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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 19 - Nº 102 Mar/Abr 2010 ISSN 2176-4409 Programa de treinamento gratuito retorna em maio Contando novamente com o patrocínio da CEF, minicursos serão oferecidos na capital e interior paulista. Pág. 16 Comissão apresenta proposta de currículo para cursos técnicos Elaboradas no contexto do Selo de Qualidade, sugestões buscam uma formação mais sólida. Pág. 9

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 19 - Nº 102Mar/Abr 2010

ISSN 2176-4409

Programa de treinamento

gratuito retorna em maio

Contando novamente como patrocínio da CEF,minicursos serãooferecidos na capitale interior paulista. Pág. 16

Comissão apresenta proposta de

currículo para cursos técnicosElaboradas no contexto do Selo de Qualidade,sugestões buscam uma formação mais sólida.

Pág. 9

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20102

Editorial

Rua Oscar Freire, 2.039 - Pinheiros CEP 05409-011 - São Paulo - SP

Tels. (11) 3061-6060 (Profissionais) e(11) 3061-6061 (Empresas)

Fax (11) 3061-5001Internet: http://www.crq4.org.br

Escritórios Regionais:

Veja os endereços dessas unidadesde atendimento em nosso site.

O atendimento ao público na sede enos escritórios é feito de segunda a

sexta-feira, das 9h30 às 15h

O Informativo CRQ-IV é umapublicação bimestral. Tiragem desta

edição: 85 mil exemplares

PRESIDENTE: MANLIO DEODOCIO DE AUGUSTINIS

VICE-PRESIDENTE: HANS VIERTLER

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: JOSÉ GLAUCO GRANDI

Os artigos assinados são de exclusivaresponsabilidade de seus autores e podem

não refletir a opinião desta entidade.O CRQ-IV não responde pela qualidadedos cursos divulgados. A publicaçãodestes visa apenas dar conhecimento

aos profissionais sobre asopções disponíveis no mercado.

Expediente

CONSELHEIROS TITULARES: CARLOS ALBERTO TREVISAN,

DAVID CARLOS MINATELLI, ERNESTO H. OKAMURA,

HANS VIERTLER, JOSÉ GLAUCO GRANDI,

LAURO PEREIRA DIAS, NELSON CÉSAR FERNANDO

BONETTO, RUBENS BRAMBILLA E WALDEMAR AVRITSCHER

CONSELHEIROS SUPLENTES: AIRTON MONTEIRO,

ANA MARIA DA COSTA FERREIRA, ANTONIO CARLOS

MASSABNI, CLÁUDIO DI VITTA, GEORGE CURY KACHAN,

JOSÉ CARLOS OLIVIERI, REYNALDO ARBUE PINI

E SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHO EDITORIAL: MANLIO DE AUGUSTINIS

E JOSÉ GLAUCO GRANDI

JORNALISTA RESPONSÁVEL: CARLOS DE SOUZA - MTB 20.148

ASSIST. COMUNICAÇÃO: ANA CRISTINA VELASCO - MTB 43.167

PRODUÇÃO: PÁGINAS & LETRAS EDITORA E GRÁFICA LTDA.

TEL.: (11) 3628-2144 - FAX: (11) 3628-2139

Conselho Regional de Química - IV Região

Inadimplentesreceberão novoboleto este mês

Terminou dia 31 de março o prazopara pagamento da anuidade de 2010.Os profissionais e empresas que nãoconseguiram quitá-la receberão, aolongo do mês de abril, um novo boletopara regularizar a situação. Conformeprevê a Resolução Normativa 220/2009, do Conselho Federal de Quími-ca, o valor original estará acrescidode multa de 20% , correção pela taxaSelic e juro de 1% ao mês.

O pagamento da anuidade é obri-gatório para todos os profissionais eempresa com registros ativos no Con-selho. Os profissionais que não a re-colhem ficam impedidos de trabalharna área química, estando sujeito amulta de até R$ 4.958,00 se forem en-contrados pela Fiscalização exer-cendo irregularmente a profissão.Além da penalidade financeira, épossível a abertura de processo ético.

Contratempos mais sérios pode-rão ter os profissionais que traba-lham como responsáveis técnicos. Aoconstatar sua inadimplência, o Conse-lho poderá determinar ao seu empre-gador a imediata substituição poroutro profissional em situação regularna entidade.

As empresas em débito também es-tão sujeitas a penalidades pecuniá-rias. E enquanto permanecerem nessacondição, não poderão obter um do-cumento chamado Anotação de Res-ponsabilidade Técnica (ART), queatesta sua regularidade no Conselho.A ART é exigida, ainda, por outrosórgãos de fiscalização, como Cetesbe Vigilância Sanitária, e também paraa participação em concorrênciaspúblicas. Para que a ART seja for-necida, o profissional ResponsávelTécnico pela empresa também precisaestar em situação regular no CRQ-IV.

Anuidades

Ênfase na educaçãoA volta dos Minicursos CRQ-IV e a divulgação de uma proposta de currículo

para os cursos técnicos são os principais destaques desta edição. A ênfase dadademonstra, mais uma vez, o cuidado com que o Conselho trata assuntos relacio-nados à educação e à capacitação profissional, princípios determinantes para odesenvolvimento tecnológico do País e, ao mesmo tempo, básicos para elevar ograu de empregabilidade.

Novamente patrocinados pela Caixa Econômica Federal, os Minicursos serãoretomados em maio. A data exata será publicada no site. Gratuito – o que permitetambém a participação de profissionais desempregados ou que não poderiampagar – o programa incluirá apresentações em São Paulo e no interior.

A proposta de currículo é o resultado de um trabalho de quase três anos daComissão de Ensino Técnico do Conselho e tem relação com o programa decertificação Selo de Qualidade, criado pela entidade. Não se trata de umaproposta impositiva, mas sim de um rol de sugestões que objetivam tornar maissólida a formação dos futuros profissionais de nível médio.

O trabalho foi elaborado a partir da experiência de professores e profissionaisdo CRQ-IV e não se destina a cursos com foco em áreas específicas. A propostajá está disponível para download no site da entidade.

E dentro do contexto do apoio à excelência educacional, a edição traz, entreoutros assuntos, uma reportagem com um aluno da Unicamp que, ainda nagraduação, integrou equipe de pesquisadores que publicou este ano artigo naconceituada revista Science.

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20103

Concursos

Nove trabalhos vão disputar aedição 2010 do Prêmio CRQ-IV

Prêmio Fritz Feigl é canceladoEm virtude de ter recebido apenas duas inscrições, aComissão Julgadora do Prêmio Fritz Feigl decidiucancelar a concurso, conforme previa o regulamento.No entendimento do colegiado, o pequeno interessedespertado em relação ao universo de profissionaisem condição de participar fez com que deixasse deexistir a competitividade que o Conselho esperavapara a disputa.

Unesp de Presidente Prudente, PUCde Campinas e Unicamp são algumasdas instituições de ensino cujos alunosestão concorrendo ao Prêmio CRQ-IVde 2010. No total, foram enviados novetrabalhos. Aquele que seria o décimoinscrito foi desclassificado por ter sidopostado após a data de encerramentodo prazo (01 de fevereiro).

O número de trabalhos foi bem in-ferior aos 17 que concorreram anopassado e menor ainda se comparadoaos 26 apresentados em 2008. OConselho não tem ainda um diag-nóstico sobre as razões do desinteres-se. As regras do concurso foram di-vulgadas com antecedência, em agosto

do ano passado, em matéria publicadano Informativo CRQ-IV. As ediçõesseguintes também deram publicidadeao assunto, assim como o site do Con-selho, que manteve uma chamada emsua Home Page durante todo o períodode inscrições.

O Prêmio CRQ-IV é destinado aestudantes de cursos da área química,de nível médio e superior, oferecidos noEstado de São Paulo. São quatro ascategorias: Química de Nível Médio,Química de Nível Superior, Química deNível Superior com Tecnologia e Enge-nharia da área Química. Os participantesconcorrem a partir da apresentação detextos sobre qualquer tema relacionado

à química, sempre orientados por umprofessor ou profissional em situaçãoregular no Conselho.

A premiação em dinheiro é divididada seguinte forma: R$ 8 mil para o autordo melhor trabalho em cada categoriae R$ 3.750,00 para seu orientador. Dosvalores pagos serão descontados os im-postos. Os vencedores também rece-bem um certificado.

O Prêmio CRQ-IV será entregue nacerimônia que o Conselho promoveanualmente para comemorar o Dia doProfissional da Química, cuja data ofi-cial é 18 de junho. Este ano, a ceri-mônia será dia 17 de junho. Confira,abaixo, os estudantes inscritos:

(*) Trabalhos apresentados em grupo

Nome(s) Orientador(a) Instituição

Andreza Cristina Souza Silva Ana Maria Pires Universidade Estadual Paulista (Presidente Prudente)

Rodrigo Melo da Silva Claudia Lúcia de Moura Universidade Camilo Castelo Branco (São Paulo)

Anderson de Jesus Bonon Dalmo Mandelli Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Edmilson Cândido Leonel Paulo Sérgio Calefi Universidade de Franca

Gabriel Guerra Costa Neura Bragagnolo Universidade Estadual de Campinas

Anderson Aparecido do Prado José Carlos Mancilha Senai Luiz Simon (Jacareí)

Gabriel Gerardi Spinola (*) Marcelo Baroni Renucci Instituto Paralelo de Ensino (São Paulo)

Lucas Roberto de Lima (*) Rosana Aparecida Nicolau ETEC Lauro Gomes (São Bernardo do Campo)

Wellington Diego da Ascenção Nilton Roberto Fiorotto Senai Fundação Zerrenner (São Paulo)

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20104

PersonagemCRQ-IV

Triboni e a cadela Floripa na frente do prédio do CRQ-IV

Quase profissional!Floripa “fez” graduação e pós em química

junto com seu dono e o acompanhanas visitas à Biblioteca do CRQ-IV

Ela não possui registro no Conselho,mas tem uma longa “vivência” na áreaquímica e por isso pode ser vista comcerta constância na sede da entidade.Muito discreta e mais introspectiva ain-da na presença de estranhos, limita-sea ficar quase imóvel na portaria, às ve-zes por horas. Só volta a se animarquando a porta do elevador se abre edele sai seu grande amigo, o Bacharelem Química Eduardo Rezende Triboni.Graduado pela USP de São Carlos, elepossui também os títulos de mestre,doutor e pós-doutor em ciências – áreade fisco-química. Quem é ela? É a Flo-ripa, uma vira-lata puro sangue de noveanos de idade e que vive com Tribonidesde os tempos em que ele ainda cur-sava a graduação.

Professor do curso de Farmácia daUniversidade Paulista e integrante doGrupo de pesquisa em sistema Biomi-méticos do Instituto de Química da USPde São Paulo, Triboni faz visitas fre-quentes à Biblioteca do CRQ-IV paraobter conteúdo didático para as aulasque ministra. Ele é responsável pelasdisciplinas “Química orgânica expe-

rimental” e “Tópicos em quí-mica orgânica”. Na Bibliote-ca, o profissional tambémtem buscado materiais dereferência para as pesquisasde seu grupo. Este trabalhose concentra no desenvolvi-mento de sensores molecu-lares para identificação decompostos de interesse que,posteriormente, poderão serutilizados em análises clíni-cas. Outra frente de pesqui-sa é o desenvolvimento demateriais funcionais. A ideia

aí é o desenvolvimento de materiaisque, por exemplo, sejam condutores deeletricidade com aplicação de luz, emis-sores de luz (LEDs) e catalisadores.

Floripa acompanha Triboni para quasetodos os lugares. Pode-se dizer que fezos cursos de graduação, mestrado,doutorado e pós-doutorado junto com odono, pois, segundo ele, estava semprena universidade, muitas vezes “assistindo”as aulas da porta da sala. “Ela só não temos diplomas”, brinca o profissional.

As visitas da cachorra ao Conselhosão facilitadas pela proximidade da sede eo prédio onde Triboni reside com a esposae dois filhos. Enquanto o pesquisador vaiaté a Biblioteca, instalada no segundoandar, Floripa fica no térreo aguardando-o pacientemente. Passa a maior parte dotempo sentada e de cabeça baixa. Rara-mente se deita ou vai até a área externa.Nunca se arrisca a um passeio pela rua.Sujeira? Não faz nenhuma, garantem osfuncionários da recepção. Segundo seudono, ela age desse mesmo modo emtodos os lugares em que vai: supermer-cados, farmácias, lojas etc.

Floripa nunca frequentou uma esco-

la de adestramento. Triboni diz que elaaprendeu a ser educada praticamentesozinha. No início, recebia algumasbroncas quando saía da linha e acabouassimilando o que podia ou não fazer.

Mas será que a cachorra sempre foitão certinha assim? Ora, todo mundodá suas escorregadas e Floripa nãofugiu à regra: certa vez, ela acom-panhou o dono à uma festa na USP deSão Carlos e desapareceu. “Pensei quehavia se perdido ou que alguém a tivesselevado embora. No dia seguinte, fiqueisabendo que ela passou o tempo todono camarim dos músicos”, contouTriboni. No lugar de curtir a balada,Floripa optou por um lugar mais calmoe que tivesse um atrativo irresistível:os petiscos dados pelos artistas!

Nascida em São Carlos, Floripa tevesorte na vida. Ainda filhote, foi “rouba-da” da casa onde vivia por uma senhoraque ficou indignada com a forma cruelcom que seus ex-donos a tratavam.Durante a “fuga”, a tal senhora parouem um posto de combustível onde Tri-boni estava abastecendo seu carro. “Acachorrinha me chamou a atenção e lo-go perguntei qual era a raça dela à mu-lher que a carregava”, recorda. A se-nhora não perdeu tempo e logo lhe foicontando toda a história. Sensibilizado,Triboni decidiu ali mesmo fazer a ado-ção. Desde então, os dois só se separa-ram uma vez em virtude de uma viagemque ele fez com a esposa e os filhos.

“Todo mundo gosta da Floripa”,salienta o Químico, explicando que nasduas vezes em que ela deu cria os filho-tes foram motivo de disputa pelos cole-gas da faculdade. “Acho que eles viramali uma oportunidade de terem umacompanheira como ela”, compara.

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20105

Nobel

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20106

GHS

O uso seguro de produtos químicospor Geraldo Fontoura

Stock: XCHNG

No dia 26 de setembro de 2009, en-trou em vigor a norma da AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas (ABNT)que trata de aspectos importantes daimplementação do Globally HarmonizedSystem (GHS) no Brasil. Definida pelasigla NBR 14725 e dividida em quatropartes, ela está disponível [confornenoticiado na edição de dezembro desteInformativo] para consulta e impressãogratuitamente no site da Associação Bra-sileira da Indústria Química (Abiquim).A norma é um marco importante para aclassificação e rotulagem de produtosquímicos perigosos e irá ocasionar,certamente, diversos esforços nos próxi-mos meses do setor industrial brasileiroe, em particular, do setor químico.

O GHS é considerado uma aborda-gem lógica e abrangente para a definiçãodos perigos dos produtos químicos, bemcomo sua classificação e comunicaçãode perigo por meio da Fispq (Ficha deInformação de Segurança de ProdutoQuímico) e da rotulagem. Ele é aplicávelà maioria dos produtos químicos perigo-sos e tem, dentre seus objetivos, garantira proteção da saúde humana e do meioambiente, estabelecer um sistema in-ternacional para comunicação de peri-gos, prover um modelo reconhecido parapaíses sem sistema (que era o caso doBrasil), reduzir a necessidade de testescom animais e facilitar o comérciointernacional.

A elaboração do GHS teve comofoco quatro públicos-alvo distintos, comsuas necessidades específicas: oconsumidor final, o trabalhador em ge-ral, o trabalhador envolvido no transportee os profissionais que atendem a emer-gências com produtos químicos.

Criado pelas Nações Unidas, o sis-tema baseou-se nos seguintes pilares: as

recomendações daONU para o trans-porte de produtosperigosos e osrequisitos entãoestabelecidos naUnião Européia,Estados Unidos eCanadá.

Com o GHSpretende-se corri-gir o fato observa-do hoje de exis-tirem países sem critérios especificadospara classificação de perigos e a pos-sibilidade de um mesmo produto quí-mico ser classificado de modo diferentede um país para outro.

O desafio de implementar um siste-ma como este é grandioso, pois pre-tende-se manter os padrões de segurançajá em vigor em diversos países, ho-mogeneizar os conceitos e garantir a suacompreensão por todos.

O resultado prático da implementa-ção do GHS é o uso seguro de produtosquímicos. Para tanto, o sistema prevê aclassificação dos perigos com base emcritérios pré-estabelecidos e aceitosinternacionalmente e um sistema decomunicação de risco baseado no rótuloe na Fispq. Estes elementos possibilitamàs empresas e organizações a implemen-tação de um sistema de gerenciamentode risco. Com isso, conhecendo-se osperigos inerentes aos produtos químicosmanuseados, torna-se possível estabe-lecer condições para seu uso seguro,reduzindo-se o risco de acidentes queafetem a saúde das pessoas, a segurançae o meio ambiente.

Podemos considerar que a demandapelo GHS surgiu durante a RIO 92 [Con-ferência das Nações Unidas para o Meio

Ambiente e o Desenvolvimento, realizadaem 1992 no Rio de Janeiro] no capítulo19 da Agenda 21 que previa a harmo-nização da classificação e da rotulagemde produtos químicos. Além disso, aConvenção 170 da Organização Inter-nacional do Trabalho (OIT), ratificadapelo Brasil em 1988 pelo Decreto 2657,já previa a existência de um critério declassificação de perigo, bem como umpadrão de rotulagem e de ficha de dadosde segurança (que era o termo usadopara a Fispq na época).

Assim, podemos considerar que oGHS, neste primeiro momento, será apli-cável a todos os produtos químicos desetores ainda não regulamentados porlei, no tocante à classificação e rotula-gem. Espera-se, porém, que os setoresque já possuem leis específicas para clas-sificação e rotulagem, como os defen-sivos agrícolas, no futuro também mi-grem para os critérios do GHS.

Além das normas da ABNT recém-publicadas, existe uma iniciativa estatalno sentido de implementar o GHS noBrasil a partir da formação do Grupo deTrabalho Interministerial denominadoGT-GHS-Brasil. Este GT tem a impor-tante função de mobilizar o Governo Fe-deral no sentido de declarar formalmente

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20107

GHS

a adoção do GHS pelo Brasil e tambémos diversos ministérios para introduziremos princípios e as bases do sistemainternacional no escopo de trabalhoregulador e fiscalizador.

Feito isto, diversos pontos listadosno Livro Púrpura (manual oficial daONU para o GHS, disponível no sitewww.unece.org/trans/danger/publi/ghs/ghs_rev03/03files_e.html) e previstosnas normas da ABNT poderão passar aser exigidos de forma mais contundentee explícita pelas autoridades reguladorasde cada tipo de produto.

As empresas têm importante papelneste processo uma vez que serão asprincipais geradoras de informações parao sistema. Portanto, é preciso que elasse mobilizem no sentido de realizaralgumas tarefas fundamentais.

Todos os fabricantes de produtosquímicos de setores ainda não regula-mentados, ou seja, a maioria deles, pre-cisam conhecer a norma de sistema declassificação de perigo (NBR 14725-2)para que possam iniciar o processo declassificação de seus produtos, sejameles substâncias puras ou misturas. Anorma define critérios que podem serutilizados para que não seja necessária arealização de testes, partindo-se da clas-sificação disponíveis dos ingredientes damistura e de princípios de analogia. Estaé a etapa fundamental do trabalho, poisserá a partir da classificação, ou seja, dadefinição dos perigos associados aosprodutos, que serão estabelecidas as con-dições de comunicação de risco que sedá pelo rótulo e pela Fispq.

Em seguida é necessário fazer a re-visão da Fispq para que sejam alteradosos campos impactados pela nova clas-sificação do produto. A norma atual daFispq (NBR 14725-4) foi adaptada paraas exigências do GHS e, com isso,existem modificações também em rela-ção à forma do documento, como a alte-ração na ordem dos campos “Identi-ficação de Perigos” e “Composição einformação sobre os ingredientes”,estabelecidas pelo grupo da ONU. É

importante ressaltar que esta norma nãoexige a revisão imediata de todas asFispqs apenas por motivos relativos àforma, uma vez que as fichas elaboradasde acordo com a norma anterior, quebaseava-se exclusivamente na ISO11.014, continuam válidas desde quenão haja alteração no seu conteúdo.

Por fim, deve-se elaborar o rótulodo produto, seguindo-se os critériosestabelecidos pela NBR 14725-3 sobrerotulagem. Nesta norma estão apresen-tados os pictogramas utilizados peloGHS, bem como as palavras de adver-tência (“cuidado” e “atenção”) e as fra-ses de perigo e de precaução. A partir daclassificação do produto é possível iden-tificar diretamente os pictogramas, aspalavras de advertência e as frases deperigo a serem utilizadas que estão as-sociadas em tabelas específicas. As fra-ses de precaução, entretanto, são detexto livre e compreendem informações

sobre: perigo físico, modos de evitarpotencial uso indevido do produto e ex-posição à saúde, medidas nos casos deacidentes com o produto e quanto à pro-teção ambiental, e cuidados apropriadosna destinação.

É importante também ressaltar queo GHS é plenamente compatível com aregulamentação da ONU para o trans-porte de produtos perigosos, de tal for-ma que este não será impactado pelonovo sistema, pelo menos neste primei-ro momento.

A Abiquim [e entidades como oCRQ-IV] tem promovido treinamentosobre o GHS e é importante que asempresas capacitem os seus funcionáriospara este trabalho. O conhecimentoprofundo da composição dos produtose dos padrões estabelecidos pela ABNTsão fundamentais para que o uso segurodo produto possa ser promovido.

Em breve, irá estabelecer-se um

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20108

GHS

efeito cascata em que os fabricantessolicitarão aos fornecedores informaçõessobre a classificação de suas matérias-primas, de tal forma que será criada umacadeia de informação sobre os perigosdos produtos.

Sem dúvida, a publicação da NBR14725 coroou o trabalho do Comitê deQuímica (CB-10) da ABNT e do setorcomo um todo, uma vez que há váriosanos especialistas de diversas áreas vi-nham se reunindo mensalmente paradebater o GHS e delinear os contornosde sua execução. Mas este marco é ape-nas o início de um trabalho que necessitada participação de todos.

A comissão de estudos também pre-parou um projeto de norma para rotula-gem e elaboração da ficha de dados desegurança de resíduos que visam a aten-der aos requisitos da Convenção OIT170, que exige tratamento idêntico a serdispensado a produtos e seus resíduos.Trata-se de mais um desafio e é impor-

tante que todos enviem comentáriosdurante a consulta nacional para o apri-moramento do projeto de norma [até ofechamento desta edição o início da con-sulta nacional não havia sido definido].

Além disso, o grupo está iniciando otrabalho de atualização da NBR 14725,buscando adequá-la à terceira edição doLivro Púrpura, publicado recentementepela ONU. Não são esperadas mudan-ças radicais em relação à norma atual,mas é muito importante que acompa-nhemos o que está sendo estabelecidono âmbito mundial para que o Brasil per-maneça na vanguarda desse movimento.

Concluindo, é fundamental ressaltarque o objetivo final deste processo sóserá alcançado com o envolvimento detodos os elos da cadeia de usuários. Amobilização imediata de todos é urgentepara que as etapas apresentadas nestetexto possam ser realizadas com tran-quilidade e correção. Há muito a ser feitoe o tempo passa depressa.

O autor

GeraldoAndré T.

Fontoura éQuímico

Industrial,além depossuir

licenciatura e bacharelado emQuímica. Professor universitárioem cursos de pós-graduação etrabalhando há mais de 20 anos

na área ambiental da Bayer,no Rio de Janeiro, ele é

Coordenador da Comissão deEstudos de Informações sobre

Segurança, Saúde e MeioAmbiente relacionadas a

produtos químicos da ABNT.

Contatos podem serfeitos pelo e-mail

[email protected]

Em comemoração ao Dia Mundialdo Meio Ambiente (05 de junho), oCRQ-IV e o Sindicato dos Químicos,Químicos Industriais e EngenheirosQuímicos do Estado de São Paulo(Sinquisp) promoverão um semináriodia 28 de maio das 8h às 17h. O en-contro será na sede do Conselho -rua Oscar Freire, 2.039, São Paulo/SP - e tratará dos seguintes assuntos:

• As novas diretrizes para o licen-ciamento ambiental no Estado deSão Paulo;

• Novas tecnologias para reme-diação de passivo ambiental eaplicação de produtos tecnoló-gicos;

• Inventário de emissões e polí-tica climática estadual;

• Responsabilidade Técnica doProfissional da Química, tantodo contexto jurídico comotécnico.

As inscrições estarão abertas noperíodo de 22 de abril a 24 de maio,devendo ser feitas exclusivamentepelo site do sindicato (www.sinquisp.org.br). As taxas são de:

• Profissionais da Química regis-trados no CRQ-IV – R$ 50,00;

• Profissionais da Química asso-ciados ao Sinquisp – R$ 40,00;

• Estudantes de Química cadas-trados no CRQ-IV – R$ 40,00;

• Outros profissionais – R$100,00.

A programação das palestras eseus respectivos apresentadores se-rão publicados nos sites do CRQ-IVe no do Sinquisp até a primeirasemana de abril. Outras informaçõespoderão ser solicitadas pelo [email protected] ou pelotelefone (11) 3262-1741.

Conselho e Sinquispprogramam

seminário sobremeio ambiente

em junho

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20109

Educação

Comissão elabora sugestão decurrículo para cursos técnicos

A Comissão de Ensino Técnico doCRQ-IV concluiu, em março, a elabo-ração de uma proposta de currículodestinado às escolas que oferecem cur-sos para formação de Técnicos Quí-micos. Formulado com base em aspec-tos como os avanços tecnológicos daindústria e a necessidade de formaçãode mão de obra capacitada a atender asdemandas do mercado, o trabalho obje-tiva principalmente apoiar as escolas naelaboração ou atualização dos currículosdos cursos, em complemento às diretri-zes estabelecidas pelo Ministério daEducação.

O currículo proposto é de 1.200 ho-ras/aula. Seu diferencial é que essa cargahorária está concentrada exclusivamenteem disciplinas da área química, cujodomínio é essencial ao futuro técnico.Do total do curso, a proposta defendeque 60% sejam destinados ao aprendi-zado teórico e 40% para aulas práticas.

A proposta curricular está divididaem sete temas: Fundamentos da quími-ca; Laboratório; Análises químicas, físi-co-químicas e microbiológicas; Químicaorgânica; Operações unitárias; Proces-sos industriais; e Segurança, saúde e am-biente. Para cada uma delas são in-

dicados os principais tópicos a seremestudados. Em Fundamentos da quími-ca, por exemplo, são elencados tópicoscomo matéria, atomística, metais alcali-nos e seus compostos, funções inorgâni-cas, leis ponderais e volumétricas, gases,estequiometria, termodinâmica etc. Cadaum desses assuntos é detalhado emsubitens para facilitar o entendimento daproposta e a sua implantação no cur-rículo do curso.

A adoção da proposta não é obriga-tória até porque, segundo seus autores,o trabalho não tem a pretensão de inter-ferir no plano de curso e projeto pedagó-gico da instituição de ensino. A ideia éfornecer um instrumental para que aescola possa fazer um comparativo comseu currículo e, se assim entender neces-sário, promover alterações com vistasao aprimoramento da formação de seusalunos.

Ao mesmo tempo, o trabalho da Co-missão de Ensino Técnico passa a serum referencial para escolas que procu-ram o Conselho em busca de orientaçãosobre a montagem de novos cursos denível médio.

A proposta foi em boa parte elabo-rada pelos mesmos profissionais queconceberam o programa Selo de Qua-lidade. Com esta publicação, a escolaque desejar obter a certificação de seucurso Técnico em Química com o Selodeverá ter, entre os itens analisados, autilização ou adequação do seu currículoao proposto pela Comissão.

O arquivo com a proposta está dis-ponível gratuitamente na seção down-loads do site do Conselho, em www.crq4.org.br.

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/201010

Convênio reduz preços de medicamentosO Sinquisp firmou com a empresa Vidalink uma par-

ceria que possibilitará aos associados comprarem medi-camentos com descontos em mais de quatro mil farmá-cias do País.

São mais de 1.200 farmácias espalhadas pela Capital,Grande São Paulo e cidades como Araçatuba, Araraquara,Bauru, Campinas, Franca, Marília, Presidente Prudente,Piracicaba, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do RioPreto, São José dos Campos, Sorocaba e Litoral Paulista.

“Para se ter uma ideia da abrangência do programa,são credenciados desde pequenos estabelecimentos agrandes redes de farmácias em mais de 125 municípiosde São Paulo”, destaca o Diretor de Divulgação e Culturado Sinquisp, Wagner Contrera.

Como funciona - Em abril, o sindicato enviará aos asso-ciados o Cartão Vidalink, que permitirá a compra de maisde 1.400 medicamentos cadastrados, pelo menor preço,em todas as farmácias credenciadas. O cartão terá o nomedo beneficiário e a logomarca do Sinquisp. Sempre queprecisar de um medicamento, acesse o site www.vidalink.com.br para consultar a lista de farmácias credenciadas.Ao chegar ao estabelecimento escolhido, apresente oCartão Vidalink para que o atendente inclua seus dadose os dos medicamentos no sistema. Ocorrerá, então, umachecagem on-line, emitida uma autorização e os descontosoferecidos. O processo é encerrado com a assinatura dousuário na autorização para compra.

O convênio não implica custo algum ao associado.Haverá, porém, a cobrança de R$ 5,00 por unidade casosejam solicitadas emissões de carteiras para seus de-pendentes.

Começaram as negociaçõescoletivas 2010-2011

O Sinquisp iniciou no mês de março deste ano asassembléias para as negociações coletivas2010-2011. O que se pretende é ampliar as

negociações e fechar acordos coletivos com o setorde comércio, saúde e prestação de serviços, áreas

que abrigam uma boa parcela de Profissionaisda Química. Acompanhe o andamento das

negociações pelo site www.sinquisp.org.br.

Associação - Os profissionais que não são associadosao Sinquisp e desejarem se beneficiar deste e de outrosconvênios devem primeiro solicitar seu ingresso na enti-dade. Para tanto, poderão acessar a ficha de filiação apartir da página www.sinquisp.org.br/associe_se.php outelefonando para (11) 3289-1506. Mensalmente, ao atuali-zar perante a Vidalink a relação de associados, o Sinquispreceberá os novos cartões e os remeterá aos interessados.

Outros serviços - A Vidalink oferece ainda o serviço deacompanhamento de pacientes com tendência terapêuticacrônica (hipertensão, dislipidemia, diabetes, entre outras)apenas para associados que manifestarem interesse. Esteserviço lembra o usuário de pedir o medicamento antes dotérmino da última caixa em estoque e solicita a uma farmáciacredenciada o envio do medicamento no endereço indicadopelo paciente. Entretanto, ele tem custos, que deverão serarcados pelo associado no momento da contratação.

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/201011

Entidades

ABTS elege sua primeira presidenteFato inédito em 40 anos, entidade passa a ter uma Química no comando

Divulgação/ABTS

A Bacharel Wilma Ayako Taira dos Santos

Tomou posse dia 01 de março anova diretoria executiva da AssociaçãoBrasileira de Tratamento de Superfícies(ABTS). Liderada pela Química WilmaAyako Taira dos Santos, primeira mu-lher a presidir a entidade nos quase 42anos de fundação da entidade, a equipeé composta pelo vice-presidente AiriZanini e pelos diretores Alfredo Levy,Gerhard Ett, Rubens Carlos da SilvaFilho, Antonio Magalhães de Almeida,Antonio Carlos de Oliveira Sobrinho eCássia Maria Rodrigues dos Santos.

“Tenho muito orgulho de ser a pri-meira mulher a ocupar este cargo, po-rém este sentimento vem seguido deoutro ainda mais forte: responsabili-dade”, afirmou Wilma ao InformativoCRQ-IV. Salientando a importância deagir com discernimento e sabedoriapara reconhecer e preservar tudo o quefoi feito por seus antecessores, ela dis-se que seu desafio será inovar e aomesmo tempo dar continuidade aotrabalho, mas com um toque feminino.

Serão vários os projetos que a presi-dente pretende desenvolver nos trêsanos em que permanecerá à frente daABTS. Segundo ela, dos mercados

emergentes o Brasil é um dos quemais se destaca e por isso é ne-cessário criar condições para ofomento de negócios que estãosurgindo. Nessa linha, é precisodesenvolver ações que valorizemo setor produtivo. “Nossas asso-ciadas já enfrentaram tantas tur-bulências que merecem ser asestrelas da nova era de progressoe desenvolvimento”, disse.

Ampliar o relacionamentocom o mercado externo é outrameta da executiva. O objetivoseria fortalecer os vínculos comentidades de outros países comvistas à formação de uma “redede conhecimentos e trocas, be-neficiando os nossos associadospor meio de visitas de delega-ções, capacitação e treinamentodos nossos técnicos”. Santos de-

1976 na área de tratamento de super-fícies, quando ingressou na Degussacomo auxiliar de laboratório. Lá per-maneceu por mais de 20 anos, tendoocupado os cargos de assistente técni-ca, chefe de laboratório e controle dequalidade, chefe de assistência técnicae chefe de produto eletroforming. Atual-mente presta serviços de consultoriacomercial e de assistência técnica paraa Electrochemical Ltda, por meio daempresa Arwgold, montada em 2007com dois sócios, também químicos.Atua, ainda, como professora de cur-sos de pós-graduação das FaculdadesOswaldo Cruz.

O relacionamento de Wilma com aABTS contabiliza mais de 15 anos. Foidiretora conselheira por três mandatose diretora cultural por outros dois. Alémdisso, é professora do módulo “Deposi-ção de Metais Preciosos”, do tradicionalcurso organizado pela entidade.

fende a ideia de que a educação e obenchmarking constantes são essen-ciais à competitividade.

Outra prioridade da nova presidenteé tornar a entidade mais presente emtodo o País. “A ABTS é uma associa-ção nacional e como tal deve abrangeros diversos estados; pretendemos reali-zar mais workshops com cursos modu-lares regionais”, explicou. Além disso,ela quer criar mecanismos que aumen-tem a acessibilidade das atividades daentidade via internet de modo a permitira participação dos profissionais da áreaque atuem em cidades distantes dosgrandes polos.

Formada Técnica em Química peloColégio Drº Clóvis Bevilacqua, de SantoAndré, e graduada Bacharel em Quí-mica com Atribuições Tecnológicas pelaFaculdade de Filosofia Ciências e Le-tras de São Bernardo do Campo, WilmaAyako Taira dos Santos trabalha desde

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Destaque

Graduando da Unicamp é coautor deartigo publicado pela revista Science

Antonino Perri

Ferreira: transformar pesquisas em conquistas

Aos 21 anos de idade, o paulista dacidade de Marília, Ricardo BarrosoFerreira, já tem acrescentado em seucurrículo um feito perseguido por mui-tos profissionais renomados. Estudantede graduação em química na Univer-sidade Estadual de Campinas (Unicamp),ele integrou um grupo de pesquisadoresda Universidade da Califórnia em LosAngeles (UCLA) que, em 12 de fevereirodeste ano, publicou um artigo na revistanorte-americana Science. Tão surpre-endente quanto o fato de um graduandoter aparecido num dos periódicos cien-tíficos mais importantes do mundo é otema do trabalho publicado: a produçãode um cristal sintético tridimensional quepode capturar emissões de dióxido decarbono. O estudo abre a possibilidadepara o desenvolvimento de tecnologiaspara filtros capazes de eliminar ou redu-zir consideravelmente a poluição origi-nária de tais emissões.

Sob o título Multiple FunctionalGroups of Varying Ratios in Metal-Organic Frameworks, a pesquisa foicoordenada pelo professor Omar Ya-ghi, que anos de 1990 criou uma novaclasse de materiais. Tecnicamente cha-mada de “estruturas metal-orgânicas”,essa classe ficou conhecida como

“cristais-esponja” devido àsua capacidade de armazenargases de difícil confinamentoe transporte. Essa proprie-dade decorre dos poros emnanoescala que formam taisestruturas.

Os cristais apresentadosno artigo da Science são maisavançados que os descritos nadécada passada. Enquantoaqueles eram sintetizadoscom apenas um ligante orgâ-nico, na produção dos atuaisempregou-se uma mistura deligantes análogos de diferen-tes funcionalidades. Isso per-mitiu a obtenção de um mate-rial contendo grupos orgâni-cos diferentes na superfíciede seus poros, ampliando suaestabilidade e em até 400 vezes o poderde captura de dióxido de carbono.

INTERCÂMBIO

Pouco desenvolvida no Brasil, alinha de pesquisa do professor Yaghifoi o que despertou o interesse de Fer-reira. Assim que chegou aos EUA, eletratou de se inteirar dos trabalhos e já

na primeira semana na UCLA passou atestar, em laboratório, algumas das teo-rias pesquisadas pelo grupo. “No artigopublicado pela revista, pode-se observarque há a síntese e caracterização de umasérie de materiais com diferentes mistu-ras de ligantes em sua composição. Eufiquei encarregado da síntese e caracteri-zação de parte destes materiais”,explicou o jovem pesquisador.

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/201013

Destaque

Selecionado pelo Programa Pilotode Intercâmbio em Pesquisa para Bol-sistas de Iniciação Científica da Áreade Química mantido pela Fundação deAmparo à Pesquisa do Estado de SãoPaulo (Fapesp) em conjunto com aNational Science Foundation, dos EUA,o aluno da Unicamp começou seu está-gio na UCLA no início de 2009. O pro-grama prevê a oferta de estágios de até12 semanas em laboratórios de pesqui-sa das universidades americanas. Emdois anos de existência, o intercâmbiobeneficiou 38 estudantes.

Segundo afirmou Ferreira, o progra-ma foi uma ótima oportunidade paraampliar os horizontes da linha de pes-quisa – materiais lamelares, peneiras mo-leculares e zeólitos – que ele vinha de-senvolvendo no Brasil sob a orientaçãoda professora Heloise de Oliveira Pasto-re. Aliás, ao lado dela e de César R. daSilva, o estudante foi coautor de um arti-go relacionado ao recolhimento de dióxi-

do de carbono com a finalidade de pro-duzir armazenamento geológico, publi-cado na revista Langmuir, da AmericanChemical Society, em 2008. Segundodivulgou a agência Fapesp, a boa re-percussão desse trabalho foi uma impor-tante referência para que Ferreira fosseselecionado para o estágio na UCLA.

O estudante vincula a chance queteve aos professores que conheceu aolongo da vida. “A área de ciências sem-pre foi minha favorita. No colegial játinha quase certeza de que queria serpesquisador, mas a dúvida era em qualárea seguir: Biologia ou Química”. Mes-mo sem formação técnica de nível mé-dio, Ferreira optou pela química e hojese diz muito satisfeito.

Matriculado no último semestre deseu curso, seu próximo passo será ini-ciar a pós-graduação. “Pretendo, cadavez mais, me inserir no meio acadêmicoe buscar transformar minhas pesquisasem conquistas para o País”, completou.

Tribunais decidem pela necessidade deProfissional da Química para tratar água

Lamentavelmente ainda temos de recorrer à Justiça para quealgumas municipalidades contratem profissionais da químicapara responderem pelo tratamento de água de abastecimentopúblico. Apesar de a tramitação ser morosa, a busca do Judiciáriotem resultado em várias vitórias. Em homenagem ao Dia Mundialda Água (22/03) o Departamento Jurídico do CRQ-IV traz a conhe-cimento da Classe dois julgados importantes acerca da questão.

Prefeitura de Santa Lúcia/SP. Em 1999, o CRQ-IV abriuprocedimento contra a Prefeitura a fim de que contratasseProfissional da Química para responder pelo tratamento deágua e esgoto do município. Como não teve êxito na regula-rização administrativa, em 2003 levou a discussão para o Ju-diciário. A demanda terminou em 21/10/2009, quando oTribunal Regional Federal da 3ª Região julgou o mérito dorecurso da Prefeitura, entendendo que a simples adição dehipoclorito de sódio para desinfecção de água era uma “(...)medida que não garante a qualidade de água distribuída àpopulação”, tendo concluído que “no tratamento de águapara fins potáveis ocorrem operações unitárias e reações quí-micas controladas (...), havendo necessidade de um profissional

da química como responsável técnico”. Assim, o Tribunalmanteve a decisão da 1ª Vara Federal de Araraquara que, em2004, fundamentou “(...) que a água adequadamente tratada ésinônimo de saúde, de prevenção de doença, (...) Não se podeentregar tais atividades a aventureiros e a despreparados. Écaso de saúde pública, cabendo aos entes públicos darem àquestão o tratamento adequado e sério.”

Prefeitura de Imauri/SC. No mesmo sentido, em 11/03/2009,julgou o TRF 4ª Região o recurso da Prefeitura contra o CRQ-XIII, quando concluiu que “(...) por se tratar de tratamento deágua, a ser distribuída à população, e tendo em vista que essetipo de tratamento exige amplo conhecimento de Química, acontratação de um profissional da área se torna de sumaimportância, a fim de que não ocorram prejuízos à saúde dacomunidade.”

Íntegra - A seção de Jurisprudência do site do CRQ-IV dis-ponibiliza a íntegra destas e de outras decisões sobre o assunto.Contatos com o Departamento Jurídico podem ser feitos peloe-mail [email protected].

por Catia SashidaAdvogada

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/201014

Literatura

Quatro livros serão sorteadosEsta edição do Informativo presen-

teará seis profissionais com o sorteiode livros. São dois exemplares da obraManual de tratamento de efluentesindustriais, do Engenheiro QuímicoJosé Eduardo W. de A. Cavalcanti; doisde Práticas de cromatografia líquida,do Bacharel em Química Paulo J. M.Cordeiro, especializado em cromatogra-fia e espectrometria de massas pelaFaculdade de Ciências de Poitiers, naFrança; um de Resíduos sólidos: pro-blema ou oportunidade?, dos enge-nheiros Daniel Véras Ribeiro e Márcio

Raymundo Morelli; e um conjunto deQuímica geral e reações químicas –Volumes I e II, de John C. Kotz, PaulM. Treichel e Gabriela C. Weaver, dis-tribuído no Brasil pela editora CengageLearning.

Para participar, os profissionais eestudantes em situação regular no Con-selho deverão enviar e-mail, carta oufax para a Assessoria de Comunicação(crq4.comunica2@total work.com.br),contendo os seguintes dados: nomecompleto, nº de registro e cidade ondereside. Se for estudante, escreva

“Estudante” ao lado do nome. Nocampo assunto do e-mail ou fax ou porfora do envelope escreva “Sorteio” eao lado o nome do título de interesse.Será necessário o envio de inscriçõesindividuais por sorteio.

Os sorteios ocorrerão no dia 05 demaio de 2010, sendo o resultado publi-cado no dia seguinte no site www.crq4.org.br. As obras já estão disponíveispara consulta na Biblioteca do Con-selho, rua Oscar Freire, 2.039 – Pinhei-ros, São Paulo/SP, telefone 113061-6039.

Manual de tratamento de efluentes industriaisO autor apresenta nos 18 capítulos da obra as diferentes fases que envolvem

o tratamento de efluentes industriais, além de várias informações sobre as poten-cialidades e limitações da depuração de diferentes tipos de águas residuais eindustriais. O livro ainda tem o objetivo de orientar na elaboração de estudos eprojetos para aquisição, implantação, reabilitação e operação de sistemas detratamento. Com preço de capa de R$ 100,00, pode ser encontrado na LivrariaCultura (www.livrariacultura.com.br), na Fundação Getulio Vargas (www.editora.fgv.br), na Associação Brasileira de Engenharia Sanitária – ABES (www.abes-dn.org.br) e na Nova Ambi Serviços Analíticos (www.novaambi.com.br), empre-sa da qual o autor é diretor.

Práticas de cromatografia líquida

Lançado em 2009, o livro apresenta práticas de relevância farmacêutica ebioquímica por meio de análises de diferentes compostos em plantas, medicamen-tos e plasma sanguíneo, práticas relacionadas à área alimentícia – análise de cafeína,ácido fólico e ácidos orgânicos –, e práticas de interesse ambiental, com análises deherbicidas, inseticidas e microcistinas. O exemplar com 112 páginas apresenta emcada capítulo uma breve introdução sobre os compostos a serem analisados, aparte experimental com o detalhamento passo-a-passo dos processos de extraçãoe os resultados obtidos por meio de cromatogramas das respectivas análises. Aobra pode ser adquirida pelos sites da Editora Scortecci (www. scortecci.com.br) eda livraria Asabeça (www.asabeca.com.br) pelo preço de R$ 20,00.

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/201015

Literatura

Resíduos sólidos: problema ou oportunidade?

Os autores apresentaram uma metodologia de gestão de resíduos sólidoscom foco na transformação do lixo industrial em um novo insumo que pode seraproveitado pela mesma indústria geradora ou outras. A questão de geração deresíduos foi explorada e constatada que é um problema que acompanha odesenvolvimento da humanidade ao longo dos séculos. Tópicos como o homeme a geração de resíduos, tipos e classificação de resíduos, problemas e acidentesambientais provocados por resíduos no Brasil, metodologia proposta para ogerenciamento de resíduos, entre outros, serão aprofundados nos nove capítulosda obra. Ao custo de R$ 40,00, está disponível na Livraria Martins Fontes(www.martinsfontespaulista.com.br).

Química geral e reações químicas – Volumes I e II

Dividido em dois volumes, a obra foi elaborada com uma estrutura bastantedidática, com tópicos que possibilitam introduzir, tão cedo quanto possível, osconhecimentos necessários às experiências de laboratórios feitas em cursos dequímica geral. Cada capítulo contém seções práticas para auxiliar na resoluçãodos problemas, além de exercícios para ajudar na fixação. Os livros podem sercomprados pelo site da Cengage Learning (http://www.cengage.com.br/crq.do).Profissionais e estudantes ligados ao CRQ-IV interessados em adquirir as obrasterão direito a 30% de desconto em cada livro, válido até junho de 2010 compran-do diretamente pelo site da editora. O Volume I custa R$ 104,93 e o Volume II,R$ 93,73.

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/201016

Minicursos

Treinamentos gratuitosretornarão em maio

Conselho consegue novo patrocínio com a CEF

Pelo quinto ano consecutivo e no-vamente contando com o patrocínio daCaixa Econômica Federal, o CRQ-IVpromoverá minicursos gratuitos paraprofissionais em situação regular naentidade. Com duração média de setehoras, os eventos ocorrerão na sede daentidade, na capital, e em várias cidadesdo interior paulista.

Cromatografia, toxicologia, cosmé-ticos, tratamento de superfícies e meioambiente são alguns dos temas que in-tegrarão a primeira rodada de treina-mentos. A grade com as datas, locais edetalhamento de cada evento estará pu-blicada no site do Conselho (www.crq4.org.br) a partir do dia 15 de abril.

Os assuntos foram definidos combase em sugestões de profissionais queparticiparam de edições anteriores dosminicursos. Além da própria relevância,procurou-se adequar o curso à regiãoem que será ministrado com o objetivode atender ao maior número possívelde profissionais. Os cursos apresen-tarão uma visão geral do assunto, não

sendo indicados, portanto, para quempretende se aprofundar numa deter-minada área.

GRATUIDADE - A participação no pro-grama continua gratuita. Para se inscre-ver, o profissional deverá ligar para otelefone que estiver indicado na tabelaa ser publicada no site. Além da própria,ele poderá fazer a inscrição de apenasum colega. Serão solicitados os seguin-tes dados: nome, formação, nº de inscri-ção no Conselho, e-mail, telefone, em-presa onde trabalha, cargo que ocupae cidade onde reside.

Após passar seus dados ao aten-dente do Conselho, o profissional rece-berá um e-mail para que confirme suainscrição. Se não o responder em até24 horas, terá sua inscrição automatica-mente cancelada, sendo a vaga passadapara outro interessado.

Os estudantes poderão se inscrever,mas serão colocados numa lista deespera. Se houver sobra de vagas, serãocontatados por telefone.

TAXA - Serão abertas 40 vagas para ca-da minicurso. Daqueles que confirma-rem a inscrição e não compareceremserá cobrada uma taxa de R$ 230,00,destinada a cobrir as despesas que oCRQ-IV teve para garantir o benefícioao faltoso. Serão admitidas apenas asausências que puderem ser compro-vadas com documentos oficiais.

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