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NANSEI278 Boletim informativo da Associação Japonesa de Santos Rua Paraná, 129 - Vila Mathias - Santos, SP, Brasil | (13) 3222-3268 | santos.bunkyonet.org.br AGOSTO 2010 Matheus Misumoto O CLARÃO, O CALOR, E A TRAGÉDIA Dois sobreviventes do ataque nuclear a Hiroshima contam a história que nem o cinema consegue retratar por Matheus Misumoto 6 de agosto de 1945. Era uma manhã de sol em Hiroshima. Todas as escolas estavam fechadas por causa da Segunda Guerra Mundial. Os estudantes foram re- crutados para auxiliar na defesa e na se- gurança do país. Por conta dos conflitos, a população carecia de comida. Enquanto os homens estavam no front de batalha, a jovem Chikako Tabuchi, de apenas 14 anos, ajudava a derrubar casas para evitar que futuros incêndios se alas- trassem pela cidade. Não muito distante dela, perto do rio Ota, o policial militar Takashi Morita fazia sua ronda. Ele chegara no dia anterior, de- pois de presenciar um bombardeio com bombas napalm que havia deixado 100 mil mortos em Tóquio. Foi quando aconteceu. O relógio marca- va 8h15. O avião Enola Gay largou a bomba no centro de Hiroshima, que nunca chegou a tocar no solo. Ela explodiu a 580 metros do chão, e a 1,3 km de onde Morita estava. Foi o “pikadon”, um clarão seguido de um som es- trondoso de um trovão e uma onda de calor que arrasou tudo a sua volta. Após o clarão, tudo ficou escuro. O céu ensolarado deu lugar a nuvens e uma chuva preta e ácida. E junto veio o caos. Na hora da explosão, Chikako usava uma calça larga e um uniforme para trabalhar, que queima- ram com o calor da bomba: - Do avental, só sobrou o filete de elás- tico. Não conseguia abaixar ou levantar por causa das queimaduras. A pele se des- prendia da carne, parecia uma casca saindo. Todos pareciam fantasmas. Os ferimentos não cicatrizavam, pois não havia remédios. Somente uma ou duas pessoas da minha turma sobreviveram. Morita, que tinha 21 anos, foi lançado por 10 metros e ficou com as costas queimadas. Até aquele momento achou que estaria sal- vo em Hiroshima, pois estava distante dos alvos dos bombardeios norte-americanos: - É indescritível. O cheiro era horrível, de carne humana queimada. Acredito que uma força maior me manteve vivo, mesmo estando tão próximo da explosão. Fiquei sem comer ou beber por três dias, porque tudo estava contaminado com a radiação. Fui para um abrigo improvisado para me tratar das queimaduras. Estima-se que mais de 70 mil pessoas morrerem instantaneamente naquela ma- nhã de agosto. Depois da tragédia, os japoneses da re- gião começavam a acreditar que nada iria prosperar no raio de destruição da ogiva nu- clear. Morita conta que, após 20 dias do de- sastre, Hiroshima foi rota de um tufão. Mas o que era para ser mais um desastre acabou virando um momento simbólico: - A gente acredita que o tufão limpou a cidade, levando a radiação. Falava-se que nada iria nascer ali. E depois disso, flores começaram a florescer na cidade. continua na próxima página

Informativo Nansei #278 - Associação Japonesa de Santos

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Boletim informativo da Associação Japonesa de Santos. Edição 278, agosto/2010.

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NANSEI278Boletim informativo da Associação Japonesa de SantosRua Paraná, 129 - Vila Mathias - Santos, SP, Brasil | (13) 3222-3268 | santos.bunkyonet.org.br

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O CLARÃO, O CALOR, E A TRAGÉDIADois sobreviventes do ataque nuclear a Hiroshima contam a história que nem o cinema consegue retratar

por Matheus Misumoto

6 de agosto de 1945. Era uma manhã de sol em Hiroshima. Todas as escolas estavam fechadas por causa da Segunda Guerra Mundial. Os estudantes foram re-crutados para auxiliar na defesa e na se-gurança do país. Por conta dos confl itos, a população carecia de comida.

Enquanto os homens estavam no front de batalha, a jovem Chikako Tabuchi, de apenas 14 anos, ajudava a derrubar casas para evitar que futuros incêndios se alas-trassem pela cidade.

Não muito distante dela, perto do rio Ota, o policial militar Takashi Morita fazia sua ronda. Ele chegara no dia anterior, de-pois de presenciar um bombardeio com bombas napalm que havia deixado 100 mil mortos em Tóquio.

Foi quando aconteceu. O relógio marca-va 8h15. O avião Enola Gay largou a bomba no centro de Hiroshima, que nunca chegou a tocar no solo. Ela explodiu a 580 metros do chão, e a 1,3 km de onde Morita estava. Foi o “pikadon”, um clarão seguido de um som es-trondoso de um trovão e uma onda de calor que arrasou tudo a sua volta.

Após o clarão, tudo fi cou escuro. O céu ensolarado deu lugar a nuvens e uma chuva preta e ácida. E junto veio o caos. Na hora da explosão, Chikako usava uma calça larga e um uniforme para trabalhar, que queima-ram com o calor da bomba:

- Do avental, só sobrou o fi lete de elás-tico. Não conseguia abaixar ou levantar por causa das queimaduras. A pele se des-prendia da carne, parecia uma casca saindo. Todos pareciam fantasmas. Os ferimentos não cicatrizavam, pois não havia remédios. Somente uma ou duas pessoas da minha turma sobreviveram.

Morita, que tinha 21 anos, foi lançado por 10 metros e fi cou com as costas queimadas. Até aquele momento achou que estaria sal-vo em Hiroshima, pois estava distante dos alvos dos bombardeios norte-americanos:

- É indescritível. O cheiro era horrível, de carne humana queimada. Acredito que uma força maior me manteve vivo, mesmo

estando tão próximo da explosão. Fiquei sem comer ou beber por três dias, porque tudo estava contaminado com a radiação. Fui para um abrigo improvisado para me tratar das queimaduras.

Estima-se que mais de 70 mil pessoas morrerem instantaneamente naquela ma-nhã de agosto.

Depois da tragédia, os japoneses da re-gião começavam a acreditar que nada iria prosperar no raio de destruição da ogiva nu-clear. Morita conta que, após 20 dias do de-sastre, Hiroshima foi rota de um tufão. Mas o que era para ser mais um desastre acabou virando um momento simbólico:

- A gente acredita que o tufão limpou a cidade, levando a radiação. Falava-se que nada iria nascer ali. E depois disso, fl ores começaram a fl orescer na cidade.

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Após a explosão nuclear que ocorreu dias depois em Nagasaki, a notícia da ren-dição do Japão chegou até o policial militar por uma mensagem do imperador. Entre-tanto, os norte-americanos ainda estavam atentos aos reflexos do bombardeio que devastou as duas cidades:

- Controvérsias existem, mas o exército norte-americano que esteve no Japão proibiu a entrada de qualquer pessoa que não fossem eles para os testes dos efeitos da bomba atô-mica. Até os jornalistas foram impedidos. Se naquela época o mundo inteiro tivesse visto, provavelmente não teríamos armas nucleares hoje. Já foram feitos vários filmes sobre o as-sunto, mas o desastre foi muito maior.

Mesmo após os ataques, Morita conti-nuou na profissão de militar até o mês de novembro daquele ano, para cuidar da segu-rança nacional. Após isso, foi destituído e a corporação deixou de existir.

Os japoneses que sobreviveram ao ata-que e, posteriormente, aos efeitos da radia-ção sofreram com o preconceito. Acredi-tavam que os filhos iriam herdar todas as

sequelas. Mesmo assim, após um ano, Morita casou-se e teve uma filha. E, depois de pou-co mais de uma década do desastre, veio morar no Brasil com a ajuda de um amigo. E por aqui ele ficou, assim como Chikako.

O ex-policial militar trabalhou por mui-to tempo como relojoeiro na rua Augusta, em São Paulo. Há 26 anos, fundou a Asso-ciação das Vítimas da Bomba Atômica no Brasil, responsável pela negociação com o governo japonês pela assistência aos 127 sobreviventes da bomba que imigraram para o Brasil. O governo só ofereceu ajuda para quem ficou no Japão.

Fundou também a Associação Hi-bakusha-Brasil pela Paz, que faz ações em parceria ações em parceria com a socie-dade civil para disseminar a paz e dizer não à guerra e às armas nucleares. “Somos sobreviventes, temos a obrigação de levar o depoimento para pessoas que não viven-ciaram”, diz Morita.

Em sua missão de paz e desarmamen-to nuclear, já participou de uma ação que levou vários sobreviventes em um navio que visitou diversos países durante quatro meses. Recentemente esteve na sede da

Organização das Nações Unidas, em Nova York, onde aproveitou para fazer seu relato a estudantes da cidade.

Hoje, 65 anos após a devastação de Hi-roshima e Nagasaki, o mundo possui armas nucleares suficientes para dizimar a Huma-nidade inteira por 16 vezes. As ogivas atuais são 16 vezes mais poderosas dos que as que foram lançadas em 1945. A bomba que caiu em Hiroshima possuía 60 quilos de urâ-nio-235, e causou uma explosão equivalente a 13 quilo toneladas de TNT.

Enquanto a atividade nuclear persistir, Mo-rita segue levando a sua triste história e sua mensagem de paz a jovens e interessados. “A educação é importante e que quero chamar a atenção, pois uma orientação errada pode levar a uma tragédia como a que aconteceu em Hiroshima e Nagasaki”, diz.

“Não quero que ninguém passe por isso. Quase todos meus colegas morreram. Todos devem se unir para a paz”, lembra Chikako.

Com 86 anos, o trabalho de Morita segue. Assim como a Chama da Paz permanece viva no Parque Memorial da Paz em Hiroshima, lembrando que ainda há ameaças de aniquila-ção nuclear no planeta.

continuação da página anterior

Próximos eventos da Associação JaponesaDia 15/08, 9h - Kosei-Home Shien Kayo-Sai, do Instituto NAK do Brasil. No Kosei-Home (Av. Campos Sales, 60).Dia 18/08, das 20h às 21:30h - Aula a praticante de Aikidô, pelo Prof. Yama-moto de 7º Dan da Aikikai Hombu Dojo em Tokyo, Japão. Na sede da Associação Japonesa de Santos.

Dia 29/08, 8h30 - Assistência Médica Móvel da Beneficência Nipo-Brasileira, na sede da Associação Japonesa de Santos.Dia 12/09, das 10h - Festa de Primavera no Kosei-Home (Av. Campos Sales, 60).Dia 26/09, das 11h - Homenagem aos idosos acima de 80 anos, na sede da As-sociação Japonesa de Santos.

Cursos da AJSA Associação Japonesa de Santos in-

forma que alguns dos cursos oferecidos pela entidade estão com novos horários para o segundo semestre de 2010.

Confira as opções, grade horária completa e mensalidades na página da As-sociação Japonesa de Santos na Internet: http://santos.bunkyonet.org.br/

Martin Abegglen (flickr.com/twicepix), licenciada por Creative Commons Attribution-ShareAlike 2.0

Reprodução / Google Earth

Jamie Barras (flickr.com/ddtmmm), Creative Commons BY-NC

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Escola de língua japonesa da AJS comemora fi nal de semestre com Tanabata Matsuri

A escola de língua japonesa da Asso-ciação Japonesa de Santos comemorou a despedida do semestre com um sábado es-pecial. Antes das merecidas férias, os alunos tiveram uma manhã de confraternização na sede da entidade.

Os estudantes participaram da confecção de origami (dobraduras de papel) e ainda re-alizaram um mini Tanabata Matsuri, conhecido também como Festival das Estrelas. Eles escre-veram pedidos em tarjas de papel e coloca-ram em uma árvore preparada para a ocasião. Antes do almoço oferecido pelos professores e voluntários da Associação, todos cantaram a canção tradicional do festival.

A festividade foi criada com base em uma lenda criada há quatro mil anos. A história conta o romance entre Orihime, uma prince-

sa do reino celestial, e Kengyu. O amor entre os dois fez com que ambos esquecessem de suas obrigações. Com isso, o Senhor Celes-tial os puniu transformando-os em duas es-trelas e separados pela Via Láctea.

Os dois só podem se encontrar uma vez por ano, em julho, quando atendem os pedidos vindos da Terra escritos em papéis coloridos e pendurados em bambus.

O baixo-assinado “Pela continuidade do voo direto Tokyo - São Paulo” totalizou mais de 10 mil assinaturas, após um mês de campanha. O resultado foi anunciado pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social (Bunkyo) e a Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil (Kenren), organizadores da campanha que envolveu entidades nikkeis do Brasil, do Paraguai e comunidades brasileiras no Japão.

A Associação Japonesa de Santos foi uma das entidades que participaram da coleta de assinaturas, colaborando com 127 nomes.

O movimento surgiu após a Japan Airlines, responsável pela operação há 32 anos, can-celar o voo direto entre Tokyo e São Paulo. A decisão, que afetou também outras rotas locais e internacionais, faz parte do plano de reestruturação fi nanceira da empresa aérea.

Todo o material da campanha deverá ser encaminhado ao Ministério dos Trans-portes do Japão. Segundo o presidente do Bunkyo, Kihachiro Kita, os organizadores tentarão viabilizar um encontro de Kokei Uehara, presidente de honra do Bunkyo, que se encontra no Japão, com o ministro Seiji Maehara. “É uma questão de agenda, mas seria muito interessante e valioso para todos que participaram desta campanha”. (Com informações do Bunkyo)

Campanha do voo direto Tokyo - SP alcança mais de 10 mil assinaturas

Matheus Misumoto

COMUNICADOSFalecimentos (訃報):

Sra. Maria Haro Taira Yamashiro (山城平良マリア), aos 76 anos, no dia 12 de julho, natural de Cordoba, Argentina, era membro do Grupo de Odori do Fu-jinkai da Associação Okinawa de Santos.

Sr. Koichi Chinen (知念幸一). Aos 74 anos, no dia 27 de julho, natural de Okinawa-ken, comerciante aposenta-do, associado da AJS.

Doações (物品寄贈):Sr. Roberto Imakawa (今川ロベルト):

3 NOBREAK SMS 700w, 2 Teclados p/micro e 1 extensão SMS.

Cerimônia em Santos pede

Nem o frio e o vento forte que batia no Parque Roberto Mário Santini, na manhã de 9 de agosto, foram capazes de apagar a cha-ma de entusiasmo das crianças e dos idosos presentes no evento pela paz mundial. Cerca de 70 alunos de escolas municipais presente-arem o público com a apresentação de um coral e com a pintura de um painel com de-senhos sobre a paz.

A cerimônia, que contou com apoio da prefeitura municipal, marca o Dia da Luta pelo Desarmamento Nuclear. Nesta data, há exatamente 65 anos, o Japão era bombardea-do pela bomba atômica, culminando na mor-te de milhões de civis.

O evento teve início com a fala do vice-prefeito de Santos, Carlos Augusto Teixeira Filho, do presidente da Associação, Sérgio Doi e do vice-presidente da AJS e vereador Sadao Nakai, autor do projeto de lei que ins-

titui a data no calendário de Santos. Após os discursos, todos os participantes fi zeram um minuto de silêncio, de mãos dadas, em me-mória das vítimas, dando um abraço simbóli-co em volta do Monumento do Imigrante em forma de círculo.

O gesto fraternal foi seguido pela apre-sentação do coral de senhoras da Seicho-No-Ie e do grupo de coral de crianças da LBV, que emocionaram o público.

No fi nal, foi dado início à exposição de fotos sobre a bomba atômica e a exposição dos trabalhos dos alunos das Unidades Muni-cipais de Ensino de Santos, no Museu do Surfe. O local abrigará as exposições por um mês e funciona todos os dias, com entrada gratuita.

++ santos.bunkyonet.org.brsantos.bunkyonet.org.brsantos.bunkyonet.org.br

Veja mais fotos da cerimônia no site da Associação Japonesa de Santos

a PAZ NO MUNDO

Daniel Nakajima

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南聖

Associação Japonesa de Santosサントス日本人会Rua Paraná, 129 - Vila Mathias - Santos, SP, BrasilCEP: 11075-320 | Tel: (13) 3222-3268 | Fax: (13) 3345-3082Site: http://santos.bunkyonet.org.br/E-mail: [email protected]

Presidente: Sérgio Norifumi DoiJornalista Responsável: Matheus Misumoto (MTB 55.835/SP)Textos: Daniel Nakajima e Matheus MisumotoFotos: Daniel Nakajima e Matheus MisumotoTradução para o Japonês: Kenzo OhashiDiagramação e Projeto Gráfi co: Matheus Misumoto

© 2010 Associação Japonesa de Santos. Alguns direitos reservados. Exceto onde explicitado, o informativo Nansei encontra-se licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para visualizar uma cópia da licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/. Você pode copiar, distribuir e executar a obra – e as deri-vadas criadas a partir dela – mas somente se for dado crédito à Associação Japonesa de Santos e os autores dos respectivos textos e fotografi as. Contribua para a difusão cultural e para o meio ambiente. Não jogue este impresso no chão. Repasse a um amigo ou destine para a reciclagem.

278 2010年8月号サントス日本人会発行

 ブラジル日本都道府県人会連合会とブラジル日本文化福祉協会が行って居ました日本航空のサンパウロー成田直行便の存続を願う署名運動は、7月の県連の日本祭りで受付を終了し結果報告が文協で開かれました。 文協扱いでは8009名の署名が集まり、県連では1828人分の署名を受付けて合計9837名の署名が寄せられました。 此の署名をもとに9月で運休する事が決まっている直行便再開を日本の国土交通大臣宛に陳情する事に成って居ます。 

サンパウロ・成田便の存続署名運動

 “閃光、灼熱、そして大惨事”と題して65年前の広島原爆の被災者で奇跡的に生き残られたサントス在住の田淵ちか子さんとブラジル被爆者平和協会の森田隆会長の談話を基にした記事がポ語第1面に掲載されました。田淵さんは14歳の女学生で学校の勤労奉仕で他の学生達と共に、市の中心部で類焼を避ける家屋間引きの作業中に爆心地より1キロ以内で被爆されました。憲兵の森田さんは21歳の時、爆心地より1.3キロの地点で被害を受けたとの事でした。 多くの日本語の読者は既に原爆に因る災害は映像で見、読み、聞きして、其の悲惨な状況は良く知られており其の恐ろしさは肌に感じて居ると思います。ところがブルジルでは一部の有識者を除いて原・水爆の脅威に関心を持つ人は少ない状態です。此の記事に依って原爆の恐ろしさを広く世界中に知らせ核なき世界実現に少しでも協力出来ればと期待して居ます。 広島市では今月6日、「原爆死没者慰霊式・

平和祈念式(平和記念式典)」が営まれ、長崎市では9日、「長崎原爆犠牲者慰霊平和祈念式典」が其々開催され犠牲者の慰霊と共に平和祈念式典で世界に向けて核兵器のない平和な世界を目指すメッセージが発信されました。 サントス市では姉妹都市長崎市提供の当時の被災状況を物語る写真をサントス市役所とサントス日本人会共催で8月9日より一ヶ月の予定でエミッサ-リオ公園内のムゼウ・デ・スルフィ(Museu do Surf)で展覧しています。ブラジルでは未公開の写真も有りますので是非ご覧下さい。

原爆投下より65年 今年の敬老会は、昨年と同じ様に9月26日(日曜日)午前11時よりパラナ街129番地のサントス日本人会会館内で開催致します。今年で敬老会は33回と成ります。80才以上の(今年80才に成る人も含む)会員並びに非会員の高齢者を招待し午前11時より午後3時までの予定で、式典、演芸会が催されます。御出席の高齢者の方々にはお弁当と記念品が用意されています。又、会場内では弁当や婦人部特製の食べ物と飲み物が販売される予定です。当日はお友達の方々と旧交を温めて頂きますと共に、若い世代の会員とも親睦と交流を図りたいと思います。おおぜいの高齢者の皆様方のご家族ご同伴でのご出席をお待ちして居ます。

第 3 3 回 敬 老 会(けいろうかい)

訃報: 山城平良マリアさん、アルゼンチン コルドバ出身、7月12日76才で他界され翌日アレイアブランカ墓地に埋葬されました。サントス沖縄婦人会の踊りの会のメンバーでした。 知念幸一氏、沖縄県出身、日本人会会員。7月27日74才で急逝され、翌28日メモリアル葬祭場で葬儀の後サボオ―墓地に埋葬されました。 お二人のご冥福をお祈り致します。

物品寄贈: 今川ロベルト氏よりパソコン用変圧器NOBREAK SMS 700w 3台、同キーボード2個、SMS コード 1本の寄贈を受けました。有難う御座いました。

 8月15日、厚生ホーム支援歌謡祭、9時よりAV. CAMPOS SALES, 60番地の厚生ホーム。 8月18日、合気道、日本より山本忠英8段をお迎えして実地指導、夜8時半より日本人会会館内。希望者には16時半より書道と言霊(ことだま)についての講習も予定されて居ます。

 8月29日、援協の巡回診療、受け付けは朝8時半より12時まで。検血、検尿は絶飲食で11時迄。 9月12日、厚生ホーム春祭り10時開始、昼食は12時より。 9月26日、11時より日本人会会館に80才以上の年長者を招待して慣例の敬老会。

行事のお知らせ: 8月 ~ 9月

日本語教室(電話 3222-3268)火曜日と木曜日―14時より15時30分土曜日―9時より10時30分と11時より12時30分

書道教室(電話 3222-3268)水曜日―15時より16時30分

生け花教室(電話 Cissa 3271-3568)毎月最終火曜日―14時より17時華道家元池坊サントス支部

折り紙教室木曜日―14時より16時と16時より18時講師はカミラ・マユミさん(電話 8814-5809)

剣道教室(電話 Jean 9704-7157, 3222-3264)火曜日と木曜日―15時より17時30分と19時より22時土曜日―15時より18時真刀流アドリアーノ師範

三味線教室月曜日―18時より田端はる子師匠 (電話3203-2107)

パッチ・ウオーク(つぎはぎ細工)教室9月より開始:毎月曜日―13時より16時講師:有坂艶子さん(電話3289-3595)和太鼓グループの練習は都合により一時中止と成って居ます。

サントス日本人会文化教養講座

Matheus Misumoto