limitação funcional, idade (48 anos) e escolaridade (ensino médio).Assim sendo, conclui-se que o demandante não preenche os requisitos legais para a concessão da aposentadoria porinvalidez.DISPOSITIVOAnte o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido veiculado na inicial, extinguindo o feito com julgamento de mérito, nostermos do art. 269, I do Código de Processo Civil.Deixo de efetivar condenação em custas e em honorários advocatícios em face daprevisão legal sobre o tema. Defiro agratuidade de justiça ao autor. Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquive-se. P.R.I.”

4. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei9.099/1995), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado estáem consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal, ao afastar os argumentos reproduzidos nopresente recurso.

5. Com efeito, a perícia realizada em Juízo não afirmou a incapacidade total, ou seja, para toda e qualquer atividadelaborativa. Aliás, a perícia afirmou a incapacidade parcial e permanente, razão pela qual o recorente se encontra emprocesso de reabilitação. Tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo a quo e ojulgado está em consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal ao afastar os argumentosreproduzidos no presente recurso.

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6. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas e honorários, haja vista a gratuidade de justiça deferida à fl. 27/28.É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

62 - 0005085-05.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005085-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ISRAEL COSME(ADVOGADO: ES016607 - JÚLIA PENZUTI DE ANDRADE, ES000088B - MARIA MIRANDA DE SOUZA POCAS.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).Processo nº: 0005085-05.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005085-6/01)Recorrente: ISRAEL COSMERecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença esua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que, em razão das doenças que oacometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Aponta que o resultado da períciamédica judicial contrariou todos os laudos particulares anexados aos autos. Contrarrazões às 137/140.

2. O recorrente declarou ser ex-operador de máquinas, conta atualmente com 57 anos de idade e é casado. Reside emCariacica/ES. O INSS negou a concessão do auxílio-doença por entender que o recorrente não está incapacitado para otrabalho, não tendo o INSS questionado a qualidade de segurado ou o não cumprimento da carência exigida em lei.Ademais, destaca, especificamente, à fl. 99, que o autor está com vínculo empregatício ativo desde 01/07/2011, conformeCNIS de fl. 109, razão pela qual evidencia a capacidade laborativa do autor.

3. A perícia judicial, às fls. 87/89, constatou que o autor teria artrose em joelhos, declarando que é uma afecção de caráterdegenerativo das articulações de evolução lenta e normal comum a todos os seres humanos. Concluiu que o periciado,mesmo portando a doença, não apresenta incapacidade laboral do ponto de vista ortopédico. Nesse contexto, o julgadoimpugnado indeferiu o pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira equidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça às fls. 73/74, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

63 - 0003981-75.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003981-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RENATO OLIVEIRA MOTA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Isabela Boechat B. B. de Oliveira.).Processo nº: 0003981-75.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003981-2/01)Recorrente: RENATO OLIVEIRA MOTARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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Juízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença,cessado em 20/03/2010, e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que, em razãodas doenças que o acometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Pugna pelareforma da sentença. Contrarrazões às fls. 140/144.

2. O recorrente declarou na inicial exercer a atividade de gari, como consta na CTPS às fls. 100/104. Conta atualmente com54 anos de idade e é casado. Reside em Cariacica/ES. Não houve discussão nos autos em relação à qualidade desegurado do RGPS do autor. O INSS negou o restabelecimento do auxílio-doença por entender que o recorrente não estáincapacitado para o exercício de suas atividades laborativas.

3. A perícia judicial com médico ortopedista, às fls. 46/47, constatou que o autor possui fratura consolidada do punho àesquerda, sem sequelas. Ao exame físico, apresentou normalidade na função dos membros, concluindo que não existeincapacidade funcional para o trabalho do ponto de vista ortopédico, indicando perícia com especialista em psiquiatria.Assim se procedeu. Na segunda pericia, às fls. 76/77, foi constatado que o autor possui transtorno depressivo moderado.Ao exame pericial, não apresentou distúrbios do comportamento e/ou alterações do senso-percepção, bem como ausênciade sinais e/ou sintomas psicóticos como delírios ou alucinações que o incapacite de exercer sua atividade habitual. Nessecontexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira equidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. A impugnação de fl. 129/135 é genérica, não apontando alguma incongruência objetiva relativamente ao laudo pericial. Omesmo é de se dizer das razões recursais, mediante as quais a parte pretende a reforma ou anulação da sentença, semadentrar em discussão objetiva sobre alguma falha no laudo ou nas respostas aos quesitos, tendo a perícia afirmado demaneira firme a ausência de incapacidade.

8. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 26/27, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

64 - 0002496-71.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002496-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NILO PICCOLIBITTENCOURT (ADVOGADO: ES005395 - ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, ES013341 - EMILENE ROVETTA DA SILVA,ES013223 - ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGOSTEPHAN DE ALMEIDA.).Processo nº: 0002496-71.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002496-7/01)Recorrente: NILO PICCOLI BITTENCOURTRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PARCIAL PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou parcialmente procedente o pedido de restabelecimento dobenefício de auxílio-doença, cessado em 11/11/2009, e improcedente o pedido de conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente que, em razão das doenças que o acometem, não tem condições de desempenharqualquer atividade laborativa. Aponta para a reforma da sentença. Sem contrarrazões.

2. O recorrente declarou exercer a atividade de serrador de rochas, conta atualmente com 58 anos de idade, é casado epossui o ensino fundamental incompleto – até a 7ª serie. Não houve nos autos controvérsia quanto à qualidade de seguradonem quanto ao período de carência exigido em lei. O INSS, administrativamente, negou o restabelecimento doauxílio-doença por entender que o segurado não mais se encontrava incapacitado para o exercício de suas atividadeslaborativas e por estar reabilitado profissionalmente, fato impugnado pelo autor, pois segundo este não houve nova perícianem reabilitação para outra atividade de trabalho.

3. A perícia judicial à fl. 58, pela anamnese realizada, designou para melhor esclarecimento do exame pericial exames deeletroneuromiografia de membros inferiores e eletroneuromiografia de membro superior direito. De porte dos exames (fls.63/65), apresentou-se o autor à perícia, à fls. 68/69, que constatou a existência de radiculopatia crônica. Declarou a períciaque, ao exame físico, o periciado apresentou-se lúcido, com sinais de Laségue positivo, bilateral; discreta hipertoniamuscular para vertebral lombar e cervical e regiões palmares não calosas. Asseverou, ainda, a necessária avaliação porneuro-cirurgião. Constatou polineuropatia de membros inferiores, sensitiva e desmielinizante e compressão de nervomediano. Concluiu pela incapacidade parcial e definitiva para o exercício de suas atividades laborativas.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa total e definitiva indispensável paraque tenha lugar a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez.

6. In casu, o auxílio-doença é o benefício a que melhor se aplica as condições em que se encontra o recorrente, tendo emvista que, ao quesito de nº 12, a perícia judicial atestou a possibilidade de reabilitação profissional. Em que pese ascondições sociais do autor, baixa escolaridade e idade avançada, as moléstias que o acometem não lhe impõe,perenemente, inaptidão ao exercício de outra atividade para subsistência, desde que observado a materialidade do art. 137do Decreto 3.048/99 pelo INSS.

7. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 55, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

65 - 0000392-72.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000392-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) VERONICA RIBEIRO ALVESGOMES (ADVOGADO: ES012060 - SIDINÉIA DE FREITAS DIAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).Processo nº: 0000392-72.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000392-9/01)Recorrente: VERONICA RIBEIRO ALVES GOMESRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

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PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão do benefício deauxílio-doença. Sustenta o recorrente que, em razão das doenças que a acometem, não tem condições de desempenharsuas atividades laborativas habituais. Pugna pela reforma da sentença e pela a gratuidade de justiça. Sem contrarrazões.

2. A recorrente declara que exerceu atividade de auxiliar de escritório (fl. 43), encontrando-se inabilitada para o exercício desuas atividades habituais de digitação (fl. 39). Conta atualmente com 45 anos de idade, é casada e possui o ensino superiorincompleto – até 3º ano do curso de História. Reside em Cachoeiro de Itapemirim/ES. O CNIS, à fl. 51, registra inscriçõesde 22/07/1986 a 02/02/1988; de 08/02/1988 a 18/09/1998; de 01/08/1999 a 12/02/2000; de 02/08/2000 a 14/09/2007; de05/08/2008 a 04/11/2008; e de 25/06/2009 a 22/10/2009. O INSS negou a concessão do auxílio-doença por entender que arecorrente não está incapacitada para o trabalho, não tendo o INSS questionado a qualidade de segurado ou o nãocumprimento da carência exigida em lei (fls. 46/47).

3. A perícia judicial, à fl. 43, constatou que a autora é portadora de sinovite e tenosinovite. Declarou que, ao exame físico, apericiada permaneceu lúcida, orientada e calma. Concluiu que não existe incapacidade funcional para o trabalho. Nessecontexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de concessão do benefício de auxílio-doença.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira equidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 40, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

66 - 0004446-21.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004446-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.) x SILVIO ROBERTO FERNANDES(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.).Processo nº: 0004446-21.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004446-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: SILVIO ROBERTO FERNANDESJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADEPELA PERÍCIA JUDICIAL – QUALIDADE DE SEGURADO VERIFICADA – RECURSO DESPROVIDO – SENTENÇACONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido de concessão deauxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta em suas razões que o requisito dacapacidade laborativa do autor não foi afetada pelo risco morte – óbice pericial às atividades dessa natureza -, ao exercer,este, a atividade de ajudante de cozinha, às fls. 113/114. Contrarrazões às fls. 122/130.

2. Segue a sentença prolatada pelo juízo a quo:

Trata-se de ação previdenciária proposta por SILVIO ROBERTO FERNANDES em face do INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL – INSS, através da qual almeja a concessão do benefício auxílio-doença, bem como sua posterior

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conversão em aposentadoria por invalidez.Na inicial, o autor, que exerceu a função de ajudante de caminhão para carga e descarga e conta atualmente com 51 anosde idade, alega ser portador de “epilepsia convulsiva e transtorno psiquiátrico depressivo, estando incapacitado paraexercer atividades laborativas desde o ano 2000”. Recebeu o benefício auxílio doença (NB 533.582.297-6) durante operíodo de 17/12/2008 a 15/02/2009, sob diagnóstico de epilepsia (CID-10 G40) , tendo sido cessado por parecer contrárioda perícia médica.Os laudos médicos particulares acostados aos autos demonstram a existência da doença e constatam a incapacidadelaborativa ( fls.09/12) .Para o recebimento da aposentadoria por invalidez mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art . 42 da Lei n.º 8.213/90, quais sejam: ostente a qualidade de segurado, atenda a carência de 12 contribuiçõesmensais e tenha constatada a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta asubsistência com insuscetibilidade de reabilitação. Já em relação ao benefício auxílio doença, a única diferençarelaciona-se ao último requisito, uma vez que o art. 59 da Lei n.º 8.213/90 exige que o postulante esteja incapacitado para oseu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.Cabe destacar que inexiste discussão nos autos em relação ao fato da parte autora ostentar a qual idade de seguradaespecial da Previdência Social , bem como preencher a carência mínima exigida em lei para os benefícios em tela.Com relação ao requisito da incapacidade, tal verificação ficou a cargo do perito judicial , cujo laudo encontra-se ofertado àsfls. 28/45 dos autos. Pelas conclusões apresentadas no laudo, restou constatado pelo perito que o autor é portador de“seqüelas de doença vascular encefálica do tipo isquêmico”, tendo tal doença se iniciado possivelmente em 05/12/2005,consoante exame médico apresentado (quesitos 01 e 03). Afirma ainda que não há incapacidade laborativa para trabalhosque não tenham risco de morte, podendo o autor exercer qualquer atividade que não apresenta risco de acidente e que nãocomprometa a sua integridade física (resposta aos quesitos 06, 07 e 14).Restando dúvidas a serem sanadas, o perito foi intimado a esclarecer alguns pontos, tendo se manifestado à f l . 75 dosautos no sentido de que o autor pode exercer quaisquer atividades em que não ponha em risco a sua vida e das pessoas,afirmando, em resposta ao quesito 04, ser possível afirmar que a incapacidade já existia em 15/02/2009.A partir das informações contidas no laudo pericial , constata-se que o autor não pode exercer sua atividade laborativahabitual , visto o inegável risco de acidentes que possam comprometer a sua integridade física, mas que possui capacidadepara exerceroutras atividades compatíveis com sua l imitação.Não havendo incapacidade total, não há como prosperar o pleito de conversão do auxílio-doença em aposentadoria porinvalidez.A Lei 8.213/91, antevendo situações em que fosse impossível a recuperação para a atividade habitual , como é o caso doautor, determinou que o segurado se submetesse à reabilitação profissional :Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual , deverá submeter-se aprocesso de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja dado comohabilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável ,for aposentado por invalidez.Assim, sabendo-se que o autor necessita ser reabilitado para o desempenho de outras atividades que condigam com suapatologia, deverá a Autarquia-ré proporcionar um processo de reabilitação profissional .Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para condenar o INSS a restabelecer o auxílio-doença (NB533.582.297-6) à parte autora, desde 15/02/2009, data da cessação indevida do benefício. Ressalta-se que deverá ser obenefício mantido até a total reabilitação do autor para o exercício de atividades compatíveis com o seu estado físico atual .Incidentalmente, CONCEDO A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, nos termos do art. 4º da Lei n.º 10.259/01,tendo em vista o caráter alimentar, para que seja implementado o benefício no prazo de 30 (trinta) dias, devendo o INSS serintimado para proceder ao cumprimento, devendo comprovar nos autos o atendimento da presente determinação judicial .CONDENO o INSS, ainda, ao pagamento das parcelas vencidas, corrigidas conforme os índices oficiais de remuneraçãobásica e juros aplicados à caderneta de poupança, devendo ser respeitado o teto fixado para este Juizado e a prescriçãoqüinqüenal .Sem honorários advocatícios e custas judiciais na forma do art . 55 da Lei n.º 9.099/95 c/c o art . 1º da Lei n.º 10.259/01.P.R. I.

3. Sem razão o recorrente. Entendo que a sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei9.099/1995), tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso e o julgado estáem consonância com a lei e o entendimento pacificado desta Turma Recursal, ao afastar os argumentos reproduzidos nopresente recurso.

4. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/1996. Deixo de condenar orecorrente vencido em honorários, nos termos da Súmula nº 421, do Superior Tribunal de Justiça: “os honoráriosadvocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qualpertença”.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

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GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

67 - 0004503-39.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004503-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JONES VIEIRA MACHADO(ADVOGADO: ES012630 - SIMONE CRISTINA TOMÁS PIMENTA, ES012846 - IVAN LINS STEIN.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).Processo nº: 0004503-39.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004503-2/01)Recorrente: JONES VIEIRA MACHADORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL – RECURSO NÃO PROVIDO – SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença,cessado em 05/02/2009, e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que, em razãodas doenças que o acometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Pugna pelareforma da sentença. Contrarrazões às fls. 81/85.

2. O recorrente declarou ser auxiliar técnico em refrigeração à fl. 26. Conta atualmente com 63 anos de idade, é casado ereside em Vila Velha/ES. Não houve nos autos discussão quanto à qualidade de segurado nem quanto ao período decarência exigido em lei. O INSS negou o auxílio-doença por não ter constatado incapacidade para o trabalho (fl. 16). Nessecontexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença.

3. A perícia médica judicial às fls. 26/27 atestou que o autor possui hipertensão arterial sistêmica essencial. Declarou queesta doença pode cursar lesões em órgãos como o cérebro, coração, rins e retina, embora afirme que tal doença não geraincapacidade para o trabalho, sendo incapacitante seu estágio mais avançado, a hipertensão refratária, a qual não foidiagnosticada. Atestou ainda que o periciado vem em uso de drogas anti-hipertensivas de potência questionável eutilizando subdoses. Antes de enquadrá-lo como tendo hipertensão arterial de difícil controle, seria necessário otimizaçãoda terapêutica, tanto medicamentosa como não medicamentosa (mudanças de estilo de vida). Concluiu que não existeincapacidade funcional para o trabalho. Nesse contexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de restabelecimento dobenefício de auxílio-doença.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade definitiva indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez. Ademais, os laudos particulares juntados após asentença não podem ser objetos de apreciação, pois trata-se de fato novo.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 26, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

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68 - 0000411-72.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000411-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) IZARELINA MANTEGAZINIMIRANDA (ADVOGADO: ES012938 - JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).Processo nº: 0000411-72.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000411-3/01)Recorrente: IZARELINA MANTEGAZINI MIRANDARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF LinharesRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL – RECURSO NÃO PROVIDO – SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença,cessado em 31/05/2009, e sua posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que, em razãodas doenças que a acometem, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Aponta para areforma da resoluta sentença e para a gratuidade de justiça. Não houve contrarrazões.

2. A recorrente, atualmente com 65 anos, casada, declarou que exercia atividade de lavadeira. O CNIS, à fl. 62, registrainscrições de março de 2005 até maio de 2007; de maio de 2008 a março de 2009; de 12/03/2009 a 31/05/2009; de junhode 2009 a maio de 2010. O INSS alega, à fl. 56, que há recolhimentos na qualidade de contribuinte individual de formaininterrupta (fls. 63), razão pela qual se presume pleno trabalho. A recorrente, especificamente, à fl. 69, alega que ascontribuições foram recolhidas pela filha, a fim de estar na qualidade de segurada à época da perícia judicial.

3. A primeira perícia judicial com médico ortopedista, às fls. 83/86, não constatou doença/lesão. Concluiu que não existeincapacidade funcional para o trabalho. A segunda perícia judicial, com médico psiquiatra, às fls. 103/105, constatou que aautora é portadora de transtorno depressivo leve. Concluiu que não foi constatado incapacidade para o trabalho. Nessecontexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 54, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

69 - 0001155-07.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.001155-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) KLEBER HENRIQUES(ADVOGADO: ES007025 - ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº: 0001155-07.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.001155-6/01)Recorrente: KLEBER HENRIQUESRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL – RECURSO DESPROVIDO - SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento do benefício deauxílio-doença. Sustenta a recorrente que, em razão das doenças que a acometem, não tem condições de desempenharsuas atividades laborativas habituais. Alega que o resultado da perícia judicial contrariou todos os laudos particularesanexados aos autos. Não houve contrarrazões.

2. O recorrente exerce atividade profissional de apontador de produção, conta atualmente com 64 anos de idade e possuiestado familiar de viúvo. Possui ensino fundamental incompleto – até a 8ª serie (fl. 60). Segundo o Cadastro Nacional deInformações Sociais (CNIS), esteve em gozo de benefício de 16/07/2008 a 30/04/2010 (fl. 43).

3. A perícia médica judicial, às fls. 60/62, constatou que o periciado anda bem e movimenta-se sem dificuldade nãoapresentando sinais de infecção em atividade; sem fistulas e sem hipotrofia de coxa. Concluiu que não existe incapacidadefuncional para o trabalho. Nesse contexto o julgado impugnado indeferiu o pedido de restabelecimento do benefício deauxílio-doença.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pela recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. A impugnação de fls. 73/74 é genérica, não apontando alguma incongruência objetiva relativamente ao laudo pericial. Omesmo é de se dizer das razões recursais, mediante as quais a parte pretende a reforma ou anulação da sentença, semadentrar em discussão objetiva sobre alguma falha no laudo ou nas respostas aos quesitos, tendo o laudo afirmado demaneira categórica a ausência de incapacidade.

8. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista o deferimentoda Gratuidade de Justiça, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

70 - 0005097-19.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005097-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ARGENTINA MOREIRARODRIGUES (ADVOGADO: ES004367 - JOÃO BATISTA DALLAPÍCCOLA SAMPAIO.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS JOSÉ DE JESUS.).Processo nº: 0005097-19.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.005097-2/01)Recorrente: ARGENTINA MOREIRA RODRIGUESRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELA PERÍCIAJUDICIAL – RECURSO DESPROVIDO – SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão do benefício deauxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que, em razão das doenças que a acometem e osmedicamentos de que faz uso, não tem condições de desempenhar suas atividades laborativas habituais. Alega que o

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resultado da perícia judicial não se restou detalhado e fundamentado e que houve configuração de cerceamento de defesapelo indeferimento do pedido de nova perícia com especialista em medicina do trabalho (fls. 140/149). Contrarrazões às fls.154/159.

2. A recorrente declarou exercer atividade de auxiliar de serviços gerais, conta atualmente com 59 anos de idade e écasada. O INSS lhe concedeu auxílio-doença em 15/12/2009, cessado em 31/10/2010 (fls. 32/35). Pedido de prorrogaçãodo benefício concedido de 17/05/2010 a 10/07/2010 (fls. 29/30).

3. A perícia médica judicial, às fls. 108/109, constatou que o autor é portador de bursite e tendinopatia de supra espinhal emombros direito e esquerdo. Declarou que, ao exame físico, a periciada apresenta normalidade na mobilidade e função damão esquerda; movimentos livres em ombros. Concluiu pela inexistência de incapacidade laborativa do ponto de vistaortopédico. Nesse contexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido de concessão do benefício de auxílio-doença e/ouaposentadoria por invalidez.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira equidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Os documentos particulares juntados pela recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

6. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

7. Não merece prosperar as alegações da parte autora com relação ao cerceamento de defesa. Isso porque o laudo pericial�mostrou-se conclusivo e devidamente fundamentado. O perito médico judicial (ortopedista) possui especialidade condizente

com as doenças da parte autora narradas na inicial, logo está apto tecnicamente para realizar a prova pericial. Osdocumentos carreados aos autos e os argumentos apresentados pelo recorrente não são suficientes para desqualificar aconclusão do perito judicial, tampouco para sustentar a designação de nova perícia.

8. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista o deferimentoda Gratuidade de Justiça à fl. 58, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

71 - 0004968-82.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004968-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) DAVID RIBEIRO LITIG(ADVOGADO: ES006351 - JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.).Processo nº: 0004968-82.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004968-9/01)Recorrente: DAVID RIBEIRO LITIGRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.PERÍCIA JUDICIAL. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADAPELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face de sentença de fls. 147/149, que julgouimprocedente o pedido de auxílio-doença desde o requerimento administrativo e/ou aposentadoria por invalidez. Sustentaem suas razões, que em razão das doenças que o acometem, não tem condições de desempenhar suas atividades

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laborativas habituais. Contrarrazões às fls. 191/192.

2. O recorrente exerce atividade profissional de auxiliar de gesseiro, e conta atualmente com 35 anos de idade. Efetuourequerimento do benefício de auxílio-doença em 24/10/2006 (fls. 24); 17/09/2007 (fls. 25) e 03/01/2008 (fls. 26). De acordocom informações colhidas no CNIS, o autor possui vínculos empregatícios nos períodos de 02.09.2005 a 04.2011 e de19.03.2014 até hoje.

3. A perícia judicial, realizada no dia 28.10.2008 (fls. 49/50), constatou que o autor possui catarata no olho esquerdo eopacificação de cápsula posterior no olho direito. Declarou que não há nexo de causalidade entre a doença e a atividadeprofissional exercida, porém, concluiu que havia incapacidade parcial e temporária em razão da baixa acuidade visual. Emresposta ao pedido de esclarecimentos do INSS (fls. 53/55), o perito informou que o autor operou o olho direito em 1999 eaté 2004 não havia apresentado problemas visuais, concluindo que a incapacidade parcial já existia antes de 02.01.2006(fls. 83).

4. A perícia realizada no dia 11.12.2012, designada para maiores esclarecimento (fls. 103), constatou quadro de aniridiabilateral congênita (sem nexo de causalidade entre a doença e a atividade habitual); cirurgia prévia de catarata; baixa visualsevera em olho direito e profunda em olho esquerdo. Concluiu pela aptidão para o exercício de suas atividades laborativas,em razão ausência de registro de piora da acuidade visual no período entre a admissão em 2005 e a data da perícia; bemcomo por não apresentar limitações à locomoção, esforço físico, ou execução de trabalho sentado (fls. 124/132).

5. A sentença recorrida foi prolatada nos termos seguintes:

“Trata-se de ação proposta por DAVID RIBEIRO LITIG em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS,através da qual almeja a parte autora a condenação da referida autarquia a concessão do benefício de auxílio doença,desde a data do requerimento administrativo em 24/10/2006, ou concessão de aposentadoria por invalidez.Alega ser portador de “deficiência visual intensa com catarata, glaucoma secundário e outros transtornos do olho e visãosubnormal em ambos os olhos (sic)”, fato que o impede de exercer sua atividade profissional habitual de auxiliar degesseiro.Informa que trabalha nessa profissão desde 02/09/2005 vindo a requerer o benefício administrativamente tempos depoisdevido a dores nos olhos que veio a aumentar.Houve dois laudos periciais, sendo que o primeiro (fl. 49 – 28/10/08) atestou a incapacidade parcial e multiprofissional doautor devido à catarata total no olho esquerdo, possivelmente de origem hereditária; já o segundo laudo (fls. 124/132 –21/12/12) atestou inexistir condição incapacitante, não obstante a constatação de doença Aniridia (ausência de íris),ambliopia (olho preguiçoso) e nistagmo (tremos dos olhos) em ambos os olhos.Este laudo, ademais, concluiu que entre o período de 10/11/2004 (constatação de incapacidade) e os dias atuais a acuidadevisual permaneceu a mesma.Contestação às fls. 140/141 em que a autarquia ré pugna pela improcedência dos pedidos ante a não constatação daincapacidade.Manifestação do autor em fls. 144/146 alegando permanecer a condição incapacitante, devido à baixa acuidade visual, eimpugnando o laudo pericial mais recente.É o breve relatório. Decido.Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei n.º 8.213/91, quais sejam: ostente a qualidade de segurado, atenda a carência de 12 contribuiçõesmensais e tenha constatada a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta asubsistência com insuscetibilidade de reabilitação.Já em relação ao benefício auxílio-doença, a única diferença relaciona-se ao último requisito, uma vez que o art. 59 da Lein.º 8.213/91 exige que o postulante esteja incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15dias consecutivos.Portanto, verifica-se que o auxílio-doença somente persiste como benefício previdenciário enquanto se faz presente aincapacidade laboral, cessando quando o segurado for dado como habilitado para o desempenho de atividade (nova ouantiga) que lhe garanta a subsistência ou quando, em sendo considerado não recuperável, foraposentado por invalidez (art. 62 da Lei nº. 8.213/91).Com relação ao requisito da incapacidade, analisarei o mérito com base na segunda perícia de laudo ofertado às fls.124/132, pois restou mais precisa no que tange à resposta dos quesitos. Conclui o perito, que a parte autora não atendeaos requisitos médicos para recebimento de benefício por incapacidade, ante a inexistência de doença incapacitante. Acontrario sensu, mesmo que analisasse o mérito sob a ótica da primeira perícia, esta constatou que o autor estavaincapacitado por catarata em data anterior a 02/09/2005 (momento de sua filiação ao RGPS, conforme se infere do laudopericial de fl. 81), logo se observa caso de vedação legal por força do artigo 42, §2º da lei 8.213/91.Voltemos a analise da segunda perícia.Entendeu o expert (fls. 124/132), após realizar exames complementares junto ao autor, que o mesmo possui “Aniridia(ausência de íris), ambliopia (“olho preguiçoso”) e nistagmo (tremor nos olhos) em ambos olhos, além de possuir acuidadevisual em 20/200 - sendo que esta, segundo o expert, não se denota como cegueira (quesito 26).Sendo indagado a respeito da incapacidade laborativa (quesito 9 – fl. 126) o mesmo asseverou que “não há registro depiora da acuidade visual do autor entre o período de admissão profissional em 2005 e a data atual, o que leva a conclusãode que houve exercício da atividade habitual em condições similares às atuais”, portanto, inexistente incapacidadelaborativa para sua função habitual. Concluiu, outrossim, a ausência de limitações no tocante a locomoção, esforço físico,manter se de pé, ou na execução de trabalho sentado (quesito 11); bem como o não comprometimento na vida civilindependente (quesito 23) e a possibilidade de retorno ao labor habitual.

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No que diz respeito à controvérsia de o autor estar ou não incapacitado no período de 10/11/2004 e 02/09/2005 concluiu oexame pericial que naquela data não havia incapacidade laborativa, pois o autor apresentou exame de data 12/06/2007 aoqual a acuidade visual era idêntica à observada em 2004 – não existindo, contudo incapacidade em ambos os períodos.Dessa forma, pelas conclusões apresentadas no r. laudo pericial não resta dúvida quanto à inexistência de incapacidade doautor para o exercício de suas atividades habituais, não tendo sido verificada tanto incapacidade temporária quantopermanente, parcial ou total, requisitos esses que são indispensáveis para a concessão do benefício pleiteado.Assim sendo, conclui-se que o demandante não preenche os requisitos legais necessários para a concessão do benefícioauxílio-doença, tampouco aposentadoria por invalidez.Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTES OS PEDIDOS AUTORAIS, extinguindo o processo com resolução de mérito,nos moldes do art. 269, I, do Código de Processo Civil.Deferido o pedido de assistência judiciária gratuita.Sem custas processuais e honorários advocatícios (art. 55 da Lei nº. 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº. 10.259/01).Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se.P.R.I.”

6. Percebe-se, da análise dos preceptivos acima e dos fatos e documentos pertinentes, na forma do art. 46 da Lei nº9.099/1995, extensível aos Juizados Especiais Federais (art. 1º da Lei nº 10.259/2001), que a sentença há de ser mantidapelos próprios fundamentos, tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudente pelo juízo de piso eo julgado está em consonância com a lei.

7. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 149, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DORECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

72 - 0000990-26.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000990-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RITA DE CASSIA SABINOVITORIO (ADVOGADO: ES009223 - IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).Processo nº: 0000990-26.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000990-7/01)Recorrente: RITA DE CASSIA SABINO VITORIORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DEINCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL. PEDIDO IMPROCEDENTE. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.SENTENÇA CONFIRMADA

A parte autora interpôs recurso de sentença que julgou improcedente o pedido de concessão do benefício de auxílio-doençae/ou aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorre que, em razão das doenças que a acometem não possui capacidadede desempenhar suas atividades laborativas habituais. Alega que o resultado da perícia judicial contrariou todos os laudosparticulares carreados aos autos. Sem contrarrazões.

No caso dos autos, a controvérsia está cingindo quanto à qualidade de segurada e ao fato da parte autora estar ou nãoincapacitada para o trabalho, quer definitivamente auferindo a aposentadoria por invalidez ou temporariamente fazendo jusao auxílio-doença.

A recorrente exerce a atividade profissional de vendedora, solteira, ensino fundamental completo, portadora da carteira deidentidade n° 1.124.600 ES, residente e domiciliada no município de Cachoeiro de Itapemirim/ES.

A perícia judicial, às fls. 81/84, constatou que a autora é portadora de transtorno misto CID F 41.2 (quesito 1), mas que adoença não a incapacita para as atividades habituais, podendo continuar exercendo-as (quesito 10). Conclui que não háincapacidade laborativa da parte autora. Nesse contexto o julgado impugnado indeferiu a concessão do benefícioprevidenciário.

O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstâncias oufatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudo

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pericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

Os documentos particulares juntados pela recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade laborativa indispensável para que tenha lugar aconcessão do benefício previdenciário.

Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

A manifestação de fls. 89/90 é genérica, não apontando alguma incongruência objetiva relativamente ao laudo pericial. Omesmo é de se dizer das razões recursais, mediante as quais a parte pretende a reforma ou anulação da sentença, semadentrar em discussão objetiva sobre alguma falha no laudo ou nas respostas aos quesitos, tendo à perícia afirmado demaneira firme a ausência de incapacidade.

Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento daGratuidade de Justiça, fl. 26, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

73 - 0001233-21.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001233-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: THIAGO COSTA BOLZANI.) x CLEISON MARINHO MARTINS (ADVOGADO:ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO.).Processo nº: 0001233-21.2011.4.02.5055/01 (2011.50.55.001233-8/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: CLEISON MARINHO MARTINSJuízo de Origem: 1ª VF SerraRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – CONVERSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADEDEFINITIVA CONSTATADA – RECURSO DESPROVIDO – SENTENÇA CONFIRMADA

1. O réu interpôs recurso da sentença que julgou procedente o pedido do autor na concessão da aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrido que, em razão dos laudos fornecidos no processo às fls. 53/64 e 85/106, bem como aconclusão da perícia judicial, às fls. 117/119, o autor apresenta plenas condições de desempenhar suas atividadeslaborativas habituais. Alega que a sentença proferida contrariou todos os laudos particulares anexados aos autos.Contrarrazões às fls. 146/156.

2. No caso dos autos, o cumprimento do período de carência e a qualidade de segurado são fatos incontroversos,cingindo-se a controvérsia à questão da incapacidade para o trabalho.

3. O recorrente exercia a atividade de motorista antes de entrar em gozo de auxílio-doença e conta atualmente com 55 anosde idade. A perícia judicial (fl. 117/119) constatou que o autor apresenta protusão discal sem comprometimento neurológicoe síndrome do manguito rotador, operado em 09/04/2010, estando impossibilitado de exercer suas atividades laborativashabituais. O segurado esteve em gozo de benefício previdenciário de fevereiro de 2004 a novembro de 2010, ou seja, porcerca de 7 (sete) anos.

4. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

5. Ademais, de acordo com a súmula 47 da TNU – Turma Nacional de Uniformização de Recursos: “Uma vez reconhecidaa incapacidade parcial para o trabalho o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessãodo benefício da aposentadoria por invalidez.”

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6. É perfeitamente possível que em situações peculiares o trabalhador passe a usufruir da aposentadoria por invalidez aindaque não completamente incapacitado para toda e qualquer profissão, em razão de suas condições pessoais. No casoconcreto, seria improvável a reinserção do segurado no concorrido mercado de trabalho para iniciar uma nova atividadeprofissional, como a de porteiro conforme pretende o INSS, tendo em vista o fato de contar com 54 anos de idade,escolaridade apenas até o ensino fundamental, além de ter ficado afastado de sua atividade laborativa de motorista deônibus, em gozo de auxílio-doença, por longos 7 (sete) anos.

7. Recurso da parte ré conhecido e desprovido. Sem custas. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, correspondentes a10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (art. 20, caput e § 4º, do Código de Processo Civil).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

74 - 0002977-97.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002977-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELVINA DE SOUZA DA SILVA(ADVOGADO: ES006050 - ALFREDO ANGELO CREMASCHI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).Processo nº: 0002977-97.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.002977-3/01)Recorrente: ELVINA DE SOUZA DA SILVARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADEPERMANENTE PELA PERÍCIA JUDICIAL. PEDIDO IMPROCEDENTE. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇACONFIRMADA.

1. A parte autora interpôs recurso da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão do benefício daaposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente que, está total e permanentemente incapacitado de desempenharqualquer atividade laborativa. Aponta que o resultado da perícia médica judicial contrariou todos os laudos particularesanexados aos autos. Sem Contrarrazões.

2. No caso dos autos, a qualidade de segurada e o período de carência são fatos incontroversos. A controvérsia cinge-se,pois, ao fato de estar ou não a parte Autora incapacitada para o trabalho, quer definitivamente ou temporariamente. O quecorresponde às teses antagônicas sustentadas pelas partes.

3. A recorrente exerce a atividade de cozinheira (salgadeira), atualmente com 65 anos, residente e domiciliada município deCachoeiro de Itapemirim/ES. A perícia judicial realizada às fls. 51/54, constatou que a autora padece de dorsalgia, doençaem sua origem degenerativa (conforme quesito 2), embora com certas restrições a perícia relatou que inexiste aincapacidade para sua atividade laborativa habitual. Nesse contexto, o julgado impugnado indeferiu o pedido do benefícioda aposentadoria por invalidez.

4. Os laudos periciais são conclusivos ao afirmarem que o autor, na perspectiva psiquiátrica e na perspectiva neurológica,não apresenta doença nem incapacidade para o trabalho e para os atos da vida civil.

5. O juiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial, podendo formar sua convicção com base em outras circunstânciasou fatos comprovados, ainda que não alegados pela parte (art. 131 do Código de Processo Civil - CPC). Contudo, o laudopericial constante dos autos, além de representar um importante elemento de convicção, produzido de maneira eqüidistantedo interesse das partes, não ostenta qualquer tipo de incongruência que justifique o afastamento, pelo julgador, dasconclusões ali inseridas.

6. Os documentos particulares juntados pelo recorrente não são suficientes para afastar a conclusão da perícia oficial. Issoporque não demonstram, de forma inequívoca, a existência da incapacidade total e definitiva, para o exercício de qualqueratividade laborativa, indispensável para que tenha lugar a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez.

7. Ademais, de acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

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8. Recurso da parte autora conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vistao deferimento da Gratuidade de Justiça à fl. 58, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

75 - 0003231-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003231-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x ZELIA RODRIGUES PIRES (ADVOGADO:ES000232B - ESMERALDO A L RAMACCIOTTI.).Processo nº: 0003231-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003231-1/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ZELIA RODRIGUES PIRESJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. INCLUSÃO DO PERÍODO EXERCIDOSOB CONDIÇÕES ESPECIAIS NA CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE PARA FINS DECONTAGEM RECÍPROCA. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em face de sentença que julgou procedente a pretensão da parteautora, condenando a Autarquia Previdenciária a emitir certidão de tempo de contribuição, com conversão de períodos deatividade especial em comum, para fins de contagem recíproca. Sustenta em suas razões, que a conversão do tempo deserviço exercido em atividade sujeita a condições especiais não pode ser admitida para fins de contagem recíproca dotempo de serviço, tendo em vista que o tempo fictício referente à conversão não foi objeto de contribuição por parte dosegurado. Aduz, ainda, que não houve exposição, de forma habitual e permanente, aos agentes insalubres prejudiciais àsaúde, bem como, a impossibilidade de enquadramento por categoria profissional, uma vez que a atividade de auxiliar deenfermagem não está contemplada no Anexo II, Código 2.1.3 do Decreto nº 83.080/79. Não foram apresentadascontrarrazões.

2. O pedido cinge-se à análise da possibilidade de se reconhecer a especialidade da atividade, no período em que trabalhousob a égide do regime celetista, para fins de expedição da certidão por tempo de serviço e contagem recíproca. A Lei nº8.213/91, ao tratar da matéria, estabelece em seus artigos a forma de compensação entre os regimes e, ainda, de cômputodo tempo de contribuição ou de serviço.

3. O artigo 96, inciso I, da Lei nº 8.213/91, estabelece que a conversão do tempo de serviço exercido em atividade sujeita acondições especiais não pode ser admitida para fins de contagem recíproca do tempo de serviço.

4. Sobre o tema, trago à colação as ementas a seguir, que espelham o entendimento dos Tribunais Superiores:

DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. TEMPO DE SERVIÇO.CONTAGEM RECÍPROCA. INICIATIVA PRIVADA. CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM.IMPOSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Nos termos dos arts. 4º, I, da Lei 6.227/65 e 96, I, da Lei8.213/91, é vedada a conversão do tempo de serviço especial em comum para fins de contagem recíproca de tempo deserviço, em que se soma o tempo de serviço de atividade privada, seja ela urbana ou rural, ao serviço público. Precedentesdo STJ. 2. Recurso especial conhecido e improvido. (Origem: STJ - Superior Tribunal de Justiça. Classe: RESP - RecursoEspecial - 925359; Processo: 200700302711. Órgão Julgador: Quinta Turma. Data da decisão: 17/03/2009. Data dapublicação: 06/04/2009. DJE: 06/04/2009. Fonte: DJ; Data: 03/04/2006; Relator: Arnaldo Esteves Lima).

PREVIDENCIÁRIO E ADMINISTRATIVO - TEMPO DE SERVIÇO - CONTAGEM RECÍPROCA - ATIVIDADE INSALUBREPRESTADA NA INICIATIVA PRIVADA - CONTAGEM ESPECIAL PARA FINS DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA NOSERVIÇO PÚBLICO - IMPOSSIBILIDADE - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS. 1. O REsp n. 534.638/PR,relatado pelo Excelentíssimo Ministro Félix Fischer, indicado como paradigma pela Autarquia Previdenciária, espelha ajurisprudência sedimentada desta Corte no sentido de que, objetivando a contagem recíproca de tempo de serviço, valedizer, a soma do tempo de serviço de atividade privada (urbana ou rural) ao serviço público, não se admite a conversão dotempo de serviço especial em comum, ante a expressa proibição legal (artigo 4º, I, da Lei n. 6.226/75 e o artigo 96, I, da Lein. 8.213/91). Precedentes. 2. Embargos de divergência acolhidos para dar-se provimento ao recurso especial do InstitutoNacional do Seguro Social - INSS, reformando-se o acórdão recorrido para denegar-se a segurança. (STJ - EREsp: 524267PB 2008/0017495-9, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento: 12/02/2014, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data dePublicação: DJe 24/03/2014)

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5. Importante ressaltar que, o artigo 40, §10, da Constituição Federal de 1988, incluído pela Emenda Constitucional nº 20,de 15/12/1998 dispõe que: a lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.Nesse contexto, trata-se de tempo ficto, o tempo de serviço reconhecido como especial e convertido em comum, com aincidência de um fator de multiplicação.

6. Merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

7. Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para reformar a sentença e julgar improcedente opedido da parte autora. Sem condenação em custas e honorários, tendo em vista a gratuidade de justiça deferida às fls. 20,com a ressalva da disposição constante do art. 12 da Lei nº 1.060/50.

8. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

76 - 0000570-18.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000570-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: THIAGO DE ALMEIDA RAUPP.) x MARINO FERREIRA (ADVOGADO: ES017116 -GERALDO PEREIRA FUNDÃO DOS SANTOS, ES015618 - MARIA DE LOURDES COIMBRA DE MACEDO.).Processo nº: 0000570-18.2010.4.02.5052/01 (2010.50.52.000570-4/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARINO FERREIRAJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. PROVA DE EXPOSIÇÃO A AGENTE NOCIVO PREJUDICIAL ÀSAÚDE E/OU À INTEGRIDADE FÍSICA. RUÍDO. EPI EFICAZ. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE.ARTIGO 5º DA LEI 11.960/2009. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL. CONDENAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA EMMATÉRIA PREVIDENCIÁRIA. CORREÇÃO MONETÁRIA. APLICAÇÃO DO INPC. JUROS. SUBSISTENCIA DO ART. 1º-FDA LEI 9.494/97. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em face de sentença que julgou procedente o pedido de conversãode períodos de atividade especial em tempo de serviço comum e conseqüente concessão de aposentadoria por tempo decontribuição, desde o requerimento administrativo. Sustenta em suas razões, que nos períodos reconhecidos na sentença,como especiais, o recorrido utilizou Equipamento de Proteção Individual – EPI eficaz, e que, portanto, o nível de ruído a queeste esteve submetido foi reduzido aos limites de tolerância estipulados em lei. Subsidiariamente, requer a aplicaçãointegral do artigo 1º-F da Lei 9.494/97, no cálculo dos valores atrasados, em razão da pendência de definição acerca damodulação dos efeitos temporais das ADI’s 4425 e 4357.

2. A comprovação do exercício de atividade em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade físicarege-se pela lei vigente à época da prestação do serviço e não pela lei vigente à época da produção da prova, sob pena deretroatividade e violação ao direito adquirido.

3. Tal entendimento tem lastro na jurisprudência pátria, que vê no direito à contagem de tempo de serviço em condiçõesespeciais um direito subjetivo que se incorpora ao patrimônio do sujeito à medida que a prestação de serviço é efetivada,tornando-se impassível de ser atacado por norma superveniente que torne mais dificultosa a sua prova, sob pena deviolação do direito adquirido protegido pela carta de princípios em seu art. 5º, XXXVI. Nesse sentido, vale transcrever aementa do RESP nº 357.268/RS, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 06/06/2002, que tem o seguinte teor:

"PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM.POSSIBILIDADE. DIREITO ADQUIRIDO. EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. LEI 9.032/95. IRRETROATIVIDADE. ART.28 DA LEI 9711/98. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. DIVERGÊNCIA NÃOCONFIGURADA.I - O tempo de serviço é disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado, passando a integrar, comodireito autônomo, o patrimônio jurídico do trabalhador. A lei nova que venha a estabelecer restrição ao cômputo do tempode serviço não pode ser aplicada retroativamente, em razão da intangibilidade do direito adquirido.II - Se a legislação anterior exigia a comprovação da exposição aos agentes nocivos, mas não limitava os meios de prova, alei posterior que passou a exigir laudo técnico, tem inegável caráter restritivo ao exercício do direito, não podendo seraplicada a situações pretéritas.III - O art. 28 da Lei n.º 9.711/98 não foi ventilado no acórdão recorrido, nem o recorrente cuidou de opor embargos dedeclaração tendentes ao prequestionamento dessa regra, de modo que incide o óbice das Súmulas 282 e 356 do STF,aplicáveis ao recurso especial.

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IV- De qualquer sorte, a Lei n.º 9.711/98 resguarda o direito dos segurados à conversão do tempo de serviço especialprestado sob a vigência da legislação anterior, em comum.V - O acórdão recorrido não concluiu em sentido diverso daquele apresentado no acórdão citado como paradigma, nãorestando configurada a divergência jurisprudencial.VI - Recurso ao qual se nega provimento."(Resp 357.268/RS, Relator Ministro Gilson Dipp, in DJ 01/07/2002). Grifei.

4. Especificamente quanto ao agente nocivo ruído, é reconhecida como especial, a atividade exercida com exposição aruídos superiores a 80 decibéis até a edição do Decreto 2.171/1997. Após essa data, o nível de ruído consideradoprejudicial é o superior a 90 decibéis. Com a entrada em vigor do Decreto 4.882, em 18.11.2003, o limite de tolerância aoagente físico ruído foi reduzido para 85 decibéis (AgRg no REsp 1367806, Relator Ministro HERMAN BENJAMIN,SEGUNDA TURMA, vu 28/05/2013).

5. A utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) é irrelevante para o reconhecimento das condições especiais,prejudiciais à saúde ou à integridade física do trabalhador, da atividade exercida no período anterior a 02/06/98, conformereconhecido pelo próprio INSS por meio da Ordem de Serviço INSS/DSS 564/97, em vigor até a mencionada data.

6. A jurisprudência tem entendido que a exposição habitual e permanente a níveis de ruído acima dos limites de tolerânciaestabelecidos na legislação pertinente à matéria, sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente dautilização ou não de EPI ou de menção, em laudo pericial, à neutralização de seus efeitos nocivos (TRF4, APELREEX5000006-73.2011.404.7214, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão João Batista Pinto Silveira, D.E. 28/02/2013).

7. A respeito da matéria, a jurisprudência da Turma Nacional de Uniformização das Decisões das Turmas Recursais dosJuizados Especiais Federais culminou com a edição da súmula nº 09, cujo teor é o seguinte:

“O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, nãodescaracteriza o tempo de serviço especial prestado”

8. Nesse sentido, já se manifestou o Supremo Tribunal Federal:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA. CÔMPUTODE TEMPO ESPECIAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA PELO PLENÁRIO VIRTUAL. ARE 664.335-RG TEMA555. DEVOLUÇÃO DO FEITO AO TRIBUNAL DE ORIGEM (ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO RISTF). Decisão: OSupremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da controvérsia sub examine, em que se discute o fornecimentode equipamento de proteção individual – EPI como fator de descaracterização do tempo de serviço especial, nos autos doARE 664.335-RG, Rel. Min. Luiz Fux, Plenário Virtual, Tema 555, DJe 7/6/2013. A decisão restou assim da: RECURSOEXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTO DEPROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI COMO FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.RELEVÂNCIA DA MATÉRIA E TRANSCENDÊNCIA DE INTERESSES. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.” Incasu, o acórdão recorrido assentou: “AÇÃO DE RITO ESPECIAL SUMARÍSSIMO. RECURSO INOMINADO. DIREITOPREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS. APOSENTADORIA ESPECIAL OUAPOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COM CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM.ATIVIDADE DESENVOLVIDA SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS. RUÍDO. PRECEDENTE DO STJ. SENTENÇAPARCIALMENTE PROCEDENTE. RECURSOS INOMINADOS PARCIALMENTE PROVIDOS. [ ] 5. Se for o caso do agenteruído, eventual manejo de equipamento de proteção individual (EPI), ainda que se mostre eficaz e elimine a insalubridade,não afasta o caráter especial da atividade prestada, em consonância com a inteligência da Súmula nº 09 da TNU. [...] 11.Tutela recursal deferida para determinar que o INSS promova a implantação do benefício de aposentadoria por tempo decontribuição dentro de um prazo máximo de 30 (trinta) dias.” (documento eletrônico 18). Verifica-se, portanto, que a matériaabordada pelo acórdão recorrido será examinada pelo Plenário desta Corte quando do julgamento do mérito do leadingcase supra. Ex positis, PROVEJO o agravo para, desde logo, ADMITIR o recurso extraordinário e, com fundamento noartigo 328, parágrafo único, do RISTF (na redação da Emenda Regimental 21/2007), determino a devolução do feito aoTribunal de origem, para que seja observado o disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil. Publique-se. Brasília,26 de novembro de 2014.Ministro Luiz Fux Relator Documento assinado digitalmente (grifos nossos). (STF - ARE: 846351RN , Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 26/11/2014, Data de Publicação: DJe-235 DIVULG 28/11/2014 PUBLIC01/12/2014)

9. No que se refere ao cálculo dos valores atrasados, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal deJustiça, a decisão do STF no sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº11.960/2009, referiu-se apenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério decálculo de juros.

10. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.43-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado, cuja ementa é a seguinte:

EmentaEMEN: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSO CIVIL. ARTIGO 5º DA LEI 11.960/2009. NATUREZA PROCESSUAL.APLICAÇÃO IMEDIATA AO PROCESSO EM CURSO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE INCONSTITUCIONALIDADE.

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REPRISTINAÇÃO DA NORMA ANTERIOR. ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA PARA REAJUSTE DE BENEFÍCIOSPREVIDENCIÁRIOS E PARCELAS PAGAS EM ATRASO. APLICAÇÃO DO INPC. ART. 41-A DA LEI N. 8.213/91.SOBRESTAMENTO DO FEITO. DESNECESSIDADE. 1. A Corte Especial, ao apreciar o REsp 1.205.946/SP, pelo ritoprevisto no artigo 543-C do Código de Processo Civil, assentou a compreensão de que as alterações do artigo 1º-F da Lei9.494/1997, introduzidas pela Lei 11.960/2009 têm aplicação imediata aos processos em curso, incidindo o princípio dotempus regit actum. 2. O Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 4.357/DF, Rel. Min. Ayres Brito, declarou ainconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 5º da Lei 11.960/2009. 3. Na esteira desse precedente, a PrimeiraSeção desta Corte, ao julgar o REsp 1.270.439/PR, sob a relatoria do Ministro Castro Meira, DJe de 2/8/2012, firmou oentendimento de que a referida declaração parcial de inconstitucionalidade diz respeito ao critério de correção monetáriaprevisto no artigo 5º da Lei 11.960/2009, mantida a eficácia do dispositivo relativamente ao cálculo dos juros de mora, àexceção das dívidas de natureza tributária. 4. Assim, ficou estabelecido que na atualização das dívidas fazendárias devemser utilizados critérios que expressem a real desvalorização da moeda, afastada a aplicação dos índices de remuneraçãobásica da caderneta de poupança. 5. Em relação a parcelas inerentes a benefício previdenciário, a controvérsia já foi alvode discussão pela Primeira Turma deste Tribunal que, ao julgar o REsp 1.272.239/PR, da relatoria do Ministro AriPargendler, DJe 1º/10/2013, concluiu que, com a declaração parcial de inconstitucionalidade do art. 5º da Lei 11.960/2009,o INPC volta a ser o indexador aplicável para fins de correção monetária, por força do que dispõe o art. 41-A da Lei8.213/91. 6. A pendência de publicação do acórdão proferido na ADI 4.357/DF não impede que esta Corte, desde logo,afaste parcialmente a aplicação do artigo 5º da Lei 11.960/2009, tampouco determina o sobrestamento do presente feito.Precedentes do Supremo Tribunal Federal. 7. Agravo regimental a que se nega provimento.(Processo AGRESP 201101544260 AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a)SÉRGIO KUKINA Sigla do órgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013)

11. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o entendimento adotado pelo STJ no aresto abaixo.

PROCESSUAL CIVIL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97. APLICAÇÃO IMEDIATA. ART.5º DA LEI N. 11.960/09. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO (ADIN4.357/DF). ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA APLICÁVEL: IPCA. QUESTÃO DECIDIDA SOB O RITO DO ART. 543-CDO CPC. TRÂNSITO EM JULGADO. DESNECESSIDADE. JULGAMENTO DE ADI NO STF. SOBRESTAMENTO.INDEFERIMENTO. 1. A Corte Especial do STJ, no julgamento do Recurso Especial repetitivo 1.205.946/SP, assentou acompreensão de que a Lei n. 11.960/09, ante o seu caráter instrumental, deve ser aplicada, de imediato, aos processos emcurso, à luz do princípio tempus regit actum, sem, contudo, retroagir a período anterior à sua vigência. 2. O Plenário doSTF, declarou a inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, no julgamento da ADI4357/DF, Rel. Min. Ayres Brito, em 14.3.2013. 3. A Primeira Seção, por unanimidade, na ocasião do julgamento do RecursoEspecial repetitivo 1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública de natureza não tributária,os juros moratórios devem ser calculados com base no índice oficial de remuneração básica e juros aplicados à cadernetade poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação da Lei n. 11.960/09. Já a correçãomonetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/09, deverá ser calculada combase no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período. 4. A pendência de julgamento no STF de açãoem que se discute a constitucionalidade de lei não enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam no STJ. Cabível oexame de tal pretensão somente em eventual juízo de admissibilidade de Recurso Extraordinário interposto nesta CorteSuperior. 5. A jurisprudência do STJ assenta-se no sentido de que, para fins de aplicação do art. 543-C do CPC, édesnecessário que o recurso especial representativo de matéria repetitiva tenha transitado em julgado. Agravo regimentalimprovido.(Processo AGRESP 201302660046 AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a)HUMBERTO MARTINSSigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDA TURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013)

12. Não pode ser acolhida a alegação acerca da imposição da aplicação integral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da nãopublicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; seja por conta da pendência da modulação dos seusefeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIsacima referidas.

13. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

14. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.

15. Por outro lado, a decisão prolatada na Rcl nº 16.745-MC/DF não contém qualquer determinação no sentido dasuspensão dos processos em que se discuta a matéria, nem no sentido de impor a todos os órgãos do Poder Judiciário aaplicação do art. 1º-F da Lei nº 11.960/09 a todas as demandas em que haja condenação da Fazenda Pública. Nessesentido foi o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme aresto abaixo.

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PROCESSUAL CIVIL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97. APLICAÇÃO IMEDIATA. ART.5º DA LEI N. 11.960/09. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO (ADIN4.357/DF). ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA APLICÁVEL: IPCA. JULGAMENTO DE ADI NO STF.SOBRESTAMENTO. INDEFERIMENTO. 1. A Corte Especial do STJ, no julgamento do Recurso Especial repetitivo1.205.946/SP, assentou a compreensão de que a Lei n. 11.960/09, ante o seu caráter instrumental, deve ser aplicada deimediato aos processos em curso, à luz do princípio tempus regit actum, sem, contudo, retroagir a período anterior à suavigência. 2. O Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, nojulgamento da ADI 4357/DF, Rel. Min. Ayres Brito, em 14.3.2013. 3. A Primeira Seção, por unanimidade, na ocasião dojulgamento do Recurso Especial repetitivo 1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública denatureza não tributária, os juros moratórios devem ser calculados com base no índice oficial de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação da Lei n. 11.960/09.Já a correção monetária, por força da declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/09, deverá sercalculada com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período. 4. A pendência de julgamento noSTF de ação em que se discute a constitucionalidade de lei não enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam noSTJ. Cabível o exame de tal pretensão somente em eventual juízo de admissibilidade de Recurso Extraordinário interpostonesta Corte Superior. 5. A correção monetária e os juros de mora, como consectários legais da condenação principal,possuem natureza de ordem pública e podem ser analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria tenha sidodebatida na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in pejus. 6. Por fim, com relação à liminar deferida peloeminente Ministro Teori Zavascki na Reclamação 16.745-MC/DF, não há falar em desobediência desta Corte em cumprirdeterminação do Pretório Excelso, haja vista que não há determinação daquela Corte para que o STJ e demais tribunaispátrios se abstenham de julgar a matéria relativa aos índices de juros de mora e correção monetária previstos do art. 1º-Fda Lei n. 9.494/97, na redação da Lei n. 11.960/2009. Tampouco se extrai comando para que as Cortes do País aguardemou mantenham sobrestados os feitos que cuidam da matéria até a modulação dos efeitos da decisão proferida na ADI.Agravo regimental improvido.(Processo AGARESP 201300185086 AGARESP - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL –288026 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDA TURMA Fonte DJE DATA:20/02/2014)

16. Recurso do INSS provido em parte. Sentença reformada parcialmente para determinar a aplicação do art. 1º-F da Lei n9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, por ocasião do cálculo dos juros incidentes sobre os valoresatrasados, mantendo-se o INPC como critério de correção monetária.

17. Sem condenação ao pagamento de custas e honorários, em razão do disposto no art. 55, caput, da Lei 9.099/1995.

É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

77 - 0001192-37.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001192-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SERGIO MONTEIRO(ADVOGADO: ES010380 - ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:VINICIUS DOMINGUES FERREIRA.).Processo nº: 0001192-37.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001192-4/01)Recorrente: SERGIO MONTEIRORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO EM CONDIÇÕES INSALUBRES. RUÍDO.TEMPO INSUFICIENTE À CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. POSSIBILIDADE DE ENQUADRAMENTO.APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO CONCEDIDA EM SEDE ADMINISTRATIVA. RECURSODESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face de sentença de fls. 189/183, que julgouimprocedente o pedido de concessão de aposentadoria especial. Sustenta em suas razões, que há nos autos provas doexercício de atividade insalubre no período de 1977 a 2000, e, portanto, faz jus ao benefício de aposentadoria especial. Nãoforam apresentadas contrarrazões.

2. O tempo de serviço especial é aquele decorrente de serviços prestados sob condições prejudiciais à saúde ou ematividades com riscos superiores aos normais para o segurado e, cumpridos os requisitos legais, dá direito à aposentadoriaespecial ou a contagem do tempo trabalhado como especial. Nos termos do artigo 57 da lei 8.213/91, a aposentadoriaespecial será devida, uma vez cumprida a carência exigida, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais

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que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conformedispuser a lei.

3. A comprovação do exercício de atividade em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade físicarege-se pela lei vigente à época da prestação do serviço e não pela lei vigente à época da produção da prova, sob pena deretroatividade e violação ao direito adquirido.

4. Tal entendimento tem lastro na jurisprudência pátria, que vê no direito à contagem de tempo de serviço em condiçõesespeciais um direito subjetivo que se incorpora ao patrimônio do sujeito à medida que a prestação de serviço é efetivada,tornando-se impassível de ser atacado por norma superveniente que torne mais dificultosa a sua prova, sob pena deviolação do direito adquirido protegido pela carta de princípios em seu art. 5º, XXXVI. Nesse sentido, vale transcrever aementa do RESP nº 357.268/RS, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 06/06/2002, que tem o seguinte teor:

"PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM.POSSIBILIDADE. DIREITO ADQUIRIDO. EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. LEI 9.032/95. IRRETROATIVIDADE. ART.28 DA LEI 9711/98. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. DIVERGÊNCIA NÃOCONFIGURADA.I - O tempo de serviço é disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado, passando a integrar, comodireito autônomo, o patrimônio jurídico do trabalhador. A lei nova que venha a estabelecer restrição ao cômputo do tempode serviço não pode ser aplicada retroativamente, em razão da intangibilidade do direito adquirido.II - Se a legislação anterior exigia a comprovação da exposição aos agentes nocivos, mas não limitava os meios de prova, alei posterior que passou a exigir laudo técnico, tem inegável caráter restritivo ao exercício do direito, não podendo seraplicada a situações pretéritas.III - O art. 28 da Lei n.º 9.711/98 não foi ventilado no acórdão recorrido, nem o recorrente cuidou de opor embargos dedeclaração tendentes ao prequestionamento dessa regra, de modo que incide o óbice das Súmulas 282 e 356 do STF,aplicáveis ao recurso especial.IV- De qualquer sorte, a Lei n.º 9.711/98 resguarda o direito dos segurados à conversão do tempo de serviço especialprestado sob a vigência da legislação anterior, em comum.V - O acórdão recorrido não concluiu em sentido diverso daquele apresentado no acórdão citado como paradigma, nãorestando configurada a divergência jurisprudencial.VI - Recurso ao qual se nega provimento."(Resp 357.268/RS, Relator Ministro Gilson Dipp, in DJ 01/07/2002). Grifei.

5. Antes de 05.03.97, início da vigência do Decreto nº 2.172, que regulamentou a Medida Provisória nº 1.523, de 11.10.96,convertida posteriormente na Lei nº Lei 9.528, de 10.12.97, a prova do exercício de atividade sob condições especiais, salvopara o caso de sujeição ao agente RUÍDO, perfazia-se pela apresentação de um dos formulários denominados SB-40, DSS8030 ou DIRBEN 8030, mediante o qual fosse demonstrado pelo segurado o enquadramento em alguma das hipóteses,definidas exemplificativamente em regulamentos, de atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física.

6. Portanto, até 05.03.97, não era necessária, salvo quando o caso fosse de sujeição ao agente físico ruído, a apresentaçãode laudo pericial comprobatório da efetiva sujeição ao agente nocivo à saúde ou à integridade física do trabalhador.

7. No caso de ruído, era assente na doutrina e na jurisprudência a necessidade de apresentação de laudo técnicocomprobatório da nocividade do ambiente de trabalho, ainda que se trate de período anterior ao advento do Decreto nº2.172/97. Aqui a exigência se fazia em razão do agente nocivo, valendo transcrever, em respaldo ao entendimento aquiadotado, trecho do aresto que segue abaixo.

“Para a comprovação da exposição ao agente insalubre, tratando-se de período anterior à vigência da Lei nº 9.032/95, de28.04.95, que deu nova redação ao art. 57 da Lei nº 8.213/91, basta que a atividade seja enquadrada nas relações dosDecretos 53.831/64 ou 83.080/79, não sendo necessário laudo pericial, exceto para a atividade com exposição a ruído.Tratando-se de tempo de serviço posterior à data acima citada, 28.04.95, dependerá de prova da exposição permanente,não ocasional e nem intermitente - não se exigindo integralidade da jornada de trabalho -, aos agentes nocivos, vistotratar-se de lei nova que estabeleceu restrições ao cômputo do temo de serviço, devendo ser aplicada tão-somente aotempo de serviço prestado durante sua vigência, não sendo possível sua aplicação retroativa (AC 1999.01.00.118703-9/MG,Relator Convocado JUIZ EDUARDO JOSÉ CORRÊA, PRIMEIRA TURMA, DJ 09/12/2002; MAS 2000.01.00.072485-0/MG,Relator DES. FEDERAL ANTONIO SAVIO DE OLIVEIRA CHAVES, PRIMEIRA TURMA, DJ 11/03/2002).”(TRF – 1ª Região - AMS 38000067351 - UF: MG - Órgão Julgador: 1ª Turma - Data da decisão: 14/04/2004 - Fonte DJDATA: 03/06/2004 PAGINA: 30 - Relator(a) DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ AMILCAR MACHADO). Grifei.

8. No caso dos autos, a sentença de piso reconheceu a especialidade do trabalho exercido pelo autor, diante dacomprovada exposição a ruído excessivo. No entanto, julgou improcedente o pedido de aposentadoria especial, tendo emvista que a soma do tempo de atividade especial resultou em período inferior, ao tempo mínimo de 25 anos de exposiçãoao agente nocivo, exigido em lei.

9. Por certo que há contradição na sentença, pois a ausência dos requisitos necessários à concessão da aposentadoriaespecial não impede o enquadramento dos períodos trabalhados em ambientes prejudiciais à saúde em tempo de atividadecomum. A despeito da ausência de rigor técnico, da leitura da petição inicial extrai-se que o autor objetiva a conversão dotempo de trabalho exercido em condições insalubres, o que acrescido ao trabalho comum, totaliza o tempo necessário para

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a aposentadoria por tempo de contribuição.

10. No entanto, em consulta ao sistema PLENUS, verificou-se que o recorrente está aposentado por tempo de contribuição,desde 15.09.2012, o que inviabiliza o provimento do recurso, ainda que restasse comprovado o cumprimento da carência àépoca do primeiro requerimento administrativo (24/10/2007 – fls. 13).

11. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas e honorários, haja vista a gratuidade de justiça deferida às fls. 175, com aressalva do art. 12 da Lei nº 1.060/50.

12. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

78 - 0000818-21.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000818-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x SEBASTIAO GOMES DE ALMEIDA (ADVOGADO:MG088808 - EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).Processo nº: 0000818-21.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000818-4/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: SEBASTIAO GOMES DE ALMEIDAJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. ATIVIDADE URBANA DESCONSIDERADANO CÔMPUTO DA CARÊNCIA. PERÍODOS DE GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA INTERCALADOS COM PERÍODOS DEATIVIDADE. REQUISITOS PREENCHIDOS. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em face de sentença de fls. 109/113 que julgou parcialmenteprocedente o pedido de aposentadoria por idade de trabalhador rural. Sustenta o recorrente, que não foi apresentado iníciorazoável de prova material, comprobatória do exercício de atividade rural pelo período de carência exigido na legislaçãoprevidenciária.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige que o trabalhador rural preencha orequisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividade rural, aindaque descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo do benefício, por tempo igual aonúmero de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991),carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142, da Lei nº 8.213/1991.

3. Para comprovação do exercício de atividade rural pelo tempo de carência exigido por lei, o recorrido juntou aos autos: 1)declaração do sindicato dos trabalhadores rurais de Iuna e Irupi (fls. 09); 2) certidão de casamento, realizado em 1967, naqual o autor está qualificado como lavrador (fls. 13); 3) certidão de transferência de propriedade realizada em 1997 (fls. 20)e escritura pública de divisão, demarcação e extinção de condomínio formalizada em 1999 (fls. 21/26); 4) certificado decadastro de imóvel rural e recibo de declaração de ITR, de 1998/2007 (fls. 27/34); 5) notas fiscais (fls. 37, 39/53 e 90/91); 6)Fichas de matrícula escolar e certidão de nascimento de filhos, nas quais o autor está qualificado como lavrador (fls. 54/61).

4. Não se exige prova plena da atividade rural de todo o período correspondente à carência, de forma a inviabilizar apretensão, mas um início de documentação que, juntamente com a prova oral, possibilite um juízo de valor seguro acercados fatos que se pretende comprovar. Nesse sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da TNU.Confira-se:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. LABOR RURAL. RECONHECIMENTO. PROVAMATERIAL. INÍCIO. DEPOIMENTO TESTEMUNHAL A NÃO CORROBORAR O PERÍODO ALEGADO. 1. Nos termos daconsolidada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, para a comprovação do tempo de serviço rural, não é exigidaprova documental de todo o período laborado nas lides campesinas, sendo suficiente a apresentação de início de provamaterial, desde que corroborada por via testemunhal idônea. 2. Impossível o reconhecimento do labor rural pelo tempopostulado quando a comprovação testemunhal se mostra insuficiente para emprestar eficácia à prova material colacionada.3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1180335/PR, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTATURMA, julgado em 28/06/2011, DJe 03/08/2011)” (Grifei)

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA IDADE RURAL. REGIME DEECONOMIA FAMILIAR. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PERÍODO ANTERIOR ÀS CERTIDÕES DE NASCIMENTO DOSIRMÃOS. VALIDADE. AMPLIAÇÃO DA EFICÁCIA EM FACE DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA, ESPECIALMENTETESTEMUNHAL. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. 1. Sentença reconhece a íntegra de período

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de labor rural (07/09/1961 a 31/12/1975), lastreado no início de prova material, com base em certidões de nascimento dosirmãos da segurada, no ano de 1973, corroborada por consistente prova testemunhal. 2. Acórdão da Turma Recursalreforma sentença nessa parte, por entender que tais documentos, caracterizadores do início de prova material, só temaptidão para comprovar a atividade rural dessa data em diante (1973), a desconsiderar, portanto, todo o período anteriorentão reconhecido (07/09/1961 a 31/12/1972). 3. Súmula 14 desta Turma Nacional não exige que o início de prova materialabranja todo o período de carência. 4. Jurisprudência consolidada do STJ e desta TNU assenta entendimento de quehavendo início de prova material contemporânea, no período de carência que se deseja comprovar, caberá aos outroselementos do contexto probatório constantes dos autos, geralmente a prova testemunhal, ampliar a sua eficácia probatória,quer para fim retrospectivo, quer para fim prospectivo. 5. Pedido de Uniformização conhecido e provido, para o fim dereformar o acórdão nessa parte, a restauraros termos da r. sentença (PEDIDO 200772600027110, JUIZ FEDERAL PAULO RICARDO ARENA FILHO, DOU30/08/2011).

5. Embora os documentos apresentados pelo recorrido não se refiram a todo o período de carência, a prova testemunhal eo depoimento do autor, colhidos em juízo, conseguiram demonstrar de forma idônea o exercício de atividade rural pelotempo necessário ao adimplemento da carência exigida.

6. Por certo que os períodos trabalhados em atividade urbana não podem ser computados na concessão de aposentadoriapor idade de segurado especial. No entanto, o ultimo vinculo empregatício deu-se em março de 1995, de modo que na datainicial do benefício, estabelecida na sentença, ou seja, 10.02.2011 (fls. 112) o autor já havia completado a carência exigidano artigo 143 da Lei 8213/91.

7. Da mesma forma, a alegação de que os períodos em que o autor esteve em gozo de auxílio-doença não contam parafins de carência, não pode prosperar, visto que os referidos períodos foram intercalados com períodos de atividade laboral.Nesse sentido já se manifestou o STJ:

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. AUXÍLIO-DOENÇA CONVERTIDO EMAPOSENTADORIA PORINVALIDEZ. INEXISTÊNCIA DE SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 28, § 9º, DA LEIN.8.212/1991 E 36, § 7º, DO DECRETO Nº 3.048/1999. 1. A contagem do tempo de gozo de benefício por incapacidade sóé admissível se entremeado com período de contribuição, a teor do artigo 55, inciso II, da Lei nº 8.213/1991. 2. O art. 28, §9º,a, da Lei n. 8.212/1991, que disciplina o custeio da Previdência Social, veda a utilização de benefício como se fossesalário-de-contribuição, para fins de cálculo da renda mensal inicial. 3. O salário-de-benefício da aposentadoria por invalidezequivale a 100% do valor do salário-de-benefício do auxílio-doença antecedente, em conformidade com o artigo 36, § 7º, doDecreto nº 3.048/1999. 4. Recurso especial improvido. (STJ,REsp 1091290/SC,Relator Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma,j. em 02/06/2009, DJe 03/08/2009) .(destaquei).

8. No que tange à alegação de que a esposa do recorrido desempenhou atividade urbana, cumpre ressaltar que tal fato, porsi só, não conduz ao afastamento da qualidade de segurado especial a teor da orientação vertida na súmula 41 da TNU: “Acircunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, adescaracterização do trabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto”.

9. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

10. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/1996. Honoráriosadvocatícios, devidos pelo INSS, fixados em 10% sobre o valor da condenação (art. 55, caput, da Lei nº 9.099/1995).

11. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

79 - 0001802-05.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001802-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALMIR GORDILHO MATTEONI DE ATHAYDE.) x IZOLINA DE FREITAS DIAS(ADVOGADO: ES016750 - Everaldo Martinuzzo de Oliveira.).Processo nº: 0001802-05.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001802-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: IZOLINA DE FREITAS DIASJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE. REQUISITOSLEGAIS PREENCHIDOS. PEDIDO PROCEDENTE. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

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1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em face de sentença que julgou procedente pedido deaposentadoria por idade de trabalhador rural. Sustenta o recorrente, que não foram apresentadas provas contemporâneasdo exercício de atividade rural, pelo período de carência exigido em lei. Aduz que os documentos apresentadosdemonstram que a parte autora desempenhou atividade rural somente até o ano de 1992.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige que o trabalhador rural preencha orequisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividade rural, aindaque descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo do benefício, por tempo igual aonúmero de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991),carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142, da Lei nº 8.213/1991.3. Para comprovação do exercício de atividade rural, a recorrida juntou aos autos: 1) certidão de casamento (fls. 44) ecertidões de nascimento dos filhos, nos anos de 1969, 1979 e 1972 (fls. 54/57), nas quais o marido da autora estáqualificado como lavrador; 2) certidão de casamento de filho, realizado em 1999 (fls. 59) e ficha de matrícula escolar (fls.60), nas quais a autora está qualificada como lavradora; 3) declarações de particulares (fls. 45/52).4. Não se exige prova plena da atividade rural de todo o período correspondente à carência, de forma a inviabilizar apretensão, mas um início de documentação que, juntamente com a prova oral, possibilite um juízo de valor seguro acercados fatos que se pretende comprovar. Nesse sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e da TNU.Confira-se:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. LABOR RURAL. RECONHECIMENTO. PROVAMATERIAL. INÍCIO. DEPOIMENTO TESTEMUNHAL A NÃO CORROBORAR O PERÍODO ALEGADO. 1. Nos termos daconsolidada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, para a comprovação do tempo de serviço rural, não é exigidaprova documental de todo o período laborado nas lides campesinas, sendo suficiente a apresentação de início de provamaterial, desde que corroborada por via testemunhal idônea. 2. Impossível o reconhecimento do labor rural pelo tempopostulado quando a comprovação testemunhal se mostra insuficiente para emprestar eficácia à prova material colacionada.3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1180335/PR, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTATURMA, julgado em 28/06/2011, DJe 03/08/2011)” (Grifei)

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA IDADE RURAL. REGIME DEECONOMIA FAMILIAR. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PERÍODO ANTERIOR ÀS CERTIDÕES DE NASCIMENTO DOSIRMÃOS. VALIDADE. AMPLIAÇÃO DA EFICÁCIA EM FACE DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA, ESPECIALMENTETESTEMUNHAL. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. 1. Sentença reconhece a íntegra de períodode labor rural (07/09/1961 a 31/12/1975), lastreado no início de prova material, com base em certidões de nascimento dosirmãos da segurada, no ano de 1973, corroborada por consistente prova testemunhal. 2. Acórdão da Turma Recursalreforma sentença nessa parte, por entender que tais documentos, caracterizadores do início de prova material, só temaptidão para comprovar a atividade rural dessa data em diante (1973), a desconsiderar, portanto, todo o período anteriorentão reconhecido (07/09/1961 a 31/12/1972). 3. Súmula 14 desta Turma Nacional não exige que o início de prova materialabranja todo o período de carência. 4. Jurisprudência consolidada do STJ e desta TNU assenta entendimento de quehavendo início de prova material contemporânea, no período de carência que se deseja comprovar, caberá aos outroselementos do contexto probatório constantes dos autos, geralmente a prova testemunhal, ampliar a sua eficácia probatória,quer para fim retrospectivo, quer para fim prospectivo. 5. Pedido de Uniformização conhecido e provido, para o fim dereformar o acórdão nessa parte, a restauraros termos da r. sentença (PEDIDO 200772600027110, JUIZ FEDERAL PAULO RICARDO ARENA FILHO, DOU30/08/2011).5. Embora os documentos carreados pela parte autora não se refiram a todo o período de carência, a prova testemunhalcolhida em juízo conseguiu demonstrar de forma idônea que a autora sempre exerceu a atividade rural, inclusive após ofalecimento de seu esposo.6. Cumpre destacar que o Supremo Tribunal Federal tem firme orientação de que o direito à aposentadoria passa a integraro patrimônio jurídico do sujeito quando preenchidos os requisitos para a sua fruição, tal como veiculado pelo enunciado n.359, da súmula da sua jurisprudência, que também é aplicável aos segurados no Regime Geral da Previdência Social,conforme o decidido - em regime de repercussão geral - no RE 630.501/RS (Pleno, Rel. p/acórdão Min. Marco Aurélio, DJE23.08.2013).

7. Saliento que a recorrida completou 55 (cinqüenta e cinco) anos de idade em 14/02/2000 (fls. 12), o que atrai a exigênciade 114 (cento e quatorze) meses de exercício de atividade rural (art. 142 da Lei nº 8.213/91). Sendo assim, diante doselementos de prova existentes nos autos, não resta dúvida de que, na data do requerimento administrativo (22/05/2009 –fls. 84/85), a autora havia preenchido os requisitos legais necessários à obtenção do benefício.

8. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

9. Recurso do INSS conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/1996. Honoráriosadvocatícios, devidos pelo INSS, fixados em 10% sobre o valor da condenação (art. 55, caput, da Lei nº 9.099/1995).

10. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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Juiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

80 - 0000123-04.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000123-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARILENA DA PENHACOMARELA ZANDONADE (ADVOGADO: ES008958 - LILIAN BELISARIO DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).Processo nº: 0000123-04.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000123-9/01)Recorrente: MARILENA DA PENHA COMARELA ZANDONADERecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. TRABALHO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR NÃO CARACTERIZADO. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o pedido deconcessão de aposentadoria por idade de trabalhador rural. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que há nosautos documentos comprobatórios do exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo período de carêncialegalmente exigido. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido nainicial. Contrarrazões às fls. 147/151.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige que o trabalhador rural preencha orequisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividade rural, aindaque descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo do benefício, por tempo igual aonúmero de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/1991),carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/1991.

3. Para amparar sua pretensão, a autora juntou aos autos: a) declaração de exercício de atividade rural, datada de21.10.2004 (fls. 17/18); b) certidão de casamento realizado em 21.12.1968 (fl. 19), em que consta a profissão de lavrador domarido, condição, em tese, extensível a ela; c) contrato de comodato com a Agropecuária Zandonade LTDA, datado de02.01.1990, estabelecido pelo período de 01.01.990 a 31.12.2001, com firma reconhecida em 07/2004 (fls. 29/30).

4. Contudo, o conjunto probatório mostra-se insuficiente à demonstração do trabalho rural em regime de economia familiar,haja vista que informações constantes do Cadastro Nacional de Informação Social – CNIS – revelam que o marido daautora está vinculado à Previdência Social, como contribuinte individual (autônomo), desde 01/1985, com recolhimento dasrespectivas contribuições previdenciárias, e, inclusive, recebe benefício de aposentadoria por idade como comerciáriodesde 07/04/2006 (fl. 134), no valor de aproximadamente dois salários mínimos (consulta realizada ao sistema PLENUS).

5. Dessa forma, restou descaracterizado o regime de economia familiar, no qual o trabalho é exercido pelos membros dafamília, em condições de mútua dependência e colaboração, indispensável à própria subsistência.

6. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

7. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios ante o deferimento daGratuidade de Justiça à fl. 90, observado o disposto no art. 12 da Lei nº 1.060/50.

8. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

81 - 0006559-45.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006559-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCOS FIGUEREDO MARÇAL.) x CATARINO MARTINS SUCUPIRA(ADVOGADO: ES013330 - PAULO AUGUSTO MARTINS PINHEIRO CHAGAS, ES014189 - CLAUDIO PINTO BRAGA,ES010694 - KASSIA FERRAZ MARTINS ARRAZ.).Processo nº: 0006559-45.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006559-6/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: CATARINO MARTINS SUCUPIRAJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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VOTO EMENTA

DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. CARÊNCIA DE AÇÃO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR.NECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. RE 631.240/MG. RECURSO PREJUDICADO.SENTENÇA ANULADA DE OFÍCIO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedidoinicial, condenando a Autarquia Previdenciária a conceder benefício de aposentadoria por idade ao autor, a partir de27.11.2009 – data da citação – com acréscimo de juros e correção monetária sobre as parcelas em atraso. Sustenta emsuas razões, que o processo deve ser extinto sem resolução do mérito, diante da ausência de prévio requerimentoadministrativo de concessão de aposentadoria.

2. A exigência de prévio requerimento administrativo liga-se diretamente às condições da ação. Inexistindo prova danegativa do INSS em conceder o benefício, torna-se impossível aferir o interesse processual da parte, isto é, a necessidadede ajuizamento da demanda e a utilidade da tutela jurisdicional pleiteada (STJ – REsp 201200356194 – Relator MinistroHerman Benjamin – Segunda Turma – DJE 28/05/2012; STJ - AgREsp 201202306619 – Relator Ministro Humberto Martins– Segunda Turma - DJE 28/06/2013; e Enunciado nº 70 do Fonajef).

3. Não há violação ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional ou do amplo acesso à Justiça (art. 5º, incisoXXXV da CRFB). Não se pode confundir direito de demandar com direito de ação. O primeiro, de fato, não deve encontrarqualquer limite, exceto os existentes na própria Constituição. Já o direito de ação tem a regularidade de seu exercíciocondicionada à possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse de agir. (JEF – Pedido deUniformização, Processo: 200572950061790, Órgão Julgador: Turma Nacional de Uniformização, Data da decisão:18/09/2006).

4. O Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão plenária recente (27/09/2014), deu parcial provimento ao RecursoExtraordinário (RE) 631240, com repercussão geral reconhecida, em que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)defendia a exigência de prévio requerimento administrativo antes de o segurado recorrer à Justiça para a concessão debenefício previdenciário.

5. Nos termos do voto do Relator Ministro Luís Roberto Barroso, restou decidido que nas ações ajuizadas antes daconclusão do julgamento do RE 631.240, que não tenham sido instruídas por prova do prévio requerimento administrativo,nas hipóteses em que exigível, como no caso dos autos, será observado o seguinte: a) nas ações ajuizadas no âmbito deJuizado Itinerante, a falta do prévio requerimento administrativo não implicará extinção do feito sem julgamento de mérito; b)nas ações em que o INSS tiver apresentado contestação de mérito, estará caracterizado o interesse de agir pela resistênciaà pretensão, implicando a possibilidade de julgamento do mérito, independentemente do prévio requerimento administrativo;c) nas demais ações em que ausente o requerimento administrativo, o feito será baixado em diligência ao Juízo de primeirograu, onde permanecerá sobrestado, a fim de intimar o autor a dar entrada no pedido administrativo em até 30 (trinta) dias,sob pena de extinção do processo por falta de interesse de agir. Comprovada a postulação administrativa, o Juiz intimará oINSS para se manifestar acerca do pedido em até 90 (noventa) dias. Se o pedido for acolhido administrativamente ou nãopuder ter o seu mérito analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente (ex: não comparecimento à perícia ou àentrevista), extingue-se a ação. Por outro lado, se negado o pedido, estará caracterizado o interesse de agir e o feito deveráprosseguir. Em qualquer caso, a análise quanto à subsistência da necessidade do provimento jurisdicional deverá ser feitapelo Juiz.

6. Dessa forma, inexistindo prévio requerimento administrativo e não tendo o INSS contestado o mérito (fls. 355/358 e433/436), impõe-se a aplicação do determinado no item c.

7. Recurso prejudicado. Sentença anulada de ofício, determinando o retorno dos autos à origem para que a parte autoraefetue o requerimento administrativo em até 30 dias, sob pena de extinção do feito sem julgamento do mérito.

8. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

82 - 0004331-97.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004331-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x ROSALINA MARIA FERREIRA (ADVOGADO:ES014096 - VALTEMIR DA SILVA.).Processo nº: 0004331-97.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004331-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ROSALINA MARIA FERREIRAJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE URBANA. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE RURAL ANTERIORÀ VIGÊNCIA DA LEI 8.213/91. CONTAGEM PARA EFEITOS DE CARÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. REQUISITOS NÃOPREENCHIDOS. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em face de sentença que julgou procedente o pedido dereconhecimento de atividade rural exercida em regime de economia familiar, no período de 10.01.1971 a 15.03.1984, eaverbação de tal período ao tempo de contribuição, para fins de concessão de aposentadoria por idade urbana. Sustenta orecorrente que, a aposentadoria por idade urbana não autoriza a utilização de tempo de serviço rural para fins de cômputoda carência. Aduz, ainda, que o período de atividade rural reconhecido na sentença não foi devidamente comprovado,diante da ausência de início razoável de prova material. O tempo de serviço, referente aos vínculos urbanos, não foiimpugnado pela autarquia previdenciária.

2. Em relação ao tempo rural, não se olvida da existência de início de prova material a comprovar o exercício de atividaderurícola, qual seja: 1) certidão de casamento, realizado em 1963, na qual o marido da autora está qualificado como lavrador(fls. 107). Ficha escolar dos filhos da autora, onde consta que a referida escola ficava localizada na zona rural (fls. 116/118).Embora os documentos carreados pela parte autora não se refiram a todo o período de carência, as testemunhas ouvidasem sede de justificação administrativa foram unânimes ao confirmar o trabalho rural da recorrida, na condição de meeira,juntamente com seu esposo, na Fazenda do Sr. Paulo Keffler (fls. 95/102).

3. O artigo 55, § 2º, da Lei nº 8.213/1991, dispõe que: “O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data deinício de vigência desta Lei, será computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes,exceto para efeito de carência, conforme dispuser o Regulamento.”

4. O dispositivo é claro quanto à dispensa do recolhimento das contribuições, com exceção relativa à carência. Portanto,tendo a autora nascido em novembro de 1947 (fls. 08), completou sessenta anos em 2007, de modo que o tempo decarência previsto no artigo 142 da Lei 8213/991 seria de 156 meses, ou seja, 13 anos de contribuição. Dessa forma, operíodo de pouco mais de 11 anos de contribuição, reconhecido na sentença e em esfera administrativa, pelo INSS (fls.134) é insuficiente para a concessão da aposentadoria por idade urbana.

5. Nesse sentido, já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça:

EMBARGO DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO RURAL EM REGIMEDE ECONOMIA FAMILIAR. TEMPO DE SERVIÇO ANTERIOR À EDIÇÃO DA LEI N.º 8.213/91. CONTAGEM PARACONCESSÃO DE BENEFÍCIO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS. RECOLHIMENTO DASCONTRIBUIÇÕES. DISPENSADO. 1. Em tema de contagem de tempo de serviço rural em regime de economia familiaranterior à edição da Lei n.º 8.213/91, desde que para fins de concessão de benefício pelo Regime Geral de PrevidênciaSocial - RGPS, o segurado está dispensado da comprovação do recolhimento das contribuições previdenciárias do período,exceto para efeito de carência. 2. In casu, o segurado pretende a contagem do tempo de serviço rural por ele exercido noperíodo entre 11/5/1967 e 4/10/1977, para a obtenção de benefício do RGPS, qual seja: aposentadoria urbana por tempo deserviço, estando, pois, dispensado da comprovação do recolhimento das respectivas contribuições. 3. Embargos dedivergência providos.(STJ - EREsp: 639391 PR 2004/0144515-8, Relator: Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORACONVOCADA DO TJ/PE), Data de Julgamento: 12/06/2013, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe19/06/2013, undefined)

AÇAO RESCISÓRIA. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RURÍCOLA. DECLARAÇAO DE SINDICATOHOMOLOGADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. ERRO DE FATO. SOLUÇAO PRO MISERO. PEDIDO PROCEDENTE. 1. Adeclaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, desde que devidamente homologada pelo Ministério Público, constituiinício razoável de prova documental, para fins de comprovação de tempo de serviço. Precedentes. 2. A 3ª Seção desteSuperior Tribunal de Justiça tem considerado como erro de fato, a autorizar a procedência da ação rescisória comfundamento no artigo 485, inciso IX, do Código de Processo Civil, o erro na valoração da prova, consistente nadesconsideração da prova constante nos autos, dadas as condições desiguais vivenciadas pelo trabalhador rural eadotando-se a solução pro misero. 3. Inexiste óbice legal ao cômputo do tempo de serviço rural exercido anteriormente àedição da Lei nº 8.213/91, independentemente do recolhimento das contribuições respectivas, para a obtenção deaposentadoria urbana, se durante o período de trabalho urbano é cumprida a carência exigida para a concessão dobenefício. 4. Pedido procedente. (AR 1335/CE, Terceira Seção, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Revisor MinistroPaulo Gallotti, DJe 26/7/2007 ) (Grifo nosso)

6. Recurso do INSS, conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em parte, para julgar improcedente o pedidode concessão de aposentadoria por idade urbana, conforme fundamentação exposta.

7. Sem condenação ao pagamento de custas e honorários, em razão do disposto no art. 55, caput, da Lei 9.099/1995.

8. É como voto.

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GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

83 - 0005198-90.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005198-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) REGINA DE FATIMA ZUQUI(ADVOGADO: ES016053 - RODOLFO NICKEL NEVES, ES015788 - JOSE ROBERTO LOPES DOS SANTOS.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ VICENTE SANTIAGO JUNQUEIRA.) xROSIANE FERNANDES FRANCO E OUTROS (ADVOGADO: MG145621 - CHAIANE MARQUESINI DE SOUSA,MG055937 - BARTOLOMEU DE SOUZA FIALHO.).Processo nº: 0005198-90.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005198-6/01)Recorrente: REGINA DE FATIMA ZUQUIRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS E OUTROSJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. EX-ESPOSA. SEPARAÇÃO DE FATO. AUSÊNCIADE PROVA CONCLUSIVA DE RESTABELECIMENTO DA UNIÃO CONJUGAL. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA NÃOCOMPROVADA. RESCURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente o pedido deconcessão de pensão por morte. Sustenta em suas razões, que a decisão foi parcial, tendo em vista que os argumentos dedependência econômica não foram devidamente apreciados.

2. Nos termos do artigo 74 da Lei nº 8.213/91 dois são os requisitos para a concessão do benefício de pensão por morte,quais sejam: a qualidade de segurado do falecido e a dependência econômica do beneficiário postulante.

3. No presente caso, não há controvérsia acerca da qualidade de segurado do de cujus. Em relação à dependênciaeconômica, a esposa separada de fato precisa comprovar que efetivamente recebia ajuda material do cônjuge, para poderfigurar como sua dependente e, assim, fazer jus à pensão por morte. A dependência econômica, neste caso, não épresumida, cabendo à autora demonstrá-la de modo inequívoco para viabilizar a concessão do benefício.

4. No caso dos autos, não há qualquer documento que aponte o recebimento, pela recorrente, de ajuda financeira dofalecido. Por outro lado, a despeito das alegações de restabelecimento da união familiar, os documentos apresentados pelaparte autora comprovam o inverso do afirmado, visto que, a certidão de fls. 10 demonstrou que o óbito, ocorrido em18.06.2005, foi declarado por Rosiane Fernandes Franco (titular do benefício em questão, na qualidade de companheira –fls. 19/20) bem como, que o falecido e a recorrente residiam em municípios diversos e distantes entre si (fls. 09). Ademais,o documento juntado às fls. 13, demonstra que a parte autora efetuou o requerimento da pensão por morte, em 09.10.2008,ou seja, mais de três anos após o falecimento do segurado.

5. Assim sendo, não há nos autos qualquer início de prova documental quanto à dependência econômica da autora emrelação ao de cujus, e os documentos juntados não comprovam que o casal tenha voltado a conviver após a separação defato, portanto, inexiste a presunção de dependência econômica contida no art. 16, I, § 4º da Lei n. 8.213/91.

6. Não havendo elementos que permitam concluir pela existência de eventual dependência econômica da requerente àépoca do óbito, desnecessária a produção de prova testemunhal, vez que somente os depoimentos das testemunhas nãoseriam suficientes para comprovar a alegada dependência, posto que a produção desta prova viria apenas corroborar como início de prova material que não constou dos autos.

7. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

8. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas, nem em honorários, ante o deferimento da Gratuidade deJustiça, observada a ressalva do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

9. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

84 - 0001939-87.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001939-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) RAFAELA AMARALD'ANDREA (ADVOGADO: ES011813 - ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES.) x MARIA SOCORRO D ANDREA(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: IsabelaBoechat B. B. de Oliveira.).

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Processo nº: 0001939-87.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001939-2/01)Recorrente: RAFAELA AMARAL D'ANDREARecorrido: MARIA SOCORRO D ANDREA E OUTROJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. DESDOBRAMENTO DO BENEFÍCIO DE PENSÃO POR MORTE. RATEIOCOM EX-ESPOSA. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face de sentença de fls. 54/56, que julgou improcedente opedido de pagamento do valor integral do benefício de pensão por morte, instituído por Annibal D’Andrea Junior. Sustenta arecorrente, que o desconto no benefício é injustificado, pois ela é a única filha menor do instituidor e a sua dependência emrelação a este é total e notória. Contrarrazões às fls. 72/80.

2. A documentação juntada às fls. 32/37 dos autos demonstra o rateio do benefício em questão, com a senhora MariaSocorro D’Andrea, ex-esposa do instituidor da pensão por morte.

3. Em caso de separação, seja do ponto de vista judicial ou de fato, o ex cônjuge terá direito à pensão por morte secomprovar a dependência econômica em relação ao de cujus, ainda que o benefício já tenha sido requerido ou concedido aoutro dependente.

4. Dessa forma, diante do reconhecimento da dependência econômica em sede administrativa, não há que se falar emcomplementação de pensão ou desconto injustificado, visto que, segundo o disposto no artigo 77 da lei 8213/91, quandohouver mais de um dependente, a pensão por morte será rateada entre todos em partes iguais.

5. Recurso conhecido e desprovido. Sentença confirmada. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendoem vista o deferimento da Gratuidade de Justiça às fls. 21, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

6. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

85 - 0007619-87.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007619-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x SILVIO PINTO REIS E OUTROS (ADVOGADO:ES000269B - MARIA DE FATIMA MONTEIRO.).Processo nº: 0007619-87.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007619-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: SILVIO PINTO REIS E OUTROSJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. QUALIDADE DE SEGURADO. ANOTAÇÃO EMCTPS COM BASE EM SENTENÇA TRABALHISTA HOMOLOGATÓRIA DE ACORDO. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.INSUFICIÊNCIA. PROVA TESTEMUNHAL. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em razão da sentença que julgou procedente o pedido inicial deconcessão do benefício previdenciário de pensão por morte. Sustenta a impossibilidade de se reconhecer a qualidade desegurado do de cujus apenas com base em vínculo de trabalho anotado em sua CTPS por força de sentença trabalhistahomologatória de acordo. Aduz que as anotações de vínculos contidas na CTPS da segurada falecida não gozam depresunção absoluta de veracidade para efeitos previdenciários, havendo a necessidade de corroboração por outras provassuplementares. Assevera que inexiste nos autos prova material que comprove atividade, mas única e tão somente asentença trabalhista, que por si só não pode ser considerada. Acrescenta que a prova testemunhal produzida em audiêncianão conduz à conclusão no sentido da efetiva existência do vínculo, haja vista a contraditoriedade dos depoimentos entre si,bem como por apontarem período posterior ao falecimento da segurada. Assim, postula pela reforma da sentença.Contrarrazões às fls. 144/147. O MPF, em seu parecer às fls. 112/114, opinou, antes da prolação da sentença, pelaimprocedência do pedido.2. Analisando o caso dos autos, observo que o entendimento consolidado na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiçaé no sentido do aresto abaixo.

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO. AUSÊNCIA DE QUALIDADEDE SEGURADO DO DE CUJUS. PROVA MATERIAL. SENTENÇA TRABALHISTA HOMOLOGATÓRIA DE ACORDO.UTILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 83/STJ. 1. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a sentença

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trabalhista homologatória de acordo só pode ser considerada como início de prova material se fundada em elementos quedemonstrem o labor exercido na função e os períodos alegados pelo trabalhador, sendo, dessa forma, apta a comprovar otempo de serviço enunciado no art. 55, § 3º, da Lei n. 8.213/91. 2. Contudo, segundo consta no acórdão recorrido, nãohouve instrução probatória, nem exame de mérito da demanda trabalhista que demonstre o efetivo exercício da atividadelaboral. 3. O Tribunal a quo decidiu de acordo com jurisprudência desta Corte, de modo que se aplica à espécie oenunciado da Súmula 83/STJ. Agravo regimental improvido. (Processo AGARESP 201402109263 AGARESP - AGRAVOREGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL – 565575 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJÓrgão julgador SEGUNDA TURMA Fonte DJE DATA:13/10/2014)

3. Diante disso, é de se concluir que assiste razão ao recorrente. A sentença homologatória de acordo proferida na esferatrabalhista deve estar acompanhada de outras provas que possam evidenciar o trabalho exercido e o período alegado naação previdenciária. A anotação em CTPS feita por força da sentença homologatória, por si só, não tem o condão de seradmitida como início de prova material. No caso em tela, não há início de prova documental a embasar o reconhecimentoda relação trabalhista reconhecida na sentença, não sendo aceitável para tanto a cópia de cheque devolvido (motivo 11) àfl. 32. A anotação feita na página 15 da CTPS à fl. 39 foi feita única e exclusivamente em virtude da determinação constanteda sentença trabalhista homologatória do acordo entre o espólio da segurada e a suposta ex-empregadora, realizado 2(dois) anos após o óbito. A sentença trabalhista de fl. 36 menciona um acordo, mediante o pagamento da quantia deR$150,00 para quitação da relação laboral no período de janeiro a novembro de 2006. Menciona, ainda, um salário mensalde R$350,00, além do pagamento de verbas indenizatórias no valor de R$148,60, sem que haja nos autos qualquer reciboque comprove os pagamentos respectivos. Tais documentos, portanto, não são idôneos a infirmar a presunção ínsita aoCNIS de fl. 47, o qual dá conta de que o último vínculo se encerrou em maio de 2003.4. A TNU, nos autos do PEDILEF nº 2007.71.95.02.8233-8, adotou entendimento no sentido de que a sentença trabalhista,seguida da anotação da relação na CTPS e corroborada por prova testemunhal, tem validade como prova do vínculo. Nocaso em análise, os depoimentos das testemunhas, dentre elas a alegada ex-empregadora e seu marido, foramcontraditórios e mencionaram períodos desconexos, além de posteriores ao óbito da segurada.5. A sentença, portanto, não pode ser mantida, pois no caso em tela a segurada não ostentava a qualidade de segurada naépoca do óbito ocorrido em dezembro de 2006, haja vista o encerramento do último vínculo em maio de 2003 (CNIS à fl.47). Afigura-se correto, portanto, o indeferimento do requerimento administrativo apresentado em novembro de 2008.6. Recurso conhecido e provido para julgar improcedente o pedido inicial.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DORECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

86 - 0006102-47.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006102-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROSANA DE FATIMAMERCER (ADVOGADO: ES006380 - ELIZETE PENHA DA LUZ.) x RITA DE CASSIA RIBEIRO COSTA (ADVOGADO:ES011394 - GRASIELE MARCHESI BIANCHI, ES016232 - ROBERTA LEONI BARBOSA BARBEITO, ES011088 - JALINEIGLEZIAS VIANA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) xROSANA DE FATIMA MERCER (ADVOGADO: ES006380 - ELIZETE PENHA DA LUZ.) x RITA DE CASSIA RIBEIROCOSTA (ADVOGADO: ES011394 - GRASIELE MARCHESI BIANCHI, ES016232 - ROBERTA LEONI BARBOSABARBEITO, ES011088 - JALINE IGLEZIAS VIANA.).Processo nº: 0006102-47.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006102-1/01)Recorrente: ROSANA DE FATIMA MERCER E OUTRORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS E OUTROSJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CONJUGE SEPARADO. DEPENDENCIA ECONOMICA. ALIMENTOS.RENUNCIA POR OCASIAO DA SEPARAÇÃO. ALTERAÇÃO POSTERIOR DA SITUAÇÃO DE FATO. BINOMIONECESSIDADE POSSIBILIDADE. PROVA. SUMULAS 64 DO TFR E 379 DO STF.1. Trata-se de recurso inominado interposto por Rosana de Fátima Mercer, beneficiária da pensão por morte instituída porseu companheiro Antônio Cezar Pimentel Pissinati, em face da sentença que julgou procedente em parte o pedido paracondenar o INSS a conceder a cota parte da pensão à Autora, ex-esposa separada do de cujus, com data de início na datado requerimento administrativo efetuado em 22/07/2008. Aduz a recorrente, preliminarmente, que a pretensão deduzida emjuízo tem natureza de ação de alimentos, embora sob a nomenclatura de demanda previdenciária, porque a recorridarenunciou aos alimentos na ocasião em que se separou do de cujus em 11/12/1992, não se enquadrando, portanto, noconceito dependente do segurado na data do óbito, ocorrido em 04/02/1999. Conclui, diante disso, que a hipótese é deincompetência do Juízo e ilegitimidade de parte, já que a verba alimentar acaso devida somente pode ser pleiteada perante

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os filhos da autora recorrida. Aduz, ainda preliminarmente, a ocorrência de coisa julgada, haja vista que a demandaanteriormente proposta perante a Justiça Estadual sofreu declínio de competência para a Justiça Federal, que por sua vezexcluiu o INSS do pólo passivo e devolveu os autos com fulcro nas súmulas nº 150, 224 e 254 do STJ, seguindo-se aextinção do feito pelo Juízo Estadual por inadequação da via eleita. No mérito, aduz no recurso que o pedido éimprocedente, pois a ex-esposa renunciou aos alimentos por ocasião da separação ocorrida em 1992, não sendoadmissível falar em concessão de pensão de natureza previdenciária em 2008, 9 (nove) anos após o óbito e 16 (dezesseis)anos após a separação judicial. Segundo a recorrente, no caso em tela ocorreu a extinção do dever de alimentos com o fimda sociedade conjugal, não sendo a recorrida dependente econômica do de cujus, nos termos da lei previdenciária. Afirma,ainda, que a autora/recorrida não comprovou a dependência econômica em relação ao de cujus.2. Afasto as preliminares de incompetência, ilegitimidade e coisa julgada, pois a demanda é no sentido da concessão depensão por morte, de natureza previdenciária, e foi ajuizada em face do INSS e da companheira que vinha percebendo apensão. Por outro lado, a demanda antecedente, declinada pela Justiça Estadual para a Justiça Federal, depois novamentedeclinada para a Justiça Estadual, terminou extinta sem apreciação do mérito, ao argumento segundo o qual não cabe açãode revisão de alimentos por parte de quem nunca os recebeu, devendo a parte ajuizar ação concessória de alimentos.Neste caso não ocorre o fenômeno da coisa julgada material a impedir o direito de ação da recorrida no caso concreto.3. No mérito, a sentença reconheceu a procedência do pedido por entender que houve alteração da situação de fato com acessação da pensão por morte paga aos dependentes do de cujus que são filhos da autora/recorrida. Segundo a doutamagistrada sentenciante, a autora logrou demonstrar, pelos documentos de fls. 23, 29 e 31/33, bem como pelosdepoimentos das testemunhas, que dependia economicamente do segurado falecido, seja por intermédio da pensão queera paga aos filhos, seja por auxílio direto prestado por ele próprio através de ajuda financeira ou aquisição de bens.4. Segundo a Jurisprudência pátria, a mulher que dispensa a prestação de alimentos por ocasião da separação, emboranão se enquadre exatamente na hipótese do § 2º do art. 76 da Lei nº 8.213/91, conserva o direito à pensão por morte,desde que comprovada a necessidade do benefício, por não se admitir a renúncia aos alimentos. Nesse sentido são assúmulas nº 64 do extinto TFR, nº 379 do STF e 336 do STJ, conforme textos abaixo transcritos.

TFR Súmula nº 64: “A mulher que dispensou, no acordo de desquite, a prestação de alimentos, conserva, não obstante, odireito a pensão decorrente do óbito do marido, desde que comprovada a necessidade do benefício.”

STF Súmula nº 379: “No acordo de desquite não se admite renúncia aos alimentos, que poderão ser pleiteadosulteriormente, verificados os pressupostos legais.”

STJ Súmula nº 336: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária pormorte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.”

5. No caso em tela, não se pode deixar de considerar a grave repercussão econômica causada pela cessação da pensãopor morte paga aos filhos da recorrida pelo só alcance da maioridade aos 21 (vinte e um) anos de idade, quando se sabe,via de regra, que com tal idade os filhos ainda dependem, e muito, do suporte financeiro dos pais. Com base em talpremissa, afigura-se intuitivo concluir, com base nas regras ordinárias de experiência, subministradas pelo queordinariamente acontece, que a cessação da pensão por morte paga ao filho mais novo da recorrida resultou nosurgimento, para ela, da necessidade da pensão para compensar a diminuição da renda familiar.6. Oportuno acrescentar que a prova produzida em audiência, associada aos documentos acima referidos, foi no sentido daefetiva participação do de cujus, em termos de suporte financeiro, no cotidiano do núcleo familiar da recorrida.7. Assim, considerando que a sentença está devidamente fundamentada a partir de uma prudente análise do conjuntoprobatório carreado aos autos, além de estar amparada em sólida jurisprudência sobre a matéria, não há razão para a suareforma, impondo-se a manutenção por seus próprios fundamentos, nos termos do disposto no art. 46 da Lei nº 9.099/95.8. Em face do exposto, nego provimento ao recurso. Deixo de condenar a recorrente em custas e honorários em virtude dagratuidade de justiça requerida à fl. 195, que ora defiro, observada a disposição do art. 12 da Lei nº 1.060/50.É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

87 - 0000045-42.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000045-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.) x OTACILIA DOS SANTOSPASSOS (ADVOGADO: ES015750 - GILMAR MARTINS NUNES.).Processo nº: 0000045-42.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000045-2/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: OTACILIA DOS SANTOS PASSOSJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. PAGAMENTO INDEVIDO. DEVOLUÇÃO. DESCONTOS EMBENEFÍCIO DE PENSÃO POR MORTE. DESCABIMENTO. PAGAMENTO INDEVIDO POR ATO DA ADMINISTRAÇÃO.RECEBIMENTO DE BOA-FÉ. IRREPETIBILIDADE DAS VERBAS DE NATUREZA ALIMENTAR. RECURSO

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DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS, em face da sentença que julgou procedente o pedido de declaração deinexistência de relação jurídica que obrigue a parte autora a restituir os valores de benefício assistencial, recebidosjuntamente com benefício de pensão por morte. Sustenta o recorrente: a) o dever de ressarcimento de valores pagosindevidamente é uma exigência legal, consubstanciada no art. 115 da lei 8.213/91; b) o erro administrativo e o recebimentode boa-fé não podem justificar o enriquecimento sem causa; c) a constitucionalidade dos artigos 115 e 154 da lei 8.213/91;d) a necessidade de revogação da tutela antecipada, visto que a recorrente agiu em consonância com o ordenamentojurídico pátrio. Por fim, requer a reforma da sentença, no sentido de julgar inteiramente improcedente o pedido inicial.Contrarrazões às fls. 113/117.2. Analisando o caso dos autos, verifica-se que a concessão dos dois benefícios, cuja cumulação é indevida, ocorreu porerro exclusivo da autarquia recorrente. Hipótese em que não se pode imputar ao recorrido qualquer participação no evento.3. Acerca do tema, o entendimento da jurisprudência pátria é no sentido da impossibilidade de desconto dos valores pagosindevidamente por erro da Administração e recebidos de boa-fé por parte do segurado, haja vista que as verbas denatureza alimentar são irrepetíveis. Nesse sentido é o aresto abaixo.

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PENSÃO POR MORTE E PENSÃO ACIDENTÁRIA. ÚNICO INSTITUIDOR.REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. VALORES DE BOA-FÉ. ERRO DA ADMINISTRAÇÃO. DESCABIMENTO DE RESTITUIÇÃO. 1.Trata-se de apelação de sentença que denegou a segurança para fazer o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS seabster de descontar da pensão da impetrante os valores, a título de benefício previdenciário, pagos indevidamente por erroda Administração bem como a ressarcir as quantias porventura descontadas. 2. Descabe a restituição ao Erário, de valoresindevidamente pagos a pensionista, se ela os percebeu de boa-fé, entendida esta como a ausência de conduta dolosa quetenha contribuído para a ocorrência do fato antijurídico, presunção esta não desqualificada por provas em contrário.Precedentes. 3. Direito reconhecido à demandante de não ter descontado de seu benefício de pensão por morte, a partir doajuizamento do "mandamus", valores referentes a benefício previdenciário, indevidamente concedido por erro daAdministração, bem como a ser ressarcida desde aquele marco dos valores já descontados a esse título devidamenteatualizados com incidência de correção monetária e juros moratórios de acordo com a Lei nº 11.960/09. Apelação provida.(Processo AC 00112984020124058100 AC - Apelação Civel – 557355 Relator(a) Desembargador Federal José MariaLucena Sigla do órgão TRF5 Órgão julgador Primeira Turma Fonte DJE - Data: 04/07/2013 - Página: 276).

4. Impõe-se a mitigação do rigor da regra que prevê a devolução dos valores indevidamente recebidos (art. 115 da Lei n8.213/91), em vista da boa-fé e hipossuficiência da pensionista, além do caráter alimentar da prestação em foco. Nessemesmo sentido, precedentes tanto da Primeira quanto da Segunda Seção Especializada do TRF2:

PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. RESTITUIÇÃO DE VALORES RECEBIDOS A MAIOR DE BOA-FÉ.EQUÍVOCO DA ADMINISTRAÇÃO. VERBA ALIMENTAR. PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE. DESCONTO.IMPOSSIBILIDADE. 1. É incabível a pretensão da autarquia de restituição dos valores pagos a maior, por equívoco daAdministração, a segurado de boa-fé, diante da natureza alimentar dos benefícios previdenciários e do princípio dairrepetibilidade. 2.Apelação e remessa necessária desprovidas.(APELRE 201051018045021, Desembargadora Federal LILIANE RORIZ, TRF2 - SEGUNDA TURMA ESPECIALIZADA,E-DJF2R - Data: 03/03/2011 - Página: 279)

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO. VALORES RECEBIDOS ALÉM DO DEVIDO. ERRO ESCUSÁVEL DAADMINISTRAÇÃO. AUSÊNCIA DE DOLO OU MÁ-FÉ. HIPOSSUFICIÊNCIA DA SEGURADA. CARÁTER ALIMENTAR DAPRESTAÇÃO. RESTITUIÇÃO NÃO OBRIGATÓRIA. PRECEDENTES DOS EGRÉGIOS STF. STJ E TCU. AGRAVOINTERNO NÃO PROVIDO. (...) 3. Embora a regra geral seja a devolução dos valores recebidos indevidamente, em vista davedação do enriquecimento sem causa, doutrina e jurisprudência têm admitido a mitigação de tal princípio, em hipótesesespecíficas, como no presente caso, em que além da notória boa-fé da beneficiária, leva-se em consideração ahipossuficiência da mesma, o princípio da segurança jurídica e o fato do erro da administração afigurar-se escusável, emvista das circunstâncias do caso e da legislação que disciplina a matéria. 4. Mitigação do rigor da regra que prevê adevolução dos valores indevidamente recebidos (art. 115 da Lei n 8.213/91), em vista da boa-fé e hipossuficiência dapensionista, além do caráter alimentar da prestação em foco, o que não significa dizer que a aludida norma éinconstitucional, uma vez que apenas foi dado ao texto desse dispositivo, interpretação diversa da pretendida pelo INSS.Precedente do eg. STJ. 4. Inexistência de dolo ou má-fé por parte da impetrante que vinha recebendo o benefício na formacalculada pela autarquia, fato que somado a hipossuficiência da agravada, ao princípio da segurança jurídica e ao erroescusável da administração, não torna obrigatória a restituição dos valores recebidos de boa-fé, mormente levando-se emconta o caráter alimentar da prestação em foco. 5. Agravo interno conhecido, mas não provido.(APELRE 200951020003913, Desembargador Federal ABEL GOMES, TRF2 - PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA,E-DJF2R - Data::06/05/2011 - Página::256/257.)

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/1996. Tendo em vista que aparte recorrida não constituiu advogado, incabível a condenação da recorrente vencida em honorários advocatícios (art. 55,caput, da Lei nº 9.099/1995).

7. É como voto.

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GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

88 - 0005761-84.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005761-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROMILDO ALVES DE ASSISE OUTRO (ADVOGADO: ES012211 - ROBSON LUIZ MARIANI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.).Processo nº: 0005761-84.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.005761-7/01)Recorrente: ROMILDO ALVES DE ASSIS E OUTRORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ÓBITO DA SEGURADA ANTES DA EDIÇÃO DALEI 8.213/1991. VIGÊNCIA DO DECRETO 89.312/84. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO AO MARIDO. APLICAÇÃOIMEDIATA DO ART. 201, V, DA CRFB/1988. ISONOMIA. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. DIBFIXADA NA DATA DO AJUIZAMENTO DA DEMANDA. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face de sentença de fls. 44/46, que julgou improcedente opedido de manutenção do benefício de pensão por morte, recebido em virtude do falecimento de Célia Ribert. Sustenta emsuas razões, que o pedido inicial foi de restabelecimento da pensão e não de concessão, tendo em vista a prova de que obenefício não foi concedido apenas aos seus filhos, mas também em favor do autor. Aduz que a cessação do benefício semprocesso administrativo regular, com contraditório e ampla defesa, viola o artigo 5º, LV da CF/1988. Alega, também, adecadência do direito do INSS de anular o ato administrativo, de acordo com o artigo 103-A da Lei 8213/91. Contrarrazõesapresentadas às fls. 69/76.

2. Antes do advento da Lei 8213/1991, vigorava o Decreto 89.312/1984 que, em seu art. 10, I, assim estabelecia: “Art. 10.Consideram-se dependentes do segurado: I – a esposa, o marido inválido, a companheira mantida há mais de 5 (cinco)anos, o filho de qualquer condição menor de 18 (dezoito) anos ou inválido e a filha solteira de qualquer condição menor de21 (vinte e um) anos ou inválida.” (grifo nosso)

3. Conquanto o inciso V do art. 201 da Constituição Federal de 1988 tenha assegurado indistintamente o direito à pensãopor morte de segurado, homem ou mulher, consoante orientação inicialmente adotada pelo Supremo Tribunal Federal (RE204.193/RS, Tribunal Pleno, julg. em 30-05-2001, DJ 31-10-2002, e RE 204.735/RS, Tribunal Pleno, julg. em 30-05-2001,DJ 28-09-2001), o dispositivo constitucional não seria auto-aplicável, de modo que somente com o advento da Lei 8.213/91(observado o disposto em seu artigo 145), teria o marido direito à pensão em razão do óbito da esposa.

4. Ocorreu, contudo, modificação na orientação do Supremo Tribunal Federal. À luz do que estatui o artigo 5º, I da CF/1988,e, também, especificamente, do que estatui o inciso V, do artigo 201 do mesmo diploma, passou a entender o SupremoTribunal Federal que desde o advento da Constituição vigente não haveria justificativa para a discriminação entre homens emulheres. Observe-se:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CONCESSÃOAO CÔNJUGE VARÃO. ÓBITO DA SEGURADA ANTERIOR AO ADVENTO DA LEI N. 8.213/91. EXIGÊNCIA DEDEMONSTRAÇÃO DE INVALIDEZ. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. ARTIGO 201, INCISO V, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUTOAPLICABILIDADE. 1. O Princípio da Isonomia resta violado por lei que exige do marido,para fins de recebimento de pensão por morte da segurada, a comprovação de estado de invalidez (Plenário desta Corte nojulgamento do RE n. 385.397-AgR, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJe 6.9.2007). A regra isonômica aplicada aoRegime Próprio de Previdência Social tem aplicabilidade ao Regime Geral (RE n. 352.744-AgR, Relator o MinistroJOAQUIM BARBOSA, 2ª Turma, DJe de 18.4.11; RE n. 585.620-AgR, Relator o Ministro RICARDO LEWANDOWSKI, 1ªTurma, Dje de 11.5.11; RE n. 573.813-AgR, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe de 17.3.11; AI n.561.788-AgR, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, 1ª Turma, DJe de 22.3.11; RE 207.282, Relator o Ministro CEZARPELUSO, 2ª Turma, DJ 19.03.2010; entre outros). 2. Os óbitos de segurados ocorridos entre o advento da Constituição de1988 e a Lei 8.213/91 regem-se, direta e imediatamente, pelo disposto no artigo 201, inciso V, da Constituição Federal, que,sem recepcionar a parte discriminatória da legislação anterior, equiparou homens e mulheres para efeito de pensão pormorte. 3. Agravo regimental não provido. (STF, RE nº 607.907/RS AgR, Primeira Turma, Rel. Ministro Luiz Fux, j. em21/06/2011, pub. DJe em 29/07/2011)

5. Nesse mesmo sentido, já se manifestou a Turma Nacional de Uniformização:

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CÔNJUGE VARÃO SUPÉRSTITE NÃOINVÁLIDO. ÓBITO DA ESPOSAOCORRIDO APÓS A PROMULGAÇÃO DA CF/88 EANTES DO ADVENTO DA LEI Nº 8.213/91. EXIGÊNCIA DEDEMONSTRAÇÃO DEINVALIDEZ. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. ARTIGO 201, INCISO V, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUTOAPLICABILIDADE. PRECEDENTES DO Eg. STF. INCIDENTE IMPROVIDO. 1. Viola o

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princípio da Isonomia a exigência de invalidez do viúvo (cônjuge varão supérstite) para concessão do benefícioprevidenciário por morte de segurada ocorrida no interregno entre a promulgação da Constituição da República Federativado Brasil de 05.10.1988 e a entrada em vigor da Lei Federal nº 8.213/91. Precedentes do STF. 2. O art. 201, V daConstituição Federal, declarado auto-aplicável pelo STF, não recepciona a parte discriminatória da legislação anterior, tendoequiparado homens e mulheres para efeito de pensão por morte. 3. Incidente não provido. (TNU - PEDILEF:200951510094248, Relator: JUÍZA FEDERAL SIMONE DOS SANTOS LEMOS FERNANDES, Data de Julgamento:25/04/2012, Data de Publicação: DOU 25/05/2012, undefined)

6. Tendo em vista que a carta de comunicação, apresentada às fls. 31, não comprova a titularidade do benefício e que odocumento acostado às fls. 13 dos autos, relaciona apenas os três filhos do autor como dependentes, não há que se falarem restabelecimento da pensão, em nome do autor, desde a data da cessação.

7. In casu, a parte autora não formulou requerimento administrativo, porém, comprovou o preenchimento de todas ascondições necessárias à concessão do benefício de pensão por morte, em data anterior ao ajuizamento da demanda. Nestecaso, a jurisprudência tem entendido que a interpretação mais coerente com os fins da Previdência Social é a que fixa aDIB na data do requerimento judicial, a qual corresponde ao ajuizamento da ação.

8. Oportuno registrar que, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça, que a decisão doSTF no sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-seapenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério de cálculo de juros. Nessesentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla doórgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

9. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

10. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

11. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

12. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

13. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

14. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos legais e constitucionaiselencados pelas partes.

15. Em face do exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para JULGAR PROCEDENTE O PEDIDO, com aconseqüente condenação do INSS a conceder o benefício de pensão por morte ao autor a partir do ajuizamento da ação.ANTECIPO os efeitos da tutela, determinando que o INSS implante o benefício no prazo de 10 (dez) dias. Os valoresatrasados deverão sofrer incidência de juros e correção nos termos do manual de cálculos do Conselho da Justiça Federal -CJF.

16. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

89 - 0000049-10.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000049-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NAIR VENANCIO DE SOUZAPEREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: ES008522 - EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).

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Processo nº: 0000049-10.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000049-2/01)Recorrente: NAIR VENANCIO DE SOUZA PEREIRA DOS SANTOSRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. ASSISTENCIA SOCIAL. BENEFICIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. RENDA PER CAPITASUPERIOR A ¼ DO SALARIO MINIMO. ANÁLISE DA CONDIÇÃO ECONÔMICA DA PARTE. AUSÊNCIA DE PROVA DAINCAPACIDADE DE MANUTENÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA

1. A parte autora interpôs recurso inominado em face da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão dobenefício de prestação continuada de que trata o § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93. Segundo a recorrente, restoucomprovado nos autos que não possui meios de prover a própria subsistência, nem de tê-la provida por sua família.

2. De acordo com o entendimento pacificado no âmbito da 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, “o critério de aferiçãoda renda mensal previsto no § 3.º do art. 20 da Lei n.º 8.742/93 deverá ser observado como um mínimo, não excluindo apossibilidade de o julgador, ao analisar o caso concreto, lançar mão de outros elementos probatórios que afirmem acondição de miserabilidade da parte e de sua família. 2. ‘A limitação do valor da renda per capita familiar não deve serconsiderada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou detê-la provida por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-seabsolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo.’ (REsp1.112.557/MG, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 20/11/2009). 3. ‘Em respeito aosprincípios da igualdade e da razoabilidade, deve ser excluído do cálculo da renda familiar per capita qualquer benefício devalor mínimo recebido por maior de 65 anos, independentemente se assistencial ou previdenciário, aplicando-se,analogicamente, o disposto no parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso.’ (Pet 2.203/PE, Rel. Min. MARIA THEREZADE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, DJe 11/10/2011). (Processo AGA 201100107087AGA - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO – 1394595 Relator(a) OG FERNANDES Sigla do órgãoSTJ Órgão julgador SEXTA TURMA Fonte DJE DATA:09/05/2012

3. Assim, o fato de a renda per capita estar acima do valor correspondente a ¼ do salário mínimo, por si, não impede aconcessão do benefício de prestação continuada, desde que o conjunto probatório conduza à conclusão de que a parte nãotem condições de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.

4. No caso dos autos, todavia, o MM Juízo a quo decidiu acertadamente no sentido da improcedência do pedido, haja vistaque, no laudo de avaliação socioeconômica de fls. 33-37, elaborado em 05-03-2009, a assistente social atesta que o grupofamiliar residia em um sítio adquirido pelos filhos da autora, em casa simples, com quatro cômodos, cozinha e banheiro, emcondições satisfatórias de higiene e habitabilidade; que a família é composta por duas pessoas (a autora e seu esposo); eque a renda familiar era, na data da visita, de R$1.028,00, proveniente da aposentadoria por idade recebida pelo marido daautora. Em consulta ao Sistema PLENUS, verifica-se que o valor atual do referido benefício, é de R$1.771,64. Portanto, arenda familiar per capita, sempre foi superior a 01 salário mínimo.

5. Em relação aos gastos com a saúde e despesas mensais, não há nos autos, elementos de convicção que permitam aojulgador chegar à conclusão de que a parte interessada não possui meios de se manter, ou ainda de ser mantida por suafamília.

6. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

7. Recurso conhecido e desprovido. Sentença confirmada. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendoem vista o deferimento da Gratuidade de Justiça às fls. 28, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

90 - 0000516-86.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000516-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA BARBOSACOSWOSCK (ADVOGADO: ES008522 - EDGARD VALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: JAILTON AUGUSTO FERNANDES.).Processo nº: 0000516-86.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000516-7/01)

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Recorrente: MARIA BARBOSA COSWOSCKRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF Sao MateusRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DEFICIÊNCIA OUIMPEDIMENTO DE LONGA DATA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou improcedente o pedidoautoral de concessão do benefício de prestação continuada ao portador de deficiência. Preliminarmente, requer a anulaçãoda sentença em razão do indeferimento do pedido de esclarecimentos da perícia médica. No mérito, aduz que a conclusãopericial não se coaduna com a realidade fática vivenciada pela autora, visto que possui graves problemas de saúde que aincapacitam para o trabalho. Requer, ao final, que seja provido e conhecido seu direito ao recebimento de benefícioassistencial. Não foram apresentadas contrarrazões.

2. A recorrente declarou exercer atividade de doméstica, não possui registro de vínculos empregatícios na CTPS ou noCNIS. Conta atualmente com 68 anos de idade, e recebe beneficio assistencial ao idoso desde 12.08.2011 (consultarealizada ao sistema PLENUS). No caso dos autos, o INSS indeferiu o requerimento do benefício assistencial, realizado em10.11.2008, em razão da ausência de comprovação de incapacidade para a vida independente e para o trabalho.

3. Não pode ser acolhida a alegação do cerceamento de defesa, haja vista que, ao magistrado é facultado firmar suaconvicção a partir de qualquer elemento de prova legalmente produzido, desde que fundamente sua decisão. Não sevislumbra, assim, cerceamento de defesa quando o julgador indefere a produção de outras provas em decorrência daexistência de elementos, nos autos, suficientes para embasar o seu convencimento acerca da questão controvertida.

4. Nos termos do art. 20 da Lei nº 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 65 (sessenta e cinco)anos ou mais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida pela família.Para efeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa que tem impedimentos delongo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podemobstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso, a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

5. Na perícia judicial, de fls. 67/71, o perito declarou que a parte autora possui hérnia inguinal discreta em lado direito ehipertensão arterial. Declarou, ainda, a ausência de sopro cardíaco e de viceromegalia e esclareceu que este tipo depatologia não é incapacitante. Concluiu pela plena aptidão para o trabalho.

6. Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. Na hipótese em apreço, após análise das provas e com base no livre convencimento motivado, esteJuízo entende que o material probatório acostado aos autos não se mostra suficiente para comprovar deficiência ouimpedimento de longa data.

7. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista o deferimentoda Gratuidade de Justiça à fl. 29, na forma do art. 12 da Lei nº 1.060/1950.

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DORECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

91 - 0107820-30.2014.4.02.5001/01 (2014.50.01.107820-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.) x CLOVES PEREIRA DA SILVA(ADVOGADO: ES010192 - PATRICIA NUNES ROMANO TRISTAO, ES013115 - ROGÉRIO NUNES ROMANO, ES011063- JEANINE NUNES ROMANO.).Processo nº: 0107820-30.2014.4.02.5001/01 (2014.50.01.107820-6/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: CLOVES PEREIRA DA SILVAJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ES

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Relator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. ART. 29, II, DA LEI 8.213/1991. CRONOGRAMA DE CUMPRIMENTO DASENTENÇA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2320-59.2012.403.6183. INTERESSE DE AGIR. CORREÇÃO MONETÁRIA.APLICAÇÃO DO INPC. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido de revisão de benefícioprevidenciário, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/91. Alega ausência de interesse de agir, em razão do acordocelebarado nos autos da ACP nº 00023205920124036183, que propiciará a revisão de todos os benefícios elegíveis emjaneiro de 2013, com pagamento da mensalidade revista a partir de fevereiro de 2013. Requer, outrossim, a aplicaçãointegral do art. 1º F da Lei 9.494/1997 no que se referem aos juros e à correção monetária, tendo em vista a ausência demodulação dos efeitos das ADIs 4.357/DF e 4.425/DF. Prequestiona o art. 1º-F, da Lei 9.494/1997, bem como os artigos100, § 12 e 102, I, alínea “l” e § 2º, todos da Constituição da República e ainda, o art. 27 da Lei 12.919/2013. Contrarrazõesàs fls. 60/66.2. O Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, e o Memorando-Circular 28/INSS/DIRBEN, de17/09/2010, apontavam em direção à pronta satisfação da pretensão dos segurados e pensionistas referente ao art. 29, II,da Lei 8.213/1991 na via administrativa, de modo que lhes faltava interesse processual para agir em juízo. A diretriz contidanos dois Memorandos foi superada pela homologação judicial de acordo na Ação Civil Pública 2320-59.2012.403.6183,instituindo escalonamento de até dez anos para a revisão dos benefícios e pagamento dos atrasados. Conseqüentemente,se alguém pleitear a revisão referente ao art. 29, II, da Lei 8.213/1991 na via administrativa, o INSS necessariamenteresponderá que o pleito será atendido conforme o cronograma homologado: a depender da idade do requerente, domontante a receber, e da (in)existência de urgência, o pagamento poderá ocorrer apenas em 2022.

3. Em regra, a sentença proferida em Ação Civil Pública, seja de procedência, seja de improcedência, faz coisa julgada ergaomnes, exceto se a improcedência decorrer de falta de provas (art. 16 da Lei 7.347/1985). Entretanto, em se tratando dedireitos individuais homogêneos, a sentença em ação coletiva (mesmo em matéria não relativa a Direito do Consumidor)apenas fará coisa julgada erga omnes no caso de procedência do pedido, caso seja requerida a suspensão do processoindividual no prazo de 30 dias (art. 103, III, e 104, caput, da Lei 8.078/1990 c/c art. 21 da Lei 7.347/1985), excluída, portanto,a sentença homologatória da transação. Por mais razoável que seja o cronograma de pagamento estabelecido em acordofirmado entre o MPF e o INSS, aqueles que se sentirem prejudicados não estão a ele vinculados.

4. Absolutamente dispensável o prévio requerimento administrativo, uma vez que o INSS indeferirá o pleito de revisão epagamento imediatos. Evidente o interesse de agir em juízo, para obter a revisão do benefício e o imediato pagamento dasdiferenças sem sujeição ao cronograma estabelecido em Ação Civil Pública.

5. No que se refere ao critério de correção monetária, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal deJustiça, a decisão do STF no sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº11.960/2009, referiu-se apenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério decálculo de juros. Nesse sentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a)SÉRGIO KUKINA Sigla do órgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

6. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.43-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se todavia o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

7. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

8. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicação integralda Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; seja por contada pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida pelo Eminente Min.Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

9. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

10. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

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11. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos legais e constitucionaiselencados pelo recorrente.

12. Recurso do INSS conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de1996. Honorários advocatícios devidos pelo recorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor dacondenação (55, segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 e art. 1º da Lei nº 10.259/2001).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

92 - 0005522-12.2011.4.02.5050/02 (2011.50.50.005522-6/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.) x JOAQUIM CARLOS RODRIGUES(ADVOGADO: ES018035 - MARCOS ANTONIO DURANTE BUSSOLO.).Processo nº: 0005522-12.2011.4.02.5050/02 (2011.50.50.005522-6/02)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOAQUIM CARLOS RODRIGUESJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. ART. 29, II, DA LEI 8.213/1991. CRONOGRAMA DE CUMPRIMENTO DASENTENÇA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2320-59.2012.403.6183. INTERESSE DE AGIR. CORREÇÃO MONETÁRIA.MEMORANDO 21/DIRBEN/PFE/INSS, DE 15/04/2010 IMPORTOU INTERRUPÇÃO DO CURSO DO PRAZOPRESCRICIONAL.. APLICAÇÃO DO INPC. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença que julgou parcialmente procedente o pedido de revisãode benefício previdenciário, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/91. Alega ausência de interesse de agir, emrazão do acordo celebarado nos autos da ACP nº 00023205920124036183, que propiciará a revisão de todos os benefícioselegíveis em janeiro de 2013, com pagamento da mensalidade revista a partir de fevereiro de 2013. Aduz que o marcointerruptivo da pretensão deduzida em juízo deve ser a data do ajuizamento da ação. Prequestiona os artigos 5º, XXXV e250 da CR/1988; artigos 103 e 104 da Lei 8.078/1990, c/c art. 543-C, do CPC; art. 127 da CR/1988, c/c art. 21, da Lei7347/1985 e artigos 81, III, e 82 da Lei 8.078/1990, bem como os artigos 3º e 267, VI, do CPC. Pela eventualidade requerque os juros de mora e a correção monetária sejam aplicados na forma prevista no art. 1º-F da Lei 9.494/1997, alteradopela Lei 11.960/09. Contrarrazões às fls. 120/129.2. O Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, e o Memorando-Circular 28/INSS/DIRBEN, de17/09/2010, apontavam em direção à pronta satisfação da pretensão dos segurados e pensionistas referente ao art. 29, II,da Lei 8.213/1991 na via administrativa, de modo que lhes faltava interesse processual para agir em juízo. A diretriz contidanos dois Memorandos foi superada pela homologação judicial de acordo na Ação Civil Pública 2320-59.2012.403.6183,instituindo escalonamento de até dez anos para a revisão dos benefícios e pagamento dos atrasados. Conseqüentemente,se alguém pleitear a revisão referente ao art. 29, II, da Lei 8.213/1991 na via administrativa, o INSS necessariamenteresponderá que o pleito será atendido conforme o cronograma homologado: a depender da idade do requerente, domontante a receber, e da (in)existência de urgência, o pagamento poderá ocorrer apenas em 2022.

3. Em regra, a sentença proferida em Ação Civil Pública, seja de procedência, seja de improcedência, faz coisa julgada ergaomnes, exceto se a improcedência decorrer de falta de provas (art. 16 da Lei 7.347/1985). Entretanto, em se tratando dedireitos individuais homogêneos, a sentença em ação coletiva (mesmo em matéria não relativa a Direito do Consumidor)apenas fará coisa julgada erga omnes no caso de procedência do pedido, caso seja requerida a suspensão do processoindividual no prazo de 30 dias (art. 103, III, e 104, caput, da Lei 8.078/1990 c/c art. 21 da Lei 7.347/1985), excluída, portanto,a sentença homologatória da transação. Por mais razoável que seja o cronograma de pagamento estabelecido em acordofirmado entre o MPF e o INSS, aqueles que se sentirem prejudicados não estão a ele vinculados.

4. Absolutamente dispensável o prévio requerimento administrativo, uma vez que o INSS indeferirá o pleito de revisão epagamento imediatos. Evidente o interesse de agir em juízo, para obter a revisão do benefício e o imediato pagamento dasdiferenças sem sujeição ao cronograma estabelecido em Ação Civil Pública.

5. Acerca da prescrição, conforme julgamento realizado pela Turma Nacional de Uniformização dos Juizados EspeciaisFederais (TNU) o prazo prescricional do direito à revisão da Renda Mensal Inicial (RMI) dos benefícios previdenciários pelo

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artigo 29, inciso II, da Lei nº 8.213/91, tem por termo inicial o Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15de abril de 2010, uma vez que o ato administrativo reconheceu publicamente a ilegalidade do cálculo efetivado pelaAdministração e, assim sendo, importou em renúncia tácita por parte do INSS aos prazos prescricionais em curso, quevoltaram a fluir integralmente a partir da publicação do referido Memorando e não pela metade.

6. No mais, também restou decidido pelos membros da TNU - Turma Nacional de Unifornização, no julgamento doIncidente de Uniformização de Jurisprudência, que em se tratando de ação proposta dentro do prazo prescricional, ou seja,quando transcorridos menos de cinco anos entre a data da publicação do Memorando-Circular Conjunto n o.21/DIRBEN/PFEINSS, de 15 de abril de 2010, e o ajuizamento da demanda, não incide a prescrição qüiqüenal, e, nestahipótese, os efeitos financeiros da revisão retroagem à data de concessão do benefício revisando.

7. Considerando que a demanda foi ajuizada em 28.07.2011 (fl. 13), ou seja, antes do decurso do prazo prescricional de 05(anos), contados da publicação do referido Memorando-Circular, não há que se falar em prescrição das parcelas vencidas eos efeitos financeiros da revisão retroagem à data de concessão do benefício

8. No que se refere ao critério de correção monetária, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal deJustiça, a decisão do STF no sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº11.960/2009, referiu-se apenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério decálculo de juros. Nesse sentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a)SÉRGIO KUKINA Sigla do órgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

9. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.43-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se todavia o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

10. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

11. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

12. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

13. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

14. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos legais e constitucionaiselencados pelo recorrente.

15. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996.Honorários advocatícios devidos pelo recorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (55,segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 e art. 1º da Lei nº 10.259/2001).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

93 - 0000934-56.2011.4.02.5051/01 (2011.50.51.000934-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) x SALMO PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: ES002558 -

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MARILUSA CARIAS DE PAULA, ES016398 - Bernard Pereira Almeida.).Processo nº: 0000934-56.2011.4.02.5051/01 (2011.50.51.000934-1/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: SALMO PEREIRA DA SILVAJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. ART. 29, II, DA LEI 8.213/1991. DECADÊNCIA AFASTADA. CRONOGRAMA DECUMPRIMENTO DA SENTENÇA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2320-59.2012.403.6183. INTERESSE DE AGIR.MEMORANDO 21/DIRBEN/PFE/INSS, DE 15/04/2010 IMPORTOU INTERRUPÇÃO DO CURSO DO PRAZOPRESCRICIONAL. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença que julgou parcialmente procedente o pedido de revisãode benefício previdenciário, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/91. Sustenta em suas razões, decadência dodireito à revisão; que a prescrição está limitada ao qüinqüênio anterior ao do ajuizamento da ação. Aduz que o valor dado àcausa deve refletir o conteúdo econômico da demanda. Alega ausência de interesse de agir, em razão do acordocelebarado nos autos da ACP nº 00023205920124036183. Contrarrazões às fls. 83/92.2. Inicialmente, necessário considerar que o valor da causa deve representar a soma das diferenças não-prescritas devidasaté a data do ajuizamento, mais doze parcelas vincendas. O autor pode renunciar a parte desses valores, de modo que asoma não exceda 60 salários mínimos vigentes na data do ajuizamento da ação. A renúncia só não é cabível nos casos deincompetência absoluta disciplinados no art. 3º, §§ 1º e 2º, da Lei 10.259/2001. Logo, independentemente do valor atribuídoà causa, o direcionamento pelo autor da petição inicial aos Juizados Especiais Federais implicará a limitação dos atrasados(assim consideradas as parcelas anteriores ao ajuizamento), somada às parcelas vencidas nos doze primeiros meses datramitação, ao patamar de 60 salários mínimos. De toda sorte, o baixo valor do benefício do recorrido permite inferir, desdejá, que a diferença acumulada até o 12º mês não excede a alçada dos JEFs.

3. Acerca da alegação de decadência, cumpre ressaltar que a jurisprudência do STJ (RESP 1.309.529), da TNU (Súmula64: “O direito à revisão do ato de indeferimento de benefício previdenciário ou assistencial sujeita-se ao prazo decadencialde dez anos.”), e da TRU da 2ª Região (Súmula 8: “Em 01.08.2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisãode ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, quedeu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91.”), são unânimes em estabelecer o prazo decadencial decenal, na forma doart. 103 da Lei 8.213/1991. No caso concreto, o recorrido objetiva a revisão da RMI de seu benefício concedido em16/05/2001 (fl. 13), tendo a demanda sido ajuizada em 04/05/2011 (fl. 15), portanto, antes do transcurso do prazo decenallegalmente previsto, razão pela qual não se operou a decadência.

4. O Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, e o Memorando-Circular 28/INSS/DIRBEN, de17/09/2010, apontavam em direção à pronta satisfação da pretensão dos segurados e pensionistas referente ao art. 29, II,da Lei 8.213/1991 na via administrativa, de modo que lhes faltava interesse processual para agir em juízo. A diretriz contidanos dois Memorandos foi superada pela homologação judicial de acordo na Ação Civil Pública 2320-59.2012.403.6183,instituindo escalonamento de até dez anos para a revisão dos benefícios e pagamento dos atrasados. Conseqüentemente,se alguém pleitear a revisão referente ao art. 29, II, da Lei 8.213/1991 na via administrativa, o INSS necessariamenteresponderá que o pleito será atendido conforme o cronograma homologado: a depender da idade do requerente, domontante a receber, e da (in)existência de urgência, o pagamento poderá ocorrer apenas em 2022.

5. Em regra, a sentença proferida em Ação Civil Pública, seja de procedência, seja de improcedência, faz coisa julgada ergaomnes, exceto se a improcedência decorrer de falta de provas (art. 16 da Lei 7.347/1985). Entretanto, em se tratando dedireitos individuais homogêneos, a sentença em ação coletiva (mesmo em matéria não relativa a Direito do Consumidor)apenas fará coisa julgada erga omnes no caso de procedência do pedido, caso seja requerida a suspensão do processoindividual no prazo de 30 dias (art. 103, III, e 104, caput, da Lei 8.078/1990 c/c art. 21 da Lei 7.347/1985), excluída, portanto,a sentença homologatória da transação. Por mais razoável que seja o cronograma de pagamento estabelecido em acordofirmado entre o MPF e o INSS, aqueles que se sentirem prejudicados não estão a ele vinculados.

6. Absolutamente dispensável o prévio requerimento administrativo, uma vez que o INSS indeferirá o pleito de revisão epagamento imediatos. Evidente o interesse de agir em juízo, para obter a revisão do benefício e o imediato pagamento dasdiferenças sem sujeição ao cronograma estabelecido em Ação Civil Pública.

7. No que tange à prescrição, conforme julgamento realizado pela Turma Nacional de Uniformização dos JuizadosEspeciais Federais (TNU) o prazo prescricional do direito à revisão da Renda Mensal Inicial (RMI) dos benefíciosprevidenciários pelo artigo 29, inciso II, da Lei nº 8.213/91, tem por termo inicial o Memorando-Circular Conjunto nº21/DIRBEN/PFEINSS, de 15 de abril de 2010, uma vez que o ato administrativo reconheceu publicamente a ilegalidade docálculo efetivado pela Administração e, assim sendo, importou em renúncia tácita por parte do INSS aos prazosprescricionais em curso, que voltaram a fluir integralmente a partir da publicação do referido Memorando e não pelametade.

8. No mais, também restou decidido pelos membros da TNU - Turma Nacional de Unifornização, no julgamento doIncidente de Uniformização de Jurisprudência, que em se tratando de ação proposta dentro do prazo prescricional, ou seja,

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quando transcorridos menos de cinco anos entre a data da publicação do Memorando-Circular Conjunto n o.21/DIRBEN/PFEINSS, de 15 de abril de 2010, e o ajuizamento da demanda, não incide a prescrição qüiqüenal, e, nestahipótese, os efeitos financeiros da revisão retroagem à data de concessão do benefício revisando.

9. Considerando que a demanda foi ajuizada em 04/05/2011 (fl. 15), ou seja, antes do decurso do prazo prescricional de 05(anos), contados da publicação do referido Memorando-Circular, não há que se falar em prescrição das parcelas vencidas eos efeitos financeiros da revisão retroagem à data de concessão do benefício.

10. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

11. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996.Honorários advocatícios devidos pelo recorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (55,segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 e art. 1º da Lei nº 10.259/2001).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

94 - 0005937-87.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.005937-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x MARIA EMILIA DE JESUS VICENTE(ADVOGADO: ES015958 - FABRICIA PERES.).Processo nº: 0005937-87.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.005937-3/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA EMILIA DE JESUS VICENTEJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. ART. 29, II, DA LEI 8.213/1991. CRONOGRAMA DE CUMPRIMENTO DASENTENÇA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2320-59.2012.403.6183. INTERESSE DE AGIR. CORREÇÃO MONETÁRIA.MEMORANDO 21/DIRBEN/PFE/INSS, DE 15/04/2010 IMPORTOU INTERRUPÇÃO DO CURSO DO PRAZOPRESCRICIONAL. APLICAÇÃO DO INPC. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido de revisão de benefícioprevidenciário, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/91. Alega ausência de interesse de agir, em razão do acordocelebarado nos autos da ACP nº 00023205920124036183, que propiciará a revisão de todos os benefícios elegíveis emjaneiro de 2013, com pagamento da mensalidade revista a partir de fevereiro de 2013. Aduz que o marco interruptivo dapretensão deduzida em juízo deve ser a data do ajuizamento da ação. Prequestiona os artigos 5º, XXXV e 250 daCR/1988; artigos 103 e 104 da Lei 8.078/1990, c/c art. 543-C, do CPC; art. 127 da CR/1988, c/c art. 21, da Lei 7347/1985 eartigos 81, III, e 82 da Lei 8.078/1990, bem como os artigos 3º e 267, VI, do CPC. Pela eventualidade requer que os jurosde mora e a correção monetária sejam aplicados na forma prevista no art. 1º-F da Lei 9.494/1997, alterado pela Lei11.960/09. Contrarrazões às fls. 85/94.2. O Memorando-Circular Conjunto 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, e o Memorando-Circular 28/INSS/DIRBEN, de17/09/2010, apontavam em direção à pronta satisfação da pretensão dos segurados e pensionistas referente ao art. 29, II,da Lei 8.213/1991 na via administrativa, de modo que lhes faltava interesse processual para agir em juízo. A diretriz contidanos dois Memorandos foi superada pela homologação judicial de acordo na Ação Civil Pública 2320-59.2012.403.6183,instituindo escalonamento de até dez anos para a revisão dos benefícios e pagamento dos atrasados. Conseqüentemente,se alguém pleitear a revisão referente ao art. 29, II, da Lei 8.213/1991 na via administrativa, o INSS necessariamenteresponderá que o pleito será atendido conforme o cronograma homologado: a depender da idade do requerente, domontante a receber, e da (in)existência de urgência, o pagamento poderá ocorrer apenas em 2022.

3. Em regra, a sentença proferida em Ação Civil Pública, seja de procedência, seja de improcedência, faz coisa julgada ergaomnes, exceto se a improcedência decorrer de falta de provas (art. 16 da Lei 7.347/1985). Entretanto, em se tratando dedireitos individuais homogêneos, a sentença em ação coletiva (mesmo em matéria não relativa a Direito do Consumidor)apenas fará coisa julgada erga omnes no caso de procedência do pedido, caso seja requerida a suspensão do processoindividual no prazo de 30 dias (art. 103, III, e 104, caput, da Lei 8.078/1990 c/c art. 21 da Lei 7.347/1985), excluída, portanto,a sentença homologatória da transação. Por mais razoável que seja o cronograma de pagamento estabelecido em acordofirmado entre o MPF e o INSS, aqueles que se sentirem prejudicados não estão a ele vinculados.

4. Absolutamente dispensável o prévio requerimento administrativo, uma vez que o INSS indeferirá o pleito de revisão e

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pagamento imediatos. Evidente o interesse de agir em juízo, para obter a revisão do benefício e o imediato pagamento dasdiferenças sem sujeição ao cronograma estabelecido em Ação Civil Pública.

5. Acerca da prescrição, conforme julgamento realizado pela Turma Nacional de Uniformização dos Juizados EspeciaisFederais (TNU) o prazo prescricional do direito à revisão da Renda Mensal Inicial (RMI) dos benefícios previdenciários peloartigo 29, inciso II, da Lei nº 8.213/91, tem por termo inicial o Memorando-Circular Conjunto nº 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15de abril de 2010, uma vez que o ato administrativo reconheceu publicamente a ilegalidade do cálculo efetivado pelaAdministração e, assim sendo, importou em renúncia tácita por parte do INSS aos prazos prescricionais em curso, quevoltaram a fluir integralmente a partir da publicação do referido Memorando e não pela metade.

6. No mais, também restou decidido pelos membros da TNU - Turma Nacional de Unifornização, no julgamento doIncidente de Uniformização de Jurisprudência, que em se tratando de ação proposta dentro do prazo prescricional, ou seja,quando transcorridos menos de cinco anos entre a data da publicação do Memorando-Circular Conjunto n o.21/DIRBEN/PFEINSS, de 15 de abril de 2010, e o ajuizamento da demanda, não incide a prescrição qüiqüenal, e, nestahipótese, os efeitos financeiros da revisão retroagem à data de concessão do benefício revisando.

7. Considerando que a demanda foi ajuizada em 18/08/2014 (fl. 19), ou seja, antes do decurso do prazo prescricional de 05(anos), contados da publicação do referido Memorando-Circular, não há que se falar em prescrição das parcelas vencidas eos efeitos financeiros da revisão retroagem à data de concessão do benefício.

8. No que se refere ao critério de correção monetária, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal deJustiça, a decisão do STF no sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº11.960/2009, referiu-se apenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério decálculo de juros. Nesse sentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a)SÉRGIO KUKINA Sigla do órgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

9. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.43-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se todavia o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

10. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

11. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

12. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

13. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

14. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos legais e constitucionaiselencados pelo recorrente.

15. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996.Honorários advocatícios devidos pelo recorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (55,segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 e art. 1º da Lei nº 10.259/2001).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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Juiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

95 - 0003314-55.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003314-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUCIANA CECIM DECASTRO FRECHIANI (ADVOGADO: ES014537 - MARIANA MARCHEZI BRUSCHI.) x UNIAO FEDERAL.Processo nº: 0003314-55.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003314-0/01)Recorrente: LUCIANA CECIM DE CASTRO FRECHIANIRecorrido: UNIAOJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

DIREITO ADMINISTRATIVO. VANTAGEM PECUNIÁRIA INDIVIDUAL - VPI. ACRÉSCIMO PECUNIÁRIO QUE NÃOEQUIVALE À REVISÃO GERAL DE REMUNERAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido paracondenar a UNIÃO a proceder ao reajuste linear de sua remuneração correspondente à diferença entre o índice de 14,23%e aquele efetivamente devido decorrente da Vantagem Pecuniária Individual – VPI, a partir de maio de 2003, nos termos daLei n. 10.698/2003. Sustenta, em síntese, que: a) a Lei n. 10.698/2003, que concedeu vantagem pecuniária individual novalor de R$ 59,87 (cinquenta e nove reais e oitenta e sete centavos) para todos os servidores públicos federais dos TrêsPoderes, consubstanciou uma revisão geral de remuneração; b) a concessão de aumento em um mesmo valor acarretouum reajuste em percentual distinto para os servidores, considerando-se as respectivas remunerações básicas, o queinfringe o art. 37, X, da Constituição da República de 1988; c) a restrição do índice completo de revisão geral a apenas umaparcela dos servidores públicos implica enriquecimento sem causa da União; d) o desrespeito à norma veiculada pelo art.37, X, da Constituição da República de 1988, caracteriza infração aos princípios da moralidade, da isonomia e da regra dairredutibilidade de vencimentos. Contrarrazões às fls. 108/113.

2. A norma veiculada pelo art. 37, X, da Constituição da República de 1988, pretende assegurar a preservação do poderaquisitivo dos servidores públicos mediante revisão geral de suas respectivas remunerações e subsídios, observadas acompetência legislativa privativa e a necessária existência de recursos orçamentários capazes de suprir as despesasincorridas com o reajuste (art. 169, §1º, da Constituição da República de 1988). Para o cumprimento dessa regra, foipromulgada a Lei n. 10.697/2003, cujo art. 1º previu o reajuste de 1%, a partir de 1º de janeiro de 2003, para “asremunerações e os subsídios dos servidores públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dasautarquias e fundações públicas federais.”

3. A Lei n. 10.698/2003 promoveu um acréscimo remuneratório aos servidores públicos federais com propósito distinto,uma vez que instituiu a Vantagem Pecuniária Individual – VPI no valor fixo de R$ 59,87. A Vantagem Pecuniária Individualnão consubstanciou um reajuste da remuneração básica paga, por tratar-se de um acréscimo pecuniário que não seincorporou aos vencimentos dos servidores públicos federais, uma vez que há previsão legal expressa à sua exclusão dabase de cálculo de qualquer outra vantagem (art. 1º, parágrafo único). Embora a intenção do legislador não seja dadoessencial à interpretação da norma, mostra-se conforme à Constituição o propósito de reduzir as disparidades entre amenor e a maior remuneração paga pela Administração Pública, o que – ante a vedação do uso de índices distintos dereajuste – somente poderia ser feito graças à concessão de um acréscimo linear em todas as remunerações. Logo, sendo aredução do desequilíbrio material um dos aspectos do princípio da igualdade, não há violação aos princípios da isonomia eda moralidade (arts. 5º, caput, e 37, caput, da Constituição da República de 1988).

4. Precedentes do STJ contrários ao pedido da recorrente: RESP 1.450.279/DF (Primeira Turma, Rel. Min. BeneditoGonçalves, DJE 16.06.2014); AgRg no RESP 1.256.760/RS (Primeira Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJE12.12.2013).

5. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos constitucionaiselencados pela recorrente.

6. Recurso conhecido e desprovido. Custas na forma da lei. Honorários devidos pela pela recorrente, correspondentes a10% (dez por cento) sobre o valor corrigido da causa (art. 55, segunda parte, da Lei 9.099/1995 e art. 1º da Lei10.259/2001).7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

96 - 0000301-73.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000301-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADAIR RIGO (ADVOGADO:ES015989 - KARLA AUER GUASTI.) x UNIAO FEDERAL (PROCDOR: RENATA BUFFA SOUZA PINTO.).

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Processo nº: 0000301-73.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000301-7/01)Recorrente: ADAIR RIGORecorrido: UNIAOJuízo de Origem: 1ª VF LinharesRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

DIREITO ADMINISTRATIVO. VANTAGEM PECUNIÁRIA INDIVIDUAL - VPI. ACRÉSCIMO PECUNIÁRIO QUE NÃOEQUIVALE À REVISÃO GERAL DE REMUNERAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido paracondenar a UNIÃO a proceder ao reajuste linear de sua remuneração correspondente à diferença entre o índice de 14,23%e aquele efetivamente devido decorrente da Vantagem Pecuniária Individual – VPI, a partir de maio de 2003, nos termos daLei n. 10.698/2003. Sustenta, em síntese, que: a) a Lei n. 10.698/2003, que concedeu vantagem pecuniária individual novalor de R$ 59,87 (cinquenta e nove reais e oitenta e sete centavos) para todos os servidores públicos federais dos TrêsPoderes, consubstanciou uma revisão geral de remuneração; b) a concessão de aumento em um mesmo valor acarretouum reajuste em percentual distinto para os servidores, considerando-se as respectivas remunerações básicas, o queinfringe o art. 37, X, da Constituição da República de 1988; c) o desrespeito à norma veiculada pelo art. 37, X, daConstituição da República de 1988, caracteriza infração ao princípio da isonomia. Contrarrazões às fls. 124/134.

2. A norma veiculada pelo art. 37, X, da Constituição da República de 1988, pretende assegurar a preservação do poderaquisitivo dos servidores públicos mediante revisão geral de suas respectivas remunerações e subsídios, observadas acompetência legislativa privativa e a necessária existência de recursos orçamentários capazes de suprir as despesasincorridas com o reajuste (art. 169, §1º, da Constituição da República de 1988). Para o cumprimento dessa regra, foipromulgada a Lei n. 10.697/2003, cujo art. 1º previu o reajuste de 1%, a partir de 1º de janeiro de 2003, para “asremunerações e os subsídios dos servidores públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dasautarquias e fundações públicas federais.”

3. A Lei n. 10.698/2003 promoveu um acréscimo remuneratório aos servidores públicos federais com propósito distinto,uma vez que instituiu a Vantagem Pecuniária Individual – VPI no valor fixo de R$ 59,87. A Vantagem Pecuniária Individualnão consubstanciou um reajuste da remuneração básica paga, por tratar-se de um acréscimo pecuniário que não seincorporou aos vencimentos dos servidores públicos federais, uma vez que há previsão legal expressa à sua exclusão dabase de cálculo de qualquer outra vantagem (art. 1º, parágrafo único). Embora a intenção do legislador não seja dadoessencial à interpretação da norma, mostra-se conforme à Constituição o propósito de reduzir as disparidades entre amenor e a maior remuneração paga pela Administração Pública, o que – ante a vedação do uso de índices distintos dereajuste – somente poderia ser feito graças à concessão de um acréscimo linear em todas as remunerações. Logo, sendo aredução do desequilíbrio material um dos aspectos do princípio da igualdade, não há violação aos princípios da isonomia eda moralidade (arts. 5º, caput, e 37, caput, da Constituição da República de 1988).

4. Precedentes do STJ contrários ao pedido do recorrente: RESP 1.450.279/DF (Primeira Turma, Rel. Min. BeneditoGonçalves, DJE 16.06.2014); AgRg no RESP 1.256.760/RS (Primeira Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJE12.12.2013).

5. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios, em razão dobenefício de gratuidade de justiça deferido (fl. 21), de acordo com o art. 12, da Lei n. 1.060/50.

6. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

97 - 0003312-85.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003312-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) CRISTINA PERESBERNARDINO DE ALMEIDA (ADVOGADO: ES014537 - MARIANA MARCHEZI BRUSCHI.) x UNIAO FEDERAL(PROCDOR: LETICIA SILVEIRA B. CORREIA LIMA.).Processo nº: 0003312-85.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.003312-7/01)Recorrente: CRISTINA PERES BERNARDINO DE ALMEIDARecorrido: UNIAOJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

DIREITO ADMINISTRATIVO. VANTAGEM PECUNIÁRIA INDIVIDUAL - VPI. ACRÉSCIMO PECUNIÁRIO QUE NÃO

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EQUIVALE À REVISÃO GERAL DE REMUNERAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido paracondenar a UNIÃO a proceder ao reajuste linear de sua remuneração correspondente à diferença entre o índice de 14,23%e aquele efetivamente devido decorrente da Vantagem Pecuniária Individual – VPI, a partir de maio de 2003, nos termos daLei n. 10.698/2003. Sustenta, em síntese, que: a) a Lei n. 10.698/2003, que concedeu vantagem pecuniária individual novalor de R$ 59,87 (cinquenta e nove reais e oitenta e sete centavos) para todos os servidores públicos federais dos TrêsPoderes, consubstanciou uma revisão geral de remuneração; b) a concessão de aumento em um mesmo valor acarretouum reajuste em percentual distinto para os servidores, considerando-se as respectivas remunerações básicas, o queinfringe o art. 37, X, da Constituição da República de 1988; c) a restrição do índice completo de revisão geral a apenas umaparcela dos servidores públicos implica enriquecimento sem causa da União; d) o desrespeito à norma veiculada pelo art.37, X, da Constituição da República de 1988, caracteriza infração aos princípios da moralidade, da isonomia e da regra dairredutibilidade de vencimentos. Contrarrazões às fls. 120/129.

2. A norma veiculada pelo art. 37, X, da Constituição da República de 1988, pretende assegurar a preservação do poderaquisitivo dos servidores públicos mediante revisão geral de suas respectivas remunerações e subsídios, observadas acompetência legislativa privativa e a necessária existência de recursos orçamentários capazes de suprir as despesasincorridas com o reajuste (art. 169, §1º, da Constituição da República de 1988). Para o cumprimento dessa regra, foipromulgada a Lei n. 10.697/2003, cujo art. 1º previu o reajuste de 1%, a partir de 1º de janeiro de 2003, para “asremunerações e os subsídios dos servidores públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dasautarquias e fundações públicas federais.”

3. A Lei n. 10.698/2003 promoveu um acréscimo remuneratório aos servidores públicos federais com propósito distinto,uma vez que instituiu a Vantagem Pecuniária Individual – VPI no valor fixo de R$ 59,87. A Vantagem Pecuniária Individualnão consubstanciou um reajuste da remuneração básica paga, por tratar-se de um acréscimo pecuniário que não seincorporou aos vencimentos dos servidores públicos federais, uma vez que há previsão legal expressa à sua exclusão dabase de cálculo de qualquer outra vantagem (art. 1º, parágrafo único). Embora a intenção do legislador não seja dadoessencial à interpretação da norma, mostra-se conforme à Constituição o propósito de reduzir as disparidades entre amenor e a maior remuneração paga pela Administração Pública, o que – ante a vedação do uso de índices distintos dereajuste – somente poderia ser feito graças à concessão de um acréscimo linear em todas as remunerações. Logo, sendo aredução do desequilíbrio material um dos aspectos do princípio da igualdade, não há violação aos princípios da isonomia eda moralidade (arts. 5º, caput, e 37, caput, da Constituição da República de 1988).

4. Precedentes do STJ contrários ao pedido da recorrente: RESP 1.450.279/DF (Primeira Turma, Rel. Min. BeneditoGonçalves, DJE 16.06.2014); AgRg no RESP 1.256.760/RS (Primeira Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJE12.12.2013).

5. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos constitucionaiselencados pela recorrente.

6. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios, em razão dobenefício de gratuidade de justiça deferido (fl. 114), de acordo com o art. 12, da Lei n. 1.060/50.

7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

98 - 0005235-49.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005235-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCELO NETTOCARVALHO (ADVOGADO: ES014537 - MARIANA MARCHEZI BRUSCHI.) x UNIAO FEDERAL (PROCDOR: LETICIASILVEIRA B. CORREIA LIMA.).Processo nº: 0005235-49.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005235-3/01)Recorrente: MARCELO NETTO CARVALHORecorrido: UNIAOJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

DIREITO ADMINISTRATIVO. VANTAGEM PECUNIÁRIA INDIVIDUAL - VPI. ACRÉSCIMO PECUNIÁRIO QUE NÃOEQUIVALE À REVISÃO GERAL DE REMUNERAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido paracondenar a UNIÃO a proceder ao reajuste linear de sua remuneração correspondente à diferença entre o índice de 14,23%e aquele efetivamente devido decorrente da Vantagem Pecuniária Individual – VPI, a partir de maio de 2003, nos termos da

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Lei n. 10.698/2003. Sustenta, em síntese, que: a) a Lei n. 10.698/2003, que concedeu vantagem pecuniária individual novalor de R$ 59,87 (cinquenta e nove reais e oitenta e sete centavos) para todos os servidores públicos federais dos TrêsPoderes, consubstanciou uma revisão geral de remuneração; b) a concessão de aumento em um mesmo valor acarretouum reajuste em percentual distinto para os servidores, considerando-se as respectivas remunerações básicas, o queinfringe o art. 37, X, da Constituição da República de 1988; c) a restrição do índice completo de revisão geral a apenas umaparcela dos servidores públicos implica enriquecimento sem causa da União; d) o desrespeito à norma veiculada pelo art.37, X, da Constituição da República de 1988, caracteriza infração aos princípios da moralidade, da isonomia e da regra dairredutibilidade de vencimentos. Contrarrazões às fls. 121/130.

2. A norma veiculada pelo art. 37, X, da Constituição da República de 1988, pretende assegurar a preservação do poderaquisitivo dos servidores públicos mediante revisão geral de suas respectivas remunerações e subsídios, observadas acompetência legislativa privativa e a necessária existência de recursos orçamentários capazes de suprir as despesasincorridas com o reajuste (art. 169, §1º, da Constituição da República de 1988). Para o cumprimento dessa regra, foipromulgada a Lei n. 10.697/2003, cujo art. 1º previu o reajuste de 1%, a partir de 1º de janeiro de 2003, para “asremunerações e os subsídios dos servidores públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, dasautarquias e fundações públicas federais.”

3. A Lei n. 10.698/2003 promoveu um acréscimo remuneratório aos servidores públicos federais com propósito distinto,uma vez que instituiu a Vantagem Pecuniária Individual – VPI no valor fixo de R$ 59,87. A Vantagem Pecuniária Individualnão consubstanciou um reajuste da remuneração básica paga, por tratar-se de um acréscimo pecuniário que não seincorporou aos vencimentos dos servidores públicos federais, uma vez que há previsão legal expressa à sua exclusão dabase de cálculo de qualquer outra vantagem (art. 1º, parágrafo único). Embora a intenção do legislador não seja dadoessencial à interpretação da norma, mostra-se conforme à Constituição o propósito de reduzir as disparidades entre amenor e a maior remuneração paga pela Administração Pública, o que – ante a vedação do uso de índices distintos dereajuste – somente poderia ser feito graças à concessão de um acréscimo linear em todas as remunerações. Logo, sendo aredução do desequilíbrio material um dos aspectos do princípio da igualdade, não há violação aos princípios da isonomia eda moralidade (arts. 5º, caput, e 37, caput, da Constituição da República de 1988).

4. Precedentes do STJ contrários ao pedido do recorrente: RESP 1.450.279/DF (Primeira Turma, Rel. Min. BeneditoGonçalves, DJE 16.06.2014); AgRg no RESP 1.256.760/RS (Primeira Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJE12.12.2013).

5. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos constitucionaiselencados pelo recorrente.

6. Recurso conhecido e desprovido. Sem condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios, em razão dobenefício de gratuidade de justiça deferido (fl. 118), de acordo com o art. 12, da Lei n. 1.060/50.

7. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

99 - 0000296-60.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000296-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ALBERTO VAZOLER(DEF.PUB: VINICIUS COBUCCI SAMPAIO.) x UNIAO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) xCEF-CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ES009540 - LUCIANO PEREIRA CHAGAS.).Processo nº: 0000296-60.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000296-5/01)Recorrente: ALBERTO VAZOLERRecorrido: UNIAO FEDERAL E OUTROJuízo de Origem: 1º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIARIO. SEGURO-DESEMPREGO. PRAZO PARA REQUERIMENTO. ART. 4º DA LEI Nº 7.998/90. ART. 14DA RESOLUÇÃO CODEFAT Nº 467 DE 21.12.2005. IMPOSSIBILIDADE DE RESOLUÇÃO ESTABELECER PRAZODECADENCIAL OU PRESCRICIONAL SEM RESPALDO EM LEI. DANOS MORAIS. DESCABIMENTO. AUSENCIA DEREQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. CONTESTAÇÃO QUE NEGA A EXISTENCIA DO DIREITO. PEDIDOPROCEDENTE EM PARTE. SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face da sentença que julgou improcedente o pedido decondenação da União Federal ao pagamento de seguro-desemprego, haja vista o requerimento fora do prazo estabelecidono art. 14 da Resolução CODEFAT nº 467/2005.2. Analisando o caso dos autos, observa-se que a sentença merece reforma, pois partiu da premissa de que o § 2º do art.2º-C da Lei nº 7.998/90 atribui ao CODEFAT a regulamentação do procedimento necessário ao recebimento do benefícioem discussão, permitindo assim a fixação de prazo limite, prescricional ou decadencial, para o interessado requerer o

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seguro-desemprego.3. Ocorre, primeiramente, que o § 2º acima aludido trata da regulamentação do benefício de que cuida o caput do artigo2º-C, como é natural em virtude de se tratar de um parágrafo, sendo restrita, portanto, à hipótese de seguro-desempregodevido ao “trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condiçãoanáloga à de escravo, em decorrência de ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego”.4. Analisando-se o teor da Lei nº 7.998/90, observa-se que somente em relação aos benefícios específicos dos arts. 2º-B e2º-C poderá o CODEFAT disciplinar, mediante resolução, o estabelecimento de procedimentos e condições para apercepção de tais benefícios.5. A regulamentação genérica da Lei nº 7.998/90, registre-se, dar-se-á nos termos estabelecidos em seu art. 30, que tem aseguinte redação:

“Art. 30. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias e apresentará projeto lei regulamentandoa contribuição adicional pelo índice de rotatividade, de que trata o § 4º do art. 239 da Constituição Federal, no prazo de 180(cento e oitenta) dias.”

6. Quanto ao seguro-desemprego propriamente dito, a única previsão temporal alusiva ao seu requerimento é dada pelo art.6º do diploma legal supracitado, o qual estabelece que “O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível dotrabalhador, podendo ser requerido a partir do sétimo dia subseqüente à rescisão do contrato de trabalho.” O art. 4º damesma lei, por seu turno, estabelece que “O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhadordesempregado, por um período máximo de 4 (quatro) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de16 (dezesseis) meses, contados da data de dispensa que deu origem à primeira habilitação”7. Afora isso, não há previsão legal acerca de prazo para requerimento do benefício, não sendo possível que aregulamentação infralegal estabeleça uma tal previsão. Nesse sentido:

EmentaSEGURO-DESEMPREGO. PRAZO PARA REQUERIMENTO. 120 DIAS. 1. Hipótese na qual o autor objetiva que a réreceba e processe o seu requerimento de seguro-desemprego, sem a exigência do cumprimento do prazo de 120 dias.Correta a sentença que julgou procedente o pedido. O art. 4º da Lei nº 7.998/90 apenas determina que o prazo de 4 mesesdo benefício deva ser contado a partir da dispensa do trabalhador. Mas não que ele deva ser requerido nesse prazo. Essainterpretação restritiva já foi rejeitada pelo STJ. A lei determinou que o prazo de quatro meses do benefício é contado apartir da dispensa do trabalhador, e que o termo inicial será contado a partir do sétimo dia subsequente à rescisão formal docontrato de trabalho (e ela pode demorar, como na hipótese, em que foi ajuizada reclamação trabalhista). Se a lei preferiunão estabelecer prazo de 120 dias para o trabalhador pedir o seguro-desemprego, não pode a Administração criá-lo, sobpena de ilegalidade. 2. Os juros de mora incidem a partir da citação (art. 219 do CPC), e devem ser calculados de acordocom a Lei nº 11.960/2009. Apelação parcialmente provida.(Processo AC 201151070011316 AC - APELAÇÃO CIVEL – 578863 Relator(a) Desembargador Federal GUILHERMECOUTO Sigla do órgão TRF2 Órgão julgador SEXTA TURMA ESPECIALIZADA Fonte E-DJF2R - Data::15/04/2013)

EmentaADMINISTRATIVO. PRAZO PARA REQUERIMENTO DE SEGURO DESEMPREGO. 120 DIAS. ILEGALIDADE. NORMAREGULAMENTAR NÃO PODE ULTRAPASSAR OS LIMITES FIXADOS PELA LEI. I. Trata-se de apelação em Mandado deSegurança objetivando a reforma da sentença que julgou parcialmente procedente o pedido do impetrante para que aautoridade coatora receba o requerimento de seguro-desemprego e analise o preenchimento dos requisitos para percepçãodo benefício pretendido, sem a exigência do cumprimento do prazo de 120 dias previsto na Resolução CONDEFAT II. Háde ser mantida a decisão do juízo a quo, uma vez que o art. 4º da Lei nº 7.998/90, que Regula o Programa doSeguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) não estabelece que o prazo de 4meses do benefício deve necessariamente ser contado a partir da dispensa do trabalhador. III. Como bem ressaltado peloJuízo a quo, às fls. 40, “No sistema jurídico brasileiro, o regulamento não pode extravasar a previsão legal. Assim, se a leioptou por não estabelecer um prazo para o trabalhador reclamar o seguro-desemprego, não pode o administrador, porresolução, criá-lo, sob pena de ilegalidade”. IV. Ademais, o Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento de que nãopode ato normativo interno, ou seja a Resolução nº 252/2000 do CODEFAT, fixar termo final para requerimento doseguro-desemprego (120 dias). V. Apelação e remessa necessária conhecida e improvidas.(Processo AMS 200651100001750 AMS - APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA – 72142 Relator(a)Desembargador Federal GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA Sigla do órgão TRF2 Órgão julgador SEXTATURMA ESPECIALIZADA Fonte DJU - Data::30/09/2009 - Página::87)8. Não há que se falar, portanto, em perda do direito ao seguro-desemprego pela não apresentação dentro do prazoestabelecido no art. 14 da Resolução CODEFAT nº 467 de 21.12.2005.9. Todavia, é de se registrar o acerto da sentença guerreada na parte em que constata que o autor não comprovou aapresentação do requerimento perante o Ministério do Trabalho, razão pela qual não há que se falar em indenização pordanos morais, já que ausente, no caso, uma conduta ilegal perpetrada pela União ou pela CEF.10. Aliás, no caso em tela, a hipótese só não é de extinção do processo, sem apreciação do mérito, fundada na ausência derequerimento administrativo, porque a Ré União Federal, ao contestar o pedido, manifestou expressamente sua resistênciaà pretensão, afirmando a inexistência do direito vindicado na peça vestibular.11. Em face do exposto, é de se assegurar o direito do autor ao seguro-desemprego, considerando-se como data deentrada do requerimento a data do ajuizamento da ação – 03/02/2010.12. Sendo o caso de condenação, torna-se relevante abordar a questão dos juros e correção. De acordo com ajurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça, a decisão do STF no sentido da declaração parcial deinconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-se apenas e tão-somente ao critério de

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correção monetária ali especificado, mantidos o critério de cálculo de juros. Nesse sentido: AGRESP - AGRAVOREGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla do órgão STJ Órgão julgadorPRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

13. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.43-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se todavia o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

14. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

15. Não pode ser acolhida a alegação acerca da imposição da aplicação integral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da nãopublicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; seja por conta da pendência da modulação dos seusefeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIsacima referidas.

16. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.17. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).18. Recurso conhecido e provido em parte, para julgar procedente em parte o pedido e condenar os Réus ao pagamentodas parcelas de seguro-desemprego, devendo os valores atrasados sofrer a incidência de correção monetária pelo INPC ejuros a partir da citação nos termos do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09. Sem custase honorários (art. 55, caput, da Lei nº 9.099/1995).19. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

100 - 0002302-45.2007.4.02.5050/02 (2007.50.50.002302-7/02) (PROCESSO ELETRÔNICO) CEF-CAIXA ECONOMICAFEDERAL (ADVOGADO: ES009181 - ERIKA SEIBEL PINTO.) x AYLTON DUARTE DE ALMEIDA (ADVOGADO: ES009510- HELTON T RAMOS.).Processo nº: 0002302-45.2007.4.02.5050/02 (2007.50.50.002302-7/02)Recorrente: CEF-CAIXA ECONOMICA FEDERALRecorrido: AYLTON DUARTE DE ALMEIDAJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. TAXA PROGRESSIVA DE JUROS. FGTS. LEI Nº 5.107/1966. APRESENTAÇÃO DOSEXTRATOS PELA CEF. APLICAÇÃO CORRETA COMPROVADA. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, em razão da sentença de fls. 153-155,que julgou procedente a pretensão de aplicação da taxa progressiva de juros incidente nas contas vinculadas de FGTS.Sustenta em suas razões, que a sentença deve ser reformada, para julgar improcedente o pedido do autor, tendo em vistaque a taxa progressiva dos juros foi corretamente aplicada, conforme os extratos apresentados às fls. 134/145 dos autos.Subsidiariamente, requer a nulidade da sentença em razão da ausência de resolução das questões submetidas pelaspartes, postergando para a fase de execução a verificação do direito do autor acerca da percepção da taxa progressiva dejuros nos saldos de FGTS. Contrarrazões apresentadas às fls. 201-204.

2. Para ter direito à aplicação dos juros progressivos, é preciso preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) tersido contratado como empregado entre 01/01/1967 e 22/09/1971; b) ter feito a opção original pelo FGTS na vigência da Lein. 5.107/1966 ou a opção retroativa por esse fundo (nos termos das Leis n. 5.958/1973, 7.839/1989 e 8.036/1990); c) terpermanecido no mesmo emprego por mais de 02 (dois) anos.

3. Aos trabalhadores que não preencherem ao mesmo tempo os três requisitos acima, são devidos apenas os juros fixos de3% (três por cento) ao ano nos saldos do FGTS.

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4. É indispensável que esse vínculo empregatício iniciado entre 01/01/1967 a 22/09/1971 tenha durado mais de 02 (dois)anos, porque o artigo 4º, da Lei n. 5.107/1966, em sua redação original, dispunha que: “Art. 4º. A capitalização dos juros dosdepósitos mencionados no art. 2º far-se-á na seguinte progressão: I – 3% (três por cento) durante os dois primeiros anos depermanência na mesma empresa; II – 4% (quatro por cento) do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;III – 5% (cinco por cento) do sexto a décimo ano e permanência na mesma empresa; IV – 6% (seis por cento) do décimoprimeiro ano de permanência na mesma empresa, em diante”.

5. No caso em análise, o autor comprovou vínculo empregatício no período de 16.09.1970 a 23.03.1988 (fls. 11). A ação foiproposta em 03.04.2007 (fls. 01), dessa forma, encontram-se prescritas as parcelas anteriores a 03.04.1977 (Súmula 210do STJ).

6. Da análise dos autos, depreende-se que o MM Juízo a quo aplicou ao caso concreto o entendimento da jurisprudênciapátria no sentido de reconhecer a responsabilidade da Caixa Econômica Federal pela juntada dos extratos. Tendo sidoregularmente intimados, a CEF (fls. 19 e 85/86) e o banco depositário anterior (fls. 59), foram acostados aos autos osextratos do período de 01.10.1982 a 12.04.1988 (fls. 134/145), confirmando a devida aplicação da taxa progressiva, poisneles consta o percentual de 6%. Muito embora não sejam relativos a todo o período reclamado, os extratos apresentadosderam conta da aplicação correta da taxa progressiva, cabendo ao autor o ônus de provar o contrário. Como não provou, éde se concluir que o pedido é improcedente.

7. Merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

8. Recurso conhecido e provido para julgar improcedente a pretensão de aplicação de juros progressivos sobre o saldo deconta vinculada ao FGTS, consoante a fundamentação exposta. Sem condenação ao pagamento de custas e honorários,em razão do disposto no art. 55, caput, da Lei 9.099/1995.

9. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

101 - 0107353-86.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.107353-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.) x MARIA DA PENHA ANDRADE VAZ (ADVOGADO:ES019221 - AMAURI BRAS CASER.).Processo nº: 0107353-86.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.107353-4/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARIA DA PENHA ANDRADE VAZJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. DESNECESSIDADE.RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente a pretensão autoral derenúncia ao benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição; e, como consectário, de concessão denovo benefício mais vantajoso, em razão de o segurado ter continuado trabalhando e contribuindo para o Regime Geral dePrevidência Social – RGPS. Sustenta o recorrente: a) constitucionalidade e imperatividade da vedação legal ao empregodas contribuições posteriores à aposentadoria; b) o contribuinte em gozo de aposentadoria pertence a uma espécie queapenas contribui para o custeio do sistema, não para a obtenção de benefícios; c) ao aposentar-se, o segurado fez umaopção por uma renda menor, mas recebida por mais tempo; d) o ato jurídico perfeito não pode ser alterado unilateralmente;e) violação ao art. 18, parágrafo 2º, da Lei nº 8.213/1991. Pugna, assim, pela reforma da sentença, a fim de que sejajulgado improcedente o pedido. Pela eventualidade pleiteia no sentido de que a desconstituição do benefício sejacondicionada à devolução de todos os proventos que o recorrido recebeu relativamente ao benefício anterior, bem comopela aplicação integral do art. 1º-F, da Lei 9.494/1997 no que se referem aos juros e à correção monetária, tendo em vista aausência de modulação dos efeitos das ADIs 4.357/DF e 4.425/DF. Contrarrazões às fls. 118/138.

2. Ressalto, inicialmente, que apenas os recursos extraordinários e especiais estão sujeitos à suspensão determinada nosartigos 543-B e 543-C do CPC, não havendo óbice ao julgamento do presente recurso inominado.

3. O prazo decadencial previsto no art. 103 da Lei 8.213/1991 não se aplica aos casos de desaposentação, uma vez que aparte autora não busca a revisão do ato concessório, mas sim a renúncia e cancelamento do benefício em manutenção,com o objetivo de obter novo benefício. Nesse sentido já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça:

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PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECADÊNCIA. ART. 103 DA LEI 8.213/1991 (COM A REDAÇÃO DALEI 10.839/2004). PEDIDO DE RENÚNCIA DE BENEFÍCIO (DESAPOSENTAÇÃO). NÃO INCIDÊNCIA. MATÉRIAPACIFICADA PELA SEÇÃO COMPETENTE. PREJUDICIAL AFASTADA. JULGAMENTO DA MATÉRIA REMANESCENTE.(STJ, EDcl no AgRg no REsp Nº 1.305.914 – SC, rel. Min. Herman Benjamin - 2012/0011629-3)

4. A questão em debate importa aferir a viabilidade jurígena de segurado que continuou em atividade remunerada econtribuindo para o RGPS renunciar a benefício previdenciário, com o escopo de, ao tempo de contribuição apurado porocasião de sua concessão, ver acrescido aquele relativo à atividade laborativa – e respectivas contribuições – posterior àjubilação, para assim auferir renda mensal mais vantajosa.

5. Outra questão a ser abordada diz com os efeitos do ato de renúncia ao benefício, do que decorre a (não) obrigatoriedadede o segurado devolver o que recebeu a título de proventos.

6. Nesse ponto, a Turma Nacional de Uniformização perfilhou entendimento de que a renúncia à aposentadoria trata-se deato com eficácia ex tunc, ensejando, desta feita, a devolução dos valores percebidos a título de aposentadoria à qual sepretenda renunciar. Observe-se:

PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO PARA FINS DE OBTENÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO, TAMBÉM NO REGIMEGERAL DE PREVIDÊNCIA, COM UTILIZAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO UTILIZADO NO PRIMEIRO.DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. NECESSIDADE. INCIDENTE IMPROVIDO.1. Esta Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especais Federais sedimentou o entendimentode necessidade de devolução dos valores percebidos a titulo de aposentadoria à qual se pretenda renunciar, para fins deobtenção de novo benefício, no mesmo regime, com observância do tempo utilizado para concessão do primeiro. 2.Incidente improvido. (PEDILEF 200872550094057 PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEIFEDERAL. Relatora JUIZA FEDERAL SIMONE DOS SANTOS LEMOS FERNANDES. DOU 06/05/2011) (grifei)

7. Outro foi o entendimento adotado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do REsp1334488/SC, realizado no dia 08 de maio de 2013 sob o regime de recurso repetitivo (art. 543-C do Código de ProcessoCivil e RES. n º. 8/2008-STJ). Confira-se:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSOREPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AAPOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO E POSTERIOR JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE VALORES.DESNECESSIDADE.1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito, por parte do INSS, de declarar impossibilidade de renúncia a aposentadoriae, por parte do segurado, de dispensa de devolução de valores recebidos de aposentadoria a que pretende abdicar.2. A pretensão do segurado consiste em renunciar à aposentadoria concedida para computar período contributivo utilizado,conjuntamente com os salários de contribuição da atividade em que permaneceu trabalhando, para a concessão deposterior e nova aposentação.3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seustitulares, prescindindo-se da devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para aconcessão de novo e posterior jubilamento. Precedentes do STJ.4. Ressalva do entendimento pessoal do Relator quanto à necessidade de devolução dos valores para a reaposentação,conforme votos vencidos proferidos no REsp 1.298.391/RS; nos Agravos Regimentais nos REsps 1.321.667/PR,1.305.351/RS, 1.321.667/PR, 1.323.464/RS, 1.324.193/PR, 1.324.603/RS, 1.325.300/SC, 1.305.738/RS; e no AgRg noAREsp 103.509/PE.5. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu o direito à desaposentação, mas condicionou posterioraposentadoria ao ressarcimento dos valores recebidos do benefício anterior, razão por que deve ser afastada a imposiçãode devolução.6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso Especial do segurado provido. Acórdão submetido ao regime do art.543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.(REsp 1334488/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013).

8. A jurisprudência firmada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) prepondera sobre a firmada na Turma Nacionalde Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU). Com efeito, além de o STJ ser o tribunal responsável pelauniformização da interpretação da legislação federal (artigo 105, III, c, da Constituição da República), a Lei nº 10.259/01 éclara ao viabilizar a interposição de incidente na TNU quando esta adotar orientação contrária a uma súmula oujurisprudência dominante no STJ (§ 4º do artigo 14).

9. Oportuno registrar, acerca dos juros de mora e correção monetária, de acordo com a jurisprudência mais recente doSuperior Tribunal de Justiça, a decisão do STF no sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento,do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-se apenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado,mantidos o critério de cálculo de juros. Nesse sentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL –1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla do órgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

10. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

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11. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

12. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

13. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

14. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

15. Por essas razões, curvo-me à orientação firmada no STJ.

16. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos legais e constitucionaiselencados pelo recorrente.

17. Recurso a que se nega provimento. Sentença confirmada.

18. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996. Honorários advocatícios devidos pelorecorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (55, segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 eart. 1º da Lei nº 10.259/2001).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer dorecurso e a ele negar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

102 - 0000480-36.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.000480-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HERNANE MOACIR DASILVA (ADVOGADO: ES015283 - WANESSA ALDRIGUES CANDIDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x OS MESMOS.Processo nº: 0000480-36.2012.4.02.5053/01 (2012.50.53.000480-8/01)Recorrente: HERNANE MOACIR DA SILVA E OUTRORecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF LinharesRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. DESNECESSIDADE.RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face da sentença que julgou improcedente a pretensão autoralde renúncia ao benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição; e, como consectário, de concessão denovo benefício mais vantajoso, em razão de o segurado ter continuado trabalhando e contribuindo para o Regime Geral dePrevidência Social – RGPS. Sustenta ter direito a renunciar o benefício de aposentadoria usufruído, com o acréscimo dotempo laborado após sua concessão ante a inexistência de expressa proibição legal e, ainda, por se tratar de medida maisfavorável. Argumenta que a aposentadoria constitui direito disponível, passível, portanto, de renúncia. Assevera, outrossim,que a desaposentação não pressupõe acúmulo de benefícios, mas sim extinção do benefício anterior para concessão deum novo, o que justifica a irrepetibilidade dos benefícios já percebidos. Pugna, assim, pela reforma do julgado.Contrarrazões às fls. 184/208.

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2. O prazo decadencial previsto no art. 103 da Lei 8.213/1991 não se aplica aos casos de desaposentação, uma vez que aparte autora não busca a revisão do ato concessório, mas sim a renúncia e cancelamento do benefício em manutenção,com o objetivo de obter novo benefício. Nesse sentido já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça:

PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECADÊNCIA. ART. 103 DA LEI 8.213/1991 (COM A REDAÇÃO DALEI 10.839/2004). PEDIDO DE RENÚNCIA DE BENEFÍCIO (DESAPOSENTAÇÃO). NÃO INCIDÊNCIA. MATÉRIAPACIFICADA PELA SEÇÃO COMPETENTE. PREJUDICIAL AFASTADA. JULGAMENTO DA MATÉRIA REMANESCENTE.(STJ, EDcl no AgRg no REsp Nº 1.305.914 – SC, rel. Min. Herman Benjamin - 2012/0011629-3).

3. A questão em debate importa aferir a viabilidade jurígena de segurado que continuou em atividade remunerada econtribuindo para o RGPS renunciar a benefício previdenciário, com o escopo de, ao tempo de contribuição apurado porocasião de sua concessão, ver acrescido aquele relativo à atividade laborativa – e respectivas contribuições – posterior àjubilação, para assim auferir renda mensal mais vantajosa.

4. Outra questão a ser abordada diz com os efeitos do ato de renúncia ao benefício, do que decorre a (não) obrigatoriedadede o segurado devolver o que recebeu a título de proventos.

5. Nesse ponto, a Turma Nacional de Uniformização perfilhou entendimento de que a renúncia à aposentadoria trata-se deato com eficácia ex tunc, ensejando, desta feita, a devolução dos valores percebidos a título de aposentadoria à qual sepretenda renunciar. Observe-se:

PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO PARA FINS DE OBTENÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO, TAMBÉM NO REGIMEGERAL DE PREVIDÊNCIA, COM UTILIZAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO UTILIZADO NO PRIMEIRO.DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. NECESSIDADE. INCIDENTE IMPROVIDO.1. Esta Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especais Federais sedimentou o entendimentode necessidade de devolução dos valores percebidos a titulo de aposentadoria à qual se pretenda renunciar, para fins deobtenção de novo benefício, no mesmo regime, com observância do tempo utilizado para concessão do primeiro. 2.Incidente improvido. (PEDILEF 200872550094057 PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEIFEDERAL. Relatora JUIZA FEDERAL SIMONE DOS SANTOS LEMOS FERNANDES. DOU 06/05/2011) (grifei)

6. Outro foi o entendimento adotado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do REsp1334488/SC, realizado no dia 08 de maio de 2013 sob o regime de recurso repetitivo (art. 543-C do Código de ProcessoCivil e RES. n º. 8/2008-STJ). Confira-se:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSOREPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AAPOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO E POSTERIOR JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE VALORES.DESNECESSIDADE.1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito, por parte do INSS, de declarar impossibilidade de renúncia a aposentadoriae, por parte do segurado, de dispensa de devolução de valores recebidos de aposentadoria a que pretende abdicar.2. A pretensão do segurado consiste em renunciar à aposentadoria concedida para computar período contributivo utilizado,conjuntamente com os salários de contribuição da atividade em que permaneceu trabalhando, para a concessão deposterior e nova aposentação.3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seustitulares, prescindindo-se da devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para aconcessão de novo e posterior jubilamento. Precedentes do STJ.4. Ressalva do entendimento pessoal do Relator quanto à necessidade de devolução dos valores para a reaposentação,conforme votos vencidos proferidos no REsp 1.298.391/RS; nos Agravos Regimentais nos REsps 1.321.667/PR,1.305.351/RS, 1.321.667/PR, 1.323.464/RS, 1.324.193/PR, 1.324.603/RS, 1.325.300/SC, 1.305.738/RS; e no AgRg noAREsp 103.509/PE.5. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu o direito à desaposentação, mas condicionou posterioraposentadoria ao ressarcimento dos valores recebidos do benefício anterior, razão por que deve ser afastada a imposiçãode devolução.6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso Especial do segurado provido. Acórdão submetido ao regime do art.543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.(REsp 1334488/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013).

7. A jurisprudência firmada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) prepondera sobre a firmada na Turma Nacionalde Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU). Com efeito, além de o STJ ser o tribunal responsável pelauniformização da interpretação da legislação federal (artigo 105, III, c, da Constituição da República), a Lei nº 10.259/01 éclara ao viabilizar a interposição de incidente na TNU quando esta adotar orientação contrária a uma súmula oujurisprudência dominante no STJ (§ 4º do artigo 14).

8. Por essas razões, curvo-me à orientação firmada no STJ. Merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

9. Oportuno registrar, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça, que a decisão do STFno sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-se

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apenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério de cálculo de juros. Nessesentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla doórgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

10. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

11. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

12. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

13. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

14. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

15. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para condenar o INSS a: I) desconstituir a aposentadoria portempo de contribuição usufruída pelo recorrente (NB 134.018.732-6), concedendo-lhe novo benefício da mesma espécie,independentemente de devolução dos proventos; II) computar o tempo de serviço efetivamente prestado após ojubilamento, fixando-se como data de início do novo benefício a data do ajuizamento desta ação; III) pagar-lhe asprestações vencidas, acrescidas de correção monetária e juros de mora, aplicando-se, para tanto, o INPC na forma do 41-Ada Lei nº 8.213/1991 para a correção monetária e os parâmetros do art. 1º-F, da Lei 9.494/1997 para os juros de mora.

16. Sem condenação em custas nem em honorários advocatícios (art. 55, caput, da Lei 9.099/1995).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer dorecurso e a ele dar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

103 - 0109031-42.2014.4.02.5053/01 (2014.50.53.109031-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) GETULIO FERNANDESBARCELLOS (ADVOGADO: ES019587 - MADEGNO DE RIZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.).Processo nº: 0109031-42.2014.4.02.5053/01 (2014.50.53.109031-6/01)Recorrente: GETULIO FERNANDES BARCELLOSRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 1ª VF LinharesRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. DESNECESSIDADE.RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face da sentença que julgou improcedente a pretensão autoralde renúncia ao benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição; e, como consectário, de concessão denovo benefício mais vantajoso, em razão de o segurado ter continuado trabalhando e contribuindo para o Regime Geral dePrevidência Social – RGPS. Sustenta, em síntese, ter direito a renunciar o benefício de aposentadoria usufruído, com o

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acréscimo do tempo laborado após sua concessão, independentemente da devolução dos valores recebidos. Afirma que osvalores recebidos mensalmente a título de aposentadoria têm natureza alimentar, o que justifica a irrepetibilidade dosbenefícios já percebidos. Argumenta que a aposentadoria constitui direito disponível, passível, portanto, de renúncia.Pugna, assim, pela reforma do julgado. Não foram apresentadas contrarrazões.

2. O prazo decadencial previsto no art. 103 da Lei 8.213/1991 não se aplica aos casos de desaposentação, uma vez que aparte autora não busca a revisão do ato concessório, mas sim a renúncia e cancelamento do benefício em manutenção,com o objetivo de obter novo benefício. Nesse sentido já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça:

PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECADÊNCIA. ART. 103 DA LEI 8.213/1991 (COM A REDAÇÃO DALEI 10.839/2004). PEDIDO DE RENÚNCIA DE BENEFÍCIO (DESAPOSENTAÇÃO). NÃO INCIDÊNCIA. MATÉRIAPACIFICADA PELA SEÇÃO COMPETENTE. PREJUDICIAL AFASTADA. JULGAMENTO DA MATÉRIA REMANESCENTE.(STJ, EDcl no AgRg no REsp Nº 1.305.914 – SC, rel. Min. Herman Benjamin - 2012/0011629-3).

3. A questão em debate importa aferir a viabilidade jurígena de segurado que continuou em atividade remunerada econtribuindo para o RGPS renunciar a benefício previdenciário, com o escopo de, ao tempo de contribuição apurado porocasião de sua concessão, ver acrescido aquele relativo à atividade laborativa – e respectivas contribuições – posterior àjubilação, para assim auferir renda mensal mais vantajosa.

4. Outra questão a ser abordada diz com os efeitos do ato de renúncia ao benefício, do que decorre a (não) obrigatoriedadede o segurado devolver o que recebeu a título de proventos.

5. Nesse ponto, a Turma Nacional de Uniformização perfilhou entendimento de que a renúncia à aposentadoria trata-se deato com eficácia ex tunc, ensejando, desta feita, a devolução dos valores percebidos a título de aposentadoria à qual sepretenda renunciar. Observe-se:

PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO PARA FINS DE OBTENÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO, TAMBÉM NO REGIMEGERAL DE PREVIDÊNCIA, COM UTILIZAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO UTILIZADO NO PRIMEIRO.DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. NECESSIDADE. INCIDENTE IMPROVIDO.1. Esta Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especais Federais sedimentou o entendimentode necessidade de devolução dos valores percebidos a titulo de aposentadoria à qual se pretenda renunciar, para fins deobtenção de novo benefício, no mesmo regime, com observância do tempo utilizado para concessão do primeiro. 2.Incidente improvido. (PEDILEF 200872550094057 PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEIFEDERAL. Relatora JUIZA FEDERAL SIMONE DOS SANTOS LEMOS FERNANDES. DOU 06/05/2011) (grifei)

6. Outro foi o entendimento adotado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do REsp1334488/SC, realizado no dia 08 de maio de 2013 sob o regime de recurso repetitivo (art. 543-C do Código de ProcessoCivil e RES. n º. 8/2008-STJ). Confira-se:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSOREPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AAPOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO E POSTERIOR JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE VALORES.DESNECESSIDADE.1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito, por parte do INSS, de declarar impossibilidade de renúncia a aposentadoriae, por parte do segurado, de dispensa de devolução de valores recebidos de aposentadoria a que pretende abdicar.2. A pretensão do segurado consiste em renunciar à aposentadoria concedida para computar período contributivo utilizado,conjuntamente com os salários de contribuição da atividade em que permaneceu trabalhando, para a concessão deposterior e nova aposentação.3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seustitulares, prescindindo-se da devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para aconcessão de novo e posterior jubilamento. Precedentes do STJ.4. Ressalva do entendimento pessoal do Relator quanto à necessidade de devolução dos valores para a reaposentação,conforme votos vencidos proferidos no REsp 1.298.391/RS; nos Agravos Regimentais nos REsps 1.321.667/PR,1.305.351/RS, 1.321.667/PR, 1.323.464/RS, 1.324.193/PR, 1.324.603/RS, 1.325.300/SC, 1.305.738/RS; e no AgRg noAREsp 103.509/PE.5. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu o direito à desaposentação, mas condicionou posterioraposentadoria ao ressarcimento dos valores recebidos do benefício anterior, razão por que deve ser afastada a imposiçãode devolução.6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso Especial do segurado provido. Acórdão submetido ao regime do art.543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.(REsp 1334488/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013).

7. A jurisprudência firmada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) prepondera sobre a firmada na Turma Nacionalde Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU). Com efeito, além de o STJ ser o tribunal responsável pelauniformização da interpretação da legislação federal (artigo 105, III, c, da Constituição da República), a Lei nº 10.259/01 éclara ao viabilizar a interposição de incidente na TNU quando esta adotar orientação contrária a uma súmula oujurisprudência dominante no STJ (§ 4º do artigo 14).

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8. Por essas razões, curvo-me à orientação firmada no STJ. Merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

9. Oportuno registrar, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça, que a decisão do STFno sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-seapenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério de cálculo de juros. Nessesentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla doórgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

10. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

11. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

12. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

13. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

14. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

15. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento, para condenar o INSS a: I) desconstituir a aposentadoria portempo de contribuição usufruída pelo recorrente (NB 147.933.025-3), concedendo-lhe novo benefício da mesma espécie,independentemente de devolução dos proventos; II) computar o tempo de serviço efetivamente prestado após ojubilamento, fixando-se como data de início do novo benefício a data do ajuizamento desta ação; III) pagar-lhe asprestações vencidas, acrescidas de correção monetária e juros de mora, aplicando-se, para tanto, o INPC na forma do 41-Ada Lei nº 8.213/1991 para a correção monetária e os parâmetros do art. 1º-F, da Lei 9.494/1997 para os juros de mora.

16. Sem condenação em custas nem em honorários advocatícios (art. 55, caput, da Lei 9.099/1995).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer dorecurso e a ele dar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

104 - 0106711-16.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.106711-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.) x CARLOS ROBERTO DA SILVA (ADVOGADO:ES010785 - PEDRO COSTA.).Processo nº: 0106711-16.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.106711-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: CARLOS ROBERTO DA SILVAJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. DESNECESSIDADE.

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RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente a pretensão autoral derenúncia ao benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição; e, como consectário, de concessão denovo benefício mais vantajoso, em razão de o segurado ter continuado trabalhando e contribuindo para o Regime Geral dePrevidência Social – RGPS. Sustenta o recorrente: a) constitucionalidade e imperatividade da vedação legal ao empregodas contribuições posteriores à aposentadoria; b) o contribuinte em gozo de aposentadoria pertence a uma espécie queapenas contribui para o custeio do sistema, não para a obtenção de benefícios; c) ao aposentar-se, o segurado fez umaopção por uma renda menor, mas recebida por mais tempo; d) o ato jurídico perfeito não pode ser alterado unilateralmente;e) violação ao art. 18, parágrafo 2º, da Lei nº 8.213/1991. Pugna, assim, pela reforma da sentença, a fim de que sejajulgado improcedente o pedido. Pela eventualidade pleiteia no sentido de que a desconstituição do benefício sejacondicionada à devolução de todos os proventos que o recorrido recebeu relativamente ao benefício anterior, bem comopela aplicação integral do art. 1º-F, da Lei 9.494/1997 no que se referem aos juros e à correção monetária, tendo em vista aausência de modulação dos efeitos das ADIs 4.357/DF e 4.425/DF. Contrarrazões às fls. 180/189.

2. Ressalto, inicialmente, que apenas os recursos extraordinários e especiais estão sujeitos à suspensão determinada nosartigos 543-B e 543-C do CPC, não havendo óbice ao julgamento do presente recurso inominado.

3. O prazo decadencial previsto no art. 103 da Lei 8.213/1991 não se aplica aos casos de desaposentação, uma vez que aparte autora não busca a revisão do ato concessório, mas sim a renúncia e cancelamento do benefício em manutenção,com o objetivo de obter novo benefício. Nesse sentido já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça:

PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECADÊNCIA. ART. 103 DA LEI 8.213/1991 (COM A REDAÇÃO DALEI 10.839/2004). PEDIDO DE RENÚNCIA DE BENEFÍCIO (DESAPOSENTAÇÃO). NÃO INCIDÊNCIA. MATÉRIAPACIFICADA PELA SEÇÃO COMPETENTE. PREJUDICIAL AFASTADA. JULGAMENTO DA MATÉRIA REMANESCENTE.(STJ, EDcl no AgRg no REsp Nº 1.305.914 – SC, rel. Min. Herman Benjamin - 2012/0011629-3)

4. A questão em debate importa aferir a viabilidade jurígena de segurado que continuou em atividade remunerada econtribuindo para o RGPS renunciar a benefício previdenciário, com o escopo de, ao tempo de contribuição apurado porocasião de sua concessão, ver acrescido aquele relativo à atividade laborativa – e respectivas contribuições – posterior àjubilação, para assim auferir renda mensal mais vantajosa.

5. Outra questão a ser abordada diz com os efeitos do ato de renúncia ao benefício, do que decorre a (não) obrigatoriedadede o segurado devolver o que recebeu a título de proventos.

6. Nesse ponto, a Turma Nacional de Uniformização perfilhou entendimento de que a renúncia à aposentadoria trata-se deato com eficácia ex tunc, ensejando, desta feita, a devolução dos valores percebidos a título de aposentadoria à qual sepretenda renunciar. Observe-se:

PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO PARA FINS DE OBTENÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO, TAMBÉM NO REGIMEGERAL DE PREVIDÊNCIA, COM UTILIZAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO UTILIZADO NO PRIMEIRO.DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. NECESSIDADE. INCIDENTE IMPROVIDO.1. Esta Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especais Federais sedimentou o entendimentode necessidade de devolução dos valores percebidos a titulo de aposentadoria à qual se pretenda renunciar, para fins deobtenção de novo benefício, no mesmo regime, com observância do tempo utilizado para concessão do primeiro. 2.Incidente improvido. (PEDILEF 200872550094057 PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEIFEDERAL. Relatora JUIZA FEDERAL SIMONE DOS SANTOS LEMOS FERNANDES. DOU 06/05/2011) (grifei)

7. Outro foi o entendimento adotado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do REsp1334488/SC, realizado no dia 08 de maio de 2013 sob o regime de recurso repetitivo (art. 543-C do Código de ProcessoCivil e RES. n º. 8/2008-STJ). Confira-se:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSOREPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AAPOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO E POSTERIOR JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE VALORES.DESNECESSIDADE.1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito, por parte do INSS, de declarar impossibilidade de renúncia a aposentadoriae, por parte do segurado, de dispensa de devolução de valores recebidos de aposentadoria a que pretende abdicar.2. A pretensão do segurado consiste em renunciar à aposentadoria concedida para computar período contributivo utilizado,conjuntamente com os salários de contribuição da atividade em que permaneceu trabalhando, para a concessão deposterior e nova aposentação.3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seustitulares, prescindindo-se da devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para aconcessão de novo e posterior jubilamento. Precedentes do STJ.4. Ressalva do entendimento pessoal do Relator quanto à necessidade de devolução dos valores para a reaposentação,conforme votos vencidos proferidos no REsp 1.298.391/RS; nos Agravos Regimentais nos REsps 1.321.667/PR,1.305.351/RS, 1.321.667/PR, 1.323.464/RS, 1.324.193/PR, 1.324.603/RS, 1.325.300/SC, 1.305.738/RS; e no AgRg noAREsp 103.509/PE.5. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu o direito à desaposentação, mas condicionou posterior

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aposentadoria ao ressarcimento dos valores recebidos do benefício anterior, razão por que deve ser afastada a imposiçãode devolução.6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso Especial do segurado provido. Acórdão submetido ao regime do art.543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.(REsp 1334488/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013).

8. A jurisprudência firmada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) prepondera sobre a firmada na Turma Nacionalde Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU). Com efeito, além de o STJ ser o tribunal responsável pelauniformização da interpretação da legislação federal (artigo 105, III, c, da Constituição da República), a Lei nº 10.259/01 éclara ao viabilizar a interposição de incidente na TNU quando esta adotar orientação contrária a uma súmula oujurisprudência dominante no STJ (§ 4º do artigo 14).

9. Oportuno registrar, acerca dos juros de mora e correção monetária, de acordo com a jurisprudência mais recente doSuperior Tribunal de Justiça, a decisão do STF no sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento,do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-se apenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado,mantidos o critério de cálculo de juros. Nesse sentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL –1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla do órgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

10. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

11. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

12. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

13. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

14. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

15. Por essas razões, curvo-me à orientação firmada no STJ.

16. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos legais e constitucionaiselencados pelo recorrente.

17. Recurso a que se nega provimento. Sentença confirmada.

18. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996. Honorários advocatícios devidos pelorecorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (55, segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 eart. 1º da Lei nº 10.259/2001).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer dorecurso e a ele negar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

105 - 0106708-61.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.106708-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.) x JOSÉ DAS GRAÇAS CORDEIRO (ADVOGADO:

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ES010785 - PEDRO COSTA.).Processo nº: 0106708-61.2014.4.02.5054/01 (2014.50.54.106708-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: JOSÉ DAS GRAÇAS CORDEIROJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. RMI. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO EPOSTERIOR JUBILAMENTO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. DESNECESSIDADE.RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente a pretensão autoral derenúncia ao benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição; e, como consectário, de concessão denovo benefício mais vantajoso, em razão de o segurado ter continuado trabalhando e contribuindo para o Regime Geral dePrevidência Social – RGPS. Sustenta o recorrente: a) constitucionalidade e imperatividade da vedação legal ao empregodas contribuições posteriores à aposentadoria; b) o contribuinte em gozo de aposentadoria pertence a uma espécie queapenas contribui para o custeio do sistema, não para a obtenção de benefícios; c) ao aposentar-se, o segurado fez umaopção por uma renda menor, mas recebida por mais tempo; d) o ato jurídico perfeito não pode ser alterado unilateralmente;e) violação ao art. 18, parágrafo 2º, da Lei nº 8.213/1991. Pugna, assim, pela reforma da sentença, a fim de que sejajulgado improcedente o pedido. Pela eventualidade pleiteia no sentido de que a desconstituição do benefício sejacondicionada à devolução de todos os proventos que o recorrido recebeu relativamente ao benefício anterior, bem comopela aplicação integral do art. 1º-F, da Lei 9.494/1997 no que se referem aos juros e à correção monetária, tendo em vista aausência de modulação dos efeitos das ADIs 4.357/DF e 4.425/DF. Contrarrazões às fls. 200/209.

2. Ressalto, inicialmente, que apenas os recursos extraordinários e especiais estão sujeitos à suspensão determinada nosartigos 543-B e 543-C do CPC, não havendo óbice ao julgamento do presente recurso inominado.

3. O prazo decadencial previsto no art. 103 da Lei 8.213/1991 não se aplica aos casos de desaposentação, uma vez que aparte autora não busca a revisão do ato concessório, mas sim a renúncia e cancelamento do benefício em manutenção,com o objetivo de obter novo benefício. Nesse sentido já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça:

PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECADÊNCIA. ART. 103 DA LEI 8.213/1991 (COM A REDAÇÃO DALEI 10.839/2004). PEDIDO DE RENÚNCIA DE BENEFÍCIO (DESAPOSENTAÇÃO). NÃO INCIDÊNCIA. MATÉRIAPACIFICADA PELA SEÇÃO COMPETENTE. PREJUDICIAL AFASTADA. JULGAMENTO DA MATÉRIA REMANESCENTE.(STJ, EDcl no AgRg no REsp Nº 1.305.914 – SC, rel. Min. Herman Benjamin - 2012/0011629-3)

4. A questão em debate importa aferir a viabilidade jurígena de segurado que continuou em atividade remunerada econtribuindo para o RGPS renunciar a benefício previdenciário, com o escopo de, ao tempo de contribuição apurado porocasião de sua concessão, ver acrescido aquele relativo à atividade laborativa – e respectivas contribuições – posterior àjubilação, para assim auferir renda mensal mais vantajosa.

5. Outra questão a ser abordada diz com os efeitos do ato de renúncia ao benefício, do que decorre a (não) obrigatoriedadede o segurado devolver o que recebeu a título de proventos.

6. Nesse ponto, a Turma Nacional de Uniformização perfilhou entendimento de que a renúncia à aposentadoria trata-se deato com eficácia ex tunc, ensejando, desta feita, a devolução dos valores percebidos a título de aposentadoria à qual sepretenda renunciar. Observe-se:

PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO PARA FINS DE OBTENÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO, TAMBÉM NO REGIMEGERAL DE PREVIDÊNCIA, COM UTILIZAÇÃO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO UTILIZADO NO PRIMEIRO.DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. NECESSIDADE. INCIDENTE IMPROVIDO.1. Esta Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especais Federais sedimentou o entendimentode necessidade de devolução dos valores percebidos a titulo de aposentadoria à qual se pretenda renunciar, para fins deobtenção de novo benefício, no mesmo regime, com observância do tempo utilizado para concessão do primeiro. 2.Incidente improvido. (PEDILEF 200872550094057 PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEIFEDERAL. Relatora JUIZA FEDERAL SIMONE DOS SANTOS LEMOS FERNANDES. DOU 06/05/2011) (grifei)

7. Outro foi o entendimento adotado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento do REsp1334488/SC, realizado no dia 08 de maio de 2013 sob o regime de recurso repetitivo (art. 543-C do Código de ProcessoCivil e RES. n º. 8/2008-STJ). Confira-se:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSOREPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA AAPOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO E POSTERIOR JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE VALORES.DESNECESSIDADE.1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito, por parte do INSS, de declarar impossibilidade de renúncia a aposentadoria

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e, por parte do segurado, de dispensa de devolução de valores recebidos de aposentadoria a que pretende abdicar.2. A pretensão do segurado consiste em renunciar à aposentadoria concedida para computar período contributivo utilizado,conjuntamente com os salários de contribuição da atividade em que permaneceu trabalhando, para a concessão deposterior e nova aposentação.3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seustitulares, prescindindo-se da devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para aconcessão de novo e posterior jubilamento. Precedentes do STJ.4. Ressalva do entendimento pessoal do Relator quanto à necessidade de devolução dos valores para a reaposentação,conforme votos vencidos proferidos no REsp 1.298.391/RS; nos Agravos Regimentais nos REsps 1.321.667/PR,1.305.351/RS, 1.321.667/PR, 1.323.464/RS, 1.324.193/PR, 1.324.603/RS, 1.325.300/SC, 1.305.738/RS; e no AgRg noAREsp 103.509/PE.5. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu o direito à desaposentação, mas condicionou posterioraposentadoria ao ressarcimento dos valores recebidos do benefício anterior, razão por que deve ser afastada a imposiçãode devolução.6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso Especial do segurado provido. Acórdão submetido ao regime do art.543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.(REsp 1334488/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013).

8. A jurisprudência firmada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) prepondera sobre a firmada na Turma Nacionalde Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU). Com efeito, além de o STJ ser o tribunal responsável pelauniformização da interpretação da legislação federal (artigo 105, III, c, da Constituição da República), a Lei nº 10.259/01 éclara ao viabilizar a interposição de incidente na TNU quando esta adotar orientação contrária a uma súmula oujurisprudência dominante no STJ (§ 4º do artigo 14).

9. Oportuno registrar, acerca dos juros de mora e correção monetária, de acordo com a jurisprudência mais recente doSuperior Tribunal de Justiça, a decisão do STF no sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento,do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-se apenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado,mantidos o critério de cálculo de juros. Nesse sentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL –1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla do órgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

10. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

11. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

12. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

13. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

14. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

15. Por essas razões, curvo-me à orientação firmada no STJ.

16. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos legais e constitucionaiselencados pelas partes.

17. Recurso a que se nega provimento. Sentença confirmada.

18. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996. Honorários advocatícios devidos pelorecorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (55, segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 eart. 1º da Lei nº 10.259/2001).

ACÓRDÃO

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Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer dorecurso e a ele negar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

106 - 0002441-89.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002441-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO BRASILEIRODO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) xFÁBIO MURILO WAGNITZ (ADVOGADO: DF008583 - JÚLIO CÉSAR BORGES DE RESENDE, SP104740 - ARLETEOLIVEIRA FAGUNDES OTTONI.).Processo nº: 0002441-89.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002441-9/01)Recorrente: INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAISRENOVÁVEIS - IBAMARecorrido: FÁBIO MURILO WAGNITZJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. IBAMA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃOPERMANENTE OU HABITUAL À SITUAÇÃO DE RISCO DE MORTE. NÃO-CONFIGURAÇÃO. RECURSO CONHECIDO EPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso interposto pelo IBAMA em face da sentença que julgou procedente o pedido para condená-lo aconceder ao recorrido o adicional de periculosidade no percentual de 10% sobre o vencimento do seu cargo efetivo, acontar do ano de 2006 (a partir do mês em que lhe foi concedido o porte de armas), observada a prescrição quinquenal. Emsuas razões, sustenta a incompetência absoluta do Juizado Especial Federal para processar e julgar o feito, em razão danecessidade de produção de prova pericial. Aduz que para a percepção do adicional de periculosidade é imprescindível aexistência de lauto pericial atestando o exercício de atividades em condições perigosas (arts. 1º, 2º, 4º e 6º do Decreto n.97.458/89). Alega que o recorrido ocupa cargo com atribuições majoritariamente administrativas, motivo por que aparticipação em atividades arriscadas de fiscalização ocorreria de forma esporádica e, por conseguinte, descaracterizaria ahabitualidade e a intermitência exigidas para pagamento do adicional de periculosidade (arts. 61 e 68, da Lei n. 8.112/90;art. 12, da Lei n. 8.270/91; Orientação Normativa SRH/MPOG n. 2/2010; art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho).Aponta violação aos artigos 61, § 1º, II, e 37, da Constituição da República de 1988. Contrarrazões às 182/184.

2. Afasto a preliminar de incompetência absoluta do Juizado Especial Federal para processar e julgar o feito, uma vez que ovalor da causa inferior a sessenta salários mínimos determina a competência dos juizados especiais e eventualnecessidade de realização de perícia não afasta tal competência (ROMS 30170, STJ, Terceira Turma, Rel. Nancy AndriguiData da Publicação 13/10/2010).

3. O adicional de periculosidade, calculado sobre o vencimento do cargo efetivo, é devido ao servidor público federal quetrabalhe com habitualidade em atividades que ponham sua vida em risco, observada a legislação específica (arts. 61, IV, 68e 70, da Lei n. 8.112/90). A Lei n. 8.270/91, em seu art. 12, dispôs que o adicional de periculosidade corresponderia a 10%do vencimento do cargo efetivo do servidor cujas atividades tivessem risco de morte, o que deveria ser aferido de acordocom as normas legais e regulamentares pertinentes aos trabalhadores em geral.

4. A legislação trabalhista prevê que o pagamento do adicional pelo exercício de atividades ou operações perigosas, emobediência à regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego, ocorrerá se demonstrado que a naturezaou os métodos de trabalho utilizados nelas implicarem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhadora “inflamáveis, explosivos ou energia elétrica” e a “roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionaisde segurança pessoal ou patrimonial” (art. 193, I e II, da Consolidação das Leis do Trabalho).

5. No âmbito administrativo federal, a Orientação Normativa SRH/MPOG n. 2/2010 define que a concessão do adicional depericulosidade está atrelada à emissão de laudo técnico que considere a situação individual de trabalho do servidor (arts. 7ºe 8º, §1º), no qual deverá ser avaliado se há exposição a risco de forma habitual, assim considerada “aquela em que oservidor submete-se a circunstâncias ou condições insalubres e perigosas como atribuição legal do seu cargo por temposuperior à metade da jornada de trabalho semanal” (art. 5º, § 3º), ou de modo permanente, entendida como aquela em quea exposição ao risco é “constante, durante toda a jornada laboral e prescrita como principal atividade do servidor” (art. 5º, §4º).

6. Do exame das normas aplicáveis, verifico que o pagamento de adicional de periculosidade será devido se o servidorpúblico federal expõe-se, em razão da natureza, do método ou do ambiente de seu trabalho, à situação de risco àmanutenção de sua vida, provocado por atividades desempenhadas no exercício do cargo, de forma permanente ouhabitual, esta na hipótese em que mais da metade da sua carga horária seja trabalhada em tal condição.

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7. No caso em apreço, o recorrido, lotado na Divisão Técnica da Superintendência do IBAMA no Espírito Santo, ocupa ocargo de analista ambiental, cuja atribuição abrange “o planejamento ambiental, organizacional e estratégico afetos àexecução das políticas nacionais de meio ambiente formuladas no âmbito da União” (art. 4º, da Lei n. 10.410/02).

8. A análise das provas coligidas nos autos não autoriza o provimento do pedido, porque o conteúdo principal dasatribuições do cargo ocupado pelo recorrido não impõe a exposição permanente à situação de risco. Ademais, aparticipação em atividades de fiscalização, com o exercício de poder de polícia, não consubstancia fração superior ametade de sua carga horária, sendo certo que a expectativa de submeter-se à situação de risco de morte – porventurademonstrada pelo porte de arma de fogo – não é suficiente para preenchimento das condições legais para o pagamento doadicional de periculosidade. Precedentes: TRF da 5ª Região, AC 200984000071462 (Segunda Turma, Rel. Des. Fed.Francisco Wildo, DJE 17.02.2011); AC 200984000071450 (Quarta Turma, Rel. Des. Fed. Edílson Nobre, DJE 09.09.2011);AC 200984000071486 (Segunda Turma, Rel. Des. Fed. Élio Wanderley de Siqueira Filho, DJE 29.09.2011). Inteligência doenunciado n. 364, da súmula da jurisprudência do TST (“Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado expostopermanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-sede forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido”).

9. Pelo exposto, conheço o recurso e dou-lhe provimento para julgar improcedentes os pedidos formulados na inicial, nostermos do art. 269, I, do Código de Processo Civil. Sem condenação ao pagamento de custas e honorários advocatícios, deacordo com o art. 55, da Lei n. 9.099/95.

10. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

107 - 0000164-17.2012.4.02.5055/01 (2012.50.55.000164-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x ANDERSON GOMES BARBOSA SANTOS EOUTRO (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.).Processo nº: 0000164-17.2012.4.02.5055/01 (2012.50.55.000164-3/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ANDERSON GOMES BARBOSA SANTOS E OUTROJuízo de Origem: 1ª VF SerraRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO NA DATA DA PRISÃO. BAIXA RENDA.RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face da sentença quejulgou parcialmente procedente o pedido de concessão de auxílio-reclusão. Sustenta, em síntese, que para fazer jus aobenefício, o recluso deve ser considerado segurado de baixa renda, conforme último salário de contribuição, respeitando-seo princípio da legalidade (art. 37, CR/1988) e a obrigatoriedade de prévia existência de fonte de custeio (art. 195, § 5º,CR/1988). Aduz que, se o segurado instituidor estava desempregado no momento da prisão, o salário de contribuição a serconsiderado é o último, ao contrário do que pretendem os recorridos. Pleiteia, assim, a reforma do julgado. Pelaeventualidade, requer a aplicação integral do art. 1º-F, da Lei 9.494/1997 no que se referem aos juros e à correçãomonetária, tendo em vista a ausência de modulação dos efeitos das ADIs 4.357/DF e 4.425/DF. Contrarrazões às fls. 84/91.

2. Sem razão o recorrente. De fato, o entendimento da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência – TNU era nosentido de que, o valor a ser considerado para enquadramento do segurado no conceito de baixa renda para fins depercepção de auxílio-reclusão deveria corresponder ao último salário-de-contribuição efetivamente apurado antes doencarceramento, mesmo tratando-se de segurado desempregado por ocasião do recolhimento à prisão (PEDILEF2007.70.59.003764-7, Relator JUIZ FEDERAL ALCIDES SALDANHA LIMA, DOU 19/12/2011, Seção 1, pág. 733/785).

3. Ao rever a matéria na sessão realizada no último dia 08/10/2014, decidiu a Turma Nacional que o preenchimento dosrequisitos necessários à concessão do benefício de auxílio-reclusão deve considerar a legislação vigente quando seefetivou a prisão. E ainda: o benefício também é devido aos dependentes do segurado que, na data do efetivo recolhimento,

não possuía salário de contribuição – como no caso de desempregado – desde que mantida a qualidade de segurado.

4. Ponderou o redator do voto vencedor, juiz federal João Batista Lazzari que “com efeito, se na data do recolhimento àprisão, o segurado estava desempregado, não há renda a ser considerada, restando atendido, dessa forma, o critério paraaferição da ‘baixa renda’”, concluiu o magistrado (PEDILEF 50002212720124047016).

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5. No mesmo sentido, o também recente precedente do Superior Tribunal de Justiça – STJ. Confira-se:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO OU SEM RENDA. CRITÉRIO ECONÔMICO.MOMENTO DA RECLUSÃO. ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.1. A questão jurídica controvertida consiste em definir o critério de rendimentos ao segurado recluso em situação dedesemprego ou sem renda no momento do recolhimento à prisão. O acórdão recorrido e o INSS defendem que deve serconsiderado o último salário de contribuição, enquanto os recorrentes apontam que a ausência de renda indica oatendimento ao critério econômico.2. À luz dos arts. 201, IV, da Constituição Federal e 80 da Lei 8.213/1991 o benefício auxílio-reclusão consiste na prestaçãopecuniária previdenciária de amparo aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontra em regime de reclusãoprisional.3. O Estado, através do Regime Geral de Previdência Social, no caso, entendeu por bem amparar os que dependem dosegurado preso e definiu como critério para a concessão do benefício a "baixa renda".4. Indubitavelmente que o critério econômico da renda deve ser constatado no momento da reclusão, pois nele é que osdependentes sofrem o baque da perda do seu provedor.5. O art. 80 da Lei 8.213/1991 expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o segurado recolhido à prisão "nãoreceber remuneração da empresa".6. Da mesma forma o § 1º do art. 116 do Decreto 3.048/1999 estipula que "é devido auxílio-reclusão aos dependentes dosegurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida aqualidade de segurado", o que regula a situação fática ora deduzida, de forma que a ausência de renda deve serconsiderada para o segurado que está em período de graça pela falta do exercício de atividade remunerada abrangida pelaPrevidência Social." (art. 15, II, da Lei 8.213/1991).7. Aliada a esses argumentos por si sós suficientes ao provimento dos Recursos Especiais, a jurisprudência do STJassentou posição de que os requisitos para a concessão do benefício devem ser verificados no momento do recolhimento àprisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Nesse sentido: AgRg no REsp 831.251/RS, Rel. Ministro CelsoLimongi (Desembargador convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 23.5.2011; REsp 760.767/SC, Rel. Ministro Gilson Dipp,Quinta Turma, DJ 24.10.2005, p. 377; e REsp 395.816/SP, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Sexta Turma, DJ 2.9.2002, p.260.8. Recursos Especiais providos. (REsp 1480461/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em23/09/2014, DJe 10/10/2014)6. In casu, considerando que o segurado encontrava-se desempregado quando foi preso, a dizer 10/05/2011 – fl. 47,acha-se preenchido o requisito da “baixa renda”.7. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.8. Oportuno registrar, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça, que a decisão do STFno sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-seapenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério de cálculo de juros. Nessesentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla doórgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

9. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

10. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

11. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

12. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

13. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

14. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/1996. Deixo de condenar orecorrente vencido em honorários, nos termos da Súmula nº 421, do Superior Tribunal de Justiça: “os honoráriosadvocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual

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pertença”.

A C Ó R D Ã O

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DORECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

108 - 0000490-74.2012.4.02.5055/01 (2012.50.55.000490-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOSÉ GHILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.) x CAIO ARAÚJO WILLI(ADVOGADO: ES006571 - JULIO CESAR TOREZANI, ES005691 - DIENE ALMEIDA LIMA.).Processo nº: 0000490-74.2012.4.02.5055/01 (2012.50.55.000490-5/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: CAIO ARAÚJO WILLIJuízo de Origem: 1ª VF SerraRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO NA DATA DA PRISÃO. BAIXA RENDA.RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face da sentença quejulgou parcialmente procedente o pedido de concessão de auxílio-reclusão. Sustenta, em síntese, que para fazer jus aobenefício, o recluso deve ser considerado segurado de baixa renda, conforme último salário de contribuição, respeitando-seo princípio da legalidade (art. 37, CR/1988) e a obrigatoriedade de prévia existência de fonte de custeio (art. 195, § 5º,CR/1988). Aduz que, se o segurado instituidor estava desempregado no momento da prisão, o salário de contribuição a serconsiderado é o último. Pretende assim, a reforma do julgado. Contrarrazões às fls. 78/81.

2. Sem razão o recorrente. De fato, o entendimento da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência – TNU era nosentido de que, o valor a ser considerado para enquadramento do segurado no conceito de baixa renda para fins depercepção de auxílio-reclusão deveria corresponder ao último salário-de-contribuição efetivamente apurado antes doencarceramento, mesmo tratando-se de segurado desempregado por ocasião do recolhimento à prisão (PEDILEF2007.70.59.003764-7, Relator JUIZ FEDERAL ALCIDES SALDANHA LIMA, DOU 19/12/2011, Seção 1, pág. 733/785).

3. Ao rever a matéria na sessão realizada no último dia 08/10/2014, decidiu a Turma Nacional que o preenchimento dosrequisitos necessários à concessão do benefício de auxílio-reclusão deve considerar a legislação vigente quando seefetivou a prisão. E ainda: o benefício também é devido aos dependentes do segurado que, na data do efetivo recolhimento,

não possuía salário de contribuição – como no caso de desempregado – desde que mantida a qualidade de segurado.

4. Ponderou o redator do voto vencedor, juiz federal João Batista Lazzari que “com efeito, se na data do recolhimento àprisão, o segurado estava desempregado, não há renda a ser considerada, restando atendido, dessa forma, o critério paraaferição da ‘baixa renda’”, concluiu o magistrado (PEDILEF 50002212720124047016).

5. No mesmo sentido, o também recente precedente do Superior Tribunal de Justiça – STJ. Confira-se:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO OU SEM RENDA. CRITÉRIO ECONÔMICO.MOMENTO DA RECLUSÃO. ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.1. A questão jurídica controvertida consiste em definir o critério de rendimentos ao segurado recluso em situação dedesemprego ou sem renda no momento do recolhimento à prisão. O acórdão recorrido e o INSS defendem que deve serconsiderado o último salário de contribuição, enquanto os recorrentes apontam que a ausência de renda indica oatendimento ao critério econômico.2. À luz dos arts. 201, IV, da Constituição Federal e 80 da Lei 8.213/1991 o benefício auxílio-reclusão consiste na prestaçãopecuniária previdenciária de amparo aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontra em regime de reclusãoprisional.3. O Estado, através do Regime Geral de Previdência Social, no caso, entendeu por bem amparar os que dependem dosegurado preso e definiu como critério para a concessão do benefício a "baixa renda".4. Indubitavelmente que o critério econômico da renda deve ser constatado no momento da reclusão, pois nele é que osdependentes sofrem o baque da perda do seu provedor.5. O art. 80 da Lei 8.213/1991 expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o segurado recolhido à prisão "nãoreceber remuneração da empresa".6. Da mesma forma o § 1º do art. 116 do Decreto 3.048/1999 estipula que "é devido auxílio-reclusão aos dependentes dosegurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a

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qualidade de segurado", o que regula a situação fática ora deduzida, de forma que a ausência de renda deve serconsiderada para o segurado que está em período de graça pela falta do exercício de atividade remunerada abrangida pelaPrevidência Social." (art. 15, II, da Lei 8.213/1991).7. Aliada a esses argumentos por si sós suficientes ao provimento dos Recursos Especiais, a jurisprudência do STJassentou posição de que os requisitos para a concessão do benefício devem ser verificados no momento do recolhimento àprisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Nesse sentido: AgRg no REsp 831.251/RS, Rel. Ministro CelsoLimongi (Desembargador convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 23.5.2011; REsp 760.767/SC, Rel. Ministro Gilson Dipp,Quinta Turma, DJ 24.10.2005, p. 377; e REsp 395.816/SP, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Sexta Turma, DJ 2.9.2002, p.260.8. Recursos Especiais providos. (REsp 1480461/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em23/09/2014, DJe 10/10/2014)6. In casu, considerando que o segurado encontrava-se desempregado quando foi preso, a dizer 18/4/2011 – fl. 15, acha-sepreenchido o requisito da “baixa renda”.7. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.8. Oportuno registrar, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça, que a decisão do STFno sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-seapenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério de cálculo de juros. Nessesentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla doórgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

9. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

10. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

11. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

12. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

13. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

14. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996.Honorários advocatícios devidos pelo recorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (55,segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 e art. 1º da Lei nº 10.259/2001).

A C Ó R D Ã O

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DORECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

109 - 0004600-34.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.004600-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) NICKOLE PRADO FARIA(DEF.PUB: RICARDO FIGUEIREDO GIORI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.Processo nº: 0004600-34.2012.4.02.5050/01 (2012.50.50.004600-0/01)Recorrente: NICKOLE PRADO FARIARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

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VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO NA DATA DA PRISÃO. BAIXA RENDA.RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou improcedente o pedido deconcessão de auxílio-reclusão. Sustenta, em síntese, que o conceito constitucional de “baixa renda” foi interpretadoisoladamente, tomando-se por base somente o valor-limite-absoluto previsto naquela Portaria, sem levar em consideração asituação de desemprego existente à época da reclusão. Assevera que na data da prisão, a renda familiar era nula, hajavista que o segurado encontrava-se desempregado. Aduz que, interpretação distinta, revela-se desprovida de razoabilidadee proporcionalidade. Pretende, assim, a reforma total do julgado. Sem contrarrazões.

2. O entendimento da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência – TNU era no sentido de que, o valor a serconsiderado para enquadramento do segurado no conceito de baixa renda para fins de percepção de auxílio-reclusãodeveria corresponder ao último salário-de-contribuição efetivamente apurado antes do encarceramento, mesmo tratando-sede segurado desempregado por ocasião do recolhimento à prisão (PEDILEF 2007.70.59.003764-7, Relator JUIZ FEDERALALCIDES SALDANHA LIMA, DOU 19/12/2011, Seção 1, pág. 733/785).

3. Ao rever a matéria na sessão realizada no último dia 08/10/2014, decidiu a Turma Nacional que o preenchimento dosrequisitos necessários à concessão do benefício de auxílio-reclusão deve considerar a legislação vigente quando seefetivou a prisão. E ainda: o benefício também é devido aos dependentes do segurado que, na data do efetivo recolhimento,

não possuía salário de contribuição – como no caso de desempregado – desde que mantida a qualidade de segurado.

4. Ponderou o redator do voto vencedor, juiz federal João Batista Lazzari que “com efeito, se na data do recolhimento àprisão, o segurado estava desempregado, não há renda a ser considerada, restando atendido, dessa forma, o critério paraaferição da ‘baixa renda’”, concluiu o magistrado (PEDILEF 50002212720124047016).

5. No mesmo sentido, o também recente precedente do Superior Tribunal de Justiça – STJ. Confira-se:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO OU SEM RENDA. CRITÉRIO ECONÔMICO.MOMENTO DA RECLUSÃO. ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.1. A questão jurídica controvertida consiste em definir o critério de rendimentos ao segurado recluso em situação dedesemprego ou sem renda no momento do recolhimento à prisão. O acórdão recorrido e o INSS defendem que deve serconsiderado o último salário de contribuição, enquanto os recorrentes apontam que a ausência de renda indica oatendimento ao critério econômico.2. À luz dos arts. 201, IV, da Constituição Federal e 80 da Lei 8.213/1991 o benefício auxílio-reclusão consiste na prestaçãopecuniária previdenciária de amparo aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontra em regime de reclusãoprisional.3. O Estado, através do Regime Geral de Previdência Social, no caso, entendeu por bem amparar os que dependem dosegurado preso e definiu como critério para a concessão do benefício a "baixa renda".4. Indubitavelmente que o critério econômico da renda deve ser constatado no momento da reclusão, pois nele é que osdependentes sofrem o baque da perda do seu provedor.5. O art. 80 da Lei 8.213/1991 expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o segurado recolhido à prisão "nãoreceber remuneração da empresa".6. Da mesma forma o § 1º do art. 116 do Decreto 3.048/1999 estipula que "é devido auxílio-reclusão aos dependentes dosegurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida aqualidade de segurado", o que regula a situação fática ora deduzida, de forma que a ausência de renda deve serconsiderada para o segurado que está em período de graça pela falta do exercício de atividade remunerada abrangida pelaPrevidência Social." (art. 15, II, da Lei 8.213/1991).7. Aliada a esses argumentos por si sós suficientes ao provimento dos Recursos Especiais, a jurisprudência do STJassentou posição de que os requisitos para a concessão do benefício devem ser verificados no momento do recolhimento àprisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Nesse sentido: AgRg no REsp 831.251/RS, Rel. Ministro CelsoLimongi (Desembargador convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 23.5.2011; REsp 760.767/SC, Rel. Ministro Gilson Dipp,Quinta Turma, DJ 24.10.2005, p. 377; e REsp 395.816/SP, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Sexta Turma, DJ 2.9.2002, p.260.8. Recursos Especiais providos. (REsp 1480461/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em23/09/2014, DJe 10/10/2014)6. In casu, considerando que o segurado encontrava-se desempregado quando foi preso, a dizer 09/09/2010 – fl. 22,acha-se preenchido o requisito da “baixa renda”.7. Merece reparo, portanto, a sentença recorrida.8. Oportuno registrar, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça, que a decisão do STFno sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-seapenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério de cálculo de juros. Nessesentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla doórgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

9. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.

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41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

10. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

11. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

12. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que estejaproduzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

13. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

14. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para conceder o benefício de auxílio-reclusão em favor darecorrente, filha do segurado recluso, desde a data do requerimento administrativo – 31/10/2011 (fl. 37).15. As parcelas vencidas deverão ser acrescidas de juros de mora, calculados com base no índice oficial de remuneraçãobásica dos juros aplicados à caderneta de poupança, mutatis mutandis (REsp. nº 1.270.439 – PR, Rel. Min. Castro Meira) ecorreção monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), na forma do art. 41-A, caput, da Lei nº8.213/1991.16. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, nos termos do art. 55 da Lei nº 9.099/1995 conjugado com o art.1º da Lei nº 10.259/2001.A C Ó R D Ã O

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DORECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

110 - 0001014-11.2011.4.02.5054/01 (2011.50.54.001014-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x LIVIA RIBEIRO MELGAÇO (ADVOGADO:ES008615 - CARLOS CEZAR DOS SANTOS.).Processo nº: 0001014-11.2011.4.02.5054/01 (2011.50.54.001014-0/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: LIVIA RIBEIRO MELGAÇOJuízo de Origem: 1ª VF ColatinaRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO NA DATA DA PRISÃO. BAIXA RENDA.RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face da sentença quejulgou procedente o pedido de concessão de auxílio-reclusão. Sustenta, em síntese, que a recorrida não faz jus aobenefício, eis que, nos termos da Emenda Constitucional nº 20/1998, seu pai não era considerado segurado de baixa renda.Aduz que, se o segurado instituidor estava desempregado no momento da prisão, o regulamento determina que deve serconsiderado, para fins de enquadramento no conceito de baixa renda, o último salário de contribuição. Pretende assim, areforma do julgado. Contrarrazões às fls. 63/69.

2. Sem razão o recorrente. De fato, o entendimento da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência – TNU era nosentido de que, o valor a ser considerado para enquadramento do segurado no conceito de baixa renda para fins depercepção de auxílio-reclusão deveria corresponder ao último salário-de-contribuição efetivamente apurado antes do

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encarceramento, mesmo tratando-se de segurado desempregado por ocasião do recolhimento à prisão (PEDILEF2007.70.59.003764-7, Relator JUIZ FEDERAL ALCIDES SALDANHA LIMA, DOU 19/12/2011, Seção 1, pág. 733/785).

3. Ao rever a matéria na sessão realizada no último dia 08/10/2014, decidiu a Turma Nacional que o preenchimento dosrequisitos necessários à concessão do benefício de auxílio-reclusão deve considerar a legislação vigente quando seefetivou a prisão. E ainda: o benefício também é devido aos dependentes do segurado que, na data do efetivo recolhimento,

não possuía salário de contribuição – como no caso de desempregado – desde que mantida a qualidade de segurado.

4. Ponderou o redator do voto vencedor, juiz federal João Batista Lazzari que “com efeito, se na data do recolhimento àprisão, o segurado estava desempregado, não há renda a ser considerada, restando atendido, dessa forma, o critério paraaferição da ‘baixa renda’”, concluiu o magistrado (PEDILEF 50002212720124047016).

5. No mesmo sentido, o também recente precedente do Superior Tribunal de Justiça – STJ. Confira-se:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SEGURADO DESEMPREGADO OU SEM RENDA. CRITÉRIO ECONÔMICO.MOMENTO DA RECLUSÃO. ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.1. A questão jurídica controvertida consiste em definir o critério de rendimentos ao segurado recluso em situação dedesemprego ou sem renda no momento do recolhimento à prisão. O acórdão recorrido e o INSS defendem que deve serconsiderado o último salário de contribuição, enquanto os recorrentes apontam que a ausência de renda indica oatendimento ao critério econômico.2. À luz dos arts. 201, IV, da Constituição Federal e 80 da Lei 8.213/1991 o benefício auxílio-reclusão consiste na prestaçãopecuniária previdenciária de amparo aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontra em regime de reclusãoprisional.3. O Estado, através do Regime Geral de Previdência Social, no caso, entendeu por bem amparar os que dependem dosegurado preso e definiu como critério para a concessão do benefício a "baixa renda".4. Indubitavelmente que o critério econômico da renda deve ser constatado no momento da reclusão, pois nele é que osdependentes sofrem o baque da perda do seu provedor.5. O art. 80 da Lei 8.213/1991 expressa que o auxílio-reclusão será devido quando o segurado recolhido à prisão "nãoreceber remuneração da empresa".6. Da mesma forma o § 1º do art. 116 do Decreto 3.048/1999 estipula que "é devido auxílio-reclusão aos dependentes dosegurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida aqualidade de segurado", o que regula a situação fática ora deduzida, de forma que a ausência de renda deve serconsiderada para o segurado que está em período de graça pela falta do exercício de atividade remunerada abrangida pelaPrevidência Social." (art. 15, II, da Lei 8.213/1991).7. Aliada a esses argumentos por si sós suficientes ao provimento dos Recursos Especiais, a jurisprudência do STJassentou posição de que os requisitos para a concessão do benefício devem ser verificados no momento do recolhimento àprisão, em observância ao princípio tempus regit actum. Nesse sentido: AgRg no REsp 831.251/RS, Rel. Ministro CelsoLimongi (Desembargador convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe 23.5.2011; REsp 760.767/SC, Rel. Ministro Gilson Dipp,Quinta Turma, DJ 24.10.2005, p. 377; e REsp 395.816/SP, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Sexta Turma, DJ 2.9.2002, p.260.8. Recursos Especiais providos. (REsp 1480461/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em23/09/2014, DJe 10/10/2014)6. In casu, considerando que o segurado encontrava-se desempregado quando foi preso, a dizer 30/07/2010 – fl. 11,acha-se preenchido o requisito da “baixa renda”.7. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.8. Oportuno registrar, de acordo com a jurisprudência mais recente do Superior Tribunal de Justiça, que a decisão do STFno sentido da declaração parcial de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 5º da Lei nº 11.960/2009, referiu-seapenas e tão-somente ao critério de correção monetária ali especificado, mantidos o critério de cálculo de juros. Nessesentido: AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 1263644 Relator(a) SÉRGIO KUKINA Sigla doórgão STJ Órgão julgador PRIMEIRA TURMA Fonte DJE DATA:18/10/2013.

9. No caso de benefício previdenciário, o entendimento da jurisprudência que perfilho foi no sentido da aplicação do art.41-A da Lei nº 8.213/91, aplicando-se o INPC na correção monetária dos valores atrasados, mantendo-se, todavia, o critériode cálculo de juros conforme precedente acima citado.

10. No caso das demais condenações impostas à Fazenda Pública, inclusive na hipótese de concessão de benefício denatureza assistencial, exceção feita à matéria tributária, é de se aplicar o IPCA (AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NORECURSO ESPECIAL – 1398307 Relator(a) HUMBERTO MARTINS Sigla do órgão STJ Órgão julgador SEGUNDATURMA Fonte DJE DATA:25/10/2013).

11. Não pode ser acolhida a tese que vem sendo defendida pela Fazenda Pública, acerca da imposição da aplicaçãointegral da Lei nº 11.960/09, seja por conta da não publicação da decisão do STF nas ADIs nº 4.357/DF e 4.425/DF; sejapor conta da pendência da modulação dos seus efeitos; seja tampouco por conta da decisão cautelar proferida peloEminente Min. Luiz Fux nos autos da primeira das ADIs acima referidas.

12. Isto porque a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 11.960/09 se deu por arrastamento, no bojo de ação diretacujo objeto era o questionamento da constitucionalidade dos critérios de correção monetária dos precatórios nos termosestabelecidos pela EC nº 62/09. Além do mais, o fato de a questão estar sendo debatida no âmbito do STF, sem que esteja

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produzindo efeitos alguma decisão com eficácia vinculante, não impede que as instâncias ordinárias exerçam o controledifuso de constitucionalidade, nos casos concretos que lhes forem submetidos à apreciação, utilizando-se para tanto dosmesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade no âmbito do controle concentrado e abstrato.

13. A decisão prolatada pelo Eminente Min. Luiz Fux nos autos da ADI nº 4.357/DF não determina a aplicação integral daLei nº 11.960/09 a todas as ações em que haja condenação da Fazenda Pública. Em verdade, trata-se de decisão prolatadacom vistas a solucionar o problema específico dos precatórios pendentes de pagamento no âmbito dos tribunais pátrios.Neste sentido, manifestaram-se os Ministros Roberto Barroso (Rcl 17.012) e Marco Aurélio (Rcl 16.982 e Rcl 17.200).

14. Resta prequestionado, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, o dispositivo constitucional elencado pelorecorrente.

15. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996.Honorários advocatícios devidos pelo recorrente, correspondentes a 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (55,segunda parte, da Lei nº 9.099/1995 e art. 1º da Lei nº 10.259/2001).

A C Ó R D Ã O

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DORECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

111 - 0002009-04.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002009-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x MARCELE DOS SANTOS GONÇALVESNUNES (ADVOGADO: ES004976 - ARLETE AUGUSTA THOMAZ DE OLIVEIRA, ES004142 - JOSE IRINEU DEOLIVEIRA.).Processo nº: 0002009-04.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002009-3/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: MARCELE DOS SANTOS GONÇALVES NUNESJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. REQUERIMENTO INSTRUÍDO COM A CTPS DO SEGURADO. AUSENCIA DEREGISTRO DO VÍNCULO NO CNIS. DÚVIDA SOBRE A SUA EFETIVA EXISTÊNCIA. DEFERIMENTO DO BENEFÍCIOAPENAS COM A JUNTADA DE OUTROS DOCUMENTOS. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA ANOTAÇÃO EM CTPS.ÔNUS DA APURAÇÃO. INSS. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANTIDA.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que o condenou ao pagamentos dos valoresatrasados a título de auxílio reclusão desde a entrada do primeiro requerimento administrativo. Autora apresentourequerimento administrativo referente ao NB nº 144.297.134-4 em 03/07/2007, tendo sido exigida pelo INSS naquelaocasião a apresentação de GFIP com autenticação mecânica, relação de empregados ou exame admissional, a fim decomprovar o vínculo, tendo em vista que este não constava do CNIS. A recorrida, prossegue o INSS, não apresentou outrosdocumentos, razão pela qual o benefício foi indeferido. Então em 30/06/2009 a dependente do segurado formulou novorequerimento administrativo (NB nº 149.460.706-6), desta vez apresentando o TRCT, além da CTPS, ocasião em que obenefício foi deferido, com data de início de acordo com o segundo requerimento administrativo. A controvérsia, portanto,recai sobre a DIB do benefício. Enquanto a autora entende que deve corresponder a 03/07/2007, o INSS entende que deveser na data do segundo requerimento em 30/06/2009. A sentença guerreada julgou procedente o pedido, em síntese, combase no argumento segundo o qual o vínculo estava devidamente cadastrado no CNIS. Por outro lado, afirma a sentença,ainda que o vínculo não constasse do CNIS, caberia ao INSS adotar as diligências que entendesse cabíveis para a suaconfirmação, e não atribuir tal ônus ao interessado na obtenção do benefício, em razão da presunção relativa de veracidadeda anotação feita em CTPS. O INSS, em seu recurso, afirma que caberia ao interessado fazer a prova do vínculo medianteo atendimento às exigências formuladas pela agência responsável pela concessão do benefício previdenciário, tendo emvista o disposto no art. 29-A, caput e §§ 2º, 3º e 5º, e art. 55 da Lei nº 8.213/91; nos §§ 2º e 3º do art. 19 do Decreto nº3.048/99; bem como o disposto no art. 927 do Código Civil.2. Analisando o caso dos autos, afigura-se oportuno registrar que a presunção de veracidade da anotação feita em CTPS,embora relativa, tem justamente o condão de distribuir o ônus da prova acerca da existência do vínculo, tanto em processojudicial quanto em processo administrativo. Assim, se a autarquia previdenciária duvida da existência do vínculo de trabalhoem razão da ausência de registro no CNIS, a dúvida, embora razoável, deve ser dirimida primeiramente por diligência acargo do próprio INSS e, somente quando infrutífera, mediante a exigência de apresentação de outros documentos pelopretenso beneficiário.3. No caso concreto é relevante observar que os documentos exigidos pelo INSS em julho e agosto de 2007, quais sejam,

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GFIP com autenticação mecânica, relação de empregados ou exame admissional, são documentos que via de regra ficamem poder do empregador, sendo portanto muito mais adequado e lógico que a exigência seja feita junto ao empregador enão ao dependente do segurado recluso.4. O INSS dispõe de diversos meios para aferir a regularidade e a veracidade de um vínculo laboral, não podendo se limitara dizer que não implantou o benefício, em atenção ao requerimento formulado oportunamente, apenas porque o beneficiárionão apresentou outros documentos que o INSS considera necessários para a prova do vínculo.5. As disposições constantes dos arts. 29-A, caput e §§ 2º, 3º e 5º, e art. 55 da Lei nº 8.213/91 cuidam da utilização doCadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, bem como da prova do tempo de serviço para fins previdenciários, nãoimpondo ao segurado ou a seus dependentes nenhum ônus específico de comprovar a veracidade da informação constantede contrato de trabalho devida e regulamente anotado em CTPS.6. Assim, não havendo nenhuma imposição legal no sentido de que incumbe ao segurado ou a seus dependentes o ônusde comprovar a veracidade de anotação em CTPS, a presunção a ela inerente faz com que o ônus de provar a inexistênciado vínculo recaia sobre quem não o reconheça.7. Recurso conhecido e desprovido. Réu isento de custas. Condenação do INSS em honorários fixados em 10% sobre ovalor da condenação.8. É como voto.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

112 - 0003705-39.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.003705-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.) x ROBERT DA SILVA COELHO(DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.).Processo nº: 0003705-39.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.003705-1/01)Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido: ROBERT DA SILVA COELHOJuízo de Origem: 3º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. BAIXA RENDA DO SEGURADO. HORAS EXTRAS NÃO SÃOCONSIDERADAS NO ÚLTIMO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em face da sentença quejulgou procedente o pedido de concessão de auxílio-reclusão. Sustenta, em síntese, que o regulamento determina que deveser considerado, para fins de enquadramento do segurado no conceito de baixa renda, o último salário de contribuição.Assevera que não é possível admitir a exclusão do salário do valor referente às horas extras, pois referida parcela temnatureza salarial. Pretende, assim, a reforma da sentença, para julgar improcedente o pedido deduzido na inicial.Contrarrazões às fls. 56/65.

2. Segue a sentença prolatada pelo Juízo a quo:“Trata-se de demanda visando à concessão de auxílio-reclusão.O auxílio-reclusão é benefício previdenciário devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão. O art. 201, IV, daConstituição Federal, com a redação determinada pela Emenda Constitucional nº 20/1998, prevê a concessão doauxílio-reclusão apenas “para os dependentes dos segurados de baixa renda”.A questão que perdurou durante anos reside em saber qual renda deve ser levada em conta para se aferir o direito aobenefício: a renda do próprio segurado preso, ou a renda dos dependentes? Alguns defendiam que o requisito da “baixarenda” se referia ao segurado. Era o que previa o art. 116 do regulamento aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. Outrossustentavam que a “baixa renda” deveria ser analisada em relação aos dependentes, uma vez que o benefício seria a elesdestinado. A questão foi finalmente resolvida peloSupremo Tribunal Federal no julgamento dos REs 587.365 e 486.413, nosentido de que o requisito da “baixa renda” deve ser aferido com base na renda do segurado. Eis a ementa do julgado:“PREVIDENCIÁRIO. CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. ART. 201, IV, DACONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. LIMITAÇÃO DO UNIVERSO DOS CONTEMPLADOS PELO AUXÍLIORECLUSÃO.BENEFÍCIO RESTRITO AOS SEGURADOS PRESOS DE BAIXA RENDA. RESTRIÇÃO INTRODUZIDA PELA EC 20/1998.SELETIVIDADE FUNDADA NA RENDA DO SEGURADO PRESO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. I – Segundodecorre do art. 201, IV, da Constituição, a renda do segurado preso é que a deve ser utilizada como parâmetro para aconcessão do benefício e não a de seus dependentes. II – Tal compreensão se extrai da redação dada ao referidodispositivo pela EC 20/1998, que restringiu o universo daqueles alcançados pelo auxílio-reclusão, a qual adotou o critério daseletividade para apurar a efetiva necessidade dos beneficiários. III – Diante disso, o art. 116 do Decreto 3.048/1999 nãopadece do vício da inconstitucionalidade. IV - Recurso extraordinário conhecido e provido.” (RE 587365, Rel. Min.RICARDO LEWANDOWSKI, DJE 8/5/2009)

O art. 13 da Emenda Constitucional nº 20, responsável por modificar a redação do inciso IV do art. 201 da ConstituiçãoFederal e passar a restringir a concessão do auxílio-reclusão apenas ao segurado de baixa renda, elegeu como parâmetroobjetivo de baixa renda o valor da renda bruta mensal do segurado:

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“Art. 13 - Até que a lei discipline o acesso ao salário-família e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seusdependentes, esses benefícios serão concedidos apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aosbenefícios do regime geral de previdência social.”O último salário-de-contribuição do segurado recluso, referente à competência março/2010, correspondeu a R$ 856,98 (fl.18). Esse foi o valor considerado pelo réu (fl. 25). Naquela época, o valor máximo do salário-de-contribuição do segurado debaixa de renda era fixado em R$ 810,18, conforme Portaria MPS/MF nº 333 de 29/6/2010.Assim, o INSS alega que a remuneração bruta auferida pelo segurado ultrapassava o limite máximo vigente. Não obstante,verifico que grande parte do montante referente à remuneração bruta era composto por verba referente a pagamento dehora extra, no valor de R$ 170,03 (fl. 18). Ocorre que o valor referente a pagamento de horas extraordinárias não deve sercomputado para fins de aferição do último salário-de-contribuição. Nesse sentido, transcrevo os seguintes arestos:PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO RECLUSÃO. REQUISITOS LEGAIS. LEI Nº 8.213/91. EC Nº 20/98. DECRETO Nº 3.048/99.CRITÉRIO OBJETIVO DA RENDA DO SEGURADO SEGREGADO. RENDA MENSAL BRUTA EQUIPARADA ASALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO. ÚLTIMO SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO COMO PARÂMETRO. RELATIVIZAÇÃO.ENQUADRAMENTO NO LIMITE LEGAL. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. POSSIBILIDADE DE EXCLUSÃODE VERBAS DE NATUREZA EXTRAORDINÁRIA. I – Para a concessão do auxílio reclusão, nos termos do art. 80, da Leinº 8.213/91, exige-se a comprovação do efetivo recolhimento à prisão do segurado, da condição de dependente de quemobjetiva o benefício, bem como da qualidade de segurado do segregado e desde que este não esteja em gozo deauxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. Com o advento da EC nº 20/98, a concessão dobenefício restou, ademais, limitada aos segurados de baixa renda. II – O limite imposto pela EC nº 20/98 e pelo Decreto nº3.048/99, consoante entendimento da Suprema Corte – RE 587365/SC –, está ligado à renda do segurado preso. Ressalvado entendimento do Relator. III – O conceito de renda mensal bruta - expressão utilizada no art. 13, da EC nº 20/98 - foiequiparado ao de salário-decontribuição pelo artigo 116, do Decreto nº 3.048/99. IV – Se o valor do últimosalário-de-contribuição, circunstancialmente, ultrapassar o limite legal estabelecido para a concessão do auxílio reclusão emvirtude do recebimento de verbas de caráter extraordinário – exemplo: horas extras –, ou não espelhar a média registradano período imediatamente precedente, podem os valores referentes a essas verbas serem excluídas para fins de aferiçãodo preenchimento do requisito de segurado de baixa renda. Precedente do TRF-4ª Região. V – Recurso a que se dáprovimento. (AC 200351040030506, Desembargador Federal MARCELLO FERREIRA DE SOUZA GRANADO, TRF2 -PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, 27/07/2010)PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. CRITÉRIO OBJETIVO DA RENDA DO SEGURADO RECLUSO. EMENDACONSTITUCIONAL N.º 20/98. CONCEITO DE RENDA BRUTA MENSAL. REGULAMENTAÇÃO. DECRETO N.º 3.048/99.DEFINIÇÃO DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO RECLUSO COMO PARÂMETRO. ENQUADRAMENTONO LIMITE LEGAL. RELATIVIZAÇÃO. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. CONSIDERAÇÃO. VERBAS DENATUREZA EXTRAORDINÁRIA. POSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO. TERMO A QUO E FINAL. CONSECTÁRIOS.ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. MANUTENÇÃO. 1. O auxílio-reclusão é devido nas mesmas condições da pensão por morte.Isto significa que, naquilo em que aplicáveis, as disposições que regem esta última (artigos 74 a 79 da Lei nº 8213/91)estendem-se àquele. 2. A renda mensal bruta prevista na Emenda Constitucional nº 20/98, definida como parâmetro docritério objetivo da renda do segurado recluso para concessão do auxílio-reclusão, está regulamentada no Decreto nº3.048/99 como sendo o seu último salário-de-contribuição. 3. Possibilidade de exclusão de verbas de caráter extraordinário,a exemplo o recebimento de horas extras em valor considerável, que elevam circunstancialmente o últimosalário-de-contribuição do segurado, ultrapassando o limite legal e frustrando o direito dos seus dependentes injustamente,notadamente quando verificada a existência de média inferior em período imediatamente precedente. 4. Preenchidos osrequisitos legais, defere-se o benefício de auxílio-reclusão previsto no artigo 80 da Lei nº 8.213/91, a contar da data dorequerimento administrativo (07/03/2008). 5. O termo final do auxílioreclusão não deve ser vinculado exclusivamente à datada liberdade do segurado instituidor do amparo, devendo ser pago, isto sim, até que ele tenha condições de exercertrabalho remunerado fora do sistema prisional, o que pode ocorrer também quando a execução da pena for realizada emregime prisional aberto ou o segurado estiver em livramento condicional. (Inteligência do § 5º do artigo 116 do Decreto nº3.048/99). 6. Explicite-se quanto à atualização monetária, a qual deverá ser feita, conforme fundamentação a seguir. 7. Aatualização monetária das parcelas vencidas, incidindo a contar do vencimento de cada uma, deve ser calculada pelosíndices oficiais, e jurisprudencialmente aceitos, quais sejam: ORTN (10-1964 a 02-1986, Lei nº 4.257/64), OTN (03-1986 a01-1989, Decreto- Lei nº 2.284/86, de 03-1986 a 01- 1989), BTN (02-1989 a 02-1991, Lei nº 7.777/89), INPC (03-1991 a12-1992, Lei nº 8.213/91), IRSM (01- 1993 a 02-1994, Lei nº 8.542/92), URV (03 a 06-1994, Lei nº 8.880/94), IPC-r (07-1994a 06-1995, Lei nº 8.880/94), INPC (07-1995 a 04-1996, MP nº 1.053/95), IGP-DI (05-1996 a 03-2006, artigo 10 da Lei nº9.711/98, combinado com o artigo 20, §§ 5º e 6.º, da Lei n.º 8.880/94) e INPC (04-2006 a 06-2009, conforme o artigo 31 daLei n.º 10.741/03, combinado com a Lei n.º 11.430/06, precedida da MP n.º 316, de 11-08- 2006, que acrescentou o artigo41-A à Lei n.º 8.213/91, e REsp. n.º 1.103.122/PR). Nesses períodos, os juros de mora devem ser fixados à taxa de 1% aomês, a contar da citação, com base no art. 3º do Decreto-Lei nº 2.322/87, aplicável analogicamente aos benefícios pagoscom atraso, tendo em vista o seu caráter eminentemente alimentar, consoante firme entendimento consagrado najurisprudência do STJ e na Súmula 75 deste Tribunal. 8. Juros moratórios mantidos, à míngua de recurso. 9. Se osrequisitos contidos no art. 273 do CPC foram preenchidos no presente caso, deve ser mantida a tutela antecipatóriaconcedida na sentença. 10. Apelação improvida. (AC 200972990011183, FERNANDO QUADROS DA SILVA, TRF4 –QUINTA TURMA, 22/02/2010)AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA ANTECIPADA. AUXÍLIO-RECLUSÃO.PREENCHIMENTO DOS PRESSUPOSTOS. 1. No âmbito do STF, já se firmou entendimento, por meio da Súmula nº 729,de que "A decisão na ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária". 2. Não obstante oSupremo Tribunal Federal ter firmado entendimento no sentido de que deve ser observado o limite de renda fixadoadministrativamente, bem como de que a renda a ser considerada para fins de concessão do auxílio-reclusão é a dosegurado preso e não de seus dependentes, tal critério exige o exame subjetivo de cada caso, devendo ser analisadas as

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condições sócio-econômicas do segurado, tais como sazonalidade do serviço, horas extras eventuais, outros rendimentosocasionais e eventual desemprego. 3. Nesse sentido, compulsando os documentos constantes dos autos, verifica-se que aúltima remuneração do segurado refere-se ao mês de janeiro de 2012, sendo que, quando do seu recolhimento à prisão em26/09/2012, estava desempregado, portanto, não auferiu renda, não se podendo considerar para fins de concessão dobenefício salário-de-contribuição anterior à data do encarceramento. 4. Agravo a que se nega provimento. (AI00044215720134030000, DESEMBARGADOR FEDERAL WALTER DO AMARAL, TRF3 - DÉCIMA TURMA, e-DJF3Judicial 1 DATA:24/07/2013 ..FONTE_REPUBLICACAO:.)

Assim, no caso concreto, excluído o valor referente a pagamento de horas extras, o último salário-de-contribuição auferidopelo segurado não superava o limite máximo vigente. Por isso, o autor tem direito ao auxílio-reclusão. Cabe antecipar osefeitos da tutela. O risco de dano de difícil reparação é imanente ao caráter alimentar das prestações previdenciárias. Osustento do autor depende do imediato pagamento das prestações vincendas.DispositivoJulgo procedente o pedido para condenar o réu a conceder ao autor o auxílio-reclusão, com DIB em 22/3/2010, data daprisão do segurado. Aplicam-se juros de mora a partir da citação. Os juros moratórios devem ser calculados com base nomesmo índice oficial aplicável à caderneta de poupança, nos termos do art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação da Lei11.960/09 (atualmente, 0,5% ao mês). A correção monetária deve ser calculada com base no INPC/IBGE, haja vista adeclaração de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei 11.960/09 pelo STF na ADIn 4.357/DF, bem como a decisãotomada pela Primeira Seção do STJ no REsp 1.270.439 em acórdão sujeito à sistemática do art. 543-C do CPC. Não seaplica o IPCA, porque a Lei nº 11.430/2006 elege o INPC como índice de reajuste dos benefícios previdenciários.Antecipo os efeitos da tutela, para determinar ao réu que implante o benefício, com base nos seguintes parâmetros:Beneficiário = Robert da Silva CoelhoBenefício = 25/156.299.319-1RMI/RMA = “a calcular pelo INSS”DIB = 22/3/2010DIP = data da sentençaSem honorários advocatícios e custas judiciais (art. 55 da Lei nº 9.099/95c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01).Defiro à parte autora o benefício da assistência judiciária gratuita.Publique-se. Registre-se. Intimem-se.”

3. Sem razão o recorrente. Percebe-se, da análise dos preceptivos acima e dos fatos e documentos pertinentes, na formado art. 46 da Lei nº 9.099/1995, extensível aos Juizados Especiais Federais (art. 1º da Lei nº 10.259/2001), que a sentençahá de ser mantida pelos próprios fundamentos, tendo em vista que as provas foram analisadas de forma plena e prudentepelo juízo de piso e o julgado está em consonância com a lei.

4. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289/1996. Deixo de condenar orecorrente vencido em honorários, nos termos da Súmula nº 421, do Superior Tribunal de Justiça: “os honoráriosadvocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qualpertença”.

A C Ó R D Ã O

Decide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DORECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

113 - 0101687-53.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.101687-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANDREA MORAIS DEPAIVA (ADVOGADO: ES019660 - APARECIDA KETTLEN COSTA DALFIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: RAQUEL MAMEDE DE LIMA.).Processo nº: 0101687-53.2013.4.02.5050/01 (2013.50.50.101687-0/01)Recorrente: ANDREA MORAIS DE PAIVARecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. EQUIPARAÇÃO DEVALORES. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. SITUAÇÕES DIVERSAS. PEDIDO IMPROCEDENTE. RECURSO DESPROVIDO.SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente pedido de

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equiparação dos valores recebidos a título de auxílio-alimentação com aqueles pagos aos servidores lotados no Tribunal deContas da União. Sustenta em suas razões, que a equiparação é devida com fundamento no princípio da isonomia, tendoem vista que os servidores em questão são regidos pelo mesmo regime jurídico, instituído pela lei nº 8.112/90.Contrarrazões às fls. 87/100.

2. O princípio da isonomia como garantia constitucional fundamental (art. 5º, caput, da CF/88) deve pautar a atividadelegislativa e administrativa, traçando os limites dentro dos quais podem atuar validamente. Referido princípio consagra quetodos os que se encontrem em situações iguais devem ser tratados igualmente.

3. A Emenda Constitucional 19/1998, alterou o art. 39, § 1º da Constituição Federal, que estabelece os critérios para afixação dos padrões de vencimento e demais componentes do sistema remuneratório do servidor público: “I) a natureza, ograu de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II) os requisitos para a investidura;III) as peculiaridades do cargo”. Essa alteração não significa, obviamente, que o princípio da isonomia poderia deixar de serobservado. Ao contrário, estabeleceu parâmetros para o tratamento desigual em decorrência de fatores de desigualdade.

4. No caso específico dos autos, as situações fáticas não são semelhantes, não sendo passível de acolhimento a tese deviolação à isonomia entre servidores que atuam na Previdência Social - Instituto Nacional do Seguro Social - INSS eservidores que atuam perante o TCU – Tribunal de Contas da União. Trata-se de carreiras e funções distintas,relativamente às quais não é exigível tratamento uniforme quanto ao valor da verba por eles percebida a título deauxílio-alimentação.

5. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

6. Recurso conhecido e desprovido. Condenação em custas e honorários advocatícios suspensa em razão da gratuidade dejustiça que ora é deferida, observado o disposto no art. 12 da Lei nº 1.060/50.

ACÓRDÃODecide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

114 - 0110758-42.2014.4.02.5051/01 (2014.50.51.110758-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) IRENY ANGELINA DA SILVACAMPOS (ADVOGADO: RJ120353 - LUIS GERALDO PAIXAO PEREIRA.) x UNIAO FEDERAL (PROCDOR: PEDROGALLO VIEIRA.).Processo nº: 0110758-42.2014.4.02.5051/01 (2014.50.51.110758-0/01)Recorrente: IRENY ANGELINA DA SILVA CAMPOSRecorrido: UNIAOJuízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro - Juizado Especial FederalRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. EQUIPARAÇÃO DEVALORES. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. SITUAÇÕES DIVERSAS. PEDIDO IMPROCEDENTE. RECURSO DESPROVIDO.SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, em face de sentença que julgou improcedente pedido deequiparação dos valores recebidos a título de auxílio-alimentação com aqueles pagos aos servidores lotados no Tribunal deContas da União. Sustenta em suas razões, que a equiparação é devida com fundamento no princípio da isonomia, tendoem vista que os servidores em questão são regidos pelo mesmo regime jurídico, instituído pela lei nº 8.112/90.

2. O princípio da isonomia como garantia constitucional fundamental (art. 5º, caput, da CF/88) deve pautar a atividadelegislativa e administrativa, traçando os limites dentro dos quais podem atuar validamente. Referido princípio consagra quetodos os que se encontrem em situações iguais devem ser tratados igualmente.

3. A Emenda Constitucional 19/1998, alterou o art. 39, § 1º da Constituição Federal, que estabelece os critérios para afixação dos padrões de vencimento e demais componentes do sistema remuneratório do servidor público: “I) a natureza, ograu de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II) os requisitos para a investidura;III) as peculiaridades do cargo”. Essa alteração não significa, obviamente, que o princípio da isonomia poderia deixar de serobservado. Ao contrário, estabeleceu parâmetros para o tratamento desigual em decorrência de fatores de desigualdade.

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4. No caso específico dos autos, as situações fáticas não são semelhantes, não sendo passível de acolhimento a tese deviolação à isonomia entre servidores que atuam nos quadros do Ministério da Saúde - INSS – Instituto Nacional do SeguroSocial - INSS e servidores que atuam perante o TCU – Tribunal de Contas da União. Trata-se de carreiras e funçõesdistintas, relativamente às quais não é exigível tratamento uniforme quanto ao valor da verba por eles percebida a título deauxílio-alimentação.

5. Restam prequestionados, para fins de acesso às instâncias recursais superiores, os dispositivos constitucionaiselencados pela recorrente.

6. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

7. Recurso conhecido e desprovido. Condenação em custas e honorários advocatícios suspensa em razão da gratuidade dejustiça que ora é deferida, observado o disposto no art. 12 da Lei nº 1.060/50.

ACÓRDÃODecide a 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a elenegar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

115 - 0006369-09.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.006369-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIAO FEDERAL(PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.) x MARCUS ANTONIO DA SILVA CALDAS.Processo nº: 0006369-09.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.006369-8/01)Recorrente: UNIAORecorrido: MARCUS ANTONIO DA SILVA CALDASJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. ADICIONAL DE QUALIFICAÇÃO. CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA. NÃO INCIDÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela UNIÃO, em face da sentença que julgou procedente o pedido, paradeclarar indevida a cobrança da contribuição social previdenciária incidente sobre o adicional de qualificação decorrente dasações de treinamento, condenando-a a restituir ao recorrido, as parcelas indevidamente descontadas sob o mesmo título,observada a prescrição qüinqüenal. Alega, em síntese, que ainda que o adicional de qualificação – treinamento não seincorpore aos proventos e pensões como rubrica autônoma, é utilizado para cálculo da aposentadoria quando de suaconcessão. Aponta violação ao art. 40 §§ 3º e 17 da CRFB/1988. Pretende a total reforma do julgado, para ver julgadaimprocedente a pretensão autoral. Sem contrarrazões.

2. Sem razão a recorrente. O direito ao adicional de qualificação foi instituído pelo art. 15, V, da Lei n. 11.416/06, à razão de1% (um por cento) a 3% (três por cento), sobre o vencimento básico do servidor integrante do Poder Judiciário Federal quetenha participado de ações de treinamento que totalizem pelo menos 120 (cento e vinte) horas. O art. 14, § 5º, do mesmodiploma legal, dispõe que o adicional de qualificação pago nos termos do artigo supracitado, não é considerado no cálculodos proventos e pensões.

3. Oportuno consignar, orientação do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que “somente as parcelas incorporáveis aosalário do servidor sofrem a incidência da contribuição previdenciária” (cf. AgRg no RE 589.441/MG, Segunda Turma, Rel.Min. Eros Grau, DJE 06.02.2009).

4. Ademais, o Conselho da Justiça Federal, no julgamento do CF-PPN-2012/00092, na sessão de 29.09.2014, aprovouproposta de alteração do art. 28, da Resolução n. 126/2010, para excluir o adicional de qualificação, decorrente de ações detreinamento, da base de cálculo das contribuições para o plano de seguridade social dos servidores do próprio Conselho eda Justiça Federal de 1º e 2º Graus. De acordo com o colegiado, o adicional de qualificação é provisório, razão pela qual,não se incorpora aos proventos e às pensões e, portanto, não deve integrar a base de cálculo da contribuiçãoprevidenciária.

5. Segundo o conselheiro relator da proposta, desembargador Cândido Ribeiro:

“não há dúvida de que o Adicional de Qualificação por ações de treinamento é provisório e, por essa razão, não seincorpora à aposentadoria dos servidores e nem deve integrar o cálculo do desconto do PSS. “O regime previdenciário dos

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servidores públicos, ora vigente no Brasil, tem caráter nitidamente contributivo. Consequentemente, somente as parcelas daremuneração que compõem os proventos da inatividade podem ser objeto da incidência da contribuição previdenciária”,sustentou o magistrado.A natureza remuneratória, que antes era atribuída ao AQ por ações de treinamento, foi prevista na Portaria Conjunta nº1/2007, dos Tribunais Superiores e respectivos Conselhos. O ato regulamentou a concessão do adicional com base noparágrafo 1º, da Lei 10.887/04. “Esse posicionamento inicial se justificava. Havia, então, fundadas dúvidas a respeito danatureza jurídica do referido adicional, se remuneratória ou se indenizatória”, explicou o conselheiro em seu voto.De acordo com o desembargador Cândido Ribeiro, o entendimento sobre o tema evoluiu desde então, depois de reiteradasdecisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O posicionamento pacificado atualmente é no sentido de que somente asparcelas incorporáveis ao salário do servidor para efeito de aposentadoria sofrem incidência da contribuição previdenciária.“Na mesma direção, caminhou o Superior Tribunal de Justiça (STJ)”, pontuou o relator, esclarecendo que a ministra ElianaCalmon – relatora da matéria no STJ – entendeu por oferecer ao AQ por ações de treinamento o mesmo tratamento dagratificação natalina, do adicional de férias, do serviço extraordinário, e de outras parcelas que não integram os proventosde aposentadoria, por possuírem caráter transitório. Dessa forma, a nova redação ao artigo 28 da Resolução 126/2010estende aos servidores do CJF e da Justiça Federal de 1º e 2º graus o mesmo entendimento firmado administrativamenteno STJ.O relator salientou ainda que, por consequência, ao afastar o AQ decorrente de ações de treinamento do campo deincidência da contribuição previdenciária dos servidores, a nova redação do artigo 28 revoga o artigo 24 da mesmaresolução. O dispositivo, ao tratar da incidência do PSS sobre o AQ, previa que, enquanto recebido, o adicional integraria aremuneração contributiva para efeito de cálculo da aposentadoria – entendimento superado no quadro atual”.

6. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

7. Recurso conhecido e desprovido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de 1996. Tendoem vista que a parte recorrida não constituiu advogado, incabível a condenação da recorrente vencida em honoráriosadvocatícios (art. 55, caput, da Lei nº 9.099/1995).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer dorecurso e a ele negar provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

116 - 0006151-78.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.006151-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIAO FEDERAL(PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.) x LUIS FELIPE SURDINI VALLI.Processo nº: 0006151-78.2014.4.02.5050/01 (2014.50.50.006151-3/01)Recorrente: UNIAORecorrido: LUIS FELIPE SURDINI VALLIJuízo de Origem: 2º Juizado Especial - ESRelator: JUIZ FEDERAL GUSTAVO ARRUDA MACEDO

VOTO EMENTA

RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. ADICIONAL DE QUALIFICAÇÃO. CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA. NÃO INCIDÊNCIA. SELIC. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela UNIÃO, em face da sentença que julgou procedente o pedido, paradeclarar indevida a cobrança da contribuição social previdenciária incidente sobre o adicional de qualificação decorrente dasações de treinamento, condenando-a a restituir ao recorrido, as parcelas indevidamente descontadas sob o mesmo título,observada a prescrição qüinqüenal. Alega, em síntese, que o adicional de qualificação recebido em função de participaçãoem ações de treinamento, ao que se somam outras diversas parcelas como o adicional de um terço de férias, a gratificaçãonatalina, o pagamento de horas extraordinárias, os adicionais de caráter permanente, integram o conceito de remuneração,sujeitando-se, consequentemente, à contribuição previdenicária. Aponta violação ao art. 4º, § 1º, I a IX da Lei 10.887/2004,incorrendo em ofensa ao primado da legalidade insculpido no art. 37, da CRFB/1988. Pretende a total reforma do julgado,para ver julgado improcedente o pedido deduzido na inicial. Pela eventualidade, requer seja afastada a aplicação exclusivado art. 1º - F da Lei 9.494/1997, determinando-se a aplicação do art. 1º - F da Lei 9.494/1997, com a nova redação dadapela Lei 11.960/2009, até 20 de dezembro de 2010, data de início da vigência da Lei 12.350/2010, e, a partir daíexclusivamente o disposto no art. 39, § 4º, da Lei 9.250/1995 (SELIC). Sem contrarrazões.

2. Sem razão a recorrente. O direito ao adicional de qualificação foi instituído pelo art. 15, V, da Lei n. 11.416/06, à razão de1% (um por cento) a 3% (três por cento), sobre o vencimento básico do servidor integrante do Poder Judiciário Federal quetenha participado de ações de treinamento que totalizem pelo menos 120 (cento e vinte) horas. O art. 14, § 5º, do mesmodiploma legal, dispõe que o adicional de qualificação pago nos termos do artigo supracitado, não é considerado no cálculo

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dos proventos e pensões.

3. Oportuno consignar, orientação do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que “somente as parcelas incorporáveis aosalário do servidor sofrem a incidência da contribuição previdenciária” (cf. AgRg no RE 589.441/MG, Segunda Turma, Rel.Min. Eros Grau, DJE 06.02.2009).

4. Ademais, o Conselho da Justiça Federal, no julgamento do CF-PPN-2012/00092, na sessão de 29.09.2014, aprovouproposta de alteração do art. 28, da Resolução n. 126/2010, para excluir o adicional de qualificação, decorrente de ações detreinamento, da base de cálculo das contribuições para o plano de seguridade social dos servidores do próprio Conselho eda Justiça Federal de 1º e 2º Graus. De acordo com o colegiado, o adicional de qualificação é provisório, razão pela qual,não se incorpora aos proventos e às pensões e, portanto, não deve integrar a base de cálculo da contribuiçãoprevidenciária.

5. Segundo o conselheiro relator da proposta, desembargador Cândido Ribeiro:

“não há dúvida de que o Adicional de Qualificação por ações de treinamento é provisório e, por essa razão, não seincorpora à aposentadoria dos servidores e nem deve integrar o cálculo do desconto do PSS. “O regime previdenciário dosservidores públicos, ora vigente no Brasil, tem caráter nitidamente contributivo. Consequentemente, somente as parcelas daremuneração que compõem os proventos da inatividade podem ser objeto da incidência da contribuição previdenciária”,sustentou o magistrado.A natureza remuneratória, que antes era atribuída ao AQ por ações de treinamento, foi prevista na Portaria Conjunta nº1/2007, dos Tribunais Superiores e respectivos Conselhos. O ato regulamentou a concessão do adicional com base noparágrafo 1º, da Lei 10.887/04. “Esse posicionamento inicial se justificava. Havia, então, fundadas dúvidas a respeito danatureza jurídica do referido adicional, se remuneratória ou se indenizatória”, explicou o conselheiro em seu voto.De acordo com o desembargador Cândido Ribeiro, o entendimento sobre o tema evoluiu desde então, depois de reiteradasdecisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O posicionamento pacificado atualmente é no sentido de que somente asparcelas incorporáveis ao salário do servidor para efeito de aposentadoria sofrem incidência da contribuição previdenciária.“Na mesma direção, caminhou o Superior Tribunal de Justiça (STJ)”, pontuou o relator, esclarecendo que a ministra ElianaCalmon – relatora da matéria no STJ – entendeu por oferecer ao AQ por ações de treinamento o mesmo tratamento dagratificação natalina, do adicional de férias, do serviço extraordinário, e de outras parcelas que não integram os proventosde aposentadoria, por possuírem caráter transitório. Dessa forma, a nova redação ao artigo 28 da Resolução 126/2010estende aos servidores do CJF e da Justiça Federal de 1º e 2º graus o mesmo entendimento firmado administrativamenteno STJ.O relator salientou ainda que, por consequência, ao afastar o AQ decorrente de ações de treinamento do campo deincidência da contribuição previdenciária dos servidores, a nova redação do artigo 28 revoga o artigo 24 da mesmaresolução. O dispositivo, ao tratar da incidência do PSS sobre o AQ, previa que, enquanto recebido, o adicional integraria aremuneração contributiva para efeito de cálculo da aposentadoria – entendimento superado no quadro atual”.

6. No que tange ao índice de correção monetária e juros de mora, por força do art. 39, da Lei 9.250/1995 e sem afronta aoart. 167, parágrafo único, do CTN, desde 01.01.1996, a SELIC é o critério de atualização para os casos de repetição dostributos federais, a incidir desde a data do recolhimento indevido (STJ, RESP 1.111.189). A SELIC não pode ser cumuladacom qualquer outro índice, seja de atualização monetária, seja de juros, porque já abrange, a um só tempo, o índice deinflação do período e a taxa de juros real. Por ser norma específica para o Direito Tributário, a Lei 9.250/1995 se sobrepõe àredação original do art. 1º-F da Lei 9.494/1997, mesmo que o contribuinte seja servidor público.

7. Recurso conhecido e parcialmente provido, apenas para determinar que os valores devidos sejam corrigidos pela SELICdesde a data de cada recolhimento indevido. Sem custas, na forma do art. 4º, inciso I, da Lei nº 9.289, de 4 de julho de1996. Tendo em vista que a parte recorrida não constituiu advogado, incabível a condenação da recorrente vencida emhonorários advocatícios (art. 55, caput, da Lei nº 9.099/1995).

ACÓRDÃO

Decide a 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo conhecer dorecurso e a ele dar parcial provimento, na forma da ementa que fica fazendo parte integrante do julgado.

GUSTAVO ARRUDA MACEDOJuiz Federal 1º RelatorAssinado eletronicamente

Acolher os embargosTotal 3 : Anular a sentença e julgar prejudicado o recursoTotal 1 : Dar parcial provimentoTotal 4 : Dar provimentoTotal 7 : Negar provimentoTotal 52 : Rejeitar os embargosTotal 49 :