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AGES FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO ALEX ROSÁRIO SANTOS A INFLUÊNCIA DO MARKETING DIGITAL NA DECISÃO DE COMPRA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO Paripiranga 2010

influência do marketing digital sobre a decisão de compra

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AGES

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

ALEX ROSÁRIO SANTOS

A INFLUÊNCIA DO MARKETING DIGITAL NA DECISÃO DE

COMPRA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO

Paripiranga

2010

1

ALEX ROSÁRIO SANTOS

A INFLUÊNCIA DO MARKETING DIGITAL NA DECISÃO DE

COMPRA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO

Monografia apresentada ao curso de graduação

da Faculdade AGES como um dos pré-

requisitos para obtenção do título de bacharel

em Administração.

Orientador: Prof. Esp. Thales Brandão Ferreira

Paripiranga

2010

2

ALEX ROSÁRIO SANTOS

A INFLUÊNCIA DO MARKETING DIGITAL NA DECISÃO DE

COMPRA DO CONSUMIDOR BRASILEIRO

Monografia apresentada como exigência

parcial para obtenção do título de Bacharel em

Administração, à Comissão Julgadora

designada pelo Colegiado do Curso de

Graduação da AGES – Faculdade de Ciências

Humanas e Sociais.

Paripiranga, 6 de dezembro de 2010

BANCA EXAMINADORA

Prof. Thales Brandão Ferreira

Faculdade AGES

Profª. Silvia Manoela de Jesus Machado Silva

Faculdade AGES

Prof. Augusto Cesar Santiago Teixeira

Faculdade AGES

3

Dedico aos meus pais, Ginalva e Aciole, pelo

infinito apoio que sempre demonstraram ao longo

dessa jornada.

Aos meus irmãos Alencar e Alexandra, pelas

alegrias e pelos ensinamentos.

Aos meus amigos em geral, por estarem sempre

torcendo e apoiando, sendo todos partes

fundamentais em minha vida.

4

AGRADECIMENTOS

Ao longo da construção deste trabalho, muitas pessoas se fizeram presentes e eu não

poderia deixar de prestigiá-las com uma das formas mais singelas e valiosas dos seres

humanos, o agradecimento.

À Deus, pelas oportunidades que me foram dadas na vida, principalmente por ter

conhecido pessoas e lugares interessantes, mas também por ter vivido fases difíceis, que

foram matérias-primas de aprendizado e pela incontestável fé que me move.

À Faculdade AGES, que sempre está à procura da excelência na sua metodologia, a

fim de que enxerguemos horizontes diferenciados e nos faça seres humanos capazes de

conquistar nossos sonhos. Agradeço, também, pela oportunidade em fazer parte da família

ageana, a qual me possibilitou inúmeras conquistas, surpresas e vitórias.

Falar de um tema tão rico e atual em marketing não seria possível sem o apoio de um

mestre, um exemplo de pessoa e de professor. Como posso não agradecer ao meu orientador,

Prof. Thales Brandão, se graças à sua dedicação, confiança e firmeza, foi possível a

construção de ideias fundamentais a este trabalho?

Durante uma jornada de 4 anos, muitos mestres e amigos professores fizeram-se

presentes ao meu lado compartilhando seus conhecimentos e agora passo a agradecer,

especialmente a Augusto Teixeira, Marcos Garboggine, Carlos Eduardo Silva, Florêncio

Santana, Renata Dantas, Thales Brandão, Edivaldo Rabelo e Silvia Manoela Machado,

muitíssimo obrigado.

Quero agradecer, especialmente, ao professor Rusel Barroso, por sua atenção,

dedicação e amizade, estando sempre disposto a nos ajudar, e por ter sempre uma palavra de

otimismo e confiança.

5

A amizade é uma das coisas que mais valorizo, e não posso me esquecer de agradecer

aos amigos que fiz durante o curso, pela verdadeira amizade que construímos. Gostaria de

citar todos aqueles por quem tenho grande carinho e afeto, mas demandaria muito espaço,

portanto, peço desculpas aos demais e agradeço, em particular, àqueles que sempre estiveram

ao meu lado: Charluce, Lenice, Leandro, Raony, Itamiris, Geisa, Denise, Eliziane, Marcos e

Virgilio. Em especial agradeço a Moisés Rabelo e Viviane Moura, pela paciência, pelo forte

apoio e pelos momentos de descontração, meu muito obrigado.

Aos colegas de trabalho que, onde quer que eu vá, os levarei comigo, como um

exemplo de equipe, em especial a Maria de Fátima, Hortência, Evandro, Débora Izane, Fábia

Carla, Jeane, João Adelmo e Ana Clezia. Juntos, passamos por muitos momentos difíceis e

também de grandes alegrias, mas sempre mantendo um espírito compreensivo de equipe.

A todos os funcionários da Instituição AGES que, direta ou indiretamente, fizeram

parte importante da construção deste trabalho, além de possibilitarem um trabalho com mais

harmonia nesta Instituição, em especial a Aristhela Amorim.

Não posso deixar de agradecer aos meus pais, Ginalva e Aciole, base fundamental em

minha vida, pessoas com quem posso contar incontestavelmente a todo momento. Também

agradeço aos meus irmãos Alencar e Alexandra, pois são duas pessoas que trazem alegrias e

nos ensinam, a cada dia, novas formas de encarar a vida.

A todos os meus familiares que de algum modo, contribuíram para esta conquista, em

singular aos meus tios Zezito e Leonora, e primos Francini e Flavio, pelo apoio, carinho e

palavras de motivação. Agradeço também aos meus avós Lourival e Maria Solidade, quem

tanto ajudaram ao longo desta conquista. Muitíssimo obrigado a todos!

6

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um

novo começo, qualquer um pode começar agora e

fazer um novo fim.

Chico Xavier

7

RESUMO

O crescente número de usuários da internet está despertando o interesse das empresas em

fazer propaganda e marketing por meio dela. O presente trabalho objetiva estudar o

comportamento decisório de compra do consumidor on-line, frente às estratégias de

marketing digital. Mais precisamente, a presente investigação busca verificar se o marketing

feito na web, por meio de banners, mídias sociais, blogs, publicidade e pesquisa on-line, e-

mail e conteúdos, influencia na decisão de compra. A metodologia utilizada para buscar

atingir o objetivo proposto terá como base a pesquisa bibliográfica, reunindo autores e

conteúdos atuais, visto que esse é um tema recente e de grande importância no mercado.

Inicialmente, o trabalho investiga o cenário histórico da internet e do marketing, ressaltando

ainda como estas duas nuances estão inseridas no Brasil. Após, faz-se uma abordagem geral

do marketing digital, colocando suas estratégias em evidências a fim de ter uma melhor idéia

de como suas ferramentas e táticas agem sobre um ponto de vista dos consumidores. Por fim,

foi explorado o comportamento do consumidor, este que está mais ágil e munido de

informações reunidas num menor tempo e com mais veracidade, mostrando também que a

classe C representa a maior parte da população brasileira, bem como essa classe caiu na rede e

possui significativa participação no ambiente on-line. A interatividade da internet já

representa um dos meios de comunicação que mais influenciam os consumidores, crescendo

em largos passos, visto promover que as pessoas se encontrem em seu ambiente de redes

sociais, blogs, e meios de comunicação instantânea e assim discutem sobre suas experiências

de consumo e compra.

PALAVRAS-CHAVE: internet, marketing digital, consumidor on-line, interatividade.

8

ABSTRACT

The growing number of Internet users has sparked the interest of companies in advertising

and marketing through it. This work aims at studying the behavior of the consumer purchase

decision online, facing the digital marketing strategies. More specifically, this research aims

to verify whether the marketing that is carried out on the web through banner ads, social

media, blogging, advertising and online search, e-mail and content influence the buying

decision. The methodology used to try to achieve the proposed goal is based on a literature

search, bringing together authors and current content since this is a recent subject of great

relevance in the market. Initially, the work investigates the historical setting of the Internet

and marketing, standing out like these two subjects are presented in Brazil. After that, it is

showed a general approach to digital marketing, putting in evidence its strategies in order to

get a better idea of how their tools and tactics act on a point of view of consumers. Finally, it

was explored the behavior of consumers that is more agile and armed with information

gathered in a shorter time and with greater accuracy, showing that the class C represents the

bulk of the population and this class fell on the network and has significant participation in

the online environment. The interactivity of the Internet now represents one of the media that

most influence consumers growing at a rapid pace, since they encourage people to meet at

their place of social networks, blogs, and media and so instantaneous discuss their experiences

of purchase and consume.

KEYWORDS: internet, digital marketing, on-line consumer, interactivity.

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: O Marketing e a Internet ............................................................................... 26

Quadro 2: Marketing nas mídias sociais ........................................................................ 36

Quadro 3: Classificação dos espaços de veiculação publicitária na internet................... 38

Quadro 4: Técnicas para publicidade On-line mais úteis e eficientes............................. 39

Quadro 5: Fatores influenciadores do comportamento do consumidor........................... 46

Quadro 6: Características dos três tipos de tomada de decisão do consumidor ............. 54

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Proporção de indivíduos que já acessaram a Internet...................................... 23

Tabela 2: Atividades Desenvolvidas na Internet – Comunicação................................... 31

Tabela 3: Frequência do acesso individual à internet...................................................... 50

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Visão ampla do marketing na internet............................................................. 28

Figura 2: Penetração das compras em e-commerce e frequência que os consumidores

10

compram pela internet..................................................................................................... 44

Figura 3: Divisão da população brasileira (a classe C representa a maior parte da

população).......................................................................................................................

49

Figura 4: Frequência de acesso à internet........................................................................ 51

Figura 5: Meio de comunicação que mais influencia nas decisões de compra............... 53

SUMÁRIO

11

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 14

2 CENÁRIO HISTÓRICO E CONCEITOS DE INTERNET E

MARKETING.................................................................................................................

17

2.1 Situação Histórica e Conceito da Internet ........................................................... 17

2.2 Situação Histórica e Conceito do Marketing ....................................................... 20

2.3 A Internet no Brasil ............................................................................................. 21

3 MARKETING DIGITAL .......................................................................................... 24

3.1 Conceito e Tendências do Marketing Digital no Mercado .................................. 24

3.2 Ferramentas Estratégicas de Marketing Digital................................................... 27

3.2.1 Marketing de Conteúdo ........................................................................... 28

3.2.2 E-mail Marketing..................................................................................... 30

3.2.3 Marketing Viral........................................................................................ 32

3.2.4 Redes Sociais........................................................................................... 34

3.2.5 Pesquisa On-line...................................................................................... 36

3.2.6 Publicidade On-line................................................................................. 37

3.2.7 Monitoramento......................................................................................... 39

3.2.8 Mobile Marketing .................................................................................... 40

3.3 E-Business............................................................................................................. 41

3.4 E-Commerce......................................................................................................... 43

3.5 O Marketing Digital no Brasil.............................................................................. 45

4 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR........................................................... 46

4.1 Perfil do Consumidor Brasileiro........................................................................... 47

4.2 Comportamento do Consumidor On-line............................................................. 49

4.3 O Marketing Digital Influenciando o Consumidor............................................... 52

4.4 Processo Decisório de Compra no Cenário Digital.............................................. 54

5 ESTADO DA ARTE................................................................................................... 56

12

5.1 Marketing na Internet e Comportamento do Consumidor: Investigando a

Dicotomia Hedonismo Vs. Utilitarismo na WWW....................................................

56

5.2 Comércio Eletrônico: Fazendo Negócios por Meio da Internet .......................... 57

5.3 As Comunidade Virtuais e a Segmentaçăo de Mercado: Uma Abordagem

Exploratória, Utilizando Redes Neurais e Dados da Comunidade Virtual

Orkut...........................................................................................................................

59

6 CONCLUSÃO............................................................................................................. 61

REFERÊNCIAS............................................................................................................ 63

13

14

1 INTRODUÇÃO

A palavra marketing surgiu há décadas, em meio a uma realidade totalmente diferente

à de hoje. Ao passar do tempo as pessoas foram mudando e o marketing evoluindo, até que no

século XXI essa área que inclui pessoas se encontrou com a internet, uma área totalmente

tecnológica. A junção destas origina então o Marketing Digital.

No Brasil, a internet aterrissou, de verdade, em agosto de 1995. Mas muito antes

disso, ela teve origem nos EUA e aos poucos foi se propagando pelo mundo até tornar-se a

atual rede de dados global. Foram poucos os primeiros internautas brasileiros, já que eram

necessários um computador e uma linha telefônica, na época, a Embratel. Mas a grande

mudança acabara de começar e a barreira de ligação ao mundo havia se rompido.

Entender a internet como mais uma mídia seria um erro. Ela surgiu como uma forma

interativa de comunicação, para atender os desejos das pessoas, tornando-se então uma

ferramenta que traduz o perfil e desejo do consumidor.

O marketing digital ainda é um conceito de ampla extensão e por conta disso, ainda

sem uma definição inequívoca, essencial e orientadora. Entretanto, o termo, necessariamente,

está associado ao contato entre organização – mercado/clientes suportado por meio digital ou,

mais propriamente à internet.

O objetivo deste trabalho é analisar o modo como esse novo modelo de marketing, o

marketing digital, está influenciando os consumidores a comprar on-line. Através de

pesquisas em obras literárias, artigos científicos e revistas eletrônicas de Administração, a fim

de obter o melhor conteúdo sobre esse marketing que está revolucionando o mundo.

Na elaboração deste trabalho que trata de um tema muito atual de ampla extensão, faz-

se necessário ressaltar autores renomados na Administração como Philip Kotler, Marcos

Cobra, além de artigos em revistas científicas atualizadas. Há também autores pioneiros na

área do marketing digital como Claudio Torres e Conrrado Adolpho, autor do livro “Google

Marketing”, uma das obras mais vendidas no Brasil em 2009.

A pesquisa visa demonstrar que as mudanças ocorrentes no marketing, oriundas da

junção de uma área tecnológica com outra de pessoas, resulta na facilidade interativa de

compra por parte dos consumidores, ao ir de encontro com o ambiente de vendas sempre que

estiver on-line, seja em sua casa, no trabalho ou onde mais se sinta à vontade. Dessa forma,

elimina-se o marketing tradicional em que tinha como princípio ir de encontro com o

15

consumidor, seja em TV, rádio, revistas ou outros meios comunicativos, passando agora a

inverter e o consumidor de acordo com seu horário disponível encontra o que deseja no

conforto de uma tela de notebook. Este trabalho teve como principal objeto a aplicabilidade

do marketing digital como forma influenciadora na decisão de compra do consumidor.

A metodologia utilizada aqui é a pesquisa bibliográfica, objetivando coletar

informações precisas em obras diretamente ligadas ao tema proposto, onde de acordo com

Andrade (2005, p. 39) “a pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de

graduação, uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas.”

Diante disso, todo o conteúdo explorado por este trabalho torna-se indispensável, uma vez que

Andrade (2005, p. 39) cita o seguinte a respeito da pesquisa bibliográfica “ela é obrigatória

nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa, no

desenvolvimento do assunto, nas citações, na apresentação das conclusões.”

Ainda no tocante às fontes de pesquisa, Marconi e Lakatos (2009, p. 57) descrevem o

seguinte:

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda a bibliografia já

tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,

jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc., até

meios de comunicação orais: rádios, gravações em fita magnética e audiovisuais:

filmes e televisão.

Com relação ao tema proposto, este possui suma importância para o entendimento dos

acontecimentos decorrentes desse mundo em constante mudança, assim o presente trabalho

tem por objetivos específicos entender o comportamento do ser humano diante deste novo

mundo; como o consumidor está inserido nesse mundo digital; como a internet está mudando

a rotina das pessoas e do marketing; por que se diz que os 50 anos de marketing estão

mudando e de que forma o consumidor está sendo influenciado pelo campo digital.

Este trabalho está dividido em seis capítulos que abordam os seguintes conteúdos:

No capítulo de Introdução apresenta-se um breve histórico deste projeto de pesquisa,

contemplando autores utilizados como fonte de pesquisa e os objetivos geral e específicos,

além de mostrar a justificativa e a metodologia utilizada.

No segundo capítulo, há uma abordagem histórica da internet e do marketing,

contemplando todo o início destas duas áreas a fim de mostrar como elas se encontraram para

16

dar surgimento ao marketing digital. Também são conceituadas estas duas áreas, fazendo uma

abordagem histórica do tema, o surgimento e aplicação no país.

No terceiro capítulo aborda-se o marketing digital, tema central deste projeto de

pesquisa, mostrando todas as ferramentas e suas nuances, faz-se uma conceituação, e relata-se

a sua aplicabilidade como forma de influência sobre a decisão de compra dos consumidores.

Também são colocadas as tendências desta nova forma de fazer marketing, mantendo dados

atualizados e evidenciando suas aplicabilidades no Brasil.

No quarto capítulo aborda-se a temática comportamento do consumidor, buscando o

entendimento do perfil do consumidor brasileiro, mostrando como os consumidor on-line se

comporta frente às técnicas do marketing digital e finalizando com o processo final de decisão

de compra por eles no cenário digital.

No quinto capítulo faz-se um estudo a respeito do estado da arte, que são artigos

científicos dos mais variados autores, retirados de revistas eletrônicas de universidades

públicas do país, ligados à temática proposta no presente trabalho, mostrando assim, a

importância que é dada a essa atual área do marketing que vem sendo cada vez mais foco de

estudos por vários autores, finalizando com suas conclusões.

Por fim, traz-se as conclusões do presente trabalho, expressando as reflexões e análises

explicitadas ao longo deste projeto, encerrando assim com uma conclusão positiva acerca do

tema proposto.

17

2 CENÁRIO HISTÓRICO E CONCEITOS DE INTERNET E

MARKETING

2.1 Situação histórica e conceito da Internet

A internet está se tornando o meio de comunicação mais poderoso utilizado até hoje. E

em junção com o marketing, esta rede mundial quebra barreiras, encurtando distância entre

empresas e clientes por meio de home pages, além de estar mudando os resultados até então

tido como certos, como propagandas em TV, Rádios, Jornais entre outros. Assim a internet

começa a revolucionar o mundo que conhecemos, com vendas, relacionamento e

comunicação. Mas nem sempre foi assim, e a internet não começou tão promissora e como

todo início, foi difícil chegar ao que conhecemos hoje.

As redes de internet se deram entre o final da década de 60 e início da década de 70

nos EUA, onde segundo Castells (2003, p. 13-14),

As origens da internet podem ser encontradas na Arpanet, uma rede de

computadores montada pela Advanced Research Projects Agency (ARPA) em

setembro de 1969. A ARPA foi formada em 1958 pelo Departamento de Defesa dos

Estados Unidos, com a missão de mobilizar recursos de pesquisa, particularmente do

mundo universitário, com o objetivo de alcançar superioridade tecnológica militar

em relação à União Soviética na esteira de lançamento do primeiro Sputnik em

1957. A Arpanet não passava de um pequeno programa que surgiu de um dos

departamentos da ARPA, o Information Processing Techniques Office (IPTO)

fundado em 1962 com base em uma unidade preexistente. O objetivo desse

departamento (...) era estimular a pesquisa em comunicação interativa. Como parte

desse esforço a montagem da Arpanet foi justificada como uma maneira de permitir

aos vários centros de computadores e grupos de pesquisa que trabalhavam para a

agência compartilhar on-line tempo de computação.

Aí foi o início da criação de uma nova ferramenta interativa que décadas depois seria

tão conhecida mundialmente como internet. De acordo com Castells (2003, p. 14), “o passo

seguinte foi tornar possível a conexão da Arpanet com outras redes de computadores”. Os

anos se passavam, e cada vez mais esse projeto crescia, com cientistas e pesquisadores

trabalhando nele. Até que originou o protocolo intra-rede TCP/IP, o padrão ao qual a internet

18

continua operando até hoje. Em fevereiro de 1990 a Arpanet tornou-se tecnologicamente

obsoleta e os EUA já tinham a capacidade de conexão em rede.

De acordo com Cyclades Brasil (2008, p. 16) A internet passou a ser explorada de

uma forma comercial partir de 1993, deixando de ser uma ferramenta de estudos acadêmicos e

passando a ganhar mercado no mundo organizacional, tanto para comercialização de serviços

diversos em nível mundial, como para a criação de backbones por empresas privadas.

Neste contexto de comercialização da internet, Castells (2003, p. 15) diz o seguinte:

No início de 1990 muitos provedores de serviços da internet montaram suas próprias

redes e estabeleceram suas próprias portas de comunicação em bases comerciais. A

partir de então, a internet cresceu rapidamente como uma rede global de rede de

computadores. O que tornou isso possível foi o projeto original da Arpanet baseado

numa arquitetura em múltiplas camadas descentralizada e protocolo de comunicação

abertos.

Pronto, a partir daí, esse fenômeno em forma de rede de dados toma conta do mundo,

e o desafio agora passa a ser com o lidar com esse acontecimento social, onde, de acordo com

Vaz (2008. P. 240), suas possibilidades são tantas que, por mais que estudemos, ainda não

chegamos a todos as conclusões de suas implicações e por quais caminhos ela levará o

mundo.

O autor Castells (2003, p. 19) fala a respeito do surgimento da internet, onde para

poucas pessoas ela surgiu com as pesquisas de cientistas no final da década de 60 e para outra

grande parte de pessoas leigas, a internet só surgiu em 1995:

Embora a internet tivesse começado na mente dos cientistas da computação no início

da década de 1960, uma rede de comunicação por computador tivesse sido formada

em 1969, e comunidades dispersas de comunicação reunindo cientistas e hackers

tivessem brotado desde o final da década de 1970, para a maioria das pessoas, para

os empresários e para a sociedade em geral, foi em 1995 que ela nasceu. Mas nasceu

com as marcas de uma história cujas características analiticamente relevantes passo

agora a enfatizar e interpretar.

19

O que tornou a internet possível para todo o mundo foi a www (world wild web)

criada por um programador inglês Tim Berners-Lee. Já no ano de 1995, quando a internet era

de uso pessoal para a população dos EUA, através de um software chamado Navigator, por

meio da net gratuita para fins educacionais e ao custo de 39 dólares para uso comercial, a

Microsoft finalmente descobriu a internet e em 1995 junto com seu software Windows 95,

introduziu seu próprio navegador, a Internet Explorer.

Diante de todo esse contexto histórico, hoje a internet encontra-se em contínuo

crescimento e proporcionando muito mais do que apenas o compartilhamento de

conhecimento, o qual teve sua finalidade de criação. Hoje, para alguns, ela é considerada uma

mídia, mas o fato é a internet tratar-se de uma tecnologia interativa, e nesse conjunto Vaz

(2008, p. 240) afirma que “a internet não é só uma mídia – ela é um ambiente. Uma nova

dimensão do relacionamento que deve ser explorada de maneira inteligente e surpreendente

pelas cabeças brilhantes que habitam nosso país, principalmente na propaganda”.

Crocco et al (2006, p. 67) define a internet como um novo espaço de contato e

interação que, independente de sua natureza ou tipificação, influenciou e continua a

influenciar transformações nas relações estabelecidas, abrindo um novo meio de

intermediação entre as pessoas, entre as organizações e entre as pessoas e as organizações.

Uma definição social para a internet pode ser determinada segundo o autor Torres

(2009, p. 44): “a internet é uma rede de milhões de pessoas de todas as classes sociais, que

buscam informações, diversão e relacionamento e que comandam, interagem e interferem em

toda e qualquer atividade ligada à sociedade e aos negócios.”

Por Fim, Cyclades Brasil (2008, p. 15) define a internet em termos mais técnicos

como “um conjunto de redes de computadores interligadas pelo mundo inteiro, que tem em

comum um conjunto de protocolos e serviços de forma que os usuários a ela conectados

possam usufruir de serviços de informação e comunicação de alcance mundial”.

20

2.2 Situação histórica e conceito do Marketing

O marketing tem por essência o processo de trocas de produtos ou serviços, onde um

das partes oferta algo de valor a fim de conseguir a satisfação com necessidade suprida da

parte objetivada. Nem sempre foi assim, pois antes se maximizava o consumo e hoje se

maximiza a qualidade de vida. Neste contexto, de acordo Madia (2007, p. 16): “infinitas

manifestações de marketing podem ser observadas e coletadas ao longo de toda a história da

humanidade (...) durante o Império Romano registra-se um grande movimento de atividades

comerciais”.

Muitos autores dividem o marketing em partes que marcaram sua história, e as mais

citadas são três, onde Cobra (2005, p. 26) fala da era da produção, da era da venda e da era do

marketing. Na produção, que ocorreu em meados de 1925, as empresas, mais precisamente do

Oeste Europeu e dos Estados Unidos, estavam voltadas a somente a produzir, não se falando

de vendas ou em marketing. Na era da venda, entre 1925 e 1950, as coisas mudaram, e passou

a se preocupar com a produção excedente, passando então a querer vender, utilizando-se de

métodos como vendas a domicílio, indo de porta a porta. Surgem também os catálogos de

vendas e, como consequência, a entrega de encomendas e documentos. Na era do marketing,

ocorreram grandes transtornos, visto que após a crise de 1929 e no Brasil acontecia a queima

de café, considerado produto principal no país, os EUA e o Brasil tiveram uma crise

financeira, e deixaram de comprar, aí surgem as empresas com o modelo do marketing,

passando a reconquistar clientes e a prestar mais atenção aos anseios do mercado.

O marketing tem por função a satisfação dos clientes por meio da comercialização,

as empresas buscam isso, analisando tendências, nível de contentamento ou qualquer outra

informação que possa abarcar esse objetivo. Neste contexto, surgiu a chamada era do

marketing, onde Las Casas (2008, p. 6) afirma que:

A era do marketing, que dura desde os anos 50 até agora, foi caracterizada pela

orientação ao consumidor, ou seja, atendimento de suas necessidades e desejos.

Nesse período, houve a passagem de diferentes fases. Na segmentação, houve um

esforço em agrupar pessoas semelhantes e fazer ofertas mais objetivas e dirigidas.

Ma era do nicho de mercado, os segmentos foram por sua vez subdivididos e,

finalmente na era do marketing um a um, com a computação, foi possível fazer

massificação individualizada.

21

Definir marketing é complexo, pois as pessoas o visualizam de vários ângulos,

dando-lhe várias formas ao longo dos tempos. De acordo com Kotler e Keller (2006, p. 4)

existem definições sociais e gerenciais para o marketing:

Uma definição social mostra o papel do marketing na sociedade. Certo empresário

disse que o papel do marketing é “fortalecer um padrão de vida mais alto”. Eis uma

definição social que atende ao nosso objetivo: marketing é um processo social pelo

qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, da

oferta e da livre troca de produtos e serviços de valor com outros. Como definição

gerencial, o marketing muitas vezes é descrito como “a arte de vender produtos”.

Peter Drucker apud Honorato (2004, p. 3) descreve que o “marketing é tão básico

que não pode ser considerado uma função separada, é o negócio como um todo visto do ponto

de vista de seu resultado final, isto é do ponto de vista do consumidor... O sucesso da empresa

não é determinado pelo produto, mas pelo consumidor”.

Para Kotler e Keller (2006, p. 4) o marketing é um processo social pelo qual

indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação da oferta e da

livre troca de produtos e serviços de valor com outros.

2.3 A internet no Brasil

De acordo com Cyclades Brasil (2008, p. 16) A internet chegou ao Brasil em 1988

por iniciativa da comunidade acadêmica de São Paulo (fundação de Amparo à Pesquisa do

estado de São Paulo – Faesp) e do Rio de Janeiro (Universidade federal do Rio de Janeiro –

UFRJ – e Laboratório Nacional de Computação Cietífica – LNCC.

Mas, a internet aterrissou de verdade no Brasil, em agosto de 1995 (MADIA, 2007,

p.45) onde a partir daí até os dias atuais, ela popularizou-se e amadureceu. Com muitas

pessoas investindo em provedores de Backbone, provedores de acesso e provedores de

conteúdos diversos. Além disso, são inúmeras empresas que apostaram em comércio

22

eletrônico, mobilidade e passaram a identificar na internet uma nova ferramenta para o

marketing.

Uma trajetória marcante da internet no Brasil que deixou muitas empresas falidas e

comerciantes com medo em investimento na web até hoje foi o fenômeno conhecido como

“estouro da bolha da internet”. As empresas Ponto. Com obtinham valorizações muito altas,

chegando a serem irreais, as pessoas passaram a temer os riscos de desvalorização começando

então a vender suas ações, o que levou a queda dos preços provocando um estouro da bolha.

O autor Vaz (2008, p. 30) explica sobre a “bolha” no Brasil, “no fim dos anos 90, as ações das

empresas “PontoCom” atingiram picos de faturamento e eram exageradamente avaliadas em

termos de investimentos. Apesar de não gerarem lucros, seu valor era muito mais no que

poderiam gerar de lucro futuro.”

O autor Melo Junior (2007, p. 8) fala o motivo do estouro da bolha:

Alguns dizem que o fato mais importante foi o fato da queda brusca das ações das

empresas Ponto.Com na Nasdaq. No dia 10 de março de 2000 a Nasdaq atingiu seu

ponto máximo e em 13 de março uma gigantesca quantidade de pedido de venda de

ações inundou a bolsa eletrônica derrubando a cotação das empresas Ponto.Com.

Parece que todos estavam esperando a “bolha” atingir seu ponto máximo para se

desfazerem das ações e as[irem com lucro de aventura.

Assim, em 2001 a bolha estourou, Vaz (2008, p.31) diz que a Nasdaq apresentou

então seu pior resultado, com ações de algumas empresas perdendo mais de 90% do valor. Os

prejuízos chegaram à casa dos trilhões de dólares. Várias empresas fecharam suas portas e

termos como “internet” e “PontoCom” passaram a ser associados a medo, crise e demissão.

A internet no Brasil ainda está em crescimento, mas para as empresas há certos

temores quanto ao investimento em web. Quanto a isso, Vaz (2008, p. 31-32) levanta três

hipóteses para tal. A primeira seria o fato do estouro da bolha ocorrido em 2001, a segunda

hipótese seria que muitos empresários vêem a internet como sinônimo de site, banners e pop-

ups. Como houve uma época em que os banners e pop-ups dominavam a publicidade na

internet e nessa mesma época muitos investidores perderam milhões de dólares em

investimentos, hoje os empresários ainda prendem-se ao medo infundado. E a terceira

hipótese diz respeito à penetração da internet no país, pois pouco mais de 20% da população

está conectada à rede.

23

De acordo com a pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, dados

de sua última pesquisa realizada em 2009, quanto ao uso de internet pelos brasileiros, mostra

que dos indivíduos entrevistados, 45% já usaram a internet. Dentro desse número, observa-se

ainda que 90% da classe A, 78% da classe B e 50% da classe C, informam que já terem usado

a internet, Como fica evidenciado no quadro abaixo:

Tabela 1: Proporção de indivíduos que já acessaram a Internet

Percentual (%) Sim Não

TOTAL BRASIL 45 55

ÁREA URBANA 49 51

RURAL 23 77

REGIÕES DO PAÍS

SUDESTE 51 48

NORDESTE 35 65

SUL 49 51

NORTE 35 65

CENTRO-OESTE 50 50

SEXO Masculino 47 53

Feminino 44 56

GRAU DE INSTRUÇÃO

Analfabeto/Educação Infantil 11 89

Fundamental 43 57

Médio 71 29

Superior 93 7

CLASSE SOCIAL

A 90 10

B 78 22

C 50 50

DE 18 82

Fonte: Adaptado NIC.br - set/nov 2009

Disponível em: www.cetic.br/usuarios/tic/2009-total-brasil

24

3 MARKETING DIGITAL

3.1 Conceito e Tendências do Marketing Digital no Mercado

Antes de adentrar especificamente no marketing digital é necessário entender o

marketing puramente em si, onde segundo Peter Drucker, um dos principais teóricos da

Administração, citado por Kotler e Keller (2006, p. 4) define que:

Pode-se considerar que sempre haverá a necessidade de vender. Mas o objetivo do

marketing é tornar supérfluo o esforço de venda. O objetivo do marketing é

conhecer e entender o cliente tão bem que o produto ou serviço seja adequado a ele e

se venda sozinho. Idealmente, o marketing deveria resultar em um cliente disposto a

comprar. A única coisa necessária então seria tornar o produto ou o serviço

disponível.

Diante do pensamento destes grandes homens da Administração, Vaz, em Entrevista

Na TV Cultura De Goiânia (2009), tratando de seu livro campeão de vendas, o “Google

Marketing”, afirma que o marketing tradicional de Kotler e o atual marketing digital não

possuem diferenças em termo de conceito, uma vez que o mesmo conceito de suprir

necessidades e desejos do público e entender o que o público-alvo quer torna-se firme. A

partir daí, de acordo com a determinada época, aplica-se uma ferramenta ou não, mas as

ferramentas utilizadas ao longo dos últimos 50 anos foram outdoor, revista, rádio, jornal e

TV, obtendo-se agora mais uma ferramenta, a interatividade, que vem através de internet, do

celular da TV digital.

Outro autor de grande importância neste trabalho, Torres (2009, p. 45), diz que:

Quando você ouve falar de marketing digital, publicidade on-line, marketing web,

publicidade na internet ou quaisquer outras composições criativas que se possa fazer

dessas palavras, estamos falando em utilizar efetivamente a internet como uma

ferramenta de marketing envolvendo comunicação, publicidade, propaganda e todo

o arsenal de estratégias e conceitos na teoria do marketing.

O tradicional marketing, cujas principais teorias podem ser encontradas nos livros de

Kotler, Peter Drucker, entre outros respeitáveis, está mudando radicalmente. O que está

25

acontecendo na verdade é uma mudança de paradigma, pois o conceito de marketing e suas

teorias continuam atuais, porém, com o advento da tecnologia, o mercado encontra-se em

mutação, criando novas tendências para o marketing. O autor Torres (2009, p. 45) prova este

conjunto dizendo que:

Quando você ouve falar de marketing digital, publicidade on-line, marketing web,

publicidade na internet ou quaisquer outras composições criativas que se possa fazer

dessas palavras, estamos falando em utilizar efetivamente a internet como uma

ferramenta de marketing, envolvendo comunicação, publicidade, propaganda e todo

o arsenal de estratégias e conceitos já conhecidos na teoria do marketing.

O autor Vaz (2008, p. 53) afirma que o marketing como conhecemos está mudando

radicalmente, e que tal acontecimento se deve ao aparecimento de toda essa onda digital e

tecnologias, sendo considerada a era da informação, que está criando um novo tipo de

consumidor, proporcionando novas perspectivas, desafios e oportunidades para que os que

sabem lidar com esta nova máquina. O que pode ser extraído desse pensamento de Vaz é que

aqueles que não se adequarem à nova onda do mundo digital infelizmente serão passados para

trás e ficaram obsoletos, pois a velocidade em que os fatos estão se sucedendo não tem mais

volta e já há estudos voltados ao acompanhamento desse novo tipo de consumidor on-line.

O marketing digital é uma nova forma interativa da aplicabilidade de técnicas

tradicionais do marketing, em um novo cenário, tendo ainda um conceito amplo de pouca

orientação, mas, de acordo com Crocco et al (2006, p. 75), “o termo, necessariamente, está

associado ao contato entre organização – mercado/clientes suportado por meio digital, ou

mais propriamente, à internet.”

O marketing digital propõe um modelo em que o consumidor seja o centro de suas

atenções, estudando seu comportamento e colocando-o como princípio. Uma vez que as

empresas dependem de consumidores para sua sobrevivência e geração de lucros, há a

necessidade de trabalhar com marketing, comunicação, publicidade entre outros meios, que

possam expressar a importância que eles têm, e assim estudam seu desempenho e como

podem ser influenciados neste meio da internet. Assim há aplicabilidade das estratégias táticas

e operacionais do marketing convencional adaptado ao marketing digital, que aplicados

26

corretamente no ambiente da internet podem garantir bons resultados, como pode ser visto na

tabela abaixo:

Quadro 1 – O Marketing e a Internet

Estratégia de

marketing

Estratégia de

marketing digital

Ações táticas e

operacionais

Tecnologias e

plataformas

empregadas

atualmente Comunicação

corporativa

Relações públicas

Marketing de conteúdo Geração de conteúdo

Marketing de busca

Blogs

SEO/SEM

Marketing de

relacionamento

Marketing nas mídias

sociais

Ações em redes sociais

Ações com blogueiros

Orkut, Twitter,

Facebook, You Tube,

Linkedin, et

Marketing direto E-mail marketing

Newsletter

Promoções

Lançamentos

E-mail

SMS

Publicidade e

propaganda Marketing

de guerrilha

Marketing viral

Postagem de vídeos,

animações e músicas

Publicações de widgets

Redes sociais

You Tube

Widgets virais

Publicidade e

propaganda Branding Publicidade On-line

Banners

Podcast e vedocast

Widgets

Jogos On-line

Sites e blogs

Mídias sociais

Google AdWords

Pesquisa de mercado

Branding Pesquisa On-line

Busca e clipping

Monitoramento de

marca

Monitoramento de

mídias

Google

Redes sociais

Clipping

Fonte: Adaptado TORRES, 2009 p. 69.

Mas deve-se ter o cuidado em fazer marketing digital, pois logo vêm em mente sites,

banners, que são jogados no imenso ambiente que a internet proporciona, e assim, tudo isso

se torna inútil, uma vez que passaria a ser mais uma informação, mais um site, blog ou banner

que fica disperso dentre as bilhões de páginas web existentes. O dilema então passa a ser

montar uma estratégia de encontrabilidade, pois os consumidores não iriam encontrar a

empresa ou produtos anunciados em um vasto ambiente. Ante a isso, Torres (2009, p. 61) diz

que:

Ao contrário da mídia tradicional em que o controle é dos grupos empresariais, na

internet o controle é do consumidor (...) a internet é tão grande e dispersa que os

investimentos isolados e sem coordenação invariavelmente significam desperdício

de recursos.

27

Para essa problemática, o autor Vaz (2008, p. 120) fala que “frente ao problema de

difícil solução que é encontrar o seu consumidor, empresas gastam centenas de milhões de

reis para resolvê-lo.” Mas isso está errado, e as empresas ainda acham que na internet há o

mesmo controle sobre o consumidor igual à propaganda em TV, não se atentando que estão

diante de um novo perfil de consumidor, onde, apesar de ser a mesma pessoa que assiste TV,

lê revistas e jornais, agora publicam o que pensa em blogs, atrai e incentiva novas pessoas

com as redes sociais e estão mais atentos ao que se passa com os produtos e às empresas que

os fabricam por meio da internet, diante disso, Vaz (2008, p. 128) ressalta “a melhor maneira

de encontrar seu consumidor é ser encontrado por ele.”

3.2 Ferramentas estratégicas de marketing digital

As estratégias usadas no marketing digital, segundo Torres (2009, p. 70), devem ser

compostas por sete ações: Marketing de conteúdo; Marketing nas mídias sociais; marketing

viral; E-mail marketing; Publicidade On-line; Pesquisa On-line; Monitoramento. O autor

ainda mostra como essas ações estão inteiramente ligadas e que para tratar uma dessas ações

isoladamente não seria possível, uma vez que o marketing digital proporciona um método

dinâmico e flexível envolvendo o consumidor. As ações táticas e operacionais são tecidas

entre essas sete ações estratégicas, onde estas são descritas metaforicamente como teias mais

fortes tornando-se uma base em que são interligadas por outros diversos fios táticos e

operacionais. Com base neste contexto, pode-se ter a figura abaixo:

28

Figura 1 - Visão ampla do marketing na internet

Fonte: TORRES, 2009, p. 71.

Apesar de tudo, Vaz (2008, p. 40) conta que os investimentos em marketing digital são

baixos, onde “no Brasil, a propaganda interativa ainda não consegue ser responsável por toda

a verba, dependendo do produto ou do público a ser atingido, mas míseros 2,7% da verba de

marketing das empresas estão longe de ser o que a internet deveria ter de investimento”.

3.1.1 Marketing de Conteúdo

Os consumidores estão acostumados a navegar na internet procurando conteúdos que

nos proporcionem a filosofia do marketing: satisfazer as necessidades do cliente. Assim, na

internet dois elementos são fundamentais na rede: o conteúdo que os sites proporcionam e as

ferramentas de busca. Desta forma, é sábio dizer que o primeiro passo do consumidor ao estar

online é buscar os sites por meio de palavras-chaves usando as ferramentas de busca, como

Google, Yahoo, Search, entre outros, e após fazer sua busca seleciona um site dentre vários

29

pesquisados, ao entrar no site o consumidor espera ter todo o conteúdo necessário que o

satisfaça.

De acordo com Torres (2009, p. 72), há uma dica importante a respeito:

Considere que 90% dos internautas iniciam sua navegação pelas ferramentas de

busca, e que mesmo que você anuncie nelas, por meio de links patrocinados, menos

de 10% deles acessarão seus anúncios. Assim, resta um enorme contingente de 80%

dos internautas que navegam com base no conteúdo dos sites e blogs, e não na

publicidade, seja qual for seu formato. Trata-se de uma enorme audiência que está

buscando informações, parte delas ligadas a seu negócio, e, portanto, de clientes

potenciais.

Sempre que se pensa em comprar um produto, fazer um trabalho de escola, obter

informações para as mais variadas situações que o cliente possa necessitar, a primeira coisa

em mente é “pesquisar” e consequentemente a busca, digitando palavras na caixa de texto e

clicando em pesquisar, pronto, aparecem inúmeras páginas na web contemplando sites aos

quais escolhemos o mais apropriado. Assim, este site deve ter tudo o que o cliente procura,

caso contrário ele sai frustrado, tem a marca negativa daquele site e volta novamente à busca.

Dessa forma, nota-se que não basta ter um site apenas, mas conteúdo, como comentários

sobre o produto, informações diversas sobre este, vídeos ou qualquer outro informativo que

demonstre a qualidade e satisfação do cliente que adquiriu aquele produto.

Exemplos de marketing de conteúdo são os blogs e o YouTube. Pois ambos permitem

reunir uma enorme quantidade de informações que fazem do consumidor o criador, produtor e

consumidor do conteúdo publicado tanto nos vídeos quanto nas informações. A ideia de

reunir depoimentos, de várias pessoas que conhecem o produto, de mostrar vídeos sobre a

qualidade torna-se decisiva para que o consumidor o adquira e ele possa ter a marca da

empresa fixada em mente.

Torres (2009, p. 87) define o marketing de conteúdo como:

É o uso do conteúdo em volume e qualidade suficientes para permitir que o

consumidor encontre, goste e se relacione com uma marca, empresa ou produto.

Portanto o marketing de conteúdo é uma das ferramentas on-line disponíveis para

utilização em sua estratégia de marketing.

30

Mas há diferença entre marketing de conteúdo e marketing de busca, ambos podem ser

confundidos e tecnicamente são chamados de SEO e SEM. Torres (2009, p. 92) os define

como “marketing de busca é otimizar, melhorar e ajustar um site para que ele possa ser

melhor encontrado pelas ferramentas de busca, ou seja, é uma das atividades do marketing de

conteúdo.”

Todo o exposto aqui mostra que o marketing de conteúdo exerce influência na decisão

final de compra do consumidor, uma vez que este confia em depoimentos de terceiros e

necessita de informações que satisfaça a sua procura.

3.2.2 E-Mail Marketing

Logo após o surgimento da internet o e-mail teve origem e rapidamente tornou-se um

meio de comunicação com muitos usuários. Hoje, grande parte da população brasileira

totalizando 79% abre seu e-mail ao acessar a internet, como pode ser visto na pesquisa do

Comitê Gestor do Brasil na tabela abaixo:

31

Tabela 2 – Atividades Desenvolvidas na Internet – Comunicação

Fonte: Adaptado NIC.br - set/nov 2009

Disponível em: www.cetic.br/usuarios/tic/2009-total-brasil

Ocorre que a tecnologia passa por mudanças muito rápidas e após o e-mail foram

criadas outras formas de comunicação instantânea na internet, gerando novos consumidores

para essas novidades, onde Torres (2009, p. 76) descreve:

Percentual (%)

Envi

ar e

re

ceb

er e

-mai

l

Envi

ar m

ensa

gen

s in

stan

tân

eas

Tro

car

men

sage

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de

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usa

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con

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nci

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Par

tici

par

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Par

tici

par

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blo

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inas

na

Inte

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eb

site

s)

Ou

tras

ati

vid

ades

de

com

un

icaç

ão

Não

uti

lizo

u a

inte

rnet

par

a se

co

mu

nic

ar

TOTAL BRASIL 79 70 17 67 12 15 - 10

ÁREA URBANA 80 70 17 67 13 16 - 10

RURAL 69 65 13 69 7 11 - 13

REGIÕES DO PAÍS

SUDESTE 82 69 19 62 15 16 - 9

NORDESTE 75 71 15 79 10 12 - 9

SUL 78 72 18 67 11 15 - 10

NORTE 70 67 11 70 9 20 1 13

CENTRO-OESTE 75 68 17 62 10 14 1 13

SEXO Masculino 78 68 18 64 15 17 - 11

Feminino 80 71 16 70 10 14 - 9

GRAU DE INSTRUÇÃO

Analfabeto/Educação Infantil

52 48 8 56 2 5 - 28

Fundamental 68 65 13 72 6 13 - 13

Médio 80 72 16 69 10 16 - 8

Superior 95 77 25 61 25 18 - 3

CLASSE SOCIAL

A 91 81 28 58 21 19 1 8

B 87 74 23 63 18 19 - 6

C 76 69 15 69 10 14 - 11

DE 62 59 8 70 5 9 - 17

32

A geração Y, composta pelos jovens nascidos após 1980, utiliza muito mais os

meios de comunicação instantâneos, como o MSN e o Skype. Além disso, o e-mail

sofre muito com o chamado spam, o envio de mensagens não solicitadas, e com os

vírus e golpes enviados por esse meio. Apesar de tudo, o email continua sendo uma

das formas de comunicação mais populares da internet (TORRES, 2009, P. 76).

O e-mail marketing consiste no envio de mensagem não instantânea que possa ser

enviada a um grupo de destinatários, contendo informações ou propaganda de determinado

produto, tornando-se uma prática adaptada da mala direta. Assim, encaixam-se nesta

categoria, segundo Torres (2009), o e-mail, o SMS e o MMS.

Ocorre também no e-mail marketing, a confusão com o spam tratando-se esse de envio

indevido de e-mail falso, contendo vírus ou golpes. Torres (2009, p. 167) afirma que “entre

40% e 60% de todos os e-mails enviados pela internet são spams.” Diante disso, os

consumidores dificilmente abrem e-mails estranhos devido ao medo de ser mais um spam.

Contudo, o e-mail marketing pode proporcionar vantagens à empresa quando utilizado

de forma correta, onde Torres (2009 p. 183) mostra que o e-mail deve conter três quesitos

básicos a fim de influenciar o consumidor a comprar, como Informativos, promoções e

lançamentos. Ao qual, também abordam conteúdo que, como visto antes, tem grande poder de

influência. Ou seja, quando um e-mail está atrelado a um blog que o consumidor tenha

postado um comentário, outro consumidor passa a confiar no e-mail e a se identificar

deixando-se levar por esta forma de marketing digital.

3.2.3 Marketing Viral

O termo marketing viral pode ser definido, segundo Torres (2009, p. 191), “pela

semelhança entre o efeito do boca-a-boca, que parte de uma informação, texto, imagem ou

vídeo divulgado e espalhado rapidamente e o que acontece com o vírus, que parte de um

contagio inicial e acaba se espalhando, criando uma epidemia.”

Popularmente o marketing viral é conhecido como boca-a-boca, que consegue

influenciar muito os consumidores, visto que, para ele, há uma maior confiança em acreditar

em um amigo próximo que na mídia empresarial, e assim, um amigo conta a outro amigo até

33

que em pouco tempo milhares de pessoas tem a mesma idéia em mente. Torres (2009, p. 190)

mostra o poder que o marketing viral possui com uma pesquisa realizada:

A Nilson realizou no início de 2009, a pesquisa global Online Consumer Survey que

mostra o grau de confiança do consumidor nas diversas formas de publicidade. Na

pesquisa, 90% dos consumidores declararam que confiam nas recomendações de

pessoas conhecidas, e somente 65% dos entrevistados declararam em outras formas

de publicidade convencionais. Além disso, 70% dos consumidores declaram ter

confiança nos meios ligados ao marketing de conteúdo.

A internet proporciona em seu ambiente algumas formas de tornar o marketing boca-

a-boca mais forte e com um poder de abrangência global, através das mídias sociais como

Twitter, Orkut e o YouTube. Principalmente o YouTube, que consegue prender o consumidor

atraindo sua atenção, a exemplo são ao vários casos de pessoas que se tornaram populares e

bem sucedidas no mundo da fama ao postar um vídeo na internet e em questão de minutos

passa a ser o vídeo mais assistido por milhões de vezes. O mesmo ocorre com empresas que

fazem anúncios ou propaganda influenciando muito mais consumidores que outros meios de

marketing, através do marketing viral. Mas deve-se atentar para o fato de que esse tipo de

marketing só funciona com êxito quando consegue empolgar e despertar o interesse nas

pessoas.

O autor Vaz (2008, p. 184) trata o marketing viral como comunicação viral e mostra a

eficiência de ter uma comunicação planejada em que consegue transformar o consumidor no

próprio canal de distribuição e propagação da marca:

A comunicação viral, em primeiro lugar, parte de um pressuposto do marketing de

permissão. Se algum amigo enviar-lhe um filme ou uma sequencia de slides de

Power Point, já que ele é seu amigo, ele tem a permissão para enviá-lo. Pronto –

você acaba de transformar o seu consumidor em veiculo.

Neste contexto, Fiore (2001, p. 31) mostra a eficiência do marketing viral, onde a

comunicação é tão fácil na rede que a consciência do produto pode se espalhar rapidamente. E

assim, cada cliente pode se transformar em um vendedor e todos os clientes em uma força de

vendas. O efeito do marketing viral e do poder de rede faz aumentar a participação da

34

empresa no mercado e consequentemente, seu valor. O boca-a-boca, portanto, torna-se um

dos meios que engrandece à empresa e ao mesmo tempo promove ao consumidor uma

confiança do produto que está adquirindo devido aos vários outros que consumiram e

divulgaram.

3.2.4 Mídias Sociais

De acordo com Torres (2009, p. 113):

Mídias sociais são sites na internet que permitem a criação e o compartilhamento de

informações e conteúdos pelas pessoas e para as pessoas, nas quais o consumidor é

ao mesmo tempo produtor e consumidor da informação. Elas recebem esse nome

porque são sociais, ou seja, são livres e abertas à colaboração e interação de todos, e

porque são mídias, ou seja, meios de transmissão de informações e conteúdo.

Vaz (2008, p. 225) fala a respeito das mudanças ocorridas na sociedade e que se faz

necessário uma nova maneira de agir e pensar de modo integrado, a qual é indispensável

incluir o meio digital na ponta desta revolução e o consumidor deve estar à frente disso tudo:

O mundo mudou muito nos últimos 50 anos, a sociedade mudou, o comportamento

do consumidor mudou, porém muitos ainda insistem em seguir fórmulas

ultrapassadas na ilusão de que o mercado continua o mesmo. Adaptando-se uma

coisinha aqui, outra ali, mas não se muda a essência. E é justamente esta que se

transformou completamente.

“Ao contrário da mídia tradicional, em que o controle é dos grupos empresariais, na

internet o controle é do consumidor” (TORRES, 2009, p. 61).

É importante frisar que “pessoas acreditam em pessoas. Os blogs não estão ganhando

o mundo e influenciando comportamentos à toa. A opinião de um blog parece-nos muito mais

35

confiável do que a opinião de um anúncio de revista pago falando bem sobre o seu

anunciante” (VAZ, 2008, p. 253, grifo meu).

Torres (2009, p. 113-114) diferencia mídias sociais de redes sociais. Pois, segundo o

autor, a primeira trata de um conjunto de todos os tipos de mídias colaborativas. Já as redes

sociais seriam sites ou recursos que permitem a interação e troca de informação entre as redes

formadas por pessoas. Sendo assim, as redes sociais estão inclusas na mídia social, tratando-

se esta de um assunto muito amplo.

Torres (2009, p. 118) fala como as mídias sociais melhoram o relacionamento

com o consumidor:

O marketing nas mídias sociais permite criar um relacionamento direto com os

clientes, com baixo investimento e alto impacto, se comparado à outras formas de

implementá-lo. Ele permite que você mergulhe no mundo do cliente, conheça-o

profundamente, mostre seu compromisso com ele e edescubra suas necessidades de

forma rápida e ágil.

Vaz (2008, p. 77) fala a respeito do Orkut como forma das empresas relacionar-se e

conhecer melhor seus consumidores, a fim de conseguir influenciá-los:

Em um perfil de Orkut você pode saber desde os livros que o usuário leu até o tipo

de comida de que ele gosta – imagine o valor de informações como essas para uma

pequena livraria ou um restaurante de bairro. O Orkut nos mostra, hoje, o que a

internet já nos vem mostrando há tempos – ela é, indiscutivelmente um dos melhores

meios de relacionamento entre consumidores e empresas.

36

Quadro 2 – marketing nas mídias sociais

Principais tipos de

mídias sociais Ações promovidas

Blogs Uma ou mais pessoas publicam seus conteúdos (posts) e outras

os lêem.

Redes sociais como:

Orkut

Facebook

LinkedIn

MySpace

Pessoas se cadastram, criam perfis, e podem se relacionar com

outras pessoas publicando fotos, enviando mensagens e criando

listas de amigos.

Wikipedia Uma enciclopédia colaborativa, onde todos publicam e revisam

conteúdo.

You Tube

Flickr

Sites de armazenamento de multimídia que permitem salvar fotos

ou vídeos e torná-los públicos em toda a internet.

Twitter

Novo modelo de interação social permitindo comunicação

instantânea, blogs, notícias, armazenamento de fotos e redes

sociais.

Jogos On-line

Criam mundos virtuais, misturando rede social e jogo eletrônico,

onde você é personagem e ao mesmo tempo relaciona-se com

demais pessoas. Fonte: Torres, 2009 p. 74-75, adaptado.

3.2.5 Pesquisa On-line

A pesquisa de marketing sempre bem utilizada no tradicional marketing de Kotler, a

fim de conhecer o consumidor, seu comportamento e sua opinião, passa agora por mudanças

de estratégias com o apoio da internet. Neste contexto Torres (2009, p. 77) defende que:

A pesquisa é a base da atividade de marketing. No mundo real, é feita por pessoas

com muito esforço e investimento. A internet é uma mídia persistente, isto é, tudo

que é escrito ou publicado nela permanece lá (...) por ser persistente, a internet

permite pesquisas mais elaboradas e baratas, do que as pesquisas convencionais,

baseadas em testes ou entrevistas. Em vez de perguntar às pessoas o que elas acham,

você pode ler o que elas já escreveram sobre o assunto.

Torres (2009, p. 217) menciona ainda as principais áreas da internet que afetam o

consumidor quando ele está online: Ferramentas de busca; Sites de e-commerce; Blogosfera;

37

Mídias sociais e Sites dos concorrentes. Diante disso, cabe às empresas explorar estas áreas

como formas de pesquisar mais sobre seus consumidores, já que eles estão atentos à tudo que

se passa, alem de opinar e comentar por meio dessas ferramentas na rede.

Antes de qualquer atitude de compra, o consumidor procura referências, busca

conceitos, pesquisa preços e fica atento ao produto de melhor qualidade. Tudo isso deixou de

ser feito em pesquisas diretas nas lojas e em revistas ou catálogos, passando agora à pesquisa

On-line, visto que neste ambiente estão outras várias pessoas, comentado, comprando e

também pesquisando.

O Orkut, por exemplo, possui comunidades e fóruns onde se discutem temas criados

pelos próprios consumidores, proporcionando uma influência na tomada de decisão com base

nos resultados das pesquisas lançadas por eles próprios.

Peter Drucker apud Torres (2009, p. 218) “a meta do marketing é conhecer e entender

o consumidor tão bem que o produto ou serviço se molde a ele e se venda sozinho.”

3.2.6 Publicidade On-line

Ao surgimento da internet, o mercado publicitário logo criou a mais inovadora forma

de propaganda na internet: o banner. Mas essa criação que durante algum tempo foi a mais

utilizada, agora já não está sozinho no meio da publicidade On-line, neste sentido, Torres

(2009, p. 241) comenta que “a evolução tecnológica permitiu que o conteúdo multimídia se

tornasse independente do meio, podendo transitar igualmente em sites, blogs, redes sociais e

celulares, criando um mix de mídias que integram vídeo, som, imagem, texto e interação”.

Os banners tomaram conta das páginas na web, são formas simples de marketing

digital e existem em vários tipos, segundo Torres (2009, p. 246):

Os mais comuns são os banners em imagens estáticas (nos formatos jpg ou gif) e

imagens animadas (formato gif). Entretanto, os banners multimídia têm se tornando

mais comuns com o uso do vídeo, animação e som e as tecnologias Java e Flash. A

tecnologia permite também a criação de banners interativos, que são animações que

convidam os internautas a uma ação com mouse, como arrastar ou tentar clicar em

um objeto.

38

Vaz (2008, p. 37) afirma: “empresas de tecnologia cada vez mais irão se voltar para a

publicidade e vice-versa. Não haverá mais esta clara distinção que vemos hoje entre os

números e as letras. O marketing está se tornando tecnológico e a tecnologia, marqueteira”.

Quadro 3 - Classificação dos espaços de veiculação publicitária na internet

Espaços de veiculação para

publicidade na internet Descrição dos espaços de veiculação

Portais

Os portais têm milhões de visitas mensais, são controlados

por grandes empresas de comunicação e se comportam como

veículos tradicionais. Em geral são intimamente ligados ao

uso dos banners.

Sites especializados

Os sites especializados estão ligados a alguma instituição ou

grupo dedicado a fim especifico, como sites de publicidade,

gastronomia, educação e outros. Em geral estão intimamente

ligados aos banners.

Blogs profissionais

São administrados por blogueiros profissionais e geralmente

são dedicados a um tema como Meiobit e o Contraditorium.

Em geral estão intimamente ligados aos banners, em

particular pelo programa Google AdSense.

Mídias sociais

Estão ligados À criação coletiva direcionada a um

determinado fim, como o You Tube e o Flickr. São mais

adequadas à publicação de vídeos e imagens virais.

Redes sociais

São muito mais fechadas e controladas e controladas pelas

empresas que as administram, como o Orkut, Facebook e

LinkedIn. Na veiculação de publicidade são mais adequadas

ao uso de banners, aplicativos e widgets sociais.

Aplicações de comunicação

São especializados em aplicação de comunicação que usam a

internet, como é o caso do MSN e do Skype. Normalmente

permitem a publicação de banners e widgets, que são

veiculados durante as conversações dos internautas.

Portais de jogos

Os jogos On-line são similares às redes sociais

especializados em um ou vários jogos e atraem um público

jovem como o Club Penguin e o Miniclips. Na veiculação de

publicidade são mais adequados ao uso de banners e

aplicativos e widgets sociais.

Celulares e Smartphones

A internet invadiu definitivamente os celulares e

Smartphones. Os aparelhos móveis se tornaram uma mídia

importante a ser considerada em qualquer campanha

publicitária. Na veiculação de publicidade permitem o uso de

banners, aplicativos, vídeos e widgets virais. Fonte: Torres, 2009, p. 242-243, adaptado,

39

Quadro 4 – Técnicas para publicidade On-line mais úteis e eficientes

Técnicas para publicidade

On-line Ações promovidas

Banners de imagem Técnica mais utilizada na internet. Consiste na produção de

um banner em formato de imagem (jpg ou gif).

Banners interativos

As tecnologias Flash e Java permitiram a utilização de

recursos interativos e de multimídia no banner tradicional. É

possível trabalhar com animação, sonorização, produção em

vídeo e interação entre consumidor e o banner.

Podcast

Transmissão de áudio On-line. Pode ser utilizado para

transmissão de entrevista ou explicação, ou ainda para criar

um verdadeiro programa de rádio na internet.

Videocast A banda larga e o You Tube trouxeram a produção de vídeo

definitivamente para a internet.

Widgets

Aplicações criadas em alguma linguam de programação que

permite rodar pequenos aplicativos no espaço de um banner.

Oferece informações como previsão do tempo, a localização

de restaurantes ou programação de cinema, etc.

Widgets virais

Os widgets podem ser criados em diversas plataformas e

serem distribuídos na rede. Assim o próprio consumidor baixa

o widget e o instala em seu blog, site, celular ou computador,

influenciando mais consumidores.

Widgets sociais

Com a evolução das redes sociais surgiu a possibilidade de

integração entre os widgets e as plataformas de redes sociais,

como Orkut, Facebook e LinkedIn.

Game marketing

As tecnologias Java e Flash também possibilitaram que os

jogos Online tornem-se mais do que diversão, fazendo parte de

publicidade e atraindo consumidores mais jovens. Fonte: Torres, 2009, p. 243-245, adaptado.

3.2.7 Monitoramento

O monitoramento trata-se de uma medição da imagem das marcas, da opinião de

consumidores, os problemas que os consumidores percebem nos produtos e serviços ou

qualquer outra informação acerca da empresa. Ele consegue, portanto, informações valiosas

sobre o mercado e o consumidor, sendo estrategicamente colocado no centro da figura 1

mostrada neste capítulo, por medir todas as ações das outras estratégias de marketing digital.

Neste sentido, Torres (2009, p. 79) descreve monitoramento como:

40

O monitoramento é a ação estratégica que integra os resultados de todas as outras

ações estratégicas, táticas e operacionais, permitindo verificar os resultados e agir

para a correção de rumos ou melhorias das ações. Ele ocorre de várias formas,

incluindo monitoramento de acesso aos sites e blogs, das mensagens de e-mail e

SMS, dos vídeos e widgets nas ações virais e da visualização e dos cliques em

banners.

Vaz (2008, p. 77) fala de monitoramento em que:

Por meio de ferramentas tão distintas quanto e-mail, comunicador instantâneo,

mapas interativos, sites de busca, ferramentas para imagens, sites de vídeos on-line,

editores de texto e de planilhas, comunidades virtuais, sites de grupos de discussão e

muitas outras, o Google mantém seus usuários conectados a uma conta do Gmail e,

assim, consegue monitorar continuamente todos os passos de cada um deles.

Fiore (2001, p. 78) também menciona que a rede proporciona que milhares de pessoas

falem sobre suas preocupações e opiniões a respeito de produtos, empresas ou marcas. E essas

conversas não passam despercebidas pelos clientes, pois estão cada vez mais atentas às

criticas de outros que tiveram experiências.

3.2.8 Mobile Marketing

Marketing móvel é a distribuição de qualquer tipo de mensagem ou promoção que

agrega valor para o consumidor, ao mesmo tempo em que aumenta a receita da empresa.

(KALAKOTA e ROBINSON, 2002, p. 153). Assim, esse modelo de marketing recorre a

imagens de SMS (Serviço de Mensagem Curta) e anúncios em telas de celulares ou

computadores de mão dos usuários.

Com a evolução da internet também apareceram conceitos como e-commerce, e-

business, m-business e o m-commerce. De acordo com Kalakota e Robinson (2002, p. 20) o e-

commerce (comércio eletrônico), trata-se de compra e venda de produtos pela internet. O e-

business (negócios eletrônicos) trata-se de uma estratégia global que aplica ações tecnológicas

em antigos modelos de negócios, permitindo o e-commerce. Ocorre que estes dois conceitos

estão diretamente ligados a fios fixos de conexão, permitindo que o consumidor fique em um

41

local parado. Assim o m-commerce (comércio móvel) é uma evolução na tecnologia que

permite a transação de negócios quando se está em movimento. E o m-business (negócios

móveis) trata-se de uma infra-estrutura de aplicação necessária para manter relações de

negócios e vender informações, serviços e mercadorias por aparelhos móveis.

De acordo com Dalmazo (Exame, jul. 2010, p. 110), “estima-se que haverá 1 bilhão de

usuários de internet móvel em 2013, ante 450 milhões em janeiro de 2010. Esses

consumidores movimentam um mercado novo, que deverá chegar a 17 bilhões de dólares no

mundo nos próximos dois anos.” Isso implica que a mobilidade está crescendo em números

gigantescos, e em pouco tempo ocorrerá uma transformação decorrida da mobilidade, neste

contexto de internet comercial. Aparelhos derivados dos smartphones, como iPad e iPhone

possuem programas e aplicativos que permitem o acesso fácil à web, acessando redes e mídias

sociais ou sites de busca.

O autor Vaz (2008, p. 225) é feliz também ao mostrar a transformação que está

acontecendo com toda essa tecnologia que já permite mobilidade e acesso à web, onde pode

também permitir interatividade, pois, “a convergência digital salvadora de alguns veículos

tornará obsoletos termos como TV, computador e celular (...) não fará sentido falar em celular

ou TV, mas sim, tela grande, tela pequena, tela enorme, etc. tudo Será interativo”.

Ao falar em meios digitais, lembra-se também da TV Digital que está se tornando um

fenômeno pelo Brasil. O que a TV digital traz de novidade, além de qualidade, é claro, é a

possibilidade de criar interatividade, e isto muda tudo (VAZ, 2008, p. 253). Neste pensamento

de Vaz, pode-se ter ideia da valorização da interatividade que é foco no cenário digital e,

portanto, o marketing na web proporciona tal valorização.

3.3 E-Business

Kalakota e Robinson (2002, p. 22) definem e-business:

No mundo conectado, computadorizado de hoje, as empresas visionária estão

estabelecendo novas regras em seus segmentos por meio de novos projetos e e-

business e de processos interpessoais. Essas companhias têm integrado operações

para fazer frente a mudanças das exigências do cliente, percebendo que as

necessidades, os gostos e as expectativas do “cliente eletrônico” estão

42

transformando a empresa (...) chamamos essa integração orientada ao cliente de e-

business, o fundamento organizacional necessário para sustentar os negócios em

uma economia baseada na rede.

O e-business (negócios eletrônicos) trata-se, portanto, de uma estratégia global que

aplica ações tecnológicas em antigos modelos de negócios, permitindo o e-commerce. Essa

idéia é reforçada segundo Fiore (2001, p. 160) quando diz que a internet pode ajudar a manter

seu e-business ciente do que acontece no mundo do e-commerce, utilizando-se das fontes de

informações disponíveis. A rede pode também ajudar a reunir informações valiosas e diretas

dos consumidores acerca do marketing.

Para Kalakota e Robinson (2002, p. 25-27), todos os dias cada vez mais pessoas e

empresas estão conectados ao meio eletrônico. O comércio eletrônico está revolucionando as

regras comerciais e as empresas precisam desenvolver novos canais de distribuição, tornando-

se um desafio ao cenário digital e ao avanço da tecnologia.

Fiore (2001, p. 160) afirma que há uma forma inteiramente nova de entender a

internet, não como apenas um computador ligado a uma rede onde pessoas fazem compras ou

apenas como uma forma de acessar a rede. Para ele,

A internet – e não um web site – é o banco de dados. À medida que os clientes –

consumidores ou empresas – ganham mais controle sobre sua experiência de compra

eles podem comprar quando quiserem, onde quiserem, o que quiserem, ao preço que

quiserem e da maneira que preferirem.

Mas muito se fala em e-business e e-commerce por serem ambos os negócios virtuais,

mas, para esclarecer a diferença, Limeira (2003) apud Giuliani et all (2006, p. 163) diz que “o

e-business engloba a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócio em um

ambiente eletrônico, enquanto o e-commerce restringe-se às transações comerciais de compra

e venda pela internet”.

É notório que mundo on-line mexe muito com o ser humano nas ultimas décadas,

mudando radicalmente o cenário qual se conhecia até então. São crianças, jovens e adultos

que estão em constante adaptação com a rede. Giuliani (2006, p. 160) reforça esse contexto

dizendo que “com o advento da chamada revolução digital, fruto dos avanços tecnológicos, a

internet, como uma forma de comunicação popular e global, está substituindo grande parte da

43

necessidade de interação física entre pessoas por contatos virtuais, seja para entretenimento,

pesquisa ou negócios”.

3.4 E-Commerce

A internet surgiu nos EUA na década de 60 por um experimento científico,

combinando meio acadêmico e um projeto do governo. Assim, sua finalidade não era

comercial nem que se tornasse uma ferramenta para o comércio. De acordo com Catalani et

all (2006, p. 16-17), “a partir de 1991, as regras do uso da internet do governo americano

(Acceptable Use Policy) passaram a permitir o tráfego comercial na internet, marcando o

início da internet comercial”.

Kalakota e Robinson (2002, p. 50-51) afirmam que:

A internet é um canal de vendas e de distribuição e está facilitando o comércio

eletrônico, a capacidade de fazer negócios na web [...] a tecnologia está deslocando

poder para os compradores. O comércio eletrônico está mudando os canais pelos

quais os consumidores e as empresas têm tradicionalmente comprado e vendido

bens e serviços (...) o canal eletrônico proporciona aos vendedores acesso a uma

Audiência global, a capacidade de operar com uma infra-estrutura mínima, a

redução de despesas e maiores economias da escala; aos consumidores, uma seleção

maior, conveniência e preço competitivo. Consequentemente um numero crescente

de consumidores está adotando a web adquirindo produtos negociando segurança,

pagando contas e comprando passagens aéreas (...) o e-commerce está na sua

infância.

Para Turban e King (2004) apud Giuliani (2006, p. 162), o comércio eletrônico oferece

vários benefícios a todos os setores da economia, desde que seja utilizado adequadamente.

Dentre os principais benefícios para as organizações estão a expansão do mercado, a melhoria

da organização e dos processos de negócios e a possibilidade de interatividade com os

consumidores. Para os consumidores, a conveniência, velocidade e custo. E para a sociedade,

há melhorias no padrão de vida e na oferta de serviços públicos.

44

Figura 2 – penetração das compras em e-commerce e frequência que os consumidores compram pela internet

Fonte: Exame out. 2010, p. 40

Para Felipini (2004) apud Giuliani (2006, p. 161), o comércio eletrônico brevemente

será acessível a todos:

Como aconteceu com o rádio, a televisão e o telefone, também será no comercio

eletrônico. No início, uma ficção para algumas pessoas, mas, depois de algum

tempo, comum até para as famílias mais humildes. Brevemente, os negócios digitais

não serão mais novidade, e o mercado estará repleto de concorrentes de peso.

Comunidade, conteúdo e comércio constituem uma fórmula imbatível para vender em

uma internet que está em um movimento crescente em termos de concorrência e de produtos

disponíveis. Em um país como o Brasil, que lota comunidades virtuais de todo o mundo e que

passa a maior parte do seu tempo de navegação nelas, ter um negócio que agregue uma rede

social é sinônimo de sucesso (VAZ, 2008, p. 269).

45

3.5 O Marketing digital no Brasil

De acordo com Catalani et all (2006, p. 73), o marketing digital no Brasil ainda

apresenta grande potencial e precisa conquistar uma massa de pessoas que não aderem à

tecnologia:

Um dos grandes desafios do marketing na web, no Brasil, é justamente conseguir

que os consumidores típicos com alto poder aquisitivo, mas que não compram por

resistência à tecnologia, comecem a comprar. Entre os 20 milhões de usuários da

internet brasileira, eles certamente representam uma boa parte, o que significa que

há um enorme mercado potencial para o varejo online brasileiro.

O Brasil está destacado como o 35º melhor país para se fazer negócios pela web

(GIULIANI, 2006, p. 163). Em contrapartida, o autor Vaz (2008, p. 57) afirma que “o Brasil é

o melhor país para se investir em internet, apesar da base de internautas ainda não ser das

maiores”.

Limeira (2004) apud Giuliani (2006, p. 167), “a grande expectativa da era digital é de

que o marketing e o comércio eletrônico venham a se tornar uma estratégia competitiva

primordial e amplamente adotada pelas empresas”. Assim, as estratégias de marketing

tradicionais ou por vias on-line, lidam com a satisfação dos indivíduos através de um

mercado-alvo identificado e analisado.

Diante do exposto, percebe-se que no Brasil ainda há um investimento tímido onde as

empresas e pessoas em particulares não visualizaram os benefícios da aplicabilidade das

estratégias de marketing digital, nem se atentaram à onda de informação e tecnologia que os

brasileiros dominam. “No Brasil, a propaganda interativa anda não consegue ser a responsável

por toda a verba, dependendo do produto e do público a ser atingido, mas míseros 2,7% da

verba de marketing das empresas estão longe de ser o que a internet deveria ter de

investimento” (VAZ, 2008, p.40).

46

4 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Sabe-se que o objetivo do marketing é satisfazer as necessidades e desejos dos

consumidores através de produtos e serviços, como já foi evidenciado na sua definição do

capítulo 1. Assim sendo o marketing está intimamente ligado aos consumidores e vice-versa,

necessitando, pois, conhecer as pessoas, seus desejos e claro suas necessidades.

Limeira (2008, p. 8) define comportamento do consumidor em que:

A teoria tradicional sobre o consumidor, baseada em conceitos da perspectiva

comportamentalista da psicologia (...), define o comportamento do consumidor

como um conjunto de reações ou respostas dos indivíduos e determinados estímulos,

os quais decorrem de fatores pessoais, ambientais, situacionais e de marketing.

Quadro 5 – fatores influenciadores do comportamento do consumidor

Fatores

influenciadores

Descrição dos fatores

Fator pessoal

É um conjunto de estados fisiológicos e psicológicos, bem como os

traços de personalidade e as características particulares do indivíduo,

como emoções e percepções, crenças e experiências, idade e renda,

estados de privação ou carência, entre outros.

Fator ambiental

São de natureza cultural, social, econômica, política e geral, como

valores compartilhados, opiniões de membros da família e de grupos de

referência, mensagens transmitidas pelos veículos de comunicação,

decisões de política econômica, mudanças causadas por novas

tecnologias e limites impostos pela legislação, etc.

Fator situacional

São as condições circunstanciais e momentâneas que interferem no

comportamento do consumidor, como sua disponibilidade de tempo e as

características do ambiente físico da loja, por exemplo, no momento da

compra.

Fator de marketing

ou estímulo

São as decisões de produto, preço, distribuição e promoção que estão

sob controle da empresa e que visam provocar certas respostas nos

consumidores, como por exemplo, a preferência pelo produto, a compra,

a repetição da compra, a satisfação e a fidelidade do consumidor. Fonte: Limeira, 2008, p. 8, adaptado.

47

Las Casas (2008, p. 181) traz outra definição para comportamento do consumidor:

Comportamento do consumidor é uma matéria interdisciplinar de marketing que lida

com diversas áreas do conhecimento, como economia, psicologia, antropologia,

sociologia e comunicação. O objetivo é estudar as influências e as características de

fazer propostas adequadas de ofertas de marketing, aplicando-se o conceito de

marketing.

Outros autores como Cobra (2009, p. 82) dizem que para analisar o comportamento do

consumidor deve-se entender suas atividades físicas e mentais. As atividades mentais incluem

as influências que as marcas, por meio de publicidades, exercem sobre o consumidor,

ocorrendo de tal modo que, logo ao sentir um desejo, vem em sua mente a marca de um

produto que ficou fixada em sua mente. As atividades físicas incluem visitas nas lojas.

Segundo Junior Churchill e Jr. Paul Peter l (2005, p. 150), após o consumidor analisar

as marcas e opções possíveis existentes no mercado, e após verificar qual delas supre suas

necessidades, o consumidor decide comprar. Nesta etapa de decisão de compra, há ainda uma

avaliação do quê, onde, quando comprar e como pagar.

4.1 Perfil do consumidor Brasileiro

O estudo do perfil do consumidor brasileiro se faz necessário a partir do momento em

que para a economia Brasileira, o consumo das famílias tem um peso significante e relevante

para a contribuição das atividades econômicas no país. Neste parâmetro, Stefano (Exame Jul.

2010, p. 26) fala sobre o comportamento dos brasileiros, voltado ao consumo:

Quando escala a pirâmide do consumo, a maioria busca saciar três aspirações: ter

mais, saber mais e experimentar mais. São estas três principais tendência que

orientam as aquisições de bens e serviços pelos brasileiros. A primeira – ter mais –

abrange o ato de comprar seja pela primeira vez, seja na renovação de algo que já se

tem. A segunda – saber mais – engloba o acesso a educação e à informação,

tendência que está ligada a expectativa de conquistar um trabalho melhor que

permita novos saltos de consumo. Já a terceira aspiração – experimentar mais – trata

do desejo de viver algo Nov, quase sempre ligado ao universo do lazer.

48

Para Limeira (2008, p. 220), os jovens brasileiros têm significativa participação nas

compras, onde:

A juventude brasileira é a que mais gosta de fazer compras e assistir a programas de

TV na comparação com jovens de outros países (França, Itália, Japão, Estados

Unidos, Argentina, México, Austrália e Índia) (...) para 56% dos brasileiros entre 18

e 25 anos, comparar mais significa mais felicidade, pouco importando os problemas

ambientais decorrentes do consumismo exagerado.

No Brasil, país com mais de 190 milhões de habitantes, sendo o quinto maior território

do planeta, o perfil do consumidor vem passando por transformações, que são perceptíveis

com uma maior entrada de consumidores da classe C no mercado, onde se somam às classes

A e B formando um número de 114 milhões de pessoas consideradas consumidores. Também

se observa que a terceira idade detém de uma significativa força como consumidora. Neste

conjunto, há ainda tendências como: o crescimento da participação de mulheres no mercado

de trabalho; um aumento de casais jovens e sem filho; um crescimento de pessoas morando

sozinha; maior número de consumidores de meia idade com renda alta; expectativa de vida

mais longa e saudável (Exame, 2008 citado por Stefano; Santana, 2008 p. 22-30).

De acordo com Agostini e Meyer (Exame, out. 2010, p. 36) “estimas-se que, nos

últimos três anos, 45 milhões de pessoas da classe C tenham passado a acessar a rede, a maior

migração já vista em direção a uma única mídia desde a chegada da televisão ao país, nos

anos 50.” Isso mostra que a classe C está sendo grande parte de pessoas consideradas

consumidoras e usuárias da web, onde Agostini e Meyer (Exame out. 2010, p. 36) cita ainda

que as classes A e B no ano passado respondiam por 50% do acesso à internet enquanto que a

classe C estava com 42% do total de acessos à rede.

49

Figura 3 - divisão da população brasileira (a classe C representa a maior parte da população)

Fonte: Exame out. 2010, p. 36

4.2 Comportamento do consumidor On-line

O ambiente interativo que a internet proporciona, juntamente com as estratégias de

marketing digital, fez com que surgisse um novo tipo de consumidor, que está mais ágil, e

munido de informações reunidas num menor tempo e com mais veracidade, visto que, de

acordo com Vaz (2008, p. 253), “pessoas acreditam em pessoas. Os blogs não estão ganhando

o mundo e influenciando comportamentos à toa.” Tais informações passam agora a decidir a

compra ou não pelo consumidor.

50

Tabela 3 - Frequência do acesso individual à internet

Fonte: NIC.br - set/nov 2009. Adaptado.

Diante disso, nota-se que as pessoas estão diariamente acessando a internet, e neste

ambiente virtual, elas desenvolvem diversas atividades envolvendo comunicação, informação,

entretenimento e interatividade (VAZ, 2008, p.49).

Tais dados podem ser comparados com outra pesquisa publicada da revista exame

(Exame, 2010, citado por Agostini e Meyer, p. 37) tendo uma margem percentual de diferença

baixa, comprovando, portanto que as classes A e B lideram a frequência de acesso à web

enquanto que a maior parte da população brasileira, a classe C encontra-se em segundo lugar.

Percentual (%) Diariamente Pelo menos uma vez por

semana

Pelo menos uma vez por mês

Menos que uma vez por mês

TOTAL BRASIL 58 30 9 3

ÁREA URBANA 59 30 9 3

RURAL 43 37 13 6

REGIÕES DO PAÍS

SUDESTE 61 27 9 3

NORDESTE 52 35 9 4

SUL 58 31 8 2

NORTE 52 33 12 2

CENTRO-OESTE 58 31 9 2

SEXO Masculino 60 29 9 3

Feminino 56 32 9 3

GRAU DE INSTRUÇÃO

Analfabeto/Educação Infantil

36 45 14 5

Fundamental 46 38 13 4

Médio 57 31 9 3

Superior 78 18 4 1

CLASSE SOCIAL

A 84 15 1 -

B 74 20 5 1

C 51 35 11 3

DE 33 45 17 5

51

Figura 4 - frequência de acesso à internet

Fonte: Exame out. 2010, p. 37

O que se pode perceber com todos os dados apresentados é uma desigualdade ainda

visível no país, dificultando que este se desenvolva melhor obtendo, consequentemente, mais

consumidores no cenário digital. “O Brasil é um país com acentuado desequilíbrio na

distribuição de renda, o que acarreta uma grande desigualdade no acesso a internet, já que

apenas uma pequena parcela da população tem condições financeiras e culturais para acessar a

rede” (CATALANI, 2006, p. 72).

Segundo Torres (2009, p. 30-31), o consumidor, ao estar on-line, apresenta

comportamentos diferenciados da vida real por estar limitado ao tempo, espaço e dinheiro. E

ao se conectar à internet, ele apresenta três desejos que definem seu comportamento:

informação, diversão e relacionamento. O consumidor, quando necessita de uma informação,

procura sites de busca e realiza sua pesquisa navegando na web. Como diversão, ele, ao

acessar a internet, busca jogos, sites de piadas e charges, sites de vídeos e animações, que

realizam seu desejo de se divertir. Por fim, há também os dois tipos de atividades de

relacionamento, como os meios de comunicação instantânea e de redes sociais, sendo os mais

usados pelo consumidor on-line brasileiro: o MSN e o Orkut.

52

4.3 O marketing digital influenciando o consumidor

Junior Churchill e Jr. Paul Peter (2005, p. 164) afirmam que “as atividades de

marketing também influenciam o processo de compra do consumidor. Cada elemento do

composto de marketing – produto, preço, praça (canais de distribuição) e promoção

(comunicação de marketing) – tem potencial para afetar o processo de compra em vários

estágios.”

Kotler e Keller (2006, p. 200) falam que o comportamento do consumidor é

influenciado por quatro tipos de fatores:

culturais (cultura, subculturas e classes sociais), sociais (grupos de referência,

família, papéis e status), pessoais (idade, estágio no ciclo de vida, ocupação,

circunstâncias econômicas, estilo de vida, valores, personalidade e auto-imagem) e

psicológicos (motivação, percepção, aprendizagem, memória, crença e atitudes).

Com relação ao meio digital e o ambiente da web, Junior Churchill e Jr. Paul Peter

(2005, p. 166) dizem que “ao lado dos veículos de marketing tradicionais, a comunicação On-

line vem ganhando força, pois por meio dela, os consumidores ficam altamente envolvidos

com a compra e podem procurar informações capazes de influenciá-los em vários estágios do

processo de tomada de tomada de decisões”.

A revista exame Agostini e Meyer (Exame out. 2010, p. 37) traz exatamente quais

meios de comunicação mais influenciam na compra do consumidor, destacando ainda a TV

em primeira posição, e em segunda posição está o marketing boca-a-boca, que como foi visto

no capitulo 3 em marketing viral, essa estratégia ganha mais força com a utilização da internet

através das mídias sociais e do You Tube. Em terceira posição está a internet que já supera

outros meios de comunicação, inclusive o boca-a-boca para as classes A e B, chegando bem

próximo ao índice da TV.

53

Figura 5 – meio de comunicação que mais influencia nas decisões de compra

Fonte: Exame out. 2010, p. 37

Junior Churchill e Jr. Paul Peter (2005, p. 167) afirmam que “outras pessoas, além das

companhias de compras, também podem ser fluentes”. E a internet promove que as pessoas se

encontrem em seu ambiente de redes sociais, blogs, e meios de comunicação instantânea, e

assim possam discutir sobre suas experiências de consumo e compra.

Neste conjunto, Torres (2009, p. 257-258) traz um levantamento acerca do novo

consumidor, pois agora ele escolhe seus produtos mediante recomendações e análises dos

blogs e de mensagens trocadas no Orkut e no Twitter. Para saber da qualidade de um celular,

por exemplo, basta digitar o modelo ou marca no Twitter que logo aparecem comentários a

respeito. Importante ressaltar também que os brasileiros passam três vezes mais tempo na

internet do que na televisão, e nesse tempo há uma troca de informações sobre produtos,

serviços e empresas antes de decidir o que comprar. Além disso, há também sites de

54

reclamações como “Reclame aqui”, onde os consumidores contas suas experiências

abertamente de atendimentos e empresas.

4.4 Processo decisório de compra no cenário digital

De acordo com Junior Churchill e Jr. Paul Peter (2005, p. 152), os consumidores não

seguem todos os processos normais para decidir o que comprar, e para que ocorra um

processo mais formal e demorado na decisão de compra, devem existir condições que os

deixem pensativos como: a compra é importante para os consumidores; o preço do produto é

muito alto; o produto tem características complexas ou novas; há muitas opções de marcas.

Diante disso, os consumidores passam a ter três tipos de tomada de decisão como podem ser

vistos abaixo:

Quadro 6 – Características dos três tipos de tomada de decisão do consumidor

Tipos de

decisão Descrição do tipo

Envolvimento do

consumidor com

a compra

Características do

conjunto

considerado

Fontes de

informações

consultadas

Tempo

investido

Rotineira

Tomada de decisões

envolvendo poucas

atividades de

pesquisa e compra

Baixo

Poucas opções de

marcas, vendedores e

características de

produtos avaliados

Internas O mínimo

possível

Limitada

Tomada de decisão

eu envolve um nível

moderado de

atividade de

pesquisa e compra

Moderado

Várias marcas,

vendedores e

características de

produtos avaliados

Internas e

algumas

externas

Pouco

Extensiva

Tomada de decisão

que envolve

considerável

atividade de

pesquisa e de

compra

Alto

Muitas marcas,

vendedores e

características de

produtos avaliados

Algumas

internas e

muitas externas

Muito

Fonte: Junior Churchill e Jr. Paul Peter, 2005, p. 152.

Para Philip Kotler Apud Cobra (2009, p. 83, grifo meu), “a tomada de decisão de

compra é mais ampla, vai do iniciador do processo de compra, passa pelo iniciador,

55

influenciador e pelo decisor, chega ao comprador e, por fim, ao usuário do produto ou

serviço.”

Os autores Agostini e Meyer (Exame out. 2010, p. 39-40) trazem um levantamento

estatístico da proporção de indivíduos que realizam pesquisa de preço na internet antes de

comprar, assim, as classes A e B lideram com 82% mediante 68% da classe C e 42% para os

integrantes das classes D e E.

56

5 ESTADO DA ARTE

A internet é um fenômeno muito recente e possui campos ainda em estudos. Muita

gente ainda não teve ou tem contato com esta rede, que aos poucos está revolucionando

teorias de marketing e comportamentos relacionados ao consumidor, gerando o consumidor

on-line.

Desde a criação da internet há algumas décadas, surgiram e surgem a todo instante

novas sensações no cenário digital que estão sendo adaptados às técnicas de marketing

tradicionais. Tais fenômenos como os Websites e as empresas ponto com, o surgimento do

Google, da Yahoo e a criação de fabulosas redes sociais como o Orkut, o Facebook e o

Twitter, à sensação dos vídeos no YouTube, e entre tantas outras redes sociais e empresas que

fazem história e sucesso na internet. A velocidade em que tudo isso acontece é surpreendente

e por conta disso, ainda estão sendo estudados.

Diante do atual contexto em que se encontra o marketing digital, a pesquisa quanto ao

tema ainda torna-se difícil, pode-se enfatizar o tema buscando teses, periódicos, revistas

científicas, artigos científicos, que tratem da temática e de sua aplicação.

Para averiguação da aplicação do tema, foram escolhidos três trabalhos sobre o

marketing digital, o comércio eletrônico advindo da internet e a utilização das redes sociais

como forma de conquistar consumidores on-line.

5.1 Marketing na Internet e Comportamento do Consumidor: Investigando

a Dicotomia Hedonismo Vs. Utilitarismo na WWW

O número crescente de usuários da World Wide Web e do comércio eletrônico vem

despertando o interesse pela Internet por parte de pesquisadores de marketing. O aumento da

oferta de novos meios de comunicação de marketing, o aumento dos custos dos meios

tradicionais, sua perda de eficácia e o surgimento de novas mídias alternativas são alguns dos

novos desafios que enfrentam os gerentes de marketing e que os impelem e os motivam a

explorar novas mídias interativas, como a televisão a cabo e a Internet, em substituição ou

complementação das mídias tradicionais (GERTNER E DIAZ, 1999).

57

O presente artigo teve como objetivo estudar o comportamento do consumidor em

atividades de navegação na web. Investigar se os conceitos de hedonismo (uma dimensão de

divertimento) e utilitarismo (uma dimensão de resolução de problemas) descritos na literatura

sobre o comportamento do consumidor e observáveis em ambientes tradicionais de compra

em mídias como a televisão e em ambientes de varejo, como shopping centers e

supermercados, são adequados para descrever benefícios derivados por consumidores na web.

Os autores buscaram provar cientificamente que os consumidores na web também

sentem mesmas sensações referentes a divertimento e satisfação, que consumidores

tradicionais sentem em lojas físicas, como é descrito em livros sobre comportamento dos

consumidores. Assim, o estudo foi realizado em laboratório, utilizando-se salas de

computadores de uma universidade britânica. Foi necessário controlar variáveis como: tipo de

atividade de busca realizada, pressão do tempo e igualdade de condições e tempo de acesso à

web para todos os participantes.

A conclusão a que se chegou foi a existência de benefícios hedônicos e utilitários na

web, semelhantes aos verificados em atividades de busca em ambientes de varejo. Ou seja,

Gertner e Diaz provaram que há sim, em um ambiente da web, a interatividade, diversão e

sensação de tarefa realizada sem problemas, por consumidores que estão sentados em frente a

um computador ligado à rede.

Concluíram também que, pelo menos para as pessoas que não se sentem à vontade na

web, é importante desenvolver sites que facilitem a legibilidade e a compreensão de seu

conteúdo. Isto motivaria as pessoas que ainda não adotaram a web a se aventurarem na mídia.

5.2 Comércio Eletrônico: Fazendo Negócios por Meio da Internet

O presente artigo, de autoria de Eduardo Henrique Diniz (1999), mostra como o

comércio eletrônico está se expandindo rapidamente pelo mundo, favorecendo novas formas

de ganho no mercado. Mas, no comércio eletrônico existem obstáculos tecnológicos,

culturais, organizacionais e estruturais para seu pleno desenvolvimento.

O comércio eletrônico também abre novas possibilidades de negócios que seriam

impensáveis anteriormente. O autor, ao tratar do comércio eletrônico, divide-o em dois

blocos, sendo o primeiro relacionando à venda e transações de produtos de empresa para

58

empresa. Esse grupo se caracteriza por um número relativamente baixo de transações de alto

valor financeiro. E o segundo trata das transações de empresa para cliente, onde se caracteriza

por alto volume relativo de transações com baixo valor financeiro envolvido em cada uma

delas.

No que se refere ao valor do comércio eletrônico para a sociedade, o autor é feliz em

dizer que a utilização da web como veículo para o comércio eletrônico permite visualizar uma

série de outras formas de adicionar valor a um negócio, além de somente vendas diretas de

produtos, serviços ou informações ao consumidor obtendo lucros. Isso demonstra que a

internet torna-se um canal que, além de promover um impacto econômico positivo através da

relação consumidor-vendedor, há todo um contexto que envolve aprendizado, dinâmica,

interação e certa influência sobre os consumidores.

O autor faz um apanhado de fatores que têm impacto sobre comércio eletrônico, como

barreiras tecnológicas, culturais, organizacionais e estruturais. Assim, para o primeiro fator,

considerando o relacionamento empresa-consumidor, dois pontos são fundamentais para a

evolução da tecnologia utilizada no comércio eletrônico: a disponibilidade da tecnologia e a

sua facilidade de uso. No segundo fator, trata dos hábitos ao acesso à internet em alguns

países que podem não dar bons resultados com o comércio eletrônico. Como fator

organizacional, as empresas devem estar cientes das implicações administrativas, para que

criem, giram e obtenham os benefícios da adoção de sistemas de comércio eletrônico. Por fim,

nas barreiras estruturais, trata da facilidade que a internet proporciona em relações entre

pessoas de todo o planeta, juntamente com troca de informações, assim, resta a empresas

criarem estruturas que garantam a efetiva realização de negócios on-line proporcionando a

satisfação dos clientes.

Sendo assim, Diniz conclui que a Internet criou uma revolução nos meios de

comunicação global e está alterando dramaticamente as possibilidades de se transacionar

comercialmente em todo o mundo. A web está cada dia se consolidando como o canal mais

eficiente de interligação entre empresas e consumidores, sejam eles indivíduos ou outras

organizações.

59

5.3 As Comunidade Virtuais e a Segmentação de Mercado: Uma Abordagem

Exploratória, Utilizando Redes Neurais e Dados da Comunidade Virtual Orkut

O artigo traz um bom levantamento quanto à influência que as redes virtuais, sendo

foco o Orkut, têm sobre a segmentação de mercado determinando atitudes no consumo. O

autor Anana et all (2008) mostra que a existência de uma infinidade de dados, nos últimos

anos, tem disponibilizado para a área de marketing novos horizontes para a definição e

segmentação de mercados.

Inicialmente o autor afirma que os profissionais de marketing nunca tiveram acesso a

tantos dados para tomar decisões como atualmente e que o surgimento das comunidades

virtuais mostra-se uma fonte rica e ainda pouco explorada para definir diferentes segmentos

de mercado e desenvolver estratégias para abordá-los de forma mais efetiva. Assim, ele

desenvolve seu trabalho com o intuito de apresentar duas formas alternativas de segmentação

de mercado (regressão logística e redes neurais), por meio de dados secundários coletados no

Orkut.

De forma sucinta percebe-se que o presente artigo traz vários conceitos e teorias para

segmentação de mercado e comunidades virtuais. Fazendo um paralelo com diversos autores,

ressaltando a importância destes dados disponíveis para a sociedade e para os profissionais da

administração.

Anana et all (2008) trata do Orkut como uma das mais brilhantes criações, onde desde

sua criação nos EUA em 2004 sistema que visa proporcionar conexões entre as pessoas,

incentivando a formação de grupos e comunidades, tal qual uma organização social.

Revelando ainda que, apesar de ter surgido nos Estados Unidos, os brasileiros são maioria no

Orkut. Segundo dados divulgados no próprio Orkut, 74% dos usuários são brasileiros,

enquanto os norte-americanos ocupam a segunda posição na escala de nacionalidades, com

apenas 9% de participação.

A conclusão a que o autor chegou mostra a possibilidade de prever atitudes e

comportamentos de consumo, a partir da busca exaustiva e do processamento adequado de

informações de domínio público, conferindo aos profissionais de marketing a possibilidade de

prever necessidades e oportunidades de mercado antes da concorrência e assim atendê-las

mais prontamente e melhor. Sendo assim, pode-se dizer também que o marketing pode obter

informações na web influenciando cada vez mais comportamentos de consumo.

60

Fazendo um paralelo dos artigos referendados sobre tecnologia, internet e marketing,

com o tema em estudo voltado à influência do marketing digital sobre a decisão de compra

dos consumidores, observa-se que realmente a internet está mudando as táticas de se fazer

marketing, está proporcionando novas formas de se fazer negócios e movimentar a economia

no país e principalmente está acessível a todos. A internet cresceu e está crescendo em largos

passos, onde desafia os profissionais de marqueteiros a desenvolver novas formas de atrair a

atenção do consumidor e mostrar que o mundo on-line os fazem tão felizes e satisfeitos,

quanto o mundo real.

61

6 CONCLUSÃO

O aparecimento de toda essa onda digital e tecnologias, que está sendo considerada a

era da informação, está criando um novo tipo de consumidor, proporcionando novas

perspectivas, desafios e oportunidades para os que sabem viver com essa revolução, sejam

empresas ou clientes. O progresso da tecnologia, particularmente a tendência entre a

computação e a telecomunicação, e a sua disseminação, estão revolucionando a natureza das

comunicações num sentido amplo e é sábio afirmar que a comunicação sempre teve papel de

destaque no marketing, ocorre agora que essa importância dada às comunicações na sociedade

causa impactos muito profundos e que ainda estão por ocorrer sobre o consumidor on-line.

O marketing digital consiste em utilizar a Internet como ferramenta para difusão de

comunicação, publicidade, propaganda e todo o conjunto de estratégias e conceitos já

conhecidos na teoria do tradicional marketing. A junção destas teorias com a tecnologia e

Internet provocou uma revolução nos meios de comunicação global, e que ocorre em uma

velocidade impressionante, os fatos estão se sucedendo e não tem mais volta, assim já há

estudos voltados ao acompanhamento desse novo tipo de consumidor on-line.

As possibilidades de se fazer propaganda e publicidade via web são muitas. Os autores

tratados nesta pesquisa mencionam e-mails, mídias sociais, os tradicionais banners e sites

entre tantas outras que surgem a todo instante fazendo com que os autores pioneiros nesta área

digital precisem estar a todo o momento se atualizando.

O Comportamento do consumidor frente a toda essa ascensão digital passa a ser foco

de estudos por muitos que tentam desvendar o que as pessoas fazem na internet e se ela

provoca influência em sua decisão de compra. Sabe-se que o marketing tem como propósito

satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores através de produtos e serviços. Diante

disso, os fatores que influenciam o comportamento do consumidor como os pessoais,

ambientais, situacionais e de marketing ou estímulo, carregam em si uma parte do que a

internet pode lhes proporcionar. Neste sentido, ficou comprovada a grande participação dos

indivíduos na internet pelas classes A, B e C, sendo um público de 50% masculino e 50%

feminino, tornando-se esse um fator ambiental. Além disso, as mídias sociais e sites de

relacionamento como o Orkut que denotam quase de 70% das atividades desenvolvidas pela

internet, principalmente pela geração Y, composta por jovens nascidos a partir da década de

80, provocam uma nova onde de marketing viral, em que a nível global as pessoas se

62

comunicam e trocam experiências, sobre diversas coisas inclusive sobre produtos, serviços e

marcas.

A utilização da internet se faz, portanto fundamental, muitos a utilizam para pesquisas,

negócios, relacionamento ou apenas para diversão. Mas em todos estes momentos lá se fazem

presentes os banners, que mesmo que um internauta não compre nada, mas aquele produto ou

serviço se fez presente em sua mente e assim naquele instante pode ter ocorrido uma vontade

ou desejo em adquiri-lo.

Desde o surgimento da internet da década de 60 nos EUA até o presente momento, a

internet sofreu muitas transformações e sempre com um direcionamento voltado ao cliente.

Por meio dela foi possível criar estratégias de e-mail marketing, divulgação de conteúdo,

criação de sites, blogs, banners até a interatividade entre as pessoas por meio das mídias

sociais como YouTube, Orkut, Twitter entre outros. Todo esse conjunto de possibilidades por

meio da web possibilita que cada vez mais pessoas se informem a respeito do que querem e da

qualidade, e compartilham experiências por meio de outros consumidores, tornando-se um

fator influenciador da decisão final de compra.

A web está cada dia se consolidando como o canal mais eficiente de interligação entre

empresas e consumidores. O e-commerce que está ainda em sua fase de infância já detém de

54% de consumidores pertencentes à classe A e B enquanto a classe C soma 31%. Junto a ele,

o mobile Marketing que também está dando seus primeiros passos, possui uma estima que

haverá 1 bilhão de usuários de internet móvel em 2013, ante 450 milhões em janeiro de 2010.

O marketing móvel tem ainda um vasto campo a explorar, principalmente por meio dos

aparelhos derivados dos smartphones, como iPad e iPhone possuem programas e aplicativos

que permitem o acesso fácil à web, acessando redes e mídias sociais ou sites de busca.

Com base nas teorias estudadas fica claro que o marketing digital está inserido em

todos os campos da internet, bem como ao momento em que passamos a maior parte de nosso

tempo navegando nela, não há como passar despercebido a quantidade de informações neste

ambiente on-line. Assim, pode-se concluir que mo marketing digital é uma prática de

fundamental importância e que têm êxito em suas aplicações visto a grande demanda de

usuários da web e às suas tendências, deste modo, cada vez mais consumidores estão caindo

na rede e comprando mais pela internet.

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