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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA JOELISE ELVIRA WEISS INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO AO HANDEBOL NO APRIMORAMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS E ESPECIALIZADAS EM CRIANÇAS DO 6° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL PROJETO DE PESQUISA PROGRAMA PDE/2014 DA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ EM EDUCAÇÃO FÍSICA PONTA GROSSA 2014

INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO AO … · 7.3 Coordenação Motora ... Influência de um Programa de Iniciação ao Handebol no ... considerado imprescindível para a participação

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

JOELISE ELVIRA WEISS

INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO AO HANDEBOL

NO APRIMORAMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS

FUNDAMENTAIS E ESPECIALIZADAS EM CRIANÇAS DO 6° ANO

DO ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO DE PESQUISA

PROGRAMA PDE/2014 DA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ EM EDUCAÇÃO FÍSICA

PONTA GROSSA 2014

JOELISE ELVIRA WEISS

INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE INICIAÇÃO AO HANDEBOL NO

APRIMORAMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS E

ESPECIALIZADAS EM CRIANÇAS DO 6° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

PONTA GROSSA 2014

Projeto de Intervenção Pedagógica que será

desenvolvido no Colégio Estadual Colégio Estadual

Wolff Klabin – Telêmaco Borba – PR, núcleo de

Telêmaco Borba, sob a orientação do Prof. Ms

Carlos Maurício Zaremba, apresentado ao

Programa PDE/2014 da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná - Universidade Estadual de

Ponta Grossa – UEPG.

Sumário

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ........................................................................................ 3

2. TEMA ............................................................................................................................. 3

3. TÍTULO .......................................................................................................................... 3

4. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 3

5. PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................................... 5

6. OBJETIVOS ................................................................................................................... 8

6.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 8

6.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 8

7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 9

7.1 Educação Física Escolar ....................................................................................... 9

7.2 Desenvolvimento motor ...................................................................................... 12

7.3 Coordenação Motora ........................................................................................... 19

7.4 Handebol e as Habilidades Motoras ................................................................... 21

7.4.1 Métodos de Ensino do Handebol ...................................................................... 24

7.4.1a Jogos de tomada de decisão .......................................................................... 25

7.4.1b Capacidade Motora: Coordenação Motora .................................................... 25

7.4.1c Habilidades Motoras com a Bola .................................................................... 26

7.4.1d Jogos reduzidos .............................................................................................. 27

7.4.1e Mini-handebol................................................................................................... 27

8. METODOLOGIA ........................................................................................................... 28

9. CRONOGRAMA DE AÇÕES ....................................................................................... 31

10. REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 32

11. ANEXOS - Descrição dos Testes................................................................................. 35

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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Joelise Elvira Weiss

Área/Disciplina PDE: Educação Física

Linha de Estudo: Cultura Corporal/ Pontes de Análise

NRE: Telêmaco Borba

Professor Orientador IES/UEPG: Prof. Ms Carlos Maurício Zaremba

IES Vinculada: Universidade Estadual de Ponta Grossa

Escola de Implementação: Colégio Estadual Wolff Klabin

Público objeto da intervenção: 6° Ano Fundamental

2. TEMA

Coordenação Motora

3. TÍTULO

Influência de um Programa de Iniciação ao Handebol no Aprimoramento das

Habilidades Motoras Fundamentais e Especializadas em Crianças do 6° ano do

Ensino Fundamental.

4. JUSTIFICATIVA

A Educação Física, no âmbito escolar, contribui para a formação integral do

educando. O corpo é entendido em sua totalidade, ou seja, o ser humano é o seu

corpo, que sente, pensa e age. Seu objeto de estudo e ensino é a Cultura Corporal,

trabalhada de forma articulada com os conteúdos propostos que são: Jogos e

Brincadeiras, Esportes, Danças, Lutas e Ginástica.

Dentre estes conteúdos o esporte praticado e desenvolvido nas aulas de

Educação Física, proporciona o aumento do repertório motor dos educandos,

considerado imprescindível para a participação das atividades físicas e desportivas.

Cada modalidade esportiva contempla um acervo de habilidades motoras na

sua prática, abrangendo uma série de possibilidades de movimentos que melhoram

o desenvolvimento motor em que o aluno se encontra, articulado com as

experiências vivenciadas em cada ambiente compreendido.

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Gallahue e Ozmun (2005) afirmam que o conjunto de contínuas mudanças e

alterações do comportamento motor ao longo da vida, que vão acontecendo face as

interações entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e o ambiente em

que está inserido, podendo também estar relacionado à idade, mas independe dela

é compreendido como desenvolvimento motor. Portanto entende-se que quanto

mais estímulos, condições de prática e variedades de movimentos relacionados ao

esporte o aluno for submetido, maior serão os avanços no seu desenvolvimento.

Dentre as várias modalidades esportivas, algumas destacam-se por

proporcionar uma ampla gama de fatores que auxiliam no desenvolvimento motor

em seus mais vários aspectos.

Nesse sentido, o handebol foi definido como conteúdo básico a ser

abordado, pois de acordo com minha experiência de 13 anos de trabalho com o

Ensino Fundamental e Médio, considero um esporte muito dinâmico. Abrange

também uma série de movimentos que auxiliam nas habilidades motoras

fundamentais e especializadas como andar, correr, saltar, arremessar, quicar,

receber, driblar, lançar, mudar de direção, lateralidade, agilidade, flexibilidade, entre

outros.

É provável que a modalidade do handebol seja uma das mais ricas e interessantes práticas sob o ponto de vista de ensino e aprendizagem, isto especificamente ao podermos observar que neste esporte temos os três movimentos naturais acontecendo de modo constante, que são o correr, o saltar e o arremessar. Será que temos outra modalidade de esporte coletivo com estes três elementos importantíssimos na formação motora das crianças ou dos nossos alunos? (TENROLLER, 2008, p. 13)

Partindo desta perspectiva, trabalhar o handebol neste projeto de

intervenção, será um excelente meio para desenvolver nos educandos aspectos

motores, sociais e cognitivos, além da cooperação e socialização.

A Educação Física é uma disciplina que se dedica a conteúdos abordados

relacionados à cultura do movimento humano. Sendo assim, por meio do handebol é

possível através de atividades planejadas e elaboradas, contribuir para o

desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais e especializadas, que são

de extrema importância para a participação em qualquer modalidade esportiva,

colaborando desta forma para evitar atrasos no desenvolvimento motor. Desta forma

os autores ressaltam:

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No entanto, as capacidades de movimento de muitos adolescentes ficam atrasadas por causa das limitadas oportunidades de prática regular, da má qualidade ou falta de instruções e do pouco ou nenhum incentivo. Todos nós conhecemos adolescentes e adultos que arremessam bolas no estágio elementar ou saltam em distância usando padrões de movimento característico de pré-escolares típicos. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 332).

Ainda de acordo com os autores, Gallahue, Ozmun e Goodway (2013)

atrasos no desenvolvimento motor é um fator limitador do êxito nos comportamentos

de atividade física e esporte futuros. Portanto, é de fundamental importância o

professor de Educação Física reconhecer o nível de desenvolvimento motor que os

alunos demonstram para planejar e organizar as atividades com o objetivo de

melhorar o repertório motor. Baseado neste pressuposto irá influenciar de maneira

significativa a realização das práticas posteriores, integração nos grupos, as quais

servirão de base para outras práticas esportivas.

Diante deste contexto, surge uma pergunta de partida, pode um programa

de iniciação ao handebol contribuir no desempenho das habilidades motoras

fundamentais e especializadas dos educandos?

5. PROBLEMATIZAÇÃO

Conforme Gallahue e Donelly (2008) o fracasso em desenvolver as

habilidades motoras fundamentais e especializadas no Ensino Fundamental, causa

as crianças frustração e prejuízos na adolescência e na fase adulta. Crianças não

participam com sucesso de uma atividade se não aprenderam as habilidades

motoras presentes naquela atividade. Este aprendizado é mais fácil desenvolver

durante a infância, pois dificilmente aprendem mais tarde, devido à relutância dos

alunos em participar das atividades, por se considerarem incapazes e por medo de

serem ridicularizados pelos colegas, etc. Outro fator limitador na participação das

atividades físicas á a criança ter consciência da sua capacidade motora.

[...] por volta de meados da infância, as crianças já possuem potencial cognitivo para avaliar com precisão a própria competência motora em comparação com a de seus pares. Elas sabem se são “boas” ou “ruins” em comparação com os seus colegas, e essa comparação junto com várias experiências de fracasso em ambientes de atividade física, produzirá percepções baixas de competência motora. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 211).

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De acordo com a nossa vivência na escola, observa-se que alguns alunos

do Ensino Fundamental (6° ao 9° ano), apresentam atrasos no desenvolvimento das

habilidades motoras fundamentais (habilidades manipulativas, habilidades

locomotoras e habilidades de estabilização), e nos aspectos relacionados à

psicomotricidade (coordenação motora). Em contrapartida alguns alunos se

encontram com as habilidades motoras fundamentais desenvolvidas (nível maduro

ou proficiente), sendo necessário desenvolver as habilidades especializadas

relacionadas ao esporte que será trabalhado. Para Gallahue (2005) as habilidades

de movimento especializado são movimentos maduros fundamentais adaptados

para as exigências específicas de uma atividade esportiva, recreativa ou do dia-a-

dia.

É importante na fase da infância e adolescência a vivência de várias

experiências motoras relacionados aos esportes e jogos. Conforme Gallahue,

Ozmun, Goodway (2013) a infância está dividida em período inicial dos 02 aos 06

anos e final dos 06 aos 10 anos aproximadamente, a adolescência começa na

biologia (início da puberdade) e termina na cultura (independência econômica)

compreende a pré-puberdade ( 10 a 12 anos no sexo feminino e 11 a 13 anos no

sexo masculino); e pós-puberdade ( 12 a 18 anos no sexo feminino e 14 a 20 anos

no sexo masculino.

Garantir aos educandos o acesso a inúmeras possibilidades de movimentos

corporais contribui para a melhoria das habilidades motoras e estimula à

participação e o sucesso em várias atividades físicas, jogos e esportes. Diante disso:

Quando as crianças passam por meados da infância e pela adolescência, a relação entre atividade física e competência nas habilidades motoras torna-se mais significativa e fica fortalecida. Níveis mais elevados de competência nas habilidades motoras oferecem maior repertório de movimentos e mais possibilidades de engajamento em várias atividades físicas, esportes e jogos. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 209).

Nesse sentido é importante realizar intervenções para contribuir com o

aumento do repertório motor dos alunos, identificando através de avaliações as

características e necessidades que apresentam.

Para Gallahue e Ozmun (2005) por meio da avaliação de vários aspectos

do comportamento motor de um indivíduo é possível o professor adquirir

esclarecimentos sobre estratégias instrutivas.

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Identificar o nível de desenvolvimento motor em que o aluno se encontra

através de avaliações é fundamental para o professor estruturar as atividades

referentes às suas necessidades. Realizar um programa de intervenção contendo

exercícios e jogos variados vai tornar possível melhorar as habilidades motoras

fundamentais, refinar e combinar as habilidades motoras fundamentais maduras ou

proficientes relacionadas a determinado esporte.

Segundo Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) a literatura sobre

intervenções nas habilidades motoras fundamentais sugerem que para surtirem

efeitos positivos é necessário um trabalho de 8 a 12 semanas.

Diante desta afirmação, torna-se possível a melhora das habilidades motoras

através da realização de um programa margeado por este período de tempo, dentro

de uma modalidade esportiva. Sendo assim:

[...] uma variedade de abordagens instrucionais (centradas no professor e no estudante), aplicadas a uma série de populações (da idade pré-escolar à escolar), tem demonstrado de modo efetivo que o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais das crianças melhora significativamente com instruções. As intervenções instrucionais devem ser aplicadas em, pelo menos, oito semanas de instrução e aproximadamente 90 minutos de instrução por habilidade. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 309).

Partindo deste pressuposto, pode um programa de iniciação ao handebol,

atuar de maneira positiva nas habilidades motoras fundamentais e especializadas

dos alunos do 6° ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Wolff Klabin

situado em Telêmaco Borba no ano de 2015?

Nesse sentido, a problemática deste trabalho é identificar se um programa

de iniciação ao handebol poderá atuar de maneira positiva no aperfeiçoamento das

habilidades motoras fundamentais relacionadas ao arremesso, drible, recepção,

corrida e especializadas. Esta atividade será desenvolvida com os alunos do 6° ano

do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Wolff Klabin situado no município de

Telêmaco Borba-PR no ano de 2015.

Hipoteticamente, trabalhar com esta intervenção teria a possibilidade de

exercer um aumento do repertório motor nos alunos que apresentarem atrasos nas

habilidades motoras fundamentais (inicial, elementar, maduro ou proficiente) e

aperfeiçoar as habilidades motoras especializadas no estágio de transição e

aplicação do handebol.

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6. OBJETIVOS

6.1 Objetivo Geral

Verificar através da aplicação de um programa de iniciação ao handebol

se houve o aperfeiçoamento das habilidades motoras fundamentais de

movimento: arremesso, drible, recepção e corrida nos alunos que

apresentaram atrasos e nas habilidades motoras especializadas no

estágio de transição e aplicação do handebol.

6.2 Objetivos Específicos

Identificar o nível de desenvolvimento motor que o aluno apresenta nas

habilidades fundamentais do arremesso, drible, recepção e corrida

(inicial, elementar, maduro ou proficiente) do handebol.

Utilizar na aplicação do programa uma proposta para a iniciação ao

handebol compreendendo cinco conteúdos fundamentais: jogos de

tomada de decisão, coordenação motora, habilidades motoras com a

bola, jogos reduzidos e o mini-handebol no aperfeiçoamento das

habilidades motoras fundamentais do arremesso, drible, recepção e

corrida e nas habilidades motoras especializadas.

Conferir a evolução para os níveis de estágio elementar e maduro ou

proficiente nos alunos que apresentaram atrasos nas habilidades

fundamentais do arremesso, drible, recepção e corrida.

Aperfeiçoar as habilidades motoras fundamentais proficientes ou

maduras no estágio de transição e aplicação do handebol.

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7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

7.1 Educação Física Escolar

A Educação Física Escolar exerce um papel fundamental no

desenvolvimento motor dos alunos, especificamente nas habilidades motoras

fundamentais de estabilidade, locomoção e manipulativas e a combinação destas e

nas habilidades motoras especializadas que estão relacionadas a aplicação de um

esporte, podendo ser introduzidas e trabalhadas através de instruções planejadas e

orientadas de acordo com o nível de desenvolvimento em que o aluno se encontra.

É importante ressaltar que:

[...] instruções que forneçam aos aprendizes amplas oportunidades de prática, estímulo positivo e informações de boa qualidade, em um ambiente capaz de levar ao aprendizado das habilidades físicas e motoras importantes para a vida. Essas habilidades darão aos aprendizes “ferramentas” para participar e desfrutar de uma vida de atividades físicas que promovam a saúde. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 333).

As experiências motoras realizadas naturalmente pelas crianças no seu dia-

a-dia são importantes, porém para atingir o estágio proficiente ou maduro das

habilidades motoras fundamentais é preciso oportunidades para a prática, incentivo

e instrução em um ambiente que promova o aprendizado. Diante disso:

O modelo conceitual desenvolvido por Stodden e colaboradores (2008) destacou a importância das Habilidades Motoras Fundamentais para o engajamento em atividades físicas por toda a vida. Nesse modelo, uma premissa subjacente é a falsa concepção de que a criança aprende as habilidades de movimento fundamental “naturalmente”, na realidade, isto não é verdade, muitas crianças não alcançam níveis proficientes nessas habilidades e não apresentam a competência motora necessária à aplicação dela em esportes e jogos ao longo da infância e adolescência. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 208).

Para Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) existe uma concepção errada a

respeito da fase do movimento fundamental que são determinadas pela maturação

(envelhecimento) e pouco influenciadas pelas demandas da tarefa e fatores

ambientais, apesar da maturação exercer um determinado papel no

desenvolvimento desta fase, não deve ser vista como única influência. As condições

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do ambiente, oportunidades para a prática, incentivo, instrução são importantes no

grau de desenvolvimento destas habilidades.

Segundo Brauner (2010) apud Santos (2013) para que o desenvolvimento

das habilidades motoras ocorra de maneira adequada são essenciais que as

oportunidades para a prática esportiva ocorra por meio de experiências

diversificadas, assim como o encorajamento e a instrução. Nesse contexto, as

experiências propostas em um programa de atividade física, interagem com as

características do indivíduo e do ambiente de maneira que o sujeito alcance níveis

mais elevados de desempenho.

A fase da aquisição das habilidades motoras fundamentais ocorre na

infância, onde as crianças são capazes de atingirem o estágio proficiente ou maduro

em torno dos 6 ou 7 anos e a fase de aquisição das habilidades motoras

especializadas ocorre dos 8 aos 12 anos de idade, conforme classificação de

Gallahue (2013) descrita no item 5 ( problematização), onde o movimento torna-se

uma ferramenta aplicada a uma série de atividades de movimento complexas e

aplicadas ao esporte.

Para a maioria das crianças do ensino fundamental (idade de 8 a 12 anos), esse é um período fundamental, durante o qual as habilidades do movimento proficientes são refinadas e aplicadas ao esporte e aos jogos específicos da cultura. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 334).

De acordo com Isayama (1998) a fase mais importante do desenvolvimento

motor se encontra na infância, definida como fase das habilidades motoras

fundamentais, nesta fase o professor de Educação Física tem maiores

oportunidades de trabalhar com as crianças. Desta forma, é necessário um amplo

conhecimento por parte destes profissionais, para que desempenhem um trabalho

consciente e centrado nos interesses e necessidades da criança.

Na fase de aquisição das habilidades motoras fundamentais, pela idade as

crianças estariam matriculadas na escola do 1° ao 5° ano, onde seria fundamental a

presença de um profissional de Educação Física para proporcionar um aprendizado

orientado e adequado para o desenvolvimento das habilidades. Se não for oferecido

este aprendizado a criança não alcançará o nível proficiente das habilidades

motoras fundamentais e apresentará dificuldades na fase das habilidades motoras

especializadas posteriormente (6° ao 9° ano). Portanto:

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Até um olhar casual para os movimentos de crianças e adultos revela que muitos deles não desenvolveram as habilidades de movimento fundamental até o nível de proficiência. Embora algumas crianças possam alcançar esse estágio, sobretudo por maturação e com um mínimo de influência do ambiente, a maioria requer certa combinação entre oportunidades de prática, incentivo e instrução em um ambiente que promova o aprendizado. Quando não são oferecidas essas oportunidades, fica extremamente difícil para o indivíduo alcançar a proficiência nas habilidades do movimento fundamental e inibe-se a aplicação e o desenvolvimento posterior, na fase do movimento especializado. (O’KEEFFE (2001); STODDEN ET AL., (2008) apud GALLAHUE; GOODWAY; OZMUN, 2013, p. 72.)

Para Manoel (1994) apud Santos(2010) o desenvolvimento das habilidades

motoras fundamentais surgem de uma forma rudimentar e progressivamente, se

aprimoram de acordo com os estímulos e as condições em que o indivíduo se situa.

É de suma importância a presença do professor de Educação Física no Ensino

Fundamental, desde que dê oportunidades para a exploração das habilidades,

ajustando e adequando o ambiente a estrutura das tarefas ao nível de necessidade

de cada aluno.

Alunos que apresentam dificuldades no aprendizado motor terão dificuldades

em participar das atividades esportivas propostas nas aulas de Educação Física,

pois já possuem compreensão de suas competências motoras, tendo consciência de

que não são boas, quando comparadas com seus colegas, evitando assim em

participar das aulas. Logo:

[...] a criança que tem uma competência motora limitada acredita que “não é muito boa em esportes” e, portanto, prefere atividades sedentárias em vez de atividade física. À medida que passam de meados da infância para a adolescência, cria-se uma divisão cada vez maior entre aquelas ativas e com competência motora, que evitam essa atividade. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 210).

Diante deste quadro, é imprescindível o papel que a Educação Física

Escolar exerce no desenvolvimento das habilidades motoras dos educandos. Sendo

de fundamental importância o trabalho e o comprometimento do professor de

Educação Física no Ensino Fundamental.

Desta forma, ao se oferecer nas aulas uma ampla variedade de atividades e

experiências motoras e considerando-se também as características e necessidades

de cada aluno, possibilita-se o aumento do repertório motor, estimulando assim a

participação nas atividades físicas posteriores.

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7.2 Desenvolvimento motor

De acordo com Vaz (2010) o movimento é uma importante dimensão do

desenvolvimento e da cultura humana. O movimento existe nas crianças desde que

nascem e vão adquirindo cada vez mais um maior controle sobre seu próprio corpo

e com o mundo. À medida que se desenvolvem; engatinham, caminham,

manuseiam objetos, correm, saltam, brincam sozinhas ou em grupo, com objetos e

brinquedos. Experimentando sempre novas maneiras de utilizar seu corpo e seu

movimento.

O desenvolvimento motor está extremamente ligado ao desenvolvimento

psicomotor infantil. Para Pessoa (2003), o desenvolvimento psicomotor infantil

abrange modificações fazendo com que haja interações no plano físico ou motor

(capacidade para realizar movimentos), no plano intelectual (capacidade para

pensar e raciocinar), no plano emocional (capacidade para sentir) e no plano social

(capacidade para relacionar-se com os outros). É importante ressaltar que:

[...] a Educação Física junto com a Psicomotricidade no cotidiano escolar visam melhorar e oportunizar o sujeito ao movimento, conscientizando-o do seu próprio corpo, da consciência do esquema corporal, domínio do equilíbrio, construção e controle das coordenações global e parcial, organização das estruturas espaço-temporais, melhoria das possibilidades de adaptação ao mundo externo, estruturação das percepções. Os benefícios serão notados ao longe da vida desse sujeito, pois será, seja na dança, na ginástica, nos jogos, nos esporte, na família ou na escola, um ser bem resolvido em suas questões internas, podendo a cada dia se libertar para as questões externa. (ALVES; FÁTIMA, 2011, p.174)

Conforme Gallahue e Ozmun (2005) o desenvolvimento motor compreende

o nascimento e acompanha o ser humano até a morte. A contínua alteração do

desenvolvimento motor no decorrer da vida está ligada com a interação entre as

necessidades da tarefa (fatores físicos e mecânicos), a biologia do indivíduo

(hereditariedade, biologia, natureza e fatores intrínsecos) e as condições ambientais

(experiência, aprendizado, criação e fatores intrínsecos).

Outro aspecto considerado muito importante no desenvolvimento motor são

os domínios afetivo, social e cognitivo. Para Flinchum (1981) estes aspectos

caminham juntos durante o desenvolvimento humano, sendo importante no

desempenho de muitas atividades esportivas. O desenvolvimento destes domínios é

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fundamental para a formação da criança, já que as experiências que realiza nessa

fase determinarão o tipo de adulto que se tornará, sendo que a criança desenvolverá

seus padrões básicos de movimento por meio de estímulos, vivências, desafios,

motivações e maturação neuromuscular.

Neste sentido, o contexto onde os alunos estão inseridos, representa

também grande influência no desenvolvimento motor adquirido por eles. Quanto

mais estímulos e experiências externas eles possuírem, maiores auxílios terão para

um bom desenvolvimento.

O desenvolvimento motor é altamente específico. A noção antes aceita de uma capacidade motora geral foi refutada, para a alegria da maioria dos acadêmicos da área. Ter capacidade superior em uma área não garante capacidade similar em outras. O conceito antiquado de que as pessoas têm ou não tem capacidade em situações de movimento foi substituído pelo conceito de que cada um tem potencialidades específicas dentro de cada uma das muitas áreas de desempenho. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 23).

Ainda de acordo com os autores Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) o

processo do desenvolvimento motor pode ser visto como fase e estágio, tendo como

característica as habilidades de movimento, que são analisadas de acordo com a

sua progressão sequencial ao longo da vida. São quatro fases do desenvolvimento

motor, conforme descritas abaixo:

Fase motora reflexa: Desde o útero ao 01 ano, os primeiros movimentos que o feto realiza são reflexos. Fase de movimentos rudimentares: As primeiras formas do movimento voluntário são as rudimentares. Elas são observadas no bebê desde o nascimento até cerca de 02 anos. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013 p. 68).

As duas primeiras fases descritas acima são características no bebê durante

a fase do engatinhar e formam bases primordiais para a construção das fases

fundamentais.

Fase de movimentos fundamentais: Aparecem na primeira infância (3 a 7 anos, aproximadamente) e são frutos da fase de movimento rudimentar do bebê. É um tempo de descoberta do modo de executar uma série de movimentos de estabilidade, locomoção e manipulação, primeiramente isolados e depois em combinação com outros. As atividades locomotoras como correr e pular, as manipulativas como arremessar e pegar, e as estabilizadoras como caminhar sobre uma barra e equilibrar-se em apenas um pé, são exemplos de movimentos fundamentais desenvolvidos durante os primeiros anos da infância. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 69).

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Esta fase é considerada fundamental para a aquisição das habilidades

motoras básicas ou fundamentais, é a mais indicada para proporcionar uma maior

variedade de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro

isoladamente, depois de modo combinado. Possui três estágios de desenvolvimento:

o inicial, o elementar e o maduro ou proficiente, conforme descritos abaixo:

Estágio Inicial: Representa as primeiras tentativas infantis orientadas para o objetivo de executar uma habilidade fundamental. Estágios elementares emergentes: Envolvem maior controle motor e coordenação rítmica das habilidades do movimento fundamental. Estágio proficiente: Caracteriza-se por performances mecanicamente eficientes, coordenadas e controladas, as habilidades de movimento fundamental proficiente são maduras nestes três aspectos do processo. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 72).

É importante destacar que nem todos os indivíduos atingem o estágio

proficiente ou maduro em todas as habilidades motoras fundamentais, pois:

[...] a criança com mais acesso a atividades físicas terá mais oportunidades de desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, enquanto, outras, com oportunidades limitadas, de modo correspondente, terá uma competência motora mais baixa. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p.208).

Para Seefeldt (1980) apud Izayama (1988) é necessário a criança

desenvolver apropriadamente as habilidades motoras fundamentais; se isto não

ocorrer, ela terá dificuldades de combinar e de modificar estes movimentos em

formas de habilidades mais especializadas apresentando sérios erros de execução

que poderão ser nitidamente visualizados. Para Peres (2008) apud Azevedo (2009)

as habilidades motoras fundamentais são consideradas como alicerce para estágios

posteriores de movimento, não são exclusivas de nenhum esporte, mas

combinações entre si favorecem as técnicas indispensáveis para os movimentos

mais utilizados nas modalidades esportivas.

Para Soares (2006) a aquisição de novas habilidades é diretamente

proporcional não apenas a faixa etária da criança, mas também às interações

vividas com os demais participantes do seu grupo social.

Assim, a vivência e a exploração de movimentos locomotores, manipulativos

e estabilizadores irão influenciar bastante no desenvolvimento das habilidades

motoras das crianças. Segundo Clark (1994) as habilidades motoras fundamentais

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aparecem em praticamente todas as modalidades esportivas, o que torna o trabalho

do professor de Educação Física muito importante neste período da infância, já que

o bom desenvolvimento desses tipos de habilidades é essencial para que crianças

sejam capazes de participar de atividades esportivas com sucesso.

A última fase do Modelo da Ampulheta (Figura 1) é denominada fase das

habilidades motoras especializadas. É nessa fase que a criança irá utilizar todo o

acervo motor obtido nas fases anteriores, principalmente na fase de movimentos

fundamentais, conforme descrita abaixo:

Fase de movimentos especializados: São um produto da fase do movimento fundamental. Durante a fase especializada, o movimento torna-se uma ferramenta aplicada a uma série de atividades de movimentos complexas para a vida diária, recreação e resultados esportivos. Esse é o período em que as habilidades de estabilidade, locomoção e manipulação são progressivamente refinadas, combinadas e reelaboradas para uso em situação de crescente demanda. Os movimentos fundamentais de pular e saltar, por exemplo, podem ser aplicadas as atividades de pular corda, realizar danças folclóricas e executar saltos triplos no atletismo. (GALLAHUE, OZMUN, GOODWAY, 2013 p.73).

A fase do movimento especializado também é composta por três estágios:

transição, de aplicação e de utilização ao longo da vida, descritas a seguir.

No estágio de transição a criança começa a combinar e utilizar habilidades

motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas, com melhor

forma, precisão e controle. Pois:

Estágio de Transição: É caracterizado pelas primeiras tentativas do indivíduo de refinar e combinar habilidades do movimento proficiente. Para a maioria das crianças do ensino fundamental (idade de 8 a 12 anos), esse é um período fundamental, durante a qual as habilidades do movimento fundamental proficientes são refinadas e aplicadas ao esporte a aos jogos específicos. (GALLAHUE, OZMUN, GOODWAY, 2013 p.73).

No estágio de aplicação a criança enfatiza a forma, habilidade e precisão do

desempenho motor, sendo um período propício para refinar e usar habilidades mais

complexas em jogos, atividades de liderança e esportes escolhidos. Assim:

Estágio de Aplicação: Durante o estágio de aplicação, o indivíduo torna-se mais consciente dos valores e das limitações físicas pessoais, e de modo adequado, foca certos tipos de esporte em ambientes tanto recreativos como competitivos. A ênfase está em melhorar a proficiência. (GALLAHUE, OZMUN, GOODWAY, 2013 p.73).

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O estágio de utilização ao longo da vida se inicia aos 14 anos e se estende

por toda a vida, sendo caracterizado por um período de utilização do repertório de

movimentos adquiridos pelo sujeito durante a vida. Desta forma:

Estágio de utilização ao longo da vida: Esse estágio representa o ápice do processo do desenvolvimento motor e é caracterizado pelo uso de repertório de movimento adquirido ao longo da vida, são refinados ainda mais e aplicados a atividades cotidianas, à recreação e ao esporte durante toda a vida. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p.74).

É importante destacar o estágio de transição e aplicação, pois serão nestes

estágios que este projeto de implementação será aplicado, considerando as

características que os alunos apresentarem. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013)

afirmam que o sucesso da progressão, dos estágios de transição, aplicação e

utilização ao longo da vida depende dos níveis de proficiência na performance do

movimento fundamental. Se os padrões de movimento forem menores do que

proficientes ou maduros a habilidade não se desenvolverá de acordo.

É necessário ressaltar que as habilidades de movimento fundamental, pouco

mudam depois que atingem o estágio maduro ou proficiente. Diante disso:

Depois que a criança alcança o estágio maduro ou proficiente em determinado padrão de movimento fundamental, pouca mudança ocorre na “forma” dessa habilidade durante a fase de movimento especializado. Portanto, as habilidades especializadas são movimentos proficientes, adaptados às exigências específicas de uma atividade esportiva, recreativa ou cotidiana. O grau de desenvolvimento dessas habilidades depende da combinação das condições da tarefa, do indivíduo e do ambiente. (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 334).

O modelo ampulheta é um representação visual que dentre os estudos sobre

o tema, mais popularmente retrata as fases e estágios do desenvolvimento motor:

17

Figura 1 – Fases e Estágios do Desenvolvimento Motor

Fonte: Gallahue, Ozmun e Goodway (2013).

O modelo ampulheta retrata de acordo com a idade, em que fase e estágios

esperados de desenvolvimento motor a criança se encontra, mas é importante

destacar de acordo com Paim (2003), que adquirir um estágio maduro das

habilidades motoras fundamentais só será possível se a criança receber

oportunidades diversificadas de movimento. Para Gallardo (2010) a maioria das

crianças e dos adultos não se encontram em um estágio maduro de execução das

habilidades motoras, dificultando a sua participação nas atividades culturais e

esportivas.

De acordo com Gallahue e Ozmun (2005), as condições ambientais,

juntamente com oportunidades para a prática, o estímulo e a instrução são vitais

para o desenvolvimento de padrões maduros de movimentos fundamentais e

mesmo não estando relacionada à idade, a aquisição de habilidades motoras

fundamentais não é dependente da mesma.

Para Soares (2006) a aquisição de novas habilidades está diretamente

ligada não apenas a faixa etária da criança, mas também às interações vividas com

o seu grupo social.

18

As habilidades motoras de movimento são classificadas de acordo com seus

aspectos musculares, temporais, ambientais e funcionais, conforme Quadro 1:

Quadro 1 – Modelos Unidimensionais Populares para Classificação do Movimento

Aspectos musculares do movimento-

tamanho/amplitude do movimento

Aspectos Temporais do

Movimento-séries temporais em que o movimento ocorre

Aspectos ambientais do movimento-contexto em

que o movimento ocorre

Aspectos funcionais do movimento-propósito do movimento

Habilidades motoras amplas-uso de vários músculos grandes para executar a tarefa de movimento (correr, saltar, arremessar, apanhar a bola).

Habilidades motoras discretas-com início e fim bem definidos (rebater uma bola arremessada, apertar um interruptor de luz).

Habilidades motoras abertas-ocorrem em um ambiente imprevisível e constantemente mutável (participar de uma luta romana, apanhar uma bola em movimento, jogar a maioria dos jogos de computador).

Tarefas de estabilidade- enfatiza o ganho ou a manutenção do equilíbrio em situações de movimento estático ou dinâmico (sentar, levantar, equilibrar-se em um pé, andar em uma barra estreita).

Habilidades motoras finas-uso de vários músculos pequenos para executar a tarefa de movimento com precisão (escrever, digitar, pintar retratos

Habilidades motoras seriais-série de habilidades distintas, realizadas em rápida sucessão (dribles no basquete, abrir uma porta trancada).

Habilidades motoras fechadas-ocorrem em um ambiente estável e não mutável (fazer uma jogada no golfe, digitar um texto no computador)

Tarefas de Locomoção-transporte do corpo de um ponto a outro do espaço. (engatinhar, correr, dar um salto em altura).

Habilidades motoras contínuas-repetidas continuamente por um período de tempo arbitrário (pedalar, andar de bicicleta, nadar, tocar violino)

Tarefas de Manipulação-transmitir força a um objeto ou receber a força dele (bater, volear, escrever, tricotar).

Fonte: GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 35.

Ainda de acordo com o Quadro 1, Gallahue (2005) afirma que as habilidades

de movimento abertas necessitam que o indivíduo faça ajustes ou modificações no

padrão motor real, isto é necessário para que haja um ajuste as necessidades da

situação. As fechadas requerem a rigidez no desempenho sujeitam-se

exclusivamente a movimentação.

Ainda de acordo com os autores citados acima o professor ao planejar o

ensino das habilidades motoras, necessita determinar quais são os objetivos

19

(participação em atividades de lazer ou introdução a um esporte) pretendidos. Para

isso é fundamental reconhecer:

1-Em que fase do desenvolvimento motor (reflexiva, rudimentar, fundamental ou especializada) está o aprendiz? 2-Qual o nível de aprendizado da habilidade de movimento do aprendiz (inicial, intermediário ou avançado)? 3- Qual é o tipo de tarefa de movimento (habilidade ampla, fina, discreta, serial, contínua, de locomoção, manipulação, estabilidade; e em que condições, fechadas ou abertas deve ser realizada? 4- Quais as exigências da performance e da tarefa (o que é necessário em termos de força, e resistência muscular, flexibilidade, articular, resistência aeróbia, velocidade, agilidade, potência e equilíbrio)? (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 39).

Entendendo os aspectos levados em consideração neste referencial teórico,

sobre o desenvolvimento motor e habilidades motoras, fica evidente que o objetivo

dos professores com a Educação Física Escolar deve ser o de contribuir com o

aumento do repertório motor dos educandos. Para isto é fundamental respeitar suas

individualidades, relacionadas ao aspecto cognitivo, motor e social.

7.3 Coordenação Motora

A criança é em primeira instância, um ser motor, ou seja, ela necessita dos

gestos motores para se expressar verbalmente. Seus desejos e interesses são

manifestados através da interação da manifestação verbal com movimentos do

corpo que indiquem qual seu desejo de realizar. Logo, “o crescimento físico e o

desenvolvimento da coordenação motora dominam a vida da criança pequena. É

pelo movimento que ela traduz toda sua vida psíquica, ao menos até a fase da

palavra.” (DELDIME; VERMEULEN, 1999, p.31).

De acordo com Pellegrini et al., (2005) apud Derner (2009) a coordenação

motora é considerado o principal fator nas habilidades básicas, que pode ser

entendida como a produção de movimentos que se relacionam entre si, utilizando-se

de várias partes do corpo, obedecendo uma determinada ordem, amplitude e

velocidade.

Para Eckert (1993) uma boa coordenação motora é entendida quando os

indivíduos mostram sequência e a sincronização de seus atos são bem controlados

enquanto realizam determinado movimento. Podemos afirmar que enquanto as

20

habilidades motoras respondem pela qualidade da execução do movimento, a

coordenação motora permite realizar movimentos sincronizados.

Krahenbühl (2012) relata que a coordenação motora pode ser definida como

a condução de ações precisas e integradas do sistema músculo esquelético, do

sistema nervoso e do sistema sensorial, tendo como fim a produção de ações e

movimentos precisos e equilibrados, adaptados a situação e com base em um

sistema de regulação do movimento corporal.

A autora Leite (2012) destaca que a coordenação motora é a condição de

realizar um ou uma série de movimentos eficientemente e com economia de esforço.

Sendo assim, apresenta quatro aspectos distintos:

1) Coordenação dinâmica geral: faz referência aos movimentos que

durante a locomoção, não precisam ser guiados pela visão. Ex.: cruzar

os braços, trocar a marcha do carro.

2) Coordenação visual e motora: faz referência aos movimentos que são

guiados pela visão e envolve a orientação espaço temporal e o

esquema corporal. Ex.: lançar uma bola visando ao gol.

3) Coordenação óculo manual: é o tipo específico de coordenação visual

e motora, quando se realiza atividades manuais. Ex.: escrever, pintar.

4) Coordenação motora fina: é a capacidade de realizar movimentos

finos com as mãos. Ex.: escrever, bordar, tocar piano.

Para Piret e Bèziers (1992) apud Derner (2009), crianças não são

completamente coordenadas e isto está ligado a problemas de estruturação

temporal-espacial, que podem ser compensados com noções visuais durante alguns

anos, mas que, com frequência, decorrem em visíveis dificuldades escolares.

Podemos classificar a coordenação motora em dois tipos: coordenação

motora grossa e coordenação motora fina. Para Louredo (2011) na coordenação

motora grossa utilizamos grupos de músculos maiores onde desenvolve habilidades

como chutar, correr, subir e descer escadas, pular e chutar. Essas atividades podem

ser desenvolvidas através de uma série de exercícios, jogos e atividades esportivas.

Se houver déficit nessas habilidades, a criança terá dificuldades em praticar

atividades esportivas. A coordenação motora fina abrange pequenos músculos,

como os das mãos e os dos pés, por meio de atividades como pintar, desenhar,

21

manusear objetos pequenos. A criança realiza movimentos delicados e desenvolve

habilidades que lhe serão úteis por toda a vida.

7.4 Handebol e as Habilidades Motoras

Para Gallahue e Ozmun (2005), os movimentos observáveis do ser humano

podem ser agrupados em três categorias: movimentos locomotores (caminhar,

correr, saltar), movimentos manipulativos (lançar, pegar, driblar) e movimentos

estabilizadores (desviar, girar). Albuquerque (2013) utiliza-se deste conceito.

A modalidade esportiva do handebol contempla as habilidades motoras

fundamentais contidas nestes movimentos manipulativos como passe, arremesso,

drible e recepção, movimentos de locomoção como correr e saltar e movimentos de

estabilidade como equilíbrio e esquivar-se. Diante disso:

Sendo assim, podemos afirmar que jogar handebol envolve a combinação coordenada dessas três formas de movimento. Importante destacar que a combinação de movimentos ocorre em ambiente variável, onde as ações devem ser realizadas em relação aos parceiros de equipe e em oposição aos adversários. (ALBUQUERQUE, 2013, p. 23)

Para Albuquerque (2013), no processo de iniciação desportiva, a

preocupação não deve ser com a preparação física específica, devendo-se focar no

desenvolvimento natural das habilidades e valências físicas, através de um

treinamento bem aproveitado, planejado e divertido. Uma das capacidades motoras

a serem mais enfatizadas é a coordenação motora. Abaixo segue o Quadro 2 com

os conteúdos a serem desenvolvidos de acordo com a categoria trabalhada neste

projeto de intervenção.

22

Quadro 2 – Etapa de Iniciação Esportiva

Etapa de Iniciação Esportiva – Categorias Mini e Mirim (9 a 12 anos)

Conteúdos Objetivos

Jogos de tomada de decisão Desenvolver no iniciante inteligência, correta leitura e criatividade dentro das situações de jogo.

Capacidades motoras (físicas) Aprimorar e enfatizar a capacidade motora: coordenação motora

Habilidades motoras com bola Estimular a inteligência motriz, a coordenação motora e a “pré-técnica” (pré-fundamento).

Jogos Reduzidos Desenvolver de forma crescente o entendimento do jogo e de suas principais regras, a partir das estruturas reduzidas ; 1x1 ( um contra um), 2x1, 3x2, 3x3, 4x3, 4x4 e 5x5

Mini-Handebol Desenvolver o entendimento global do esporte e das suas regras básicas, por meio do jogo reduzido e apropriado à criança: mini-handebol (5x5), com marcação individual obrigatória.

Fonte: ALBUQUERQUE, 2013, p. 28.

Ainda de acordo com este autor, durante a iniciação, a preocupação com

padrões táticos não é necessária, sendo importante colocar o iniciante em situações

de jogo nas quais ele precise buscar o melhor posicionamento, fazer a “leitura” e

tomar decisões. É importante se trabalhar as habilidades motoras com a bola

relacionadas a proposta de Kroger e Roth (2002), que trata das pré-técnicas

esportivas, ou seja, na iniciação ao esporte, devemos evitar a padronização ou

especialização precoce dos movimentos específicos de cada modalidade.

As habilidades motoras especializadas referem-se a introdução de um

esporte. Gallahue e Ozmun (2003) apud Albuquerque (2013) define as habilidades

esportivas como “a combinação de um padrão de movimento fundamental com

forma, precisão e controle, no desempenho de uma atividade relacionada ao

esporte.” (ALBUQUERQUE, 2013, p. 75).

Através do handebol é possível trabalhar as habilidades motoras

especializadas com a bola através dos seus fundamentos básicos como: passe,

recepção, arremesso, progressão, drible e finta. Nesse sentido é fundamental

destacar:

No caso do handebol, as habilidades com a bola estão relacionadas a: passar e receber a bola, driblar a bola, arremessar a bola (progressão em até três passos), fintar (progressão com mudança de direção ou giro em até três passos). (ALBUQUERQUE, 2013, p. 74)

23

O handebol e seus fundamentos além de abranger as habilidades motoras

fundamentais e especializadas desenvolvem também as valências físicas

necessárias para o seu aprendizado.

Para Tenroller (2004) as principais valências físicas que interferem no

handebol são a resistência anaeróbia, a velocidade e a força rápida. Em uma partida

de handebol verificam-se as três valências durante mais de 50% do tempo de jogo.

Para Albuquerque (2013) dos 9 a 12 anos aprimora-se a capacidade motora

física da coordenação motora e a partir dos 13 a 14 anos iniciará a preparação física

da técnica e tática.

Melhem (2002) apud Lima et. al., (2012) definem o handebol como prática

esportiva relacionada a grandes ganhos de qualidade no que diz respeito a aptidão

física. Podendo ser citadas a resistência, coordenação, força, velocidade, habilidade,

vindo a ser respeitado por todos os gêneros porque desenvolve no indivíduo estes

requisitos.

Alguns estudos sobre a contribuição do handebol no desempenho das

habilidades motoras e nas valências físicas realizadas por Krebs et. al., (2010) e

Borges et. al., (2013), observaram que este esporte desenvolve a melhoria destas.

Krebs et. al., (2010) através de um estudo sobre o papel da prática do

handebol no desempenho das habilidades amplas de escolares com 10 anos de

idade, verificou que os escolares que praticavam o handebol em sua grande maioria

apresentaram desempenho satisfatório dos movimentos de locomoção e controle de

objetos, facilitando a utilização desses movimentos de maneira combinada para a

prática dos movimentos mais específicos da modalidade.

Borges et. al., (2013) traçou o perfil de aptidão motora dos alunos da equipe

de handebol de uma escola, através de uma bateria de testes, constatando bom

desempenho dos alunos avaliados quanto ao índice de massa corporal, relação

cintura quadril e componentes da aptidão motora como flexibilidade, resistência

cardiorrespiratória, velocidade e potência dos membros inferiores.

Diante deste referencial teórico, podemos constatar que o handebol é um

excelente meio para desenvolver as habilidades motoras fundamentais e

especializadas através de sua prática, contribuindo assim para o aumento do

repertório motor do educando.

24

7.4.1 Métodos de Ensino do Handebol

O método utilizado para o desenvolvimento desta intervenção será a

proposta de iniciação ao handebol de Albuquerque (2013) que contempla cinco

conteúdos fundamentais a serem desenvolvidos.

Sobre método de ensino Costa (2003), define que um método apropriado é

o caminho mais rápido e seguro para alcançar os objetivos de qualquer esporte.

Para Albuquerque (2013) a questão do método de ensino empregado

repercute muito no desempenho e no interesse dos praticantes pela modalidade. Os

conteúdos de jogo devem ser ensinados e treinados, aplicando metodologias em

que o aluno assimile o jogo e não o pratique mecanicamente.

Para o ensino da modalidade de qualquer esporte é necessário definir quais

os métodos que serão trabalhados, de acordo com os seus objetivos. O método de

ensino baseado em Albuquerque (2013) foi definido para ser desenvolvido nesta

intervenção e ser uma proposta de iniciação esportiva atendendo assim as

características do público alvo a ser trabalhado (6° ano), ser de fácil aplicação e

compatível com a realidade escolar.

Para a iniciação do handebol com ênfase nas habilidades motoras

fundamentais e especializadas e aprimoramento da coordenação motora serão

utilizados os cinco conteúdos fundamentais sugeridos por Albuquerque (2013):

1- jogos de tomada de decisão; 2-a capacidade motora: coordenação motora; 3-as habilidades motoras com a bola; 4-os jogos reduzidos; 1x1, 2x1, 2x2, 3x2, 3x3, 4x3, 4x4; 5-o mini-handebol: 5x5 Os conteúdos 1, 2 e 3 apoiam-se na rica proposta de iniciação esportiva contida na obra Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos, de Kroger e Roth (2002). (ALBUQUERQUE, 2013 p. 37)

Ainda de acordo com este autor, na categoria mirim 11 e 12 anos é

fundamental trabalhar a base sob o aspecto motricidade (coordenação motora e pré-

técnica), descobrir as regras e o funcionamento básico do jogo a partir de jogos

tático-técnicos (jogos de tomada de decisão) e do mini-handebol somente por volta

dos 13-14 anos iniciar o desenvolvimento das habilidades técnicas.

25

Para o entendimento de cada conteúdo fundamental a ser trabalhado e

desenvolvido neste projeto, segue a descrição deles.

7.4.1a Jogos de tomada de decisão

Para Albuquerque (2013) é importante destacar que os jogos de tomada de

decisão devem ser realizados de forma divertida e lúdica, atendendo as

necessidades e aos interesses básicos das crianças. A idéia principal destes jogos é

estimular e desenvolver a adaptação a ambientes abertos, onde a variabilidade

proposta pelo jogo determinará as ações ofensivas e defensivas por parte dos

jogadores. Em decorrência disto, é importante destacarmos a ênfase na atividade

lúdica, despertando assim o interesse pela participação nos jogos.

Ainda de acordo com Albuquerque (2013) ao se trabalhar nesta proposta

faz-se necessário determinar quais as tomadas de decisões ofensivas e defensivas

do handebol, em função da variabilidade do ambiente o jogador atacante com a

posse de bola tomará a decisão de driblar, passar, arremessar ou fintar e sem a

bola, poderá desmarcar-se e oferecer para recebê-la. O jogador defensor, sempre

estará sem a posse de bola e na luta por ela, tomando as decisões de roubá-la

interceptá-la ou bloqueá-la, posicionando-se defensivamente, para exercer a

marcação e o contato defensivo.

7.4.1b Capacidade Motora: Coordenação Motora

Kroger e Roth (2002) apud Albuquerque (2013) na iniciação aos esportes

com bola, a preocupação está em orientar o praticante com relação às suas

capacidades coordenativas. Os pré-requisitos e as capacidades coordenativas

podem e devem ser treinados desde a iniciação ao esporte com bola.

A coordenação motora aplicada às habilidades fundamentais do handebol

facilita o aprendizado, evitando assim dificuldades no seu desenvolvimento.

Bompa (2002) apud Albuquerque (2013) afirma que a boa coordenação é

fundamental para a aquisição e o aperfeiçoamento de habilidades. Uma criança bem

26

coordenada sempre aprende determinada habilidade com rapidez e é capaz de

executá-la sem problemas. Sendo assim:

Coordenação motora geral- aquisição de padrões mais completos de movimento, mediante a combinação daqueles já adquiridos. Coordenação óculo/manual- aquisição de destrezas no manejo e na manipulação de objetos. Coordenação dinâmica segmentária- dissociação segmentária das diferentes partes do corpo; independência das extremidades superiores e inferiores; afirmação da lateralidade. (GARCIA CUETA (1991) apud ALBUQUERQUE, 2013, p. 64).

Diante destas afirmações é imprescindível utilizar propostas de exercícios

voltadas ao desenvolvimento da coordenação motora das habilidades do handebol.

7.4.1c Habilidades Motoras com a Bola

Para Albuquerque (2013) ao adotar uma proposta de trabalho com as

habilidades motoras com a bola, está em algum momento abrindo mão do jogo, ou

seja, de forma parcial passa-se a exercitar habilidades inerentes a momentos

destacados do esporte. Parte-se do princípio de que não basta ao praticante uma

leitura excelente do jogo; é preciso que ele saiba executar o movimento adequado

para aquela situação.

Ainda de acordo com este autor as habilidades com a bola presentes no

handebol são o passar e receber a bola, driblar a bola, arremessar (progressão em

até três passos) e fintar a bola (progressão com mudança de direção ou giro em até

três passos). Diante disso:

É importante ressaltar que as atividades das habilidades motoras com a bola no handebol, não tem como objetivo central promover a repetição de padrões técnicos de movimento e sim estimular um pré-contato com a técnica. Nesse momento de iniciação ao esporte, não há preocupação que o praticante realize o gesto de forma padronizada e perfeita; o enfoque é fornecer ao iniciante os requisitos necessários para que ele possa, futuramente, se apropriar dos gestos técnicos da modalidade com facilidade. (ALBUQUERQUE, 2013, p. 75)

27

7.4.1d Jogos reduzidos

Para Albuquerque (2013) os jogos reduzidos são estruturas menores do jogo

formal e se integram em um meio altamente eficaz de aproximar gradativamente o

praticante do jogo. A ideia central é que o jogo seja desmembrado para que o

iniciante possa se adaptar de forma crescente à variabilidade e à imprevisibilidade

do handebol.

Ehret et. al., (2002) apud Albuquerque (2013) ressalta que a proposta

metodológica básica é reduzir o número de participantes e os espaços de jogos

baseando-se na facilitação das tarefas e percepção e decisão dos jogadores. Dessa

forma apresenta-se a proposta dos jogos reduzidos em uma sequência lógica, desde

a estrutura mais simples e menos variável, que é o jogo um contra um mais o goleiro

(1x1) + 1, até o jogo mais complexo, coletivo e de maior variabilidade: o quatro

contra quatro mais o goleiro (4x4) + 1.

7.4.1e Mini-handebol

Para Albuquerque (2013) a proposta de utilizar o mini-handebol, e não a do

handebol formal é devido a contemplar às necessidades e aos interesses das

crianças. Da mesma forma que desenvolve as capacidades cognitivas e motoras

inerentes ao jogo de handebol também desenvolve o psíquico e afetivo dos

iniciantes.

No mini-handebol, através do jogo as regras são adaptadas de acordo com

as capacidades das crianças. Conforme Garcia Cuesta (1991) apud Albuquerque

(2013) o jogo de mini-handebol desenvolve nos praticantes a estruturação espaço-

temporal através da adequação de ritmos e velocidades diferentes, orientação e

localização da bola no espaço, observação e localização de espaços livres,

observação dos companheiros e oponentes. Do mesmo modo, o equilíbrio é

desenvolvido a partir de mudanças de direção e giros corporais, deslocamentos e

paradas contínuas, contatos corporais com os oponentes, arremessos com salto e

apoio.

28

Diante disso o mini-handebol, além de contemplar os elementos básicos dos

fundamentos e regras handebol, desenvolvem as habilidades motoras, fundamentais

para a base de atividades esportivas futuras.

8. METODOLOGIA

Este trabalho de intervenção tem como finalidade avaliar o estágio de

desenvolvimento motor em que os alunos se encontram e verificar a influência de

um programa de iniciação ao handebol no desempenho das habilidades motoras

fundamentais e especializadas relacionadas a este esporte.

Para a realização deste trabalho será realizada uma pesquisa do tipo

descritiva e estudo de caso. De acordo com Gil (2008) a pesquisa descritiva tem

como objetivo principal a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis, uma de suas

características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de

coleta de dados. O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo

de um ou de poucos objetos permitindo o seu conhecimento amplo e detalhado,

descreve a situação do contexto em que está sendo feita a investigação, podendo

ser utilizado em pesquisas descritivas.

A metodologia utilizada para a análise do estágio de desenvolvimento motor

em que os alunos se encontram será o método transversal. Para Gallahue, Ozmun e

Goodway (2013) o método transversal permite ao pesquisador coletar dados de

diferentes grupos de pessoas e faixas etárias, em um mesmo momento no tempo.

Esta pesquisa será realizada no Colégio Estadual Wolff Klabin, localizado na

cidade de Telêmaco Borba, Estado do Paraná, com uma turma do 6° ano do Ensino

Fundamental, com aproximadamente 20 alunos, constituída de meninos e meninas,

com idade entre 11 a 12 anos. A escolha da turma justifica-se por estarem

ingressando no Estado, sendo a grande maioria, oriundos de escolas municipais e

por apresentarem a faixa etária (11-12 anos aproximadamente) correspondente para

o desenvolvimento da iniciação esportiva.

A Intervenção ocorrerá no período de contra-turno no 1° semestre de 2015,

na quadra de esportes do Colégio totalizando 64 horas e a escolha dos 20 alunos

29

será realizada de forma aleatória. Será solicitado aos pais dos alunos que

participarão dos testes uma autorização por escrito (Termo de Livre Consentimento),

por meio do Programa PDE, da participação das aulas práticas e na filmagem dos

testes a serem realizados.

Num primeiro momento serão realizados pré- testes motores das habilidades

fundamentais de manipulação do arremessar, quicar e receber a bola, e de

locomoção a corrida, conforme protocolo de análise dos padrões fundamentais

propostos por Gallahue e Ozmun (2005), classificando-as nos estágios inicial,

elementar e maduro ou proficiente. Estes testes foram escolhidos por avaliarem as

habilidades motoras fundamentais, são rápidos, válidos e confiáveis.

Estas três habilidades de manipulação e uma de locomoção foram definidas

por constituírem os movimentos realizados nos fundamentos básicos do handebol. A

intenção de realizar o pré-teste é para avaliar qual o estágio em que o aluno se

encontra, caso seja classificado no estágio inicial ou elementar, o objetivo é verificar

se a intervenção que será aplicada irá contribuir para a evolução do estágio das

habilidades avaliadas.

Os instrumentos utilizados para a realização dos testes serão câmera

filmadora para registro dos movimentos, fita métrica, apito, bolas de handebol mirim,

bolas de borracha, cones e quadra de esportes da escola. Para a coleta de dados

será utilizada uma ficha de avaliação com nome, idade, sexo.

Cada um dos movimentos serão realizados por cinco vezes, sendo filmados

na posição frontal, lateral e posterior para que a análise possa ser realizada. Após a

coleta, os dados serão analisados de forma quantitativa. A quantificação dos

resultados serão executados sob a forma de símbolos matemáticos. No tratamento

dos dados serão adotados procedimentos estatísticos com as medidas de tendência

central (média, desvio padrão, variância), para isso, iremos utilizar o programa

SPSS. A descrição dos testes estão no Anexo 11.

Num segundo momento será aplicado um programa de iniciação do

handebol compreendendo os cinco conteúdos fundamentais: jogos de tomada de

decisão, a capacidade motora: coordenação motora, as habilidades motoras com a

bola, os jogos reduzidos e o mini-handebol com a finalidade de combinar e refinar as

habilidades do movimento fundamental manipulativo (arremessar, quicar, passar e

receber), locomoção (correr, saltar) e estabilidade (girar, esquivar) nos fundamentos

30

básicos e no jogo do handebol na fase especializada de transição e aplicação,

melhorando a proficiência das habilidades motoras.

Num terceiro momento serão reaplicados testes motores das habilidades

fundamentais de locomoção (arremessar, quicar e receber a bola) e locomoção

(correr) para comparar se houve a evolução para a fase do estágio maduro ou

proficiente.

É importante ressaltar que os alunos quantificados num estágio atrasado

(inicial ou elementar), após a realização do programa de iniciação esportiva do

handebol irão refazer os testes para verificar se houve a evolução para o estágio

maduro. Os alunos quantificados no estágio maduro ou proficiente seguirão o

programa de forma normal com o objetivo de combinar e refinar as habilidades para

o estágio de transição e aplicação das habilidades motoras especializadas do

handebol. Para a análise da proficiência das habilidades motoras especializadas no

handebol serão realizadas anotações em registros diários contendo todas as

observações referentes às atividades propostas.

31

9. CRONOGRAMA DE AÇÕES

O Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná – PDE/PR, turma 2014, compreende quatro períodos

distribuídos entre fevereiro de 2014 a dezembro de 2015, totalizando 952 horas

sendo constituído das seguintes atividades:

1° PERÍODO – 2014

ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN JUL

Pesquisa do Tema

Encontros para Orientação

Seminário Integrador

Formação Tecnológica

Elaboração do Projeto de Intervenção Pedagógica

Inserção Acadêmica

Curso de Metodologia de Pesquisa

Curso Fundamentos da Educação

Seminário Temático

Encontros por Área

2° PERÍODO – 2014

ATIVIDADES AGO SET OUT NOV DEZ

Encontros para Orientação

Encontros por Área

Entrega do Projeto de Intervenção Pedagógica

Inserção Acadêmica

Seminário Temático

Entrega do Produção

3° PERÍODO – 2015

ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN JUL

Encontros para Orientação

Apresentação do Projeto no Colégio Estadual Wolff Klabin

Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica

GTR – Grupo de Trabalho em Rede

3° PERÍODO – 2015

ATIVIDADES AGO SET OUT NOV DEZ

Encontros para Orientação

Elaboração do Artigo Científico

Entrega do Artigo Científico

32

10 . REFERÊNCIAS

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GALLAHUE, Donnely C. Frances. Educação Física Desenvolvimentista, 4° ed. Editora Ltda. São Paulo, 2008. GALLARDO, Jorge Sérgio Pérez. Prática de Ensino Em Educação Física: a criança em movimento. São Paulo: FTD, 2010. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6° ed. São Paulo. Atlas, 2008. IZAYAMA, Hélder Ferreira; GALLARDO, Jorge Sérgio Pérez. Desenvolvimento Motor: Análise dos estudos brasileiros sobre habilidades motoras fundamentais. Revista da Educação Física, UEM 9 (1):75-82,1998. Disponível em <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3855/2649>. Acesso em 03 de julho de 2014. KRAHENBÜHL, Tathyane. Avaliação da coordenação motora em escolares de 7 a 10 anos em uma escola de Ensino Fundamental de Campinas – SP. 2008, 72f. TCC (Graduação em Educação Física) – Curso de Licenciatura em Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 2008. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000436861> Acesso em 15 de julho de 2014. KREBS, Ruy J. et al. A contribuição da prática do handebol no desempenho das habilidades motoras amplas de escolares. Revista Digital. Cinergis – Vol. 11, Num. 2, p. 1-8 Jul/Dez, 2010. Disponível em: <http://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/1721>. Acesso em: 20 de junho de 2014. LEITE, Vânia Aparecida Marques. Dimensões da Não-Aprendizagem. Ed. Curitiba, 2012. LIMA, Fernanda N. A. et al. Nível de aptidão física de atletas de handebol de anápolis. Revista Digital. Coleção Pesquisa em Educação Física. Vol. 11, Num 2, 2012. Disponível em: <http://www.fontouraeditora.com.br/periodico/vol-11/Vol11n2-2012/Vol11n2-2012-pag-121a130/Vol11n2-2012-pag-121a130.pdf>. Acesso em: 21 de junho de 2014. LOUREDO, Paula. Coordenação motora. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ biologia/coordenacao-motora.htm.>. Acesso em: 27 de junho de 2014. PAIM, M.C.C Desenvolvimento Motor de Crianças Pré-Escolares entre 5 e 6 anos. Revista Digital. Buenos Aires: 8 (58): p.1-8, 2003. PESSOA, Jose H. L. Desenvolvimento da criança, uma visão pediátrica. Jundiaí, v.9,n.3,nov.2003.Disponívelem:<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=2694> Acesso em: 20 de junho de 2014. SANTOS, A.M.; Neto, F.R.; Pimenta, R.A.; Avaliação das habilidades motoras de crianças participantes de projetos sociais/esportivos. Motri. vol.9 no.2 Vila Real

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abr. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S1646-107X2013000200006&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em 03 de julho de 2014. SANTOS, Camila R.; Damasceno, Mara L. Desenvolvimento motor: diferenças do gênero e os benefícios da prática do futsal e ballet na infância. Revista Digital. Revista Hórus – Volume 4, número 2 – Out-Dez, 2010. Disponível em: <http://www.faeso.edu.br/horus/artigos%20anteriores/2010/desenvolvimento_motor.pdf>. Acesso em 01/07/2014. SOARES, A. S.; ALMEIDA, M. C. R. Nível maturacional dos padrões motores básicos do chutar e impulsão vertical em crianças de 7/8 anos. Momentum – Revista Digital de Educação Física. Ipatinga: Unileste/MG,V.1,N.1,ago/dez 2006.Disponível em: <http://www.unilestemg.br/movimentum/index.arquivos/movimentum.soares.adriano.pdf>. Acesso em: 22 de junho de 2014 TENROLLER, Carlos. Handebol: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: 2ª Edição: Sprint, 2005. VAZ, Antônio Carlos. Educação, corpo e movimento. Ed. IESDE, Curitiba, 2010. VERMEULEN, Sonia; DELDIME, Roger. O desenvolvimento psicológico da criança. 7a ed. Bauru, SP: Edusc, 1999.

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11 . ANEXOS – Descrição dos Testes:

A descrição de cada habilidade fundamental de movimento a serem

realizadas e sua sequência de desenvolvimento conforme protocolo Gallalhue e

Ozmun (2005) serão analisadas de acordo com os quadros: Sequência de

Desenvolvimento Arremesso por Cima – Quadro 3, 3.1, 3.2, 3.3. Sequência de

Desenvolvimento para Recepção - Quadro 4, 4.1, 4.2, 4.3. Sequência de

Desenvolvimento para Quicar a bola - Quadro 5, 5.1, 5.2, 5.3. Sequência de

Desenvolvimento para a Corrida – Quadro 6, 6.1, 6.2, 6.3. O critério para a

classificação do aluno nos estágio inicial, elementar, maduro ou proficiente serão o

maior número de características apresentadas nos quadros a seguir:

Arremesso por cima: Será utilizada uma bola de borracha e cada aluno terá

que arremessá-la em direção ao gol livre, sem a utilização de saltos ou corrida

prévia.

Quadro 3 – Sequência de Desenvolvimento para Arremesso por Cima

ESTÁGIO INICIAL

1- Ação é feita principalmente a partir do cotovelo

2- Cotovelo do braço de arremesso mantém-se à frente do corpo; ação parece um empurrão

3- Dedos se separam ao liberar a bola

4- Acompanhamento da bola para frente e para baixo

5- Tronco se mantém perpendicular ao alvo

6- Pequena ação de giro durante o arremesso

7- Peso corporal se move levemente para trás para manter o equilíbrio.

8- Pés permanecem parados

9- Geralmente não há objetivo na movimentação dos pés durante a preparação do arremesso.

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 265.

Figura 2- Estágio Inicial

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 244.

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Quadro 3.1 – Sequência de Desenvolvimento para Arremesso por Cima

ESTÁGIO ELEMENTAR

1- Na preparação, o braço é inclinado para cima, para os lados e para baixo, para posição de cotovelo flexionado

2- Bola é segurada atrás da cabeça

3- Braço é inclinado para a frente, bem acima do ombro

4- Tronco se vira para o lado de arremesso durante ação preparatória

5- Ombros se viram para o lado do arremesso

6- Tronco é flexionado para a frente com movimento do braço para a frente

7- Mudança definida do peso corporal para a frente

8- Passos à frente com perna do mesmo lado do braço de arremesso

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 265.

Figura 3 - Estágio Elementar

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 266.

Quadro 3.2 – Sequência de Desenvolvimento para Arremesso por Cima

ESTÁGIO MADURO OU PROFICIENTE

1- Braço é inclinado para trás na preparação.

2- Cotovelo oposto é elevado para equilíbrio como ação preparatória no braço de arremesso.

3- Cotovelo de arremesso se move para frente horizontalmente enquanto se estende.

4- Antebraço gira e polegar aponta para baixo.

5- Tronco gira claramente para o lado de arremesso durante ação preparatória.

6- Ombro de arremesso cai levemente.

7- Rotação definida através dos quadris, pernas, coluna e ombros durante o arremesso.

8- Peso no pé de trás durante movimento preparatório.

9- Conforme o peso se move, um passo é dado com o pé oposto.

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 265.

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Figura 4 - Maduro ou Proficiente

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 266.

Quadro 3.3 – Dificuldades de desenvolvimento para Arremesso por cima

II - DIFICULDADES DE MOVIMENTO

A- Movimento para a frente com o pé do mesmo lado do braço de arremesso

B- Inclinação para trás contida

C- Falha ao girar quadris conforme o braço de arremesso é trazido para trás

D- Falha ao dar um passo com perna oposta ao braço de arremesso

E- Coordenação rítmica insuficiente do movimento do braço com o movimento do corpo

F- Falha ao liberar ao liberar a bola na trajetória desejada

G- Perde o equilíbrio enquanto arremessa

H- Rotação para a frente do braço

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, (2005), p. 265.

Recepção: Será utilizada uma bola de handebol mirim e cada aluno irá

receber a bola que será arremessada a ele pelo professor.

Quadro 4 – Sequência de Desenvolvimento para Recepção

ESTÁGIO INICIAL

1- Frequentemente, há uma reação de desvio, virando ou protegendo o rosto com as mãos (reação de fuga é apreendida e mais tarde não deve mais estar presente)

2- Braços se estendem e se mantêm à frente do corpo

3- Movimento do corpo é limitador até o contato

4- Recepção parece ação de cavar

5- Uso do corpo para segurar a bola

6- Palmas são mantidas para cima

7- Dedos são estendidos e mantidos tensos

8- Mãos não são usadas na ação de recepção

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 268.

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Figura 5- Estágio Inicial

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 269.

Quadro 4.1 – Sequência de Desenvolvimento para Recepção

ESTÁGIO ELEMENTAR

1- Reação de desvio é limitada ao fechamento dos olhos no contato com a bola.

2- Cotovelos são mantidos nas laterais com inclinação aproximada de 90 graus.

3- Tentativa inicial de tocar na bola com as mãos é geralmente mal-sucedida, pois os braços batem na bola.

4- Mãos são mantidas em oposição uma à outra; polegares se mantêm para cima.

5- Ao contato, mãos tentam apertar a bola com movimento irregular e insuficientemente rápido.

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 268.

Figura 6 – Estágio Elementar

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 269.

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Quadro 4.2 – Sequência de Desenvolvimento para Recepção

ESTÁGIO MADURO OU PROFICIENTE

1- Não há reação de desvio

2- Olhos seguem bola até as mãos

3- Braços se mantêm relaxados nas laterais, e antebraços se mantêm na frente do corpo

4- Braços cedem ao contato com a bola para absorver a força

5- Braços se ajustam à trajetória da bola

6- Polegares se mantêm em oposição um ao outro

7- Mãos agarram a bola em movimento simultâneo e de bom ritmo

8- Dedos agarram mais efetivamente

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 268.

Figura 7 - Estágio Maduro ou Proficiente

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 269.

Quadro 4.3 – Dificuldades de desenvolvimento para Recepção

II- DIFICULDADES DE MOVIMENTO

A- Falha ao manter controle sobre objeto

B- Falha ao mover os braços para receber

C- Manter dedos rígidos e retos na direção do objeto

D- Falha ao ajustar posição da mão à altura e à trajetória do objeto

E- Inabilidade de variar padrão de recepção para objetos de pesos e forças diferentes

F- Tirar os olhos do objeto

G- Fechar os olhos

H- Inabilidade de focalizar ou acompanhar o curso da bola

I- Posicionamento impróprio, provocando perda de equilíbrio quando recebe bolas rápidas

J- Fechamento das mãos adiantado ou tardiamente

K- Falha ao manter o corpo em linha com a bola

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 268.

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Quicar a bola – Será utilizada uma bola de handebol mirim e o aluno irá

quicar a bola sem se movimentar.

Quadro 5 – Sequência de Desenvolvimento para Quicar a Bola

ESTÁGIO INICIAL

1- A bola é segurada com ambas as mãos.

2- Mãos posicionadas nos lados da bola, com palmas de frente uma para outra.

3- Ação de forçar a bola com ambas as mãos.

4- Bola toca ao chão próxima ao corpo; pode tocar o pé.

5- Grande variação na altura do retorno da bola.

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 276.

Figura 8- Estágio Inicial

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 277.

Quadro 5.1 – Sequência de Desenvolvimento para Quicar a bola

ESTÁGIO ELEMENTAR

1- Bola segurada com ambas as mãos, uma em cima e outra embaixo

2- Leve inclinação para a frente, com bola trazida ao nível do peito para iniciar a ação

3- Força para baixo com mão e braço de cima

4- Força para baixo inconsistente

5- Mão dá tapas subsequentes na bola para quicar

6- Pulso se flexiona e estende e palma da mão contata a bola em cada drible

7- Acompanha visualmente a bola

8- Controle limitado da bola enquanto dribla

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 276.

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Figura 9 - Estágio Elementar

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 277.

Quadro 5.2 – Sequência de Desenvolvimento para Quicar a bola

ESTÁGIO MADURO OU PROFICIENTE

1- Pés colocados em posição de pequena abertura, com pé oposto para a frente

2- Leve inclinação do tronco para a frente

3- Bola é contida na altura da cintura

4- Bola empurrada em direção ao chão com acompanhamento de braço, pulso e dedos

5- Força de movimentos para baixo controlada

6- Ação repetida de toque e empurrão iniciada pelas pontas dos dedos

7- Acompanhamento visual desnecessário

8- Controle direcional do drible

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 276.

Figura 10 - Maduro ou Proficiente

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 277.

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Quadro 5.3 – Dificuldades de desenvolvimento para Quicar a Bola

II- DIFICULDADES DE DESENVOLVIMENTO

A- Dar tapas na bola em vez de empurrá-la para baixo.

B- Aplicar força inconsistente ao forçar a bola para baixo.

C- Falha em focalizar e acompanhar a trajetória da bola eficientemente.

D- Inabilidade de driblar com ambas as mãos.

E- Inabilidade de driblar sem acompanhar a bola visualmente.

F- Acompanhamento insuficiente da bola.

G- Falha ao mover-se enquanto mantém a bola sob controle.

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 276.

Corrida – O aluno irá correr em um percurso determinado em linha reta, por

aproximadamente 50 metros.

Quadro 6 – Sequência de Desenvolvimento para Corrida

ESTÁGIO INICIAL

1- Jogo de pernas pequeno, limitado

2- Passos largos, irregulares e rígidos

3- Fase aérea não observável

4- Extensão incompleta da perna de apoio

5- Movimento curto e rígido com graus variados de flexão do cotovelo

6- Braços tendem a balançar em direção externa e horizontalmente

7- Balanço da perna tende para fora do quadril

8- Balanço do pé com dedos para fora

9- Base de apoio larga

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 244.

Figura 11 - Estágio Inicial

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 244.

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Quadro 6.1– Sequência de Desenvolvimento para Corrida

ESTÁGIO ELEMENTAR

1- Aumento da extensão da passada, do balanço do braço e da velocidade

2- Fase aérea limitada, mas observável

3- Extensão mais completa da perna de apoio no impulso

4- Aumento da oscilação do braço

5- Balanço horizontal do braço reduzido no movimento para trás

6- Pé de trás cruza linha mediana da altura

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 244.

Figura 11 - Estágio Elementar

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 244.

Quadro 6.2 – Sequência de Desenvolvimento para Corrida

ESTÁGIO MADURO OU PROFICIENTE

1- Máximo da extensão da passada e de sua velocidade.

2- Fase aérea definida.

3- Extensão completa da perna de apoio.

4- Coxa de trás paralela ao solo.

5- Oscilação vertical dos braços em oposição às pernas.

6- Braços dobrados em ângulos aproximadamente retos.

7- Mínima ação de rotação do pé e da perna de trás.

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 244.

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Figura 12 - Estágio Maduro ou Proficiente

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 244.

Quadro 6.3 – Dificuldades de desenvolvimento para Corrida

II- DIFICULDADES DE DESENVOLVIMENTO

A- Oscilação do braço inibida ou exagerada.

B- Braços cruzam a linha mediana do corpo.

C- Colocação imprópria do pé.

D- Inclinação exagerada do tronco para a frente.

E- Braços com movimentos pesados nas laterais ou rígidos para manter equilíbrio.

F- Giro do tronco.

G- Cadência rítmica pobre.

H- Apoio do pé inteiro.

I- Pé ou perna irregularmente virados para dentro ou para fora.

Fonte: GALLAHUE; OZMUN, 2005, p. 244.